cartão de ponto verdadeiro

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BRENO RODRIGUES BIDART JÚNIOR OFICIAL SUPERIOR DE MAQUINAS – CHEFE DE MÁQUINAS FUNÇÃO: PRIMEIRO OFICIAL DE MÁQUINAS TRANSPETRO MATRICULA 178 CARTÃO DE PONTO PARA NAVIOS MERCANTES EM PARTICULAR, PETROLEIROS. TRABALHO CIENTÍFICO BASEADO NA EXPERIÊNCIA DE 20 ANOS DE EMBARQUE COM CONSULTAS TÉCNICAS E DE EXEMPLOS DO DIA A DIA A BORDO

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Criado inicialmente, para diminuir a pesadíssima carga de trabalho dos principais de bordo.Atualizado e aumentado devido a recusa da ouvidoria da petrobrás e transpetro em responder o enviado.

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Page 1: Cartão de ponto verdadeiro

BRENO RODRIGUES BIDART JÚNIOR

OFICIAL SUPERIOR DE MAQUINAS – CHEFE DE MÁQUINAS

FUNÇÃO: PRIMEIRO OFICIAL DE MÁQUINAS

TRANSPETRO

MATRICULA 178

CARTÃO DE PONTO PARA NAVIOS MERCANTES

EM PARTICULAR, PETROLEIROS.

TRABALHO CIENTÍFICO BASEADO NA EXPERIÊNCIA DE 20

ANOS DE EMBARQUE COM CONSULTAS TÉCNICAS E DE

EXEMPLOS DO DIA A DIA A BORDO

2007

Page 2: Cartão de ponto verdadeiro

BRENO RODRIGUES BIDART JÚNIOR

CATEGORIA: (OSM) CHEFE DE MÁQUINAS

FUNÇÃO: PRIMEIRO OFICIAL DE MÁQUINAS

EMPRESA: TRANSPETRO/ MAR

CARTÃO DE PONTO PARA NAVIOS MERCANTES NO SÉX XXI

(Relógio de ponto eletrônico com sensor biométrico de impressões digitais)

Pesquisa e trabalho científico baseado na

experiência de 20 anos de marinha mercante, e

adaptação aos moldes atuais, dentro de um

contexto moderno a fim de procurar alertar e

atualizar culturas e procedimentos da marinha

mercante do séc. XXI. Este é apenas um pré

alerta, pois uma mudança desta incluí uma

equipe de trabalho, muito complexa na

empresas, sindicatos e profissionais técnicos

de fora. Não é específico para Transpetro pode

ser adotado por qualquer empresa, de

navegação, que possuam administradores

visionários.

2007

1

Page 3: Cartão de ponto verdadeiro

SUMÁRIO

1. PREFÁCIO – O INÍCIO, O MEIO E O FIM: .................................................... 04

1.1 COMENTÁRIOS INICIAIS ......................................................................... 10

1.2 COMO ESTAMOS HOJE ......................................................................... 12

2. JUSTIFICATIVA

2.1 PORQUE CARTÃO DE PONTO? .............................................................. 15

3. INTRODUÇÃO

3.1 OS RISCOS DE SUGERIR, CRIAR E TENTAR MELHORAR ................... 19

3.2 ENTENDIMENTO DA SATISFAÇÃO DO SENTIMENTO DE TROCA........ 22

3.3 A SATISFAÇÃO PELO SENTIMENTO DE TROCA É A “MOTIVAÇÃO”. OU

SEJA, A MOTIVAÇÃO ESPECÍFICA NO TRABALHO, NAS EXECUÇÕES

DE TAREFAS, A MOTIVAÇÃO REAL E PRODUTIVA .............................. 27

4. CARTÃO DE PONTO

4.1 CONDIÇÃO ATUAL E MUDANÇAS .............................................................. 29

4.2 REENGENHARIA E “O PROCESSO DE REENGENHARIA”................. 33

5. COMO SERIA O PONTO? ......................................................................... 35

5.1 RELÓGIO DE PONTO ELETRÔNICO COM SENSOR BIOMÉTRICO DE

IMPRESSÕES DIGITAIS OU EQUIPAMENTO DE CONTROLE DE PONTO E

ACESSO ATRAVÉS DO PADRÃO DE IMPRESSÕES DIGITAIS ...................... 39

5.1.1 Definindo a biometria.............................................................................. 39

5.1.2 Autenticação Biométrica ......................................................................... 39

5.1.3 Acesso Navio X Terminal X Transpetro Mar e Terra. .......................... 41

6. HORAS

6.1 TIPOS DE HORAS........................................................................................ 44

6.2 O QUE JÁ EXISTE........................................................................................ 48

6.3 PARA QUEM ESSAS HORAS? ................................................................... 49

2

Page 4: Cartão de ponto verdadeiro

6.4 RELACIONAMENTO DOS TRIPULANTES COM A ADMINISTRAÇÃO E

UMA NOVA CONCEPÇÃO DE TRABALHO – FORA OS FAVORES............... 50

6.5 O VALOR, O MAU USO E A IMPORTÃNCIA DA HORA TRABALHADA..... 51

6.6 HORAS EXTRAS FIXAS .............................................................................. 53

7. FIRMAS CONTRATADAS.............................................................................. 55

8 RELÓGIO DE PONTO BIOMÉTRICO COM REPLICAGEM NA EMPRESA 56

9. COMENTÁRIOS DE ROTINA ......................................................................... 57

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 60

ANEXOS

ANEXO A - Carta ao superintendente da transpetro.......................................... 63

ANEXO B - Trabalho do paiol de produtos químicos.......................................... 65

ANEXO C – Resposta da empresa..................................................................... 73

ANEXO D – Artigo enviado para publicação na revista do sindmar – não foi

publicado. Assunto: Filtros / velho Chico.............................................................. 77

ANEXO E – Avaliação voluntária do cfm Bandeira ao 1om Breno ...................... 81

ANEXO F – Ética pelo 2om Júlio......................................................................... 82

ANEXO G – Cultura. Artigo enviado para ser publicado na revista do sindmar.

Que não foi publicado........................................................................................... 86

ANEXO H – A idéia inicial, primeira comunicação como sugestão de Cartão de

ponto – ao cmt Walter Simões e cfm Franca........................................................ 90

ANEXO I – Estudo como consulta e sugestão para possível debate enviado ao

gerente de SMS, Sr. Araripe em que não houve resposta ................................... 93

ANEXO J – Confirmação da consulta técnica acima – ocorreu logo em seguida

um acidente conforme relatado acima no anexo h .............................................. 96

ANEXO K – E-mail do cozinheiro Djalmir............................................................ 98

ANEXO L – Trabalho, com, que foi iniciado sobre a água de bordo na intenção,

Inicial de acabar com a compra de garrafões de 20l e aproveitar os recursos de

Bordo com as tecnologias existentes no mercado e a bordo.............................. 99

3

Page 5: Cartão de ponto verdadeiro

1. PREFACIO – O INÍCIO, O MEIO E O FIM:

Se ler este trabalho, do início ao final, incluindo os anexos E ENTENDER O

“CARTÃO DE PONTO” (entender a proposta) poderá verificar inicialmente

50(cinqüenta), OBJETIVOS, MOTIVOS, FINALIDADES, BENEFÍCIOS, O QUE

VAMOS ENCONTRAR NESTE TRABALHO E PRINCIPALMENTE, O QUE VAI

ACONTECER COM A IMPLEMENTAÇÃO DESSE PONTO:

1. Melhorar, fortalecer e dar maior segurança às lideranças de bordo sobre os

subordinados. Que resultarão em maior produtividade e satisfação no

trabalho. Através do ponto.

2. Melhorar o comportamento das lideranças de terra sobre o pessoal de

bordo. Através do ponto.

3. Aumentar a satisfação na execução de tarefas.Através do ponto.

4. Aumentar consideravelmente a produtividade.Através do ponto.

5. Diminuir acidentes e incidentes devido à satisfação do sentimento de troca

e diminuição (ou extinção ) das faxinas inúteis sobrando tempo para

manutenção real. Através do ponto.

6. Valorizar os profissionais da base da pirâmide incentivando iniciativas,

demonstrações verdadeiras de competência e melhorando seu ego.

Através do ponto.

7. Investigar e demonstrar os melhoramentos dos relacionamentos e

produtividade através do ponto.

8. Dar ciência às administrações de terra e bordo, automaticamente, da

competitividade sadia e da criatividade de cada um a bordo e em terra. Um

verdadeiro dossiê do profissional. Através d ponto.

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Page 6: Cartão de ponto verdadeiro

9. Acompanhar, se quiser, a realidade hoje oculta no trabalho no que diz

respeito à competência e execução de tarefas não virtuais, ou seja, tarefas

reais. Através do ponto.

10.Acabar com as tarefas virtuais. Através do ponto.

11.Atingir maior número de metas concluídas no trabalho. Sendo que tudo

concluído verdadeiramente e registrado por quem executou a tarefa e

supervisionado pelo superior imediato. Através do ponto.

12.Diminuir o stress ocupacional de todos a bordo, principalmente das

lideranças. Através do ponto.

13.Essa divisão de responsabilidades se fará através de estudos do pessoal

da base da pirâmide que satisfatoriamente passará também a raciocinar,

dar sugestões, pois essas sugestões podem ficar arquivadas e registradas,

para o melhor andamento dos trabalhos. Através do ponto.

14.Dividir mais as responsabilidades. Através do ponto.

15.Selecionar, diferenciar e separar o joio do trigo sem aquelas avaliações

injustas que premiam incompetentes e pune grandes profissionais. Através

do ponto.

16. “Acordar os que estão dormindo quando deveriam estar acordados” –

Esses sentiram grande prazer em estarem acordados. A liderança não vai

precisar ficar cutucando esse ou aquele para apenas acordar. Ou

empurrando para andar. Através do ponto.

17.Todo esse simples mudar, essa pequena diferença, dessas simples

computação vai melhorar consideravelmente a produção e a satisfação,

principalmente dos melhores profissionais. Os verdadeiros. Através do

ponto.

18.Eliminar completamente os enganadores. Enxugar a máquina humana.

Através do ponto.

5

Page 7: Cartão de ponto verdadeiro

19.Diminuir ou acabar com a burocracia inútil e repetitiva. Através do ponto.

20. Implantar e executar a ergometria e colocar em prática. Não apenas fingir

que usa ou usar fachadas. Através do ponto.

21.Facilitar os acessos, bordo-terra, terra-bordo e terminais – isso se chama:

ganhar tempo. Tempo é dinheiro. Através do ponto.

22.Parar de perder dinheiro com perdas de tempos em cima de faxinas inúteis

e repetitivas devido a culturas retrogradas. O ponto elimina isso

naturalmente.

23. Incentivar as lideranças de terra e bordo a ouvir, apurar e premiar

merecedores reais. Através do ponto.

24.Atualizar procedimentos, ou seja, entrar no séc. XXI de acordo com novos

procedimentos do ponto. Através do ponto.

25.Antecipar o entendimento da importância da água a bordo para os futuros

navios e dar entendimento de como será no futuro. Já construir navios

preparados para isso. Mudar projetos dos que ainda não foram

construídos.

26.Diminuir tentando anular a politicagem e a hipocrisia. Através do ponto

27.Mostrar, conscientizar a importância de um navio petroleiro no incentivo do

trabalho. Através do ponto.

28.Desmotivar ou quase eliminar o mofo e outros vícios prejudiciais ao

trabalho e a produtividade. Ver o fim dessa impunidade devido às culturas

enraizadas. Através do ponto.

29.Desmotivar o alcoolismo colocando a mão no bolso do tripulante. Através

do ponto.

6

Page 8: Cartão de ponto verdadeiro

30.Motivar o tripulante a permanecer a bordo quando necessário nas faxinas

indispensáveis, acabar com as fugas sutis do trabalho, no porto. Através do

ponto.

31.Trabalhar, aumentar o ego dos subalternos. Através do ponto.

32.Premiar os profissionais que mais e melhor trabalham. Através do ponto.

33. “Se autopunir” os profissionais enganadores e os que menos trabalham e

atrapalham, desencorajando os bons. Através do ponto.

34.Selecionar faxinas com mais a consciência, competência e prioridades

reais sem satisfazer ego de ninguém através do ponto.

35.Não deixar o navio pegar, parar para executar tarefas fora do horário. Tudo

será feito antes que dê problemas, pois nós, o profissional tem ciência dos

problemas antes que aconteça. Ter o incentivo de trabalhar antes de

pegar. Através do ponto.

36.Ter um dossiê real do funcionário. Através do ponto.

37.Melhora a vida dos que trabalham em cima do código ISPS e simplificá-lo.

Através do ponto.

38.Ganhar tempo em logística colocá-la em prática. Através do ponto.

39.Colocar a vasta e larga experiência de anos e anos de trabalho dos chefes

de máquinas e Imediatos em uso que, devido a fatores diversos, não é

utilizada, que dará tempo para se envolver mais em fainas mais técnicas e

úteis. Através do ponto.

40.Mostrar a todos que desejarem, qualquer administrador ou gerente uma

realidade real, quando necessário, do trabalho. Através do ponto.

41.Uma grande satisfação em assistir e ministrar TLTs e cursos diversos, já

como é feito com o pessoal de terra da Transpetro. Através do ponto.

7

Page 9: Cartão de ponto verdadeiro

42.Ver tripulantes felizes com cada vez mais com vontade de trabalhar, com

prazer e satisfação e melhorar em qualidade de serviços. Isso com certeza

gera um lucro oculto e absurdo. Se um matemático abstrato calculasse a

soma de perdas ia ser astronômica. Através do ponto.

43.Jamais veríamos essa rotina de um tripulante em navios da empresa,

reclamar o tempo todo que está trabalhando muito quando às vezes uma

única vez faz um enorme sacrifício de trabalhar depois do horário achando

que o faz de graça. Através do ponto.

44.Os chefes de seção a bordo vão ter uma prazerosa tarefa de separar

brigas. Tripulantes vão brigar, discutir para ver quem trabalha mais, quem

vai ter o privilégio de trabalhar depois do horário ou mesmo ficar a bordo

como retem ao invés de ir tomar sua tradicional cachacinha para depois

pegar serviço. Através do ponto.

45.Vamos conseguir o que jamais se conseguiu em qualquer empresa no

Brasil a tão sonhada guarnição integrada que até hoje não funcionou em

lugar nenhum. Tripulantes, de outras seções, ao invés de colocar a

empresa na justiça para não atuar em outras áreas, como exemplo fazer

manobras, vão fazer o contrário, colocar a empresa na justiça para que

tripulantes possam fazer essa tão polemica manobra ou mesmo sair do

convés para trabalhar na máquina e vice versa quando necessário. Coisas

que nunca aconteceram, vão começar a acontecer. Através do poder do

ponto.

46.Ver os tripulantes acesos, prontos, com excesso de boa vontade a

qualquer hora, alegre e felizes quando chamados para manobras ou fainas

de madrugada. E não o que vemos hoje. Isso através dessa condição do

ponto.

47.Saber que você, chefe de seção, sua santa mãezinha, até as que já

faleceram, seus filhos, o navio, a empresa não serão mais amaldiçoados

devido à falta de satisfação no sentimento de troca. Através do ponto.

8

Page 10: Cartão de ponto verdadeiro

48.Os terminais da Transpetro vão aprender a trabalhar, se organizar, se

planejar numa das fainas mais perigosas, estafantes que é o

abastecimento do navio com óleo combustível. Através do ponto.

49.Os líderes de terra e bordo vão aprender lições de humildade e amor ao

subalterno. Através do ponto.

50.Controle sutil e rigoroso de pessoas no trânsito dessas entre navios e

terminais da Transpetro. Através do ponto.

51. Acabar com motins e revoltas que ocorrem a bordo, em que a empresa

não toma ciência devido a faxinas brabas que ninguém quer fazer, pois

envolver serviços pesadíssimos e de risco. Os chefes de seção abafam

cedendo aos subalternos sabendo que no íntimo eles tem razão. Já que a

empresa se recusa a ceder essa mão de obra achando que estão

trabalhando com navios de granel sólido. Os resultados só aparecem

quando o navio para. Através do ponto (ANEXO G).

Essas são apenas algumas mudanças de culturas, melhoras que ocorreriam com

a instalação desse “cartão de ponto”, são opiniões de um único homem, imagine

consultando outros tripulantes e pessoas esclarecidas e experientes. Apareceriam

centenas de vantagens. Se alguma parecer repetitivas só parece, mas não são,

pois cada caso é um caso em cada situação específica. Tem que ler, estudar e

entender a proposta onde 90% dos serviços mais fatigantes que é lidar com seres

humanos e colocá-los para andar, vai ser executado por uma máquina através da

filosofia da Satisfação pelo sentimento de troca.”

9

Page 11: Cartão de ponto verdadeiro

1.1 COMENTÁRIOS INICIAIS

(VER ANEXO B,C,K e E)

É muito difícil e muito complicado, trabalhar sob pressão, pressão abstrata, ser

ameaçado por papéis e e-mails, sendo que aquilo tudo na verdade não existe,

não é colocado em prática, mas tem poderes ilimitados. A fadiga, o stress, a

ansiedade o sofrimento e a perturbação mental, a depressão os horrores do

mundo do pânico tudo isso embutido no pacote do trabalho com sofrimento. A

vontade de morrer devido a coisas insignificantes, mas com importância de decidir

a vida de um trabalhador (a) tudo num mundo inexistente, virtual que não fede,

não cheira mas detona trabalhador. É como uma bomba atômica mental, dentro

da sua mente, que alguém sem qualquer conhecimento de causa segura o

detonador, fica te apontando, mostrando, você absolvendo aquele elemento e

outro te mostrando o detonador e te apontando. Quero assim, quero assado.

Porque eu sou isso, eu sou aquilo, eu tenho o poder, eu posso, eu faço etc. Esse

elemento mal cheiroso, na sua mente, vai ao longo dos anos vazando, vazando,

bem devagarzinho e te contaminando aos poucos. Um, dois, sete, doze... anos.

Até que buuuuum. É como eu me sinto agora por ter de estar subordinado a

burocratas mentais dos que adoram papeis virtuais, inúteis e que dificultam o

nosso trabalho real e prático. Esses burocratas virtuais premiam, elogiam os

iguais a eles que não produzem, não dão resultados e que enganam e são

enganados. Esses adoram serem enganados.

Aos longos dos anos, nós trabalhadores, recebendo essa carga de energia

negativa como se fosse uma contaminação atômica em todo nosso organismo. E,

aí? Vai para casa contaminar a sua família? Criar contenda com os vizinhos? Se

viciar em álcool, tarjas pretas e vermelhas?Ser um mau exemplo? Mas nós

sabemos o que estar por trás disso. A satisfação da vaidade de alguns e a

negativa e resistência de querer mudar, ouvir opiniões e melhorar o ambiente de

trabalho, pois é melhor e muito mais fácil viver no “fantástico mundo virtual de

BOB”.

10

Page 12: Cartão de ponto verdadeiro

O ponto, esse abençoado ponto, uma solução simples. Muito simples para esses

que gostam de complicar as coisas e se autovalorizar. O cartão de ponto (na

verdade um relógio de ponto eletrônico com sensor biométrico de impressões

digitais que permita a conexão com a rede de bordo e terra – incluindo um

computador normal com teclados para que cada empregado registre as suas

tarefas) poderia fazer com que as pessoas acordassem e abandonasse o “mundo

de BOB”. Adultos brincando de navios petroleiros. Até quando? Até ocorrer um

grande derrame? Outros encalhes? Aí chama fulano, chama Beltrano. Vamos ver

o que está acontecendo. Cadê o gringo? Cadê o dólar para pagar o gringo? PQP

fazer tudo de novo? Agora estamos no séc XXI e talvez eu mesmo ainda esteja

pensando no final do séc. XX. Ou seja, estamos sempre andando, não correndo

atrás do tempo. Poderíamos ao mesmo tentar andar juntos ou, quem sabe

passar.

Agora, mudando de assunto, dentro deste prefácio inicial, já vou adiantando que

já sei que muitos lerão este meu trabalho e irão criticar principalmente o conteúdo,

estrutura dizendo: está fora de padrões, falta de ética (mesmo sem saber o que é

ética), como foi feito, e que não deveria ter colocado isso ou aquilo etc... Diferente

dessa maioria eu ficaria muito feliz em aceitar críticas de gregos e troianos e etc.,

Esse ensaio, aqui além de um trabalho de base científica é também um desabafo

e uma informação de como estamos ficando doentes a bordo sendo que,

infelizmente, a grande maioria desses doentes, estão sendo descartados como

lixo por não ter conhecimento da gravidade da enfermidade que carregam devido

às condições em que vivemos a bordo com essas novas exigências, nos últimos

dez anos, e cobranças incluindo a diminuição do cartão de lotação.

Esse cartão de ponto vai diminuir em no mínimo 50% desse estresse devido ao

fortalecimento do EGO de cada um e a diminuição e divisão de fainas e a

eliminação das fainas inúteis. Bem como incentivar as iniciativas que hoje todo

subalterno é fadado à só trabalhar e nunca pensar. Para não ter que aumentar a

pesadíssima carga de trabalho, principalmente entre oficiais, esses também são

os primeiros a impedir que os subalternos pensem e tenham iniciativa já

almejando que qualquer pensamento e criatividade extra, faça que aumente ainda

mais e mais as faxinas que sempre sobram para esses. Infelizmente hoje o nível

11

Page 13: Cartão de ponto verdadeiro

técnico dos subalternos é altíssimo e seus conhecimentos, idéias e criatividade

vão para o ralo.

1.2 COMO ESTAMOS HOJE

(VER ANEXOS B,C, I,J e k)

O diálogo não é aberto, ou melhor, não existe diálogo e sim o monologo,

monótono, unilateral, cansativo, improdutivo e desestimulante. A carga pesada é

sempre de cima para baixo. Nós, aqui em baixo, só temos o direito de ficarmos

calados. Nossa criatividade é abafada, sufocada. Os diálogos são restritos a

aqueles que não participam do chão da fábrica. O SMS e a burocracia inútil

proveniente de uma EDUCAÇÃO BANCÁRIA (Paulo Freire), ou melhor, atua

como uma educação que somos como um sacos ou vasilhas que não para de

receber conhecimentos, esses sacos, ou vasilhas, vai enchendo, enchendo até...

Essa educação bancária, idealizada pelo grande pensador, educador, político e

revolucionário que já é considerando como um dos maiores pensadores do

mundo, da atualidade, eu disse da atualidade. As responsabilidades não são

divididas, tudo fica em cima dos que hoje já não agüentam mais ficar de pé.

Esses sofredores e hoje doentes muito doentes, devido ao sistema, estão à

frente, na liderança de navios petroleiros. A iniciativa é proibida, inovação nem

pensar. Não coloquem suas idéias em prática, não dêem sugestões, pois temos

que seguir a risca os preceitos da educação bancária que nossas mentes se

enchem de informações, na maior parte, inúteis e que não conseguimos e não

temos tempo de colocá-las em prática, pois também a grande maioria é

impraticável. Assim fica muito difícil montar uma equipe, essa equipe pode ser até

boa, mas os cartolas não permitem que elas funcionem. (Anexo H)- Cmt Walter

Simões já sabia que era inútil enviar sugestões e não quis me desanimar.

Mandou-me melhorar para ver se eu desistia. E, acabou virando este trabalho.

Comunicação Zero, sem resposta de um funcionário (ANEXO A e I)

CONCEPÇÃO BANCÁRIA DE EDUCAÇÃO

12

Page 14: Cartão de ponto verdadeiro

(Paulo Freire)

Partindo do princípio que a pedagogia

dominante se fundamenta em uma concepção

bancária de educação, na qual, predomina o

discurso e a prática.Freire dizia que o sujeito da

educação é o próprio educador, enquanto os

educandos representam somente vasilhas a

serem preenchidas. Resumidamente, o

educador deposita “comunicados” que os

educandos recebem, memorizam e repetem.

Essa prática totalmente verbalista é dirigida

para a transmissão e avaliação de

conhecimentos abstratos. Numa relação

vertical, o saber é dado ou fornecido de cima

para baixo, de forma autoritária, pois quem

manda é aquele que sabe. Dentro desse

processo, o educando assume sua passividade

e se torna um simples objeto que recebe

paternalisticamente a doação do saber do

único sujeito atuante, o educador.

Considerando que tal tipo de educação

pressupõe um mundo harmonioso, no qual, não

há contradições, ocorre à conservação da

ingenuidade do oprimido que se acostuma e se

acomoda ao mundo conhecido, que nada mais

é que o mundo da opressão em que ele vive. A

partir dessa situação, conclui-se que a

educação é exercida como uma prática de

dominação.(Revista Coleção Educativa – Ano I,

n° 09, pg 46)

COMENTÁRIO COMPLEMENTAR

13

Page 15: Cartão de ponto verdadeiro

Isso, na verdade, quer dizer que o educador ou

instrutor, não conhece a realidade dos

educandos, desconhece completamente a sua

cultura e as novas atribuições dos educandos.

Não aceitam de maneira nenhuma opiniões e

debates.Desconhecem a diversidade cultural,

Simpósios estão fora do dicionário. Apenas lê,

decora e aplica, dá a aula. Como no caso do

SMS, desconhece totalmente o FATOR

PESSOAL DE INSEGURANÇA, pois não lhe foi

ensinado.(ver anexos B,C,D,G,H, I e J). O fator

pessoal de insegurança não existe nos livros

desses instrutores e se recusam a discuti-los. É

proibido e sujeita a punição, como eu fui

punido.Quando discuti a mudança de

localização do paiol de produtos químicos do

n/t Itajubá (Anexo B).Paulo freire encaixa como

uma luva.

Breno Bidart

O precipício que existe entre a base da pirâmide e o topo é tão grande que não

convém fazer uma ponte. Custa caro. A cultura da hierarquia que acha que o

soldado raso e o sargento não pensam, não criam, não tem idéias e não

produzem, provém da época das cruzadas. Que só a doutrina bastava para o bom

desempenho das tropas. Tropas essas alucinadas e cegas pelas doutrinas

inúteis. Esses pobres coitados enganados “morriam a mingua”. Pereciam de

fome, sede e frio ou mesmo aniquilados pelos concorrentes que queriam a

mesma coisa, dominar a Jerusalém, ficar rico e ter prestígio. Quem sabe um

cargo melhor prestígio, dentro da nobreza (ANEXO I e J)

Essa distância entre o topo e a base ocorre no campo real e não no virtual. Se

houvesse uma maior aproximação o topo aceitasse idéias, discutissem, ouvissem,

debatessem etc. Com certeza teríamos outros resultados. Podem-se ter quantas

idéias quiser, pois a certeza será que elas serão ignoradas. Criam se meios

complicadíssimos, de difícil acesso e pouco divulgados, para isso, e não se

14

Page 16: Cartão de ponto verdadeiro

incentiva a aproximação do topo com a base. No papel isso existe muitas coisas

boas impraticáveis, mas a cultura já está tão enraizada que deveríamos derrubar

a arvore e plantar outra. Ou melhor, começar do zero.

