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www.cers.com.br ADVOCACIA PÚBLICA 2014 Constitucional Flávia Bahia 1 ADVOCACIA PÚBLICA 2014 TEMAS: CONSTITUIÇÃO: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, ELEMENTOS, EFICÁCIA/APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS, PODER CONSTITUINTE CONCEITO CONCEPÇÕES/SENTIDOS: 1- SOCIOLÓGICA- FERDINAND LASSALLE: “A ESSÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO” 2- POLÍTICA CARL SCHMITT: “TEORIA DA CONSTITUIÇÃO” 3- JURÍDICA/POSITIVISTA/NORMATIVA HANS KELSEN: “A TEORIA PURA DO DIREITO” 4- CULTURALISTA/TOTAL- MEIRELLES TEIXEIRA 5- ESTRUTURAL- SPAGNA MUSSO CLASSIFICAÇÃO/TIPOLOGIA 1- QTO À ORIGEM: - PROMULGADAS - OUTORGADAS - PACTUADAS - CESARISTAS 2- QTO À FORMA: - ESCRITAS/INSTRUMENTAIS - NÃO ESCRITAS/CONSUETUDINÁRIAS /COSTUMEIRAS 3- QTO À EXTENSÃO - SINTÉTICAS/CONCISAS/BREVES - ANALÍTICAS/EXTENSAS/PROLIXAS 4- QTO AO CONTEÚDO - MATERIAIS - FORMAIS 5- QTO AO MODO DE ELABORAÇÃO - DOGMÁTICAS/SISTEMÁTICAS - HISTÓRICAS 6- QTO À ALTERABILIDADE - SUPER RÍGIDAS - RÍGIDAS - FIXAS - SEMI RÍGIDAS - FLEXÍVEIS 7- QTO À FINALIDADE - DIRIGENTES/PROGRAMÁTICAS - GARANTIAS/NEGATIVAS/LIBERAIS 8- QTO À IDEOLOGIA - ORTODOXAS - ECLÉTICAS 9 QTO À CORRESPONDÊNCIA OU NÃO COM A REALIDADE (CRITÉRIO ONTOLÓGICO) - NORMATIVAS

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    ADVOCACIA PBLICA 2014 Constitucional

    Flvia Bahia

    1

    ADVOCACIA PBLICA 2014

    TEMAS:

    CONSTITUIO:

    CONCEITO,

    CLASSIFICAO,

    ELEMENTOS,

    EFICCIA/APLICABILIDADE DAS NORMAS

    CONSTITUCIONAIS,

    PODER CONSTITUINTE

    CONCEITO

    CONCEPES/SENTIDOS:

    1- SOCIOLGICA- FERDINAND LASSALLE:

    A ESSNCIA DA CONSTITUIO

    2- POLTICA CARL SCHMITT: TEORIA DA

    CONSTITUIO

    3- JURDICA/POSITIVISTA/NORMATIVA

    HANS KELSEN: A TEORIA PURA DO

    DIREITO

    4- CULTURALISTA/TOTAL- MEIRELLES

    TEIXEIRA

    5- ESTRUTURAL- SPAGNA MUSSO

    CLASSIFICAO/TIPOLOGIA

    1- QTO ORIGEM:

    - PROMULGADAS

    - OUTORGADAS

    - PACTUADAS

    - CESARISTAS

    2- QTO FORMA:

    - ESCRITAS/INSTRUMENTAIS

    - NO

    ESCRITAS/CONSUETUDINRIAS

    /COSTUMEIRAS

    3- QTO EXTENSO

    - SINTTICAS/CONCISAS/BREVES

    - ANALTICAS/EXTENSAS/PROLIXAS

    4- QTO AO CONTEDO

    - MATERIAIS

    - FORMAIS

    5- QTO AO MODO DE ELABORAO

    - DOGMTICAS/SISTEMTICAS

    - HISTRICAS

    6- QTO ALTERABILIDADE

    - SUPER RGIDAS

    - RGIDAS

    - FIXAS

    - SEMI RGIDAS

    - FLEXVEIS

    7- QTO FINALIDADE

    - DIRIGENTES/PROGRAMTICAS

    - GARANTIAS/NEGATIVAS/LIBERAIS

    8- QTO IDEOLOGIA

    - ORTODOXAS

    - ECLTICAS

    9 QTO CORRESPONDNCIA OU NO

    COM A REALIDADE (CRITRIO

    ONTOLGICO)

    - NORMATIVAS

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    - NOMINATIVAS/NOMINALISTAS/NOMI

    NAIS

    - SEMNTICAS

    CLASSIFICAO DA CONSTITUIO DE

    1988

    ELEMENTOS

    - ORGNICOS

    - LIMITATIVOS

    - SOCIOIDEOLGICOS

    - DE ESTABILIZAO

    CONSTITUCIONAL

    - FORMAIS DE APLICABILIDADE

    EFICCIA/APLICABILIDADE DAS NORMAS

    CONSTITUCIONAIS

    1- THOMAS COOLEY VISO BIPARTIDA

    CLSSICA:

    - SELF-EXECUTING PROVISIONS

    - NOT SELF-EXECUTING PROVISIONS

    2- PONTES DE MIRANDA - TEORIA

    BIPARTIDA BRASILEIRA:

    - NORMAS BASTANTES EM SI

    - NORMAS NO BASTANTES EM SI

    3- A TEORIA ITALIANA

    - GAETANO AZZARITI:

    - PRECEPTIVAS E DIRETIVAS

    - VEZIO CRISAFULLI:

    - EFICCIA PLENA E LIMITADA

    4- A TEORIA TRIPARTIDA: JOS AFONSO

    DA SILVA

    - NORMAS CONSTITUCIONAIS DE

    EFICCIA PLENA

    - NORMAS CONSTITUCIONAIS DE

    EFICCIA CONTIDA

    - NORMAS CONSTITUCIONAIS DE

    EFICCIA LIMITADA OU REDUZIDA

    PODER CONSTITUINTE

    1- HISTRICO.

    Quest-ce que le tiers tat ? - Emmanuel

    Joseph Sieys

    2- CONCEITO

    3- NATUREZA JURDICA

    A) PODER DE FATO

    B) PODER DE DIREITO

    4- TITULARIDADE X EXERCCIO

    5- ESPCIES:

    - PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO

    (1 GRAU)

    - PODER CONSTITUINTE DERIVADO

    (2 GRAU)

    A) REFORMADOR

    B) DECORRENTE

    6- PODER CONSTITUINTE DIFUSO

    GEORGES BURDEAU

    7- PODER CONSTITUINTE

    SUPRANACIONAL

    8- CARACTERSTICAS: PCO E PCD

    9- LEIS ORGNICAS DOS MUNICPIOS E DO

    DISTRITO FEDERAL

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    PODER CONSTITUINTE 1- HISTRICO. Quest-ce que le tiers tat ? - Emmanuel Joseph Sieys 2- CONCEITO 3- NATUREZA JURDICA A) PODER DE FATO B) PODER DE DIREITO 4- TITULARIDADE X EXERCCIO 5- ESPCIES: - PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO (1

    GRAU) - PODER CONSTITUINTE DERIVADO (2

    GRAU) A) REFORMADOR B) DECORRENTE 6- PODER CONSTITUINTE DIFUSO GEORGES BURDEAU 7- PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL 8- CARACTERSTICAS: PCO E PCD 9- LEIS ORGNICAS DOS MUNICPIOS E DO DISTRITO FEDERAL PODER REFORMADOR 1- NCLEO: ART. 60 2- MANIFESTAES A) EMENDAS CONSTITUCIONAIS ART. 60 B) EMENDAS DE REVISO ART. 3, ADCT 3- LIMITAES AO PODER REFORMADOR A) TEMPORAIS? B) CIRCUNTANCIAIS: ART. 60, 1 C) FORMAIS: ART. 60, I, II, III, 2, 3, 5 D) MATERIAIS: EXPRESSAS: ART. 60, 4.

