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Cenários Prospectivos no Transporte Rodoviário de Cargas: um Estudo no Corede Produção do Estado do Rio Grande do Sul Autoria: Henrique Dias Blois, Eduardo Belisário Finamore, Veleda Maria Mallmann, Rafaela Biazi Resumo Esse estudo aborda a construção de cenários prospectivos para o transporte rodoviário de cargas no Corede Produção do Rio Grande do Sul, procurando demonstrar a importância da utilização desta ferramenta de gestão ao fornecer visões alternativas sobre o futuro e suas incertezas, tornando possível preparar antecipadamente as empresas contra pontos fracos e ameaças, bem como aproveitar pontos fortes e oportunidades sobre o objeto de estudo. Inicialmente, buscou-se apontar a situação do transporte rodoviário de cargas e identificar os problemas e oportunidades que o setor apresenta no presente. O trabalho utilizou o método descrito por Grumbach e contou com o auxílio de peritos para a construção de cenários para os próximos cinco anos. Os resultados iniciais mostram que a ferramenta pode ser útil na construção de um futuro mais promissor, visto que aponta medidas que podem ser tomadas no presente, visando proteger contra ameaças, bem como aproveitar as oportunidades futuras. 1 Justificativa Para conseguirem se manter num mercado competitivo, as empresas buscam oferecer produtos e serviços com qualidade e eficiência, e, nesse contexto, o transporte rodoviário de cargas não é exceção. Dentro do espírito da empresa moderna, o básico da atividade logística é o atendimento ao cliente, em que o transporte é uma das fases mais críticas do negócio. Assim, as redes de transporte servem de elemento fundamental nas cadeias produtivas, unindo mercados produtores e consumidores, propiciando a redução das desigualdades e tendo uma contribuição significativa no desenvolvimento do Brasil (CONFEDERAÇÃO..., 2005) A escolha do modal é de fundamental importância, sendo necessário uma análise de custos, pois cada um apresenta vantagens particulares, sendo de grande destaque para o bom funcionamento da economia. São basicamente cinco os modais de transporte de cargas: rodoviário, aéreo, dutoviário, ferroviário e hidroviário, cada com custos e características operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos. Para Fleury (2004), uma rápida análise dos dados indica uma utilização exagerada do modal rodoviário no Brasil, comparativamente ao dos EUA (61% versus 26%). O setor rodoviário de cargas no Brasil caracteriza-se por uma alta fragmentação e excesso de oferta, resultado da inexistência de regulamentação, o que torna as barreiras de entrada praticamente nulas. É um importante setor da economia nacional e tem recebido os impactos dos avanços tecnológicos, das incertezas políticas, do aumento da concorrência, do aumento dos custos operacionais e das oscilações da economia. No Rio Grande do Sul, como a matriz brasileira, o modal rodoviário é o mais utilizado em comparação com os demais. Nesse particular, visando ao desenvolvimento do estado do Rio Grande do Sul, foram criados os Conselhos Regionais de Desenvolvimento – Coredes – como fóruns de discussão e decisão a respeito de políticas e ações com o objetivo de debater sobre questões regionais. Desses, o presente estudo limita-se ao Corede-Produção, abrangendo a região Norte do Rio Grande do Sul.

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Cenários Prospectivos no Transporte Rodoviário de Cargas: um Estudo no Corede Produção do Estado do Rio Grande do Sul

Autoria: Henrique Dias Blois, Eduardo Belisário Finamore, Veleda Maria Mallmann, Rafaela Biazi

Resumo

Esse estudo aborda a construção de cenários prospectivos para o transporte rodoviário de cargas no Corede Produção do Rio Grande do Sul, procurando demonstrar a importância da utilização desta ferramenta de gestão ao fornecer visões alternativas sobre o futuro e suas incertezas, tornando possível preparar antecipadamente as empresas contra pontos fracos e ameaças, bem como aproveitar pontos fortes e oportunidades sobre o objeto de estudo. Inicialmente, buscou-se apontar a situação do transporte rodoviário de cargas e identificar os problemas e oportunidades que o setor apresenta no presente. O trabalho utilizou o método descrito por Grumbach e contou com o auxílio de peritos para a construção de cenários para os próximos cinco anos. Os resultados iniciais mostram que a ferramenta pode ser útil na construção de um futuro mais promissor, visto que aponta medidas que podem ser tomadas no presente, visando proteger contra ameaças, bem como aproveitar as oportunidades futuras. 1 Justificativa

Para conseguirem se manter num mercado competitivo, as empresas buscam oferecer

produtos e serviços com qualidade e eficiência, e, nesse contexto, o transporte rodoviário de cargas não é exceção. Dentro do espírito da empresa moderna, o básico da atividade logística é o atendimento ao cliente, em que o transporte é uma das fases mais críticas do negócio. Assim, as redes de transporte servem de elemento fundamental nas cadeias produtivas, unindo mercados produtores e consumidores, propiciando a redução das desigualdades e tendo uma contribuição significativa no desenvolvimento do Brasil (CONFEDERAÇÃO..., 2005)

A escolha do modal é de fundamental importância, sendo necessário uma análise de custos, pois cada um apresenta vantagens particulares, sendo de grande destaque para o bom funcionamento da economia. São basicamente cinco os modais de transporte de cargas: rodoviário, aéreo, dutoviário, ferroviário e hidroviário, cada com custos e características operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos.

