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Centro de Testagem e Aconselhamento do Município de Campo Grande – MS o um serviço pouco conhecido para a realização de Teste Rápido de HIV (TR
HIV), Teste Rápido de Sífilis (TR Sífilis) Teste Rápido Diagnóstico de Hepatite B (TR HB) e Teste Rápido de Hepatite C (TR HC).
Marco Aurélio de Almeida Soares
RESUMO
No Brasil, os CTA, desde 2009, vêm sendo implantados, com o objetivo de ofertar testes anti-HIV, facilitando o acesso da população ao diagnóstico e tratamento precoce. Estes serviços são articulados com os princípios do SUS, de universalidade, integralidade e equidade, tendo como referência os direitos humanos. No estado de Mato Grosso do Sul, o CTA é a única unidade do Estado, que segue as diretrizes preconizadas pelo MS do PN IST/aids. Com a inserção do TR HIV, Sífilis, Hepatite B e C no CTA, há uma demanda crescente, a operacionalização do aconselhamento, com a introdução do TR HIV, Sífilis, Hepatite B e C, tendo com o exemplo. Metodologia: Trata-se de estudo de levantamento e análise histórica sobre a política de implantação do TR HIV, Sífilis, Hepatite B e C no CTA e seu impacto na organização do serviço e na prática do aconselhamento, utilizando-se para isso de um relato de experiência em um serviço específico no Município de Campo Grande MS . Resultados e Discussão: O TR HIV, Sífilis, Hepatite B e C tem sido utilizado como importante dispositivo de prevenção e a mudança significativa é a rapidez do resultado, no mesmo dia, diferenciando-o do teste anti-hiv convencional. O CTA identificados como “porta de entrada de acesso aos testes sorológicos” ampliam o acesso da população à testagem, mas tem de implementar variadas mudanças, na estrutura, organização e dinâmica de trabalho. Várias dificuldades e inseguranças perpassaram a experiência dos profissionais neste período de mudança, principalmente dos profissionais do aconselhamento, pois este espaço vem concentrando uma variedade grande de ações e de novas exigências, se descaracterizando. Faz-se necessário a inserção de outras atividades de escuta individualizada das demandas e encaminhamento das mesmas, para além do aconselhamento, tal como acolhimento. As reuniões sistemáticas da equipe inter-profissional, também favorecem estratégias de ações, propondo redirecionamentos da demanda espontânea, flexibilização de protocolos, mantendo-se a assistência integral, humanizada, acolhimento, aconselhamento individual, coletivo, continuado e qualificado.
Anais do X
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1 - INTRODUÇÃO
O presente trabalho versa sobre as mudanças ocorridas no processo de trabalho
desenvolvido pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) com a introdução
do Teste Rápido de HIV (TR HIV), Teste Rápido de Sífilis ( TR Sífilis) Teste Rápido
Diagnóstico de Hepatite B ( TR HB) e Teste Rápido de Hepatite C ( TR HC) sendo
referência para população de Campo Grande - MS.
Consideramos importante inicialmente traçar um breve histórico da criação e
organização dos CTA mostrando que independentemente da introdução dos TR HIV,
Sífilis, HB e HC, esse serviço tem passado por variadas mudanças em sua
organização, como forma de readequar-se as mudanças que foram ocorrendo no
perfil da epidemia e no foco das políticas de IST/HIV/AIDS e Hepatites B e C.
Nesse contexto, em 1999, os CTAs passaram a incorporar o papel de subsidiar a
universalização do diagnóstico do HIV, Sífilis, HB e HC e garantir a equidade no
acesso à testagem, especialmente das populações mais vulneráveis.
Assim, durante esta década, ocorreram diversas mudanças na estrutura e
organização do CTA. O Ministério da Saúde passou a preconizar a universalização
da oferta do teste anti-HIV, teste anti- sífilis, teste anti – Hepatite B e teste anti –
Hepatite C na rede pública da saúde, especialmente no âmbito da atenção básica da
saúde e pré-natal, e também para pacientes com tuberculose e usuários de drogas
injetáveis. O Manual recomendava que os CTA adotassem procedimentos para
flexibilizar a exigência de anonimato dos usuários, realizar atividades de prevenção
intra e extramuros e apoiar as ações de profilaxia da transmissão vertical.
