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Cenário Econômico e Desafios à Política Econômica Nelson Barbosa Apresentação no Instituto de Estudos de Política Econômica Casa das Garças 12 de Novembro de 2013

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  • Cenrio Econmico e Desafios Poltica Econmica Nelson Barbosa Apresentao no Instituto de Estudos de Poltica Econmica Casa das Garas 12 de Novembro de 2013
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  • Reduo das expectativas de crescimento: no final de 2010 o mercado projetava crescimento mdio do PIB em 4,5% aa. No final de 2011 a expectativa ainda era de retorno a um crescimento mdio de 4,5% aa, mas agora as expectativas caram para 2,5% aa.
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  • H pessimismo ou incerteza? Preocupaes conjunturais: Expectativa crescente de poltica macroeconmica mais restritiva em 2015 Preocupaes estruturais: Novo cenrio internacional e termos de troca Incerteza sobre taxa de cmbio, inflao, taxa de juro, resultado fiscal e dvida pblica Dvidas sobre retomada do investimento
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  • Cenrio externo menos favorvel: os termos de troca caram atingiram um pico no final de 2011 e caram aproximadamente 13% desde ento
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  • Cenrio externo ainda favorvel: apesar da queda recente, os termos de troca ainda esto em um patamar elevado em termos histricos
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  • Esgotamento da apreciao cambial: com termos de troca estveis a taxa de cmbio real efetiva no tende a cair, enquanto que os cenrios externo (tapering) e interno (conta corrente) apontam para uma depreciao pontual (ajuste de preos de ativos)
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  • Inflao e taxa de cmbio: apesar da mudana para o sistema de metas de inflao, a taxa de cmbio continua sendo um dos principais canais de transmisso da poltica monetria para os preos. S recentemente o Brasil conseguiu cumprir a meta de inflao com depreciao cambial
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  • Rigidez inflacionria: o esgotamento da apreciao cambial explica parte da rigidez das expectativas de inflao. Do outro lado, tambm h questes demogrficas e sociais na inflao de servios (transferncias de renda e reformas)
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  • Taxa real de juro: apesar das flutuaes na economia nacional e internacional, a taxa real de juro do Brasil apresenta uma tendncia de queda devido reduo da fragilidade financeira (fiscal e externa) do pas num contexto de baixas taxas de juro internacionais. Porm, devido necessidade de reduo da inflao para 4,5% at 2015, a taxa real de juro anual dever flutuar entre 2% e 6% nos prximos anos.
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  • Obs: o resultado recorrente exclui o impacto fiscal da cesso onerosa de petrleo e da capitalizao da Petrobrs, em 2010, e das operaes com o Fundo Soberano, em 2008 e 2012. Fonte: MF/STN para 1997-2012 e projees do autor para 2013 e 2014. Poltica fiscal: do ponto de vista real, o governo federal j pratica um resultado primrio menor desde a ecloso da crise internacional de 2008 (mas houve uma contrao fiscal contracionista em 2011)
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  • Resultado Primrio da Unio: nos ltimos 10 anos o aumento das despesas primrias se concentrou nas transferncias de renda s famlias (previdncia e assistncia social + seguro desemprego e abono salarial). Todo ganho de arrecadao primria foi devolvido sociedade via transferncias de renda e isso impulsionou o crescimento da demanda agregada (Kalecki e Haavelmo) 11 Fonte: SPE/MF, STN/MF e clculos do autor. O resultado recorrente no inclui aplicaes e depsitos no FSB, capitalizao da Petrobrs e cesso onerosa de Petrleo. O resultado de 2013 corresponde ao resultado acumulado em 12 meses at agosto
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  • Dvida do setor pblico: o resultado primrio e a acumulao de reservas internacionais tem conseguido promover a reduo gradual da dvida lquida em % do PIB. Porm, a esterilizao e o custo financeiro das reservas internacionais, juntamente com a expanso dos crditos da Unio a instituies financeiras oficiais, elevaram a dvida bruta do setor pblico em 5,8% do PIB desde o final de 2010.
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  • Ativos do setor pblico: a maior parte dos ativos do setor pblico consiste de reservas internacionais, que so necessrias para reduzir a fragilidade financeira da economia e dar autonomia poltica macroeconmica. Em segundo lugar aparecem os crditos a instituies financeiras oficiais, que aumentaram de 0,5% do PIB, em 2006, para 9,5% do PIB atualmente. Essas operaes foram necessrias para combater a crise de 2008-09 (o QE brasileiro), mas devem ser reduzidas de agora em diante (novo modelo para o BNDES).