    IMPLCITAS

    DECISES IMPORTANTES DO STF SOBRE O TEMA "Processo de reforma da Constituio estadual Necessria observncia dos requisitos estabelecidos na CF (art. , 1 a 5) Impossibilidade constitucional de o Estado-membro, em divergncia com o modelo inscrito na Lei Fundamental da Repblica, condicionar a reforma da Constituio estadual aprovao da respectiva proposta por 4/5 da totalidade dos membros integrantes da Assembleia Legislativa Exigncia que virtualmente esteriliza o exerccio da funo reformadora pelo Poder Legislativo local A questo da autonomia dos Estados-membros (CF, art. 25) Subordinao jurdica do poder constituinte decorrente s limitaes que o rgo investido de funes constituintes primrias ou originrias estabeleceu no texto da Constituio da Repblica (...)." (ADI 486, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-4-1997, Plenrio, DJ de 10-11-2006.) No precisa ser reapreciada pela Cmara dos Deputados expresso suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redao remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, no perdeu sentido normativo. (ADI 3.367, Rel. Min.Cezar Peluso, julgamento em 13-4-2005, Plenrio, DJ de 22-9-2006.) No mesmo sentido: ADI 2.666, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-10-2002, Plenrio, DJde 6-12-2002. "O STF admite a legitimidade do parlamentar e somente do parlamentar para impetrar mandado de segurana com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovao de lei ou emenda constitucional incompatveis com disposies constitucionais que disciplinam o processo legislativo. Precedentes do STF: MS 20.257/DF, Min. Moreira Alves (leading case) (RTJ 99/1031); MS 20.452/DF, Min. Aldir Passarinho (RTJ 116/47); MS 21.642/DF, Min. Celso de Mello (RDA191/200); MS 24.645/DF, Min. Celso de Mello, DJ de 15-9-2003; MS 24.593/DF, Min. Maurcio Corra, DJ de 8-8-2003; MS 24.576/DF, Min. Ellen Gracie, DJ de 12-9-2003;MS 24.356/DF, Min. Carlos Velloso, DJ de 12-9-2003." (MS 24.667-AgR, Rel. Min.Carlos Velloso, julgamento em 4-12-2003, Plenrio, DJ de 23-4-2004.)

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    As clusulas ptreas I - A forma federativa de Estado; - Autonomia dos entes - Impossibilidade de secesso - Repartio de competncias EC 69/12 - Princpio da imunidade tributria recproca entre os entes ADI 939 - CNJ ADI 3367 II - O voto direto, secreto, universal e peridico; - Sufrgio x Voto - Art. 55 - Voto Facultativo III - A separao dos Poderes; - Funes Tpicas e Atpicas - Imunidades - CNJ ADI 3367 IV - Os direitos e garantias individuais. - Direitos de primeira gerao? - Princpio da anterioridade em matria

    tributria ADI 939 - Princpio da dignidade da pessoa humana LIMITAES MATERIAIS IMPLCITAS: - FORMA E SISTEMA DE GOVERNO; TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE; O PRPRIO ART. 60. MUTAO CONSTITUCIONAL DENOMINAES: - PODER CONSTITUINTE DIFUSO - TRANSIO CONSTITUCIONAL - MUDANAS INFORMAIS DA

    CONSTITUIO HERMENUTICA CONSTITUCIONAL 1- A DIFCIL ARTE DE INTERPRETAR 2- HERMENUTICA X INTERPRETAO 3- MTODOS (OU ELEMENTOS) CLSSICOS. ESCOLA DE SAVIGNY, 1840: A) LITERAL/GRAMATICAL B) HISTRICO C) SISTEMTICO D) TELEOLGICO 4- O PS GUERRA; A NORMATIVIDADE DOS PRINCPIOS. DWORKIN, ALEXY, CANOTILHO, PAULO BONAVIDES 5- OS PRINCPIOS DA HERMENUTICA CONTEMPORNEA A- A SUPREMACIA DA CONSTITUIO B- A UNIDADE CONSTITUCIONAL

    C- A CONCORDNCIA PRTICA/HARMONIZAO D- EFEITO INTEGRADOR/EFICCIA INTEGRADORA E- JUSTEZA/CONFORMIDADE FUNCIONAL F- MXIMA EFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS G- PRESUNO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS H- INTERPRETAO CONFORME CONSTITUIO I- RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE

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    MUTAO CONSTITUCIONAL

    DENOMINAES:

    - PODER CONSTITUINTE DIFUSO - TRANSIO CONSTITUCIONAL - MUDANAS INFORMAIS DA

    CONSTITUIO

    HERMENUTICA CONSTITUCIONAL 1- A DIFCIL ARTE DE INTERPRETAR 2- HERMENUTICA X INTERPRETAO 3- MTODOS (OU ELEMENTOS) CLSSICOS. ESCOLA DE SAVIGNY, 1840:

    A) LITERAL/GRAMATICAL B) HISTRICO C) SISTEMTICO D) TELEOLGICO

    4- O PS GUERRA; A NORMATIVIDADE DOS PRINCPIOS. DWORKIN, ALEXY, CANOTILHO, PAULO BONAVIDES 5- OS PRINCPIOS DA HERMENUTICA CONTEMPORNEA A- A SUPREMACIA DA CONSTITUIO B- A UNIDADE CONSTITUCIONAL C- A CONCORDNCIA PRTICA/HARMONIZAO D- EFEITO INTEGRADOR/EFICCIA INTEGRADORA E- JUSTEZA/CONFORMIDADE FUNCIONAL F- MXIMA EFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS G- PRESUNO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS H- INTERPRETAO CONFORME CONSTITUIO

    I- RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE Princpios Fundamentais

    1. O Prembulo da Constituio

    Ns, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar o exerccio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,

    fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a soluo pacfica das controvrsias, promulgamos, sob a proteo de Deus, a seguinte CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

    2. Dos Princpios Fundamentais

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:

    I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo poltico.

    Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

    3. Formas de Governo

    A) MONARQUIA B) REPBLICA

    4. Formas de Estado

    A) UNITRIO OU SIMPLES B) FEDERAL. CARACTERSTICAS DA

    FEDERAO.

    5. A Separao de Poderes Art. 2 So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio. 6. Objetivos Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil:

    I - construir uma sociedade livre, justa e solidria; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

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    IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.

    7. Princpios que regem o Brasil perante a comunidade jurdica internacional. Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos seguintes princpios:

    I - independncia nacional; II - prevalncia dos direitos humanos; III - autodeterminao dos povos; IV - no-interveno; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - soluo pacfica dos conflitos; VIII - repdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperao entre os povos para o progresso da humanidade; X - concesso de asilo poltico. Pargrafo nico. A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao econmica, poltica, social e cultural dos povos da Amrica Latina, visando formao de uma comunidade latino-americana de naes. Direitos Fundamentais: Conceito, Evoluo Histrica E Caractersticas

    DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS

    Os direitos humanos ou os direitos fundamentais formam o centro mais valioso dos direitos e se relacionam vida, liberdade, propriedade, segurana e igualdade, com todos os seus desdobramentos. A expresso direitos humanos utilizada pela Filosofia do Direito e ainda pelo Direito Internacional Pblico e Privado. J os direitos fundamentais seriam os direitos humanos positivados em um sistema constitucional, analisados sob o enfoque do direito interno.

    DIREITOS X GARANTIAS FUNDAMENTAIS

    Direito, em sua acepo clssica, seria a disposio meramente declaratria que imprime existncia legal ao direito reconhecido. a proteo ao bem, ao interesse tutelado pela norma jurdica configurando verdadeiro patrimnio jurdico.

    As garantias, por sua vez, traduzem-se no direito dos cidados de exigir dos poderes pblicos a proteo de seus direitos. Servem para assegurar os direitos atravs da limitao do poder, possuindo carter instrumental, atuando como mecanismos prestacionais na tutela dos direitos. Dividem-se em garantias gerais e especficas. garantias fundamentais gerais: so aquelas que vm convertidas em normas constitucionais que probem os abusos de poder e todas as espcies de violao aos direitos que elas asseguram e procuram tornar efetivos. Realizam-se por meio de princpios, tais como: o da legalidade, o da liberdade, princpio do devido processo legal etc. garantias fundamentais especficas: so aquelas que instrumentalizam, verdadeiramente, o exerccio dos direitos, fazendo valer o contedo e a materialidade das garantias fundamentais gerais. So exemplos: o habeas corpus, o mandado de segurana, o habeas data, o mandado de injuno, a ao popular, o direito de petio etc. So chamados de remdios constitucionais por designar um recurso aquilo que combate o mal, qual seja, o desrespeito ao direito fundamental.

