centro oncolÓgico de apoio e tratamento de …

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Mariana da Silva Sversuth CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE ARAÇATUBA-SP Centro Universitário Toledo Araçatuba 2018

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Mariana da Silva Sversuth

CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE

ARAÇATUBA-SP

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2018

Page 2: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

Mariana da Silva Sversuth

CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE

ARAÇATUBA-SP

Trabalho Final de Graduação elaborado no curso de

Arquitetura e Urbanismo, com o objetivo de mostrar a

importância da humanização em ambientes hospitalares.

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2018

Page 3: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

Mariana da Silva Sversuth

CENTRO ONCOLÓGICO DE

APOIO E TRATAMENTO DE

ARAÇATUBA-SP

Trabalho final de graduação apresentado como

parte dos requisitos para obtenção do grau de

bacharel em Arquitetura e urbanismo do Centro

Universitário Toledo, submetido à aprovação da

banca examinadora composta pelos seguintes

membros:

_________________________________

Profº. Esp. Luiz Geraldo Teixeira

Centro Universitário Toledo

_________________________________

Profº. Me Pedro Paludetto Silveira

Centro Universitário Toledo

_________________________________

Marcio Fontão

Arquiteto e Urbanista

Page 4: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO

CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE

ARAÇATUBA-SP

Mariana da Silva Sversuth

ARAÇATUBA 03 DE DEZEMBRO DE 2018.

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“A arquitetura é a arte que determina a identidade

de nosso tempo e melhora a vida das pessoas”

Santiago Calatrava

Page 6: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

Agradecimentos

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por

ser essencial em minha vida, autor do mеυ

destino, mеυ guia, socorro e alicerce presente nas

horas de angústia.

À minha família, pelos incentivos, pelos apoios

constantes e pela capacidade dе acreditarem em

mіm.

Dedico essa nova conquista da minha vida à

minha mãe e rainha Maria das Graças, por todo

carinho e compreensão. Essa mulher guerreira

sempre é a maior fonte de inspiração para mim.

Dedico esse trabalho também, com muito amor e

gratidão, ao meu pai Ailton. Que não mediu

esforços para lutar por minha educação e me fez

chegar até esta etapa da minha vida.

Ao Lucas, pessoa com quem аmо partilhar а

vida. Obrigado pelo amor, carinho, e

principalmente por sua paciência e capacidade de

me trazer paz na correria da vida e dе cada

semestre.

Аоs meus amigos e colegas, pelas alegrias,

tristezas е dores compartilhas. Com vocês, os

respiros entre um parágrafo е outro de produção

melhora tudo о qυе tenho produzido na vida.

Obrigada por nunca me deixarem fraquejar.

Enfim, sempre serei grata, eternamente a todas as

pessoas que com carinho, amor e dedicação, me

impulsionaram nos momentos mais conturbados

dessa trajetória. A todos aqueles qυе dе alguma

forma estiveram е estão próximos dе mim,

fazendo esta vida valer cada vez mais а pena.

Page 7: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

RESUMO

Este projeto apresenta a proposta de um Centro Oncológico de apoio e recuperação,

localizado na cidade de Araçatuba no interior de São Paulo. Foi levado em consideração a

carência existente hoje no município e na região em geral, de um centro especializado na

recuperação e apoio a pacientes que passam por procedimentos oncológicos, o que tem gerado o

deslocamento dos pacientes para outras cidades distantes em busca de tratamento. Considerou-

se também a importância da humanização do local e a influência da arquitetura durante o

processo de cura do paciente.

Palavras-chave: Arquitetura Hospitalar; Centro Oncológico; Humanização; Ambiência,

Araçatuba.

ABSTRACT

This project presents the proposal of a Cancer Center for support and recovery of patients,

located in the city of Araçatuba, São Paulo state. It was taken into consideration the lack of a

center specialized in the recovery and support of patients that undergo oncological procedures in

the municipality, and in the region in general. This has resulted in the displacement of the patients

to other distant cities in search of treatment. The importance of the humanization of the site and

the influence of the architecture during the healing process of the patient were also considered.

Keywords: Hospital Architecture; Oncology Center; Humanization; Ambience, Araçatuba.

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SUMÁRIO

1 TRATAMENTO ONCOLOGICO E HUMANIZAÇÃO NA ARQUITETURA ............................... 12

1.1 Oncologia ......................................................................................................................................... 12

1.2 O Centro especializado e a legislação .................................................................................................. 13

1.3 Relação pessoa ambiente ...................................................................................................................... 15

1.4 O Humanização Hospitalar .................................................................................................................. 17

2 RECORTES ESPACIAIS ....................................................................................................................... 21

2.1 Localização ............................................................................................................................................ 21

2.2 Analises e Diagnósticos ......................................................................................................................... 23

3 REFENCIAS PROJETUAIS ............................................................................................................. 32

3.1 Hospital Sarah Kubitschek. Salvador – Brasil ................................................................................... 32

3.2 Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow – Reino Unido ................................................... 35

3.3 Hospital do Rocio. Campo Largo - Brasil ........................................................................................... 38

4.1. Justificativa ........................................................................................................................................... 41

4.2 Conceito ................................................................................................................................................. 41

4.3 Partido Arquitetônico ........................................................................................................................... 43

4.4 Programa de Necessidades ................................................................................................................... 44

4.5 Diagramas .............................................................................................................................................. 46

4.6 Técnicas construtivas e materialidade ................................................................................................ 47

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 51

REFERENCIAS .......................................................................................................................................... 52

ANEXOS ...................................................................................................................................................... 54

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Atribuições de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde ........................................ 14

Figura 2 – Mapa da Localização de Araçatuba no Estado de São Paulo .................................. 22

Figura 3 – Área do projeto. ....................................................................................................... 23

Figura 4 – Mapa de zoneamento............................................................................................... 24

Figura 5 – Mapa de cheios e vazios. ......................................................................................... 25

Figura 6 – Mapa de uso e ocupação do solo. ............................................................................ 26

Figura 7 – Mapa de gabarito de altura. ..................................................................................... 27

Figura 8 – Mapa de vegetação. ................................................................................................. 28

Figura 9 – Mapa de pontos relevantes. ..................................................................................... 29

Figura 10 – Mapa de sistema viário. ........................................................................................ 30

Figura 11 – Mapa topográfico. ................................................................................................. 31

Figura 12 – Mapa de predominância solar e ventos dominantes. ............................................. 32

Figura 13 – Foto panorâmica do Hospital Sarah Kubitschek em Salvador .............................. 33

Figura 14 – Planta térreo .......................................................................................................... 34

Figura 15 – Planta térreo .......................................................................................................... 35

Figura 16 – Corte AA da planta................................................................................................ 35

Figura 17 – Foto do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow ................................. 36

Figura 18 – Planta do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow .............................. 37

Figura 19 - Hospital do Rocio .................................................................................................. 38

Figura 20 - Implantação ........................................................................................................... 39

Figura 21 - Cortes ..................................................................................................................... 39

Figura 22 - Evolução volumétrica ............................................................................................ 42

Figura 23 – Comparação de volumetria e o logotipo ............................................................... 43

Figura 24 – Fluxograma ........................................................................................................... 47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela de síntese comparativa das referências. ...................................................... 40

Tabela 2 - Programa de necessidades ....................................................................................... 44

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INTRODUÇÃO

De acordo com informações do INCA – Instituto Nacional de Câncer – o câncer é a

segunda causa de morte na população brasileira e estima a ocorrência de 489.270 novos casos

de câncer em 2010. Este fato torna a prevenção, o controle e o tratamento importantes desafios

científicos e de saúde pública da atualidade. (INCA, 2009)

Torna-se necessário então, projetar estabelecimentos assistenciais de saúde adequados à

realidade; ambientes humanizados que contribuam de maneira positiva no tratamento do

paciente e aumentar a qualidade dos serviços prestados pela equipe hospitalar.

A maioria das clinicas e hospitais, carregam o descrédito de um local frio e desumano,

causando aversão na maioria das pessoas que ali circulam. Mas, como a humanização, os

ambientes podem atender as demandas da atividade ali desempenhadas e, ao mesmo tempo,

proporcione conforto. Serviços de saúde precisam de um ambiente relaxante e estimulante para

quem ali frequenta.

Uma das formas de colaborar para essa melhora se dá por meio da humanização, seja do

serviço prestado e/ou da estrutura física do local. Nesse sentido, a arquitetura hospitalar

humanizada tem um papel imprescindível, uma vez que para a criação de ambientes são levados

em consideração os aspectos físicos, psicológicos, sociais, emocionais e éticos dos usuários, o

que proporciona a concepção de espaços que ofereçam as condições necessárias tanto aos

profissionais da saúde quanto aos enfermos. Assim, o presente trabalho tem como objetivo

projetar um centro oncológico especializado, a nível de estudo preliminar, com foco na

humanização, a fim de contribuir para o tratamento oncológico, a partir do estudo sobre

humanização na arquitetura de estabelecimentos assistenciais de saúde, das normas e legislação

pertinentes, e assim, poder criar ambientes que sejam de apoio físico e psicológico tanto para

os pacientes quanto para seus acompanhantes, além do desenvolvimento projetual arquitetônico

focado na expansibilidade e flexibilidade.

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1 TRATAMENTO ONCOLOGICO E HUMANIZAÇÃO NA

ARQUITETURA

1.1 Oncologia

O tratamento oncológico tem sido uma das áreas medicas que mais evolui e sensibiliza

a sociedade em qualquer parte do mundo, isso em razão dos grandes avanços que as pesquisas

em torno do assunto atingem. Segundo o acervo técnico do Observatório de Oncologia do

Brasil, o câncer é a segunda maior causa de mortalidade por doença, a incidência tem crescido

progressivamente de uma enfermidade que demanda atenção, tratamentos prolongados

acompanhamento adequado este contexto exige uma rede de assistência bem planejada e uma

regulação efetiva, de forma assegurar a universalidade e a equidade e a integralidade do

atendimento.

