chamada da meia-noite - ano 37 - nº 12

21
Mateus 25.6 da Meia-Noite www.chamada.com.br DEZEMBRO DE 2006 • Ano 37 • Nº 12 • R$ 3,50 a partir da pág. 5 Relatos do VIII Congresso Profético - Pág. 18

Upload: chamada

Post on 23-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

• Por Que Celebramos o Natal? • O Grande Engano • Afronta em Gibeá: Um Colapso Espiritual e Social • A Palavra Profética • Por que para os outros sim e para mim não?

TRANSCRIPT

Page 1: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

Mateus 25.6da Meia-Noite www.chamada.com.br DEZEMBRO DE 2006 • Ano 37 • Nº 12 • R$ 3,50

a partir da pág. 5

Relatos do VIII CongressoProfético - Pág. 18

Page 3: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

Índice4

5

18

19

Prezados Amigos

Do Nosso Campo Visual• A Palavra Profética - 20

Aconselhamento Bíblico• Por que para os outros sim

e para mim não?

Publicação mensal

Administração e Impressão:Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

Endereço Postal:Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Preços (em R$):Assinatura anual ................................... 31,50

- semestral ............................ 19,00Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00

Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992)

Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake

Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

Edições InternacionaisA revista “Chamada da Meia-Noite” é pu-blicada também em espanhol, inglês, ale-mão, italiano, holandês, francês, coreano,húngaro e cingalês.

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite”é uma missão sem fins lucrativos, com o obje-tivo de anunciar a Bíblia inteira como infalívele eterna Palavra de Deus escrita, inspiradapelo Espírito Santo, sendo o guia seguro paraa fé e conduta do cristão. A finalidade da“Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é:

1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares;

2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo;

3. preparar cristãos para Sua segunda vinda;4. manter a fé e advertir a respeito de falsas

doutrinas

Todas as atividades da “Obra MissionáriaChamada da Meia-Noite” são mantidas atra-vés de ofertas voluntárias dos que desejamter parte neste ministério.

Chamada da Meia-Noite

www.Chamada.com.br

Por Que Celebramos o Natal?

8O Grande Engano

16Relatos do VIII Congresso

13Afronta em Gibeá: Um Colapso Espiritual e Social

Page 4: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

4 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Vivemos na era do pluralismo e virou modanivelar o cristianismo com as demais religiõesmundiais. Afirma-se que o cristianismo é apenasmais uma das religiões no globo terrestre, nemsequer tão antiga como algumas outras! Oscríticos questionam os cristãos e perguntam seestes pretendem ser melhores que os outros. Jáem 1979, o Dalai Lama declarou em Nova Yorkque todas as religiões mundiais seriam, no fundo,a mesma coisa. Os apóstolos, porém, nãocompartilhavam dessa opinião contemporânea. Afesta de Natal já demonstra a enorme diferençaque existe entre as religiões e o seguir a Cristo.Paulo fala disso em sua carta a Timóteo: “Não hádúvida de que é grande o mistério da piedade:Deus foi manifestado em corpo (na carne)...” (1Tm 3.16, NVI). Essa revelação é única, pois ainiciativa não partiu de pessoas religiosas, mas dopróprio Deus; não da terra, pois foi o céu que seabriu... Deus foi manifestado na carne: isso é oNatal. E isso é o que torna único o cristianismoverdadeiro.

A concretização do plano de Deus que haviasido concebido antes da fundação do mundo, ocumprimento de promessas milenares começouquando Deus enviou o anjo Gabriel a Nazaré, àvirgem Maria, que estava noiva de José, da casade Davi: “Eis que conceberás e darás à luz umfilho, a quem chamarás pelo nome de Jesus” (Lc1.31). Obviamente Maria também tinhaconhecimento das promessas de um Messiasdivino, e se firmou no que o anjo disse: “nãotemas; porque achaste graça diante de Deus”(Lc 1.30). Podemos crer que Lucas ouviu deTiago, irmão do Senhor, em Jerusalém (At21.18), o relato dos detalhes do que aconteceuno primeiro Natal. Mas para José, o noivo deMaria, a situação era extremamenteconstrangedora. Ele não queria expô-la àvergonha, e por isso pretendia deixá-lasecretamente. Mas enquanto se ocupava comesses pensamentos, um anjo do Senhor apareceua ele em sonho e lhe disse: “não temas... Eladará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus,porque ele salvará o seu povo dos pecadosdeles” (Mt 1.20-21).

Como é fraco e indefeso um bebê! Mas Deustornou-se bebê. A Carta aos Filipenses relata:“...a si mesmo se esvaziou... tornando-se emsemelhança de homens; e reconhecido em figurahumana, a si mesmo se humilhou” (Fp 2.7-8).

Essa criança recebeu onome de Jesus, assim comofora ordenado por Deus, o Pai, através do anjo. Onome “Jesus” vem da forma grega e latina dohebraico “Yeshua” (Josué), que significa “oSenhor é salvação”, “porque ele salvará o seupovo dos pecados deles”. Jesus foi o nome dadoa Ele por Seus pais, Jesus era o nome com queera chamado por seus irmãos, por seus vizinhos,parentes e amigos em Nazaré. Jesus, o filho deMaria e de seu pai adotivo José, o carpinteiro. Onome “Jesus” era comum naquela época, masJesus, o Deus-Homem, o Homem que é Deus, foiúnico, inconfundível e incomparável.

A maravilhosa história de salvação contida nonome de Jesus começou no Natal. O apóstoloPedro testemunhou diante dos judeus no Sinédrio:“Não há salvação em nenhum outro nome,porque abaixo do céu não existe nenhum outronome, dado entre os homens, pelo qual importaque sejamos salvos” (At 4.12). E mais tarde eletestemunhou diante de gentios na casa deCornélio: “Dele todos os profetas dãotestemunho de que, por meio de seu nome, todoaquele que nele crê recebe remissão depecados” (At 10.43). Quando o Senhorglorificado encontrou-se com Saulo diante deDamasco, falou a Ananias o que ele viria a ser“...para mim um instrumento escolhido paralevar o meu nome perante os gentios e reis, bemcomo perante os filhos de Israel” (At 9.15). Foiassim que o nome de Jesus foi se tornandoconhecido em todos os lugares, e um dia amaravilhosa mensagem de que Ele é o Salvadorchegou também até nós. Por essa razão podemose devemos celebrar o Natal com muita alegria,pois essa festa significa para nós, salvos por Ele,o direito à promessa do Salmo 91.14b: “...pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome”.

Feliz Natal!

Dieter Steiger

Presenteie seus amigos com o novo CD/cartão de Natal. Veja anúncio nesta edição.

Page 5: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

5Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

A festa de Natal é uma das mais populares do mun-do. Muitos aproveitam a oportunidade para dar e rece-ber presentes, mas quem mais usufrui dessa data é ocomércio, que a cada ano começa mais cedo com a de-coração natalina e sugere presentes para todos os bol-sos e gostos. Mas será que ainda se sabe a verdadeirarazão do Natal? Quem conhece sua origem? Será queé apenas uma festa de família, um momento de cele-brar laços de amor e amizade? Para muitos, o Natalsignifica estresse, para outros representa solidão e umtempo onde o vazio interior é percebido com mais inten-sidade. Será que essa festa perdeu todo o seu sentido?

Vejamos porque devemos celebrar o Natal:

O Natal é a maior alegria que

um ser humano pode encontrar

Encontramos este testemunho em Mateus2.10-11: “E, vendo eles [os magos] a estrela,alegraram-se com grande e intenso júbilo.Entrando na casa, viram o menino com Maria,sua mãe...” Ainda antes do nascimento deJesus, Maria já exclamou: “o meu espírito sealegrou em Deus, meu Salvador” (Lc 1.47).E o anjo falou aos pastores de Belém: “Nãotemais; eis aqui vos trago boa-nova de grandealegria, que o será para todo o povo” (Lc2.10).

A desgraça do pecado é imensa, mas aalegria pela salvação em Jesus é incompara-velmente maior. Quantas vezes já sentimosgrande júbilo e profundo alívio quando su-peramos um fracasso! Mas quando nosachegamos a Jesus, nos livramos de toda aculpa e das nuvens escuras da desesperançaque pairam sobre nossa vida. Quando rece-bemos a Jesus, os raios do amor divino nosalcançam trazendo júbilo e alegria maioresque qualquer sofrimento, culpa ou frustra-ção. Jesus é a luz no fim do túnel, a liberta-

ção da escravidão do pecado e a única ga-rantia de futuro. Quem encontra Jesus é al-guém que andou errante e finalmente achouo caminho de volta ao lar. E isso é motivo deintensa alegria, da maior alegria!

O Natal é a maior ação de

busca e salvamento da

história da humanidade!

