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CENTRO ONCOLÓGICO DE RECUPERAÇÃO E APOIO Stephanie L. Pastori

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Page 1: Centro Oncológico de Recuperação e Apoio TFG

CENTRO ONCOLÓGICODE RECUPERAÇÃO E APOIO

Stephanie L. Pastori

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“ Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele,

guardei a minha no bolso e fui.” (Clarice Linspector)

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PROPOSTA PARA PROJETO DE ARQUITETURA

Centro Universitário Barão de Mauá

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“ Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele,

guardei a minha no bolso e fui.” (Clarice Linspector)

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PROPOSTA PARA PROJETO DE ARQUITETURA

Centro Universitário Barão de Mauá

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PROPOSTA PARA PROJETO DE ARQUITETURA

Centro Universitário Barão de Mauá

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

ARQUITETURA E URBANISMO 5° ANO

CENTRO ONCOLÓGICO DE RECUPERAÇÃO E APOIO

Proposta para projeto de Arquitetura

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Centro Oncológico de Recuperação e Apoio | 2

AGRADECIMENTOS

A Deus, que através da força do teu espírito, fez eu superar as dificuldades encontradas no

caminho. E consegui mais uma conquista ao concluir este trabalho, acrescentando, assim,

ainda mais a minha paixão por viver.

Para que a concretização deste estudo se efetivasse: agradeço às inúmeras pessoas que

foram incentivadoras neste processo e seus ensinamentos serão a partir de agora

essenciais em minha caminhada pessoal e profissional. Então, por estes extraordinários

exemplos, expresso meus reais agradecimentos.

Aos professores mestres e doutores que a mim repassaram seus conhecimentos, fazendo

que meu desenvolvimento fosse o melhor possível.

Aos voluntários que foram fundamentais para a realização desta pesquisa.

Aos meus colegas de curso e disciplinas que compartilharam comigo seus

conhecimentos. A todos aqueles que de alguma forma contribuíram ou torceram pela

concretização desta pesquisa.

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1.RESUMO

O objetivo deste trabalho é a criação de um espaço arquitetônico com a característica

principal “o sensorial” onde pacientes e familiares possam se reunir e enfrentarem juntos

com apoio de psicólogos, terapeutas e artistas a batalha contra o câncer.

A pesquisa foi baseada em estudos realizados na cidade de Ribeirão Preto em clinicas

oncológicas e em entrevistas com pacientes, familiares e psicólogos enfatizando suas

opiniões e dificuldades.

A área destinada à implantação destra proposta está localizada a uma distância da cidade

no Subsetor Sul próximo ao Ribeirão Shopping na avenida Doutor Ângelo Genaro Gallo.

Palavra chave: Sensorial, Recuperação, Centro de Apoio

PASTORI, Legnari Stephanie, Centro Oncológico de Recuperação e Apoio (2012).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................... 5

1.1 – Problemática ............................................. 6

CAPÍTULO I – HISTÓRICO..................................11

CAPÍTULO lI – OBJETIVO GERAL.....................18

2.1 – Objetivo Específico..................................

CAPÍTULO III – LEITURAS PROJETUAIS.........21

3.1 – Centro de Recuperação e

Apoio Maggie´s – Glasgow – Escócia..............22

3.2 – Maggie,s Highlands Recuperação e

Apoio ao câncer – Escócia................................27

3.3 – Maggie´s Centro de Fife- Hospital

Victoria – em Kirkcaldy.....................................30

CAPÍTULO IV – PROJETO

4.1 Justificativa.....................................33

4.2 Área de implantação...................... 37 4.2.1 Fotos da área de intervenção...... 42

4.3 Programa de necessidades............43

4.5 Partido arquitetônico...................... 44 4.6 Croquis...........................................46 4.7 Plano de massa...............................48 4.8 Proposta.........................................49

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......51

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INTRODUÇÃO

Não existe nenhuma doença que provoque tanto desespero às pessoas quanto ao

câncer. Seus efeitos físicos, psicológicos e emocionais são devastadores causando o

desequilíbrio na vida das pessoas que são atingidas pela doença, abalando não somente o

paciente mas também seus familiares.

O câncer é a segunda doença que mais mata e vem sendo feito vários estudos para

compreender todas as suas problemáticas e sua origem.Geralmente os pacientes diante do

medo da morte,da não aceitação da doença e sentimentos de invalidez fica com o seu

interior abalado que vem a ficar mais frágil pelo procedimento que passará com os

tratamentos fortes.

A doença ao ser informada ao paciente, produz uma série de mudanças, na medida em

que este entra em estado de choque ao perceber que sua saúde encontra-se em estágio

preocupante. Sabendo do diagnóstico o paciente sente-se angustiado diante do novo e do

desconhecido, emoções como medo, raiva, ressentimento, agressividade, tristeza e

depressão,maltratam o paciente até que o mesmo perceba que o enfretamento é

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necessário para que o tratamento tenha resultados positivos.