Para os grandes profissionais.O reconhecimento pelo trabalho não se resume

apenas no salário e sim em pelo menos ser ouvido e reconhecido. A cultura

terrível de séculos passados, no que diz respeito à contagem de horas

trabalhadas, faxinas inúteis e relacionamento, cria um câncer na mente daqueles

críticos e criativos que tem que se esconder como em um casulo com aquela

vontade louca e incontrolável e de natureza de aflorar. Mas não podem. Porra! É

foda trabalhar assim. A nossa realidade é satisfazer egos dos outros, reprimir o

nosso e só trabalhar em equipe quando for para fazer o que está cadastrado

dentro de um objetivo fútil, pré-estabelecido e copiado de algum povo de outra

cultura. Castração é o termo mais certo. Se quisermos produzir, trabalhar em

equipe, incentivar a criatividade, trabalhar o “Eu” dos subalternos, valorizar suas

idéias, dividir responsabilidades, trabalho, mudar a cultura retrograda, temos que

procurar outra empresa para trabalhar e é isso que tem feito os jovens que vem

estagiar na Transpetro – mar. De 50 não tem ficado 05. Sendo que eles que

pedem para sair. Como pode esses jovens com salários iniciais acima da média

de mercado se recusar a trabalhar em uma empresa, com as vantagens e de

porte e prestígio como a nossa? Porque ninguém enfrenta esse problema e

investiga?

15

Page 17: Cartão de ponto verdadeiro

2. JUSTIFICATIVA

2.1 PORQUE CARTÃO DE PONTO?

(ANEXO C, D,G e H)

Obs: Cartão de ponto para melhor entendimento.

Funcionaria com identificação pelas digitais, ou seja, Um equipamento de

controle de ponto através de comparação padrão de impressões digitais.

Inclusive para acesso a empresa, navios e terminais visando não apenas a

segurança convencional como o Código ISPS. Não se esquecendo da

condição de descrição da faxina de cada um onde a administração de bordo

e terra acompanharia todas as faxinas e os horários levando a ter horas

extras que realmente seriam executadas. Mas isto está explicado mais

adiante.

A primeira idéia, no primeiro momento, que me veio em mente o cartão de ponto,

foi, sem dúvida, pensando exclusivamente em diminuir, dividindo a pesadíssima

carga de trabalho e estresse dos principais de bordo: Comandantes chefes de

máquinas, imediatos e primeiros oficiais de máquina.

Depois a idéia foi se aperfeiçoando, aprofundando e comecei a imaginar que, se o

pessoal da administração de terra, sempre que inventasse uma nova tarefa,

faxina ou procedimento, para enviar para bordo, essa sem dúvida, teria que ser

estudada profundamente e ver se realmente valeria a pena ser adotada devido

aos custos de mão de obra, tempo disponível, necessidade técnicas e eficiência.

E preocupariam mais em eliminar as existentes. Não como é hoje, alguém,

qualquer setor de terra, acha que deve inserir alguma coisa nova a bordo. Este

simplesmente manda um e-mail para bordo e diz, a partir de hoje quero que faça

isso, mais isso, aquilo e, mais esses, mais aqueles outros e etc.etc... Com cartão

de ponto, Isso não seria aceito nem possível, pois envolveria custos de mão de

obra a bordo. E, mesmo se esse processo chegasse a bordo já ia vir totalmente

16

Page 18: Cartão de ponto verdadeiro

enxuto, eliminando outros já existentes. Assim, com o passar dos meses teríamos

uma máquina enxuta.

Nesse meio tempo passei também por uma situação muito chata, entre muitas

outras. Situação essa que é certeza, vivenciada diariamente, em outros lugares,

navios,numa empresa de muitos navios. Precisava fazer uma manutenção no

guindaste de BB, no navio que estava embarcado (N/T Diva). Essa manutenção

era na segurança do mesmo e só poderia ser feita com o eletricista juntamente

com o 1om. Em fim, todos sabem que eletricista trabalha 07:00 às 16:00 h menos

sábados domingos e feriados. E todos sabem também que o 1om assume a

condição de 2om e toda manutenção e operação no seu horário e fora dele entre

outras atribuições do dia a dia e a todo o momento aparece um imprevisto. E que

não folga sábados, domingos e feriados. Sabem também que essa classe de

navios opera às vezes mais de dois portos na semana. Em fim, não consegui

executar a manutenção naquela semana, pois todas as vezes que acabava as

minhas prioridades já eram mais de 17:00 h. Sem contar que depois das 16:00

sempre aparece um imprevisto e principalmente com o navio no porto. Essa falta

de tempo, por não fazer essa manutenção causou uma grande avaria nesse

guindaste que ficou meses sem operar, fora os prejuízos materiais.

Agora, se houvesse uma disposição, uma motivação específica, desse eletricista,

uma compensação para trabalhar depois do horário, 01 hora que fosse, ou

mesmo no dia de sua folga, com certeza esse me cercaria, me cobraria, depois

do meu horário e do dele ou no final de semana para executar a tarefa, com

prazer e satisfação, antes do sinistro. Pois navio no porto, na sua folga, mais do

que justo passar esse período, de descanso, em terra. Agora segundo acontece

hoje, o chefe de seção tem que chegar ao indivíduo e dizer: Não tem folga, a

empresa é muito deficiente e precisa que trabalhem de graça para suprir as

necessidades do navio. Por favor, não baixem terra fiquem a bordo e quando eu

achar que vocês podem ir vocês vão. Mas que fique bem claro que na sua folga

aqui no porto você não vai baixar terra. Há tem outra, agora no final do mês não

lance aquelas horas que trabalhou no final de semana e depois do horário se não

o comandante não assina. Fechado? Já imaginou com que boa vontade essa

tarefa vai ser executada? Se for executada ou se esse tripulante não arranjar um

17

Page 19: Cartão de ponto verdadeiro

problema insolúvel em terra ou simplesmente ignorar a ordem do chefe. Agora

esse tripulante pode ser “negro” ou “índio”. (esta não é uma observação racista,

mas histórica, sou mestiço de branco, negro e índio com muito orgulho, sou

brasileiro)

Hoje, na empresa, referindo-me a contagem das horas trabalhadas, acredito,

pensando subjetivamente que esse problema crônico de mão de obra e

rotatividade está, e muito, atrelado ao não acompanhamento da era tecnológica

que avança com uma rapidez extraordinária que atua em toda vida sócio-cultural

dos tripulantes. Essa tecnologia afeta principalmente a mente dos que estão na

faixa dos 30 anos que nasceram, em outra época, e passaram a infância

oporerando computadores e antes dos dez anos introduzindo seus pais na

informática. Essas transformações forçaram as empresas a se adequarem para

se manterem no mercado. Precisamos mudar e acompanhar o mundo, os oficiais

precisam de uma moeda de troca para incentivar os subalternos. Aí tenho que

concordar com Carmo.

A convicção no crescimento ilimitado, na imortalidade da empresa, a

confiança no passado e o “conforto do mercado” consolidado levaram

muitas das grandes empresas a correr o risco de sumir do mapa como

os pré-históricos dinossauros. “Muitos preferiram continuar a fabricar e

vender o mesmo produto de sempre” (Carmo, 1998, p.58)

Visualizo alguém agora, atrás de uma mesa, no escritório da empresa, que não

está vivenciado a realidade de bordo há muitos anos, dizendo: Poderia ter feito

isso, aquilo, aquele outro. Aí eu colocaria esse assim, aquele assado, segundo

fulano de tal se fizer isso, mais aquilo e seguir aquela prioridade assado, você

com certeza, Eu, Eu, Eu... Etc, etc. O importante que essa condição de uma

satisfação de executar tarefas após o horário convencional levaria a empresa a

ter um lucro incalculável visto que muitos sinistros e paradas “inesperadas” com

certeza não ocorreriam. Hoje só se consegue a união e o trabalho fora do horário

na condição de pegou desce quase todo mundo. Os chefes de seção esperam

essa condição para executar tarefas fora de horário convencional. Assim o navio

para e ninguém discute ou mostra a legislação trabalhista e o acordo coletivo aos

18

Page 20: Cartão de ponto verdadeiro

seus superiores. Mas isso muitas vezes é fatal, fora de hora e extremamente

prejudicial à saúde da empresa.”Pois aquele momento pode não ser o momento”

Por isso, devido a esta falha podemos ver os chefes de seção trabalhando

normalmente 90 horas semanais como se fosse algo muito normal.

Acredito que o nosso recalque, tem a ver muito com a falta de capacidade de

executar muitas tarefas ao mesmo tempo. E não ter o controle real dos

subalternos. É como se fosse comprar fiado da venda da esquina da dona

Mariquinha e ela já ciente que não iria receber, podem vender ou não. A bordo, se

fossem consultados, esses, tripulantes seriam unânimes em responder que não

cumprem 90%do que é cobrado e não fazem 50% do que é necessário.

O cartão de ponto é um artifício, sutil, simples, subjetivo e eficiente de repassar e

dividir o montante de tarefas e responsabilidades que aumentaram

consideravelmente nos últimos 10 anos não apenas em virtude da diminuição de

profissionais no cartão de lotação, mas devido à fabulosa adição de

responsabilidades e a novas normas nacionais e internacionais, e os inventados

pela empresa, bem como procedimentos novos que constantemente aumentam

consideravelmente o montante de faxinas a bordo. Sem levar em conta a idade

avançada de nossos navios.

Aplicamos hoje a bordo uma série de procedimentos e afazeres que deram certo

em outros países, outros séculos e não levando em consideração a diversidade

cultural do trabalhador brasileiro e a condição operacional de cada tipo de navio,

no caso, os petroleiros. O trabalhador brasileiro que, apesar dessa diversidade, é

extremamente criativo e “quase indisciplinado” no que diz respeito a cumprir

horário de boa vontade. Faz-me lembrar a incapacidade que o português teve em

escravizar o índio. Conseguiu com o negro, e não com o índio (a condição atual

de se trabalhar depois do horário sem compensação uns aceitam, sem problemas

e outros não) O ser humano por si só evolui e com isso não adianta insistir em

procedimentos, no que diz respeito à hora trabalhada do trabalhador, de 300 ou

mais anos atrás.O que falta hoje é coragem para mudar e se atualizar e vontade

de trabalhar com criatividade.Ter visão do momento e do futuro. (VER ANEXO G)

È proibido pensar. É proibido criar, proibido mudar e “pena de morte” para quem

criticar. Infelizmente somos “condenados à morte” por sermos críticos e criativos.

19

Page 21: Cartão de ponto verdadeiro

Temos que aceitar idéias de pessoas que não conhecem o chão da fábrica e que

na realidade só copiam dos que já copiaram de outros. Lançam uma pesadíssima

carga de “pseudopensadores adaptados”. O cartão de ponto assimila a nossa

cultura de povo criativo. O pensamento crítico serve para adaptar idéias.

Tínhamos que saber, poder conversar, interagir com diretores, gerentes,

coordenadores chefes em geral com a base da pirâmide. Não fingir que isso

acontece e colocar no papel. Aceitar opiniões, ouvir.

20

Page 22: Cartão de ponto verdadeiro

3. INTRODUÇÃO

3.1 OS RISCOS DE SUGERIR, CRIAR E TENTAR MELHORAR.

(VER ANEXO B,C e L)

No ano de 2004, embarcado no n/t Itajubá, confeccionei um projeto, com o apoio

da tripulação, sobre o absurdo e o perigo de um paiol de produtos químicos ser

transferido para tão longe do seu local de uso, ou seja: Retirado da popa e

transferido para a proa do navio.São “bombonas” de mais de 20 Kg que são

levadas e trazidas, viajam muito desnecessariamente. Perde-se muito tempo.

Muito longe do seu local de uso, fora os lances de escadas. Sendo que o produto

que é recebido na popa, primeiro é armazenado temporariamente no convés,

seguidamente, quando possível, normalmente em viagem, vai para a proa para

ser guardado para depois retornar a popa para ser utilizado e se não usado

totalmente tem que retornar a proa novamente. Um atropelamento a um problema

simples de logística sendo que esse produto não era transportado por aviões,

caminhões, trens ou navios, mas sim por seres humanos que se acidentam e tem

coluna. Anteriormente era arriado diretamente do guindaste no local de

armazenamento. Sem qualquer stress, esforços humanos, perda de tempo ou

lances de escadas. Foi sem dúvida, um assassinato aos princípios básicos

da ergonomia. Se contabilizássemos as horas perdidas, inutilmente, somente

nesse procedimento veríamos o quanto trabalhávamos de graça, sem

necessidade. Assim jamais teria acontecido esta mudança. Nesse trabalho quase

perdi o meu emprego.Este é apenas um dos muitos exemplos de faxinas a bordo

que não se leva em conta à importância das horas trabalhada. Simplesmente

por não serem contabilizadas. (ANEXO B e C)

NR 17 – ERGONOMIA

17.1 Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

21

Page 23: Cartão de ponto verdadeiro

17.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e ás condições ambientais do posto de trabalho e á própria organização do trabalho.

17.1.2 Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme estabelecido nessa Norma Regulamentadora.

17.2.1 Levantamento, transporte e descarga individuais de materiais.

17.2.1.Para efeito desta norma regulamentadora:

17.2.1.1 Transporte manual de cargas designa todo o transporte no qual o peso da carga é suportado por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a posição da carga.

Saí, “a toque de caixa”, desse navio, e fui “encomendado” para outro navio, o n/t

Itaperuna, logo comecei a observar outro detalhe: A água. Dei início, nesse meu

impulso idiota, a analisar aqueles garrafões enormes subindo e descendo

escadas nas costas de alguns pobres coitados. Sabe-se que um navio tem suas

dimensões, escadas e dificuldades de acessos. Outro problema de “logística

interna”. (ANEXO L)

Comecei a confeccionar outro projeto, em forma de pesquisa científica,

consultando um pouco a Internet sobre a qualidade da água de bordo e o que

poderia ser feito para que o consumo fosse sem a aquisição dessas “bombonas”.

Fiquei surpreso em ver o material de bordo. Á água produzida a bordo, destilada,

tratada a base de ultravioleta e mineralizada com redes independentes. Podendo

também, como em navios de passageiros, com adaptações, receber água das

fontes minerais, a granel, em caminhão, caso ficasse, por algum motivo

impossibilitado de produzir. Na metade do trabalho, para ser enviado a empresa e

depois de escrever dez páginas sobre o assunto cheguei a conclusão que a água

de bordo com poucos melhoramentos e adaptações é mais segura e de melhor

qualidade que a que adquirimos no mercado. Este é outro problema simples de

logística fácil de ser resolvido, pois galões de 20 litros, que são levados e

trazidos, viajam muito. Mas, esses produtos não são transportados por aviões,

caminhões, trens ou navios, mas sim por seres humanos que se acidentam e tem

coluna. Essa “tese” eu mesmo tive o “prazer” de rasgar. Não posso a cada idéia

22

Page 24: Cartão de ponto verdadeiro

achar sempre que ninguém está preparado para ela. Por isso resolvi colocar no

papel uma outra estudada em cima das rotinas de bordo.

Não esquecendo que por estarmos no séc. XXI existem hoje uma infinidade de

equipamentos, super simples, que fazem o mesmo efeito e pode se instalado no

local de uso como corredores cozinhas e praça de máquinas de fácil aquisição no

mercado. São tantos equipamentos, que basta olhar na Internet para se ver o a

nossa falta de informação e vontade de melhorar as condições de bordo. Esses

equipamentos são muito baratos, purifica 99% de uma água que já é de excelente

qualidade.

Assim, analiso outro problema: Cartão de ponto, ou melhor, computação de

horas trabalhadas relacionadas a tarefas executadas. Em cima de um trabalho de

interação entre os tripulantes no que diz respeito às responsabilidades de tarefas.

O cartão de ponto é o maior aliado aos princípios da ergonomia já que

temos poucas razões práticas para colocá-la em uso. Espero não desagradar

ninguém, principalmente autoridades.

Mas, felizmente, em palestras na implementação do manual técnico tive a feliz

notícia, através do cmt. Rahman, (Isto foi no início de 2006) que já está sendo

providenciado o recebimento de óleo lubrificante a granel ao invés de tambores

de 200 litros. É bom sentir a chegada do novo século. Já tive o desprazer de

passar dias e dias, várias vezes, com dores nas costas depois de receber e

arrumar esses tambores no convés. Sem contar o tempo em horas perdido para a

transferência que nunca são menos que 03 dias de árduo trabalho entre manbras,

preparação e execução.

E não fica por aí, esses tambores armazenados no convés normalmente dezenas

e algumas vezes mais de duzentos tem que ser inspecionado diariamente e

sempre tem um vazando, e agora? Achar esse tambor em meio a dezenas aja

coluna meu amigo e tempo gasto desnecessariamente, que poderia ser aplicado

em outras fainas mais úteis. Não excluindo das faina, é claro, a nossa coluna.

Fora movimentar todos eles para fazer a limpeza do óleo no piso. Só com essa

sábia decisão, de receber esses tambores a granel, podemos ganhar em média

05 dias, no mínimo, de trabalho de um ou mais tripulantes, que vão ser aplicado

em outras fainas. Quem sabe uma manutenção que venha a evitar um acidente

23

Page 25: Cartão de ponto verdadeiro

ou incidente. Deus abençoe o autor dessa façanha. Porque normalmente as

nossas autoridades, os que decidem, o máximo que eles empurraram foram

carrinho de compras em supermercados.

3.2 ENTENDIMENTO DA SATISFAÇÃO DO SENTIMENTO DE TROCA

Para que entendam o âmago desse trabalho, queria citar um exemplo

interessante de um amigo:

Estava eu, no porto, na cidade de Cabedelo, encontrei o eletricista Sr. Walfredo e

sua simpática esposa, começamos a conversar, tomando uma água de coco.

Falei-lhe do meu projeto sobre cartão de ponto. Ele também tinha um muito

interessante. Que com certeza será colocada em prática no futuro ou, quem sabe

já até tenha iniciado em algum país do nosso ocidente.

Eletrowal, como gosta de ser chamado, filho dessas autoridades que administra

presídios, criado conhecendo o que ocorre no meio, sendo assunto na mesa do

café, almoço e jantar o cotidiano de presidiários. Adorei a sua idéia, sobre uma

nova estrutura de presídio que no futuro, será talvez a maneira mais eficiente de

um criminoso pagar sua dívida com a sociedade e ser aceito novamente com

honra e dignidade no nosso meio. Achei genial.

Em sua teoria, primeiro o presidiário ia ter que se candidatar para a importante

função que irá exercer. A pessoa tem que estar habilitada em todos os sentidos.

Fisicamente saudável e preferencialmente jovem e, como em qualquer concurso,

ter qualidades no que é exigido. Com certeza a procura vai ser bem maior que a

oferta. O que não quer dizer que o indivíduo idoso não possa concorrer a essa

vaga. Segundo ele, os criminosos preferencialmente mais perigosos. Desses

crimes que onera a sociedade tais como crimes de morte, crimes de estupro,

danos ao patrimônio público, etc.

Uma pessoa condenada a mais de trinta anos de reclusão, segundo Sr. walfredo,

Eu particularmente dez anos já poderia participar. Teria uma maneira mais justa

de pagar a dívida com a sociedade. Eu, Sr. Walfredo e outros sabemos que a

prisão não deve continuar nos moldes de 200, 800, 1600 anos atrás, pois

24

Page 26: Cartão de ponto verdadeiro

estamos no séc. XXI. Hoje com todo esse desenvolvimento tecnológico não se

justifica o estilo masmorra para pagar os crimes. Assim, não se paga uma dívida,

fica-se, a vida inteira somente dando despesas para o estado, sofrendo, se

tornando um criminoso pior que antes e consumindo os impostos que poderia ser

aplicado em outras áreas. Acredito que as despesas com 01 presidiário dariam

para formar uns dois ou três homens de bem. Na cadeia, o homem não é

recuperado e nem paga a sua dívida para com a sociedade. Sai pior do que

entrou. Eu, como muitos e o próprio Sr. Walfredo, não aceito a pena de morte.

Pelo contrário.

Segundo a doutrina do meu colega de trabalho, o presidiário (a), que tivesse o

privilégio de ser aceita para participar, nesse programa de pagamento de dívida

com a sociedade, receberia incontáveis benefícios. Primeiro mudaria para um

lugar muito melhor. Como se fosse um hotel 04 estrelas. Piscinas, saunas,

apartamentos individuais com ar condicionado, telefone e TV a cabo. Alimentação

balanceada com acompanhamento de nutricionista. Assistência médico-

psiquiátrica da melhor qualidade. É claro que no local onde o indivíduo estivesse

funcionaria um hospital de primeiro mundo com todas as aparelhagens

necessárias para qualquer tipo de intervenção de emergência. Visitas íntimas à

vontade. Seria um presidiário, ou presidiária, só que não teria condições e nem

vontade de fugir deste paraíso. O importante é que o governo não investiria

nenhum centavo. Tudo veria de empresas privadas interessadas, como parte do

serviço social e apoio a comunidade. Essa condição além de tudo geraria muitos

tipos de empregos. Vamos colocar por colônias milhares de detento.A vida não

seria muito ociosa, pois a comunidade do local promoveria bailes, vários tipos de

festas, show’s de artistas famosos tudo promovido por empresas interessadas. O

governo só entrava no final dando uma pensão vitalícia de 01 salário mínimo até o

final de sua vida, quando saísse da colônia é claro. Para não ficar tão ocioso

poderia trabalhar no próprio local, se quisesse. Não seria obrigado porque teria

biblioteca, local de acesso à Internet, o próprio hospital, no luxuoso serviço de

hotelaria etc. Tudo um complemento de clube social como um hotel.

Quero que entendam que ele não vai estar ali obrigado, disputou muito e pediu

par a ir pra esse local.

25

Page 27: Cartão de ponto verdadeiro

Bem, o indivíduo é criminoso e condenado e tem uma dívida com a sociedade, e

está ali para pagar e restituir o dinheiro ou vida que retirou. Então como a pena é

longa normalmente, aproximadamente 30 anos e o individuo é, normalmente,

jovem ele vai começar a abater a dívida no moderníssimo hospital universitário do

campus onde está internado. Lá, no campus, vai ficar aguardando alguém

geneticamente compatível para iniciar os transplantes. Lembro que estamos no

séc. XXI, dependendo da pena, por exemplo. Transplante de fígado abate 05

anos da pena, transplante de rins 04 anos, córnea 07 anos, medula óssea 06

anos. Se ele foi condenado há 30 anos só aí já pagou 22 anos. Sendo que nesse

período que passou no campus foram de 03 anos aguardando pessoas

compatíveis, já são mais 03 anos, aí agora 25 anos. Devido ao fato de em cada

02 meses ter doado sangue são 06 doações por ano, 03 anos, 18 doação aí já se

abateram mais 18 meses. Um ano e meio. Somaram 26,5 anos. Também, quando

possível, participou de trabalhos voluntários diversos que seriam também

computados no tempo. Como muitos teriam profissões e conhecimentos diversos

em talentos, incluíram também trabalhos comunitários. Como grandes

laboratórios seriam benevolentes contribuintes, participou de pesquisas, nesse

período, sobre novas drogas que serão introduzidas no mercado dando condição

de completar 30 anos em apenas três ou menos.

Assim o nosso amigo criminoso, pagou a sua dívida e vai conviver com a

sociedade como um herói e não como um renegado. E terá assistência médica

grátis, no hospital universitário para ele e sua família para o resto da vida que com

certeza será longa e respeitosa. No futuro bem próximo alguém vai ler este

projeto, preferencialmente alunos de faculdades defendendo teses, e vai ver o

nome da nossa empresa como uma das colaboradoras, como funcionários

voluntários e patrocinadores.

Veja bem, a princípio, não ia ser qualquer um que poderia entrar para esse

processo de recuperação voluntário. Esse tipo de recuperação verdadeira o

indivíduo vai passar infinitamente menos tempo enclausurado. Logo estaria solto.

Por isso a disputa para entrar para o plano e, depois de solto receberia uma

pensão do estado de 01 salário mínimo perpetuamente. Já um homem ou mulher

com sua dívida paga perante a sociedade dos males que causara no passado.

26

Page 28: Cartão de ponto verdadeiro

Essas pessoas ao sair da clausura, seriam com certeza, respeitadas, não seriam

discriminadas e teriam o agradecimento da sociedade.

Bem, foi assim que Sr. Walfredo me contou a sua tese, antes e durante a sua

descrição do campus, apressei-o para que me contasse como seria o molde

desse novo presídio Quando, calmamente ele começou a descrever as

mordomias dos presidiários, pensei: cara de pau, deve ter algum bandido ou

assassino na família ou ser um desses defensores de direitos humanos de

bandido. Que pensa que é o nosso dinheiro? Que governo permitiria um absurdo

desses? Como reagiria a população? Etc.

Agora, não tem nada a ver essa estória com a instalação de cartão de ponto a

bordo de navios da empresa? Engano, o que eu quero provar é que alguns que

eu comento já me disseram, ta doido, vão querer te matar, impossível, não tem

como executar isso a bordo, o sindicato não vai aceitar, vai gastar muito, vai isso

vai aquilo foi o meu pensamento quando o eletricista walfredo começou a

descrever sua idéia numa praça na cidade de Cabedelo.

Este episódio, atualmente fictício, tem muito a ver com o que vou relatar. A

condição da masmorra não recupera ninguém tem que ser algo moderno. Temos

tecnologia e estamos no séc. XXI. Hoje a sociedade cobra mais pelos nossos

erros

As leis vão ter que mudar e os métodos de recuperação também. Veja, já estou

falando de mudança.

Vejam que a legislação para modernização no que diz respeito à navegação,

aquaviários, meio ambiente e multas para crimes ambientais já estão antecipando

o século XXII e nesse caso, horas trabalhadas e comportamentos no trabalho,

ainda nos arrastamos no século retrasado ou anterior. Essa diferença pode ser

fatal.

No nosso caso, não podemos dizer antes tarde do que nunca, pois podemos

nossa empresa, ser condenados à morte (não é o caso do bandido).

O bandido os direitos humanos defende. No nosso caso, como empresa, o seu

equivalente nos detona.

27

Page 29: Cartão de ponto verdadeiro

O método de masmorra pode esperar mais uns 100 anos, até lá a humanidade

pode ter sido condenada.

É motivo de satisfação só em saber que a coisa tem solução, imagine

executando?

Hoje tanto para ser oficial quanto para ser membro da guarnição ninguém vem

para a profissão obrigado, vem através de um concurso concorrendo com 30, 40

ou mais candidatos por vaga. Vem porque é uma boa opção de emprego e vai ser

recompensado.

Então não tem o porquê de reclamar, vai sair do seu período de embarque e

gozar um bom período em casa.

Não se pode esperar só as leis e condições para se beneficiar. O homem busca

muitos direitos, e os deveres? Temos que estar ciente da sobrevivência da

empresa para que exista mercado de trabalho. Esta é uma boa concepção para o

novo século.

Agora para entende melhor, na verdade, a condição do bandido e da sociedade

estaria resolvida, sem cobranças, sem stress, todo mundo ficaria feliz, inclusive a

família do infeliz que cometeu o crime e o que sofreu. Tanto também o povo em

frente a tanta corrupção e impunidade. Tudo devido a um único sentimento: O

sentimento de troca. É isso que estou propondo é que cada um sinta, veja e

entenda o sentimento de troca. A cada momento o indivíduo é lembrado que não

está fazendo nada, por favor, está dando alguma coisa e recebendo outra. Às

vezes tenho a impressão, a bordo, que alguns pensam que estão fazendo um

grande favor à empresa só estando embarcado e que os benefícios que recebem

não são nada. Esta é a proposta: a satisfação através da lembrança do

sentimento de troca. A cada momento o indivíduo tem de lembrar,

principalmente nas horas de cansaço e indisposição que a sua estadia aqui não é

de amostra grátis.A gerência de não tem que ficar se preocupando com esses

complicadíssimos detalhes humanos. Uma máquina pode fazer isso. (ANEXOS

B,C e G)

Outra é a conscientização também da empresa da quantidade absurda de

tarefas inúteis que são executadas sem necessidade. Começar a criar condições

28

Page 30: Cartão de ponto verdadeiro

em que principalmente os novos navios sejam construídos ou adaptados através

de estudos de “logística interna” e princípios ergonômicos a fim de diminuir a

quantidade de fainas com esforços físicos, mentais e repetitivos

desnecessariamente ou mesmo mudar em navios existentes como exemplos

citados acima de produtos químicos, água e burocracia inútil e repetitiva. Com a

finalidade de diminuir o stress e os problemas físicos de saúde e acidentes. Na

computação da hora trabalhada, isso se resolveria naturalmente. Acredito que até

a burocracia inútil que acumula as principais funções e melhor remunerada a

bordo seria diminuída, pois em função dessa burocracia inútil ficamos carentes na

maior parte do tempo dessa mão de obra que é um somatório incontável de

experiência que é impedido de ser utilizado em função da burocracia. Ver-se-ia

que para essa remuneração era incompatível essa burocracia. O que valeria cada

hora para referida tarefa.

