centro oncolÓgico de apoio e tratamento de …
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Mariana da Silva Sversuth
CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE
ARAÇATUBA-SP
Centro Universitário Toledo
Araçatuba
2018
Mariana da Silva Sversuth
CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE
ARAÇATUBA-SP
Trabalho Final de Graduação elaborado no curso de
Arquitetura e Urbanismo, com o objetivo de mostrar a
importância da humanização em ambientes hospitalares.
Centro Universitário Toledo
Araçatuba
2018
Mariana da Silva Sversuth
CENTRO ONCOLÓGICO DE
APOIO E TRATAMENTO DE
ARAÇATUBA-SP
Trabalho final de graduação apresentado como
parte dos requisitos para obtenção do grau de
bacharel em Arquitetura e urbanismo do Centro
Universitário Toledo, submetido à aprovação da
banca examinadora composta pelos seguintes
membros:
_________________________________
Profº. Esp. Luiz Geraldo Teixeira
Centro Universitário Toledo
_________________________________
Profº. Me Pedro Paludetto Silveira
Centro Universitário Toledo
_________________________________
Marcio Fontão
Arquiteto e Urbanista
CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO
CENTRO ONCOLÓGICO DE APOIO E TRATAMENTO DE
ARAÇATUBA-SP
Mariana da Silva Sversuth
ARAÇATUBA 03 DE DEZEMBRO DE 2018.
“A arquitetura é a arte que determina a identidade
de nosso tempo e melhora a vida das pessoas”
Santiago Calatrava
Agradecimentos
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por
ser essencial em minha vida, autor do mеυ
destino, mеυ guia, socorro e alicerce presente nas
horas de angústia.
À minha família, pelos incentivos, pelos apoios
constantes e pela capacidade dе acreditarem em
mіm.
Dedico essa nova conquista da minha vida à
minha mãe e rainha Maria das Graças, por todo
carinho e compreensão. Essa mulher guerreira
sempre é a maior fonte de inspiração para mim.
Dedico esse trabalho também, com muito amor e
gratidão, ao meu pai Ailton. Que não mediu
esforços para lutar por minha educação e me fez
chegar até esta etapa da minha vida.
Ao Lucas, pessoa com quem аmо partilhar а
vida. Obrigado pelo amor, carinho, e
principalmente por sua paciência e capacidade de
me trazer paz na correria da vida e dе cada
semestre.
Аоs meus amigos e colegas, pelas alegrias,
tristezas е dores compartilhas. Com vocês, os
respiros entre um parágrafo е outro de produção
melhora tudo о qυе tenho produzido na vida.
Obrigada por nunca me deixarem fraquejar.
Enfim, sempre serei grata, eternamente a todas as
pessoas que com carinho, amor e dedicação, me
impulsionaram nos momentos mais conturbados
dessa trajetória. A todos aqueles qυе dе alguma
forma estiveram е estão próximos dе mim,
fazendo esta vida valer cada vez mais а pena.
RESUMO
Este projeto apresenta a proposta de um Centro Oncológico de apoio e recuperação,
localizado na cidade de Araçatuba no interior de São Paulo. Foi levado em consideração a
carência existente hoje no município e na região em geral, de um centro especializado na
recuperação e apoio a pacientes que passam por procedimentos oncológicos, o que tem gerado o
deslocamento dos pacientes para outras cidades distantes em busca de tratamento. Considerou-
se também a importância da humanização do local e a influência da arquitetura durante o
processo de cura do paciente.
Palavras-chave: Arquitetura Hospitalar; Centro Oncológico; Humanização; Ambiência,
Araçatuba.
ABSTRACT
This project presents the proposal of a Cancer Center for support and recovery of patients,
located in the city of Araçatuba, São Paulo state. It was taken into consideration the lack of a
center specialized in the recovery and support of patients that undergo oncological procedures in
the municipality, and in the region in general. This has resulted in the displacement of the patients
to other distant cities in search of treatment. The importance of the humanization of the site and
the influence of the architecture during the healing process of the patient were also considered.
Keywords: Hospital Architecture; Oncology Center; Humanization; Ambience, Araçatuba.
SUMÁRIO
1 TRATAMENTO ONCOLOGICO E HUMANIZAÇÃO NA ARQUITETURA ............................... 12
1.1 Oncologia ......................................................................................................................................... 12
1.2 O Centro especializado e a legislação .................................................................................................. 13
1.3 Relação pessoa ambiente ...................................................................................................................... 15
1.4 O Humanização Hospitalar .................................................................................................................. 17
2 RECORTES ESPACIAIS ....................................................................................................................... 21
2.1 Localização ............................................................................................................................................ 21
2.2 Analises e Diagnósticos ......................................................................................................................... 23
3 REFENCIAS PROJETUAIS ............................................................................................................. 32
3.1 Hospital Sarah Kubitschek. Salvador – Brasil ................................................................................... 32
3.2 Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow – Reino Unido ................................................... 35
3.3 Hospital do Rocio. Campo Largo - Brasil ........................................................................................... 38
4.1. Justificativa ........................................................................................................................................... 41
4.2 Conceito ................................................................................................................................................. 41
4.3 Partido Arquitetônico ........................................................................................................................... 43
4.4 Programa de Necessidades ................................................................................................................... 44
4.5 Diagramas .............................................................................................................................................. 46
4.6 Técnicas construtivas e materialidade ................................................................................................ 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 51
REFERENCIAS .......................................................................................................................................... 52
ANEXOS ...................................................................................................................................................... 54
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Atribuições de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde ........................................ 14
Figura 2 – Mapa da Localização de Araçatuba no Estado de São Paulo .................................. 22
Figura 3 – Área do projeto. ....................................................................................................... 23
Figura 4 – Mapa de zoneamento............................................................................................... 24
Figura 5 – Mapa de cheios e vazios. ......................................................................................... 25
Figura 6 – Mapa de uso e ocupação do solo. ............................................................................ 26
Figura 7 – Mapa de gabarito de altura. ..................................................................................... 27
Figura 8 – Mapa de vegetação. ................................................................................................. 28
Figura 9 – Mapa de pontos relevantes. ..................................................................................... 29
Figura 10 – Mapa de sistema viário. ........................................................................................ 30
Figura 11 – Mapa topográfico. ................................................................................................. 31
Figura 12 – Mapa de predominância solar e ventos dominantes. ............................................. 32
Figura 13 – Foto panorâmica do Hospital Sarah Kubitschek em Salvador .............................. 33
Figura 14 – Planta térreo .......................................................................................................... 34
Figura 15 – Planta térreo .......................................................................................................... 35
Figura 16 – Corte AA da planta................................................................................................ 35
Figura 17 – Foto do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow ................................. 36
Figura 18 – Planta do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow .............................. 37
Figura 19 - Hospital do Rocio .................................................................................................. 38
Figura 20 - Implantação ........................................................................................................... 39
Figura 21 - Cortes ..................................................................................................................... 39
Figura 22 - Evolução volumétrica ............................................................................................ 42
Figura 23 – Comparação de volumetria e o logotipo ............................................................... 43
Figura 24 – Fluxograma ........................................................................................................... 47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela de síntese comparativa das referências. ...................................................... 40
Tabela 2 - Programa de necessidades ....................................................................................... 44
11
INTRODUÇÃO
De acordo com informações do INCA – Instituto Nacional de Câncer – o câncer é a
segunda causa de morte na população brasileira e estima a ocorrência de 489.270 novos casos
de câncer em 2010. Este fato torna a prevenção, o controle e o tratamento importantes desafios
científicos e de saúde pública da atualidade. (INCA, 2009)
Torna-se necessário então, projetar estabelecimentos assistenciais de saúde adequados à
realidade; ambientes humanizados que contribuam de maneira positiva no tratamento do
paciente e aumentar a qualidade dos serviços prestados pela equipe hospitalar.
A maioria das clinicas e hospitais, carregam o descrédito de um local frio e desumano,
causando aversão na maioria das pessoas que ali circulam. Mas, como a humanização, os
ambientes podem atender as demandas da atividade ali desempenhadas e, ao mesmo tempo,
proporcione conforto. Serviços de saúde precisam de um ambiente relaxante e estimulante para
quem ali frequenta.
Uma das formas de colaborar para essa melhora se dá por meio da humanização, seja do
serviço prestado e/ou da estrutura física do local. Nesse sentido, a arquitetura hospitalar
humanizada tem um papel imprescindível, uma vez que para a criação de ambientes são levados
em consideração os aspectos físicos, psicológicos, sociais, emocionais e éticos dos usuários, o
que proporciona a concepção de espaços que ofereçam as condições necessárias tanto aos
profissionais da saúde quanto aos enfermos. Assim, o presente trabalho tem como objetivo
projetar um centro oncológico especializado, a nível de estudo preliminar, com foco na
humanização, a fim de contribuir para o tratamento oncológico, a partir do estudo sobre
humanização na arquitetura de estabelecimentos assistenciais de saúde, das normas e legislação
pertinentes, e assim, poder criar ambientes que sejam de apoio físico e psicológico tanto para
os pacientes quanto para seus acompanhantes, além do desenvolvimento projetual arquitetônico
focado na expansibilidade e flexibilidade.
