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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS FELIPE NOHAN NASCIMENTO A POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS E O MERCADO EXTERNO: Um estudo a respeito das influências no custo e no preço do milho SÃO JOSÉ 2012

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FELIPE NOHAN NASCIMENTO

A POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS E O MERCADO EXTERNO:

Um estudo a respeito das influências no custo e no preço do milho

SÃO JOSÉ

2012

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FELIPE NOHAN NASCIMENTO

A POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS E O MERCADO EXTERNO:

Um estudo a respeito das influências no custo e no preço do milho

Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio III do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ.

Orientador: Prof. MSc. Fernando Nitz de Carvalho

SÃO JOSÉ

2012

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FELIPE NOHAN NASCIMENTO

A POLÍTICA DE GARANTIA DE PREÇOS MÍNIMOS E O MERCADO EXTERNO:

Um estudo a respeito das influências no custo e no preço do milho

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de

bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ

avaliado pela seguinte banca examinadora:

_________________________________

Prof. MSc. Fernando Nitz de Carvalho

Orientador

_________________________________

Prof. Esp. Alfredo Lohn Braun

Membro 1

_________________________________

Profª. MSc. Juliane Vieira de Souza

Membro 2

São José, 27 de junho de 2012

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AGRADECIMENTOS

Ao longo deste árduo caminho contei com várias pessoas que me deram suporte

acadêmico, profissional e emocional, ajudando-me, deste modo, a passar por todas as

dificuldades encontradas, tornando possível a realização deste trabalho.

Agradeço:

Primeiramente, ao meu falecido pai, Angelo, e à minha mãe, Iolanda, pois sem eles eu

não existiria. Além disso, graças ao esforço e trabalho deles, pude ter uma educação digna,

tanto em casa quanto em todos os anos de colégio e faculdade. Devo tudo que tenho à eles.

Ao meu irmão Tiago, que nas horas mais difíceis sempre me estendeu sua mão

oferecendo ajuda.

À minha namorada Flávia, a qual passou, junto a mim, por todos os obstáculos durante

esta caminhada, sempre me ajudando e dando forças para que eu seguisse em frente sem

desanimar.

A todos os professores que tive ao longo de minha vida, os quais me passaram seu

conhecimento. Ao professor Isair Sell, que me orientou durante o primeiro e segundo estágio

deste trabalho, em especial ao meu orientador, professor Fernando Nitz de Carvalho, o qual

aceitou este desafio de me orientar na fase mais crítica de meu trabalho, tornando possível

este momento.

Aos meus colegas da CONAB (SUREG-SC), especialmente à Elen, ao Ercilio e ao

Dionísio por me auxiliarem no rumo desta pesquisa e disponibilizarem um pouco do seu

tempo para explicar a respeito do assunto no qual eu estava interessado.

Aos meus amigos da faculdade, por sempre me ajudarem nos momentos de dúvida,

além dos momentos de alegria que me proporcionaram durante este período por meio de suas

presenças.

Enfim, agradeço a todos que contribuíram para que mais uma fase da minha vida

ficasse completa, e consequentemente, para minha felicidade.

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O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

Albert Einstein

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RESUMO

O agronegócio brasileiro é responsável por uma parte considerável do PIB deste país. Sendo

assim, o governo, por meio de diversas políticas agrícolas, subsidia os agricultores para que

continue ocorrendo o desenvolvimento deste setor, garantindo renda ao produtor e o

abastecimento da sociedade. A Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) é uma destas

políticas, na qual são considerados alguns fatores como insumos, utilização de máquinas,

salários, entre outros, com o intuito de calcular um custo mínimo de produção para

determinada cultura. O objetivo deste trabalho se resume em considerar outros fatores, de

caráter externo, como a oscilação da bolsa de valores, relação entre oferta e demanda, entre

outros, além dos já considerados pela PGPM, para observar a influência que estes fatores

causam no preço mínimo do milho estipulado por esta política. Deste modo, calculam-se

cinco fatores considerados relevantes para esta influência: a relação oferta e demanda, a

variação cambial, a bolsa de valores, os insumos importados utilizados, além da concorrência,

sendo analisados isoladamente para observar a alteração de cada um no preço mínimo

estipulado para a saca do produto objeto de estudo. Os resultados da pesquisa evidenciam

alterações e oscilações relevantes com relação ao preço mínimo do milho a partir da inclusão

dos fatores externos na metodologia de custos. Portanto, percebe-se que a influência causada

deveria ser considerada e, desta forma, acredita-se que o preço é um elemento volátil, ou seja,

passível de atualizações periódicas.

Palavras-chave: Agricultor. Agronegócio. Fatores externos. Milho. PGPM. Preço mínimo.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Preços médios do bushel de milho na Bolsa de Chicago.......................................... 33

Gráfico 2: Valor da ação x preço do fertilizante em 2011 .......................................................... 37

Gráfico 3: Variação do preço do fertilizante importado em 2011.............................................. 38

Gráfico 4: Preço da saca de milho considerando a variação do preço do fertilizante .............. 41

Gráfico 5: Preço dos fertilizantes por empresa ........................................................................... 43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Relatório de preço mínimo básico do milho ............................................................... 31

Tabela 2: Oferta e demanda mundial de milho ........................................................................... 32

Tabela 3: Oferta e demanda mundial de milho no Brasil ........................................................... 33

Tabela 4: Preços médios do bushel de milho na Bolsa de Chicago em 2011 ........................... 34

Tabela 5: Média mensal do Dólar ................................................................................................ 35

Tabela 6: Valor da ação x preço do fertilizante........................................................................... 36

Tabela 7: Variação do preço do fertilizante................................................................................. 38

Tabela 8: Participação do preço do fertilizante por saca de milho em 2011 (em porcentagem)

........................................................................................................................................................ 39

Tabela 9: Participação do preço do fertilizante por saca de milho em 2011 (em Reais) .......... 40

Tabela 10: Preço da saca de milho considerando a variação do preço do fertilizante .............. 41

Tabela 11: Preço dos fertilizantes por empresa ........................................................................... 42

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11

1.1 OBJETIVOS.............................................................................................................................. 12

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................ 13

1.3 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 13

1.3.1 Quanto à natureza .......................................................................................................... 14

1.3.2 Quanto à abordagem ...................................................................................................... 14

1.3.3 Quanto ao objetivo ......................................................................................................... 14

1.3.4 Quanto ao procedimento ................................................................................................ 14

1.3.5 Coleta de dados .............................................................................................................. 15

1.3.6 Análise dos dados ........................................................................................................... 15

1.3.7 Delimitações da pesquisa................................................................................................ 15

2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................. 16

2.1 HISTÓRICO E CONCEITO DE CUSTOS ....................................................................................... 16

2.1.1 Classificação dos custos .................................................................................................. 17

2.2 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A CONTABILIDADE DE CUSTOS ................................................ 19

2.3 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO ............................................... 20

2.3.1 Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) .......................................................... 21

2.3.2 Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) ............................................................ 22

2.4 O AGRONECÓGIO BRASILEIRO ................................................................................................ 25

2.5 MERCADO DO MILHO ............................................................................................................. 25

2.6 FATORES EXTERNOS QUE INFLUENCIAM A PGPM ................................................................... 26

2.6.1 Oferta e demanda ........................................................................................................... 26

2.6.2 Variação cambial............................................................................................................. 27

2.6.3 Bolsa de valores .............................................................................................................. 27

2.6.4 Insumos importados ....................................................................................................... 28

2.6.5 Concorrência ................................................................................................................... 28

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3 RESULTADOS DA PESQUISA ............................................................................................ 30

3.1 INFLUÊNCIA DA OFERTA E DEMANDA ..................................................................................... 32

3.2 INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO CAMBIAL ...................................................................................... 34

3.3 INFLUÊNCIA BOLSA DE VALORES............................................................................................. 35

3.4 INFLUÊNCIA DOS INSUMOS IMPORTADOS .............................................................................. 37

3.5 INFLUÊNCIA DA CONCORRÊNCIA ............................................................................................ 42

3.6 SÍNTESE DA ANÁLISE............................................................................................................... 43

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 46

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 48

ANEXOS ....................................................................................................................................... 53

ANEXO A – Metodologia de cálculo de custos de produção da CONAB .......................... 54

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1 INTRODUÇÃO

Nas últimas duas décadas, o setor agrícola brasileiro vem crescendo e evoluindo,

principalmente com relação à tecnologia utilizada pelos produtores para o cultivo dos mais

variados produtos. Além disso, a abertura comercial e a estabilização da moeda ocorrida na

década de 1990, aliadas ao subsídio do governo para a produção, contribuíram para que o

agronegócio brasileiro fosse inserido no roteiro da negociação internacional. (OLIVEIRA

JUNIOR et al, 2008).

Atualmente, o Brasil é um dos principais produtores e exportadores de diversos

produtos agropecuários, como café, açúcar e suco de laranja, e o maior exportador de

complexo de soja (grão, farelo e óleo), principal gerador de divisas cambiais. (MAPA, 2012).

