casos prÁticos de direito constitucional ii

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  • 7/28/2019 CASOS PRTICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL II

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    CASOS PRTICOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL II

    . Caso prtico n. 14

    Os Deputados tem iniciativa legislativas (art. 167., n.1 da C.R.P.), mas no deste tipo,pois est reservda ao Governo (art, 198., n.1 do Regimento). Por outra lado, amatria susceptvel de ser desenvolvida por Decreto-lei (art. 165. alnea C).

    O P.A.R admitiu o projecto ao abrigo do art. 133., n.1, alnea a) do Regimento o qual

    dispe no sa admitidos projectos de lei ... que infrinjam a Constituio ou osprincipios nela consignados. Chama-se a ateno para este artigo ter com mbito deaplicao, casos de grosseira violao da C.R.P., caso contrrio, estar-se-ia a atribuirum poder desmedido ao P.A.R. por outro lado a comunicao da adm,isso do projectode lei excede os limtes temporais impostos pelo art. 139., n.2 do Regimento

    Segundo o art. 136., n.1 os autores do projecto podem retir-lo, pois ainda se est nafase do debate. Aparentemente o Ministro fazendo parte do Governo poderia invocar oart. 136., n.2 do Regimento, contudo, a aprovao das propostas de lei feita emConselho de Ministros (art. 200., n.1, alnea C) e verifica-se aqui uma aprovaounilateral

    Quanto ao art, 1 ele define o objecto, sentido e extenso. Com efeito o objecto

    (constitui o elemento enunciador da matria sobre que versa a autorizao) claramente defenido matria criminal, sobre contrafaco de moeda j noacontecendo o mesmo com o sentido (fixao dos princpios base, das directivasgerais, dos critrios rectores que ho-de orientar o Governo na elaborao da leidelegada) novos tipos de crime, no se especfica ou com a extenso (qual aamplitude das leis autorizadas) dentro do espririto do sistema, tambm no definea amplitude. Desta maneira, indo ao encontro com a doutrina espelhada pelo acrdon. 317/86, embora a lei de autorizao no represente um paradigma do ponto devista legislativo, ela fornece ao Governo os critrios de delimitao substancialindispensveis respectiva concretizao legislativa.

    Quanto ao art. 2. a durao da autorizao legislativa, compatvel com o art. 165.n.2 da C.R.P. pois a A.R., rgo que emite a autorizao, aprovou o respectivo art.

    para alm disso temos que tal art. define o Inico e o Termo da autorizao. Como sabido, a formao de um diploma legal emanado do governo comporta vrios

    actos e sucessivas fases, que poderam ser mais ou menos afastadas entre si e assim,facilmente , algumas delas podero j ser posteriores ao termo do prazo de validade deautorizao legislativa. A questo relevante saber a qual dos momentos darrelevncia para se conluir se a autorizao foi ou no utilizada. Neste caso temos que oGoverno envia oDecreto para promulgao no dia 4 excedendo a autorizaolegislativa copncedida pela A.R. No entanto, a jurisprudncia do T.C. vai no sentido dese dar maior relevncia ao momento em que o Decreto +e aprovado pelo C.M.

    O art. 136 n.4 liga-se ao 276. Referi-se que o nico caso de fiscalizao preventivaobrigatria ocorre no momento antecedente ao referendo.

    Acrdo n. 317/86 Competncia exclusiva da A.R. para aprovar o Oramento ecompetncia exclusiva do Governo para apresentar a proposta de lei e propostasde alterao ao Oramento.

    da exclusiva competncia da A.R, sob proposta de lei, a aprovao do oramento deestado, nos termos da alnea g) do art. 164. da CRP, mas sob a proposta apresentada peloGoverno. A A.R. s pode votar o Oramento sob proposta de Lei do Governo.

    Com efeito, a A.R. ao aprovar uma Lei alterou a lei de oramento de Estado, alteraesestas, no propostas pelo Governo.

