cesário verde apontamentos

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  • 7/26/2019 Cesrio Verde Apontamentos

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    Apontamentos

    O real o ponto de partida para as outras realidades. a realidade que o rodeia que lhe suscita, por vezes, a evaso (fuga). O espao em que se encontra, a cidade, surgecomo smolo de tristeza, opresso e doena. por isso que !lerto "aeiro o chama de #campon$s que andava presa

    em lierdade na cidade%.&or vezes a realidade transfigurada.!tenta com a realidade circundante e ela que lhe fornece os elementos necess'rios para a sua potica.!tenta no espao por onde deamula, e d'nos conta do que v$ e ouve e por vezes, tamm do que sente.!tenta nos traalhos.!tenta nas pessoas.

    Os seus poemas so essencialmente descritivos, por isso o poeta da viso. !dectivao dupla (caractersticas fsicas e psicol*gicas) +em osesso pela perfeio formal preocupase em #lanar originais% e-actos os seus ale-andrinos. !n'lise formal o que se passa numa estrofe passase em todas. ! mulher na poesia de "es'rio erde surge associada ao espao.Figuras de estilo:/adectivao/sinestesia (cruzamento de sensa0es)/anttese (campo1cidade eu1ela)/comparao/met'fora/enumerao

    Parnasiansmo:

    "orrente liter'ria de "es'rio erde porque atenta na realidade que o circunda e pretenda transmitila de formaoectiva, assumese como realista. 2o entanto, a sua osesso pela perfeio formal fazem dele um parnasiano.

    "es'rio erde inserese com toda a propriedade no parnasianismo, pois os seus poemas resultam da ateno quededica no mundo e-terior.3' nele atitude de rep*rter e que 4 dist5ncia nos faz testemunhar o que viu e ouviu. 2o entanto, no s* o conte6doque prima pelo gasto do pormenor e predomnio da oectividade, mas tamm pela osesso da perfeio formal

    como ele pr*prio diz no verso7 #!purome em lanar originais e-actos os meus ale-andrinos%.Binmio Cidade/Campo:

    "es'rio erde, poeta do sculo 88, considerado poeta 9 pintor que capta as impress0es da realidade comoectividade. :ra um campon$s que andava pouco em lierdade pela cidade (;isoa), pois vivia na 5nsia de regressar aocampo. #2um airro

  • 7/26/2019 Cesrio Verde Apontamentos

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    ! poesia de "es'rio uma poesia do quotidiano, onde impera um estilo que traduz uma atitude impressionista,atravs de uma perspectiva pict*rica com que descreve e analisa a paisagem num apelo 4s sensa0es visuais. >portanto, com ase no que o rodeia, que "es'rio escreve a sua poesia.:ssa descrio do real marcada pela utilizao de uma linguagem colorida, assente na adectivao e-pressiva, nasimagens e nas compara0es originais, nas sinestesias aundantes, nas met'foras e na ironia.! cidade assume uma dupla significao7 ao nvel pessoal, a cidade significa a aus$ncia, a impossiilidade do amorao nvel social, a cidade significa opresso. "es'rio tenta ultrapassar esta limitao da cidade atravs da comunho

    com o campo.

    Aspectos gerais:"ontempor5neo do ?ealismo, que influencia alguns aspectos da sua poesia7 descrio oectiva do real presena defiguras do povo preocupao social e-presso de solidariedade social.Aspectos especficos:car'cter deamulat*riopresena do quotidiano citadino e campestre@in*mio cidade1campo2ova imagem da mulher7 mulher do povo, sofredora e doente mulher leviana mulher sedutora e ela.!s fugas imaginativaso mito de !nteu 9 o contacto com a terra, com a realidade confere fora e vitalidade.Linguagem:ocaul'rio preciso, conciso.

    alor e-pressivo dos diminutivos:mprego de veros sensoriaisAinestesias:strangeirismos

    Influncia de Baudelaire:

