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ÍNDICES EXPORTAÇÃO DO AGRONEGÓCIO 3º TRIMESTRE 2018

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Page 1: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada ......subiu, atingindo US$ 76 bilhões. Os produtos que mais contribuíram para esse resultado fo-ram os do complexo da soja, a carne

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O agronegócio brasileiro tem demonstra-do resiliência em 2018. De janeiro a se-tembro deste ano, o volume exportado

cresceu pouco mais de 1% frente ao mesmo período de 2017. Os preços médios em dólar se mantiveram praticamente estáveis nesse período, com queda de aproximadamente 1%. Mesmo assim, o faturamento externo do setor subiu, atingindo US$ 76 bilhões. Os produtos que mais contribuíram para esse resultado fo-ram os do complexo da soja, a carne bovina, o suco de laranja e as frutas. O faturamento em moeda nacional aumentou mais de 10%, favorecido pela desvalorização de 9% do Real. Nos últimos 19 anos, de 2000 a 2018, o volume exportado (medido pelo IVE-Agro/Cepea) tem apresentado crescimento pratica-mente constante. Nesse período, a quantidade embarcada registrou elevação de expressivos

328% e o preço em dólar (IPE-Agro/Cepea), de 67%, neste caso, após apresentar ciclo de baixa de 2011 a 2016, os preços têm mantido maior estabilidade nos últimos dois anos (Figura 1). A taxa de câmbio efetiva real do agro-negócio (IC-Agro/Cepea) teve alta de, 47,6% na comparação da média dos primeiros nove meses de 2018 com a de 2000, o que evi-dencia a valorização da moeda nacional em termos reais (descontando-se a inflação) nes-tes últimos 19 anos. O Real, que se manteve mais estável em termos reais de 2011 a 2015, voltou a se valorizar em 2016 e 2017, mas, comparando-se a média de janeiro a setem-bro de 2018 com a de 2000, observa-se que os preços internalizados (em reais) das expor-tações (IAT-Agro/Cepea), que representam a atratividade das exportações do agronégó-cio, caíram aproximadamente 13% (Figura 1).

Volume recorde e desvalorização do Real favorecem faturamento com exportações do agro

Figura 1 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio (IPE-Agro/Cepea) em dólar, Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-A-gro/Cepea). Dados anualizados. Para o ano de 2018, considera-se a média de janeiro a setembro.

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC

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Desempenho das vendas externas do agronegócio brasileiro entre 2017 e 2018

O volume exportado pelo agronegócio bra-sileiro (IVE-Agro/Cepea) iniciou 2018 com desempenho abaixo do verificado

em 2017. No entanto, a partir de março, com o início da colheita da safra brasileira de grãos, os volumes mensais exportados cresceram substan-cialmente, processo que perdurou até julho. Em-bora no comparativo mensal, setembro de 2018 contra setembro de 2017, verifique-se queda de 15,9%, mas no acumulado de 2018 (de janeiro a setembro) frente ao mesmo período de 2017, os embarques cresceram mais de 1% (Figura 2). Os preços médios em dólares dos pro-dutos exportados pelo agronegócio brasileiro (IPE-Agro/Cepea), após registrarem alta entre janeiro a março de 2018, apresentaram queda a partir de abril, movimento que se estendeu até setembro. Ainda assim, comparando-se ja-neiro a setembro de 2018 com os mesmos me-ses do ano passado, observa-se queda de 1% nos preços médios em dólares dos produtos ex-portados pelo agronegócio nacional – contudo, em setembro/18, especificamente, verifica-se alta de 2,8% frente a setembro/17 (Figura 2). Quanto ao Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea),

há tendência de alta de janeiro de 2017 até se-tembro de 2018, configurando a desvalorização da moeda nacional (Real) nesse período. Há um período de valorização do Real entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018, mas, com a pro-ximidade das eleições, a moeda nacional volta a perder força a partir de março de 2018, e se desvaloriza frente às moedas de seus principais parceiros comerciais. Na comparação entre os nove primeiros meses de 2018 com o mesmo período de 2017, o Real se desvalorizou aproxi-madamente 10% (em termos reais); já no com-parativo mensal (setembro/18 frente à setem-bro/17), a desvalorização é de 9% (Figura 2). Apesar de os preços em dólares estarem estáveis em 2018, na média de janeiro a setembro quan-do comparada à de 2017, a desvalorização da moeda nacional, que prevaleceu na maior parte dos nove primeiros meses de 2018, impulsionou os preços em Reais (IAT-Agro/Cepea). Assim, as vendas externas do setor ganharam atrativi-dade de aproximadamente 12% em setembro de 2018 frente ao mesmo mês de 2017 e de 8% na média dos nove meses deste ano fren-te à de janeiro a setembro de 2017 (Figura 2).

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Figura 3 - Variação percentual do: Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea); Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea); Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice de Câmbio do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Comparação entre as médias de outubro de 2017 a setembro de 2018 com a de outubro de 2016 a setembro de 2017.