Em 2011, o agronegócio nacional representou em torno de 22% do PIB brasileiro,

demonstrando a relevância deste setor. (CEPEA, 2012).

Existem algumas políticas agrícolas, criadas pelo governo federal brasileiro, por meio

do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), nos quais o objetivo é

subsidiar o agricultor-produtor para que este se sustente com o plantio de determinado

produto e contribua para o abastecimento do mercado interno.

Desta forma, a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) é um destes

programas, no qual se realiza um estudo a respeito dos custos de produção obtidos pelos

agricultores, em suas plantações, calculando uma média destes gastos, definindo a partir disto

o custo mínimo daqueles fatores de produção. A Companhia Nacional de Abastecimento

(CONAB) é a empresa pública responsável pela execução desta política, garantindo equilíbrio

ao mercado, quando oscilante, e evitando prejuízos para o produtor e para a sociedade.

O custo mínimo dos fatores de produção auxilia na formação do preço mínimo do

produto, o qual serve de parâmetro em relação ao preço de mercado, influenciado por fatores

externos. Quando se fala em commodities, como o milho e a soja, pode-se dizer que boa parte

dos custos de produção sofre alterações devido ao mercado externo, seja por oferta/demanda,

variação cambal, insumos importados, entre outros.

Sabe-se que sempre existem variações quando se fala de mercado externo, porém,

como são estas variações, se altas ou baixas, como acontecem e uma forma de proteger o

produtor, são questões em aberto. Para que estas dúvidas sejam sanadas, serão abordados,

neste trabalho, os fatores externos que podem causar tais influências na apuração do preço na

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Política de Preços Mínimos.

Nesta pesquisa, levando em consideração diversos fatores, será evidenciada a cultura

do milho, devido a sua grande relevância para a PGPM e para o mercado internacional. O

Brasil é o terceiro maior produtor deste grão, e na safra 2009/2010, produziu mais de 53

milhões de toneladas deste produto. O milho não é importante somente para os seres

humanos, mas também para a alimentação dos animais, além de servir como insumo para as

indústrias agropecuárias, sendo os dois últimos, o principal destino da produção. Juntamente

com a Argentina, a previsão é que a exportação brasileira de milho terá um incremento

significativo nos próximos anos. (MAPA, 2012).

Diante do exposto, formulou-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a influência

dos fatores externos no custo e no preço mínimo do milho na PGPM?

1.1 OBJETIVOS

A definição dos objetivos ajuda no entendimento e desenvolvimento da pesquisa,

apontando o resultado que se quer obter ao final desta. Fachin (2002) afirma que os objetivos

mostram o fim que o trabalho monográfico se propõe alcançar, é dar uma resposta ao

problema que foi formulado. Desta forma, apresenta-se como objetivo geral da presente

pesquisa identificar a influência dos fatores externos no custo e no preço mínimo do milho na

PGPM.

Para alcançar o objetivo geral elaboraram-se objetivos específicos. Os objetivos

específicos visam complementar o objetivo geral na resolução do problema da pesquisa e,

entre estes, destacam-se:

Encontrar, por meio de sites públicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento e da CONAB, informações explicativas a respeito da Política de

Garantia de Preços Mínimos;

Conhecer os métodos utilizados pelo produtor e pela CONAB para a apuração dos

custos obtidos em todo o processo;

Identificar fatores externos, que possam influenciar na apuração do custo e do preço

mínimo do milho;

Verificar de que forma os fatores externos contribuem para a variação do preço

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mínimo do milho na PGPM.

1.2 JUSTIFICATIVA

Do ponto de vista da academia, o principal motivo para realização desta pesquisa é

buscar dar mais relevância ao estudo da contabilidade de custos, principalmente na área

agrícola, a qual possui características bem específicas. Conforme Franco (1982, p. 246), “a

Contabilidade Agrícola é um ramo da Contabilidade Geral aplicado às empresas agrícolas, e

seu campo de aplicação é, portanto, o patrimônio dessas empresas. Estas possuem

características próprias, que as distinguem das demais [...]”.

Deste modo, visto que o Brasil é um grande produtor de grãos, escolheu-se um dos

principais produtos inseridos na PGPM, o milho, visando contribuir com sugestões para a

prática desta e outras políticas públicas.

Em relação ao governo, a grande contribuição que este trabalho oferece é melhorar a

visão, e consequentemente, auxiliar na tomada de decisão, ajudando no entendimento de

alguns aspectos que interferem na formulação de políticas direcionadas ao mercado agrícola,

principalmente a PGPM. Considerando o subsídio dado pelo Estado a estas políticas, torna-se

de relevância e interesse, tendo em vista o vultoso dispêndio exercido em relação a este

projeto.

Do ponto de vista do agricultor, principalmente o de pequeno porte, o intuito da

realização desta pesquisa é mostrar o benefício causado para inúmeras famílias, por meio das

políticas públicas, gerando trabalho e renda, além de promover a avaliação dos fatores

externos que influenciam na PGPM, com o objetivo de favorecer estes produtores.

O benefício para a sociedade em geral, a partir deste estudo, é aproximar o usuário da

contabilidade do entendimento de alguns aspectos inerentes à contabilidade agrícola,

simultaneamente com a Política de Garantia de Preços Mínimos e fatores externos que podem

influenciá-la.

1.3 METODOLOGIA

Neste espaço apresentam-se os principais procedimentos metodológicos que são

utilizados para a produção da pesquisa. Silva (2011) afirma que é necessária a definição de

todos os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento de qualquer tipo de pesquisa

científica, apresentando os caminhos e formas que foram utilizadas no estudo.

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1.3.1 Quanto à natureza

De acordo com o problema formulado, define-se a pesquisa em questão como

aplicada, já que visa produzir conhecimentos para aplicação prática direcionada para

resolução de problemas específicos. (GIL, 1999).

1.3.2 Quanto à abordagem

Quanto a sua abordagem, o estudo tem caráter qualitativo e quantitativo, no qual o

primeiro pode ser justificado com base em Richardson (1999 apud BEUREN, 2006, p. 91), o

qual diz que “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a

complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender

e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.

Do ponto de vista quantitativo, conforme Collis e Hussey (2005), este tipo de pesquisa

foca-se na mensuração de fenômenos, contendo coleta de dados numéricos, a análise destes,

além da aplicação de testes estatísticos. Este conceito enquadra-se muito bem na proposta

deste trabalho.

1.3.3 Quanto ao objetivo

A respeito do objetivo da pesquisa, realiza-se um estudo descritivo, buscando assim,

ter uma visão geral sobre o assunto em questão. Este tipo de estudo é explicado por Andrade

(2002) como sendo aquele em que há a preocupação de observar, registrar, analisar,

classificar e interpretar os fatos, sem que o pesquisador interfira nestes. Deste modo, os

fenômenos são estudados, porém não são manipulados. Além disso, a pesquisa descritiva

proporciona estabelecer relação entre variáveis e o uso de técnicas padronizadas para coleta

de dados. (GIL, 1999).

1.3.4 Quanto ao procedimento

Definido o problema a ser abordado, como procedimento técnico utiliza-se o estudo

teórico ilustrado, o qual, para Ferreira e Yoshida (2004, p. 533), é voltado para a reflexão de

um tema, tópico ou conceito teórico, acompanhado de um ou mais casos práticos com a

finalidade de ilustração”.

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1.3.5 Coleta de dados

A coleta de dados ocorre com base em endereços eletrônicos do governo federal,

durante o primeiro semestre de 2012 buscando informações a respeito da Política de Preços

Mínimos e a metodologia para apuração do custo mínimo (em anexo). A partir deste ponto, o

objetivo é direcionar a pesquisa, sendo os fatores externos os principais objetos de estudo.

Sendo assim, reúnem-se os principais fatores que influenciam no custo de produção, e, em

seguida, será formulada uma análise comparativa a respeito do preço mínimo com estes

fatores.

1.3.6 Análise dos dados

A análise dos dados desta pesquisa será feita de acordo com a influência que cada

fator externo causa no preço mínimo do milho. A primeira análise será feita com o intuito de

evidenciar a interferência de cada fator de forma isolada, no preço mínimo do produto. Em

seguida, todos os fatores serão analisados em conjunto, procurando mostrar a diferença que

pode ocorrer no preço mínimo do produto, obtido pela PGPM, e o preço de mercado,

considerando estes fatores como parte desta política. Devido à existência de diversos tipos de

influências externas, que alteram o preço mínimo, selecionaram-se as consideradas mais

relevantes, que são a relação entre oferta e demanda, variação cambial, bolsa de valores,

insumos importados e concorrência.