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Neste documento, bem como nos documentos de diretrizes seguintes, foi
reforçada a diretriz de priorização de ações voltadas às populações mais vulneráveis
e com dificuldades de acesso aos serviços. Em 2001 foi implantado o Sistema de
Informação de CTA (SICTA) que além das informações epidemiológicas, ofereceu
instrumentos para a gestão do serviço como registro de atendimento ao usuário e
controle das amostras de sangue. (Brasil, 2008).
Estratégias para aumentar o acesso e o interesse da população pela testagem
anti-HIV, também passaram a ser realizadas com a Campanha Nacional “Fique
Sabendo”.
Em 2008, o Ministério da Saúde publicou o Manual Centro de Testagem e
Aconselhamento do Brasil: Desafios para a Equidade e o Acesso, que foi
fundamentado nos resultados de uma pesquisa sobre os CTAs do Brasil. As
informações geradas por este estudo mostraram que dependendo da época da
epidemia em que os CTAs foram implantados, e da região do país, eles se
estruturaram de forma diferente, encontrando soluções diversas para os problemas
identificados e respondendo a demandas e necessidades específicas. Este manual
reitera a importância destes serviços para a promoção da eqüidade e do acesso ao
diagnóstico e prevenção do HIV e das IST e a integralidade no cuidado. O CTA
articulado aos demais serviços do Sistema Único de Saúde, representam ainda uma
estratégia importante nesse processo de universalização do diagnóstico de HIV.
Este Manual recomenda que é possível “aumentar a oferta de sorologias, com a
capacidade existente, definir estratégias de divulgação dos CTA e reduzir as taxas de
abandono na busca de resultados”, melhorando ainda o encaminhamento de usuários
infectados, fornecimento de insumos de prevenção da transmissão sexual e pelo uso
de drogas, acolhimento e aconselhamento dos usuários.
Dentre os novos princípios organizacionais adotados, segundo o Manual,
destacam-se uma maior ênfase na promoção de práticas sexuais seguras, em que o
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aconselhamento assume papel central de prevenção, recomendando-se que seja
processual, não obrigatório e que ocorra de acordo com a necessidade e demanda de
usuários.
É importante apontar que neste documento há várias recomendações para os
CTAs, e entre elas está o oferecimento do teste rápido como método diagnóstico para
HIV, Sífilis, HB e HC (BRASIL,2010).
Como podemos perceber, desde sua implantação, os CTAs têm sido
demandados a incorporar novas tecnologias, estratégias e políticas para manejar com
as mudanças na epidemia da Aids. Esta condição tem forçado estes serviços a
repensarem constantemente sua identidade e sua forma de organização. O modo
como estes serviços tem incorporado e manejado com as novas diretrizes e
recomendações e as alterações que elas provocam no processo de trabalho, merece
ser alvo de estudo e investigação, pois, isto tem um impacto tanto na população
como no cotidiano dos profissionais.
Vale enfatizar, que exames sorológicos convencionais, ao serem ofertados para
populações mais vulneráveis (HSH, profissionais do sexo, usuários de drogas,..)
também podem contribuir para uma menor efetividade de política de testagem nestes
moldes, dada a dificuldade desta população para ir diversas vezes ao serviço com o
intuito de realizar exame e buscar o resultado.
Este trabalho pretende dar visibilidade aos efeitos de tal política no serviço,
evidenciar as questões relacionadas à operacionalização do TR no CTA, buscando
registrar as mudanças, e analisar criticamente o impacto na configuração do CTA,
provocado pela oferta do teste anti-HIV, teste anti- sífilis, teste anti – Hepatite B e
teste anti – Hepatite C. Para tanto, utilizamos como exemplo a experiência do
trabalho realizado na unidade de Campo Grande MS, no papel de aconselhanto e a
análise desde a experiência prática em relação à absorção das diretrizes elaboradas
pelo Ministério da Saúde, na prática do CTA..
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Lembramos que o TR é um importante dispositivo de prevenção, porém, exige
mudanças gerenciais, técnico-operacionais e ético-valorativas, tanto na forma de
organização do serviço, quanto nos papéis dos profissionais de saúde e uma
reformulação da concepção de trabalho no contexto da epidemia.
2 - OBJETIVOS
Objetivo Geral: Caracterizar as diferentes implicações e momentos de
mudanças no processo de trabalho do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Objetivos Específicos:
1- Caracterizar os diferentes momentos na política de introdução do Teste
Rápido.
2- Caracterizar as diferentes estratégias para a operacionalização do TR.
3- Discutir as principais implicações de mudanças na estrutura e organização de
trabalho do CTA.