3.3 A SATISFAÇÃO PELO SENTIMENTO DE TROCA É A “MOTIVAÇÃO”. OU

SEJA, A MOTIVAÇÃO ESPECÍFICA NO TRABALHO, NAS EXECUÇÕES DE

TAREFAS, A MOTIVAÇÃO REAL E PRODUTIVA.

Citei acima o exemplo do presídio a fim de aprofundar, ir ao âmago, o

entendimento de que é diferente certa motivação. Tudo também é uma questão

de cultura. O nosso trabalho a bordo difere de qualquer trabalho em qualquer

empresa ou lugar. Esta motivação é especifica no momento da execução de

tarefas.

Se fossemos buscar na história do mundo ou mesmo da marinha em geral

mercante ou de guerra verificaríamos, pelo outro lado, o divisor do mundo através

da importância da tomada de Constantinopla quando o caminho foi marcado e de

importância no mundo devido a esse efeito de troca.

Já existe um grande investimento na empresa em função da satisfação de o

indivíduo permanecer no ambiente de trabalho com menos stress: Sky, passar e

receber e-mail, DVDs, livros, sala de musculação entre outros. Mas agora eu me

refiro à situação da satisfação específica no momento em que o profissional está

29

Page 31: Cartão de ponto verdadeiro

trabalhando, ou seja, executando tarefas e principalmente fora do horário normal

do trabalho. Esse estado do organismo humano em que o seu horário não vai

terminar naquele pré-estabelecido e o mesmo terá a satisfação específica de dar

uma esticadela para fechar um trabalho importante ou mesmo coragem e

disposição para abrir uma frente mais importante ainda que venha no futuro evitar

um acidente ou incidente.(ANEXOS I e J)

... O organismo humano permanece em estado de equilíbrio

psicológico (equilíbrio de forças psicológicas, segundo Lewin), até que

um estímulo o rompa e crie necessidades. Essa necessidade provoca

um estado de tensão em substituição ao anterior estado de equilíbrio. A

tensão conduz a comportamento ou ação capazes de atingir alguma

forma de satisfação daquela necessidade. Se satisfeita a necessidade, o

organismo retorna ao seu estado de equilíbrio inicial, até que outro

estímulo sobrevenha. Toda satisfação é basicamente uma liberação de

tensão, uma descarga tensional que permite o retomo ao estímulo

anterior. Chiavenato (1983, p.121) – Este é um conceito de ciclo

motivacional.

A motivação específica que procuro não é aquela em que o trabalho está

pedindo e o indivíduo quer largar tudo para ir para terra, ver sky, tomar sua

cervejinha, passar e-mail ou mesmo correr para sala de musculação é aquela que

o trabalho vai ser feito até o final e a compensação vai ser real e

maior.Principalmente sem estressar ninguém ou a administração de bordo e de

terra.

Busco nesse contexto a satisfação em executar tarefas, fazer trabalho com

prazer, satisfação, ter iniciativa de abrir frentes, produzir e tudo isso está na

elaboração simples da contagem da hora trabalhada (e retribuídas). Abrir a mente

de todos, não apenas dos oficiais para que a criatividade floresça e a coisa flua

com naturalidade e prazer.

30

Page 32: Cartão de ponto verdadeiro

4. CARTÃO DE PONTO

4.1 CONDIÇÃO ATUAL E AS MUDANÇAS

Sem dúvida alguma, as melhorias sociais, dentro da nossa empresa, foram muito

além das expectativas nos poucos anos de existência. Quem viveu os últimos

vinte anos, de marinha mercante, sabe de que me refiro. Hoje temos o regime

4x2, podemos passar e receber e-mails a bordo, Sky, plano de saúde de

qualidade, aposentadoria privada, o décimo quarto salário referente às férias,

participação nos lucros significativa, ouvidoria, melhor comportamento na

gerência de bordo com relação aos demais tripulantes, assistência à creche,

ensino fundamental, multa pelo atraso do desembarque, enfim, muitas outras

vantagens que uma grande empresa pode oferecer a seus funcionários. Podemos

assim dizer que num espaço curto de tempo, entramos com o pé direito no novo

século. Mas, ficou uma lacuna que deve; O mais urgente possível ser retificada.

No que diz respeito às horas trabalhadas e o comportamento da empresa e

tripulante nesse sentido.

Hoje precisamos mudar e nos atualizar. Viver de acordo com que o mundo cobra.

Na área de RH, referente à contagem de horas, nos navios petroleiros, precisa

vivenciar um “processo de reengenharia” (ver cap 4.2) e mesmo criar um clima

de que nos conscientizemos verdadeiramente do grau de importância e da

gravidade de se trabalhar, hoje, em navios petroleiros. Essa mudança consiste

em buscar a transparência na realidade vivida a bordo sendo que, assim teremos

de sair dos séculos XVIII e XIX, não passar pelo séc. XX, mas, saltar para o XXI

já almejando as condições do século XXII. Viver realmente os nossos mundos

modernos, novos e transparentes no controle de horas trabalhadas e do trabalho

dos tripulantes.

É necessário criar um clima, uma condição em que devemos saber o que

realmente estamos fazendo em um navio petroleiro. Não inventemos formulas

abstratas para inglês ver e, sim, formulas verídicas para a nossa sobrevivência

não apenas na nossa empresa, mas, no futuro da humanidade e a condição de

31

Page 33: Cartão de ponto verdadeiro

emprego de cada um de nós. Dar uma condição de satisfação recíproca em

que empresa e os funcionários saiam ganhando.

Tenho em mente, inicialmente, a insatisfação e a satisfação do ser humano.

O comportamento e o sentimento do homem ou mulher que trabalha. E, de como

sempre funcionou o mercado, desde a antiguidade. O sentimento de troca.

Este tipo cartão de ponto, que proponho, não apenas contabiliza horas normais,

horas depois do horário convencional, extras ou especiais, controla e verifica a

vida do indivíduo que vive no navio petroleiro. Controle severo e rigoroso em

todos os passos e procedimentos é o que pede hoje o mundo em guerra contra o

terrorismo e acidentes ambientais. Além disso, alerta a empresa e administração

de bordo sobre o montante de tarefas inúteis e mesmo a verificação de tarefas

compatíveis com a função e o salário. Como exemplo aquelas burocracias inúteis

e repetitivas, demoradas, dos chefes de seção. E muitas outras que poderiam ser

executadas pelas agências em terra. (ANEXO G)

O controle do comportamento, do dia a dia do tripulante nos leva a evitar muitos

aborrecimentos futuros. Com certeza, sabemos que esses acidentes e incidentes

são causados direta ou indiretamente devido a erros humanos. Ou pelo erro direto

propriamente ou indireto quando deixamos por vários motivos de fazer um

procedimento e principalmente uma manutenção, no momento que o nosso

horário está acabando. Se tivéssemos o incentivo, em um efeito psicológico de

satisfação, de dar uma esticadela a mais ou mesmo um motivo para tal. Quem

sabe teríamos menos problemas? Colocar todo um controle nas mãos dos

gerentes de bordo que já carrega uma pesadíssima carga de afazeres e já não

tem tantos poderes como no séc. retrasado em que o comandante tinha poderes

ilimitados devido à falta de comunicação com as sedes. Quando em séculos

anteriores o poder de mando e decisão de um comandante balançava em

algumas chibatadas, preso a ferros ou mesmo a condenação à morte. A

autoridade do comandante era inquestionável principalmente que os tripulantes

não tinham a quantidade de direitos que se tem hoje. Naquela época eles,

estavam sempre em guerra e hoje, a moda século XXI, também estamos em

guerra. Uma guerra talvez pior e muito mais complexa do que a daquela época.

Mas, hoje tanto a guerra quanto às armas, são outras. Também os motivos.

32

Page 34: Cartão de ponto verdadeiro

A escravidão não tinha acabado na Marinha: a Revolta da Chibata

Um tiro de canhão interrompe a encenação da ópera Tanhãuser, do alemão Richard Wagner, no Rio de Janeiro. Centenas de espectadores que estavam presentes no teatro para homenagear o presidente da República recém empossado, o marechal Hermes da Fonseca, saem do mundo da fantasia wagneriano e voltam para a crua realidade brasileira.

Era a noite de 22 de novembro de 1910 quando 2.400 marinheiros, liderados por João Cândido, chamado pela imprensa de Almirante Negro, tomaram os quatro maiores navios da Marinha brasileira e ameaçaram bombardear a capital federal caso o governo não atendesse a suas reivindicações: "nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá, queremos reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos semelhantes."

De fato, eram castigos desumanos, dolorosos. A chibata constituiu-se de uma corda de linho, de tamanho médio, atravessada de pequenas agulhas de aço; ao ser punido, o marinheiro ficava algemado à balaustrada do navio, nu da cintura para cima. O bolo era o castigo físico aplicado nas mãos dos marinheiros, como a palmatória.

Após a proclamação da república, adotou-se um novo código disciplinar na Marinha, que agravou ainda mais as penas aplicadas aos marinheiros. Faltas consideradas leves eram punidas com prisão em solitária, a pão e água, por três dias. Se houvesse reincidência, o marinheiro ficaria preso por seis dias. Caso o marinheiro cometesse falta considerada grave, receberia no mínimo 25 chibatadas. E as punições cresciam a bel-prazer do oficial.

A revolta teve início quando a tripulação do navio Minas Gerais presenciou a punição, com 250 chibatadas, do marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes. Marcelino desmaiou durante a aplicação do castigo, mas as chibatadas continuaram até atingir 250.

Os marinheiros exigiam a anistia, isto é, não seriam punidos por terem se rebelado. Dois dias após o início da rebelião, em 24 de novembro, o Congresso Nacional, ficou acertado que os rebelados não receberiam punição e que a chibata seria abolida dos castigos. Os marinheiros, ao tomar conhecimento da aprovação do projeto de anistia, telegrafaram para o governo notificando que a revolta tinha terminado e aguardavam o retorno dos oficiais da Marinha aos navios.

Quatro dias depois, em 28 de novembro, o governo publicou um decreto autorizando "a baixa, por exclusão, das praças do Corpo de Marinheiros Nacionais, cuja permanência se tornar inconveniente à disciplina". O governo descumpria assim o acordo firmado em 24 de novembro, e vários marinheiros foram presos.

Corriam boatos de que haveria outra revolta. De fato, no dia 10 de dezembro, na Ilha das Cobras, na Baía de Guanabara, explodiu uma nova rebelião. Para alguns, o movimento tinha sido estimulado pela própria Marinha, para justificar a repressão contra os marinheiros. A Marinha, com o apoio do Exército bombardeou a ilha, obrigando os rebeldes à rendição. Centenas de marinheiros morreram e muitos foram aprisionados. João Cândido ficou detido numa cela subterrânea com outros dezessete marinheiros.

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Page 35: Cartão de ponto verdadeiro

Considerado louco pelos médicos da Marinha, João Cândido permaneceu dezoito meses internado no hospício. Foi julgado e inocentado. Passou a viver de biscates e morreu com quase 90 anos, em 6 de dezembro de 1969, no Rio de Janeiro.

Outros trezentos marinheiros foram presos e mandados para a Amazônia. Na viagem, diversos marinheiros que tinham se destacado na rebelião foram fuzilados. Após 31 dias no porão do navio, sem verem a luz do sol, os sobreviventes desembarcaram: "eram fisionomias esguedelhadas, mortas de fome, esqueléticas e nuas. As roupas esfarrapadas deixavam ver todo o corpo".

Por George Lins de Cunha

“Outro viajante deixou-nos um relato de um caso de indisciplina e a punição exemplar sofrida por um marinheiro. Hill, um dos tripulantes mais velhos do navio, falava em voz alta na proa, talvez sob efeito da bebida, quando foi repreendido pelo capitão, que o chamou à popa e o passou-lhe a carraspana”:

- Vê se te cala agora, filho de tal por qual.

- Não sou filho de tal por qual, senhor.

- Ponha-lhe a algema, Mr. Libby - disse ao primeiro oficial, que procedeu de acordo.

É quase certo que o adjetivo usado pelo capitão ao se referir ao velho marinheiro tenha sido um pouco mais pesado do que o anotado por Samuel Arnold, o viajante em questão. De todo modo, além da prisão até a manhã seguinte, o castigo incluiu o corte do gug pelo resto da viagem

O tratamento rude dispensado pelos oficiais à equipagem era ainda pior quando se dirigia aos marinheiros no grau mais baixo da hierarquia. A violência parecia fazer parte da linguagem da disciplina, a julgar pelo relato de Manet sobre situações vividas a bordo: os quatro grumetes e os dois aprendizes do navio eram tratados a socos e pontapés pelo comissário, "um negro brutal, [que] dava-lhes surras tremendas, por qualquer desobediência, segundo era uso na marinha (...). Esses métodos tornavam os garotos incrivelmente disciplinados".

Revista Brasileira de história

Cultura marítima: marinheiros e escravos no navio negreiro para o Brasil (séc. XVII e XIX), Vol. 19, n38 – São Paulo – 1999. Referente a navio mercante no séc. XVIII. Jaime Rodrigues, Doutorando UNICAMP

1808

“O Congresso dos Estados Unidos aprovou leis subseqüentes de embargo, para cobrir brechas legais na legislação original. A Lei de Execução (Enforcement Act) (9 de janeiro de 1809) aumentou as punições para os casos de não-cumprimento da lei, mas não conseguiu impedir os ataques franceses e britânicos aos navios mercantes dos Estados Unidos que transportavam produtos para a Europa.

CRONOLOGIA DAS AÇÕES COMERCIAIS DOS ESTADOS UNIDOS COM RELAÇÃO À POLÍTICA EXTERNA

Perspectívas Econômicas

Revista Eletrônica da USIA Vol. 2, Nº 4, Setembro de 1997

34

Page 36: Cartão de ponto verdadeiro

Realmente estamos em guerra não apenas contra nós mesmos, contra o terrorismo e contra o fantasma da poluição. Também estamos em guerra contra corporações poderosíssimas que adoraria nos ver na lona para tomar o nosso lugar no mundo. Então, nada é tão absurdo, que possa fazer, em clima de guerra, de tomarmos medidas enérgicas para proteger e manter esse imenso patrimônio que pertence ao povo Brasileiro.

Nos EUA, um povo extremamente patriota, o projeto e a fabricação da bomba atômica reuniu um numeroso exército de centenas de trabalhadores civis e militares, com um controle muito rigoroso de pessoal. Naquela época deu certo, porque hoje não conseguimos?”

4.2 A REENGENHARIA E “O PROCESSO DE REENGENHARIA”

A intenção acima não foi citar uma reengenharia, propriamente dita, por isso

coloquei entre aspas: “o processo de reengenharia”. A reengenharia é um

procedimento muito sério aplicado às empresas que da mesma maneira gerou

muitos benefícios, gerou muito desemprego e doenças ocupacionais. Coloquei

entre aspas porque tem de ser feito com muito conhecimento, muito específico e

com muita astúcia porque envolve cultura de séculos além de envolver pessoas

com mais de 40 anos e tempo de empresa. Essa reengenharia específica é como

a aplicação de um antibiótico específico a um vírus ou bactéria específica depois

de esse ser detectado através de exames específicos. Sei que é uma mudança

profunda e radical especificamente a horas trabalhadas. Uma reengenharia

adaptada, a nossa realidade e atualidade e, o termo é certo por ser uma mudança

radical e profunda.

“...A Aquisição e o desenvolvimento dos talentos certos para o negócio à medida que a empresa muda de estratégia, tecnologia e produtos exigem mais sagacidade, esperteza e planejamento de longo prazo do que qualquer outro esforço da empresa. Normalmente, as empresas conseguem substituir ou reconstruir tecnologia, instalações físicas, produtos, mercados ou sistemas empresariais em três ou quatro anos. Mas quanto tempo leva para mudar a atitude de mil funcionários com idade média de, suponhamos, quarenta anos e com dez anos de casa? ( Skinner, 1997,p.9-10)”

A reengenharia verdadeira vem também para eliminar as funções repetitivas e

sobrepostas. Seu criador, Michael Hammer (1987), afirma que o que se queria na

realidade não era causar o desemprego, mas eliminar os trabalhos

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Page 37: Cartão de ponto verdadeiro

desnecessários. Mas na realidade não foi o que aconteceu. Em fim, a

reengenharia causou temores e insegurança nos funcionários.

Reengenharia, por exemplo, é um dos termos em voga no mundo empresarial desde o início da década de 90. Na gestão de empresas, significa questionamento e mudança radical de todas as certezas do passado empresarial. Trata-se de redesenhar de forma total as atividades de uma empresa, em busca de radicais melhorias de desempenho, eliminando funções repetitivas ou superpostas.Tudo é posto a baixo com a invenção e redefinição das atividades (Carmo, 1998, p.58).

Esse “processo de reengenharia” aplicada na contabilidade de horas trabalhadas

não é a específica criada por Michael Hammer (1987) que na realidade não surtiu

os efeitos esperados. E sim aquela do bom senso que inclui aperfeiçoamento

técnico dos que vão participar da nova modalidade produtiva do trabalho. Eu diria

uma contra engenharia com a aplicação da reengenharia específica no caso

específico das horas trabalhadas.

A reengenharia em si já foi aplicada na nossa empresa e os resultados estão aí

para todos verificarem. Não foi benéfico. E em alguns casos já estão tentando

voltar atrás.

“(...) é necessário aprender a questionar o óbvio, desafiar o comum, à procura de novas alternativas. Assim se poderá se desenvolver uma visão de futuro, novas formas de conquistá-los” e novas bases para decidir e agir” ( Motta,1999, p.72)

36

Page 38: Cartão de ponto verdadeiro

5. COMO SERIA O PONTO?

Esta é a chave da questão. Algo que já existe no mercado há muito tempo.

Inclusive em fazendas no interior do nordeste e portarias de prédios nas grandes

cidades.

O modelo ideal seria se a identificação fosse pelas digitais ou algo parecido

inviabilizando qualquer tipo de fraude. Tanto a saída de bordo como o regresso

seria desta forma. Quem sabe até em conjunto com os terminais da transpetro. E,

as replicações seriam dentro do sistema safenet ou similar com a ligação com a

sede em terra. Lembra-se que estamos falando de séc. XXI. Este sistema seria

de grande utilidade no ISPS code.

Bem, o ponto seria no momento identificado o tipo de hora que se cumpriria já

que um programa pré-estabelecido e não permitiria um tipo de hora fora de

padrões determinados pela empresa. Ou mesmo além de verbas pré-

estabelecidas Como, por exemplo, colocar horas extraordinárias ou horas

comuns;

Quando a condição do indivíduo, pelo programa só permitiria a condição de retém

ou repouso remunerado.

O ponto é totalmente informatizado podendo o indivíduo colocar, no mesmo, o

tipo de trabalho que está executando. Onde a empresa fica totalmente interada do

tipo de faina que está sendo executada, pois através do teclado do ponto o

tripulante, acompanha uma tela, coloca a faina que está sendo executada e o

programa pode aceitar ou não. Um simples exemplo: O tripulante trabalhou no

horário administrativo, suas fainas, ou faina já ficaram todas registradas no

sistema (registrada pelo próprio tripulante independente da função) já saiu de

serviço, agora solicita as cargas horárias de retém, ficando a bordo, cumprindo

2/3 e ganhando hora especial de stand by a 20% ou 40%, do valor da hora normal

E, naquele momento, surge uma faina nova ou de emergência a ser identificada

pelo tripulante no teclado do ponto (qualquer emergência, recebimento de óleo,

material, SMPEP ou paradas na carga por algum problema técnico). O programa

37

Page 39: Cartão de ponto verdadeiro

automaticamente muda o tipo de hora e o tripulante passa a ganhar hora normal a

partir daquele momento até terminar a faina

Em outro caso o navio em viagem terminaria o quarto ou expediente houvesse

uma faina para o bem da embarcação como, por exemplo, ampliar o tempo no

convés por duas horas ou uma manutenção importante na praça de máquinas.

Após prévia autorização dos chefes de seção que pela sua senha liberaria o

ponto especificando o tipo de serviço dentro do programa. Tudo teria o seu limite

O mestre ou primeiro oficial de máquinas teria autoridade para certo número de

horas, o chefe de máquinas e imediato por outros o comandante autorizaria e em

condições especiais apenas o executivo. Exceto é claro a rotina dos reténs e

outras que por ventura possam ser criadas e aperfeiçoadas.

O que importa é que a replicação ocorreria logo em seguida e já diretamente na

folha de pagamento do funcionário.

Atraso, faltas ao serviço, no caso de doença que sobrecarrega outros

companheiros, nada passaria em branco e veríamos o cumprimento do

sacrificado sendo recompensado e a satisfação explicita em cada um na hora do

antigo prejuízo.

Nesse ponto, todos os serviços executados ao longo do dia, em horas normais ou

extras, seriam identificados, relatados ao longo do dia, como um bandalho, tanto

no convés como na máquina ou mesmo na seção de câmara. Cada um acessaria

e rapidamente, em uma questão de segundos colocaria sua faina executada no

sistema. Ao final do dia teríamos um relatório automático de tudo o que foi

executado naquele dia. Se algum chefe de seção ou mesmo o executivo na

empresa quisesse acessar os serviços executados naquele dia ou mesmo

durante o mês, bastaria acessar o programa. E, mesmo se quisesse verificar o

que o marinheiro de máquinas ou marinheiro de convés fez durante todo o mês,

bastaria colocar o nome do navio, o nome do funcionário e a data, veria uma

relação detalhada de tudo. Programas extremamente simples, que já coloquei em

prática no n/t Itaperuna, junto com o cfm Paulo. Fiz a idéia, o esboço, coloquei em

prática em forma de uma simples planilha interagida onde todos tinham acesso.

Foi executado com sucesso. Cada oficial abria a planilha que rapidamente chegou

a 800 itens para serem executados e ia executado dentro de uma ordem de

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Page 40: Cartão de ponto verdadeiro

prioridades e condições daquele momento. Esses itens foram crescendo à

medida que todos colocavam tarefas que julgavam importantes e tudo ficava

registrado, era uma interação total e perfeita. Começamos com itens de navio

1000, vetting e outros. O interessante que se conseguia executar grande

quantidade de fainas sem serem mandados, pois tudo já estava preparado e não

eram fainas virtuais e sim reais.

A planilha era muito simples e cfm Paulo fez um programa com botões em que se

entrasse no nome do oficial ou nas datas ter-se-ia todo o histórico dos serviços

executados. Conseguia-se executar sem dar ordens diretas uma quantidade

enorme de tarefas e também cada um tinha o livre arbítrio de escolher quando as

fainas de prioridade ou tinha acabado ou não podiam ser executadas naquele

momento. Foi o trabalho interagido mais perfeito que vi até hoje a bordo.

Era inclusive separada por equipamentos, por exemplo, compressor de ar

principal eu abria e verificava tudo o que foi feito. Lembro que esse tipo de

programa e a maneira real que era executado não permitiam tarefas virtuais,

todas eram reais, pois eram programadas por todos oficiais, inclusive pessoais da

guarnição em cima das reais necessidades do navio naquele momento específico.

Em um espaço de aproximadamente 02 meses foram executadas (registradas

fora às tarefas de rotina) mais de 400 tarefas.

Algum chefe de máquinas, ainda mantém a bordo o antigo livro de manutenção

do primeiro oficial de máquinas e mesmo outros chefes de máquinas perdem mais

de um dia de trabalho relatando para a empresa o relatório mensal de tudo que foi

executado naquele mês. Até mesmo alguns executivos, cobram o que foi feito em

forma de relatório até do pessoal de firmas contratadas. Imagine se esse chefe

ganhasse por hora o que não seria oneroso, para empresa, esse procedimento,

levando em consideração o valor da sua hora, desnecessário. Agora nesse

sistema de ponto cada um colocaria o seu serviço na memória, ou melhor,

relataria resumidamente a faina que foi executada, mesmo o pessoal de firmas

contratadas o qual no final do dia os chefes de seção teriam um relatório

automático de todos os serviços executados. Inclusive o pessoal da gerência de

terra.

39

Page 41: Cartão de ponto verdadeiro

Isto é para mostrar que esse tipo de ponto dá certo e tem um efeito psicológico

interessante, pois todos gostam de ver seus nomes atrelados a tarefas

executadas.

É muito importante esse sistema principalmente porque se trabalha muito a bordo

e quando chega alguém de terra cria-se e se acha um monte de detalhes, com

falhas que, no pensamento de quem está de fora, poderiam ter sido sanados e

fica-se sempre a impressão de que o pessoal não está trabalhando a contento ou

que a gerência de bordo falha na condução do pessoal. Na grande maioria das

vezes não é verdade, e grandes profissionais são até punidos, devidos não

estarem na diretriz específica das idéias de terra relativo às prioridades das

tarefas naquele momento. Então haveria um acompanhamento melhor, e esses

da gerência de terra poderiam influir, certas horas, nas prioridades, já que teria

acesso a tudo o que se passa no dia a dia, de forma real, não virtual. Da mesma

maneira que qualquer um a bordo poderia colocar serviços importantes para

execução, dentro das condições, o executivo, seu auxiliar e quem sabe até o

gerente. Sem falar da condição de transmissão por câmeras de vídeo.

Esses veriam o porquê de muitas vezes a sua prioridade não ser atendida. Pois

quando fazemos umas coisas, deixamos de fazer outras. Em virtude do

reduzido número de tripulantes. Alguns gerentes batem o pé, fazem birra como

criança quando não ver suas prioridades atendidas. Então com esse sistema isso

não aconteceria mais devido ele ver o que foi executado nos dias em que não

podemos satisfazer as suas necessidades. Devido à operação e manter o navio

navegando deixamos de fazer certas coisas que por certo também são

importantes. Mas a análise das condições do momento só quem está no barco

que sabe. Como haveria uma disposição ou incentivo para se trabalhar depois do

horário quem sabe diminuiria essas birras e desconfianças devido ao aumento de

tarefas executadas.

Esse ponto teria um resumo de cada tarefa, que cada um teria executado. Como

se pode ver a proposta não é apenas bater cartão e cumprir horário. É controle,

incentivo, disputa, ou melhor, algo que nos manteria competindo o tempo todo em

função das tarefas. Jamais alguém terminaria o dia sem cumprir uma gama de

40

Page 42: Cartão de ponto verdadeiro

tarefas e ter a satisfação de lançar no programa e depois até comparar com a dos

seus colegas de trabalho. Como eu disse acima, já fiz e deu certo.

5.1 RELÓGIO DE PONTO ELETRÕNICO COM SENSOR BIOMÉTRICO DE

IMPRESSÕES DIGITAIS – EQUIPAMENTO DE CONTROLE DE PONTO

ATRAVÉS DO PADRÃO DE IMPRESSÕES DIGITAIS.

5.1.1 Definindo Biometria

A biometria pode ser definida como a ciência de aplicação de métodos de

estatística quantitativa a fatos biológicos, ou seja, é o ramo de ciência que se

ocupa da medida dos seres vivos (do grego bio = vida e métron = medida). Em

suma, a biometria é a autenticação/identificação de um indivíduo por meio de

suas características biológicas e/ou comportamentais.

