cartilha de assedio moral e sexual

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  • 8/4/2019 Cartilha de Assedio Moral e Sexual

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    Assdio Moral eSexual no Trabalho

    Ministriodo Trabalho e Emprego

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    Assdio Moral e

    Sexual no Trabalho

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    Ministro do Trabalho e EmpregoCarlos Lupi

    Secretrio-ExecutivoAndr Peixoto Figueiredo Lima

    Cartilha elaborada pela Subcomisso de Gnerocom participao da Comisso de tica do MTE

    Braslia-DF, 2010

    Assdio Moral eSexual no Trabalho

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    2010 Ministrio do Trabalho e Emprego

    permitida a reproduo parcial ou total desta obra,

    desde que citada a fonte.

    Edio e Distribuio:

    Assessoria de Comunicao Social do Ministrio do

    Trabalho e Emprego

    Esplanada dos Ministrios, Bloco F, 5 Andar, Sala 523

    Fone: (61) 3317-6820 Fax: (61) 3317-8248

    CEP: 70059-900 Braslia/DF

    Impresso no Brasil/Printed in Brazil

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Biblioteca. Seo de Processos Tcnicos MTE

    Junho / 2010

    A844 Assdio moral e sexual no trabalho Braslia :MTE, ASCOM, 2009.

    44 p.

    I. Assdio moral, trabalho, Brasil. 2. Assdiosexual, trabalho, Brasil. I. Brasil. Ministriodo Trabalho e Emprego (MTE). II. Brasil.Assessoria de Comunicao (ASCOM).

    CDD 341.5523

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    Sumrio

    Apresentao ......................................9

    Captulo I Assdio Moral

    Introduo ........................................ 13O que assdio moral? ......................... 15Como acontece .................................. 16Alvos preferenciais.............................. 17Violncia moral contra a mulher ............. 18Aspectos gerais .................................. 18Violncia moral contra o homem eorientao sexual ............................... 19Violncia moral contra doentes eacidentados(as) ................................. 20Objetivos e estratgias......................... 21Objetivo do(a) agressor(a) ..................... 21

    Estratgia do(a) agressor(a) ................... 21Como identicar o assediador................. 22Conra alguns exemplos ....................... 23Como a vtima reage ........................... 24Mulheres .......................................... 24Homens ........................................... 25O que a vtima deve fazer ..................... 26

    O medo refora o poder do(a) agressor(a) .. 27Consequncias do assdio moral.............. 28Perdas para a empresa ......................... 28As perdas para o empregador podem ser: .. 28Aes preventivas da empresa ................ 29

    Captulo II Assdio Sexual

    Introduo ........................................ 33O que assdio sexual? ........................ 34Formas de assdio sexual ...................... 35Lei brasileira ..................................... 36

    Assdio sexual ................................... 37S existe assdio sexual de homens contramulheres? ........................................ 38O que a pessoa assediada pode fazer ........ 39Como terminar com o assdio sexual ........ 40Concluso ........................................ 41Bibliograa....................................... 43

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    11Apresentao

    Esta cartilha aborda, por meio de conceitos eexemplos, um dos relevantes temas de interessee discusso atual no cenrio das relaes entre ascategorias prossionais e econmicas: o assdiomoral e sexual no trabalho.

    Muito embora o assdio moral seja ainda gura em

    construo no meio doutrinrio diferentemente do queocorre com o assdio sexual , o Ministrio do Trabalhoe Emprego (MTE) promove ampla divulgao dessasduas modalidades a empregados e empregadores, como objetivo de contribuir para eliminar tais prticasabusivas no ambiente de trabalho.

    O MTE o rgo responsvel pela scalizao documprimento de todo ordenamento jurdico que tratadas relaes de trabalho, dentro do compromissoassumido pelo governo brasileiro de atenderefetivamente s disposies da Conveno n 111 daOrganizao Internacional do Trabalho (OIT).

    A Conveno n 111 dene discriminao comotoda distino, excluso ou preferncia, quetenha por efeito anular ou alterar a igualdadede oportunidades ou de tratamento em matriade emprego ou prosso. Abrangendo, nessassituaes, os casos de assdios, seja moral ousexual, no ambiente de trabalho.