O trabalho pretende analisar a influência e o estímulo da arquitetura diante das reações

emocionais de pacientes com câncer, considerando todas as suas reações diante da

progressão ou regressão da doença. Apresento a importância na medida em que discute e

objetiva compreender e mostrar as dificuldades de variáveis emocionais que influenciam o

processo de recuperação do paciente com câncer a partir do apoio de profissionais, da

arquitetura e da família.

1.1 Problemática

Em agosto de 1987 em Ribeirão Preto, um grupo de profissionais da saúde, pais de

crianças com câncer e seus amigos se uniram e fundaram o Grupo de Apoio a Criança com

Câncer (GACC). Uma entidade filantrópica de natureza interinstitucional e multiprofissional,

que tem como objetivo acolher crianças e adolescentes com câncer ou com doenças

hematológicas e seus familiares, provenientes do interior do estado de São Paulo,

Triângulo Mineiro, Sul de Minas Gerais e outras cidades do país.

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Desde seu início foi estabelecida uma parceria com o Serviço de Oncologia Pediátrica

do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, formada por

uma equipe médica especializada em oncologia pediátrica e responsável pelo tratamento

onco-pediátrico na cidade.

Em uma visita ao local foi possível notar algumas precariedades pois a edificação é

antiga e o GACC foi adaptado as necessidades dos pacientes. Apesar de cumprirem todas

as obrigações e apoio, algumas atividades se comparadas as leituras de projeto

(referencias), não colaboram para a boa utilização do espaço e para a circulação das

pessoas. Mesmo que a casa atenda um público alvo (crianças) os ambientes são pequenos

para a quantidade de pessoas que freqüentam. Em questão de arquitetura o ideal seriam

espaços amplos para os quartos pois estes abrigam pessoas que ficam por tempo

indeterminado ou até a sua cura, integração de ambientes de lazer, salas e o lúdico como

referencia seria essencial.

Na entidade, os pacientes encontram uma estrutura médica montada no próprio local,

com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, dentistas e psicólogos, seria necessário

uma ampliação para suportar de forma adequada sem prejudicar os pacientes e

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profissionais. Atualmente, o Gacc presta assistência a 400 jovens por mês, com idade

entre 0 e 19 anos. A instituição oferece também a sua casa para que pacientes vindos de

localidades distantes ou sem condições financeiras possam ficar abrigados, enquanto se

tratam no Hospital das Clínicas para isso seria preciso um espaço para armazenar os

pertences pessoais do paciente e do acompanhante, pois as crianças raramente ficam

sozinhas em tempo de tratamento.

O Gacc se esforça para que a instituição tenha um ambiente familiar e seja uma

espécie de segunda casa dos jovens mesmo com as problemáticas encontradas nas

divisões dos ambientes. As crianças valorizam o espaço e se sentem a vontade para

brincar entre os verdes dos entorno e no parque.

O que oferecem:

Hospedagem: Totalmente gratuita para a criança ou adolescente com câncer ou doença

hematológica com um acompanhante, com direito a 5 refeições, durante o período

necessário

Apoio fisioterapêutico: O principal objetivo da fisioterapia é melhorar a qualidade de vida

das crianças com câncer, oferecendo condições funcionais necessárias para as suas

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atividades diárias colaborando dessa forma para sua reintegração na sociedade.

Apoio nutricional: As alterações no estado nutricional das crianças em tratamento de

câncer são bem documentadas.

Apoio odontológico: O cuidado da saúde bucal das nossas crianças é parte fundamental

do tratamento oncológico, assim todas as crianças são avaliadas e recebem o cuidado

necessário.

Apoio psicológico: Ocotidiano se transforma, a cidade onde se mora e o lar em que se

vive são substituídos pelo ambiente hospitalar; a família e os amigos ficam afastados e dão

lugar a convivência com os profissionais de saúde; e muitas vezes as brincadeiras, os

estudos e o lazer ficam em segundo plano em detrimento do tratamento.Pensando nestes

desafios, todas as crianças e seus familiares recebem assistência e apoio com o objetivo

de auxiliar no enfrentamento do adoecimento e favorecer as condições de saúde e bem-

estar através de: grupo terapêutico para pais e acompanhantes, grupo lúdico com crianças,

atendimento psicológico individual, atendimento individual de irmãos e grupo de pais e

familiares em luto.

Apoio social: O diagnóstico de câncer causa na família uma desestruturação social e

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muitas vezes econômica. Com o objetivo de atender estas dificuldades e evitar ao máximo

o abandono do tratamento, são disponibilizadas cestas básicas, medicações, vale

transporte, entre outros. A família recebe também orientações em relação aos benefícios

garantidos por lei, como auxílio doença e o resgate do fundo de garantia.

