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5141 Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012. ISBN: 978-85-8001-069-5 PROJETO DE CONTROLADORES DIGITAIS ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE ALOCAÇÃO POLINOMIAL DE POLOS E DE ALOCAÇÃO DE POLOS UTILIZANDO REALIMENTAÇÃO DE ESTADOS PAULO SERGIO NASCIMENTO FILHO, THIAGO W. M. ABREU, CLEYSON AMORIM COSTA,WALTER BARRA JR. Laboratório de Controle de Sistemas de Potência, Faculdade de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Pará, Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica Instituto de Tecnologia, Campus Universitário do Guamá, 66075-900 E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] Abstract This paper shows the development of two controllers, using techniques of poles allocation Polynomial and Control Allocation for Poles using state feedback, on a second-order filter of Sallen and Key are presented the theoretical foundations of the two techniques controller design, in addition to the identification process and the practical results obtained. Keywords Identification of systems, controllers, Allocation polynomial poles, pole allocation state feedback. Resumo O presente artigo mostra o desenvolvimento de dois controladores, utilizando técnicas de Alocação Polinomial de Polos e por Controle por Alocação de Polos utilizando realimentação de estados, aplicados sobre um filtro de segunda ordem de Sallen e Key. São apresentados os fundamentos teóricos das duas técnicas de projeto de controladores, além do processo de identificação e os resultados práticos obtidos. Palavras chave Identificação de sistemas, Controladores digitais, Alocação polinomial de polos, Alocação de polos por realimentação de estados. 1. Introdução Neste trabalho, será apresentado o projeto de dois controladores digitais aplicados em uma planta de segunda ordem, do tipo filtro de Sallen e Key, mostrando-se a modelagem matemática realizada para obtenção da representação devida. A Figura 1 mostra o modelo da planta a ser identificada, a qual foi primeiramente deduzida utilizando-se os princípios da teoria de Circuitos Elétricos. Em seguida, definiu-se os polos desejados, obteve-se a planta desejada contínua, a qual foi discretizada. Após, através de ensaios para aquisição de dados para a planta, obteve-se um modelo discreto que representou corretamente as características da planta. Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1. Filtro de Sallen e Key de 2º ordem. Posteriormente, projetou-se os controladores digitais utilizando-se duas técnicas distintas: alocação polinomial de polos e controle por alocação de polos utilizando-se realimentação de estados. Os resultados são comparados, de forma a se validar os controladores obtidos e a modelagem matemática realizada. 2. Modelagem Matemática Desejou-se que o filtro de segunda ordem tivesse polos p1 = -2 e p2 = -5 . Admitiu-se, arbitrariamente, que 1 10 C F 2 1 C F 2 100 R k Para o modelo apresentado na Figura 1, obteve-se, através da teoria de Circuitos Elétricos. 1 100 R k 14 K 4 13 R k e 3 1 R k E a função de transferência contínua do filtro é: 10 7 140 ) ( 2 s s s H (1) Discretizando-se () Hs pelo método do segurador de ordem zero com período de amostragem 62, 5 s t ms , obtém-se a função de transferência pulsada da planta (Filtro de Sallen e Key): 2 1 2 1 1 6456 . 0 614 . 1 1 2047 . 0 2368 . 0 ) ( q q q q q H (2) A estimação de parâmetros para esta planta foi feita baseada no modelo ARX (do inglês, (Auto- Regressive with exogenous input). Este modelo possui a estrutura representada na Figura 2.

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5141

Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012.

ISBN: 978-85-8001-069-5

PROJETO DE CONTROLADORES DIGITAIS ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE ALOCAÇÃO POLINOMIAL DE POLOS E DE

ALOCAÇÃO DE POLOS UTILIZANDO REALIMENTAÇÃO DE ESTADOS

PAULO SERGIO NASCIMENTO FILHO, THIAGO W. M. ABREU, CLEYSON AMORIM COSTA,WALTER BARRA JR.

