chamada da meia-noite - ano 39 - nº 3

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Mateus 25.6 da Meia-Noite www.chamada.com.br MARÇO DE 2008 • Ano 39 • Nº 3 • R$ 3,50

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• As Seis Vestes de Jesus • Salvo Pela “Incrível Graça” • Tendências demoníacas nos tempos finais • A religião na futura civilização global • Por que Pedro encontrou graça e Judas não?

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Page 1: Chamada da Meia-Noite - Ano 39 - Nº 3

Mateus 25.6da Meia-Noite www.chamada.com.br MARÇO DE 2008 • Ano 39 • Nº 3 • R$ 3,50

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Prezados Amigos

As Seis Vestes de Jesus

Do Nosso Campo Visual• Tendências demoníacas

nos tempos finais - 13

• A religião na futura civilização global - 20

Aconselhamento Bíblico• Por que Pedro encontrou

graça e Judas não?

Chamada da Meia-Noite

www.Chamada.com.br

Índice

9Salvo Pela “Incrível Graça”

Publicação mensal

Administração e Impressão:Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

Endereço Postal:Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Preços (em R$):Assinatura anual ................................... 31,50

- semestral ............................ 19,00Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 35.00

Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992)

Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake

Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

Edições InternacionaisA revista “Chamada da Meia-Noite” é pu-blicada também em espanhol, inglês, ale-mão, italiano, holandês, francês, coreano,húngaro e cingalês.

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite”é uma missão sem fins lucrativos, com o obje-tivo de anunciar a Bíblia inteira como infalívele eterna Palavra de Deus escrita, inspiradapelo Espírito Santo, sendo o guia seguro paraa fé e conduta do cristão. A finalidade da“Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é:

1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares;

2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo;

3. preparar cristãos para Sua segunda vinda;4. manter a fé e advertir a respeito de falsas

doutrinas

Todas as atividades da “Obra MissionáriaChamada da Meia-Noite” são mantidas atra-vés de ofertas voluntárias dos que desejamter parte neste ministério.

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4 Chamada da Meia-Noite, março de 2008

O que os discípulos esperavam por ocasiãodaquela Páscoa? “Ora, nós esperávamos quefosse ele quem havia de redimir a Israel...” (Lc24.21). Eles esperavam por tempos melhores,pela libertação da malquista ocupação romana epela restauração do trono de Davi em Jerusalém.Essa é a visão materialista e limitada de nãopoucos até hoje em dia. Mas naquela Páscoa e naSexta-Feira da Paixão havia muito mais em jogodo que um assunto político local. Na realidade,era Deus lidando com Seus inimigos, mas estesnão eram os romanos e muito menos o reiHerodes. Em Seu Filho, Deus estava acertando ascontas com o príncipe deste mundo, com “aqueleque tem o poder da morte, a saber, o Diabo...”(Hb 2.14). Ele superou a pior doença, a lepra dopecado, quando o julgou em Seu próprio Filho nacruz. Através do sacrifício de Jesus, a morte foidestituída de seu poder, o que ficou triunfalmenteprovado pela Sua ressurreição.

Sexta-Feira da Paixão e Páscoa têm poderosasconseqüências sobre todo o cosmo, sobre oterritório dominado pelo Diabo, pois “para isto semanifestou o Filho de Deus: para destruir asobras do Diabo” (1 Jo 3.8). O mundo (no grego,cosmos) é o sistema organizado e dirigido porSatanás, caracterizado por rejeitar a Deus e opor-se a Ele. O último Adão superou vitoriosamente atentação e na cruz esmagou a cabeça daserpente. Desde então Satanás é um inimigovencido, ainda perigoso para nós como um leãoque ruge ao nosso redor, mas queinexoravelmente se encaminha para seu juízodefinitivo. Somos chamados, pela fé no Vitorioso,a resistir a esse inimigo e a nos proteger de suaslanças inflamadas com o escudo da fé. Umaocupação muito mais funesta que a romana emIsrael naquela época é o pecado ocupando ocoração de cada pessoa, pois essa ocupação nãocausa apenas prejuízos temporais mas eternos, asua eterna separação de Deus e do céu.Proporcionalmente, a libertação realizada porJesus na cruz e em Sua ressurreição éinfinitamente mais grandiosa e abrangente do quea simples libertação do jugo romano – Ele noslibertou do pecado que arruína a vida de todos!Em Jesus temos “...a redenção, pelo seu sangue,a remissão dos pecados, segundo a riqueza dasua graça” (Ef 1.7). Pelo Seu sangue, a sua e aminha culpa, causada pelo pecado, foi apagada,e nós fomos libertos da escravidão do pecado

para vivermos, agora, emliberdade debaixo da graça!

Na noite da Sexta-FeiraPedro chorou amargamente depois de havernegado seu Senhor por três vezes. Suasverborrágicas promessas de morrer com o Mestreruíram como um castelo de cartas, pois elereconheceu que falhou. Depois ele se arrependeusinceramente, tornando-se apto a experimentar agraça renovadora e redentora, que se revelou deforma tão imponente na pessoa do Salvadorcrucificado e ressurreto. Mais tarde, esse mesmoPedro escreveu aos cristãos “forasteiros daDispersão” (1 Pe 1.13): “esperai inteiramente nagraça que vos está sendo trazida na revelação deJesus Cristo”. Ele não os exortou a seesforçarem mais, a viverem de forma mais cristã,não fez apelos morais nem os incentivou afazerem tentativas de melhora. Ele os exortou aesperar inteiramente na graça do Senhor, poishavia aprendido e experimentado o que a graçade Jesus pode fazer da vida de um homem quefalhou e errou tanto.

Essa foi a razão que o levou a escrever em suasegunda carta: “Visto como, pelo seu divinopoder, nos têm sido doadas todas as coisas quenos conduzem à vida e à piedade... pelas quaisnos têm sido doadas as suas grandes e muipreciosas promessas, para que por elas vostorneis co-participantes da natureza divina,livrando-vos da corrupção das paixões que há nomundo” (2 Pe 1.3-4). O cristão tem parte navida de Deus por meio de Cristo e do EspíritoSanto que nele habita! Agradeçamos e contemosdiariamente com esse poder em nossa fraqueza!

Abençoada Páscoa com nosso ElevadoSenhor, que em breve vai voltar!

Dieter Steiger

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Há algum tempo visitei oWartburg, o castelo ondeLutero traduziu a Bíblia. Hámuitas coisas interessantespara ver ali – além da salaonde Lutero trabalhou. Porexemplo, nas paredes háretratos de todo tipo. Cha-ma a atenção que as mu-lheres se apresentam emseus melhores trajes. E oshomens usam vestimentasricamente enfeitadas commedalhas, ou então magní-ficos uniformes ou armadu-ras. As pessoas faziam-seretratar em toda a sua dig-nidade, principesca ou real.

Diz o ditado popular: “O hábi-to faz o monge”. De fato, muitasvezes as roupas dizem algo a res-peito do caráter de uma pessoa,suas idiossincrasias ou preferên-cias. É bem verdade que há pes-soas ricas e influentes que se ves-tem de forma simples, mesmoque os tecidos que usam sejammuito caros. Assim, uma simplesolhada de relance realmente podedar uma impressão errada.

As estrelas e celebridades danossa época normalmente nãopoupam esforços nem dinheiro afim de se apresentarem com asmelhores e mais chamativas rou-pas, apenas para continuarem in epara que se fale delas.

Como o Senhor Jesus, o Reidos reis e Senhor do senhores, es-tava vestido no dia de Sua morte(crucificação)? Ele usou seis vesti-mentas diferentes. Em minha opi-nião, Deus quer nos transmitiruma mensagem por meio delas.Vamos analisá-las uma a uma.

A ROUPARESPLANDECENTE

Quando Pôncio Pilatos desco-briu que Jesus era da Galiléia, eque Herodes, cujo domínio in-cluía a Galiléia, estava em Jerusa-lém naquele momento, ele enviouo Senhor até Herodes (Lc 23.6-7). Fazia tempo que este desejavaver um sinal milagroso realizadopor Jesus. Mas como o Senhornão respondeu às suas perguntas

(v.9) nem realizou milagres, oaparente interesse por Jesus ime-diatamente se transformou emzombaria e gozação: “E Herodes,com os seus soldados, desprezou-o, e,escarnecendo dele, vestiu-o de umaroupa resplandecente, e tornoua enviá-lo a Pilatos” (v.11, RC).Outras traduções chamam estaroupa de “manto esplêndido”,“manto branco” ou “manto real”.

É óbvio que Herodes queriausar isso para expor a reivindica-ção da realeza de Jesus ao debo-che público. Pois, pouco antes Je-

As estrelas e celebridades da nossaépoca normalmente não poupam esforços nem dinheiro a fim de seapresentarem com as melhores emais chamativas roupas, apenas para continuarem in e para que sefale delas.