HISTÓRICO

Fonte: www.gaccribeiraopreto.com.br

20/05/2012 17:31

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A história de Maggie Jencks, co-fundadora dos Centros Maggie, é o ponto de partida

para o desenvolvimento de todo o trabalho, ela teve câncer de mama que espalhou-se para

os ossos e o seu oncologista informou 2 ou 3 meses de vida. Através de contatos do seu

marido Charlies Jencks ela descobre sobre um tratamento avançado na cidade de

Emdiburgo. Chegando ao hospital eles encontram grande dificuldade em encontrar a sala

onde irão discutir a respeito dos tratamentos radicais. Charles relatou: “Primeiro eles vieram

ver a Maggie em uma tarde e já mudaram-na para uma sala temporária bastante infeliz no

final do corredor. Isso só enfatizou as deficiências do ambiente em que os pacientes tem

para discutir os problemas difíceis. Somando a isso, mais tarde, o espaço onde ocorreu as

primeiras consultas era desolador. É difícil digerir a informação do tratamento, mas era

muito pior para a Maggie não ter um lugar para se recolher, pensar em tudo e aceitar a

doença.”

Sensibilizada com o este ambiente enfermo, em 1995, Maggie começa a ter as primeiras

idéias para a chamada “ Nova Unidade de Terapia” e são escritas junto com a sua

enfermeira Laura Lee. Após se reunirem com o grupo do Hospital de Endiburgo, Maggie e

Laura visitaram uma série de organizações sediadas no Reino Unido, incluindo o Centro

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Centro Oncológico de Recuperação e Apoio | 12

Lynda Jackson. Elas participaram de uma conferencia onde Maggie foi inspirada por uma

mulher que fala sobre sua determinação de “morrer tão bem quanto possível”.

A busca por um local que adapta-se a essas necessidades foi encontrado próximo ao

hospital em um antigo barracão e entre os arquitetos convidados , Richard Murphy é

selecionado para o primeiro projeto. O projeto teve como objetivo criar um lugar de

domesticidade, em contato com a natureza e em segundo lugar criar acomodações, tanto

quanto possível dentro dos ambientes já existentes, o centro combina vários espaços

maiores e os divide em quartos individuais.

Foto: Exterior do primeiro Centro Maggie

Fonte: http://www.richardmurphyarchitects.com/50370

data:23/05/2012

Foto:

Fundos

Fonte: http://www.richardmurphyarchitects.com/50370

data:23/05/2012

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Nestes espaços criados foram estipulados por Maggie, ambientes de leitura, música,

biblioteca, terapias, ateliê de artes, cozinha, copa, sala de integração, sala para jantar, sala

de descanso e principalmente que os ambientes fossem integrados com a natureza, ou que

tivessem passagem para a mesma. A idéia é um cantinho onde todas as pessoas possam

se abrir e interagir contando suas dificuldades, e levando a família para descontrair e

amenizar a dor com muito aconchego.

Maggie faleceu em 1996, mas sua filha Lily Jencks que é paisagista e seu pai

continuaram com o projeto criado pela mãe, e hoje já existem 15 centros com o nome de

Maggie. Arquitetos como Zaha Hadid e Frank Ghery doaram seus projetos a instituição

entre outros arquitetos renomados.

No centro são aplicados cuidados paliativos de apoio a recuperação dos pacientes

como cuidados físicos e psicológicos.

Cuidados paliativos – O conceito de cuidados paliativos surgiu na Inglaterra no final da década

de 1960, como hospice. Trata-se de um programa de cuidados paliativos e de serviços de suporte

que proporciona cuidados físicos, psicológicos, sociais e espirituais às pessoas que se encontram

em fase terminal da doença, e também a seus familiares.

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Alguns historiadores apontam que a filosofia paliativista começou na antiguidade, com

as primeiras definições sobre o cuidar. Na Idade Média, durante as Cruzadas, era comum

achar “hospices” (hospedarias, em português) em monastérios, que abrigavam não

somente os doentes, mas também os famintos, mulheres em trabalho de parto,e etc. Esta

forma de hospitalidade tinha como característica o acolhimento, a proteção, o alívio do

sofrimento, mais do que a busca pela cura.

Com essa conclusão foi elaborado um projeto onde houvesse uma integração entre

paciente e profissionais,como psicólogos, terapeutas, artistas plásticos e principalmente

familiares. De acordo com SIMONTON:

“O aconselhamento psicológico familiar é útil para alargar a comunicação e

proporcionar um clima de segurança para enfrentar os problemas que podem

originar ansiedade. Também pode ajudar os pacientes a tratar de alguns fatores que

possam ser contribuídos para criar uma sustentabilidade à doença.”

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O Centro GACC, em Ribeirão Preto, próximo ao Hospital das Clinicas, atende e hospeda

pacientes com o diagnóstico em São Paulo o mais conhecido é o CORA localizado na rua

Delfina na Vila Madalena também sem fins lucrativos.

Uma pesquisa realizada com a paciente Nilcéia Souza e sua filha Fernanda Souza, é

possível aproximar o desejo de um espaço ideal para esta fase.

“Um lugar com muito verde, plantas e árvores que tenha serenidade, longe dos

hospitais seria ideal, não só para os familiares mas para o paciente que diante do medo da

morte tende a procurar pessoas e lugares que o confortem. Ficaríamos mais concentrados

na cura e fortalecimento se houver um lugar específico para o tratamento.” Disse Fernanda.

Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser

herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no

qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio

em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente

de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de

vida).

As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo,

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estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e

aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são,

na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do

organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir

de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células

normais.

