casos práticos de responsabilidade civil

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Casos Práticos de Responsabilidade CIvil

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Casos Prticos de Resp Civil

Casos Prticos de Resp CivilN22

No que toca anlise da responsabilidade de A em relao a B, temos de verificar se se encontram preenchidos os pressupostos da responsabilidade civil.

A pratica um acto voluntrio pois j tinha celebrado contrato com B mas foi assinar com o clube D pois este pagava-lhe mais.

A actuao de D ilcita pois este age com dolo directo, tendo noo do acto que estava a praticar e visando a prtica do mesmo. Para alm disso, o jogador no podia estar a jogar em dois clubes ao mesmo tempo. Se j se tinha vinculado com um, no podia vincular-se com outro ao mesmo tempo. A ter ento de responder nos termos do art483/1 pois, ao celebrar contrato com outro clube, pratica um acto ilcito.

A culpa, neste caso, claramente verificvel pois A agiu com dolo, sabendo aquilo que estava a fazer e pretendendo agir da forma que agiu. Verifica-se ento a existncia de dano que, neste caso, so lucros cessantes pois o clube B estava a contar com A para jogar e este celebrou contrato com o clube D e, desta forma, o art562 obriga a que haja lugar a indemnizao, tendo ainda este art de ser confrontado com o art563 no qual tem de ser avaliado o nexo de causalidade. Neste caso, e atravs de um juzo de prognose pstuma, possvel afirmar a imputabilidade do resultado actuao de A pois qualquer bom pai de famlia teria noo daquilo que estava a fazer ao praticar aquele acto.Encontram-se assim verificados os pressupostos da resp civil para a responsabilizao de A.

No entanto, neste caso, temos ainda um terceiro e ter de se verificar se este terceiro , ou no, responsvel pelo incumprimento de A em relao a B, sendo esta uma situao de eficcia externa das obrigaes.

Para tal efeito, temos tambm de analisar os pressupostos da responsabilidade civil. Contudo, tem de ser tido em conta que D no se encontrava vinculado perante nenhuma das partes aquando do contacto com A e, por isso mesmo, no pode ser responsabilizado como o devedor, apenas o pode ser nos termos da resp extra-obrigacional.

D, ao contactar A, praticou um acto voluntrio pois sabia aquilo que pretendia e actua de modo a satisfazer a sua pretenso. Contudo, sendo este um caso de responsabilidade extra-contratual, o principal factor a ter em conta a boa ou a m f da actuao de D ao contactar A. Em relao anlise da boa f, D afirma que nem sequer saber da relao contratual entre A e B e, posto isto, no possvel afirmar a ilicitude da actuao de D e, por isso, no haveria responsabilidade perante B.Contudo, B afirma que D s contactou A para o prejudicar e, se assim fosse, j haveria lugar responsabilidade extra-contratual nos termos do art483/1 e, nestes moldes, j teria de ser calculada a culpa, que se verificaria, o dano e o nexo de causalidade para que D respondesse perante B, sendo que lhe seria imputvel uma situao de responsabilidade extra-contratual. Isto porque D no tinha, de facto, nada a ver com a relao contratual entre B e A mas actua de modo a prejudicar a mesma, tornando-a impossvel e, atravs dessa atitude, poderia ser invocada a eficcia externa das obrigaes e D seria responsabilizado nos termos da responsabilidade extra-contratual.

Em relao a A, encontra-se provada a culpa do mesmo e, por isso, A responsvel perante B nos termos do art483/1e haver lugar a uma indemnizao pelos lucros cessantes de B atravs de uma ponderao entre a situao real em que B se encontra e a situao hipottica em que B se encontraria caso B tivesse ido jogar para o clube.

N23

(A e B estabeleceram no contrato que no podiam vender aces sem dar conhecimento contra-parte e sem dar dto de preferncia mesma, sob pena de indemnizao pr-fixada.(A vende aces a C

(C tinha conhecimento da relao obrigacional entre A e B

(B exige indemnizao a C

Neste caso, estamos perante uma relao obrigacional entre A e B, obrigao essa que se prendia num pacto de preferncia que A decidiu no cumprir.

A, voluntariamente, decide vender parte das suas aces a C e, por isso ter de ser avaliada a sua responsabilidade. Como j foi verificado, A pratica um acto voluntrio ao decidir incumprir com B e vender as aces a C.

verificvel a ilicitude da actuao de A nos termos do art483/1 pois A tinha perfeita noo da sua actuao e, por isso mesmo, verificado o dolo directo na sua actuao.A culpa de A analisada atravs do art487 e um juzo de prognose pstuma permite avaliar a conduta de A pela analogia em relao conduta de um bom pai de famlia e, por isso mesmo, A tinha noo da atitude que estava a actuar e escolheu regular-se em funo da mesma, movido pelo dinheiro que iria receber com a venda das aces a C.

Existe dano que, neste caso, o incumprimento da clusula penal imposta pelo contrato celebrado entre A e B, art810 e, por isso, A seria responsvel perante B e teria de pagar a indemnizao previamente fixada no contrato.

Existe ainda um terceiro. C, que quem compra as aces de A. Aqui invocada a eficcia externa das obrigaes pois C que impossibilita o cumprimento da obrigao existente entre A e B. Para alm disso, sabido que C conhecia a relao existente entre A e B mas, ainda assim, resolveu comprar as aces de A. Temos, portanto, a violao de um dto alheio mas C actua dentro da sua autonomia privada que s ilcita se ultrapassar os limites da Boa F.

Passando ento anlise da ilicitude da actuao de C tendo em conta o princpio da Boa F, mostra-se ento necessrio fazer um juzo de culpa e, atravs do mesmo, considero pessoalmente provada a M F de C na sua actuao. Isto porque C era conhecedor da relao existente entre A e B e, ainda assim decide actuar, causando dano para B ao impossibilitar o cumprimento do pacto de preferncia previamente acordado entre A e B. posto isto, a actuao de C preenche os pressupostos do art483/1 e, por isso mesmo, C responsvel perante B nos termos da responsabilidade extra-contratual.

