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Carta de Israel

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Page 1: Carta de Israel

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rael

Page 2: Carta de Israel

Todos os selos reproduzidos por cortesia do Serviço Filatélico de Israel

Mapa 4

A TERRA 5

HISTÓRIA 9

O ESTADO 17

O POVO 23

VIDA NAS CIDADES 25

VIDA NO CAMPO 30

SAÚDE 32

SERVIÇOS SOCIAIS 35

EDUCAÇÃO 37

CIÊNCIA E TECNOLOGIA 39

ECONOMIA 43

CULTURA E LAZER 49

ISRAEL E O MUNDO 57

FATOS EM NÚMEROS 63

A Menorá (1952) – Emblema do Estado de Israel "E os filhos de Israel armarão as suas tendas,

cada um no seu esquadrão, e cada um com sua bandeira, segundo os seus exércitos."

(Números 1:52)

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A TERRAIsrael, terra da Bíblia e pátria histórica do povo judeu, situa-se no Oriente Médio, ao longo da costa oriental do mar Mediterrâneo e forma parte de uma ponte de terra ligando três continentes: Ásia, África e Europa. Nesta terra, o povo judeu começou a desenvolver sua religião e cultura particulares há cerca de 4.000 anos, e aqui manteve uma presença física ininterrupta, por séculos como estado soberano, em outros momentos sob domínio estrangeiro.

A área total do Estado de Israel é de 22.072 km ² (8.522,04 milhas quadradas), da qual 21.643 km² (8.356,40 milhas quadradas) são de terra. De formato longo e estreito, o país tem cerca de 470 km (290 milhas) de comprimento, de norte a sul, e 135 km (85 milhas) transversalmente, em seu ponto mais largo entre o mar Morto e a costa do Mediterrâneo. Israel faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, Jordânia ao leste, Egito ao sudoeste e com o mar Mediterrâneo a oeste.

Apesar de pequeno em tamanho, Israel encerra características topográficas e climáticas variadas de um continente. No norte, as florestas altas da Galileia se fundem com férteis vales verdejantes; dunas de areia e terras de cultivo marcam a planície litorânea na orla do Mediterrâneo; os picos rochosos das cadeias montanhosas da Samaria e da Judeia descem abruptamente para o vale semitropical da Jordânia e para o mar Morto, o lugar mais baixo da terra. Desertos montanhosos, estendendo-se ao sul através do Neguev e de Arava, terminam no golfo de Eilat, no extremo norte do mar Vermelho.

CLIMA. O clima temperado do país caracteriza-se por muito sol, com uma estação chuvosa de novembro a abril. A precipitação anual total varia de 50-75 cm (20-30 pol.) no norte

Mapa da Terra Santa por Gerard de Jode, 1578

Fronteira internacional

Linhas de separação de

forças, 1974

Conforme estabelecido pelo Acordo provisório palestino-israelense

Área A – Responsabilidade palestina por assuntos civis, segurança interna e ordem pública

Área B – Responsabilidade palestina pelos assuntos civis e manutenção da ordem pública; Israel tem autoridade prioritária sobre a segurança

Área verde / Reserva natural

Depois de concluidos os reposicionamentos seguintes, conforme acordado entre as duas partes

Produzido e publicado por Carta, Jerusalém

© 2000 Copyright Carta, Jerusalem

Kiryat Shemona

Lago Kineret

Rio

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Galileia

Samaria

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KatzrinSafedNaharia

Acre

Haifa

Tiberíades

NazarethAfula Beit

Shean

YenínHadera

Natânia

KalkiliaNablusBnei Brak

Tel Aviv- Jaffa Petah Tikva Ariel

Bat Yam Ramat GanHolon

Rishon Letsion RamallahJericóRehovot Ramla

Ashdod Jerusalém

Ashkelon Beit Shemesh Belém

Gaza

Netivot

Hebrón

AradBeer Sheva

Dimona

Yeruham

Ara

Eilat

Copyright Carta, Jerusalem

Sinai

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a cerca de 3 cm (pouco acima de uma pol.) no extremo sul. As condições climáticas regionais variam consideravelmente: verões quentes e úmidos, invernos com chuva na planície costeira; verões confortavelmente quentes e invernos moderadamente frios, com chuva e ocasionalmente ligeira neve nas regiões montanhosas; verões quentes e secos e invernos agradáveis no vale do Jordão; condições semiáridas durante todo o ano, com dias quentes e noites frias no sul.

Patos de Israel, 1989

ÁGUA. O total anual de recursos hídricos renováveis monta a 1,7 bilhão de m³ (60 bilhões de pés cúbicos), dos quais 65 por cento são usados para irrigação e o resto para fins urbanos e industriais. As fontes de água do país consistem do rio Jordão, lago Kineret (o mar da Galileia) e uns poucos sistemas fluviais pequenos. Fontes naturais e lençóis de água subterrâneos, explorados em quantidades controladas para evitar exaustão e salinização, também são usados. Uma vez que a água é escassa na região, esforços intensos são feitos para maximizar o uso do que está disponível e buscar novas fontes prospectivas. Nos anos 60, as fontes de água doce do país foram integradas em uma rede nacional, cuja artéria principal, o National Water Carrier, traz água do norte e centro do país para o semiárido no sul através de uma rede de tubulações, aquedutos, canais abertos, reservatórios, túneis, represas e estações de bombeamento. Projetos em curso para o uso de novas fontes incluem bombardeamento de nuvens, reciclagem das águas servidas e dessalinização da água do mar.

FLORA E FAUNA. A rica variedade de vida vegetal e animal de Israel reflete sua localização geográfica, assim como sua variada topografia e clima. Mais de 500 espécies de pássaros, 100 de mamíferos e 90 de répteis, quase 3.000 espécies de plantas (150 delas endêmicas de Israel) são encontrados dentro de suas fronteiras. Israel se tornou um centro ornitológico internacionalmente conhecido e um ponto central de pesquisa e cooperação. Foram estabelecidas no país mais de 150 reservas naturais e 65 parques nacionais, encerrando quase 1.000 km² (cerca de 400 milhas quadradas), com centenas de sítios adicionais em estágio de planejamento.

Árvores da Terra Santa

PROTEÇÃO AMBIENTAL. O rápido crescimento populacional e a constante expansão da agricultura e da indústria contribuíram para a deterioração ambiental, especialmente na área litorânea, onde se concentra mais da metade da população de Israel e a maior parte das indústrias. Planos e programas estão em efeito para abordar a poluição nas costas do Mediterrâneo e do mar Vermelho, poluição do lençol freático, gestão hídrica, tratamento das águas servidas, qualidade do ar, gestão de resíduos sólidos e substâncias perigosas.

"Uma terra onde mana o leite e mel" (Êxodo 3:8)

A fiscalização da legislação ambiental é a principal prioridade, juntamente com a educação ambiental. Ferramentas econômicas são cada vez mais usadas para promover melhorias ambientais, tanto na forma de subvenções financeiras para as indústrias que investem na prevenção da poluição como na forma de cobrança de impostos e taxas dos poluidores. Em linha com os princípios do desenvolvimento

sustentado, esforços são dirigidos para a conservação de recursos e a prevenção da poluição em todos os setores econômicos.

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Calçadão Armon Hanatziv de Jerusalém

INFRAESTRUTURA. Israel conecta-se com as maiores redes de dados comerciais, financeiros e acadêmicos do mundo e está totalmente integrado aos sistemas de comunicação internacional por meio de linhas de fibra ótica submarina e links de satélites. O país apresenta alta concentração de linhas telefônicas, computadores e usuários de internet per capita. Israel é um dos primeiros países do mundo a ter rede de telefonia 100% digital, o que permitiu prover aos assinantes toda uma linha de serviços de última geração. Além disso, Israel tem um das maiores taxas de penetração do mundo de telefonia celular. Os serviços postais operam por todo Israel e conectam o país à maioria dos outros países. Em um país onde as distâncias são curtas, automóveis, ônibus e caminhões são os principais meios de transporte. Nos últimos anos, aumentou o uso de ferrovias para o transporte de carga e passageiros. Em Jerusalém está em construção um sistema urbano de transporte leve sobre trilhos. Os antigos portos de Jafa, Cesárea e Acre foram substituídos por três modernos portos de águas profundas em Haifa, Asdod e Eilat, que servem ao transporte marítimo internacional. O Aeroporto internacional de Ben-Gurion é o principal e maior terminal aéreo de Israel.

Patos de Israel, 1989

HISTÓRIA

Templo do Rei Salomão

TEMPOS BÍBLICOS (c. 2000 AEC – 538 AEC). A história dos Judeus começa na primeira metade do segundo milênio AEC com os patriarcas - Abraão, seu filho Isaac e seu neto, Jacó. O Livro do Gênesis relata como Abraão foi chamada à Canaã (mais tarde conhecida como a Terra de Israel) para dar início à formação de um povo com a crença em um único Deus. A fome que se alastrou pelo país forçou Jacó e seus filhos, os ancestrais das 12 tribos de Israel, a emigrar para o Egito, onde seus descendentes foram escravizados. Diversos séculos mais tarde, Moisés tirou seu povo do Egito, da escravidão para a liberdade, e levou-o de volta à Terra de Israel. Por 40 anos eles vagaram pelo deserto do Sinai, onde se fundiram em uma nação e receberam a Torá (Os cinco livros de Moisés), incluindo os Dez Mandamentos, que deu forma e conteúdo à fé monoteísta de seus ancestrais patriarcas.

Sob o comando de Josué, as tribos de Israel reconquistaram a Terra e ali se assentaram, unindo-se principalmente em épocas de ameaças externas sob líderes conhecidos como juízes. A monarquia foi estabelecida sob Saul (c. 1020 AEC); seu sucessor, Rei Davi, unificou as tribos e fez de Jerusalém a capital do país (c. 1000 AEC). O filho de Davi, Salomão, desenvolveu o reino e o tornou uma próspera potência comercial, e construiu em Jerusalém o Tempo ao Deus único de Israel. Ruinas arqueológicas atestam que importantes centros de comércio urbano foram fundados durante seu reinado, inclusive as cidades fortificadas de Hazor, Megido e Gezer. Quando da morte de Salomão, o país foi dividido em dois reinos, Israel (capital: Samaria) e Judá (capital: Jerusalém), que existiram lado a lado pelos próximos dois séculos, governados por reis judeus e exortados a perseguir justiça social e a observância da Lei.

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O Reino de Israel foi invadido pelos Assírios (722 AEC) e o povo dispersado (as Dez tribos perdidas). Mais tarde, Judá foi conquistada pelos babilônicos (586 AEC), que destruíram o Templo em Jerusalém e exilaram a maioria da população judia na Babilônia.

PERÍODOS DE RENOVADA AUTONOMIA JUDAICA (538 AEC – 60 AEC). Após a conquista do Império babilonizo pelos persas (538 AEC), muitos judeus retornaram para Judá, o Templo foi reconstruído em Jerusalém e a vida judaica na Terra foi restaurada. Pelos próximos quatro séculos, foi outorgado aos judeus um amplo grau de autonomia sob os domínios persa e grego. Quando uma série de medidas foi imposta pelos sírios selêucidas com o objetivo de suprimir o culto e as práticas religiosas judaicas, estourou uma revolta (166 AEC) sob a liderança dos macabeus (hasmoneanos), resultando no estabelecimento de um reinado judaico independente sob os reis judeus da dinastia hasmoneana, que perdurou por cerca de 80 anos.

SOB DOMÍNIO ESTRANGEIRO (60 AEC – 1948). A partir de 60 AEC o país, enfraquecido por disputas internas, ficou cada vez mais sob o domínio de Roma. Em uma tentativa de se libertarem, os judeus lançaram uma série de levantes, que atingiram o clímax com a revolta de 66 EC. Após quatro anos de luta intermitente, Roma subjugou a Judeia (Judá), queimou o Segundo Templo e exilou muitos judeus do país (70 EC). O último movimento de resistência contra Roma foi feito por 1.000 judeus na fortaleza de Massada, que terminou em 73 EC com o suicídio em massa dos defensores. Massada se tornou um símbolo da luta do povo judeu pela liberdade em sua própria terra.

Outra tentativa de reconquistar a soberania nacional judaica (Revolta de Bar Kochba, 132 EC) resultou no estabelecimento de um enclave independente na Judeia, com Jerusalém como capital. Três anos mais tarde, entretanto, os romanos derrotaram Bar Kochba e, em um esforço para eliminar a conexão dos judeus com a Terra, renomearam Jerusalém "Aelia Capitolina" e o país, "Palestina".