Lemos no Evangelho de Mateus: “Ela [Ma-ria] dará à luz um filho e lhe porás o nome deJesus, porque ele [Jesus] salvará o seu povodos pecados deles” (Mt 1.21). E no Evangelhode Lucas está escrito que “hoje vos nasceu, nacidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, oSenhor” (Lc 2.11).

A maior catástrofe da humanidade foi suaqueda em pecado. Ela foi tão terrível quenão havia outra possibilidade de salvação anão ser Jesus Cristo tornar-se homem. Deus,o Criador, tornou-se homem em Jesus emorreu por nós. Ele deu Seu sangue e Suavida para termos o perdão. A grandeza dessaoperação de salvamento manifesta a enormi-

Page 6: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

dade de nossa culpa e a grandiosi-dade do amor de Deus. Quem nãoconsegue ou não quer crer nessaverdade é como alguém que se aci-dentou por sua própria culpa masnão quer aceitar ajuda de ninguéme permanece preso às ferragens docarro.

O Natal é a maior paz

que podemos usufruir

A base do Natal está alicerçada namisericórdia de Deus: “graças à en-tranhável misericórdia de nosso Deus,pela qual nos visitará o sol nascentedas alturas, para alumiar os que ja-zem nas trevas e na sombra da morte,e dirigir os nossos pés pelo caminho dapaz” (Lc 1.78-79).

Como clama por paz o nossomundo! Os grandes e poderosos es-tão empenhados por ela, mas en-quanto cada um, pessoalmente, nãotiver paz dentro de si, o mundocontinuará agitado. Trevas e som-

bras de morte caracterizam a ima-gem dos nossos dias. Todas asguerras e revoltas, todos o conflitosfamiliares e interpessoais são ex-pressões da inquietação que habitaem nossos corações. O grande pin-tor Michelângelo já dizia: “Não é apintura nem a escultura que saciama alma sedenta”. Todo o empenhoem edificar e construir a paz nãotrará ao mundo essa tão esperadadádiva. Levantar a bandeira da paz,fazer marchas, passeatas e demons-trações em prol da paz igualmenteserá em vão. Agostinho, um dospais da Igreja, formulou de maneiramuito adequada o que traz paz aocoração: “Nosso coração fica in-quieto até encontrar a paz em Ti,Senhor!” Somente Jesus poderá di-rigir nossos passos pelo caminho dapaz. Quem encontrou a paz comDeus através de Jesus Cristo temuma paz inigualável no coração, eos efeitos não se farão esperar, “por-que ele é a nossa paz...” (Ef 2.14)

Nos campos de Belém os anjos de-clararam: “Glória a Deus nas maio-res alturas, e paz na terra entre os ho-mens, a quem ele quer bem” (Lc2.14).

O Natal é a maior

esperança que alguém

pode ter

Segurando o menino Jesus em seusbraços, o idoso Simeão louvou aDeus, dizendo: “porque os meusolhos já viram a tua salvação, a qualpreparaste diante de todos os povos:luz para revelação aos gentios, e paraglória do teu povo de Israel” (Lc2.30-32). Ele tinha a esperança dever o Salvador prometido, e teve oprivilégio de segurá-lO em seusbraços. Jesus é a esperança domundo.

6 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Jesus é a luz no fim do túnel, a libertação da escravidão do pecado e a única garantia de futuro. Quem encontra Jesus é alguém que andou errante e finalmenteachou o caminho de volta ao lar. E isso é motivo de intensa alegria, da maior alegria!

Levantar a bandeira da paz, fazer marchas, passeatas e demonstrações

em prol da paz igualmente será emvão. Agostinho, um dos pais da Igreja,

formulou de maneira muito adequada oque traz paz ao coração: “Nosso

coração fica inquieto até encontrar apaz em Ti, Senhor!”

Page 7: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

Jesus é o Salvador de todos queO aceitam, e trouxe a luz da eternaesperança aos salvos. Através dEle aescuridão da alma se transforma emluz. Quando conhecemos Jesus,nossos olhos se abrem. Sua Palavranos proporciona tesouros espirituaisinimagináveis, que Ele adquiriu pa-ra nós ao ressuscitar: vida eternanas mansões celestiais junto deDeus, o Pai; felicidade eterna semjamais ficarmos tristes; harmoniaeterna sem a existência de pecadoou conflito; o fim do medo, da an-gústia, do estresse, das dúvidas einquietações. Quem deixa Jesusguiar sua vida também poderá veras coisas desta vida terrena a partirde outra perspectiva, de um ângulodiferente, iluminado por Deus.

Jesus é o maior

presente que alguém

pode receberPor isso está escrito na Pala-vra de Deus: “Graças a Deuspelo seu dom [presente] inefá-vel!” (2 Co 9.15). “O saláriodo pecado é a morte, mas odom gratuito de Deus é a vidaeterna em Cristo Jesus, nosso Se-nhor” (Rm 6.23).

O Natal é a festa dos pre-sentes. Gostamos de dar ede recebê-los. Mas todo pre-sente precisa ser aceito. Fi-camos decepcionados quan-do alguém rejeita o que pre-paramos e entregamos commuito amor e carinho.

Não há presente maiorque o amor de Deus, quevem ao nosso encontro napessoa de Jesus. Não há es-plendor maior, não há bemmaterial, luxo terreno ouqualquer coisa que possa, dealguma forma, ser minima-

mente comparado ao que Jesus nosdá. Ele veio do céu à terra para nospresentear com a vida eterna. Vocêaceita esse presente? Ou prefere fi-car enlaçado com coisas terrenasque com o tempo se vão?

Você quer receber esse presentede Deus? O presente do perdão detodos os seus pecados, o presenteda vida eterna? Se você o aceitar,Jesus Cristo transformará toda asua vida – pois para Ele tudo é pos-sível!

O Natal pode começar a fazersentido para você. Jesus quer setornar a maior festa de sua vida.Ele lhe diz agora mesmo: “Se co-nheceras o dom de Deus e quem éo que te pede: dá-me de beber, tulhe pedirias, e ele te daria água vi-va. Quem beber desta água torna-rá a ter sede; aquele, porém, quebeber da água que eu lhe der, nun-ca mais terá sede; pelo contrário, aágua que eu lhe der será nele umafonte a jorrar para a vida eterna”(Jo 4.10,13-14).

7Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Jesus é o Salvador de todos que O aceitam, etrouxe a luz da eterna esperança aos salvos.Através dEle a escuridão da alma se transformaem luz.

Não há presente maior que o amor de Deus, que vem ao nosso encontro na pessoa de Jesus.

Page 8: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

8Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Palavras como disfarce, imitação ou cópia são conhecidas de todos.

Também no cristianismo há pessoas que se dizem “cristãs”,

mas no fundo não o são.

Um automóvel parou ao meu lado em um espaço para descanso à mar-gem de uma auto-estrada na Alemanha. Alguém me ofereceu os “me-lhores artigos de couro” por pouco dinheiro. Como fui totalmente sur-

preendido pela oferta e também tinha pouco tempo, comprei um objeto peque-no. Apenas mais tarde percebi o tipo de “artigo de couro” que havia adquirido:uma imitação barata, que desmontava só de olhar para ela.

Há muitas coisas falsas, quase idênticas às verdadeiras, difíceis de distinguirdas genuínas, como roupas, relógios, jóias, quadros, tapetes, etc. Precisamos deespecialistas que consigam diferenciar entre o verdadeiro e o falso com base emdetalhes mínimos.

Norbert Lieth

Também no cristianismo há imita-ções, disfarces, cópias, cristãos queparecem verdadeiros e, no entanto,são falsos. Isso é ilustrado de formaclara na parábola das dez virgens (Mt25.1ss): exteriormente, as cinco vir-gens néscias eram muito parecidascom as sábias, exceto pelo fato de quelhes faltava o óleo (um símbolo do Es-pírito Santo que habita nos salvos).Muitos vivem uma vida cristã porquesão levados pela corrente do cristianis-mo que os cerca. Seu ambiente é cris-tão e por isso eles também o são.

Não quero que esta mensagemroube a certeza da salvação de nin-guém que tenha no coração essaconvicção pelo testemunho do Espí-rito de Deus. Além disso, tenho cer-teza de que um cristão espiritual-mente renascido não pode se perder(Hb 10.10,14). Mas também nãoquero que alguém ponha sua con-

fiança em uma falsa segurança, emalgo que nem mesmo existe.

Às vezes admiramo-nos quandopessoas, que eram consideradascristãos autênticos, de repente sedesviam da fé e não querem ouvirmais nada a respeito de Jesus e daobra que Ele realizou na cruz doCalvário, chegando até mesmo anegá-la. O apóstolo João tambémpassou por essa experiência doloro-sa, descrita em sua primeira carta:“Eles saíram de nosso meio; entretan-to, não eram dos nossos; porque, se ti-vessem sido dos nossos, teriam perma-necido conosco; todavia, eles se forampara que ficasse manifesto que nenhumdeles é dos nossos” (1 Jo 2.19).