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3 - METODOLOGIA
Relato de experiência pessoal sobre a implantação do TR em no Centro de
Testagem e as implicações desta introdução no processo de trabalho no serviço e na
prática do aconselhamento.
Para isso fez um levantamento histórico das mudanças nas diretrizes técnicas e
políticas dos Centros de Testagem e Aconselhamento no Brasil e dos diferentes
momentos da implantação do TR. Para isso foram levantados e analisados todos os
manuais e documentos de diretrizes produzidos pelo Ministério da Saúde relativos
ao CTA.
Um levantamento de materiais do Programa Estadual de IST/AIDS de Mato
Grosso do Sul sobre a implantação do CTA e sobre Teste Rápido de HIV (TR HIV),
Teste Rápido de Sífilis ( TR Sífilis) Teste Rápido Diagnóstico de Hepatite B ( TR
HB) e Teste Rápido de Hepatite C ( TR BC).
Por fim, uma análise crítica destes materiais, identificando o processo histórico
tanto no nível nacional como neste serviço específico e ao mesmo tempo, uma
análise crítica das implicações que ocorreram no serviço, a partir de uma reflexão
crítica sobre a própria experiência pessoal.
4 – IMPLANTAÇÃO DO CTA
O CTA, foi implantado em 1995, preconiza a abordagem sindrômica
(tratamento de IST imediato, com prescrição de medicamentos, com base em sinais e
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sintomas de IST), conduta válida e adotada até hoje. O CTA funcionava no período
matutino e vespertino.
Inicialmente, a equipe era constituída por profissionais de saúde, sendo
Enfermeira, Psicóloga, Assistente Social, Biólogo e Técnicas de Enfermagem,
prestavam serviços no CTA. As ações de aconselhamento para a oferta do teste, é de
demanda espontânea, realizando um atendimento sigiloso individual, realizando
ações extra muro atendendo solicitações do movimento social e empresas com
horário determinado para palestra sobre a infecção sexualmente transmissíveis e
HIV/aids. O pós-teste individual, para a entrega do resultado de exames, é feito logo
após o resultado que fica pronto em 15 minutos, sempre pensando no bem estar do
paciente.
Ao longo do tempo, ocorreram modificações, foi constituída uma equipe fixa,
mantendo-se as ações de aconselhamento nos moldes já descritos. Com o objetivo de
personalizar o atendimento, a equipe, modificou a oferta de teste indo de encontro as
necessidades da população vulnerável, adotando uma linguagem mais coloquial
usado nos guetos, e o aconselhamento pré e pós-teste passaram a ser realizados
individualmente, para os usuários. Os resultados de exames sorológicos positivos é
realizado o matriciamento onde o paciente já sai encaminhado para o tratamento com
o infectologista de acordo com o interesse e apresentação voluntária do usuário.
6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Previamente a implantação do TR, o processo de criação do CTA já havia
repercutido em toda dinâmica de trabalho do serviço, visto que todos os usuários que
se submetessem as sorologias deve ser registrados por este sistema de cadastro no
SISCTA. Desde o início, ficou como competência do aconselhador o registro do
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atendimento consolidado com o preenchimento desta ficha, logo após a realização do
pré-teste e também no pós-teste, completando os dados com os resultados de exames.
Assim, desde este momento, cabia ao aconselhador uma específica
disponibilidade de tempo e de atenção para o preenchimento adequado deste
formulário, foco esse, que passou a competir na sessão de aconselhamento, com uma
interação mais livre e espontânea do aconselhador com o usuário. Era de obrigação
do aconselhador também, o registro desses dados, no sistema de informática, o que
passou aos poucos a significar a necessidade de um profissional exclusivo para esta
ação. Apesar do envolvimento da equipe de aconselhamento na coleta e registro
dessas informações, não há ainda um retorno dos dados quantitativos do sistema
SISCTA, para os profissionais de saúde. A percepção do quadro epidemiológico
favorecerá discussões e reflexões sobre ações de prevenção viáveis na prática do
aconselhamento.
Em seguida, o CTA passou a ofertar um leque maior de exames em seu
cardápio sorológico, não apenas o exame de HIV e da Sífilis, mas também de
Hepatites B e C. Esta estratégia, significou um aumento de usuários de demanda
espontânea e de usuários encaminhados, para o CTA.
Para a equipe de aconselhamento houve novamente a necessidade de adaptação
e preparo a esta nova situação: a exigência de conhecimento, apropriação e
significado do conteúdo de hepatites, para sua própria compreensão, interpretação
para o usuário do resultado, além de absorver mais esta demanda que após as
testagens aumentou consideravelmente o número de atendimentos, com a criação do
Ambulatório de Hepatites virais.