B pretende exigir a indemnizao pr-fixada a C. Contudo, j foi analisado que A tambm responsvel e, por isso mesmo, A e C tero de pagar a indemnizao a C nos termos do art497.

A responde perante B nos termos da responsabilidade obrigacional pelo incumprimento da obrigao a que estava vinculado e C responde perante B nos termos da responsabilidade extra-contratual pois este tinha conhecimento da relao obrigacional entre A e B e, por isso, actua de M F ao comprar as aces a A porque sabia que estaria a prejudicar B. Desta forma, os dois respondem solidariamente pela indemnizao perante C nos termos do art497.

N24

(A contrata B para fazer vestido(C sabia do contrato entre A e agride B para que este no possa fazer o vestido

(B hospitalizado e no consegue fazer o vestido

(A pretende responsabilizar B e C

A contrata B para que este lhe desenhe um vestido para o seu casamento. Contudo, B, ao seu agredido por C, que sabia do contrato entre B e A, hospitalizado e no consegue desenhar o vestido para A.

Teremos, portanto, de analisar a responsabilidade dos intervenientes no caso.

B no consegue desenhar o vestido de A, tem de ser responsabilizado por isso? Teremos ento de analisar os pressupostos da responsabilidade civil e, aquando desta anlise, verificada a impossibilidade do cumprimento prevista no art790. Isto porque B foi agredido por C e foi hospitalizado e esse o motivo pelo qual B no desenhou o vestido de A, sendo esta uma causa de impossibilidade objectiva prevista no art790. Desta forma se exclui a responsabilidade obrigacional de B no tendo, por isso, de responder perante A.Contudo, existe ainda um terceiro nesta relao que C. C no tinha nenhum vnculo com A ou B sendo, por isso, um terceiro na relao e a sua responsabilidade ser analisada nos termos da responsabilidade civil extra-obrigacional.

Temos, portanto, de percorrer os pressupostos da responsabilidade civil nos termos do art483.

C pratica um acto voluntrio ao agredir B. Este um acto ilcito pois verifica-se uma ofensa contra a integridade fsica de B. C agiu com dolo directo pois visou aquela aco e agiu de modo a obter a realizao das suas pretenses. Para alm disso, tem de se ter em conta que C conhecia a relao obrigacional entre A e B e, neste ponto, entra a anlise da Boa F, sendo verificvel que C, ao agredir B agiu de M F pois tinha em vista impossibilidade de B desenhar o vestido de A como possvel forma de vingana visto que C era ex-namorado de A.

Passando agora para anlise da culpa, esta tem de ser analisada nos termos do art487 sendo possvel provar a culpa de C pois este actuou com os conhecimentos que tinha acerca da situao e visando atingir determinado objectivo.

Foi criado dano para A, neste caso, lucros cessantes pois A teve de comparecer no seu casamento com um vestido vulgar e, se B no tivesse sido agredido, A poderia ter o vestido com que sonhara para o seu casamento. Posto isto, encontra-se a violao de um direito alheio pois C tomou uma atitude premeditada com inteno de prejudicar A.

Analisado o dano, temos ainda de verificar o nexo de causalidade adequada na responsabilidade obrigacional, mostrando-se necessrio confrontar o art563 com o art562. Atravs de um juzo de prognose pstuma acerca da causalidade normativa verifica-se que um bom pai de famlia teria noo da sua actuao quando colocado na situao de C.

Desta forma verifica-se a responsabilidade extra-obrigacional de C que ter, portanto, de responder perante A, tendo a obrigao de indemnizar A.

Tem, ento, de haver uma ponderao entre a situao em que A se encontra e a situao em que se encontraria se no tivesse sido o dano e, a partir da, a indemnizao ser calculada nos termos do art564.

A poder responsabilizar C nos termos da responsabilidade extra-contratual mas no poder responsabilizar B pois este no teve culpa da sua impossibilidade em relao ao incumprimento da obrigao que tive com A.

N25(A apenas revela o seu interesse a B(B comea a trabalhar no projecto

(A e B acordaram data para a celebrao formal do contrato mas j tinham acordado prazo para a concluso da obra e honorrios

(Na vspera da celebrao do contrato, A desiste

(B quer responsabilizar A responsabilidade pr-contratual por lucros cessantes devido ao facto de ter adiado a obra da empresa alem e por danos emergentes porque j tinha comeado a trabalhar no projecto e isso inclua gastos

(B quer responsabilizar C por considerar que este agiu de M F ao convencer A a optar pelo seu projecto

(A no quer pagar a B por no haver contrato formal A afirma no ter culpa e afirma que B no a consegue provar

(C no quer pagar mas afirma que A ter de pagar a B

Neste caso, o que se verifica uma possvel responsabilidade pr-contratual de A perante B mas, para afirmar esta responsabilidade, teremos de percorrer os pressupostos da responsabilidade civil de A.

A culpa na formao dos contratos encontra-se estipulada no art227, deve actuar-se segundo o padro do homem mdio, razovel e honesto.Contudo, mostra-se ainda necessrio analisar os pressupostos da responsabilidade civil nos termos do art483.

A, pratica um acto voluntrio ao revelar as suas pretenses a C e sabia que este comeara, desde logo, a trabalhar no mesmo pois ficou muito entusiasmado com a ideia de A.

Na responsabilidade pr-contratual, a ilicitude analisada de forma especfica, nos termos do art227. Temos, portanto, de saber se est, ou no, a era negociado um contrato, sendo este um requisito que se verifica pois C comea a trabalhar no projecto e informa B de todos os progressos do mesmo, sendo agendada uma data para a formalizao do contrato e sendo acordadas entre A e B todas as clusulas desse contrato, sendo que a nica coisa que faltava seria mesmo a formalizao do contrato. O outro do art227 prende-se na violao das regras da Boa F, sendo que estas so maleveis no sendo, por isso, fcil provar esta desconformidade. Contudo, neste caso, poder ser possvel analisar a desconformidade com os princpios da Boa F pois A tinha tudo combinado com B para a formalizao do contrato, s faltava mesmo esta formalizao.Na boa f em fase pr-contratual, existem trs deveres essenciais que devem ser analisados: o dever de informao, sendo que este se mostra cumprido pois B informou A de todos os progressos do projecto; o dever de proteco/tutela da confiana, no qual cada uma das partes se deve empenhar para que o contrato seja celebrado e A, ao tomar a atitude analisada, diminui a confiana que B tem no processo contratual que se pretende celebrar; e o dever de segurana que afirma que quem est envolvido num processo negocial deve tomar as medidas necessrias para que o outro no incorra em danos com causa naquele processo negocial e, neste caso especifico, tambm est presente a violao deste dever pois A, ao desistir da celebrao do contrato, vai fazer com que B tenha prejuzo.