A Bíblia não esconde o fato deque além do cristianismo verdadei-ro, legítimo, renascido da “água edo espírito”, há também um cristia-nismo aparente, formado por “cris-

tãos” que não estão ligados a Jesus,não estão enraizados nEle, não vi-vem nEle e por Ele. Mesmo que tu-do pareça legítimo, eles não passamde uma imitação. É desses “cris-tãos” que Paulo fala ao escrever aTimóteo, em sua segunda carta:“...tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge tambémdestes” (2 Tm 3.5). A Edição Revis-ta e Corrigida diz: “...tendo aparên-cia de piedade, mas negando a eficáciadela. Destes afasta-te”. Na NovaVersão Internacional lemos: “...ten-do aparência de piedade, mas negandoo seu poder. Afaste-se desses também”.

Sendo cristão sem ser cristãoDe acordo com pesquisas nos EUA,quase metade dos americanos se di-zem cristãos renascidos. Mas uma

Page 9: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

análise mais aprofundada revelouque muitos confundem o novo nas-cimento com uma sensação positivaa respeito de Deus e de Jesus.

Um levantamento estatístico en-tre os cristãos praticantes nos EUAapresenta resultados desanimado-res, o que também é representativoem relação à Europa:> 20% nunca oram> 25% nunca lêem a Bíblia> 30% nunca vão à igreja> 40% não apóiam a “obra do Se-

nhor” por meio de ofertas> 50% nunca vão à Escola Bíblica Do-

minical (de todas as faixas etárias)> 60% nunca vão a um culto vespertino> 70% nunca dão dinheiro para missões> 80% nunca freqüentam uma reunião

de oração> 90% nunca realizam culto em família1

Se a situação já é assim na Amé-rica marcada pela influência do pu-ritanismo, quanto mais na superfi-cial Europa.

O próprio Senhor Jesus advertiua respeito da confissão nominal,que carece de conteúdo verdadeiro,ou seja, que não está de acordocom o que vai no coração: “Nem to-

do o que me diz: Senhor, Senhor! en-trará no reino dos céus, mas aquele quefaz a vontade de meu Pai, que estános céus. Muitos, naquele dia, hão dedizer-me: Senhor, Senhor! Porventu-ra, não temos nós profetizado em teunome, e em teu nome não expelimosdemônios, e em teu nome não fizemosmuitos milagres? Então, lhes direi ex-plicitamente: nunca vos conheci.Apartai-vos de mim, os que praticais ainiqüidade” (Mt 7.21-23). Com is-so, o Senhor esclarece quatro pon-tos básicos: há duas coisas que nãosão de forma alguma suficientes pa-ra que alguém seja salvo, e outrasduas são imprescindíveis para quealguém seja redimido.

Duas coisas insuficientes para a salvaçãoNem a simples confissão “Senhor,Senhor” (1) nem as obras em nomede Jesus (2) são suficientes para al-cançar a salvação eterna. Em mui-tas igrejas, denominações e entida-des cristãs as orações são meramen-te formais, os atos de caridade sãofeitos em nome de Jesus sem queaqueles que os realizam pertençam

a Ele ou sejam fi-lhos de Deus.Quantos indiví-duos “cristãos”realizam atos cris-tãos sem pertence-rem a Cristo! É as-sustador que nofim Jesus até mes-mo condena assuas ações comosendo iníquas:“Apartai-vos demim, os que prati-cais a iniqüidade”.

Duas coisas imprescindíveispara a salvaçãoPrecisamos fazer avontade de Deus

(1) e precisamos ser conhecidos porDeus (2).

1. Fazer a vontade do Pai celestenão é realizar muitas boas ações,pequenas e grandes, mas ter fé emJesus Cristo, entregar consciente-mente a vida a Ele e obedecer-Lhena prática.

O judaísmo da época de Jesus ti-nha “boas ações” para apresentar:muitos eram fanáticos em seguir alei, lidavam com a Palavra de Deus,expulsavam maus espíritos e faziammilagres. Mas uma coisa eles nãoqueriam: crer em Jesus Cristo e, as-sim, aceitar a misericórdia que rece-bemos por meio dEle. Pensavamque chegariam ao céu sem Ele, queDeus reconheceria as suas obras elhes permitiria entrar. Porém, foijustamente nesse ponto que Jesustratou de contrariar seus planos.Eles tinham de aprender e aceitarque a vontade de Deus era que re-conhecessem sua própria falênciaespiritual e cressem em Jesus.

Nós enfrentamos o mesmo pro-blema hoje. “Cristãos” nascidos emum ambiente cristão pensam queconseguirão ir para o céu por meiode obras cristãs. Ao lhes dizermosque nada disso serve, que no fimdas contas as suas ações são iniqüi-dades inaceitáveis aos olhos deDeus e que eles continuam perdi-dos, a grande maioria reage de for-ma irritada, por pensar que nãoprecisam de Jesus pessoalmente.Quando Jesus foi questionado:“Que faremos para realizar as obrasde Deus?”, Ele respondeu: “A obrade Deus é esta: que creiais naquele quepor ele foi enviado” (Jo 6.28-29).

2. Precisamos ser conhecidospor Deus. Haverá pessoas das quaisJesus dirá naquele dia: “Apartai-vosde mim, os que praticais a iniqüida-de”.

Não é suficiente crer em Jesusde forma superficial, reconhecê-lO,acreditar em Sua existência ou acei-

9 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Este buquê de flores é verdadeiro ou não? Também nocristianismo há imitações, cristãos verdadeiros e falsos cristãos.

Page 10: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

tá-lO até certo ponto. Não – é pre-ciso que haja um encontro pessoalcom Ele.

Posso dizer: “Conheço o presi-dente do Brasil”. De onde o conhe-ço? De suas aparições na mídia.Mas será que ele me conhece? Cla-ro que não! No entanto, se eu fosseconvidado a visitá-lo, teria a opor-tunidade de ser conhecido por ele.

O Senhor Jesus convida cada serhumano, de forma pessoal, a entre-gar-se a Ele: “Vinde a mim, todos osque estais cansados e sobrecarregados,e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).Quem aceita esse convite, quem seachega a Ele com todos os seus pe-cados, quem O aceita em seu cora-ção e em sua vida e crê em Seu no-me (Jo 1.12), esse é conhecido porEle. Quem fez isso reconheceu oPai e o Filho de Deus e entrará nocéu: “E a vida eterna é esta: que teconheçam a ti, o único Deus verdadei-ro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”(Jo 17.3).

“Tens nome de que vives......e estás morto” (Ap 3.1). Há mui-tos que se chamam de “cristãos”,mas o são apenas nominalmente.O Senhor Jesus falou de pessoasque imaginariam servir a Deus ma-tando justamente Seus verdadeirosfilhos: “Eles vos expulsarão das si-nagogas; mas vem a hora em que to-do o que vos matar julgará com issotributar culto a Deus. Isto farão por-que não conhecem o Pai, nem a mim”(Jo 16.2-3).

Eles reivindicam autoridade teo-lógica, pensam servir a Deus, masnão conhecem nem o Pai nem JesusCristo. Isso aconteceu, por exem-plo, na época das Cruzadas e da In-quisição. Hoje também existe umateologia que reivindica toda autori-dade para si e rejeita os que se ba-seiam na Palavra de Deus. Basta

lembrar dasmuitas seitas edo islamismo,que afirmam queDeus não temum Filho.

Já no séculoVII antes deCristo, na épocado profeta Jere-mias, havia dig-nitários religio-sos meramentenominais. Ouvi-mos o lamentode Jeremias: “Ossacerdotes não dis-seram: Onde estáo Senhor? E osque tratavam da lei não me conhece-ram, os pastores prevaricaram contramim, os profetas profetizaram porBaal e andaram atrás de coisas de ne-nhum proveito” (Jr 2.8).

Mesmo um cristão meramentenominal pode apostatar da fé.Quem com sua boca confessa sercristão, mas não pratica o cristianis-mo no dia-a-dia, precisa aceitar queoutros lhe perguntem se não estáenganando a si mesmo.

Não é exatamente isso que ve-mos hoje? Muitos teólogos abando-naram a fé bíblica e correm atrás deconvicções que não servem para na-da. Eles se abriram para religiões ecorrentes espirituais que não têmabsolutamente nada a ver com Je-sus Cristo. Isso também já aconte-ceu na época em que o povo de Is-rael peregrinou pelo deserto. De-pois de ter louvado a grandeza e asoberania de Deus (Dt 32.3-4),Moisés emendou uma declaraçãosobre os infiéis: “Procederam corrup-tamente contra ele, já não são seus fi-lhos, e sim suas manchas; é geraçãoperversa e deformada” (v.5). Portan-to, realmente é possível que aquelesque não são Seus filhos se torneminfiéis a Ele.