Hoje os investimentos governamentais e os mecanismos existentes para a estruturação

da rede de atenção oncológica para atender a demanda por tratamento não estão sendo

suficientes. Com essa situação o acesso aos tratamentos para a população brasileira que dele

necessita não são suficientes.

Em razão ao exposto estão sendo propostas recomendações os gestores visando à

resolução dos problemas identificados.

Dentre as medidas propostas, destaca-se a necessidade de recomendar ao ministério

da saúde que desenvolva um plano para sanar de forma efetiva a insuficiência da

estrutura da rede de atenção oncológica, que preveja a ampliação da oferta de serviços,

seja por meio de investimentos próprios ou pela contratação de serviços

suplementares, até a completa solução das carências existentes (BRASIL; 2011. p. 06)

Aguarda-se que a adoção dessas medidas possa contribuir para a garantia do acesso

universal da população a assistência oncológica, viabilizando uma melhor condição de

tratamento e dos índices de cura dos pacientes, constituindo-se em um elemento importante

para o adequado enfrentamento dos desafios que a progressão da incidência de câncer

representa para a saúde pública brasileira.

Devido à pesquisas desenvolvidas pelo Observatório de Oncologia do Brasil, a

incidência dessa doença tem crescido no Brasil, assim como em todo o mundo. E este

crescimento tem refletido no aumento do número de tratamentos ambulatoriais, das taxas de

internações hospitalares e dos recursos públicos demandados para custear os tratamentos. Com

Page 14: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

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este aumento progressivo da demanda por diagnósticos e tratamentos torna-se especialmente

importante que a rede de assistência oncológica esteja estruturada e que seja capaz de

possibilitar a ampliação de atendimento, de forma a assegurar os tratamentos aos pacientes de

que nela necessitam.

Analisando o depoimento de um profissional da área (anexo 1), foi possível destacar as

seguintes insuficiências: insuficiência de rede na oncologia, insuficiência e/ou inoperância dos

equipamentos, e na adequação da estrutura para o acolhimento e tratamento dos pacientes e

insuficiência de recursos humanos.

Um tratamento realizado tardiamente pode trazer prejuízos a qualidade de vida dos

pacientes durante os tratamentos. Os elevados tempos de espera para a realização dos

diagnósticos e exames dos tratamentos podem produzir consequências graves para os pacientes,

como a diminuição das suas chances de cura e do tempo de sobrevida.

1.2 O Centro especializado e a legislação

Segundo o Instituto de Pesquisas Hospitalares, o Brasil é um dos países que possuem

normas mais avançadas relativamente à Arquitetura Hospitalar. Isto não se trata de algo sem

importância, pois se reflete na qualidade do espaço desses serviços. Ao contrário de leis e

decretos, que têm como característica principal o aspecto punitivo e de orientação

comportamental, as normas devem se destacar por seu papel didático e de orientação, não

possuindo, em si mesmas, o poder repressor. Nesse ponto de vista, as normas de

Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) não poderão ser analisadas sem a observação

das iniciativas de ensino e a divulgação dos conhecimentos nelas contidos.

Pensando na organização físico funcional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

apresenta na RDC 50 atribuições e atividades desenvolvidas nos diversos tipos de

Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Foi possível listar as atividades que são geradoras ou

que caracterizam os ambientes. Estas são também as mais comuns encontradas nos diversos

tipos de estabelecimentos. Segundo BRASIL (1994 p.31)

Mesmo o objetivo seja esgotar a listagem, esta é sempre passível de modificação,

porque sempre será possível o surgimento e/ou transformação das atividades ou até

mesmo das atribuições. Os grupos de atividades de cada atribuição, compõem

unidades funcionais que, embora com estreita conotação espacial, não constituem, por

si só, unidades espaciais.

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São nove as atribuições que se desdobram em atividades e sub-atividades representadas

no diagrama a seguir:

Figura 1 - Atribuições de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde

Fonte: Resolução – RDC nº 50 (ANVISA 2002)

O Sistema de saúde brasileiro é composto por um grande sistema público gerido pelo

governo, chama Sistema Único de Saúde (S.U.S.), que serve a maioria da população. E pelo

setor privado, gerido por fundos de seguros de saúde privados.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o órgão que auxilia o Ministério da Saúde no

desenvolvimento e coordenação das ações integradas para prevenção e o controle do câncer no

Brasil. Os hospitais do INCA integram o Sistema Único de Saúde (SUS) e oferece tratamento

integral aos pacientes, é uma instituição que auxilia o paciente no seu tratamento, tem atuação

em áreas estratégicas, como prevenção e detecção precoce, formação de profissionais

especializados, desenvolvimento de pesquisa, e geração de informação epidemiológica. Para

ser atendido no INCA ou pelos hospitais que integram a Rede do SUS, os paciente devem passar

anteriormente por um unidade básica de saúde (posto de saúde, ambulatório) e/ou por uma

unidade de média complexidade (clínica especializada, hospital) onde tenha recebido o

diagnóstico, assim eles encaminham para o hospital ou clinica que irá fornecer o tratamento

oncológico.

Hoje em dia é possível encontrar uma série diversificada de grupos, casas e centro aos

pacientes com câncer. Cada um deles possui um objetivo próprio e uma característica individual

Page 16: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

15

de agir. Algumas organizações oferecem suporte de estadia, transporte e alimentação para as

famílias que possuem familiares com câncer.

Outras, como por exemplo, a Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com

Câncer (ABRAPEC) já focam em oferecer um apoio social e terapêutico aos pacientes e

familiares através do fornecimento de medicamentos, materiais curativos, suplementos

nutricionais, informação dos direitos dos pacientes, fisioterapia e outros serviços necessários.

Cada organização, entendendo a dificuldade da realidade da doença, de garantir o

melhor tratamento e muitas à dificuldade financeira que isso envolve, oferece apoio em

determinadas áreas com intuito de garantir que o tratamento de câncer seja realizado como

necessário e com maior garantia possível.

1.3 Relação pessoa ambiente

A psicologia ambiental, pode ser definida como estudo do inter-relacionamento entre

comportamento e ambiente físico. Segundo o doutor em psicologia Moser (1998, p. 2), defende

que

As dimensões sociais e culturais estão sempre presentes na definição dos ambientes,

mediando a percepção, a avaliação e as atitudes do indivíduo frente ao ambiente. Cada

pessoa percebe, avalia e tem atitudes individuais em relação ao seu ambiente físico e

social. Por outro lado, inter-relação também quer dizer que estudamos os efeitos desse

ambiente físico particular sobre as condutas humanas. Então a uma reciprocidade

entre pessoa e ambiente. Essa inter-relação é dinâmica, tanto nos ambientes naturais

quanto nos construídos. Ela é dinâmica porque os indivíduos agem sobre o ambiente

(por exemplo, construindo-o), mas esse ambiente, por seu turno, modifica e influencia

as condutas humanas.

Quando nos dirigimos à um hospital, procuramos um local que cumpra uma função

especifica, que é proporcionar condições adequadas para o reestabelecimento de sua saúde.

Porém, tais condições dizem respeito certamente à prestação de um serviço e ao consumo de

certos bens. Este trabalho chama a atenção para um fator por vezes desconsiderado, que seria a

configuração adequada do ambiente, construído e relacional, em que o cuidado com a saúde

tem-se dado em nível hospitalar.

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16

Acreditamos que edificação do ambiente deva se dar em função da pessoa que vá utiliza-

lo, atentando para os aspectos subjetivos e intersubjetivos que isso implica. Assim,

considerações do aspecto psicológico tem contribuições importantes a se fazer.

Ao adoecermos, a enfermidade nos conduz a um novo ambiente. Estar no hospital é uma

experiência marcante, o processo de internação rompe com uma continuidade de tempo e

espaço vivida pelo paciente e isso tem implicações.

A experiência do paciente no espaço do hospital marca sua estrutura psíquica

constituindo um processo de humanização do sentido da vida, onde o sujeito redimensiona a

relação com o outro e com sigo próprio. Em entrevista feita com o Oncologista Clínico Dr.

Eduardo Saadi Neto (2018, anexo 1), o mesmo afirma que

O momento da internação hospitalar é um dos mais críticos períodos durante o

tratamento oncológico. Nesta situação, o paciente encontra-se em situação de estresse

físico e emocional, causados pela reclusão e exclusão social e por uma eventual

doença aguda (infecção, dor, toxicidade à quimioterapia). Por isso, é de fundamental

importância que o ambiente hospitalar seja o mais agradável possível. Isto depende,

entre os fatores, de uma estrutura física adequada, bem como de profissionais

preparados para o atendimento e cuidado dos pacientes oncológicos.

A constituição da forma do espaço no hospital deve levar em conta a responsabilidade

pelo destino de uma vida. As situações que iram ocorrer no interior do espaço pressupõem uma

atenção especial com a relação à influência, decisiva que o ambiente exerce sobre o sujeito. A

forma do espaço então tem o poder de conformar o indivíduo influenciando sua maneira de

pensar, agir e sentir.

Pensar nesse espaço significa compreender as impressões que foram deixadas no corpo

do homem. As marcas resultantes sejam elas físicas ou mentais relatam as experiências que o

paciente sofreu durante sua trajetória terapêutica. O corpo humano e espaço formam em

conjunto, o lugar na memória de experiência de vida. Grandes emoções podem estar totalmente

ligadas a um ambiente, e também pode provocar inúmeras sensações como: conforto, controle,

segurança e etc.

Page 18: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

17

1.4 O Humanização Hospitalar

A humanização hospitalar a cada dia se torna o assunto mais explorado entre a ciência

e a arquitetura. Este estudo tenta compreender através de um olhar voltado para a arquitetura,

o sistema e as práticas de humanização nos ambientes hospitalares. O propósito da humanização

é tornar o ambiente hospitalar mais humano, sociável, respeitoso e agradável, considerando o

ponto de vista de todos os usuários, principalmente o do paciente.

Os primeiros movimentos de humanização reportam-se à Grécia. Onde os gregos

acreditavam haver ligação entre corpo, mente e espirito e por isso, seus templos eram equipados

com salas especiais, localizadas em sítios onde a paisagem primava pela beleza.