1.3.7 Delimitações da pesquisa

Diante do exposto, é de utilidade e relevância informar as delimitações inerentes a esta

pesquisa. Deste modo, pode-se dizer que este estudo se delimita aos fatores ligados a Política

de Garantia de Preços Mínimos, ou seja, não se estende às demais políticas agrícolas

aplicadas pelo governo. Outro fator delimitante é o fato de considerar e aplicar o estudo

apenas à cultura do milho, e, portanto, qualquer comparação aos aspectos ligados a outras

culturas deve ser adaptada com base nas devidas especificidades. Por último, pode-se dizer

que também há restrições com relação ao tipo dos fatores a serem estudados, sendo que a

maior evidência é dada para o mercado externo, ou seja, fatores externos, que interferem na

PGPM, citando apenas algumas informações sobre os fatores internos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo, apresentam-se alguns conceitos, dados e informações que são as

conexões em relação ao tema do estudo. Para entendimento do assunto tratado nesta pesquisa,

serão abordados o histórico e conceito de custos, o conceito da administração pública e a

relação entre estes. A diante serão expostas algumas terminologias utilizadas na contabilidade

e a classificação dos custos.

Após a parte conceitual, serão exibidos o histórico e atividades exercidas pelo do

MAPA e pela CONAB, evidenciando a seguir sobre o agronegócio brasileiro e as políticas

agrícolas, chegando a PGPM. Após conhecimento a respeito da PGPM, será apresentado um

pouco a respeito da cultura a ser estudada, o milho e os fatores externos que causam

alterações nesta política agrícola.

2.1 HISTÓRICO E CONCEITO DE CUSTOS

Sabe-se que o início da contabilidade de custos deve-se em parte a Revolução

Industrial, com o surgimento de várias organizações transformadoras. Foi a partir deste marco

histórico, com base em Viceconti e Neves (2003), o momento em que a ciência contábil

deparou-se com a dificuldade de adequar os procedimentos já utilizados para empresas

comercias às indústrias, tendo em vista que àquelas apenas vendiam mercadorias, enquanto

estas adquiriam e possuíam matéria-prima, utilizando fatores de produção para transformá-las

em produtos para venda.

As organizações formadas a partir desta mudança significativa, atribuída ao sistema de

produção, precisavam adequar às informações geradas, a partir da transformação de insumos,

à contabilidade. Após o crack da bolsa de valores dos Estados Unidos, notou-se a necessidade

de formulações de relatórios administrativos para atender a gestão, tendo em vista que antes

deste acontecimento esta ciência havia perdido seu enfoque gerencial, substituído pelo

enfoque financeiro. Assim, os principais objetivos da contabilidade de custos evidenciados

são a determinação do lucro da empresa, o auxílio no controle e para tomada de decisões.

(STARK, 2007).

Existem algumas definições para a palavra custo. Diversas vezes, existe a dificuldade

de separá-los dos demais gastos e despesas de uma organização. De acordo com Viana (1971

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apud LEONE, 2000, p. 52), por exemplo, “custo é consumo”. Maher (2001, p. 64) tem outro

pensamento a respeito, e afirma que, o custo de algo significa “um sacrifício de recursos”, e

que o preço pago por cada item comprado é a medida do sacrifício para adquiri-lo. Holanda

(1975) também utiliza o termo sacrifício, porém atribui o conceito de custo a este, em

detrimento da produção de um bem, sendo possível atribuir valor monetário ao sacrifício

executado.

Por conta disto, e levando em consideração a área de estudo, os conceitos elaborados

pelos autores que abordam este tema diferem de um para outro. O conceito dado a seguir será

utilizado como base nesta pesquisa, porém não descarta outras definições semelhantes.

Segundo Schier (2005, p. 16), custo é definido como:

[...] gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou

serviços. O custo é também um gasto, porém reconhecido como custo no momento

da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um

produto ou execução de um serviço.

Procurou-se utilizar este conceito no presente trabalho devido à característica da

empresa que será analisada, na qual, participa economicamente do processo de produção e

também de armazenamento em seus próprios armazéns ou de terceiros, ajudando o agricultor.

A CONAB se envolve economicamente na produção relativos aos agricultores, pois analisa

todo o processo desde técnicas e métodos utilizados, máquinas, insumos incorporados e locais

de plantio para que possa calcular o custo total médio de formação do produto, seja ele

vendido por saca, peso ou qualquer outra unidade.

Desse modo, de acordo com as palavras de cada autor, percebe-se que existem

divergências e semelhanças com relação aos conceitos dados sobre o termo custo, porém,

cada indivíduo adapta o conceito de custo à sua necessidade. (MATZ; CURRY; FRANK,

1973). Assim como o conceito de custo, também existem algumas classificações, de acordo

com o item a seguir.

2.1.1 Classificação dos custos

A classificação dos custos serve para que o administrador-gestor utilize estas

informações para produção do efeito desejado e por este motivo ela deve ser feita da maneira

correta para que não venha a prejudicar a tomada de decisões. Segundo Bornia (2002), os

custos podem ser divididos pela variabilidade, facilidade de alocação, tomada de decisões,

facilidade de eliminação, entre outras.

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18

Classificando os custos a partir da variabilidade, considerando sua relação com o

volume de produção, pode-se dividi-los em fixos e variáveis. Os primeiros não se alteram em

relação ao volume de produção, ou seja, independem da quantidade que a empresa ou

indústria produz. Já os custos variáveis relacionam-se fortemente com o volume de produção,

ou seja, quanto maior a atividade da empresa maior serão os custos.

A facilidade de alocação é outro critério para classificar os custos. Deste modo, ficam

separados em diretos e indiretos. Os custos diretos são geralmente alocados de forma simples,

relacionados com unidades de alocação de custos como produtos, processos, setores, clientes,

entre outros. A mão-de-obra direta é um exemplo de custo direto. Todavia, os custos indiretos

não são facilmente concedidos às unidades, pois precisam de critérios e métodos, que se

modificam dependendo da organização, para serem alocados.

Os custos ainda podem ser classificados, segundo Bornia (2002), pelo auxílio à

tomada de decisões. Estes custos são chamados de relevantes, quando se alteram mediante

decisão tomada. Já os não relevantes são aqueles que não dependem da tomada de decisões,

ou seja, não se alteram.

Seguindo o raciocínio, a facilidade de eliminação é outro preceito de permite

distinguir os custos, que se dividem em fixos elimináveis e fixos não-elimináveis. Aqueles,

caso a empresa não funcione por tempo indeterminado, podem ser eliminados em curto prazo.

Salários e aluguéis são exemplos. Já os custos não elimináveis ou evitáveis, não podem ser

eliminados em curto prazo. Impostos e depreciações são alguns exemplos.

Além dessas classificações e definições, Bornia (2002) ainda coloca outras que

completam e podem contribuir para esta pesquisa, como o custo de oportunidade, o qual é a

comparação de dois investimentos distintos. Neste tipo de comparação sabe-se o quanto a

empresa deixou de ganhar em detrimento de outro propósito. Também existem, conforme o

autor, os custos desembolsados, ou seja, pagamente feitos no presente, como é o caso das

fatura de água, luz e energia, e os não-desembolsados, os quais não é preciso haver

desembolso de dinheiro, como depreciação.

Estas classificações são relevantes para o entendimento da metodologia para calcular

os custos, utilizada pela Companhia Nacional de Abastecimento. A partir deste entendimento

será possível dar continuidade na relação da metodologia de custos da CONAB com as

políticas públicas aplicadas pela empresa. A seguir é representada a relação entre a

administração pública e a contabilidade de custos, mostrando a relevância desta interação.

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2.2 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A CONTABILIDADE DE CUSTOS

A administração pública deve atender ao governo, porém sempre buscando ajudar a

sociedade, atuando em nome desta e contribuindo para o bem estar social. De acordo com

Tostes (2004, p. 94), a administração pública define-se como:

Conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em

geral; em acepção operacional é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico,

dos serviços próprios do estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade.

Para completar, segue o raciocínio de Duez (1935, apud KOHAMA, 2009, p. 10), o

qual afirma que “a administração é a função concreta do Estado, satisfazendo as necessidades

coletivas em forma direta, contínua e permanente, sujeita ao ordenamento jurídico vigente”.

Sabendo que a organização a ser estudada nesta pesquisa se enquadra na situação de

empresa pública, faz-se necessário realizar uma conceituação. Empresa Pública é uma

entidade com personalidade jurídica com patrimônio próprio e capital governamental. Sua

criação deve ser autorizada por lei, para explorar a atividade econômica ou industrial, que o

governo exerça por força de contingência ou conveniência administrativa. (KOHAMA, 2009).

Agregando estes conceitos ao presente estudo, pode-se perceber que se atende

adequadamente à Companhia Nacional de Abastecimento, visto que sua missão é contribuir

para a regularidade do abastecimento e garantia de renda do produtor rural, participando da

formulação e execução das políticas agrícolas e de abastecimento. (CONAB, 2011). Deste

modo, a prioridade encontra-se em ajudar a produção nacional por meio de políticas públicas

que garantem renda ao produtor, e com isso, proporcionam o abastecimento do mercado

interno, beneficiando o consumidor, ou seja, a sociedade.