Para Fleury (2004), uma rápida análise dos dados indica uma utilização exagerada do

modal rodoviário no Brasil, comparativamente ao dos EUA (61% versus 26%). O setor rodoviário de cargas no Brasil caracteriza-se por uma alta fragmentação e excesso de oferta, resultado da inexistência de regulamentação, o que torna as barreiras de entrada praticamente nulas. É um importante setor da economia nacional e tem recebido os impactos dos avanços tecnológicos, das incertezas políticas, do aumento da concorrência, do aumento dos custos operacionais e das oscilações da economia. No Rio Grande do Sul, como a matriz brasileira, o modal rodoviário é o mais utilizado em comparação com os demais.

Nesse particular, visando ao desenvolvimento do estado do Rio Grande do Sul, foram criados os Conselhos Regionais de Desenvolvimento – Coredes – como fóruns de discussão e decisão a respeito de políticas e ações com o objetivo de debater sobre questões regionais. Desses, o presente estudo limita-se ao Corede-Produção, abrangendo a região Norte do Rio Grande do Sul.

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Dentro do atual mercado competitivo, com constantes e rápidas mudanças, as organizações tem de estar atentas aos problemas regionais, bem como devem ser capazes de visualizar a tempo o futuro para tomar as decisões corretas no presente. Assim, é de grande relevância que essas decisões sejam auxiliadas por ferramentas capazes de ajudar na tomada de decisões. Nesse contexto de sobrevivência em ambientes turbulentos, a técnica de cenários prospectivos aparece como ferramenta auxiliar na elaboração de estratégias de atuação no presente para atingir o futuro imaginado.

Este trabalho, aplicando a metodologia de cenários prospectivos (método Grumbach), buscará responder a seguinte pergunta: quais são as ameaças e oportunidades, pontos fortes e fracos com relação ao transporte rodoviário de cargas que o Corede-Produção do Rio Grande do Sul enfrentará nos próximos cinco anos?

Diante da questão, o objetivo deste estudo é analisar as ameaças e oportunidades, pontos fortes e fracos, através da metodologia de cenários prospectivos (método Grumbach), que o transporte rodoviário de cargas no Corede-Produção, no estado do Rio Grande do Sul, enfrentará nos próximos cinco anos (janeiro de 2007 até dezembro de 2011), propondo alternativas que possam ser tomadas hoje, visando proteger contra ameaças e pontos fracos, bem como aproveitar as oportunidades e pontos fortes dos ambientes interno e externo. 2 Conceito de logística

Logística é definida como “o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender as necessidades do cliente.” (Council of Logistics Management apud BOWERSOX, 2001, p. 20).

Nesse contexto, a logística pode ser entendida como o gerenciamento do fluxo de materiais do seu ponto de aquisição até o seu ponto de consumo; portanto, é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo fluxo de produtos (mercadorias) e informação desde a fonte fornecedora até o consumidor. O básico da atividade logística é que a mercadoria/ produto chegue até o cliente com um serviço adequado e um custo razoável.

Assim, a missão da logística é “dispor mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa” (Council of Logistics Management apud BALLOU, 2001, p. 21).

Dentre todos os serviços que englobam a logística, é necessária a avaliação de qual modal será utilizado para o transporte dos produtos do fornecedor até o consumidor final. Nesse contexto, o transporte rodoviário de cargas concorre com o modal ferroviário e hidroviário; ambos têm a vantagem de terem custos mais baixos, mas o que diferencia o transporte rodoviário é que entrega o produto na porta do cliente. 2.1 O transporte rodoviário de cargas no Brasil

As redes de transporte servem de elemento fundamental nas cadeias produtivas, unindo mercados produtores e consumidores. Desse modo, assegurar o funcionamento dos transportes como um todo deve fazer parte de qualquer agenda política que almeje o desenvolvimento integral do país. No Brasil, o transporte rodoviário tem domínio sobre os transportes ferroviário e hidroviário. A expansão dos investimentos rodoviários deveu-se a diversos fatores, dentre eles: “o transporte rodoviário de cargas opera em regime de mercado livre, sem exigências para entrada e saída do mercado. Não existe uma legislação específica

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no campo dos transportes para o exercício dessa atividade, não estando presentes às figuras de autorização, permissão e concessão dos serviços” (AGÊNCIA..., 2006b).