As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os 'hábitos' e o 'estilo

de vida' adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer. A solução

não está somente na medicação, está também em encontrar o equilíbrio, a força interior e a

arquitetura em suas variáveis dimensões sensoriais pode oferecer um apoio significativo

trazendo benefício em suas percepções.Em outra pesquisa realizada, relacionando

“edifícios que curam” Alvar Alto (2012) relata:

“Ver árvores e não corredores exaustos,

introduzindo em uma casa ao invés de um hospital”

Edifícios que curam juntam várias formas e sentidos para trazer às nossas vidas e

ambientes condições melhores de saúde, equilíbrio, harmonia e bem estar. A habitação em

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um espaço pode ser responsável pela desnutrição energética dos que nela estão, caso

esteja em desarmonia.Tomar consciência dos ambientes e aprender a himplementar

medidas de cura no mesmo, é o propósito deste projeto. Assim a qualidade do ar, umidade,

temperatura, som, iluminação entre outros são abordagens necessárias com vista a ter um

espaço saudável e conciliar decoração e conforto com tecnologia e saúde.

O câncer coloca a pessoa em uma situação limite. E carrega um estigma de morte e de

sofrimento. Hoje sabemos que não é assim, que a cada dia surgem novos, modernos e

menos dolorosos tratamentos, que favorecem uma maior sobrevida e muitas vezes a cura.

A partir da experiência da vivência do diagnóstico do câncer, a pessoa pode começar a

valorizar sua vida como nunca havia feito antes, passando a repensá-la, e vivê-la como se

cada minuto fosse o único sem significar que seja o último.

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OBJETIVO GERAL

O objetivo do trabalho tem como prioridade incentivar e motivar através de ambientes

integrados a cura e o estímulo com a valorização dos espaços criados e unindo arquitetura

funcional.

Para o paciente desenvolver e aprender plenamente como lidar com suas dificuldades é

fundamental um ambiente favorável e que o estimule adequadamente.

Pesquisas desenvolvidas no Brasil mostram a importância de pátios e jardins como

elementos com o poder de proporcionar o bem estar físico e psíquico, e assim reduzindo o

tempo de internação e o uso de antidepressivos.

Espaços com tonalidades claras, jardins sensoriais, áreas sociais e também espaços

privativos para trazer ao paciente todo conforto necessário para a sua recuperação.

A Psico-oncologia é uma ciência com especialidade dentro da Psicologia da Saúde, que

trabalha especificamente as reações emocionais da doença do câncer e tratamentos

relacionados. Na Oncologia existem três objetivos principais no atendimento ao paciente, a

primeira é de tratar, de curar e devolvê-los a sociedade, e a segunda está na remissão longa

e satisfatória, buscando deixar o paciente bem consigo durante o maior tempo possível, e

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Centro Oncológico de Recuperação e Apoio | 19

quando a chance de cura é próxima, o objetivo passa a ser o de controlar a doença e seus

sintomas pelo uso correto de terapias, recuperação e a terceira está na melhora de vida do

paciente.

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2.1 OBJETIVO ESPECÍFICO

Para atingir o objetivo geral, as seguintes etapas se fazem necessárias:

- Compreender a oncologia

- Adaptar instrumentos de obtenção de dados de fontes diretas (pacientes) como

questionários , jogos ou outros instrumentos que permitam conhecer as necessidades do

paciente.

- Construir embasamento teórico sobre percepção e comportamentos ambientais que

contribua na criação de diretrizes aplicáveis ao projeto.

- Identificar as necessidades dos pacientes em relação a humanização do ambiente.

- Analisar como cada estímulo sensorial poderá ser recebido pelos pacientes e como isso

pode ser introduzido ao projeto.

- Avaliar as condições de acessibilidade espacial para o centro oncológico de recuperação

e apoio.

- Ilustrar a aplicação de soluções arquitetônicas para os diferentes problemas espaciais

encontrados nos casos de estudo.

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3. LEITURAS PROJETUAIS

Para melhor compreender o funcionamento de um Centro Oncológido de recuperação e

apoio foram realizados leituras projetuais, onde alguns parâmetros foram analisados a fim

de instituir critérios que contribuíram na elaboração do anteprojeto arquitetônico. Foram

analisados três exemplares. Um deles localizado em Ribeirão Preto e os outros dois no

exterior. Cada um com suas particularidades que os fazem diferentes uns dos outros, mas

ao mesmo tempo traz a essência de um espaço conceito que se destina para cada tipo de

produto e público-alvo a que elas são direcionadas.

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Centro Oncológico de Recuperação e Apoio | 22

3.1 – Centro de Recuperação e Apoio Maggie´s – Glasgow – Escócia

Os centros de recuperação e apoio ao câncer nomeados por “MAGGIE´S” foram

concebidos por Magggie Keswick Jencks e Jenck Charlies. O grupo OMA formado por

REM KOOLHAAS e ELLEN VAN LOON foram os criadores deste projeto. Atualmente

existem 6 centros e 2 deles estão localizados no Reino Unido. Após o falecimento de

Maggie sua filha Lily Jencks deu continuação ao projeto na área de paisagismo.