Aquando da anlise da culpa, verifica-se que a responsabilidade de A se aproxima da responsabilidade obrigacional e, por isso, possvel fazer uma analogia em relao ao art483 sendo, portanto, presumida a culpa. verificvel o dano neste caso pois B teve despesas no decorrer do processo e tem, por isso, direito a ser indemnizado nos termos do interesse contratual positivo, tendo A de repor a situao em que B se encontrava antes do incio do processo. Contudo, s relativamente a estes danos que A ter de indemnizar B pois s vai repor os danos causados.

Quanto responsabilidade de C, verificvel a prtica de um acto voluntrio mas no possvel provar a ilicitude do mesmo pois C agiu dentro dos limites da sua autonomia privada e no possvel provar que C ultrapassa os limites da sua esfera de autonomia.

Hiptese(Delinquente actuava na zona de Sintra e atacava as pessoas com um taco de basebol

(A 13 anos mascara-se de jogador de basebol para uma festa de carnaval

(Mascara que A usa do seu primo C

(B pensa que A o delinquente que actuava na zona de Sintra e que podia atacar a sua irm que estava na plataforma do comboio para onde A se dirigia

(B atira o taco de basebol de A para a linha do comboio e danifica-o

(A)

(me de A compra novo taco a C mas afirma que B que tem de pagar

Neste caso tem de ser analisada a responsabilidade de Bernardo, sendo que esta ser uma responsabilidade extra-contratual pois no existia nenhuma relao entre B e A antes da actuao de B. esta responsabilidade ter ento de ser analisada nos termos do art483.

O facto que B praticou foi, sem dvida, um acto voluntrio pois B atirou o taco de A para a linha de forma premeditada. O comportamento de B ilcito e no h qualquer causa de excluso de ilicitude pois B visou aquilo que queria fazer e actuou violando um dto alheio.A culpa de B aferida nos termos da imputabilidade e nada dito acerca de qualquer causa que permita concluir a inimputabilidade de B e, por isso, B ter agido com culpa na sua actuao.

Existe um dano emergente pois B atirou o taco de A para a linha do comboio fazendo com que este ficasse completamente danificado. Para alm disto, necessrio encontrar um nexo de causalidade atravs de um juzo de prognose pstuma, sendo possvel concluir que qualquer bom pai de famlia poderia prever o resultado da actuao de B pois este atirou o taco de A para a linha de comboio quando o comboio estava quase a passar.

Mediante a anlise destes pressupostos, possvel concluir que B ter de indemnizar A pois responsvel nos termos da responsabilidade extra-contratual.

B responsvel perante C pois o taco era de C, sendo este o detentor do dto objectivo violado e, por isso, ter de o indemnizar nos termos do interesse contratual positivo, art562.

A inimputvel devido sua idade e, por isso, no poder ser responsabilizado.

(B)

(A no contou a C que iria usar o seu equipamento(C empurrou A e este caiu no cho

(me de A resolveu leva-lo ao hospital porque o seu filho sofria de vrios problemas de sade

(A no sofreu nenhuma leso devido ao empurro mas, por lapso da enfermeira, foi-lhe administrado um comprimido por engano que obrigou a uma desintoxicao

(me de A pretende responsabilizar C pois, se no tivesse sido o empurro, nada tinha acontecido a A

Mostra-se necessrio analisar a responsabilidade de C, sendo esta uma analisada segundo os pressupostos da responsabilidade extra-obrigacional, isto porque no havia qualquer relao obrigacional entre o lesado e o lesante.

Neste caso ter de ser analisada a responsabilidade de C pois este, furioso com os acontecimentos, agride A.C pratica um acto voluntrio e o mesmo ilcito pois h aqui uma violao de dto alheio que se traduz numa ofensa integridade fsica de A. Este acto foi intencionalmente pratica e, por isso, verificvel o dolo na actuao de C.

Aquando da anlise da culpa de C ter de ser feito um juzo de prognose pstuma, sendo possvel concluir que a um bom pai de famlia era exigvel outro comportamento que no o de agredir A e, por isso, encontra-se aferida a culpa de C na sua actuao.

H a produo de um dano pois A agredido e esta tem de ser analisada para que se possa averiguar se o dano , ou no, indemnizvel. Passando para a analise do nexo de causalidade adequada, temos de ter em conta os art562 e 563 sendo, a partir destes arts, possvel depreender que no houve nexo de causalidade adequada pois Carlos no poderia prever que A teria de ser sujeito a um tratamento de desintoxicao. Isto porque o tratamento desencadeado por um engano de uma enfermeira que administra a A um comprimido que no era suposto este tomar.

C no pode ser responsabilizado pela falta de nexo de causalidade adequada pois os danos no podem ser objectivamente imputveis conduta de C.

O tratamento a que A sujeito advm de um engano de uma enfermeira no hospital e esta que ter de ser responsabilizada pelo dano causado a A. C no teria nada a ver com esta situao pois no possvel imputar objectivamente o resultado conduta de C.

(C)

(o embate do taco no comboio fez partir uma luz do mesmo

(a reparao da luz ainda na estao da Amadora fez com que o comboio se atrasasse hora e meia(F pediu CP 100 por horas extra que teve de pagar babbysister dos seus filhos pelos atraso do comboio

(CP afirma no ter de pagar nada porque at tinha um letreiro na estao a pedir para que no fossem atirados objectos para o cho ou para a linha

Neste caso, trata-se da anlise da responsabilidade obrigacional que a CP tinha para com Ftima pois esta comprou o bilhete e o horrio estipulado nesse mesmo bilhete no foi cumprido pela CP.