Posteriormente, a campanha nacional “Fique Sabendo” representou uma maior
divulgação dos exames sorológicos, facilitando o acesso da população as testagens,
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ações de prevenção, possibilidades de assistência, tratamento e medicamentos, enfim
uma importante iniciativa governamental. Mas, é inegável, que para o CTA
representou mais uma absorção de demanda de usuários novos para as testagens, sem
ampliação de espaço físico ou de recursos humanos.
Os CTA, segundo Wolffenbüttel (2006) por serem identificados como uma
porta aberta e por serem uma porta de entrada para a rede de saúde, possuem a
“missão de ofertar testagens para detecção da infecção por HIV, sífilis e Hepatites
B e C, bem como acesso às tecnologias de prevenção representadas pelo
aconselhamento em IST/HIV/aids e hepatites virais e também a insumos como
preservativos e kits de redução de danos”. De fato, os CTA ocupa uma posição
estratégica nisso, porém estas ações precisam ser realizadas em integração com as
redes de serviços de outros programas assistenciais, como a rede de atenção básica à
saúde, que também devem representar uma “porta aberta” de acesso à população
com ampliação dos horários de atendimento direcionado aos trabalhadores. Desta
forma, os CTA teria mais condições de proporcionar o acesso mais estruturado as
populações de maior prevalência e risco.
Desde 2016, com a implantação do TR, muitas mudanças foram introduzidas na
organização do serviço, visto ter este criado outro fluxo de atendimento, além do
fluxo convencional, alterando a dinâmica de trabalho para os profissionais de saúde.
A dinâmica de trabalho do serviço foi se alterando, no sentido de precisar
absorver mais uma demanda populacional espontânea crescente, com os mesmos
recursos humanos. Mesmo assim, os profissionais do serviço buscaram adaptar-se às
demandas no cotidiano de trabalho, buscando alternativas para ainda garantir um
atendimento humanizado, acolhimento e aconselhamento qualificado, em prol do
TR.
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É importante registrar que a mudança significativa e importante, trazida pelo
novo método (TR) é o menor período de tempo entre a coleta e o resultado,
diferenciando-o da metodologia tradicional (entre coleta e resultado agendado, prazo
mínimo 15 minutos) o que representa um avanço para oferta de testagem,
especificamente do anti-HIV, teste anti- sífilis, teste anti – Hepatite B e teste anti –
Hepatite C no CTA.
Apesar de ser um procedimento de fácil manipulação, inicialmente muitas
inseguranças estavam presentes nas ações dos diversos profissionais da equipe em
relação ao manejo do TR. Inclusive a leitura do resultado do exame era realizada
com insegurança, o que exigia para a maior tranqüilidade da equipe a utilização de
dois profissionais (aconselhador e enfermagem), principalmente nos casos de
resultados positivos. Havia insegurança do profissional em digitar um laudo de
exame (que antes era um trabalho exclusivo do laboratório) de TR REAGENTE. Os
profissionais consideravam necessário, saber mais sobre o usuário para fornecer o
diagnóstico final. Atualmente, os profissionais, após tantas testagens, adquiriram
maior habilidade no manejo do TR, estão mais seguros e confiantes, na digitação do
resultado do exame.
A proposta de mudança, indicada no Manual do Ministério da Saúde (2010)
que tem acontecido neste último ano no CTA, foi a possibilidade de flexibilização do
aconselhamento pré-teste que implica em respeitar a autonomia do sujeito em
escolher se quer ou não conversar sobre o teste antes da realização do mesmo.
Porém, esta alteração obriga a uma mudança no fluxo de atendimento e altera a
organização e concepção do trabalho realizado no CTA, a medida que desloca para o
atendimento pós-teste aspectos usualmente abordados com o usuário no momento
anterior a testagem.
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Todavia, quando o usuário recebe o resultado de TR, após aflições e angústias
decorrentes da espera, mostra-se impaciente, não está disponível para a escuta.
Assim, da forma como isso começou a ser realizado no serviço, percebe-se uma
menor oportunidade para uma reflexão sobre a vulnerabilidade individual,
direcionando o diálogo para a prevenção, incentivando práticas sexuais seguras.
Assim, faz-se necessário atualmente um maior aprofundamento sobre os diferentes
espaços e momentos existentes no serviço (além do aconselhamento) para a
realização de avaliação de risco e de ações de prevenção individual e coletiva.