Mais do que um simples setor, é um serviço que viabiliza os demais setores, afetando diretamente a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico do país. Nesse sentido, sem o transporte a nação ficaria paralisada, produtos essenciais não chegariam às mãos de seus consumidores, indústrias não produziriam, afetando diretamente a economia do país.

Apesar de evidenciar uma tendência decrescente no volume de cargas transportadas, o modal rodoviário continua sendo o principal meio de transporte de cargas no Brasil.

Conforme pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT, 2006) e pelo Centro de Estudos em Logística (CEL), do Instituto de Pesquisa e Planejamento em Administração-Universidade Federal Rio de Janeiro (COPPEAD-UFRJ), o setor vem convivendo há vários anos com graves problemas, que têm afetado o desempenho das empresas e a qualidade dos serviços oferecidos. As principais causas que afetam a eficiência no transporte de cargas brasileiro são:

1) Desbalanceamento da matriz de transportes: excessiva concentração de transporte de

cargas no modal rodoviário, sendo pequena a participação dos outros modais. Subdivide-se em: a) Baixo preço dos fretes rodoviários: as principais causas são: baixas barreiras de

entrada, altas barreiras de saída, baixa manutenção e renovação de veículos, carregamentos com sobrepeso, jornadas de trabalho excessivas e inadimplência no setor;

b) Poucas alternativas ao modal rodoviário: a baixa disponibilidade e as limitações operacionais dos modais ferroviário, de cabotagem e de navegação de interior dificultam a utilização destes como reais alternativas ao modal rodoviário;

c) Barreiras para a intermodalidade: Operador de Transporte Multimodal (OTM) é a pessoa jurídica responsável pelo transporte de cargas da origem até o destino, através da utilização de mais de um modal. Uma das barreiras para a realização de operações intermodais mais simples e eficientes é a viabilização da atuação da OTM, permitindo a realização de operações intermodais com um documento único de transporte;.

d) Priorização do modal rodoviário pelo governo federal: por vários anos, os investimentos públicos priorizaram o setor rodoviário de carga, permitindo que o modal se desenvolvesse sobre uma estrutura construída sem ônus direto para o setor e sem cobrança por sua utilização.

2) Legislação e fiscalização inadequadas: ausência de regras de operação e

concorrência. Subdivide-se em: a) Regulamentação dos transportes: a falta de diretrizes permite o funcionamento de

transportadoras sem condições econômicas de exercício da atividade; b) Legislação tributária e incentivos fiscais: a atual legislação de Imposto sobre

Circulação de Mercadorias (ICMS), que permite alíquotas diferenciadas entre estados, tem como principal conseqüência o incentivo à realização de transportes desnecessários;

c) Fiscalizações ineficientes: disponibilidade de recursos insuficientes pelas autoridades responsáveis;

d) Burocracia: tempo e recursos gastos com o cumprimento de normas de controle impostas pelo governo em áreas fiscais, ambientais, trabalhistas, dentre outras.

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3) Deficiência da infra-estrutura de apoio: ausência de uma política abrangente de coleta e análise contínua dos seus principais indicadores de desempenho. Subdivide-se em: a) Base de dados do setor de transportes: ausência de uma entidade que seja

responsável pela coleta de estatísticas e análises abrangentes; b) Tecnologia de informação: tem sido pouco utilizada no setor de transporte de

carga, como, por exemplo, no controle da frota; c) Terminais multimodais: utilização de mais de um modo entre origem e destino,

de forma que todas as etapas do processo de transporte sejam eficientes. 4) Insegurança nas vias: falta de ações conjuntas das polícias e ausência de informações

integradas contribuem para a insegurança nas vias. Subdivide-se em: a) roubo de cargas: a organização do crime, associada à facilidade na receptação de

carga, é o fator que mais contribui para o crescimento do roubo de carga; b) manutenção das vias: situação precária da malha rodoviária pública, como

resultado da falta de conservação e manutenção. O setor de transporte de cargas no Brasil necessita de ações para que esta situação

crítica possa ser revertida e, dessa forma, torne-se lucrativa. 2.2 Corede da Produção no Rio Grande do Sul

Na busca de um melhor desenvolvimento econômico, foram oficialmente criados os “Conselhos Regionais de Desenvolvimento - COREDEs, criados pela Lei 10.283 de 17 de outubro de 1994, que são fóruns de discussão e decisão a respeito de políticas e ações que visam o desenvolvimento regional”. (CONSULTA POPULAR. Marco Legal Constituição Estadual. Art. 166 a 170. Lei 10.283 de 17/10/94 (COREDEs). Decreto 35.764 de 28/12/94 (Regulamento)).

Seus principais objetivos são “a promoção do desenvolvimento regional harmônico e sustentável; a integração dos recursos e das ações do governo na região; a melhoria da qualidade de vida da população; a distribuição eqüitativa da riqueza produzida; o estímulo à permanência do homem na sua região; e a preservação e a recuperação do meio ambiente” (ATLAS..., 2006).