Seja qual for o ramo da empresa ou sua característica, pública ou privada, pode ser

uma necessidade da organização saber os custos gerados para a formação de um produto ou

serviço. Segundo Slomski (2009), os métodos de custeio podem ser usados com sucesso e

auxiliar nas tomadas de decisões na gestão pública.

Existem alguns métodos que podem ser utilizados na administração pública, sem

nenhuma restrição, como:

O Método de Custeio por Absorção é aquele que aloca custos diretos e indiretos aos

produtos ou serviços. O Método de Custeio Variável ou direto é aquele que

evidencia os custos dos produtos ou serviços a eles identificáveis. O Método do

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Custeio Baseado em Atividades preocupa-se em identificar quais são os produtos ou

serviços que consomem atividades e quais são as atividades que consomem recursos.

Já o Método do Custeio Padrão é aquele cientificamente elaborado e que contribui

significativamente para a organização dos orçamentos públicos. (SLOMSKI, 2009 p.

392).

Apresenta-se, a seguir, o histórico do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, o qual, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento, executa e

administra a Política de Garantia de Preços Mínimos.

2.3 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

De acordo com informações obtidas por meio do endereço eletrônico do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os parágrafos a seguir revelam um pouco da sua

história e atribuições:

O atual Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) teve sua origem

durante o Império de Dom Pedro II, e era denominado inicialmente de Secretaria de Estado

dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. A partir do Regime Republicano,

todas as suas funções são absorvidas pelo Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas.

Passa-se um período, e no início do século XX, cria-se o Ministério da Agricultura, Indústria

e Comércio, o qual em 1930 se torna parte da estrutura de governo republicano. A partir deste

acontecimento, o setor agrícola ganha espaço e volta a se destacar. (MAPA, 2012).

Após 1980, assuntos ligados a recursos florestais e destinados à pesca, assim como a

reforma agrária, foram eliminados e não fariam mais parte da competência deste ministério.

Porém, na década seguinte, foi criada a Lei 8.028, de 12 de abril de 1990, a qual determinava

ao ministério que, além de executar as funções presentes, assumisse a coordenação política e

execução da reforma agrária e de irrigação. (MAPA, 2012).

No ano de 1999, são concedidos novos poderes ao ministério, e este começa a tratar da

política do açúcar, café, álcool, cana, pesca e heveicultura (cultivo da seringueira, da qual se

extrai o látex-elastômero, utilizado na fabricação da borracha natural). Neste mesmo ano,

tiraram-se deste ministério as responsabilidades referentes à reforma agrária. (MAPA, 2012).

A atual denominação deste ministério foi dada pela criação da Medida Provisória

2.216-37, de 31 de agosto de 2001, na qual se considerou a relevância do agronegócio de

carnes, tanto no mercado nacional quanto internacional, refletindo na alteração da

denominação para Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Dois anos depois,

através de outra Lei, nº. 10.683, todos os assuntos envolvendo pesca são retirados do MAPA e

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encaminhados para a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca. Em 2005, as negociações

agrícolas de cunho internacional passaram a afazer parte da responsabilidade deste ministério.

(MAPA, 2012).

Recentemente, com a criação de câmaras setoriais das diversas cadeias produtivas do

agronegócio, o MAPA vem conseguindo reunir a iniciativa privada e o governo com o intuito

de promover e discutir políticas públicas para o agronegócio no Brasil. Atualmente, o MAPA

tem o dever de gerir todas as políticas públicas que giram em torno do setor agropecuário,

atingindo e promovendo o agronegócio brasileiro, o qual envolve o pequeno, médio e grande

produtor. Deste modo, fica evidente o seu objetivo de proporcionar e distribuir à agricultura e

ao consumidor final todos os bens e serviços de origem e produção agropecuária. (MAPA,

2012).

Sendo assim, o governo federal busca, por meio do Ministério da Agricultura,

assegurar a alimentação do povo brasileiro, por meio do desenvolvimento do setor produtivo

nacional. Por outro lado, visa realçar a participação brasileira no mercado internacional. Para

isso o MAPA trata de reunir e integrar diversos fatores tecnológicos, mercadológicos,

ambientais, de abastecimento, armazenagem, entre outros.

A estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento possui atualmente

cinco secretarias, vinte e sete superintendências estaduais, seis laboratórios, além de duas que

são vinculadas, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e a Comissão Executiva do

Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), que abrigam cerca de 11 mil servidores pelo Brasil.

Dentro do MAPA existem duas empresas públicas coordenadas por este: A Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Companhia Nacional de

Abastecimento (CONAB), sendo esta, apresentada a seguir.

2.3.1 Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)

Conforme endereço eletrônico da CONAB, os parágrafos seguintes mostram um

pouco da história e atividades da empresa:

A história da Companhia Nacional de Abastecimento não teve seu começo com o

nome atual da empresa. Sua criação ocorreu através da Medida Provisória nº. 151, de 15 de

março de 1990, transformada na Lei n. º 8.029, de 12 de abril de 1990. Esta Lei permitiu a

fusão de três empresas: Companhia de Financiamento de Produção (CFP), Companhia

Brasileira de Alimentos (COBAL) e a Companhia Brasileira de Armazenamento

(CIBRAZEM). Inicialmente, a CONAB foi ligada diretamente ao Ministério da Economia,

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Fazenda e Planejamento (MEFP), passando mais tarde a fazer parte do MARA (Ministério da

Agricultura e Reforma Agrária), e atualmente pertence ao Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (MAPA). (CONAB, 2011).

A CONAB caracteriza-se como uma empresa pública federal presente em todas as

regiões do Brasil e acompanha o processo dos produtos agrícolas, desde o plantio até a venda

ao cliente ou consumidor. Além disto, a companhia tem uma política de garantia de preço

mínimo para o agricultor, na qual estimula a produção de determinados produtos e, também,

garante o abastecimento interno. Com esta política chamada de PGPM (Política de Garantia

de Preços Mínimos), a CONAB contribui para o equilíbrio do mercado, quando oscilante, e

ajuda os agricultores e cooperativas pagando o preço mínimo estipulado pela mercadoria

produzida, a qual não foi possível ser vendida. O preço mínimo estipulado para compra ou

venda de um produto é feito com base em levantamento dos custos, expectativas e estatísticas

de preços.

A agricultura familiar também faz parte das políticas de compra da empresa. Com o

PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) o governo consegue comprar os produtos a

preço de mercado e sem intermediário no negócio. A organização disponibiliza, também, em

leilões eletrônicos e processos legais, por meio de editais, mercadorias a serem vendidas, e

para os agricultores e clientes que não têm acesso a estes processos a CONAB possibilita a

opção de venda em balcões. Outra atividade muito exercida pela companhia é a doação de

produtos às instituições que necessitam ou em caso de alguma catástrofe que aconteça em

regiões brasileiras ou estrangeiras.

A estrutura da Companhia Nacional de Abastecimento conta com Conselho de

Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Colegiada, Superintendências Regionais,

localizadas em vinte e cinco estados do Brasil, noventa e seis unidades armazenadoras (UA),

como armazéns convencionais, graneleiros, frigoríficos, portuário, capazes de estocar vários

produtos agrícolas e garantir o suprimento alimentar da população. (CONAB, 2011). Esta

garantia é um dos objetivos da PGPM, como é explicado nos parágrafos seguir.

2.3.2 Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM)

A história das políticas agrícolas brasileiras e de preços mínimos pode ser contada, de

acordo com Coelho (2001), em quatro fases ou períodos.

O primeiro período ocorre entre os anos de 1930 e 1965 e pode ser chamado de

“agricultura primitiva”. Nesta fase, surgiram algumas instituições como o Conselho Nacional

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do Café (CNC), o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), a Carteira de Crédito Agrícola e

Industrial do Banco do Brasil (CREAI) e a Carteira de Financiamento de Produção (CFP),

responsável pela gestão da PGPM.

A fase seguinte (1965-1985) considera-se como a de “modernização da agricultura”,

visto que, por meio do Decreto-Lei nº. 79, de 19 de dezembro de 1966, aconteceram medidas

de regulamentação e reformulação da PGPM. Entre estas medidas está a criação do Sistema

Nacional de Crédito Rural. Este período também foi marcado pela grande utilização do

subsídio ao crédito e da PGPM, para expandir a fronteira agrícola, principalmente para as

regiões Sudeste e Centro-Oeste. Além disto, o mesmo decreto instituiu normas para que

houvesse a fixação dos preços mínimos e execução das operações de financiamento como o

“Empréstimo do Governo Federal com Opção de Venda” (EGF-COV), o “Empréstimo do

Governo federal sem Opção de Venda” (EGF-SOV) e de aquisição de produtos

agropecuários, “Aquisição do Governo Federal” (AGF). Os preços mínimos somente são

fixados a partir de votação e aprovação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e decreto

presidencial.