    Foi invadida a competncia administrativa que do Governo, nomeadamente ao fixar-se-lhe um prazo inaceitvel para prestar informaes, pelo que foi violada a alnea b) do art.

    202. da CRP.Embora o Oramento tenha deixado de ser um acto exclusivo do Governo e passado a ser

    tambm um acto da A.R. este no completamente independente.

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    No aceitvel que, face a uma simples proposta de alterao do Governo, a Assembleiada repblica possa proceder a modificaes oramentais que no se inscrevem no mbito daproposta do Governo. Isto, desde logo, porque de outro modo ficaria descaracterizado oexclusivo governamental a iniciativa de alterao do Oramento. Se to amplos poderesestivessem na disponibilidade da A.R., o direito do Governo de propor alteraes aoOramento, na verdade, ficaria esvaziado de contedo (equivaleria a permitir que a A.R.depois de munir o Governo com um instrumento de trabalho anual lhe trocasse esseinstrumento por um outro completamente diferente).

    Caso prtico n. 21

    A A.R. pode aprovar leis em todas as materias, desde que no estejam reservadas aoGoverno (art. 161., alne C)). Neste caso a A.R. impe a interveno de outro rgo noprocedimento legislativo (em termos meramente consultivos realce-se, pelo que arespnsabilidade dos actpos ser sempre do rgo que o aprovar). Outros casos existem ondea CRP existe a participao de rgo consultivos, como por exemplo, do Conselho econmicoe social, em matria de consertao das polticas econmicas e sociais, neste caso trata-se dea lei impor a participao de um rgo, o que no parece desconforme com os princpios enormas da CRP, alis parece vir de encontro com eles (nomeadamento com a democraciaparticipativa prevista no n.2 da CRP). Disto resulta que o acto do Governo encontra-se feridode ilegalidade.

    O Governo no poderia aprovar um Decreto com tal contedo, pouis violaria o princpioda reserva da intimidade (art. 26. n.2 da CRP). Alis, actualmente o Cdigo do trabalhoprobe que sejam instaladas cmaras de vigilncia no emprego. Ou seja, no se justificariaaqui o ceder de Direito, por parte dos trabalhadores, perante um interesse maior (que seria oaumento da produtividade).

    O P.R. pode solicitar a apreciao preventiva da constitucionalidade (arts. 135 e 272 daCRP). Aqui o T.C. pronunciou-se pela inconstitucionalidade orgnica (falta interveno dergo competente) e forma (no se respeitou a forma).

    O veto do P.R. deve aqui ser considerado jurdico, pois houve uma prvia intervenodo T.C. no sentido da inconstitucionalidade.

    Na sequncia o P.M. envia como proposta A.R., no entanto, deveria aqui haver a

    interveno do rgo colegial do Governo (o C.M.) pois s ele pode deliberar sobre propostas(art. 200. alne C) da CRP).

    Levanta-se desde logo uma questo: no poderia o P.A.R., vetar a proposta com basenos poderes conferidos pelo art. 133 do Regimento? Parece que no, pois o anteriorinterveno do T.C. pronunciou-se no sentido da inconstitucionalidade orgnica e formal, eno material, ou seja, no houve uma norma substancial violada, de outra forma, estar-se-ia aatribuir poderes muito latos ao P.A.R.. Por outro, no parece coerente que a anteriorinterveno do T.C. venha a condicionar uma competncia futura do Governo.