O estado do Rio Grande do Sul está dividido em 24 Coredes (Figura 1).

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Fonte: Atlas Sócio Econômico do Rio Grande do Sul (2006) Figura 1 – Regiões dos Coredes

O Corede-Produção, foco deste estudo, agrega 34 municípios conforme a Fundação de

Economia e Estatística (FUNDAÇÃO..., 2005), e a região apresenta uma série de fatores que influenciam positivamente o seu desenvolvimento, como uma boa representatividade no produto interno bruto (PIB) estadual, uma pauta produtiva diversificada e um PIB per capita acima da média do estado do Rio Grande do Sul.

As fortes conexões entre a agropecuária e as indústrias, com várias cadeias agroindustriais dominantes presentes, aliada à alta produtividade agrícola, apoiada por solos de grande potencialidade, imprime uma dinâmica forte e crescente à região. Também possui uma economia diversificada e dinâmica, com predomínio do agronegócio, colaborando com 28% do PIB, sendo a soja o produto agrícola dominante. O setor industrial detém 27% do PIB, e 45% do restante são representados pelo serviço (RIO GRANDE..., 2006). 2.3 O Transporte rodoviário de cargas Corede Produção

A rede de transportes é radial concêntrica, sendo a centralidade exercida por Passo Fundo, de onde saem os eixos radiais:

a) RS 324 e RS 153, BR 386, que têm destino sul, rumo a Porto Alegre e Rio Grande;

b) BR 285 e RS 153/223, destino para o oeste com acesso a Uruguaiana e São Borja, ligações com o Mercosul.

c) RS 324 rumo ao noroeste, ligando o Alto Médio Uruguai à região; RS 135/BR 153, norte-sul, integrando os centros de Passo Fundo e Erechim, rumo a Santa Catarina;

d) BR 285, destino a leste (hortênsias), com conexão a RS 343, que também ruma para Santa Catarina, ligando o nordeste do estado à região (Figura 2).

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Fonte: Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (2005) Figura 2: Mapa Rodoviário que liga Passo Fundo as demais cidades do COREDE Produção

Observa-se na Figura 2 uma alta densidade de rodovias, contudo há falta de conexões

intermunicipais e de acessos asfaltados em alguns municípios, o que dificulta as interações regionais e os escoamentos produtivos.

Neste Corede, o transporte rodoviário de cargas é responsável pelo deslocamento de carga geral solta não unitizada (ensacados, embalados, manufaturados, inclusive siderúrgicos), produtos perigosos, cargas frigoríficas ou climatizadas, cargas acondicionadas em contêineres, cargas sólidas não perigosas a granel, veículos, cargas líquidas não perigosas a granel.

As alterações freqüentes vivenciadas pelos sistemas de transporte de carga geram um ambiente de negócios complexo e dinâmico. No Corede Produção as dificuldades enfrentadas pelo setor podem ser assim resumidas: quebra da safra devido à estiagem e falta de investimentos por parte do poder público para geração de demanda, o que dificulta os investimentos no setor de transporte rodoviário de cargas. 2.4 Cenários prospectivos

Elaborar cenários não é um exercício de dizer antecipadamente o que vai acontecer, mas fazer descrições plausíveis de situações futuras possíveis, analisando a situação atual e cada cenário futuro, destacando os fatores mais importantes para as decisões que precisam ser tomadas.

Para Porter, um cenário é baseado em um conjunto de suposições sobre as principais incertezas que podem influenciar a estrutura industrial, considerando as implicações para a criação e a sustentação da vantagem competitiva. Um conjunto de cenários é escolhido para refletir a variedade de estruturas industriais futuras com importantes implicações para a concorrência. O conjunto completo de cenários, e não o mais provável, é então empregado para projetar uma estratégia competitiva. O período de

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tempo usado em cenários industriais deve refletir o horizonte de tempo das decisões de investimento mais importantes (1998, p. 422).

Traçar cenários para uma empresa é fazer um mapeamento do futuro, identificando destinos possíveis, traçando caminhos, identificando incertezas, dificuldades e divergências para poder agir diante das constantes mudanças que ocorrem no turbulento mundo dos negócios.

A elaboração de cenários prospectivos permite melhor compreensão do meio ambiente; permite que as organizações lidem melhor com as incertezas, já que o mundo está em constantes mudanças; facilita a criação das redes de troca de informações dentro da organização e a integração entre as diferentes áreas; oferece uma visão global do ambiente e suas redes de ligações e identifica novas oportunidades de negócio.

Podem-se definir cenários prospectivos como um processo continuado de pensar o futuro e de identificar elementos para melhorar a tomada de decisão, levando-se em consideração suas inter-relações com o ambiente e suas variáveis incontroláveis.