Sob a hegemonia romana (70 – 313) e bizantina (313 – 636), a comunidade judaica na Terra continuou a manter e a desenvolver suas próprias instituições legais, educacionais e culturais. As leis judaicas, que tratam de todos os aspectos da vida, foram codificadas no Mishná (século II) e elaboradas no Talmude (séculos III – V). Essas leis, algumas das quais foram emendadas mais tarde para se adaptarem a novas condições, ainda são seguidas pelos judeus praticantes hoje.

A partir do século VII, o país foi governado sucessivamente por árabes (636 - 1091), turcos selêucidas (1091 - 1099),

cruzados (1099-1291), mamelucos (1291-1516), turcos otomanos (1517-1917) e pelos ingleses (1918-1948). As fronteiras sofreram alterações, o nome do país foi mudado de acordo com o povo governante da época. Muitas construções feitas pelos diversos conquistadores ainda são testemunhas da presença deles na Terra.

Embora o número tenha diminuído durante os séculos de ocupação estrangeira, uma presença contínua de judeus foi mantida na Terra, reforçada de tempos em tempos pelo retorno de judeus à terra de seus antepassados a partir dos países de dispersão, um fluxo que começou a ganhar impulso na metade do século 19.

100 anos desde o 1º Congresso

Sionista

SIONISMO. O desejo de retornar um dia para o Sião, o tradicional sinônimo para Jerusalém e a

Terra de Israel, foi o foco da vida judaica na Diáspora por muitos séculos. No final do século XIX, o sionismo levantou-se como movimento nacional em resposta à contínua opressão e perseguição aos judeus na Europa Oriental e ao crescente desencanto com a emancipação formal na Europa Ocidental, que nem terminou com a discriminação nem resultou na integração dos judeus nas sociedades dos países onde viviam. No Primeiro Congresso Sionista (1897) reunido por Theodor Herzl na Basileia, Suíça, o movimento sionista constituiu-se como uma organização política formal, clamando pelo retorno do povo judeu à Terra de Israel e à restauração da vida nacional na sua pátria ancestral.

Inspirados pela ideologia sionista, milhares de judeus começaram a chegar a Terra, então uma parte esparsamente habitada e negligenciada do Império Otomano. Os primeiros pioneiros drenaram pântanos, recuperaram solos improdutivos, reflorestaram encostas nuas, estabeleceram

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indústrias e construíram cidades e vilas. Instituições e serviços comunitários foram estabelecidos e o idioma hebraico, há muito tempo restrito à liturgia e à literatura, foi revivido como idioma de uso diário.

Em reconhecimento à "histórica conexão do povo de Israel com a Palestina (Terra de Israel)" e "as bases para reconstituir o seu lar nacional naquele país", a Liga das Nações, que havia outorgado ao Reino Unido (1922) o mandato sobre a Terra, responsabilizou-o entre outras coisas por "colocar o país em condições políticas, administrativas e econômicas tais que possam assegurar o estabelecimento do lar nacional judaico".

Anne Frank e a casa onde ela e sua família ficaram escondidas dos nazistas

por dois anos

No mesmo ano, a Grã-Bretanha estabeleceu o Emirado Árabe da Transjordânia (hoje o Reino Hashemita da Jordânia) em três quartos do território a ela confiado, deixando apenas a parte ocidental do rio Jordão para o desenvolvimento do lar nacional judaico. Líderes árabes extremistas, opondo-se ao estabelecimento da pátria judaica mesmo naquela pequena área, incitaram ataques contra a comunidade judaica, assim como contra árabes que advogavam a coexistência entre árabes e judeus. Rigorosas restrições britânicas sobre imigração e assentamento de judeus não satisfizeram os militantes árabes e surtos de violência continuaram até o início da 2ª

Guerra Mundial.

Ao final da guerra, as cotas para imigração de judeus não haviam sido rescindidas, apesar da necessidade imediata de se encontrar refúgio para os sobreviventes do Holocausto nazista, no qual cerca de seis milhões de judeus europeus, incluindo 1,5 milhão de crianças, pereceram. Para driblar

a política britânica de restringir a imigração, a comunidade judaica na Terra, junto com o mundo do judaísmo, mobilizou seus recursos e organizou uma rede de imigração "ilegal", conhecida como Aliya Bet, que trouxe cerca de 85.000 refugiados da Europa para a Terra.

Declaração da Independência

Incapaz de reconciliar a crescente oposição árabe ao assentamento de judeus na Terra com a persistente demanda judaica por repelir as restrições à imigração, a Grã-Bretanha levou a questão para as Nações Unidas. A Assembleia geral das Nações Unidas votou (29 de novembro de 1947) pelo estabelecimento de dois estados na área (a oeste do rio Jordão), um judeu e um árabe. Os judeus aceitaram o plano de partição; os árabes o rejeitaram.

SOBERANIA. Após o término do Mandato britânico (14 de maio de 1948), o povo judeu proclamou o estabelecimento do Estado de Israel. Menos de 24 horas

depois, os exércitos de cinco países árabes invadiram o novo estado, lançando a que ficou conhecida como a Guerra da independência de Israel, que perdurou de forma intermitente por mais de um ano. Em julho de 1949, acordos de armistício separados, baseados em linhas de cessar-fogo, foram assinados com todos os estados árabes adjacentes.

Na Declaração do estabelecimento do Estado, Israel estende suas "mãos a todos os estados vizinhos e aos seus povos, em uma oferta de paz e boa vizinhança". Este apelo, reiterado por sucessivos líderes israelenses, foi persistentemente ignorado ou rejeitado. Os ataques terroristas árabes contra os centros populacionais de Israel continuaram, com o apoio e encorajamento dos estados árabes, que também instituíram boicotes econômicos e diplomáticos, bloquearam as vias marítimas internacionais ao tráfego israelense e instigaram

Dia Internacional da Comemoração em memória do

Holocausto, 27 de janeiro, 2008

Paz – "… do que anuncia o bem; que

faz ouvir a salvação" (Isaías 52:7)

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guerras de grande escala: em 1956 e 1967, Israel lançou ataques preventivos em legítima defesa contra suas maiores ameaças; em 1973, Israel repeliu simultaneamente ataques de grande escala dos estados árabes vizinhos em duas frentes.

O ciclo de rejeição foi quebrado com a chegada do presidente egípcio Anwar Sadat a Jerusalém (novembro de 1977) a convite do primeiro-ministro Menachem Begin. A visita levou a negociações que resultaram na assinatura do Tratado de paz egípcio-israelense (26 de março de 1979) e na formulação dos Acordos de Camp David, que incluíam cláusulas de paz no Oriente Médio e um formato para um governo autônomo palestino na Judeia, Samaria e Gaza.

Infelizmente, a violência continuou em outras frentes. Em 1982, Israel foi forçado a operar contra bases terroristas da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) no sul do Líbano, de onde se lançavam ataques contra a população civil do norte da Galileia. Ao final da operação, a infraestrutura terrorista palestina no Líbano havia sido removida, mas devido a um vácuo na segurança, Israel teve que manter uma presença militar mínima no país.

Lembrança do dia dedicado aos mortos na Guerra de Israel, 1999

Apesar disso, os esforços de paz de Israel continuaram. Em 30 de outubro de 1991, uma conferência de paz multilateral do Oriente Médio foi levada a efeito em Madri, congregando representantes de Israel, Síria, Líbano, Jordânia e Palestina. Os procedimentos formais foram seguidos por negociações bilaterais entre as partes e por conversas multilaterais enfocando preocupações regionais.

Um avanço significativo foi a Declaração de Princípios (setembro de 1993) assinada por Israel e pela OLP (como representante do povo palestino), delineando planos para os palestinos na Margem Ocidental e em Gaza. Consequentemente, o governo autônomo foi implantado em Gaza e em Jericó (a Autoridade Palestina, 1994) e, com a assinatura do Acordo Interino (1995), foi estendido a áreas adicionais da Margem Ocidental.

Uma aproximação maior na região foi conseguida quando Israel e Jordânia terminaram 46 anos de estado de guerra entre eles (julho de 1994), seguido por um tratado de paz (outubro de 1994), que estabeleceu relações diplomáticas integrais entre os dois países. O ímpeto do processo de paz abriu caminho para a expansão dos contatos e para o estabelecimento de relações com outros países árabes.

Em janeiro de 1997, Israel e a AP assinaram o Protocolo de Hebron, e Israel se retirou daquela área; em outubro de 1998 assinaram o Memorando do rio Wye e foi implantada a primeira fase de redisposição de tropas na Margem Ocidental e em Gaza. Em setembro de 1999, Israel e a OLP assinaram o Memorando de Sharm el-Sheikh, após o qual Israel executou mais redisposições, libertou prisioneiros, abriu a rota de passagem segura do sul e reiniciou as conversações sobre o estatuto permanente.

Infelizmente, a próxima etapa, a Conferência de cúpula de Camp David de julho de 2000, falhou, devido à recusa dos palestinos em aceitar as propostas sem precedentes de Israel para solucionar o conflito. Ao invés disso, em setembro de 2000, os palestinos iniciaram uma campanha de terror e violência indiscriminada, causando grande perda de vidas e sofrimento para ambos os lados. Centenas de civis israelenses foram mortos em tiroteios terroristas e ataques suicidas. Em reação, Israel construiu uma cerca antiterrorista e conseguiu manter o terrorismo sob controla na maior parte do país.

Enquanto isso, no norte, Israel reduziu gradualmente a presença de forças de segurança no Líbano até maio de 2000, quando as Nações Unidas confirmaram que as últimas forças de Israel haviam-se retirado para a fronteira internacional. Enquanto o terrorismo palestino desde o Líbano diminuiu, a organização Hezbolah, apoiada pelo Irã, tomou seu lugar. Em julho de 2006, Israel foi forçado a responder a maciços ataques de mísseis no norte de Israel e ao sequestro de dois soldados da IDF (Forças de defesa de Israel), e entrou novamente no sul do Líbano em uma operação militar para conter o terrorismo do Hezbolah. Essa operação, conhecida mais tarde como a "Segunda Guerra do Líbano", durou cerca de um mês e foi seguida por um período de calmaria na fronteira norte de Israel.

Durante esse período, Israel continuou sua busca por paz com seus vizinhos palestinos. Em 2003, Israel aceitou o "Roteiro" para a paz, proposto por um quarteto internacional (EUA, UE, Rússia e as Nações Unidas), começando pelo fim do terrorismo palestino, a ser seguido pela resolução final de todos as questões pendentes e pelo fim do conflito.

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Em agosto de 2005, o primeiro-ministro Ariel Sharon implementou uma iniciativa com o objetivo de avançar na causa da paz, chamado de "Plano de retirada". Nele, Israel retirou todas as suas forças da Faixa de Gaza e removeu todos os assentamentos judeus, assim como quatro comunidades judaicas no norte da Samaria. Ainda assim, apesar do movimento conciliatório de Israel, o terrorismo palestino desde a Faixa de Gaza continuou e, até mesmo, escalou, especialmente após o Hamas tomar o poder em 2007. Em dezembro de 2008, após suportar uma barragem contínua de 12.000 misseis contra suas cidades, e após ter exaurido todas as outras opções, Israel lançou uma operação militar contra o Hamas em Gaza, com o objetivo de parar os bombardeios.

A paz permanece como a principal meta de Israel. Sua esperança por um acordo de paz negociado pode ser obtida por meio de comprometimentos historicamente razoáveis com seus vizinhos, nos quais o direito de Israel existir em segurança, como a pátria do Povo Judeu, seja reconhecido e respeitado.

O ESTADO

Declaração da Independência (25 anos da independência de Israel)

Page 10: Carta de Israel

18 19

A DECLARAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DO ESTADO DE ISRAEL (14 de maio de 1948) constitui-se no credo da nação, estipulando que "O Estado de Israel… assegurará completa igualdade social e direitos políticos a todos os seus habitantes, irrespectivamente de religião, idioma, educação e cultura; salvaguardará os lugares sagrados de todas as religiões e será fiel aos princípios da Carta das Nações Unidas".

A bandeira do Estado de Israel baseia-se no desenho de um xale judaico para orações (talit), com uma Estrela de Davi (Magen David). O emblema oficial do Estado de Israel é uma menorá (candelabro) de sete braços, cujo formato supostamente deriva da moriá, uma planta conhecida desde a antiguidade. Os ramos de oliveira em cada lado representam o desejo de paz de Israel. O hino nacional é Hatikva (A Esperança).