De 1985 a 1995 ocorreu a fase de “transição da agricultura”, na qual aconteceram

vários fatores como a criação de diversos planos para atingir a estabilidade econômica do

país, a abertura comercial, a diminuição do crédito oficial e do subsídio ao crédito, e também,

o uso constante da PGPM como subsídio para custear o transporte, além do aumento da dívida

no setor rural. (MENDES; PADILHA JÚNIOR, 2007).

A partir do final da década de 1980 as políticas agrícolas brasileiras tomaram um novo

rumo, porém, em virtude disto, Barros, Beres e Malheiros (1993), afirmam que ocorreu uma

grande redução dos recursos destinados a este setor, atingindo principalmente o crédito rural e

os preços mínimos. No governo do Presidente Fernando Collor, a abertura comercial

possibilitou um caráter mais liberal no desenvolvimento destas políticas, com algumas

mudanças na condução destas, fazendo com que existisse menos influência por parte do

Estado.

A última fase, da “agricultura sustentável”, começa a partir de 1995 com tentativas do

governo para solucionar o problema do endividamento rural. Com a chegada do Plano Real,

obteve-se a estabilidade interna dos preços, e, além disso, com o novo governo, ampliou-se a

abertura comercial, criaram-se novos instrumentos para a política agrícola (reduzindo a

intervenção do Estado, e voltando-se mais para o mercado) e introduziram-se novas variáveis

ambientais no cenário econômico.

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As políticas agrícolas públicas realizadas pelo governo federal têm função de proteger

o agricultor, subsidiando as produções, evitando prejuízos financeiros, garantindo o

recebimento do valor mínimo no momento em que o preço de mercado estiver menor, e

assegurando a produção em caso catástrofes, entre outras coisas. Porém, não somente o

produtor é beneficiado, mas também quem consome seu produto, visto que estas políticas

contribuem do mesmo modo para a economia nacional, devido ao seu caráter regulador, ou

seja, auxilia no equilíbrio do mercado interno e seu abastecimento, além de ajudar na

estabilização dos preços e da inflação.

A PGPM é uma política, na qual se realiza um estudo a respeito dos custos de

produção obtidos pelos agricultores, em suas plantações, tendo como objetivo calcular uma

média destes gastos, definindo a partir disto o custo mínimo daqueles fatores de produção

para a próxima safra, conforme metodologia utilizada pela CONAB (em anexo). De modo

geral, estes custos são apurados antecipadamente e o preço mínimo é definido antes do início

do plantio. Assim, por intermédio deste levantamento, o agricultor pode distribuir os recursos

utilizados na produção. Desta maneira, conforme Mendes e Padilha Júnior (2007, p. 324):

[...] O preço mínimo tem como objetivo principal reduzir o risco associado à

volatilidade dos preços agrícolas. Contribui para a garantia de certo nível de renda

aos contemplados pela política e, consequentemente, para o aumento da oferta

(expansão da área plantada e da produtividade). É efetivo como instrumento de

garantia de renda dos produtores, se fixado em nível equivalente ao custo

operacional médio de produção e acima do preço de equilíbrio do mercado livre

provocando a geração de excedente [...].

A produção excedente é importante e para Osaki e Batalha (2009), a subvenção

governamental é necessária, uma vez que, a transferência de muitos produtos, para outras

regiões torna-se altamente dispendiosa.

Políticas públicas como a PGPM podem interferir na formação do preço de inúmeros

produtos agrícolas. Porém, ao longo dos anos, aconteceram diversas mudanças nos

instrumentos de intervenção que causaram modificações na apuração destes preços. A

abertura do mercado brasileiro para o mundo foi uma destas mudanças, criando assim, outros

aspectos que ajudaram na variação dos preços dos produtos como maior concorrência com

relação à compra e venda de insumos, relação de oferta e demanda, risco da variação cambial,

entre outros. Um pouco desta história do agronegócio é contada no tópico a seguir.

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2.4 O AGRONECÓGIO BRASILEIRO

O termo “agronegócio” pode ter algumas definições, sendo umas mais reduzidas

enquanto outras abrangem mais quesitos. Batalha (2002) define agronegócio como sendo todo

tipo de negócio que tem relação com a agricultura inserido no ponto de vista econômico.

Entretanto, este termo pode significar um grupo de empresas produtoras de insumos agrícolas,

propriedades rurais, empresas de processamento, além de toda a distribuição. (CALLADO,

2006).

No Brasil, com o aumento da tecnologia, a partir da década de 1970, e o incentivo do

governo para a produção de determinados produtos, o agronegócio nacional passou a entrar

definitivamente na competição a nível mundial. A divulgação dos produtos agrícolas

brasileiros no mercado externo, a abertura de mercado e o fator cambial também contribuíram

muito a partir da década de 1990. (OLIVEIRA JUNIOR et al, 2008).

Atualmente, o agronegócio brasileiro é fonte de renda para inúmeras famílias,

tornando-se também o maior negócio desta economia. Este setor foi responsável por

aproximadamente um terço do PIB nacional, gerando 40% dos empregos formais e ajudando

em 90% o país no saldo positivo da balança comercial, no ano de 2006. (MENDES;

PADILHA JÚNIOR, 2007).

Podem-se destacar alguns produtos que contribuíram, e ainda contribuem, para a

manutenção destes resultados como a soja, o milho, o açúcar, o algodão, entre outros.

Segundo Osaki e Batalha. (2009, p. 2), “o crescimento econômico internacional e

nacional, as políticas fiscal, monetária e cambial estão entre os fatores que interferem direta e

indiretamente na rentabilidade do setor agrícola”. De acordo com o que o autor afirma, é

possível dizer que existem muitas influências de fatores externos que podem interferir nas

políticas agrícolas internas do Brasil.

Nos parágrafos a seguir pode-se entender a causa da utilização do milho como produto

objeto de estudo desta pesquisa.

2.5 MERCADO DO MILHO

O milho é um produto relevante para a economia brasileira e mundial, visto que pode

ser utilizado tanto na alimentação dos seres humanos quanto dos animais, além de servir

como insumo para as indústrias. Atualmente, segundo informações da Associação Brasileira

dos Produtores de Milho (ABRAMILHO), o Brasil é o terceiro maior produto de milho no

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mundo, somente atrás dos Estados Unidos e da China. (ABRAMILHO, 2012).

Por este motivo, o milho se enquadra como uma commodity, palavra que é utilizada

para indicar produtos que têm importância econômica no mercado internacional, devido a

grande negociação. Deste modo, sofre impacto de fatores externos, do mercado mundial, os

quais influenciam na aplicação total das políticas agrícolas brasileiras, principalmente a de

preços mínimos.

Portanto, ao aplicar qualquer política agrícola a um produto, deve-se avaliar e levar em

consideração os diversos fatores que podem causar interferência na essência desta política. O

milho é um dos principais produtos da Política de Garantia de Preços Mínimos, porém os

custos levantados para o cálculo do seu preço mínimo não levam em consideração os fatores

de mercado externo, ou seja, o preço mínimo obtido pode se distanciar do preço praticado

pelo mercado, conforme mencionado no tópico a seguir.

2.6 FATORES EXTERNOS QUE INFLUENCIAM A PGPM

Com base em informações da EMBRAPA (2012), a seguir apresentam-se alguns dos

principais fatores externos que contribuem para a alteração do preço mínimo, ou seja, ajudam,

muitas vezes, na disparidade deste preço em relação ao de mercado. É preciso ressaltar que

todos os fatores citados sofrem influências uns dos outros, portanto, não agem isoladamente

na mudança de preços mínimos. O entendimento destes fatores, enlencados a diante, torna-se

relevante para a análise e concretização do objetivo geral da pesquisa.

2.6.1 Oferta e demanda

O conceito de oferta é tido como a constituição de todo produto disponível para

determinado mercado em certo espaço de tempo, sendo a demanda, o consumo de todo o

produto neste período. A lei da oferta e demanda é um dos principais fatores que interfere na

variação dos preços com relação ao mercado de commodities, auxiliando assim, na formação

do preço de inúmeros produtos agrícolas, tanto no mercado interno quanto externo. (MAPA,

2012). De acordo com Mendes e Padilha Júnior (2007, p. 323):

Os produtores agropecuários operam em estruturas competitivas de mercado na

venda de seus produtos e na compra de insumos, e praticamnete sem barreiras a

entrada. Desse modo, na venda de um produto, o preço de mercado é formado pelas

estruturas ou pelas forças de oferta e demanda, ou seja, é o resultado de um leilão

das mútiplas decisões individuais representadas pelas necessidades e do poder

aquisitivo dos compradores (demanda interna e externa, e pela disponibilidade de

produto dos vendedores (estoque inicial, produção e importação).

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A cada safra, a relação oferta/demanda ocorrida no mercado agrícola mundial produz

excedente ou falta de determinado produto. Existindo produção maior que o consumo, os

preços diminuem, quando ocorre a falta do produto, estes preços aumentam. (MAPA, 2012).