É dito a respeito dos filhos deEli: “Eram, porém, os filhos de Eli fi-lhos de Belial e não se importavamcom o Senhor... Era, pois, mui grandeo pecado destes moços perante o Se-nhor, porquanto eles desprezavam aoferta do Senhor” (1 Sm 2.12,17).Não reconheceram ao Senhor por-que desprezaram o sacrifício. En-quanto uma pessoa (por mais cristãque se considere) desprezar o sacri-fício de Jesus pelo pecado, não re-conhecerá o Senhor.

Todos os israelitas saíram doEgito, mas da maior parte delesDeus não se agradou, motivo peloqual tiveram de morrer no deserto(veja 1 Co 10.1-12).

Como exemplo especial de al-guém que era crente nominal e querealizava obras, mas que ainda as-sim estava espiritualmente morto,lembro de Balaão (veja Nm 22-24):

• Ele era um homem a quemDeus se revelava, com quemDeus falava (Nm 22.9).

• No começo ele foi obediente(Nm 22.12-14).

• Ele afirmava conhecer o Se-nhor e O chamou de “meu Se-nhor” e “meu Deus” (Nm22.18).

10Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Em muitas igrejas, denominações e entidades cristãs as orações são meramente formais, sem que aqueles que

rezam pertençam a Jesus.

Page 11: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

• Ele adorava o Senhor (Nm22.31).

• Ele reconhecia a sua culpa(Nm 22.34).

• Ele estava disposto a servir(Nm 22.38).

• Deus colocou Suas própriaspalavras na boca de Balaão(Nm 23.5).

• Balaão abençoou Israel três ve-zes (Nm 23 e 24).

• Ele testemunhou da sincerida-de e da fidelidade de Deus(Nm 23.19).

• Ele falou três vezes do Messiascomo Rei de Israel (Nm 23.21;Nm 24.7,17-19).

• O Espírito Santo veio sobre ele(Nm 24.2).

• Ele testemunhava ser um pro-feta de Deus (Nm 24.3-4).

• Balaão confirmou a bênção e amaldição de Deus sobre osamigos e inimigos de Abraão(Nm 24.9, Gn 12.3).

• Ele colocou o mandamento deDeus acima de bens materiais(Nm 24.13).

• Ele falou profeticamente a res-peito do futuro dos povos, so-bre a chegada do Messias echegou a mencionar o Império

Mundial Romano [Quitim](Nm 24.14-24).

Apesar de tudo isso, a Bíbliachama Balaão de falso profeta, vi-dente e sedutor (veja Nm 31.16; Js13.22; Ne 13.1-3; 2 Pe 2.15-16; Jd11; Ap 2.14-16). Por quê? PorqueBalaão fazia concessões e aceitavacomprometimentos, e levou o povode Deus a se misturar com outrospovos. Havia uma discrepância en-tre suas palavras e ações. “Habitan-do Israel em Sitim, começou o povo aprostituir-se com as filhas dos moabi-tas. Estas convidaram o povo aos sa-crifícios dos seus deuses; e o povo co-meu e inclinou-se aos deuses delas.Juntando-se Israel a Baal-Peor, a irado SENHOR se acendeu contra Is-rael” (Nm 25.1-3). Balaão havia le-vado Israel a essa prostituição (Nm31.16; Ne 13.1-3). Pedro chamaBalaão de alguém que “amou o prê-mio da injustiça”. Na Epístola de Ju-das ele é chamado até mesmo deenganador (“erro de Balaão”) e noApocalipse ele é apresentado comoalguém que “armou ciladas”.

A Bíblia diz a respeito das pes-soas nos últimos tempos que “os ho-mens perversos e impostores irão demal a pior, enganando e sendo enga-

nados” (2 Tm3.13). Quemtende a prosti-tuir-se espiri-tualmente ou acomprometersua fé e supor-ta, permite epratica essascoisas sem quesua consciên-cia o acuse,tem motivo pa-ra crer que,apesar das apa-rências, não éum cristão ver-dadeiro. Comisso não estou

me referindo à luta contra o peca-do, que qualquer filho de Deus en-frenta. Não, aqui não se trata de“derrotas” na fé e na obediência,mas de lidarmos com o pecado deforma consciente e indiferente, dedeliberadamente escolhermos a prá-tica pecaminosa.

Não somos salvos por nossas pró-prias obras, mas somente pela fé emJesus Cristo, pela conversão a Ele.Só aqueles que O aceitam, ao Filhode Deus, em seu coração e em suavida, com fé infantil, poderão reali-zar obras que testemunhem a veraci-dade de sua fé. Essa fé precisa estar“enraizada” na Palavra de Deus. EmSua parábola sobre o semeador, Je-sus diz que há pessoas que aceitam aPalavra de Deus com alegria, masnão criam raízes para ela e mais tar-de a abandonam (Mt 13.20-21). Araiz liga a planta à terra, da qual elavive, lhe dá firmeza, extrai alimentoe o conduz à planta. A raiz é umsímbolo do Espírito Santo, por meiodo qual estamos enraizados emDeus. O Espírito Santo nos traz a vi-da em Deus, à medida que extrai ali-mento das Escrituras.

Podemos aceitar a Palavra deDeus de forma superficial, pode-mos simpatizar com o Senhor, po-demos acompanhar os cristãos du-rante algum tempo, mas depois nosafastar novamente, porque nuncanascemos realmente de novo e porisso nunca tivemos “raízes”.

Jesus disse aos Seus discípulos,àqueles que O seguiam: “Contudo,há descrentes entre vós. Pois Jesus sa-bia, desde o princípio, quais eram osque não criam e quem o havia detrair” (Jo 6.64). De acordo com He-breus 6.4-6, há pessoas que foram“iluminadas”, que “provaram odom celestial”, e que até “se torna-ram participantes do Espírito San-to” e ainda assim caíram. Por quê?

• Porque foram iluminadas, maselas mesmas nunca se tornaram luz.

11 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Qualquer planta precisa ter raízes para poder absorver água ealimentos. Assim, todo cristão também precisa estar enraizado em Jesus Cristo.

Page 12: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

A luz pode se refletir em mim, e en-tão estou iluminado; mas é precisomais para que eu mesmo seja luz.

• Porque provaram, mas não co-meram (aceitaram). Posso sentir ocheiro do pão, provar o seu sabor(assim como o enólogo, que tomaum pouco de vinho na boca paratestar seu aroma, mas depois o cos-pe fora). Mas é preciso que aconte-ça mais: precisamos comer o pão,ingeri-lo. Não basta “provar” Jesus,ou seja, experimentá-lO – precisa-mos aceitá-lO em nós (Jo 6.53-56,63; Jo 1.12).

• Porque participaram do efeitodo Espírito Santo, mas nunca O re-ceberam pessoalmente. Ao ler a Pa-lavra de Deus, ao freqüentar umculto, posso participar do efeito doEspírito Santo. Mas isso não é sufi-ciente. Não – é preciso que hajauma renovação espiritual real.

É possível que pessoas assimimitem o cristianismo durante al-gum tempo, acompanhem e partici-pem de uma igreja local. Mas umdia elas “cairão” e negarão a Jesus.Então muitos se perguntam espan-tados: “Como isso é possível?”

Quando o Senhor Jesus falou decomer Sua carne e beber Seu san-gue para ganhar a vida eterna (Jo6.53-59), muitos de Seus discípulosdisseram: “Duro é este discurso; quemo pode ouvir?” (v. 60) e se afastaramdEle (v. 66), apesar dEle ter lhe ex-plicado de antemão o que isso sig-nificava: “O espírito é o que vivifica;a carne para nada aproveita; as pala-vras que eu vos tenho dito são espíritoe são vida” (v. 63).

Tornar-se cristão apesarde ser “cristão”Enganam-se a si mesmos os quepensam que todos são cristãos!Muitas vezes, quando questioneipessoas que davam a entender isso,a resposta era: “Meus pais são cris-

tãos”, ou: “Minha família é cristã!”Um conhecido evangelista costuma-va responder a essas afirmativas:“Se alguém nasce em uma garagem,isso não significa que seja um auto-móvel! E quando alguém nasce emuma família cristã, ainda falta muitopara que se torne cristão!” (extraídode um livro de Wilhelm Busch).