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    12 A Comisso de tica Setorial do Ministrio doTrabalho e Emprego tem a atribuio regimentalde orientar e aconselhar sobre a conduta tica doservidor e dar ampla divulgao ao regulamentotico, motivo pelo qual a diretriz desta Cartilha sesoma ao esforo pedaggico e preventivo interno,enquanto a denio de assdio moral no serviopblico seja elaborada e publicada pela instituiocompetente.

    A iniciativa procura subsidiar os atores sociaisna consolidao de relaes de trabalho maisdignas para a classe trabalhadora brasileira. Aogestor pblico tambm endereado esse esforode conscientizao da conduta tica, com o quese espera evitar prticas que se aproximem doscondenveis assdios moral e sexual.

    A Comisso de tica do MTE

    Captulo IAssdio Moral

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    15Introduo

    Oassdio moral e sexual nas relaes de trabalhoocorre frequentemente, tanto na iniciativaprivada quanto nas instituies pblicas. A prticadesse crime efetivamente fortalece a discriminaono trabalho, a manuteno da degradao dasrelaes de trabalho e a excluso social.

    O assdio moral e sexual no trabalho caracteriza-sepela exposio dos trabalhadores a situaes humilhantese constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante ajornada de trabalho e relativas ao exerccio desuas funes.

    Tais prticas evidenciam-se em relaeshierrquicas autoritrias, em que predominamcondutas negativas, relaes desumanas eantiticas de longa durao, de um ou mais chefes,dirigidas a um ou mais subordinados, entre colegase, excepcionalmente, na modalidade ascendente(subordinado x chefe), desestabilizando a relao

    da vtima.

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    16 17Estudos sobre o tema conrmam que ahumilhao constitui um risco invisvel,porm concreto, nas relaes de trabalho e quecompromete, sobretudo, a sade das trabalhadoras.

    Analisar o assediador e entender suas atitudesso os primeiros passos para incrementar o combateao assdio moral no ambiente de trabalho.

    O que assdio moral?

    So atos cruis e desumanos que caracterizamuma atitude violenta e sem tica nas relaesde trabalho, praticada por um ou mais chefescontra seus subordinados. Trata-se da exposiode trabalhadoras e trabalhadores a situaesvexatrias, constrangedoras e humilhantes duranteo exerccio de sua funo. o que chamamosde violncia moral. Esses atos visam humilhar,desqualicar e desestabilizar emocionalmente arelao da vtima com a organizao e o ambientede trabalho, o que pe em risco a sade, a prpriavida da vtima e seu emprego.

    A violncia moral ocasiona desordensemocionais, atinge a dignidade e identidadeda pessoa humana, altera valores, causa danospsquicos (mentais), interfere negativamente nasade, na qualidade de vida e pode at levar morte.

    O assdio moral umsofrimento solitrio,

    que faz mal sade docorpo e da alma

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    18 19Como acontece

    Avtima escolhida isolada do grupo, semexplicaes. Passa a ser hostilizada, ridicularizadae desacreditada no seu local de trabalho. comum os colegas romperem os laos afetivoscom a vtima e reproduzirem as aes e os atosdo(a) agressor(a) no ambiente de trabalho. Omedo do desemprego, e a vergonha de virem a serhumilhados, associados ao estmulo constante daconcorrncia prossional, os tornam coniventescom a conduta do assediador.

    Mulheres

    Homens

    Raa/Etnia

    Orientao sexual

    Doentes e Acidentados

    Alvos preferenciais

    A maioria das

    vtimas mulhere negra

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    20 21Violncia moral contra a mulher

    Aspectos gerais

    Geralmente, o ambiente de trabalho omais perverso para as mulheres, pois,alm do controle e da scalizao cerrada, sodiscriminadas. Essa prtica mais frequente comas afro-descendentes. Muitas vezes o assdiomoral diferido contra elas precedido de umanegativa ao assdio sexual. Em alguns casos,os constrangimentos comeam na procura doemprego, a partir da apresentao esttica.