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sus tinha respondido à pergunta dePilatos: “És tu o rei dos judeus?” com“Tu o dizes” (v.3). Todo o Sinédrioreunido naquele lugar tinha escuta-do essas palavras, e os mesmos ho-mens agora acusavam Jesus diantede Herodes, com certeza tambémpela Sua reivindicação de ser o Reidos judeus (cf. Lc 23.3,10).

Com esta roupa resplandecenteque Herodes tinha mandado quevestissem em Jesus, ele O tinha ex-posto à zombaria das pessoas. Elaszombavam dEle por causa daquiloque Jesus realmente era: o Rei dosjudeus; a verdade absoluta e com-provada a respeito de Jesus foi de-bochada.

Algo muito parecido acontecehoje: inúmeras publicações sobreJesus arrastam a verdade a respeitode Sua Pessoa na lama. Nenhumaoutra religião é tão vilipendiadaquanto o verdadeiro cristianismo,pois a mensagem do Evangelho deJesus Cristo que ela prega é a ver-dade. Por trás disso está o pai damentira, o diabo (Jo 8.44), que

combate essa verdade com todos osmeios de que dispõe.

A roupa resplandecente coloca-da sobre Jesus também significaque o Senhor tomou sobre si todosos pecados, mesmo aqueles que oser humano tanto gosta de usar,mas que não o fazem feliz: roupasmaravilhosas, esplêndidas, e jóiaspreciosas. Os homens gostam de seapresentar com elas, mas, na maio-ria das vezes, por baixo só estão es-condidos egoísmo, orgulho e umaambição ilimitada.

A “roupa resplandecente” doshomens tenciona esconder a suamiséria e natureza pecaminosa, o“manto branco” precisa ocultar ahipocrisia, o “manto esplêndido”tenta neutralizar o mau cheiro dadebilidade humana e o “mantoreal” procura testemunhar imortali-dade, mesmo que o ser humano se-ja totalmente mortal.

Jesus vestiu, tomou sobre si ecarregou tudo isso. Agora Ele trans-forma qualquer pessoa que crê nEleem “rei e sacerdote” (cf. Ap 1.5-6).

O MANTO ESCARLATEDepois que Pilatos tinha manda-

do açoitar Jesus (Mt 27.26), o textocontinua: “Logo a seguir, os soldadosdo governador, levando Jesus para opretório, reuniram em torno dele todaa coorte. Despojando-o das vestes, co-briram-no com um manto escarla-te” (vv. 27-28). Outras traduçõesfalam em “manto de púrpura”, “ca-pa de soldado púrpura” ou “mantovermelho”. Tratava-se de uma capavermelha do tipo usado por solda-dos. Foi uma capa dessas que colo-caram nos ombros de Jesus.

Sem saber, em seu deboche ezombaria os soldados fizeram algocujo significado mais profundo in-dica o motivo do sacrifício de Jesus.Afinal, o “manto vermelho” ou “es-carlate” nos lembra todo aquelesangue derramado sobre a terra, asincontáveis guerras e as muitas víti-mas inocentes. Ele proclama que ohomem não se entende com seupróximo, que há apenas brigas en-tre eles. Ele nos lembra assaltos,violência, poder desmedido e injus-tiça, assassinatos e homicídios e oespírito assassino inventivo da hu-manidade. Ele nos lembra as gran-des guerras (entre os povos) e aspequenas guerras (nas famílias, en-tre vizinhos, etc.).

O “manto escarlate” do soldadorepresenta ódio e vingança, retalia-ção, busca por poder e exercício datirania. Mas ele também expressaque o homem não vale nada para osoutros homens. Esse “manto ver-melho do soldado” deveria estarsempre diante dos nossos olhos.

Jesus quis tomar nossa culpa so-bre si de forma voluntária, e fez issode forma conseqüente. Essa era aSua missão, a Sua tarefa. Jesus to-mou sobre si a culpa de todas asdiscórdias do relacionamento hu-mano, todo ódio e todo assassinato:esta é a verdade ilustrada pelo“manto vermelho do soldado”, que

6 Chamada da Meia-Noite, março de 2008

Inúmeras publicações sobre Jesus arrastam a verdade a respeito de Sua Pessoa nalama. Nenhuma outra religião é tão vilipendiada quanto o verdadeiro cristianismo.

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Ele permitiu que fosse colocado emSeus ombros.

SUAS PRÓPRIAS ROUPAS“E, depois de o haverem escarneci-

do, tiraram-lhe a capa, vestiram-lheas suas vestes e o levaram para sercrucificado” (Mt 27.31, ACF).

As roupas de Jesus eram feitaspor mãos de homem, para seremusadas por homens; eram de mate-rial terreno. Jesus usou essas roupasdurante a Sua vida.

Sendo Deus, Ele vestiu essa“roupa” para se tornar completa-mente homem. Ele praticamente“vestiu nossa pele” e assumiu hu-manidade completa.

E como Jesus usou essas roupasfeitas por homens, elas tambémrealizaram milagres. Uma mulhertocou a bainha da Sua roupa e ime-diatamente ficou curada (Mc5.25ss.).

As roupas de Jesus indicam queEle se tornou homem, e nos en-sinam que Ele quer tornar a nos-sa humanidade completa. E quan-do nós O convidamos a preenchernossa humanidade, Cristo, a espe-

rança da glória (Cl1.27), vive em nós.

Suas roupas se trans-formaram em símboloda redenção, pois qua-tro soldados as toma-ram e dividiram entre si(Jo 19.23). As roupasde um condenado àcruz eram despojos doscarrascos. Assim, asroupas de Jesus, crucifi-cado vicariamente pelanossa culpa, transfor-maram-se em “vestesde salvação” para nós(Is 61.10).

Tiraram dele a “ca-pa” e “vestiram-lhe assuas vestes”. Jesus não

era nem como Herodes (manto es-plêndido) nem como os soldados(capa). Ele os usou e depois foi des-pido delas. Mas Ele continuou sen-do verdadeiro homem.

A TÚNICA“Os soldados, pois, quando crucifi-

caram Jesus, tomaram-lhe as vestes efizeram quatro partes, para cada sol-dado uma parte; e pegaram também atúnica. A túnica, porém, era sem cos-tura, toda tecida de alto a baixo. Dis-seram, pois, uns aos outros: Não arasguemos, mas lancemos sortes sobreela para ver a quem caberá – para secumprir a Escritura: Repartiram entresi as minhas vestes e sobre a minha tú-nica lançaram sortes. Assim, pois, o fi-zeram os soldados” (Jo 19.23-24).

O texto diz expressamente queessa túnica tinha sido tecida semusar qualquer costura. As roupasdo sumo sacerdote também eramfeitas dessa forma: “Farás também asobrepeliz da estola sacerdotal toda deestofo azul. No meio dela, haverá umaabertura para a cabeça; será debruadaessa abertura, como a abertura de umasaia de malha, para que não se rom-

pa” (Êx 28.31-32). A diferença es-tava no fato de que o sumo sacer-dote usava essa peça por cima detodas as outras, e Jesus a usava porbaixo. Isso também tem um signifi-cado mais profundo: Jesus Cristo éo verdadeiro Sumo Sacerdote, ain-da ocultado. Ele veio ao mundo co-mo Filho de Deus e revelou-se co-mo Messias de Israel em Seus atos.Mas era preciso que também ficasseclaro que Ele era mais que isso: oeterno Sumo Sacerdote de Seu po-vo. No fim de Sua vida ficou claroqual era o Seu destino inicial.

O povo celebrou-O como Filhode Davi, louvou-O como Messias egrande Profeta. Contavam com avitória sobre os romanos e o estabe-lecimento de um reino messiânico.Mas eles não perceberam que pri-meiro Jesus teria de morrer pelospecados dos homens, como o Cor-deiro de Deus. Podemos chegar aEle, o Senhor crucificado e ressus-citado, com toda a nossa culpa. Eleintercede por nós, é nosso Advoga-do diante do Pai celeste: Seu sacri-fício vale perante Deus. Jesus é tu-do de que nós precisamos!

A túnica de Jesus não tinha cos-turas. O sacerdócio de Jesus é indi-visível, não há nenhuma costuraque possa ser desfeita, ele é umaunidade. Seu sacerdócio não podeser dividido com Maria, outra assimchamada mediadora, nem com ossacerdotes eclesiásticos, nem com opapa nem com nenhuma outra reli-gião. Somente Ele é o eterno e ver-dadeiro Sumo Sacerdote, o únicoMediador entre Deus e os homens(cf. 1 Tm 2.5-6).