12
1 TRATAMENTO ONCOLOGICO E HUMANIZAÇÃO NA
ARQUITETURA
1.1 Oncologia
O tratamento oncológico tem sido uma das áreas medicas que mais evolui e sensibiliza
a sociedade em qualquer parte do mundo, isso em razão dos grandes avanços que as pesquisas
em torno do assunto atingem. Segundo o acervo técnico do Observatório de Oncologia do
Brasil, o câncer é a segunda maior causa de mortalidade por doença, a incidência tem crescido
progressivamente de uma enfermidade que demanda atenção, tratamentos prolongados
acompanhamento adequado este contexto exige uma rede de assistência bem planejada e uma
regulação efetiva, de forma assegurar a universalidade e a equidade e a integralidade do
atendimento.
Hoje os investimentos governamentais e os mecanismos existentes para a estruturação
da rede de atenção oncológica para atender a demanda por tratamento não estão sendo
suficientes. Com essa situação o acesso aos tratamentos para a população brasileira que dele
necessita não são suficientes.
Em razão ao exposto estão sendo propostas recomendações os gestores visando à
resolução dos problemas identificados.
Dentre as medidas propostas, destaca-se a necessidade de recomendar ao ministério
da saúde que desenvolva um plano para sanar de forma efetiva a insuficiência da
estrutura da rede de atenção oncológica, que preveja a ampliação da oferta de serviços,
seja por meio de investimentos próprios ou pela contratação de serviços
suplementares, até a completa solução das carências existentes (BRASIL; 2011. p. 06)
Aguarda-se que a adoção dessas medidas possa contribuir para a garantia do acesso
universal da população a assistência oncológica, viabilizando uma melhor condição de
tratamento e dos índices de cura dos pacientes, constituindo-se em um elemento importante
para o adequado enfrentamento dos desafios que a progressão da incidência de câncer
representa para a saúde pública brasileira.
Devido à pesquisas desenvolvidas pelo Observatório de Oncologia do Brasil, a
incidência dessa doença tem crescido no Brasil, assim como em todo o mundo. E este
crescimento tem refletido no aumento do número de tratamentos ambulatoriais, das taxas de
internações hospitalares e dos recursos públicos demandados para custear os tratamentos. Com
13
este aumento progressivo da demanda por diagnósticos e tratamentos torna-se especialmente
importante que a rede de assistência oncológica esteja estruturada e que seja capaz de
possibilitar a ampliação de atendimento, de forma a assegurar os tratamentos aos pacientes de
que nela necessitam.
Analisando o depoimento de um profissional da área (anexo 1), foi possível destacar as
seguintes insuficiências: insuficiência de rede na oncologia, insuficiência e/ou inoperância dos
equipamentos, e na adequação da estrutura para o acolhimento e tratamento dos pacientes e
insuficiência de recursos humanos.
Um tratamento realizado tardiamente pode trazer prejuízos a qualidade de vida dos
pacientes durante os tratamentos. Os elevados tempos de espera para a realização dos
diagnósticos e exames dos tratamentos podem produzir consequências graves para os pacientes,
como a diminuição das suas chances de cura e do tempo de sobrevida.
1.2 O Centro especializado e a legislação
Segundo o Instituto de Pesquisas Hospitalares, o Brasil é um dos países que possuem
normas mais avançadas relativamente à Arquitetura Hospitalar. Isto não se trata de algo sem
importância, pois se reflete na qualidade do espaço desses serviços. Ao contrário de leis e
decretos, que têm como característica principal o aspecto punitivo e de orientação
comportamental, as normas devem se destacar por seu papel didático e de orientação, não
possuindo, em si mesmas, o poder repressor. Nesse ponto de vista, as normas de
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) não poderão ser analisadas sem a observação
das iniciativas de ensino e a divulgação dos conhecimentos nelas contidos.
Pensando na organização físico funcional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
apresenta na RDC 50 atribuições e atividades desenvolvidas nos diversos tipos de
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Foi possível listar as atividades que são geradoras ou
que caracterizam os ambientes. Estas são também as mais comuns encontradas nos diversos
tipos de estabelecimentos. Segundo BRASIL (1994 p.31)
Mesmo o objetivo seja esgotar a listagem, esta é sempre passível de modificação,
porque sempre será possível o surgimento e/ou transformação das atividades ou até
mesmo das atribuições. Os grupos de atividades de cada atribuição, compõem
unidades funcionais que, embora com estreita conotação espacial, não constituem, por
si só, unidades espaciais.
14
São nove as atribuições que se desdobram em atividades e sub-atividades representadas
no diagrama a seguir:
Figura 1 - Atribuições de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde
Fonte: Resolução – RDC nº 50 (ANVISA 2002)
O Sistema de saúde brasileiro é composto por um grande sistema público gerido pelo
governo, chama Sistema Único de Saúde (S.U.S.), que serve a maioria da população. E pelo
setor privado, gerido por fundos de seguros de saúde privados.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o órgão que auxilia o Ministério da Saúde no
desenvolvimento e coordenação das ações integradas para prevenção e o controle do câncer no
Brasil. Os hospitais do INCA integram o Sistema Único de Saúde (SUS) e oferece tratamento
integral aos pacientes, é uma instituição que auxilia o paciente no seu tratamento, tem atuação
em áreas estratégicas, como prevenção e detecção precoce, formação de profissionais
especializados, desenvolvimento de pesquisa, e geração de informação epidemiológica. Para
ser atendido no INCA ou pelos hospitais que integram a Rede do SUS, os paciente devem passar
anteriormente por um unidade básica de saúde (posto de saúde, ambulatório) e/ou por uma
unidade de média complexidade (clínica especializada, hospital) onde tenha recebido o
diagnóstico, assim eles encaminham para o hospital ou clinica que irá fornecer o tratamento
oncológico.
Hoje em dia é possível encontrar uma série diversificada de grupos, casas e centro aos
pacientes com câncer. Cada um deles possui um objetivo próprio e uma característica individual
15
de agir. Algumas organizações oferecem suporte de estadia, transporte e alimentação para as
famílias que possuem familiares com câncer.
Outras, como por exemplo, a Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com
Câncer (ABRAPEC) já focam em oferecer um apoio social e terapêutico aos pacientes e
familiares através do fornecimento de medicamentos, materiais curativos, suplementos
nutricionais, informação dos direitos dos pacientes, fisioterapia e outros serviços necessários.
Cada organização, entendendo a dificuldade da realidade da doença, de garantir o
melhor tratamento e muitas à dificuldade financeira que isso envolve, oferece apoio em
determinadas áreas com intuito de garantir que o tratamento de câncer seja realizado como
necessário e com maior garantia possível.
1.3 Relação pessoa ambiente
A psicologia ambiental, pode ser definida como estudo do inter-relacionamento entre
comportamento e ambiente físico. Segundo o doutor em psicologia Moser (1998, p. 2), defende
que
As dimensões sociais e culturais estão sempre presentes na definição dos ambientes,
mediando a percepção, a avaliação e as atitudes do indivíduo frente ao ambiente. Cada
pessoa percebe, avalia e tem atitudes individuais em relação ao seu ambiente físico e
social. Por outro lado, inter-relação também quer dizer que estudamos os efeitos desse
ambiente físico particular sobre as condutas humanas. Então a uma reciprocidade
entre pessoa e ambiente. Essa inter-relação é dinâmica, tanto nos ambientes naturais
quanto nos construídos. Ela é dinâmica porque os indivíduos agem sobre o ambiente
(por exemplo, construindo-o), mas esse ambiente, por seu turno, modifica e influencia
as condutas humanas.
Quando nos dirigimos à um hospital, procuramos um local que cumpra uma função
especifica, que é proporcionar condições adequadas para o reestabelecimento de sua saúde.
Porém, tais condições dizem respeito certamente à prestação de um serviço e ao consumo de
certos bens. Este trabalho chama a atenção para um fator por vezes desconsiderado, que seria a
configuração adequada do ambiente, construído e relacional, em que o cuidado com a saúde
tem-se dado em nível hospitalar.
16
Acreditamos que edificação do ambiente deva se dar em função da pessoa que vá utiliza-
lo, atentando para os aspectos subjetivos e intersubjetivos que isso implica. Assim,
considerações do aspecto psicológico tem contribuições importantes a se fazer.
Ao adoecermos, a enfermidade nos conduz a um novo ambiente. Estar no hospital é uma
experiência marcante, o processo de internação rompe com uma continuidade de tempo e
espaço vivida pelo paciente e isso tem implicações.
A experiência do paciente no espaço do hospital marca sua estrutura psíquica
constituindo um processo de humanização do sentido da vida, onde o sujeito redimensiona a
relação com o outro e com sigo próprio. Em entrevista feita com o Oncologista Clínico Dr.
Eduardo Saadi Neto (2018, anexo 1), o mesmo afirma que
O momento da internação hospitalar é um dos mais críticos períodos durante o
tratamento oncológico. Nesta situação, o paciente encontra-se em situação de estresse
físico e emocional, causados pela reclusão e exclusão social e por uma eventual
doença aguda (infecção, dor, toxicidade à quimioterapia). Por isso, é de fundamental
importância que o ambiente hospitalar seja o mais agradável possível. Isto depende,
entre os fatores, de uma estrutura física adequada, bem como de profissionais
preparados para o atendimento e cuidado dos pacientes oncológicos.