Laboratório de Controle de Sistemas de Potência, Faculdade de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do

Pará, Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica

Instituto de Tecnologia, Campus Universitário do Guamá, 66075-900

E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Abstract This paper shows the development of two controllers, using techniques of poles allocation Polynomial and Control

Allocation for Poles using state feedback, on a second-order filter of Sallen and Key are presented the theoretical foundations of

the two techniques controller design, in addition to the identification process and the practical results obtained.

Keywords Identification of systems, controllers, Allocation polynomial poles, pole allocation state feedback.

Resumo O presente artigo mostra o desenvolvimento de dois controladores, utilizando técnicas de Alocação Polinomial de

Polos e por Controle por Alocação de Polos utilizando realimentação de estados, aplicados sobre um filtro de segunda ordem de

Sallen e Key. São apresentados os fundamentos teóricos das duas técnicas de projeto de controladores, além do processo de

identificação e os resultados práticos obtidos.

Palavras chave Identificação de sistemas, Controladores digitais, Alocação polinomial de polos, Alocação de polos por

realimentação de estados.

1. Introdução

Neste trabalho, será apresentado o projeto de

dois controladores digitais aplicados em uma planta

de segunda ordem, do tipo filtro de Sallen e Key,

mostrando-se a modelagem matemática realizada

para obtenção da representação devida.

A Figura 1 mostra o modelo da planta a ser

identificada, a qual foi primeiramente deduzida

utilizando-se os princípios da teoria de Circuitos

Elétricos. Em seguida, definiu-se os polos desejados,

obteve-se a planta desejada contínua, a qual foi

discretizada. Após, através de ensaios para aquisição

de dados para a planta, obteve-se um modelo discreto

que representou corretamente as características da

planta.

Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi

encontrado no documento..1. Filtro de Sallen e Key de 2º ordem.

Posteriormente, projetou-se os controladores digitais

utilizando-se duas técnicas distintas: alocação

polinomial de polos e controle por alocação de polos

utilizando-se realimentação de estados. Os resultados

são comparados, de forma a se validar os

controladores obtidos e a modelagem matemática

realizada.

2. Modelagem Matemática

Desejou-se que o filtro de segunda ordem tivesse

polos p1 = -2 e p2 = -5 . Admitiu-se, arbitrariamente,

que

1 10C F

2 1C F

2 100R k

Para o modelo apresentado na Figura 1, obteve-se,

através da teoria de Circuitos Elétricos.

1 100R k

14K

4 13R k e 3 1R k

E a função de transferência contínua do filtro é:

107

140)(

2

sssH (1)

Discretizando-se ( )H s pelo método do segurador de

ordem zero com período de amostragem

62,5st ms, obtém-se a função de transferência

pulsada da planta (Filtro de Sallen e Key):

21

211

6456.0614.11

2047.02368.0)(

qq

qqqH (2)

A estimação de parâmetros para esta planta foi feita

baseada no modelo ARX (do inglês, (Auto-

Regressive with exogenous input). Este modelo

possui a estrutura representada na Figura 2.

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Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012.

ISBN: 978-85-8001-069-5

As equações que descrevem este modelo são

definidas como:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )A q y k B q u k v k (3)

ou,

)()(

1)(

)(

)()( kv

qAku

qA

qBky (4)

Figura 2. Diagrama de blocos do modelo ARX.

Onde 1q é o operador de atraso de tal forma que

)1()( 1 kyqky e )(qA e )(qB são os polinômios

definidos em (5) e (6) e u(k) e y(k) são,

respectivamente, a entrada e a saída do sistema.

Nota-se neste modelo a presença do ruído , por isso

este modelo pode ser classificado como erro na

Equação 2.

1

1( ) 1 ;ny

nyA q a q a q (5)

1

1( ) ;nu

nuB q b q b q

(6)

O modelo ARX definido pelas Equações (3) e (4) é

dado pela representação esquemática da Figura 6.

Neste caso o ruído é modelado como um processo

branco filtrado por um filtro auto-regressivo, com

polos idênticos aos do processo: as raízes do

polinômio )(qA

.