    A Assembleia aprovou a proposta na generalidade (art. 168 n. 2 da CRP e art 158 doRegimento) e depois aprovou na especialidade atrvs da comisso permanente (tal como odisposto nos arts. 168 da CRP e 159. do Regimento). Temos, no entanto, um elemento

    atpico no procedimento legislativo a audio das entidades previstas aps a votao. Serque se deve considerar a proposta do governo como ferida de ilegalidade, visto noresopeitar o disposto no Regimento. Em primeiro lugar considerar que o Regimento no uma lei, antes uma resoluo (art. 166 n. 8 da CRP forma de criar uma bolsa de actos daA.R. fora da competncia de apreciao do P.R.). Contudo, podemos, interpretar art. 112.n.3 da CRP como abrangendo a realidade resoluo, pois mais do que caractersitica de umalei, ela uma caracteristica de actos. Neste caso, temos que o Regimento uma acto cujaaprovao feita por maioria absoluta (art. 290., n.4 do Regimento) alando-se assim comopressuposto normativo de outra lei (com um elemento procedimental mais fraco no promulgado pelo P.R. mas com um elemento funcional e formal igual).

    A A.R. aprovou em votao final global (art. 168., n.3 da CRP). O P.R. solicitou a apreciao preventiva do decreto, e entretanto decidiu vetar. O

    Doutro alexandre pronuncia-se no sentido de o P.R. o poder fazer (art. 136.). Contudo, comoa norma inconstitucional, o P.R. deve enviar a lei A.R. para ser reformulada, e caso hajaconfirmao por 2/3 dos deputados deve ser promulgado. Tambm o Tribunal dev continuar oprocesso de fiscalizao e decidir sobre o que lhe foi pedido.

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    A confirmao feita pela maioria requerida (art 133.., n.2 da CRP).

    . Caso prtico 24

    O Governo pode apresentar propostas de lei (art.165. n. 1) e neste campo estdentro dos parmetros do art. 165. alnea G) da C.R.P. e do 198., n.1 doRegimento da A.R. faz-se a lei autorizada e depois pede-se a lei de autorizao.Realce para o facto de o Governo no ter de enviar o anteprojecto de D.L.,

    autorizado A.R. No art. 200. alnea c) est prevista a competncia do C.M.para aprovar as propostas de lei. Olha para o art. 3. da lei de autorizao, podemos dividi-lo em duas partes, e

    tanto na 1 como na 2 no se encontram preenchidas as exigncias do art.165., n.2 (o sentido, objecto e extenso). Deve tb ter-se em ateno uqe a leide autorizao apenas reserva a definio das bases, no os instrumentos deplaneamento adequados, no entanto, podemos considerar a competncia dedesenvolvimento legislativa do Governo.

    O art. 166., n.5 a forma do acto de congratulao resoluo. A referenda deve em princpio ser feita pelo P.M., mas pode tambm ser feita

    pelo Ministro competente em razo da matria (art. 140).

    O acto de anteprojecto foi aprovado a 10 de Janeiro e a lei de autorizao s aprovada a 10 de Maro e a 11 de Maro o P.M. envia o anteprojecto parapromulgao. Isto pode ou no acontecer? Desde logo, h uma falha noprocedimento, embora no possamos deduzir da a m f do Governo. certoque devia ter havido uma aprovao posterior, lei de autorizao, doanteprojecto (referncia inconstitucionalidade orgncia, quando um rgo notem competncia para aprovar um acto).

    Os desenvolvimentos das autorizaes legislativas devem assumir a forma dedecreto-lei (art. 198., n.1 alna B da C.R.P.) pois, assim, se garante apossibiliade de apreciao pelo tribunal e pleo P.R. das normas constantes noDecreto-lei (art. 278. n.1). Devemos olhar ao campo do 169. , n.2 pois aquise prev a apreciao de decretos-lei pela A.R. e no dos Decretos

    regulamentares (so duas categorias diferentes, neste caso no procedente oargumento de que, quem pode o mais pode o menos) mas no que a A.R.no fiscalize a actividade administrativa do Governo, pois tal competncia estprevista no 162. alnea a). A suspenso de um acto provoca a paralizao daproduo de efeitas de um acto o acto de suspenso assume forma deresolua (art. 166., n.5 da C.R.P.). os decretos regulamentares sopromulgados (art. 134. alna b)).

