cartilha vol. 6 recuperacao de areas degradadas

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RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO SEMIÁRIDO DO CEARÁ Cartilhas Temáticas Tecnologias e Práticas Hidroambientais para Convivência com o Semiárido Volume 6 Secretaria dos Recursos Hídricos

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Cartilha Sobre RAD. Governo do Ceará

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RECUPERAO DE REASDEGRADADAS NO SEMIRIDO DO CEARCartilhas TemticasTecnologias e Prticas Hidroambientaispara Convivncia com o SemiridoVolume 6SecretariadosRecursosHdricosRECUPERAO DE REAS DEGRADADAS NO SEMIRIDO DO CEARFortaleza, 2010SecretariadosRecursosHdricosGoverno do Estado do CearCid Ferreira GomesGovernadorSecretrio dos Recursos Hdricos (SRH)Csar Augusto PinheiroSuperintendente da SOHIDRALeo Humberto Montezuma FilhoPresidente da COGERHFrancisco Jos Coelho TeixeiraCoordenador Geral da UGPE (SRH)Mnica Holanda FreitasCoordenador do PRODHAM/SOHIDRAJoaquim Favela NetoSecretrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior (SECITECE)Ren Teixeira BarreiraPresidente da FUNCEMEEduardo Svio Passos Rodrigues MartinsGerente - DHIMA /FUNCEMEMargareth Silvia Bencio de S. CarvalhoObra editada no mbito do PRODHAM Projeto de Desenvolvi-mento Hidroambiental do Estado do Cear, integrante do PRO-GERIRH-Programa de Gerenciamento e Integrao dos Recursos HdricosdoEstadodoCear,apoiadopeloBancoMundialpor meio do Acordo de Emprstimo 4531-BR/BIRD.Joo Bosco de OliveiraMestre em SolosFrancisco Roberto Bezerra LeiteEspecialista em SolosSonia Roberto PerdigoMestre em GeografiaElber Leite BragaEspecialista em SolosRECUPERAO DE REAS DEGRADADAS NO SEMIRIDO DO CEARFortaleza2010Cartilhas Temticas:Tecnologia e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o SemiridoVolume 1Barragens sucessivas de conteno de sedimentosVolume 2Cisterna de placas: construo, uso e conservaoVolume 3Barragem subterrneaVolume 4Prticas de manejo e conservao de solo e gua no semirido do CearVolume 5Recomposio da mata ciliar e reorestamento no semirido do CearVolume 6Recuperao de reas degradadas no semirido do CearVolume 7Sistema de plantio direto no semirido do CearVolume 8Quebra-ventos na propriedade agrcolaVolume 9Controle de queimadasVolume 10Sistema de produo agrossilvipastoril no semirido do CearVolume 11Educao ambiental para o semirido do Cear Ficha CatalogrcaGOVERNO DO ESTADO DO CEARSECRETARIA DOS RECURSOS HDRICOSCentro Administrativo Governador Virglio TvoraAv. General Afonso Albuquerque Lima, S/N, Ed. SEINFRA/SRHBairro Cambeba, CEP 60.822-325, Fortaleza/CEFone: (85) 3101.4012 | (85) 3101.3994 - Fax: (85) 3101.4049C387r Cear. Secretaria dos Recursos Hdricos.Recuperao de reas degradadas no semirido doCear / Joo Bosco de Oliveira, Francisco Roberto Bezerra Leite, Sonia Roberto Perdigo - Fortaleza: Secretaria dos Recursos Hdricos, 2010.30p. (Cartilhas temticas tecnologias e prticas hidroambientais para convivncia com o Semirido ; v. 6)1. Degradao Ambiental. 2. Recuperao de reas Degradas. I. Oliveira, Joo Bosco de. II. Leite, Francisco Roberto Bezerra. III. Perdigo, Sonia Roberto. IV. Braga, Elber Leite. V. Ttulo.CDD: 631.64SUMRIOAPRESENTAO ................................................................... 7INTRODUO ...................................................................... 91ETAPAS DE UM PROCESSO DE RECUPERAO DE REAS DEGRADADAS ....................................................................112METODOLOGIA DE TRABALHO................................................122.1Estudos Bsicos de Solo e Vegetao .....................................122.1.1Trabalho de escritrio .........................................................122.1.2Trabalho de campo .............................................................122.1.3Trabalho de laboratrio .......................................................132.1.4Identicao da cobertura orestal remanescente ...................142.2Implementao das Tcnicas de Recuperao .........................142.2.1Prticas de subsolagem .......................................................192.2.2Prticas de escaricao .....................................................212.2.3Prticas de manejo e conservao do solo e da gua ...............222.2.4Tcnicas do incuo ............................................................232.3Monitoramento e Avaliao .................................................242.3.1Solos ...............................................................................242.3.2Vegetao .........................................................................263A EXPERINCIA DO PRODHAM ...............................................28REFERNCIAS ....................................................................297APRESENTAOEsta cartilha, focada numa das prticas mais relevantes para reduo da degradao ambiental recuperao de reas degradadas, faz parte da coleo de tecnologias e prticas hidroambientais para convivncia sus-tentvel com o semirido, editada pela Secretaria dos Recursos Hdricos do Estado do Cear. As recomendaes nela contidas foram testadas em duas reas pilotos do Projeto de Desenvolvimento Hidroambiental (PRODHAM), com base nas recomendaes contidas no Manual Tcnico-Operacional do referido Projeto. bem documentado o fato de que o empobrecimento dos ecossistemas geraadegradao,sobretudo,daszonassemiridas,podendoculminar com o processo de deserticao. Esse empobrecimento causado pelo uso insustentvel dos recursos naturais do semirido, cujas peculiaridades geoambientais e sociais requerem um manejo mais cuidadoso. Como prtica para mitigao dos efeitos da degradao ambiental, em zonas semiridas, que se sugere esta cartilha como orientao para a execuo da recupe-rao de reas degradadas.Por meio de linguagem simples e de ilustraes didticas, a cartilha objetiva, tambm, motivar e ensinar os agropecuaristas e os tcnicos de campo do Estado do Cear para o trabalho de recuperao e preservao de terras agrcolas, visando sustentabilidade hidroambiental e econmica.9INTRODUOTorna-secadavezmaisintensaapreocupao,noapenasdaco-munidade cientca como da sociedade civil, com os estudos relativos ao fenmeno da degradao ambiental e desenvolvimento sustentvel.Autilizaoracionaldosrecursosnaturais,dedeterminadaregio, pressupe o conhecimento de sua real capacidade de suporte, bem como da vulnerabilidade e manejo adequado destes recursos, a m de mant-los sempre produtivos.O empobrecimento generalizado dos ecossistemas (degradao), mo-tivada pela ao antrpica, pode culminar com a incidncia dos processos de deserticao, particularmente nas reas de climas ridos, semiridos e submidos secos (BRASIL, 1998), como se observa no Estado do Cear.Resultados de pesquisas, contidos em Leite; Soares e Martins (1993), assinalam que cerca de 10,2% do Estado do Cear, encontra-se em processo de degradao susceptvel deserticao. Esta vulnerabilidade evidencia-se diante de certas peculiaridades geoambientais e sociais.Foto 1 rea Susceptvel Desertificao no Semirido do CearFonte: Joo Bosco de Oliveira.Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido10Quanto s condies climticas, apresentam-se adversas no concer-nente a semiaridez, com 75% da rea total includa na isoieta abaixo dos 800mmdeprecipitaoanual.Acrescente-seaessaescassezeextrema irregularidadedasprecipitaespluviomtricas,notempoenoespao, aselevadastemperaturas,dissoresultandoaltastaxasdeevaporaoe evapotranspirao. Outra consequncia, dessas caractersticas climticas, traduz-se na intermitncia dos cursos dgua.Agravando o quadro hidroclimtico, considere-se que o Cear, em ter-mos geolgicos, formado predominantemente por rochas do embasamento cristalino, acarretando, assim, srias limitaes na disponibilidade de gua subterrnea, j que o armazenamento dgua no cristalino restrito.Outrofatoraconsiderarapredominnciadesolosrasosque,por suascaractersticasfsicas,qumicas,morfolgicasemineralgicas,so bastante susceptveis eroso.A cobertura vegetal no semirido constituda pela caatinga (formao caduciflia)muitasvezesesparsaouabertaecomsionomiaarbustiva oferecendo, portanto, pequena capacidade de proteo aos solos contra os efeitos erosivos.Atudoisso,acrescente-seapressodemogrca,representadapor um dos maiores contingentes populacionais do Nordeste, alm dos baixos nveis culturais e tecnolgicos desta populao que resultam, quase sempre, na explorao predatria de seus recursos naturais.Estudos de recuperao de reas degradadas so raros no Estado do Cear. Experincias isoladas, e muitas vezes empricas, tm predominado at o presen-te momento, prescindindo de maior rigor cientco. Pesquisas, em outras reas do semirido nordestino, esto sendo realizadas de maneira exitosa, como:a)Chapada do Apodi-RN (MENDES, 2002), utilizando-se serapilheira e esterco de curral; b)municpiodePedroAvelino-RN(OMOSSOROENSE,2010),mediante reorestamento com espcies arbreas ecologicamente adaptadas; e c)nos municpios cearense de Canind e Aratuba, por meio do Projeto deDesenvolvimentoHidroambientaldaSecretariadosRecursos Hdricos do Estado do Cear. (CEAR, 2010).Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear111.ETAPASDEUMPROCESSODERECUPERAODEREAS DEGRADADASPara recuperar reas degradadas em zonas semiridas, em bases cien-tcas, as etapas, a seguir, devero ser consideradas.Caracterizar a vegetao herbcea, arbustiva e arbrea, primria e atual e avaliar sua evoluo por um perodo de cinco anos, a partir da implantao do projeto.Estudar os solos, detalhadamente, no momento da implantao do projeto e monitorar, durante toda a sua execuo.Implantar a rea piloto, visando a multiplicao do uso das tcnicas de recuperao, em outras reas degradadas da regio semi-rida.Subsidiar a proposio de opes tcnicas que melhor se adaptem ao plano de recuperao dos ambientes degradados.Fornecer subsdios para o planejamento das atividades do setor pri-mrio, com recomendaes de manejo autosustentvel, proporcio-nando condies de vida mais satisfatrias para a comunidade.Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido122. METODOLOGIA DE TRABALHOA execuo do trabalho de recuperao de reas degradadas compreende os estudos bsicos de solo e vegetao, a implantao das tcnicas de re-cuperao, alm do monitoramento e avaliao das prticas implantadas. 2.1Estudos Bsicos de Solo e VegetaoConsisteemumlevantamentopedolgicodetalhado,observandoo que preconiza o Centro Nacional de Pesquisas de Solo (CNPS/EMBRAPA), conforme apresentado a seguir:2.1.1 Trabalho de escritrioReviso bibliogrca da rea de trabalho.Coleta e anlise de dados bibliogrcos e geocartogrcos.Interpretao e anlise de imagens orbitais e de fotograas areas, separando os diversos padres observados.Elaborao da legenda preliminar de identicao, com base nas observaes de campo. Delimitao das diversas unidades de solos, com base nos elementos primordiais de interpretao de imagens e fotos.Reinterpretarodasfotograaseimagensorbitais,apartirdos dados de campo e de laboratrio.Organizao e estudo dos pers descritos e analisados.Atualizao da legenda de solos.Classicao dos solos de acordo com o Sistema Brasileiro de Clas-sicao de Solos (SiBCS).Cartograa das unidades de solos em escala de 1:1.000.2.1.2 Trabalho de campoProspeco exploratria da rea.Observao dos fatores que determinam a formao e distribuio dos solos.Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear13Vericao do arranjamento dos solos e dos fatores do meio ambiente, tais como, relevo, vegetao, material originrio, clima, drenagem, eroso, altitude, declividade e uso agrcola.Mapeamento dos solos por meio de malha ou caminhamento.Coletadeamostrassuperciaisesubsupercaisdesolos,para anlise de fertilidade.Descriodospersecoletadeamostrasdesolosdosdiversos horizontes.Reviso geral da rea mapeada.2.1.3 Trabalho de laboratrioConsta de caracterizao analtica dos pers representativos das unidades de mapeamento, envolvendo avaliao de fertilidade na-tural e de parmetros de natureza fsica, qumica e mineralgica, quando conveniente.Os mtodos analticos seguiro aqueles preconizados pelo Centro Nacional de Pesquisas de Solo (CNPS) da EMBRAPA, expostos em Manual de Mtodos de Anlise de Solo (1997), correspondendo, de modo sumarizado, identicao de fraes grosseiras, cascalho ecalhauseterrana,composiogranulomtricadaterrana, argila dispersa em gua, grau de oculao, densidade aparente, densidade real, porosidade, umidade a 1/10 e a 1/3 de atmosfera, umidade a 15 atmosferas, equivalente de umidade, pH em gua e em cloreto de potssio a um normal, bases extraveis, soma de ba-ses, acidez extravel, capacidade de troca de ctions, percentagem desaturaodebases,percentagensdesaturaoporalumnio, percentagemdesaturaoporsdio,fsforoextravel,carbono orgnico,nitrogniototal(Kjeldahl),ataqueporcidosulfrico 1:1 e hidrxido de sdio a 0,8%, condutividade eltrica do extrato de saturao e sais solveis Ca+2, Mg+2, K+,e Na+, determinados no extrato de saturao.Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido142.1.4 Identificao da cobertura florestal remanescenteA cobertura vegetal dever ser estraticada em unidades geoambientais homogneas, com destaque para os remanescentes da vegetao herbcea, arbustiva e arbrea.Dever ser elaborado um inventrio vegetal, utilizando o sistema de amostragem estraticado e identicando, diretamente no campo, as esp-cies vegetais, dimetro e altura total.Dever ser determinada a composio orstica, dominncia e abun-dncia,existenteentreasespcies,eestabeleceraestruturaverticale horizontal de cada tipologia vegetal identicada.2.2 Implementao das Tcnicas de RecuperaoA metodologia, a ser utilizada, se consolidar a partir dos resultados das pesquisas bsicas e estar condicionada s classes de solos identicadas, da geomorfologia, do estado da fauna e da ora, do nvel de degradao atingido, da disponibilidade hdrica, dentre outros fatores.Os diversos sistemas de uso e manejo do solo existentes afetam de v-rias maneiras o processo erosivo e de degradao das reas sob interveno antrpica, devido s diferentes intensidades de mobilizao que provocam no solo. Em funo da movimentao e do manejo do solo e da quantidade da cobertura vegetal sobre este que ocorrer um maior ou menor processo erosivo. Essa eroso ser, tambm, consequncia das modicaes fsicas causadas ao solo que, associadas s alteraes na fertilidade, provocaro maiores ou menores impactos ambientais.Acoberturavegetalfundamental,vistoqueamatriaorgnica, oriunda do resto de culturas ou da serapilheira, fundamental para a re-teno de umidade e na estruturao do solo, mantendo uma porosidade quepermitaumamelhorinltraodaguaeconsequentereduono escorrimentosupercial.Almdisso,oprpriorestolho(serapilheira) incorporado funciona como protetor do solo contra o impacto das gotas de chuvas, reduzindo seu efeito de desagregao. Disso, advm o melhor controle dos processos erosivos.Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear15Foto 2 Cordes de Pedra com Cobertura Morta, Aratuba-CEFonte: PRODHAM.Nasnossascondiesdesolo,declimaedemeioambiente,im-portante a implementao da adoo de um sistema de manejo que no proporcione uma pulverizao excessiva do solo e seja capaz de manter os restos de culturas, totais ou parciais sobre a superfcie.O principal fator, na absoro da gua da chuva, o estado em que se encontra a superfcie do solo. A crosta que se forma na camada supercial, em consequncia da presena de material disperso em gua, sob condio de chuvas intensas, tem um maior ou menor efeito na absoro, correla-cionado ao tipo de solo, a declividade do terreno ou ao seu contedo de umidade. Esta crosta (camada) se forma pelo impacto direto das gotas de chuva sobre o solo desnudo, agravado, ainda, pelas ms condies fsicas do solo. Origina-se tanto pelo efeito da energia cintica, provocada pelo prprio peso da gota de chuva, como pelas fraes nas do solo desagre-gadas e dispersas das fraes maiores, que preenchem os espaos vazios entre os agregados.Nasreascultivadas,somuitocomunsaocorrnciadesoloscom camadas adensadas no fundo dos sulcos das terras aradas ou gradeadas. Essa camada tem sido denominada de sola de arado ou p de grade. Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido16Quase todos os implementos agrcolas criam alguma camada compac-tada, quando trabalham com o solo muito mido ou muito seco e, tam-bm, sob regime de pastoreio, com capacidade superior ao de lotao por unidade de rea de pastagens. Acima dessa camada, ca o solo mobilizado ou pisoteado pelo super pastoreio, bastante desagregado e sujeito ao erosiva das chuvas.A degradao das propriedades fsicas do solo afeta fatalmente o de-senvolvimento do sistema radicular das plantas, prejudicando suas funes vegetativas, quer seja por falta ou por excesso de gua e por decincia na nutrio. A degradao, mediante a compactao do solo, como conseqncia do uso intensivo de mquinas e de elevada lotao de animais em pasto-reio por unidade de rea, traz uma reduo drstica da inltrao de gua, condicionando uma baixa disponibilidade de umidade do solo no perodo de estiagem, alm de propiciar o aumento do escoamento supercial du-rante as chuvas.Do ponto de vista das condies fsicas do solo, a tcnica de subsolagem ou de escaricao utilizada basicamente para romper camadas de solo que tenham sofrido compactao ou para pers de solo mais densos. O rompimento das camadas compactadas ou adensadas do solo traz benefcios imediatos, quais sejam:a reduo da densidade do solo, que diminui a resistncia pene-trao das razes;o aumento no volume dos macroporos, que melhora a aerao e a drenagem interna do solo;permite um uxo vertical mais rpido da gua, que diminuindo o escoamento do solo em reas com declividade e planas.Os dois primeiros benefcios melhoram as condies fsicas do