    DIREITOS HUMANOS: CARACTERSTICAS

    a) Relatividade Os direitos fundamentais no so absolutos, pois podem ser relativizados diante de situaes em conflito. Importante destacar que de acordo com a Declarao Universal dos Direitos Humanos de 1948 existiriam alguns direitos fundamentais que no poderiam em hiptese alguma ser desrespeitados, como por exemplo, a vedao escravido e tortura, como abaixo transcrito:

    Artigo IV Ningum ser mantido em escravido ou servido, a escravido e o trfico de escravos sero proibidos em todas as suas formas. Artigo V Ningum ser submetido tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. b) Complementariedade Os direitos fundamentais no so analisados sob o prisma isolado, pois esto numa relao de complementariedade, ou seja, os direitos sociais reforam os direitos individuais, os

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    direitos difusos ampliam as garantias para a tutela coletiva e nessa simbiose que eles devem ser compreendidos e respeitados. c) Indisponibilidade Como no possuem natureza econmico-financeira, o ncleo dos direitos fundamentais no poder ser transacionado por inteiro, ainda que alguns aspectos concretos dos direitos fundamentais possam ser eventualmente passveis de negociao, como nos contratos de reality show, por exemplo. d) Imprescritibilidade Os direitos fundamentais no esto sujeitos ao decurso do tempo, por isso se diz que so imprescritveis. e) Universalidade Esta caracterstica est em harmonia com o envolvimento dos pases com a comunidade jurdica internacional depois da 2 Guerra Mundial de uma maneira muito contundente e pode ser analisada sob dois enfoques. Inicialmente, a titularidade dever proteger o maior nmero de destinatrios, sem preconceitos de raa, cor, sexo, idade, nacionalidade ou condio social. Em segundo lugar, podemos falar na relativizao do prprio conceito de soberania estatal, em prol da soberania do indivduo. Todos os seres humanos merecem igual respeito e proteo, a todo tempo e em todas as partes do mundo em que se encontrem (Fbio Konder Comparato) f) Irrenunciabilidade No h possibilidade de algum renunciar ao ncleo do seu direito fundamental, esvaziando-o por completo. Com isso o Estado estaria protegendo o indivduo contra si mesmo, por exemplo, o Brasil garante a todos o direito fundamental vida, mas no o direito morte, proibindo a eutansia. g) Historicidade Os direitos fundamentais no tem natureza definitiva, pois continuam sendo construdos ao longo da histria e esto em constante processo de modificao. Enfrentaram guerras, morte, lutas e as geraes dos direitos fundamentais explicam justamente isso, o ganho pontual que os direitos foram recebendo ao longo da histria. h) Abstratos Como os direitos fundamentais so do homem e no apenas de franceses ou ingleses, so abstratos.

    GERAES OU DIMENSES DOS DIREITOS (Manoel Gonalves Ferreira Filho)

    a) Direitos de primeira dimenso

    Inauguram o movimento constitucionalista, fruto dos iderios iluministas do sculo XVIII. Os direitos defendidos nessa gerao cuidam da proteo das liberdades pblicas, civis e direitos polticos. Nesta fase, o Estado teria um dever de prestao negativa, isto , um dever de nada fazer, a no ser respeitar as liberdades do homem. Seriam exemplos desses direitos: a vida, a liberdade de locomoo, a liberdade de opinio, a liberdade de expresso, propriedade, manifestao, ao voto, ao devido processo legal.

    b) Direitos de segunda dimenso Sob a inspirao principal do Tratado de Versalhes, de 1919, pelo qual se definiram as condies de paz entre os Aliados e a Alemanha e a criao da Organizao Internacional do Trabalho a OIT- nasce a denominada segunda dimenso de direitos fundamentais, que traz proteo aos direitos sociais, econmicos e culturais, onde do Estado no mais se exige uma absteno, mas, ao contrrio, impe-se a sua interveno. Nesse diapaso, seriam exemplos clssicos desses direitos: o direito sade, ao trabalho, assistncia social, educao e o direito dos trabalhadores.

    c) Direitos de terceira dimenso Marcada pelo esprito de fraternidade ou solidariedade entre os povos com o fim da Segunda Guerra Mundial, a terceira gerao representa a evoluo dos direitos fundamentais para alcanar e proteger aqueles direitos decorrentes de uma sociedade j modernamente organizada, que se encontra envolvida em relaes de diversas naturezas, especialmente aquelas relativas industrializao e densa urbanizao. Nesta perspectiva, so exemplos desses direitos: direito ao desenvolvimento, o direito paz, o direito comunicao, o direito autodeterminao entre os povos e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

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    Nacionalidade

    1. Histrico. Conceito. 2. Base Legal: art. 12, CRFB/88. Lei 6815/80 3. Nacionalidade X Cidadania 4. Conceitos relacionados:

    a) Aptrida ou Heimatlos b) Poliptrida

    5. Espcies de Nacionalidade

    a) Originria ou Primria b) Secundria, adquirida ou derivada

    6. Critrios de atribuio de Nacionalidade originria:

    a) Ius sanguinis b) Ius soli c) Critrio misto, ius soli relativo ou ius soli

    no absoluto

    7. Tratamento diferenciado entre brasileiros. Hipteses taxativamente previstas na CF em nome do princpio da igualdade Art. 12, p. 2, da CRFB/88:

    Cargos 12, 3 Funo 89, VII Extradio 5, LI Propriedade - 222

    "O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstncias e a natureza do delito, no pode ser extraditado, pelo Brasil, a pedido de Governo estrangeiro, pois a CR, em clusula que no comporta exceo, impede, em carter absoluto, a efetivao da entrega extradicional daquele que titular, seja pelo critrio do jus soli, seja pelo critrio do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primria ou originria.

    Esse privilgio constitucional, que beneficia, sem exceo, o brasileiro nato (CF, art. 5, LI), no se descaracteriza pelo fato de o Estado estrangeiro, por lei prpria, haver-lhe reconhecido a condio de titular de nacionalidade originria pertinente a esse mesmo Estado (CF, art. 12, 4,

    II, a)... (HC 83.113-QO, Rel. Min. Celso de Mello,Julgamento em 26-6-2003, Plenrio, DJ de 29-8-2003.)

    8. Brasileiros Natos, art, 12, I, a, b, c Hipteses taxativas!!

    a) os nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes no estejam a servio de seu pas; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que qualquer deles esteja a servio da Repblica Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de me brasileira, desde que sejam registrados em repartio brasileira competente ou venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 54, de 2007)

    Vindo o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de me brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa nacionalidade a manifestao da vontade do interessado, mediante a opo, depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, enquanto no manifestada a opo, esta passa a constituir-se em condio suspensiva da nacionalidade brasileira." (RE 418.096, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 22-3-2005, Segunda Turma, DJ de 22-4-2005.)

    9. Brasileiros Naturalizados. Art. 12, II, a, b

    a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originrios de pases de lngua portuguesa apenas residncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repblica Federativa do Brasil h mais de quinze anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira

    10. Perda de nacionalidade. Art. 12, 4, I e II. Hipteses taxativas!

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    DIREITOS POLTICOS

    1. MANIFESTAES DO SUFRGIO DIREITOS POLTICOS POSITIVOS ATIVOS E PASSIVOS

    a) INICIATIVA POPULAR b) PLEBISCITOS E REFERENDOS c) AO POPULAR d) O VOTO

    2. DIREITOS POLTICOS NEGATIVOS

    a) INELEGIBILIDADES b) PERDA E SUSPENSO

    DIREITOS SOCIAIS ADPF 45 PRINCPIOS DO MNIMO EXISTENCIAL E DA RESERVA DO POSSVEL

    Remdios Constitucionais

    - Viso Geral - Histrico

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    PARTIDOS POLTICOS Art. 17. livre a criao, fuso, incorporao e extino de partidos polticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - carter nacional; II - proibio de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinao a estes; III - prestao de contas Justia Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 1 assegurada aos partidos polticos autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento e para adotar os critrios de escolha e o regime de suas coligaes eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculao entre as candidaturas em mbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidria. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 52, de 2006) 2 - Os partidos polticos, aps adquirirem personalidade jurdica, na forma da lei civil, registraro seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Lei 9096/95 Art. 8 O requerimento do registro de partido poltico, dirigido ao cartrio competente do Registro Civil das Pessoas Jurdicas, da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em nmero nunca inferior a cento e um, com domiclio eleitoral em, no mnimo, um tero dos Estados, e ser acompanhado de: I - cpia autntica da ata da reunio de fundao do partido; II - exemplares do Dirio Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto; III - relao de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, nmero do ttulo eleitoral com a Zona, Seo, Municpio e Estado, profisso e endereo da residncia.