    Posteriormente, aes como:

    Ameaa, insulto, isolamento Restrio ao uso sanitrio Restries com grvidas,

    mulheres com lhos ecasadas

    So as primeiras a serem

    demitidas Os cursos deaperfeioamento sopreferencialmente paraos homens

    Revista vexatria,e outras atitudes quecaracterizam assdio moral

    Violncia moral contra o homeme orientao sexual

    Ohomem no est livre do assdio,particularmente se for homoafetivo ou possuiralgum tipo de limitao fsica ou de sade.

    No que se refere orientao sexual, no hinstrumentos ociais para esse tipo de vericao.

    E, aqui, o entrave tambm cultural e est ligadoao que signica ser homem na sociedade brasileira.Em uma sociedade machista, os preconceitos comrelao orientao sexual so ainda mais graves.

    Em uma sociedademachista, os preconceitoscom relao orientao

    sexual so ainda mais graves

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    22 23Violncia moral contra doentese acidentados(as)

    Ter outra pessoa na funo, quando retorna ao servio Ser colocado em local sem funo alguma No fornecer ou retirar instrumentos de trabalho Estimular a discriminao entre os sadios e os

    adoecidos Dicultar a entrega de documentos necessrios

    concretizao da percia mdica pelo INSS Demitir aps o transcurso da estabilidade legal

    Objetivos e estratgias

    Objetivo do(a) agressor(a)

    Desestabilizar emocional e prossionalmente Livrar-se da vtima: for-lo(a) a pedir demisso

    ou demiti-lo(a), em geral, por insubordinao

    Estratgia do(a) agressor(a)

    Escolher a vtima e o(a) isolar do grupo Impedir que a vtima se expresse e no explicar

    o porqu Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar

    em seu local de trabalho Culpar/responsabilizar publicamente, levando

    os comentrios sobre a incapacidade da vtima,muitas vezes, at o espao familiar

    Destruir emocionalmente a vtima por meioda vigilncia acentuada e constante. Ele(a)se isola da famlia e dos amigos, passa a usardrogas, principalmente o lcool, com frequncia,

    desencadeando ou agravando doenas preexistentes Impor equipesua autoridadepara aumentara produtividade

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    24 25Como identifcar o assediador

    no cotidiano do ambiente de trabalhoque o assdio moral ganha corpo. Algunscomportamentos tpicos do(a) agressor(a) fornecema senha para o processo de assdio moral nasempresas.

    O assdio moral uma relao triangular entrequem assedia, a vtima e os demais colegas detrabalho.

    Aps a conrmao de que est sendo vtima deassdio moral, no se intimide, nem seja cmplice.

    Denuncie!

    Confra alguns exemplos:

    Ameaar constantemente, amedrontando quanto perda do emprego

    Subir na mesa e chamar a todos de incompetentes Repetir a mesma ordem para realizar tarefas

    simples, centenas de vezes, at desestabilizaremocionalmente o(a) subordinado(a)

    Sobrecarregar de tarefas ou impedir acontinuidade do trabalho, negando informaes

    Desmoralizar publicamente Rir, a distncia e em pequeno grupo, direcionando

    os risos ao trabalhador Querer saber o que se est conversando Ignorar a presena do(a) trabalhador(a) Desviar da funo ou retirar material necessrio

    execuo da tarefa, impedindo sua execuo Troca de turno de trabalho sem prvio aviso Mandar executar tarefas acima ou abaixo do

    conhecimento do trabalhador Dispensar o trabalhador por telefone, telegrama

    ou correio eletrnico, estando ele em gozo de

    frias Espalhar entre os(as) colegas que o(a)trabalhador(a) est com problemas nervosos

    Sugerir que o trabalhador pea demisso devidoa problemas de sade

    Divulgar boatos sobre a moral do trabalhador

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    26 27Como a vtima reage

    Mulheres e homens reagem de maneira diferente,quando vtimas de assdio. O assdio moraldesencadeia ou agrava doenas.

    Mulheres:

    So humilhadas e expressam sua indignaocom choro, tristeza, ressentimentos e

    mgoas. Sentimento de inutilidade, fracassoe baixa auto-estima, tremores e palpitaes.Insnia, depresso e diminuio da libido somanifestaes caractersticas desse trauma.