A Menorá (1952) – Emblema do Estado de Israel "E os filhos de Israel armarão as suas tendas, cada um no seu esquadrão, e cada um com sua bandeira, segundo os seus exércitos." (Números 1:52)

Israel é uma democracia parlamentarista, com poderes legislativo, executivo e judiciário operando no princípio de separação de poderes para assegurar a existência do equilíbrio dos poderes no sistema.

O PRESIDENTE, cujas responsabilidades são em grande parte cerimoniais, simboliza a unidade do estado. Eleito pelo Knesset (o parlamento de Israel) por um mandato único de sete anos, o presidente assina leis, perdoa presos e comuta sentenças sob a recomendação do ministro da Justiça, e aceita as credenciais de enviados estrangeiros.

O KNESSET, o órgão legislativo, é um parlamento unicameral de 120 membros. Os membros do Knesset, representando um amplo grupo de partidos políticos, são escolhidos em

eleições nacionais que ocorrem a cada quatro anos. No dia da eleição, os eleitores votam em um partido político que os representará no Knesset. O país como um todo constitui um único colégio eleitoral. O número de assentos designados para

cada partido no Knesset é proporcional à sua participação no total dos votos nacionais.

As eleições são gerais, nacionais, diretas, igualitárias, secretas e proporcionais. Todos os cidadãos de Israel gozam de direitos iguais, sem importar sexo, religião ou etnia. Todo o cidadão tem direito ao voto a partir dos 18 anos de idade, e de ser eleito a partir dos 21.

O Knesset funciona em sessões plenárias e por meio de 15 comitês permanentes. Os debates gerais, votação de propostas legislativas apresentadas pelo governo ou via projetos de lei privados dos membros e política e atividades do governo ocorrem nas sessões plenárias. Para se transformar em lei, um projeto precisa passar por três leituras no Knesset, após as quais o presidente, primeiro-ministro, speaker do Knesset e ministro responsável assinam o projeto, que se torna em lei. Os debates no Knesset são conduzidos em hebraico, mas membros árabes e drusos podem usar o idioma árabe (o outro idioma oficial de Israel); tradução simultânea está disponível em ambos os idiomas.

O GOVERNO (o poder executivo) é responsável perante o Knesset e está sujeito ao seu voto de confiança. Seus poderes de estabelecer políticas são muito amplos no que diz respeito a todos os principais aspectos da vida do país. Em seguida às eleições, o presidente seleciona um membro do Knesset com a responsabilidade de formar o governo e apresentar uma lista de ministros para a aprovação do Knesset; metade do ministério deve ser composta por membros do Knesset. A maioria dos ministros recebe uma pasta e chefia um ministério; outros servem sem pasta, mas podem ser responsáveis por projetos especiais. O primeiro-ministro também pode servir como ministro com uma pasta.

Todos os governos desde 1948 foram baseados em uma coalizão de diversos partidos uma vez que, até a presente data, nunca um único partido obteve mais da metade dos 120 assentos do Knesset. O governo serve por um período de quatro anos, apesar de este termo poder ser reduzido por renúncia, incapacitação ou morte do primeiro-ministro, ou por um voto de censura no Knesset.

O GOVERNO LOCAL inclui 73 conselhos municipais e 124 locais. Os conselhos municipais e locais são eleitos com base na representação proporcional; prefeitos e líderes dos conselhos locais são escolhidos por meio de voto direto. Os líderes dos 54 conselhos regionais são selecionados entre os

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presidentes dos comitês de cada comunidade na região ou por voto direto.

O PODER JUDICIÁRIO é inteiramente independente dos poderes executivo e legislativo. Os juízes são empossados pelo presidente, seguindo recomendações de um comitê de nomeações públicas e eles servem até a idade de aposentadoria obrigatória de 70 anos. O sistema judiciário consiste de três níveis de tribunais: cortes dos magistrados, que lida com causas cíveis e pequenas causas criminais; tribunais distritais, que lidam com todas as causas criminais e cíveis que não são de competência das cortes inferiores; e o Supremo Tribunal, com jurisdição nacional, que serve como a mais alta instância de apelações e também exerce o papel de Supremo Tribunal de Justiça, em petições apresentadas por pessoas que buscam reparação contra uma autoridade pública. As cortes especiais lidam com assuntos específicos, como desrespeito às leis de trânsito, disputas trabalhistas, pequenas causas etc. A jurisdição sobre assuntos de status pessoal (casamento e divórcio) é delegada às cortes das várias comunidades religiosas.

Memorial Day (1974)

A LEI DA TERRA. Após a criação do Estado, o corpo de leis adotado consistiu de estatutos em vigor durante o período do Mandato britânico (1922-48), à medida que eram consistentes com as cláusulas da Declaração do estabelecimento do Estado de Israel. Desde então, novas leis foram criadas e as antigas, revisadas para atender às situações atuais. Dessa forma, a característica que prevalece no sistema legal é um corpo amplo de leis estatutárias e jurisprudência independente israelense criado desde 1948.

Cidadãos de todas as etnias e crenças têm garantidos todos os direitos humanos e democráticos, desde liberdade de expressão e de religião, sufrágio universal e igualdade perante a lei. Liberdade de imprensa, de afiliação política, de ocupação e de greve e demonstrações fazem parte das leis e tradições de Israel.

As leis básicas, relativas a todos os aspectos da vida e ao funcionamento das principais instituições do Estado serão eventualmente reunidas para formar uma constituição.

ORDEM PÚBLICA. Como acontece com as forças policiais em todo o mundo, a polícia de Israel tem a responsabilidade de manter a qualidade de vida, lutando contra o crime, ajudando as autoridades na execução das leis e oferecendo orientação e medidas preventivas para a segurança e proteção do público.

O chefe de polícia de Israel é nomeado pelo governo, mediante recomendação do ministro do Interior. A Polícia de Israel está dividida em seis distritos territoriais, enquanto a Sede Nacional, localizada em Jerusalém, inclui uma equipe profissional para ajudar as unidades da Polícia de Israel. A Polícia de Fronteira funciona como uma força policial múlti função, lidando principalmente com operações de segurança interna e ajudando a polícia regular no combate ao crime. A Polícia de Fronteira também inclui uma unidade antiterrorismo.

Forças de Defesa de Israel "…Esforça-

te e anima-te..." (Deuteronômio 31:7)

AS FORÇAS DE DEFESA DE ISRAEL (IDF), fundadas em 1948, estão entre as mais experientes forças armadas do mundo, tendo defendido o país em seis grandes guerras. Os objetivos de segurança da IDF são defender a soberania e a integridade territorial de Israel, deter seus inimigos e inibir todas as formas de terrorismo que ameaçam a vida cotidiana. Devido ao fato da falta de profundidade territorial do país e de que seus inimigos são mais numerosos que suas próprias forças, a doutrina estratégica da IDF é defensiva, enquanto suas táticas são ofensivas.

O principal recurso da IDF é o alto calibre de seus soldados. Para defender o país a IDF possui um pequeno exército permanente, capacidade de previso e força aérea e marinha regulares. Todos os homens e mulheres qualificados são convocados ao atingirem 18 anos, os homens

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por três anos e as mulheres por dois. O exército permanente é composto por esses recrutados e por pessoal de carreira. A maioria dos soldados da IDF são reservistas que, em tempos de guerra ou crise, são rapidamente mobilizados em suas unidades de todas as partes do país.

Através dos anos, a IDF também respondeu às demandas da sociedade em geral, assumindo uma variedade de funções sociais-nacionais e operando uma ampla gama de projetos com foco nas áreas de maior necessidade no momento.

Memorial Day, 2008

O POVO

Absorção de Aliya

Fundado como um estado judaico, a sociedade de Israel, com mais de sete milhões de pessoas, forma um mosaico de diferentes religiões, culturas e tradições sociais. A cidadania é determinada por nascimento, residência ou naturalização; cidadãos que queiram manter dupla nacionalidade podem fazê-lo.

A afiliação e prática religiosa é assunto de escolha pessoal, com a liberdade religiosa garantida pela Declaração do estabelecimento do Estado de Israel.

Hoje, a população do país é composta por 75,5 por cento de judeus, 20,2 por cento de árabes (a maioria muçulmanos) e os restantes 4,3 por cento de drusos, circassianos e outros não classificados por religião.

No âmbito deste quadro pluralista, as várias comunidades mantêm suas próprias instituições religiosas, educacionais, culturais e beneficentes. As cortes de cada comunidade religiosa têm jurisdição total em assuntos de status pessoal envolvendo seus membros.

Cada um dos muitos lugares sagrados do país é administrado por sua própria autoridade religiosa, enquanto proteção contra profanação e invasão e livre acesso são garantidos por lei.

O dia de descanso oficial de Israel é sábado, o Shabbat. Os muçulmanos observam seu dia de descanso nas sextas-feiras, enquanto que os cristãos, no domingo.

Desde o estabelecimento do Estado (1948), a população judaica cresceu de 650.000 para mais de 5,6 milhões, dobrando já nos primeiros quatro anos devido à imigração em massa de sobreviventes do Holocausto europeu e refugiados de países árabes.

Desde aquele tempo, os judeus continuaram a vir em números variados, tanto de países opressores quanto do mundo livre. Em dois grandes esforços (1984, 1991) virtualmente toda a comunidade judaica da Etiópia, que se acreditava estar lá desde o tempo do rei Salomão, foi reunida em Israel. Outra grande onda de imigração, que se iniciou em 1989, foi formada

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por mais de um milhão de judeus da antiga União Soviética.

Durante a "congregação dos exilados", os judeus trouxeram consigo as tradições de suas próprias comunidades e aspectos da cultura nativa dos países nos quais viveram por gerações. Assim, a população judaica de Israel, apesar de unidade por fé e história comuns, caracteriza-se pela diversidade de visão de mundo e de estilos de vida, resultando em uma sociedade parte ocidental, parte da Europa Oriental, parte do Oriente Médio, mas principalmente israelense.

A tumba de Nabi Sabalān, Hurfeish (Festa de Nabi

Sabalān)

A principal população não-judaica de Israel é primariamente árabe, constituindo 24 por cento da população, aumentou de 156.000 pessoas em 1949 para 1,8 milhão hoje. Sua participação nos processos democráticos do país atesta sua afiliação cívica, apesar de o desenvolvimento de relações entre árabes e judeus israelenses ter sido dificultada por diferenças de idioma, religião e estilos de vida, além de décadas de conflito árabe-israelense.

As duas populações vivem lado a lado, com contatos econômicos, municipais e políticos, mas com pouca interação social.

Mesquita Al-Jazzar, Acre (`Id al-fitr)

Basílica da Anunciação, Nazaré

Centenário de Telavive, 1909-2009 – Ahuzat Bayit por Nahum Gutman

VIDA NAS CIDADESNoventa e dois por cento dos israelenses vivem em áreas urbanas. Muitas vilas e cidades modernas, combinando o velho com o novo, são construídas em sítios conhecidos desde a antiguidade, entre eles Jerusalém, Safed, Beersheva, Tiberias e Acre. Outras, como Rehovot, Hadera, Petah Tikva e Rishon Lezion, começaram como vilas agrícolas na era pre-estado e evoluíram gradualmente para grandes centros populacionais. Cidades planejadas, como Carmiel e Kiriat-Gat, foram construídas nos primeiros anos do estado para acomodar o rápido crescimento populacional gerado pela imigração em massa, para ajudar a distribuir a população pelo país e para promover uma economia urbana e rural intimamente interligadas em todo o país ao atrair indústrias e serviços para áreas anteriormente não populadas.

As construções urbanas são feitas principalmente de pedras, blocos de concreto e estuque. Variam em estilo, desde remanescentes restaurados de séculos passados até habitações construídas para acomodar a população dos tempos pre-estado; de conjuntos habitacionais erguidos apressadamente para abrigar as massas que chegaram com o estabelecimento do estado, edifícios residenciais, comerciais e institucionais das últimas décadas, que exibem os efeitos do planejamento moderno. A maior parte das áreas residenciais é separada por zonas comerciais e industriais, com parques extensos e bem cuidados e numerosos parques de recreio situados nos limites da cidade.

As quatro principais cidades de Israel são Jerusalém a capital, Telavive, centro da vida industrial, comercial, financeira e

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cultural do país, fundada em 1909 como a primeira cidade judaica dos tempos modernos; Haifa, um grande porto mediterrâneo e centro industrial no norte de Israel; e Bersheva, o maior centro populacional no sul.