2.5 Características gerais dos cenários

Para Michel Godet (2000), cenário é “o conjunto formado pela descrição coerente de uma situação futura e pelo encaminhamento dos acontecimentos que permitem passar da situação de origem à situação futura”.

Conforme Marcial e Grumbach (2005), um cenário completo geralmente contém seis componentes principais: Título - essência da história; Filosofia - resume o movimento; As variáveis- que são os elementos mais importante do sistema; Os autores- são os que influenciam, ou recebem influência significativa; A cena - que é a visão da situação; A trajetória - que consiste no percurso seguido pelo sistema.

Pode-se constatar uma crescente discussão acerca da necessidade de se utilizarem estudos do futuro, que obrigam as empresas a tentar alcançar uma forma apropriada de se relacionar com esse ambiente, com o objetivo de garantir a sua sobrevivência. Os cenários focalizados são utilizados para definir estratégias regionais ou setoriais, e os cenários de projetos são desenvolvidos para tomada de decisões referentes a investimentos que envolvam grande incerteza ou que exijam longo prazo de maturação.

Quanto à tipologia dos modelos prospectivos, os cenários podem ser classificados em:

a) Cenários prospectivos normativos: configuram futuros desejados; b) Cenários prospectivos exploratórios: caracterizam-se por futuros possíveis.

Do ponto de vista da aplicação, os cenários são classificados como globais, focalizados ou de projetos. Globais têm o principal objetivo de definir estratégias globais e focalizam seu conteúdo em questões políticas, macroeconômicas, sociais e tecnológicas, tanto nacionais como mundiais. 3 Aplicação do método e resultados obtidos

A principal modalidade de transporte no estado é a rodoviária e a movimentação se dá pelas rodovias que interligam as várias regiões do estado, outros estados e aos países do Mercosul. O Corede-Produção é formado por 34 municípios e, nele, o setor de transportes de cargas tem apresentado dificuldades decorrentes da instabilidade socioeconômica, como o baixo valor do frete por quilômetro rodado, quebra da safra, dentre outros.

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A busca por soluções a esses e outros problemas enfrentados pelo setor de transportes de cargas faz-se necessária para que as empresas consigam se manter no mercado. O planejamento por cenários consiste em simular conjunturas diversas para o futuro. O método auxilia os decisores para que se preparem para cada um dos possíveis cenários futuros, positivos ou negativos.

O desenvolvimento de cenários prospectivos pode auxiliar como ferramenta na busca de soluções e oportunidades.

3.1 Delimitação da área de estudo

Foi escolhido para o presente trabalho o Corede-Produção do estado do Rio Grande do Sul, com a finalidade de construir cenários para os próximos cinco anos. Tal escolha deve-se à sua importância econômica para o estado do Rio Grande do Sul. 3.2 Escolha dos peritos e definição dos eventos preliminares

Feito o levantamento histórico sobre o transporte rodoviário de cargas no Rio Grande do Sul, sendo delimitada a área de estudo no Corede-Produção, foram definidos sete peritos para participar das etapas da pesquisa (no Método Grumbach, número mínimo de peritos são sete).

Posteriormente, foi feito um diagnóstico pela identificação dos pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades, com o qual foram definidos os eventos preliminares referentes à área de estudo e no horizonte de tempo predeterminado, neste caso, de 2007 a 2011.

Foram enviados aos peritos 19 eventos para avaliação, sendo eles: valorização do dólar; aumento do preço de combustível, aumento preço de pedágios, aumento do valor do frete por quilômetro rodado; aumento na utilização do transporte ferroviário; roubo de veículos de carga; maior fiscalização nas balanças; renovação da frota; aumento da rentabilidade na agricultura; atraso no pagamento dos fretes; maior utilização dos rastreadores; retração da economia gaúcha, instalação de um maior número de indústrias; aumento do custo da manutenção de veículos; criação de uma cooperativa de transportadores; mudança na legislação por parte de empresas e governo; aumento do profissionalismo da categoria, melhor conservação de estradas federais e estaduais; unificação das leis nas estradas federais e estaduais. Neste contexto, as questões referem-se à probabilidade de que até 31 de dezembro de 2001 os tópicos citados ocorram e resultem em vantagens ou desvantagens para o transporte de cargas do Corede-Produção.

Conforme Marcial e Grumbach (2005), a combinação da ocorrência ou não dos eventos resulta na quantidade de cenários que serão gerados. 3.3 Aplicação do Método Delphi e seleção dos eventos definitivos

Os eventos foram enviados aos sete peritos para que opinassem sobre a probabilidade de ocorrência, a pertinência dos eventos e auto-avaliação, quesitos sugeridos pelo software PUMA versão 4.0 (Pointwise Unconstrained Minimization Approach), idealizado por Grumbach.