    No art. 23., n.1 prev-se a competncia do provedor de Justia para pedir afiscalizao sucessiva da constitucionalidade (art. 281.). para alm disto, opGoverno deveria ter procedido a um conjunto de audies junto das A.L.R., paraefeitos dos arts. 227., alnea v) e 229., n.2 temos ento um

    inconstitucionalidade formal por falta de audio de um rgo. Levanta-se a questo de uma lei que no cumpra a lei formulrio (lei n. 74/98,

    de 11 de Novembro). Ser esta uma lei de valor reforado? O Dtr. Alex defendeque o art 112., n.3 deve ser interpretado de forma restritiva, de modo, a queno haja ilegalidade por causa do no cumprimento da lei formulrio.

    A rectificao tem que fazer expressa meno lei de autorizao, dizendo qual o n. da lei de autorizao, no entanto, nada impede que esteja expresso o n.e alnea.

    Quanto entrada em vigor da rectificao, a data relevante a da publicao damesma. A lei deve ser integrada na lei que foi aprovada ou no? Neste caso devdispr s para o futuro visto que s foram alteradas as menes formulriasfinais.

    O que est em causa acima de tudo uma questo temporal e material, ou seja,diz-se que aconteceu determinado evento, que na realidade no aconteceu.

    . Caso prtico n. 253

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    O Governo tem competncia para aprovar decretos-lei (art. 198., n.1 alna a)).A chave para se saber se o Governo podia aprovar um D.L. com tal contedo,est em saber se existe ou no eficcia externa na interpretao (art.112.,n.5). Fazendo uma interpretao conforma Constituio (processo racionalde extrao de normas de uma fonte, sendo que se podem extrair normasconforme a C.R.P. e normas desconfromes C.R.P., devendo prevalecer as queso conformes C.R.P.), podemos admitir que o Governo aprova-se o art. 13. do

    D.L.. trata-se de uma interpretao que vale apenas no mbito da administrao,no vinculando o poder jurisdicional, nem criando direitos e deveres para osparticulares. Desta forma, assegura-se uma maior uniformizao do direito,obtendo-se uma maior segurana. No caso de invs de interpretao termosrevogao, tal no poderia acontecer.

    O P.R. pode pedir a fiscalizao da constitucionalidade (arts. 134 alnea G) e 278n.. 1), tendo prazo de oito das para o fazer (art. 278 n. 3).

    O P.R. pode vetar mesmo aps o T.C. se ter pronunciado pelainconstitucionalidade do diploma (art 136, n. 4), tratando-se neste caso de umveto poltico. Quanto aos fundamentos, existe realmente uma competnciamaterial por parte do Director-Geral.

    O Governo pode apresentar propostas de lei (art. 167, n. 1) e o C.M. queaprova as propostas (art. 200, n.1 alnea c)). Levanta-se aqui uma questorelevante poder a A.R. aprovar um diploma nesta matria? Em primeiro lugara A.R. tem competncia legislativa (art. 161, n.1 alnea c)), depois temos deolhar restrio referida no art anterior (art. 198, n.2). ora, conjungando esteltimo com o art 182 da CRp, o Dtr. Alex diz que a A.R. no pode aprovar nestamatria sob pena da funo de direco geral da Administrao Pblica doGoverno. Ser amputado (por ex. existem 4 direces gerais, no mbito de umministrio, e a A.R. por Lei, extinguia trs, o Governo teria de prosseguir a suaactividade administrativa condicionado por uma decio da A.R.). No entano, amaioria da doutrina afirma que pode, sendo que neste caso o art. 198, n. 2,versaria apenas sobre a orgncia do prprio Gov. (soluo pouco coerente).

    A aprovao de leis aparece regulado no art. 168, podendo ser aprovado naespecialdiade por comisso (art. 168. n. 3), por outro lado, a comisso naespecialidade pode introduzir alteraes (art. 159 do Regimento).

    Nos termos do art. 168 depois da votao final global d-se o envio ao P.R. parapromkulgao.