    Homens:

    Sentem-se revoltados, indignados, desonrados,com raiva, trados e tm vontade de vingar-se.Idias de suicdio e tendncias ao alcoolismo.Sentem-se envergonhados diante da mulher e doslhos, sobressaindo o sentimento de inutilidade,fracasso e baixaauto-estima.

    No se intimide! Rompa osilncio e busqe apoio de

    colegas, familiares e dos orgospblicos responsveis pelaproteo dos trabalhadores

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    28 29O que a vtima deve fazer

    Resistir. Anotar, com detalhes, todas ashumilhaes sofridas: dia, ms, ano, hora, localou setor, nome do(a) agressor(a), colegas quetestemunharam os fatos, contedo da conversae o que mais achar necessrio.

    Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas,principalmente daqueles que testemunharam ofato ou que sofrem humilhaes do(a) agressor(a)

    Evitar conversa, sem testemunhas, com o(a)agressor(a).

    Procurar seu sindicato e relatar o acontecido. Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas.

    Instituies e rgos que devem ser procurados:

    Ministrio do Trabalho e Emprego Superintendncias Regionais do Trabalho e Emprego Conselhos Municipais dos Direitos da Mulher Conselhos Estaduais dos Direitos da Mulher Comisso de Direitos Humanos Conselho Regional de Medicina

    Ministrio Pblico Justia do Trabalho

    Ouvidoria

    0800 61 0101(Regio Sul e Centro-Oeste, Estados do Acre, Rondnia e Tocantins)

    0800 285 0101(Para as demais localidades)

    www.mte.gov.br/ouvidoria

    O medo refora o poder do(a) agressor(a)

    Oassdio moral no trabalho no um fato isolado.Como vimos, ele se baseia na repetio,ao longo do tempo, de prticas vexatrias econstrangedoras, explicitando a degradaodeliberada das condies de trabalho.

    Nessa luta, so aliados dos(as) trabalhadores(as)os centros de Referncia em Sade dos

    Trabalhadores, Comisses de Direitos Humanos eComisso de Igualdade e Oportunidade de Gnero,de Raa e Etnia, de Pessoas com Decincia e deCombate Discriminao nas SuperintendnciasRegionais do Trabalho e Emprego.

    Um ambiente de trabalho saudvel umaconquista diria possvel. Para que isso acontea, preciso vigilncia constante e cooperao.

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    30 31Consequncias do assdio moral

    Perdas para a empresa

    As perdas para o empregador podem ser:

    Queda da produtividade e menor ecincia,imagem negativa da empresa perante osconsumidores e mercado de trabalho

    Alterao na qualidade do servio/produto e

    baixo ndice de criatividade Doenas prossionais, acidentes de trabalho edanos aos equipamentos

    Troca constante de empregados, ocasionandodespesas com rescises, seleo e treinamentode pessoal

    Aumento de aes trabalhistas, inclusive compedidos de reparao por danos morais

    Aes preventivas da empresa

    Os problemas de relacionamento dentro doambiente de trabalho e os prejuzos daresultantes sero tanto maiores quanto maisdesorganizada for a empresa e maior for o grau detolerncia do empregador em relao s praticasde assdio moral. Estabelecer dilogo sobre os mtodos de

    organizao de trabalho com os gestores (RH) e

    trabalhadores(as) Realizao de seminrios, palestras e outras

    atividades voltadas discusso e sensibilizaosobre tais prticas abusivas

    Criar um cdigo de tica que proba todas asformas de discriminao e de assdio moral

    ASSDIOMORAL

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    Captulo IIAssdio Sexual

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    35Introduo

    Apartir do ingresso da mulher no mercado detrabalho, vrios aspectos dessa discriminaopor gnero tm se manifestado. Elas recebemsalrios menores que os dos colegas homens, aindaque sejam, na maioria das vezes, mais escolarizadasque eles, tm menores oportunidades de conseguiremprego, so as primeiras a entrar nas listas dedemisso quando h cortes nas empresas e, por

    m, so as maiores vtimas do que a legislaodenomina assdio sexual.