O PANOComo Jesus fora despido de

Suas roupas e de Sua túnica, Eleficou dependurado na cruz cober-to apenas por um pano. Estavapraticamente nu. O Salmo 22.17-

7Chamada da Meia-Noite, março de 2008

O “manto vermelho” proclama que o homem não seentende com seu próximo, que há apenas brigas entre eles. Ele nos lembra assaltos, violência, poderdesmedido e injustiça, assassinatos e homicídios e o espírito assassino inventivo da humanidade.

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18 O descreve desta forma: “Pos-so contar todos os meus ossos; elesme estão olhando e encarando emmim. Repartem entre si as minhasvestes e sobre a minha túnica dei-tam sortes”. Hermann Menge tra-duziu a última parte do versículo17 desta forma: “...mas eles olhampara mim e se deleitam com a vi-são”.

A nudez retrata pecado e vergo-nha. Ela personifica o pecado origi-nal. Desde Adão todos nós nasce-mos em pecado, por isso chegamosao mundo nus. Em Gênesis 3.7 le-mos: “Abriram-se, então, os olhos deambos; e, percebendo que estavam nus,coseram folhas de figueira e fizeramcintas para si”. Adão disse a Deus:“Ouvi a tua voz no jardim, e, porqueestava nu, tive medo, e me escondi”(v.10). E Deus respondeu: “Quemte fez saber que estavas nu? Comesteda árvore de que te ordenei que não co-messes?” (v.11).

O primeiro Adão pegou o frutoproibido da árvore, e tornou-se opecador cuja iniqüidade pesa sobretodos os homens.

O último Adão foi penduradonum madeiro e “feito pecado” (2Co 5.21). Jesus tomou sobre si aculpa original do pecado a fim deeliminar a culpa do homem. Quemcrê em Jesus não tem somente operdão de seus pecados, mas tam-bém do pecado original, no qual to-dos nós nascemos.

OS LENÇÓIS“Tomaram, pois, o corpo de Jesus e

o envolveram em lençóis (de linho)com os aromas, como é de uso entre osjudeus na preparação para o sepulcro”(Jo 19.40).

O linho era usado nas vestes sa-cerdotais (Lv 6.10). Também os ta-petes, toalhas e cortinas do taberná-culo eram feitos de linho (Êx26.1,31,36; cf. também 1 Cr15.27).

Era costume que os judeus mor-tos fossem sepultados enrolados emlençóis de linho. Jesus foi “sepulta-do” como um verdadeiro judeu.

Mais tarde, quando Jesus ressus-citou, o texto diz: “Então, Simão

Pedro, seguindo-o, chegou e entrou nosepulcro. Ele também viu os lençóis, eo lenço que estivera sobre a cabeça deJesus, e que não estava com os lençóis,mas deixado num lugar à parte” (Jo20.6-7).

Em minha opinião, os lençóisnos lembram as obras da lei, o sa-cerdócio do Antigo Testamento, otabernáculo, as leis e prescrições, asobras e os esforços dos judeus queseguiam a lei.

Jesus foi colocado no túmulo en-volto em linho, mas na Sua ressurrei-ção Ele deixou os lençóis para trás.Ele cumpriu a lei de forma completa.Ele é o cumprimento da lei (Mt5.17). Nele qualquer pessoa que Lhepertença é tornada completa.

APLICAÇÃO PESSOALJesus usou o manto esplêndido

de Herodes, o orgulho e a soberbada humanidade sem Deus. O Se-nhor permitiu que Lhe colocassemo manto vermelho dos soldados, oódio abismal e a brutalidade do serhumano. Jesus usou Suas própriasroupas: Ele se tornou completa-mente homem. Ele usou uma túni-ca sem costuras: Ele é o verdadeiroSumo Sacerdote. Na cruz Ele foicoberto somente com um pano. Je-sus levou não somente os pecados,mas o pecado original. Na morte oSenhor usou os lençóis de linho,depois despidos na ressurreição. Je-sus é o cumprimento da lei.

Agora toda pessoa renascida échamada a despir o velho homem evestir o novo homem em Cristo:“...[despojai-vos] do velho homem,que se corrompe segundo as concupis-cências do engano, e [renovai-vos] noespírito do vosso entendimento, e [re-vesti-vos] do novo homem, criado se-gundo Deus, em justiça e retidão pro-cedentes da verdade” (Ef 4.22-24).“...revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”(Rm 13.14).

8 Chamada da Meia-Noite, março de 2008

A túnica de Jesus não tinha costuras. O sacerdócio de Jesus é indivisível, não há nenhuma costura que possa ser desfeita, ele é uma unidade.

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JOHN NEWTO N era pastor de umaigreja crescente em Olney, na Ingla-terra, quando compôs a letra da-quele que talvez seja o hino maisconhecido até hoje – Amazing Grace(i.e., “Incrível Graça”). Newton es-tava satisfeito naquele contexto devida campestre. Ele tinha uma es-posa carinhosa ao seu lado, desen-volvia um bom ministério pastoral eestava cercado de pessoas amáveis.Naquele momento, Newton desfru-tava de uma ótima vida. Mas, 25anos antes, sua vida estava em ruí-nas.

Newton nasceu em Londres nodia 24 de julho de 1725. Seu pai,um capitão de navio mercante, oamava, porém era um homem seve-ro e reservado. Por outro lado, a

mãe de John era uma mulher aten-ciosa e cuidadosa. Ela lhe ensinouas Escrituras – capítulos inteiros daBíblia de uma vez – bem como hi-nos e poemas. Infelizmente, a mãede John Newton morreu, duas se-manas antes que ele completassesete anos de idade, e, pouco tempodepois, seu pai casou-se novamen-te.

Quando o novo casal teve seupróprio filho, ambos deram maisatenção e carinho a este do que aJohn Newton, de modo que Johndeixou-se levar pela companhia in-fluente de garotos pervertidos,aprendendo a andar nos sórdidoscaminhos que eles trilhavam. Coma idade de 11 anos, ele fez a primei-ra das cinco viagens marítimas na

companhia de seu pai, durante aqual rapidamente aprendeu a xin-gar e amaldiçoar com os melhoresmarujos.

Entretanto, durante os cincoanos que se seguiram, John se viuforçado a refletir seriamente sobre acondição de sua alma. Certa feitafaltou pouco para que John Newtonembarcasse num navio de guerraque levava a bordo um amigo dele.Mais tarde, todavia, ele soube queaquele navio naufragara e que seuamigo, junto com vários outros tri-pulantes, tinha morrido afogado.

Também foi nessa época queNewton teve um sonho perturbadorno qual ele jogava fora um anel querepresentava toda a misericórdiaque Deus lhe reservara. Essas expe-

9Chamada da Meia-Noite, março de 2008

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riências pesaram de forma tremen-damente condenatória na consciên-cia de Newton e, por algum tempo,impeliram-no a tratar as questõesespirituais com mais seriedade.Contudo, passados alguns dias, elelogo se esquecia daquilo que o leva-ra à sobriedade e continuava suaqueda vertiginosa na espiral da per-versidade. Newton afirmou: “Eugeralmente considerava a religiãocomo um meio necessário para seescapar do inferno; mas eu amava opecado e não estava disposto aabandoná-lo”.[1]

Aos 19 anos de idade, Newtonfoi obrigado a se alistar como aspi-rante da Marinha para servir no na-vio HMS Harwich. Passado algumtempo, ele desertou, foi capturado,encarcerado, açoitado a bordo donavio, fustigado com chicote de no-ve tiras, e rebaixado. Então Newtonentrou em terrível depressão e de-sespero, que o levaram, por vezes, a

querer se lançar ao mar e a planejarmaneiras de assassinar o capitãoque o humilhara. Entretanto, nãodemorou muito para que a situaçãodele mudasse, quando o capitão deseu navio fez uma permuta entre elee marinheiros de um navio que es-tava preste a zarpar para a ÁfricaOcidental à procura de escravos.

A ÉPOCA NO TRÁFICO DE ESCRAVOS

Em meados de 1700, o tráficode escravos era um negócio lucrati-vo. Mais de 100 mil escravos foramtrazidos para o Novo Mundo emnavios ingleses.[2] William E.Phipps escreveu: “No século XVIII,a média de mortalidade dos escra-vos durante o trajeto [da África pa-ra algum porto no Caribe ou nosEstados Unidos, onde eram vendi-dos] em navios ingleses era de apro-ximadamente quinze por cento”.[3]Cerca de 15 mil escravos africanosmorreram a bordo de navios ingle-ses nessa época.