    O P.R. veta a lei nos termos do art. 136, n. 1. No entanto, a maioria votada pelaA.R. suficiente para ultrapassar o veto poltico (art. 136, n.2).

    A resoluo do C.M., no uma norma, apenas uma declarao poltica, pelo queno h lugar a apreciao de inconstitucionalidade. Trata-se de um problema dedireito administrativo o facto de no haver nomeao, e por outro lado, o P.M.tem a competncia de pedir a apreciao da constitucionalidade, pelo que a

    resoluo apenas exprime a solidariedade governamental.. Caso prtico n.28

    A matria respeitante ao regime dos referendos est prevista no art. 164.,alnea B), da CRP. Temos tb no art. 232., n. 2, ser que est aqui em causa areserva de iniciativa legislativa? No parece pois o referendono uma lei (porexemplo, o Estatuto aprovado sob a forma de lei art 226., n.1, e art. 168.,n. 6 alnea f), sendo uma lei duplamente reforada, art. 112., n.3 lei que poroutras deva ser respeitada e art. 168. - disposies que devem ser aprovadaspor maioria absoluta). As leis do referendo (regional, local e nacional) revestem aforma de lei orgnica (art. 232., n.2, art. 164. alnea b), art. 166., n.2 da

    C.R.P.). Estar a iniciativa confinada a uma s assembleia? No uma questolnear o art 232. fala no singular, e o Governo pode apresentar (art. 229., n.2).

    A proposta foi aprovada, na generalidade, est prevista no art. 168., n.1. oqurum est correcto (art. 116., n.2). Alm disso, a maioria prevista no art.

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    168., n.6 alnea f), no est pensada para a votao final global e no para avotao na generalidade. A comisso vai apenas apreciar, no votar (no lhe foiatribudo poder de voto).

    A comisso criada para apreciar e no entanto votou. criada por resoluo(art. 166., n.5). para alm disso esta matria teria de ser votadaobrigatoriamente no plenrio (art. 168., n.4).

    Quanto ao artigo aprovado, ele estabelece uma limitao ao disposto naConstituio, no art 232., n.2. aqui se l: Compete Assembleia Legislativa

    da regio autnoma, ora, a Assembleia um conjunto de Deputados e no umconujunto de Grupos Parlamentares, pelo que a palavra exclusivamenteintroduz forte restrico.

    As restantes normas foram votadas no Plenrio pela maioria requerida. No que diz respeito introduo de um novo artigo 10., ela uma iniciativa

    extempornea, para alm do que, o art. 165. do Regimento, apenas se prev apossibilidade de se fazerem declaraes de voto. Assim, temos uma violao doregimento e no da C.R.P. directamente, pelo que existe apenas umairregularidade isto no significa que no exista inconstitucionalidade, quandocertas disposies regimentais possam ser violadas.

    O novo art. 10. poder sana r a inconstitucionalidade? No, pois a C.R.P. prev

    trs votaes e no duas. E quanto compatibilidade com a C.R.P. o facto damatria regimental ser regulada por duas leis o Estatuto e a Lei do ReferendoRegional, est contra o disposto na C.R.P. at porque a lei do referendo tem deser uma lei orgnica, e o estatuto apenas uma lei.

    O qurum na votao final global conforme o art. 116. n.2 e art. 168., n.5. O aviso ao P.M., feito opelo P.A.R est conforme a C.R.P. no art. 278., n.4 e 5

    trao particular da lei orgnico. O P.R. pode pedir a aperciao preventiva da constitucionalidade (art. 278.,

    n.1) e pode tb pedir o encurtamento do prazo (n.8 do mesmo artigo), de resto,o prazo previsto no art. 278. n.3 tb cumprido, faltando s a fundamentaodo motivo de urgncia.