A constituição da forma do espaço no hospital deve levar em conta a responsabilidade
pelo destino de uma vida. As situações que iram ocorrer no interior do espaço pressupõem uma
atenção especial com a relação à influência, decisiva que o ambiente exerce sobre o sujeito. A
forma do espaço então tem o poder de conformar o indivíduo influenciando sua maneira de
pensar, agir e sentir.
Pensar nesse espaço significa compreender as impressões que foram deixadas no corpo
do homem. As marcas resultantes sejam elas físicas ou mentais relatam as experiências que o
paciente sofreu durante sua trajetória terapêutica. O corpo humano e espaço formam em
conjunto, o lugar na memória de experiência de vida. Grandes emoções podem estar totalmente
ligadas a um ambiente, e também pode provocar inúmeras sensações como: conforto, controle,
segurança e etc.
17
1.4 O Humanização Hospitalar
A humanização hospitalar a cada dia se torna o assunto mais explorado entre a ciência
e a arquitetura. Este estudo tenta compreender através de um olhar voltado para a arquitetura,
o sistema e as práticas de humanização nos ambientes hospitalares. O propósito da humanização
é tornar o ambiente hospitalar mais humano, sociável, respeitoso e agradável, considerando o
ponto de vista de todos os usuários, principalmente o do paciente.
Os primeiros movimentos de humanização reportam-se à Grécia. Onde os gregos
acreditavam haver ligação entre corpo, mente e espirito e por isso, seus templos eram equipados
com salas especiais, localizadas em sítios onde a paisagem primava pela beleza.
O conforto humano está diretamente relacionado ao conceito de humanização e ao
conforto ambiental. Dessa forma, fatores como iluminação, ventilação e temperatura, são
importantes na concepção de projetos arquitetônicos, visando o bem-estar do usuário.
Nesse processo de transformação nos ambientes hospitalares, umas das ferramentas
mais usadas sem dúvida é o uso de cores adequadas. Segundo MARTINS (2004. P. 65) “O
ambiente das cores é, frequentemente, associado à decoração, no entanto, desde o século XVII,
Newton perceber a natureza física da cor e, por isso, ela entrou no universo da ciência”. De
acordo com BARROS, (2006, p. 15) “A cor é um fenômeno fascinante. Sua presença no mundo
visível exerce incontestável atração sobre nós despertando sensações, interesse e
deslumbramento”.
Ainda de acordo com Barros (2006, p. 15), entende-se que
A cor representa uma ferramenta poderosa para a transmissão de ideias, atmosferas e
emoções, e pode captar a atenção do público de forma forte e direta, sutil ou
progressiva, seja no projeto arquitetônico, industrial (design), gráfico, virtual (digital),
cenográfico, fotográfico ou cinematográfico, seja nas artes plásticas.
Levando em consideração que as cores nos cercam por todos os lados e nos afeta
psicológica e emocionalmente pontua-se a relevância da aplicação dela nos ambientes
hospitalares.
Recentemente, os hospitais vêm sofrendo transformações na intenção de melhorar a
qualidade espacial e consequentemente refletir na qualidade dos serviços oferecidos e
18
recuperação dos pacientes. Segundo CUNHA (2004, p. 57) aponta que “[...] a cor, hoje, deve
ser vista como um elemento que participa dessa mudança uma vez que proporciona bem-estar
e tranquilidade”.
Desta maneira o autor afirma que, “A cor pode criar ilusões, influenciar diretamente o
espaço e criar efeitos diversos, como monotonia ou movimento e, com isso, diminuir ou
aumentar a capacidade de percepção, de concentração e de atenção”. (CUNHA, 2004, p. 58).
Segundo o Ministério da Saúde, (2006, p.10) “as cores podem ser um recurso útil uma
vez que nossa reação a elas é profunda e intuitiva. [...] utilizando cores que ajudam a refletir ou
absorver luz, podemos compensar sua falta ou minimizar seu excesso”.
As cores nas suas várias tonalidades nos emitem estímulos visuais que nem sempre são
recebidos por todos da mesma forma. Em relação a essa afirmação Cunha, (2004, p.57)
argumenta: “Cada estimulo [...]tem características próprias, possuindo tamanho, proximidade,
luz e cor. A percepção visual, portanto, é distinta para cada pessoa”.
Farina (Apud Cunha, 2004, p. 57) defende que
Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a
de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. É
sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio,
tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem que
comunique uma ideia.
Na arquitetura, Martins (2004, p. 65) argumenta que
A cor pode unificar o espaço, como no caso de um ambiente com muitas aberturas e
formas irregulares: uma única cor aplicada diminuirá as assimetrias e evitará que o
olho seja atraído para esses defeitos. Ela pode, ainda, dividir um ambiente, quando se
tem duas partes de um mesmo espaço com cores diferentes. No caso de cores
alternadas, ao provocar um ritmo variado, transmitem animação ao espaço.
As cores ainda podem contribuir para a organização físico-espacial. Segundo o
Ministério da Saúde (2006, p. 25) “[...] o espaço identificado e setorizado por cores torna-se
uma ferramenta eficiente de sinalização, podendo ser caracterizado por dois eixos: o vermelho
da emergência e o azul do pronto atendimento”. Outra função apresentada por Cunha, (2004,
p.58) “[...] as cores também estão presentes na organização das instalações, como no caso de
gases, facilitando a orientação para sua utilização e manutenção”.
19
Alguns estudos apontam os possíveis efeitos das cores sobre os observadores, nesse
sentido pode-se chegar a conclusões sobre possíveis cores ou combinações harmoniosas a serem
aplicadas em ambientes de saúde.
Pode-se citar, por exemplo, a cor azul, que no pensamento de Kandinsky (apud
BARROS, 2006, p. 189) ao estabelecer a ligação com o lado espiritual do homem, traz consigo
a paz e a calma [...]. “O vermelho por outro lado [...] é uma cor autoconfiante, transbordante de
vida, ardente, agitada, efervescente [...]”. (KANDINSKY APUD BARROS, 2006, p. 195).
Estes exemplos mostram as influências das cores no estado de espírito do observador.
Em um ambiente hospitalar é necessário que seja sempre levado em consideração os usuários,
sejas eles pacientes ou funcionários. Sobre as influencias das cores Cunha (2004, p.60) afirma:
Deve-se utilizar combinação de cores nas unidades de saúde. As tonalidades quentes
ou frias devem ser equilibradas. Com a predominância das tonalidades quentes,
quando não excessivamente estimulantes, mas o suficiente para mantes os pacientes
despertos e os funcionários com uma boa produção, o local fica com aspecto vivo e
animado, e pode-se dizer o mesmo dos pacientes e funcionários.
Conclui-se que a cor pode ser um elemento essencial na melhoria da qualidade do espaço
físico hospitalar. Levando-se em consideração sua influência sobre as pessoas, percebeu-se que
as cores podem proporcionar conforto visual, diminuir o estresse dos usuários, além de
contribuir na organização espacial.
“Com uma organização mais estruturada, os romanos construíram grandes enfermeiras
militares [...] estabelecendo o contato com a natureza através de pátios internos. Contudo, elas
eram totalmente fachadas à população civil”. (FONTE et al, 2004, p. 02). “No início da Era
Industrial, registra-se uma grande evolução da tipologia pavilhonar e os pátios assumem
proporções mais amplas, por favorecerem a iluminação e ventilação naturais”. (FONTES et al,
2004, p.02).
Fonte et al (2004, p.02) completa, afirmando que
A relação dos ambientes com espaços exteriores foi, ao longo do tempo, em maior ou
menor grau, valorizada como medida para solucionar as questões de salubridade das
construções, proporcionando iluminação e ventilação naturais.
20
Reis-Alves (2004) aponta que
Os pátios internos permitem uma maior exposição do edifício à circulação dos ventos
e, se sombreado, criam um adequado espaço bioclimático[...] Em termos acústicos, o
pátio interno possui características próprias, configurando um espaço com ambiência
sonora própria. Como espaço de proteção acústica, possibilita ao homem
simultaneamente estar ao ar livre e proteger-se contra as fontes de ruído externo à
edificação.
No ambiente hospitalar a utilização dos pátios pode ser ainda mais vantajosa, pois nesses
ambientes, além das contribuições climáticas, o pátio traz a promessa do conforto psíquico e
emocional e gera espaços de descanso para funcionários e acompanhantes.
Segundo Dobbert (2010, p.23), “paciente, familiares e profissionais são geralmente
afetados pelo estresse, pois a doença do paciente e o próprio ambiente hospitalar geram tensões
que podem desencadear o estresse”.
Para o ambiente, a morfologia do edifício hospitalar pode tornar-se simbólica e, neste
sentido, o pátio funciona como arquétipo de proteção, de bem-estar e harmonia contra
os males externos, favorecendo o bem-estar mental e, consequentemente, a melhora
de seu estado físico. (FONTES, et al, 2004, p. 03).
Os pátios como elementos funcionais das edificações ainda podem agregar o valor da
vegetação, visto que está também contribui para o bem-estar e até mesmo pode influenciar no
tempo de recuperação de pacientes. Exemplo disso é citado por Clare Cooper Marcus e Marni
Barnes (MARCUS et al., 1995 apud SOUSA, 2016, p. 12), que em um estudo de avaliação pós-
ocupação estudaram os impactos nos utilizadores[...] concluiram que a maioria dos
entrevistados reportam alivio de estresse e mudanças de humor positivas, após permanecerem
algum tempo no jardim.