Verifica-se um incumprimento por parte da CP mas tem de se analisar se o mesmo , ou no, ilcito e, aquando essa anlise, verifica-se que h uma coliso de direitos e este tipo de situaes encontram-se reguladas no art335 e o n2 deste art afirma que, se estiverem em coliso dois direitos desiguais, prevalece o que se deva considerar superior. Neste caso, a CP atrasa o comboio por questes de segurana, pretendendo substituir de imediato a luz que foi partida pelo taco atirado para a linha por B. Posto isto, possvel considerar que o direito da CP superior e, por isso mesmo, a empresa no pode ser responsabilizada pelo dano causado a Ftima.

(D)

(o delinquente da linha de Sintra era C(C fazia os assaltos para ter dinheiro para comprar bilhetes para os jogos do Benfica

(C quer ser recompensado por ter ficado sem o seu taco

(C quer ser recompensado por danos morais por ter visto um jogo muito importante na televiso

Neste caso tem de ser analisada a responsabilidade extra-obrigacional pois no havia qualquer ligao entre o potencial lesado e o potencial lesante.

praticado um facto voluntrio pois o taco foi atirado para a linha de forma premeditada. Este mesmo facto ilcito e verifica-se o dolo na actuao do agente pois este previu determinado resultado e actuou de modo a obter a satisfao das suas pretenses.

Tambm verificada a culpa do agente pois o juzo de prognose pstuma permite concluir que um bom pai de famlia deveria ter previsto outro tipo de comportamento.

Foi criada uma situao de dano que se traduz na destruio do taco e est indemnizvel. Contudo, o lesado invoca outras consequncias negativas que se traduzem na falta de produo de uma situao de vantagem e isto no um dano, no sendo, por isso, susceptvel de ser indemnizado.

Posto isto, B ter de compensar C pela destruio do taco mas no ter de o indemnizar pelo facto de C ter assistido ao jogo do Benfica na televiso pois isto no um dano, uma desvantagem e esta no indemnizvel.Encontram-se preenchidos os pressupostos da responsabilidade civil nos termos do art483 mas no em relao a todos os danos invocados por C.

Hipteses (A, compulsivo coleccionador de arte

(A compra esttua de 10.000.00 para o seu jardim

(B guia depressa em frente casa de A

( B despista-se, entra pelo jardim de A e destri a esttua de A

I

(A pretende que B pague 16.000.00 correspondentes a desconto que teve de fazer aquando da venda da casa por esta no incluir a esttua

(B afirma que no tem de pagar pois passava ali quela velocidade anos

(B afirma que, naquele dia, C, de 6anos, se atravessara na estrada quando passeava com a sua av, D e B tinha-se despistado para no bater na criana

O que se coloca neste caso a anlise da responsabilidade de B por ter destrudo a esttua de A.

Teremos, portanto, de analisar os pressupostos da responsabilidade civil presentes no art483ss.

Estamos perante um facto voluntrio. possvel afirmar a ilicitude da actuao de B pois este viola uma norma de proteco de um dto alheio que se prende no dto de propriedade pois B entra pelo jardim de A e destri a esttua que este tinha no jardim.

Apesar de estarmos perante um facto ilcito, podem verificar-se causas de excluso de ilicitude e, para isso, tm de ser analisados os art336ss.

A este caso em concreto pode ser aplicado o n1 do art339 no qual se encontra plasmado o estado de necessidade pois B afirma que se despistou devido ao facto de C, criana de 6anos, se ter atravessado na estrada e B despistou-se para no atropelar a criana. Posto isto, e visto que se trata de uma criana de 6anos, o mesmo inimputvel pelo art488. Contudo, tem de se ter em conta que C se encontrava a cargo da sua av, D e esta ser responsabilizada pela actuao de D segundo o art491 pois violou o seu dever de vigilante.

Apesar de ser aplicada a B esta causa de excluso de ilicitude, B reconhece que atravessava aquela estrada em excesso de velocidade e, por isso, segundo um juzo de prognose pstuma, possvel afirmar a culpa de B pois, apesar de todas as pessoas circularem es excesso de velocidade naquela zona, ao agente que cabe o dever de cuidado e, pela violao do mesmo, o agente ser culpado pela sua actuao.

Existe um dano e este tem de ser analisado segundo as regras do art562 e art563, sendo irrelevante o facto de a esttua ter custado 10.000.00 pois o seu valor actual ascendia ao 16.000.00 e por esse valor que o responsvel responde. Contudo, tendo em conta os art562 e 563, tem de se apontado o facto de ns sermos responsveis por aquilo que efectivamente fazemos e no por tudo aquilo que possa vir a acontecer devido nossa conduta. Posto isto, a causa natural da conduta de B a destruio da esttua devido ao facto de C ter atravessado a estrada de repente e B despista-se para no atropelar C. Contudo, o nexo de causalidade seria o facto de B circular em velocidade excessiva. Contudo, neste caso, o nexo de causalidade no corresponde causa natural e, por isso, o resultado no cabe no nexo de causalidade aplicvel ao caso concreto porque a destruio da esttua de A no advm da velocidade excessiva a que B circulava mas sim do facto de C ter atravessado a estrada de repente.

Desta forma, B no ser responsabilizado pois no se verifica uma relao entre o nexo de causalidade adequada e a causalidade natural e, por isso, o resultado no ser objectivamente imputvel conduta do agente.

A nica pessoa que poder, neste caso, ser responsabilizada D, a av de C, que violou o seu dever de vigilante e ser, portanto, responsabilizada nos termos do art491.

II

(a esttua de A era, afinal, uma simples rplicaAquando da aco movida por A contra B, foi pedida uma percia para avaliar o valor da esttua e foi descoberto que a mesma era falsa.