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O método Delphi consiste no envio de um questionário a um grupo de formadores de opinião. Após computados os dados, os peritos comparam suas respostas com as dos participantes, momento em que cada um pode optar por manter a opinião ou modificá-la. Foram selecionados os eventos definitivos que serão considerados na Matriz de Impactos cruzados para a geração de cenários. Conforme corte sugerido pelo Método Grumbach, o número ideal de eventos definitivos é dez, gerando um total de 1024 cenários futuros passiveis de ocorrer. Os resultados obtidos com a aplicação do método Delphi podem ser encontrados no Apêndice A. 3.4 Matriz de impactos cruzados

Na seqüência do trabalho, enviou-se para os mesmos sete peritos a matriz de impactos cruzados para avaliação da influência, isto é, o impacto que a ocorrência de um evento causaria sobre a probabilidade de ocorrência dos outros eventos, conforme Tabela 1: Tabela 1 Matriz de impactos cruzados

EVENTOS DEFINITIVOS 1 2 8 9 10 11 12 13 14 18 1. Valorização do dólar ** 2. Aumento do preço do combustível ** 8. Renovação da frota ** 9. Maior rentabilidade na agricultura ** 10. Atraso nos pagamentos dos fretes. ** 11. Maior utilização de rastreadores ** 12. Retração da economia gaúcha ** 13. Instalação de um maior número de indústrias ** 14. Aumento do custo na manutenção dos veículos ** 18. Melhor conservação de estradas federais e estaduais. ** 3.5 A Matriz motricidade x dependência

Com o resultado dessa etapa da pesquisa, os eventos foram classificados como eventos de ligação, explicativos, autônomos e de resultado, de acordo com sua localização no gráfico.

Na Figura 3 observa-se no quadrante I (eventos de ligação) – muito influentes e muito independentes – os eventos dez e treze. Estes eventos merecem toda a atenção, porque têm alta probabilidade de ocorrência, apresentando valores máximos de motricidade e dependência, ou seja, influenciam e são influenciados pela ocorrência dos demais eventos.

No quadrante II (eventos explicativos) – muito influentes e pouco dependentes -aparecem os eventos dois, doze, nove, o um e dezoito. Estes eventos influenciam muito e são pouco influenciados pelos demais eventos.

No quadrante III (eventos autônomos) - pouco influentes e pouco dependentes – aparece o evento onze, ou seja, não constitui determinante de mudança, pois é pouco dependente e pouco motriz, isto é, evento deslocado do sistema.

No quadrante IV (eventos de resultado) - pouco influentes e muito dependentes - aparecem o evento oito e o evento quatorze. Possuem menor probabilidade de ocorrerem e são explicados pelos eventos dos quadrantes I e II.

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Figura 3 – Matriz Motricidade x Dependência

3.6 Geração dos cenários prospectivos

No software PUMA 4.0, o sistema calculou os cenários possíveis e gerou a matriz de impactos medianos consistente, conforme teorema de Bayes (combinação das ocorrências ou não dos eventos).

No total foram gerados 1.024 cenários prospectivos, sendo selecionados somente os dez primeiros, porque representam 30,27% da probabilidade total de ocorrência dos cenários. Tabela 2 - Geração de cenários prospectivos

Cenários Prob (%) 1.Val. 2. Aum 8.Reno 9.Maior 10.Atras 11.Maior12.Retra 13Inst 14.Aum 18.MelhCenário 1 7,2413333 Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Não Ocorre Ocorre OcorreCenário 2 5,4106667 Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Não Ocorre Não Ocorre Ocorre OcorreCenário 3 5,2146667 Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Não Ocorre Ocorre Não Cenário 4 4,0160000 Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Não Ocorre Não Ocorre Ocorre Não Cenário 5 3,4973333 Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre OcorreCenário 6 2,8646667 Ocorre Ocorre Ocorre Não Não Ocorre Não Ocorre Ocorre OcorreCenário 7 2,6066667 Ocorre Ocorre Ocorre Não Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre OcorreCenário 8 2,2293333 Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Ocorre Não Ocorre Ocorre Não Cenário 9 2,1206667 Ocorre Ocorre Ocorre Não Não Ocorre Não Ocorre Ocorre OcorreCenário10 2,0966667 Ocorre Ocorre Ocorre Não Ocorre Ocorre Não Ocorre Ocorre Não

Fonte: SISTEMA PUMA

De acordo com a Tabela 2, o cenário mais provável (cenário 1) é aquele que apresenta maior probabilidade de ocorrer (7,24%).

Na identificação do cenário de tendência (aquele que corresponde à projeção dos acontecimentos passados sobre o caminho futuro a ser percorrido pela organização) teve-se a ajuda de dois peritos, onde foi identificado o cenário 2, pois a não-ocorrência dos atrasos nos pagamentos dos fretes tem sido uma tendência no passado e no presente, bem como a não-ocorrência da retração da economia gaúcha é uma expectativa para os próximos cinco anos.