Haifa – 264.800

Hadera – 78.200

Netanya – 179.000

Herzliya – 84.400

Ra’anana – 73.200

Kfar Saba – 82.900

Bnei Brak – 153.300

Petah Tikva – 193.900

Ramat Gan – 134.300

Telavive-Yafo – 392.500

Bat-Yam – 128.900

Rishon Lezion – 226.100

Holon – 170.600

Rehovot – 108.300

Lod – 67.500

Asdod – 209.200

Asquelon – 110.400

Metulla – 1.500

Kiryat Shmona – 22.200

Safed – 28.600

Tiberias – 39.800

Carmiel – 44.700

Nazaré – 66.400

Jerusalém – 763.600

Kiryat Gat – 47.900

Bersheva – 187.200

Eilat – 46.600

JERUSALÉM tem permanecido com o centro da vida nacional e espiritual do povo judeu desde que o rei Davi a tornou capital do seu reino há mais de 3.000 anos. Desde a destruição de Jerusalém e de seu Templo em 70 AD à restauração da soberania judaica na Terra, com o estabelecimento do Estado de Israel em 1948, a cidade ficou sob o controle de sucessivas potências estrangeiras; a maioria das quais deixou suas marcas, mas nenhuma a tornou sua capital nacional.

Até a última metade do século XIX, Jerusalém era uma cidade murada com quatro bairros distintos: judeu, muçulmano, armênio e cristão. A partir de cerca de 1860, a crescente população judaica, que manteve presença virtualmente contínua na cidade ao longo das eras, se tornou maioria e começou a construir novos bairros fora das muralhas, formando o núcleo da Jerusalém moderna.

Jerusalém: Lar das três religiões

Sob o domínio britânico (1918-1948), Jerusalém transformou-se de uma vila provincial negligenciada e miserável do Império Otomano em uma cidade florescente. Durante esse período, muitos novos bairros foram estabelecidos, cada um refletindo o caráter do grupo étnico particular para o qual ele foi construído.

A linha de armistício traçada ao final da Guerra da Independência de 1948-49 dividiu Jerusalém em duas, com a Jordânia controlando o setor oriental, incluindo a Cidade Velha, e Israel controlando o setor ocidental, que se tornou a capital do país. Pelos próximos 19 anos, muros de concreto e arame farpado separaram as duas metades da cidade.

Reunida como resultado da Guerra dos Seis Dias de 1967, Jerusalém é hoje a maior cidade de Israel, com uma população de 763.600 habitantes. É uma cidade que olha simultaneamente ao passado e ao futuro, restaurando sítios antigos, melhorando a infraestrutura e construindo novos bairros; é a capital de Israel, o local de residência do presidente, do Knesset (o parlamento israelense), a Corte Suprema e os ministérios governamentais; é uma cidade de populações diversificadas – judeus e árabes, praticantes religiosos e seculares, ocidentais e orientais; é uma cidade onde as artes florescem em uma vibrante vida cultura que é, ao mesmo tempo, internacional e singularmente israelense.

Muitos lugares sagrados às três maiores religiões estão localizados em Jerusalém: o Muro das Lamentações, o

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último resquício do Segundo Templo, centro de orações e fonte de inspiração para os judeus de Israel e de todo o mundo; o Domo da Rocha, marcando o sítio tradicional da ascensão aos céus do profeta Maomé; a mesquita de Al-Aqsa, considerada o terceiro lugar mais sagrado do Islã após Meca e Medina; o jardim de Getsêmani, a Igreja do Santo Sepulcro, a Via Dolorosa e outros sítios cristãos associados com a vida e morte de Jesus de Nazaré, para mencionarmos apenas alguns. Os quase dois milhões de visitantes que se ajuntam em Jerusalém todos os anos vêm para explorar seus sítios históricos bem cuidados e os lugares sagrados, e para desfrutar de aspectos de seu caráter multiétnico e multicultural.

TELAVIVE-YAFO, uma cidade moderna na costa mediterrânea, é o centro comercial e financeiro de Israel e o foco de sua vida cultural. Têm sede lá a maioria das organizações industriais, a bolsa de valores, grandes jornais, centros comerciais e editoras.

100º Aniversário de Telavive

Telavive, a primeira cidade totalmente judaica dos tempos modernos, foi fundada em 1909 como subúrbio de Jafa (Yafo), um dos mais antigos povoados urbanos do mundo. Em 1934, Telavive recebeu estatuto de município e em 1950 foi renomeada Telavive-Yafo, um novo município que absorveu

a velha Jafa. A área ao redor do antigo porto de Jafa foi desenvolvida e tornou-se uma colônia de artistas e centro turístico, com galerias, restaurantes e clubes noturnos. "White City" em Telavive é um vasto conjunto de prédios dos anos 30-50 no estilo modernista, foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio histórico mundial.

HAIFA, no mar Mediterrâneo, se eleva da linha costeira por sobre as encostas do Monte Carmel. Construída em três níveis topográficos: a cidade baixa, parcialmente em área aterrada, é o centro comercial com instalações portuárias; o nível médio é uma antiga área residencial; e o nível superior consiste de bairros modernos em rápida expansão, com ruas arborizadas, parques e pinheirais com vista para as zonas industriais e para as praias na costa da grande baía lá em baixo. Um grande porto de águas profundas, Haifa é centro de comércio internacional. Também serve como centro administrativo do norte de Israel.

BERSHEVA, ao norte de Neguev, é localizada na interseção das rotas que levam ao mar Morto e a Eilat. É uma nova cidade, construída sobre um antigo sítio, datando da era dos patriarcas, cerca de 3.500 anos atrás. Chamada a "Capital do Neguev", Beersheva é centro administrativo e econômico, com escritórios regionais do governo e instituições de saúde, educativas e culturais que servem todo o sul de Israel.

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VIDA NO CAMPOCerca de 8 por cento da população vive em áreas rurais, morando ou em um kibutz ou moshav, formas de assentamento agrícola desenvolvidos durante a primeira parte do século XX, ou em uma das muitas vilas do país.

Kibutz Degania

O KIBUTZ foi estabelecido como uma unidade socioeconômica na qual a propriedade e os meios de produção pertencem à comunidade e as decisões são tomadas pela assembleia geral de seus membros. Enquanto exige dos seus membros responsabilidade e compromisso para com a comunidade, o kibutz atende às suas necessidades, desde a infância até a velhice.

Tendo percorrido um longo caminho desde seu princípio pioneiro, quando a agricultura representava seu sustento econômico, os kibutzim estão agora diversificando sua produção, expandindo-se em vários tipos de segmentos e serviços. Apesar dos kibutzim representarem 1,7 por cento da população de Israel (em 267 assentamentos), sua participação na produção do país supera essa proporção, cultivando cerca de 16 por cento da produção agrícola e manufaturando 4 por cento da produção industrial (excluindo diamantes). Instalações turísticas, catering e lojas de fábrica têm-se tornado recentemente parte importante da economia dos kibutzim.

O kibutz, que se distinguiu por sua contribuição para o estabelecimento e desenvolvimento do estado, busca hoje formas de enfrentar os desafios da vida moderna na era da tecnologia, mantendo sua estrutura igualitária original. Ao mesmo tempo em que esses ajustes necessitaram de mudanças profundas, acredita-se que a habilidade de se adaptar e de se comprometer é a chave de sua sobrevivência.

O MOSHAV é uma vila agrícola na qual cada família mantém sua própria fazenda e casa. Originalmente, a cooperação se estendia à aquisição, comercialização e fornecimento de serviços comunitários; hoje, agricultores de moshav preferiram uma maior independência econômica. 441 moshavs com cerca de 60 famílias cada e perfazendo 3,4 por cento da população do país, fornecem uma grande porção da produção agrícola total do país.

VILAS RURAIS ÁRABES E DRUSAS perfazem 1,7 por cento da população de Israel. As casas e a terra são de propriedade privada e os fazendeiros cultivam e comercializam sua safra individualmente. Nos últimos anos, com a expansão das vilas e o aumento da mecanização da agricultura, mais pessoas trabalham nas indústrias ligeiras locais ou em centros urbanos e rurais próximos.

Cerca de metade dos 170.000 beduínos árabes não são mais nômades e vivem em assentamentos permanentes. Outros seguem seu estilo de vida tradicional, apesar de a maioria permanecer em um único lugar.

Moshav Nahalal

O YISHUV KEHILATI (ASSENTAMENTO COMUNITÁRIO) é uma nova forma de assentamento rural, com 107 comunidades existentes variando em tamanho de diversas dúzias a

diversas centenas de famílias. Apesar de a vida econômica de cada família ser completamente independente e a maioria dos membros trabalharem fora da comunidade, o nível de participação voluntária dos membros na comunidade é muito alto.

A instituição administrativa central é a Assembleia dos membros, onde assuntos importantes e princípios orientativos são decididos entre os membros por meio do voto popular. O orçamento da comunidade é aprovado pelos membros em um encontro anual. Juntamente com comitês de administração e supervisão, diversos grupos de trabalho tratam de áreas como educação, cultura, juventude, finanças, religião e outros semelhantes. Um secretariado (às vezes remunerado, outras vezes formado por voluntários eleitos) cuida dos assuntos cotidianos da comunidade. Novos membros são aceitos apenas com a aprovação da comunidade.

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SAÚDEO alto padrão dos serviços de saúde, recursos médicos de alta qualidade, instalações de pesquisa, hospitais modernos e a impressionante proporção de médicos por habitante de Israel refletem-se na baixa taxa de mortalidade infantil (4,7 por 1.000 nascimentos vivos) e na longa expectativa de vida (82,5 anos para mulheres e 78,8 para os homens). Assistência médica para todos, da infância à velhice, é assegurada por lei e os gastos nacionais em saúde são favoravelmente comparáveis com os de outros países desenvolvidos. Treinamento de nível ocidental para as profissões médicas é oferecido nas escolas de medicina, odontologia, farmácia, enfermagem e reabilitação física do país.

A Lei nacional de seguro de saúde (em efeito desde janeiro de 1995) oferece uma cesta padrão de serviços médicos, incluindo hospitalização, para todos os residentes de Israel. Os prêmios do seguro de saúde são cobrados pelo Instituto nacional de seguros que transfere os fundos para as quatro organizações de assistência médica que fornecem os serviços médicos.

50º Aniversário de Magen David

Adom. "Quem salva uma vida,

salva todo o mundo"

A responsabilidade por todos os serviços de saúde é do Ministério da Saúde, que prepara a legislação e supervisiona sua implementação: controla os padrões médicos no país; licencia pessoal médico e supervisiona o planejamento e construção de hospitais. O ministério também atua como agência de saúde pública no que diz respeito à medicina ambiental e preventiva.

Serviços de saúde são oferecidos em 373 hospitais gerais e especializados (com 42.676 leitos), em uma rede de clínicas

ambulatoriais, centros de saúde para mãe e filho, casas de convalescença, institutos de reabilitação e programas de saúde na escola, que incluem assistência dental. Instalações e serviços médicos são fornecidos pelo Ministério da Saúde, pelos municípios maiores, por instituições privadas e sem fins lucrativos e fundos de seguros de saúde.

Energia solar, 2009

Assistência de emergência é disponibilizada pela Magen David Adom (Escudo vermelho de Davi), que corresponde à Cruz Vermelha ou à Crescente Vermelha em outros países. Oferece serviço público de ambulâncias, unidades móveis de tratamento intensivo e tratamento de emergência em estações de primeiros socorros por todo o país e mantém uma rede de bancos de sangue.

Pesquisadores israelenses fizeram impressionantes contribuições nos campos do câncer, imunologia, cardiologia,

neurocirurgias, cirurgias ortopédica e plástica e tratamento de queimaduras. Israel também tem papel importante no desenvolvimento de tecnologia médica, incluindo sistemas de diagnóstico computadorizado e monitoramento, marcapassos, lasers e outros dispositivos para salvar vidas e aliviar a dor.

Energia geotérmica, 2009

Os problemas de saúde em Israel são similares àqueles que prevalecem no mundo ocidental. Programas de educação de saúde são largamente usados para informar ao público sobre a necessidade de cessar hábitos como o fumo, o excesso de consumo de alimentos e a falta de exercícios físicos, que se provaram prejudiciais à saúde. Campanhas também são divulgadas frequentemente para aumentar a conscientização de trabalhadores e motoristas sobre riscos potenciais.