Said (2003 apud Dobbert, 2010, p. 19) acredita que a “sensação de conforto são
refletidas por reações fisiológicas e psicológicas do corpo humano, promovendo sua
recuperação devido às qualidades terapêuticas da natureza”. “A vegetação apresenta-se,
portanto, como uma excelente ferramenta para a melhoria das condições climáticas e aumento
do conforto humano em hospitais[...]”. (DOBBERT, 2010, p. 19).
Os jardins no edifício hospitalar, “também chamado de jardins terapêuticos” é um
conceito que vem sendo estudando e investigado há algum tempo. Algumas tipologias desses
espaços exteriores com potencial terapêutico destacam-se: paisagens ajardinadas extensivas;
21
paisagens emprestadas, circuitos na natureza; enquadramento paisagístico; jardim de entrada,
coberturas ajardinadas, jardim de contemplação, entre outros.
Sobre os jardins Marcus et al (apud Sousa, 2016, p. 31) ressalta que:
O jardim terapêutico deve contrastar com ambiente inerente ao edifício/os de uma
unidade de saúde, assim, quanto mais institucional este for, maior a necessidade de
criar um jardim dominado por elementos naturais e traçados orgânicos capazes de
instigar o conforto psicológico dos utilizadores.
Os pátios e jardins, pelo contato com exterior, são ambientes mais agradáveis de estar
do que no interior das unidades de saúde. Dessa forma este devem “[...]ser projetados para
incentivar caminhadas e outros tipos de exercício associados aos programas terapêuticos dos
utentes, por exemplo sessões de fisioterapia ou de horticultura terapêutica”. (SOUSA, 2016, p.
25).
Nesse sentido, os pátios se apresentam como uma excelente solução na arquitetura
hospitalar, agregando melhorias na condição bioclimática e quando adotados de jardins como
paisagem, contribuem significativamente no bem-estar mental dos usuários. Jardins
terapêuticos podem influenciam na recuperação física dos pacientes através de atividades ao ar
livre como caminhadas, fisioterapias, etc. Segundo em entrevista com o Doutor Eduardo Saadi
(ver anexo 1) “A luminosidade natural traz uma sensação de bem - estar e liberdade. Há
necessidade que o consultório médico e áreas de avaliação clínica e de infusão de medicações
sejam bem iluminadas (mesmo que artificialmente), para que o exame físico e os procedimentos
sejam adequados.[...]”.
2 RECORTES ESPACIAIS
2.1 Localização
O projeto está situado no município de Araçatuba, município brasileiro do interior
estado de São Paulo.
22
Figura 2 – Mapa da Localização de Araçatuba no Estado de São Paulo
Fonte: Wikipédia 2018.
O terreno proposto para execução do projeto está localizado no bairro Panorama, mais
precisamente sendo a rua de principal acesso à rua Gaspar de Lemos. O local encontra-se
aproximadamente 3,5 km de distância do centro da cidade de Araçatuba, onde o tempo estimado
de percurso é de 11 minutos. A escolha do terreno seguiu pela boa localização e acesso do
terreno, por estar próximo a um hospital e também por aspectos pessoais, já que a uma real
necessidade do município e da região em relação ao serviço que o Centro irá oferecer.
23
Figura 3 – Área do projeto.
Fonte: Google maps 2018, editado pelo autor, 2018.
2.2 Analises e Diagnósticos
Como pode ser analisado, no plano diretor da cidade de Araçatuba, o terreno para a
implantação do projeto, segundo o mapa de zoneamento da cidade, situa-se na Zona de
Ocupação Condicionada, ou seja, é composta por uma grande diversidade de padrão
ocupacional. Porém o terreno encontra-se próximo a uma zona de desenvolvimento regional,
que é composta por uma região com grande potencialidade de crescimento urbano e
desenvolvimento.
24
Figura 4 – Mapa de zoneamento.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
Através do mapa de cheios e vazios, foi possível analisar os lotes construídos e os
terrenos não ocupados. Por se tratar de uma região próxima à Zona de Desenvolvimento
Regional, a área delimitada próxima ao terreno apresenta número significativo de lotes não
ocupados. Na região oeste é possível observar uma presença maior de lotes ocupados tendo
como possível justificativa ser composto por bairros mais antigos, como o Parque Baguaçu e o
Jardim Nova York.
25
Figura 5 – Mapa de cheios e vazios.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
Ao analisar o mapa é possível observar que o terreno escolhido para a implantação do
projeto situa-se em um local onde o uso e ocupação é predominantemente residencial. Os lotes
encontram-se distribuídos em sua maioria em residenciais, comerciais e de prestação de
serviços.
Os lotes que oferecem serviços comerciais tratam-se em sua maioria de restaurantes e
mercados de pequeno porte. Já os lotes ocupados com assistência á saúde e educação, estão em
menor escala próximo ao terreno, pois o mesmo encontra-se em uma área que esta em
desenvolvimento.
26
Figura 6 – Mapa de uso e ocupação do solo.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
É possível notar a predominância de construções térreas e também que possuem no
máximo dois pavimentos. As construções que possuem mais de dois pavimentos, são quase que
exclusivamente por conta de prédios residenciais existentes no bairro.
27
Figura 7 – Mapa de gabarito de altura.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
Ao estudar o entorno da área escolhida, foi visto que pequenas partes são com vegetação
de mata, uma parte de vegetação rasteira e sua maioria com vegetação espaçada de médio e
grande porte.
A vegetação existente no entorno da área delimitada pode ser considerada mediana
quanto a quantidade. A região norte é composta por um bairro relativamente novo, ou seja, as
arvores presente em sua maioria estão com pouca idade e com isto produzem pouca sombra, já
no região oeste é composta por bairros mais antigos, consequentemente possuem arvores
maiores garantindo um bairro com mais sombra e conforto térmico. Nas regiões leste e sul é
possível observar uma vegetação predominante de pasto, pois a cidade está em processo de
desenvolvimento em sentido dessas regiões.
28
Figura 8 – Mapa de vegetação.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
A área delimitada para estudo, possui três pontos de grande significância para o
município e para área escolhida, sendo eles, o hospital Unimed, que pode ser considerado um
hospital privado ou particular; O SEST que é o serviço social do transporte; e as universidades
Unip e UniSalesiano que possuem variados cursos para a região.
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Figura 9 – Mapa de pontos relevantes.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
A principal rua de acesso ao terreno é a rua Baguaçu, classificada como uma rua
principal de Araçatuba, pois dá acesso à rodovia Vicinal Teotônio Vilela, conhecida também
por Guatambu. Interligada a rua Baguaçu, encontra-se importantes ruas e avenidas para a cidade
de Araçatuba, como a avenida Joaquim Pompeu de Toledo, avenida Waldir Felisola de Moraes,
rua Silva Jardim e rua Luiz Pereira Barreto.
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Figura 10 – Mapa de sistema viário.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
Ao analisar o levantamento do terreno da região escolhida, saber suas medidas
aproximadas e tipo de relevo, percebeu-se pelas suas curvas de nível que a área é levemente
plana, ou seja, a topografia é pouco acidentada, com pequenos declives e aclives, facilitando
assim o desenvolvimento da execução do projeto, sem necessidade de grande movimentação
de terra, diminuindo ao máximo o impacto ambiental gerado por este tipo de atividade.
31
Figura 11 – Mapa topográfico.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
A orientação solar é um fator a ser considerado para a elaboração do projeto, pois
influencia diretamente no conforto térmico.
O mapa representa o percurso do sol em relação a localização do terreno de implantação
do projeto, sendo assim pode-se concluir que a face sol está voltada para a rua Gaspar de Lemos,
ou seja, o norte do terreno irá receber sol durante grande parte do dia, ao contrário da face sul,
que receberá menos insolação durante o ano.
Segundo dados baseados em observações feitos pelo site Windfinder, na cidade de
Araçatuba a direção dos ventos predominantes durante o ano vem do sentido leste-sudeste e
sul-sudeste.
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Figura 12 – Mapa de predominância solar e ventos dominantes.
Fonte: Plano diretor, 2006 e editada pelo autor, 2018.
3 REFENCIAS PROJETUAIS
3.1 Hospital Sarah Kubitschek. Salvador – Brasil
Ficha Técnica
Arquiteto: João Figueiras Lima (Lelé)
Ano: 1994
Tipo de Projeto: Hospitalar
Status: Construído
Materialidade das estruturas: Metal
Fonte: Rede Sarah
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Figura 13 – Foto panorâmica do Hospital Sarah Kubitschek em Salvador
Fonte: Rede Sarah
Segundo o acervo técnico do hospital Rede Sarah Kubitschek, a unidade de Salvador,
projeto desenvolvido pelo arquiteto Lelé, teve início de sua execução 1991 e foi finalizado no
ano de 1994. Está localizado na Avenida Tancredo Neves, zona urbana de Salvador – BA. Sua
área tem aproximadamente 20.000,00m² e o terreno tem a área total de 128.395,08m².
O projeto apresenta uma planta horizontal onde os espaços que necessitam de
privacidade são dispostos na parte central do edifício enquanto os ambulatórios e unidades de
terapia situam-se nas laterais com vista para os jardins.