Analisando este novo facto, possvel afirmar que continuam a estar preenchidos os pressupostos da responsabilidade civil em relao a ter sido um acto voluntrio, ilcito e culposo. No entanto, no que toca anlise da existncia de dano, este verifica-se mas no nos moldes que A pensava pois A pede uma indemnizao de 16.000.00 e, na realidade, a esttua no valia mais do que 2.500.00.

Posto isto, continuar a haver responsabilidade civil mas o clculo da indemnizao nos termos do art564 no ser feito da forma inicialmente prevista pois o valor da esttua no era aquele que A pedia inicialmente pedia. O lesante ter de responder pelos danos causados pela sua conduta e a indemnizao tem de corresponder ao valor desses mesmos danos e, por isso, o valor da indemnizao no corresponder a 16.000.00.

III

(a esttua cai sobre o carro de E

(arranjo do carro seria de 1.000.00

(E move aco contra A

(exige carro novoO que est em causa neste caso especfico o apuramento da responsabilidade extra-contratual de A pois, antes do sucedido, no se verificava qualquer vnculo obrigacional entre o lesado e o lesante.Tero, portanto, de ser analisados os pressupostos da responsabilidade civil nos termos do art483.

Estamos perante um facto voluntrio e ilcito pois a esttua caiu sobre o carro de E e, neste caso, temos a violao de uma norma que protege um direito alheio. Norma essa que se encontra plasmada no art493/1. Contudo, neste caso, no possvel provar que o lesante agiu com dolo pois ele no tinha qualquer inteno que a esttua casse em cima do carro de E e, por isso, apenas pode ser julgado nos termos da negligncia pois podia ter feito uma base mais slida para a esttua, apesar de estar descrito na percia feita que, ainda que A tivesse feito uma base mais slida para a esttua, esta teria cado na mesma. No entanto, para efeitos do n1 do art483, no importa se o dano causado por dolo ou negligncia pois, desde que esse dano exista, h espao para indemnizao.Atravs do art493/1 tambm possvel provar a culpa de A pois a esttua era da sua responsabilidade e, por isso, responde pelos danos causados pela mesma a no ser que conseguisse provar que os danos teriam sido provocados ainda que A tivesse adoptado outra conduta ou tivesse tido mais cuidado. A posio tradicionalista defendia que tinha de ser o lesado a provar a culpa do lesante mas, neste tipo de casos, e adoptando uma posio mais moderna, alguns autores j consideram possvel a hiptese de ser o lesante a provar que no tinha culpa.

Neste caso verifica-se dano pois o carro de E ficou danificado. A definio de dano encontra-se no art564, onde afirmado que tantos os lucros cessantes como os danos emergentes so susceptveis de ser indemnizados. Aqui temos uma situao em que foram criados danos emergentes.Para analisar o nexo de causalidade, temos de verificar o disposto no art562, o qual refere a causalidade natural que, neste caso, se traduz no dano causado no carro de E pela queda da esttua. No entanto, mostra-se tambm importante analisar o nexo de causalidade adequada plasmado no art563 e, atravs do mesmo, possvel concluir que o dano no se teria produzido se a esttua no tivesse cado. Existe, portanto, uma equiparao entre o que aconteceu e o dano causado.

No entanto, nem todos os danos so indemnizveis e a indemnizao que A deve pagar a E tem ainda de ser analisada para saber quais os danos que so indemnizveis.

O arranjo do carro de E so 1.000.00 e este o valor que A tem de pagar pois isto implica a reparao do carro de E de modo a coloca-lo na posio em que ele estaria se o dano no tivesse sido causado, interesse contratual positivo. Contudo, E exige um carro novo afirmando que um carro remendado no a mesma coisa. Aqui temos um caso em que o lesado extravasa os limites indemnizatrios do dano que lhe foi causado. E teria direito ao arranjo do carro mas no teria direito a um carro novo pois isso extravasa o seu direito indemnizatrio.IV

(E era proprietrio de um terreno em frente casa de A(construiu ai um restaurante para que as pessoas pudessem ver a esttua

(a destruio da esttua reduziu em 80% a clientela de E

(advogado amigo de E afirma que este deve pedir indemnizao a B mas s o deve fazer quando o caso estiver todo resolvido em 2007/2008

(se a esttua fosse falsa, ento E devia pedir a indemnizao a ANeste caso temos o apuramento da responsabilidade por risco pois, de facto, foi B que destruiu a estatua mas, antes de ter existido o dano da destruio da mesma, E aproveitou-se do facto de A ter a estatua para retirar lucro pois construiu o restaurante naquele sitio para que as pessoas pudessem desfrutar da vista para a propriedade de A, onde se encontrava a esttua.Posto isto, ter de ser analisada a responsabilidade extra-obrigacional de A e de B no prejuzo causado a E.

B destruiu a estatua e pratica, como j foi visto anteriormente, um acto voluntario, ilcito e culposo.

Existe dano, que so os lucros cessantes de E por j no ter o seu restaurante num sitio privilegiado e estes danos cabem no disposto no art564.

Contudo, o que realmente importa aqui o nexo de causalidade, sendo que ns s somos responsveis pelos danos que provocamos com a nossa conduta. A causa natural do dano causado a E encontra-se verificada, art562 mas, aquando da anlise do nexo de causalidade, no possvel imputar o resultado conduta do agente pois a conduta de B nada tinha a ver com o dano causado a E. B responsvel pela destruio da esttua mas nada tem a ver com o dano causado a E.Neste caso, B apenas ser responsvel pela destruio da estatua e ser E que tem de responder pelo risco de ter construdo o seu restaurante naquela propriedade pois nada lhe garantia que A iria manter a estatua naquele sitio para sempre. E agiu dentro da sua esfera de autonomia privada mas nada acordou com A e, por isso mesmo, A tambm no seria responsvel pelos danos de E pelo simples facto de ter sido apurado na percia que a estatua de A era falsa. Isto porque, como j foi referido, no havia qualquer vinculo entre A e E e, por isso mesmo, E age por sua conta e risco, no podendo responsabilizar A ou B pelos lucros cessantes pela destruio da estatua ou pelo facto de a mesma ser, na realidade, falsa.