O Centro foi criado para fornecer um nível de primeira classe em apoio emocional e

psicológico, baseada em evidências e conselhos práticos para pessoas com câncer, seus

amigos e familiares.

Os arquitetos definem como sendo um “pavilhão na floresta”, embora a área seja

pequena isso não impede que o edifício perca sua essência. O projeto é feito a partir de um

“anel” que ao contrário de uma série de salas isoladas, é concebido com uma sequência de

quartos interligados em forma de “L”. O espaço interno é revestido com vidro e é bem

dotado de luz. Analisando, é uma edificação que minimiza a necessidade de corredores e

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permite que cada cômodo flua um com o outro. O complexo é enrolado em um entorno

paisagístico, com o pátio visualmente ligado ao cenário envolvente e natural gerando uma

série de espaços acolhedores e convidativos para dar apoio emocional para as famlias e

pacientes.

Entrada e exterior

Fonte: http://www.glasgowarchitecture.co.uk/maggies_gartnavel.htm Data: 21/04/2012 (13:40)

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O arranjo espacial interliga a área de jantar, cozinha, escritórios, espaços multiuso e uma

série de pequenas salas de aconselhamento e gerando fronteiras permeáveis de vidro com

acesso ao jardim interno e contém tetos baixos.

Mudanças sutis na topografia são realizadas com a adaptação do piso. Os corredores

internos despertam um sentimento de um anel no meio da mata e um recanto singular que

é inteiramente revestido com curvas, tábuas de madeira e iluminado com luz natural

através de uma clarabóia

Jardim Interno

Fonte: http://www.glasgowarchitecture.co.uk/maggies_gartnavel.htm

Data: 21/04/2012 14:56

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Acima a imagem mostra as salas de aconselhamento a esquerda e a direita a biblioteca a cozinha e os escritórios.

Fonte: http://www.designboom.com/weblog/cat/9/view/16890/oma-maggies-gartnavel.html data: 25/04/2012 (13:54)

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Centro Oncológico de Recuperação e Apoio | 26

Biblioteca com abertura no teto, entrada de

luz natural.

Fonte:http://www.designboom.com/weblog/ca

t/9/view/16890/oma-maggies-gartnavel.html

data: 23/04/2012 (16:34)

Cozinha

Fonte:http://www.designboom.com/weblog/ca

t/9/view/16890/oma-maggies-gartnavel.html

data: 23/04/2012 (16:34)

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3.2 – Centro de Recuperação e Apoio Maggie´s – Highlands – Inverness.

O espaço está localizado no Hospital Raigmore, Inverness. Qualquer pessoa afetada pelo

câncer é bem-vinda a vir para centro para uma xícara de chá e uma conversa com um

dos especialistas em informação e apoio, para navegar na biblioteca ou para acessar um dos cursos

destinados a ajudar os pacientes.

Foi oficialmente inaugurado em 07 de junho de 2005 por Carol McGregor e Andy Kerr, Ministro da

Saúde. Desde a sua inauguração, o centro é visitado em média por 30 pessoas por dia e presta um

serviço vital para as pessoas afetadas por câncer.

Kerr disse na abertura: "Este um Centro magnífico, novo que eu não tenho nenhuma dúvida

que será um refúgio para as pessoas afetadas pelo câncer os “Centros Magie´s” é uma ajuda

preciosa para quem tem, ou que tenha sido afetado pela doença. Quero parabenizar.. todos os

envolvidos em fazer esta nova facilidade uma realidade para o povo das montanhas."

Carol McGregor disse na abertura: "Estes centros são tão bonitos e tão bem projetados, você

tem esse sentimento pessoal, quando você anda dentro .. Há muitas idéias que eu gostaria de colocar

em minha própria casa, como os pisos e as belos sofás! " Laura Lee, Chief Executive Maggie espera

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Centro Oncológico de Recuperação e Apoio | 28

que a aparência do edifício e da paisagem ajudará Highlanders visitar o Centro. "Espero que as

pessoas tenham a curiosidade de obter o melhor deles e entrar pela porta e encontrar um espaço

que o arquiteto David Page criou”.

Um homem,que é um usuário local do Centro, comentou sobre como havia afetado ele. Ele disse

que o prédio que lhe é comunicada a sensação de ser abraçado. ele acrescentou que não era

geralmente o tipo de pessoa que foi atraída para esse tipo de impressões sobre os edifícios. "

O ambiente esculpido em Inverness entre a fusão da forma construída e paisagem visa

proporcionar uma rica variedade de espaços interligados isoladas e aberto. Estes são tanto internos

quanto externos, com diferentes graus de confinamento e exposição e com as vizinhas dos espaços

públicos, respondendo assim às variações emocionais das pessoas associadas ao câncer.

A forma de construção e "linguagem" responde diretamente às formas espirais, que se combinam

para criar uma trilogia de formas interligadas, representando e dividindo as células vivas. A forma de

construção é concebida como na inversão de um dos montes, com paredes de dobrar para fora em

vez de, vestido de bandas de cobre verde em espiral para cima e ao redor do edifício, ecoando os

caminhos em espiral em cada monte.