O preço da mercadoria tem ligação direta com o consumo desta.

2.6.2 Variação cambial

De acordo com Fortuna (2008, p. 403), “a taxa cambial é a relação de valor entre duas

moedas, ou seja, corresponde ao preço de moeda de um determinado país em relação à outra

de outro país”. A constante variação desta taxa implica em alterações diretas no preço dos

insumos e produtos agrícolas.

Quando a economia de um país sofre os efeitos da inflação, ou seja, se os custos dos

produtos produzidos internamente crescem, haverá a necessidade, caso se deseje

manter a competitividade desses produtos no mercado internacional, de alterar as

taxas de câmbio para valores que permitam o reajuste dos preços internos aos preços

externos, depois de compensado o desconto da inflação externa. No caso do Brasil,

os ajustes são feitos sempre em relação ao dólar, que é a moeda de referência de

nossas transações externas. (FORTUNA, 2008, p. 407).

A variação cambial tem papel influente no mercado agrícola, e dependendo da

situação pode causar benefício ou prejuízo ao produtor. O agricultor brasileiro pode ser

beneficiado quando há a mais valorização do Real em relação à moeda estrangeira do país

fornecedor, no momento da compra de insumos para a produção. Caso esta relação entre as

moedas continue assim, no momento da exportação, pensa-se em um prejuízo para o produtor

quando a moeda estrangeira vale mais, ou o Real desvaloriza. Esta relação de lucro ou

prejuízo é potencializada com as taxas de juros aplicadas às compras e vendas.

2.6.3 Bolsa de valores

As bolsas de valores são instituições que administram os mais variados tipos de

mercados. (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2012). Considerando que o mercado de

commodities é controlado por bolsa de valores internacionais, é correto dizer que este aspecto

também deve ser considerado. Há uma forte ligação entre os preços de produtos na bolsa e a

demanda mundial por eles. Quanto maior o consumo do produto, ou seja, a procura por ele,

maior seu valor no mercado. A Bolsa de Chicago é uma das referências de controle de preço

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das commodities agrícolas e, por este motivo algumas análises serão feitas, neste trabalho,

com base em número e resultados desta instituição.

Investimentos neste tipo de negócios, dentro da bolsa de valores, também podem

causar a variação dos preços das commodities, ou seja, de uma forma geral, quanto mais ações

de uma empresa, ou setor, são negociadas, maior será o interesse neste mercado. Devido este

fator, o preço de produtos como a soja, o milho, o café, entre outros, podem subir. Porém,

outros fatores também devem ser analisados, como é o caso da especulação, a qual ocorre

muito no mercado financeiro. O “boato” da possível quebra de uma empresa, ou a fusão de

outras duas, pode significar a alteração dos valores que para cima ou para baixo, sendo que

dificulta impossível prever o que acontecerá com os preços dos produtos.

2.6.4 Insumos importados

O mercado agrícola brasileiro importa diversos insumos para manter culturas de

commodities como o milho e a soja, e por isso segue vulnerável às alterações de preços destes

produtos, tanto por motivos de concorrência, quanto de protecionismo de outros mercados.

Isto ocorre devido a fatores como a falta de alguns agrotóxicos, defensivos, e

principalmente fertilizantes, causada pela maior necessidade de alimentos, assim como o

menor preço de compra de alguns insumos importados. Deste modo, a variação

mercadológica destes insumos, atrelada a variação cambial, contribui para a diferença entre o

preço elaborado pelos métodos da PGPM e o preço de mercado.

Sendo assim, a agricultura brasileira ainda continua muito dependente das matérias-

primas externas, ou seja, utiliza muitos produtos importados, criando barreiras que impedem o

aumento da lucratividade do setor, com relação a fabricação e venda de insumos próprios,

além do desenvolvimento agrícola no Brasil.

Segundo Dias (2011), Coordenador de Agroecologia do MAPA, 70% dos fertilizantes

utilizados na agricultura brasileira são importados. Por este motivo, e visto que o crescimento

da utilização de fertilizantes aumentou, juntamente com seu preço, o governo brasileiro busca

alternativas para diminuir esta dependência externa, visando maior produção interna de

insumos até o final desta década. (MAPA, 2012).

2.6.5 Concorrência

A concorrência é um dos fatores imprescindíveis para que haja alteração no preço de

mercado, e pode ser relacionada tanto ao preço dos insumos quanto dos próprios produtos

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agrícolas. Quando se fala em concorrência, pode-se pensar tanto em relação ao mercado de

países como a competitividade entre empresas de um mesmo país ou países diferentes.

Este fator está atrelado tanto ao excedente de produção quanto a falta do produto no

mercado interno. Se um país que consome mais do que produz, terá que importar para

abastecer seu mercado interno, assim, comprará o restante deste produto de outro país que

produz muito mais do que consome.

Esta relação de oferta e demanda também está ligada à concorrência e pode interferir

nos preços de cada mercado, conforme a necessidade do produto. Geralmente os maiores

exportadores conseguem vender seus produtos a preços menores, porém, com intuito de não

perder mercado, os outros concorrentes ajustam seus preços para manter a competitividade.

A competitividade entre empresas do mesmo setor também é comum, sendo que o

objetivo destas é conseguir efetuar a compra em grande escala, a custos reduzidos, formando

um preço menor do que as outras organizações concorrentes, visando alcançar maior receita.

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3 RESULTADOS DA PESQUISA

Com base nas informações abordadas, busca-se evidenciar a diferença causada no

preço mínimo, aplicado pela PGPM, levando em consideração os fatores externos já citados

no presente trabalho. A cultura utilizada para mostrar e exemplificar as variações será o

milho, considerando sua relevância conforme informações apresentadas ao longo da pesquisa.

Logo após, será feita uma análise de sensibilidade da influência dos fatores externos

no custo mínimo total do milho. O objetivo não é calcular todos os fatores de produção,

conforme metodologia da CONAB, mas somente aqueles que não são calculados pela PGPM,

provocando diferença entre o preço estipulado por esta política e o preço de mercado.

Inicialmente, os cálculos serão efetuados, considerando cada fator de forma isolada, ou seja,

permitindo saber o quanto este fator externo interfere no preço mínimo caso faça parte dos

cálculos da PGPM. Posteriormente, serão analisados todos os fatores, em conjunto, para que

se possa ter a noção total da diferença de preços.

Para realização dos cálculos que demonstram a diferença de preços, toma-se o preço

mínimo do milho estabelecido pela CONAB durante o ano de 2011, como parâmetro para

pesquisa. Sabe-se que, dependendo da região, alguns fatores tornam-se mais caros ou baratos,

alterando o preço mínimo apurado em cada estado. Deste modo, fez-se uma média do preço

mínimo, calculado em todos os estados, mostrados na tabela a seguir, para chegar a um preço

mínimo médio, lembrando que o padrão de unidade, utilizado no Brasil, é por saca de 60

quilogramas.

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Tabela 1: Relatório de preço mínimo básico do milho

Fonte: CONAB, 2012.

De acordo com a tabela citada, o preço mínimo médio da saca de milho, calculado

para o ano de 2011, considerando todos os estados e o Distrito Federal, foi de R$ 18,67. Este

preço será utilizado como base para comparação diante de todos os fatores externos

apresentados a seguir.

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3.1 INFLUÊNCIA DA OFERTA E DEMANDA

Para apurar a interferência da oferta e demanda mundial sobre o preço calculado na

PGPM é preciso saber quais foram estes número no ano de 2011. Sabendo-se que a safra de

milho é considerada de um ano para outro, decidiu-se trabalhar com os dados relativos à safra

2010/2011, visto que a safra 2011/2012 ainda não está com seus dados totalmente completos,

conforme informações seguidas na tabela a seguir.

Tabela 2: Oferta e demanda mundial de milho

Fonte: USDA (World Agricultural Supply and Demand Estimates) apud CONAB, 2012.

De acordo com a tabela acima se pode perceber que na safra 2010/2011 houve 2,5% a

mais de consumo em relação à produção de milho, mundialmente. Isto interfere no preço da

commodity, sabendo-se que seu consumo aumenta, e com isso seu preço segue esta

proporcionalidade. Já no Brasil, o consumo de milho foi 15,7% menor que a produção, na

mesma safra, conforme tabela abaixo.

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Tabela 3: Oferta e demanda mundial de milho no Brasil

Fonte: CONAB, 2012.

Deste modo, considerando a produção e o consumo mundial, além do preço médio de

mercado internacional praticado durante o ano de 2011, conforme gráfico a seguir, evidencia-

se o preço do milho na Bolsa de Chicago.

Gráfico 1: Preços médios do bushel de milho na Bolsa de Chicago

Fonte: MAPA, 2012.