Hipteses

N45(A pretende ser ressarcido1Hiptese(A celebra contrato por indicao de B, seu advogado

(mais tarde, A descobre que o negcio que celebrou era desvantajoso para si

(A descobre tambm que B ignorava a legislao em vigor sobre a matria em causa

B induziu A em erro por intermdio da prtica de facto ilcito pois ignorou completamente a legislao sobre a matria em causa quando aconselhou A. Posto isto, ter de ser analisada a responsabilidade de B nos termos do art483.Verifica-se a prtica de um acto voluntario e ilcito pois B, tinha obrigao de informar adequadamente A, isto porque A contacta B por este ser advogado, esperando receber um aconselhamento profissional visto que B, supostamente, estaria informado ou informar-se-ia acerca da legislao vigente acerca da matria sobre a qual A tinha duvidas. B ignora totalmente a legislao e informa A erradamente, actuando, portanto, com dolo presente no art253 pois conduz A em erro. Tem de se fazer uma ponderao entre aquilo que B fez e aquilo que deveria ter feito e, neste ponto, possvel concluir claramente que B induziu A em erro propositadamente pois nem sequer consulta a legislao em vigor acerca daquilo que A lhe estava a perguntar e aconselha-o de forma incorrecta.Considerando que B tinha uma obrigao perante A, a culpa do mesmo presume-se pelo art799 e, nesse caso, seria B que tinha de provar que tinha actuado sem culpa. A censurabilidade de B apura-se pois A escolhe B devido a determinadas caractersticas que este dever ter, nomeadamente o facto de A querer um conselho de um advogado e B, supostamente, enquanto advogado, conseguiria aconselhar A da melhor forma.

Existe claramente dano pois A foi induzido em erro e isso causou-lhe prejuzos muito danosos. Teremos ento de analisar a situao real em que A se encontra e a situao hipottica em que se encontraria se no tivesse sido causado o dano para que possamos aferir de que forma que esse mesmo dano indemnizvel.O nexo de causalidade da actuao de B analisada pelo art562 e art563, sendo possvel afirmar que existe relao entre a causalidade natural e o nexo de causalidade pois o resultado, traduzido em dano para A, objectivamente imputvel conduta de B.

Posto isto, B ter ento de indemnizar A pois responsvel nos termos do art483/1 visto que induziu A em erro ao ignorar a legislao, desiludindo as expectativas de A pois este tinha escolhido aconselhar-se com B devido a determinadas caractersticas que este aparentava ter.

2Hiptese

(A encontra-se obrigado por clusula penal a pagar indemnizao a C por no ter chegado a tempo ao 1Cartrio Notarial(A procurava o Cartrio quando resolveu perguntar o caminho a D

(D, por brincadeira, deu as indicaes erradas a A e enviou-o para o lado contrrio da cidade

A obrigao de A para com B tem origem numa clusula penal acordada entre ambos, art810. Posto isto, verifica-se que A ser responsabilizado segundo os termos da responsabilidade obrigacional pois verifica-se aqui a existncia de um vinculo obrigacional entre A e B.

Contudo, ter de ser tido em conta que A foi enganado por D, sendo que este no tem nenhum vinculo obrigacional com A e B e, por isso mesmo, ter de ser responsabilizado segundo os termos da responsabilidade extra-obrigacional pois este o terceiro que impossibilitou que A cumprisse a obrigao que tinha perante B.

B praticou ento um acto voluntrio e ilcito pois propositadamente A em erro e, por isso, agiu com dolo nos termos do art253, sendo este um dolo directo pois D visou um resultado, que se traduz no engano a que induziu A e isso permite concluir a ilicitude da actuao de D.A culpa de D analisada nos termos do art487/2, tomando em conta a conduta de um bom pai de famlia que permite concluir que D deveria ter actuado de outra forma, no induzindo A em erro.

A actuao de D traduziu-se na produo de danos para A pois no permitiu que A chegasse a tempo ao Cartrio. Ter de ser feita ento uma ponderao entre a situao em que A se encontra e a situao em que o mesmo se encontraria se no tivesse sido induzido em erro por D

O nexo de causalidade analisado pelos art562 e 563 permite concluir que o facto de A no ter chegado a tempo ao Cartrio objectivamente imputvel conduta de D pois, D podia simplesmente ter dito a A que no sabia onde era o Cartrio e, a, deixava de existir qualquer nexo de causalidade entre a actuao de D e o facto de A no ter chegado a tempo ao Cartrio mas D, em vez disso, decidiu dolosamente enganar A e induzir este em erro fazendo com que A no chegasse a tempo ao Cartrio, incumprindo a obrigao que tinha perante B.

Desta forma, encontra-se a responsabilidade de D ao induzir A em erro. Contudo, tem ainda de ter sido em conta que A poderia ter tomado diligncias prvias para saber onde era o Cartrio e, assim sendo, A tambm responsvel pelo incumprimento da obrigao. Posto isto, a responsabilidade de A e D ento analisada segundo o art497 pois ambos so responsveis pelo incumprimento segundo a responsabilidade obrigacional e extra-obrigacional, respectivamente e, por isso mesmo, tero de ser responsabilizados pelo dano causado de forma solidria pelo art497.

3Hiptese

(D induziu A em erro pois era amigo de C e, ao induzir A em erro, isso permitir a C receber a indemnizao

Neste caso, ?????N46

(A, empregado da empresa X

(A, comissrio que tinha de ir buscar B

(A no cumpriu as instrues de caminho que lhe foram dadas

(ao chegar ao aeroporto, A surpreendido por C, criana de 8anos, que se atravessa na estrada

(C estava a cargo do seu tio que se encontrava distrado

(para no atropelar a criana, A desvia-se e embate no txi de D

(D circulava em velocidade excessiva e em sentido contrrio

(A acabou por atropelar B(a pessoa que ia buscar) e E(bagageiro do aeroporto que acompanhava B)

Resultado:

A gravemente ferido e faleceu 6meses depois por causa das leses;

C fracturou a perna;

D ficou ferido e, devido a uma operao a que foi submetido, ficou com uma incapacidade que o impossibilitou de trabalhar

B no ficou ferido mas, como sofria de uma doena cardaca, ficou incapacitado de trabalhar com o susto;

E sofreu pequenos ferimentos e, supostamente, ficava sem trabalhar durante 2 meses mas, como no obedeceu s indicaes mdicas, a incapacidade prolongou-se durante 5meses;

Temos, entre A e X, uma relao entre comissrio e comitente, respectivamente, e teremos de ver se o comissrio responsvel pois daqui depende a responsabilidade do comitente segundo o art500.A sociedade X que suporta o risco pelo automvel.