Para Marcial e Grumbach (2005), após a descrição dos acontecimentos futuros, os analistas devem procurar três tipos de acontecimentos naquele cenário.

Eventos 1 - Valorização do dólar 2 - Aumento do preço do combustível 8 - Renovação da frota 9 - Maior rentabilidade na agricultura 10 - Atraso nos pagamentos dos fretes 11 - Maior utilização de rastreadores 12 - Retração da economia gaúcha 13 - Instalação de um maior número de indústrias 14 - Aumento do custo da manutenção dos veículos 18 - Melhor conservação de estradas federais e estaduais

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a) acontecimentos desfavoráveis à organização dentro de sua esfera de competência;

b) acontecimentos desfavoráveis à organização, fora de sua esfera de competência; c) acontecimentos favoráveis à organização.

Para a interpretação dos cenários prospectivos gerados, estes são divididos em quatro grupos (Tabela 3). Tabela 3 – Interpretação cenários prospectivos

Evento +Prov Ideal Tend Grupo Fora/ Dentro Pert Motr Prob

1. Valorização do dólar. 0 0 0 IV F 8 10 90,33% 2. Aumento do preço do combustível. 0 N 0 I F 8,57 0 99,48% 8. Renovação da frota. 0 0 N III D 8,43 5 72,28% 9. Maior rentabilidade na agricultura. 0 0 N III F 8,57 10 61,05% 10. Atraso nos pagamentos dos fretes. 0 N 0 I F 8 4 62,94% 11. Maior utilização de rastreadores. 0 0 0 IV D 8,43 4 92,63% 12. Retração da economia gaúcha. 0 N N IV F 8,29 16 40,28% 13. Instalação de um maior número de indústrias. 0 0 0 IV F 8,14 8 76,78%

14. Aumento do custo na manutenção dos veículos. 0 N 0 I F 8,57 0 95,79%

18. Melhor conservação de estradas federais e estaduais. 0 O 0 IV F 8,43 11 54,18%

Fonte: SISTEMA PUMA

No Grupo I (ameaça forte) acontece quando o cenário mais provável for igual ao de tendência e diferente do cenário ideal. Neste grupo encontram-se os eventos dois, dez e catorze, que são desfavorável e dentro da área de competência do objeto de estudo (O Transporte de Cargas no Corede Produção do Rio Grande do Sul).

No Grupo II (ameaça moderada), acontece quando o cenário mais provável for deferente do ideal e diferente do de tendência; neste caso não foi evidenciado nenhum evento neste grupo.

No Grupo III (oportunidade moderada), acontece quando o cenário mais provável for igual ao ideal, mas diferente do de tendência. Neste grupo encontram-se os eventos oito e nove, que são favoráveis e fora da área de competência.

Já no Grupo IV (oportunidade forte), acontece quando todos os cenários são iguais. Neste grupo encontram-se os eventos um, o treze, o dezoito, que são favoráveis, porém fora da área de competência do objeto do estudo, e o evento onze, que é favorável e dentro da área de competência do objeto de estudo. 3.7 Interpretação dos cenários 3.7.1 Cenário mais provável 1 Eventos desfavoráveis fora da competência do objeto de estudo Evento Dois (Aumento do Preço do Combustível)

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A ocorrência deste evento poderá ocasionar os seguintes fatos: excesso de horas trabalhadas pelos motoristas, com conseqüente aumento de riscos de acidentes nas rodovias, carregamento de excesso de peso e conseqüente aumento de custo na manutenção. Evento Catorze (Aumento Do Custo Da Manutenção Dos Veículos)

Alguns dos fatos que podem ser gerados pela ocorrência deste evento são: veículos sucateados devido à falta de manutenção, aumento do número de acidentes e poluentes. 2. Eventos favoráveis fora da competência do objeto de estudo Evento Um (Valorização do Dólar)

A ocorrência deste evento poderá ocasionar os seguintes fatos: aumento das exportações e, conseqüentemente, o aumento do transporte de produtos acabados e matéria-prima até os portos. Evento Nove (Maior Rentabilidade na Agricultura)

A ocorrência deste evento poderá gerar os seguintes acontecimentos: crescimento da

economia, geração de empregos e aumento do consumo de produtos, aumento do consumo de insumos na agricultura, o que pode gerar aumento na utilização do transporte rodoviário de cargas. Evento Treze (Instalação de um Maior Número de Indústrias)

A ocorrência deste evento poderá gerar: aumento da demanda por transporte

rodoviário, pois haverá necessidade de transporte de matéria-prima até a indústria e dos produtos acabados para o mercado consumidor; em contrapartida, vai gerar aumento da concorrência predatória.

Evento Dezoito (Melhor Conservação de Estradas Federais e Estaduais)

A ocorrência deste evento poderá gerar: diminuição dos custos na manutenção dos

veículos, menor consumo de óleo diesel, redução de horas trabalhadas do motorista, pois será possível manter uma velocidade média do veículo.