Jesus disse a Pedro: “Eu, porém,roguei por ti, para que a tua fé nãodesfaleça; tu, pois, quando te converte-res, fortalece os teus irmãos” (Lc22.32). Por um lado, o Senhor con-firmou a fé de Pedro. Por outro la-do, porém, Ele falou da necessidadede sua conversão futura. Pedro po-deria ter retrucado: “Senhor, soujudeu, um filho de Abraão. Cum-pro os mandamentos, fui circunci-dado ao oitavo dia, guardo o sába-do, oro três vezes ao dia, celebro aPáscoa e faço os sacrifícios. E já Tesigo há três anos...” Mesmo assim,ele ainda precisava converter-se. Damesma forma Paulo, o grande de-fensor da lei, precisou se converter,assim como todos os outros apósto-los e discípulos.

Toda pessoa precisa se converterse quiser ser salva – inclusive os“cristãos”, sejam eles membros daigreja católica romana, protestantes,evangélicos ou de uma família cris-tã. Não são poucos os que nascemno cristianismo, da mesma formacomo os judeus nascem no judaís-mo. Mas,não é essenascimentoque dá asalvação, al-cançada so-mente atra-vés de um“novo nas-c imento” :“Em verda-de, em ver-dade te digoque, se al-

guém não nascer de novo, não podever o reino de Deus” (Jo 3.3). Preci-samos nos converter mesmo que te-nhamos sido batizados quando pe-quenos, freqüentado aulas de cate-cismo ou participado de cultos. Senão nascermos de novo, continua-remos perdidos.

Mais tarde, quando o apóstoloPedro se converteu e experimentouo novo nascimento, ele escreveu emsua primeira carta: “Bendito o Deuse Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,que, segundo a sua muita misericórdia,nos regenerou para uma viva espe-rança, mediante a ressurreição de Je-sus Cristo dentre os mortos, para umaherança incorruptível, sem mácula,imarcescível, reservada nos céus paravós outros” (1 Pe 1.3-4).

Quem carrega em si o testemu-nho do Espírito Santo a respeito deseu novo nascimento (Rm 8.16) de-ve alegrar-se com essa certeza eagradecer a Jesus Cristo por ela.Mas quem não possui esse testemu-nho inconfundível do Espírito San-to e ainda assim pensa ser cristão,está sujeito a um grande engano.Mas hoje esses “cristãos”, e qual-quer pessoa que queira ser salva,pode alcançar a certeza da salvação,se converter-se de forma muito sé-ria a Jesus Cristo. Então, por queesperar mais?

1. Gemeindegründung nº 77/04

12 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Recomendamos os livros:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Page 13: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

Certo homem vivia no cume deuma montanha muito alta. Por cau-sa de um velho ferimento de guerra,ele precisava contratar alguém paradescer e subir a montanha com suafilhinha todos os dias, para que elapudesse ir à escola. Um número ra-zoável de pessoas se candidatou aoemprego, e ele fazia uma única per-gunta a cada um: “A que distânciada beira da montanha você conse-gue chegar sem cair lá embaixo?”

Um rapaz impetuoso respondeu:“Eu consigo chegar até trinta centí-metros”.

“Isso não é nada”, disse um ou-tro. “Eu consigo chegar até quinzecentímetros da borda do precipício”.

Um terceiro se gabou: “Eu che-go até três centímetros!”

Durante esse tempo, um homemsimples permanecia de pé, quietono seu canto. Quando chegou suavez, ele respondeu: “Eu não chegoperto da borda de jeito nenhum.Vou ficar no caminho seguro, por-que tenho amor à vida”.

Ele conseguiu o emprego.Muitas pessoas acham que po-

dem viver na beira do precipício dacorrupção espiritual e cultural. Masessa é uma ladeira perigosa e escor-regadia para os seguidores de Cris-to, pois conduz à apatia, ao pecadoe à assimilação pelo mundo. A his-tória chocante do levita e de suaconcubina (Jz 19-21) alerta o povode Deus contra essa ameaça. Oconselho para o cristão é obedecer àPalavra de Deus e ficar firme no ca-minho que Ele traçou.

O Panorama da Desgraça

“Porém os filhos de Benjamim nãoexpulsaram os jebuseus que habitavamem Jerusalém; antes, os jebuseus habi-tam com os filhos de Benjamim em Je-rusalém, até ao dia de hoje” (Jz1.21).

Um levita de Efraim tinha umaconcubina de Belém. As concubi-nas eram esposas secundárias que,geralmente, tinham um status maisbaixo dentro da estrutura conjugal.O antigo costume foi degenerando,embora houvesse leis para restringi-lo e regulá-lo (Êx 21.7-11; Lv19.20-22; Dt 21.10-14). Jesus res-taurou o plano original de Deus pa-ra o casamento (Mt 19.4-9). Oconcubinato, a poligamia e a manu-tenção de uma amante são pecados(1 Co 7.2).

Aparentemente, a concubina dolevita voltou para a casa de seu pai,em Belém. Quatro meses depois, olevita resolveu buscá-la de volta.Recebido por seu sogro conformeos típicos costumes orientais, o levi-ta permaneceu ali por cinco dias.Na tarde do quinto dia, ele e suaconcubina partiram de volta paracasa, indo em direção a Jebus (a Je-rusalém pré-israelita). Como já eratarde, seu servo sugeriu que elespassassem a noite na cidade dos je-buseus. Mas o levita não achou se-guro pernoitarem num lugar ondenão havia israelitas. Assim, eles per-correram mais oito quilômetros atéa cidade benjamita de Gibeá. EmGibeá, ninguém lhes deu abrigo pa-

ra passarem a noite. Essa foi umaatitude condenável dos gibeonitas,porque Deus ordenou que Seu po-vo praticasse a hospitalidade (Lv19.33-34; Lv 25.35; Mt 25.35; Hb13.2).

Um homem idoso viu os viajan-tes descansando na praça da cidadee levou-os para sua casa, para quepudessem comer alguma coisa e sealojar até de manhã. Naquela noite,alguns homens degenerados da ci-dade cercaram a casa e começarama esmurrar a porta, gritando: “Tra-ze cá para fora o homem que entrouna tua casa, para que o conheçamos(abusemos dele)” (Jz 19.22).

O velho saiu e disse: “Não, ir-mãos meus, não cometais semelhantemaldade; visto que o homem já entrouem minha casa, não façais essa loucu-ra” (v. 23). Ele chegou até a ofere-cer sua filha virgem e a concubinapara que os homens se satisfizessem.Mas eles não queriam mulheres. Pa-ra livrar a própria pele, o levita em-purrou sua concubina para fora.

Durante toda a noite, ela foibrutalmente estuprada. Ao ser soltapela manhã, ela desmaiou na portada casa. Quando seu marido abriu aporta para sair, viu-a caída de bru-ços, com as mãos na soleira da por-ta. Sem qualquer compaixão, elelhe disse: “Levanta-te, e vamo-nos”(v. 28). Mas não houve resposta.Ela estava morta.

A insensibilidade do levita paracom sua concubina ilustra, infeliz-mente, alguns aspectos da socieda-de moderna. A Bíblia afirma que,

13Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Esculturas de deuses pagãos, originárias,

principalmente, da antigaUgarite, na Síria.

Page 14: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

nos últimos dias, o afeto natural setornará escasso (2 Tm 3.1-5). La-mentavelmente, é isso que aconteceem muitos casamentos de hoje.Nem mesmo a família da fé estáimune a isso.

Então, o levita amarrou no seujumento o corpo sem vida da mulhere continuou a viagem. Chegando emcasa, ele cortou o corpo dela em do-ze pedaços e enviou um a cada tribode Israel. Revoltadas com aquela vi-são, as tribos de Israel exigiram justi-ça para o crime de Gibeá (v. 30).

Foi convocada uma assembléiaem Mispa, no território de Benja-mim. Ali, o levita contou aos lídereso que tinha acontecido, distorcendoum pouco a história em seu própriobenefício. O que disse era verdade,mas ele não mencionou a crueldadecom que empurrou sua concubinapara as mãos do bando. Os anciãosexigiram que os benjamitas entre-gassem os agressores de Gibeá paraque fossem punidos. Mas os filhosde Benjamim se recusaram. Sua to-lerância para com a depravação ti-nha se transformado numa atitudede autodefesa alimentada pelo or-gulho, e essa foi a sua ruína. “Dasoberba só resulta a contenda, mascom os que se aconselham se acha asabedoria” (Pv 13.10).

Cega de raiva e irredutível emsua teimosia, a tribo se reuniu em

Gibeá para lutar contra seus ir-mãos. Sessenta e cinco mil homens,incluindo vinte e cinco mil benja-mitas, morreram em três grandesbatalhas que quase aniquilaram atribo de Benjamim. Somente 600sobreviveram, escondendo-se du-rante quatro meses no deserto.