O conforto humano está diretamente relacionado ao conceito de humanização e ao

conforto ambiental. Dessa forma, fatores como iluminação, ventilação e temperatura, são

importantes na concepção de projetos arquitetônicos, visando o bem-estar do usuário.

Nesse processo de transformação nos ambientes hospitalares, umas das ferramentas

mais usadas sem dúvida é o uso de cores adequadas. Segundo MARTINS (2004. P. 65) “O

ambiente das cores é, frequentemente, associado à decoração, no entanto, desde o século XVII,

Newton perceber a natureza física da cor e, por isso, ela entrou no universo da ciência”. De

acordo com BARROS, (2006, p. 15) “A cor é um fenômeno fascinante. Sua presença no mundo

visível exerce incontestável atração sobre nós despertando sensações, interesse e

deslumbramento”.

Ainda de acordo com Barros (2006, p. 15), entende-se que

A cor representa uma ferramenta poderosa para a transmissão de ideias, atmosferas e

emoções, e pode captar a atenção do público de forma forte e direta, sutil ou

progressiva, seja no projeto arquitetônico, industrial (design), gráfico, virtual (digital),

cenográfico, fotográfico ou cinematográfico, seja nas artes plásticas.

Levando em consideração que as cores nos cercam por todos os lados e nos afeta

psicológica e emocionalmente pontua-se a relevância da aplicação dela nos ambientes

hospitalares.

Recentemente, os hospitais vêm sofrendo transformações na intenção de melhorar a

qualidade espacial e consequentemente refletir na qualidade dos serviços oferecidos e

Page 19: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

18

recuperação dos pacientes. Segundo CUNHA (2004, p. 57) aponta que “[...] a cor, hoje, deve

ser vista como um elemento que participa dessa mudança uma vez que proporciona bem-estar

e tranquilidade”.

Desta maneira o autor afirma que, “A cor pode criar ilusões, influenciar diretamente o

espaço e criar efeitos diversos, como monotonia ou movimento e, com isso, diminuir ou

aumentar a capacidade de percepção, de concentração e de atenção”. (CUNHA, 2004, p. 58).

Segundo o Ministério da Saúde, (2006, p.10) “as cores podem ser um recurso útil uma

vez que nossa reação a elas é profunda e intuitiva. [...] utilizando cores que ajudam a refletir ou

absorver luz, podemos compensar sua falta ou minimizar seu excesso”.

As cores nas suas várias tonalidades nos emitem estímulos visuais que nem sempre são

recebidos por todos da mesma forma. Em relação a essa afirmação Cunha, (2004, p.57)

argumenta: “Cada estimulo [...]tem características próprias, possuindo tamanho, proximidade,

luz e cor. A percepção visual, portanto, é distinta para cada pessoa”.

Farina (Apud Cunha, 2004, p. 57) defende que

Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a

de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. É

sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio,

tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem que

comunique uma ideia.

Na arquitetura, Martins (2004, p. 65) argumenta que

A cor pode unificar o espaço, como no caso de um ambiente com muitas aberturas e

formas irregulares: uma única cor aplicada diminuirá as assimetrias e evitará que o

olho seja atraído para esses defeitos. Ela pode, ainda, dividir um ambiente, quando se

tem duas partes de um mesmo espaço com cores diferentes. No caso de cores

alternadas, ao provocar um ritmo variado, transmitem animação ao espaço.

As cores ainda podem contribuir para a organização físico-espacial. Segundo o

Ministério da Saúde (2006, p. 25) “[...] o espaço identificado e setorizado por cores torna-se

uma ferramenta eficiente de sinalização, podendo ser caracterizado por dois eixos: o vermelho

da emergência e o azul do pronto atendimento”. Outra função apresentada por Cunha, (2004,

p.58) “[...] as cores também estão presentes na organização das instalações, como no caso de

gases, facilitando a orientação para sua utilização e manutenção”.

Page 20: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

19

Alguns estudos apontam os possíveis efeitos das cores sobre os observadores, nesse

sentido pode-se chegar a conclusões sobre possíveis cores ou combinações harmoniosas a serem

aplicadas em ambientes de saúde.

Pode-se citar, por exemplo, a cor azul, que no pensamento de Kandinsky (apud

BARROS, 2006, p. 189) ao estabelecer a ligação com o lado espiritual do homem, traz consigo

a paz e a calma [...]. “O vermelho por outro lado [...] é uma cor autoconfiante, transbordante de

vida, ardente, agitada, efervescente [...]”. (KANDINSKY APUD BARROS, 2006, p. 195).

Estes exemplos mostram as influências das cores no estado de espírito do observador.

Em um ambiente hospitalar é necessário que seja sempre levado em consideração os usuários,

sejas eles pacientes ou funcionários. Sobre as influencias das cores Cunha (2004, p.60) afirma:

Deve-se utilizar combinação de cores nas unidades de saúde. As tonalidades quentes

ou frias devem ser equilibradas. Com a predominância das tonalidades quentes,

quando não excessivamente estimulantes, mas o suficiente para mantes os pacientes

despertos e os funcionários com uma boa produção, o local fica com aspecto vivo e

animado, e pode-se dizer o mesmo dos pacientes e funcionários.

Conclui-se que a cor pode ser um elemento essencial na melhoria da qualidade do espaço

físico hospitalar. Levando-se em consideração sua influência sobre as pessoas, percebeu-se que

as cores podem proporcionar conforto visual, diminuir o estresse dos usuários, além de

contribuir na organização espacial.

“Com uma organização mais estruturada, os romanos construíram grandes enfermeiras

militares [...] estabelecendo o contato com a natureza através de pátios internos. Contudo, elas

eram totalmente fachadas à população civil”. (FONTE et al, 2004, p. 02). “No início da Era

Industrial, registra-se uma grande evolução da tipologia pavilhonar e os pátios assumem

proporções mais amplas, por favorecerem a iluminação e ventilação naturais”. (FONTES et al,

2004, p.02).

Fonte et al (2004, p.02) completa, afirmando que

A relação dos ambientes com espaços exteriores foi, ao longo do tempo, em maior ou

menor grau, valorizada como medida para solucionar as questões de salubridade das

construções, proporcionando iluminação e ventilação naturais.

Page 21: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

20

Reis-Alves (2004) aponta que

Os pátios internos permitem uma maior exposição do edifício à circulação dos ventos

e, se sombreado, criam um adequado espaço bioclimático[...] Em termos acústicos, o

pátio interno possui características próprias, configurando um espaço com ambiência

sonora própria. Como espaço de proteção acústica, possibilita ao homem

simultaneamente estar ao ar livre e proteger-se contra as fontes de ruído externo à

edificação.

No ambiente hospitalar a utilização dos pátios pode ser ainda mais vantajosa, pois nesses

ambientes, além das contribuições climáticas, o pátio traz a promessa do conforto psíquico e

emocional e gera espaços de descanso para funcionários e acompanhantes.

Segundo Dobbert (2010, p.23), “paciente, familiares e profissionais são geralmente

afetados pelo estresse, pois a doença do paciente e o próprio ambiente hospitalar geram tensões

que podem desencadear o estresse”.

Para o ambiente, a morfologia do edifício hospitalar pode tornar-se simbólica e, neste

sentido, o pátio funciona como arquétipo de proteção, de bem-estar e harmonia contra

os males externos, favorecendo o bem-estar mental e, consequentemente, a melhora

de seu estado físico. (FONTES, et al, 2004, p. 03).

Os pátios como elementos funcionais das edificações ainda podem agregar o valor da

vegetação, visto que está também contribui para o bem-estar e até mesmo pode influenciar no

tempo de recuperação de pacientes. Exemplo disso é citado por Clare Cooper Marcus e Marni

Barnes (MARCUS et al., 1995 apud SOUSA, 2016, p. 12), que em um estudo de avaliação pós-

ocupação estudaram os impactos nos utilizadores[...] concluiram que a maioria dos

entrevistados reportam alivio de estresse e mudanças de humor positivas, após permanecerem

algum tempo no jardim.

Said (2003 apud Dobbert, 2010, p. 19) acredita que a “sensação de conforto são

refletidas por reações fisiológicas e psicológicas do corpo humano, promovendo sua

recuperação devido às qualidades terapêuticas da natureza”. “A vegetação apresenta-se,

portanto, como uma excelente ferramenta para a melhoria das condições climáticas e aumento

do conforto humano em hospitais[...]”. (DOBBERT, 2010, p. 19).

Os jardins no edifício hospitalar, “também chamado de jardins terapêuticos” é um

conceito que vem sendo estudando e investigado há algum tempo. Algumas tipologias desses

espaços exteriores com potencial terapêutico destacam-se: paisagens ajardinadas extensivas;

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21

paisagens emprestadas, circuitos na natureza; enquadramento paisagístico; jardim de entrada,

coberturas ajardinadas, jardim de contemplação, entre outros.

Sobre os jardins Marcus et al (apud Sousa, 2016, p. 31) ressalta que:

O jardim terapêutico deve contrastar com ambiente inerente ao edifício/os de uma

unidade de saúde, assim, quanto mais institucional este for, maior a necessidade de

criar um jardim dominado por elementos naturais e traçados orgânicos capazes de

instigar o conforto psicológico dos utilizadores.

Os pátios e jardins, pelo contato com exterior, são ambientes mais agradáveis de estar

do que no interior das unidades de saúde. Dessa forma este devem “[...]ser projetados para

incentivar caminhadas e outros tipos de exercício associados aos programas terapêuticos dos

utentes, por exemplo sessões de fisioterapia ou de horticultura terapêutica”. (SOUSA, 2016, p.

25).