Em seu novo ambiente, Newtonnão fez absolutamente nada paraser benquisto pelos oficiais do na-vio. Ele compôs uma cantiga de es-cárnio para ridicularizar o capitãodo navio e a ensinou para a tripula-ção inteira. Após capturar uma lu-crativa quantidade de escravos,Newton ganhou a permissão de fi-car na África, ao longo da costa daGuiné, onde trabalhava para umtraficante de escravos inglês que vi-via com uma amante africana. Essamulher não gostava de Newton.Quando Newton contraiu malária,ela o tratou cruelmente, com insul-

tos e subnutrição para que morressede fome.

Tempos depois, Newton foi in-justamente acusado de roubar otraficante inglês. Ele ficou acorren-tado com cadeias no convés do na-vio daquele homem e foi mantidocom pouca comida, água e roupa.Na verdade, ele se tornou escravodaquele homem e, por ironia dodestino, recebeu o mesmo trata-mento com o qual eram tratadas aspessoas que tinham sido escraviza-das com a ajuda dele.

Esse tormento durou um ano,até que Newton convencesse seudono a cedê-lo para um outro trafi-cante de escravos. Seu novo senhortratou-o com bondade e o colocouna supervisão das “feitorias” (pri-sões para escravos localizadas nosportos).

Apesar dos olhos vigilantes deseu antigo senhor traficante de es-cravos, Newton conseguiu enviaralgumas cartas para seu pai, nasquais pedia socorro. Certo dia, umnavio mercante denominado Grey-hound [i.e., “cão pernalta e veloz”]chegou onde Newton estava. Elefora enviado àquele lugar por or-dem do pai de John Newton. Aprincípio, Newton hesitou em dei-xar seu negócio que a essa altura jáera lucrativo, mas, por fim, concor-dou em voltar à Inglaterra. Newtonfoi mantido cativo na África por 15meses ao todo.

A bordo do Greyhound em suaviagem de volta, Newton demons-trou ser o homem mais profano edevasso do navio. Certa noite, eleestava tão bêbado, que quando seuchapéu caiu no mar pela força dovento, se outro marujo não o agar-rasse pela roupa, ele teria se lança-do nas águas em busca do chapéu.

Mais tarde naquela viagem,Newton folheou um dos poucos li-vros que havia a bordo – Imitation ofChrist [i.e., “Imitação de Cristo”].

10 Chamada da Meia-Noite, março de 2008

Em meados de 1700, o tráfico de escravos eraum negócio lucrativo. Mais de 100 mil escravosforam trazidos para o Novo Mundo em navios ingleses.

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Newton começou a ler esse livrocomo um mero passatempo, mas,depois, passou a se perguntar o quelhe aconteceria se aquilo que neleestava escrito fosse verdade. Ele fi-cou com medo e fechou o livro.

ATINGIDO PELATEMPESTADE

Naquela noite de 21 de marçode 1748, uma violenta tempestadese abateu sobre o navio, que porpouco não afundou. Homens, ani-mais e provisões foram arrastadospela força das águas e caíram nomar. Newton orou a Deus pela pri-meira vez depois de anos. Ele temiaestar à beira da morte e, se a fé cris-tã fosse verdadeira, estava certo deque não seria perdoado. John refle-tiu em tudo o que fizera naquelesúltimos anos, inclusive a atitude dezombar dos fatos históricos doEvangelho, e ficou abalado.

Passados quatro dias, a tempes-tade diminuiu. Pela providência deDeus, a cera de abelha, que se en-contrava no porão de carga, ajudouque o navio continuasse a flutuar.Newton atribuiu a Deus aquele li-vramento que tiveram. Ele come-çou a ler o Novo Testamento commais interesse. Quando chegou àpassagem de Lucas 15, John perce-beu os impressionantes paralelosentre a sua vida e a vida do filhopródigo.

O navio ficou à deriva por ummês. Os suprimentos se esgotaram.O capitão culpou a blasfêmia deNewton como a causa dos proble-mas que enfrentavam e cogitou ahipótese de jogá-lo ao mar, à seme-lhança de Jonas. O navio avariadofinalmente conseguiu seguir seu ru-mo para a Irlanda do Norte, a tem-po de não ser apanhado por umvendaval que começava a ocorrer.Newton reconheceu que Deus res-pondera sua oração.

Ao chegarem em terra firme,Newton tomou a decisão de nãomais xingar e blasfemar. Ele chegoua voltar para a igreja. Entretanto,ainda não era um crente em Jesus.Mais tarde ele declarou: “Pensoque aquele foi o início de meu re-torno para Deus, ou antes, o retor-no dEle para mim; contudo, só con-sidero que vim a ser crente emCristo (no sentido pleno da palavracrente) muito tempo depois daquelemomento”.[4]

REGENERADO PELA FÉEm 1749 Newton zarpou como

primeiro piloto de um navio negrei-ro. A essa altura, ele já tinha se es-quecido do compromisso que assu-mira e recaiu nas antigas práticaspecaminosas. Enquanto buscava es-cravos ao longo da costa ocidentalda África, John Newton foi nova-mente acometido de malária, situa-

ção que o levou a refletir mais umavez sobre a sua vida. Diante das mi-sericórdias de Deus para com suavida, ele estava absolutamente con-victo da culpa pelos erros que re-centemente cometera. Meio deli-rante e enfraquecido, Newton se le-vantou da cama e caminhou comdificuldade até um lugar afastadoda ilha. Naquele local, percebendoa futilidade de tomar decisões auto-confiantes, “ele se entregou ao Se-nhor”, escreve Richard Cecil, “paraque Deus fizesse com ele aquilo quefosse do Seu agrado. Ao que pare-ce, nada de novo acontecia em suamente, exceto o fato de que ele es-tava apto para confiar e crer numSalvador crucificado”.[5] A incrívelgraça de Deus preciosamente semanifestou no exato momento emque John Newton creu pela primei-ra vez.

Daquele momento em diante, avida de Newton mudou gradativa-

11Chamada da Meia-Noite, março de 2008

Naquela noite de 21 de março de 1748, uma violenta tempestade se abateu sobre o navio, que por pouco não afundou. Newton orou

a Deus pela primeira vez depois de anos.

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mente. No começo, como acontececom a maioria dos crentes, ele nãopercebia todas as áreas de sua vidaque precisavam ser transformadaspela graça de Deus.

Por exemplo, por cinco anos, eleenfrentou lutas quanto à certeza desua salvação. Todavia, através doencorajamento dado por outro ca-pitão de navio, que também eracrente em Cristo, as dúvidas foramvencidas, conforme Newton decla-rou: “Eu comecei a entender [...] ea ter esperança de ser preservado esalvo, não por meu próprio poder esantidade, mas pelo imenso poder epromessa de Deus, através da fénum Salvador imutável”.[6]

A mudança mais evidente na vi-da de Newton se deu na área dotráfico de escravos. Um ano antesde crer em Jesus Cristo, John New-ton se tornou capitão de um navionegreiro. Nos quatro anos seguintesà sua salvação, Newton realizou trêsviagens com o intuito de buscar es-cravos na África e levá-los para se-rem vendidos no Caribe. Duranteessas viagens, Newton liderou suatripulação em cultos de adoração eem momentos de oração. Contudo,ele também foi forçado a sufocarrebeliões de escravos, chegando aponto de utilizar instrumentos detortura para apertar polegares a fimde arrancar confissões.

Mais tarde, Newton se conscien-tizou de que o tráfico de escravos esua participação nele eram algo mo-ralmente ultrajante e repulsivo. Eleafirmou: “a força do hábito, oexemplo e o interesse [comercial]cegaram meus olhos”.[7]

A partir do momento em que oEspírito Santo convenceu JohnNewton dos males e pecados envol-vidos no tráfico de escravos, elepassou a trabalhar incansavelmentepara extingui-lo num esforço de dé-cadas. Ele foi orientador e conse-lheiro de um crente em Cristo mais

novo do que ele, chamado WilliamWilberforce, o qual atuou no Parla-mento Britânico. Wilberforce setornou o mais notável e eficaz abo-licionista da história da Inglaterra.Alguns meses antes da morte deNewton, ocorrida em 21 de dezem-bro de 1807, o Parlamento Britâni-co aprovou o Decreto da Aboliçãodo Tráfico de Escravos, o que mui-to alegrou Newton.

A TERNURA DA GRAÇAAntes de experimentar a graça

salvadora de Deus, John Newtonnão tinha o menor receio de xingare proferir palavrões quando relam-pejava, de blasfemar contra o Deusdo céu, de zombar da Bíblia, de ri-dicularizar a consagração a Deus,de se envolver em atos depravados,nem o mínimo escrúpulo de com-prar e vender seres humanos comose fossem objetos ou mercadorias.