solo, decorrentes das prticas de subsolagem ou escaricao, promovendo um melhordesenvolvimentodosistemaradiculardasplantas,embuscada gua e dos nutrientes. Segundo Gavande (1973), o crescimento das razes dasplantasnosentidoverticallimitadoquandoadensidadedosolo, Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear17nessas camadas compactadas ou adensadas, atinge valores da ordem de 1,9g/cm.DeconformidadecomoquefoiobservadoporCassel(1979),os maioresbenefciosdasubsolagemeescaricaosoconseguidosnos anosdedecinciashdricas,consideradascomofatorlimitanteparao desenvolvimento das plantas.Beltrame e Taylor (1980), relatam as causas e efeitos da existncia de camadas de solos compactadas em reas planas e com declive, apontando a subsolagem como uma das solues possveis de serem adotadas para permitir o uxo vertical de um maior volume de gua em menor tempo. Desta maneira, o volume de escoamento supercial ser reduzido e o tempo de encharcamento do solo tambm ser diminudo, em reas com declive e plana, respectivamente.A relao condutividade hidrulica versus densidade do solo evidencia queadiminuiodosvaloresdedensidade,pelasubsolagem,aumenta consideravelmente o uxo vertical de gua no solo, comprovando o que foi dito anteriormente.A primeira considerao a ser feita, e condio bsica para aplicao de subsolagem e/ou escaricao, saber se a rea em questo necessita ou no de tratamento. Essa ponderao deve ser feita por duas razes:A primeira, porque a subsolagem no recomendada para todos ossolose,tambm,porqueestaprticaefetivaemreasque apresentam camadas compactadas ou pers mais densos.A segunda, diz respeito ao custo do tratamento que deve ser cote-jado com os benefcios obtidos pela aplicao da subsolagem.Como ndices de compactao do solo, para determinar quando a sub-solagemouescaricaodeverserusada,soutilizadoscomumentea densidade do solo e a resistncia penetrao. A resistncia penetrao expressa em kg/cm e avaliada com auxlio de penetrmetros. Diferentes tipos podem ser utilizados. No entanto, os penetrmetros de cone oferecem maior preciso nas leituras de campo.Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido18Tanto a densidade do solo como a resistncia penetrao so uti-lizadasparadeterminaraexistnciadecamadadesolocompactadaou adensada e exigem equipamentos, que raramente so acessveis aos agri-cultores, tcnicos e agentes de extenso. Por essa razo, prticas menos precisas, mas que fornecem resultados satisfatrios, devem ser adotadas. Dentre estas, pode-se salientar a utilizao da p de corte e a observao visual do sistema radicular das plantas.SegundoJorge(1985),observa-sequeossolos,comproblemade compactao ou de horizonte adensado, apresentam sintomas visuais que podem ser detectados diferentemente no prprio solo, ou indiretamente, por meio das plantas cultivadas neles.Dos sintomas observados diretamente dos solos, destacam-se:formao de crosta supercial;zonas endurecidas abaixo da superfcie;poasdegua,mesmoemreasdesolodetexturaarenosana superfcie;eroso pluvial excessiva;necessidade de maior potncia nas mquinas de cultivo;presena de resduos vegetais, parcialmente decompostos, muitos meses aps sua incorporao.Dos sintomas observados nas plantas destacam-se:baixo ndice de emergncia das plantas;grande variao no tamanho das plantas;folhas amarelecidas;razes tortas.Detectada a necessidade de subsolagem ou escaricao, de fun-damental importncia a poca de aplicao do tratamento em relao umidade do solo. De uma maneira geral, dessa condio depende o sucesso do tratamento de subsolagem ou escaricao. O teor de umidade do solo, no momento da aplicao da prtica, deve ser baixo e, na profundidade de Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear19aplicao, o solo deve estar na consistncia frivel. Altos nveis de umidade no permitem uma boa reestruturao do solo.Operododotratamentodesubsolageme/ouescaricaooutro fator que deve ser levado em considerao para determinar quando subsolar e/ou escaricar. Diversos autores relatam que estas prticas so ecazes por dois ou mais anos.Em resumo, os pontos seguintes devem ser observados para que se obtenha o mximo de ecincia na operao de subsolagem e/ou escari-cao: estabelecer a necessidade de subsolagem e localizar a profundidade da camada compactada a ser eliminada;certicar-se da profundidade da camada para no trabalhar abaixo da zona crtica;vericar se o espaamento lateral entre os dentes est correto, para proporcionar uma