Mas agora havia um novo pro-blema. As outras tribos de Israeltinham jurado em Mispa que nun-ca deixariam suas filhas se casaremcom um benjamita. Depois, porém,ficaram preocupadas com a possí-vel extinção de toda uma tribo deIsrael. Os israelitas choraram amar-gamente diante do Senhor (Jz21.2,6). Então, elaboraram um pla-no: eles encontraram uma cidade,Jabes-Gileade, que não tinha par-ticipado da guerra e a castigaram,matando todos os seus homens emulheres, exceto suas 400 virgens,que foram capturadas e entreguescomo esposas aos homens de Ben-jamim.

Mas ainda faltavam 200 virgens.Os anciãos de Israel entraram emconluio e disseram aos benjamitasrestantes que se escondessem nas vi-nhas de Siló. Quando as filhas de Silósaíssem para dançar na festa anual,cada homem deveria sair de seu es-conderijo e raptar uma esposa para si.Os anciãos prometeram acalmar a irados pais e das famílias das moças.

A Bíblia encerra esse triste epi-sódio com estas palavras melancóli-cas: “Naqueles dias, não havia rei emIsrael; cada um fazia o que achavamais reto” (v. 25).

A Única SoluçãoAntes de morrer, Josué alertou os

israelitas para que obedecessem aoSenhor. Ele recordou-lhes as vitóriasdo Senhor sobre seus inimigos (Js23), recapitulou a fidelidade e a bon-dade de Deus (Js 24) e advertiu-ospara que dessem ouvidos ao Senhor,

sempre fossem fiéis a Javé e não seassociassem com os pagãos.

Entretanto, “foi também congre-gada a seus pais toda aquela geração;e outra geração após eles se levantou,que não conhecia o SENHOR, nemtampouco as obras que fizera a Israel.Então, fizeram os filhos de Israel o queera mau perante o SENHOR; pois servi-ram aos baalins. Deixaram o SE-NHOR, Deus de seus pais, que os tirarada terra do Egito, e foram-se após ou-tros deuses, dentre os deuses das gentesque havia ao redor deles, e os adora-ram, e provocaram o SENHOR à ira”(Jz 2.10-12).

O levita não achou uma boaidéia passar a noite em Jebus. Porquê? A cidade pertencia aos cana-neus. Ele sentiu que seria melhor fi-car em Gibeá. O que ele não sabia éque Gibeá tinha se “canaanizado”.

A assustadora história do levita ede sua concubina é um retrato vívi-do da degradação. Israel decaiu es-piritualmente porque misturou osritos idólatras dos cananeus com oculto ao Senhor. Os israelitas decaí-ram como nação porque negligen-ciaram a guerra permanente contraos cananeus. A cidade dos jebuseusdeveria ter sido conquistada. Suaexistência permitiu que a traiçoeiracultura cananéia se espalhasse.Além disso, tornando-se prisionei-ros dessa cultura, Gibeá e os benja-mitas perderam a visão de Deus.

A morte de Josué e dos outros lí-deres daquela época deixou um va-zio na liderança espiritual da nação.É evidente que a falta de líderes te-mentes a Deus leva a sociedade a fa-zer o que há de pior. O rei Davi de-clarou: “Socorro, SENHOR! Porque jánão há homens piedosos; desaparecemos fiéis entre os filhos dos homens” (Sl12.1). Os crentes deveriam influen-ciar a sociedade através de sua sepa-ração e comportamento santo. “Por-quanto a graça de Deus se manifestousalvadora a todos os homens, educan-

14 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Um trípode de Ugarite (usado comoapoio pela pitonisa ao proferir os oráculos), decorado com réplicas de romãs, símbolos da fertilidade.

Page 15: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

do-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos,no presente século, sensata, justa e piedosamente” (Tt 2.11-12).

O caminho escorregadio que conduz à apatia, ao pecado e àidentificação com o mundo é real. O grau em que as pessoas se dei-xam escravizar pela cultura mundana pode variar, mas a batalhasem tréguas entre o Evangelho e os valores e comportamentos domundo é universal. “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada dis-ponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14).(Israel My Glory)

Peter Colón é o diretor de The Friends of Israel para os estados do Sudeste dos EUA.

15Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Recomendamos:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Cuidado Com osCananeus de HojeEm 1929, uma fantástica desco-

berta arqueológica foi feita na anti-ga cidade portuária de Ugarite, nacosta da Síria. Foram encontradascentenas de antigos tabletes de bar-ro, fornecendo uma enorme riquezade informações sobre a cultura ca-nanéia. Eles revelaram que a reli-gião cananéia enfatizava a guerra, aprostituição religiosa e a sensualida-de pessoal como forma de culto.Sendo uma religião de conveniên-cia, não havia necessidade de umsantuário central. A torpeza podiaser praticada em qualquer lugar.

A adoração ao Baal dos cananeusera atraente para os israelitas porquenão fazia exigências morais. Não ha-via Dez Mandamentos na cultura ca-nanéia. Foi fácil para Israel entrela-çar o sexo cultual com as Escrituras econsiderar o resultado como uma ex-pressão religiosa normal. A deprava-ção se desenvolve quando o povo deDeus permite que influências malig-nas permaneçam em seu meio.

Hoje em dia, também há pessoas“canaanizadas”, inclusive crentes.Podemos observar uma atitude ca-nanéia no modo como a sociedadeaceita a promiscuidade escancara-da. Assim como ocorria no antigoIsrael, muitas pessoas, inclusivecristãos, não se separaram das másinfluências do mundo. Deus nos or-

dena: “Retirai-vos do meio deles, se-parai-vos, diz o Senhor” (2 Co 6.17).

C. I. Scofield, um erudito estu-dioso da Bíblia, escreveu: “A sepa-ração, na Bíblia, é dupla: (a) [afas-tando-se] de tudo o que é contrárioà mente de Deus; e (b) [voltando-se] para o próprio Deus. O princí-pio subjacente é que no universomoral é impossível que Deus aben-çoe e use plenamente Seus filhosquando têm compromisso ou cum-plicidade com o mal”.1

O cristianismo bíblico condena to-da forma de impureza sexual: “Poisesta é a vontade de Deus: a vossa santi-ficação, que vos abstenhais da prostitui-ção” (1 Ts 4.3). “Mas a impudicícia etoda sorte de impurezas ou cobiça nemsequer se nomeiem entre vós, como con-vém a santos” (Ef 5.3). O livro de Juí-zes mostra que a geração posterior aJosué não conhecia o Senhor. Por is-so, o pecado reinava. Esta é a triste si-tuação que vivemos hoje no mundo.

A geração posterior a Josué nãovalorizava as obras que o Senhor tinharealizado no passado, em benefício deIsrael. A Bíblia nos adverte: “Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta paraos anos de gerações e gerações; pergunta ateu pai, e ele te informará, aos teus an-ciãos, e eles to dirão” (Dt 32.7). O con-selho bíblico é que cada indivíduo selembre e guarde o testemunho deDeus, e o ensine à geração seguinte.

“Grandes são as obras do SENHOR,consideradas por todos os que nelas se

comprazem. Em suas obras há glória emajestade, e a sua justiça permanecepara sempre. Ele fez memoráveis assuas maravilhas; benigno e misericor-dioso é o SENHOR” (Sl 111.2-4).

A geração posterior a Josué nãodava valor às obras de seu Senhor.Ela preferiu fazer o que era mau e re-jeitou o chamado de Deus para quefosse santa: “Ser-me-eis santos, porqueeu, o SENHOR, sou santo e separei-vosdos povos, para serdes meus” (Lv20.26). Os crentes devem se absterde toda forma de mal (1 Ts 5.22).Só pelo conhecimento firme da Pala-vra de Deus é que podemos discernira verdade do engano (2 Tm 2.15).

O dever de cada indivíduo élembrar-se de Deus e dar-Lhe gló-ria e louvor. Assim, teremos forçaspara enfrentar as tentações da vida.O grande erudito inglês F. E.March disse: “Quando estamospassando por dificuldades, às vezesnos esquecemos da fidelidade queDeus demonstrou para conosco nopassado. Só vemos os desvios e ocaminho perigoso. Mas, se olhar-mos para trás, veremos também aalegria da vitória, o desafio da subi-da, e a presença de nosso Compa-nheiro de viagem, que prometeuque nunca nos deixaria nem aban-donaria”. (Peter Colón)

Nota:1. C. I. Scofield, Bíblia de Estudo de Scofield,

p. 1187.