RISCOS AMBIENTAIS. Riscos ambientais e de saúde têm sido gerados pelo rápido

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crescimento populacional e constante expansão das atividades agrícolas e industriais. Mais de 70 por cento da indústria de Israel concentra-se ao longo da estreita zona costeira onde as condições meteorológicas para a dispersão de poluentes são desfavoráveis. Para combater a poluição das costas do Mediterrâneo e do mar Vermelho, Israel adotou um programa multifacetado de legislação, fiscalização, limpeza de praias e costas e atividades internacionais, principalmente dentro da estrutura do Plano de ação do Mediterrâneo. Além de medidas regulatórias e educação, como componentes essenciais para sua política ambiental, Israel oferece também subvenções para empresas que investem em instalações de monitoramento e tratamento de poluentes e em tecnologias e materiais ecológicos.

Aquecimento global, 2009

COMPARTILHANDO ALÉM DAS FRONTEIRAS. De acordo com a crença de que a assistência médica adequada é um direito universal que transcende barreiras ideológicas ou fronteiras políticas, os hospitais de Israel estão abertos para todos que buscam sua expertise. Ao longo dos anos, os pacientes chegam de todo o mundo buscando tratamento especializado, inclusive de países com os quais Israel não tem relações diplomáticas.

Em muitas partes da Ásia e África, médicos e enfermeiras israelenses fornecem assistência no tratamento de enfermidades que já foram virtualmente erradicadas em países desenvolvidos, e compartilham seus conhecimentos com pessoal médico local em programas de intercâmbio, alguns sob os auspícios da Organização Mundial da Saúde. Equipes médicas israelenses também participam de esforços de socorro em áreas de desastre.

SERVIÇOS SOCIAISCom o objetivo de melhorar o bem-estar da população, com especial preocupação com os elementos mais vulneráveis da sociedade, Israel criou ampla legislação social e extensos programas de assistência social e serviços comunitários por todo o país.

"…mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira, e da sua

figueira, e não haverá quem os espante…"

(Miquéias 4:4)

Assistência aos idosos, assistência a mães solteiras, programas para a infância e a juventude, agências de adoção, prevenção

e tratamento do alcoolismo e do abuso de drogas compõe uma grande parte dos serviços disponíveis a indivíduos e às famílias. Serviços correcionais abrangem estruturas de liberdade condicional para adultos e jovens, programas corretivos para pessoas que abandonam a escola e serviços residenciais e observacionais para jovens em perigo. Oficinas protegidas e aconselhamento profissional estão entre os serviços de reabilitação disponíveis para os deficientes físicos. Pessoas com deficiência mental recebem cuidados por intermédio de vários programas residenciais e comunitários.

Assistência e serviços para os idosos tornaram-se um grande componente dos serviços sociais e de saúde de Israel. Enquanto a população total aumentou cinco vezes desde o estabelecimento do país, o número de cidadãos idosos (+65 anos) aumentou dez vezes, representando agora 10 por cento dos quase sete milhões de habitantes de Israel. Muito deste crescimento deveu-se à imigração em massa. Mais de um milhão de imigrantes chegou desde 1989, mais de 12 por cento deles com 65 anos ou mais.

Muitos dos idosos de Israel, cerca de 13 por cento, são deficientes e dependem da família ou de recursos da comunidade. Serviços comunitários para cidadãos idosos incluem ajuda para que as famílias possam cuidar dos idosos, clubes da terceira idade, refeições sobre rodas, abrigos, abrigo diurno, equipamentos médicos e transporte.

Escolas de serviço social nas universidades oferecem graduação e pós-graduação, combinando estudo teórico com

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trabalho de campo. Cursos especiais para trabalhadores dos serviços de assistência à criança, ajudantes de serviços sociais e treinamento prático para assistentes sociais estão disponíveis por todo o país.

Voluntariado – "Para os voluntários do

povo"

O INSTITUTO NACIONAL DE SEGUROS proporciona a todos os residentes de Israel uma ampla gama de benefícios, tais como pagamentos adicionais para famílias e indivíduos cuja renda seja inferior a um mínimo determinado, pensão para crianças, benefícios para desempregados, pagamento para deficientes, benefícios para sobreviventes, pensão para idosos, benefícios para a maternidade (inclusive até três meses de licença paga) e assistência de longo prazo para idosos dependentes de cuidados diários.

O PROJETO RENOVAÇÃO foi lançado no final dos anos 70 com o objetivo de reabilitar bairros em condição desfavorável. Sob a direção de autoridades governamentais e locais, com a participação ativa de quase 100 comunidades judaicas no exterior, cada uma delas irmanada com uma localidade específica, o projeto se expandiu com sucesso, melhorou a infraestrutura social e educacional e motivou os residentes a assumir mais responsabilidade pelo seu próprio bem-estar.

ORGANIZAÇÕES DE VOLUNTÁRIOS (em número de 278), envolvendo quase um terço dos cidadãos de Israel de adolescentes e pensionistas, dedicam-se a uma variedade de atividades nas áreas da saúde, educação, absorção de imigrantes, reabilitação de deficientes, bem-estar dos soldados, artes, conservação ambiental etc. Alguns grupos oferecem serviços comunitários diretos, desde creches até programas para cidadãos idosos, enquanto outros lidam com temas específicos a um determinado grupo ou localidade. Vários programas oferecem a voluntários do exterior uma oportunidade para servir em Israel, geralmente por um curto período de tempo. A composição da atual força de voluntários difere daquela das gerações anteriores. A longevidade dá a muitos aposentados, homens e mulheres, tempo para ajudar; e estudantes universitários geralmente se oferecem como voluntários para ensinar crianças e adolescentes desfavorecidos.

EDUCAÇÃOTodos os israelenses, desde crianças em idade pré-escolar até cidadãos idosos, se beneficiam de uma grande variedade de programas educacionais. A frequência escolar é obrigatória entre os 5 e os 16 anos, e gratuita até os 18 anos. Quase todas as crianças de três e quatro anos frequentam algum programa pré-escolar, apesar destes não serem nem obrigatórios, nem gratuitos.

Shalom primeira classe

O sistema escolar é baseado na necessidade contínua de se absorver e integrar novos imigrantes e educar crianças de diferentes etnias e culturas – judeus, árabes e drusos – praticantes religiosos e seculares. Desta forma as escolas são divididas em escolas do estado, frequentadas pela maioria; escolas do estado religiosas, que enfatizam os estudos, tradição e observância do judaísmo; escolas árabes e drusas, com aulas em árabe e foco especial na história, tradição e cultura árabe e drusa; e escolas privadas, que operam sob os auspícios de várias entidades religiosas e internacionais. No nível do segundo grau, os estudantes podem escolher uma orientação acadêmica, tecnológica, agrícola ou militar. Indivíduos com necessidades educacionais especiais são acomodados de acordo com sua habilidade e deficiência no sistema educacional regular, com ajuda adicional, ou em instalações separadas.

Para atender os requisitos dos diferentes tipos de escolas, uma ampla gama de programas e materiais de ensino está disponível para muitas matérias. A cada ano um tópico especial de importância nacional é escolhido para ser ensinado em profundidade, com o objetivo de aumentar a compreensão dos alunos e a apreciação de valores como a democracia, conservação ambiental, o idioma hebreu e a paz. O Ministério da Educação também está envolvido no contínuo processo de alinhar os padrões educacionais às mais modernas práticas pedagógicas, tais como igualdade de gêneros, aumento do estatuto dos professores, ampliação do currículo humanístico e a promoção de estudos científicos e tecnológicos. Um aspecto chave da política é oferecer oportunidades iguais de educação para todas as crianças e aumentar o número de alunos que passam nos exames admissionais.

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A administração e o financiamento do sistema educacional são compartilhados pelo Ministério da Educação. Cultura e Esporte, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelos municípios. Os ministérios são responsáveis pelos currículos, padrões educacionais, treinamento de professores e supervisão de pessoal e da construção de escolas, enquanto que as autoridades locais tratam da manutenção das escolas e da aquisição de equipamentos e suprimentos.

Educação física nas escolas

O ENSINO SUPERIOR tem papel central no desenvolvimento do país. No ano acadêmico 2009-2010, 280.000 estudantes se matricularam nas instituições de ensino superior em Israel, com mais de 28 por cento frequentando universidades, 41 por cento, colégios universitários e 21 por cento participando de cursos na Universidade Aberta. Um amplo

conjunto de programas – desde o bacharelato até a pós-graduação – em ciências e humanidades está disponível nas oito universidades de Israel, enquanto os colégios universitários oferecem cursos acadêmicos e treinamento especializado em campos como ensino escolar elementar, música, artes, moda e educação física. Trajetos adicionais levando a diplomas vocacionais estão disponíveis em diversas instituições.

Crianças desenham os 60 anos de Israel

EDUCAÇÃO DE ADULTOS. Dezenas de milhares de adultos estão matriculados em programas educacionais, alguns para melhorar conhecimentos e habilidades básicas, muitos para atualizar seu treinamento profissional, expandir o escopo de seu conhecimento e explorar novos interesses. Para novos imigrantes, ulpanim especiais oferecem cursos de hebraico intensivos, com geralmente cinco meses de duração, após o qual a maioria dos recém-chegados pode se comunicar no cotidiano.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

USB Flash Drive

O desejo de transformar uma terra árida em um estado moderno foi um fator chave na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico de Israel. Primeiramente, a pesquisa enfocou projetos de importância nacional. Hoje, o percentual de israelenses engajados em pesquisas científicas e tecnológicas e o montante gasto em pesquisa e desenvolvimento

(P&D) em relação ao PIB estão entre os mais altos do mundo. Fundações de pesquisa binacionais têm papel crucial em uma grande variedade de atividades, desde pesquisa básica até desenvolvimento e marketing industrial. Como os muitos cientistas, engenheiros e técnicos formados, dentre as centenas de milhares de imigrantes da antiga União Soviética, entraram gradualmente na força de trabalho, o percentual de pessoal qualificado cresceu dramaticamente. Eles afetarão significativamente as conquistas científicas e tecnológicas de Israel pelas próximas décadas.

Protocolo de voz sobre IP

A P&D em Israel ocorre principalmente em sete universidades, dezenas de institutos de pesquisa governamentais e públicos e centenas de empreendimentos civis e militares. Pesquisas significativas são também executadas em centros médicos e em diversas empresas de serviço públicos, em campos como telecomunicações, geração de energia e administração de recursos hídricos.

P&D NAS UNIVERSIDADES. A grande reserva de pessoal qualificado em Israel é basicamente responsável por suas realizações científicas e tecnológicas, com mais de 80 por cento de toda a pesquisa publicável conduzida nas universidades israelenses. O

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grande número de patentes registradas pelas universidades é indicativo de seu relacionamento com a indústria, e o estabelecimento de parques industriais científicos adjacentes aos campi universitários obtiveram grande sucesso comercial. As universidades também estabeleceram empresas industriais independentes para a comercialização de produtos específicos baseados em sua pesquisa, frequentemente com parceria local ou estrangeira.

P&D NA MEDICINA. Pesquisas biotecnológicas, biomédicas e clínicas perfazem mais da metade de todas as publicações científicas. Cientistas locais desenvolveram métodos para a produção de hormônio de crescimento humano, interferon (grupo de proteínas eficaz contra infecções por vírus) e Copaxone, um medicamento eficaz no tratamento da esclerose múltipla. A engenharia genética, inclusive clonagem, resultou em uma grande variedade de kits de diagnóstico baseados em anticorpos monoclonais e de outros produtos microbiológicos.

Software de mensagens instantâneas

Equipamentos médicos sofisticados para fins de diagnóstico e tratamento foram desenvolvidos e comercializados em todo o mundo, como a scanners de tomografia computadorizada (TC), sistemas de imagens por ressonância magnética (IRM), scanners de ultrassom, câmaras nucleares médicas, lasers cirúrgicos e uma câmara em miniatura embutida em uma cápsula para ser engolida

para o diagnóstico de enfermidades gastrointestinais.

P&D NA INDÚSTRIA. A pesquisa e o desenvolvimento industrial em Israel, com alta concentração em eletrônicos, são realizados principalmente em um pequeno número de grandes empresas. Essas empresas de pesquisa e desenvolvimento têm sido a principal fonte de empregos na indústria e exportações ao longo dos anos.