3. Aquisição dos dados de entrada e saída

Um importante aspecto do processo de

identificação é a seleção e geração adequada de um

sinal de teste capaz de excitar suficientemente os

modos de interesse da planta para que se possa fazer

uma correta identificação. Um dos sinais mais

utilizados para esta finalidade é a conhecida

sequência binária pseudo-aleatória (SBPA).

Um sinal SBPA é uma sequência de pulsos

retangulares moduladas em largura de pulso. Uma

sequência SBPA se aproxima das características

espectrais do ruído branco dentro de uma faixa

escolhida para o projeto.

Primeiramente, devem-se encontrar as frequências

mínima e máxima do SBPA desejado. Utilizaremos

um valor 50 vezes menor que a frequência do sistema

para fmin e 2 vezes maior para fmax. A frequência pode

ser encontrada através de 2n f , como

3,1623 /n rad s , obtido a partir do modelo

calculado da planta, então:

Hzw

f n 0066.12

2*max

(7)

Hzw

f n 0101.050*2

min

(8)

msf

Tshift 2.331*3

1

max

(9)

911.

1logint

min2

shiftTfn (10)

A SBPA foi projetada para um Tshift de 331,2ms e

com numero de células igual a 9. A Figura 3 ilustra o

sinal SBPA injetado e a resposta da planta.

Figura 3. Resposta do sinal e o Sinal SBPA.

Analisando-se o espectro de frequência dois sinais de

entrada e saída, percebe-se claramente que o espectro

do sinal SBPA é aproximadamente plano na faixa em

que foi calculado (Figura 4b).

Figura 4. Espectro de frequência dos sinais de entrada e saída.

4. Estimação do modelo

Nas estratégias de controle digital, a técnica mais

utilizada de estimação paramétrica é a técnica dos

Mínimos Quadrados Não Recursivo(Aguirre, 2000.).

O método MQ é um esquema de estimação “off-line”

dos parâmetros, o qual é baseado na minimização da

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Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012.

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soma dos quadrados do erro de predição, entre a

saída do modelo estimado e saída da planta.

As técnicas de estimação são utilizadas para a

obtenção de um modelo dinâmico discreto, para o

processo, na forma:

1 0 1( ) ( 1) ... ( ) ( ) ( 1) ... ( )nA A nB By k a y k a y k n b u k d bu k d b u k d n (11)

Onde u(k) e y(k) são, respectivamente, os valores dos

sinais de entrada e de saída da planta, no instante

discreto k , onde k é um múltiplo inteiro do intervalo

de amostragem Ts.

Um enfoque para se obter uma estimativa dos valores

máximos de nA e nB é através do exame da

evolução da variância do erro de predição, como

função do número dos parâmetros nA + nB (ou seja,

da complexidade do modelo). O valor mais adequado

para nA + nB é escolhido observando-se a inflexão

da curva (Figura 5), selecionando um valor após o

ponto de inflexão, a partir do qual o valor de R(0) é

praticamente constante (Kuo,1992). A ordem do

sistema utilizada foi de segunda ordem (2 2 1)

amostrados com um intervalo de amostragem Ts =

62,5ms.

Figura 5. Gráfico comparativo entre a evolução da variância do

erro de predição, e o número dos parâmetros.

Antes que as medidas de entrada e saída da planta

sejam utilizadas pelas rotinas de estimação

paramétrica é necessário primeiramente processar os

dados para que se possa extrair a parte da informação

que realmente interessa. Este processo denomina-se

condicionamento dos sinais. As principais etapas no

condicionamento dos sinais são a eliminação de

níveis DC (estacionários e não estacionários) e o

escalonamento dos dados de entrada e saída.

Como consequência do processo de estimação do

modelo paramétrico da planta, obtém-se a seguinte

função de transferência pulsada:

21

211

5985.0564.11

1084.03575.0)(

qq

qqqH (12)

5. Validação do sistema

Na Figura 6, é apresentada uma comparação

entre a saída estimada pelo modelo de quarta ordem e

as medidas da saída da planta (desvio da potência

ativa nos terminais do gerador), pode-se observar que

o modelo apresenta um desempenho bastante

satisfatório quanto à estimativa dos valores de saída

da planta.