Entretanto, John Newton mu-dou completamente após a sua con-versão. Mais tarde, ele se tornoupastor e exerceu o ministério pasto-ral por 23 anos, sempre salientandoem seus sermões o tema da graçade Deus. Ele compôs e publicoucentenas de hinos, inclusive o hinointitulado How Sweet the Name ofJesus Sounds [que traduzido querdizer: “Quão doce soa o nome deJesus”] (um nítido contraste com aépoca blasfema de sua vida pregres-sa), bem como demonstrou inces-sante hospitalida-de em sua casa.

Ele mantevecomunhão comalguns dos maisnotáveis nomesdo avivamentoevangélico na In-glaterra, tais co-mo George Whi-tefield e JohnWesley; ensinou

e encorajou pessoas influentes co-mo o grande missionário WilliamCarey, o poeta William Cowper, e oabolicionista William Wilberforce;além disso, tornou-se um dos maio-res defensores do fim da escravidãona Grã-Bretanha.

Como explicar tamanha trans-formação na vida de um homem?Semanas antes de sua morte, já ve-lho e debilitado, Newton explicou:“Minha memória praticamente sefoi; mas ainda consigo me lembrarde duas coisas: que eu sou um tre-mendo pecador e que Cristo é umtremendo Salvador”.[8] (Israel MyGlory)

Bruce Scott é coordenador de recrutamentode The Friends of Israel.

Notas:1. Richard Cecil, The Works of the Rev. John

Newton, 3ª ed., vol. 1, 1824; reimpressão,Carlisle, PA: The Banner of Truth Trust,1985, 1:4.

2. William E. Phipps, Amazing Grace in JohnNewton: Slave-Ship Captain, Hymnwriter,and Abolitionist, Macon, GA: Mercer Uni-versity Press, 2001, p. 63.

3. Ibid., p. 60.4. Cecil, p. 33.5. Ibid., p. 37.6. Phipps, p. 66.7. Ibid., p. 202.8. Ibid., p. 238.

12 Chamada da Meia-Noite, março de 2008

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Representantes empedernidos daevolução não querem aceitar a exis-tência do Criador. Eles argumentam:“Mesmo que não haja provas para ateoria da evolução, não vamos crer nacriação através de Deus”.

Li em um livro:Os cientistas do painel da ONU so-

bre o clima advertiram: se não foremtomadas medidas drásticas, a humani-dade estará sujeita a uma catástrofeclimática... Há mais de 2000 anos, osautores bíblicos já previram catástrofesclimáticas. Jesus Cristo também faloude alterações ameaçadoras em nossosistema solar, de inundações e deabalos das forças da natureza. Na ex-pectativa dessas coisas, os povos fica-rão paralizados de medo, enquanto oslíderes não saberão o que fazer. Jesusdisse que o mundo em que vivemospassará. Mas a Sua Palavra permane-cerá.

Isso significa que a Palavra deDeus se cumprirá. Das milhares depromessas de Deus, nenhuma ficarásem se realizar. Podemos confiar nissointeiramente... Deus nos exorta a crer-mos na Sua Palavra e a obedecer-Lhe.Essa fé não é a crença em uma pro-grama ou em um sistema, mas emuma Pessoa: Jesus Cristo, pois Ele éDeus. Ele tem a última palavra.[1]

O Deus evolucionista

Quanto mais avança o tempo,tanto menos acredita-se na veraci-dade da Palavra de Deus. Discus-sões acaloradas e campanhas pró-evolução e contra a criação domi-nam a mídia. Mesmo no meio

cristão, a evolução é cadavez mais integrada à teolo-gia. Argumenta-se que am-bas podem ser maravilho-samente conciliadas: Deusteria criado através da evo-lução.

O relato seguinte mos-tra quanto já se alastrou opânico por causa da poluição deum mundo que teria surgido atra-vés da evolução:

Os ecologistas exigiram uma maiorcontribuição dos agricultores para aproteção do meio ambiente. Segundoeles, a agricultura e a pecuária naAlemanha estariam produzindo até11% dos gases causadores do efeitoestufa... conforme um estudo publica-do pelo WWF (World Wildlife Fund –

Fundo Mundial da Vida Selvagem).Os gases provenientes da digestão porparte de uma única vaca leiteira se-riam praticamente tão prejudiciais aoclima quanto os de um automóvel depequeno porte que roda 18.000 quilô-metros por ano. Por isso, o WWF exi-ge um “imposto de emissão” para osagricultores... Os consumidores tam-bém deveriam prestar mais atençãoao equilíbrio ecológico da sua alimen-

13Chamada da Meia-Noite, março de 2008

Uma vaca leiteira seria praticamente tão prejudicial ao clima quanto um automóvelde pequeno porte que roda 18.000 quilômetros por ano.

Tendências demoníacasnos tempos finais

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tação, afirmou Tanja Dräger de Teran,especialista agrária do WWF. Suasdicas: usar mais produtos regionais eecológicos, consumir menos carne emenos arroz. Segundo ela, a produ-ção de arroz em campos irrigados re-presenta um grave problema climáticoem todo o mundo. A especialista enfa-tizou que a agricultura ecológica, porusar menos energia, também produzmenos gases causadores do efeito es-tufa. Por isso, seria necessário estimu-lar cada vez mais a agricultura ecolo-gicamente correta.[2]

O jornalista alemão PeterScholl-Latour disse recentementeque o atual ateísmo transformou-se, na realidade, em uma nova re-ligião. Trata-se do afastamento detodos os valores bíblicos anterior-mente aceitos nos países cristãos.Essa apostasia é freqüentementecitada na Bíblia. Entretanto, apouca sustentação do ateísmo,que desaba facilmente como umcastelo de cartas, foi bem descrita

em uma frase de Robert Lembke:“Durante fortes turbulências, nãohá ateus nos aviões”.[3]

Os criacionistas, normalmentecristãos, são cada vez mais rejeita-dos. Os evolucionistas e ateus, en-tretanto, por terem criado um ou-tro “deus”, recebem sempre maisespaço para espalharem suas diva-gações entre o grande público. Osateus estão em alta. Por exemplo,o livro Deus – Um Delírio, de Ri-chard Dawkins, tornou-se umbest-seller.

A ira de Deus desde o céu

Desse modo, conforme a Bí-blia, encontramo-nos em meioaos tempos finais: o afastamentode todos os valores bíblicos ante-riormente aceitos. A respeito, aEscritura diz: “A ira de Deus serevela do céu contra toda im-piedade e perversão dos ho-mens que detêm a verdade pe-

la injustiça; porquanto o quede Deus se pode conhecer émanifesto entre eles, porqueDeus lhes manifestou. Porqueos atributos invisíveis de Deus,assim o seu eterno poder, co-mo também a sua própria di-vindade, claramente se reco-nhecem, desde o princípio domundo, sendo percebidos pormeio das coisas que foramcriadas. Tais homens são, porisso, indesculpáveis; porquan-to, tendo conhecimento deDeus, não o glorificaram comoDeus, nem lhe deram graças;antes, se tornaram nulos emseus próprios raciocínios, obs-curecendo-se-lhes o coraçãoinsensato. Inculcando-se porsábios, tornaram-se loucos emudaram a glória do Deus in-corruptível em semelhança daimagem de homem corruptí-vel, bem como de aves, qua-drúpedes e répteis... pois elesmudaram a verdade de Deusem mentira, adorando e ser-vindo a criatura em lugar doCriador, o qual é bendito eter-namente. Amém!” (Romanos1.18-23,25).

Quais são os detalhes que essapassagem bíblica esclarece?

1. Que Deus é o Criador e, co-mo tal, pode ser claramente reco-nhecido. Foi o que percebeu umrei inca, sobre o qual li:

O rei Pacachuti (1431-1471 d.C.)levou o império dos incas ao auge.Mesmo sem acesso à Bíblia, ele che-gou à conclusão de que, até então, ti-nha adorado apenas um elemento dacriação, o Sol, e não o próprio Cria-dor.

Em primeiro lugar, ele observouque Inti (o Sol), seu deus, fazia diaria-mente a mesma coisa. Portanto, a vidadele mesmo era mais interessante doque a do seu deus. Em segundo lugar,

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Do Nosso Campo Visual

Pachacuti, o grande rei dos incas, mesmo sem acesso à Bíblia, chegou à conclusãode que, até então, tinha adorado apenas um elemento da criação, o Sol, e não o próprio Criador.

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ele se admirou que uma pequena nu-vem podia encobrir a visão do seudeus. Em terceiro lugar, ele se pergun-tou: quem terá criado o Sol? Assim,ele pequisou os escritos de seus ante-passados. E, eis que, tinha havido umtempo em que seu povo havia adora-do o Criador de todas as coisas, overdadeiro Deus. Desse modo, ele pro-curou e encontrou o Deus que é muitomaior que qualquer elemento da cria-ção. Então, o rei ordenou ao seu povoque não adorasse mais o Sol, masAquele que tinha criado o Sol.[4]

O conhecido poeta alemãoMatthias Claudius (1740-1815)afirmou: “Certamente a primave-ra é uma clara revelação de Deuse da Sua bondade, pois, o que nostoca de tal maneira o coração, de-ve proceder do coração de al-guém”.