Por estar situado em uma área de mata atlântica nativa o edifício faz uso de grandes
panos de vidro, de forma que os jardins adentrem a volumetria, trabalhando a relação do interior
e exterior.
Importante características são os sheds usados para o fechamento das coberturas, que
estão dispostos paralelamente uns aos outros, são de materiais metálicos com detalhes amarelos.
A opção do uso do shed ultrapassa a questões estética para o desempenho do conforto
ambiental. Além de proporcionar iluminação natural, ele ainda funciona como extrator de ar,
assegurando a qualidade interna do ambiente. Os detalhes amarelos visualizados em sua
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volumetria são peças de metal acopladas ao shed que funcionam como brises que protegem os
ambientes internos da radiação solar direta.
Figura 14 – Planta térreo
Fonte: Rede Sarah
Outro ponto que se destaca é a arte de Athos Bulcão, artista responsável pela criação de
painéis multicoloridos que são utilizados como limitadores do terreno, além de painéis em tons
de laranja e azul.
O projeto é considerado referência em arquitetura hospitalar por apresentar excelente
soluções bioclimáticas, bem como grande preocupação com o conforto dos usuários.
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Figura 15 – Planta térreo
Fonte: Rede Sarah
Figura 16 – Corte AA da planta
Fonte: Rede Sarah
Esse projeto foi escolhido como referência pelo fato de se pensar em como fatores
psicológicos poderiam afetar os usuários do projeto, fazendo com que o edifício não remetesse
a um ambiente hospitalar. Outro fator importante, foi o estudo feito das aberturas e valorização
da ventilação e iluminação natural.
3.2 Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow – Reino Unido
Ficha Técnica
Arquiteto: Rem Koolhass e Ellen Van Loon
Ano: 2008
Tipo de Projeto: Hospitalar
Status: Construído
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Materialidade: Vidro e concreto
Fonte: Archdaily
Figura 17 – Foto do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow
Fonte: Archdaily
O projeto arquitetônico do Centro de Maggie localizado em Glasglow no Reino Unido,
foi idealizado pelo grupo OMA em 2008 para estar nas proximidades do Hospital Gartnavel.
Este Centro de Apoio de Recuperação, mantem também a característica fundamental da
organização de proporcionar um ambiente de apoio prático e emocional as pessoas com câncer,
seus familiares e amigos. Oferecendo um espaço em que as pessoas se sintam em casa, cuidadas,
bem recebidas e acolhidas.
O grupo OMA dos parceiros de projeto Rem Koolhass e Ellen van Loon, foi chamado
pela organização do Centro de Maggie no ano de 2007 para realização do projeto. Contruido
no ano de 2008, o grupo idealizou o projeto em um único pavimento com vários espaços
formados por uma sequência de figuras em forma de “L” que circundavam um pátio formando
uma espécie de círculo.
Apesar da segregação de espaços parecer formada ao acaso o edifício é na verdade uma
composição cuidadosa dos espaços, que visa responder com qualidade as necessidades para que
o Centro seja concebido. Os espaços formados pelas paredes em forma de “L” formam
ambientes distintos, mas que não seja uma serie isolada de quartos. Esta concepção elimina a
necessidade de corredores além de proporcionar fluidez ao projeto.
A flexibilidade do projeto com as aberturas dos ambientes para o interior ou exterior do
projeto também possibilita a formação de novos espaços amplos além de permitir que as pessoas
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se sintam bem e vontade para interagir com o ambiente. As aberturas fazem parte do projeto e
o modificam de acordo com a necessidade ou desejo; assim se identificam com o edifício o
tornando mais introvertido com os planos de vidro fechado, ou torná-lo extrovertido criando
um diálogo entre o interno e externo.
Localizado em uma esfera natural, os ambientes lançam suas aberturas por vezes para o
pátio interno e em outras para a floresta que fica no exterior, e a variação de nível é sutil
acompanhando o terreno. O arranjo espacial interliga a área de alimentação, escritórios, espaços
de múltiplas funções e uma série de pequenas salas de aconselhamento através de fronteiras
permeáveis de vidro que dão acesso ao jardim.
Figura 18 – Planta do Centro de Apoio e Recuperação Maggie Glasglow
Fonte: Archdaily
Esse projeto foi escolhido como referência por conta da disposição dos ambientes
ao redor de um pátio, fazendo com que os usuários possam manter uma troca com o externo.
Outro fator foi a aberturas de janelas dispostas paralelamente voltadas para a área interna e
externa, proporcionando a ventilação cruzada e mantendo os ambientes sempre ventilados
e iluminados.
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3.3 Hospital do Rocio. Campo Largo - Brasil
Ficha Técnica
Arquiteto: Manoel Coelho Arquitetura e Design
Ano: 2014
Tipo de Projeto: Hospitalar
Status: Construído
Materialidade: Vidro, aço e concreto
Fonte: Archdaily e Manoel Coelho Arquitetura
Figura 19 - Hospital do Rocio
Fonte: Archdaily
Desenvolvido pelo escritório Manoel Coelho Arquitetura e Design e de autoria de
Manoel Coelho e Antônio Abrão, o projeto do Hospital do Rocio, localizado na cidade de
Campo Largo no Paraná abrange um total de Área de 553.000m². O projeto apresenta como
conceito geral a correta organização do setores e fluxos do hospital, bem como preza pela
qualificação e humanização para garantir melhores condições de atendimento, permanência e
recuperação.
A implantação do hospital prioriza a iluminação natural e a relação do interior x exterior.
Essa relação acontece permitindo que os usuários tenham um acesso visual ao bosque natural
preservado, que situa-se no entorno. O projeto se consolida a partir de dois eixos de circulação
paralelos, esses eixos são responsáveis por organizar os fluxos de pacientes e funcionários, além
de distribui-lo para funções do hospital no pavimento térreo.
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A escolha desse projeto, se deve a boa escolha das técnicas construtivas e utilização de
materiais. Além do bosque situado no terreno, a planta da unidade hospitalar que apresenta
jardins entre os setores, o que favorece e intensifica o contato dos usuários ao exterior.
Figura 20 - Implantação
Fonte: Archdaily
Figura 21 - Cortes
Fonte: Archdaily
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Tabela 1 – Tabela de síntese comparativa das referências.
Fonte: Próprio autor, 2018.
Hospital Sara
Kubitschek -
Salvador Brasil
Centro de Apoio e
Recuperação
Maggie Glasglow
– Reino Unido
Hospital do Rocio.
Campo Largo –
Brasil
ESTRUTURA
Implantação
dividida em três
blocos.
Um bloco em
formato circular
Implantação
dividida em quatro
blocos.
PÁTIO
Externo; local de
convívio e
permanência.
Interno, central ao
edifício. Local de
convívio e
permanência
Pátio externo
ILUMINAÇÃO
NATURAL
Utilização de sheds
para iluminação
vertical e amplas
janelas e portas
envidraçadas
Grandes aberturas,
com fechamento
em vidros.
Grandes painéis de
vidros em toda a
sua extensão.
CIRCULAÇÃO
Corredores e pátio
externo.
Corredores e pátio
interno.
Grandes eixos de
circulação
paralelos.
VISUAIS
Os ambientes
internos estão
intimamente
conectados aos
jardins externos
que rodeiam o
edifício.
Os ambientes
internos estão
conectados ao pátio
interno e a natura
que o rodeira.
Os visuais internos
são privilegiados
pelo bosque natural
externo. A
utilização de lajes
jardins são
elementos
marcantes no
interior do edifício.
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4 O PROJETO
4.1. Justificativa
A escolha do tema foi baseada em suprir a carência em atender ás necessidades toda a
população no que se refere ao diagnóstico e recuperação durante e após o tratamento de doenças
oncológicas. Porém, proporcionando aos usuários conforto, bem-estar, comodidade, motivação,
confiança, aumento de autoestima e diversos e diversos benefícios psicológicos, através de uma
arquitetura de humanizada e sustentável. Muitas vezes o espaço de uma clínica, hospital ou
qualquer local relacionado a área da saúde, é visto apenas como uma área de articulação e
procedimentos técnicos.
A humanização do centro será um processo que envolverá não só os pacientes e os
familiares, mas também os funcionários que estão ali todos os dias compartilhando do
sentimento de cada um. Os serviços de atendimento da área da saúde demandam profissionais
satisfeitos que precisam de um espaço funcional para agilizar os processos de tratamento, mas
antes disso, é necessário passar para o paciente confiança, segurança e conforto, para melhor
atender melhor às necessidades dos mesmos. Enfim, proporcionar um ambiente adequado pode
fazer toda diferença quando se refere a tratamentos e recuperações oncológicas e até mesmo
outros tratamentos, transmitindo assim, uma maior sensação de conforto e influenciando
diretamente na recuperação e evolução do paciente.
4.2 Conceito
Segundo o dicionário o abraço significa “Ato de abraçar, de apertar os braços,
geralmente em demonstração de amor, gratidão, carinho, amizade, etc = AMPLEXO”
(AURELIO DICIONÁRIO, 2018).
O abraço, pode ser uma demonstração amor, carinho, afeto e amizade. É um gesto que
liga intimamente as pessoas, gera benefícios tanto para quem abraça como para quem está sendo
abraçado. Apesar de sua simplicidade, este gesto é rico em sentimentos e emoções. Desde cedo
as pessoas aprendem a abraçar e a partir deste ato conseguem transmitir as emoções que sentem,
sejam elas boas ou ruins, e com isso criam laços. (SIGNIFICADOS,2018).