Nesse sentido, os pátios se apresentam como uma excelente solução na arquitetura

hospitalar, agregando melhorias na condição bioclimática e quando adotados de jardins como

paisagem, contribuem significativamente no bem-estar mental dos usuários. Jardins

terapêuticos podem influenciam na recuperação física dos pacientes através de atividades ao ar

livre como caminhadas, fisioterapias, etc. Segundo em entrevista com o Doutor Eduardo Saadi

(ver anexo 1) “A luminosidade natural traz uma sensação de bem - estar e liberdade. Há

necessidade que o consultório médico e áreas de avaliação clínica e de infusão de medicações

sejam bem iluminadas (mesmo que artificialmente), para que o exame físico e os procedimentos

sejam adequados.[...]”.

2 RECORTES ESPACIAIS

2.1 Localização

O projeto está situado no município de Araçatuba, município brasileiro do interior

estado de São Paulo.

Page 23: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

22

Figura 2 – Mapa da Localização de Araçatuba no Estado de São Paulo

Fonte: Wikipédia 2018.

O terreno proposto para execução do projeto está localizado no bairro Panorama, mais

precisamente sendo a rua de principal acesso à rua Gaspar de Lemos. O local encontra-se

aproximadamente 3,5 km de distância do centro da cidade de Araçatuba, onde o tempo estimado

de percurso é de 11 minutos. A escolha do terreno seguiu pela boa localização e acesso do

terreno, por estar próximo a um hospital e também por aspectos pessoais, já que a uma real

necessidade do município e da região em relação ao serviço que o Centro irá oferecer.

Page 24: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

23

Figura 3 – Área do projeto.

Fonte: Google maps 2018, editado pelo autor, 2018.

2.2 Analises e Diagnósticos

Como pode ser analisado, no plano diretor da cidade de Araçatuba, o terreno para a

implantação do projeto, segundo o mapa de zoneamento da cidade, situa-se na Zona de

Ocupação Condicionada, ou seja, é composta por uma grande diversidade de padrão

ocupacional. Porém o terreno encontra-se próximo a uma zona de desenvolvimento regional,

que é composta por uma região com grande potencialidade de crescimento urbano e

desenvolvimento.

Page 25: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

24

Figura 4 – Mapa de zoneamento.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

Através do mapa de cheios e vazios, foi possível analisar os lotes construídos e os

terrenos não ocupados. Por se tratar de uma região próxima à Zona de Desenvolvimento

Regional, a área delimitada próxima ao terreno apresenta número significativo de lotes não

ocupados. Na região oeste é possível observar uma presença maior de lotes ocupados tendo

como possível justificativa ser composto por bairros mais antigos, como o Parque Baguaçu e o

Jardim Nova York.

Page 26: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

25

Figura 5 – Mapa de cheios e vazios.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

Ao analisar o mapa é possível observar que o terreno escolhido para a implantação do

projeto situa-se em um local onde o uso e ocupação é predominantemente residencial. Os lotes

encontram-se distribuídos em sua maioria em residenciais, comerciais e de prestação de

serviços.

Os lotes que oferecem serviços comerciais tratam-se em sua maioria de restaurantes e

mercados de pequeno porte. Já os lotes ocupados com assistência á saúde e educação, estão em

menor escala próximo ao terreno, pois o mesmo encontra-se em uma área que esta em

desenvolvimento.

Page 27: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

26

Figura 6 – Mapa de uso e ocupação do solo.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

É possível notar a predominância de construções térreas e também que possuem no

máximo dois pavimentos. As construções que possuem mais de dois pavimentos, são quase que

exclusivamente por conta de prédios residenciais existentes no bairro.

Page 28: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

27

Figura 7 – Mapa de gabarito de altura.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

Ao estudar o entorno da área escolhida, foi visto que pequenas partes são com vegetação

de mata, uma parte de vegetação rasteira e sua maioria com vegetação espaçada de médio e

grande porte.

A vegetação existente no entorno da área delimitada pode ser considerada mediana

quanto a quantidade. A região norte é composta por um bairro relativamente novo, ou seja, as

arvores presente em sua maioria estão com pouca idade e com isto produzem pouca sombra, já

no região oeste é composta por bairros mais antigos, consequentemente possuem arvores

maiores garantindo um bairro com mais sombra e conforto térmico. Nas regiões leste e sul é

possível observar uma vegetação predominante de pasto, pois a cidade está em processo de

desenvolvimento em sentido dessas regiões.

Page 29: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

28

Figura 8 – Mapa de vegetação.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

A área delimitada para estudo, possui três pontos de grande significância para o

município e para área escolhida, sendo eles, o hospital Unimed, que pode ser considerado um

hospital privado ou particular; O SEST que é o serviço social do transporte; e as universidades

Unip e UniSalesiano que possuem variados cursos para a região.

Page 30: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

29

Figura 9 – Mapa de pontos relevantes.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

A principal rua de acesso ao terreno é a rua Baguaçu, classificada como uma rua

principal de Araçatuba, pois dá acesso à rodovia Vicinal Teotônio Vilela, conhecida também

por Guatambu. Interligada a rua Baguaçu, encontra-se importantes ruas e avenidas para a cidade

de Araçatuba, como a avenida Joaquim Pompeu de Toledo, avenida Waldir Felisola de Moraes,

rua Silva Jardim e rua Luiz Pereira Barreto.

Page 31: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

30

Figura 10 – Mapa de sistema viário.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

Ao analisar o levantamento do terreno da região escolhida, saber suas medidas

aproximadas e tipo de relevo, percebeu-se pelas suas curvas de nível que a área é levemente

plana, ou seja, a topografia é pouco acidentada, com pequenos declives e aclives, facilitando

assim o desenvolvimento da execução do projeto, sem necessidade de grande movimentação

de terra, diminuindo ao máximo o impacto ambiental gerado por este tipo de atividade.

Page 32: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

31

Figura 11 – Mapa topográfico.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

A orientação solar é um fator a ser considerado para a elaboração do projeto, pois

influencia diretamente no conforto térmico.

O mapa representa o percurso do sol em relação a localização do terreno de implantação

do projeto, sendo assim pode-se concluir que a face sol está voltada para a rua Gaspar de Lemos,

ou seja, o norte do terreno irá receber sol durante grande parte do dia, ao contrário da face sul,

que receberá menos insolação durante o ano.

Segundo dados baseados em observações feitos pelo site Windfinder, na cidade de

Araçatuba a direção dos ventos predominantes durante o ano vem do sentido leste-sudeste e

sul-sudeste.

Page 33: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

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Figura 12 – Mapa de predominância solar e ventos dominantes.

Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.

3 REFENCIAS PROJETUAIS

3.1 Hospital Sarah Kubitschek. Salvador – Brasil

Ficha Técnica

Arquiteto: João Figueiras Lima (Lelé)

Ano: 1994

Tipo de Projeto: Hospitalar

Status: Construído

Materialidade das estruturas: Metal

Fonte: Rede Sarah

Page 34: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

33

Figura 13 – Foto panorâmica do Hospital Sarah Kubitschek em Salvador

Fonte: Rede Sarah

Segundo o acervo técnico do hospital Rede Sarah Kubitschek, a unidade de Salvador,

projeto desenvolvido pelo arquiteto Lelé, teve início de sua execução 1991 e foi finalizado no

ano de 1994. Está localizado na Avenida Tancredo Neves, zona urbana de Salvador – BA. Sua

área tem aproximadamente 20.000,00m² e o terreno tem a área total de 128.395,08m².

O projeto apresenta uma planta horizontal onde os espaços que necessitam de

privacidade são dispostos na parte central do edifício enquanto os ambulatórios e unidades de

terapia situam-se nas laterais com vista para os jardins.

Por estar situado em uma área de mata atlântica nativa o edifício faz uso de grandes

panos de vidro, de forma que os jardins adentrem a volumetria, trabalhando a relação do interior

e exterior.

Importante características são os sheds usados para o fechamento das coberturas, que

estão dispostos paralelamente uns aos outros, são de materiais metálicos com detalhes amarelos.

A opção do uso do shed ultrapassa a questões estética para o desempenho do conforto

ambiental. Além de proporcionar iluminação natural, ele ainda funciona como extrator de ar,

assegurando a qualidade interna do ambiente. Os detalhes amarelos visualizados em sua

Page 35: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

34

volumetria são peças de metal acopladas ao shed que funcionam como brises que protegem os

ambientes internos da radiação solar direta.

Figura 14 – Planta térreo

Fonte: Rede Sarah

Outro ponto que se destaca é a arte de Athos Bulcão, artista responsável pela criação de

painéis multicoloridos que são utilizados como limitadores do terreno, além de painéis em tons

de laranja e azul.

O projeto é considerado referência em arquitetura hospitalar por apresentar excelente

soluções bioclimáticas, bem como grande preocupação com o conforto dos usuários.

Page 36: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

35

Figura 15 – Planta térreo

Fonte: Rede Sarah

Figura 16 – Corte AA da planta

Fonte: Rede Sarah

Esse projeto foi escolhido como referência pelo fato de se pensar em como fatores

psicológicos poderiam afetar os usuários do projeto, fazendo com que o edifício não remetesse

a um ambiente hospitalar. Outro fator importante, foi o estudo feito das aberturas e valorização

da ventilação e iluminação natural.

3.2 Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow – Reino Unido

Ficha Técnica

Arquiteto: Rem Koolhass e Ellen Van Loon

Ano: 2008

Tipo de Projeto: Hospitalar

Status: Construído

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36

Materialidade: Vidro e concreto

Fonte: Archdaily

Figura 17 – Foto do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow

Fonte: Archdaily

O projeto arquitetônico do Centro de Maggie localizado em Glasglow no Reino Unido,

foi idealizado pelo grupo OMA em 2008 para estar nas proximidades do Hospital Gartnavel.

Este Centro de Apoio de Recuperação, mantem também a característica fundamental da

organização de proporcionar um ambiente de apoio prático e emocional as pessoas com câncer,

seus familiares e amigos. Oferecendo um espaço em que as pessoas se sintam em casa, cuidadas,

bem recebidas e acolhidas.