reestruturao completa do solo;certicar-se de que o subsolador e/ou escaricador esteja de acordo com o tamanho do trator;otimizar o desempenho do trator e dos implementos, por meio das recomendaes j sugeridas;trabalharsemprenaprofundidademnimaexigida,pararemover a compactao ou adensamento, de modo a maximizar a taxa de trabalho;recomenda-se acrescentar asas aos dentes dos subsoladores e us-los em combinao com dentes suplementares.2.2.1 Prticas de subsolagema) Subsolagemaprticaquetemcomonicoobjetivoromper camadas compactadas do solo, abaixo da camada arvel, atingindo profundidade de trabalho de, pelo menos, 25 a 30cm, utilizando os subsoladores. A subsolagem no uma operao de preparo primrio do solo. No deve ser executada, na mesma rea, em um intervalo Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido20de tempo menor que trs (03) anos. No tem a funo de eliminar as ervas daninhas e sim de soltar apenas o solo em faixas.b) Subsolador um implemento, que consta de um quadro porta ferramentas, em que so acoplados os braos ou hastes, separadas entre si a distncias geralmente maiores que 50 cm, chegando at a um metro ou mais. Esse implemento capaz de proporcionar uma penetrao no solo a uma profundidade maior que 30 cm e pode manteressaprofundidadeduranteotrabalho,semqueocorram embuchamentos, sendo tracionado com tratores de potncia superior a 100 HP.c)pocadeExecuoAoperaodesubsolagemdeveserfeita preferencialmente em solo seco, para aumentar a sua ecincia, ou seja, permitir o rompimento lateral no seio do solo. Quase nenhum efeito, de soltar o solo, se consegue quando o mesmo est muito mido, visto que, neste caso, as hastes somente cortam o solo sem quebr-lo lateralmente.Foto 3 Subsolador Quebrando o Adensamento de Subsuperfcie, Quixeramobim-CEFonte: PRODHAM.Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear212.2.2 Prticas de escarificaoa) Funo da Operao Escaricar signica romper o solo da ca-mada arvel, at o mximo de 20 a 25cm, visando soltar o solo para permitir um aumento da taxa de inltrao, proteger contra a eroso motivada pela no incorporao total de restolho da cultura e menor pulverizao do solo, sem inverso da leiva, promovendo ainda a diminuio da enxurrada sobre a superfcie do solo.b) Escaricador So implementos amplamente utilizados em regi-es de agricultura tecnicada, para o preparo primrio e melhor conservaodosolo,commenorconsumodecombustvel.Este implemento deixa na superfcie do solo maior quantidade de res-duos vegetais, protegendo-o contra a eroso e permite, ainda, uma maior rugosidade e conseqentemente uma melhor inltrao.c)poca de Execuo Esta operao dever ser realizada com a con-sistncia do solo abaixo da friabilidade, ou seja, aproximadamente a 20% abaixo da capacidade de campo, o que pode ser obtido logo aps as primeiras chuvas da quadra invernosa. Deve ser executada logo depois de estabelecidas as niveladas bsicas e antes da ope-rao de sulcamento.Foto 4 Escarificao Trao Motora Destinado a Eliminao da Compactao do SoloFonte: Joo Bosco de Oliveira.Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido222.2.3 Prticas de manejo e conservao do solo e da guaA funo destas prticas proporcionar pr-condies para a recupera-o do solo, da vegetao e da gua, mediante a infraestrutura implantada, de acordo com os seguintes procedimentos:oprimeiropassoseroestabelecimentodasniveladasbsicas sobre o terreno e a implantao, nestas linhas, de um sistema de terraosdebaseestreita,cujoespaamentodependerdograu de declividade da rea e da natureza do solo, dando proteo s praticas que iro ser implementadas em seguida;aps a materializao do sistema de terrao de base estreita, ser executada, na faixa entre terraos, a mobilizao do solo com es-caricador ou subsolador, para em seguida sofrer o sulcamento em nvel para reteno das guas e receber a serapilheira e o esterco;a etapa, descrita no item anterior, dever ser realizada antes da ocor-rncia da quadra chuvosa e da aplicao da tcnica do inculo.Foto 5 Captao in situ Efetuada com Trao Animal, Canind-CEFonte: PRODHAM.Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear23Foto 6 OperaodaAberturadeSulcosemNvel,SeguindoumSistemade Terraceamento Efetuado Trao MotoraFonte: Joo Bosco de Oliveira.2.2.4 Tcnicas do inculoSegundo Mendes (2002), o nome desta prtica, de restaurao ambien-tal, advm do fato de que esta tecnologia fundamenta-se no princpio da restaurao da vida biolgica em reas degradadas, com ausncia da vida vegetal e animal. O inoculo, de acordo com Mendes (2002),consiste da serapilheira obtida a partir da raspagem do solo da caatinga pouco antropizada, contendo semente epropgulosvegetativosdeervas,arbustoervores, alm de bactrias, fungos, algas, protozorios, vermes, insetos, caros e de outras espcies que vivem no solo. O inculo (serapilheira) vai propiciar o desenvolvimento da atividade microbiana do solo e repovoar a rea com plantas superiores.A Tcnica do Inculo permite, aps determinado perodo, a melhoria dos atributos fsicos e qumicos do solo, alm de sua recuperao no que concerne vida microbiana e da cobertura vegetal. A correo fsica da rea adensada ser feita mediante a escaricao e o sulcamento, trao mecnica, executado em curva de nvel. As condies qumicas sero cor-Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido24rigidas mediante aplicao do esterco de curral e serapilheira. A adubao orgnica, alm de proporcionar o enriquecimento do solo, do ponto vista da fertilidade, permite ainda a elevao das taxas de capacidade de arma-zenamento de gua e da estabilidade dos agregados do solo.Foto 7 Coleta de SerapilheiraFonte: Benedito Vasconcelos Mendes.2.3 Monitoramento e AvaliaoO monitoramento e avaliao, dos diversos eventos que iro ocorrer na rea em estudo, sejam eles de forma natural ou com interveno antrpica, devero ser medidos e acompanhados, para posterior manuseio e estudo dos dados obtidos, para se ter uma concluso sobre as aes exercidas.2.3.1 Solosa)InfiltraoA inltrao um processo pelo qual a gua penetra verticalmente no solo, na direo do lenol fretico. A velocidade da inltrao permite avaliar a quantidade de gua que escoar supercialmente, rumo drenagem natural, favorecendo os processos erosivos. Para determinao da capacidade de inltrao da gua no solo, devero ser executados ensaios, em pontos Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear25escolhidos, em funo das unidades de solo mapeadas, utilizando-se anis concntricos. Os dados obtidos devero ser transcritos em chas padres, armazenados em planilha eletrnica, para posterior interpretao.b)Fertilidade e condies fsicas De forma geral, um dos principais problemas, que acarreta o empo-brecimentoeadegradaodossolos,,semdvida,aaoantrpica desordenada, devastando a vegetao nativa e quebrando a harmonia das foras da natureza.Sero coletadas amostras de solos, periodicamente, devidamente iden-ticadas e catalogadas, acondicionadas em sacos plsticos e enviadas ao laboratrio para sejam processadas as respectivas anlises qumicas (Ca, Mg, K, Na, P, C, N, Al, MO e pH) e fsicas (granulometria, grau de ocula-o, densidade real e aparente, macro e microporosidade, caractersticas de umidade e condutividade eltrica ). Esses dados devero ser armazenados em planilhas eletrnicas, para posterior interpretaes analticas.c)ErosoParaomonitoramentodaeroso,nosterraosdebaseestreita, previsto nas prticas de manejo e conservao do solo e gua, torna-se muito difcil a utilizao das metodologias convencionais, em funo da dinmica de manejo utilizado, que exigem a implantao de equipamentos permanentes.Desta forma, ser utilizado um coletor de gua e solo, bastante sim-ples e funcional, desenvolvido e projetado pelo professor Anor Fiorini de Carvalho, do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viosa. O equipamento composto de uma mesa, que colocada no solo, acoplada aumacalhamvelequesustentaumsacoplsticode25cmx35cmx 0,20cm.A gua e o solo, provenientes do escorrimento supercial, so coletados e acumulados no saco plstico. O solo ser seco em estufa, em seguida Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido26pesado e os valores de perda de solo, obtidos nas coletas, sero convertido em kg por hectare.2.3.2 VegetaoEvoluo da vegetaoPara avaliar a evoluo da vegetao, em funo das tcnicas aplicadas para recuperao de reas em processo de degradao, devero ser implan-tadas unidades amostrais representativas. As unidades sero compostas de parcelas permanentes, em nmero de duas, com dimenses de 10m x 10m (100m2). Em cada unidade amostral, sero considerados todos os indivduos vivos e mortos, em p (incluindo cips), que se individualizam, ao nvel do solo, e que atendam ao critrio de incluso.Serocoletadoseanotados,emformulrioespecco,asespcies orestais (identicao do nome vulgar e taxonmica), Dimetro da Base (DNB) e altura (H).Foto 8 rea Reflorestada com Presena Destacada de SerapilheiraFonte: Jos Armando Digenes.Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear27Quanticao da biomassaCom os dados obtidos das parcelas, sero determinados peso verde, peso seco e volume.FitossociologiaSero observadas a frequncia, disperso mdia de cada espcie da caatinga,DensidadeTotal(DT),DensidadeAbsolutadeEspcies(DA), Densidade Relativa da Espcie (Dre), rea Basal Total (ABT), rea Basal da Espcie (Abi), Dominncia Total (DoT), Dominncia Absoluta da Espcie (DoAi), e Dominncia Relativa da Espcie (DoRe).Composio orsticaAcomposioorsticaserapresentadapormeiodeumatabela, contendo a listagem de todas as espcies com seus nomes vulgares, cien-tcos e famlias botnicas.Cobertura do soloSeroutilizadosgabaritosde1m,compostodequatroquadrantes. Estima-se, visualmente, porcentagem de solo coberto em cada quadrante e, em seguida, extrai-se a mdia do quadrante, para obter o valor da co-bertura.Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido284. A EXPERINCIA DO PRODHAMO PRODHAM, executado entre os anos de 1999 e 2009, visou contribuir para a mitigao dos impactos sociais e econmicos das secas e corrigir o processo de degradao ambiental, causado pela conjugao dos perodos cclicos de estiagem e com uma forte presso antrpica, especialmente nas nascentes das quatro bacias hidrogrcas selecionadas.Dentre os componentes do Projeto, destaca-se aqui, pela aderncia aotemadestacartilha,odereposiodavegetaociliarnasmargens dos cursos dgua, reorestamento e recuperao das reas degradadas nas nascentes dos rios e montante dos audes. Dentreascaractersticasmaismarcantesdoprojeto,ressalta-sea proposta de trabalho participativo, com as populaes das reas pilotos e com os demais atores sociais envolvidos, permitindo que todos se sentissem corresponsveis e participantes do processo de recuperao socioambiental, visado pelo projeto. Quanto s aes de recuperao de reas degradadas, o Projeto recu-perou 3ha na microbacia hidrogrca do rio Cangati, Canind-CE, e 2,23ha na microbacia do rio Pesqueiro, Aratuba-CE. Alm desta ao, o PRODHAM reorestou 29,49ha e fez a reposio de 18,13ha de mata ciliar, nas quatro microbacias em que atuou. (FRANA; MARQUES, 2010).Osbenefciosdasaesderecuperaoambiental,realizadaspelo PRODHAM, proporcionaram os seguintes benefcios:diminuio do assoreamento dos cursos dgua e audes;reduo da perda e aumento da umidade do solo;revigoramento da fauna e da ora, com o aumento da cobertura vegetal;reintroduo de espcies nativas;melhoria na capacidade de uso e da aptido agrcola; emaior resistncia s estiagens.Recuperao de reas Degradadas no Semirido do Cear29REFERNCIASBELTRANE, L .F. S.; TAYLOR, J. C. Causas e efeitos da compactao do solo. Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, p. 59-62, jan/fev. 1980.BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente. Conveno das Naes Unidas de Combate Deserticao. 2. ed. Braslia, DF, 1998.______.ProgramadeAoNacionaldeCombateDeserticaoe Mitigao dos Efeitos da Seca PAN - Brasil. Braslia, DF, 2000.CASSEL, D. K. Subsoiling. Crop and Soils Magazine, v. 32, n. 1, p. 7-10, Oct. 1979.CEAR. Secretaria dos Recursos Hdricos. Relatrio anual do PRODHAM 2009. Fortaleza, 2010.CNPS.EMBRAPA. Manual de mtodos de anlise de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de solos (CNPS), 1997.FRANA, F. M. C.; MARQUES, R. L. M. Propostas de solues tcnicas trans-versais do PRODHAM para mitigao dos efeitos da degradao ambiental e socioeconmica em microbacias hidrogrcas do Cear. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON CLIMATE: SUSTAINABILITY AND DEVELOPMENT IN SEMI-ARID REGIONS, 2., 2010, Fortaleza. Anais Fortaleza, 2010.GAVANDE,S.A.Fsicadesuelos:princpiosyaplicaciones.Ciudadde Mxico: Limusa-Willey, 1973. 351 p.JORGE, J. A. Fsica e manejo dos solos tropicais. Campinas: ICEA, 1985. 328 p.LEITE,F.R.B.;SOARES,A.M.L.;MARTINS,M.L.R.reasdegradadas susceptveis aos processos de deserticao no Estado do Cear: 2 apro-ximao. In: SIMPSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 7., 1993, Curitiba. Anais... Curitiba: SBSR, 1993. p. 156-161.MENDES, B. V. Recuperao de reas degradadas pela tcnica do in-culo. Mossoro-RN: Fundao Guimares Duque, 2002. 12 p. (Srie b n. 2199).Cartilhas Temticas Tecnologias e Prticas Hidroambientais para Convivncia com o Semirido30OMOSSOROENSE.Deserticaopodechegaraonordesteemquatro dcadas. Mossor, 2005. Disponvel em: . Acesso: 20 jan. 2010.SecretariadosRecursosHdricos