Nas comunicações, as aplicações baseadas em pesquisa e desenvolvimento incluem digitalização, processamento, transmissão e melhoria de imagens, voz e dados. A gama de produtos engloba desde centrais telefônicas avançadas até sistemas de mensagens de voz e duplicadores de linhas telefônicas. Israel também é líder mundial em fibras ópticas, sistemas de inspeção eletro-ópticos para placas de circuito impresso e sistemas de visão noturna com imageamento térmico. Equipamentos baseados em computador, a maioria nos campos de software e periféricos, têm sido desenvolvidos

e produzidos. Embora alguns produtos de software de Israel sejam desenhados para uso em computadores mainframe, a maioria tem sido desenvolvida para sistemas pequenos e médios, como por exemplo, estações de trabalho. Recentemente foi desenvolvido um mouse de computador com três dispositivos sensíveis ao toque, permitindo que deficientes visuais "leiam" textos e gráficos na tela. Além disso, Israel produz robôs projetados para realizar uma ampla variedade de tarefas, incluindo polimento de diamantes, soldaduras, embalagens e construção. Está em andamento pesquisa para a aplicação de inteligência artificial em robôs.

Primeiro astronauta Israelense, 2001

No campo da aeronáutica, os satélites projetados e fabricados em Israel têm sido produzidos e lançados pelas Indústrias aeronáuticas de Israel em cooperação com a Agência espacial de Israel. Além disso, Israel desenvolve, fabrica e exporta um grande número de itens relacionados, incluindo sistemas de display, computadores aeronáuticos, sistemas de instrumentação e simuladores de voos, e é líder mundial em tecnologia e produção de aeronaves teleguiadas. O primeiro astronauta de Israel, Cel. Ilan

Ramon morreu tragicamente juntamente com seus seis colegas da NASA quando o ônibus espacial Columbia se desintegrou na reentrada na atmosfera da terra.

P&D NA AGRICULTURA.

Fertilizantes químicos – Conquistas tecnológicas de

Israel, 1979

O excelente uso da água escassa, da terra árida e de uma mão-de-obra limitada levou a uma revolução nos métodos agrícolas. Os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento agrícola são realizados principalmente pela Organização de pesquisa agrícola do Ministério da Agricultura, com os resultados das pesquisas rapidamente transmitidos por meio de um sistema de serviço de extensão até o campo para testes e os problemas levados diretamente aos cientistas para solução.

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O gado leiteiro de Israel é campeão mundial na produção de leite, com criação científica e testes genéticos elevando a produção média por animal para mais de 10.000 litros por ano. Os agricultores também são pioneiros na biotecnologia agrícola e os avanços têm sido aplicados em produtos comercializados, indo desde sementes geneticamente modificadas e biopesticidas até plásticos degradáveis e sistemas de fertilização/irrigação computadorizados.

As pesquisas de técnicas para economia de água estimularam o desenvolvimento de sistemas de irrigação controlados por computador, incluindo métodos de gotejamento, que direcionam o fluxo diretamente para a zona da raiz das plantas. Como resultado de uma pesquisa intensa, os imensos reservatórios subterrâneos de água salobra sob o Neguev agora estão sendo explorados para produzir colheitas como, por exemplo, tomates e melões de primeira qualidade para os mercados europeu e americano no inverno. Israel projetou e fabricou computadores que são amplamente usados para coordenar as atividades agrícolas diárias como, por exemplo, orientação na aplicação de fertilizantes enquanto monitoram fatores ambientais relevantes; alimentação do gado elaborada de acordo com as proporções mais lucrativas/econômicas testadas; e o fornecimento de temperatura e umidade controladas para granjas.

Israel 2000

P&D EM ENERGIA. O desenvolvimento extensivo de fontes de energia alternativas como, por exemplo, solar, térmica e eólica tem sido um aspecto positivo da falta de fontes de energia convencionais do país. Israel é líder no campo de energia solar em todos os níveis e o maior usuário per capita do mundo de aquecedores de água domésticos alimentados por energia solar. Recentemente, foi desenvolvida uma nova placa coletora altamente eficiente para coletar a luz

solar concentrada, o que melhorará o uso da energia solar também na indústria. Um avanço no uso da energia eólica tem sido a produção de turbinas de vento com rotor flexível, inflável. Um projeto desenvolvido por uma equipe de cientistas na Technion usa ar seco e água para produzir energia através de chaminés de 1.000 metros de altura.

Flores Frutas

ECONOMIA Após ter desfrutado por muitos anos das maiores taxas mundiais de crescimento do PIB, Israel agora continua sua recuperação econômica iniciada em 2003, após dois anos de recessão que atingiu quase toda a atividade econômica. Em 2006, o PIB de Israel cresceu 5,1% apesar da Segunda guerra do Líbano, que causou uma queda temporária de 0,7% no PIB. A rápida recuperação e a continuação do crescimento rápido foram lideradas pelo setor de negócios, que se expandiu 6,4%, resultando em um PIB per capita de cerca de US$20.000 em 2006.

O resultado econômico mais extraordinário do país em 61 anos de sua existência é a taxa na qual ele se desenvolveu, enquanto lida simultaneamente com quatro desafios principais: manter a segurança nacional, o que agora absorve algo em torno de oito por cento do PIB (em contraste com mais de 25% nos anos 70); absorver o grande número de imigrantes – a razão de existir do estado judeu (mais de três milhões – um aumento de cinco vezes – desde a sua criação em 1948); estabelecer uma infraestrutura moderna para atender às exigências do crescimento econômico; e fornecer um alto nível de serviços públicos.

O preço desse crescimento impressionante tem sido, até recentemente, um déficit na balança de pagamentos. Em 2006, pela primeira vez, as exportações superaram as importações. O déficit externo foi eliminado, com Israel se tornando credor nos últimos anos. Em 2006, Israel continuou a alcançar seus objetivos macroeconômicos: uma taxa de inflação muito baixa, até mesmo negativa (em comparação aos 445% em 1984!), um déficit no orçamento muito baixo e um aumento limitado nos gastos públicos. Israel tem provado ser muito atrativo para os investidores internacionais.

MOEDA. A moeda corrente é o shekel (dividido em 100 agorots), conhecida como uma unidade de peso para meios de pagamento em ouro e prata até o segundo milênio AEC. Está registrado na Bíblia que o servo Abraão aproximou-se de Rebeca no poço com "um pendente de ouro de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez siclos de ouro" (Gênesis 24:22). Note que "siclo" aqui é a tradução

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Moda Artes e artesanato

bíblica para shekel. Um shekel valia US $0,026 em agosto de 2009.

PRINCIPAIS REFORMAS. O Novo Shekel de Israel (NIS) é agora uma moeda conversível, comercializada livremente em todos os mercados internacionais. Esta é uma conquista comparativamente recente após décadas de controle da moeda, essencial – como em muitos países após a Segunda Guerra Mundial – para a sobrevivência e o crescimento da economia. A taxa de câmbio do shekel agora é, após a retirada de restrições a todas as moedas estrangeiras, determinada pelo mercado internacional.

O programa de reformas econômicas iniciado pelo governo em 2003 continua a reduzir ainda mais o orçamento (bem como as taxas) além de incentivar a economia. Embora o governo ainda seja obrigado a encorajar iniciativas econômicas, sua política, desde os anos 90, obteve sucesso em reduzir seu envolvimento direto na economia. Isso, além de quase eliminar os subsídios aos preços das commodities básicas e reduzir o direito a eles com o objetivo de estimular investimentos estrangeiros e exportações, o governo adotou uma grande campanha de privatização com a venda de centenas de empresas públicas.

ECONOMIA NACIONAL. O problema perene do déficit comercial tem sido, até recentemente, o alto preço que Israel tinha que pagar pelo milagre de atender ao crescimento rápido enquanto enfrenta outros desafios nacionais. Essa diferença anual entre o alto nível de importações e uma escala significativamente menor de exportações indicava uma dependência econômica de recursos externos. Assim, o principal objetivo da política – eventualmente alcançado recentemente – de cada um dos governos foi alcançar "independência econômica", o ponto onde as exportações financiarão todas as importações e esse déficit desaparecerá.

Com seu mercado doméstico relativamente limitado e pequeno, o crescimento de Israel depende principalmente da expansão das exportações. Muito dos recursos criativos do país foram dedicados à construção de uma indústria de exportações. Juntar-se ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), bem como instituir uma área de livre comércio para os produtos industriais com a Comunidade Europeia (1975) e para todos os produtos com os Estados Unidos (1985) tem melhorado a competitividade das exportações de Israel.

Assim, os bens de Israel podem entrar – sem impostos – na União Europeia e nos Estados Unidos. Isso permite que os produtores locais de Israel alcancem um mercado quase 110 vezes maior do que o doméstico e atraia investidores que desejam exportar seus produtos para a Europa sem pagar impostos. Os investidores de Israel também formaram empreendimentos conjuntos com empresários da Jordânia e do Egito em zonas industriais especiais, o que permite exportar produtos livres de impostos para os Estados Unidos e União Europeia.

Para um meio-ambiente melhor, 1993

Para maximizar as oportunidades de sucesso, os empreendedores locais de Israel pensaram em identificar segmentos de comércio internacional onde possam conquistar nichos especializados. O estabelecimento de empreendimentos conjuntos (joint-ventures) com as empresas industriais estrangeiras tem

frequentemente utilizado uma mistura de inovações locais e produção estrangeira em larga escala e penetração no mercado. Os projetos conjuntos têm sido levados a cabo em áreas como, por exemplo, eletrônicos, software, equipamentos médicos, impressão e gráficos computadorizados. Muitos desses projetos são ajudados na disponibilização de capital para os empreendimentos conjuntos através de estruturas como, por exemplo, desenvolvimento binacional, fundações de pesquisa e cooperação.

O QUADRO ECONÔMICO. O alto nível de gastos públicos, em particular o grande déficit no orçamento do governo sempre foi a principal causa do alto índice de inflação em Israel. A busca de viabilidade econômica para o controle da inflação, redução do déficit do balanço de pagamento e a manutenção do rápido crescimento econômico, tudo isso exigiu cortar os altos gastos públicos, o que ocorreu nos últimos anos. O financiamento do enorme gasto público de Israel exigia uma taxação alta, que seus cidadãos tiveram que suportar por anos. Nos últimos anos, mudanças nos sistemas de impostos foram adotadas para integrar Israel mais firmemente à economia global.

MÃO-DE-OBRA E EMPREGO. Existe uma extensa legislação para proteção e bem-estar dos trabalhadores. As exigências mínimas são amparadas em lei, incluindo uma semana de trabalho de 47 horas no máximo, compensação por horas

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extras e descanso semanal, pagamento das férias anuais e licença por doença, bem como pagamentos de demissão e planos de aposentadoria. Os salários e as condições de trabalho específicas nos diversos setores econômicos são definidos em acordos negociados entre o governo (como principal empregador), os diversos sindicatos e as organizações patronais.

INDÚSTRIA. Israel é hoje um país industrializado com grande parte da sua produção, incluindo muitas áreas tradicionais, baseada em Pesquisa e Desenvolvimento sofisticados, processos de alta tecnologia, ferramentas e maquinário. Isso é resultado de um desenvolvimento muito rápido e intenso.

O amplo investimento nas indústrias de aviação e armamento criou novas tecnologias que se tornaram a base para exclusivas indústrias de alta tecnologia de Israel como, por exemplo, aparelhos médicos, eletrônicos, software e hardware de computador, telecomunicações etc. Nos anos de 80, os israelenses que trabalhavam no Vale do Silício retornaram a Israel, abrindo centros de desenvolvimento de empresas multinacionais como, por exemplo, Intel, Microsoft, IBM e outras. Nos anos de 90, a imigração de cientistas, engenheiros, técnicos e trabalhadores da área médica, altamente qualificados, provenientes da antiga União Soviética, permitiu atualizar a indústria de Israel para o seu nível de sofisticação atual, com uma ampla gama de produtos de exportação.

Centenário da indústria: Engenharia

genética

Devido à sua falta de recursos naturais e matérias-primas, a única vantagem de Israel é sua mão-de-obra altamente qualificada, institutos científicos e centros de P&D. Hoje as indústrias de Israel se concentram principalmente em produtos de alto valor agregado, desenvolvendo produtos baseados na criatividade científica e inovação tecnológica próprias de Israel.

INDÚSTRIAS DE ALTA TECNOLOGIA. As altas taxas de crescimento (média de 8 por cento ao ano nos últimos anos) são encontradas nos setores de alta tecnologia com intenso aporte de habilidades e capital e que exigem técnicas de produção sofisticadas, bem como investimento considerável em pesquisa e desenvolvimento,

nos quais 4,4 por cento do PIB de Israel são gastos – de longe a taxa mais alta do mundo. A qualidade da P&D em Israel é classificada, de acordo com os especialistas da ONU, entre as 10 primeiras do mundo. Uma contribuição bem-sucedida para tudo isso se deve aos institutos acadêmicos de pesquisa, que fornecem a maioria da P&D e do capital de risco.