    O P.R. tem um prazo para aprovar os decretos, aprovados como lei orgnica (art.287. n.7 dar tempo ao P.R. para apreciar o decreto e tb o facto do n.4 do278. atrbui ao outros rgos a possibilidade de pedirem a apreciao daconstitucionalidade do decreto). Por outro lado, o facto de o P.R. ter requerido aapreciao ao fim de cinco dias, nada altera quanto aos resultados da decisoque o T.C. vai tomar (alis o Alex prope uma interpretao conjunta do art.278., n.3 e n.7).

    O T.C. pronunciou-se no prazo de 25 dias, enquanto o P.R. lhe tinha dado 20 diaspa decidir. Ora, estamos dentro do prazo constitucional (art. 278. n.8), mas forado que o P.R. requereu. Aqui necessrio a ponderao das consequncias (nose deve frustar as intenes da deciso do T.C., por desrespeito de um meroprazo) pelo que o P.R. fica vinculado (caso o P.R. j tivesse promulgado o decreto

    estarimaos na presena de necessidade de fiscalizao sucessiva). O P.R. veta o diploma ao abrigo do 136 e do 279. quanto votao na A.R., ela

    apresenta o qurum necessrio (art. 116 n.2) um pequeno pormenor: quandoh 116 votos a fovor maioria absoluta; quando h 117 maioria de 2/3 (aquih que conjungar os arts 112., n.3 e 168., n.6).

    O P.R. interpreta a votao feita no plenrio com conforme C.R.P. o que no correcto (era necessrio pelo menos 117 votos favorveis). Por outro lado, o P.R.est a exercer uma funo arbitral, exercendo um veto jurdico (art. 279., n.2aqui deve.-se entender que o P.R. poder promulgar e no dever).

    A A.R. aprovou uma resoluo (forma de acto correcta art. 166, n.5), paraalm de ser uma mera declarao poltica.

    O P.R. dissolve a A.R. e pode faz-lo ao abrigo dos poderes que lhe soconferidos enquanto poder de regulao dos demais poderes instituidos (art.133., alnea e), que remete para o 172. e para uma audio aos partidos eaoConselho de Estado). NO entanto, a dissoluo faz-se atravs de decreto

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    presidencial e no atravs de msg enviada A.R. para alm disso o art. 115.,n.6 impe a marcao de uma data, que seja um dia especfico e o que temos apenas uma referncia temporal vaga (inexistncia do acto).

    . Caso prtico n. 29

    A iniciativa do procedimento legislativo pode ser atribuda ao Governo (arts.167., n.1, 197., n.1 da C.R.P.; e 198, n.1 alnea A) do Regimento). Quanto

    aprovao da proposta de lei ele feita em C.M. ( art. 200., n.1, alnea C)). Por outro lad, a matria em causa parece caber em dois preceitos isoladamente

    considerados, respeitantes a matrias distintas: arts. 164. alnea F) e 165., n.1alnea C) . o Dtr. Alex prope que em todas as matrias respeitantes aos arts.164. ter de haver sempre uma reserva total a favor da A.R., pelo que se afastaa aplicao do 165., n.1 alnea C). Assim, o Gov. no poderia legislar nestecampo.

    Quanto aos requistos da lei de autorizao, previstos no art. 165 n.2, temos:- Objecto incriminao sobre matria de aquisio de cidadania.- Sentido no h.- Extino no h.- Durao neste caso (final da legislatura) podemos dizer que o regime da

    C.R.P. no est traado para esta possibilidaed. Contudo, no hincompatibuilidade com a C.R.P.

    - Ps: estas exigncias aplicam-se tb s autorizaes legislativas regionais (art.227., n.1, alnea B) e n.2). Alis, aqui existe uma maior exigncia no regime.

    O qurum respeitado (art. 116., n.2). impe-se saber se se trata de uma leiorgnica. Ora, o regime (agravado quanto votao final) destas aparecedefinido nos arts. 166., n.2 e concretiza-se com o 168.4 da CRP. Conclui-seque a matria se insere no art 164., alnea J) da CRP, sendo lei orgnica.