2. A ira de Deus atinge o mun-do numa época em que a criaçãofoi elevada como divindade e aevolução foi aceita quase sem res-trições. Esse é exatamente o nossotempo! Uma tradução alemã deRomanos 1.25 diz: “eles trocaramo verdadeiro Deus por um emara-nhado de mentiras, e honraram eserviram mais a criatura do que oCriador, que é bendito eterna-mente. Amém!”.

3. A impiedade e a injustiça dahumanidade nos tempos finais serevela menos através das atrocida-des cometidas, mas principalmen-te pela mentira que bloqueia a ver-dade. Trata-se de um tempo emque se nega conscientemente acriação evidente por parte de Deuse se coloca a criatura acima doCriador. As barbaridades de nos-sos dias têm sua origem na impie-dade e na injustiça e são conse-qüências delas. É o que vemos,por exemplo, nas pesquisas comembriões, no homossexualismo,nos delírios mentirosos do esote-

rismo, da feitiçariamoderna, etc. A Bí-blia descreve essasabominações com asseguintes palavras:“E, por haveremdesprezado o co-nhecimento deDeus, o próprioDeus os entregou auma disposiçãomental reprovável,para praticaremcoisas inconvenien-tes, cheios de todainjustiça, malícia,avareza e maldade;possuídos de inve-ja, homicídio, con-tenda, dolo e ma-lignidade; sendodifamadores, calu-niadores, aborreci-dos de Deus, inso-lentes, soberbos,presunçosos, in-ventores de males,desobedientes aospais, insensatos,pérfidos, sem afei-ção natural e semmisericórdia. Ora,conhecendo eles a sentença deDeus, de que são passíveis demorte os que tais coisas prati-cam, não somente as fazem,mas também aprovam os queassim procedem” (Romanos1.28-32).

O evolucionismo conduz aosatos mais abomináveis. Li, porexemplo:

Desde o início de 2007 é permitidana Grã-Bretanha a formação de em-briões mistos com células humanas ede animais. Agora, os pesquisadorespoderão inserir DNA humano em umóvulo de suínos ou de gado, do qualtenha sido retirado antes o código ge-nético original”.[3]

Se não existe Deus e Criador,mas apenas a evolução, o homemnão é responsável diante de nin-guém, o que leva à degeneraçãoradical. Nessa situação, toda mo-ral será logo lançada fora, paraque o barco siga seu rumo.

4. Nos tempos finais, a ira deDeus atingirá a terra a partir docéu. Com isso, chegamos aos juí-zos que são descritos no Apocalip-se. Tudo indica que o EspíritoSanto relacionou o texto de Ro-manos 1.18 ao Apocalipse, ou se-ja, aos acontecimentos dos tem-pos finais. Certamente não é poracaso que no Apocalipse Deus éexaltado e louvado como Criador

15Chamada da Meia-Noite, março de 2008

Do Nosso Campo Visual

Se não existe Deus e Criador, mas apenas a evolução,o homem não é responsável diante de ninguém, o que

leva à degeneração radical.

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do mesmo modo como na Epísto-la aos Romanos: “dizendo, emgrande voz: Temei a Deus edai-lhe glória, pois é chegadaa hora do seu juízo; e adoraiaquele que fez o céu, e a terra,e o mar, e as fontes das águas”(Apocalipse 14.7). “Os outroshomens, aqueles que não fo-ram mortos por esses flagelos,não se arrependeram dasobras das suas mãos, deixandode adorar os demônios e osídolos de ouro, de prata, decobre, de pedra e de pau, quenem podem ver, nem ouvir,nem andar; nem ainda se ar-rependeram dos seus assassí-nios, nem das suas feitiçarias,nem da sua prostituição, nemdos seus furtos” (Apocalipse9.20-21). Nesses dois versículoshá duas referências à falta de arre-pendimento:

a) Os homens não se arrepen-deram da falsa adoração, atrásda qual estão os demônios (v. 20).Os demônios têm por objetivoafastar os homens de Deus e ofe-

recer-lhes alternativas, por exem-plo, a adoração da matéria(evolução): Romanos 1 ensinaque a ira de Deus virá sobre oshomens porque eles adorarão acriatura no lugar do Criador. Naevolução, a criatura é exaltada co-mo deus-criador. Portanto, a ma-téria é mais honrada que seu Cria-dor. Por exemplo, lemos constan-temente na mídia que “a evoluçãocriou algo maravilhoso”. Atrásdisso há claras influências demo-níacas. A teoria da evolução, quese tornou popular e tem aceitaçãopraticamente geral, leva ao afasta-mento radical de Deus, o que, porsua vez, provoca a ira de Deus docéu. No Apocalipse, essa ira deDeus a ser derramada sobre a hu-manidade é descrita com maioresdetalhes. Confirma-se que Deusenvia esses juízos porque a maté-ria é considerada mais elevadaque seu Criador. Por isso, os ho-mens daquele tempo são seria-mente exortados a temer a Deus ea dar-Lhe glória: “Vi outro anjovoando pelo meio do céu, ten-

do um evangelho eterno parapregar aos que se assentam so-bre a terra, e a cada nação, etribo, e língua, e povo, dizen-do, em grande voz: Temei aDeus e dai-lhe glória, pois échegada a hora do seu juízo; eadorai aquele que fez o céu, ea terra, e o mar, e as fontesdas águas” (Apocalipse 14.6-7). Em minha opinião, “...é che-gada a hora do seu juízo”, nãosignifica que o juízo se dará ape-nas naquele momento, mas que aafirmação se refere a todo o Apo-calipse. O “evangelho eterno”anuncia a Deus como o Criador,o que pode ser lido do início aofim da Bíblia. Tudo foi criado porEle! Pelo fato da humanidade nãoo crer mais, ela será julgada eexortada a retornar a essa verda-de. Os homens, porém, não estãodispostos a desmanchar sua estru-tura de teorias e a dar honra aDeus, razão porque não se arre-pendem.

As palavras “...das obras dassuas mãos”, referem-se ao mate-rialismo, relacionadas com ídolosde ouro, de prata, de cobre, depedra e de pau. Todas essas sãocoisas que Deus criou, mas os ho-mens as utilizam mal, com objeti-vos egoístas, para se engrandece-rem e para adorá-las.

Aplicando essas afirmações aonosso tempo, elas significam queo homem confia mais em seguran-ça passageira do que em JesusCristo e Sua Palavra infalível, ouseja, nas promessas de Deus.Quando o homem transforma se-guranças terrenas em sua base deconfiança e se apóia nelas, ele astransforma em seu deus. O mate-rialismo transformou-se em “-deus” no nosso mundo e muitosnão conseguem controlar essa si-tuação em suas vidas. Mesmo

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Do Nosso Campo Visual

Os dados sobre as bolsas enchem a mídia e são o tema principal de todas as conversas.

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pessoas renascidas ainda podemser gananciosas ou avarentas, ra-zão porque a Epístola aos Colos-senses exorta a deixar essa idola-tria: “Fazei, pois, morrer avossa natureza terrena: prosti-tuição, impureza, paixão las-civa, desejo maligno e a ava-reza, que é idolatria” (Colos-senses 3.5).

Qual é a situação atual? Asempresas de seguros e os bancosregistram um crescimento imen-so. Imóveis e bens dominam a so-ciedade, os dados sobre as bolsasenchem a mídia e são o temaprincipal de todas as conversas. Oluxo torna-se o fator mais impor-tante da vida. A exigência do mo-mento é viver e trabalhar para ob-ter lucro.

O Diabo quis até induzir Je-sus, o Filho do Deus vivo, a colo-car os valores materiais acima doSeu Pai celestial, para obter ado-ração para si mesmo: “E, ele-vando-o, mostrou-lhe, nummomento, todos os reinos domundo. Disse-lhe o diabo:Dar-te-ei toda esta autoridadee a glória destes reinos, por-que ela me foi entregue, e adou a quem eu quiser. Portan-to, se prostrado me adorares,toda será tua” (Lucas 4.5-7).

O dinheiro (materialismo) temum poder terrível e pode ocuparrapidamente o lugar de Deus. Co-mo podemos verificar se nos tor-namos escravos do dinheiro? Fa-zendo-nos as seguintes perguntas:

– Quantas vezes fico pensandoem dinheiro?

– Até onde vão minhas preocu-pações financeiras e quanto soudominado por elas?

– O que deixo de fazer e o quefaço apenas para ganhar dinheiro?

– Quais são minhas priorida-des?

– Quanto tempo invisto embens, compras, e pesquisas depreços?