    3 - Os partidos polticos tm direito a recursos do fundo partidrio e acesso gratuito ao rdio e televiso, na forma da lei. 4 - vedada a utilizao pelos partidos polticos de organizao paramilitar. DIREITOS SOCIAIS ADPF 45 PRINCPIOS DO MNIMO EXISTENCIAL E DA RESERVA DO POSSVEL Remdios Constitucionais

    - Viso Geral - Natureza jurdica das aes

    constitucionais Mandado de Injuno Art. 5 LXXI - conceder-se- mandado de injuno sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania; 1. Histrico, natureza jurdica e conceito 2. Base Legal 3. Modalidades Mandado de injuno individual dever ser impetrado por pessoa natural ou jurdica, nacional ou estrangeira, cujo direito esteja mngua de uma norma que o regulamente. Mandado de injuno coletivo em que pese no existir disposio constitucional expressa sobre a modalidade coletiva da ao, a jurisprudncia vem reconhecendo essa possibilidade, sendo legitimados ativos para a sua propositura os mesmos que podem impetrar o mandado de segurana coletivo (art. 5, LXX, art. 21, da Lei 12.016/09) A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal admite legitimidade ativa ad causam aos sindicatos para a instaurao, em favor de seus membros ou associados, do mandado de injuno coletivo (STF, MI 102, Rel. p/ o ac. Min. Carlos Velloso, j. 12.2.98, DJ 25.10.02). 4. Pressupostos do remdio 5. Polo passivo "Mandado de injuno. Ilegitimidade passiva do Presidente do Senado Federal se a iniciativa

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    da lei da alada privativa do Presidente da Repblica (CF, arts. 37, VIII, e 61, pargrafo 1, II, c)." (STF, MI 153-AgR, Rel. Min. Paulo Brossard, j. 14.3.90, DJ 30.3.90). 6. Efeitos do mandado de injuno 7. Cautelar? HABEAS DATA Art. 5 LXXII - conceder-se- "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico; b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 1.Histrico, natureza jurdica e conceito 2. Base Legal 3. Finalidade 4. Legitimidade Ativa. Herdeiros. 5. Polo Passivo. Definio de carter pblico 6. Requisito essencial De acordo com a Smula n 2 do STJ: No cabe o habeas data se no houve recusa de informaes por parte da autoridade administrativa. Assim dispe a Lei n 9.507/97 no pargrafo nico do art. 8: A petio inicial dever ser instruda com prova: I - da recusa ao acesso s informaes ou do decurso de mais de dez dias sem deciso; II - da recusa em fazer-se a retificao ou do decurso de mais de quinze dias, sem deciso; ou III - da recusa em fazer-se a anotao a que se refere o 2 do art. 4 ou do decurso de mais de quinze dias sem deciso. (...) O acesso ao habeas data pressupe, dentre outras condies de admissibilidade, a existncia do interesse de agir. Ausente o interesse legitimador da ao, torna-se invivel o exerccio desse remdio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de informao de dados pessoais, ou da omisso em atend-lo, constitui requisito indispensvel para que se concretize o interesse de agir no habeas data. (...) () Sem que se configure situao prvia de pretenso resistida, h carncia da ao

    constitucional do habeas data (RHD 22, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, j. 19.9.91, DJ 1.9.95). 7. Hipteses de no cabimento 8. Tutela de Urgncia? 9. Gratuidade AO POPULAR Art. 5 LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbncia;

    1. Histrico, natureza jurdica e conceito 2. Base Legal 3. Finalidade 4. Espcies 5. Legitimidade Ativa. O Cidado. 6. Polo Passivo 7. Papel do MP 8. Gratuidade "A competncia para julgar ao popular contra ato de qualquer autoridade, at mesmo do Presidente da Repblica, , via de regra, do juzo competente de primeiro grau. Precedentes. Julgado o feito na primeira instncia, se ficar configurado o impedimento de mais da metade dos desembargadores para apreciar o recurso voluntrio ou a remessa obrigatria, ocorrer a competncia do STF, com base na letra n do inciso I, segunda parte, do art. 102 da CF." (AO 859, Rel. p/ o ac. Min. Maurcio Corra, julgamento em 11-10-2001, Plenrio, DJ de 1-8-2003.) 9. Smulas do STF Pessoa jurdica no tem legitimidade para propor ao popular.(Smula 365) O mandado de segurana no substitui a ao popular. (Smula 101) Habeas Corpus Art. 5, LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder;

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    1. Histrico, natureza jurdica e conceito 2. A doutrina brasileira do habeas corpus 3. Base Legal 4. Espcies HC preventivo: para evitar a consumao da leso liberdade de locomoo, hiptese na qual concedido o salvo-conduto; HC repressivo, suspensivo ou liberatrio: utilizado com o propsito de liberar o paciente quando j consumada a coao ilegal ou abusiva ou a violncia sua liberdade de locomoo. O pedido o alvar de soltura. 5. Legitimidade Ativa O Cdigo de Processo Penal, em consonncia com o texto constitucional de 1988, prestigia o carter popular do habeas corpus ao admitir a impetrao por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem. Assim no de se exigir habilitao legal para impetrao originria do writ ou para interposio do respectivo recurso ordinrio (STF, HC n 80.744, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ, 28.06.2002). 6. O paciente 7. Polo Passivo 8. Habeas Corpus e Priso do Militar 9. Smula 690 cancelada! 10. Smulas do STF Smula 693: No cabe "habeas corpus" contra deciso condenatria a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infrao penal a que a pena pecuniria seja a nica cominada. Smula 694: No cabe "habeas corpus" contra a imposio da pena de excluso de militar ou de perda de patente ou de funo pblica. Smula 695: No cabe "habeas corpus" quando j extinta a pena privativa de liberdade Mandado de Segurana Art. 5: LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico; 1. Histrico, natureza jurdica e conceito 2. Base Legal

    3. Finalidade 4. Modalidades: a) MS individual - O impetrante o titular do direito lquido e certo, como por exemplo: a pessoa natural, os rgos pblicos, as universalidades de bens (esplio, massa falida etc.), a pessoa jurdica, nacional ou estrangeira, domiciliada no Brasil ou no exterior... b) MS Coletivo (art. 5, LXX, CF) O mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por: partido poltico com representao no Congresso Nacional, ainda que o partido esteja representado em apenas uma das Casas Legislativas, no se exigindo a pertinncia com os interesses de seus membros, tendo em vista a sua importncia para assegurar o sistema representativo adotado pelo pas.

    - Organizao sindical, entidade de classe e associaes legalmente constitudas e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

    - O requisito de um ano em funcionamento hoje s exigido para as associaes, com o intuito de evitar que sejam criadas apenas para a impetrao do remdio. Ademais, segundo jurisprudncia consolidada, como se trata de substituio processual, no h necessidade de autorizao expressa de cada um dos associados (diferente da hiptese de representao processual do art. 5, XXI, em que a autorizao exigida).

    Legitimidade do sindicato para a impetrao de mandado de segurana coletivo independentemente da comprovao de um ano de constituio e funcionamento" (STF, RE 198.919, Rel. Min. Ilmar Galvo, j. em 15.6.99, DJ de 24.9.99). 5. Espcies

    MS preventivo quando h sria ameaa de leso a direito lquido e certo.

    MS repressivo - quando a leso j ocorreu. Nesse caso, deve ser obedecido o prazo decadencial de 120 dias, contados da cincia, pelo

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    interessado, do ato que se deseja impugnar, na forma do art. 23, da Lei 12.016/09.

    6. Hipteses de no cabimento 7. Smulas do STF (anexas)

    Smula n 266 - No cabe Mandado de Segurana contra lei em tese.

    Smula n 267 - No cabe mandado de segurana contra ato judicial passvel de recurso ou correio.

    Smula n 268 - No cabe mandado de segurana contra deciso judicial com trnsito em julgado.

    Smula n 269 - O mandado de segurana no substitutivo de ao de cobrana.

    Smula n 510 - Praticado ato por autoridade, no exerccio de competncia delegada, contra ela cabe mandado de segurana ou a medida judicial

    Smula n 625 - Controvrsia sobre matria de direito no impede concesso de mandado de segurana.

    Smula n 629 - A impetrao de mandado de segurana coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorizao destes.

    Smula n 630 - A entidade de classe tem legitimao para o mandado de segurana ainda quando a pretenso veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

    Smula n 632 - constitucional lei que fixa o prazo de decadncia para a impetrao de mandado de segurana.