A era da tecnologia da informação (Internet, comércio eletrônico etc.) colocou a economia de Israel e, especialmente as indústrias de alta tecnologia, na vanguarda do desenvolvimento mundial nessas áreas. Diversas empresas israelenses, reconhecidas internacionalmente, foram compradas pelos principais conglomerados de negócios em transações multibilionárias.

O número de novos negócios é muito alto devido ao extraordinário talento inovador em Israel, acompanhado pela disponibilidade de mão-de-obra altamente qualificada. A crescente presença de empresas israelenses em Wall Street e nas bolsas de valores europeias ainda é outra manifestação do respeito conquistado pela indústria de alta tecnologia de Israel.

INDÚSTRIA DE DIAMANTES DE ISRAEL. Israel é líder mundial na fabricação e comercialização de diamantes. A principal razão é que a indústria de diamantes de Israel é multifacetada, assim como seus diamantes. O diamante de Israel é sinônimo de confiança e confiabilidade e tem a garantia de não ser procedente de zonas de conflito e de ser genuíno.

Centenário da indústria:

Engenharia médica

Além disso, a indústria de diamantes de Israel é líder mundial nas tecnologias de vanguarda e na arte, assegurando assim o melhor rendimento dos diamantes lapidados a partir de diamantes brutos. Os grandes estoques da produção local bem como as importações de lapidados e brutos livres de impostos asseguram preços competitivos. A Bolsa de Diamantes de Israel é o maior centro de comercialização de diamantes do mundo, abrigando as funções operacionais e as necessidades de cada comprador de diamantes em um único local.

Israel produz a maioria das pequenas pedras lapidadas do mundo que são usadas pelas joalherias, Também é

responsável por 40 por cento da lapidação de diamantes de todos os tamanhos e formatos, tornando Israel o maior centro de lapidação de diamantes do mundo em termos de produção e comercialização.

AGRICULTURA. Israel tornou-se líder mundial em agricultura de alta qualidade e produtividade, com fazendeiros e pesquisadores cooperando no desenvolvimento e aplicando sofisticados métodos científicos em todas as áreas.

Maquinários e equipamentos eletrônicos projetados e fabricados localmente são amplamente usados nas atividades agrícolas, da irrigação até a colheita, da ordenha até a embalagem.

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Fazendo máximo uso da água e das terras cultiváveis escassas, Israel produz mais alimentos do que necessita para seu próprio consumo.

As importações incluem principalmente grãos, carne, chá, café, arroz e açúcar, enquanto sua carteira de exportações é muito maior, com rosas de cabos longos, cravos salpicados, melões, kiwis, morangos, tomates, pepinos, pimentos e abacates dentre os produtos mais bem-sucedidos, especialmente para os mercados europeu e americano durante os meses de inverno.

Centenário da indústria:

Computadores na indústria

CONSTRUÇÃO CIVIL. As empresas de Israel estão entre as líderes mundiais em design e fabricação de estruturas metálicas para construção, peças e componentes pré-fabricados como, por exemplo, portas, janelas, equipamentos sanitários, componentes para encanamentos, esquadrias e acessórios e muitos mais. Essas mercadorias são comercializadas com sucesso em todo o mundo e podem ser encontradas nos principais canteiros de obras em todos os continentes.

TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES. A importância dos setores de transporte e comunicações excede em muito sua pequena parcela nas estatísticas econômicas, uma vez que é uma indústria de infraestrutura que atende a todos os demais setores da

economia, bem como às famílias. Um crescimento notável no segmento da aviação aconteceu nos últimos anos (graças ao aumento paralelo do turismo), mas o crescimento do setor de comunicações foi ainda mais rápido.

Desde o início dos anos 50, a tonelagem bruta total da frota mercante cresceu mais de dez vezes, enquanto as empresas aéreas agora transportam mais de 100 vezes o número de passageiros. Durante o mesmo período a extensão das estradas dobrou, o número de ônibus mais do que triplicou e o número de caminhões aumentou em dez vezes.

TURISMO. Os turistas são atraídos pela diversidade geográfica de Israel, sua arqueologia e locais religiosos, luz do sol quase sem limite e resorts modernos no Mediterrâneo, lago Kineret (mar da Galileia), mar Vermelho e mar Morto. Embora essa indústria contribua com menos de 3% do PIB, tem um valor agregado em moeda estrangeira de 85 por cento (tornando-a a líder de valor agregado dentro as indústrias de exportação do país) e os empregos somam 80.000. Esse grande potencial da indústria ainda está para ser explorado, uma vez que é um fator importante no plano de crescimento econômico de Israel.

CULTURA E LAZER

Festival de dança Zimriyia – Encontro Carmiel mundial de corais

Quatro mil anos de herança judaica, um século de sionismo político e seis décadas de estado moderno têm contribuído para o desenvolvimento da cultura israelense que reflete elementos de todo o mundo enquanto luta por uma identidade autêntica própria. A expressão cultural por meio das artes em Israel é tão variada quanto seu próprio povo, com atividades para todos os gostos, oferecendo talento profissional de padrão internacional, juntamente com diversas oportunidades para artistas aspirantes e amadores.

TEATRO. O teatro em Israel é composto de muitos elementos diferentes – contemporâneo e clássico, nativo e importado, experimental e tradicional – com dramaturgos, atores, diretores e produtores com histórias muito diferentes, fundindo o estrangeiro ao local e assim criando, gradualmente, um teatro israelense distinto. O teatro é muito ativo, com muitos repertórios profissionais e outros teatros e dezenas de companhias amadoras e regionais apresentando-se por todo o país para plateias grandes e fiéis. Nos últimos anos, diversas companhias de Israel se apresentaram no Leste Europeu, na Europa Ocidental e nos Estados Unidos e têm participado de festivais internacionais, incluindo os festivais de Edimburgo e Berlim, e apareceram nos principais eventos teatrais na Europa, Estados Unidos e em outros locais. Diversos grupos amadores e semi profissionais se apresentam em inglês e em russo. As principais companhias profissionais estão localizadas nas quatro maiores cidades do país.

ENTRETENIMENTO LEVE. O conceito de entretenimento "popular" começou no pre-estado de Israel durante os anos 40, mas seu principal impulso ocorreu durante os anos 60 com a formação de trupes de entretenimento ligadas a

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diferentes unidades militares. Enquanto a televisão e o rádio são as principais expressões de entretenimento popular, as apresentações ao vivo de comediantes, cantores, músicos, bandas e grupos acontecem regularmente em todo o país. Alguns artistas fizeram um nome no exterior, incluindo Dudu Fisher, a falecida Ofra Haza, Rami Kleinstein, Aviv Gefen, David Broza, e Noa (Ahinoam Nini). Em 1998, a transexual israelense Dana International ganhou o concurso de música da Eurovision e se tornou uma artista global. O cenário musical contemporâneo em Israel é altamente variado e frequentemente audacioso. Muitos dos estreantes na cena da música pop de Israel vieram do programa de TV Kochav Nolad (A Star Is Born), a resposta de Israel ao American Idol dos Estados Unidos. Cada vez mais popular entre os israelenses está o gênero musical Mediterrâneo que deriva principalmente das influências árabe e grega. Os musicais em grande escala, com tradução para o hebraico, incluindo "Os Miseráveis" e "A Noviça Rebelde" foram reencenados e receberam aclamação entusiasmada. Uma nova geração de comediantes está começando a atrair uma multidão de fãs.

Cartas antigas – Dia do Selo

CINEMA. A indústria cinematográfica de Israel tem-se desenvolvido desde o seu início nos anos 50. Os primeiros filmes produzidos e dirigidos por israelenses, assim como a literatura israelense do período, tinham a tendência de enfocarem aspectos heroicos Alguns filmes recentes permanecem profundamente enraizados na experiência israelense, tratando de assuntos tais como, por exemplo, os sobreviventes do Holocausto e seus filhos, e a luta dos novos imigrantes. Outros refletem uma tendência mais predominante em direção à atual realidade israelense, tratando do confronto árabe-israelense ou ambientados no contexto da universalidade de uma sociedade hedonista e alienada.

Os filmes e os cineastas israelenses conquistaram diversos prêmios internacionais nos últimos anos. As exportações da indústria do cinema estão crescendo à medida que mais filmes feitos em Israel alcançam sucesso no exterior e mais produções e coproduções estrangeiras, que produzem lucros em dólares, são filmadas no país. O Film Center de Israel, uma divisão do Ministério da Indústria, Comércio e Trabalho promove a indústria cinematográfica em Israel junto a

produtores locais e estrangeiros e oferece serviços, desde contatos profissionais até incentivos financeiros. Eventos importantes como, por exemplo, o Israel Film Festival na Cinemateca de Jerusalém, juntamente com os eventos similares em Haifa e Sderot, combinados aos festivais de cinema israelense no exterior, ajudam a promover a conscientização a respeito do cinema israelense.

Incorporando frontispício

da Bíblia Schocken, 1290

Exibição Mundial de Selos, 1985

A recém-renovada Cinemateca de Jerusalém consiste de um arquivo de milhares de filmes, uma biblioteca de pesquisa, salas de exibição e espaços de exposição.

O Spielberg Film Archive, na Universidade Hebraica de Jerusalém, é o maior repositório mundial de material cinematográfico de temas judaicos, bem como da vida de Israel e dos judeus. Operado pela universidade em conjunto com o Central Zionist Archives, sua principal atividade é o The 50th International Harp Contest em Israel em 2009, recolhendo, preservando e catalogando filmes judaicos e disponibilizando o material para pesquisadores, roteiristas de televisão e cinema e produtores ao redor do mundo.

MÚSICA CLÁSSICA. A música começou a ocupar um lugar importante na vida cultural da comunidade judaica na Terra de Israel a nível profissional após a Primeira Guerra Mundial. Entretanto, tornou-se uma atividade importante somente nos anos 30, quando centenas de professores de música e

50º Concurso Harp Internacional em Israel,

2009

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estudantes, compositores, instrumentalistas e cantores, bem como centenas de amantes da música, se mudaram para o país, fugindo das ameaças do nazismo na Europa. A Orquestra Filarmônica Palestina (hoje Orquestra Filarmônica de Israel) fez seu primeiro concerto em Telavive em 1936. Imediatamente tornou-se um dos pivôs da vida musical do país e ao longo dos anos adquiriu a reputação de uma das proeminentes orquestras do mundo. Logo em seguida, uma orquestra de rádio foi fundada (hoje a Orquestra Sinfônica de Jerusalém), cujos concertos transmitidos atraíram milhares de ouvintes. Organizações musicais adicionais foram fundadas mais tarde, incluindo a Orquestra de Câmara de Israel, a Be’er Sheva Sinfonietta e as orquestras baseadas em Haifa, Netanya, Holon, Ramat Gan e Rishon Lezion, bem como a Orquestra Kibutz de Israel. No início dos anos de 1980, a New Israeli Opera começou a montar produções de nível altamente profissional, revivendo o entusiasmo público para trabalhos líricos.

Música de Israel

Durante o início dos anos 90, a vida musical de Israel sofreu uma transformação com influxo maciço de mais de um milhão de judeus vindos da antiga União Soviética. Essa imigração trouxe muitos músicos profissionais, incluindo instrumentistas, cantores e professores de música, cujo impacto foi sentido na formação de novas orquestras sinfônicas e de câmara, conjuntos menores e uma injeção dinâmica de talento e vitalidade musical em estruturas educacionais nas escolas, conservatórios e centros comunitários em todo o país. A tradição da música de câmara, que também começou nos anos 30, inclui diversos grupos aclamados internacionalmente e corais que se expandiram em quantidade e variedade desde a imigração dos anos 90.

DANÇA. Na vida comunitária e religiosa do povo judeu, a dança tem sido considerada expressão de alegria e tristeza desde os tempos bíblicos e é hoje parte integral das celebrações religiosas, nacionais, comunitárias e familiares. A dança folclórica israelense emergiu como uma amálgama das formas de dança folclóricas judaicas e não judaicas de muitas partes do mundo. Embora em outros países a dança folclórica seja incentivada para preservar as tradições rurais, em Israel ela é uma arte em constante desenvolvimento que tem evoluído desde os anos de 1940, baseada nas origens históricas e modernas, bem como nas associações bíblicas e estilos de dança contemporâneos. Os primeiros pioneiros trouxeram com eles danças nativas que foram adaptadas ao seu novo ambiente. Dentre elas, a dança romena, a hora, tipificou a nova vida sendo construída na Terra de Israel: seu formato de círculo fechado deu status igual a todos os participantes, os movimentos simples permitiam que todos participassem e os braços unidos simbolizavam uma nova ideologia. Desde 1988, um festival de dança folclórica internacional de três dias acontece anualmente em Carmiel, uma cidade na Galileia central, com a participação de grupos de Israel e de todas as partes do mundo.