Figura 6. Comparação entre a saída estimada pelo modelo e as

medidas da saída da planta.

Na Figura 7a, é apresentada a estimativa da função de

autocorrelacão do resíduo para o modelo ARX de

segunda ordem identificado. É possível observar que

a função autocorrelação do resíduo apresenta o perfil

de um impulso na origem, caracterizando um resíduo

quase que totalmente aleatório, indicando que a

informação determinística presente nos dados, foi

satisfatoriamente capturada no modelo ARX de

segunda ordem.

Na Figura 7b, é apresentada a estimativa da função

de correlação cruzada entre o resíduo e o sinal de

teste (SBPA), para o modelo de segunda ordem

identificado. Pode-se observar que, para fins práticos,

o resíduo apresenta-se satisfatoriamente

descorrelacionado das amostras do sinal de teste.

Figura 7. (a) A estimativa da função de auto-correlacão e a

estimativa da função de correlação cruzada entre o resíduo e (b) o

sinal de teste (SBPA) do modelo de quarta ordem estimado.

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Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012.

ISBN: 978-85-8001-069-5

6. Comparação entre os parâmetros do

modelo calculado e estimado.

Serão comparadas as características do modelo

matemático do filtro de Sallen e Key deduzido a

partir da física do processo e do modelo estimado do

filtro pelo método dos mínimos quadrados.

Tabela 1. Tabela de parâmetros.

Parâmetros

calculados

Parâmetros

estimados

1a -1,641

1a -1,564

2a 0,6456

2a 0,5985

1b 0,2368

1b 0,3575

2b 0,2047

2b 0,1084

Polos do modelo deduzido:

= 0,8825 e -0,7315.

Zero do modelo deduzido:

= -0,8643.

Polos do modelo estimado:

= 0,8961 e -0,6679.

Zero do modelo estimado:

= -0,3032.

7. Projeto de Controladores

7.1 Controle por alocação de polos utilizando

realimentação de estados

A técnica de alocação de polos consiste em

alocar os polos de malha fechada em qualquer

posição especificada do Plano s através da

realimentação de estados, empregando uma matriz de

ganhos apropriada, desde que o sistema seja de

estado completamente controlável(OGATA,1998).

Considera-se o sistema de controle dado pelo sistema

de Equações (13).

( ) ( ) ( )

( ) ( )

t t u t

y t t

x Ax B

Cx (13)

Onde se escolhe o sinal de controle como mostrado

na Equação (14), Figura 8.

( ) . ( )u t t K x (14)

u yB

A

K

x

C

Figura 8. Sistema de Controle em malha fechada.

Substituindo a Equação (14) no sistema de Equações

(13), tem-se a Equação (15) que representa o sistema

em malha fechada, onde os polos de malha fechada

são dados pelos autovalores da matriz A BK .

( ) ( ) ( )t t x A BK x (15)

Essa técnica de projeto de controladores começa com

a determinação dos polos de malha fechada, que são

obtidos em função das especificações da resposta

temporal ou da resposta em frequência para, em

seguida, calcular-se a matriz de ganhos de

realimentação, K.

A técnica de alocação de pólos por realimentação de

estados é válida para sistemas discretos de controle

da mesma forma que é para sistemas de controle

contínuo, (Kuo,1992).

Portanto, considera-se o sistema discreto de controle

dado pelas Equações (16).

( 1) ( ) ( )

( ) ( )

k k u k

y k k

x Gx H

Cx (16)

Onde, também, escolhe-se o sinal de controle como

dado pela Equação (17).