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    HABEAS DATA Art. 5 LXXII - conceder-se- "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico; b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 1.Histrico, natureza jurdica e conceito 2. Base Legal 3. Finalidade 4. Legitimidade Ativa. Herdeiros. 5. Polo Passivo. Definio de carter pblico 6. Requisito essencial De acordo com a Smula n 2 do STJ: No cabe o habeas data se no houve recusa de informaes por parte da autoridade administrativa. Assim dispe a Lei n 9.507/97 no pargrafo nico do art. 8: A petio inicial dever ser instruda com prova: I - da recusa ao acesso s informaes ou do decurso de mais de dez dias sem deciso; II - da recusa em fazer-se a retificao ou do decurso de mais de quinze dias, sem deciso; ou III - da recusa em fazer-se a anotao a que se refere o 2 do art. 4 ou do decurso de mais de quinze dias sem deciso. (...) O acesso ao habeas data pressupe, dentre outras condies de admissibilidade, a existncia do interesse de agir. Ausente o interesse legitimador da ao, torna-se invivel o exerccio desse remdio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de informao de dados pessoais, ou da omisso em atend-lo, constitui requisito indispensvel para que se concretize o interesse de agir no habeas data. (...) () Sem que se configure situao prvia de pretenso resistida, h carncia da ao constitucional do habeas data (RHD 22,

    Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, j. 19.9.91, DJ 1.9.95). 7. Hipteses de no cabimento 8. Tutela de Urgncia? 9. Gratuidade AO POPULAR Art. 5 LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbncia;

    1. Histrico, natureza jurdica e conceito

    2. Base Legal 3. Finalidade 4. Espcies 5. Legitimidade Ativa. O Cidado. 6. Polo Passivo 7. Papel do MP 8. Gratuidade "A competncia para julgar ao popular contra ato de qualquer autoridade, at mesmo do Presidente da Repblica, , via de regra, do juzo competente de primeiro grau. Precedentes. Julgado o feito na primeira instncia, se ficar configurado o impedimento de mais da metade dos desembargadores para apreciar o recurso voluntrio ou a remessa obrigatria, ocorrer a competncia do STF, com base na letra n do inciso I, segunda parte, do art. 102 da CF." (AO 859, Rel. p/ o ac. Min. Maurcio Corra, julgamento em 11-10-2001, Plenrio, DJ de 1-8-2003.) 9. Smulas do STF Pessoa jurdica no tem legitimidade para propor ao popular.(Smula 365) O mandado de segurana no substitui a ao popular. (Smula 101)

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    Habeas Corpus Art. 5, LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder;

    1. Histrico, natureza jurdica e conceito

    2. A doutrina brasileira do habeas corpus 3. Base Legal 4. Espcies HC preventivo: para evitar a consumao da leso liberdade de locomoo, hiptese na qual concedido o salvo-conduto; HC repressivo, suspensivo ou liberatrio: utilizado com o propsito de liberar o paciente quando j consumada a coao ilegal ou abusiva ou a violncia sua liberdade de locomoo. O pedido o alvar de soltura. 5. Legitimidade Ativa O Cdigo de Processo Penal, em consonncia com o texto constitucional de 1988, prestigia o carter popular do habeas corpus ao admitir a impetrao por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem. Assim no de se exigir habilitao legal para impetrao originria do writ ou para interposio do respectivo recurso ordinrio (STF, HC n 80.744, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ, 28.06.2002). 6. O paciente 7. Polo Passivo 8. Habeas Corpus e Priso do Militar 9. Smula 690 cancelada! 10. Smulas do STF Smula 693: No cabe "habeas corpus" contra deciso condenatria a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infrao penal a que a pena pecuniria seja a nica cominada. Smula 694: No cabe "habeas corpus" contra a imposio da pena de excluso de

    militar ou de perda de patente ou de funo pblica. Smula 695: No cabe "habeas corpus" quando j extinta a pena privativa de liberdade MANDADO DE SEGURANA Art. 5: LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico;

    1. Histrico, natureza jurdica e conceito

    2. Base Legal 3. Finalidade 4. Modalidades: a) MS individual - O impetrante o titular do direito lquido e certo, como por exemplo: a pessoa natural, os rgos pblicos, as universalidades de bens (esplio, massa falida etc.), a pessoa jurdica, nacional ou estrangeira, domiciliada no Brasil ou no exterior... b) MS Coletivo (art. 5, LXX, CF) O mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por: Partido poltico com representao no Congresso Nacional, ainda que o partido esteja representado em apenas uma das Casas Legislativas, no se exigindo a pertinncia com os interesses de seus membros, tendo em vista a sua importncia para assegurar o sistema representativo adotado pelo pas. - Organizao sindical, entidade de classe e associaes legalmente constitudas e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. O requisito de um ano em funcionamento hoje s exigido para as associaes, com

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    o intuito de evitar que sejam criadas apenas para a impetrao do remdio. Ademais, segundo jurisprudncia consolidada, como se trata de substituio processual, no h necessidade de autorizao expressa de cada um dos associados (diferente da hiptese de representao processual do art. 5, XXI, em que a autorizao exigida). Legitimidade do sindicato para a impetrao de mandado de segurana coletivo independentemente da comprovao de um ano de constituio e funcionamento" (STF, RE 198.919, Rel. Min. Ilmar Galvo, j. em 15.6.99, DJ de 24.9.99). 5. Espcies

    MS preventivo quando h sria

    ameaa de leso a direito lquido e certo.

    MS repressivo - quando a leso j ocorreu. Nesse caso, deve ser obedecido o prazo decadencial de 120 dias, contados da cincia, pelo interessado, do ato que se deseja impugnar, na forma do art. 23, da Lei 12.016/09.

    6. Hipteses de no cabimento

    7. Smulas do STF (anexas)

    Smula n 266 - No cabe Mandado

    de Segurana contra lei em tese.

    Smula n 267 - No cabe mandado

    de segurana contra ato judicial

    passvel de recurso ou correio.

    Smula n 268 - No cabe mandado

    de segurana contra deciso judicial

    com trnsito em julgado.

    Smula n 269 - O mandado de

    segurana no substitutivo de ao

    de cobrana.

    Smula n 510 - Praticado ato por

    autoridade, no exerccio de

    competncia delegada, contra ela

    cabe mandado de segurana ou a

    medida judicial.

    Smula n 625 - Controvrsia sobre

    matria de direito no impede

    concesso de mandado de

    segurana.

    Smula n 629 - A impetrao de

    mandado de segurana coletivo por

    entidade de classe em favor dos

    associados independe da

    autorizao destes.

    Smula n 630 - A entidade de classe

    tem legitimao para o mandado de

    segurana ainda quando a pretenso

    veiculada interesse apenas a uma

    parte da respectiva categoria.

    Smula n 632 - constitucional lei

    que fixa o prazo de decadncia para

    a impetrao de mandado de

    segurana.

    - ORGANIZAO DO ESTADO

    Caractersticas da federao

    brasileira

    So essas as principais

    caractersticas da nossa Federao:

    a) descentralizao poltica,

    significando que a diviso do Poder

    Pblico no espao territorial, ser

    realizada atravs de repartio

    constitucional de competncias. De

    acordo com os arts. 21 a 24, 25 e 30,

    a Constituio delimitou a esfera de

    poder interno de cada um de seus

    entes;

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    b) autonomia dos entes

    federativos, que identificada pela

    trplice capacidade de que os

    mesmos possuam Governo prprio,

    administrao prpria e organizao

    prpria;

    c) inexistncia do direito de

    secesso (de retirada), pois de

    acordo com o art. 1 da CF/1988, o

    vnculo que une os entes da

    federao indissolvel. Ressalte-se

    que o direito de secesso permitido

    nos Estados Confederados;

    d) existncia do bicameralismo

    no Poder Legislativo central, com um

    dos rgos representando a vontade

    dos entes federativos na formao

    das leis centrais. No Brasil, esse

    papel foi destinado ao Senado

    Federal na forma do art. 46;

    e) rigidez constitucional, que

    protege a competncia dos vrios

    entes federativos, suas autonomias e

    a prpria estabilidade da Federao

    como um todo;

    f) existncia de rgo judicial

    para resolver eventuais litgios entre

    os entes da federao, sendo do STF

    essa funo, na forma do art. 102, I,

    f;

    g) existncia de um mecanismo

    de defesa para a proteo do Estado,

    consistindo na interveno federal,

    na forma dos arts. 34 e 35;

    h) controle concentrado de

    constitucionalidade, que oferece

    maior estabilidade ao texto

    constitucional e, portanto, essencial

    manuteno do equilbrio entre os

    diversos entes federativos, j que a

    soluo de seus eventuais conflitos

    reside na prpria Constituio;

    i) adoo de um federalismo

    tricotmico, com trs manifestaes

    de poder (local, regional, nacional),

    em vez de duas, como no

    federalismo clssico, dual (nacional

    e regional) norte-americano;

    j) por fim, deve-se recordar que

    a forma federativa do Estado

    brasileiro clusula ptrea, limite

    material reforma constitucional (art.

    60, 4, I).

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    CURSO COMPLETO PARA ADVOCACIA PBLICA Direito Constitucional

    Orman Ribeiro

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    CERS 2014 DIREITO CONSTITUCIONAL

    PROFESSOR ORMAN RIBEIRO CURSO: ADVOCACIA PBLICA

    AULAS 08 a 12

    TTULO IV Da Organizao dos Poderes

    CAPTULO I DO PODER LEGISLATIVO

    Seo I DO CONGRESSO NACIONAL

    Art. 44. O Poder Legislativo exercido pelo Congresso Nacional, que se compe da Cmara dos Deputados e do Senado Federal.