Para quem passa por situações difíceis receber um abraço é reconfortante, porque
significa atenção, apoio, acolhimento e transforma-se em um gesto de solidariedade com o
próximo. A pessoa que recebe o abraço pode perceber que não está sozinha e que tem algum
apoio.
42
Um estudo realizado pela Universidade Médica de Viena (Austrália) constatou que
abraçar alguém pode reduzir o estresse, o medo, a ansiedade e a pressão arterial, promover o
bem-estar e melhorar a memória. Este fato se dá devido ao aumento de uma substancia chamada
oxitocina, que tem a particularidade de reduzir os estados de estresse e ansiedade, elevando a
felicidade e o bem-estar da pessoa. Porém, esta pesquisa aponta que o abraço só gera resultado
positivo se as pessoas confiam uma das outras, se os sentimentos presentes são mútuos e os
sinais correspondentes são transmitidos de dentro para fora (HYPESCIENCE, 2015).
Este projeto tem como conceito o gesto do abraço, que pode transmitir tantos
sentimentos e emoções, traz conforto, segurança, confiança e acolhimento.
A tradução deste conceito será dada por uma arquitetura voltada para dois grandes
pátios internos, como mostra o estudo volumétrico ilustrado na figura 22, com jardins que
deverão ser receptivos e acolhedores, sendo utilizado como espaços de refúgio, meditação,
distração e socialização. De diversos pontos da edificação será possível visualizar os jardins,
para que mesmo em situações dolorosas os pacientes possam sentir o acolhimento, a paz e o
aconchego por este espaço
. Fonte: Próprio autor, 2018.
O simbolismo deste conceito também poderá ser visto no volume e contorno da
edificação, que possui um formato que remete a duas pessoas se abraçando. Aspectos que
podem ser observados e comparados na imagem do logotipo do centro e da volumetria do
projeto. Foi possível caracterizar na volumetria o entrelaçar do gesto do abraço, retomando o
aspecto acolhedor e reconfortante desta ideia.
Figura 22 - Evolução volumétrica
43
Fonte: Próprio autor, 2018.
4.3 Partido Arquitetônico
O partido arquitetônico adotado para o projeto, foi elaborado a partir da intenção de
projetar um centro que possuísse ambientes com conforto visual, acústico, térmico, com
iluminação adequada, cores entre outros aspectos que irão tornar uma atmosfera acolhedora e
caseira, possibilitando aos pacientes, familiares e colaboradores maior conforto.
Uma das primeiras decisões projetuais foi trabalhar com a forma da edificação, que ao
longo do processo foi abstraído da imagem de um abraço, e que resultou em uma diferente
configuração espacial, tendo como função facilitar a integração interior e exterior sem
prejudicar a segurança dos pacientes. Sendo assim, não existe, portanto, um único campo visual
que permita visualizar o centro por inteiro.
Cada parte permite a visualização do ambiente ao seu redor e as circulações entre eles,
e a integração entre dois jardins que produz diferentes sensações de conforto e paz.
O diferencial do projeto é tentar manter uma estrutura lógica e racional de organização
espacial, e explorar o sensorial com a implantação dos jardins, proporcionando uma variedade
de estímulos nos espaços de uso comum a partir de diferenças de campos visuais, da exploração
das cores, textura, luz e variação de materiais.
Figura 23 – Comparação de volumetria e o logotipo
44
4.4 Programa de Necessidades
Tabela 2 - Programa de necessidades
Programa de Necessidades
Setor Atividade Quantidade
Hall de entrada
Recepção 1
Área de Espera 2
Sanitários 2
Cafeteria
Salão 1
Caixa 1
Cozinha 1
Deposito 1
Dispensa 1
Sanitários 1
Administração
Secretaria 1
Direção 1
Arquivo 1
Sanitários 2
Farmácia Atendimento 1
Estoque 1
Consultórios
Odontológico 1
Nutricionista 1
Psicólogo 2
Assistente sociais 1
Oncologista 3
45
Medicina Integrativa
Pilates 1
Ginastica 1
Yoga 1
Musico Terapias 1
Diagnostico
Raio - x 1
Tomografia 1
Ressonância Magnética 1
Endoscopia 1
Ultrassonografia 2
Sala de Laudos e Interpretação 1
Salas de Coleta 10
Laboratório de processamento 1
Sala de Indução Anestésica 2
Assepsia 1
Sanitários 2
Pesquisa e Triagem
Laboratório 1
Sala para Pesquisa e Triagem 1
Sala de Reuniões 1
Radioterapia
Acelerador Linear 2
Sala de Comando 2
Sala de Curativos 1
Sala de Repouso 2
Quimioterapia
Sala de Aplicação Curta 10
Sala de Aplicação Longa 5
Farmácia 1
Posto de Enfermagem 1
Observação Leitos 2
46
Copa
Salão 1
Cozinha 1
Dispensa 1
Sanitários 1
Infraestrutura
Sala de Maquinas 1
Gases 1
Lixo 1
Estacionamento Vagas 112
Guarita 2
Fonte: Próprio autor, 2018.
4.5 Diagramas
Uma unidade hospitalar deve-se criteriosamente prezar pela boa setorização e circulação
para garantir um bom funcionamento e apresentar boa relação entre setores. Nesse sentido o
fluxograma seguiu as exigências de continuidade entre setores para o desenvolvimento do
projeto.
47
Fonte: Próprio autor, 2018.
A planta do projeto foi desenvolvida apenas com um pavimento, essa diagramação
permitiu a relação entre todos os setores de forma que os mesmos interagissem de maneira
fluída e eficiente. A relação dos setores surgiu apartir do grau de risco e prioridade no
atendimento.
4.6 Técnicas construtivas e materialidade
Como técnicas construtivas, foi escolhido para o projeto a questão de priorizar ao longo
desse trabalho o estudo de tecnologias sustentáveis, empregadas em uma construção de baixo
impacto ambiental, alto valor social e cultural. O projeto gira em torno da busca por soluções
arquitetônicas estruturais que utilizem matéria prima local na construção, diminuindo os custos
e impactos negativos, a busca por mão de obra de moradores locais e de futuros usuários.
O sistema construtivo adotado para o projeto é a de alvenaria estrutural, onde une-se a
estrutura e a vedação da edificação, utilizando blocos de concreto. A economia de aço, cimento,
areia e pedra britada é um dos quesitos fundamentais na escolha desse sistema. A economia de
madeira também é um fator preponderante na escolha do sistema construtivo, já que na
Figura 24 – Fluxograma
48
alvenaria estrutural não se usa pilares nem vigas, dispensando assim a confecção de fôrmas e,
consequentemente, reduz ou elimina o uso de madeira na obra. Algumas outras vantagens do
sistema são a racionalização e a limpeza do canteiro de obras, a modulaçãodas paredes portantes
evita o desperdício dos blocos, auxiliando também na redução dos custos, os quais, aliás, podem
chegar a até 15% em relação ao modelo tradicional. Além do mais, o tempo de execução é bem
reduzido, pois grande parte da ora se destina a confecção de pilares e vigas
Para a fachada foi escolhido a pele de vidro, também chamada de fachada cortina
estructural glazing. Extremamente atraente a fachada pele de vidro é uma técnica que tem como
um dos objetivos um trabalho desenvolvido com rapidez, economia e ótima vedação comparada
com outros métodos encontrados no mercado. Essa técnica oferece maior segurança ao
ambiente, o material recebe uma aplicação de película que proporciona a todos que se
encontram no interior do espaço maior privacidade e resistência do vidro, dificultando possíveis
tentativas de furto. E o mais importante para o projeto é que a película auxilia também na
redução considerável dos raios ultravioletas, fator considerável já que pacientes oncológicos
não podem ter contato com o sol. Entre tantas vantagens a fachada pele de vidro tem como
finalidade propagar a luz natural nos ambientes e ao mesmo tempo proteger a todos contra as
ações adversas do tempo.
Para os ambientes internos, foi escolhido o sistema de vidro inteligente, que possibilita
ter um equilíbrio entre a privacidade e a entrada de luz nos ambientes. Por meio de um sistema
inovador, o vidro de cor branco translúcido se transforma em incolor, apenas ao apertar de um
botão. O vidro é feito por um processo de laminação de dois vidros com um filme de LCD
(liquid cristal display – cristal líquido) com polímeros dispersos; ao se aplicar uma voltagem
no material, as moléculas se organizam em uma direção específica, tornando-o incolor. Isso
permite a passagem de luz por meio do vidro. Quando o dispositivo é desligado, volta à sua
condição original, de branco translúcido. Além de garantir a privacidade, o vidro inteligente
reduz a passagem de ruídos e protege o ambiente contra danos causados pelos raios ultravioleta,
dispensa o uso de cortinas e persianas, maior facilidade de limpeza e reduz riscos de infecções.