Percebe-se, conforme o gráfico da Bolsa de Valores de Chicago (EUA), que o bushel

(bu) é a unidade utilizada, no mercado mundial para medir o preço do milho. Cada bushel de

milho equivale a 25,40 kg, ou seja, uma saca de 60 kg de milho é igual a 2,362 bu. (FASUL,

2012). Sendo assim, a partir deste gráfico, calculou-se a média estimada do preço do bushel

ao longo do ano de 2011, mostrada no seguinte quadro.

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Tabela 4: Preços médios do bushel de milho na Bolsa de Chicago em 2011

Fonte: Adaptado MAPA, 2012.

Logo:

Um bu de milho = 25,40 kg de milho;

Uma saca de milho (60 kg.) / um bu (25,40 kg.) = 2,362 bu

2,362 bu = uma saca de milho (60 kg.)

Média de preço do bushel de milho em 2011: US$ 6,79

2,362 (equivalente a 60 kg. de milho) x US$ 6,79 (preço bushel) = US$ 16,03

(preço da saca de 60 kg.)

Observa-se, após o levantamento dos dados, que o preço médio no mercado

internacional no exercício de 2011 para a mesma quantidade utilizada pela política de preço

mínimo seria de US$ 16,03. Contudo, para uma comparação com o valor nacional, faz-se

necessário considerar a influência da taxa de câmbio.

3.2 INFLUÊNCIA DA VARIAÇÃO CAMBIAL

A mudança que a variação cambial causa no preço de qualquer produto, influenciando

em sua compra e venda, pode ser percebida. Isto pode influenciar na decisão de países que

necessitam importar o produto, irem buscar em outros mercados, nos quais a moeda seja

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menos valorizada em relação a sua. Por este motivo, buscou-se a média do Dólar comercial de

venda no ano de 2011, evidenciada na tabela abaixo, apenas para exemplificar o impacto da

variação cambial no preço do produto.

Tabela 5: Média mensal do Dólar

Fonte: Adaptado de Associação Comercial de São Paulo, 2012.

Deste modo, a cotação média do Dólar em 2011 foi de R$ 1,675. Sendo assim, o preço

da saca de 60 kg. de milho seria de R$ 26,85 no mercado internacional, sem considerar outros

fatores como variação da bolsa de valores. Com isto, observa-se um aumento de 43,8% no

aumento do valor da saca de milho em relação ao preço mínimo estipulado.

3.3 INFLUÊNCIA BOLSA DE VALORES

A alteração causada por aspectos inerentes à bolsa de valores é um fator de difícil

mensuração. Trabalha-se, neste campo, com inúmeras especulações (boatos) que causam o

aumento ou queda da ação, ou preço, pago por determinado produto. Em virtude desta

dificuldade, criou-se um exemplo com dados estimados.

Supõe-se, que uma grande indústria que fabrica insumos para a plantação de milho,

sofra um revés financeiro, por meio de multas recebidas pelo não cumprimento das leis

ambientais. É provável que este “boato” se espalhe, e deste modo, suas ações na bolsa caiam,

e assim, os preços despencam. Desta forma, os agricultores podem aproveitar a situação e

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começarem a comprar insumos a um preço de mercado muito baixo, vendendo o produto por

um preço menor também. Em contrapartida, o preço do insumo dos concorrentes pode sofrer

um incremento nos preços. Este comportamento pode acarretar na diminuição ou aumento do

preço da saca de milho, no mercado internacional. Por outro lado, após esta ação dos

agricultores, em massa, os preços da empresa produtora de fertilizantes podem estabilizar, e

consequentemente, o preço do milho volta ao normal.

Deste modo, criou-se um exemplo, a partir de dados estimados, somente para mostrar

esta relação, levando em consideração que existem diversas empresas com ações na bolsa e

devido aos inúmeros tipos de fertilizantes existentes no mercado. Determinaram-se valores

fictícios para a cada ação e o produto vendido pela empresa ao longo do ano de 2011,

conforme tabela e gráfico abaixo. Considera-se o mês de abril como sendo o início do

impacto dos “boatos”.

Tabela 6: Valor da ação x preço do fertilizante

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

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Gráfico 2: Valor da ação x preço do fertilizante em 2011

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Observa-se, então, que o preço dos fertilizantes produzidos pode acompanhar a

variação das ações da empresa na bolsa de valores, interferindo diretamente no preço do

milho. A diferença entre o maior e o menor preço do produto, no período simulado, foi de

17,5%, acompanhando a oscilação do comportamento da valorização da empresa na bolsa.

3.4 INFLUÊNCIA DOS INSUMOS IMPORTADOS

De acordo com as informações utilizadas para explicar os efeitos da bolsa de valores

sobre o preço do produto objeto de estudo, aproveita-se alguns dados para poder evidenciar a

diferença na utilização de insumos nacionais e importados, tendo em vista que a oscilação do

mercado externo pode interferir no preço apurado pela PGPM, para mais ou para menos,

considerando este fator. Desta maneira, é possível dizer que à medida que o insumo

importado sofra alterações de mercado, o valor do preço mínimo também será alterado na

devida proporção.

De acordo com dados retirados da CONAB (2012), estimou-se que o preço médio da

saca de fertilizante importado seja R$ 3,42 por cada 100 m², conforme exemplo apresentado

anteriormente. Sabendo-se que neste espaço se produza aproximadamente oito sacas (60 kg.

cada) de milho, pode-se dizer que, para cada saca de milho, se gasta R$ 0,43 deste tipo de

fertilizante, o que é equivalente a 2,3% do preço mínimo apurado no ano de 2011, sem

considerar outros insumos, tanto nacionais quanto importados, que são utilizados na

Valor unit. ação x Preço fertilizante (sc./100m²)

R$ 0,00

R$ 2,00

R$ 4,00

R$ 6,00

R$ 8,00

R$ 10,00

R$ 12,00

R$ 14,00

R$ 16,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Ação - Valor Unitário

Preço (sc./100m²)

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produção, podendo ocorrer maiores variações de preço.

Deste modo, para tornar mais evidente a alteração que pode ocorrer no preço do milho,

por meio da oscilação dos insumos importados para utilização do seu plantio, supõe-se a

ocorrência de 20% de aumento no preço do fertilizante citado acima, assim como a

diminuição em 10% deste mesmo preço. A tabela e o gráfico a seguir mostram a diferença, a

partir da simulação.

Tabela 7: Variação do preço do fertilizante

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Gráfico 3: Variação do preço do fertilizante importado em 2011

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Variação preço fetilizante importado (sc./100m²)

R$ 2,50

R$ 3,50

R$ 4,50

R$ 5,50

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Preço atual

Preço (+ 20%)

Preço (- 10%)

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O aumento de 20% no preço faz com que a participação do insumo no preço mínimo

do milho seja maior, e consequentemente, aumenta proporcionalmente o custo do produto.

Isto também ocorre quando o preço do fertilizante é baixado em 10%. A seguir, mostra-se a

relação do aumento e diminuição do custo dos insumos com o preço mínimo.

Tabela 8: Participação do preço do fertilizante por saca de milho em 2011 (em

porcentagem)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Os dados da tabela acima mostram a participação, em percentual, do preço do insumo

em cada saca de milho (60 kg), supondo que houvesse um aumento de 20% e uma queda de

10% neste. Já a tabela a seguir mostra a participação, em dinheiro, do preço do insumo em

cada saca de milho, com a mesma suposição.

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Tabela 9: Participação do preço do fertilizante por saca de milho em 2011 (em Reais)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Com isto, consegue-se calcular o quanto a oscilação do preço do insumo contribui para

a variação do preço do produto final, ou seja, o milho. Considerando R$ 0,43 como sendo o

preço de participação média do fertilizante por saca de milho, conforme a tabela 9 tem-se, no

aumento deste preço, a desconsideração do valor atual do insumo e a agregação do valor

aumentado. Sendo assim, o mesmo é feito para a queda em 10%, considerando o valor

diminuído. Os dados a seguir refletem esta explicação, por meio da seguinte equação:

VPM = PMAM – PAFI + VPFI

Onde: VPM = Variação do preço mínimo do milho;

PMAM = Preço mínimo atual da saca de milho;

PAFI = Preço atual do fertilizante importado por saca de milho;

VPF = Variação do preço do fertilizante importado.

Exemplo: VPM Janeiro 2011 = PMAM 2011 – PAFI Janeiro 2011 + VPFI Janeiro 2011 (aumento de 20%)

VPM = 18,67 – 0,46 + 0,55

VPM = 18,76

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Tabela 10: Preço da saca de milho considerando a variação do preço do fertilizante

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Gráfico 4: Preço da saca de milho considerando a variação do preço do fertilizante

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Deste modo, considerando o gráfico 4, pode se observar uma variação de R$ 0,14 no

preço da saca de milho, que a primeira vista não parece alarmante. Entretanto, considerando a

importação ou exportação de mil toneladas do produto, a diferença causada por apenas este

insumo analisado é de aproximadamente R$ 2.300,00. Portanto, caso fossem considerados

outros fatores, a disparidade poderia ser maior, ou então diminuir.