Duas formas de sobreposição em “v” são evidentes na composição edifício - um criando o

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Centro Oncológico de Recuperação e Apoio | 29

invólucro do edifício, o outro, formando uma vedação envolvente para um espaço de jardim

adjacente. Esta sobreposição de duas formas é metaforicamente representativa da metafase de

subdivisão da célula, onde duas células emergem a partir de uma. A forma vesica segundo começa

dentro do coração do invólucro edifício, e emerge para criar uma parede envolvente para o primeiro

dos circundantes 'jardim' espaços.

http://www.e-

architect.co.uk/scotland/maggies_inverness.htm

data: 11/05/2012 14:30

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3.3 – Maggie´s Centro de Fife- Hospital Victoria – em Kirkcaldy

O local proposto é uma situação única no terreno do hospital, o ponto específico do

Centro Maggie é na parte nordeste do edifício.

O edíficio tem uma topografia dramática, que em combinação com a folhagem das

árvores, cria um ambiente muito natural, em contraste com o resto do hospital. A frente

desta área é naturalmente protegida e enriquecido com as árvores ao longo das laterais. O

posicionamento do Centro Maggie torna-se claramente visível a partir do hospital e do

estacionamento.

Um dos objetivos gerais para o projeto é uma transição entre os dois diferentes tipos

de espaços, a paisagem natural e do estacionamento do hospital. A intervenção do edifício

tem sido a de explorar este local. não há nenhuma aresta formal para o edíficio, ele se

transforma em um envelope e, assim, se torna uma porta de entrada para a paisagem.

Externamente, o projeto apresentado é um jogo entre a forma de uma superfície

dobrável e uma laje no chão de conexão. A superfície dobrada articula uma ênfase

direcional de mover as pessoas em um espaço diferente do resto dos hospitais.

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A superfície é articulada por revestimento do telhado visível e duas paredes opostas

com o mesmo material, um revestimento de chapa de aço corten. As elevações restantes é

uma mistura de vidro translúcido e clara reforçando a natureza direcional.

O revestimento de metal é expressa claramente nas calhas para acentuar a

continuidade do revestimento da parede para telhado. Grande parte do teto são utilizados

para estender o edifício na paisagem dos dois lados.Assim, no lado norte se estende para

ilustrar as portas de entrada,no lado sul oferece proteção solar para a elevação de vidro e

cobrir parcialmente o terraço.

Fonte: http://www.e-architect.co.uk/scotland/maggies_inverness.htm

data: 11/05/2012 14:30

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A entrada para o centro Maggie está localizada abaixo do telhado, na parte interna, os

quartos tem acesso a uma cozinha aberta centralizada ao ambiente. A ascensão dos muros

laterais indicam a separação gradual dos espaços públicos da entrada dos espaços

privados do terraço.

Há janelas e portas que permitem o acesso direto ao terraço exterior. Espera-se que o

centro seja um catalisador de pessoas em depressão e com enfermidades causadas pelo

câncer, com a área de lazer lembrando um parque, ajudando a amenizar a dor.

Fonte: http://www.e-architect.co.uk/scotland/maggies_inverness.htm

data: 11/05/2012 15:34

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CAPÍTULO IV - PROJETO

4.1 - Justificativa

É importante enfatizar que existem inúmeros trabalhos que tratam sobre a recuperação

e o apoio ao câncer, porém em Ribeirão Preto ainda é muito precário a valorização de um

espaço com a finalidade de apoiar e orientar familiares e pacientes que una arquitetura e

psico-oncologia.

Não existem sentimentos apropriados maduros ou imaturos, sabe-se apenas que a doença

causa ansiedade e outros transtornos e com essa observação foi possível perceber o

quanto a família é relevante neste processo de recuperação já que este vai buscar sempre

apoio e forças nos familiares.

Foi possível evidenciar através desta pesquisa que a família e um local aconchegante para

apoio é a base de sustentação no que diz respeito ao desenvolvimento do paciente,

assumindo um papel de grande mãe, já que no caso , a forma como a família reagirá diante

da doença terá significativa influencia nas reações do paciente frente ao tratamento.

A idéia surgiu através de familiares e amigos relatando o momento em que o ambiente de

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convivência ficou enfermo e sem energia devido a noticia. Foi necessário procurar

profissionais capacitados que ajudassem de forma singular afim de atingir um grande

objetivo.

O desejo da maioria era sempre ir em locais com muitas árvores, como parques,

bosques, estar sempre conversando, lendo livros, ouvir uma boa música, tomar um chá,

procurando sempre de forma esperançosa e tranqüila manter o equilíbrio.

A criação de um espaço sensorial com vidros, flores, árvores, músicas e biblioteca, facilita o

tempo que os pacientes esperam pela luta do organismo e tem como missão principal

estimular o esforço individual e espiritual pelo esclarecimento sobre as oportunidades de

superação de suas dificuldades, oferecendo tempo e espaço para se falar de modo aberto

e franco sobre o câncer e seu tratamento através dos programas criados.