– Quão fácil ou quão difícil épara mim me desfazer de bens?

– Estou disposto a contrair dí-vidas para satisfazer rapidamentealgum desejo?

b) Os homens não se arrepen-deram do seu comportamentoimoral: “nem ainda se arre-penderam dos seus assassí-nios, nem das suas feitiçarias,nem da sua prostituição, nemdos seus furtos” (Apocalipse9.21). Isso engloba: violentações,logros, homicídios, vida desregra-da, viver junto sem que se sejacasado, relações sexuais antes docasamento, divórcios, homosse-xualismo, etc. Isso tudo tornou-se comum para a maioria das pes-soas, pois passou a fazer parte danossa cultura.

Vemos pelos juízos futuros, queserão ainda muito mais violentosdo que as atuais inundações, tem-pestades, erupções vulcânicas,etc., que a Palavra de Deus conti-nua plenamente válida e que Seusjuízos não são orientados por nor-mas sociais, mas pela Sua Palavrarevelada. Freqüentemente os cris-tãos são considerados atualmentecomo atrasados e desatualizados.Em breve, porém, se mostrará quea Palavra de Deus, que eles prega-ram e na qual creram, é extrema-mente moderna!

A palavra “feitiçarias” foi tra-duzida do grego pharmakon (fár-macos). Na Antiguidade, ela erausada freqüentemente para des-crever drogas usadas para alcan-çar experiências religiosas ou pararealizar rituais e cerimônias ocul-tistas. Nessa categoria se enqua-dram também as seitas orientais,

17Chamada da Meia-Noite, março de 2008

Do Nosso Campo Visual

O dinheiro (materialismo) tem um poder terrível e pode ocupar rapidamente o lugar de Deus.

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o esoterismo, a yoga, a meditaçãotranscendental, o xamanismo e os“deuses”, como o Dalai Lama.

Hoje em dia essas coisas sãopraticadas, principalmente e de for-ma crescente nos países de tradiçãocristã, razão porque podemos con-siderar que a ira de Deus se derra-mará sobre eles de modo especial.

Não é de admirar que a Bíbliaprediz a adoração de deuses e ído-los e suas doutrinas para os tem-pos finais, que influenciarão cadavez mais o comportamento da so-ciedade? Será que essas coisas nãocaberiam melhor na escuridão daIdade Média? Não, as afirmaçõesda Palavra de Deus são muitomodernas, extremamente atuais.Nas últimas décadas, nosso mun-do voltou-se para uma idolatriamoderna.

É notável que os princípiosdessa idolatria moderna coincidi-

ram com o tempo daretomada de Jerusa-lém por parte de Is-rael (1967). Dessemodo, temos um for-te sinal da aproxima-ção do fim da era dasnações (Lucas21.24). Por isso, nãoé de admirar que osfenômenos dos tem-pos finais começaramjustamente naqueletempo e avançamfortemente até hoje.A respeito, algunsdados básicos:– Em 1966 foi fundada

a Sociedade Interna-cional Para a Cons-ciência de Krishna(Hare-Krishna).

– Em 1966 surgiu a pri-meira igreja satânicana Califórnia.

– Em 1966 começou arevolução sexual.

– Em 1966 foi lançada a série de TV“Enterprise”, que contribuiu para au-mentar o interesse pelo encontro comextraterrenos (espíritos).

– Em 1966 foi iniciada a RevoluçãoCultural chinesa.

– Em 1967 começou a onda das drogas.– Em 1967 começou a onda ocultista.– Em 1967 espalhou-se a onda da di-

nâmica de grupo.– Em 1968 foi gravado o filme ocultis-

ta “O Bebê de Rosemary‘.– Em 1968 irrompeu o movimento dos

hippies, relacionado com experiên-cias de expansão da consciência,baseadas nos conhecimentos dos na-tivos mexicanos.

– Em 1968 irromperam as manifesta-ções estudantis, a liberdade sexual eo neomarxismo.

– Em 1968 foi fundada a NARAL, en-tidade de luta pela legalização doaborto nos EUA.

– Em 1968 ocorreu a mudança dopropósito de realização de Cristo navida para a auto-realização.

– Em 1969 começou o lobby homosse-xual nos EUA com o “ChristopherStreet Day”.

– Em 1969 foi iniciado o movimentofeminista em Berlim.[5]

Lemos em Apocalipse 10.5-7:“Então, o anjo que vi em pésobre o mar e sobre a terralevantou a mão direita para océu e jurou por aquele que vi-ve pelos séculos dos séculos, omesmo que criou o céu, a ter-ra, o mar e tudo quanto nelesexiste: Já não haverá demora,mas, nos dias da voz do séti-mo anjo, quando ele estiverpara tocar a trombeta, cum-prir-se-á, então, o mistério deDeus, segundo ele anunciouaos seus servos, os profetas”.Essa passagem pretende nos mos-trar que Deus é tanto o Criadorquanto o dono do mar, da terrae do céu. Apesar dos homens, emsua loucura, adorarem a matéria,não receberão ajuda dela – comoera de se esperar: “e disseramaos montes e aos rochedos: Caísobre nós e escondei-nos da fa-ce daquele que se assenta notrono e da ira do Cordeiro,porque chegou o grande Diada ira deles; e quem é que po-de suster-se?” (Apocalipse6.16-17).

Deus – no final dos tempos

Se, além do seu significado li-teral, aplicássemos esses dois ver-sículos aos nossos dias, de formaespiritualizada, poderíamos com-parar esses “montes e rochedos”com o ex-vice-presidente america-no Al Gore, que recentemente re-cebeu o prêmio Nobel da Paz pe-

18 Chamada da Meia-Noite, março de 2008

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Na categoria de “feitiçarias” se enquadram também asseitas orientais, o esoterismo, a yoga, a meditaçãotranscendental, o xamanismo.

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los seus esforços em favor da pre-servação do meio ambiente:

“Paz, com a mãe-terra!”, ele excla-ma. “Arrependam-se!”, é a sua men-sagem. Ele quer salvar a humanidadecomo um todo e acentua que o mundoestá ameaçado de sofrer um “holo-causto ecológico” e que as mudançasclimáticas são “a questão moral, ética,espiritual e política mais importante detodos os tempos” para o ser humano...

Assim falam os criadores de reli-giões aos seus discípulos. Uma socie-dade envolta no bem-estar, cansadada civilização, ouve com verdadeiravoluptuosidade a mensagem da amea-ça do fim do mundo... pois, conformeGore, “as evidências de uma ‘Noitedos Cristais’ ecológica são tão clarascomo o barulho das vitrines quebra-das em Berlim”. Seus rastros ecológi-cos correspondem ao tamanho das pe-gadas de King Kong”.[6]

Esse homem está transforman-do as mudanças climáticas e aevolução em uma nova religião,comparando-a espertamente coma Noite dos Cristais e o Holocaus-to. Entretanto, em meio a tudo is-so, ele deixa de lado a Deus e SeuEvangelho. A respeito de Al Gore,uma revista cristã comentou:

Ele tenta extrair vantagens de umdebate em que os grupos cristãos sãocada vez mais apresentados comoatrasados. Ele não ataca os cristãosdiretamente, mas fala num só fôlegode “fundamentalistas cristãos e islâmi-cos”. Se crermos nos porta-vozes dosateus, o bom senso na ação política éameaçado principalmente pela reli-gião. Gore utiliza esse raciocínio, nãode maneira ofensiva, mas mesmo as-sim de modo bem claro... Tudo o quea terra precisaria, seria “a razão fria,calculista, apaixonada”. Nos debatesencalorados sobre o aquecimento glo-bal, cujo manipulador e aproveitadorse chama Al Gore, sente-se pouco derazão fria... Gore é um especialista no

trato com a opinião pública. Ele sabeque o ponto culminante dos debatessobre religião, razão e política aindaestá por vir”.[3]

Através de todos esses aconte-cimentos, vemos que as mudançasclimáticas servem a um poder an-ticristão, à união das nações é à“paz”. O cristianismo é rejeitado,a razão é colocada em destaque ea evolução é elevada acima doEvangelho de Jesus Cristo. Acon-tece exatamente o que está preditono primeiro capítulo da Epístolaaos Romanos: a conseqüência será

a intervenção de Deus a partir docéu.

O que realmentenecessitamos?