Variação do preço da saca de milho

R$ 18,55

R$ 18,60

R$ 18,65

R$ 18,70

R$ 18,75

R$ 18,80

Jane

iro

Fever

eiro

Mar

çoAbr

il

Maio

Junh

o

Julho

Ago

sto

Set

embr

o

Out

ubro

Nove

mbr

o

Deze

mbr

o

Atual

aumento de 20%

queda de 10%

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3.5 INFLUÊNCIA DA CONCORRÊNCIA

Como já citado nesta pesquisa, a concorrência pode existir entre empresas ou

indústrias do mesmo ramo, ou entre países. Portanto, o preço dos fatores de produção, e

consequentemente, do produto final, neste caso, não seguem uma lógica normal, podendo

variar em proporções diversas. Por meio de valores estimados, pode-se mostrar, através do

seguinte exemplo, o preço aplicado por várias empresas, fictícias, que vendem os mesmos

produtos, evidenciando a concorrência entre elas.

Tabela 11: Preço dos fertilizantes por empresa

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Percebe-se que não há uma constante nos preços das empresas, somente se tem noção

do período em que os preços caem e sobem, conforme mostra o gráfico.

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Gráfico 5: Preço dos fertilizantes por empresa

Fonte: Elaborado pelo autor, 2012.

Deste modo, pode se dizer que a concorrência aplicada pelo mercado faz com que as

empresas e países tenham que manter seus preços constantemente próximos uns dos outros. O

gráfico 5 evidencia esta tendência e o principal motivo para esta aproximação de preços é o

receio de perder espaço no mercado. A princípio pode ser melhor manter o preço baixo,

mesmo diminuindo o lucro, cultivando a esperança que os mesmos aumentem em pouco

tempo.

3.6 SÍNTESE DA ANÁLISE

A partir da determinação da média do preço mínimo da saca de milho em 2011,

verificou-se qual a contribuição dada por cada fator estudado para a ocorrência da oscilação

dos preços. Deste modo, observa-se que alguns fatores, como a concorrência, podem ajudar

para a redução do preço mínimo, entretanto, quando foi considerada a variação cambial, o

preço mínimo aumentou. Cabe ressaltar que os fatores citados não são constantes, e por isto, o

mesmo fator que proporciona o aumento do preço, no futuro pode fazê-lo cair, conforme

mostra a análise de sensibilidade com relação aos insumos.

Agrupando os fatores externos estudados nos tópicos anteriores, percebe-se que,

mesmo considerados de forma isolada, para mostrar sua influência sobre o preço mínimo, a

formação do preço de um produto depende de todos estes elementos simultaneamente. Não se

pode importar um insumo dos Estados Unidos, por exemplo, sem considerar a variação

Fertilizantes - Preço (sc./100m²) - Ano 2011

R$ 3,45

R$ 3,50

R$ 3,55

R$ 3,60

R$ 3,65

R$ 3,70

R$ 3,75

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

A

B

C

D

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cambial, assim como não é possível considerar que o preço de mercado não tenha relação com

a bolsa de valores e a concorrência, e que isso, além da oferta e demanda, não contribua para

o aumento ou queda dos preços em geral.

A análise que se faz a respeito do estudo de todos estes fatores é que a alteração que

existe no preço mínimo, após a consideração destes, é relevante. Alguns fatores foram

considerados utilizando valores estimados, devido à dificuldade de apuração destes dados,

porém buscou valores próximos da realidade, para atingir o objetivo do estudo. Isto ocorreu,

por exemplo, com a média de preço do bushel de milho em 2011, na bolsa de Chicago, além

do valor da ação de empresas de fertilizantes e o preço destes, e também, na simulação

mostrada com relação ao fator concorrência. Com isto, todos os resultados derivados destas

importâncias também podem ser considerados estimados. Porém, a média do preço mínimo

do milho em 2011 e a variação do dólar em 2011 são valores reais. Apesar desta

consideração, observa-se que não afetou a demonstração e a essência da relação dos

elementos externos junto a PGPM.

Considerando todos os fatores analisados na pesquisa, de forma simultânea, percebe-se

uma diferença relevante do preço mínimo da PGPM para o de mercado, sendo que a oferta e

demanda e a concorrência servem como fatores que ajustam o preço de mercado, ou seja,

fogem da lógica, conforme demonstração a seguir.

A - Preço mínimo médio (2011): R$ 18,67.

B - Fator oferta e demanda (2011): Considera-se a diferença de 18,2% de maior

consumo mundial em relação proporcional ao consumo brasileiro, o qual pode ser refletido

diretamente no preço. Sabendo que o preço mínimo é R$ 18,67, logo o preço de mercado

seria R$ 22,06, aumentando R$ 3,39, valor a ser considerado.

C - Bolsa de valores de Chicago (2011): preço médio da saca de milho = US$ 16,03.

D - Variação cambial: US$ 1,00 = R$ 1,675 (média 2011).

E - Insumo importado: considerando o aumento do preço em 20% (R$ 0,51) por saca

de milho (2011).

F - Concorrência: considera-se a variação do menor para o maior preço aplicado em

junho de 2011, período com maior variação de preço entre as empresas A, B, C e D, que é

igual a R$ 0,04.

G – Novo preço mínimo (considerando os fatores externos analisados).

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G = (C x D) + E + B + F

G = (16,03 x 1,675) + 0,51 + 3,39 + 0,04

G = 30,79

G – A (diferença) = R$ 12,12

No presente estudo, foram relacionados apenas cinco fatores externos para evidenciar

a influência diante da PGPM, sendo analisados cada um. Outros elementos externos que

também podem afetar esta política não foram citados, mas não prejudicam a equação

elaborada. Percebe-se que a diferença entre o preço mínimo de 2011 e o preço elaborado com

os fatores externos é relevante, sendo que esta diferença representa aproximadamente 65% do

preço mínimo de 2011.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o exposto no presente trabalho, sabe-se que a PGPM é uma política

agrária criada com o intuito de ajudar os agricultores brasileiros, subsidiando grande parte de

suas produções. Sendo assim, para a formação do preço mínimo, que é o principal aspecto

desta política, é preciso calcular todos os custos obtidos pelo produtor para que haja o plantio

de determinada cultura.

Neste caso, são apurados gastos com inúmeros fatores como a depreciação de

máquinas, exaustão da terra, aluguéis em geral, pagamento de funcionários, despesas com

sacaria e armazenagem dos produtos, entre outros. Entretanto, não são considerados

elementos como a relação oferta/demanda, variação cambial, oscilação da bolsa de valores,

utilização de outros insumos importados, concorrência, além de outros elementos de caráter

externo, que podem variar o preço do produto.

Desta forma, atingiu-se o objetivo geral da presente pesquisa, pois se apresentou a

influência dos fatores externos no custo e no preço mínimo do milho na PGPM. Os objetivos

específicos também foram atingidos, pois se encontrou informações explicativas a respeito da

Política de Garantia de Preços Mínimos; conheceu os métodos utilizados pelo produtor e pela

CONAB para a apuração dos custos obtidos em todo o processo; identificaram-se os fatores

externos que influenciam na apuração do custo e do preço mínimo do milho e avaliou-se de

que forma os fatores externos contribuem para a variação do preço mínimo do milho na

PGPM.

Pode-se relatar que a desconsideração dos fatores externos faz com que o preço

apurado pela PGPM possa ter uma diferença considerável em relação ao mercado, ou seja,

não estando dentro do contexto mercadológico. Desta maneira, quando o governo compra a

produção do agricultor, a partir do preço mínimo estipulado, pode estar pagando mais do que

o preço de mercado, causando prejuízo à sociedade. Por outro lado, o agricultor pode ser

prejudicado, levando em consideração que o preço mínimo, agregando os fatores externos,

poderia ser maior do que o preço de mercado, e consequentemente, seu lucro seria maior.

Pode ser difícil prever, com exatidão, números relativos à concorrência, nem a bolsa

de valores, por exemplo, porém é preciso considerá-los, visto que influenciam diretamente na

formação de preços de um produto que faz parte de uma política agrícola brasileira, a qual

beneficia inúmeros agricultores e abastece muitos cidadãos. Por isso, é preciso que haja um

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acompanhamento constante durante o a safra, atualizando periodicamente o custo de cada

insumo, assim como a verificação de alterações nestes fatores externos, visando aproximar o

preço mínimo do produto com o preço de mercado.

Como sugestão para futuras pesquisas, recomenda-se a análise de outras culturas, pois

se abordou apenas a cultura do milho, assim como, a análise de outras políticas públicas, pois

se considerou apenas a Política de Garantia de Preços Mínimos. Adicionalmente, sugere-se a

ampliação de estudos em Contabilidade de Custos na esfera pública e pesquisas que associem

fatores econômicos com a Contabilidade de Custos.

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ANEXOS

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ANEXO A – Metodologia de cálculo de custos de produção da CONAB

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