O grupo OMA dos parceiros de projeto Rem Koolhass e Ellen van Loon, foi chamado

pela organização do Centro de Maggie no ano de 2007 para realização do projeto. Contruido

no ano de 2008, o grupo idealizou o projeto em um único pavimento com vários espaços

formados por uma sequência de figuras em forma de “L” que circundavam um pátio formando

uma espécie de círculo.

Apesar da segregação de espaços parecer formada ao acaso o edifício é na verdade uma

composição cuidadosa dos espaços, que visa responder com qualidade as necessidades para que

o Centro seja concebido. Os espaços formados pelas paredes em forma de “L” formam

ambientes distintos, mas que não seja uma serie isolada de quartos. Esta concepção elimina a

necessidade de corredores além de proporcionar fluidez ao projeto.

A flexibilidade do projeto com as aberturas dos ambientes para o interior ou exterior do

projeto também possibilita a formação de novos espaços amplos além de permitir que as pessoas

Page 38: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

37

se sintam bem e vontade para interagir com o ambiente. As aberturas fazem parte do projeto e

o modificam de acordo com a necessidade ou desejo; assim se identificam com o edifício o

tornando mais introvertido com os planos de vidro fechado, ou torná-lo extrovertido criando

um diálogo entre o interno e externo.

Localizado em uma esfera natural, os ambientes lançam suas aberturas por vezes para o

pátio interno e em outras para a floresta que fica no exterior, e a variação de nível é sutil

acompanhando o terreno. O arranjo espacial interliga a área de alimentação, escritórios, espaços

de múltiplas funções e uma série de pequenas salas de aconselhamento através de fronteiras

permeáveis de vidro que dão acesso ao jardim.

Figura 18 – Planta do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow

Fonte: Archdaily

Esse projeto foi escolhido como referência por conta da disposição dos ambientes

ao redor de um pátio, fazendo com que os usuários possam manter uma troca com o externo.

Outro fator foi a aberturas de janelas dispostas paralelamente voltadas para a área interna e

externa, proporcionando a ventilação cruzada e mantendo os ambientes sempre ventilados

e iluminados.

Page 39: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

38

3.3 Hospital do Rocio. Campo Largo - Brasil

Ficha Técnica

Arquiteto: Manoel Coelho Arquitetura e Design

Ano: 2014

Tipo de Projeto: Hospitalar

Status: Construído

Materialidade: Vidro, aço e concreto

Fonte: Archdaily e Manoel Coelho Arquitetura

Figura 19 - Hospital do Rocio

Fonte: Archdaily

Desenvolvido pelo escritório Manoel Coelho Arquitetura e Design e de autoria de

Manoel Coelho e Antônio Abrão, o projeto do Hospital do Rocio, localizado na cidade de

Campo Largo no Paraná abrange um total de Área de 553.000m². O projeto apresenta como

conceito geral a correta organização do setores e fluxos do hospital, bem como preza pela

qualificação e humanização para garantir melhores condições de atendimento, permanência e

recuperação.

A implantação do hospital prioriza a iluminação natural e a relação do interior x exterior.

Essa relação acontece permitindo que os usuários tenham um acesso visual ao bosque natural

preservado, que situa-se no entorno. O projeto se consolida a partir de dois eixos de circulação

paralelos, esses eixos são responsáveis por organizar os fluxos de pacientes e funcionários, além

de distribui-lo para funções do hospital no pavimento térreo.

Page 40: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

39

A escolha desse projeto, se deve a boa escolha das técnicas construtivas e utilização de

materiais. Além do bosque situado no terreno, a planta da unidade hospitalar que apresenta

jardins entre os setores, o que favorece e intensifica o contato dos usuários ao exterior.

Figura 20 - Implantação

Fonte: Archdaily

Figura 21 - Cortes

Fonte: Archdaily

Page 41: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

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Tabela 1 – Tabela de síntese comparativa das referências.

Fonte: Próprio autor, 2018.

Hospital Sara

Kubitschek -

Salvador Brasil

Centro de Apoio e

Recuperação

Maggie Glasglow

– Reino Unido

Hospital do Rocio.

Campo Largo –

Brasil

ESTRUTURA

Implantação

dividida em três

blocos.

Um bloco em

formato circular

Implantação

dividida em quatro

blocos.

PÁTIO

Externo; local de

convívio e

permanência.

Interno, central ao

edifício. Local de

convívio e

permanência

Pátio externo

ILUMINAÇÃO

NATURAL

Utilização de sheds

para iluminação

vertical e amplas

janelas e portas

envidraçadas

Grandes aberturas,

com fechamento

em vidros.

Grandes painéis de

vidros em toda a

sua extensão.

CIRCULAÇÃO

Corredores e pátio

externo.

Corredores e pátio

interno.

Grandes eixos de

circulação

paralelos.

VISUAIS

Os ambientes

internos estão

intimamente

conectados aos

jardins externos

que rodeiam o

edifício.

Os ambientes

internos estão

conectados ao pátio

interno e a natura

que o rodeira.

Os visuais internos

são privilegiados

pelo bosque natural

externo. A

utilização de lajes

jardins são

elementos

marcantes no

interior do edifício.

Page 42: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

41

4 O PROJETO

4.1. Justificativa

A escolha do tema foi baseada em suprir a carência em atender ás necessidades toda a

população no que se refere ao diagnóstico e recuperação durante e após o tratamento de doenças

oncológicas. Porém, proporcionando aos usuários conforto, bem-estar, comodidade, motivação,

confiança, aumento de autoestima e diversos e diversos benefícios psicológicos, através de uma

arquitetura de humanizada e sustentável. Muitas vezes o espaço de uma clínica, hospital ou

qualquer local relacionado a área da saúde, é visto apenas como uma área de articulação e

procedimentos técnicos.

A humanização do centro será um processo que envolverá não só os pacientes e os

familiares, mas também os funcionários que estão ali todos os dias compartilhando do

sentimento de cada um. Os serviços de atendimento da área da saúde demandam profissionais

satisfeitos que precisam de um espaço funcional para agilizar os processos de tratamento, mas

antes disso, é necessário passar para o paciente confiança, segurança e conforto, para melhor

atender melhor às necessidades dos mesmos. Enfim, proporcionar um ambiente adequado pode

fazer toda diferença quando se refere a tratamentos e recuperações oncológicas e até mesmo

outros tratamentos, transmitindo assim, uma maior sensação de conforto e influenciando

diretamente na recuperação e evolução do paciente.

4.2 Conceito

Segundo o dicionário o abraço significa “Ato de abraçar, de apertar os braços,

geralmente em demonstração de amor, gratidão, carinho, amizade, etc = AMPLEXO”

(AURELIO DICIONÁRIO, 2018).

O abraço, pode ser uma demonstração amor, carinho, afeto e amizade. É um gesto que

liga intimamente as pessoas, gera benefícios tanto para quem abraça como para quem está sendo

abraçado. Apesar de sua simplicidade, este gesto é rico em sentimentos e emoções. Desde cedo

as pessoas aprendem a abraçar e a partir deste ato conseguem transmitir as emoções que sentem,

sejam elas boas ou ruins, e com isso criam laços. (SIGNIFICADOS,2018).

Para quem passa por situações difíceis receber um abraço é reconfortante, porque

significa atenção, apoio, acolhimento e transforma-se em um gesto de solidariedade com o

próximo. A pessoa que recebe o abraço pode perceber que não está sozinha e que tem algum

apoio.

Page 43: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

42

Um estudo realizado pela Universidade Médica de Viena (Austrália) constatou que

abraçar alguém pode reduzir o estresse, o medo, a ansiedade e a pressão arterial, promover o

bem-estar e melhorar a memória. Este fato se dá devido ao aumento de uma substancia chamada

oxitocina, que tem a particularidade de reduzir os estados de estresse e ansiedade, elevando a

felicidade e o bem-estar da pessoa. Porém, esta pesquisa aponta que o abraço só gera resultado

positivo se as pessoas confiam uma das outras, se os sentimentos presentes são mútuos e os

sinais correspondentes são transmitidos de dentro para fora (HYPESCIENCE, 2015).

Este projeto tem como conceito o gesto do abraço, que pode transmitir tantos

sentimentos e emoções, traz conforto, segurança, confiança e acolhimento.

A tradução deste conceito será dada por uma arquitetura voltada para dois grandes

pátios internos, como mostra o estudo volumétrico ilustrado na figura 22, com jardins que

deverão ser receptivos e acolhedores, sendo utilizado como espaços de refúgio, meditação,

distração e socialização. De diversos pontos da edificação será possível visualizar os jardins,

para que mesmo em situações dolorosas os pacientes possam sentir o acolhimento, a paz e o

aconchego por este espaço

. Fonte: Próprio autor, 2018.

O simbolismo deste conceito também poderá ser visto no volume e contorno da

edificação, que possui um formato que remete a duas pessoas se abraçando. Aspectos que

podem ser observados e comparados na imagem do logotipo do centro e da volumetria do

projeto. Foi possível caracterizar na volumetria o entrelaçar do gesto do abraço, retomando o

aspecto acolhedor e reconfortante desta ideia.

Figura 22 - Evolução volumétrica

Page 44: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

43

Fonte: Próprio autor, 2018.

4.3 Partido Arquitetônico

O partido arquitetônico adotado para o projeto, foi elaborado a partir da intenção de

projetar um centro que possuísse ambientes com conforto visual, acústico, térmico, com

iluminação adequada, cores entre outros aspectos que irão tornar uma atmosfera acolhedora e

caseira, possibilitando aos pacientes, familiares e colaboradores maior conforto.

Uma das primeiras decisões projetuais foi trabalhar com a forma da edificação, que ao

longo do processo foi abstraído da imagem de um abraço, e que resultou em uma diferente

configuração espacial, tendo como função facilitar a integração interior e exterior sem

prejudicar a segurança dos pacientes. Sendo assim, não existe, portanto, um único campo visual

que permita visualizar o centro por inteiro.

Cada parte permite a visualização do ambiente ao seu redor e as circulações entre eles,

e a integração entre dois jardins que produz diferentes sensações de conforto e paz.