( ) . ( )u k k K x (17)

Um método de determinar K é a utilização da

fórmula de Ackermann dada pela Equação (18), a

qual é valida tanto para sistemas digitais quanto para

sistema contínuos, (NISE,2003)

10 0 1 ( )cpK GC (18)

Onde

C é a matriz de controlabilidade;

cp é o polinômio característico desejado e

G é a matriz de estados do sistema.

O integrador e o controlador utilizados no sistema de

controle da Figura 9 são dados, respectivamente,

pelas Equações (19) e (20), as quais são utilizadas

para implementar o algoritmo de controle

computacionalmente no dsPIC30f3014 do sistema

eletrônico.

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Anais do XIX Congresso Brasileiro de Automática, CBA 2012.

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( ) ( 1) ( ) ( )v k v k r k y k (19)

( ) ( ) ( )Iu k Kx k K v k (20)

H)(ku

0K

1Z

G

K

)(kxC

)(kr )(kv )(ky

IZ 1

Controlador Integral Processo com retroação de estado

Figura 9. Sistema de Controle Digital com um integrador inserido

no ramo direto.

A partir das Equações (15), (18) e (19), obtém-se o

sistema de Equações (20). ( 1) ( )

( 1)( 1) ( ) 1

I

I

Kk kr k

Kv k v k

G HK Hx x 0

CG CHK 1 CH (20.a)

( )

( ) 0( )

ky k

v k

xC

(20.b)

Que para uma entrada degrau de amplitude r, tem-se

a Equação (21).

( 1) ( )

( 1) ( )

I

I

Kk k

Kv k v k r

G HK Hx x 0

CG CHK 1 CH (21)

À medida que k tende ao infinito, ( ) ( ) ( ) ( )v v r y ,

isto é,

( ) ( )y r r ,

Ou seja, não há erro de regime, portanto, em regime,

tem-se a Equação (22).

( ) ( )

( ) ( )

I

I

K

Kv v r

G HK Hx x 0

CG CHK 1 CH (22)

Sejam as equações de erro (23) e (24).

( ) ( ) ( )e k k x x x (23)

( ) ( ) ( )ev k v k v (24)

Tem-se a Equação (25).

( 1) ( ) ( )

( 1) ( ) ( )1

e e e

I

e e e

k k kK

v k v k v k

x x xG 0 HK

CG CH (25)

De onde se define a Equação (26).

( )

( )( )

e

I

e

kw k K

v k

xK

(26)

Então, obtém-se o sistema de Equações (27), que

representa o sistema de malha fechada aumentado. ˆ ˆ( 1) ( ) ( )k k w k G H (27.a)

ˆ( ) ( )w k k K (27.b)

Onde:

( )( )

( )

e

e

kk

v k

x

ˆ1

G 0G

CG

ˆ

HH

CH ˆ

IK K K

Portanto, se o sistema, dado pelas Equações (27), for

controlável, pode-se determinar K e KI utilizando a

fórmula de Ackermann, dada pela Equação (18),

através da matriz K :

1ˆ ˆˆ 0 0 1I cK p K K GC

Onde Cd é a matriz de controlabilidade do sistema.

Para o sistema desejado, desejou-se que

4 /n rad s e 0.9 . Utilizando-se das equações

apresentadas nesta seção, obteve-se o ganho:

ˆ 1.9994 -1.2913 -0.1134K

Ou seja,

1.9994 -1.2913

0.1134I

K

K

Para o sistema identificado, obteve-se a resposta ao

degrau mostrada na Figura 10.

Figura 10. Resposta ao degrau da planta identificada

Se acrescentarmos uma perturbação do tipo pulso

finito (problema de regulação) pode-se ver que o

sistema percebe tal perturbação e após um curto

intervalo de tempo, volta à condição desejada (Figura

11).

Figura 11. Problema de regulação. Sinal de referência (azul), de

controle (vermelho) e de saída (verde).

Finalmente, se os parâmetros da planta variarem

(mudança de ponto de operação), o controlador é

capaz de ajustar o sistema para garantir o

comportamento desejado:

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Figura 12. Problema de regulação.