Os sistemas biométricos encontram-se em constante processo de

desenvolvimento e são eficazes de comprovar a identidade de um indivíduo.

Outro exemplo de aplicação, agora nas redes de computadores, está no seu

emprego em combinação com outros procedimentos visando aumentar o grau de

segurança para o uso de dispositivos móveis, mais sujeitos a perda e roubos,

como laptops, PDAs, etc.

Os principais agentes motivadores para o desenvolvimento dos sistemas

biométricos são os aumentos de fraudes causados por hacker, o crescimento de

Internet e do comércio eletrônico, a preocupação com relação à segurança física

e lógica dos equipamentos instalados, custo de manutenção dos sistemas, entre

outros.

5.1.2 Autenticação Biométrica

A necessidade de autenticação/identificação está associada à possibilidade de

acesso restrito a um determinado bem ou serviço. Pode ser realizada de várias

41

Page 43: Cartão de ponto verdadeiro

formas: por aquilo que se possui (crachá, cartão magnético), por aquilo que se

sabe (senha) ou por aquilo que se é, através das características biométrica tais

como íris, voz, impressão digital. Essa última técnica apresenta a vantagem de

usar características únicas, sem a necessidade de o indivíduo possuir objetos ou

memorizar algo.

A autenticação biométrica envolve basicamente duas fases: registro e verificação.

A primeira pressupõe que o indivíduo deva se registrar no sistema, permitindo a

coleta da impressão digital, da imagem de íris ou da face, gravação de voz, entre

outras características pessoais mensuráveis. As características-chave são

extraídas e convertidas em um padrão único, que é armazenado como um dado

numérico criptografado. Isso significa que, na prática, o sistema não grava a foto

do rosto ou da impressão digital, mas o valor que representa essa identidade

biométrica do indivíduo.

Nessa fase, temos o registro no sistema (coleta de dados) e o reconhecimento da

característica biométrica. Para isso, é necessário primeiramente que todos os

usuários sejam cadastrados através de um dispositivo de entrada de dados,

geralmente um scanner, microfone, leitor óptico ou outro meio eletrônico, para

colher a representação digital (a amostra biométrica ou live scan) que será

utilizada na verificação do indivíduo.

Na segunda fase, a verificação, o indivíduo deve apresentar sua característica

biométrica ao sistema para ter acesso liberado, a qual será comparado ai padrão

registrado no banco de dados. A coincidência entre o padrão gravado e o

coletado em tempo real poderá não ser perfeita. Nesse caso, o sistema poderá

ser configurado para ser mais ou menos tolerante no sentido de minimizar o

número de rejeições indevidas e impedir que um falso usuário obtenha o acesso.

Durante o processo de verificação, o indivíduo deverá fornecer uma amostra de

sua característica biométrica, que será usada pelo sistema para gerar um modelo

biométrico. A amostra é convertida para um algoritmo matemático, que então é

criptografado. Cada vez que o usuário requisitar um acesso ao sistema, uma

verificação/autenticação será realizada e a amostra da característica particular do

indivíduo comparada com o modelo biométrico armazenado no banco de dados.

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Page 44: Cartão de ponto verdadeiro

Obs: Definindo biometria e autenticação biométrica foi retirada da Internet na

página da UPVISION TECHNOLOGY.

Esse relógio de ponto informatizado, muito barato, já existe a muitos anos no

mercado e até empresas de fundo de quintal já adotaram. Inclusive equipamentos

que permitem conexão com rede que emite folhas de pagamento. Estes

equipamentos estão em constante aperfeiçoamento e hoje já não se admite mais

empresas sérias sem esse sistema de controle de ponto. Estamos no séc XXI.

É muito simples.Qualquer modelo de equipamento vai exigir energia elétrica e um

computador. Vários modelos podem ser utilizados.

Algumas fazem a gravação das batidas em cartuchos, que podem ser removidos

e despachados, ou mesmo terem seus arquivos retirados e transferida via

Internet. Tudo vai depender do programa.

5.1.3 Acesso: Navio X Terminal X Transpetro Mar e Terra

Isso seria uma mudança genial. Com as atuais tecnologias no mercado a

bastante tempo (RELÓGIO DE PONTO ELETRÕNICO COM SENSOR

BIOMÉTRICO DE IMPRESSÕES DIGITAIS, ALÉM DO RELÓGIO DE PONTO

TAMBÉM INCLUIR O ACESSO AS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA, TERMINAL

E NAVIO, TUDO INTERLIGADO EM UM MESMO PROGRAMA –

EQUIPAMENTO DE CONTROLE DE PONTO ATRAVÉS DO PADRÃO DE

IMPRESSÕES DIGITAIS) não se justifica mais esses transtornos , esse trabalhão

danado que dá tanto para o pessoal de terra quando de bordo para cadastrar

nomes para entrada de técnicos, visitantes, funcionários, familiares e outros nos

terminais da transpetro para acessar os navios. Primeiro os tripulantes ficam

retidos a bordo e em terra até a chegada e aprovação de uma lista. Segundo os

técnicos, inspetores etc, quando vem atender a embarcação, têm vezes de

ficarem horas aguardando uma liberação. Esses técnicos já podiam ser

cadastrados com as suas digitais na sede e quando chegassem ao terminal

acessaria direto. Já presenciei diversos casos de estresse nesses mal entendidos

nessa logística de pessoal.

43

Page 45: Cartão de ponto verdadeiro

Os terminais da transpetro poderiam ter o mesmo tipo de acesso. Acabaria

também com a faxina do marinheiro de convés que ao invés de tomar conta do

navio fica anotando nomes e entregando crachás. Não que vá acabar com os

crachás, pois precisamos identificar quem esta no nosso local de trabalho. Só que

um crachá mais decente escrito com letras do tamanho que podermos ler com o

nome e a função. Já que esse crachá não vai ser mais eletrônico devido o uso

das digitais, Esse poderá ter o espaço para que possamos saber com quem

estamos conversando. Já vi diversos casos de mal entendido por não saber com

quem estamos transmitindo informações. Os crachás atuais é só um crachá

eletrônico e não serve para identificar ninguém. Não fica bem colocarmos os

óculos, pegar no crachá, aproximar o rosto no peito do identificado e tentar saber

quem é a pessoa que estamos tentando conversar. Acho que deve ser falta de

educação e constrangedor.

Essas informações, de pessoal, são colocadas no sistema e todas transferidas via

Internet. Por exemplo, na hora que um gerente fechasse com qualquer empresa a

visita de qualquer órgão para atender o navio este simplesmente liberaria a

passagem deste, pois já estava cadastrado pelas digitais.

Tripulantes que vão embarcar, familiares, DNV, ABS, Inspetores, fornecedores,

técnicos diversos etc, etc. Tudo seria facilitado. Assim que o gerente liberasse o

nome automaticamente chegaria no terminal. O acesso seria facilitado e ficaria a

critério do terminal conferir ou não a identidade de acesso.

Na escada de portalo de bordo o marinheiro só daria o equipamento portátil para

acessar quem fosse de direito e no final do dia o SSO de bordo imprimiria uma

relação, se precisasse, pois tudo ficaria na memória do computador de terra e de

bordo.

Estamos muito atrasados com relação a esses procedimentos. No séc. XXI com a

mão de obra cara e pouca gente para executar tarefas isso não é luxo nem

capricho.

Nesse caso não precisaria o gerente de terra avisar o de bordo da chegada de

pessoas o próprio sistema avisaria. É claro que o sistema (programa) seria similar

ao que fosse instalado a bordo, onde as faxinas seriam catalogadas por quem

executou. Junto com o aviso de chegada já veria um mini pré-relatório de que

44

Page 46: Cartão de ponto verdadeiro

esses iriam executar a bordo. Tudo ficaria muito mais fácil e simples para o

pessoal de bordo. Caso houvesse algum desencontro bordo X terra X oficina. O

comandante ia ter a condição de cancelar a visita da oficina ou do técnico que

viesse a bordo e esse cancelamento automaticamente cancelaria a passagem do

mesmo. Veja quanto aborrecimento ia ser evitado e quanto a empresa deixaria de

gastar com visitas desnecessárias. Muitas vezes o técnico está vindo, o problema

já foi resolvido e ele não pegou ainda o avião para executar a visita. Para o século

atual isso tudo é extremamente simples. “Programas simplerrémos”

45

Page 47: Cartão de ponto verdadeiro

6. HORAS

6.1 TIPOS DE HORAS (apenas como exemplo)

Horas normais – Seriam as horas que o tripulante faria no seu horário normal.

Mas tem horas que devem ser adaptadas, por exemplo, nas normas

regulamentadora de segurança e saúde no trabalho aquaviário diz o seguinte:

30.4.8.3 Serão consideradas de efetivo trabalho as horas destinadas as cumprimento das atribuições do GSSTB (comar) que devem ser realizadas durante a jornada de trabalho.

Horas extras – Hoje, na atual conjuntura, para dirigentes como diretores e

gerentes é uma palavra proibida, mas, bem direcionada, estudada e elaborada de

maneira a atender as necessidades correntes visando a um determinado objetivo,

com certeza, gerariam benefícios incontáveis com uma contabilidade final

favorável. Seriam as horas que se trabalharia no atraso ou na falta da rendição.

O terminal da transpetro de terra já tem as horas de TLT como horas extras.

Estes, tem enorme prazer em participar de TLTs. Todos os TLTs depois do

horário a bordo são acompanhados de um relaxamento interessante: Uma

infinidade de palavrões, xingamentos, maldições que pesa consideravelmente o

clima de bordo. As pobres das nossas mães não têm nada a ver com isso. Muitas

já faleceram.

Horas especiais - Seriam as horas de necessidade, quando fora do horário, em

que atenderia as necessidades da embarcação. Esta como faz parte de uma

rotina seriam pagas a mais, mas como horas trabalhadas normais.

Recebimento de óleo fora do horário normal.

Manobras de atracação e desatracação fora do horário normal

Fainas de manutenção de segurança

46

Page 48: Cartão de ponto verdadeiro

TLTs depois do horário normal de trabalho (Já é assim com o pessoal de

terra da Transpetro )

[Sondagem fora de hora do paioleiro de máquinas fora do horário]

Chamadas fora de hora do taifeiro e demais tripulantes.

Recebimento de rancho fora do horário l de serviço normal

Exercícios fora do horário normal.

Horas stand-by – seria o caso do retém que ficaria disponível no porto, no

horário de folga, sem trabalhar, descansando, somente para atender

eventualidades e também cumprindo um número mínimo de tripulantes

necessário a bordo além do pessoal de serviço – Esta hora seria de 20% a

40% do valor, podendo transformar em outro tipo de hora quando chamado

para atender outras necessidades de rotina ou emergência no seu período

de retém. Ou mesmo se prontificasse a executar uma tarefa produtiva pré-

determinada pela administração de bordo.

Horas extras programadas – Estas horas poderiam ter também um valor fixo

pré-determinado de serviços programado com o aval da gerência de bordo

ou de terra para executar tarefas depois do horário, fora à rotina de bordo, a

fim de melhorar a performance do navio. Ex: marinheiros de convés ou

máquinas mais 02 horas para manutenção programada. Ou pilotos e

maquinistas manutenção da área de segurança ou manutenção em

equipamentos da máquina e convés. Muito útil talvez para atender

pendências de vistorias e auditorias quando não concluídas no horário

normal de trabalho.

Horas extras excepcionais – Quando na rendição do final dos 04 meses o

substituto não aparece – a partir daquele momento toda a hora normal do

tripulante passa a 50%, até a chegada do mesmo. Nesse caso porque o

tripulante que trabalha nesse sistema chega ao final do seu período de

47

Page 49: Cartão de ponto verdadeiro

desembarque já bastante esgotado, cansado. Com esse sistema a carga de

trabalho é muito maior devido ao efeito da troca. Quanto mais se faz, mais

se ganha.

Cada ser humano é um ser humano com características e reações diferentes. A

gerência de bordo tem um problema seriíssimo no momento em que um tripulante

acaba seu período de embarque. Certos tripulantes, por sinal os melhores, os que

mais trabalham e dão mais de si, no seu período, já estão cansados. Claro tem os

que descansaram e aproveitaram a vida como se estivessem de férias com a

quantidade de feriados que usufruíram ao longo do embarque e depois vai para

casa descansar mais ainda. Outros trabalharam tanto que no final do seu período

querem imediatamente começar o seu merecido período de descanso. Em suma,

normalmente são os melhores profissionais que ficam extremamente excitados e

ansiosos aguardando o substituto. Na hora H cadê, e o pior é que a empresa vai

enrolando, não informando. E a resposta por incrível que pareça oficial, vindo da

empresa é: Não tem ninguém, fazendo com que este se sinta lesado nos seus

direitos. Lembro que os profissionais que temos hoje a bordo não são mais

aqueles analfabetos e matutos semi-analfabetos de 30 anos para trás. Ficamos a

bordo com essa batata quente nas mãos, conversando, aconselhando, perdendo

uma energia que seria aplicada em outro lugar.

Sempre essas batatas quentes ficam nas mãos dos que estão a bordo. Existem

casos tão críticos que o comando tem que desembarcar sem substituto para que

não venha ocorrer mal maior. Outros procuram, no desespero médico, para o

desembarque. Agora tem aqueles que zelam pelo seu emprego e ficam até o

último momento, esses são os mais prejudicados no seu efeito psicológico. Não

precisa ser profissional da medicina para ver como esses tripulantes ficam na sua

fisionomia e no seu comportamento.

Coloque agora, a partir do momento em que este vence o seu período, suas

horas trabalhadas normais em horas extras a 50% e observe sua fisionomia e seu

comportamento no dia do vencimento de seu período. Faça uma compensação na

sua folga etc. Com certeza, se fosse assim a empresa se empenharia mais,

investiria na formação de profissionais, para não chegar na hora dar a resposta

que não tem.

48

Page 50: Cartão de ponto verdadeiro

Ninguém. Esse é um problema que pode ser resolvido e essas horas a 50% faria

com que não tivéssemos esse tipo de problema a bordo. Raramente um tripulante

ia ficar insatisfeito e mais raramente ainda receberíamos este tipo de resposta,

pois alguém em terra estaria encarregado de preparar e formar profissionais a

contento para que isso não acontecesse com tanta freqüência, ou melhor, para

deixar de ser rotina.

A formula ideal é quando ocorre algo anormal, algo prejudicial ao sistema, quem

resolve, quem assume ganha e quem atrapalha e tumultua perde.

Horas extras do repouso – (já é paga fixa como repouso remunerado) – É outra

se cumprida seria de importância para manutenção dos 2/3 a bordo. Estas horas

são de extrema importância, principalmente em navios que opera muito em

portos. O descanso remunerado já existe como pagamento fixo basta adaptá-lo. É

outro que pouquíssimos cumprem. Sei de raros comandantes que se sujeitam a

desgastante, estafante e aborrecida tarefa de cobrar de alguns tripulantes, que

lidam com a carga e descarga, a chegada de 04 horas antes de assumir o serviço

de quarto. Os comandantes Walter Simões e Lisboa (informações de outros

navios) são alguns que tentam cumprir esta árdua tarefa. O que mais vemos a

bordo é o tripulante chegar de terra, já em cima da hora, ou, muitas vezes,

atrasada. Outra sem condições de assumir o serviço. Se coloque no lugar de

quem vai passar o serviço. Como fica aqueles minutos e horas a mais do que vai

sair de serviço. A sua dedicação? A sua competência? Sua atenção? O seu

estado psicológico é visível na sua feição. Principalmente por estar sendo lesado

no seu direito de ir e vir e descanso. Então fica claro que é prejudicial para o bom

andamento do serviço tanto o que chega atrasado cansado quanto o que fica

cobrindo o atraso, além de cansado chateado. Agora, se a partir daquele

momento o tripulante que não veio fazer a rendição parar de receber essas horas

e o que ficou operando começar a receber horas extras nas conformidades da lei,

garanto que o estado do tripulante prejudicado seria outro. Mas nesse regime, do

cartão de ponto, com certeza raramente isso ia acontecer. E, mesmo

acontecendo seria menos traumático. O efeito impunidade seria desfeito. Na

grande maioria das vezes o tripulante prejudicado fica no prejuízo para não

49

Page 51: Cartão de ponto verdadeiro

prejudicar o falso colega. O bolso é a solução para uma infinidade de problemas

que sofremos a bordo. Essa reengenharia na área das horas trabalhadas seria

deliciosa. Queria eu ver alguém chegar atrasado e perder uma condução para

bordo, reclamar de uma faina, assumi um serviço se condições físicas, faltar ao

serviço, deixar de executar uma tarefa sem uma justificativa plausível e muitas

outras coisas mais. Aqueles “remos” que não conseguimos nos livrar deles na

hora de passar o cartão no banco ia ter uma boa surpresa ou mesmo na leitura de

seu contracheque, estaria ali estampado toda a sua ousadia e esperteza do mês.

Como citei no início desta pesquisa científica, baseada no cotidiano e no

comportamento o sentimento de compensação, de troca é relaxante. Sinta na

pele cada um recebendo o que realmente merece em compensações e perdas.

Tudo se resolveria naturalmente, mecanicamente, virtualmente. A moda séc. XXI.

6.2 O QUE JÁ EXISTE

Já existe controle, em código, de registros de horas extras, na empresa,

separadas da seguinte forma:

Código A – stand-by, manobras, chegada, saída, recebimento de materiais e

abastecimento.

Código B - serviço de quarto/divisão.

Código C – serviço de limpeza em geral.

Código D – Tratamento de chapas e pinturas em geral.

Código E – Administração – burocracia.

Código F – Serviços de recebimento de provisões, sobressalentes, e paióis.

Código G - Manutenção de motores auxiliares e principais.

Código H – Manutenção de máquinas auxiliares. Ex. bombas e motores e

serviços elétricos.

Código I – Serviços de caldeiras e seus isolamentos.

Código J – Serviços de redes, válvulas, caldeiraria e isolamento.

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Page 52: Cartão de ponto verdadeiro

Código K – Serviço técnico no convés. Ex. Sondas, carga e elétricos.

Código l – misc/man-seg-salv/lav. Tanques.

Atenção: Os horários de refeição deverão ser respeitados.

Almoço: de 11:30 ás 12:30 horas

Jantar: de 17:30 às 18:30 horas

O tripulante tem direito às 10h de descanso por dia.

O que me chamou a atenção nesses códigos, onde tem esses registros que diz

algo muito interessante é que os horários de refeições deverão ser

respeitados. Isso a bordo, sem cartão de ponto é humanamente impossível. As

fainas de recebimento de óleo, recebimento de material, rancho, manobras etc.

Acontece na grande maioria das vezes nos horários das refeições. Parece que é

de propósito, nunca é respeitado o horário das refeições do pessoal de bordo. Na

grande maioria das vezes temos que largar o prato no refeitório para atendimento

de pessoas ou até mesmo deixar de fazer a refeição. Acredito que, nos meus 25

anos de profissão embarcada, nunca vi esse horário ser respeitado. Muitas e

muitas vezes, perdi a conta, fiz um PF e comi manobrando na praça de máquinas

ou preferi ficar sem a refeição. Cartão de ponto é uma solução se não fizer a

refeição pelo menos ganha a hora.

Se, por exemplo, tiver troca de turno no terminal, toda a faina é parada. Eles têm

um grande respeito pelo período deles em detrimento ao nosso. Já cansei de ficar

de uma a três horas aguardando mudança de turno do terminal para poder

abastecer o navio.

6.3 PARA QUEM ESSAS HORAS?

Essas horas seriam para os tripulantes de quarto e horário admistrativo. Para os

tripulantes exceto os gerentes de bordo Temos Também, uma mão de obra

ociosa durante muito tempo que são os sábados domingos e feriados. Essa mão

de obra ausente num período de 04 meses perde-se quase 01 mês. Faça a conta

e verão à veracidade dos fatos. Um piloto ou maquinista tira o seu quarto e pode,

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Page 53: Cartão de ponto verdadeiro

com prazer, já que está ganhando executar tarefas que seriam de grande valia

para administração de bordo e a empresa. Uma empresa grande e de petróleo

não tem de sujeitar sua administração ficar pedindo favores a um profissional para

executar tarefas de suma importância para segurança e manutenção do

patrimônio fora do horário normal de trabalho.

6.4 RELACIONAMENTO DOS TRIPULANTES COM A ADMISTRAÇÃO E UMA

NOVA CONCEPÇÃO DE TRABALHO (FORA AOS FAVORES)

Fazemos parte de uma grande empresa multinacional. Mas vivemos um

relacionamento muito informal de troca de favores cedendo às conveniências dos

subordinados. A gerência de bordo muitas vezes fica num beco sem saída. Como

certos tripulantes têm regalias de folgas sábado domingos e feriados e estes

negociam trabalhos em viagem para serem recompensados nos portos. Lembro

que sempre a empresa sai perdendo. Problemas inexplicáveis e insolúveis em

bancos, cartórios, farmácias, correios etc. são as desculpas comuns para fugirem

do trabalho já que tem créditos por terem trabalhado antes nas folgas. E o mais

interessante que estes que tem essas incontáveis folgas, têm o mesmo regime

4x2 que qualquer outro de trabalho ininterrupto. Assim a gerência de bordo fica

constantemente devendo e pedindo favores aos subordinados e a massa se

serviços vão se acumulando. Essas horas extras fixas, já pagas no contracheque,

até hoje não convenceram, ninguém e a qualquer tripulante que seja indagado vai

dizer na ponta da língua que são para não serem cumpridas são apenas uma

compensação para o confinamento. Até hoje com mais de 20 anos de profissão e

dezenas de navios nunca as vi sendo cumprida. A não ser parcialmente com

raríssimos tripulantes que executam suas fainas fora de hora por prazer ao

trabalho e o amor a profissão.

Chegamos ao cúmulo de alguns comandantes, chefes de máquinas e imediatos,

serem punidos e considerados de pulso fraco quando na chegada dos gerentes

de terra encontrar menos tripulantes que o mínimo estipulado ou na falta de

alguns do horário administrativo. Principalmente por querer a bordo um montante

de tripulantes que estão no seu horário de folga ou como o polêmico 2/3 (Este já

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Page 54: Cartão de ponto verdadeiro

deixaria de se polêmico devido ao efeito de troca, deixaria de ser de graça)

exigido pela empresa. Não sabem esses homens de terra que já houve em outras

oportunidades troca de favores para que essa folga fosse recompensada mais

adiante. E o único lugar que interessa ser recompensado é com o navio atracado,

no porto, e é quando mais precisamos dos tripulantes a bordo devido ao acúmulo

de fainas extras além da rotina que já é cumulativa. Por isso o cartão de ponto é

um procedimento em que pararíamos de tampar o sol com a peneira.

Com o cartão de ponto, no regime 4X2 não temos acordo, pré-acordo. Ninguém

deve nada a ninguém. O seu horário tem que ser cumprido com o navio atracado

ou não, no porto de casa ou não. Com problemas para resolver ou não Estamos

embarcados em navio petroleiro. Caso, numa exceção, um determinado tripulante

deseje fazer uma saída no seu horário de trabalho, tudo bem, fale com seu chefe

de sessão para se dispensado e receba falta como qualquer outro funcionário de

uma empresa séria.

6.5 O VALOR, O MAU USO E A IMPORTÃNCIA DA HORA TRABALHADA.

Trabalhei numa fábrica de concreto celular autoclavado durante aproximadamente

02 anos. Chefiava o período noturno, a produção. Eram aproximadamente 125

pessoas sob a minha responsabilidade. Exceto eu, que era o encarregado, todos

ganhavam por hora trabalhada. Mesmo tendo sido há aproximadamente 15 anos

atrás demorei a entender o valor da hora trabalhada. Jamais executaríamos

tarefas sem direção lógica e bom senso, como, por exemplo, a que citei no início

deste trabalho: Levar vasilhames pesadíssimos para um local de difícil acesso e

longe do local de uso. Coloque aí no final do mês dezenas de horas inúteis e

causadoras de acidentes e lesões na coluna cumpridas desnecessariamente e,

um protesto me causou uma punição, fora à humilhação frente os meus

subordinados. Quando a gerência viesse a bordo verificasse que estava em seus

navios pagando milhares de horas por mês inúteis, analisaria melhores os

trabalhos e procedimentos executados a bordo. Milhares de horas trabalhadas

são perdidos a bordo. Por exemplo, os tripulantes que participam de manobras

são chamados, acordados, 01, 02, 03 e até 04 horas antes do horário que deveria

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Page 55: Cartão de ponto verdadeiro

ser chamado devido a erros diversos. Nos terminais da transpetro onde trabalham

de turno não existe qualquer planejamento no horário do fornecimento de óleo

combustível para os navios, aonde tripulantes chegam a ficar, na maioria das

vezes, mais de 24 horas disponíveis sem qualquer informação sólida, ninguém

sabe nada é um caos total no que diz respeito a hora do abastecimento.É

impressionante como eles não tem a mínima noção do que estão fazendo,

chamam chefe de máquinas e a tripulação de madrugada e para conectar o

mangote e receber o óleo, fica todo mundo em stand-by aguardando ansioso

muitas e muitas horas e nada. Existem chefes de máquinas que não dormem

mais. Recebimento de óleo combustível é das fainas mais angustiantes,

“estressantes” e desorganizadas que já vi até hoje. O interessante que as

gerências não tomam qualquer atitude. Só conheci até hoje. O cfm Franca foi o

único que vi até hoje, que depois de esperar quase 24 horas ansioso chamaram

para receber de madrugada e ele disse não, que só ia receber de dia, baseado no

manual de segurança, é claro. Mas esse pouco caso ou ingerência dos terminais,

não sabe por que não é combatido. Lá eles trocam de turno e vão para as suas

casas. Aqui agente troca o turno e continua de plantão aguardando a indecisão

deles. Se ganhássemos horas extras, tivéssemos o cartão de ponto, isso não

aconteceria. Se acontecesse, os encargos seriam do terminal. Aí eles iam ter que

aprender a se organizar e se planejar. Quando a gente consegue receber o

produto é numa hora em que todo mundo que participa da faina já está cansado

e, com um bom nível de estresse e fadiga, devido a esse rebu que os terminais

impunemente aprontam.

Outro exemplo, na manutenção a falta de uma ferramenta apropriada faz – nos

perder muito tempo e fora os riscos de acidentes. Quando não temos ferramentas

adequadas, um serviço que duraria, por exemplo, 01 hora pode levar todo o dia

de trabalho de um funcionário mais horas extra. Lembro que não é pelo roubo ou

perda de uma chave. Temos que nos conscientizar, como exemplo que uma

chave de boca, chave de fenda ou Allen não dura à vida inteira, tem um período

curto de vida de uma ferramenta. Com isso só a falta de obstáculo na compra de

ferramentas poderia nos dar um lucro absurdo no valor da mão de obra e

satisfação na execução da tarefa. Quer ver um bom profissional pular de raiva é

dar-lhe uma tarefa sem ter um suporte ferramental. Ferramentas são baratas,

54

Page 56: Cartão de ponto verdadeiro

poderíamos sempre que possível jogar as velhas fora, ou devolver para a sede,

caso quisessem e comprar tudo novo. Não permitir que falte a bordo qualquer tipo

de ferramenta que facilite e agilize o trabalho. Já vi casos de perdemos um dois

dias condicionando ferramenta para usar por menos de uma hora. Isso quando

um deslize desses não tira um navio de operação. Como o sistema de cartão de

ponto seria digitalizado na hora da hora extraordinária pelo próprio funcionário a

tarefa que iria exercer. No momento em que o encarregado de custos da empresa

verificasse: Aguardando abastecimento mais de 24 horas, manobras que

deveriam durar duas ou três horas passando de seis ou oito horas. Confecção de

ferramentas que no mercado custa uma merreca, rapidamente isso ia ser

resolvido e a satisfação a bordo ia ser dez.