O diferencial do projeto é tentar manter uma estrutura lógica e racional de organização

espacial, e explorar o sensorial com a implantação dos jardins, proporcionando uma variedade

de estímulos nos espaços de uso comum a partir de diferenças de campos visuais, da exploração

das cores, textura, luz e variação de materiais.

Figura 23 – Comparação de volumetria e o logotipo

Page 45: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

44

4.4 Programa de Necessidades

Tabela 2 - Programa de necessidades

Programa de Necessidades

Setor Atividade Quantidade

Hall de entrada

Recepção 1

Área de Espera 2

Sanitários 2

Cafeteria

Salão 1

Caixa 1

Cozinha 1

Deposito 1

Dispensa 1

Sanitários 1

Administração

Secretaria 1

Direção 1

Arquivo 1

Sanitários 2

Farmácia Atendimento 1

Estoque 1

Consultórios

Odontológico 1

Nutricionista 1

Psicólogo 2

Assistente sociais 1

Oncologista 3

Page 46: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

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Medicina Integrativa

Pilates 1

Ginastica 1

Yoga 1

Musico Terapias 1

Diagnostico

Raio - x 1

Tomografia 1

Ressonância Magnética 1

Endoscopia 1

Ultrassonografia 2

Sala de Laudos e Interpretação 1

Salas de Coleta 10

Laboratório de processamento 1

Sala de Indução Anestésica 2

Assepsia 1

Sanitários 2

Pesquisa e Triagem

Laboratório 1

Sala para Pesquisa e Triagem 1

Sala de Reuniões 1

Radioterapia

Acelerador Linear 2

Sala de Comando 2

Sala de Curativos 1

Sala de Repouso 2

Quimioterapia

Sala de Aplicação Curta 10

Sala de Aplicação Longa 5

Farmácia 1

Posto de Enfermagem 1

Observação Leitos 2

Page 47: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

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Copa

Salão 1

Cozinha 1

Dispensa 1

Sanitários 1

Infraestrutura

Sala de Maquinas 1

Gases 1

Lixo 1

Estacionamento Vagas 112

Guarita 2

Fonte: Próprio autor, 2018.

4.5 Diagramas

Uma unidade hospitalar deve-se criteriosamente prezar pela boa setorização e circulação

para garantir um bom funcionamento e apresentar boa relação entre setores. Nesse sentido o

fluxograma seguiu as exigências de continuidade entre setores para o desenvolvimento do

projeto.

Page 48: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

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Fonte: Próprio autor, 2018.

A planta do projeto foi desenvolvida apenas com um pavimento, essa diagramação

permitiu a relação entre todos os setores de forma que os mesmos interagissem de maneira

fluída e eficiente. A relação dos setores surgiu apartir do grau de risco e prioridade no

atendimento.

4.6 Técnicas construtivas e materialidade

Como técnicas construtivas, foi escolhido para o projeto a questão de priorizar ao longo

desse trabalho o estudo de tecnologias sustentáveis, empregadas em uma construção de baixo

impacto ambiental, alto valor social e cultural. O projeto gira em torno da busca por soluções

arquitetônicas estruturais que utilizem matéria prima local na construção, diminuindo os custos

e impactos negativos, a busca por mão de obra de moradores locais e de futuros usuários.

O sistema construtivo adotado para o projeto é a de alvenaria estrutural, onde une-se a

estrutura e a vedação da edificação, utilizando blocos de concreto. A economia de aço, cimento,

areia e pedra britada é um dos quesitos fundamentais na escolha desse sistema. A economia de

madeira também é um fator preponderante na escolha do sistema construtivo, já que na

Figura 24 – Fluxograma

Page 49: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

48

alvenaria estrutural não se usa pilares nem vigas, dispensando assim a confecção de fôrmas e,

consequentemente, reduz ou elimina o uso de madeira na obra. Algumas outras vantagens do

sistema são a racionalização e a limpeza do canteiro de obras, a modulaçãodas paredes portantes

evita o desperdício dos blocos, auxiliando também na redução dos custos, os quais, aliás, podem

chegar a até 15% em relação ao modelo tradicional. Além do mais, o tempo de execução é bem

reduzido, pois grande parte da ora se destina a confecção de pilares e vigas

Para a fachada foi escolhido a pele de vidro, também chamada de fachada cortina

estructural glazing. Extremamente atraente a fachada pele de vidro é uma técnica que tem como

um dos objetivos um trabalho desenvolvido com rapidez, economia e ótima vedação comparada

com outros métodos encontrados no mercado. Essa técnica oferece maior segurança ao

ambiente, o material recebe uma aplicação de película que proporciona a todos que se

encontram no interior do espaço maior privacidade e resistência do vidro, dificultando possíveis

tentativas de furto. E o mais importante para o projeto é que a película auxilia também na

redução considerável dos raios ultravioletas, fator considerável já que pacientes oncológicos

não podem ter contato com o sol. Entre tantas vantagens a fachada pele de vidro tem como

finalidade propagar a luz natural nos ambientes e ao mesmo tempo proteger a todos contra as

ações adversas do tempo.

Para os ambientes internos, foi escolhido o sistema de vidro inteligente, que possibilita

ter um equilíbrio entre a privacidade e a entrada de luz nos ambientes. Por meio de um sistema

inovador, o vidro de cor branco translúcido se transforma em incolor, apenas ao apertar de um

botão. O vidro é feito por um processo de laminação de dois vidros com um filme de LCD

(liquid cristal display – cristal líquido) com polímeros dispersos; ao se aplicar uma voltagem

no material, as moléculas se organizam em uma direção específica, tornando-o incolor. Isso

permite a passagem de luz por meio do vidro. Quando o dispositivo é desligado, volta à sua

condição original, de branco translúcido. Além de garantir a privacidade, o vidro inteligente

reduz a passagem de ruídos e protege o ambiente contra danos causados pelos raios ultravioleta,

dispensa o uso de cortinas e persianas, maior facilidade de limpeza e reduz riscos de infecções.

No piso foi escolhido o piso laminado hospitalar, que além de serem lindos, os pisos são

de madeira reflorestada e ecologicamente correta, possuem tratamento para se tornar um

material antibacteriano, tratamento para não acumular fungos, tratamento à prova d’água,

instalação mais rápida e sem cola com sistema Click e outras características importantes para

ambientes hospitalares. O piso elevado é composto de placas modulares encaixadas sobre

Page 50: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

49

pedestais para deixar um vão entre o contrapiso e o piso. Tal espaço possibilita a passagem do

cabeamento de dados e energia. Dentre as vantagens que o piso oferece então entre eles: limpeza

prática, rápida e sem esforço: Otimizar o tempo não é uma questão de luxo nos últimos dias,

mas uma questão de praticidade. Para obter tais resultados, o piso laminado para hospital propõe

a quem o utiliza uma limpeza prática e de fácil assepsia.

Será usado também o piso vinílico em manta, devido a sua qualidade e durabilidade, já

que é um material totalmente resistente a água devido a uma resistente camada de HP Coating

na superfície. Tornando as características e vantagens do piso vinílico em manta único em

relação aos demais tipos. Esse tipo de piso são de uso obrigatório devido as regras de vigilância

sanitária, por ser o único piso que tem a capacidade de ser monolítico (uma peça única) inclusive

fazendo a junção do piso vinílico em manta com o rodapé com a mesma peça, sem formar o

efeito conhecido como “canto vivo”.

Como o projeto se trata de uma edificação de grande porte, o consumo de energia elétrica

poderá ser demasiado, e para que minimizar essa questão o centro contará com placas

fotovoltaicas dimensionadas ao redor do prédio. A energia solar fotovoltaica é a energia obtida

através da conversão direta da luz do sol em eletricidade, isso ocorre através de um efeito

chamado fotovoltaico que é o aparecimento de uma diferença de potencial nas extremidades de

material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A célula fotovoltaica é a unidade

fundamental para este processo.

Com a conscientização sobre a limitação do uso da água potável, questões referentes à

importância da preservação dos recursos hídricos, ganham a cada dia maior destaque e no

projeto não foi diferente. Sendo assim, alguns sistemas foram introduzidos no centro como por

exemplo a captação de aguas pluviais e pisos drenantes nas áreas externas.

Existem diferentes sistemas de captação da água pluvial, e o escolhido foi através do

escoamento de agua em grelhas que estão espalhadas pela área do jardim. A água coletada pelo

sistema de grelha tradicional é direcionada a um tubo de queda de água, onde se encontra um

filtro seletor que irá separar os resíduos sólidos (folhas e impurezas que ficam nas calhas),

despejando a água filtrada em um reservatório inferior (cisterna) para o armazenamento. A

cisterna pode será subterrânea, nela a água passa por um tratamento com cloro orgânico. Uma

bomba direciona a água armazenada na cisterna para o reservatório superior (caixa d’água) onde

será distribuída para as torneiras da área externa e sanitários. Os pisos drenantes além de

Page 51: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

50

facilitar a permeabilidade da água no solo em torno da edificação nas áreas externas, como

jardins, estacionamento e calçadas, os pisos drenantes têm o objetivo de, além de drenar, serem

antiderrapantes e muito fáceis de instalar.

O centro possuirá apenas lâmpadas de LED, tanto em areas internas quanto externas. Os

LEDs são dispositivos eletrônicos feitos a partir de um bulbo de material semicondutor ligado

a uma corrente elétrica, chamado diodo. Quando o LED recebe a corrente elétrica, os elétrons

do semicondutor são excitados, liberando energia na forma de luz. Como este processo não se

baseia na transformação de gases nem na incandescência de filamentos metálicos, mas na

simples excitação dos elétrons, os LEDs consomem uma quantidade irrisória de eletricidade

para a geração de luz. Além de não possuir metais pesados, sendo consideradas ecologicamente

corretas, baixa manutenção entre outras vantagens.

