material de apoio apostila constitucional cers

180
www.cers.com.br ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro 1 DIREITO CONSTITUCIONAL (MATERIAL ATUALIZADO ATÉ A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 71, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2012) OBS. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. NENHUMA PARTE DESTE MATERIAL PODERÁ SER REPRODUZIDA POR FOTOCÓPIA MICROFILME, PROCESSO FOTOMECÂNICO OU ELETRÔNICO SEM PERMISSÃO EXPRESSA DO AUTOR. PROFESSOR: ORMAN RIBEIRO

Upload: daiane-quesado

Post on 22-Nov-2014

3.169 views

Category:

Education


1 download

DESCRIPTION

Concurso INSS

TRANSCRIPT

  • 1. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroDIREITO CONSTITUCIONAL (MATERIAL ATUALIZADO AT A EMENDA CONSTITUCIONAL N 71, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2012)OBS. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. NENHUMA PARTE DESTE MATERIAL PODER SER REPRODUZIDA POR FOTOCPIA MICROFILME, PROCESSO FOTOMECNICO OU ELETRNICO SEM PERMISSO EXPRESSA DO AUTOR.PROFESSOR: ORMAN RIBEIROwww.cers.com.br1

2. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroMENSAGEM DO PROFESSORAmigos, um grande prazer estar com vocs neste curso preparatrio para a excelente carreira de Analista do INSS, cujo concurso, como sabemos, j est autorizado.Teremos uma longa e rdua jornada, j que a preparao para concurso pblico um desafio cuja superao requer muito sacrifcio.Nos dias de hoje, a estabilidade financeira proporcionada pelo cargo pblico um bem desejado por muitos, o que torna a concorrncia cada vez maior.Entretanto, os testemunhos que tenho tido de pessoas que se sacrificaram em determinado perodo de suas vidas e que conseguiram a aprovao nos mais variados concursos pblicos, me do a convico de que vale pena passar por esse momento de renncia.Neste curso, estaremos juntos na matria Direito Constitucional, bsica para a grande maioria dos concursos pblicos.O material que vocs tm em mos rene o contedo bsico da nossa disciplina, juntamente com questes retiradas das mais variadas provas de concurso dos ltimos anos. No temos a pretenso de esgotar a matria, mas to somente de trazer os pontos mais relevantes de cada tema, visando oferecer condies para o acerto das questes de direito constitucional nas provas a que se submetero.Estou certo de que voc perceber que o direito algo muito prximo da sua realidade.www.cers.com.br2 3. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroContem comigo e tenham certeza de que estarei inteira disposio de todos e de cada um para fazer com que brilhemos juntos.O sucesso e a felicidade de vocs nessa empreitada sero tambm meus.Um grande abrao,ORMAN RIBEIRO FILHO fevereiro/2013NUNCA DEIXE QUE TE DIGAM QUE NO VALE PENA ACREDITAR NUM SONHO QUE SE TEM, OU QUE SEUS PLANOS NUNCA VO DAR CERTO, QUE VOC NUNCA VAI SER ALGUM... QUEM ACREDITA SEMPRE ALCANA (RENATO RUSSO / FLVIO VENTURINI)www.cers.com.br3 4. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroMDULO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Elaborao: Prof. Orman RibeiroCAPTULO I DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS1. INTRODUOO Ttulo II da Constituio Brasileira de 1988 dedicado aos direitos e garantias fundamentais. dividido em cinco captulos: I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; II Dos Direitos Sociais; III Da Nacionalidade; IV Dos Direitos Polticos; e V Dos Partidos Polticos.Todas as Constituies escritas modernas, no particular deste assunto, se inspiraram na Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado, proclamada aps a Revoluo Francesa, em 1789, que dizia que o Estado que no possusse separao de poderes e um enunciado de direitos individuais no teria Constituio.2. CONCEITODireitos Fundamentais so os considerados indispensveis pessoa humana, sendo necessrios para assegurar a todos uma existncia digna, livre e igual. No basta, contudo, ao Estado reconhec-los formalmente; deve concretiz-los, incorpor-los no dia-a-dia dos cidados e de seus agentes.3. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOSA nossa atual Constituio foi a primeira a estabelecer direitos no s de indivduos, mas tambm de grupos sociais, os denominados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser coletivamente consideradas. Por outro lado, pela primeira vez, junto com direitos foram estabelecidos deveres fundamentais. Tanto os agentes pblicos quanto os indivduos tm obrigaes especficas, inclusive a de respeitar os direitos das demais pessoas que vivem na ordem social.www.cers.com.br4 5. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro4. DIREITOS INDIVIDUAIS BSICOSSo considerados direitos individuais bsicos os expressamente previstos no art. 5, caput, ou seja: vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade.Alm destes, o prprio art. 5 da Carta Magna traz, nos seus setenta e oito incisos, uma extensa relao de direitos individuais, que, diga-se de passagem, no exaustiva. Isto quer dizer que eles existem em outras normas da prpria Constituio, a exemplo do art. 150, que traz garantias individuais relativas ordem tributria.Uma importante caracterstica dos direitos individuais previstos no art. 5 da CF o seu carter autoaplicvel, ou, relembrando a classificao estudada das normas constitucionais, tratam-se, na sua maioria, de normas de eficcia plena ou contida, com aplicabilidade imediata. Assim, no dependem da edio de norma regulamentadora para que possam ser exercidos, salvo algumas poucas excees. o que est expressamente previsto no art. 5, 1.4. DIREITO VIDAA) ABRANGNCIAO direito vida o principal direito individual, o bem jurdico de maior relevncia protegido pela Constituio, pois o exerccio dos demais direitos depende de sua existncia. Seria intil proteger a liberdade, a igualdade, o patrimnio de uma pessoa sem que fosse assegurada a sua vida. Consiste no direito existncia do ser humano. Segundo o renomado doutrinador do Direito Constitucional Jos Afonso da Silva, o direito vida deve ser compreendido de maneira extremamente abrangente, incluindo o direito de nascer, de permanecer vivo, de defender a prpria vida, enfim, de no ter o processo vital interrompido seno pela morte espontnea e inevitvel.www.cers.com.br5 6. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroB) DECORRNCIAS DO DIREITO VIDADo direito vida decorre uma srie de direitos, como o direito integridade fsica e moral, a proibio da pena de morte e da venda de rgos, a punio como crime do homicdio, da eutansia, do aborto e da tortura.EUTANSIAEutansia uma palavra composta de dois termos de origem grega (eu = bom e thanatos = morte), significando a chamada morte boa, ou homicdio piedoso, em que se mata algum para abreviar o sofrimento de uma agonia dolorosa e prolongada. No Brasil, onde a vida um bem jurdico indisponvel, a eutansia crime, punido como homicdio privilegiado, em virtude de relevante valor moral na conduta do agente (Cdigo Penal, art. 121, 1).Como variao da eutansia, h a ortotansia, outra palavra composta de dois termos de origem grega (orthos = justo e thanatos = morte), significando a chamada morte justa, ou eutansia passiva, em que o mdico deixa de prolongar artificialmente a vida de um doente terminal, desligando os aparelhos que realizam as funes de respirao e circulao. A ortotansia tambm crime perante a nossa legislao penal.PENA DE MORTEA pena de morte expressamente vedada pela nossa Constituio, salvo em caso de guerra declarada (CF, art. 5 XLVII). Inmeras so as razes que justificam a proibio constitucional de pena de morte. Vejamos algumas.Seu uso no diminui a criminalidade, conforme comprovam as estatsticas oriundas dos pases que adotaram essa modalidade de imposio de pena. H o risco de erro judicirio, sempre presente. Ademais, a violncia do Estado pode gerar ainda mais violncia, pois o criminoso que no tem nada a perder poderia tornar-se ainda mais cruel.www.cers.com.br6 7. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroDIREITO INTEGRIDADE FSICA No basta assegurar s pessoas o simples direito vida. imprescindvel defender este direito com o mximo de dignidade e qualidade na existncia do ser humano. A integridade fsica deve ser entendida como o absoluto respeito integridade corporal e psquica de todo e qualquer ser humano. Em diversos dispositivos do art. 5 a CF reflete esta preocupao.Estabelece, por exemplo, o inciso III que ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. O inciso XLIX dispe que assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral.No demais ressaltar que todo e qualquer ser humano deve ser tratado com dignidade e respeito, inclusive os que atentaram contra as prprias leis. O preso s deve cumprir as penas que lhe foram impostas na sentena, no permitindo a Constituio a imposio de penas cruis (art. 5, XLVII, e).Para assegurar a integridade do preso, a CF estabelece uma srie de outros direitos: LXII comunicao imediata de qualquer priso ao juiz competente, famlia do preso ou pessoa por ele indicada; LXIII dever de informar o preso de seus direitos, inclusive o de permanecer calado, assegurando-se-lhe assistncia famlia e advogado; LXIV direito do preso identificao dos responsveis pela sua priso, ou pelo interrogatrio judicial; e LXV relaxamento imediato pelo juiz da priso feita de forma ilegal. DIREITO INTEGRIDADE MORALA vida no deve ser protegida somente nos seus aspectos materiais. Existem atributos morais a serem preservados e respeitados por todos. A Constituio assegura expressamente a indenizao por dano material, moral ou imagem (art. 5, V).VENDA DE RGOSConsiderando o princpio do absoluto respeito integridade fsica, que um bem jurdico indisponvel, a CF veda qualquer tipo de comercializao de rgos, tecidos e substncias humanas para fins de transplantes, pesquisa e tratamento (art. 199, 4). O absoluto respeito ao corpo humano, alm de bem jurdico tutelado de forma individual, um imperativo de ordem estatal. Trata-se de bem fora do comrcio por expressa previso constitucional.www.cers.com.br7 8. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroO que se permite a doao de sangue e rgos, em vida ou aps a morte, para fins de transplante ou tratamento, respeitados os termos das Leis n 9.434/97 e 10.211/01. TORTURAA preocupao com a integridade fsica evidenciada em diversos dispositivos constitucionais. Considerando a prtica corriqueira de tortura em presos comuns e polticos durante os anos do regime militar, a Constituio de 1988, em diversos incisos do art. 5, deixou patente seu repdio a essa forma de investigao. No inciso III, estabeleceu que ningum ser submetido a tortura, mas em outros dispositivos o tema foi tratado direta ou indiretamente.A tortura, no nosso sistema penal, deve ser entendida como a imposio de qualquer sofrimento fsico ou mental, mediante violncia ou grave ameaa, com a finalidade de obter informaes ou confisso; para provocar qualquer ao ou omisso de natureza criminosa; em razo de discriminao racial ou religiosa; ou como forma de aplicao de castigo pessoal.2. DIREITO LIBERDADEA) ABRANGNCIALiberdade a faculdade que uma pessoa possui de fazer ou no fazer alguma coisa. Envolve sempre um direito de escolher entre duas ou mais alternativas, de acordo com sua prpria vontade. O direito de liberdade no absoluto, pois a ningum dada a faculdade fazer tudo o que bem entender, o que fatalmente levaria sujeio dos mais fracos aos mais fortes.Para que uma pessoa seja livre, necessrio que os outros respeitem sua liberdade. Em termos jurdicos, o direito de fazer ou no fazer alguma coisa seno em virtude da lei. Um indivduo livre para fazer tudo aquilo que a lei no proibir. Considerando o princpio da legalidade (art. 5, II), apenas as leis podem limitar a liberdade individual.www.cers.com.br8 9. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro2. DIVERSAS LIBERDADESAlguns autores do direito constitucional preferem tratar de direito s liberdades, pois existem diversas modalidades, com conceitos e tratamentos distintos. H liberdades de pensamento, de locomoo, de expresso e de ao profissional. Vejamos os incisos relacionados. LIBERDADE DE PENSAMENTO E VEDAO DO ANONIMATOO pensamento absolutamente livre. Ningum possui condies de control-lo, de conhecer o que o outro pensa. O pensamento pertence ao prprio indivduo, sendo uma questo de foro ntimo. A proteo constitucional surge no momento em que ele exteriorizado com sua manifestao.Assim que o art. 5, IV, estabelece que livre a manifestao do pensamento, sendo vedado o anonimato.Se a CF assegura a liberdade de manifestao de pensamento, as pessoas so obrigadas a assumir a responsabilidade por aquilo que exteriorizarem. Ningum pode fugir da responsabilidade do pensamento exteriorizado, escondendo-se sob a forma do anonimato. O direito de manifestao do pensamento deve ser manifestado de forma responsvel, no se tolerando o exerccio abusivo deste direito em detrimento da honra das demais pessoas. DIREITO DE RESPOSTANo art. 5, V, a CF assegura o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem. Trata-se do exerccio o direito de defesa da pessoa que foi ofendida pela imprensa em razo da publicao de uma notcia inverdica. LIBERDADE DE CONSCINCIA, CRENA E CULTOA liberdade de conscincia de foro ntimo, interessando apenas ao indivduo. Por sua prpria natureza, de carter indevassvel e absoluto e no est sujeita a qualquer forma de controle pelo Estado. Abrange a liberdade de crena religiosa (art. 5, VI) e a liberdade de conscincia em sentido estrito, que se refere ao pensamento no relacionado a questes religiosas.www.cers.com.br9 10. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroA liberdade de crena de foro ntimo, em questes de ordem religiosa. importante salientar que inclui o direito de professar ou no uma religio, de acreditar ou no numa ou mais divindades ou de ser ateu. A liberdade de culto a exteriorizao daquela, na forma da lei, como estabelece o art. 5, VI.PROIBIO DA CENSURA E DA LICENAA CF de 1988, preocupada em assegurar ampla liberdade de manifestao de pensamento, veda expressamente qualquer atividade de censura ou licena (art. 5, IX). Por censura entende-se a verificao da compatibilidade entre um pensamento que se pretende exprimir e as normas legais vigentes. Por licena, a exigncia de autorizao de qualquer agente ou rgo para que um pensamento possa ser exteriorizado.LIBERDADE ARTSTICA E OS VECULOS DE COMUNICAO SOCIALA Constituio assegura ampla liberdade na produo da arte, nas suas mais variadas formas: literatura, msica, teatro, cinema, televiso, fotografia, artes plsticas etc. Determinadas expresses artsticas, como artes plsticas, literria e musical, gozam de ampla liberdade, no estando sujeita a qualquer restrio por parte do Estado. Contudo, nas expresses artsticas feitas por veculos de comunicao social (imprensa, rdio e televiso) ou de forma pblica (cinemas, teatros, casas de espetculos), que atingem pessoas indeterminadas, a Constituio admite certas formas de controle. Tratando-se de diverses e espetculos pblicos, o Poder Pblico poder estabelecer faixas etrias recomendadas, locais e horrios para apresentao.Ao mesmo tempo, lei federal dever estabelecer meios para que qualquer pessoa ou famlia possa defender-se de programaes de rdio e televiso que atentem contra os valores ticos vigentes (CF, art. 220, 3, I e II).DIREITO DE INFORMAOO direito de informao contm basicamente duas vertentes: o direito de se informar (informao pessoal) e o de ser informado (informao jornalstica). A CF, em diversos incisos do art. 5, tutela o direito de informao, a exemplo dos incisos XIV, XXXIII e LXXII.www.cers.com.br10 11. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroLIBERDADE DE INFORMAO JORNALSTICAA CF assegura a plena liberdade de informao jornalstica em qualquer veculo de comunicao social. Compreende o direito da imprensa de informar bem como o direito do cidado de ser devidamente informado. Assim, qualquer legislao infraconstitucional que constitua embarao atividade jornalstica deve ser declarada inconstitucional (CF, art. 220, 1).SIGILO DA FONTEA Constituio, ao mesmo tempo em que assegura o direito de informao, resguarda o sigilo da fonte quando necessrio ao exerccio profissional da atividade jornalstica (CF, art. 5, XIV). O sigilo da fonte indispensvel para o xito de certas investigaes jornalsticas, possibilitando a ampla apurao de fatos comprometedores. Este direito encontra-se regulamentado pela Lei n 5.250/67.LIBERDADE DE LOCOMOOConsiste no direito de ir e vir. Obviamente o direito de permanecer no lugar em que se encontra est includo no de ir e vir. No art. 5, XV, a Constituio estabelece que livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Somente em tempo de guerra podem ser feitas restries liberdade de locomoo.A CF prev, como garantia da liberdade de locomoo a ao de habeas corpus (art. 5, LXVIII), que pode ser impetrada por qualquer pessoa que esteja sendo impedida de ir, vir ou permanecer, independentemente de advogado.LIBERDADES DE EXPRESSO COLETIVAAs liberdades de expresso coletiva so modalidades de direitos individuais, abrangendo o direito ou a liberdade de reunio e o direito ou a liberdade de associao (art. 5, XVI e XVII a XXI). So considerados direitos individuais por pertencerem ao indivduo, e de expresso coletiva, porque pressupem uma pluralidade de pessoas para que possam ser exercidos.www.cers.com.br11 12. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroA) LIBERDADE DE REUNIOA liberdade de reunio deve ser entendida como agrupamento de pessoas, organizado, de carter transitrio, com uma determinada finalidade. Em locais abertos ao pblico, a CF assegura, no art. 5, XVI, desde que observados certos requisitos: a) reunio pacfica, sem armas; b) fins lcitos; c)aviso prvio autoridade competente; e d) realizao em locais abertos ao pblico.O aviso prvio de que fala a CF no se confunde com a necessidade de prvia autorizao do Poder Pblico. Sua finalidade unicamente evitar a frustrao de outra reunio previamente marcada para o mesmo local. O direito de passeata tambm assegurado pela CF, pois esta nada mais do que uma reunio em movimento.B) LIBERDADE DE ASSOCIAODeve ser entendida como o agrupamento de pessoas, organizado e permanente, para fins lcitos. Este direito abrange o direito de associar-se a outras pessoas para a formao de uma entidade, o de aderir a uma associao j formada, o de desligar-se da associao, bem como o de auto-dissoluo das associaes. o que est previsto no art. 5, XVII e XXI.LIBERDADE DE AO PROFISSIONALConsiste na faculdade de livre escolha de trabalho que se pretende exercer (CF, art. 5, XIII). o direito de cada indivduo exercer qualquer atividade profissional, de acordo com as suas preferncias e possibilidades. Para o exerccio de algumas profisses, a CF estabelece que podem ser feitas algumas exigncias pela legislao infraconstitucional.4.3 DIREITO DE IGUALDADE (ISONOMIA)O direito igualdade est consagrado no art. 5, caput, da Constituio Federal, que diz: Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza (...). Seu significado intuitivo, vale dizer, probe-se toda e qualquer forma de discriminao injustificada entre as pessoas.www.cers.com.br12 13. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroEm muitos outros dispositivos constitucionais o princpio em tela encontra-se presente, o que demonstra a preocupao do legislador constituinte com esta questo, certamente fruto de uma lamentvel experincia histrica vivida pelo Brasil durante o regime militar, poca em que o princpio da igualdade, a exemplo de outros, foi sistematicamente desrespeitado.A idia fundamental do princpio da igualdade a que todos devem ser tratados de forma igual perante a lei, ou seja, todos nascem e vivem com os mesmos direitos e deveres perante a coletividade e o Estado. importante notar que o contedo deste princpio no impe uma igualao absoluta entre todas as pessoas, j que h situaes em que inegvel a necessidade de se desigualar pessoas que se encontrem em situaes desiguais, visando exatamente conferir aquilo que se chama de igualdade material. Por isso que se fala que respeitar o princpio da igualdade igualar os iguais na medida da sua igualdade e desigualar os desiguais na medida da sua desigualdade.Um exemplo pode facilmente ilustrar a questo. Imagine-se um concurso para o preenchimento de vagas na polcia militar feminina, em que o edital traz a exigncia de que s as mulheres sero aceitas a participar do certame. induvidoso que tal exigncia constitui uma discriminao entre as pessoas, pois excluiu todos os homens do concurso. Diante disso, poderia algum homem alegar a quebra do princpio da isonomia por ter sido impedido de se submeter s provas? A resposta sem dvida negativa. Para efeito do cargo que se pretende ocupar (polcia feminina), homens e mulheres so sim desiguais, sendo razovel que se limite o concurso participao das mulheres. O que ter feito o edital, numa situao como esta, sim desigualar pessoas, mas na exata medida da sua desigualdade, o que no afronta, e sim consagra, o princpio em tela.Outros muitos exemplos do dia-dia podem ser mencionados, em que se desigualam pessoas sem que haja qualquer mitigao do princpio da isonomia: lugar reservado gestante nos nibus, tratamento diferenciado ao idoso em instituies bancrias etc.IGUALDADE FORMAL E MATERIALExistem duas espcies de igualdades: a igualdade formal e a material.Por igualdade formal se entende a igualdade de todos perante a lei, sendo, portanto, uma igualdade considerada abstratamente. Impede-se que a lei trate de maneira desigual pessoas que se encontrem em igual situao.www.cers.com.br13 14. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroJ a igualdade material a efetiva, real, que observada no caso concreto. a busca da igualdade na vida econmica e social das pessoas. A igualdade material preocupao do legislador constituinte em diversos momentos, j que ele reconheceu que no basta assegurar s pessoas a igualdade formal, sendo imperioso que o Estado crie instrumentos hbeis a efetivamente conferir igualdade s pessoas. Exemplo: No basta que a CF tenha assegurado a todos o acesso ao Poder Judicirio (art. 5, XXXV) se no criar mecanismos concretos para permitir o efetivo acesso s pessoas quele Poder. Por isso que o legislador constituinte previu no art. 5, LXXIV a assistncia judiciria gratuita, amparando as pessoas que no podem arcar com os custos do processo. Trata-se de tpico instrumento em favor da igualdade material, efetiva, real.IGUALDADE NA LEI E PERANTE A LEIOs destinatrios do princpio da igualdade so tanto o prprio legislador quanto os operadores do direito, que so os intrpretes da lei.Quando se entende a igualdade como direcionada ao prprio legislador, impedindo-o de elaborar qualquer ato normativo que discrimine indevidamente pessoas, fala-se em igualdade na lei.Por outro lado, quando se tem em conta a impossibilidade de se utilizar critrios discriminatrios na aplicao da lei, atividade desenvolvida no pelo legislador mas todos os operadores do direito, fala-se em igualdade perante a lei.IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERESO art. 5, I, da CF, estabelece que homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos termos desta Constituio. O objetivo deste dispositivo espancar de vez todo e qualquer resqucio de prevalncia masculina em nossa sociedade, construda em cima de valores nitidamente machistas.Tamanha foi a preocupao do legislador, que ele trouxe novamente a questo da igualdade entre homens e mulheres proclamada no art. 226, 5, da CF, com o seguinte texto: Os direitos e deveres referentes sociedade conjugal so exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.Como j foi dito, a regra da igualdade entre homens e mulheres no absoluta, j que se tratam de seres humanos com peculiaridades prprias que, em certos casos, podem ensejar justificadamente umawww.cers.com.br14 15. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeirodiscriminao. Alis, a prpria CF estabeleceu alguns casos de discriminao vlida entre homens / mulheres, a exemplo das regras de aposentadoria, diferentes para um e outro (art. 40 da CF).IGUALDADE TRIBUTRIAO art. 150, II, da CF, traz, em matria tributria, um ntido desdobramento do princpio da isonomia ao vedar tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situao equivalente.DISTINES EM RAZO DE RAA, COR, ETNIA, RELIGIO E PROCEDNCIA NACIONALQualquer discriminao em razo dos elementos raa, cor, etnia, religio e procedncia nacional repudiada pelo nosso ordenamento jurdico, j que desprovida de qualquer razoabilidade. Por isso que o legislador constituinte previu, no art. 5, XLII, da CF, que a prtica de racismo constitui crime inafianvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei.Trata-se, como evidente, de clara decorrncia do princpio da igualdade.4.4. DIREITO SEGURANAO direito segurana nada mais do que o direito de usufruir dos demais direitos fundamentais com a necessria tranqilidade.Convm, de logo, esclarecer que o sentido de segurana aqui utilizado no somente o de segurana pblica, do ponto de vista da integridade fsica do indivduo. Envolve tambm o direito legalidade, segurana nas relaes jurdicas, o respeito liberdade pessoal, a inviolabilidade da intimidade, do domiclio e das comunicaes pessoais e a segurana em matria jurdica.www.cers.com.br15 16. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroPRINCPIO DA LEGALIDADEEste importantssimo princpio constitucional vem proclamado no art. 5, II, que declara: ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei. a base primordial dos chamados Estados de Direito, como o Brasil, que primam por garantir a todos os que estiverem sob sua Soberania a segurana de que s se vero obrigados a praticar certa conduta ou a se abster de fazer algo se assim a lei previr.A idia deste princpio, consagrado pela Revoluo Francesa, a de que a vontade individual das pessoas s pode ser limitada por lei, que a expresso da vontade coletiva, geral. A exemplo de outros, este princpio est presente em diversos outros momentos da ordem legal brasileira, a exemplo do princpio da legalidade administrativa, que ser estudado mais adiante.SEGURANA DAS RELAES JURDICASQuando se fala em segurana das relaes jurdicas, fala-se no direito que todos tm de saber as conseqncias exatas dos atos jurdicos que venham a praticar. a segurana conferida aos indivduos de que no sero pegos de surpresa por novas e inesperadas situaes que lhe prejudiquem.Em nome desta segurana que o princpio geral acerca da aplicao das leis o da irretroatividade, ou seja, as leis s alcanam as situaes posteriores sua elaborao. Podero retroagir somente nos casos em que no prejudiquem ao direito adquirido, ato jurdico perfeito e a coisa julgada (art. 5, XXXVI).Direito adquirido: considera-se adquirido o direito se ele j tiver se incorporado ao patrimnio do seu titular, que o pode exercer a qualquer tempo, s no o tendo feito ainda porque no quis.Ex: Indivduo que j cumpriu todos os requisitos legais vigentes para se aposentar, mas ainda no o fez. Se advier uma lei nova mudando as regras de aposentadoria e estabelecendo um novo requisito que ele no possui, no poder ser aplicada ao seu caso, sob pena de prejudicar um direito adquirido.Ato jurdico perfeito: o ato jurdico j realizado e consumado de acordo com todos os requisitos que a lei vigente prev. Ex: Determinado contrato formalizado sem uma certa exigncia que s passou a existir depois da sua consumao. Neste caso, deu-se um ato jurdico perfeito, que no pode ser alcanado pela lei nova e mais exigente.www.cers.com.br16 17. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroCoisa julgada: a deciso judicial definitiva, ou seja, da qual j no caiba recurso. Depois de transitada em julgado (ultrapassadas todas instncias de recurso), a sentena proferida num processo judicial confere s partes a certeza de que no ser modificada. Obs. H excees rarssimas.SEGURANA EM MATRIA PESSOALEm matria pessoal, a segurana compreende inmeros direitos relacionados ao ser humano considerado sob o ponto de vista individual, como a inviolabilidade da intimidade, do domiclio e das comunicaes pessoais, assim como inmeras garantias em matria penal e processual.DIREITO PRIVACIDADEO art. 5, X, da CF, estabelece que so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao.Pelo texto da Constituio se percebe que o direito privacidade compreende a tutela da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas.Intimidade e vida privada - Intimidade aquilo que interior de cada ser humano. o direito de estar s, de ser respeitado em sua vida particular. Diz respeito a cada indivduo individualmente considerado, como seus segredos, seu dirio, sua lista de e-mails. J a vida privada constitui a convivncia do indivduo com seus amigos e famlia, ou seja, a que se vive no lar ou em locais fechados, o direito de conduzir a vida familiar e social sem a interferncia indesejada de terceiros, como vizinhos, jornalistas, curiosos etc.Honra um atributo pessoal de todo indivduo. Abrange sua auto-estima, ou seja, aquilo que cada pessoa pensa de si mesma (honra subjetiva) e o conceito do indivduo perante os outros, a reputao que possui no meio social (honra objetiva).Imagem Compreende a imagem-retrato, a imagem-atributo e a imagem-voz. A chamada imagem-retrato a representao grfica, fotogrfica, televisionada ou cinematogrfica do indivduo. Neste sentido, o direito que todos tm de no ver sua representao reproduzida por qualquer meio de comunicao sem a devida autorizao. A imagem-atributo o retrato moral do indivduo, o conjunto dos seus traos caracterizadores, seus comportamentos reiterados. Por sua vez, a imagem-voz o timbre sonoro do indivduo.www.cers.com.br17 18. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroINVIOLABILIDADE DO DOMICLIOO art. 5, XI, da CF, proclama que a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial.Como se observa no prprio texto constitucional, a inviolabilidade de domiclio no absoluta, j que h casos em que possvel o ingresso na casa do indivduo sem sua autorizao.Ressalte-se que as trs primeiras excees (priso em flagrante, prestao de socorro e desastre) podem se dar a qualquer hora do dia ou da noite, enquanto que a ltima (cumprimento de ordem judicial) s pode ocorrer durante o dia.Embora haja discusso acerca do que se considera como sendo durante o dia, o STF, capitaneado no assunto pelo Ministro Celso de Melo, tem considerado como sendo o intervalo compreendido entre o amanhecer do dia (aurora) at o por do sol (crepsculo).Ademais, vale ressaltar que, embora a Constituio utilize a palavra casa, dando a idia de mbito residencial, a doutrina e a jurisprudncia tm ampliado este conceito para incluir tambm na inviolabilidade os locais privados onde se exera atividade profissional (ex. escritrios de advocacia; consultrios mdicos etc.), alm dos locais de hospedagem provisria (hotis, motis, pousadas, hospedarias etc.).INVIOLABILIDADE DAS COMUNICAES PESSOAIS a segurana conferida a todos os indivduos de que suas comunicaes pessoais no sero interceptadas por outras pessoas. Esta garantia est prevista no art. 5, XII, da CF, que diz: inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telegrficas, de dados e das comunicaes, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigao criminal ou instruo processual penal.Embora a CF no faa referncia expressa aos meios de comunicao virtuais (e-mail, MSN etc), hoje muito comuns, inegvel que os mesmos gozam da proteo constitucional quanto inviolabilidade, j que so tambm comunicaes pessoais.www.cers.com.br18 19. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroNote-se tambm que as comunicaes telefnicas podem ter seu sigilo flexibilizado por ordem judicial, tanto no tocante aos registros das chamadas feitas e recebidas (quebra do sigilo telefnico) quanto no tocante ao contedo das chamadas (interceptao telefnica).Segundo a jurisprudncia do STF, tambm a inviolabilidade do sigilo das correspondncias, das comunicaes telegrficas e dos dados no absoluta, sendo possvel sua interceptao, sempre excepcionalmente, com fundamento em razes de segurana pblica, de disciplina prisional ou de preservao da ordem pblica, quando este direito estiver sendo exercido para acobertar prticas ilcitas.SEGURANA EM MATRIA JURDICA o conjunto de garantias concernentes s matrias penal e processual previstas no art. 5, da CF, a seguir enunciadas:- Princpio da inafastabilidade (inciso XXXV); - Proibio dos tribunais de exceo (inciso XXXVII); - Julgamento no Tribunal do Jri em crimes dolosos contra a vida (inciso XXXVIII); - Princpio do Juiz Natural (inciso LIII); - Princpio da anterioridade ou da reserva de lei penal (inciso XXXIX); - Princpio da irretroatividade da lei penal mais gravosa (inciso XL); - Princpio da personalizao da pena (inciso XLV); - Princpio da individualizao da pena (inciso XLVI); - Proibio de determinadas penas (XLVII); - Princpios relativos execuo da pena privativa de liberdade (incisos XLVIII a L); - Restries extradio de nacionais e estrangeiros (incisos LI e LII); - Proibio da priso civil por dvidas, salvo no caso de devedor de penso alimentcia ou do depositrio infiel (inciso LXVII); - Princpio do devido processo legal (inciso LIV); - Princpio do Contraditrio e da Ampla Defesa (inciso LV);www.cers.com.br19 20. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro- Proibio de prova ilcita (inciso LVI); - Princpio da presuno de inocncia (inciso LVII); - Proibio da identificao criminal da pessoa j civilmente identificada (inciso LVIII); - Garantia da legalidade e da comunicabilidade das prises (incisos LXI a LXVI);4.5. DIREITO DE PROPRIEDADEO direito de propriedade encontra-se assegurado no art. 5, XXII, da Lei Maior, sendo conceituado tradicionalmente pelo art. 1.228 do Cdigo Civil (Lei 10.406/02), como sendo o direito conferido a todos de usar, gozar, e dispor de seus bens, e de reav-los do poder de quem quer que injustamente os possua.Esta antiga e tradicional definio, todavia, hoje precisa ser revista, tendo em vista que a Constituio de 1988 trouxe a figura da funo social da propriedade, a teor do seu art. 5, XXIII, que diz: a propriedade atender a sua funo social.Isto quer dizer que no se concebe mais o direito de propriedade como um direito absoluto do seu titular que pode ser exercido revelia dos interesses sociais. Ao contrrio, a funo social da propriedade impe a utilizao da coisa de acordo com a convenincia social e os interesses da sociedade. H casos, inclusive, em que prevalecer o interesse coletivo / social sobre o particular. Ex: em razo da funo social da propriedade, prevista pela CF a desapropriao, para fins de reforma agrria, de uma propriedade rural improdutiva, com o pagamento de indenizao.No art. 5, da CF, diversos so os incisos que tratam do direito de propriedade, considerado nos seus mais variados aspectos, a saber:- Requisio administrativa (inciso XXV); - Pequena propriedade rural (inciso XXVI); - Direitos do autor (inciso XXVII); - Direitos conexos aos direitos do autor (inciso XXVIII); - Propriedade industrial (inciso XXIX); - Direito de herana (inciso XXX);www.cers.com.br20 21. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro4. REMDIOS CONSTITUCIONAISCostuma-se chamar de remdios constitucionais os instrumentos postos pela Carta Magna disposio dos cidados para solucionar situaes de eventual desrespeito a direitos fundamentais. Com exceo da Ao Civil Pblica, que est prevista no art. 129, da CF, encontram-se todos previstos no art. 5 da Lei Maior.So eles:- Habeas corpus (inciso LXVIII); - Habeas data (inciso LXXII); - Mandado de segurana individual (inciso LXIX); - Mandado de segurana coletivo (inciso LXX); - Direito de petio (inciso XXXIV, a); - Direito certido (inciso XXXIV, b); - Mandado de injuno (inciso LXXI); - Ao popular (inciso LXXIII); - Ao civil pblica (art. 129, III). 1. HABEAS CORPUS (inciso LXVIII) a modalidade de ao constitucional prevista para tutelar a liberdade de locomoo do indivduo, seu direito de ir e vir. Desta forma, sempre que algum se achar cerceado, ou na ameaa de s-lo, no seu direito de se locomover livremente, poder se valer de habeas corpus.Importante notar que o cidado comum legtimo para valer-se de habeas corpus independentemente de advogado. Alm disso, o HC pode ser impetrado em face de ato de autoridade pblica e de particular.Existem basicamente duas modalidades de HC: o HC preventivo e o HC repressivo. Ser preventivo quando o constrangimento ilegal ao direito de ir e vir ainda no tenha ocorrido, mas esteja na iminncia dewww.cers.com.br21 22. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiros-lo, ao passo em que ser repressivo, ao contrrio, quando o HC for impetrado aps a prtica do constrangimento ilegal.2. HABEAS DATA (inciso LXXII)Trata-se de ao posta disposio do cidado com o fim de tutelar o seu direito de informao pessoal, assegurando-lhe o conhecimento de informaes relativas sua pessoa, constantes de bancos de dados pblicos ou abertos ao pblico, assim como o direito de retificao desses dados, acaso equivocados.Este remdio constitucional foi regulamentado pela Lei n 9.507/97. Qualquer pessoa, seja fsica ou jurdica, brasileira ou estrangeira, pode valer-se de habeas data. No plo passivo podem estar entidades governamentais da Administrao direta ou indireta ou pessoas jurdicas de direito privado que mantenham banco de dados aberto ao pblico (Ex: SPC, SERASA etc.).3. MANDADO DE SEGURANA INDIVIDUAL (inciso LXIX) ao constitucional para a tutela de direito lquido e certo do Impetrante, quando desrespeitado, ou na ameaa de s-lo, por ilegalidade ou abuso de direito de autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico.Ter vez o MS sempre que no for cabvel o habeas corpus ou o habeas data, ou seja, sempre que o direito lquido e certo do Impetrante no for nem sua liberdade de locomoo (HC) nem seu direito de informao / intimidade (HD).O MS poder ser, assim como o HC, preventivo ou repressivo. Ser preventivo se a leso a ilegalidade ou abuso de poder contra direito lquido e certo do Impetrante no tiver ainda ocorrido, e repressivo se for impetrado aps a efetiva ocorrncia da ilegalidade ou abuso de poder.Por ltimo, a impetrao do MS est sujeita a prazo decadencial de 120 dias a partir da cincia do ato impugnado por parte do interessado.4. MANDADO DE SEGURANA COLETIVO (inciso LXX)www.cers.com.br22 23. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro a ao constitucional prevista para a tutela de direitos coletivos lquidos e certos, que no sejam amparados pelo HC e o HD. Enquanto o MS individual tutela direitos individuais, pertencentes a um indivduo, o MS coletivo tutela os chamados direitos coletivos, que so os pertencentes a coletividades de pessoas.Importante notar que a CF conferiu legitimidade para valer-se do MS coletivo somente aos seguintes entes:- partido poltico com representao no Congresso Nacional;- organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano (Obs. O prazo s se refere associao), em defesa dos interesses de seus membros ou associados.5. DIREITO DE PETIO (inciso XXXIV, A) o direito de peticionar, se dirigir Administrao Pblica, formulando-lhe pedidos e denunciando a eventual prtica de atos ilegais cometidos por Agentes do Estado. Pode ser exercido por qualquer pessoa, fsica ou jurdica, maior ou menor, nacional ou estrangeira. O rgo pblico tem o dever jurdico de responder o quanto solicitado.O pedido deve ser apresentado de forma escrita, podendo ser individual ou coletivo (ex: abaixo-assinados dirigidos ao Poder Pblico).A CF garante a total gratuidade no exerccio deste direito, sendo vedada ao Poder Pblico cobrana de toda e qualquer taxa, seja a qualquer ttulo ou pretexto.6. DIREITO DE CERTIDO (inciso XXXIV, B)Trata-se aqui do direito conferido ao cidado de obter do Poder Pblico, certido visando a defesa de direitos ou esclarecimento de situaes de interesse pessoal. Por certido deve-se entender umwww.cers.com.br23 24. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeirodocumento apto a comprovar a existncia de fato(s), expedido pela Administrao pblica, e que por isso mesmo, goza de f pblica, at prova em contrrio.A Lei n 9.051/95, que regulamentou este direito, prev o prazo improrrogvel de 15(quinze) dias para a expedio da certido pela Administrao Pblica. Ultrapassado este prazo, poder o cidado valer-se de Mandado de Segurana Individual, por violao a direito lquido e certo.Assim como o direito de petio, ao direito de certido assegurada a gratuidade para o seu exerccio. Tem-se entendido, todavia, que, nos casos de certido que no visa diretamente preservar direitos ou interesses pessoais, poder haver a cobrana de preo pblico que reponha os custos da expedio por parte da Administrao (emolumentos).7. MANDADO DE INJUNO (inciso LXXI)Visa proteger qualquer direito, liberdade ou as prerrogativas constitucionais relativas a nacionalidade, soberania e cidadania, que no possam ser exercidos em razo da falta de norma regulamentadora (normas de eficcia limitada).Pode ser proposto por qualquer pessoa fsica ou jurdica que seja titular de direito previsto pela Constituio, e que ainda no tenha sido regulamentado por lei. Alcana tanto os direito individuais quanto os coletivos. Dever ser proposto contra a pessoa ou rgo responsvel pela omisso normativa que inviabilize a concretizao do direito previsto na CF, ou seja, de regra, o Poder Legislativo.Durante muitos anos, o STF entendeu que a deciso proferida no Mandado de Injuno to somente constitua o Poder Legislativo em mora. Notificava-se o Congresso Nacional da sua omisso legislativa para que tomasse as providncias necessrias elaborao da norma regulamentadora. O problema que no se estabelecia prazo nem sano para o descumprimento, em razo do princpio da separao de poderes, resultando o MI em providncia incua aos interesses do cidado. Tal entendimento, tradicional no STF, chamado pela doutrina de corrente no concretista.Mais recentemente o STF tem adotado o entendimento de que o Judicirio pode, reconhecendo a omisso legislativa, alm de notificar o Poder Legislativo, tambm adotar providncias prticas no sentido de suprir a ausncia da lei regulamentadora. Tal providncia, adotada apenas no caso concreto do Impetrante, ora produzir efeitos somente para ele, ora tambm para terceiros, por tabela. a chamada corrente concretista.www.cers.com.br24 25. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro5.8. AO POPULAR (INCISO LXXIII)A Ao Popular a ao constitucional posta disposio dos cidados para a defesa do patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, da moralidade administrativa, do meio ambiente e do patrimnio histrico e cultural, mediante a anulao do ato lesivo.Atravs deste importante instrumento, todo cidado atua como fiscal da atividade administrativa do Estado. Sos trs os requisitos para a propositura da Ao Popular: condio de eleitor (s pode ser proposta por cidado brasileiro no gozo dos direitos polticos); ilegalidade (o ato do Poder Pblico que esteja sendo impugnado deve ser contrrio ao ordenamento jurdico); e lesividade (o ato impugnado deve ser lesivo a um dos quatro interesses acima descritos).Em razo do primeiro requisito acima, no pode ser proposta Ao Popular por pessoa jurdica. Podem ser rus: as pessoas jurdicas de direito pblico e privado em nome das quais foi praticado o ato; autoridades, funcionrios ou administradores que houverem participado do ato ilegal e lesivo; e os beneficirios do ato, mesmo que particulares, sejam nacionais ou estrangeiros.5.9.AO CIVIL PBLICA (ART. 129, III)Esta Ao prevista pela CF para a tutela dos interesses difusos e coletivos, a exemplo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente, direitos do consumidor, direitos da criana e do adolescente, das pessoas portadoras de deficincia fsica, dentre outros.Pode ser proposta pelos seguintes entes: a) Ministrio Pblico; b) Pessoas Jurdicas de Direito Pblico Interno (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios); c) Associaes constitudas h mais de um ano que tenham por finalidade a defesa de interesses difusos e coletivos (ONGs); d) Defensorias Pblicas.Podero ser rus tanto pessoas e rgos integrantes da Administrao Pblica quanto pessoas e entes privados, desde que realizem atos nocivos aos interesses difusos / coletivos tutelados por esta ao constitucional.O MP, na condio de rgo incumbido da defesa da ordem jurdica e dos direitos sociais e individuais indisponveis, intervir sempre nas Aes Civis Pblicas, quer como autor, quer como fiscal da lei.www.cers.com.br25 26. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro4. DIREITOS SOCIAISOs direitos sociais so aqueles que consistem em prestaes positivas do Estado em benefcio das camadas mais pobres da sociedade, visando uma melhora das suas condies de vida e de trabalho. Possuem contedo econmico social e podem ser tanto individuais quanto coletivos.Os direitos fundamentais j vistos at aqui consistem numa absteno estatal, ou seja, no exigem do Estado qualquer conduta positiva, mas que apenas se abstenha de praticar atos que os violem. No o caso dos direitos sociais, surgidos em um momento histrico posterior ao dos primeiros, onde se verificou que no bastava ao Estado se abster de praticar atos atentatrios dos direitos individuais (Estado Liberal), impondo-se que desempenhasse uma srie de funes em benefcio das camadas menos favorecidas da populao (Estado Social).A Constituio de 1988, elaborada na esteira da redemocratizao do pas, se preocupou por demais com a questo, dedicando um captulo exclusivo ao tratamento dos direitos sociais, inserido no Ttulo II, denominado DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.Dessa forma, os direitos sociais relativos aos trabalhadores urbanos e rurais esto assegurados nos arts. 7 a 11. Os demais direitos sociais so mencionados no art. 6 e desdobrados em vrios outros dispositivos do Ttulo VIII da nossa lei maior, denominado DA ORDEM SOCIAL.As provas de concurso costumam centrar as atenes no art. 7 da CF, sem descerem aos detalhes da legislao infraconstitucional, cujo estudo fica a cargo do direito do trabalho.A ns, portanto, interessa apenas estarmos familiarizados com a relao genrica dos direitos do trabalhador, sem a necessidade de conhecermos os pormenores de cada um.Convm tambm atentarmos para os arts. 8 a 11, que, embora no sejam to freqentes, tambm costumam ser cobrados.7. NACIONALIDADEwww.cers.com.br26 27. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroEntende-se por Nacionalidade o vnculo jurdico existente entre o Estado e o indivduo, por meio do qual este se torna parte integrante do povo daquele. Cada Estado deve definir quem so seus nacionais, chegando-se sempre por excluso ao conceito de estrangeiro.No caso do Brasil, a prpria CF, com exclusividade, quem define os critrios para aquisio e perda da nacionalidade brasileira.7.1. MODOS DE AQUISIO DA NACIONALIDADE BRASILEIRAH duas formas de se adquirir a nacionalidade brasileira: um chamado primrio ou originrio, e outro chamado secundrio ou derivado.Nacionalidade Primria Ou OriginriaPelo modo primrio ou originrio, se adquire a nacionalidade sempre com o nascimento do indivduo, ou seja, ao nascer, o indivduo imediatamente adquire sua nacionalidade originria.No caso do Brasil, o art. 12, I, da CF, estabelece quem so os brasileiros natos, ou seja, aqueles com nacionalidade originria brasileira. So trs os casos:1. Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes no estejam a servio de seu pas;2. Nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que qualquer deles esteja a servio do Brasil;c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de me brasileira, desde que sejam registrados em repartio brasileira competente ou venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;www.cers.com.br27 28. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroA primeira das trs hipteses leva em conta apenas o local ou o solo do nascimento (jus solis). Esse critrio tambm chamado de territorialidade. J as duas outras hipteses levam em conta a filiao do indivduo, ou seja, o mesmo brasileiro nato pelo fato de ter sangue brasileiro (jus sanguinis).Nacionalidade Secundria ou Derivada o modo de aquisio da nacionalidade pelo qual esta adquirida no no momento do nascimento, mas sim ao longo da via do indivduo. Resulta sempre de um ato de vontade.O Brasil prev um nico caso de aquisio de nacionalidade secundria: a naturalizao (art. 12, II), que nada mais do que o ato pelo qual uma pessoa adquire a nacionalidade de outro pas.A nossa CF prev duas hipteses de naturalizao: uma ordinria (art. 12, II, a) e uma extraordinria (art. 12, II, b).A naturalizao ordinria aquela concedida a estrangeiros que, na forma da lei, adquiriram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originrios dos pases de lngua portuguesa somente a residncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral. A Lei n 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) quem estabelece os requisitos para a sua aquisio, valendo lembrar que a concesso deste tipo de naturalizao estar sempre sujeito a ato discricionrio do chefe do Poder Executivo.A naturalizao extraordinria concedida ao estrangeiro residente no Pas h mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Preenchidos estes requisitos, o estrangeiro ser titular de um direito subjetivo, de modo que a concesso da naturalidade no se sujeitar a ato discricionrio do chefe do Executivo. O ato ser, ao contrrio, vinculado.DISTINO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOSSomente a Constituio Federal pode estabelecer discriminaes entre os brasileiros natos e naturalizados, sob pena de se afrontar o princpio da isonomia, j estudado. E assim ela o fez nos seguintes casos:www.cers.com.br28 29. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiroa) Alguns cargos estratgicos, dada a sua relevncia, so privativos de brasileiros natos: Presidente e Vice-Presidente da Repblica, Presidente da Cmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal Federal, carreira diplomtica, oficial das Foras Armadas e Ministro de Estado da Defesa (art. 12, 3).b) No se admite a extradio de brasileiro nato, mas somente do naturalizado, por crime cometido antes da naturalizao ou por comprovado envolvimento com trfico de entorpecentes (art. 5, LI).c) Somente brasileiros natos podem ser indicados para o Conselho da Repblica (art. 89, VII).d) A propriedade de empresa jornalstica, de radiodifuso sonora e de sons e imagens privativa de brasileiro nato ou naturalizado h mais de dez anos (art. 222).7.2. MODOS DE PERDA DA NACIONALIDADEA Constituio, assim como estabelece os modos de aquisio da nacionalidade, seja originria ou derivada, tambm estabelece os modos pelos quais se perde a nacionalidade. Essa perda poder se dar de maneira necessria ou voluntria.A perda necessria da nacionalidade aquela ocorrida independentemente da vontade do indivduo, e se dar no caso de cancelamento da naturalizao por atividade nociva ao interesse nacional, em razo de sentena judicial transitada em julgado. Exige-se sempre um processo judicial proposto pelo Ministrio Pblico Federal onde se assegure o amplo direito de defesa. No pode ser aplicada ao brasileiro nato.A perda voluntria da nacionalidade, por sua vez, se dar pela aquisio voluntria de outra nacionalidade, exceo dos casos de reconhecimento de nacionalidade originria pela lei estrangeira ou de imposio de naturalizao, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condio para permanncia em seu territrio ou para o exerccio de direitos civis. Pode se dar a perda voluntria da nacionalidade tanto aos brasileiros natos quanto aos naturalizados.Por ltimo, vale apontar as duas hipteses de reaquisio da nacionalidade brasileira que tenha sido perdida: a) se houver ao rescisria procedente em relao sentena que reconheceu a atividade nociva ao interesse nacional (perda necessria); b) por Decreto do Presidente da Repblica para os casos de brasileiros, natos ou naturalizados, que tenham perdido a nacionalidade por terem adquirido outra nacionalidade (perda voluntria).www.cers.com.br29 30. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiro8. DIREITOS POLTICOSChamam-se direitos polticos os direitos de participar da vida poltica do Pas, da formao da vontade nacional, incluindo os de votar e ser votado. Abrangem o exerccio da soberania popular nas mais variadas formas, como os direitos de iniciativa popular no processo legislativo, o de propor ao popular e o de organizar e participar de partidos polticos.Classificam-se os direitos polticos em:- Direitos polticos positivos;- Direitos polticos negativos.8.1. DIREITOS POLTICOS POSITIVOSSo os direitos de participar da vida poltica do Pas, incluindo os direitos de votar e ser votado.Relacionase, desta forma, com as seguintes questes: soberania popular, voto, plebiscito, referendo, iniciativa popular e elegibilidades.SOBERANIA POPULARA soberania popular a base do regime democrtico brasileiro, como j tivemos oportunidade de falar. O art. 1, da Lei Maior, estabelece que Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. a consagrao da Democracia representativa, tendo em vista a impossibilidade prtica do exerccio direto do poder pelo seu titular, o povo.Lembre-se ainda que qualquer regime democrtico funda-se na idia de que o poder, como emana do povo, seu titular, s ser legitimamente exercido se o for por meio de um governo do povo, para o povo e pelo povo.www.cers.com.br30 31. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroVOTOO art. 14, caput, c/c art. 60, 4, II, da CF, estabelece que o voto ter as seguintes caractersticas: direto, secreto, igual, universal e peridico.Voto direto: Escolhem-se os representantes do povo pelos prprios eleitores, sem a presena de intermedirio. H uma nica exceo a essa regra, prevista pela prpria CF, no seu art. 81, 1, que a possibilidade de eleio indireta do Presidente e Vice-Presidente da Repblica pelo Congresso Nacional, no caso de ocorrer a vacncia desses dois cargos nos dois ltimos anos de mandato.Voto secreto: H mecanismos que garantem o mais absoluto sigilo do voto, no sendo qualquer eleitor obrigado a revelar em quem votou. Trata-se de garantia em favor da ampla liberdade de escolha.Voto igual: Todos os votos possuem o mesmo valor, inexistindo votos com pesos diferenciados.Voto universal: No se admitem restries ao direito de votar dos cidados derivadas de condies de nascimento, critrios econmicos ou capacidade especial da pessoa.Voto peridico: O direito de voto exercido em espaos determinados, em razo da periodicidade dos mandatos, que caracterstica do sistema republicano.Importante notar que o voto no se confunde com o alistamento eleitoral. Trata-se de dois momentos distintos. Enquanto este o momento em que o indivduo se inscreve perante a justia eleitoral, passando a ter ttulo de eleitor, aquele o momento em que o indivduo, agora j alistado, elege seu representante poltico.Segundo o art. 14, 1, I e II, da CF, ambos os momentos so obrigatrios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, os maiores de setenta anos e para os analfabetos.Portanto, ao contrrio do que muitos imaginam, o alistamento eleitoral, quando facultativo, se for realizado, no torna o voto obrigatrio (questo da prova de auditor da receita 2005). Isso porque, no demais repetir, momento distinto do momento do voto.www.cers.com.br31 32. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroNa mesma linha de raciocnio e sempre partindo da literalidade do dispositivo constitucional referido, convm atentar para o fato de que os maiores de setenta anos tm o alistamento eleitoral facultativo.PLEBISCITOTrata-se de consulta prvia ao povo, antes da elaborao de um ato legislativo ou administrativo sobre matria de acentuada relevncia constitucional, legislativa ou administrativa. Por meio do plebiscito, o povo chamado a votar, aprovando ou denegando a questo que lhe tenha sido submetida.H determinados temas cuja consulta por meio de plebiscito foi considerada obrigatria pela nossa CF. So os casos de incorporao, subdiviso e desmembramento de novos Estados (art. 18, 3) e de criao, incorporao, fuso e desmembramento de novos Municpios (art. 18, 4).REFERENDO instrumento de consulta feita ao povo a posteriori, aps a aprovao de um determinado ato legislativo ou administrativo sobre matria de relevncia constitucional, legislativa ou administrativa. O povo chamado a se pronunciar pelo voto sobre determinada providncia que j foi tomada pelo Poder Pblico, ratificando ou rejeitando a medida.A Lei n 9.709/98 regula os procedimentos para a convocao e realizao de plebiscitos e referendos. Deve ser convocado por decreto legislativo, devendo a proposta estar assinada por, no mnimo, 1/3(um tero) dos membros de qualquer das casas do Congresso Nacional. INICIATIVA POPULAR a competncia legislativa, vale dizer, a capacidade de dar incio a um projeto de lei, atribuda a uma parcela significativa do eleitorado. Encontra-se prevista pelo art. 61, 2, da CF. Importante salientar que os projetos de lei apresentados por iniciativa popular devero estar adstritos a um s assunto, no podendo ser rejeitados em razo de vcios de forma, sob pena de se mitigar indevidamente o princpio da soberania popular. Caber ao Legislativo, portanto, sanar eventuais equvocos de forma e/ou de redao.www.cers.com.br32 33. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroA CF permite tambm, expressamente, a iniciativa popular no mbito dos Municpios (art. 29, XIII). No que tange aos Estados, embora no haja dispositivo expresso na Lei Maior, nada impede que as respectivas Constituies Estaduais disponham sobre o assunto.ELEGIBILIDADE o direito de ser votado, de eleger-se. Nem todos os eleitores podem ser eleitos. A CF estabelece alguns requisitos especficos no seu art. 14, 3, a saber:a) Nacionalidade brasileira. Estrangeiros no possuem direitos polticos no Brasil, salvo os portugueses com residncia permanente em razo da reciprocidade firmada entre Brasil e Portugal (art. 12, 1).b) Pleno exerccio dos direitos polticos. Para o exerccio da chamada cidadania passiva (capacidade de eleger-se), impe-se que a pessoa no tenha incorrido em qualquer das causas de perda ou suspenso dos direitos polticos.c) Alistamento eleitoral. Para que haja a cidadania passiva, necessrio o alistamento na Justia Eleitoral.d) Domiclio eleitoral na circunscrio. necessrio que o pretenso candidato tenha domiclio eleitoral na localidade onde pretende se eleger.e) Filiao partidria. necessrio, para candidatar-se, que o indivduo seja filiado a partido poltico.f)Idade mnima. A CF impe idade mnima para que o cidado possa candidatar-se a determinados cargos, a saber: trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica; trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; vinte e um anos para Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice Prefeito; dezoito anos para Vereador.g) No incorrer em inelegibilidades especficas. H causas especficas de inelegibilidades previstas na prpria CF ou na legislao infraconstitucional, a saber:www.cers.com.br33 34. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroAnalfabetos possuem apenas o direito de votar, mas no o de serem votados (art. 14, 4, da CF);Menores de dezoito anos de idade entre dezesseis e dezoito anos, o jovem tem apenas a cidadania ativa (direito de votar), mas no a cidadania passiva (direito de ser votado), s adquirida quando completar dezoito anos.Inelegibilidades do art. 14, 6, 7 e 9, da CF sero tratadas logo a seguir, no ponto destinados aos direitos polticos negativos.8.2. DIREITOS POLTICOS NEGATIVOSSo as normas que impedem a participao no processo poltico e nos rgos governamentais, abrangendo a perda e suspenso dos direitos polticos e as inelegibilidades. Vale lembrar que a cassao dos direitos polticos no admitida em regimes democrticos, sendo instituto tpico dos regimes autoritrios.PERDA DOS DIREITOS POLTICOSA Constituio, no art. 15, prev duas hipteses de perda dos direitos polticos, a saber:a) Cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado;b) Recusa de cumprir obrigao a todos imposta, bem como de prestao alternativa (art. 5, VIII). o caso das pessoas que se recusam a cumprir seus deveres com a ptria, que, no obstante mantenham sua nacionalidade, perdem a condio de votar e serem votados.A doutrina aponta ainda a existncia de uma terceira hiptese de perda dos direitos polticos, no contemplada pelo art. 15 da CF, mas sim pelo seu art. 12, 4, II, que o caso de perda da nacionalidade brasileira por naturalizao voluntria em outro pas.www.cers.com.br34 35. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroSUSPENSO DOS DIREITOS POLTICOSO mesmo art. 15, da Lei Maior, prev trs hipteses de suspenso dos direitos polticos, a saber:a) Incapacidade civil absoluta;b) Condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem os efeitos da condenao;c) Prtica de atos de improbidade administrativa (art. 37, 4 da CF).PERDA E SUSPENSO DE DIREITOS POLTICOS DE PARLAMENTAREm regra, a perda dos direitos polticos importa na perda do mandato legislativo. Todavia, em se tratando de Deputados Federais e Senadores, a CF estabelece que a perda do mandato no ser automtica, dependendo de declarao a ser feita pela Mesa da Casa respectiva, por provocao de qualquer Membro, ou partido poltico com representao no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (art. 55, IV e 3).Tratando-se de condenao criminal transitada em julgado, a perda do mandato legislativo do Deputado Federal ou Senador ser decidida pela Casa legislativa respectiva, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocao da Mesa ou de partido poltico representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (art. 55, VI e 2).INELEGIBILIDADESSo os impedimentos capacidade eleitoral passiva, vale dizer, ao direito de ser votado. Podem ser absolutas (art. 14, 4, da CF), que so os impedimentos ocupao de qualquer cargo eletivo, ou relativas (art. 14, 5 a 9, da CF), que se direcionam a certos cargos eletivos, em razo de situaes especficas.Inelegibilidades absolutas:www.cers.com.br35 36. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeiroa) Inalistveis;b) Analfabetos;c) Jovens entre dezesseis e dezoito anos.Inelegibilidades relativas:a) reeleio para um nico perodo subseqente do Presidente da Repblica, Governador dos Estados e Distrito Federal e Prefeitos, ou quem os houver sucedido no curso do mandato;b) inelegibilidade por motivo funcional;c) inelegibilidade por motivo de parentesco, casamento ou afinidade (chamada pela doutrina de inelegibilidade reflexa);d) militar, nas condies previstas pelo art. 14, 8, da CF;e) inelegibilidade para evitar influncia do poder econmico ou abuso do exerccio de cargo, emprego ou funo da administrao direta ou indireta (9 - regulamentado pela LC 64/90, que estabelece minuciosamente diversas formas de impedimentos capacidade eleitoral passiva).9. PARTIDOS POLTICOS Segundo a doutrina dominante, partidos polticos so associaes institudas para a participao na vida poltica do pas, com objetivo de propagao de idias e de conquista, total ou parcial, do poder poltico.www.cers.com.br36 37. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroTodo partido poltico visa a conquista do poder poltico. Alis, no Brasil s possvel a conquista do poder poltico atravs dos partidos polticos, j que no possvel a existncia de candidaturas avulsas. Por isso que se diz que tais associaes possuem o monoplio das candidaturas.A natureza jurdica dos partidos polticos de pessoa jurdica de direito privado, como deixa claro, alis, a Constituio Federal, que, no art. 17, 2, dispe que os partidos polticos, aps adquirirem personalidade jurdica, na forma da lei civil, registraro seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. De igual modo, a Lei 9.096/95, que trata dos partidos polticos, declara expressamente a natureza privada dessas organizaes, logo no seu art. 1.9.1. PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS DE ORGANIZAO PARTIDRIAA Lei Maior Brasileira adotou dois grandes princpios em matria de partidos polticos, quais sejam, o princpio da ampla liberdade partidria e o princpio da autonomia partidria.AMPLA LIBERDADE PARTIDRIANo Brasil, assegurada pela Constituio a ampla liberdade de organizao de partidos polticos, o que abrange a liberdade de sua criao, fuso, incorporao e extino.Note-se, contudo, que no se trata de liberdade absoluta, j, que por imposio constitucional, havero que ser resguardados nos estatutos de todo e qualquer partido poltico a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana (art. 17, caput, da CF).Alm disso, todo partido poltico haver que respeitar as seguintes regras (art. 17, incisos I a IV):- carter nacional; - proibio de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinao a estes; - prestao de contas Justia Eleitoral; - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.www.cers.com.br37 38. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroAUTONOMIA PARTIDRIAO art. 17, 1, da CF, assegura aos partidos polticos autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento, o que abrange normas de eleio para os cargos internos, criao de cargos na sua prpria estrutura interna etc.As nicas normas obrigatrias so as de fidelidade e disciplina partidria, vale dizer, que se relacionam ao respeito ao programa do partido poltico e s decises dos seus rgos dirigentes.Vale frisar que este princpio teve seus contornos alterados pela EC n 52/2006, que operou a ento chamada quebra da verticalizao eleitoral. Isso quer dizer que, a partir de ento, os partidos polticos passaram a ser livres para estabelecerem suas coligaes eleitorais, sem a necessidade de se coligarem uns com outros da mesma maneira nas esferas federal, estadual, distrital e municipal.9.2. ORGANIZAO PARAMILITARO art. 17, 4, da CF, veda a utilizao, pelos partidos polticos, de organizaes paramilitares, que so grupos armados paralelos aos institudos oficialmente pelo Estado. Isto significa que os partidos devem buscar os seus objetivos ideolgicos respeitando o princpio democrtico, e no pela fora.9.3. MODELOS DE ORGANIZAO PARTIDRIAExistem trs grandes modelos para a organizao partidria em um determinado Estado: Unipartidarismo, Bipartidarismo e Pluripartidarismo.Unipartidarismo o modelo poltico em que h um partido poltico nico. Tpico de regimes autoritrios, em que s se admite um partido, que defende e divulga a ideologia do grupo poltico dominante.Bipartidarismo Modelo em que h dois grandes partidos polticos, com programas bem definidos e distintos, e que se revezam na titularidade do poder poltico. Este modelo admite a presena do outros partidos polticos, mas sem qualquer representatividade poltica.www.cers.com.br38 39. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroPluripartidarismo ou multipartidarismo o modelo que admite a co-existncia de inmeros partidos polticos, que representam todas as correntes polticoideolgicas da sociedade. o modelo adotado pelo Brasil, por fora do art. 1, V, da CF.9.4. FUNES DOS PARTIDOS POLTICOSComo j se disse, os partidos polticos visam divulgar idias e conquistar o poder poltico. Dentro desse contexto, a depender da posio em que se encontrem, podero adotar uma postura de partido de situao ou de oposio.Aos partidos de situao compete, alm de propagar as idias presentes nos seus estatutos, dar sustentao poltica ao governo no Parlamento, aprovando os projetos de seu interesse.Aos partidos de oposio, por sua vez, cabe propagar suas idias e lutar pela conquista do poder poltico, fiscalizando os atos do governo e propondo polticas alternativas s vigentes. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXARTIGOS RELACIONADOS:TTULO Dos Direitos e Garantias CAPTULO DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOSII Fundamentais IArt. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:www.cers.com.br39 40. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroI - homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos termos desta Constituio;II - ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei;III - ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;IV - livre a manifestao do pensamento, sendo vedado o anonimato;V - assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem;VI - inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livre exerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locais de culto e a suas liturgias;VII - assegurada, nos termos da lei, a prestao de assistncia religiosa nas entidades civis e militares de internao coletiva;VIII - ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada em lei;IX - livre a expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica e de comunicao, independentemente de censura ou licena;X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao;www.cers.com.br40 41. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroXI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial;XII - inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigao criminal ou instruo processual penal;XIII - livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaes profissionais que a lei estabelecer;XIV - assegurado a todos o acesso informao e resguardado o sigilo da fonte, quando necessrio ao exerccio profissional;XV - livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pblico, independentemente de autorizao, desde que no frustrem outra reunio anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prvio aviso autoridade competente;XVII - plena a liberdade de associao para fins lcitos, vedada a de carter paramilitar;XVIII - a criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorizao, sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento;XIX - as associaes s podero ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deciso judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trnsito em julgado;www.cers.com.br41 42. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroXX - ningum poder ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;XXII - garantido o direito de propriedade;XXIII - a propriedade atender a sua funo social;XXIV - a lei estabelecer o procedimento para desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituio;XXV - no caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedade particular, assegurada ao proprietrio indenizao ulterior, se houver dano;XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia, no ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilizao, publicao ou reproduo de suas obras, transmissvel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;XXVIII - so assegurados, nos termos da lei:a) a proteo s participaes individuais em obras coletivas e reproduo da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;www.cers.com.br42 43. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeirob) o direito de fiscalizao do aproveitamento econmico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intrpretes e s respectivas representaes sindicais e associativas;XXIX - a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas;XXX - garantido o direito de herana;XXXI - a sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas ser regulada pela lei brasileira em benefcio do cnjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que no lhes seja mais favorvel a lei pessoal do "de cujus";XXXII - o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor;XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado;XXXIV - so a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;b) a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal;XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito;www.cers.com.br43 44. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroXXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada;XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;XXXVIII - reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votaes;c) a soberania dos veredictos;d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal;XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;XLI - a lei punir qualquer discriminao atentatria dos direitos e liberdades fundamentais;XLII - a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei;www.cers.com.br44 45. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroXLIII - a lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a prtica da tortura , o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evit-los, se omitirem;XLIV - constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico;XLV - nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e a decretao do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, at o limite do valor do patrimnio transferido;XLVI - a lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras, as seguintes:a) privao ou restrio da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestao social alternativa;e) suspenso ou interdio de direitos;XLVII - no haver penas:a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;www.cers.com.br45 46. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeirob) de carter perptuo;c) de trabalhos forados;d) de banimento;e) cruis;XLVIII - a pena ser cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;XLIX - assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral;L - s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com seus filhos durante o perodo de amamentao;LI - nenhum brasileiro ser extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalizao, ou de comprovado envolvimento em trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;LII - no ser concedida extradio de estrangeiro por crime poltico ou de opinio;LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente;www.cers.com.br46 47. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroLIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos;LVII - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria;LVIII - o civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal, salvo nas hipteses previstas em lei;LIX - ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal;LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;LXII - a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele indicada;LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado;www.cers.com.br47 48. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroLXIV - o preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial;LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, com ou sem fiana;LXVII - no haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo inadimplemento voluntrio e inescusvel de obrigao alimentcia e a do depositrio infiel;LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder;LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico;LXX - o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por:a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;LXXI - conceder-se- mandado de injuno sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania;www.cers.com.br48 49. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroLXXII - conceder-se- "habeas-data":a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico;b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da sucumbncia;LXXIV - o Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos;LXXV - o Estado indenizar o condenado por erro judicirio, assim como o que ficar preso alm do tempo fixado na sentena;LXXVI - so gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:a) o registro civil de nascimento;b) a certido de bito;LXXVII - so gratuitas as aes de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da cidadania.www.cers.com.br49 50. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroLXXVIII a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004) 1 - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm aplicao imediata. 2 - Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte. 3 Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004) 4 O Brasil se submete jurisdio de Tribunal Penal Internacional a cuja criao tenha manifestado adeso. (Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)CAPTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS oArt. 6 So direitos sociais a educao, a sade, a alimentao, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 64, de 2010) Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntrio; III - fundo de garantia do tempo de servio; IV - salrio mnimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim; V - piso salarial proporcional extenso e complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo;www.cers.com.br50 51. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroVII - garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel; VIII - dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria; IX - remunerao do trabalho noturno superior do diurno; X - proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa; XI - participao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunerao, e, excepcionalmente, participao na gesto da empresa, conforme definido em lei; XII - salrio-famlia pago em razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;(Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 1998) XIII - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei n 5.452, de 1943) XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 1) XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal; XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio, com a durao de cento e vinte dias; XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei; XXI - aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana; XXIII - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at 5 (cinco) anos de idade em creches e pr-escolas; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 2006) XXVI - reconhecimento das convenes e acordos coletivos de trabalho; XXVII - proteo em face da automao, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino do contrato de trabalho;(Redao dada pela Emenda Constitucional n 28, de 25/05/2000) XXX - proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibio de qualquer discriminao no tocante a salrio e critrios de admisso do trabalhador portador de deficincia;www.cers.com.br51 52. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman RibeiroXXXII - proibio de distino entre trabalho manual, tcnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 1998) XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e o trabalhador avulso. Pargrafo nico. So assegurados categoria dos trabalhadores domsticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integrao previdncia social. Art. 8 livre a associao profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei no poder exigir autorizao do Estado para a fundao de sindicato, ressalvado o registro no rgo competente, vedadas ao Poder Pblico a interferncia e a interveno na organizao sindical; II - vedada a criao de mais de uma organizao sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econmica, na mesma base territorial, que ser definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, no podendo ser inferior rea de um Municpio; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questes judiciais ou administrativas; IV - a assemblia geral fixar a contribuio que, em se tratando de categoria profissional, ser descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representao sindical respectiva, independentemente da contribuio prevista em lei; V - ningum ser obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; VI - obrigatria a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizaes sindicais; VIII - vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente, at um ano aps o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Pargrafo nico. As disposies deste artigo aplicam-se organizao de sindicatos rurais e de colnias de pescadores, atendidas as condies que a lei estabelecer. Art. 9 assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exerc-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 1 - A lei definir os servios ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento das necessidades inadiveis da comunidade. 2 - Os abusos cometidos sujeitam os responsveis s penas da lei. Art. 10. assegurada a participao dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos rgos pblicos em que seus interesses profissionais ou previdencirios sejam objeto de discusso e deliberao. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, assegurada a eleio de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. CAPTULO DA NACIONALIDADEIIIArt. 12. So brasileiros: I - natos: a) os nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes no estejam a servio de seu pas;www.cers.com.br52 53. ISOLADA - INSS Direito Constitucional Orman Ribeirob) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que qualquer deles esteja a servio da Repblica Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de me brasileira, desde que sejam registrados em repartio brasileira competente ou venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 54, de 2007) II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originrios de pases de lngua portuguesa apenas residncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repblica Federativa do Brasil h mais de quinze anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n 3, de 1994) 1 Aos portugueses com residncia permanente no Pas, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, sero atribudos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituio.(Redao dada pela Emenda Constitu