Outros profissionais, se ouvidos, dariam dezenas de exemplos e meios para

diminuir a quantidade de horas inúteis cometidas a bordo.

Por isso tudo, o Cartão de ponto é um “processo de reengenharia” mais

abrangente do que se pode imaginar. É A ERGONOMIA PURA E SIMPLES. A

partir do ponto inicial teríamos uma mudança de cultura frente à produção,

serviços executados e horas equivalentes.

6.6 HORAS EXTRAS FIXAS

Temos uma infinidade de horas extras pagas sem nenhum direcionamento e sem

qualquer obrigação por parte do empregado para cumpri-las e mais sem qualquer

controle. Uns cumprem pelo prazer do trabalho dando sempre mais depois do

horário. A grande maioria não dá um milímetro a mais mesmo que a necessidade

peça. E o chefe de seção tem que ficar buscando, pedindo como se fosse um

favor para sanar problemas da embarcação. E o pior de tudo que tem de haver

uma compensação futura em prejuízo ao andamento normal dos trabalhos e

sempre no horário que este estaria trabalhando normalmente. Não existe líder ou

gerência que convença um funcionário que ele tenha de trabalhar de graça

determinado número de horas para o bem estar da empresa e da administração.

Existe sim certo empregado que tem o prazer e a satisfação de dar um pouco a

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Page 57: Cartão de ponto verdadeiro

mais pelo sentimento próprio do profissionalismo. Hoje no séc. XXI O

SENTIMENTO É DE TROCA, Você me dá isso.Eu te dou aquilo. Já no passado

esse tipo de comportamento era possível, pois o comandando tinha poder até

sobre a vida do tripulante era o senhor supremo. Tinha o que barganhar. Bastava

uma ameaça de 30 ou 40 chibatadas para manter todo mundo nos eixos.

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Page 58: Cartão de ponto verdadeiro

7. COMO FICARIAM AS FIRMAS CONTRATADAS?

Haveria, com certeza, uma redução considerável devido a muitos serviços não se

agravar ou se multiplicarem já que haveria uma disposição real por parte dos

tripulantes em identificar e abrir frentes de serviços em que os benefícios seriam

para ambos. Tanto para empresa quanto para os empregados. Um simples ajuste

ou intervenção que só se consegue depois do horário devido ao acúmulo de

fainas pode simplesmente evitar um mal muitas vezes maior. Certas intervenções

na hora certas, com certeza evitariam com vontade grande parte de atuação de

firmas contratadas. Essa redução da mão de obra externa compensaria esse

pagamento de horas trabalhadas depois do horário ou mesmo, se for o caso,

horas extras.

Essas firmas estariam sujeitas aos mesmos procedimentos de bordo e todo o seu

trabalho seria também computado, registrado e seu horário também controlado.

Cabia ser consultado os gerentes de bordo maneiras eficazes de instalação desse

processo. Os mais beneficiados seriam aqueles que tratam diretamente com o

pessoal operacional tais como os comandantes, os chefes de máquinas, os

imediatos e os primeiros oficiais de máquinas. E por incrível que pareça os

únicos que não receberiam essas horas diferenciadas. Esses profissionais

teriam a moeda de troca nas mãos, se estressariam menos, trabalhariam menos

e teriam sua liderança valorizada.

Este ponto é interessante.Com relação a gastos, pouco mudaria. Mais para os

que trabalham mais e menos para os que trabalham menos. Já existiram muitas

compensações como pró-labore e bônus, não deu certo.Recebiam quem pouco

fazia. A empresa não tinha conhecimento e registros reais. A politicagem

infelizmente determinava quem receberia mais, é claro que tinham exceções.

Haveria uma migração de horas de quem pouco faz para o que mais faz. O banco

de horas ficaria em aberto no seu limite. Acredito que certas unidades não

absorveriam todas as horas disponíveis no programa. Podem também migrar para

outras unidades dentro do programa

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Page 59: Cartão de ponto verdadeiro

8. RELÓGIO DE PONTO BIOMÉTRICO COM REPLICAGEM NA EMPRESA.

Assim teríamos o total controle de tudo que ocorre a bordo. No que diz

respeito ao ISPS Code seria de grande valia. Os contra cheque já seriam

contabilizados em cima do que ocorre realmente a bordo. O faltoso seria

penalizado, no seu bolso é claro, aquele que o substituiu seria

recompensado. Assim evitaríamos uma série de problemas, pois cada um

seria responsável pelo seu cada um. A empresa teria um histórico de cada

tripulante, histórico esse real onde de nada adiantaria a simpatia da

administração de certos funcionários em detrimento a outros. Até mesmo os

acidentes seriam vistos na chegada do tripulante e como ele chegou. Como

eu disse anteriormente, hoje trabalhar em petroleiro deve ser visto como

uma profissão de extrema responsabilidade e a chegada e saída de bordo,

sua segurança, comparada a dos laboratórios de pesquisa nos EUA e

Rússia. Pode parecer exagero hoje, mas analisando friamente sabemos da

conseqüência do erro humano na nossa profissão que já não é mais

tolerado nos dia de hoje com o risco até mesmo de perdemos a nossa

empresa. Não vamos esperar as tragédias para tomar certas atitudes.

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Page 60: Cartão de ponto verdadeiro

9. COMENTÁRIOS DA ROTINA

Antes de concluir esta pesquisa científica gostaria de citar algumas mudanças

que iriam ocorrer, entre outras, devido à condição da hora contabilizada e suas

conseqüências no bolso do empregado:

Os problemas de banco insolúveis seriam solucionados. Alguns tripulantes têm

problemas bancários que nunca resolvem no seu período de repouso, deixa para

resolver quando está embarcado em detrimento aos serviços. Esses problemas

nunca se resolvem já que não tem custo para o tripulante e sim para a empresa.

Só folga para resolver. E, todo embarque é a mesma coisa. Muitos o tripulante

tem que dispor de um tempo para depositar dinheiro para a família, no seu horário

de trabalho.

ASO e outros documentos relativos ao embarque – para alguns tripulantes a

melhor hora de resolver é quando está embarcado.

Muito antes, das chegadas nos portos, os tripulantes, já se amontoam junto aos

chefes de seção para solicitar dispensas para ir para terra. É um desespero. É

uma disputa para quem pede primeira. Tem vezes que se amontoam cada um

com um “problema” maior que o outro para resolver. São na maioria das vezes

tripulantes indispensáveis devido ao montante de faxina nos portos. Com o cartão

de ponto teríamos uma redução de mais de 95% dos problemas de tripulantes

para resolver. Só quem está embarcado em cargo de chefia sabe a falta que

esses tripulantes fazem.

Procuração – a melhor hora de fazer uma procuração é quando está embarcado

no horário do serviço. Os dois meses, de férias, não são o suficiente.

Embarque de esposa e familiares – Uma mulher adulta não sabe telefonar para

agência ou pegar um táxi tanto para ir para bordo quanto para sair. A mulher do

tripulante, que passa a maior parte do tempo sozinha, cria os filhos e resolve tudo

em casa.Tem que sair de bordo só com o marido tanto para embarcar quanto

para desembarcar ou mesmo dar um passeio a melhor hora é no horário de

trabalho do marido.

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Page 61: Cartão de ponto verdadeiro

Obrigatoriedade de dispensar o tripulante no porto de casa. Existe uma condição

que ficamos de mãos atadas e os companheiros também ficam na obrigação de

tirar o serviço que na grande maioria das vezes não é restituído do prejuízo. No

porto de casa o trabalho fica em segundo plano. Acho que o justo é o tripulante

cumprir o seu trabalho e em seguida visitar seus familiares. E esse tripulante

sempre faz falta, pois não é mais como antigamente em que tínhamos tripulantes

a mais. Hoje, cada um tem a sua importância.

É difícil e complicado, ser humano, chefe de seção, morando na mesma casa,

convivendo 24hr dizer a um tripulante, subalterno que não queremos que ele veja

sua mulher e seus filhos, no porto de casa, devido a necessidade do trabalho.

Nós como seres humanos, temos as nossas fraquezas. Nós não podemos fazer

isso, mas uma máquina pode. A decisão foge das nossas mãos e passa para

outra esfera que tem maior “senso” de necessidade. Nunca basta para o ser

humano um único dia, mas, se o seu bolso for atingido o sacrifício é satisfatório já

que é para o sustento de sua família.

Acredito também da diminuição dos índices de acidentes, incidentes e doenças

profissionais com o compromisso mais intensificado com a presença. A empresa

sabe dessa importância tanto é que determinou o 2/3, imagine o cumprimento

dessa norma com o tripulante satisfeito, sem reclamar.

Quando esses tripulantes que, por algum motivo se ausentarem, com certeza

terão ônus que no futuro quererão recompensar. Ficarão atrás de seus

encarregados a fim de trabalhar mais para compensar a sua folha. Jamais o chefe

de seção ficará procurando, indo atrás para o cumprimento de tarefas

importantes.

Comprar objetos para higiene pessoal a melhor hora é durante o horário de

trabalho.

Cartão magnético e cartão de crédito só pessoalmente no banco. Durante o

expediente.

Aquele tripulante que chega de terra em cima da hora para tirar o serviço ou que

chega atrasado procurando descansar exatamente durante o serviço que é de

extrema responsabilidade. Com certeza a empresa daria uma condução

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Page 62: Cartão de ponto verdadeiro

específica para o tripulante chegar pelo menos 04 horas antes para descansar.

Aquela condução para render o companheiro (a) 02/03 horas depois do horário

simplesmente acabaria. No meu caso, como 1 OM, em alguns portos como

SUAPE, Rio, Manaus e outros, A rendição chega 02 a 04 horas depois do horário

normal e nunca é computado com hora extra ao 1OM e o tripulante que chega

vem, de uma praia, um shopping ou umas “biritas” chega extremamente cansado

só para enfeitar.Às vezes o atraso é tão grande que o maquinista e o marinheiro

ao descer, passa o serviço para o próximo com um uma participação de menos

de uma hora de serviço. Já briguei tanto para mudar esse horário de condução

que desistir. Agora, se eu ganhasse as horas do outro tripulante como horas

extras, e ele perdesse o dia eu jamais reclamaria e o outro dificilmente deixaria

isso acontecer (isso também é ergonomia, cartão de ponto).

O citado acima é até uma boa, um “relax” em dar um balão na empresa e nos

chefes de seção que finge acreditar que as saídas são verdadeiramente para

essas finalidades. Mas, hoje com as cobranças em cima da administração fica

dificílimo abrir mão de uma única hora do funcionário já que temos uma colossal

quantidade de fainas importantes para realizar. Digo sempre que processo é de

“reengenharia” porque envolve mudança de cultura e comportamento em que a

administração de bordo não fica com o encargo de ensinar gente velha e calejada

que envolve os jovens que estão chegando.

O mundo está mudando. O mundo está esperando acontecer catástrofes para

tomar atitude no sentido de consertar o erro que é o ser humano. Um 11 de

setembro, cotado com erro humano está para acontecer no nosso meio para

tomarmos medidas enérgicas com relação a seres humanos.

Comecem a somar em horas perdidas e extras não executadas verificaria uma

quantidade absurda. Contratem um matemático que faça cálculos abstratos e o

resultado vai ser alarmante. E o que poderia ser evitado com a melhor

participação no trabalho e em manutenções que deixaram de ser feita.

61

Page 63: Cartão de ponto verdadeiro

1O. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje, temos uma nova marinha mercante, em fator humano. Há 25 anos, quando

comecei, boa parte guarnição, era de semi-analfabetos, alguns tinham o ensino

básico (primário) e os comandantes, chefes, de máquinas e imediatos tiveram a

formação do antigo ginasial que é o atual ensino fundamental e médio (2° grau ou

antigo científico). Os salários para os analfabetos e semi-analfabetos era maior

que hoje da maioria dos profissionais de curso superior.

Atualmente verificamos praticamente todos na guarnição com o ensino

fundamental e médio completo e alguns cursam, cursaram ou são formados em

nível superior. Todo o oficial tem curso superior. Então se ver que em

pouquíssimo tempo houve uma evolução significativa no nível e no

comportamento de todos os empregados. No passado, havia certas cobranças a

analfabetos e semi-analfabetos com salário de engenheiro e uma ansiedade de

não perder o emprego. Atualmente a coisa é diferente. Lidamos com profissionais

muito esclarecidos que sabem perfeitamente de seus direitos e deveres,

conscientes e muito mais capacitados e eficientes. Esses homens e mulheres da

guarnição chegam algumas vezes ser mais habilitado que alguns oficiais.

Quem assumiu cargos de gerência há 20, 25 anos atrás teriam grandes

dificuldades de assumir cargos de gerência a bordo. Esses falam em liderança,

mas venha ser líder de pessoas esclarecidas e não de matutos como foi no

passado. Sem um respaldo aparente e um poder de barganha.

Horas computadas com objetivo determinado faz com que a gerência de bordo e

de terra tome as rédeas da situação e não fique como está hoje, nas mãos dos

subalternos, pois temos muito mais a executar do que o tempo normal permite.

Atualmente quando solicitamos qualquer coisa, ou esticada para o bem do serviço

tem que ser recompensado a peso de ouro principalmente para não perder o bom

tripulante que é uma mão de obra que tem falta no mercado de trabalho.

Esses tripulantes esclarecidos seriam os primeiros a observar, erros para serem

corrigidos, no dia a dia do trabalho, já que estariam sendo recompensado para

isso, mesmo que já receba o salário. Mas, operário é operário aqui no Brasil e no

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Page 64: Cartão de ponto verdadeiro

mundo. O homem moderno é por natureza mercenário e essa mão de obra

mercenária é de excelente qualidade, está aqui agora e devemos utilizá-la Não

adianta cobrir o sol com a peneira cobrando o compromisso simplesmente. E, pior

ainda achar que um líder vai conseguir tudo sem compensações posteriores.

Este ímpeto do ser humano de almejar muitos direitos e poucos deveres deve ser

direcionado, trabalhado, estudado e orientado. Cumprindo as normas

internacionais, nacionais e da empresa, de acordo como o bem elaborado cap 7

do manual da tripulação da TRANSPETRO, fica simples executar um programa e

o método está aí: Cartão de ponto.

Palavra final:

Segundo um de nossos gerentes, de um GETRAN, a frase mais importante já

proferida, alguém com uma visão, inteligência, bom senso e sabedoria

indiscutível. Pode-se ver em seus atos na sua administração. Não vou citar o

nome, pois veio por outra pessoa a palavra. Sócrates e outros também tiveram as

suas, mas essa encaixa como uma luva sob medida:

“Temos que acabar com a impunidade nessa empresa”

Gerente de um GETRAN

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Page 65: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXOS

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Page 66: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO A

Esta foi a minha primeira manifestação na empresa por escrito. Na época o

executivo, dos mais competentes que já conheci, era o Sr Elisomar (canela) o

comandante Sr Messias e o chefe de máquinas Sr Paulo. Não obtive qualquer

resposta. Aí começou o meu martírio.

Esse profissional, canela, executivo do navio em que eu estava, olhou para mim

preocupado e disse: Breno, você precisa descansar e ele mesmo, por sua conta

providenciou para que eu ficasse 01 mês fora do navio. Talvez, se não fosse essa

sua atitude eu não estaria aqui agora. Foi depois desse episódio, na volta para o

navio, que tive a primeira crise de claustrofobia. Em setembro de 2001.

NAVIO EM VIAGEM DE VITÓRIA PARA SANTOS.

EM 20 DE JULHO DE 2001.

N/T NEUSA.

ASSUNTO: CARTA AO SR. SUPERINTENDENTE DA TRANSPETRO.

VIA: Sr. CHEFE DE MÁQUINAS/ SR. COMANDANTE.

Sr. SUPERINTENDENTE CELSO LUIZ SILVA PEREIRA DE SOUZA.

Gozando dos privilégios e direitos como funcionário efetivo do quadro da Transpetro

venho, respeitosamente, demonstrar os meus protestos, diante da decisão, na vossa

administração, referente aos procedimentos adotados para a divisão do bônus, entre os

empregados da empresa.

As avaliações dos empregados, para receber o bônus, não foram feitas de forma justa,

por deixar de lado uma grande parte de tripulantes que se dedicaram com fervor, a fim de

que a empresa obtivesse um bom desempenho.

Se os objetivos, entre outros, foram incentivar e premiar os profissionais que participaram

e assumiram, realmente, um compromisso com os resultados da Tranpetro no seu

desempenho. Este objetivo não foi atingido.

65

Page 67: Cartão de ponto verdadeiro

Concordo, como que em qualquer empresa, existam maus profissionais, mas, por já

pertencer ao grupo e estar engajado no mesmo, nenhum deles merece índice "ZERO"

em avaliações, como eu senti que tivesse sofrido.

Acredito que não foram feitos trabalhos meticuloso, referente aos que trabalharam e

participaram das ações da empresa no ano 2000. Acreditando-se que, o pagamento do

bônus foi referente a este ano.

Como se sente, no intimo, o profissional que já está embarcado a praticamente 19

(dezenove) meses, numa das funções mais desgastantes a bordo (primeiro oficial de

máquinas) e de valor estratégico por estar a frente junto com o chefe de máquinas, de

toda a manutenção a bordo, tanto na máquina quanto no convés?

Estive embarcado praticamente todo o ano de 2000, no mesmo navio (Neusa) um dos

que obteve a melhor performance entre todos os navios da classe, devido ao trabalho em

conjunto com a equipe de bordo, onde a manutenção e operação mostraram o seu valor

no trabalho o qual, não tinha hora para começar ou terminar.

Tripulantes que se destacaram e participaram ativamente e estiveram presentes com o

seu valoroso trabalho durante o ano de 2000, tendo responsabilidade direta pelo bom

desempenho do navio e ainda encontram-se na equipe, não foram beneficiados.Por isso,

a necessidade de mudar os critérios de avaliação.

Já que, tudo foi concluído e, sei o quanto é complicado, administrativamente, uma

reorganização dos fatos e procedimentos. Sugiro passar uma borracha no passado e

consertar o futuro e, até quem sabe diminuir uma insatisfação que foi quase que geral.

Cria-se uma "carta de repouso premio” na qual, na medida do possível, tripulantes que

foram De certa forma, injustiçados nessa avaliação ficaria a título de merecimento alguns

dias a mais alem do seu repouso normal como prémio pêlos serviços prestados. E, quem

sabe no futuro poderia ser uma maneira mais valorosa que gratificação em dinheiro para

recompensar os marítimos.

SAUDAÇÕES MARINHEIRAS.

BRENO RODRIGUES BIDART JÚNIOR

PRIMEIRO OFICIAL DE MÁQUINAS 90178

66

Page 68: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO B

Depois deste trabalho vários acidentes já ocorreram tais como alagamentos

desse paiol, acidentes carregando bombonas e perda de produto devido ao

mau tempo etc.

NFT ITJUBÁ 27 DE JANEIRO DE 2004. ASSUNTO: LOCALIZAÇÃO DE PAIOL

DE PRODUTOS QUÍMICOS.

VENHO, ATRAVÉS DESSE TRABALHO, COMUNICAR A COMAR, PARA

AVALIAÇÃO, REFERENTE A MUDANÇA DE LOCALIZAÇÃO DO PAIOL DE

PRODUTOS QUÍMICOS DO COMPARTIMENTO ANEXO A MÁQUINA DO LEME

PARA O PAIOL NA PROA. TENHO CONHECIMENTO. QUE FOI DECIDIDO,

QUE SUA LOCALIZAÇÃO DEVERÁ SER NO PAIOL DA PROA. ENTÃO, PEÇO

QUE SEJA REAVALIADA ESTA MUDANÇA NO QUE DIZ RESPEITO,

PRINCIPALMENTE, A SEGURANÇA.E, NO FINAL, A COMAR SE MANIFESTE

ATRAVÉS DE SEUS MEMBROS.

POR DIVERSSAS VEZES, O PAIOL DE PRODUTOS QUÍMICO, NO

COMPARTIMENTO EM ANEXO A MÁQUINA DO LEME, QUE É SEPARADO

POR UMA ANTEPARA VENTILADA DA MÁQUINA DO LEME. PASSOU ESTE,

POR INCONTÁVEIS E REPETIDAS VISTORIAS (DNV. SHELL. NAVIO 1000,

ISOS ETC.) E AUDITORIAS, E FOI APROVADO COM ELOGIOS.TRALHAMOS

COM MODIFICAÇÕES E MELHORAMENTOS INCONTÁVEIS, A FIM DE, CADA

VEZ MELHOR, SE ADAPTASSE A NORMAS E REGULAMENTOS EM

VIGÊNCIA. O PAIOL DE PRODUTOS QUÍMICOS, NO COMPARTIMENTO

ANEXO A MÁQUINA DO LEME.FOI SEMPRE ELOGIADA DEVIDO SUA

LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA. DADO A FACILIDADE DE ACESSO E A

PRATICIDADE DE AÇÕES ESTRATÉGICAS. DADO A FACILIDADE DE

ACESSO, NO USO DO PRODUTO, DE FORMA QUE, NÃO NECESSITAMOS

TER PRODUTO EM OUTRO LUGAR QUE NÃO SEJA O PAIOLDE PRODUTOS

QUÍMICOS.

67

Page 69: Cartão de ponto verdadeiro

O OFICIAL DE SERVIÇO E TODO O PESSOAL DE BORDO, INCLUSIVE, ÀS

VEZES, DO CONVÉS, TEM POR PASSAGEM OBRIGATÓRIA A MÁQUINA DO

LEME, VALENDO SER UM LOCAL ONDE A TODO O MOMENTO, QUALQUER

HORA, TEM ALGUÉM INSPECIONANDO OU TRABALHANDO. FOI

CONSTRUÍDO COM TODO CUIDADO BANDEJAS DE ALUMÍNIO ABAIXO DAS

PRATELEIRAS, IDEALIZADA PELO OSM NASCIMENTO, PARA RECEBER

POSSÍVEIS VAZAMENTOS INDESEJÁVEIS E TER FACILIDADE PARA

REMOÇÃO DO MESMO, ÍTEM ESTE QUE FOI LONGAMENTE E REPETIDAS

VEZES ELOGIADO.ESTE COMPARTIMENTO TEM O PRIVILÉGIO

ESTRATÉGICO DE NÃO SE PRECISAR ENTRAR DENTRO DO MESMO PARA

QUALQUER TIPO DE INSPEÇÃO EM CASO DE SINISTRO OU NÃO. PELO

LADO DE FORA TEMOS TODO VISUAL SENDO QUE SABEMOS O QUE

ACONTECE SEM ENTRAR NO COMPARTIMENTO E SE EXPOR AO

PRODUTO TÓXICO DESNECESSARIAMENTE.QUANDO NO POSSÍVEL,

IMPREVISÍVEL SINISTRO, O COMPARTIMENTO ANEXO A MÁQUINA DO

LEME É UM LOCAL AMPLO, FÁCIL ACESSO BEM VENTILADO (SUA

VENTILAÇÃO PODE SER CONVERTIDA A EXAUSTÃO E VICE-VERSA, SE

NECESSÁRIO) E, EM CASO DE NECESSIDADE OU EMERGÊNCIA, PODEMOS

CONTAR COM A PRESSÃO DA PODEROSA VENTILAÇÃO FORÇADA DA

PRAÇA DE MÁQUINAS. TEM INCLUSIVE SAÍDA DE EMERGENCIA.SENDO O

REFERIDO LOCAL LOCALIZADO NA PRAÇA DE MÁQUINAS É DE EXTREMA

FACILIDADE DE SOCORRO AO TRIPULANDE EM CASO DE ACIDENTE COM

PRODUTO QUÍMICO, DEVIDO A FACILIDADE DE PESSOAS DISPONÍVEIS NO

LOCAL E OUTROS RECURSSOS INDISPONÍVEIS E INEXISTENTES NA PROA.

É O LOCAL QUE TEM A POSSIBILIDADE DE FICAR TOTALMENTE

ESTANQUE ATRAVÉS DE SEUS RECURSSOS PRÓPIOS EM CASO

EXTREMO.

LEVO A COMAR ESTE ASSUNTO PARA AVALIAÇÃO E POSSÍVEL SOLUÇÃO

DENTRO, DAS CONDIÇÕES QUE DISPOMOS A BORDO, E AS

CONVENIÊNCIAS GERAIS.

FORNEÇO EM SEGUIDA, A MINHA PESQUISA EM CIMA DO MEU

CONHECIMENTO E EXPERIÊNCIA BEM COMO, CONSULTA A

68

Page 70: Cartão de ponto verdadeiro

PROFISSIONAIS EXPERIENTES A BORDO E PEÇO QUE A CONCLUSÃO

SEJA CONJUNTA DOS MEMBROS DA COMAR. SABENDO DO PODER QUE A

EMPRESA DELEGA A MESMA.

SEGUE AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DE ACORDO COM A MINHA

AVALIAÇÃO, COMO PRIMEIRO OFICIAL DE MÁQUINAS E CONSULTA A

TRIPULANTES EXPERIENTES DESTE NAVIO:

DESVANTAGENS DE O PAIOL DE PRODUTOS QUÍMICOS SER LOCALIZADO

NA PROA:

- COMPARTIMENTO MUITO PEQUENO.DIFICIL ACESSO E DIFICULDADE DE

MANUSEIO NO LOCAL DEVIDO A ESPAÇO RESTRITO TANTO NO LOCAL

QUANTONA SAÍDA DO MESMO.

- TER QUE SUBIR E DESCER LANCES DE ESCADA, CARREGANDO PESO

COM PRODUTOS QUÍMICOS, 02 LANCES DE ESCADAS NA PROA E VÁRIOS

NA PRAÇA DE MÁQUINAS, DEPENDENDO DE ONDE FOR UTILIZADO.

- TEM QUE ATRAVESSAR TODO O CONVÉS COM PRODUTO.ONDE TEMOS

QUE LEVAR EM CONTA AS CONDIÇÕES DO TEMPO TAIS COMO

VENTOS.CHUVAS, FRIO E CONDIÇÕES DE MAR. DEPENDENDO DO LOCAL

ONDE ESTIVERMOS NAVEGANDO E MESMO ATRACADO PODEMOS FICAR

DIAS SEM ACESSO AO PAIOL, COM SEGURANÇA, NA PROA.

- O LOCAL É ERMO, NUNCA TEM NINGUÉM E QUALQUER TIPO DE

SINISTRO OU ACIDENTE COM TRIPULANTE OU COM PRODUTO SÓ SERÁ

VISTO QUANDO O CASO ESTIVER MUITO AVANÇADO OU POSSIVELMENTE

FORA DE CONTROLE PRÁTICO.

- EM CASO DE EMERGÊNCIA NO PERÍODO NOTURNO FICA INVIÁVEL OU

EXTREMAMENTE DIFÍCIL E PERIGOSO O ACESSO.

- O RISCO DE ACIDENTE DE PERCURSSO É AUMENTADO

CONSIDERAVELMENTE DEVIDO A DISTÂNCIA E CONDIÇÕES DO CONVÉS

NO MOMENTO ESPECÍFICO.

- NÃO TEM UMA SAÍDA DE EMERGÊNCIA.

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Page 71: Cartão de ponto verdadeiro

- TEM APENAS EXAUSTÃO, NÃO TEM VENTILAÇÃO, COMPARTIMENTO

COMPLETAMENTE FECHADO, EM CASO DA AVARIA DA EXAUSTÃO OU

MESMO A PARADA INCONSEQUENTE DA MESMA FICAMOS A MERCÊ DO

PERIGO.