Segundo Osmario Venância, entre 40% e 60% dos resíduos sólidos urbanos das grandes

cidades são provenientes da construção civil. Eles são em sua grande maioria: argamassa, areia,

cerâmica, concreto, madeira, metais, plásticos, pedra, tijolos, tintas e papéis. Sabe-se que esses

resíduos, assim como os demais gerados no Brasil são jogados no meio ambiente de forma

desordenada e despreocupada. Infelizmente a cidade de Araçatuba não possui um local

adequado para esse descarte e tratamento, mas é importante saber que existem usinas de

reciclagem na região, como por exemplo, na cidade de São José do Rio Preto, onde se pode

encontrar não só um local adequado, como empresas especializadas que transportam os

mesmos. Tratam-se de empresas que, de uma forma geral e simplificada, recebem os entulhos,

separam, passam por um britador e geram um produto final que serve à própria indústria civil.

Esse novo produto pode ser utilizado como agregado para concreto, construção de aterros ou

servir de base para pavimentação, além de tantos outros usos.

As vantagens desse tipo de serviço são enormes. Além da geração de empregos,

diminuição da poluição ocasionada pelo entulho antes descartado de forma irresponsável no

meio ambiente gera uma maior preservação das fontes naturais de matéria prima.

Page 52: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

51

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As edificações voltadas para áreas da saúde, vem sendo a cada dia mais discutidas por

profissionais da construção civil e corpo médico. Concluo este trabalho com satisfação em

pensar e projetar um edifício que envolva não só um conjunto arquitetônico, mas também que

satisfaça as necessidades decorrentes de ambientes hospitalares com deficiência em

humanização e maior bem-estar. Os pacientes oncológicos necessitam de um olhar diferenciado

em relação aos ambientes hospitalares, por isso foi aplicado espaços fluídos, permeáveis de

iluminação e dotados de conforto, bem-estar e esperança.

Ainda que a arquitetura não seja capaz de curar uma enfermidade, é possível que esta

seja pensada de forma a amenizar o sofrimento deste tipo de usuário que se mostra tão sensível,

vulnerável fisicamente e psicologicamente.

A escolha do tema ocorreu a partir da identificação pessoal pelo tema hospitalar e

também por conta da vivência pessoal por passar por um tratamento oncológico. Várias

observações puderam ser feitas e indicaram as deficiências ainda atuais quanto aos aspectos do

ambiente físico dos estabelecimentos de saúde e aos aspectos sociais e psicológicos associados

ao bem-estar do paciente e de seus familiares.

Page 53: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

52

REFERENCIAS

ANVISA. Resolução – rdc nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. (i). Disponível em:

<http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2002/50_02rdc.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2018.

ARCHDAILY. Hospital do rocio / manoel coelho arquitetura e design. Disponível em:

<https://www.archdaily.com.br/br/872443/hospital-do-rocio-manoel-coelho-arquitetura-e-

design>. Acesso em: 03 fev. 2018.

ARCHDAILY. Oma designed maggie gartnaval opens today. Disponível em:

<https://www.archdaily.com/173513/oma-designed-maggie-gartnaval-opens-today>. Acesso

em: 03 abr. 2018.

BESTETTI, Maria Luisa. Ambiência: espaço físico e comportamento.. Bras. Geriatr.

Gerontol, Rio de Janeiro, 201./mar. 2018. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v17n3/1809-9823-rbgg-17-03-00601.pdf>. Acesso em: 10

jan. 2018.

BVSMS.MINISTERIO DA SAÚDE DO BRASIL. Conceitos e definições em saúde.

Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0117conceitos.pdf>. Acesso em:

01 fev. 2018.

CORBELA, Oscar Daniel. Em busca de uma arquitetura sustentavel para os tropicos:

Conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

MARTINS, Vânia Paiva. A humanização e o ambiente físico hospitalar.. IN:

CONGRESSONACIONAL DA ABDEH - IV SEMINARIO DE ENGENHARIA

CLINICA, Brasil, p. 63-67, mar. 2018. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizacao_ambiente_fisico.pdf>. Acesso em:

12 jan. 2018.

REDE SARAH. Unidade salvador. Disponível em: <http://www.sarah.br/a-rede-

sarah/nossas-unidades/unidade-salvador/>. Acesso em: 27 fev. 2018.

RIBEIRO, Juliane; GOMES, Giovana; THOFEHN, Maira. A ambiencia como estrategia de

humanização da assistencia na unidade de pediatria: revisão sistematica. Rev. ESC

ENFERM USP, Rio grande, mar./mar. 2018. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48n3/pt_0080-6234-reeusp-48-03-530.pdf>. Acesso em:

17 jan. 2018.

SOUSA, Sara Francisca Faria. Jardins terapeuticos em unidades de saude. Aplicação de uma

metodologia de projeto centrado, Universidade de Lisboa, jan. 2016.

TOLEDO, Luiz Carlos De Menezes. Humanização do Edifício Hospitalar: Um tema em

aberto. Rev. Projetar, Rio de Janeiro, nov. 2015. Disponível em:

<http://projedata.grupoprojetar.ufrn.br/dspace/handle/123456789/1306>. Acesso em: 07 mar.

2018.

Page 54: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

53

VITRUVIUS. Humanização da arquitetura hospitalar:. Disponível em:

<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.118/3372>. Acesso em: 30 nov.

2017.

Page 55: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

54

ANEXOS

ANEXO I - Entrevista

Entrevista para o Projeto: Centro Oncológico de apoio e tratamento em Araçatuba –SP.

Entrevistado: Dr. Eduardo Saadi Neto. Oncologista Clínico do Centro de Tratamento

Oncológico (CTO) em Ribeirão Preto.

Entrevistador: Mariana da Silva Sversuth

ENTREVISTA

1) Considerando o longo tempo que os pacientes passam no hospital durante o

tratamento oncológico, é importante os hospitais e Centros investirem na transformação dos

ambientes, tornando-os espaços acolhedores e agradáveis para pacientes, cuidadores e

profissionais de saúde?

O momento da internação hospitalar é um dos mais críticos períodos durante o

tratamento oncológico. Nesta situação, o paciente encontra-se em situação de estresse físico e

emocional, causados pela reclusão e exclusão social e por uma eventual doença aguda

(infecção, dor, toxicidade à quimioterapia). Por isso, é de fundamental importância que o

ambiente hospitalar seja o mais agradável possível. Isto depende, entre os fatores, de uma

estrutura física adequada, bem como de profissionais preparados para o atendimento e cuidado

dos pacientes oncológicos.

2) No seu ponto de vista, as estruturas hospitalares interferem na qualidade dos serviços

prestados pelos profissionais que estão atuando?

Sem dúvida. Um exemplo simples disto é o número de profissionais de enfermagem

responsáveis por cada leito de internação. Quanto mais profissionais para o cuidado de

pequenos grupos de pacientes, melhores são os resultados do tratamento (rapidez para

tratamento de intercorrencias, menos atrasos na administração de medicações etc).

3) Quais são as maiores carências na infraestrutura hospitalar nos setores oncológicos?

Posso citar algumas:

Falta de equipe multiprofissional preparada;

Falta de espaço físico para cuidado individualizado de pacientes

oncológicos

Falta de uma equipe de enfermagem voltada para cuidado exclusivo de

pacientes oncológicos. Em geral, existem vários tipos de pacientes internados em um

mesmo setor.

4) É importante levar a ambiência como componente relevante no tratamento do

paciente?

Page 56: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

55

Acredito que o ambiente de tratamento influencia no bem-estar dos pacientes e isto

implica em um maior ou menor conforto para lidarmos com as situação difíceis e delicadas

enfrentadas no dia a dia do tratamento oncológico.

5) Deve ser valorizada a interação entre aspectos afetivos e fatores técnicos nos sistemas

de saúde?

Há uma dificuldade em encontrarmos um equilíbrio saudável entre aspectos afetivo e

técnico. Esta interação é de extrema importância e deve ser fomentada entre todas as pessoas

(profissionais da saúde ou não) que trabalham em serviços de saúde. A empatia, nestas

situações, nos torna mais humanos e próximos dos pacientes.

6) O paciente oncológico, dispõe de uma fragilidade emocional considerável. Incluir

ações individuais ou em grupo através de um apoio terapêutico, pode influenciar positivamente

no tratamento oncológico do paciente?

Alguns Centros Oncológicos e Hospitais Oncológicos investem em grupos de apoio

terapêutico, sob tutela de profissionais de saúde treinados para tais atividades (Psicólogos,

Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas etc). Eu vejo uma grande contribuição destas

iniciativas na aceitação da doença e no enfrentamento do câncer. A meu ver, o paciente sente-

se acolhido e forte ao deparar-se com outras pessoas na mesma situação de saúde.

7) Normalmente é levada em consideração o conforto e bem estar dos pacientes durante

cada sessão, porém muitas vezes o paciente encontra-se acompanhado de um familiar ou pessoa

importante para ele naquele momento. Deixar o paciente acompanhado durante as sessões, deve

ser levado em consideração ou pode atrapalhar os procedimentos?

Existem estruturas de Centros Oncológicos que comportam, durante as sessões de

tratamento, em especial de quimioterapia, o paciente e seu acompanhante. Em certos casos, há

inclusive uma necessidade disto (idosos, crianças). Entretanto, na maioria dos centros, o espaço

físico é restrito e não permite que o paciente esteja acompanhado. Há uma necessidade de

individualização das situações e dos desejos dos pacientes, em linha com a estrutura física

disponível.

8) O paciente em tratamento oncológico, que apresenta autoestima alta apesar dos

desafios, pode enxergar a vida de outra maneira e consequentemente encarar o tratamento de

forma diferente da dos pacientes que apresentam autoestima baixa? Ações que incentivam o

paciente a ter uma autoestima alta, podem ajudar positivamente no tratamento dos pacientes?

O enfrentamento da doença e do tratamento (efeitos colaterais, riscos e benefícios)

muda, na minha opinião, de acordo com o modo com que o paciente enxerga a doença

oncológica. Vejo, na minha prática diária, casos onde são necessários redução de dose de

medicações, atrasos na data dos tratamentos e até suspensão das medicações em pacientes com

auto estima baixa. Por isso, encorajo ações de enfrentamento da doença e do tratamento, tais

como grupos de apoio, com intuito de elevar a auto - estima dos pacientes.