    H casos inversos, em que o homem se vassediado por uma mulher. Mas essa no a regrae sim a exceo. Em qualquer hiptese, essaprtica agora crime, com legislao especcae penalidades previstas. Portanto, para sabermosexatamente o que vem a ser o assdio sexual nolocal de trabalho que estamos divulgando estacartilha.

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    Oassdio sexual no ambiente de trabalhoconsiste em constranger colegas por meio decantadas e insinuaes constantes com o objetivode obter vantagens ou favorecimento sexual.

    Essa atitude pode ser clara ou sutil; podeser falada ou apenas insinuada; pode ser escritaou explicitada em gestos; pode vir em forma de

    coao, quando algum promete promoo para amulher, desde que ela ceda; ou, ainda, em formade chantagem.

    O que assdio sexual? Formas de assdio sexual

    Oassdio sexual uma forma de abuso de poderno trabalho.Segundo a professora Adriana C. Calvo,

    mestranda da PUC/SP, h dois tipos de assdiosexual:

    1. Chantagem: o tipo criminal previsto pelaLei n 10.224/2001.

    2. Intimidao: inteno de restringir, semmotivo, a atuao de algum ou criaruma circunstncia ofensiva ou abusiva notrabalho.

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    38 39Lei brasileira

    ALei n 10.224, de 15 de maio de 2001, introduziuno Cdigo Penal a tipicao do crime deassdio sexual, dando a seguinte redao ao art.216-A: Constranger algum com o intuito de obtervantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condio se superior hierrquicoou ascendncia inerentes ao exerccio, emprego,cargo ou funo. A pena prevista de deteno,de 1 (um) a 2 (dois) anos.

    Trata-se de evoluo da legislao, poisessa conduta era enquadrada em delito demenor potencial ofensivo, ou seja, crime deconstrangimento ilegal, cuja pena a de detenopor 3 meses a 1 ano ou multa para o transgressor,conforme o art. 146 do Cdigo Penal.

    Alm disso, a Consolidao das Leis do Trabalhoautoriza o empregador a demitir por justa causa oempregado que cometer falta grave, a exemplo dos

    comportamentos faltosos listados no seu art. 482,podendo o assdio sexual cometido no ambientede trabalho ser considerado uma dessas hipteses.

    Assdio sexual

    Assdio sexual uma das muitas violnciasque a mulher sofre no seu dia-a-dia. De modogeral, acontece quando o homem, principalmenteem condio hierrquica superior, no toleraser rejeitado e passa a insistir e pressionar paraconseguir o que quer.

    A inteno do assediador pode ser expressa

    de vrias formas. No ambiente de trabalho,atitudes como piadinhas, fotos de mulheres nuas,brincadeiras consideradas de macho ou comentriosconstrangedores sobre a gura femiina podem edevem ser evitados.

    Essa presso tem componentes de extremaviolncia moral, medida que coloca a vtimaem situaes vexatrias, provoca inseguranaprossional pelo medo de perder o emprego,ser transferida para setores indesejados, perderdireitos etc.

    A Conveno Interamericana para Prevenir, Punir eErradicar a Violncia Contra a Mulher (Conveno deBelm do Par, 1995 CEDAW) classica o assdiosexual no trabalho como uma das formas de violnciacontra a mulher.

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    40 41S existe assdio sexual dehomens contra mulheres?

    Pode haver assdio de homens contra mulheres;mulheres contra homens; homens contra homens;e mulheres contra mulheres.

    Mesmo com todos os avanos que ocorreramno campo da sexualidade nas ltimas dcadas, oassdio sexual ainda um tabu. Por ser oculto,

    passa a ser interpretado de forma solitria porquem o sofreu, e no raras so as vezes em queas mulheres adotam a postura de culpadas, isto, questionam-se se suas aes foram adequadas,provocadoras ou insinuadoras. a culpabilizaoda vtima que se acrescenta, sentimento quese soma ao seu sofrimento de assediada. Essashipteses descaracterizam a condio de vtima ea conduzem posio de culpada.