- AO ABRIRMOS A PORTA DO COMPARTIMENTO NÃO TEMOS NOÇÃO DO

QUE PODEMOS ENCONTRAR DE SINISTRO.OQUE NÃO OCORRE NO

COMPARTIMENTO EM ANEXO A MÁQUINA DO LEME.

- O BALANÇO NA PROA É MUITO MAIS INTENSO, REPICADO E

BATIDO.DIFERENTE DA ESTABILIDADE NA POPA. AUMENTANDO RISCOS

DE ACIDENTE COM PRODUTO DEVIDO AO BALANÇO E PESSOAL NA HORA

DO TRANSPORTE E MESMO DO MANUSEIO.

-TEMOS QUE RECEBER O PRODUTO NA POPA E SÓ QUANDO O NAVIO

ESTIVER EM VIAGEM EXECUTAR A FAINA DE TRANFERENCIA PARA A

PROA.DEPENDENDO DAS CONDIÇÕES DE TEMPO (MAR, VENTO, CHUVAS)

DEVERÁ FICAR EXPOSTO EM ALGUM LOCAL ATÉ OFERECER CONDIÇÕES

DESTA TRANFERENCIA.SENDO QUE.DO CONTRÁRIO, IRIA DIRETO PARA

SEU LUGAR SEGURO DE ARMAZENAMENTO COM O USO DO GUINDASTEN

DA POPA.

- TEMPERATURA MUITO ELEVADA NO LOCAL DEVIDO A PRATICAMENTE

INEXISTÊNCIA DE VENTILAÇÃO. COM ISSO VAI GERAR UM RISCO

EXTREMO A SAÚDE DOS TRIPULANTES QUE FREQUENTAM ESSE PAIOL

NA PROA. LEMBRO QUE O CLORO TEM COMBUSTÃO ESPONTÂNEA A

TEMPERATURAS POUCO MAIS ALTA EM CONTATO COM OXIGÉNIO.

- NO TRANSPORTE DA PROA PARA POPA A MAIORIA DOS RECIPENTES

SÃO DE LATA, DE ACORDO COM A NECESSIDADE.NÃO TEMOS HORÁRIO

PARA BUSCAR, NA QUEDA, NO "BATE BATE" UM COM OUTRO.MUITOS

LÍQUIDOS SÃO INFLAMÁVEIS.

- NÃO EXISTE TOMADA DE ÁGUA POTÁVEL DISPONÍVEL PARA

EMERGÊNCIA.

- COMO PODEMOS VER ACIMA, FFORAM CRIADOS INÚMEROS ATOS E

CONDIÇÕES INSEGURAS DESNECESSARIAMENTE.

70

Page 72: Cartão de ponto verdadeiro

VANTAGEM DE O PAIOL DE PRODUTOS QUÍMICOS SER LOCALIZADO NA

PROA:

- TEM UM PEQUENO EXAUSTOR.

VANTAGENS DA LOCALIZAÇÃO NO COMPARTIMENTO EM ANEXO NA

MÁQUINA DO LEME:

- A MÁQUINA DO LEME TEM O2 EXAUSTORES NATURAIS ( UM POR BE,

DENTRO DO COMPARTIMENTOSEPARADO, E OUTRO POR BE )

- O COMPARTIMENTO É SEPARADO DE MODO POR ANTEPARA TELADA

ONDE TEMOS TOTAL VISÃO DE TODO COMPARTIMENTO ANTES DE

ENTRAR NO MESMO.

- AS PRATELEIRAS FORAM CONSTRUÍDAS DE MODO FUNCIONAL ONDE

QUALQUER PESSOA DE QUALQUER ESTATURA PODE MANIPULAR OS

PRODUTOS COM SEGURANÇA E FACILIDADE.FICANDO A PARTE

SUPERIOR EXCLUSIVAMENTE PARA O ARMAZENAMENTO DE BOMBONAS

VAZIAS.

-O COMPARTIMENTO É GRANDE E BEM VENTILADO.MUITA FACILIDADE DE

LOCOMOÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DO PRODUTO.

- DIMINUIÇÃO CONSIDERÁVEL DE SUBIDA E DESCIDA DE LANCES DE

ESCADAS. LOCAL É ESTRATÉGICO, PERTO DE TODOS OS LUGARES,

ONDE O PRODUTO É UTILIZADO DIMINUINDO CONSIDERÁVELMENTE O

ESFORÇO físico DO TRANSPORTE DO MESMO.

- EXISTE UMA VENTILAÇÃO FORÇADA POTENTE QUE PODE SER

CONVERTIDA EM EXAUSTOR, SE NECESSÁRIO.

- O ACESSO É SIMPLES E FÁCIL EM QUALQUE HORÁRIO.

- EM CASO DE FALHA DA VENTILAÇÃO TEMOS A PODEROSA VENTILAÇÃO

DA PRAÇA DE MÁQUINAS NA ABERTURA DA PORTA ESTANQUE DA

MÁQUINA DO LEME..

- EM CASO DE ACIDENTE PESSOAL COM PRODUTO QUÍMICO TEMOS

SEMPRE ALGUÉM PARA AUXILIAR DEVIDO AO MOVIMENTO DE PESSOAS

NA PRAÇA DE MÁQUINAS.

71

Page 73: Cartão de ponto verdadeiro

- O RECEBIMENTO DOS PRODUTOS É SEMPRE PÊLOS GUINDADASTES NA

POPA.APÓS RECEBER NÃO TERÁ QUE EFETUAR UMA “LONGA VIAGEM",

PELO CONVÉS, ATÉ A PROA. JÁ NA NO COMPARTIMENTO EM ANEXO A

MÁQUINA DO LEME O GUINDASTE ARREIA DIRETO DENTRO DA PRAÇA DE

MÁQUINAS, LEVAMOS NUN PERCURSSO MÍNIMO SEM DESCER OU SUBIR

QUALQUE LANCE DE ESCADA. QUE TERIA DE SER FEITO NA PROA SEM

CONTAR QUE O PRODUTO É PRATICAMENTE TODO CONSUMIDO NA

PRAÇA DE MÁQUINAS. NA PROA TEMOS DE FAZER INÚMERAS VIAGENS

INÚTEIS COM CONSUMO DESNECESSÁRIO DE HOMEM / HORA.

- ALGUNS DOS RESPONSÁVEIS PELA DOSAGEM DE PRODUTOS QUÍMICOS

NOS MOTORES SÃO OS OFICIAIS DE SERVIÇO, QUE NORMALMENTE

TIRAM QUARTO SOZINHO. TERÁ DE, NO PERÍODO NOTURNO, IR AO

CONVÉS, A NOITE, BUSCAR E LEVAR O RESTANTE DE VOLTA JÁ QUE NÃO

PODE FICAR ARMAZENADO NA PRAÇA DE MÁQUINAS EM LOCAL

IMPRÓPIO. NO COMPARTIMENTO ANEXO NA MÁQUINA DO LEME ESTE

TEM CONDIÇÕES DE USAR E GUARDAR NO LOCAL SEM QUE Os MESMOS

FIQUEM ESTOCADOS ERRADAMENTE EM OUTRO LOCAL QUE NÃO SEJA O

PAIOL DE PRODUTOS QUÍMICOS.

COMENTÁRIO / CONCLUSÃO:

APÓS TER PARTICIPADO DAS PALESTRAS DA DU PONT, REFERENTE A

SEGURANÇA, PASSEI A ANALISAR MELHOR O RISCO DE ACIDENTES E A

OBSERVAR COM MELHOR CONSCIÊNCIA OS ATOS E CONDIÇÕES

INSEGURAS O QUE.NA MEDIDA DO POSSÍVEL, TENHO APLICADO NO DIA A

DIA A BORDO.POR ISSO, PEÇO, QUE MINHAS OBSERVAÇÕES, COMO JÁ

FORAM FEITAS EM REUNIÕES DA COMAR.COMO CONVIDADO NÃO SEJAM

MAL INTERPRETADAS.E , QUE A ANÁLISE AQUI EXPOSTA SEJA DISCUTIDA

E ACRESCENTADA OPINIÕES FAVORÁVEIS OU NÃO. É CONVENIENTE

INCLUSIVE, SE FOR O CASO, QUE OUTROS NAVIOS DESTA CLASSE,

DISCUTAM COM OS MEMBROS DA COMAR A VIABILIDADE DESTE

ASSUNTO PARA QUE FIQUE TRANSPARENTE JUNTO A OPINIÃO DA

TRIPULAÇÃO, VISTORIADORES EM GERAL REFERENTE ÀS NORMAS DE

72

Page 74: Cartão de ponto verdadeiro

SEGURANÇA INTERNACIONAIS SEJA PESSOAL.PATRIMONIAL E,

PRINCIPALMENTE, QUANTO AOS RISCOS DE POLUIÇÃO.

COMO LABORATÓRIO, FIZ QUESTÃO, DE NAS DUAS PRIMEIRAS

SEMANAS.APÓS A INSTALAÇÃO DO PAIOL DE PRODUTOS QUÍMICOS NA

PROA, EU MESMO TRATEI DE IR

BUSCAR OS PRODUTOS DE NOSSA NECESSIDADE E ENTÃO ME FEZ VER

COM MAIOR CLAREZA OS PERIGOS E INCONVENIENTES DAS CONDIÇÕES

DO MESMO. EXECUTAR AS TAREFAS PESSOALMENTE FOI DECISIVO PARA

EMISSÃO DESTE TRABALHO. TODOS ENVOLVIDOS NO TRABALHO FORAM

UNANIMES EM VER O INCONVENIENTE DA QUESTÃO.

PEÇO AOS SENHORES MEMBROS DA GOMAR DO NAT ITAJUBÁ, QUE

SEJAM IMPARCIAS PROCURANDO AO MÁXIMO, COM AFINCO, VERIFICAR

AS VANTAGENS DESTE PAIOL DE PRODUTOS QUÍMICOS TER SUA

LOCALIZAÇÃO DEFINITIVA NA PROA, A FIM DE QUE TENHAMOS O MÁXIMO

DE JUSTIÇA E TRANSPARÊNCIA E BOM SENSO.PEÇO TAMBÉM QUE

FAÇAM AVALIAÇÔE DA POSSIBILIDADE DE MODIFICAÇÕES E

ADAPTAÇÕES PARA CONTINUAR NO MESMO LOCAL E/OU SUGESTÕES

PARA A PROCURA DE OUTRO LOCAL QUE SEJA PRÁTICO, FUNCIONAL E

SEGURO.

TEM QUE HAVER UM CONSENSO OU UMA REFERENCIA LÓGICA ENTRE OS

VISTORIADORES. ESTÃO EXISTINDO MUITAS DIVERGÊNCIAS. "SENDO

QUE UMA PLANTA APROVADA POR DEZ PODE SER REPROVADA POR UM.

ONDE ESTE UM, DESMONTA, DESMORONA JUDO O QUE FOI TRABALHADO

E CONSTRUÍDO E APROVADO EM FUNÇÃO DOS OUTROS DEZ".

PEÇO QUE ESTA COMUNICAÇÃO QUE SEJA ANEXADA A ATA DA GOMAR E

O RESULTADO COMUNICADO.

ANTECIPO AGRADECIMENTOS A ATENÇÃO

COM CÓPIA AO SR CHEFE DE MÁQUINAS NASCIMENTO, SR IMEDIATO

VIEIRA E SR. SECRETRÁRIO DA GOMAR OSÉAS.

73

Page 75: Cartão de ponto verdadeiro

ANTECIPO QUE PODE SER ESTUDADO UM OUTRO LOCAL PARA ESTE

PAIOL DE FORMA QUE VENHA A AGRADAR A "GREGOS E TROIANOS". EM

CIMA É CLARO, DO QUE OS AUDITORES DESEJAM.

AGRADEÇO, ANTECIPADAMENTE, A COOPERAÇÃO.

BRENO BIDART

PRIMEIRO OFICIAL DE MÁQUINAS.

74

Page 76: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO C

RESPOSTA DA EMPRESA

Comandante do Itajuba

De: [email protected]

Enviado em: quinta-feira» 1^ de fevereiro de 200414:20

Para: [email protected]

Ce: msiuiftüi@peliobi [email protected], br.int

Assunto: Ata Cornar

Em virtude do ocorrido com a ultima ata da Cornar lavrada, gostaria de esclarecer e

externar a minha insatisfação pelo ocorrido:

AÃ) Esta nova ata foi criada por força de lei a qual deverá ser realizada mensalmente. A

Gerência Geral com o propósito de ter um acompanhamento maior do navio acrescentou,

mais alguns itens para que pudesse ter um retrato do que vem sendo desenvolvido pelo

navio e observar as suas reais necessidades. Em face disto, mensalmente após

recebimento das atas, o QGAN, exige que todos os COEX façam um apanhado das

dificuldades e fatos relevantes dos navios os quais são responsáveis e divulguem na RCO

para que a empresa venha buscar uma solução.

BB) As Atas das Cornar como são lançadas no Safenet, que é uma ferramenta utilizada

pela maioria em terra, podem e devem ser lidas por todos os gerentes sem distinção. Isto

é, se GG quiser saber como anda o Itajuba, é só acessar. Desta forma, o comando

deverá tomar cuidado com envio das atas fim evitar o que ocorreu nesta última, que de

forma intempestiva, o 1OM Breno redigiu um doqumento pessoal e lançou em anexo a

ata.

CC) Lembro que, as reuniões da Cornar que são presididas pelo Comandante que tem

como objetivo, conduzir e levantar assuntos de segurança e as necessidades de bordo as

quais são aprovadas e decididas por um grupo. Sendo que os assuntos definidos na

reunião deverão ser lançados nos itens a que lhe compete e não solto como foi feito.

75

Page 77: Cartão de ponto verdadeiro

Portanto se desejassem levantar tal assunto, que é aceitável, deveria ser registrado no

item apropriado e sendo somente registrada a proposta e não uma súplica de forma

desesperada.

DD)Entendo que com 25 anos de profissão, dos quais foram 20 anos a bordo, que todo e

qualquer documento oficial saído de bordo tem que ter a assinatura do Comandante e não

de um Oficial. E a Ata da Cornar é um documento oficial.

EE) Estou aberto para qualquer proposta de melhorias, mas da forma que foi conduzida é

inaceitável. Porque mais uma vez o 1OM Breno, demonstrando total desconhecimento de

causa, gerou mal estar. Informo que, independente dos elogios da beleza do paiol,

"DECIDIMOS" em comum acordo com os Comandantes efetivos desta classe, padronizar

os navios, instalando o paiol de produtos químicos na proa. Acrescento também, que nas

outros navios nunca ouvi reclamações, muito menos por escrito, que descem escadas ou

que tenham trabalho para levar o material até a proa.

FF) Esta atitude de permitir o envio desta ata, além de expor o Comando e o COEX vejo

que não houve controle nem com que estava escrito. Conforme comentado pelo IOM

Breno, em um dos parágrafos "Sendo que uma planta aprovada por dez pode ser reprovada

por um, onde este "um” desmonta, desmorona tudo que foi trabalhado, construído e

aprovado em função dos outros dez". O que quis expor? Que eu sou este "UM"? Gostaria

de lembrá-lo, que além de ser o COEX" deste navio quero respeito como profissional da

mesma forma que eu sempre o respeitei como profissional e como homem. Em outro

parágrafo relata que poderia ser estudado um outro local que venha agradar "gregos e

troianos". Não agradamos auditores e sim, seguimos orientações ou regras para

mantermos o navio comercialmente viável. Q que não impede dos produtos químicos

serem colocados na proa. Como descrito acima foi decisão tomada com os Comandantes

efetivos, buscando uma padronização que tanto reclamamos.

O que mais me incomoda é que foi permitido pêlos principais de bordof que este

documento fosse levado ao conhecimento dos participantes da Cornar e enviada para

empresa onde todos tem acesso.

GG) Finalizo, esclarecendo que atitudes como essa, não serão mais toleradas.

Principalmente do 1OM Breno que é reincidente com suas demonstrações de

desequilíbrio emocional e de insatisfação e indignação com o pessoal de terra. E deste

76

Page 78: Cartão de ponto verdadeiro

Comando, que permitiu, sair um documento destemperado como este, espero um maior

controle nas emissões de documentos oficiais..

CMT Edio / GETRAM 4

Coordenador Executivo da Frota/853057-6 . 6

Chave ECLP

[email protected]. br

Tel.: (21) 3211-7423

Received: from INT at Globe Wireless; Thu, 19 Feb 2004

14:45 UTC Message-id: 133233033

CITAÇÃO: (Relativo aos anexos B e C)

Em resposta a comunicação acima.

Normas Regulamentadoras (CLT)

NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho

Aquaviário.

30.1 Objetivo (somente o que interessa no texto, para justificativa acima)

30.1.2 Esta norma regulamentadora tem com objetivo a proteção

regulamentação das condições e saúde dos trabalhadores aquaviários.

30.3.1.1 Cabe aos armadores e seus prepostos:

a) cumprir e fazer cumprir o disposto nesta NR, bem como a observância do

contido no item 1.7 da NR – Disposições Gerais e das demais disposições

legais de segurança e saúde do trabalhador;

b) disponibilizar aos trabalhadores as normas de segurança e saúde no

trabalho vigente, publicações e material institucional em matéria de

segurança e saúde, bem estar e vida a bordo;

30.2.2 Dos trabalhadores (somente o que interessa para debater o texto

acima da empresa)

30.3.2.1 Cabe aos trabalhadores

a) cumprir as disposições da presente NR, bem como a observância do

contido no ítem 1,8 da NR 01 – Disposições gerais e das demais

disposições legais de segurança e saúde no trabalho.

77

Page 79: Cartão de ponto verdadeiro

b) informar ao oficial de serviço ou qualquer membro do GSSTB (Grupo de

Segurança no Trabalho a Bordo dos Navios Mercantes).

Agora pulando o que não interessa veja o item 30.4.6 Das finalidades do

GSSTB:

a) Manter procedimentos que visem a prevenção da segurança e saúde

no trabalho e no meio ambiente, procurando atuar de forma preventiva.

b) Agregar esforços de toda a tripulação para que a embarcação possa

ser considerada local seguro de trabalho.

c) Contribuir para a melhoria das condições de trabalho e de bem estar

a bordo.

d) Recomendar modificações e receber sugestões técnicas que visem a garantia de segurança dos trabalhos realizados a bordo;

e) Investigar, analisar e discutir as causas de acidentes do trabalho a

bordo, divulgando o seu resultado;

f) Adotar providências para que as empresas mantenham à disposição

do GSSTB informações normas e recomendações atualizadas em matéria

de prevenção de prevenção de acidentes, doenças relacionadas ao

trabalho, enfermidades infecto-contagiosa e outras de caráter médico

social

OBS: Como se pode ver esta citação técnica acima vai completamente

contra a comunicação recebida sob ameaça de punição. Punição quando o

que se estava se executando estava realmente de acordo com as normas

regulamentadoras. Incluí também nesta recomendação o anexo H.

Acredito, novamente que tal ocorrência infeliz jamais teria ocorrido se o

sistema de cartão de ponto fosse instalado a bordo. Ficaria muito caro

satisfazer egos e vontades absurdas de alguns e mesmo cumprir ordens

sem análise prévia e sem nexo bem com improdutivas que fazem com que

os trabalhadores fiquem ansiosos, fatigados, estressados e insatisfeitos.

78

Page 80: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO D

Desistindo, em parte, de tentar mandar sugestões de melhorias para a empresa,

tentei publicar artigos educativos e preventivos na revista do sindicato. Não foi

publicado. Pouco tempo depois um dos navios da nossa empresa teve um

problema com filtro que gerou prejuízo de milhões de dólares. Veja o artigo

abaixo.

Procurei um meio sutil de enviar a informação sabendo das dificuldades que

temos em implementá-las.

AOZ484/1OM « Z1/S/ZOU5

From: 10M Diva

To : [email protected] Sent 14/8/2005 16:21

<[email protected]@SMT@AMOS>

Date: domingo, 14 de agosto de 2005 16:20 Msg: A02484-1676 Sub : Velho Chico

O dia em que, um dos maiores, completo e competente, chefe de máquinas, da nossa

marinha mercante foi nocauteado pelo inimigo número um dos maquinistas.

No ano de 1987 entrei para a Fronape. Então, tive o privilégio de no primeiro embarque,

novo de carta, de ter a oportunidade de conhecer e, ter como chefe, o Sr Francisco. Era

conhecido como Chico Macaxeira. Não vou insistir em chefe Francisco. Ninguém

conhece chefe Francisco.Existem muitos Francisco. Agora, Macaxeira chefe de

máquinas é como Lula presidente. O apelido o engrandece.

Exigente, carismático e para nós naquele momento, chato. Até então não tinha a noção

da importância daqueles meses o que mudaria no meu conceito profissional. Naquele

tempo Chefe Francisco já tinha criado procedimentos na praça de máquinas que são

hoje semelhantes aos do SSPP. Eu diria, sem modéstia, que, no Brasil, ele seria um

dos precursores do Código ISM. Não digo num intuito de criar o código, mas na ampla e

longa visão da importância de procedimentos para execução de tarefas, das mais

simples as mais complexas.Se tivessem arquivos veríamos a semelhança intuitiva do

SSPP. Tínhamos procedimentos meticulosos até para limpeza do caixão de ar de

79

Page 81: Cartão de ponto verdadeiro

lavagem. Planilhas de testes de segurança hoje exigidas pelas classificadoras. Em

tempo, reconheço a sua capacidade e visão do futuro. Não sei por onde anda, ou se já

faleceu ou se cuida dos sues netinhos, mas, lembro pouco de sua fisionomia e bem da

sua sabedoria, competência e seus cabelos completamente brancos. Já era

aposentado há bastante tempo o que enriquecia a sua experiência (ele se referia como

"Pé na cova"). .Seu maior discípulo chefe de máquinas Rieta continuou sua obra e,

também, tive a oportunidade de anos mais tarde trabalhar com ele como chefe de

máquinas no mesmo Navio o Dilya .Muitos tripulantes, que saíram e foram para outros

navios, carregaram o peso da responsabilidade de serem conhecidos como "discípulo

do Macaxeira" como eu também gostaria de ser chamado e, nunca fui

reconhecido.Talvez, pelo tempo, só passei 11 meses com o chefe. Esses discípulos

levaram seu nome para onde foram mostrando o seu aprendizado. Qualquer chefe

queria ter na sua equipe um discípulo da Macaxeira. Neste ano (2005) embarquei no

Dilya já como primeiro oficial de máquinas e pude ver na sua obra até hoje sendo

verificada, pois as ferramentas originais antigas, desde a saída do navio do estaleiro,

ainda intactas, nos seus cabides, já na responsabilidade do chefe de máquinas

Fernando. Bom, o grande chefe Francisco, já deve ter morrido, pouco se ouve falar dele,

e, a sua grande capacidade deveria ter sido reconhecida em vida, por isso, a minha

ousadia de falar do seu nocaute. Falo nocaute por que o grande velho, como eu o via,

vivia fazendo posição da luta de boxe e chamando o seu segundo de Mike Tyson

(Rieta).0 Rieta tem uma certa semelhança física com esse lutador.

Os anos passaram e continuei trabalhando e vivendo novas experiências. Até conhecer o

Chefe de máquinas Carlos Alberto Nascimento.O chefe Nascimento trás, em sua bagagem,

além de muitos anos como chefe de máquinas outros tantos como inspetor de navios em

grandes empresas. Esse me passou uma lição que até hoje coloco em prática em tudo na

praça de máquinas. Por mais de uma vez esse se aproximava e me via agarrado em um

determinado equipamento brigando tentando acertar. Eu pesquisava tudo, parte elétrica,

eletrônica, mecânica manobras em fim depois de um bom tempo já quase jogando a toalha

esse chefe me chama no canto e pergunta. Já verificou o inimigo número um do maquinista?

Quem é esse inimigo chefe. O filtro.Vamos lá. É parece simples, mas sempre caímos no

mesmo erro por várias vezes, começamos sempre pelo lado mais difícil a solução dos

problemas de máquinas.

80

Page 82: Cartão de ponto verdadeiro

,/1OM

à, muitas vezes essa demora pode ser a diferença entre as conseqüências mais graves. Não

me envergonho de dizer que foram muitas às vezes em que chefe Nascimento chamou

minha atenção, com razão, em esquecer o inimigo número um do maquinista.

Mas eu tenho um conforto, que ameniza a minha dor quando constantemente esqueço o

nosso inimigo número um e fico a levar “borrachadas" devido minha inútil teimosia de ir

buscar as soluções inicialmente pelo lado mais difícil.

Volto ao grande chefe Francisco. Nesse período de 1987/89 tivemos um ser problema nas

unidades hidráulicas. Lembro-me que para atracar o navio tivemos que usar as 04 fazendo o

serviço de uma. Foram horas, sem operar, no porto de Madre de Deus. Ai a confusão

começou, não tivemos condições por bordo de safar o problema, que parecia muito

complicado. Nas primeiras; 24 horas, sem operar, veio um engenheiro do Rio de janeiro e

nada. Nas próximas horas juntou-se outro engenheiro que veio de Manaus. Sinceramente eu

nunca tinha presenciado o velho tão abatido. Acostumado a ser sempre vencedor ficar

nocauteado por causa do sistema hidráulico? Acredito que mesmo a fronape, pois o Dilya

sempre fora um navio totalmente operacional mesmo em uma época que isso não era

contabilizado ao pé da letra. A história continua. Estava eu de serviço, por volta das 1300hr

quando si aproximou de mim o Fantasma. (Fantasma era o apelido do moço de máquinas

Cavuca - que era tão branco que parecia...). O fantasma era meio idoso, veio com aquela

humildade e disse: "Seu terceiro", isso aconteceu no out navio e era o filtro. Imediatamente, na

minha ingenuidade, subi cheguei: camarote do chefe pediu licença, entrei e vi: O Rieta em pé,

os dois engenheiros sentados, com os planos hidráulicos espalhados por todo o camarote

etc. O chefe Francisco, pálido, cansado como há muito não dormia Interrompi as autoridades

e disse. Chefe, o fantasma me disse que o mesmo aconteceu no outro navio e era o filtro.

E aos berros, o chefe disse, p., de c., de Fantasma. Você é oficial... fantasma é carvoeiro.,

você é oficial Vai para a .. Oficina mecânica etc. Passei, rapidamente o olho em volta,

apavorado, Entendendo o tempo que o mesmo estava acordado e cansado, voltei para a

máquina na minha su ignorância.. E, naquela passada de olhos, vi que o Chefe, o segundo, e

os engenheiros se entreolharam e baixaram a cabeça. Por volta das 1430hs, coloca-se MCA,

alimenta as hidráulicas etc... Perguntei ao Segundo o que tinha resolvido, lembro daquele

olhar, sem resposta, era o filtro. Por isso não tenho vergonha de dizer que pequei várias vezes

por não ter dado o devido valor às palavras do chefe Carlos Alberto Nascimento.Não e

81

Page 83: Cartão de ponto verdadeiro

mais.Se o grande Chico Macaxeira, um dos grandes chefes da nossa marinha mercante caiu

uma vez, porque eu não posso?

Na verdade isso é um alerta para que tomemos cuidado com o nosso inimigo número um. E

não tenhamos vergonha de admitir o nosso erro, pois assim, tendo humildade, aceitando

opiniões, rapidamente saímos da inércia. A bordo, em alto mar, temos pouco aonde recorrer

e só podemos contar com a experiência da nossa equipe, do menor ao maior.Pois mesmo

um grande profissional como chefe Francisco necessita da experiência de sua equipe Eu,

particularmente gostaria de ver enumerado, através de uma pesquisa a profissionais

competentes, pelo menos, dez inimigos principais dos maquinistas em ordem de importância

ou que cada um na sua mente o fizesse esse tipo de cuidado com certeza mudaria o aspecto

de acidentes com perdas. Conhecer o inimigo e estar atento as suas investidas e pronto para

o ate talvez seja a causa do sucesso na nossa profissão. Várias vezes quando A o chefe

Francisco ele estava sempre preparado, usava sempre o termo não jogar a toalha, que, para

ele, era inadmissível e, às vezes, em tom de brincadeira, quando íamos levar algum problema

este estava armado na posição de lutador de boxe se esquivando e perguntando pelo seu

segundo Mike Tyson.Cadê o Mike? Como se fosse derrubá-lo. E, sempre lembrando para

não jogar a toalha.