A relao entre o comissrio e o comitente no se encontra quebrada pois, realmente, A desviou-se da rota mas s teve o acidente quando j se encontrava novamente a cumprir as ordens que lhe foram dadas pelo comitente. Posto isto, demonstra-se que continua a haver um vinculo entre a empresa X e o empregado A e, por isso, segundo o art503, a empresa X responde pelo risco do automvel pois era ela quem detinha a direco efectiva do mesmo pois estava a ser usado em seu proveito, ainda que pela mo de A.

A nica forma de responsabilizar a empresa X seria a responsabilidade pelo risco. Contudo, no se mostra possvel responsabilizar a sociedade X pois esta no cometeu nenhum facto ilcito, deparou-se, de facto com C e desvia-se para no atropelar a criana mas no pode ser responsabilizado pois no comete qualquer acto ilcito, desvia-se da criana e isso , de facto, um acto voluntrio mas no ilcito.No caso da criana, a actuao da mesma ter de ser tida em conta nos termos da responsabilidade extra-obrigacional pois no se verificava qualquer vnculo prvio.

A criana praticou um acto voluntrio e ilcito que se traduz n violao de uma norma que se destina a proteger um direito alheio.

Nos termos do art488, possvel concluir que a criana ser imputvel, isto porque uma criana com 8 anos j saber que no deve correr de repente para a estrada s porque vai atrs de uma bola. Teremos, portanto, de fazer um juzo de culpa atravs da anlise do art487/2 vendo se a pessoa agiu, ou no, segundo aquilo que seria exigvel a um bom pai de famlia. Neste ponto, ser ento possvel aferir a culpa da criana pois uma criana de 8 anos j deveria saber que no se deve atirar de repente para a estrada pois isso muito perigoso.

Verifica-se ento a existncia de danos para A que se traduziram em 6meses de sofrimento; danos patrimoniais por no ter podido fazer a sua vida normal durante 6meses, e a morte.

Para saber ento se os danos sofridos por A so ressarcveis, temos de ver se se encontram preenchidos os requisitos do art563. Se a criana no se tivesse atirado para a frente do carro, ento A no tinha sofrido danos e no tinha morrido causalidade natural. Uma pessoa que se atira para a frente de um carro deve prever como possvel consequncia da sua actuao a morte de outrem?..sim! Aqui se encontra preenchido o nexo de causalidade adequada e, desta forma, a criana ter de ser responsabilizada.Em relao ao tio, temos de ver se se encontram preenchidos os requisitos do art491 e, para tal, teremos de saber se o tio tinha o dever de vigilncia da criana. Caso se considere que o tio tinha o dever de vigiar a criana, ento a culpa do mesmo presume-se e teria de ser o vigilante a provar que cumpriu o seu dever para no ser responsabilizado.

Contudo, o que acontece neste caso que o tio ia distrado a conversar e no reparou no que a criana estava a fazer e, por isso, ter, tambm ee, de ser responsabilizado pela violao do seu dever de vigilante expresso no art491.Quanto a D, poderia ser responsabilizado pela prtica de um facto ilcito que seria a conduo a velocidade excessiva; ou a responsabilidade pelo risco causado.

N47(A, empregado de B, conduz um veiculo deste(A perde o controlo do carro e embate no quiosque de C

(A causa a morte de D, empregada de C

(A mata tambm E, cliente do estabelecimento de C

1Hipotese

(A conduzia drogado por F, sua ex-namorada

Primeiramente, ter de ser analisado quem que detinha a direco efectiva do veculo pois era A que conduzia mas este era empregado de B. Contudo, apesar de o carro ser de B, nada referido acerca de qualquer tipo de relao entre comissrio e comitente, ou seja, no referido que A se encontrava a cumprir qualquer ordem de B e, desta forma, possvel concluir que era A quem tinha a direco efectiva do veculo e seria responsabilizado pelos danos causados pelo mesmo segundo o art503, sendo responsabilizado pelo risco dos danos causados pelo veculo.Contudo, ter de ser tido em conta que A guiava sob o efeito de uma droga muito forte que lhe havia sido administrada por F, sua ex-namorada.

Desta forma mostra-se necessrio avaliar a responsabilidade de F nos termos da responsabilidade extra-obrigacional.

F pratica um acto voluntrio e ilcito pois droga A, aparentemente sem o conhecimento do mesmo. F age com dolo ao drogar A, violando um direito alheio e sendo, por isso, analisada a sua responsabilidade nos termos do art483.

A culpa de F ser analisada nos termos do art487/2, sendo necessrio verificar se a sua actuao ser correcta segundo os padres de actuao de um bom pai de famlia. Esta anlise permite concluir a culpa de F pois ela deveria ter agido de outra forma.

verificvel a existncia de dano que se traduziu na perda de controlo do carro por A, tendo este vindo a embater no quiosque de C, matando D e E.

Ter de ser agora analisado quais os danos que so ressarcveis, fazendo uma ponderao entre a situao real e a situao hipottica e analisando o nexo de causalidade do art563. neste ponto que se encontra a dificuldade de responsabilizao de F, isto porque no possvel concluir a causalidade adequada e o nexo de causalidade da actuao de F. Se F no tivesse drogado A, este teria perdido o controlo do carro e embatido no quiosque de C? E coloca-se ainda a questo de saber qualquer pessoa normal, ao drogar outra, ter de prever como possvel resultado da sua conduta aquele resultado que se verifica neste caso. As duas questes colocadas so o elemento fundamental da responsabilizao de F, sendo o nico pressuposto da responsabilidade civil que falta preencher. Contudo, no possvel imputar o resultado conduta de F pois no seria possvel prever aquele resultado quando F drogou A. Esta ter de ser responsabilizada por ter drogado A mas no o poder ser pelas mortes verificadas pelo despiste de A pois no possvel concluir o nexo de causalidade nem a causalidade natural da sua actuao.

