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ANEFAC RJ - Diretoria de Avaliação CBAN - Comitê Brasileiro de Avaliação de Negócios Ana Cristina França de Souza 24/11/2011

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ANEFAC RJ - Diretoria de Avaliação

CBAN - Comitê Brasileiro de Avaliação de Negócios

Ana Cristina França de Souza 24/11/2011

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2 ANEFAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXECUTIVOS DE FINANÇAS, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

ORIENTAÇÃO 01 CBAN

A Busca da Convergência dos Padrões de Avaliação às Normas

Internacionais – A criação do CBAN

Objetivo

1. O objetivo desta orientação é fundamentar a criação do Comitê Brasileiro de

Avaliadores de Negócios, abreviado CBAN. Como referência utilizou-se o contexto

histórico, a conjuntura econômica e contábil, e a tendência contemporânea à

convergência internacional das abordagens e métodos de avaliação, bem como suas

condutas e definições, conduzidas pelo Conselho Internacional de Normalização de

Avaliação, o International Valuation Standards Council (IVSC), sediado em Londres.

Conjuntura nacional

2. Há muitos anos, no Brasil, existe a lacuna de um órgão nacional para avaliadores

de negócios (empresas e ativos intangíveis), com o objetivo de promover uma

formação técnica de qualidade e manter a educação continuada para atualização dos

profissionais da área, garantindo a existência de padrões éticos, a independência dos

avaliadores e o cumprimento das melhores práticas de governança corporativa. Esta

lacuna tornou-se uma necessidade premente neste momento especial, onde a

conjuntura apresenta um crescimento e amadurecimento do mercado de capitais, e

um novo ambiente regulatório com as demandas de Fair value.

Conjuntura Internacional.

3. No contexto mundial, o desenvolvimento de padrões internacionais voltados para a

prática da avaliação é fomentado pelo órgão International Valuation Standards

Council (IVSC). Sua vocação, reconhecida cada vez mais pela comunidade

internacional, é descrita por eles mesmo da seguinte forma:

O objetivo do IVSC é construir credibilidade e confiança pública ao processo de avaliação, criando um arcabouço para a entrega de opiniões consistentes de avaliação emitidas por avaliadores profissionais bem treinados e de alto comportamento ético. Estes objetivos são executados através do desenvolvimento das Normas Internacionais de Avaliação [International Valuation Standards – IVS] (uma nova edição foi publicada em julho de 2011) e desenvolvendo

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3 ANEFAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXECUTIVOS DE FINANÇAS, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

informação técnica e guias para assessorar avaliadores a identificar as melhores práticas, reduzindo assim a diversidade no modo como as normas são aplicadas nos diferentes países.1

O IVSC existe como órgão desde 1970, embora neste primeiro momento tenha sido

criado para normalizar as relações de avaliação entre os EUA e o Reino Unido.2 O

formato atual de Conselho, com países-membro e organizações associadas, é um

resultado de várias configurações institucionais, e existe desde 2007. Atua

totalmente alinhado com IFRS – os dois ocupam, inclusive, a mesma sede em Londres.

4. A Força Tarefa do Setor Privado para Profissões regulamentadas e Indústrias

(Private Service Taskforce) foi criada em maio de 2011 por recomendação da

presidente do G-20 para analisar as brechas no processo de convergência regulatória

mundial e para recomendar soluções para estas brechas. Atualmente, os 20 países do

G-20 reunidos representam 90% da economia mundial, de acordo com Robert

Greenhill, diretor do World Economic Forum3. O IVSC é um membro desta força

tarefa desde a sua criação e divulgou o relatório final desta pesquisa, em 6 de

outubro de 2011. 4

5. Como principais conclusões, temos que o G-20 deve estimular a convergência

global em seus países, e desencorajar qualquer reforma unilateral que desconsidere

os padrões internacionais levadas a cabo internamente. Em contrapartida, os países

do G-20 devem estimular e financiar o desenvolvimento, adoção e implementação de

um grupo de alta qualidade globalmente aceito. O relatório também recomenda

comunicação e aberta e total transparência na condução do processo nos países

durante a efetivação do processo.

Convergência dos padrões de contabilidade e a avaliação de negócios

6. Como os International Financial Reporting Standards (IFRS) e os relatórios de fair

value sendo cada vez mais aceitos internacionalmente, criou-se uma necessidade

cada vez maior de profissionalização dos avaliadores de negócios em todos os países.