Não estou dizendo que o chefe Francisco era daqueles arrogantes que não aceitava

opiniões etc. Era completo, destemidos, competentes.

/1OM ©21/8/200522:17 HA02484-1676

Acredito que nosso inimigo só queria pregar uma peça para ficar a posteridade. Sua

competência era transferida a todos que participavam de sua equipe.Não posso riscar a sua

memória. O que eu quis dizer que o inimigo número um do maquinista é astuto, esperto e

sabe a hora de entrar de sair em fim, temos que tomar muito cuidado. Até os grandes,

competentes e destemidos são derrubados por esse minúsculo ser, simples imprevisível e às

vezes oculto devido a sua clara evidência. Isto é, quando da dita sabedoria do chefe

Nascimento nós o ignoramos. É a nossa segurança. Lembro que Myke Tyson deu um vacilo

e...

Então cuidado com o inimigo número um do maquinista.

Breno Bidart 1OM

82

Page 84: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO E

AVALIAÇÃO VOLUNTÁRIA DO CHEFE DE MÁQUINAS BANDEIRA.

*.j PETROBRAS TRANSPORTE S.A. TRANSPETRO

N/T DIVA, 21 DE AGOSTO DE 2005. AO: GERENTE GETRAN IV. DO: CFM

BANDEIRA.

ASSUNTO: AVALIAÇÃO TRIPULANTE.

Comunico a Vossa Senhoria que. Esteve embarcado nesta unidade, durante a minha

administração o Primeiro Oficiai de Máquinas, Breno Rodrigues Bidart Júnior. Matrícula

Transpetro 178. O referido tripulante, além de desempenhar seu trabalho com dedicação

e comprometimento com resultados, demonstraram um excelente lado profissional.

(conhecimento técnico) que muitos não tem atingido ou se aproximado deste

desempenho. Durante o tempo que exerço como Chefe de Máquinas, não tinha

encontrado nos dias de hoje. um profissional do gabarito do Oficial em questão.

Outrossim. Informo, que muitas das vezes profissionais deste nível, são interpretados de

maneira errônea, por indivíduos que falam muitos em valores, mas por interesses

próprios, cumprem somente verbalmente, aquilo que acham certo. Por isto gostaria que

Vossa Senhoria fizesse maior avaliação, principalmente na questão de promoção, para

que a Companhia não venha a perder um profissional de valor. Outrossim, informo, que

se o Tripulante for recusado em uma de nossas unidades, o Senhor pode ter a certeza

que ele será aceito por esse administrador.

ANEXO F

Atenciosamente,

83

Page 85: Cartão de ponto verdadeiro

Verifique este depoimento desesperado de um jovem oficial recém formado, filho

de militar que passou toda a sua juventude no colégio militar, estudou na

Academia Militar das Agulhas Negras, foi para a faculdade, saiu e se encontrou

na Marinha mercante.

Aí tem também uma referência ao comandante Walter Simões. Este comandante

está entre os melhores e mais competentes que trabalhei. Este tentava seguir

quase ao pé da letra as cobranças com os manuais da empresa. Trabalhei 02

anos e vi um profissional altamente qualificado, mas não quis dar o braço a torcer

e admitir que estava extremamente fatigado e estressado. Isso gerou muitos

problemas inclusive comigo que como ele também estava. Este recebia uma

poderosa carga de cobranças da empresa e queria cumprir tudo ao pé da letra.

Conhecedor profundo dos manuais do SGF e de técnicas de liderança. Devia o

alto nível da equipe de máquinas a ele que conseguia, não sei como se livrar dos

remos.

Fatores éticos

Segundo os parâmetros que a empresa vem pregando sobre a palavra ética e

tendo como definição para tal: o ideal de conduta humana que orienta sobre o que

é bom e o que é certo, visando o bem comum, não vem sido em pregado de

maneira constante nesta unidade. Desde que aqui cheguei, tenho observado a

quebra de alguns padrões que regem a ética de trabalho. Essa palavra servirá

como alicerce para tudo que me reportarei. Tenho conversado com pessoas a

bordo, as quais passaram por situações desagradáveis, não obstante do

conhecimento da empresa, creio eu, e essas situações correm desde

intimidações até o desrespeito.

Obviamente, que a empresa busca um perfil para seus funcionários e esse perfil

de excelência em suas atribuições passa pelo erro e acerto. Os acertos muitas

vezes são mais que obrigações, mas e os erros?Como esses devem ser

encarados? Até onde sei, a tolerância ao erro passa por um processo de

aprendizagem, de acompanhamento daqueles que não se encaixam, afim de que

sejam superados os seus limites e por fim uma avaliação, desde que não seja

usada de forma covarde, para constante melhoria do tripulante. O que tenho

84

Page 86: Cartão de ponto verdadeiro

observado está muito fora desse contexto. O diálogo passando a não ser utilizado

como maneira de se agregar valor frente ao erro. O vulgarmente chamado

"esporro", "carão", variavelmente seguido de excessos como exaltações

comportamentais e intimidações passa a ter valor como instrumento de acerto.

À pessoa do Comandante são passados poderes limitados e que devem ser

muitos bem administrados por tal. Será que existe a necessidade de passar por

cima de tudo e de todos para que se consiga cumprir os manuais de sgf que

regem nosso dia-a-dia? Isso está de acordo com a nossa política de rh (relações

humanas)? Será que entender o ser humano e seus problemas é importante?

Taxar pessoas (muitas vezes sem a oportunidade de defesa) que tem um

potencial a ser descoberto, mas que se desmotivam frente às limitações ou

situações embaraçosas passadas.Ao ver seu companheiro passar por tais coisas

até mesmo quem não participa efetivamente se chateia pelo outro, por ver que

muitas vezes injustiça está sendo cometida.

A empresa prega que particularidades de seu empregado não sejam divulgadas

por seus administradores.A exposição de erros de outros juntamente com a

colocação objetiva de nomes não favorecem também a imagem do funcionário e

reforça a quebra de um princípio na qual a companhia preserva: a honestidade. O

decoro e a transparência da empresa devem ser refletidos nos seus e não

ofuscados.

Viver sobre intimidações passa a ser algo que deve ser colocado e analisado pelas

pessoas competentes de terra.Não esqueçamos que estamos lidando com

pessoas...Pessoas que sentem, que se lastimam, que se alegram e que precisam

se motivar a cada dia individualmente, pois só o fato de estar longe da família é um

fator de peso. A busca pela excelência prega outros fatores além de seguir

manuais, cumprir ordens e outros.Estar em um ambiente de trabalho alegre faz

com que qualquer um busque dar o melhor de si. Tentar estar alinhado com isso e

tendo como fator desmotivacional uma pressão excessiva e desnecessária é algo

muito difícil.

Estar num país onde o crescimento econômico e as variações sociais fazem com

que se agarrar as suas seguranças, emprego e tudo, impedem a tentativa de ir

contra esse turbilhão que sufoca a muitos. Então, estar reprimido passa a ser uma

85

Page 87: Cartão de ponto verdadeiro

constante, aquela vontade falar e cada tripulante, de entender e ser entendido

passa a_ser esquecido dando lugar ao grito abafado daqueles que são acometidos

pela injustiça.

Nossas preocupações diárias com eficiência, competitividade e lucratividade não

podem prescindir o comportamento ético. Essa ética de que tanto falo tem sido

diversas vezes desrespeita nas suas indiferenças individuais com muitos colegas a

bordo. Qual a ferramenta para as pessoas contra isso? A ouvidoria. Pelo que sei e

presenciei uma queixa de um amigo oficial aqui a bordo, pude ver que a força que

vem de baixo para cima muitas vezes não será avassaladora e sim a que vem de

cima para baixo; essa sim pode causar esmagamento e medo. Contudo isso não sé

verificado uma melhora na postura daquele que causa todo o problema.Por isso

quero crer na força do empregado. Essa crença em mim permanece acessa, pois

combater as verdades absolutas e subjetivas de alguns frente ao todo não pode

suprimida.

Sou um simples maquinista e devo imaginar que meu poder de escuta não seja tão

forte, mas gostaria de poder ser ouvido, obviamente, tendo um embasamento forte

para tudo que aqui é colocado e que em uma outra oportunidade poderá ser

discutido.Não quero ser o justiceiro ou aquele que tira a venda da justiça, mas

encontrar as verdades que nossos gerentes nos passam.Quando estava na escola,

pude ter contato com muitos em reuniões, eventos e tudo; vi que não sou dono da

verdade, que sou cheio de falhas, mas graças a mim e ao aprendizado que tenho

com várias pessoas nessa labuta diária, percebi que aqueles poucos que iniciaram

meu caminho lá e depois como praticante, fazem parte da minha melhora e

crescimento. Que eles também erram, independente da importância de suas funções,

mas como eu, buscam seus acertos e os daquele que estão sob seu comando

também.Uma pena não poder observar essa extensão aqui a bordo.Sei que quando

maior o fardo, maior é o "cajado" e as suas obrigações, mas como administrador

pecar é esquecer que as máquinas ainda não podem realizar os nossos trabalho.

Saber conduzir o acerto, buscar estudar os erros com quem o fez, é algo que vai além

da vaidade pessoal de cada pessoa e de suas atribuições.

2OM Júlio

86

Page 88: Cartão de ponto verdadeiro

87

Page 89: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO G

Cultura

(Artigo escrito para a revista do sindmar para publicação e que não foi publicado - 2006)

Comecei a viajar no início dos anos 80, no século passado. Podemos sentir

mudanças, extremamente rápidas, que nos outros séculos levaram-se centenas

de anos. As viagens, ainda no início dos anos 80, eram muito mais demoradas e

praticamente não tínhamos lazer a bordo. Carregávamos ainda muito da cultura

dos séculos anteriores, como ainda hoje, infelizmente, carregamos.

A cultura provém também, na marinha mercante, dos procedimentos dos navios

de guerra, já que também carregamos o peso da sua cultura devido a nossa

origem, aqui no Brasil.

O que acontece hoje é que estamos convivendo no nosso meio com culturas de

séculos anteriores, de outras marinhas mercantes e da marinha de guerra do

nosso país. São hoje condições totalmente adversas. Teríamos que, primeiro

entender o porquê de certos comportamentos e procedimentos daquela época

que, justiça seja feita, satisfaziam plenamente aquele momento e aquela

condição, que não é o nosso caso hoje.

No início do século passado ocorreu à revolta da chibata na nossa marinha de

guerra. Para as épocas anteriores era a maneira mais eficiente de manter a

disciplina a bordo de navios, nos séculos anteriores e não no séc. passado.

Esperou-se uma revolta para se tomar uma decisão.

Do século XV ao séc. XVIII, as condições de vida, nesses navios, eram muito

diferentes das do Séc. XIX e XX (já navios a vapor), tanto na marinha de guerra

quanto na mercante. Com o surgimento dos navios a vapor as coisas começaram

e mudar de figura.

Também devemos levar em conta as culturas dos povos, não podemos ficar

copiando condições de povos com culturas totalmente diferentes da nossa. Haja

vista que, por exemplo, devido a essa mudança brusca no comportamento dos

povos e na economia verificamos que em países desenvolvidos só notamos o

88

Page 90: Cartão de ponto verdadeiro

embarque de oficiais ou simplesmente, apenas comandantes e chefes de

máquinas e o restante de outros povos que devido a suas condições econômicas

tem que se sujeitar a qualquer situação ou salários. Se bem que, para eles

mesmo assim com salários atraente o que faz todos saírem ganhando.Então, não

podemos, nesse caso, julgar e dizer que tem algo errado. Lembro que o que vale

hoje não valerá para daqui a dez anos. Estão ali juntos uns povos

tradicionalmente dominadores com outro tradicionalmente submisso vivendo em

quase completa harmonia levando em conta as necessidades de cada um.

Copiar as receitas, já elaborada, de outros, já não satisfaz, temos que criar as

nossas. Por exemplo:

Trabalhar em navios mercantes é muito diferente do que se trabalhar em navios

de guerra.

Trabalhar em navios de passageiros é muito diferente do que se trabalhar em

navios de carga.

Trabalhar em navios de granel sólido é muito diferente do que se trabalhar em

navios petroleiros.

Trabalhar em navios petroleiros na bacia de campos é diferente do que se

trabalhar em navios petroleiros em linhas convencionais.

Trabalhar em navios petroleiros de carga limpa é diferente de se trabalhar em

navios petroleiros de carga suja.

Trabalhar em navios petroleiros de carga limpa na grande cabotagem, operando

continuamente é diferente de se trabalhar em navios petroleiros de carga limpa de

longo curso que pouco opera.

Trabalhar em qualquer tipo de navios com brasileiros é diferente de se trabalhar

em qualquer tipo de navios com estrangeiros. E, assim sucessivamente, não

podemos misturar as coisas.

Copiar fórmulas é muito sério devido as variáveis ocultas da condição de cada

um. Andaram por aí copiando procedimentos de navios da bandeira liberiana de

navios de granel sólido (no caso, um exemplo, da Docenave ). Navios graneleiros,

que executavam longas travessias mais de 20 ou 30 dias para ir muito outros dias

89

Page 91: Cartão de ponto verdadeiro

no porto sem contar as outras tantas para voltar, e alguém ouviu dizer e veio

aplicar em navios petroleiros, nas costas brasileiras que operam às vezes até de

2 a 3 vezes na semana entrando e saindo dos portos sem contar que um navio

graneleiro, granel sólido, toda carga e descarga são por conta da estiva em terra.

Já o petroleiro tudo é feito por bordo. Essa formula que alguns ouviram falar e

copiam servem para eles e não para nós, petroleiros. O mesmo diz respeito às

formulas dos navios de guerra para os mercantes. Espero que estejam

entendendo a mensagem. Refiro-me a doutrinas, trabalho, cultura e

comportamentos.

O que ficou das culturas passadas e perpetua até hoje, acredito que também nas

marinhas estrangeiras, foram às tarefas inúteis, executadas em grande

quantidade para ocupar o tempo ocioso do tripulante. Isso era algo muito usado

pelos oficiais da marinha de guerra para manter centenas de homens ocupados a

fim de não terem tempo para confusões ou mesmo pensarem em motim. Tarefas

como ficar diariamente lustrando brasões de bronze, corrimões de escadas,

limpando anteparas, pisos desnecessariamente virou a melhor maneira de

manterem os homens (centenas) ocupados sem pensar besteiras e etc. Cultura

essa que foi transferida de geração para geração e, de certa forma vivenciamos

até os dias de hoje.

Hoje no séc. XXI, ainda encontramos o vulgo “enxugar gelo”. Muito ligado a

tarefas inúteis e repetitivas bem como na administração a burocracia inútil e

repetitiva. Os meios que poderiam ser simplificados são propositalmente, talvez

em alguns casos inconscientemente, complicados.

Cada condição é uma condição, então poucas coisas cabem em todas as

culturas. Vejamos como exemplo, o que caberia bem em qualquer cultura, em

qualquer condição seria, em qualquer tipo de navio, por exemplo, um cartão de

ponto para computação de horas extraordinárias. Com o cartão de ponto a

administração tanto de terra como de bordo iriam ficar preocupadíssimas com a

eliminação das fainas inúteis. Em fim resolveríamos um problema sério de cultura

do passado. Eu poderia citar dezenas de fainas inúteis e repetitivas outros,

centenas ou milhares para que trabalhássemos só o necessário e resolvêssemos

90

Page 92: Cartão de ponto verdadeiro

o que fosse importante para a empresa em questão e o tripulante. Imagine a

redução de fadiga e estresse a bordo.

Hoje, embarcado em um navio, da classe lady, da transpetro, passei várias vezes

pela escada e vi um moço de convés lustrando a ponta da escada, do lance do

seu piso. Esta ponta já está ali há quase 30 anos e essa sempre foi uma tarefa de

todos os navios dessa classe. Visto que já observei em cinco deles ao longo de

dez anos embarcado nessa classe de navios. Perguntei-lhe quanto tempo leva

para lustrar com kaol esse andar da escada. Falou-me com simplicidade, mais ou

menos duas horas e meia.

Considerando que são 08 navios da classe.

Considerando que ao longo de quase 30 anos essa atividade se repete em 04

lances de escada e cada lance um marinheiro leva em média duas horas e meia.

Considerando que esses oito navios, cada qual com 04 lances de escada e que

essa faxina inútil é semanal, ou na chegada de portos, que um mês tem quatro

semanas assim sucessivamente, ao longo desses mais de 200 anos somados e

levando em consideração que esses marinheiros ganhassem por hora, em suma,

as horas que foram pagas ao longo desses anos a centenas de marinheiros, só

para lustrar ponta de escadas, daria para comprar um outro navio da mesma

classe.

Considerando também que 04 lances de escada são 04 homens e, nesse dia,

essa tarefa inútil, somando os 04, ocupou no total o trabalho de mais de um dia

de trabalho de um trabalhador.

O que eu digo agora se a empresa tivesse adotado o sistema de cartão de ponto

para seus tripulantes, com certeza essas escadas já não seriam mais com esse

detalhe e a hora desse marinheiro seria usada em alguma manutenção tal como

engraxar pontos nos guinchos e molinetes ou baleeira. Já que não sobra tempo

para tais tarefas.

O cartão de ponto é uma variável, dentro que qualquer formula, de trabalhos e

procedimentos, de qualquer empresa que tornam essas equações viáveis de uma

solução exata dentro das formulas matemáticas de pessoal, administração e

economia.

91

Page 93: Cartão de ponto verdadeiro

Breno Bidart 1OM

e-mail: [email protected]

ANEXO H

Esta foi a primeira manifestação ao Sr. Comandante Walter Simões. Este não

teve tempo de avaliar profundamente e sugeriu que eu fizesse algo mais

detalhado. Gostou da idéia. Então no dia de abril de 2006 enviei para ouvidoria da

Petrobrás (manifestação 483 485) o trabalho mais detalhado. Este enviou para

ouvidoria da transpetro que enviou para o recurso humanos ao cuidados do Sr

Iran. Protocolo 6774/2006 e protocolo 130/2007 da transpetro. Não obtive

qualquer resposta tanto da ouvidoria quanto do Sr Iran.

Este primeiro resumo fiz devido a dificuldade de recrutar profissionais para

trabalhar depois do horário convencional. O problema no guindaste de BE do n/t

Diva foi à gota d’água. E sei que problemas como esse do guindaste acontecem

quase que diariamente nos navios da empresa. A falta de vontade de disposição

real de resolver os problemas com mais vontade.

A02484/1OM ©13/5/2006 17:28 HA02484-11888

Í001/OOÍ

From: 1OM Diva

To : GMT Diva Sent 2/3/2006 2.2:51

To : CFM Diva Sent 2/3/2006 23:16

Date: quinta-feira, 2 de março de 200621:39 21:39 Msg: A02484-11888

Sub : Sugestão

Sr Comandante Walter Simões Sr Chefe de máquinas Franca

Peço autorização para enviar essa sugestão a empresa ou gerência e, se

possível,que coloquem alguma observação como opinião contrária ou não.Podendo

mesmo modificar o texto se ocorrer algum erro.

CARTÃO DE PONTO Sugestão:

92

Page 94: Cartão de ponto verdadeiro

Seria de grande valia se fosse criado o cartão de ponto para todos os tripulantes

exceto os do setor administrativo.

Imaginem um tripulante chegando no seu lugar de trabalho passando o cartão de

ponto (cartão magnético, ou seja, o crachá) para o início da jornada, interrompendo

para o horário de almoço e assim que terminasse passasse o seu cartão e desse fim

a sua jornada diária.E aquelas tradicionais e demoradas paradas para cafezinhos

sendo computadas como horas não trabalhadas. E mais sua folha de pagamento

estando atrelada essa condição sendo que se o tripulante quisesse baixar terra

durante o seu horário de trabalho, deixando alguém no seu lugar é claro esse, que

baixou terra não receberia e sim aquele que ficou trabalhando. O mais importante

acredito, seria a condição que essa máquina do cartão de ponto daria a sua

replicação , cada uma hora e meia junto com todas as contas do navio.

Jamais um chefe de seção teria que quase implorar para trabalhar um pouco mais

além do horário para sanar problemas referentes às necessidades emergenciais da

embarcação. E o pior de tudo é que esses ficam numa condição de dever favor que

nunca satisfaz o tripulante mesmo sendo recompensado várias vezes mais.

Chegar atrasado ao local de trabalho, um mau costume muito comum, sendo levada

em consideração na sua folha de pagamento.

Todos sabem que bônus e pró-labore não deram certos, pelo contrário, criou-se uma

série de vícios e fainas não executadas que geraram muitos de problemas.

O chefe de seção poderia chegar e solicitar, a quem de direito, com uma faina pré-

elaborada e devidamente justificada aos tripulantes que desejasse fazer horas

extras para o bem do serviço.

A reclamação de salários baixa a bordo é muito grande, essa hora extra seria de

grande valia para aqueles que estivessem dispostos dar um pouco mais de si.

Temos tripulantes que devido a erros nos acordos coletivos chegam a trabalhar

praticamente quase 30 dias a menos que outros no período de 4 mese e gozam das

mesmas prerrogativas de outros que trabalham o mesmo período.Sábados,

domingos e feriados somados faz com que tenhamos um vazio muito grande,

principalmente quando mais precisamos de produção. Devido a essa enorme lacuna

temos que contratar firmas para executar trabalhos que ficam atrasados em

93

Page 95: Cartão de ponto verdadeiro

decorrência dessas folgas, E no final, esses que folgam tem os mesmos direitos de

folgas dos que trabalharam o tempo todo do embarque.

Ao invés de ficar criando bônus e pró-labore, poder-se-ia criar uma quantidade pré-

determinada de horas extras, dentro de uma meta preestabelecera em função de

uma verba para cada navio. Assim funções como bombeador, mecânico, eletricista,

marinheiro de convés e máquinas principalmente esses que tem essa quantidade de

folga nos feriados. Preenchendo esta lacuna vazia teríamos, com certeza, maior

produtividade e satisfação no trabalho.

A empresa teria total controle documentado de como é o comportamento

J2484/10M ©13/5/2006 17:28 HA02484-11888 i 002/002

Profissional de seus tripulantes a bordo como: chegar atrasado, faltar ao serviço e até

produtividade.

É claro que se criaria norma rígida de responsabilidade frente a gerencia de bordo no que diz

respeito a essas horas. Como já é de pranche, quando o tripulante baixasse terra seu crachá

ficaria retido impossibilitando falcatruas.Se acordasse mais tarde ou mesmo tivesse um café ou

almoço mais demorado ficaria numa condição de devedor.

O mais importante é que essa condição em forma de cartão magnético e replicarem junto a

empresa daria maior poder aos gerentes de bordo que facilitaria o efeito de liderança já que o

bolso do empregado seria com justiça atingido e, o resultado veria na folha de pagamento

como um premio ou não.

Em fim uma máquina de ponto na praça de máquinas e outra no convés diretamente ligada a

empresa pelo sistema de satélite que já existe a bordo. Eliminar essas horas extras fixas que

vem no contra cheque, que ninguém cumpre, transformando-as em adicional de

confinamento. E, principalmente colocar essa mão de obra valiosa que folgam nos sábados,

domingos e feriados para produzir com essa compensação.

Claro que envolvem estudos de leis e estratégias complicadíssimas, mas a empresa tem esse

pessoal e potencial para executar essa tarefa.Se já não o fez.

94

Page 96: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO I

Este foi um estudo enviado a empresa onde aguardamos ansiosos uma resposta

que não obtivemos. Como pode ser visto, logo em seguida um acidente quase

fatal do modo que descrevemos na nossa reunião do papo SMS, no final do

expediente. O cartão de ponto dá uma condição que o serviço não vai acabar logo

que der o horário. O tripulante vai se manter aquecido para desenvolver outras

tarefas.

A02484/10M ©23/11/2006 17:42 HA02484-35880

Í001/OÍ

1OM Diva

[email protected] Sent 20/11/2006 06:25

<[email protected]@SMT@AMOS>

CMT Diva Sent 21/11/2006 12:1.1

CTR Diva Sent 20/11/2006 09:4?

IMT Diva Sent 20/11/2006 05:5S

CFM Diva Sent 20/11/2006 05:3J

segunda-feira, 20 de novembro de03:24 03:24 Msg: A02484-35880

ACIDENTE/ Consulta técnica

Assunto: Acidentes - Consulta técnica

Prezado Sr Araripe.

Inicialmente tinha acertado com o Comandante Walter que seria uma consulta por

telefone como ficou inviável, não tivemos oportunidade, segue c e-mail.

Aqui, no n/t Diva, levamos muito a sério o SMS da empresa. Procuramos sempre seguir

rigorosamente os procedimentos. Tanto na seção de máquinas quanto no convés.

95

Page 97: Cartão de ponto verdadeiro

Adquirimos o hábito, a muito tempo, de diariamente batermos o papo SMS, antes de

iniciar a jornada e inclusive discutirmos sobre a segurança, manual de segurança entre

outros assuntos relativo ao SMS. Cada um tem a oportunidade citar experiências e dar

opiniões no que pode ser feito para melhorias em SMS. Eventualmente, quando surge

uma nova tarefa, de importância, só os envolvidos se reúnem para outro papo SMS. O

último acidente que ocorreu, com o nosso mecânico, nos pegou desprevenido já que

procuramos sempre andar de acordo com os procedimentos do SMS e muito, mui te

mesmo, somos cobrados pelo Cmt Walter Simões.

Ao nosso ver, esperávamos acidente zero, jamais imaginávamos ter esse acidente.Pela

manhã, nos nossos papos SMS, na polemica, do porque do ocorrido, surgiram algumas

dúvidas em cima de projeções abstratas. Ficou ao meu encargo fazer uma consulta

técnica aos senhores.

Gostaríamos de saber se existe catalogado um perfil do acidentado, especificamente do

pessoal embarcado, já que nossas tarefas,como embarcados, diferem-se das demais.

(preferencialmente em forma de gráficos) Por exemplo, (entre outros que pode ser

observado):

Quais as funções que mais se acidentam a bordo? (proporcional ao número desses

embarcado). Comentamos curiosamente acidentes freqüentes com chefes de máquinas,

como exemplo. Por que?

Qual a faixa etária mais freqüente de ocorrência de acidentes?

Quais os horários, se existe, (período) mais propício a acidentes? (acreditamos que o final

do expediente é mais propicio a acidentes), ou antes, ou depois do almoço?

Existe algum estudo sobre o momento do indivíduo, ou melhor, a influência de problemas

particulares, psicológicos, rixas etc?

Quantos acidentes com e sem afastamento (em proporção) já ocorreram devido à

condição insegura?

Quantos acidentes, com e sem afastamento (em proporção) já ocorreran devido a

comportamento ou práticas inseguras?

Quais são os desvios mais comuns que geraram acidentes?

Qual o perfil daqueles que nunca se acidentaram?

96

Page 98: Cartão de ponto verdadeiro

Qual o perfil daqueles que se acidentaram mais de uma vez?

Existe a possibilidade de o indivíduo acidentado responder um questionário elaborado por

profissionais competentes a fim de descobrir a causa pessoal, entre outras, se houver?