Page 16: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

• Este Congresso, assim como os ante-riores, veio trazer-me conhecimentos in-comparáveis sobre o tema que mais tenhosede de conhecer, a Volta de Cristo e asProfecias dos tempos finais. ...vou contan-do os meses para chegar outubro nova-mente. (Maria Magdalena – Poços de Cal-das/MG)

• O Congresso revitalizou a minha fé ea minha esperança de que Jesus Cristovoltará logo. (Lázaro – Belo Horizonte/MG)

• Meu coração se enche de alegria nosdias do Congresso, pois adquiro mais co-

nhecimento da Palavra Profética do queem todos os outros dias do ano. (Maria Au-xiliadora – Rio de Janeiro/RJ)

• Este Congresso é sempre um reno-vo espiritual. Nos sentimos mais próxi-mos do Deus Criador quando estudamosSua Palavra Profética. É um fortalecimen-to para a nossa fé. (Leonardo – Rio deJaneiro/RJ)

• Aprender sobre profecias, ouvir sobrea esperança do Arrebatamento mudou mi-nha pespectiva, fez com que eu queira sermais pura aos olhos de Deus, mais obe-

diente à Sua Palavra, mais santificada emCristo Jesus. (Edicléia – Curitiba/PR)

• A Obra Missionária Chamada daMeia-Noite e o Congresso me deixarammudada espiritualmente. Em primeiro lugardevo tudo isso ao Senhor Jesus e depois àliteratura e às palestras da Obra que têmme ajudado. (Cecília – Cambé/PR)

• Para mim é fascinante ouvir sobre Is-rael, principalmente as profecias cumpri-das ou por se cumprirem. Conhecer Israel,as profecias, em suma, a Palavra [Proféti-ca], é crescer na graça e no conhecimentode Jesus. Aprendi muito. (Elza – São Pau-lo/SP)

• O Congresso representou para mimuma mudança de pensamento e atitude arespeito de Israel, uma maior perspectivasobre a Volta de Cristo, e um maior com-prometimento com a Palavra Profética, nosentido de anunciar e propagar com maisintensidade o Evangelho. (Thiago – Para-cambi/RJ)

• Volto para casa muito abastecida es-piritualmente, crescendo cada

16 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

VIII Congresso InternacionalSobre a Palavra Profética

. : Poços de Caldas/MG - 18 a 21/10/2006 : .

T e s t e m u n h o s d e P a r t i c i p a n t e s

1 2

3

4

5 6

7

8 9

10

Legendas:1) Abertura do VIII Congresso.2) Congressistas na livraria.3) Ana Lúcia Abdalla ao teclado.4) Equipe da Chamada filmando

as palestras.5) Norbert Lieth e Ingo Haake.6) André Paganelli.7) Dave Hunt autografando

seus livros.8) Jamil Abdalla Filho.9) Equipe da Chamada cuidando

da cobertura online.10) Verbus, o Ônibus da Palavra.

Page 17: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

vez mais na fé e na bendita esperança davolta do Senhor. (Rodymeire – Santa Bár-bara d’Oeste/SP)

• O Congresso me deu uma claravisão do rumo a dar à minha vida apartir de agora. Deus me ajude a tra-balhar a santificação a cada novo diaque Ele me conceder. (Irene – BarraBonita/SP)

• Sei que depois de ouvir tantas coisasminha vida está mais alicerçada na Pala-vra de Deus, minha fé foi renovada e o de-sejo de estar preparada para a volta de Je-sus foi aumentado. (Elisabete – Volta Re-donda/RJ)

• É meu quarto Congresso. Sempresou exortada... a colocar as coisas em me-lhor perspectiva, investindo mais em coi-

sas espirituais e eternas. (Walkyria – SãoPaulo/SP)

• A cada ano que participo enriqueçomais com o descortinar que os preletorestrazem da Palavra Profética. Desde o pri-meiro Congresso, quando retorno para mi-nha casa, já sigo orando pelo próximoCongresso. E com certeza Deus é fiel.(Maria Teresa – Niterói/RJ)

• Para mim as mensagens são sempreedificantes e nos animam a aguardar comesperança a hora do Arrebatamento. (Jú-nia – São Sebastião/SP)

• Estamos completando a nossa pre-sença pela sexta vez. A cada Congresso,eu e minha esposa temos adquirido maisconhecimento da Palavra de Deus. (Israel– Rio de Janeiro/RJ)

• Este Congresso representou paramim algo como um rico tesouro, não mate-rial, mas espiritual. Senti com mais intensi-dade o quanto Deus me ama, e fui lembra-da de quanto preciso ser grata a Ele. (Dar-ci – Valença/BA)

17Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Reserve em sua agenda as datas dos próximos Congressos:• Sudeste: 17/10 a 20/10/2007• Nordeste: 22/10 a 25/10/2007

Adquira os DVDs e CDs (mp3) do

Congresso Profético 2006Informações: 0300 789.5152

Fot

os: J

osel

y M

ende

s

1 2 3

4

5

6

7 8

9

Legendas:1) Dave Hunt sendo traduzido por Eros Pasquini, Jr.2) Arno Froese pregando.3) Reinhold Federolf.4) Dieter Steiger e Norbert Lieth com congressistas.5) Ernesto Kraft e Norbert Lieth.6) Crianças em atividade realizada pela APEC.7) Vista geral do auditório.8) Vista da livraria.9) Markus Steiger.

10) Congressistas.11) Ouvintes atentos durante uma palestra.

10

11

Page 18: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

“Temos, assim, tanto mais confir-mada a palavra profética, e fazeisbem em atendê-la...” (2 Pe 1.19).

A Bíblia toda sublinha o poder daprofecia divina e enfatiza o quanto elaé confiável, assim como Pedro o faz napassagem acima. Ele acrescenta aindaque a Palavra tem sua origem em Deuse não na capacidade humana: “por-que nunca jamais qualquer profeciafoi dada por vontade humana; entre-tanto, homens santos falaram da par-te de Deus, movidos pelo Espírito San-to” (2 Pe 1.21). Por isso, devemos re-ceber a Palavra como um tesouroprecioso e um guia insubstituível. Ob-viamente é importante a maneira comoessa Palavra é interpretada.

Críticos de nossa forma de expla-nar a Palavra Profética nos censuramdizendo que lidamos de forma muitoseletiva com a mensagem das profe-cias e que nos apressamos em estabe-lecer conexões com o tempo em quevivemos. “Será que a profecia bíblicaé tão simples assim? A Bíblia pode serlida paralelamente com o jornal diárioem busca do cumprimento de profe-cias?” Será que estamos forçando aBíblia dentro de um esquema pré-esta-belecido? Quando falamos em profe-cias que se cumprem hoje, natural-mente nos referimos principalmenteàquelas que dizem respeito ao retornodos judeus da Diáspora (Dispersão) eà restauração de Israel e de tudo oque está relacionado com esses fatos.

A seguir, tentarei apresentar resu-midamente a forma com que lidamoscom esse assunto.

Interpretação antijudaicaNa Igreja, durante séculos as pro-

fecias foram quase sempre interpreta-

das espiritualmente. Isso significa que,de forma geral, partia-se da premissade que tudo girava em torno da Igrejae que a salvação divina deveria ser in-terpretada “espiritualmente”. Israel de-sapareceu de cena completamente.

Não precisa ser explicado mais afundo que por trás disso havia a cha-mada “teologia da substituição”. Se-gundo ela, a Igreja substituiu Israel eagora é detentora de todas as promes-sas de Deus. Uma terra às margens doMar Mediterrâneo, uma cidade ondehouve um templo algum dia, um povojudeu que ainda invoca e serve aoDeus de Abraão – do ponto de vistacristão nada havia a declarar sobre is-so. Essa terra e essa cidade eram par-te do Antigo Testamento, e o povo ju-deu nem deveria mais existir desdeque surgiu a Igreja. Resumindo: erauma interpretação substancialmenteantijudaica das profecias.

Através dos séculos, a Igreja “rou-bou” as promessas e se apropriou deforma exclusiva das garantias de sal-vação destinadas a Israel. Muitos co-mentários bíblicos ainda sustentam es-sa forma de ler as profecias, mas aospoucos percebe-se uma mudança naforma de pensar. Ou estarei sendomuito otimista?

A “mentalidade de substituição”parece estar profundamente arraigadaem nosso ser “cristão”. Porém, um tomdiferente já se faz ouvir em nossa épo-ca. Creio que, em certas igrejas, o Es-pírito Santo está realizando uma revi-ravolta na maneira de encarar a posi-ção de Israel.

Como ler as profeciasA questão é: Como lemos as profe-

cias? Permitam que eu tente responder

essa pergunta focando três possibili-dades:

1. Em primeiro lugar, é indispensá-vel ver o contexto em que foi feita aprofecia. Será que alguma parte já secumpriu concretamente?

2. Em segundo lugar, surge a ques-tão sobre aquilo que se costuma cha-mar de “parte ainda não-cumprida”da profecia. Como cristãos neotesta-mentários, sabemos que todas as pro-messas de Deus têm o sim e o amémde Cristo (veja 1 Coríntios 1.20)... emuitas das promessas proféticas falamdo retorno e da restauração de Israel.