No piso foi escolhido o piso laminado hospitalar, que além de serem lindos, os pisos são
de madeira reflorestada e ecologicamente correta, possuem tratamento para se tornar um
material antibacteriano, tratamento para não acumular fungos, tratamento à prova d’água,
instalação mais rápida e sem cola com sistema Click e outras características importantes para
ambientes hospitalares. O piso elevado é composto de placas modulares encaixadas sobre
49
pedestais para deixar um vão entre o contrapiso e o piso. Tal espaço possibilita a passagem do
cabeamento de dados e energia. Dentre as vantagens que o piso oferece então entre eles: limpeza
prática, rápida e sem esforço: Otimizar o tempo não é uma questão de luxo nos últimos dias,
mas uma questão de praticidade. Para obter tais resultados, o piso laminado para hospital propõe
a quem o utiliza uma limpeza prática e de fácil assepsia.
Será usado também o piso vinílico em manta, devido a sua qualidade e durabilidade, já
que é um material totalmente resistente a água devido a uma resistente camada de HP Coating
na superfície. Tornando as características e vantagens do piso vinílico em manta único em
relação aos demais tipos. Esse tipo de piso são de uso obrigatório devido as regras de vigilância
sanitária, por ser o único piso que tem a capacidade de ser monolítico (uma peça única) inclusive
fazendo a junção do piso vinílico em manta com o rodapé com a mesma peça, sem formar o
efeito conhecido como “canto vivo”.
Como o projeto se trata de uma edificação de grande porte, o consumo de energia elétrica
poderá ser demasiado, e para que minimizar essa questão o centro contará com placas
fotovoltaicas dimensionadas ao redor do prédio. A energia solar fotovoltaica é a energia obtida
através da conversão direta da luz do sol em eletricidade, isso ocorre através de um efeito
chamado fotovoltaico que é o aparecimento de uma diferença de potencial nas extremidades de
material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A célula fotovoltaica é a unidade
fundamental para este processo.
Com a conscientização sobre a limitação do uso da água potável, questões referentes à
importância da preservação dos recursos hídricos, ganham a cada dia maior destaque e no
projeto não foi diferente. Sendo assim, alguns sistemas foram introduzidos no centro como por
exemplo a captação de aguas pluviais e pisos drenantes nas áreas externas.
Existem diferentes sistemas de captação da água pluvial, e o escolhido foi através do
escoamento de agua em grelhas que estão espalhadas pela área do jardim. A água coletada pelo
sistema de grelha tradicional é direcionada a um tubo de queda de água, onde se encontra um
filtro seletor que irá separar os resíduos sólidos (folhas e impurezas que ficam nas calhas),
despejando a água filtrada em um reservatório inferior (cisterna) para o armazenamento. A
cisterna pode será subterrânea, nela a água passa por um tratamento com cloro orgânico. Uma
bomba direciona a água armazenada na cisterna para o reservatório superior (caixa d’água) onde
será distribuída para as torneiras da área externa e sanitários. Os pisos drenantes além de
50
facilitar a permeabilidade da água no solo em torno da edificação nas áreas externas, como
jardins, estacionamento e calçadas, os pisos drenantes têm o objetivo de, além de drenar, serem
antiderrapantes e muito fáceis de instalar.
O centro possuirá apenas lâmpadas de LED, tanto em areas internas quanto externas. Os
LEDs são dispositivos eletrônicos feitos a partir de um bulbo de material semicondutor ligado
a uma corrente elétrica, chamado diodo. Quando o LED recebe a corrente elétrica, os elétrons
do semicondutor são excitados, liberando energia na forma de luz. Como este processo não se
baseia na transformação de gases nem na incandescência de filamentos metálicos, mas na
simples excitação dos elétrons, os LEDs consomem uma quantidade irrisória de eletricidade
para a geração de luz. Além de não possuir metais pesados, sendo consideradas ecologicamente
corretas, baixa manutenção entre outras vantagens.
Segundo Osmario Venância, entre 40% e 60% dos resíduos sólidos urbanos das grandes
cidades são provenientes da construção civil. Eles são em sua grande maioria: argamassa, areia,
cerâmica, concreto, madeira, metais, plásticos, pedra, tijolos, tintas e papéis. Sabe-se que esses
resíduos, assim como os demais gerados no Brasil são jogados no meio ambiente de forma
desordenada e despreocupada. Infelizmente a cidade de Araçatuba não possui um local
adequado para esse descarte e tratamento, mas é importante saber que existem usinas de
reciclagem na região, como por exemplo, na cidade de São José do Rio Preto, onde se pode
encontrar não só um local adequado, como empresas especializadas que transportam os
mesmos. Tratam-se de empresas que, de uma forma geral e simplificada, recebem os entulhos,
separam, passam por um britador e geram um produto final que serve à própria indústria civil.
Esse novo produto pode ser utilizado como agregado para concreto, construção de aterros ou
servir de base para pavimentação, além de tantos outros usos.
As vantagens desse tipo de serviço são enormes. Além da geração de empregos,
diminuição da poluição ocasionada pelo entulho antes descartado de forma irresponsável no
meio ambiente gera uma maior preservação das fontes naturais de matéria prima.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As edificações voltadas para áreas da saúde, vem sendo a cada dia mais discutidas por
profissionais da construção civil e corpo médico. Concluo este trabalho com satisfação em
pensar e projetar um edifício que envolva não só um conjunto arquitetônico, mas também que
satisfaça as necessidades decorrentes de ambientes hospitalares com deficiência em
humanização e maior bem-estar. Os pacientes oncológicos necessitam de um olhar diferenciado
em relação aos ambientes hospitalares, por isso foi aplicado espaços fluídos, permeáveis de
iluminação e dotados de conforto, bem-estar e esperança.
Ainda que a arquitetura não seja capaz de curar uma enfermidade, é possível que esta
seja pensada de forma a amenizar o sofrimento deste tipo de usuário que se mostra tão sensível,
vulnerável fisicamente e psicologicamente.
A escolha do tema ocorreu a partir da identificação pessoal pelo tema hospitalar e
também por conta da vivência pessoal por passar por um tratamento oncológico. Várias
observações puderam ser feitas e indicaram as deficiências ainda atuais quanto aos aspectos do
ambiente físico dos estabelecimentos de saúde e aos aspectos sociais e psicológicos associados
ao bem-estar do paciente e de seus familiares.
52
REFERENCIAS
ANVISA. Resolução – rdc nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. (i). Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2002/50_02rdc.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2018.
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<https://www.archdaily.com.br/br/872443/hospital-do-rocio-manoel-coelho-arquitetura-e-
design>. Acesso em: 03 fev. 2018.
ARCHDAILY. Oma designed maggie gartnaval opens today. Disponível em:
<https://www.archdaily.com/173513/oma-designed-maggie-gartnaval-opens-today>. Acesso
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MARTINS, Vânia Paiva. A humanização e o ambiente físico hospitalar.. IN:
CONGRESSONACIONAL DA ABDEH - IV SEMINARIO DE ENGENHARIA
CLINICA, Brasil, p. 63-67, mar. 2018. Disponível em:
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REDE SARAH. Unidade salvador. Disponível em: <http://www.sarah.br/a-rede-
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53
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<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.118/3372>. Acesso em: 30 nov.
2017.
54
ANEXOS
ANEXO I - Entrevista
Entrevista para o Projeto: Centro Oncológico de apoio e tratamento em Araçatuba –SP.
Entrevistado: Dr. Eduardo Saadi Neto. Oncologista Clínico do Centro de Tratamento
Oncológico (CTO) em Ribeirão Preto.
Entrevistador: Mariana da Silva Sversuth
ENTREVISTA
1) Considerando o longo tempo que os pacientes passam no hospital durante o
tratamento oncológico, é importante os hospitais e Centros investirem na transformação dos
ambientes, tornando-os espaços acolhedores e agradáveis para pacientes, cuidadores e
profissionais de saúde?
O momento da internação hospitalar é um dos mais críticos períodos durante o
tratamento oncológico. Nesta situação, o paciente encontra-se em situação de estresse físico e
emocional, causados pela reclusão e exclusão social e por uma eventual doença aguda
(infecção, dor, toxicidade à quimioterapia). Por isso, é de fundamental importância que o
ambiente hospitalar seja o mais agradável possível. Isto depende, entre os fatores, de uma
estrutura física adequada, bem como de profissionais preparados para o atendimento e cuidado
dos pacientes oncológicos.
2) No seu ponto de vista, as estruturas hospitalares interferem na qualidade dos serviços
prestados pelos profissionais que estão atuando?
Sem dúvida. Um exemplo simples disto é o número de profissionais de enfermagem
responsáveis por cada leito de internação. Quanto mais profissionais para o cuidado de
pequenos grupos de pacientes, melhores são os resultados do tratamento (rapidez para
tratamento de intercorrencias, menos atrasos na administração de medicações etc).
3) Quais são as maiores carências na infraestrutura hospitalar nos setores oncológicos?
Posso citar algumas:
Falta de equipe multiprofissional preparada;
Falta de espaço físico para cuidado individualizado de pacientes
oncológicos
Falta de uma equipe de enfermagem voltada para cuidado exclusivo de
pacientes oncológicos. Em geral, existem vários tipos de pacientes internados em um
mesmo setor.
4) É importante levar a ambiência como componente relevante no tratamento do
paciente?
55
Acredito que o ambiente de tratamento influencia no bem-estar dos pacientes e isto
implica em um maior ou menor conforto para lidarmos com as situação difíceis e delicadas
enfrentadas no dia a dia do tratamento oncológico.