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC.

Figura 2 - Índice de Preços de Exportação do Agronegócio em dólar (IPE-Agro/Cepea), Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea). Dados mensais de janeiro de 2017 a setembro de 2018 (Base 100=jan/17).

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MIDC.

Em termos anualizados, de outubro de 2017 a setembro de 2018, o volume ex-portado pelo agronegócio brasileiro (IVE-Agro/Cepea) apresentou expressiva alta, de aproxi-madamente 10% frente aos 12 meses anterio-res. No entanto, os preços médios em dólares

recebidos pelos exportadores do agronegócio caíram mais de 3% (IPE-Agro/Cepea). A atra-tividade do setor subiu quase 6% (IAT-Agro/Cepea) no período analisado, graças ao ga-nho de quase 9% da taxa de câmbio efetiva de real do setor (IC-Agro/Cepea). (Figura 3).

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Exportações setoriais

O complexo da soja continua sendo o prin-cipal segmento de sucesso do setor, em termos de vendas externas; seus produ-

tos, soja em grão, farelo e óleo de soja, foram os que apresentaram aumentos mais expressivos no volume das exportações do agronegócio em 2018. As taxas de crescimentos dos três produ-tos nos embarques nos primeiros nove meses de 2018 frente ao mesmo período de 2017 fo-ram de 17%, 16% e 13%, respectivamente. O

suco de laranja, a carne bovina, a madeira e o etanol também apresentaram elevações no vo-lume nesse período de, 11,3%, 10,8%, 9,9% e 9,3%, respectivamente. Os produtos que apre-sentaram redução de volume das vendas ao exterior foram: frutas (-1,2%), café (-2%), car-ne de aves (-7%), algodão em pluma (-8,6%), carne suína (-11,8%), celulose (-19,7%), milho (-24%) e açúcar (-26,6%) (Figura 4). O forte crescimento dos embarques

Figura 4 - Variação do Volume das Exportações para Produtos Específicos (IVE-Agro/Cepea) – variações percentuais referen-tes ao intervalo entre janeiro e setembro de 2018 comparados ao mesmo período de 2017.

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

dos produtos do complexo da soja contribuiu para o bom desempenho do agronegócio bra-sileiro em 2018. Com isso, o valor das exporta-ções brasileiras em 2018 (até setembro) ficou concentrado nos produtos do complexo da soja, que representou 44% do total, seguido pelo complexo sucroalcooleiro (7,3%), pro-dutos florestais (14%), bovídeos (8,8%), suí-nos e aves (7,8%), café e estimulantes (4%). O outro componente do faturamento externo do setor, o preço em dólar (IPE-Agro/Cepea), cresceu para a maioria dos principais produtos do agronegócio brasileiro vendidos

ao exterior, no agregado dos nove primeiros meses de 2018, comparado ao mesmo período de 2017. Nesse período, desvalorizaram-se os preços do etanol (-4,6%), óleo de soja (-4,7%), carnes de aves (-5,4%), café (-11,7%), car-ne suína (-19%) e açúcar (-23,8%). Por outro lado, os preços se mantiveram em alta para os demais produtos considerados, como a madei-ra, que aumentou 18,3%, as frutas (15,9%), farelo de soja (12,7%), celulose (12,3%), mi-lho (7,3%), soja em grão (5,6%), algodão em pluma (5,1%), suco de laranja (3%) e car-ne bovina (1,2%), nesse período (Figura 5).

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Figura 5 - Variação do Preço das Exportações para Produtos Específicos (IPE-Agro/Cepea) – variações percentuais referentes ao intervalo entre janeiro e setembro de 2018 comparados ao mesmo período de 2017.

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

Figura 6 - Índice de Atratividade da Exportação para Produtos Específicos (IAT-Agro/Cepea) – variações percentuais referen-tes a comparações entre os nove primeiros meses de 2018 e o mesmo período de 2017.

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

A desvalorização média do Real, de 9,5% no agregado de janeiro a setembro de 2018, be-neficiou fortemente o setor. As exportações se tornaram mais atrativas para a maioria dos produtos, com exceção do café, carne suína e o açúcar. O preço internalizado em reais (IAT-A-gro/Cepea) subiu para todos os outros produ-

tos do agronegócio – para a madeira, a alta foi de 29,6%, para frutas, de 27%, farelo de soja, 23,4%, celulose, 22,9%, milho, 17,5%, soja em grão, 15,7%, algodão em pluma, 15,1%, suco de laranja, 12,8%, carne bovina, 10,8%, etanol, 4,5% e carne de aves, 3,6% (Figura 6).