    Pargrafo nico. Cada legislatura ter a durao de quatro anos.

    Art. 45. A Cmara dos Deputados compe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Territrio e no Distrito Federal.

    1 - O nmero total de Deputados, bem como a representao por Estado e pelo Distrito Federal, ser estabelecido por lei complementar, proporcionalmente populao, procedendo-se aos ajustes necessrios, no ano anterior s eleies, para que nenhuma daquelas unidades da Federao tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

    2 - Cada Territrio eleger quatro Deputados.

    Art. 46. O Senado Federal compe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princpio majoritrio.

    1 - Cada Estado e o Distrito Federal elegero trs Senadores, com mandato de oito anos.

    2 - A representao de cada Estado e do Distrito Federal ser renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois teros.

    3 - Cada Senador ser eleito com dois suplentes.

    Art. 47. Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes de cada Casa e de suas Comisses sero tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

    Seo II DAS ATRIBUIES DO CONGRESSO

    NACIONAL

    Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sano do Presidente da Repblica, no exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matrias de competncia da Unio, especialmente sobre:

    I - sistema tributrio, arrecadao e distribuio de rendas;

    II - plano plurianual, diretrizes oramentrias, oramento anual, operaes de crdito, dvida pblica e emisses de curso forado;

    III - fixao e modificao do efetivo das Foras Armadas;

    IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

    V - limites do territrio nacional, espao areo e martimo e bens do domnio da Unio;

    VI - incorporao, subdiviso ou desmembramento de reas de Territrios ou Estados, ouvidas as respectivas Assemblias Legislativas;

    VII - transferncia temporria da sede do Governo Federal;

    VIII - concesso de anistia; IX - organizao administrativa, judiciria,

    do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica da Unio e dos Territrios e organizao judiciria e do Ministrio Pblico do Distrito Federal; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 69, de 2012) (Produo de efeito)

    X criao, transformao e extino de cargos, empregos e funes pblicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    XI criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    XII - telecomunicaes e radiodifuso; XIII - matria financeira, cambial e

    monetria, instituies financeiras e suas operaes;

    XIV - moeda, seus limites de emisso, e montante da dvida mobiliria federal.

    XV - fixao do subsdio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispem os arts. 39, 4; 150, II; 153, III; e 153, 2, I. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 41, 19.12.2003)

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:

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    I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional;

    II - autorizar o Presidente da Repblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;

    III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do Pas, quando a ausncia exceder a quinze dias;

    IV - aprovar o estado de defesa e a interveno federal, autorizar o estado de stio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

    V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa;

    VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idntico subsdio para os

    Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    VIII - fixar os subsdios do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica e dos Ministros de Estado, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo;

    X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta;

    XI - zelar pela preservao de sua competncia legislativa em face da atribuio normativa dos outros Poderes;

    XII - apreciar os atos de concesso e renovao de concesso de emissoras de rdio e televiso;

    XIII - escolher dois teros dos membros do Tribunal de Contas da Unio;

    XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

    XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

    XVI - autorizar, em terras indgenas, a explorao e o aproveitamento de recursos hdricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

    XVII - aprovar, previamente, a alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a dois mil e quinhentos hectares.

    Art. 50. A Cmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comisses, podero convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de rgos diretamente subordinados Presidncia da Repblica para prestarem, pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausncia sem justificao adequada. (Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n 2, de 1994)

    1 - Os Ministros de Estado podero comparecer ao Senado Federal, Cmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comisses, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevncia de seu Ministrio.

    2 - As Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal podero encaminhar pedidos escritos de informaes a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o no - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestao de informaes falsas. (Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n 2, de 1994)

    Seo III DA CMARA DOS DEPUTADOS

    Art. 51. Compete privativamente Cmara dos Deputados:

    I - autorizar, por dois teros de seus membros, a instaurao de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica e os Ministros de Estado;

    II - proceder tomada de contas do Presidente da Repblica, quando no apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa;

    III - elaborar seu regimento interno;

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    IV dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    V - eleger membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII.

    Seo IV DO SENADO FEDERAL

    Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

    I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 02/09/99)

    II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, o Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de responsabilidade; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    III - aprovar previamente, por voto secreto, aps argio pblica, a escolha de:

    a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituio;

    b) Ministros do Tribunal de Contas da Unio indicados pelo Presidente da Repblica;

    c) Governador de Territrio; d) Presidente e diretores do banco

    central; e) Procurador-Geral da Repblica; f) titulares de outros cargos que a lei

    determinar; IV - aprovar previamente, por voto

    secreto, aps argio em sesso secreta, a escolha dos chefes de misso diplomtica de carter permanente;

    V - autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios;

    VI - fixar, por proposta do Presidente da Repblica, limites globais para o montante da dvida consolidada da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

    VII - dispor sobre limites globais e condies para as operaes de crdito externo e interno da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Pblico federal;

    VIII - dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia da Unio em operaes de crdito externo e interno;

    IX - estabelecer limites globais e condies para o montante da dvida mobiliria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

    X - suspender a execuo, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por deciso definitiva do Supremo Tribunal Federal;

    XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exonerao, de ofcio, do Procurador-Geral da Repblica antes do trmino de seu mandato;

    XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organizao,

    funcionamento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    XIV - eleger membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII.

    XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributrio Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administraes tributrias da Unio, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municpios. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

    Pargrafo nico. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionar como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenao, que somente ser proferida por dois teros dos votos do Senado Federal, perda do cargo, com inabilitao, por oito anos, para o exerccio de funo pblica, sem prejuzo das demais sanes judiciais cabveis.

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    Seo V DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

    Art. 53. Os Deputados e Senadores so inviolveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e votos. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    1 Os Deputados e Senadores, desde a expedio do diploma, sero submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    2 Desde a expedio do diploma, os membros do Congresso Nacional no podero ser presos, salvo em flagrante de crime inafianvel. Nesse caso, os autos sero remetidos dentro de vinte e quatro horas Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a priso. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    3 Recebida a denncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido aps a diplomao, o Supremo Tribunal Federal dar cincia Casa respectiva, que, por iniciativa de partido poltico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poder, at a deciso final, sustar o andamento da ao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    4 O pedido de sustao ser apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogvel de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    5 A sustao do processo suspende a prescrio, enquanto durar o mandato. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    6 Os Deputados e Senadores no sero obrigados a testemunhar sobre informaes recebidas ou prestadas em razo do exerccio do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informaes.(Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    7 A incorporao s Foras Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, depender de prvia licena da Casa respectiva. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    8 As imunidades de Deputados ou Senadores subsistiro durante o estado de stio, s podendo ser suspensas mediante o voto de dois teros dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatveis com a execuo da medida. (Includo pela Emenda Constitucional n 35, de 2001)

    Art. 54. Os Deputados e Senadores no podero:

    I - desde a expedio do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa

    jurdica de direito pblico, autarquia, empresa pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico, salvo quando o contrato obedecer a clusulas uniformes;

    b) aceitar ou exercer cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissveis "ad nutum", nas entidades constantes da alnea anterior;

    II - desde a posse: a) ser proprietrios, controladores ou

    diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico, ou nela exercer funo remunerada;

    b) ocupar cargo ou funo de que sejam demissveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";

    c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";

    d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pblico eletivo.

    Art. 55. Perder o mandato o Deputado ou Senador:

    I - que infringir qualquer das proibies estabelecidas no artigo anterior;

    II - cujo procedimento for declarado incompatvel com o decoro parlamentar;

    III - que deixar de comparecer, em cada sesso legislativa, tera parte das sesses ordinrias da Casa a que pertencer, salvo licena ou misso por esta autorizada;

    IV - que perder ou tiver suspensos os direitos polticos;

    V - quando o decretar a Justia Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituio;

    VI - que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado.

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    1 - incompatvel com o decoro parlamentar, alm dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepo de vantagens indevidas.

    2 Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato ser decidida pela Cmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocao da respectiva Mesa ou de partido poltico representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 76, de 2013)

    3 - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda ser declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofcio ou mediante provocao de qualquer de seus membros, ou de partido poltico representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

    4 A renncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar perda do mandato, nos termos deste artigo, ter seus efeitos suspensos at as deliberaes finais de que tratam os 2 e 3. (Includo pela Emenda Constitucional de Reviso n 6, de 1994)

    Art. 56. No perder o mandato o Deputado ou Senador:

    I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Territrio, Secretrio de Estado, do Distrito Federal, de Territrio, de Prefeitura de Capital ou chefe de misso diplomtica temporria;

    II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doena, ou para tratar, sem remunerao, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento no ultrapasse cento e vinte dias por sesso legislativa.