2Hiptese

(A perdeu subitamente a visibilidade devido a um camio que, com a projeco de uma pedra de um dos seus pneus, partiu o pra-brisas do carro de AA praticou, de facto, um acto voluntrio e ilcito mas, aquando da anlise da ilicitude da actuao de A, ter de se verificar se existe alguma causa de excluso de ilicitude pois A no agiu com dolo, no pretendia despistar-se, e tambm no verificada negligncia pois afirmado que A cumpria escrupulosamente as regras de trnsito e, por isso, tambm no poderia ser acusado de negligncia na sua actuao. O que acontece neste caso que um camio, com uma pedra projectada de um dos seus pneus, parte o pra-brisas do carro de A e este perde o controlo do carro, indo embater no quiosque de C. Desta forma, ser ento possvel enquadra a actuao de A num estado de necessidade pois ele despista-se pois perde o controlo do carro e no podia fazer mais nada. O art339/2 segunda parte permite ento que o tribunal responsabilize A pelos danos causados mas que o condutor do camio tambm seja responsabilizado pois a pedra que parte o pra-brisas do carro de A e faz com que este perca o controlo do carro de uma pedra que projectada de um dos pneus do camio.

N48(A guia o carro de B, que lho emprestou(A atropela C que seguia na mesma direco que A mas ia a p a empurrar o carrinho de beb

(o atropelamento causou leses a C

(ambulncia chega mais de 1h depois

(j no hospital, C espera ainda 1.30h para ser operada e acaba por morrer pelo sangue que perdeu

(D pretende responsabilizar:

(A

(B (dono do carro)

(Y (companhia de seguros)

(servio de ambulncias

(Hospital de S Jos

B e Y nada tm a ver com o caso

Art503 - A detinha a direco efectiva do veculo e utilizava o mesmo em beneficio prprio.

O veculo conduzido por A tinha-lhe sido emprestado por B mas A quem tem a direco efectiva do veculo e utiliza-o em benefcio prprio.

Ter de ser, portanto, analisada a responsabilidade de A, sendo percorridos os pressupostos da responsabilidade civil nos termos do art493.

Estamos perante um acto voluntrio e ilcito pois trata-se da violao de um dto alheio pois uma ofensa contra a integridade fsica de C aquando do seu atropelamento. No entanto, no pode ser constatado o dolo na actuao de A pois este no tinha qualquer inteno de atropelar C. Contudo, para efeitos da responsabilidade civil, no importa se o agente age com dolo ou negligncia pois haver sempre lugar responsabilizao do mesmo. tambm possvel afirmar a culpa na actuao de A pois, apesar de o atropelamento ser resultado da conduta negligente de A, este que tem a direco do veculo e atropela C e, por isso mesmo, verificvel a culpa.

Neste caso, a questo principal ser a aferio da responsabilidade de A de modo a concluir se este ser responsvel apenas pelo atropelamento de C ou se ser tambm responsabilizado pela sua morte.

Ns s podemos ser responsabilizados pelos danos que so efectivamente imputveis nossa conduta e, atravs da anlise dos art562 e art563, possvel concluir que o resultado morte no seria imputvel conduta de A pois este, graas ao trnsito na marginal, circulava lentamente e o juzo de prognose pstuma permite concluir que a actuao de A estava de acordo com a conduta exigvel a um bom pai de famlia e, apesar de ter atropelado C, a causa natural do atropelamento no seria a morte de C mas sim leses que nada poderia prever que conduzissem morte.

Desta forma, A apenas poder ser responsabilizado pelo atropelamento de C mas a causa morte no poder ser imputada sua conduta.

Em relao ao servio de ambulncias: era exigvel que tivessem chegado perto de C mais cedo pois este um servio de urgncia que deve apoiar pessoas que se encontram em perigo.

Hospital: se admitem a pessoa, tm de a atender

N50

(A foi ao dentista B por causa de uma forte dor de dentes(5anos depois, A transportado de urgncia para o Hosp e descoberto que, naquele dente, tinha sido introduzido um produto cancergeno que, data do tratamento, j tinha sido retirado do mercado

(A decidiu ser curado em Hong-Kong estadia e tratamento muito caros

(A teve de vender a casa para pagar despesas

(A quer ser indemnizado por B

(B afirma que a responsabilidade de uma enfermeira que trabalhava para si e que entretanto j foi despedida, E

Cumulao de Responsabilidades pois podamos ir pela responsabilidade obrigacional, considerando que existia um vinculo anterior. Ou podamos ir pela responsabilidade extra-obrigacional, tomando em conta que quem administrou o produto foi a enfermeira, sendo que esta no tem qualquer vinculo obrigacional com A, mas comissria, sem B o comitente e tendo, por isso, de ser responsabilizado,Optamos ento por uma das formas possveis de resoluo do problema.

Responsabilidade Extra-Obrigacional:

Art500

Temos um acto voluntrio e ilcito porque se trata de um comportamento que viola um dto subjectivo alheio, dto integridade fsica.

Mesmo que, nos termos do art500, fosse admitido que B agiu sem culpa, iria ser responsabilizado pelos danos causados pela enfermeira porque o comitente responde pelos danos causados pelo comissrio, ou seja, A responde pelos danos causados por E.

O dto de A est prescrito?..no, o prazo seria o prazo geral de 20 anos

Quando temos dois tipos de imputao alternativa, sendo que, atravs de qualquer um deles, conseguimos chegar responsabilizao do agente, partida, o lesado pode percorrer qualquer uma das vias no sentido de obter o ressarcimento dos danos que lhe foram causados. No por existir tambm responsabilidade obrigacional que deixa de existir responsabilidade extra-obrigacional. Se o facto lesivo relevante, no h motivo para se apagar consequncias da ilicitude.