9) É positiva a interação entre os pacientes?

Na maioria das vezes sim. Entretanto, alguns casos de evolução ruim de um “colega de

tratamento”. Por exemplo, pacientes que fazem radioterapia no mesmo dia. De repente, um

deles começa a não frequentar as sessões e o outro descobre que o motivo é que colega está

Page 57: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

56

internado ou até mesmo faleceu. Isto pode impactar negativamente. Por outro lado, o sucesso

do tratamento de um paciente pode impulsionar o tratamento dos demais pacientes.

Conheço pacientes que têm vergonha do tratamento que recebem, especialmente se

estão sem cabelo ou muito emagrecidos. Nestes casos, optamos por colocá-los em ambientes

reservados, se houver esta opção.

10) Em relação aos ambientes externos, quais os cuidados e restrições os pacientes

precisam ter durante o tratamento?

Enumero os seguintes

1. Evitar aglomerações de pessoas, especialmente em ambientes fechados e

de fácil proliferação de doença contagiosas (gripe, diarreia etc).

2. Alimentar-se bem e ingerir liquidos frequentemente.

3. Evitar contato com pessoas doentes, especialmente em visitas

domiciliares.

4. Manter a higiene do ambiente onde o paciente mora.

Não tenho hábito de restringir animais de estimação ou viagens, exceto em casos graves

de fragilidade física e risco ao paciente (por exemplo, viagem longa para locais sem estrutura

medica).

11) Existe alguma restrição para pacientes não tenham contato com flores e plantas?

A princípio não. Exceto em caso de alergias.

12) A luminosidade tornar o ambiente mais aconchegante e aprazível, valorizando os

elementos que nele estão inseridos. Até que ponto a luminosidade pode ser explorada nos

ambientes oncológicos? Existem restrições quanto a luminosidade natural e artificial?

A luminosidade natural traz uma sensação de bem - estar e liberdade. Há necessidade

que o consultório médico e áreas de avaliação clínica e de infusão de medicações sejam bem

iluminadas (mesmo que artificialmente), para que o exame físico e os procedimentos sejam

adequados. Porém, após instalação de medicações e/ou de exame físico, deve-se dar a opção ao

paciente em manter iluminação direta ou indireta para que ocorra um relaxamento durante o

tratamento oncológico.

13) Quando se tem pacientes com uma mescla de idades em tratamento, é relevantes

que eles sejam separados por faixas etárias aproximadas ou tal ponto não interfere nos

processos?

Em geral, pacientes adultos e pediátricos são tratados em setores diferentes. Em relação

a pacientes adultos, não vejo necessidade de separação por faixa etária. Na minha opinião,

pacientes mais enfermos e sintomáticos devem ser tratados em locais separados, para que

possam ficar mais à vontade caso aconteça alguma intercorrência (náuseas, vômitos, diarreia).

Page 58: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

TELHA S

AND

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CL. 1

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Chest Press

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PRANCHA

01

CENTRO ONCOLÓGICO

H3

CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH

ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA

IMPLANTAÇÃO - 1/600

Este projeto apresenta a proposta de um Centro Oncológico de

apoio e recuperação, localizado na cidade de Araçatuba no

interior de São Paulo.

Foi levado em consideração a carência existente hoje no

município e na região em geral, de um centro especializado na

recuperação e apoio a pacientes que passam por

procedimentos oncológicos, o que tem gerado o deslocamento

dos pacientes para outras cidades distantes em busca de

tratamento. Considerou-se também a importância da

humanização do local e a influência da arquitetura durante o

processo de cura do paciente.

AutoCAD SHX Text
CALHA
AutoCAD SHX Text
CAFETERIA
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
COPA
AutoCAD SHX Text
CALHA
AutoCAD SHX Text
INTERTRAVADO DRENANTE
AutoCAD SHX Text
INTERTRAVADO DRENANTE
AutoCAD SHX Text
PAVIMENTAÇÃO
AutoCAD SHX Text
R. PANORAMA
AutoCAD SHX Text
R. SÃO CAETANO
AutoCAD SHX Text
R. GASPAR DE LEMOS
AutoCAD SHX Text
r. são sebastião
AutoCAD SHX Text
N
AutoCAD SHX Text
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AutoCAD SHX Text
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AutoCAD SHX Text
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Chest Press

IN

CLIN

E B

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CH

CENTRO ONCOLÓGICO

H3

PRANCHA

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CENTRO ONCOLÓGICO

H3

CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH

ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA

PLANTA LAYOUT - 1/300

CABINES INDIVIDUAIS PARA QUIMIOTERAPIA

FACHADA FRONTAL - 1/300

FACHADA POSTERIOR- 1/300

LEITO PARA TRATAMENTO E/OU OBSERVAÇÃO

AutoCAD SHX Text
CAFETERIA
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
JARDIM INTERNO
AutoCAD SHX Text
COPA
Page 60: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

JARDIM INTERNO

JARDIM INTERNO

JARDIM INTERNO

JARDIM INTERNO

JARDIM

CAFETERIA

CAFETERIA

JD.

SANITÁRIOS

JD.

FA

RM

AC

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DE

PO

SIT

O

MEDICINA

INTEGRATIVA

LEITO

CO

PA

MED.INTE.MED.INTE.

MED.INTE.

LEITO

LEITO

LEITO LEITO

INFERMA.

CONSULTORIOS

CONSULTORIOS

RAIO X

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NUCLEAR

RADIO

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EXAME

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DO

SC

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EN

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ULTRA.

ULTRA.

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A

B

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4.00

2.10

0.93

3.50

3.05

6.00

4.00

0.93

0.50

1.50

3.50

2.00

1.57

3.05

PRANCHA

03

CENTRO ONCOLÓGICO

H3

CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH

ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA

PLANTA - 1/300

CORTE BB - 1/200

CORTE AA - 1/200

PELE DE VIDRO

PAINEL EM VIDRO LAMINADO AZUL,

10mm, FIXADO EM SUPORTES DE

ALUMÍNIO ANODIZADO BRANCO,

LIGA 6060 TÊMPERA T5 LINHA

FACHADA ATLANTA 2 SISTEMA

ESTRUTURAL SILICONE GLAZING

SG51s FIXADO EM ESTRUTURA

METÁLICA QUE SERVIRÁ

DE APOIO A TODO O PAINEL

AutoCAD SHX Text
JANELA TIPO PELE DE VIDRO COM ABERTURA MAXIM-AR
AutoCAD SHX Text
JANELA TIPO PELE DE VIDRO COM ABERTURA FIXA
AutoCAD SHX Text
JANELA TIPO PELE DE VIDRO COM ABERTURA MAXIM-AR
AutoCAD SHX Text
JANELA TIPO PELE DE VIDRO COM ABERTURA FIXA
AutoCAD SHX Text
TRELIÇA METÁLICA COM FECHAMENTO EM CHAPA DE ALUCOBOND 4mm
AutoCAD SHX Text
JANELA TIPO PELE DE VIDRO COM ABERTURA FIXA
AutoCAD SHX Text
TRELIÇA METÁLICA COM FECHAMENTO EM CHAPA DE ALUCOBOND 4mm
AutoCAD SHX Text
TRELIÇA METÁLICA COM FECHAMENTO EM CHAPA DE ALUCOBOND 4mm
AutoCAD SHX Text
TRELIÇA METÁLICA COM FECHAMENTO EM CHAPA DE ALUCOBOND 4mm
Page 61: CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE …

PRANCHA

04

CENTRO ONCOLÓGICO

H3

CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH

ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA

PLANTA DE COBERTURA - 1/200

Para cobertura foi adotado a telha sanduíche que é feita

com materiais recicláveis e garante a diminuição do consumo

de energia elétrica. Além disso, tem longa vida útil. O sistema

sanduíche estabelece os requisitos de classificação de

desempenho para especificação, encomenda, fabricação e

fornecimento de telhas metálicas feitas de aço galvanizado,

galvalume, alumínio e aço inoxidável, com seção ondulada ou

trapezoidal, zipada ou em painéis metálicos, com camada de

material isolante de características térmicas e acústicas e de

flamabilidade.

Foi adotado tambem para a cobertura, placas de

policabonato fosco. O policarbonato é um plástico de

engenharia, utilizado nas mais diversas áreas: automobilística,

arquitetura, indústria, medicina entre outras. É um material de

alta transparência e resistência a impactos. Mais leve que o

vidro, pode ser curvado a frio e tem proteção contra raios

ultravioleta. As placas de policarbonato ajudaram na entrada

de luz natural nos ambeintes porem de maneira segura e

suave.

DETALHAMENTO

AutoCAD SHX Text
POLICARBONATO FOSCO
AutoCAD SHX Text
TELHA SANDUÍCHE BRANCA - INC.10%
AutoCAD SHX Text
TELHA SANDUÍCHE BRANCA - INC.10%
AutoCAD SHX Text
TELHA SANDUÍCHE BRANCA - INC.10%
AutoCAD SHX Text
TELHA SANDUÍCHE BRANCA - INC.10%
AutoCAD SHX Text
POLICARBONATO
AutoCAD SHX Text
POLICARBONATO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PLATIBANDA
AutoCAD SHX Text
PLATIBANDA
AutoCAD SHX Text
PLATIBANDA
AutoCAD SHX Text
PLATIBANDA
AutoCAD SHX Text
CALHA
AutoCAD SHX Text
CALHA
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
POLICARBONATO FOSCO
AutoCAD SHX Text
POLICARBONATO FOSCO
AutoCAD SHX Text
POLICARBONATO FOSCO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
PELE DE VIDRO
AutoCAD SHX Text
LAJE PRÉ-MOLDADA
AutoCAD SHX Text
LAJE PRÉ-MOLDADA
AutoCAD SHX Text
PLAT./RUFO
AutoCAD SHX Text
CALHA
AutoCAD SHX Text
TELHA SANDUÍCHE
AutoCAD SHX Text
ONDULADA-INCL.=10%%%