    1 - O suplente ser convocado nos casos de vaga, de investidura em funes previstas neste artigo ou de licena superior a cento e vinte dias.

    2 - Ocorrendo vaga e no havendo suplente, far-se- eleio para preench-la se faltarem mais de quinze meses para o trmino do mandato.

    3 - Na hiptese do inciso I, o Deputado ou Senador poder optar pela remunerao do mandato.

    Seo VI DAS REUNIES

    Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de agosto a 22 de dezembro. (Redao dada pela Emenda Constituicional n 50, de 2006)

    1 - As reunies marcadas para essas datas sero transferidas para o primeiro dia til subseqente, quando recarem em sbados, domingos ou feriados.

    2 - A sesso legislativa no ser interrompida sem a aprovao do projeto de lei de diretrizes oramentrias.

    3 - Alm de outros casos previstos nesta Constituio, a Cmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-o em sesso conjunta para:

    I - inaugurar a sesso legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular

    a criao de servios comuns s duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente

    e do Vice-Presidente da Repblica; IV - conhecer do veto e sobre ele

    deliberar. 4 Cada uma das Casas reunir-se- em

    sesses preparatrias, a partir de 1 de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleio das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a reconduo para o mesmo cargo na eleio imediatamente subseqente. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 50, de 2006)

    5 - A Mesa do Congresso Nacional ser presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos sero exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Cmara dos Deputados e no Senado Federal.

    6 A convocao extraordinria do Congresso Nacional far-se-: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 50, de 2006)

    I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretao de estado de defesa ou de interveno federal, de pedido de autorizao para a decretao de estado de stio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da Repblica;

    II - pelo Presidente da Repblica, pelos Presidentes da Cmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgncia ou interesse pblico relevante, em

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    todas as hipteses deste inciso com a aprovao da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 50, de 2006)

    7 Na sesso legislativa extraordinria, o Congresso Nacional somente deliberar sobre a matria para a qual foi convocado, ressalvada a hiptese do 8 deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatria, em razo da convocao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 50, de 2006)

    8 Havendo medidas provisrias em vigor na data de convocao extraordinria do Congresso Nacional, sero elas automaticamente includas na pauta da convocao. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    Seo VII DAS COMISSES

    Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas tero comisses permanentes e temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criao.

    1 - Na constituio das Mesas e de cada Comisso, assegurada, tanto quanto possvel, a representao proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

    2 - s comisses, em razo da matria de sua competncia, cabe:

    I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competncia do Plenrio, salvo se houver recurso de um dcimo dos membros da Casa;

    II - realizar audincias pblicas com entidades da sociedade civil;

    III - convocar Ministros de Estado para prestar informaes sobre assuntos inerentes a suas atribuies;

    IV - receber peties, reclamaes, representaes ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omisses das autoridades ou entidades pblicas;

    V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidado;

    VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

    3 - As comisses parlamentares de inqurito, que tero poderes de investigao prprios das autoridades judiciais, alm de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, sero criadas pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um tero de seus membros, para a apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses, se for o caso, encaminhadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

    4 - Durante o recesso, haver uma Comisso representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na ltima sesso ordinria do perodo legislativo, com atribuies definidas no regimento comum, cuja composio reproduzir, quanto possvel, a proporcionalidade da representao partidria.

    Seo VIII DO PROCESSO LEGISLATIVO

    Subseo I Disposio Geral

    Art. 59. O processo legislativo compreende a elaborao de:

    I - emendas Constituio; II - leis complementares; III - leis ordinrias; IV - leis delegadas; V - medidas provisrias; VI - decretos legislativos; VII - resolues. Pargrafo nico. Lei complementar

    dispor sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis. Subseo II Da Emenda Constituio

    Art. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:

    I - de um tero, no mnimo, dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal;

    II - do Presidente da Repblica; III - de mais da metade das Assemblias

    Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

    1 - A Constituio no poder ser emendada na vigncia de interveno federal, de estado de defesa ou de estado de stio.

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    2 - A proposta ser discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, trs quintos dos votos dos respectivos membros.

    3 - A emenda Constituio ser promulgada pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo nmero de ordem.

    4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:

    I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e

    peridico; III - a separao dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. 5 - A matria constante de proposta de

    emenda rejeitada ou havida por prejudicada no pode ser objeto de nova proposta na mesma sesso legislativa.

    Subseo III Das Leis

    Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Repblica, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da Repblica e aos cidados, na forma e nos casos previstos nesta Constituio.

    1 - So de iniciativa privativa do Presidente da Repblica as leis que:

    I - fixem ou modifiquem os efetivos das Foras Armadas;

    II - disponham sobre: a) criao de cargos, funes ou

    empregos pblicos na administrao direta e autrquica ou aumento de sua remunerao;

    b) organizao administrativa e judiciria, matria tributria e oramentria, servios pblicos e pessoal da administrao dos Territrios;

    c) servidores pblicos da Unio e Territrios, seu regime jurdico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 1998)

    d) organizao do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica da Unio, bem como normas gerais para a organizao do Ministrio

    Pblico e da Defensoria Pblica dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios;

    e) criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica, observado o disposto no art. 84, VI; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    f) militares das Foras Armadas, seu regime jurdico, provimento de cargos, promoes, estabilidade, remunerao, reforma e transferncia para a reserva. (Includa pela Emenda Constitucional n 18, de 1998)

    2 - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Cmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mnimo, um por cento do eleitorado nacional, distribudo pelo menos por cinco Estados, com no menos de trs dcimos por cento dos eleitores de cada um deles.

    Art. 62. Em caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de lei, devendo submet-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    1 vedada a edio de medidas provisrias sobre matria: (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    I relativa a: (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    a) nacionalidade, cidadania, direitos polticos, partidos polticos e direito eleitoral; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    b) direito penal, processual penal e processual civil; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    c) organizao do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico, a carreira e a garantia de seus membros; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    d) planos plurianuais, diretrizes oramentrias, oramento e crditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, 3; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    II que vise a deteno ou seqestro de bens, de poupana popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    III reservada a lei complementar; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

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    IV j disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sano ou veto do Presidente da Repblica. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    2 Medida provisria que implique instituio ou majorao de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, s produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada.(Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    3 As medidas provisrias, ressalvado o disposto nos 11 e 12 perdero eficcia, desde a edio, se no forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogvel, nos termos do 7, uma vez por igual perodo, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relaes jurdicas delas decorrentes. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    4 O prazo a que se refere o 3 contar-se- da publicao da medida provisria, suspendendo-se durante os perodos de recesso do Congresso Nacional.(Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    5 A deliberao de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mrito das medidas provisrias depender de juzo prvio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    6 Se a medida provisria no for apreciada em at quarenta e cinco dias contados de sua publicao, entrar em regime de urgncia, subseqentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, at que se ultime a votao, todas as demais deliberaes legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    7 Prorrogar-se- uma nica vez por igual perodo a vigncia de medida provisria que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicao, no tiver a sua votao encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.(Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    8 As medidas provisrias tero sua votao iniciada na Cmara dos Deputados. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    9 Caber comisso mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisrias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sesso separada, pelo plenrio de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    10. vedada a reedio, na mesma sesso legislativa, de medida provisria que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficcia por decurso de prazo. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    11. No editado o decreto legislativo a que se refere o 3 at sessenta dias aps a rejeio ou perda de eficcia de medida provisria, as relaes jurdicas constitudas e decorrentes de atos praticados durante sua vigncia conservar-se-o por ela regidas. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    12. Aprovado projeto de lei de converso alterando o texto original da medida provisria, esta manter-se- integralmente em vigor at que seja sancionado ou vetado o projeto. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    Art. 63. No ser admitido aumento da despesa prevista:

    I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repblica, ressalvado o disposto no art. 166, 3 e 4;

    II - nos projetos sobre organizao dos servios administrativos da Cmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministrio Pblico.

    Art. 64. A discusso e votao dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da Repblica, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores tero incio na Cmara dos Deputados.

    1 - O Presidente da Repblica poder solicitar urgncia para apreciao de projetos de sua iniciativa.

    2 Se, no caso do 1, a Cmara dos Deputados e o Senado Federal no se manifestarem sobre a proposio, cada qual sucessivamente, em at quarenta e cinco dias, sobrestar-se-o todas as demais deliberaes legislativas da respectiva Casa, com exceo das que tenham prazo constitucional determinado, at que se ultime a votao. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

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    3 - A apreciao das emendas do Senado Federal pela Cmara dos Deputados far-se- no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no pargrafo anterior.