    Quanto ao acto do P.A.R. temos em primeiro de olhar ao art. 168.3 da CRP eaqui parece que o P.A.R. no tem competncia para enviar as propostas para acomisso, carencendo de legitimao prvia. Temos, no entanto, que olhar

    para o art. 159 do Regimento da A.R., o qual habilita o P.A.R a fazer o despacho. A votao respeita a regra do n.5 do 168. da CRP. No entanto, existem uma

    votao na especialidade aps a votao final global. Existe uma inverso daregra constitucional, alis, a CRP no aleatria quando fixa a ordem dasvotaes tem uma lgica funcional.

    O Prof. Alex defende que se deve considerar a votao como vlida, numalgica, em que se pretende valorizar ao mximo os actos provenientes da A.R.podemos ento apelidar a primeira votao global final, como uma votaoinominada, estranha ao processo legislativo descrito no art. 168. da CRP.

    Caso hipottico

    A A.R. autoriza o Gov. a legislar em matria respeitante ao art. 165., n.1 alneaC), com a durao de 6 meses.

    Um ms depois a A.R. faz uma lei na mesma matria. Dois meses depois o Gov. faz um decreto-lei, sobre a mesma matria revogando

    o art. X e Y da lei da A.R. Temos ento uma revogao tcita da lei da A.R. nos arts. X e Y. No restante,

    temos que as duas leis (da A.R. e do Gov.) estaro em vigor. Devia ento ter havido uma identificao das matrias revogadas.

    A eleio dos juizes do T.C feita pela A.R. (art. 163., alnea h)), quanto durao do seumandato temos o art. 222., n.3.

    Devemos distinguir entre apreciao da constitucionalidade e da legalidade (aqui no opera afiscalizao preventiva).Olhemos ento ao art. 280. da C.R.P.:

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    n.1 refere-se inconstitucionalidade. n.2 refere-se ilegalidade. n.3 obrigao da necessidade de interveno do Ministrio Pblico (art. 204

    da C.R.P.). Neste artigo chama-se a ateno para o facto de apenas se prever aobrigatoriedade de interveno do Minstrio Pblico, quanto s alineas a) dosn.s anteriores.Ora, em primeiro h que olhar ao art. 219. da C.R.P. Temos ento que olhar estaobrigatoriedade antes demais devida legalidade democrtica.

    n.5 aqui existe aplicao da norma, mas porque h uma forte presuno deinconstitucionalidade, a segurana jurdica posta em causa

    Em termos prticos quanto ao n.1:O tribunal est a julgar. Algum levanta a questo da constitucionalidade de uma lei. O

    Tribunal, ou aplica (o M.P. no obrigado a recorrer), recusa-se (o M.P. obrigado a recorrer).Porqu esta diferenciao.

    Se o M.P. fosse obrigado a recorrer em ambas as questes, de um ponto de vista daeficincia isso, seria incomportvel.

    Por outro lado, quando o Tribunal aplica uma norma, nesta existe uma presuno delegalidade e constitucionalidade, pelo que, no se justifica a interveno obrigatria do M.P.

    Ponto de partida o 219., pois o MP defende a legalidade democrtica, temuma funo constitucional de iniciativa.

    Defesa da constituio, em casos que um tribunal no aplica uma norma comfundamento na sua inconstitucionalidade, tendo de haver recurso de forma agarantir a legalidade.

    Quanto ao n. 2 e alneas respectivas:Est pensado para a situao anterior a 1997 (onde a nica categoria de leis

    reforadas era a das leis orgnicas). Ser que existe incompatibilidade entre as alneas.Poderamos dizer que a eliminao da palavra legislativo da alnea a), alargaria o regimeestendendo-o aos regulamentos, podendo assim eliminar-se ou integrar-se as alneas b) e c)

    na a).

    Onde encontrar a actual competncia legislativa regional no nosso ordenamento. Existe umaremisso para os estatutosm, mas enquanto eles no forem aprovados remete-se para asDisposies Transitrias no seu art. 46..

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