Ao terminar o tratamento ou as aplicações de quimioterapia e radioterapia, o paciente

precisa de um descanso de aproximadamente 12 horas para se recuperar dos efeitos

colaterais. Muitos pacientes vem de outras cidades para as devidas aplicações e logo após

não podem permanecer no hospital e voltam para suas casas, mas os que se locomoveram

de cidades mais distantes encontram dificuldades em retornar pois os efeitos costumam

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ocorrer nos primeiros minutos ou horas após a administração da quimioterapia. Podem

durar tempos diferentes, dependendo de cada paciente. O centro oncológico receberá as

pessoas com essas necessidades, oferecendo também um cuidado paliativo. Em pesquisa

feita sobre a GEOBIOLOGIA inspirada na expressão do geobiólogo espanhol Mariano

Bueno, ele considera as relações entre a saúde humana, a saúde ambiental e os locais de

moradia e trabalho. O objetivo é produzir ou transformar os espaços em ambientes

saudáveis e sustentáveis, a partir da aplicação adequada da arquitetura, da bioconstrução,

e da geobiologia.

O senso de controle oferece condições psicológicas para a sensação de independência

do paciente para que não se sinta inútil ou impotente, levando a uma possível depressão.

Ele pode controlar o ambiente onde ele se encontra através de um controle remoto para

ligar a TV, controlar as persianas, a temperatura e a quantidade de luz no quarto.

A distração positiva envolve a composição do espaço com formas, cores e texturas

utilizando inclusive plantas, água, quadros, esculturas e outros objetos de maneira

integrada. A criação de ambientes dinâmicos, interativos com o meio-ambiente, estimula os

pacientes. No sentido oposto, é preciso eliminar as distrações negativas, tais como poluição

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visual, informações indesejáveis, ruídos, aglomeração de pessoas, mobiliário inadequado e

desconfortos ergonômicos, térmicos e acústicos, que causam mal estar e amplificam o

“stress” que o paciente já vivencia, inerente às condições de comprometimento da

saúde.Uma série de pesquisas científicas já realizadas comprova que a aplicação destes

conceitos traz uma série de benefícios para os pacientes e os demais usuários de qualquer

edifício de saúde: recuperações mais rápidas, menores custos com medicamentos

(inclusive antidepressivos e analgésicos), redução da solicitação de apoio de enfermagem,

elevação do moral dos profissionais da saúde e conseqüentemente mais produtividade.

“ Você é importante porque você é você.

Você é importante até o último

momento de sua vida.

E nós faremos tudo o que pudermos.

Não só para ajudá-lo a morrer em paz

Mas para viver até morrer”.

(Cicely Saunders )

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4.2 – Área de Implantação

Em um terreno com 4.760 m² e topografia quase regular possibilitou o

estabelecimento da apropriação do espaço de forma convidativa com ampla integração

visual.

O Centro Oncológico de Recuperação e Apoio, possui acessos voltados para o Norte,

tendo assim seus espaços locados de maneira a permitir fácil acesso criando ao centro um

pátio interno e coberto, onde convergem todas as circulações e funções.

Sua forma é divida em dois conjuntos com a simbologia do equilíbrio (yang e ying),

tem sistema de fluxo de circulação com espaços fluindo e gerando o convívio das pessoas.

Os dois conjuntos são ligados por uma cobertura de policarbonato, com volumetria

integrando linhas retas e curvas e cores claras, os edifícios destacam-se no entorno,

caracterizando-os como sendo de fácil identificação.

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Fonte: Google Mapas

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Fonte: Google Mapas

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A área escolhida está localizada no Jardim Aliança Sul, no setor Sul da cidade, onde

encontrasse em grande expansão, está próximo ao Hospital do Câncer (SOBECCan) e

também próximo a uma clinica oncológica em fase de construção.

Ribeirão Preto passa hoje por uma grande expansão urbana, focada principalmente em

cinco polos nas regiões sul, leste e oeste da cidade: as Avenidas Maurílio Biagi e Celso

Charuri, o bairro Jardim Botânico, a Avenida Professor João Fiúsa e os entorno do Golfe,

como os bairros Nova Aliança Sul e Jardim Nova Aliança. Estas regiões concentram

atualmente 55 novos empreendimentos entre residenciais e comerciais em fase de

construção

É considerada uma cidade com um calor acima da média, tendo inclusive mantido

o título de cidade mais quente do estado em algumas épocas do ano. O clima típico do

município é o tropical úmido, caracterizado por duas estações definidas pelo verão chuvoso

e pelo inverno muito seco. No verão, a temperatura máxima média mensal é de cerca de

32°C, podendo chegar a picos de 40°C, com um índice pluviométrico próximo de

200mm/mês e umidade relativa do ar em torno de 70%. Já no inverno, a temperatura

mínima média mensal fica em torno de 16°C com precipitação média oscilando de 20 a

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30mm e umidade relativa do ar em cerca de 40%. De acordo com o Sistema

deClassificação de Köppen, Ribeirão Preto está inserida na modalidade Aw : clima tropical

com estação seca no período em que o Sol está mais baixo (está no hemisfério oposto) e

os dias são mais curtos.