3. Em terceiro lugar, penso que, deforma geral, qualquer profecia podeser aplicada espiritualmente. De inú-meras passagens bíblicas podemos ex-trair uma mensagem adequada à nos-sa situação pessoal ou da Igreja.

A segunda opçãoExaminemos mais detalhadamente

a segunda forma de “ler” a profeciabíblica. Muitos intérpretes limitam aspromessas proféticas que falam do re-torno dos judeus à Terra Santa à voltado cativeiro babilônico. Eles afirmamque o profeta tinha uma mensagempara sua época – e ponto final.

Mas isso não é correto. Muitas pro-fecias falam de um retorno dos judeusvindos de todas as partes do mundo(portanto, não apenas da Babilônia!),uma volta que sobrepuja em muito ascentenas de milhares de judeus cativosdo século VI a.C. Além disso, algunsséculos depois do retorno dos judeusdo cativeiro babilônico houve um cati-veiro ainda maior: após a dispersãodos judeus pelos romanos em 70 d.C.Algumas profecias também falam deuma restauração de todo o Israel enão apenas de Judá.

A tradicional espiritualização daspromessas divinas aplica essas profe-

18 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

A Palavra Profética

Page 19: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

cias ao crescimento da Igreja no mun-do gentio. Rejeitamos veementementeessa posição.

Sinais dos temposJá que Deus não deixa cair por

terra nenhuma de Suas palavras, po-

demos esperar uma restauração lite-ral das doze tribos de Israel. Portan-to, a atual imigração do povo judeupara a Terra Santa não teria algu-ma relação com as profecias? Seráque esse retorno é um mero acasohistórico?

Jesus nos ensinou que devemosprestar atenção aos sinais dos tempos.Um desses grandes sinais é a restaura-ção de Israel. Somos uma geração pri-v i l e g i a d a ,pois vivemosem uma épo-ca em queprofecias deDeus estãocomeçando ase cumprir.Na verdade,é obrigaçãonossa ler osjornais ao la-

do da Bíblia. Eu não saberia como en-tender o tempo atual sem a PalavraProfética.

Jesus já censurou as pessoas deSua época por serem capazes de pre-dizer com exatidão as condições me-teorológicas mas não terem sensibili-dade para os sinais dos tempos (vejaMateus 16.3). Não sejamos comoelas. (Pr. Jaap de Vreugd – extraídode Israel Heute)

19Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

Do Nosso Campo Visual

Jesus nos ensinou que devemos prestaratenção aos sinais dos tempos. Um desses grandes sinais é a restauração de Israel.

Por que para os outros sime para mim não?Pergunta: “Sou filha de Deus e sirvo ao meu Senhor emminha igreja conforme os dons que Ele me deu. Meu mari-do e eu somos pessoas trabalhadoras e juntos procura-mos ser econômicos e prudentes com as finanças. Mes-mo assim, todos os meses precisamos cuidar com osgastos para sobreviver com nossos filhos. Duas coisasme preocupam: no Antigo Testamento, a prosperidadematerial significava bênção, e a pobreza era o oposto.Também me incomoda ver outros crentes vivendo de mo-do superficial, mas recebendo tudo de mão beijada. Seráque Deus me ama menos que essas pessoas, mesmo queeu esteja vivendo de forma conscientemente entregue aEle? Esse problema envolvendo a inveja me aflige muito!”

Resposta: Sua carta nos alegrou muito, mas por umarazão que você não imagina. Suas palavras revelam que oSenhor tem trabalhado em sua vida – e isso é algo infini-tamente precioso! No final de sua carta você menciona oâmago da questão: a inveja. Esse sentimento oferece umaárea aberta ao ataque do inimigo, e ele se aproveita delasem piedade, chegando a semear dúvidas em seu cora-ção, a ponto de você se questionar se Deus realmenteainda a ama. Portanto, o diagnóstico já está feito. Por es-sa razão posso lhe garantir com grande alegria que a curapara seu problema também está à vista! O Senhor nãoexpõe problemas para fazer as pessoas sofrerem ou paradeixá-las tristes. Quando Ele põe o dedo numa ferida, éporque quer dar perdão, libertação e alegria! “Como?”,você pergunta. Se você confessar-Lhe o seu pecado e pe-

Para se manter informado sobre Israel e o cumprimentodas profecias, assine nossa revista Notícias de Israel.

Receba-a mensalmente em sua casa.

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Page 20: Chamada da Meia-Noite - Ano 37 - Nº 12

20 Chamada da Meia-Noite, dezembro de 2006

dir Seu perdão. A libertação vemcomo na travessia de um rio: colo-cando o pé numa pedra, depois naoutra, e mais outra... Pisando numanova pedra simbolicamente, vocêpoderá começar a orar de formaconfiante, como fazem as crianças,pedindo que o Senhor abençoe apessoa que você inveja, que Eleabençoe seus filhos, seus negócios,e que os atraia para perto de Seucoração paterno. Quando estiver fa-zendo isso, você verá que as dúvi-das e os pensamentos negativos seafastarão pouco a pouco, dando lu-gar à paz de Deus em seu coração.E a paz de Deus excede todo o en-tendimento (Fp 4.7).

De fato a prosperidade materialera um sinal da bênção divina parao povo de Israel no Antigo Testa-mento. Porém, no Novo Testa-mento os bens imateriais, as ri-quezas espirituais, são a provada verdadeira bênção. Em rela-ção à bênção material, por favor,leia atentamente a parábola do ricoavarento em Lucas 12.16-21, que

termina com as palavras: “MasDeus lhe disse: Louco, esta noite te pe-dirão a tua alma; e o que tens prepa-rado, para quem será? Assim é o queentesoura para si mesmo e não é ricopara com Deus” (vv.20-21). Issonão significa que é pecado ser rico.A questão é como lidar com a ri-queza, e a grande pergunta é se so-mos ricos para com Deus.

Paulo escreve acerca da riquezainterior: “Sempre dou graças a meuDeus a vosso respeito, a propósito dasua graça, que vos foi dada em CristoJesus; porque, em tudo, fostes enriqueci-dos nele, em toda a palavra e em todo oconhecimento” (1 Co 1.4-5). E: “ilu-minados os olhos do vosso coração, parasaberdes qual é a esperança do seu cha-mamento, qual a riqueza da glória dasua herança nos santos” (Ef 1.18).Talvez ele estivesse pensando empessoas que vivem na margem da mi-séria, que têm apenas o essencial pa-ra sobreviver. Filhos de Deus podemser pobres, podem ser perseguidos,podem ser torturados, mas apesardisso são ricos em seu Deus, pois:

– têm o perdãodos seus pecadospelo precioso san-gue do Cordeiro(Ef 1.7).

– sabem que Je-sus os ama e têm acerteza de que opróprio Pai os ama(Jo 15.9; 16.27).

– têm um inter-cessor quando pe-cam (1 Jo 2.1), queestá à direita deDeus e intercedepor eles (Rm 8.34).

– têm o EspíritoSanto, que os auxi-

lia em sua fraqueza, quando estãoprostrados e não sabem como orar(Rm 8.26).

– têm uma firme âncora parasuas almas (Hb 6.19).

– têm um Pai de misericórdia eDeus de toda consolação quandopassam por sofrimentos (2 Co 1.3).

– têm uma esperança que nãoconfunde (Rm 5.5).

– são herdeiros do Reino, que Eleprometeu aos que O amam (Tg 2.5).

Eles têm... eles têm... eles são...A lista poderia ser ainda muito am-pliada. Agora troque todas as pala-vras “eles têm” por “eu tenho”, evocê perceberá a grandeza dos te-souros que tem em Cristo, que sãoriquezas insondáveis (Ef 3.8), poisJesus se fez pobre por amor a nós efoi à cruz em nosso lugar (2 Co 8.9).

Peço a Deus de todo o coraçãoque Ele abra seus olhos para quevocê consiga ver a riqueza imensu-rável que tem em Jesus, mesmo queno final do mês o dinheiro estejanovamente curto, e que você se ale-gre por ser uma filha desse Senhormaravilhoso. Ele lhe diz através deSua Palavra: “Não andeis ansiosos decoisa alguma; em tudo, porém, sejamconhecidas, diante de Deus, as vossaspetições, pela oração e pela súplica,com ações de graças” (Fp 4.6).

Por favor, leia também o Salmo73. Asafe, o autor desse Salmo, ti-nha problemas com a prosperidadede seus contemporâneos ímpios.Ele se preocupava com o assunto.Sua conclusão se encontra no versí-culo 17. E, no final ele declaratriunfalmente: “Quanto a mim, bomé estar junto a Deus; no Senhor Deusponho o meu refúgio, para proclamartodos os seus feitos” (Sl 73.28). (Els-beth Vetsch)

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém,sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições,pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6).