    O modelo social se consolida nas frases queso ditas, repetidas e que passam de boca em

    boca retransmitindo para todas as geraes umpensamento que oportuniza a permanncia domodelo.

    O que a pessoa assediada pode fazer

    Aprimeira dica romper o silncio, que omotivo dos grandes males. Sair de uma posiosubmissa para uma atitude mais ativa: Dizer claramente no ao assediador Contar para os(as) colegas o que est acontecendo Reunir provas, como bilhetes, presentes e outras Arrolar colegas que possam ser testemunhas Relatar o acontecido ao setor de recursos

    humanos Relatar o acontecido ao Sindicato Registrar a ocorrncia na Delegacia da Mulher e,

    na falta dessa, em uma delegacia comum Registrar o fato na Superintendncia Regional do

    Trabalho e Emprego

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    42 43Como terminar com o assdio sexual

    Aao contra o assdio sexual no uma lutade mulheres contra homens. Ela uma luta detodos, inclusive de todos os homens que desejamum ambiente de trabalho saudvel.

    Por um mnimo de coerncia, no se pode, porum lado, defender os princpios de igualdade ejustia e, por outro lado, tolerar, desculpar ou atmesmo defender comportamentos que agridam a

    integridade das mulheres e dos homens.

    Derrotar a prtica do assdio sexual no trabalho parte integrante da luta pela igualdade dedireitos e oportunidades entre homens e mulheres.

    ASSDIOSEXUAL

    Concluso

    Oobjetivo desta cartilha tratar de um temaque, dia a dia, ganha mais espao na mdia eno cotidiano das organizaes, vem sendo cadavez mais discutido, mesmo assim, polmico em suaessncia, sobre o qual se encontra rara bibliograa.Em razo de sua crescente importncia nas relaestrabalhistas e de seus efeitos perversos, o assdiomoral e sexual no ambiente de trabalho deve ser

    debatido de forma sria e comprometida, no spela classe trabalhadora e pelo empresariado,mas por toda a sociedade. Desmisticar a questodo assdio moral e sexual no local de trabalho o caminho seguro para prevenir e erradicar suapresena onde j tiver se instalado.

    O Projeto de Lei n 2.369/2003 dispe sobre oassdio moral nas relaes de trabalho. A primeiracidade brasileira a aprovar lei que condena oassdio moral foi Iracempolis (SP). A legislao foiregulamentada em abril de 2001. H atualmente

    80 projetos em tramitao ou j aprovados nosmbitos municipal, estadual e federal.

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    44 45A Comisso de Igualdade de Oportunidadesde Gnero, de Raa e Etnia, de Pessoas comDecincia e de Combate Discriminao atuapor meio de parcerias com os diversos setores dasociedade no desenvolvimento de aes educativasde sensibilizao, como seminrios, ocinas ereunies tcnicas e a realizao de mesas deentendimento decorrentes do recebimento dedenncias de discriminao. So importantesinstrumentos de sensibilizao e capacitao degestores pblicos, empregadores e trabalhadores.Mais do que aplicar sanes, o propsito doMinistrio do Trabalho e Emprego promoverplenamente a igualdade de oportunidades pormeio do entendimento consensual entre as partesenvolvidas nas denncias, do impulsionamento deaes armativas e da divulgao dos direitos dotrabalhador(a) com base na no discriminao.

    Bibliografa

    Projeto assdio moral na categoria bancria:uma experincia no Brasil, 2005.

    VILLA, Rosemari Pedriotti de; AUGUSTIN,Srgio. Assdio sexual nas relaes de trabalho:agresso a direitos fundamentais.

    CALVO, Adriana C. O assdio sexual e o assdiomoral no ambiente de trabalho.

    CMARA DOS DEPUTADOS. Comisso de Trabalho,de Administrao e Servio Pblico. Projeto deLei n 2.369/2003. (Projeto do deputado MauroPassos).

    CONVENO DE BELM DO PAR. Convenointeramericana para prevenir, punir e erradicar aviolncia contra a mulher. 1994.

    CONFEDERAO NACIONAL DOS BANCRIOS.

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