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  • Programa Fiscal de Longo Prazo para 2015-18 (uma alternativa Keynesiana ao austericdio fiscal) 1.Definio de intervalo para a meta de resultado primrio do setor pblico, entre 1,5% a 2,5% do PIB, num sistema similar ao j adotado para a meta de inflao 2.Reduo dos crditos concedidos a instituies financeiras oficiais, com eliminao de emprstimos com taxa de juro abaixo do custo de captao da Unio, e novo modelo para o BNDES (captao de mercado e incentivos via equalizao de taxa de juro no OGU) 3.Aumento do gasto pblico com educao e sade, em % do PIB, com base em metas de despesa per capita e qualidade do servio (planejamento plurianual) 4.Aumento do investimento pblico em desenvolvimento urbano e incluso digital 5.Reduo do gasto com custeio, exclusive sade e educao, em % do PIB 6.Reduo da folha de pagamento da Unio em % do PIB 7.Estabilizao das transferncias de renda s famlias, em % do PIB, com realocao de recursos dentro do oramento da seguridade social para continuar a aumentar o salrio mnimo, em linha com o crescimento da produtividade do trabalho
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  • Eppur si muove Apesar de alguns analistas acharem que no houve reformas institucionais no Brasil aps 2005, vrias iniciativas importantes foram implementadas nos ltimos anos 2009: nova regulao para o financiamento imobilirio 2010: margem de preferncia e novos instrumentos de captao privada (LF e debnture de IE) 2011: PRONATEC, novo CADE e cadastro positivo 2012: poupana e FUNPRESP 2013: concesses de infraestrutura, ABGF e IRB 15
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  • Reformas Institucionais: o que esperar para 2015-18? Mesmo na ausncia de propostas por parte do Executivo, algumas questes podem a avanar (ou retroceder) via Legislativo e Judicirio Tributao: reforma do ICMS, reforma do PIS-COFINS, IPI, CIDE,.. Previdncia: fator previdencirio, sistema 85/95,... Regulao trabalhista: terceirizao, acordo coletivo de propsito especfico, seguro desemprego e abono salarial... Desenvolvimento produtivo: pick the winners, drop the losers,...
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  • De volta Economia: Contabilidade do Crescimento (ou contra o pessimismo estrutural) O Brasil pode sustentar um crescimento mdio de 4% aa sem criar presses inflacionrias sucessivas (dobrar a renda per capita em 20 anos). Com baixo desemprego e lento crescimento do PIA, a sustentao do crescimento depende do aumento do investimento (modelo AK) e do crescimento da produtividade total dos fatores (FPA com K, L e H). Devido s caractersticas estruturais do Brasil, a PTF responde rapidamente ao prprio crescimento da economia, via deslocamento de trabalho para setores de alta produtividade (modelos de Lewis, Verdoorn, Kaldor e Jorgenson) e s oportunidades de catching up (vantagens do atraso) A questo crucial , portanto, estimular o investimento pelo lado da demanda, pois simplesmente reduzir consumo no garante o aumento do investimento (Keynes, Kalecki e o paradoxo da poupana).
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  • Crescimento e produtividade: histria econmica do Brasil indica que a produtividade (do trabalho e do capital) altamente pr-cclica, o que torna o produto potencial endgeno num curto horizonte de tempo.
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  • Investimento e Consumo: o crescimento brasileiro foi puxado pelo investimento. Nos ltimos 10 anos, o investimento s cresceu abaixo do PIB em anos de ajuste macroeconmico (2003) ou crise internacional (2009 e 2012).
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  • Taxa de investimento: apesar do investimento ter crescido bem acima do PIB, a taxa de investimento do Brasil no aumentou substancialmente devido reduo do preo relativo dos bens investimento (apreciao cambial e desoneraes tributrias). Considerando a taxa de investimento a preos constantes, que o correto do ponto de vista do crescimento, houve aumento de 4,5 pp do PIB desde 2002. Considerando apenas o perodo de inflexo da poltica econmica para o estmulo ao crescimento, de 2006 a 2010, a taxa de investimento aumentou em 4,7 pp do PIB!