A grande sedução, que avançasobre nós nestes dias, consiste emse achar que os problemas destemundo poderão ser resolvidosatravés de um programa humano.Mas, isso não é possível! Recor-dando o que dissemos no iníciodeste artigo: não necessitamos dafé em um programa, mas precisa-mos crer numa Pessoa, cujo nomeé Jesus Cristo. A Epístola aos He-breus testemunha a respeito dEle:“Ele, que é o resplendor daglória e a expressão exata doseu Ser, sustentando todas ascoisas pela palavra do seu po-der, depois de ter feito a puri-ficação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nasalturas” (Hebreus 1.3). (Nor-bert Lieth)

Notas:1. de “Leben ist Mehr”, 2008, CLV.2. Die Welt, 6/11/2007, p. 4, na rubrica

“Deutschland”.3. factum, Nº 7/2007.4. de “Leben ist Mehr”, 2008, CLV.5. de “Die Bibel beleuchtet die Hintergründe

des Terrorismus”, A. Seibel, Bibelbundver-lag Berlim.

6. Die Weltwoche, Nº 42/2007.

19Chamada da Meia-Noite, março de 2008

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Al Gore transforma as mudanças climáticas e a evolução numa nova religião.

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O centro de qualquer civilização ésua cultura, e o cerne da cultura é areligião. Mais do que qualquer outrofator, a religião infunde na cultura umsenso de percepção da realidade nomais amplo sentido da palavra, ofere-cendo explicações sobre as origens doUniverso e dando significado à histó-ria e ao lugar que a humanidade ocu-pa nela. A religião define a naturezado bem e do mal e cria imagens de re-compensa e punição na vida após amorte.

Não há uma religião dominanteentre as 6,5 bilhões de pessoas que vi-vem atualmente na terra. No presente,a população global é dividida numavariedade de culturas originárias demúltiplas raízes religiosas. Apesar dascentenas de religiões que existem emtodo o mundo, aproximadamente 75%da população do planeta segue so-mente cinco das mais influentes reli-giões em termos de impacto global:cristianismo (2,1 bilhões), islã (1,3 bi-lhões), hinduísmo (900 milhões), bu-dismo (360-376 milhões) e judaísmo(14-20 milhões). O cristianismo e o is-lã são encontrados em mais re-giões do que todas as demaisreligiões. Juntos, eles englo-bam mais da metade dapopulação mundial.Acrescente o hinduísmo,e duas dentre cada trêspessoas no mundo per-tencem a apenas trêsgrandes tradições espiri-tuais. Claramente, a reli-gião é uma das maiores for-ças a impulsionar o futuro.

Isso significa que o processode globalização, movido por forças

tecnológicas, econômicas e políticas,tem que se integrar e enraizar nas di-versas culturas do mundo. Como a re-ligião se encontra no coração da cul-tura, isso sugere que o mundo frag-mentado de religiões diversas, quepermaneceu latente mas reemergiu nofinal da Guerra Fria, produzirá umaaldeia global fragmentada durante oséculo XXI, a não ser que as comuni-dades religiosas encontrem um cami-nho para avançar além dos seus anta-gonismos históricos. Como isso poderáser feito?

Qualquer um que pesquisar as reli-giões mundiais em busca de uma basecomum encontrará, cedo ou tarde, vi-sões de mundo praticamente irreconci-liáveis. As suposições contrastantesque as religiões asiáticas e abraâmi-cas fazem a respeito da realidade fi-nal – que Deus e o Universo são um(hinduísmo) ou que Deus e o Universosão separados (cristianismo e islã),que há múltiplos deuses (hinduísmo exintoísmo), que Deus não existe (budis-mo) – impedem a possibilidade deuma síntese conceitual.

Resumindo, uma visãode mundo comum en-

tre as religiõesasiáticas e asoriginárias doOriente Médio,que poderiaservir comof u n d a m e n t o

para trazer

maior paz à aldeia global pluralista,ainda não existe. Se bem que tal visãode mundo comum poderá emergir emalgum momento futuro, essa possibili-dade continua tendo baixa probabili-dade de realização. (The Futurist,10/2006, p. 30)

Reproduzimos apenas umaparte desse artigo que foi publica-do na revista The Futurist paramostrar que a religião é divisiva.Fundamentalmente, as religiõestêm conceitos e visões de mundo.Percebemos que esses estudos in-dicam o claro desejo de reconci-liação em nível terreno por partedo ser humano. Portanto, o autordo artigo pergunta com razão:“Como isso poderá ser feito?” Deacordo com as profecias bíblicas,a unidade mundial, particular-mente religiosa, será alcançadaem nível econômico. A respeito,temos de ler Apocalipse 18.3:“Pois todas as nações têm be-bido do vinho do furor da suaprostituição. Com ela se pros-tituíram os reis da terra. Tam-bém os mercadores da terra seenriqueceram à custa da sualuxúria”. Esse versículo refere-seao engano religioso, revelado naspalavras “vinho” e “prostituição”,e a economia global, “os merca-dores da terra [que] se enri-queceram à custa da sua luxú-ria”. Em outras palavras: a eco-nomia global forçará a união dasreligiões. Sem dúvida, o “igrejis-mo” (o cristianismo nominal), amaior religião e fatia populacionalmais próspera, será o fator domi-nante.

O budismo e o hinduísmo jápenetraram efetivamente no “igre-

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Do Nosso Campo Visual

A religião na futuracivilização global

Uma visão de mundo comum entre as religiões asiáticas e as origináriasdo Oriente Médio, que poderia servir como fundamento para trazermaior paz à aldeia global pluralista, ainda não existe.

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jismo” através da yoga, das artes marciais e de váriasformas de meditação. Neste momento, o maior obstá-culo parece ser o islã, apesar dessa religião, aparente-mente, apresentar pontos comuns com o cristianismoe o judaísmo.

O autor do artigo citado prossegue em seu texto:“Até 2025, o exclusivismo aumentará. Entre 2025 e2050, o pluralismo o substituirá gradualmente”. É claroque o período indicado é puramente especulativo, maso pluralismo está definitivamente na moda e, no final,vai alcançar todo o globo, levando ao cumprimento deApocalipse 13.8: “e adorá-la-ão [a besta] todos osque habitam sobre a terra...” (Arno Froese)

22 Chamada da Meia-Noite, março de 2008

Resposta: Na minha opinião, adiferença entre Pedro e Judas é quePedro foi sincero e Judas não (elesentiu remorso, mas não se arre-pendeu verdadeiramente). A Escri-tura diz: “[O SENHOR] é escudo paraos que caminham na sinceridade”(Provérbios 2.7b). Há duas referên-cias à falta de sinceridade de Judas:

Quando Maria ungiu os pés deJesus com um precioso perfume denardo, isso aparentemente foi con-trário ao sentimento de justiça so-cial de Judas, pois ele disse: “Porque não se vendeu este perfume por tre-

zentos denários e não se deu aos po-bres?” Mas ele foi logo desmascara-do, pois continuamos lendo: “Istodisse ele, não porque tivesse cuidadodos pobres; mas porque era ladrão e,tendo a bolsa, tirava o que nela se lan-çava” (João 12.5-6).

A segunda ocorrência é que Ju-das traiu o Senhor justamente comum beijo – a manifestação de uniãoe amor. Mateus 26.14-15 provaque ele não agiu de forma espontâ-nea e sem planejamento: “Então,um dos doze, chamado Judas Iscario-tes, indo ter com os principais sacerdo-tes, propôs: Que me quereis dar, e euvo-lo entregarei? E pagaram-lhe trintamoedas de prata”. Até hoje conhece-mos a expressão “beijo de Judas”.Ela descreve a essência de afeiçãohipócrita e traiçoeira.

Certamente Judas não foi desti-nado para a perdição, mas Deus viudesde a Eternidade como ele secomportaria e decidiria. Pois, Eze-

quiel 18.23 diz que Deus não pre-destina ninguém para a perdição:“Acaso, tenho eu prazer na morte doperverso? – diz o SENHOR Deus; nãodesejo eu, antes, que ele se converta dosseus caminhos e viva?”. Lemos omesmo em Ezequiel 33.11: “Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz oSENHOR Deus, não tenho prazer namorte do perverso, mas em que o per-verso se converta do seu caminho e vi-va. Convertei-vos, convertei-vos dosvossos maus caminhos; pois por quehaveis de morrer...?”. Isso é reforça-do por afimações do Novo Testa-mento: “Não retarda o Senhor a suapromessa, como alguns a julgam de-morada; pelo contrário, ele é longâni-mo para convosco, não querendo quenenhum pereça, senão que todos che-guem ao arrependimento” (2 Pedro3.9). E: “o qual deseja que todos oshomens sejam salvos e cheguem ao ple-no conhecimento da verdade” (1 Ti-móteo 2.4). (Elsbeth Vetsch)

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Pergunta: “Qual a diferença entre Pedroe Judas? Por que Jesus orou antecipa-damente por Pedro e o olhou com mise-ricórdia, depois dele tê-lO negado? Ju-das, por sua vez, procurou perdão de-pois da traição, mas não o encontrou.Isso foi predestinação?”

Por que Pedro encontrougraça e Judas não?

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