Esta crescente demanda gera a urgência de que haja uma maior comunicação e

1 Cf “Note to Editors - About Us”, in: IVSC contributes to report on regulatory convergence for G-20,

grifos nossos. Disponível em: <http://www.ivsc.org/news/nr/2011/nr111006.html> Acesso em: 9/12/2011. 2 Cf. Historico no website da instituição, disponível em: <http://www.ivsc.org/about/index.html>, acesso em 18/05/2011. 3 Cf. Why is the World Economic forum Involved with G-20?, disponivel em: <http://www.youtube.com/watch?v=DP8q_DaB5ho> Acesso em 12/12/2011. 4 Cf. Private Sector Taskforce of Regulated Professions and Industries. Regulatory Convergence in Financial Professions and Industries - Final Report to G-20 Deputies. September 2011. Disponível em:

<http://www.ivsc.org/pubs/misc/20111006_pstf__final_report.pdf> Acesso em: 12/12/2011,

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4 ANEFAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXECUTIVOS DE FINANÇAS, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

cooperação entre as diversas sociedades e organizações profissionais, visando a

uniformização e coerência dos critérios de avaliação utilizados. Os Estados Unidos

também vêm há muitos anos se preparando para o inevitável processo de

convergência.5

Conjuntura nacional

7. No Brasil temos o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado em 2005

com o objetivo de promover

...o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando a centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais6.

8. Diante da existência deste órgão regulador dos padrões contábeis no Brasil, fica

clara a necessidade da criação de um suporte técnico especializado em valor no

Brasil, sobretudo para atuar como um complemento às novas instruções contábeis,

seguindo a excelência técnica e operacional atingida no cenário internacional,

conforme a parceria formada entre IFRS - IVSC. Do mesmo modo que o CPC é o braço

técnico do IFRS no Brasil, o CBAN visa divulgar as normas de avaliação em voga na

comunidade internacional pelo IVSC, inserindo-as na realidade nacional.

Linha de Ação para o CBAN

9. A proposta do CBAN é de colaborar com o mercado, fornecendo um suporte sólido

para os procedimentos especializados de avaliação de negócios, previstos nas

instruções emitidas pelo CPC.

10. O Comitê CBAN se propõe a ser uma instituição que visa impulsionar de vários

modos os profissionais e usuários de avaliação de negócios, promovendo a

consolidação e o compartilhamento das melhores práticas em avaliação de negócios

com referência no cenário internacional. Neste sentido, o comitê nasce com um

objetivo maior de aumentar a credibilidade das opiniões de valor desenvolvidas pelos

5 Cf. Discurso do Chairman do SEC: Proposing a Roadmap toward IFRS, USA, 2008. Disponível em:

<http://www.sec.gov/news/speech/2008/spch082708cc_ifrs.htm> Acesso em:14/01/2012. 6 Cf CPC disponível em: <http://www.cpc.org.br/oque.htm>, acesso em: 18/05/2011.

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5 ANEFAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXECUTIVOS DE FINANÇAS, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

profissionais brasileiros no contexto da adoção do fair value nas demonstrações

contábeis.

Estrutura do CBAN

11. O CBAN é uma entidade autônoma composta por profissionais da área de

avaliação e usuários multidisciplinares, visando emitir orientações para a prática de

elaboração e análise de serviços de avaliação de negócios.

Principais Objetivos

12. Os objetivos do CBAN foram traçados seguindo toda a linha de raciocínio anterior,

e foram listados abaixo, também em conformidade com o IVSC:

Promover padrões baseados em princípios e conduta ética.

Uniformizar as atuais práticas do mercado brasileiro, e alinhá-las com as

melhores práticas internacionais de avaliação de negócios.

Representar os interesses dos profissionais e usuários de avaliação.

Fornecer uma formação relevante através de cursos de padrão internacional

para profissionais de avaliação de negócios. Estes cursos incluem princípios de

avaliação para relatórios financeiros e outros tópicos de caráter avançados

para uma educação continuada dos profissionais credenciados em avaliação.

Orçamento

13. O CBAN será criado e gerido pela Diretoria de Avaliações da ANEFAC RJ, com

trabalho voluntário em reuniões para desenvolvimentos de diretrizes técnicas e

padrões éticos.

14. No futuro, propomos a busca de um volume mínimo de afiliados, viabilizando

nosso ingresso como Corporate Member do IVSC (7), conforme estratégia proposta

pelo órgão em sua última reunião do conselho.8

7 Disponível em: <http://www.ivsc.org/members/apps/institutional.html> 8 Cf. “Plano Operacional e Estratégico 2011/2012 e 2012 / 2013”, aprovado pelo IVSC Board of Trustees

em seu encontro no dia 11 de março de 2011. Disponível em:

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6 ANEFAC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS EXECUTIVOS DE FINANÇAS, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

Estratégia / Plano de Ação

15. O plano de ação do CBAN deve ser coerente com seus objetivos. Assim, está

focado em formar seus quadros e um grupo de trabalho que reúna profissionais com

conhecimento técnico elevado e capazes de adaptar e criar as orientações técnicas

internacionais para a realidade do mercado brasileiro.

16. Traçar uma estratégia de divulgação de sua existência para o mercado, órgãos

reguladores do governo, captando membros da comunidade profissional interessada e

que visem contribuir com a sua participação no Comitê e nas audiências públicas das

orientações, e usufruir de suas realizações.

17. Captar e organizar cursos internacionais e nacionais, seminários, palestras,

sempre voltados para a área de avaliação de negócios com a intenção de estimular a

formação acadêmica do setor.

18. Apoiar e estimular os estudos acadêmicos da área e produção de artigos

especializados, dentro da estratégia de visibilidade e divulgação para o mercado

nacional de avaliação.