    ! influ$ncia de @audelaire em "es'rio revelase na plasticizao da imagem feminina, cua pureza e rigidez dom'rmore fazem dela."ontudo, "es'rio no foi nem seu discpulo nem seu imitador."es'rio d'nos, pois, um retrato da mulher citadina aliado 4 artificialidade e 4 opresso social da cidade.! viso da mulher que estonteia e fascina o poeta, que o hipnotiza e que o trata com indiferena.! dualidade da mulher 9 ano e da mulher 9 dem*nio, que ora afaga, ora fere.Concluso:!o oservar a misria e a decad$ncia da cidade o poeta manifesta determinadas sensa0es. (tdio, noo, angustia,tristeza, frustrao, dor, desgosto).

    Campo/cidade

    "idade smolo de7 "ampo smolo de7

    Aomra luz

  • 7/26/2019 Cesrio Verde Apontamentos

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    ! cidade, em "es'rio erde, dei-a de ser um espao de contemplao euf*rica para ser um espao de sofrimento. !representao da cidade assume contornos de ntida negatividade. "es'rio tem da cidade uma imagem cada vez maispessimista.O campo o espao de superao das limita0es.

    &oetizao do real quotidianoB. ! poesia do quotidiano nascido da impresso e #o fogo% dei-a dentro do artista.C. ;igao 4 pintura impressionista.

    @in*mio cidade1campoB. "idade 9 opressoC. "ampo 9 lierdade

    Dnovao da arte potica Auectividade do tempo e da morte ?elacionamento esttico perante a imagtica feminina &oetizao do real (oectividade1 suectividade) o quotidiano na poesia. ?elacionamento esttico com a imagtica feminina @in*mio cidade1campo (campestre1urana) Auectividade do tempo e a morte Euesto social Dnovao da arte potica &rosasmo realista e visionarismo impressionista

    "es'rio no o simples parnasiano imparcial e impassvel, mas o adolescente 9 adulto que v$ com olhos de artista etransfigura pela imaginao, a paisagem fsica do campo e da cidade e a paisagem humana da sociedade e do seutempo.

    O parnasianismo defende a #arte pela arte%, uma tend$ncia artstica que procura a confeco perfeita atravs de umapoesia descritiva, aseada, muitas vezes, em tem'ticas graco 9 latinas. 3' quem lhe chame7 o realismo em poesia."aracterizase pela osesso pela eleza na perfeio formal, aparece como reaco contra o romantismo, com osseus e-cessos de imaginao, o lirismo intimista, o suectivismo e-cessivo e a indisciplina da linguagem.! poesia , para o parnasianismo, um fruto paciente de saedoria, um reiterado traalho de perfeio em ritmo e emrima.

    "es'rio no passeia ;isoa para desfruta intimista lateral de #um deseo asurdo de sofrer%. O que ele sofre umacerto hist*rico de frustra0es, uma opresso que lhe palp'vel e visvel na cidade. "idade esta que o oposto docampo.

    O seu campo os pomares de ;inda 9 a 9 pastora onde no h' #nem uma planta s* de mero arnato% so as canseirasde uma famlia urguesa contra as m's colheitas, a concorr$ncia espanhola no mercado ingl$s as doenas e a morte.

    #"ampon$s preso em lierdade pela cidade de ;isoa%"es'rio erde um poeta pintor que capta as impress0es da realidade que o cerca com grande oectividade. intencionalmente realista, atento a pormenores mnimos que servem para transformar as percep0es sensoriais.=a cidade de ;isoa por onde deamula, descreve as ruas pavorosas e melanc*licas, com somras e ulcio, easorvelhes a melancolia e monotonia, #o deseo de sofrer%. =o campo canta a vida r6stica, de canseiras, a suavitalidade e sa6de. &oeta parnasiano, "es'rio no d' a conhecer aquilo que sente, no sua inteno dar a conhecerse procura descrever os oectos, pint'los, despertar nos outros ideias e sensa0es. &rop0e uma e-plicao para oque oserva com oectividade e, quando recorre a suectividade apenas transp0e, pela imaginao transfiguradora,a realidade captada numa outra que s* o olhar de artista pode notar.