OBS: Tudo baseado e de acordo com os acidentes que já ocorreram na nossa empresa,

no meio marítimo incluindo os embarcados em plataformas. Assim, quem sabe, através

de análises de exemplos, poderíamos direcionar atenções para momentos, locais e

condições mais críticas.

Em fim, se existir esse material em forma de pesquisa, seria muitíssimo interessante se

tivéssemos acesso o que facilitaria e melhoraria a nossa

,02484/lOM ©23/11/2006 17:42 0A02484-35880 Ï0(

Percepção e quem sabe mudaríamos de acordo, com a situação, a fim de melhorarmos

o nosso relacionamento bem como o nosso bom senso já qu teríamos uma ideia ainda

melhor, de como ocorrem os acidentes com e sem afastamento. Por outro lado

poderíamos explicar os acidentes que ocorrem mesmo aplicando as técnicas do SMS.

Com certeza diminuiríamos muitos os desvios que, nesse caso são, abstratos.

Acreditamos e concluímos, na nossa polemica, que o acidente do nosso mecânico

ocorreu no momento que ele estava reduzindo o seu ritmo de trabalho já que

psicologicamente falando este estava se preparando para o seu descanso. E, de repente,

apareceu uma faxina inesperada. Nesse caso se f verdade caberia um outro papo SMS

antes de iniciar a nova tarefa, sem mu importância? Este não é o primeiro acidente que

presencio próximo do hoi de terminar o turno de trabalho. Gostaria de confirmar se já

existe um estudo, trabalho ou projeto nesse nível e roteiro. Ou Talvez, algo já consumado

com resultados concretos.Assim sendo poderíamos direcionar mel as tarefas abrindo e

fechando de acordo com um determinado padrão. Se realmente for esse o caso.

Agradeço Breno Bidart

lom do n/t Diva

97

Page 99: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO J

ALERTA DE PROVISÓRIO DE SMS

N": UN-BA 06/2006

Continuação da comunicação acima, sendo que o comentário logo na semana

seguinte ocorreu um acidente como o comentado na consulta técnica

ACIDENTE COM LESÃO DE ALTO POTENCIAL DE GRAVIDADE

DESCRIÇÃO DO EVENTO:

Ao final da.Jornada _de trabalho, o

torrista de uma Sonda de Produção

Terrestre (SPT) caiu de uma altura de

aproximadamente 15 metros ao se deslocar

da mesa do torrista para a escada do mastro

da sonda.

Durante a queda, chocou-se contra o

corrimão da escada, que amorteceu o

impacto. Além disso, houve ação do cinto de

segurança devido ao fato de o talabarte do

mesmo haver enganchado em estrutura oa

sonda quase no final da queda.

O funcionário sofreu deslocamento a

luxação no ombro esquerdo e corte no

punho esquerdo.

PETROBRAS

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Page 100: Cartão de ponto verdadeiro

CAUSAS IMEDIATAS:

• Serão identificadas pela comissão de investigação

CAUSAS BÁSICAS:

Serão identificadas pela Comissão de Investigação.

RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES:

Reforçar a obrigatoriedade do cumprimento dos procedimentos de segurança do

torrista ao subir, operar e descer da sua mesa de trabalho, especialmente quanto a

estar sempre conectado a pelo menos um cinto de segurança;

Recomenda-se também um alerta geral em relação a todos os tipos de trabalho

em altura

99

Page 101: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO K

Este é o Dejalmir, , grande profissional, também vítima do stress e da fadiga.

Atualmente afastado para tratamento.

A02484/10M 030/12/2006 14:05 HAMOS-71211869 l

001/001

From: dejalmir dos santos lima lima

<[email protected]@SMT>

To : [email protected] Sent

30/12/2006 14:04

Date: sexta-feira, 29 de dezembro de 222:11 22:11 Msg: AMOS-71211869

Sub : Re:

E ai Breno como foi o seu natal,espero que bem e com sua esposa , e o ano novo seja

melhor de lembranças a todos,de lembranças para aqueles da época antiga que

estavam com agente ai no navio,fui a comemoração de fim de ano da transpetro muito

diferente o tratamento de terra e bordo, um exemplo são alguns executivos,gerentes exs

e afins aqui no chão eles são quase que do mesmo patamar sem essa que o fulano ou o

cicrano,isso só vale quando vão abordo! Que chegam cheios de marras como já vimos,

encima de navio isso pode funcionar, mas aquii no chão não eu percebi que tudo aqui as

coisas quando estão pegando o pessoal abafa e resolve mas tem resolver mesmo se o

bicho pega ai já não entra marítimos,mais sim terráqueos rsrsrrsrsrrsrsrrsrs ai Breno

navio e bom mais o que fode a porra toda e uma filos ofia que auto se pregam,de que

são os bam bam bam e não pensem que o pessoal de terra não esta ciente que são os

navios e quem dão conta dos recados para eles ficarem em terra.Nos que ficamos ai em

cima temos que reivindicar nossos direitos, um abraço do Dejalmir ai quando vc vir ao rio

me de uma ligada valeu, ai o meu tel e ( 21 ) 9744-2721 8883-2696

100

Page 102: Cartão de ponto verdadeiro

ANEXO L

Este foi o início de um trabalho que seria enviado a empresa, em forma de

sugestão, para que os próximos navios tivessem seus destiladores em condições

de produzir além do consumo necessário e quem sabe com tanques de lastros de

água potável e salgada para quando tivesse oportunidade descarregar água, de

excelente qualidade, nos terminais e essa troca de lastro seria sempre com água

potável tratada de excelente qualidade. Hoje uma garrafa de água custa mais

caro que um litro de álcool ou gasolina. Inicialmente a idéia era acabar com o

transporte inúteis pelos tripulantes desses garrafões de 20l.

CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL A BORDO DE NAVIOS MERCANTES

INTRODUCAO:

O OBJETIVO DESTE TRABALHO É MOSTRAR E CONVENCER SOBRE A

QUALIDADE DA ÁGUA ARMAZENADA E PRODUZIDA A BORDO, INCLUINDO

TAMBÉM AS RECEBIDAS NOS TERMINAIS E BARCAÇAS JÁ TRATATADAS,

COMPLEMENTADA COM O TRATAMENTO RECEBIDO A BORDO DOS

NOSSOS NAVIOS. MOSTRAR QUE A NOSSA ÁGUA É PRÓPIA PARA O

CONSUMO HUMANO. CONSCIENTIZAR, QUE A NOSSA ÁGUA É, COM

CERTEZA, MELHOR DO QUE A QUE COMPRAMOS. NEN TANTO PELO

VALOR COMERCIAL DO PRODUTO, MAS, DEVIDO A VÁRIOS OUTROS

MOTIVOS, QUE SERÁ ABORDADO AO LONGO DESTE TRABALHO.VEREMOS

QUE O VELHO DITADO QUE DIZ: EM CASA DE FERREIROS ESPETOS DE

PAU SE ENCAIXA PERFEITAMNTE A NOSSA CONDIÇÃO DE HOJE, QUE

MOSTRA A NOSSA REALIDADE POUCO PRÁTICA A BORDO, NO QUE DIZ

REPEITO AO USO DE ÁGUA POTÁVEL PARA O CONSUMO HUMANO.

ÁGUA É ASSUNTO DO MOMENTO E SERÁ A RAZÃO DA SOBREVIVÊNCIA

NO FUTURO. AS GUERRAS QUE FORAM TRAVADAS EM FUNÇÃO DO

101

Page 103: Cartão de ponto verdadeiro

PETRÓLEO PODERÃO SER EM DEVIDO A DISPUTA DA ÁGUA. MUITOS

LEMBRAM DA CRISE DO PETRÓLEO E COM CERTEZA TEREMOS A DA

ÁGUA. A POPULAÇÃO TEM QUE COMEÇAR A SE PREPARAR E

CONSCIENTIZAR BEM COMO DAR VALOR E, NORMALMENTE, HOJE EM DIA

ESSE PROCESSO DE CONSCIENTIZAÇÃO COMEÇA NAS GRANDES

EMPRESAS. COM CERTEZA AS CERTIFICAÇÕES DE ISOS NO FUTURO

LEVARÁ EM CONTA O TRATAMENTO QUE É DADO A ESSE VALIOSO

LÍQUIDO. A CREDIBILIDADE E TRANSPARÊNCIA VÊM EM DECORRENCIA

DO CONSUMO CONSCIENE. IMAGINE IRMOS VISITAR UM AMIGO E, NA SUA

CASA, ELE NOS OFERECE UMA DELICIOSA ÁGUA DO SEU TRADICIONAL

FILTRO DE BARRO MAS, NA HORA DE NOSSO AMIGO E SUA FAMÍLIA

CONSUMIR, ELES ABREM UM FRASCO DE ÁGUA MINERAL. O QUE

PENSAR? AGORA, VEM A VISITA DA SAÚDE A BORDO, MOSTRAMOS

NOSSAS PLANILHAS DE ÁGUA, QUE SOMOS LIMPOS, HIGIÊNICOS,

EDUCADOS, PROVAMOS QUE NOSSOS TANQUES SÃO LIMPOS E

HIGIÊNICOS ETC.. E ESSE AGENTE OBSERVA GARRAFÕES DE ÁGUA

MINERAL PARA TODOS OS LADOS. CHEGA-SE NOS PAIOIS PILHAS E

PILHAS DESSES, CONVENCEU?

ESSE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO, PRINCIPALMENTE, A

COSNSCIENTIZAÇÃO E ESCLARECIMENTO. JAMAIS PENSEI EM SUGERIR A

ELIMINACÃO O USO DA ÁGUA MINERAL TOTALMENTE. ESSE CONSUMO É

TIDO ENTRE NÓS, HOMENS DO MAR, COMO UMA GRANDE CONQUISTA

QUANDO OUTRORA EM TODAS AS EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO ERA UM

PRIVILÉGIO APENAS DOS COMANDANTES, CHEFES DE MÁQUINAS E

IMEDIATOS. A SIMPLES ELIMINAÇÃO DESSE USO SEM UMA JUSIFICATIVA

CLARA E CONVINCENTE FAZ PARECER PERDA DE DIREITOS QUANDO NA

VERDADE SE BUSCA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS.

ESTE TRABALHO VAI ESTAR SEMPRE INCOMPLETO DEVIDO, COM

CERTEZA, A FALTA DE UMA AVALIAÇÃO TÉCNICA ESPECIALIZADA E

ESPECÍFICA, ESSES TÉCNICOS ESPECIALIZADOS EXECUTARIAM UM

TRABALHO EM CIMA DE ANÁLISE DE AMOSTRAS E OUTROS QUE

FICARIAM A SEU ENCARGO. POR ISSO, SOU CLARO, UM TRABALHO DE

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Page 104: Cartão de ponto verdadeiro

PESQUISA E EM CIMA DA EXPERIENCIA ADQUIRIDA AO LONGO DOS ANOS

DE TRABALHO EMBARCADO EM DIVERSSOS NAVIOS MERCANTES.

ADICIONADO A ESTUDOS DE PESQUISA.

O FATO NÃO FICA APENAS NO RAIO DE AÇÃO DO LÍQUIDO EM SI,

COSNSIDEREMOS A ROTINA E O DIA A DIA DO MARÍTIMO NO SEU

TRABALHO NAS CONDICOES ADVERSAS QUE É O NOSSO DIA A DIA A

BORDO. CONDIÇÕES DE BALANÇOS DO NAVIO, COM MARES FAVORÁVEIS

OU NÃO. NOSSO HOMEM A TODO O MOMENTO CARREGANDO GALOES E

GALOES DE ÁGUA SUBINDO E DESCENDO ESCADAS.

ATRAVÉS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÕES PODEMOS VER COM GRANDE

FREQUÊNCIA, NO DIA A DIA, A DUVIDOSA QUALIDADE DAS ÁGUAS

MINERAIS QUE É FORNECIDA NO MERCADO. NÃO QUE TODAS SEJAM

ADULTERADA, NÃO É ISSO, REFIRO – ME TAMBÉM, A QUALIDADE DA BOA

COMPARADA COM A NOSSA. A ÁGUA DE BORDO É AINDA, UMA FONTE DE

BOA QUALIDADE E AINDA PODE SER MELHORADA ATRAVÉS DO NOSSO

EMPENHO E ESFORÇO NESSE SENTIDO.

OS NAVIOS MERCANTES NÃO SÃO APENAS EMBARCACÕES ONDE SE

CARREGAM CARGAS, OU É ALGUMA COISA GRANDE QUE POR SI SÓ

FLUTUA. UM NAVIO MERCANTE, EM PATICULAR, O PETROLEIRO, É NA

VERDADE, UM MUNDO COMPLETO, VAI MUITO ALÉM DA IMAGINACAO DE

LEIGOS OU NÃO. NÃO SE CONHECE APENAS VENDO-O PASSANDO E

BUZINANDO AO HORIZONTE. É MUITO MAIS QUE UMA INDÚSTRIA. MAIS

COMPLEXO QUE UMA CIDADE, AS CIDADES PARAM PARA DORMIR, PARAM

NOS FERIADOS, UM NAVIO NÃO. A GRANDE MAIORIA DAS INDÚSTRIAS

DEPENDE DE TERCEIROS PARA MANTER-SE EM FUNCIONAMENTO.

TODOS OS NAVIOS VIVEM EM INDEPENDENCIA. UM NAVIO GERA SUA

PRÓPIA ENERGIA, TEM CAPACIDADE PARA TRATAR OS EFLUENTES,

CONSERVA SEUS ALIMENTOS, ESTABLECE ALTO PADRÃO DE CONFORTO

E COMUNICAÇÕES E EM LUGARES SOB QUALQUER CONDICAO DE CLIMA

EM FIM, TEM UM POTENCIAL DE TECNOLOGIA E CONDICOES DE

LEGISLACAO PARA APORTAR EM QUALQUER PAÍS DO MUNDO, MAS TEM

UMA CONTRADICAO MUITO INTESSANTE, É INCAPAZ DE PRODUZIR E

103

Page 105: Cartão de ponto verdadeiro

TRATAR A SUA PROPIA ÁGUA DE CONSUMO? SERIA ESSA AFIRMACAO

VERDADEIRA? SENDO VERDADEIRA OU NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA.

COMO DIZ A SABEDORIA POPULAR: CASA DE FERREIRO ESPETO DE

PAU““.

A TECNOLOGIA FOI CRIADA PARA BENEFICIAR O HOMEM E ESTA TEM QUE

SER USADA. NÃO PODEMOS FICAR ENTREGUE A CONCEITOS FALSOS DE

QUE O QUE O OUTRO PRODUZ É MELHOR QUE O NOSSO. EM SUMA, ESTE

TRABALHO, É PARA MOSTRAR QUE NÃO DEVEMOS DE MANEIRA E

HIPÓTESE ALGUA ACHAR QUE A ÁGUA QUE É TRATADA E PRODUZIDA EM

TERRA PODE SER DE MELHOR QUALIDADE QUE A TRATADA E PRODUZIDA

NA NOSSA COMPLEXA CIDADE INDUSTRIAL. SOB A ATENTA SUPERVISÃO,

DE TÉCNICOS ALTAMENTE QUALIFICADOS E PREPARADOS.

104

Page 106: Cartão de ponto verdadeiro

CAPITULO 01

ABASTECIMENTO, PRODUCAO E ARMAZENAMENTO.

PRATICAMENTE, TODOS OS NAVIOS SÃO EQUIPADOS COM DESTILADOR E

ESTE PRODUZ ÁGUA DESTILADA E ESTA PODE SER TRANSFORMADA EM

ÁGUA POTÁVEL, PRÓPIA PARA CONSUMO HUMANO, ATRAVÉS DA

MINERALIZAÇÃO, QUE É FEITO ATRAVÉS DE FILTROS ATIVADOS COM

DOLOMITO E CARVÃO. TAMBÉM A ÁGUA É RECEBIDA JÁ TRATADA NOS

PORTOS E, NORMALMENTE, É MISTURADA COM A ÁGUA DESTILADA,

TRATADA E PRODUZIDA EM ALTO MAR.

NO PROCEDIMENTO DE RECEBIMENTO DE ÁGUA NOS PORTOS, O

ABASTECIMENTO, ESTA É ANALIZADA, PELO OFICIAL DE SERVIÇO, PARA

SABERMOS O TEOR DE CLORO ESTÁ DENTRO DE PADRÕES TÉCNICOS

DETERMINADO.

SENDO QUE APÓS JÁ ESTANDO NOS NOSSOS TANQUES, SE

NECESSÁRIO, A ÁGUA É NOVAMENTE TRATADA COM CLORO DENTRO

DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS. SEMANALMENTE TEM UM

ACOMPANHAMENTO PELO OFICIAL DE SERVIÇO DESIGNADO OU EM

ALGUNS CASOS O ENFERMEIRO QUE PROVIDENCIA PARA O

COMPLEMENTO DO TEOR DE CLORO, CASO HAJA NECESSIDADE.

OS TANQUES DE BORDO TÊM UMA ROTINA DE LIMPEZA, TRATAMENTO E

DESINFECÇÃO ONDE É FEITO O SERVIÇO E NOVAMENTE COMPLETADOS

COM ÁGUA NOVA E LIMPA. O TRATAMENTO VEM DE TERRA E CONTINUA A

BORDO COM ACOMPANHAMENTO SEMANAL. MUITO DIFERENTE DA

GRANDE MAIORIA DOS CASOS, EM OUTROS LUGARES.

O QUE NÓS COMPRAMOS DEVERIAMOS ESTAR VENDENDO. IMAGINE

OFERECER NO MERCADO ÁGUA PRODUZIDA EM ALTO MAR NO LOCAL

MAIS LONGE POSSÍVEL DE POLUICOES COMO AS QUE TEMOS NOS

NOSSOS RIOS, LENÇOIS FREÁTICOS, LAGOS ETC.. ÁGUA TRATADA COM

105

Page 107: Cartão de ponto verdadeiro

OS MAIS MODERNOS PROCESSOS DE MINERALIZACAO E COMBATE DE

BACTÉRIAS, MICROORGANISMOS, FUNGOS ETC. PELO SISTEMA DE

ULTRAVIOLETA OU OUTRO MAIS MODERNO. ALTO PADRAO DE HIGIENE

SENDO QUE TANQUES REVESTIDOS DE EPOXI E LIMPOS COM

REGULARIDADE. O QUE DIGO, É QUE NÃO DEVERIAMOS COMPRAR TODA

A ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO SE TEMOS EM FARTURA E COM

QUALIDADE.

EM UM FUTURO PRÓXIMO, OS NAVIOS EX-PETROLEIROS, ABANDONADOS

DEVIDO A VELHICE, SERÃO ADAPTADOS, SAIRÃO PARA ALTO MAR NA

INTENÇÃO, DE PRODUZIR E MINERALIZAR ÁGUA DE BOA QUALIDADE

LIVRE DE POLUIÇÕES OU MESMO SUBIRÃO OS GRANDES RIOS

COLETANDO E TRATRANDO PARA GRANDES CENTROS CONSUMIDORES.

QUEM SABE ATÉ JÁ CHEGARIA NOS PORTOS ENGARRAFADA.O CUSTO DE

SEGURANÇA, PARA TRANSPORTE DE ÁGUA É MUITO DIFERENTE DE

TRANSPORTE DE PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS. SABENDO QUE HOJE

EM MUITOS PAÍSES UM LITRO DE ÁGUA JÁ CUSTA MAIS CARO QUE UM

LITRO DE GASOLINA ENTÃO, VAMOS ASISTIR, NA SUA VELHICE, ESSES

NAVIOS, QUE HOJE TRIPULAMOS ,TRANSPORTANDO PETRÓLEO E

DERIVADOS PROVENDO GRANDES LUCROS PRODUZINDO E/OU

COLETANDO ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO E QUANTO MAIS LONGE

FOR PRODUZIDA MAIOR SERÁ O SEU VALOR. QUANDO P.P MORAES DA

FRONAPE FOI COSTRUÍDO, A MAIS DE 40 ANOS, JAMAIS SE TINHAM

IMAGINADO QUE SE TRANSFORMARIA, NA SUA VELHICE, EM FPSO.

HÁ MUITO JÁ EXISTEM NAVIOS QUE PRODUZEM TODAS A SUA ÁGUA DE

CONSUMO TANTO DE USO GERAL QUANTO DE CONSUMO HUMANO ONDE

UM MINUSCULO DESTILAOR DE PLACAS ALFA LAVAL PRODUZ EM MÉDIA

MAIS DE 20 TONELADAS DIA (DESTILADOR ANTIGO) PRATICAMENTE DE

GRAÇA. A ÁGUA PRODUZIDA É DE EXCELENTE QUALIDADE E DE SABOR

INCOMPARÁVEL APÓS MINERALIZADA.

TUDO ACONTECE DE ACORDO COM A NECESSIDADE. HOJE, NO BRASIL,

VIVEMOS UMA CONDICAO DE ÁGUA A PRECOS AO ALCANCE DE BOA

PARCELA DA POPULACAO. JÁ EM MUITOS LUGARES NO MUNDO ESSE

106

Page 108: Cartão de ponto verdadeiro

LÍQUIDO TEM UM TRATAMENTO MAIS NOBRE. NO MOMENTO EM QUE

ESTOU DIGITANDO ESTE DOCUMENTO NAVEGO PELO RIO AMAZONAS. UM

VASTO PARAÍSO DE ÁGUA. MESMO ASSIM AO CHEGAR EM MANAUS A

ÁGUA MINERAL. PURA TEM O SEU PRECO. E EM POUCOS DIAS ESTAREI

NOS PORTOS DO NORDESTE QUE PODE TER UMA SITUACAO COMO A

QUE CITO A SEGUIR.:

NA REVISTA PORTOS E NAVIOS, DO ANO DE 1999, MÊS DE JUNHO,

EDICAO 461, TEM UMA OBSERVAÇÃO INTERESSANTE QUE DIZ O

SEGUINTE: ÁGUA. A ADMISTRACAO DO PORTO DE RECIFE LANCOU EM

MAIO UMA PROMOCAO INÉDITA NO PAÍS. TODO NAVIO DE BANDEIRA

BRASILEIRA QUE DEIXAR 100 MIL LITROS DE ÁGUA NO PORTO DE

RECIFE FICARÁ ISENTO DE TAXA DE ATRACACAO. E TERMINA DA

SEGUINTE MANEIRA: DE ACORDO COM O ADMISTRADOR DE RECIFE,

CARLOS VILAR, A INICIATIVA VAI INCENTIVAR OS ARMADORES A

AUXILIATEM NO ABASTECIMENTO.

AGORA SEGUINDO O RACIOCÍNIO DO QUE FOI CITADO ACIMA.MOSTRO

AGORA ARTIGO RETIRADO NA INTERNET: NAVIO CARIOCA É O PRIMEIRO

A DEIXAR 100 MIL LITROS DE ÁGUA NO PORTO DO RECIFE.

O NAVIO ROLLCARGO, DA EMPRESA CARIOCA SANAVE, QUE TROUXE

PARA O RECIFE MIL CARROS DA MARCA FIAT, FOI A PRIMEIRA

EMBARCACAO A ATENDER O APELO DO GOVERNO DO ESTADO PARA

DEXAR ÁGUA NO PORTO DO RECIFE. ONTEM, O NAVIO DESEMBARCOU

100 MIL LITROS, QUE ABASTECERAM OITO CARROS – PIPA DA

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMENTO (COMPESA). O

SECRETÁRIO DE INFRA – ESTRUTURA, FERNANDO DUEIRE, DISSE QUE A

META DO GOVERNO DO ESTADO É RECEBER, PELO MENOS, UM MILHAO

DE LITROS POR MÊS (OBS: QUANTIDADE DOS TANQUES DE CONSUMO

DO ITAJUBÁ, FORA SLOP BE). ELE LEMBROU QUE A ALTERNATIVA DE

RETER ÁGUA DOS NAVIOS FOI LANCADA APÓS O ANÚNCIO DA

SITUACAO DE EMERGÊNCIA, DECRETADA PELO GOVERNO JARBAS

VASCONCELOS, EM JANEIRO.DUEIRE ACRESCENTOU QUE,

INICIALMENTE, A MEDIDA PODE PARECER ”TÍMIDA”, MAS COM O TEMPO

107

Page 109: Cartão de ponto verdadeiro

OS RESULTADOS APARECERAO. “OS TRENS QUE TRAZEM ÁGUA DE

SUAPE TAMBÉM FORAM CRITICADOS, MAS JÁ TRANSPORTAM SEIS

MILHOES DE LITROS. PARA QUEM TEM TAO POUCO , COMO NÓS TODA

AJUDA É BEM VINDA”, AFIRMOU. O COMANDANTE DO NAVIO, EDMIR

GÓES, INFORMOU QUE OS 100MIL LITROS DEIXADOS NO RECIFE

CUSTARAM R$ 1650, 00, MAS A EMPRESA FICOU SATISFEITA EM

CONTRIBUIR COM A DOACAO.

O NAVIO TEM CAPACIDADE PARA CARREGAR ATÉ 300MIL LITROS DE

ÁGUA POTÁVEL. NA VIAGEM EM QUE TRANSPORTOU MIL VEÍCULOS DA

FIAT, A EMBARCACAO FOI ABASTECIDA CO 200 MIL LITROS. O

COMANDANTE GÓES DISSE QUE, NORMALMENTE, O NAVIO NÃO REALIZA

ESTE TIPO DE OPERACAO E, POR ISSO, PRECISOU FAZER ALGUMAS

ADAPTACOES PARA ENCHER OS CRROS-PIPAS. ALÉM DOS CAMINHOES,

OGOVERNO DO ESTADO PRETENDE UTILIZAR OS RESERVATÓRIOS DO

PORTO DO RECIFE, QUE TEM CAPACIDADE PARA DOIS MILHOES DE

LITROS. A ÁGUA SERÁ USADA PARA SUPRIR A DEMANDA DE ESCOLAS,

HOSPITAIS, CRECHES E REPARTICOES PÚBBLICAS.

VEJA BEM ANO DE 1999, NO SÉCULO PASSADO QUANDO AS TAXAS

PORTUÁRIAS, NO BRASIL, ERAM DAS MAIS ALTAS DO MUNDO. OBSERVE A

CONDICAO DO NAVIO FRENTE A UMA CIDADE FAZENDO ESSE LÍQUIDO SE

TRANSFORMAR NUMA MOEDA. FICA CLARO TAMBÉM O QUE AS

AUTORIDADES ESPERAM NUN FUTURO PRÓXIMO DE EMBARCACOES

MERCANTES, COMO AUXÍLIO. SE ISSO OCORREU NO BRASIL, COMO

PODERÁ SER EM OUTROS LUGARES?

108

Page 110: Cartão de ponto verdadeiro

REFERÊNCIAS

CARMO, Paulo Sérgio. O trabalho na economia global. 2ª ed. São

Paulo:Moderna, 1998.

MOTTA, Paulo Roberto. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser

dirigente. Rio de Janeiro: Record, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 3ª ed. São

Paulo: MCGraw Hill,1983.

Revista Brasileira de história. Cultura marítima: marinheiros e escravos no

navio negreiro para o Brasil (séc. XVII e XIX). Vol 19, n38 – São Paulo - 1999.

RODRIGUES Jaime. Referente a navio mercante no séc. XVIII. Doutorando

UNICAMP

Segurança e Medicina do Trabalho, lei n° 6.514, de 22 de dezembro de 1977 –

NORMAR REGULAMENTADORAS (NR). 50ª Edição. (MANUAIS DE

LEGISLAÇÃO ATLAS)

SKINNER, Wickham et al. Gestão de Pessoas, não de pessoal. Rio de Janeiro:

Campus, 1997.

109

Page 111: Cartão de ponto verdadeiro

110