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Destinos das exportações do Agronegócio Brasileiro

Em 2018, até setembro, a China manteve-se como principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com participação de

mais de 34,9% do total, seguida pelos países da Zona do Euro (12,8%) e dos Estados Unidos (5,9%) (Figura 7). A demanda chinesa continuou concentrada nos produtos do grupo cereais/le-guminosas/oleaginosas, que representou mais de 80% das compras do país asiático. O produto mais importante da pauta de compras chinesa foi a soja em grão – o país asiático foi destino de 80% de toda a oleaginosa exportada pelo Bra-sil. Outro produto importante é a carne bovina:

do total da carne brasileira exportada de janeiro a setembro, quase 28% tiveram a China como destino – o país figura como segundo principal destino das exportações brasileiras do produto. Quanto aos países que compõem a Zona do Euro, 37% da demanda por produtos do agronegócio brasileiro foi concentrada no grupo cereais/leguminosas/oleaginosas, seguido dos grupos: produtos florestais (20%), café e estimu-lantes (12%) e frutas (11%). Os Estados Unidos demandaram produtos dos grupos: produtos flo-restais (40%), frutas (13%), café e estimulantes (13%), bovídeos (8%) e cana e sacarídeas (10%).

Figura 7 - Principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro (US$ FOB) e as respectivas participações (%) no total exportado pelo agronegócio brasileiro

Fonte: Cepea/Esalq/USP; com base em dados do MDIC.

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Em relação aos destinos dos principais produtos exportados pelo agronegócio brasilei-ro, o Irã é responsável por demandar 72% do total de milho exportado pelo Brasil, seguido pelo Egito (5%) e pela Espanha (3%). Os prin-cipais destinos dos envios do etanol foram os Estados Unidos, com quase 59% das exporta-ções brasileiras do produto, e a Coreia do Sul (28%). No caso do farelo de soja, o destaque em termos de destino das exportações nacio-nais foi a Holanda, que comprou 18% do pro-duto. No caso do óleo de soja, o destaque de janeiro a setembro foi a Índia, responsável por

comprar mais de 53% do total exportado pelo Brasil. Em relação à carne suína, se destacaram Hong Kong, responsável por 29% das expor-tações desse produto, e China, com 30%. Já a respeito das carnes de aves, os principais países demandantes foram a China (14%), Arábia Sau-dita (13%) e o Japão (12%). Os destinos mais importantes da exportação de açúcar foram a Argélia (10%), seguida da Índia (9,5%), Bangla-desh (7,8%) e Emirados Árabes Unidos (7,7%). No caso da carne bovina, os principais importa-dores foram Hong Kong, que demandou 30% do total exportado, a China (28%) e o Egito (9,6%).

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COORDENAÇÃO GERAL: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea-Esalq/USP PESQUISADORA DO CEPEA: Andréia Cristina de Oliveira Adami, Dra. EQUIPE TÉCNICA: Victor Suursoo de Souza, graduando do curso de Ciências Econômicas CONTATOS: (19) 3429-8836/37 • [email protected] INFORMAÇÃO: www.cepea.esalq.usp.br

EXPEDIENTE

CONCLUSÕES

Em 2018, as exportações brasileiras do agronegócio têm se mantido em patamares recordes em termos de volume agregado.

Neste ano, os preços em dólares da maioria dos produtos exportados pelo setor têm mostrado recuperação e, com isso, o faturamento em mo-eda norte-americana cresceu de janeiro a se-tembro de 2018 frente à igual período de 2017. Outro fator positivo neste ano para o setor ex-portador é a desvalorização do Real no período (de 9,5%), que puxou a atratividade das ven-das. Assim, o faturamento em Reais aumentou mais de 10%. Desse modo, foi possível ao setor contribuir para o aumento das reservas (dóla-res) com origem no agronegócio e, ao mesmo tempo, manter boa a rentabilidade (em Reais). A soja em grão foi o carro chefe do resultado positivo nesse período, e teve a Chi-na como a grande compradora, pois o país asiático absorveu quase 80% das vendas bra-sileiras da oleaginosa em 2018 (até setem-bro). O país também é o principal parceiro comercial do Brasil e suas compras represen-taram mais de 34% das vendas do agrone-gócio nacional no período. O setor de carnes também demonstrou bom desempenho em

2018, com a carne bovina apresentando tan-to crescimento de volume quanto de preços. O resultado destes nove meses de 2018 mostra que a desvalorização da moeda nacional aliada a leve recuperação dos preços em dólar foram cruciais para o bom desempenho do fa-turamento do setor. Considerando-se, ainda, o crescimento das vendas (volume), os três compo-nentes contribuíram favoravelmente para a ele-vação do faturamento em Real do agronegócio. Em termos de indicadores macroeconô-micos, a inflação ao redor da meta e a redução nas taxas de juros podem favorecer os investi-mentos na produção agrícola, o que contribui para que a oferta brasileira de alimentos, fibras e energia continue em expansão. Além disso, a demanda internacional parece se manter fir-me com a China demonstrando forte disposi-ção em aumentar suas compras de alimentos. Em relação ao Real, a definição do quadro político nacional deve trazer certa esta-bilidade à moeda nacional neste fim de 2018. A oferta brasileira elevada na última safra e o preço externo em nível mais alto devem ser fa-tores essenciais para que o setor mantenha o bom desempenho nos últimos meses de 2018.