5) Deve ser valorizada a interação entre aspectos afetivos e fatores técnicos nos sistemas
de saúde?
Há uma dificuldade em encontrarmos um equilíbrio saudável entre aspectos afetivo e
técnico. Esta interação é de extrema importância e deve ser fomentada entre todas as pessoas
(profissionais da saúde ou não) que trabalham em serviços de saúde. A empatia, nestas
situações, nos torna mais humanos e próximos dos pacientes.
6) O paciente oncológico, dispõe de uma fragilidade emocional considerável. Incluir
ações individuais ou em grupo através de um apoio terapêutico, pode influenciar positivamente
no tratamento oncológico do paciente?
Alguns Centros Oncológicos e Hospitais Oncológicos investem em grupos de apoio
terapêutico, sob tutela de profissionais de saúde treinados para tais atividades (Psicólogos,
Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas etc). Eu vejo uma grande contribuição destas
iniciativas na aceitação da doença e no enfrentamento do câncer. A meu ver, o paciente sente-
se acolhido e forte ao deparar-se com outras pessoas na mesma situação de saúde.
7) Normalmente é levada em consideração o conforto e bem estar dos pacientes durante
cada sessão, porém muitas vezes o paciente encontra-se acompanhado de um familiar ou pessoa
importante para ele naquele momento. Deixar o paciente acompanhado durante as sessões, deve
ser levado em consideração ou pode atrapalhar os procedimentos?
Existem estruturas de Centros Oncológicos que comportam, durante as sessões de
tratamento, em especial de quimioterapia, o paciente e seu acompanhante. Em certos casos, há
inclusive uma necessidade disto (idosos, crianças). Entretanto, na maioria dos centros, o espaço
físico é restrito e não permite que o paciente esteja acompanhado. Há uma necessidade de
individualização das situações e dos desejos dos pacientes, em linha com a estrutura física
disponível.
8) O paciente em tratamento oncológico, que apresenta autoestima alta apesar dos
desafios, pode enxergar a vida de outra maneira e consequentemente encarar o tratamento de
forma diferente da dos pacientes que apresentam autoestima baixa? Ações que incentivam o
paciente a ter uma autoestima alta, podem ajudar positivamente no tratamento dos pacientes?
O enfrentamento da doença e do tratamento (efeitos colaterais, riscos e benefícios)
muda, na minha opinião, de acordo com o modo com que o paciente enxerga a doença
oncológica. Vejo, na minha prática diária, casos onde são necessários redução de dose de
medicações, atrasos na data dos tratamentos e até suspensão das medicações em pacientes com
auto estima baixa. Por isso, encorajo ações de enfrentamento da doença e do tratamento, tais
como grupos de apoio, com intuito de elevar a auto - estima dos pacientes.
9) É positiva a interação entre os pacientes?
Na maioria das vezes sim. Entretanto, alguns casos de evolução ruim de um “colega de
tratamento”. Por exemplo, pacientes que fazem radioterapia no mesmo dia. De repente, um
deles começa a não frequentar as sessões e o outro descobre que o motivo é que colega está
56
internado ou até mesmo faleceu. Isto pode impactar negativamente. Por outro lado, o sucesso
do tratamento de um paciente pode impulsionar o tratamento dos demais pacientes.
Conheço pacientes que têm vergonha do tratamento que recebem, especialmente se
estão sem cabelo ou muito emagrecidos. Nestes casos, optamos por colocá-los em ambientes
reservados, se houver esta opção.
10) Em relação aos ambientes externos, quais os cuidados e restrições os pacientes
precisam ter durante o tratamento?
Enumero os seguintes
1. Evitar aglomerações de pessoas, especialmente em ambientes fechados e
de fácil proliferação de doença contagiosas (gripe, diarreia etc).
2. Alimentar-se bem e ingerir liquidos frequentemente.
3. Evitar contato com pessoas doentes, especialmente em visitas
domiciliares.
4. Manter a higiene do ambiente onde o paciente mora.
Não tenho hábito de restringir animais de estimação ou viagens, exceto em casos graves
de fragilidade física e risco ao paciente (por exemplo, viagem longa para locais sem estrutura
medica).
11) Existe alguma restrição para pacientes não tenham contato com flores e plantas?
A princípio não. Exceto em caso de alergias.
12) A luminosidade tornar o ambiente mais aconchegante e aprazível, valorizando os
elementos que nele estão inseridos. Até que ponto a luminosidade pode ser explorada nos
ambientes oncológicos? Existem restrições quanto a luminosidade natural e artificial?
A luminosidade natural traz uma sensação de bem - estar e liberdade. Há necessidade
que o consultório médico e áreas de avaliação clínica e de infusão de medicações sejam bem
iluminadas (mesmo que artificialmente), para que o exame físico e os procedimentos sejam
adequados. Porém, após instalação de medicações e/ou de exame físico, deve-se dar a opção ao
paciente em manter iluminação direta ou indireta para que ocorra um relaxamento durante o
tratamento oncológico.
13) Quando se tem pacientes com uma mescla de idades em tratamento, é relevantes
que eles sejam separados por faixas etárias aproximadas ou tal ponto não interfere nos
processos?
Em geral, pacientes adultos e pediátricos são tratados em setores diferentes. Em relação
a pacientes adultos, não vejo necessidade de separação por faixa etária. Na minha opinião,
pacientes mais enfermos e sintomáticos devem ser tratados em locais separados, para que
possam ficar mais à vontade caso aconteça alguma intercorrência (náuseas, vômitos, diarreia).
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PRANCHA
01
CENTRO ONCOLÓGICO
H3
CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH
ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA
IMPLANTAÇÃO - 1/600
Este projeto apresenta a proposta de um Centro Oncológico de
apoio e recuperação, localizado na cidade de Araçatuba no
interior de São Paulo.
Foi levado em consideração a carência existente hoje no
município e na região em geral, de um centro especializado na
recuperação e apoio a pacientes que passam por
procedimentos oncológicos, o que tem gerado o deslocamento
dos pacientes para outras cidades distantes em busca de
tratamento. Considerou-se também a importância da
humanização do local e a influência da arquitetura durante o
processo de cura do paciente.
Chest Press
IN
CLIN
E B
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CH
CENTRO ONCOLÓGICO
H3
PRANCHA
02
CENTRO ONCOLÓGICO
H3
CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH
ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA
PLANTA LAYOUT - 1/300
CABINES INDIVIDUAIS PARA QUIMIOTERAPIA
FACHADA FRONTAL - 1/300
FACHADA POSTERIOR- 1/300
LEITO PARA TRATAMENTO E/OU OBSERVAÇÃO
JARDIM INTERNO
JARDIM INTERNO
JARDIM INTERNO
JARDIM INTERNO
JARDIM
CAFETERIA
CAFETERIA
JD.
SANITÁRIOS
JD.
FA
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DE
PO
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O
MEDICINA
INTEGRATIVA
LEITO
CO
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MED.INTE.MED.INTE.
MED.INTE.
LEITO
LEITO
LEITO LEITO
INFERMA.
CONSULTORIOS
CONSULTORIOS
RAIO X
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NUCLEAR
RADIO
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EXAME
EXAME
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DO
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EN
DO
SC
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DO
SC
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ULTRA.
ULTRA.
A
A
B
B
4.00
2.10
0.93
3.50
3.05
6.00
4.00
0.93
0.50
1.50
3.50
2.00
1.57
3.05
PRANCHA
03
CENTRO ONCOLÓGICO
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CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH
ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA
PLANTA - 1/300
CORTE BB - 1/200
CORTE AA - 1/200
PELE DE VIDRO
PAINEL EM VIDRO LAMINADO AZUL,
10mm, FIXADO EM SUPORTES DE
ALUMÍNIO ANODIZADO BRANCO,
LIGA 6060 TÊMPERA T5 LINHA
FACHADA ATLANTA 2 SISTEMA
ESTRUTURAL SILICONE GLAZING
SG51s FIXADO EM ESTRUTURA
METÁLICA QUE SERVIRÁ
DE APOIO A TODO O PAINEL
PRANCHA
04
CENTRO ONCOLÓGICO
H3
CENTRO UNIVERSITÁRIO TOLEDO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ALUNA: MARIANA S. SVERSUTH
ORIENTADOR: PROF. LUIZ TEIXEIRA
PLANTA DE COBERTURA - 1/200
Para cobertura foi adotado a telha sanduíche que é feita
com materiais recicláveis e garante a diminuição do consumo
de energia elétrica. Além disso, tem longa vida útil. O sistema
sanduíche estabelece os requisitos de classificação de
desempenho para especificação, encomenda, fabricação e
fornecimento de telhas metálicas feitas de aço galvanizado,
galvalume, alumínio e aço inoxidável, com seção ondulada ou
trapezoidal, zipada ou em painéis metálicos, com camada de
material isolante de características térmicas e acústicas e de
flamabilidade.
Foi adotado tambem para a cobertura, placas de
policabonato fosco. O policarbonato é um plástico de
engenharia, utilizado nas mais diversas áreas: automobilística,
arquitetura, indústria, medicina entre outras. É um material de
alta transparência e resistência a impactos. Mais leve que o
vidro, pode ser curvado a frio e tem proteção contra raios
ultravioleta. As placas de policarbonato ajudaram na entrada
de luz natural nos ambeintes porem de maneira segura e
suave.
DETALHAMENTO