3 Eventos favoráveis dentro da competência do objeto de estudo Evento Oito (Renovação da Frota)

A ocorrência deste evento poderá gerar os seguintes fatos: veículos em boas condições de trafegabilidade, pois veículos antigos sofrem maior desgaste e apresentam maior probabilidade de sofrerem panes e poluir o ambiente, baixo custo de manutenção. 3.7.2 Cenário tendência 1 Eventos desfavoráveis fora da competência da organização

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Na interpretação dos cenários foi identificada a ocorrência de duas rupturas no cenário

dois. Evento Dez (Atraso nos Pagamentos dos Fretes).

A não-ocorrência deste evento possibilitará às empresas manterem seus pagamentos em dia, renovar e adquirir veículos. Evento Doze (Retração da Economia Gaúcha).

A não-ocorrência deste evento vai gerar mais empregos e maior demanda para o transporte rodoviário na própria região, expansão em regiões específicas do país que apresentarem oportunidades, buscando retorno no aumento do volume a ser transportado. Considerações finais

O transporte rodoviário de cargas é o modal mais utilizado no Corede Produção, unindo mercados produtores e consumidores e contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento regional. Dentro do atual mercado competitivo e com mudanças constantes, o setor de transportes deve ser visto de forma global, não segmentada, visando à melhoria de sua eficiência.

O foco do presente trabalho foi construir cenários prospectivos (método Grumbach), visando analisar as ameaças e oportunidades, pontos fortes e fracos, que o transporte rodoviário de cargas no Corede-Produção enfrentará nos próximos cinco anos. Nesse particular, foi necessário diagnosticar a situação atual do transporte rodoviário e as dificuldades enfrentadas pelo setor, como o baixo preço dos fretes, acidentes nas estradas, falta de segurança, envelhecimento da frota, concorrência predatória, excesso de peso nos veículos, falta de fiscalização e falta de manutenção das estradas.

Nota-se que os investimentos para a aquisição de novos veículos, comparando os últimos cinco anos, baixos. É necessário um conjunto de ações integradas para que o setor tenha uma expectativa de crescimento. Por parte do governo, é preciso estabelecer ações mais rigorosas para evitar roubos de veículos e cargas; investir nas rodovias; estabelecer barreiras de entrada como forma de evitar a concorrência predatória; aumento da fiscalização; formular programas para renovação da frota com juros baixos, destacando, dessa forma, a importância dos aspectos governamentais para o setor.

Já, por parte das empresas, é preciso buscar a formação de cooperativas; realizar investimentos em tecnologias, na área de qualidade e treinamento de pessoal, estratégias de fidelização e conquista de novos clientes.

O estudo de cenários prospectivos na área do transporte rodoviário ainda é pouco desenvolvido e explorado, porém é uma importante ferramenta para as empresas prepararem-se para o futuro e, dessa forma, aproveitarem as oportunidades e protegerem-se das ameaças.

9. Referências bibliográficas

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Apêndice - A Tabela 1 Resultados obtidos com a aplicação do Método Delphi Cód. Nome Prob. Média Pert. Média Auto Aval Respostas Desvio Selecionado

9 Maior rentabilidade na agricultura 61 8,57 7 7 7,82 Sim 2 Aumento do preço do combustível 99 8,57 9 7 3,40 Sim

14 Aumento do custo na manutenção dos veículos 92 8,57 8 7 5,97 Sim 8 Renovação da frota 67 8,43 8 7 10,65 Sim

18 Melhor conservação de estradas federais e estaduais 54 8,43 8 7 5,67 Sim 11 Maior utilização de rastreadores 90 8,43 8 7 7,29 Sim 12 Retração da economia gaúcha 50 8,29 7 7 17,80 Sim 13 Instalação de um maior número de indústrias 69 8,14 7 7 8,20 Sim 1 Valorização do dólar 91 8,00 8 7 12,17 Sim

10 Atraso nos pagamentos dos fretes 63 8,00 8 7 10,25 Sim 17 Aumento do profissionalismo da categoria (empresários e motoristas). 76 7,86 8 7 12,17 Não 3 Aumento no preço dos pedágios. 95 7,71 8 7 5,84 Não 6 Roubo de veículos e cargas. 77 7,71 8 7 10,77 Não 5 Aumento na utilização da modalidade do transporte ferroviário. 62 7,71 6 7 12,32 Não 4 Aumento do valor do frete por quilômetro rodado 84 7,57 8 7 10,91 Não

15 Criação de uma cooperativa de transportadores. 72 7,14 8 7 9,38 Não 7 Maior fiscalização nas balanças. 70 6,14 7 7 11,77 Não

16 Mudança na legislação por parte de empresas e governo 74 6,00 7 7 13,20 Não 19 Unificação das leis nas estradas federais e estaduais. 13 5,29 7 7 11,15 Não