Porém, diante de uma demanda espontânea crescente, exigem mudanças no
atendimento, dos usuários que retornam para repetir o TR, portanto já estão
cadastrados no SISCTA. Nesses casos, objetivando resolubilidade e agilidade, se
inseriu a flexibilização do aconselhamento pré-teste. Estas testagens, contínuas e
repetitivas, para o mesmo usuário, merecem investigação específica.
Entretanto, percebe-se que historicamente, os CTA concentra na tecnologia de
aconselhamento uma expectativa de resolução e absorção de boa parte das novas
estratégias e ações propostas para o CTA, principalmente quando elas se dão a partir
de um atendimento individualizado. Isto faz com que este espaço tenha sempre de
introduzir novos conteúdos, procedimentos, formulários e demandas; sem
necessariamente avaliar se é o espaço mais adequado para isso, ou sem avaliar as
conseqüências dessa exigência para a qualidade da relação profissional usuário, e
para a escuta e a reflexão conjunta que esta tecnologia pretende oferecer em relação
aos problemas e demandas pessoais.
Dessa forma, como nos afirma PUPO (2007) “o aconselhamento vai perdendo
assim, aos poucos, sua especificidade, sua identidade e profundidade, seu real poder
de atuação e algumas vezes, inclusive, sua razão de existir, pois, ao se tornar quase
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que um “espaço coringa”, utilizado para diferentes possibilidades (um lugar para
facilitar o acesso orientado a insumos, a tratamentos específicos, a suporte social, a
informações específicas, lugar para explicação de procedimentos, para ajudar o
indivíduo a lidar com situações difíceis, entre outros) ele perde a capacidade de
executar uma reflexão conjunta, personalizada e individualizada sobre riscos e
dificuldades pessoais” Por este motivo “fazer do aconselhamento um espaço
estratégico” para a resolução de muitos problemas (de diferentes ordens) e para o
manejo de muitas questões ao mesmo tempo, sem entender a especificidade de sua
natureza e estrutura, e, portanto para qual intento ele melhor se ajusta como técnica,
acaba por torná-lo menos efetivo e resolutivo, menos criativo e espontâneo, mais
repetitivo e monótono para os profissionais.
A inserção de outras atividades de escuta individualizada das demandas e
encaminhamento das mesmas, para além do aconselhamento, tal como o
acolhimento no momento de entrada do usuário no serviço, é uma alternativa.
A equipe inter-profissional tem compartilhado com a gestão, através de
discussões em reuniões sistemáticas, a importância de ampliar o acesso e expandir o
mais rápido possível, o TR, a demanda espontânea, sem limitações ou restrições,
com opções para o teste anti-HIV, teste anti- sífilis, teste anti – Hepatite B e teste
anti – Hepatite C convencional, também. Para tanto, tem buscado soluções, criando
novos fluxos, agilizando atendimentos, redirecionando demandas, flexibilizando o
aconselhamento pré-teste, garantindo o aconselhamento pós-teste, e dentro das
possibilidades da equipe ofertando o aconselhamento individual, coletivo,
continuado e qualificado.
Vale enfatizar, que cotidianamente, os profissionais de saúde do CTA, superam
desafios impostos pela realidade institucional, e que a motivação e o apoio de
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gestores são imprescindíveis para o processo de reflexão sobre o aprimoramento,
criatividade e construção da prática, com a troca de saberes entre a equipe inter-
profissional.
A rede de serviços deve funcionar interligada, de fato, para a assistência
integral, prevenção e promoção de saúde para que haja um trabalho em sintonia
única, com os mesmos objetivos, onde a oferta de testagens esteja inserida nos
diferentes serviços existentes.
Vale ressaltar, que os meios de comunicação, os órgãos da imprensa devem ter
também um papel transformador na sociedade e nesse sentido estaríamos melhor
servidos se houvesse mais divulgação sobre educação em saúde direcionado à
prevenção, em jornais, revistas, televisão, enfim abrangendo todos os recursos da
informática. Portanto, poderia ser incluída como mais uma importante estratégia de
prevenção.
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Aids – Acquired Immune Deficiency Syndrome CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento
IST – Infecção a Sexualmente Transmissível l HIV –
Human Immune Deficiency Virus
MS – Ministério da Saúde
SISTA – Sistema de Informação dos Centros de testagem e Aconselhamento
SUS – Sistema Único de Saúde
TR – Teste Rápido
UBS – Unidade Básica de Saúde
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