Clima

Tropical com verão chuvoso e inverno seco

Temperatura média: Inverno 19º C

Verão 25º C

Altitude: 518 m

Precipitação pluviométrica média: 1.426,80 mm de chuva (total ano)

Umidade relativa do ar: 71% média anual

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4.2.1 – Fotos da área de intervenção

Área de intervenção localizada na avenida Doutor Ângelo Genaro Gallo, bairro Jardim

Nova Aliança Sul, Ribeirão Preto. Ampla vegetação e terreno levemente em desnível.

Fonte: Stephanie Pastori 11/05/2012

Fonte: Stephanie Pastori 11/05/2012

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4.3 Programa de necessidades

- Recepção

- Administração

- Sala de terapia em grupo (família e pacientes)

- Musicoterapia

- Biblioteca

- Ateliê de artes

- Psicologia

- Banheiros

- Café / Copa

- Internet

- Copa

- Arquivos

-Depósito

- Área do jardim

- Área externa

- Relaxamento

- Sala de reunião ( profissionais)

- Estacionamento

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4.4 Partido Arquitetônico

O partido arquitetônico adotado foi elaborado a partir da constatação de que a cidade

de Ribeirão Preto por ser um pólo regional que atende diversos municípios

circunvizinhos no que diz respeito a saúde.

Outro fator determinante foi a intenção de projetar ambientes com conforto visual e

acústico, através da iluminação adequada, cores suaves entre outros aspectos que

irão tornar uma atmosfera acolhedora e caseira, possibilitando aos pacientes e

familiares maior conforto.

Uma das primeiras decisões projetuais foi trabalhar com a “forma” que ao longo do

processo foi abstraído a partir de um símbolo (yang/ying) e resultou em diferentes

configurações espaciais com a mesma função: facilitar a integração interior-exterior

sem prejudicar a segurança dos pacientes. Não existe portanto um único campo visual

que permita visualizar o Centro por inteiro.

Cada parte permite a visualização do ambiente ao seu redor e as circulações entre

eles, e a integração entre os dois blocos são definidas pela praça centralizada com os

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jardins que produzem diferentes sensações de conforto e paz.

O diferencial do projeto é tentar manter uma estrutura lógica e racional de

organização espacial e explorar o sensorial com a implantação dos jardins,

proporcionando uma variedade de estímulos nos espaços de uso comum a partir de

diferenças de campos visuais e da exploração de cores, texturas, luz e variações de

materiais.

Em relação ao paisagismo, durante o processo de criação do projeto as áreas livres

foram pensadas como elementos fundamentais no papel estimulante do Centro de

Recuperação, portanto o critério a ser usado para o paisagismo será a diversidade de

formas e cores, bem como a presença de frutos, flores e sementes, que permitem

explorar também o paladar, o olfato e a criatividade.

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4.5 Croquis

Desenvolvimento

“Nossa mensagem para as pessoas que vivem a experiência do

câncer é que elas devem acreditar em si mesmas. É um momento

para que possam montar suas redes de apoio, pois o isolamento

torna os problemas mais difíceis. Não ser arrogante para achar que

isso não está ocorrendo e nem se sentir humilhado por ter contraído

uma doença”, (Gláucia Rezende)

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for

FORMA

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“O suporte psicológico envolve o elemento humano e o espaço físico. A proposta é criar ambientes que atenuem medos, dor, perda de controle, incapacidade e até a morte. O espaço para o suporte psicológico se constitui de um ambiente no qual seja possível elevar o moral do paciente e promover sua motivação. O elemento humano nesse suporte é fundamental; toda a equipe profissional deve estar treinada para saber lidar com isso.” (Lily Jenks)

PROGRAMA DE NECESSIDADES

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

YAMAGUCHI, N. H. O câncer a visão da oncologia.IN: Introdução à Psiconcologia.CARVALHO, M. M. J.(Coord.). São Paulo: Psy II, p.21-56, 1994. SIMONTON, O. C.; SIMONTON, S. M. e CREIGHTON, J. L. Com a vida de novo: uma abordagem de auto- ajuda para pacientes com câncer. 4ª ed. São Paulo: Summus, 1987. Centro Maggie´s - . http://www.arcspace.com/architects/gehry/maggies/ Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto http://www.hcancerderibeirao.com.br/cancer-o-cancer/ Portal Educação http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/5559/historia-do-cancer-dos-escritos-antigos-a-tecnologias-atuais Maggie´s Center – Alvar Aalto

http://www.arcspace.com/architects/gehry/maggies/index.html

Maggie´s Center - Zaha Hadid

http://www.zaha-hadid.com/architecture/maggies-centre-fife/

Arquitetura Hospitalar e Legislação – Juarez de Queiroz Campos e Marciel Penado

Editora JOTACÊ São Paulo 1997

Anatomia dos edifícios hospitalares – Lauro Carlos Miquelin

A idéia de conforto – Reflexões sobre o ambiente construído – Aloísio Antonio Schimid –

Editora Pacto Ambiental 2005

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Edifícios que curam

http://www.publiarq.com/noticias/14/

Congresso da oncologia – Gláucia Rezende

http://santaluzianet.com/modules/news/article.php?storyid=938