7.2 Controle por Alocação polinomial de polos.

Pela técnica da alocação polinomial de polos,

pode-se projetar um controlador digital do tipo RST

para sistemas estáveis ou instáveis (LANDAU,2006)

A planta a ser controlada possui a forma:

)(

)(1

11

qA

qBqqH

d

(28)

Onde A e B são polinômios do tipo 1 1

1( ) 1 ;na

naA q a q a q (29)

1 1

1( ) ;nb

nbB q b q b q

(30)

E a representação em malha fechada do diagrama de

blocos é dada pela Figura 13:

Figura 13. Diagrama de blocos para alocação polinomial de pólos.

A função de transferência em malha fechada é:

)(

)()(

)()()()(

)()(

1

111

11111

111

qP

qBqTq

qRqBqqSqA

qBqTqqH

d

CL (31)

Para a questão da regulação do sistema, deve-se

computar os polinômios R e S, que são definidos

como: 1 1

0 1( ) ;nr

nrR q r r q r q (32)

1 1

1( ) 1 ;ns

nsS q s q s q

(33)

Para encontrar os valores de R e S, deve-se resolver a

seguinte identidade de Bezout, definida pela Equação

(34).

)()()()( 111111 qRqBqqSqAqP

(34)

Através da Equação (35) pode-se resolver tal

identidade.

pxM (35)

Onde:

nrns

T rrssx ,...,,,...,,1 01 (36)

0,...,0,,...,,...,,1 1 npi pppp (37)

E a matriz M é definida como:

onde

1,'

...,2,1,0,0'

diparadii

i

bb

diparab

Para o problema de rastreamento, deve-se encontrar

um valor para T(q-1), que é identificado no diagrama

de blocos mostrado na Figura 14.

Figura 14. Diagrama de blocos para o problema de rastreamento

A função de transferência em malha fechada é dada

por:

)1(

.)(

)(1*

1

111

B

qB

qA

qBqqH

m

md

CL

(38)

E tem-se,

T(q-1

)=G.P(q-1

) (39)

Onde

0)1(,1

0)1(,)1(

1

Bse

BseBG

(40)

Após os cálculos devidos, desejando-se também que

a função tenha 4 /n rad s e 0.9 , obteve-se os

seguintes parâmetros do controlador:

1 1 2

1 1 2

1

2,0883 3,25 1,2691

1 0,7701 0,2299

( ) 0,1075

R q q q

S q q q

T q

A resposta ao degrau da planta está na Figura 15.

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Figura15. Resposta ao degrau da planta identificada.

Como para o caso anterior, se for acrescentada uma

perturbação do tipo pulso finito, percebe-se que o

sistema detecta essa mudança, realiza um ajuste

rápido e garante a saída desejada.

Figura 16. Problema de regulação. Sinal de referência (azul), de

controle (vermelho) e de saída (verde)..

Finalmente, se o ponto de operação do sistema

mudar, ainda assim o controlador garante o

comportamento desejado para uma margem aceitável

de valores (robustez).

Figura 17. Problema de regulação.

8. Conclusão

Este trabalho apresentou um resumo de um processo

de identificação e modelagem de um sistema. Com

essas informações, pôde-se projetar dois

controladores com duas técnicas distintas,

comprovando-se que ambas são muito boas para

tratar de problemas de regulação e rastreamento,

garantindo robustez aos controladores.

Referências Bibliográficas

Aguirre, L.A.– “Introdução à Identificação de

Sistemas: Técnicas Lineares e Não-Lineares

Aplicadas a Sistemas Reais” – Editora UFMG,

Belo Horizonte, 2000.

OGATA, K. “Engenharia de Controle Moderno”,

LTC, 1998.

NISE, Norman S. “Engenharia de Sistemas de

Controle”, 3ª ed., LTC, 2003.

Landau, D. Ioan e Zito,Gianluca – “Digital Control

Systems, Design, Identification and

Implementation ” – Springer, 2006

Kuo, Benjamin C. Digital Control Systems. 2 ed New

York. Oxford Universit Press. 1992.