    4 - Os prazos do 2 no correm nos perodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de cdigo.

    Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa ser revisto pela outra, em um s turno de discusso e votao, e enviado sano ou promulgao, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

    Pargrafo nico. Sendo o projeto emendado, voltar Casa iniciadora.

    Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluda a votao enviar o projeto de lei ao Presidente da Repblica, que, aquiescendo, o sancionar.

    1 - Se o Presidente da Repblica considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrrio ao interesse pblico, vet-lo- total ou parcialmente, no prazo de quinze dias teis, contados da data do recebimento, e comunicar, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

    2 - O veto parcial somente abranger texto integral de artigo, de pargrafo, de inciso ou de alnea.

    3 - Decorrido o prazo de quinze dias, o silncio do Presidente da Repblica importar sano.

    4 O veto ser apreciado em sesso conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, s podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 76, de 2013)

    5 - Se o veto no for mantido, ser o projeto enviado, para promulgao, ao Presidente da Repblica.

    6 Esgotado sem deliberao o prazo estabelecido no 4, o veto ser colocado na ordem do dia da sesso imediata, sobrestadas as demais proposies, at sua votao final. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    7 - Se a lei no for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da Repblica, nos casos dos 3 e 5, o Presidente do Senado a promulgar, e, se este

    no o fizer em igual prazo, caber ao Vice-Presidente do Senado faz-lo.

    Art. 67. A matria constante de projeto de lei rejeitado somente poder constituir objeto de novo projeto, na mesma sesso legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

    Art. 68. As leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao ao Congresso Nacional.

    1 - No sero objeto de delegao os atos de competncia exclusiva do Congresso Nacional, os de competncia privativa da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matria reservada lei complementar, nem a legislao sobre:

    I - organizao do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico, a carreira e a garantia de seus membros;

    II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, polticos e eleitorais;

    III - planos plurianuais, diretrizes oramentrias e oramentos.

    2 - A delegao ao Presidente da Repblica ter a forma de resoluo do Congresso Nacional, que especificar seu contedo e os termos de seu exerccio.

    3 - Se a resoluo determinar a apreciao do projeto pelo Congresso Nacional, este a far em votao nica, vedada qualquer emenda.

    Art. 69. As leis complementares sero aprovadas por maioria absoluta.

    (...)

    CAPTULO II DO PODER EXECUTIVO Seo I DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPBLICA

    Art. 76. O Poder Executivo exercido pelo Presidente da Repblica, auxiliado pelos Ministros de Estado.

    Art. 77. A eleio do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica realizar-se-, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no ltimo domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do trmino do

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    mandato presidencial vigente. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 16, de 1997)

    1 - A eleio do Presidente da Repblica importar a do Vice-Presidente com ele registrado.

    2 - Ser considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido poltico, obtiver a maioria absoluta de votos, no computados os em branco e os nulos.

    3 - Se nenhum candidato alcanar maioria absoluta na primeira votao, far-se- nova eleio em at vinte dias aps a proclamao do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos vlidos.

    4 - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistncia ou impedimento legal de candidato, convocar-se-, dentre os remanescentes, o de maior votao.

    5 - Se, na hiptese dos pargrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votao, qualificar-se- o mais idoso.

    Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica tomaro posse em sesso do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituio, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a unio, a integridade e a independncia do Brasil.

    Pargrafo nico. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de fora maior, no tiver assumido o cargo, este ser declarado vago.

    Art. 79. Substituir o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-, no de vaga, o Vice-Presidente.

    Pargrafo nico. O Vice-Presidente da Repblica, alm de outras atribuies que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliar o Presidente, sempre que por ele convocado para misses especiais.

    Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacncia dos respectivos cargos, sero sucessivamente chamados ao exerccio da Presidncia o Presidente da Cmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

    Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repblica, far-se- eleio noventa dias depois de aberta a ltima vaga.

    1 - Ocorrendo a vacncia nos ltimos dois anos do perodo presidencial, a eleio para ambos os cargos ser feita trinta dias depois da ltima vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

    2 - Em qualquer dos casos, os eleitos devero completar o perodo de seus antecessores.

    Art. 82. O mandato do Presidente da Repblica de quatro anos e ter incio em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 16, de 1997)

    Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da Repblica no podero, sem licena do Congresso Nacional, ausentar-se do Pas por perodo superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. Seo II Das Atribuies do Presidente da Repblica

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica:

    I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

    II - exercer, com o auxlio dos Ministros de Estado, a direo superior da administrao federal;

    III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituio;

    IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo;

    V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

    VI dispor, mediante decreto, sobre: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos; (Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos; (Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    VII - manter relaes com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomticos;

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    VIII - celebrar tratados, convenes e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

    IX - decretar o estado de defesa e o estado de stio;

    X - decretar e executar a interveno federal;

    XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasio da abertura da sesso legislativa, expondo a situao do Pas e solicitando as providncias que julgar necessrias;

    XII - conceder indulto e comutar penas, com audincia, se necessrio, dos rgos institudos em lei;

    XIII - exercer o comando supremo das Foras Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, promover seus oficiais-generais e nome-los para os cargos que lhes so privativos; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 02/09/99)

    XIV - nomear, aps aprovao pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territrios, o Procurador-Geral da Repblica, o presidente e os diretores dobanco central e outros servidores, quando determinado em lei;

    XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da Unio;

    XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituio, e o Advogado-Geral da Unio;

    XVII - nomear membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII;

    XVIII - convocar e presidir o Conselho da Repblica e o Conselho de Defesa Nacional;

    XIX - declarar guerra, no caso de agresso estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sesses legislativas, e, nas mesmas condies, decretar, total ou parcialmente, a mobilizao nacional;

    XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

    XXI - conferir condecoraes e distines honorficas;

    XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que foras estrangeiras

    transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente;

    XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes oramentrias e as propostas de oramento previstos nesta Constituio;

    XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa, as contas referentes ao exerccio anterior;

    XXV - prover e extinguir os cargos pblicos federais, na forma da lei;

    XXVI - editar medidas provisrias com fora de lei, nos termos do art. 62;

    XXVII - exercer outras atribuies previstas nesta Constituio.

    Pargrafo nico. O Presidente da Repblica poder delegar as atribuies mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repblica ou ao Advogado-Geral da Unio, que observaro os limites traados nas respectivas delegaes. Seo III Da Responsabilidade do Presidente da Repblica

    Art. 85. So crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repblica que atentem contra a Constituio Federal e, especialmente, contra:

    I - a existncia da Unio; II - o livre exerccio do Poder Legislativo,

    do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico e dos Poderes constitucionais das unidades da Federao;

    III - o exerccio dos direitos polticos, individuais e sociais;

    IV - a segurana interna do Pas; V - a probidade na administrao; VI - a lei oramentria; VII - o cumprimento das leis e das

    decises judiciais. Pargrafo nico. Esses crimes sero

    definidos em lei especial, que estabelecer as normas de processo e julgamento.

    Art. 86. Admitida a acusao contra o Presidente da Repblica, por dois teros da Cmara dos Deputados, ser ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infraes penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

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    1 - O Presidente ficar suspenso de suas funes:

    I - nas infraes penais comuns, se recebida a denncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;

    II - nos crimes de responsabilidade, aps a instaurao do processo pelo Senado Federal.

    2 - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento no estiver concludo, cessar o afastamento do Presidente, sem prejuzo do regular prosseguimento do processo.

    3 - Enquanto no sobrevier sentena condenatria, nas infraes comuns, o Presidente da Repblica no estar sujeito a priso.

    4 - O Presidente da Repblica, na vigncia de seu mandato, no pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exerccio de suas funes.

    (...)

    CAPTULO III DO PODER JUDICIRIO

    Seo I DISPOSIES GERAIS

    Art. 92. So rgos do Poder Judicirio: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de

    Justia; (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    II - o Superior Tribunal de Justia; III - os Tribunais Regionais Federais e

    Juzes Federais; IV - os Tribunais e Juzes do Trabalho; V - os Tribunais e Juzes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juzes Militares; VII - os Tribunais e Juzes dos Estados e

    do Distrito Federal e Territrios. 1 O Supremo Tribunal Federal, o

    Conselho Nacional de Justia e os Tribunais Superiores tm sede na Capital Federal. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    2 O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores tm jurisdio em todo o territrio nacional. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o

    Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princpios:

    I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial ser o de juiz substituto, mediante concurso pblico de provas e ttulos, com a participao da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mnimo, trs anos de atividade jurdica e obedecendo-se, nas nomeaes, ordem de classificao; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    II - promoo de entrncia para entrncia, alternadame