    =eamula pela cidade

    @in*mio cidade1campo ! humilhao 9 sentimental (associada 4 mulher feia e distante)

    Aocial (quando h' uma passagem do particular para o geral) :sttica (em causa a sua poluio potica e incompreenso que parte dos outros.

    ! usca da perfeio 9 oectividade ?ealista, atento a pormenores ntimos

    A poesia de Cesrio Verde:

    BF fase (BGHIHJ) CF fase( BGHKHL) IF fase(BGHHGJ)

    "rise romanesca 2aturalismo O quotidiano"idade1campo

    O idealismo rom5ntico O realismo acentuadoa par das tend$ncias pelos contrastes ! descrioliter'rias e estticas da impressionista

  • 7/26/2019 Cesrio Verde Apontamentos

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    poca. #=eslumramentos% do real, Mase#"ontrariedades% pict*rica do

    #:spl$ndida% poeta"es'rio deamula pela cidade, contandonos aquilo que vai vendo mas tamm nos diz aquilo que sente. Euandodeamula pelas ruas da cidade "es'rio sofre e tenta contriuir para o fim da e-plorao do homem pelo homem,morte, pestes, critica as cidades, que no tem condi0es difceis de vida dos traalhadores, aloando destes, apoluio.

    :le vai oservando estes prolemas e vai imaginando como deveria ser a cidade ideal sociedade usta, harmoniosa, ohomem ideal e mulher ideal. +ransp0e a realidade atravs da imaginao7 realidade1imaginao.:le confessa que andava na cidade mas com o corao preso no campo7 prolem'tica cidade1campo.=escreve a realidade e d'nos a conhecer os seus sentimentos e a sua maneira de ver a realidade7 Oectividade1Auectividade

    "es'rio erde interessase pelo real, procurando descrever com oectividade os oectos, pint'los,despertar nos outros ideias e sensa0es.

    "es'rio um poeta 9 pintor que capta as impress0es da realidade. &r*-imo do realismo e do naturalismo,presta ateno aos pormenores mnimos que servem para transmitir as percep0es sensoriais.

    &rop0e uma interpretao da cidade de ;isoa, por onde deamula, descrevea, asorvelhe a melancolia ea monotonia, proecta nela imagens da mulher formosa, fria e altiva.

    =o campo, canta a vida r6stica, de canseiras, a sua vitalidade e sa6de. Dnteressoulhe o quotidiano, tenta visionar situa0es vividas no dia 9 a 9 dia, revelando uma ateno

    permanente ao que o rodeia. Dmpressionista, procura surpreender o #momento% em que os oectos #ganham a sua inteira

    individualidade%. "es'rio consegue traduzir uma realidade multifacetada, atravs de uma grande plasticidade esttica. O contraste cidade1campo um dos temas fundamentais da poesia de "es'rio e revelanos o seu amor pelo

    r6stico e natural, que celera, por oposio a um certo rep6dio da perversidade e dos pseudo valoresuranos e industriais, a que, no entanto, adere.

    ! oposio cidade1campo conduz simolicamente 4 oposio morte1vida. a morte que cria em "es'riouma repulsa 4 cidade por onde gostava de deamular, mas que acaa por aprision'lo.

    O tempo um contnuo nascer e a esperana s* possvel para as novas gera0es. ! cidade surge associada ' mulher fatal e a morte, enquanto o campo se une 4 imagem da mulher anglica e

    da vida. 3' uma se-ualizao da cidade e do campo que incorpora as alegorias da morte e da vida. "es'rio procura pintar #quadros por letras, por sinais%, criando uma pintura liter'ria e rtmica de temas

    comuns e realidades. Aensvel ao estmulo visual, "es'rio procura reter diversas impress0es visuais e outras para sorepor

    imagens que acaem por traduzir e repetir a viso do que o rodeia e traduzir a sua inspirao pessoal.