Ballet 2007

A dança como forma de arte foi introduzida no país nos anos 20 pelos professores recém-chegados e devotos da dança dos centros culturais da Europa. Após o estabelecimento do estado, ela se desenvolveu até um nível altamente profissional por diversos grupos, cada um baseado em uma orientação e estilo diferentes. Hoje, mais de uma dúzia de companhias de dança profissionais principais, a maioria delas baseadas em Telavive, apresentam um repertório variado para o país e exterior. As contribuições de Israel para o campo da educação do movimento incluem

métodos de Moshe Feldenkrais, que são ensinados em todo o mundo, e o sistema de anotação de movimentos Eshkol-Wachman, um dos três sistemas mais conhecidos para registrar a dança e os movimentos de forma escrita.

LITERATURA. Essencial para o desenvolvimento da literatura no país está o renascimento, há mais de um século, do hebraico no uso diário e como idioma literário. Os autores e poetas lidam extensivamente com as imagens e eventos locais, bem como com temas universais, refletindo a natureza das mudanças das preocupações do país e o desenvolvimento de uma sociedade complexa, em diversas camadas sociais. Em torno de 2.500 títulos são publicados anualmente, o que, além das reedições de clássicos e livros importados, podem

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ser encontrados em muitas livrarias em todas as cidades. Cerca de 1.000 bibliotecas oferecem instalações de referência e de empréstimos, incluindo diversas bibliotecas móveis atendendo aos distritos afastados. A Feira Internacional do Livro bienal traz milhares de visitantes a Jerusalém e em todas as primaveras a Semana Hebraica do Livro transforma os quarteirões e os parques da cidade em mercados de livros cheios de gente. Além do corpo prolífico da literatura hebraica, uma quantidade significativa de escritos, tanto em prosa como em verso, aparece em outros idiomas, incluindo árabe, inglês e francês. Desde a imigração de mais de um milhão de judeus da antiga União Soviética, Israel tornou-se o maior centro de criatividade literária no idioma russo fora da própria Rússia.

ARTES VISUAIS. Pintura, escultura, fotografia contemporâneas e outras formas de arte, enquanto refletem as tendências internacionais, também são influenciadas pelo temperamento e pela paisagem de Israel. A arte em todas as suas formas goza de uma ampla exposição em museus e em muitas galerias espalhadas pelo país. Os bairros antigos de Jerusalém, Jafa e Safed foram restaurados como bairros de artistas e a vila dos artistas de Ein Hod está encravada nas montanhas Carmel, próxima a Haifa para aqueles que buscam um cenário rústico.

Massada Rota do incenso Contos bíblicos

MUSEUS. Em torno de 200 museus, cobrindo assuntos desde arqueologia até zoologia, são mantidos nas vilas, cidades e kibutz em todo o país e recebem milhões de visitantes todos os anos. O Museu de Israel, o museu nacional do país, dedica áreas para a arqueologia, pintura judaica, impressionista e israelense, bem como coleções especiais como, por exemplo, os Pergaminhos do Mar Morto. Yad Vashem, o Holocaust Martyrs and Heroes Remembrance Authority, inclui um novo museu que documenta os eventos do período por meio de dezenas de displays de vídeo, bem como das tradicionais exibições envoltas em vidro. O Museu Ha’aretz e outros trazem exibições específicas sobre o nascimento do país, desde a pré-história. Único em conceito, o Museu da Diáspora (Beit Hatefutzot) traça a história das comunidades judaicas no mundo através de modelos em escala, dioramas e exibições audiovisuais.

ARQUEOLOGIA. A ligação entre o passado e o presente do país é amparada em mais de 200.000 sítios de antiguidades

reconhecidos em Israel, protegidos por lei, representando milhares de anos de história. A cada ano, dezenas de sítios de cada um dos períodos de história e em todas as partes do país são escavados. Os achados que atestam a extensa conexão do povo judeu com a Terra de Israel incluem os estábulos de Salomão em Megido, casas do período israelita na Cidade de David (Jerusalém), banhos rituais em Massada, diversas sinagogas em todo o país e os Pergaminhos do Mar Morto, contendo a mais antiga cópia existente do Livro de Isaías em caracteres hebraicos ainda legível. As escavações têm também revelado vestígios de outras civilizações que têm sua marca na terra ao longo dos séculos. Todos os achados são registrados e os locais históricos são cuidadosamente preservados e marcados, para estudiosos e visitantes.

Arqueologia em Jerusalém, Descobertas dos séculos XII, XIII, XVI e XVIII

MÍDIA. A tradição de uma imprensa livre, uma parte integral da democracia de Israel é expressa pela publicação dos sete jornais no idioma hebraico e em onze outros idiomas, incluindo árabe, bem como um grande número de periódicos. Dois canais de televisão, TV a cabo e por satélite (canais locais, bem como dezenas de canais ao redor do mundo) e diversas emissoras de rádio apresentam uma ampla variedade de programas, incluindo noticiários, entrevistas, painéis de discussão, game shows, filmes e entretenimento, além de programação educacional e cultural. A programação em árabe é gerada para atender aos interesses da população árabe, enquanto a programação em outros idiomas atende as necessidades dos grupos de imigrantes e turistas. Transmissões em ondas curtas são feitas regularmente para os ouvintes no exterior.

ESPORTES. O futebol e o basquete são os esportes mais populares de Israel, com a natação, tênis e voleibol, ginástica, atletismo e outras atividades ganhando entusiastas adicionais

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todos os anos. As equipes locais participam regularmente das competições das ligas diante de multidões de fãs legais, enquanto as equipes nacionais representam o país em competições internacionais. As principais organizações esportivas (Maccabi, Betar, Hapoel e Elizur) patrocinam as equipes locais em diversos esportes, bem como os programas para jovens nos quais os futuros campeões do país são treinados. Os atletas judeus de todos os lugares do mundo veem para Israel para competir nos Jogos da Macabíada e Hapoel, que acontecem a cada quatro anos

18º Maccabiah, 2009

Os eventos especiais como, por exemplo, a maratona anual ao redor do lago Kineret (Mar da Galileia) e a prova de natação cruzando o lago, bem como a Marcha de Jerusalém atraem milhares de participantes. Os acampamentos e as caminhadas estão se tornando cada vez mais populares, com cerca de 6,5 milhões de visitantes anualmente em seus diversos parques nacionais e reservas naturais em todo o país. Para aqueles com gosto pela aventura, as caminhadas fora das trilhas mais comuns são organizadas em alguns dos cenários mais espetaculares do mundo, as expedições de mergulho exploram os magníficos recifes de corais no Golfo de Eilat e as oportunidades para cavalgada ao longo das trilhas da floresta da Galileia, nas praias do Mediterrâneo e em outras partes do país vão desde um passeio de uma hora até viagens com diversos dias de duração. Nos últimos anos, a participação em competições de bicicleta e automobilísticas, asa delta e windsurfe também têm crescido.

Instituto Wingate Esportes para todos

ISRAEL E O MUNDO

Instituto de cooperação internacional e exportação de Israel – 50º Aniversário, 2008

ISRAEL ENTRE AS NAÇÕES. O Estado de Israel é membro das Nações Unidas desde 1949 e mantém relações com a maioria dos estados ao redor do mundo. Com memórias de séculos de perseguição, a experiência devastadora do Holocausto

e décadas de conflito árabe-israelense, a política externa de Israel tem sido guiada para avançar no processo de paz, enquanto garante a segurança do país e promove a cooperação com todas as nações.

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL. Um aspecto contínuo das relações de Israel com muitos países em desenvolvimento na África, Ásia e América Latina é o compartilhamento do conhecimento acumulado em áreas como, por exemplo, agricultura, planejamento regional, saúde pública e desenvolvimento comunitário. Desde o seu estabelecimento, Israel tem estado disposto a compartilhar com a comunidade internacional os conhecimentos aprendidas a partir de sua própria experiência de desenvolvimento. Esse desejo levou à fundação, em 1958 da MASHAV – o Centro para a Cooperação Internacional – como um departamento dentro do Ministério das Relações Exteriores para o planejamento e a implantação do programa de cooperação internacional de Israel. Os programas do MASHAV baseiam-se na transferência das capacidades tecnológicas e no aprimoramento dos recursos humanos. Em cooperação com os ministérios do governo, instituições profissionais e acadêmicas e os centros de pesquisa em toda a Israel, o MASHAV trabalha em parceria com os países em desenvolvimento e com aquelas cujas economias estão em transição, rumo à superação de seus respectivos desafios ao desenvolvimento nas áreas como, por exemplo, alívio da pobreza, cuidados primários de saúde, segurança alimentar, educação infantil primária, combate à desertificação, igualdade entre os sexos, pequenos e médios negócios e desenvolvimento rural integrado. No contexto do processo de paz do Oriente Médio, o MASHAV coloca prioridade no estabelecimento de programas de desenvolvimento com seus vizinhos, em um esforço para promover a cooperação pacífica através do desenvolvimento social e econômico.

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Desde que o Estado de Israel foi admitido nas Nações Unidas como seu 59º membro em 11 de maio de 1949, ele tem participado em uma ampla gama de operações das Nações Unidas e tem-se esforçado para dar sua plena contribuição às organizações das Nações Unidas que lidam com saúde, trabalho, alimento e agricultura, educação e ciência. Israel desempenha um papel ativo no trabalho das organizações não-governamentais, conduzidas sob os auspícios das Nações Unidas, que lidam com problemas desde aviação até imigração, de comunicações até meteorologia, de comércio até a situação das mulheres.

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS. O reconhecimento imediato dos Estados Unidos do novo estado de Israel em 1948 marcou o início de uma relação baseada em valores comuns e caracterizada pela profunda amizade e respeito mútuo. As duas nações são democracias vibrantes cujas políticas e sistemas legais são ancorados nas tradições liberais; ambas começam como sociedades pioneiras e ambas ainda integram os novos imigrantes. Israel e os Estados Unidos compartilham uma ampla gama de objetivos de política externa, incluindo a resolução do conflito por meios pacíficos, embora em alguns momentos os dois países tenham concordado em discordar, resolvendo suas diferenças como amigos e aliados. Os fortes laços entre os dois países também são expressos nos laços entre as pessoas de Israel e dos Estados Unidos, bem como nas parcerias nos campos tecnológico, econômico, ecológico, de segurança, cultural e científico.

O Canadá reconheceu Israel em junho de 1949 e Israel e Canadá mantém relações diplomáticas plenas há muitos anos, com base em valores democráticos comuns, com vínculos bilaterais reforçados por intercâmbios culturais e científicos.

James Ensor, 1860 – 1949 Selo emitido em conjunto com a

Bélgica

Hoje Israel mantém relações diplomáticas plenas com quase todos os países da América Central e do Sul, e com a região do Caribe. Essas relações refletem-se na cooperação

produtiva nas esferas políticas, econômicas e culturais, bem como em um grande número de acordos bilaterais em muitas áreas.

A Europa Ocidental é o parceiro comercial mais natural de Israel devido à sua proximidade geográfica e sistemas

políticos similares. O Acordo da Associação entre Israel e a União Europeia, assinado em 1995, entrou em vigor em junho de 2000, permitindo um diálogo político de peso, bem como relações econômicas mais próximas. Em meados dos anos de 90, Israel uniu-se ao Programa Framework para pesquisa e desenvolvimento tecnológico da União Europeia. Em dezembro de 2004, o Plano de ação sob a Política europeia de vizinhança foi concluído entre Israel e a União Europeia. Em novembro de 2007, o Diálogo de negócios União Europeia-Israel foi estabelecido com o objetivo de promover o entendimento e a cooperação entre os setores privados das partes.

Juntamente com os Estados Unidos, Rússia e Nações Unidas, a União Europeia é membro do Quarteto que busca solucionar o conflito árabe-israelense através de um processo de paz.

As relações entre Israel e os países da Europa Central e do Leste Europeu, que foram renovadas assim que esses países restauraram suas democracias estão se tornando cada vez mais próximas, especialmente nos aspectos econômicos, culturais, turísticos e nas atividades de cooperação internacional. Os acordos econômicos com esses países são de especial importância, uma vez que muitos deles são membros da União Europeia ou candidatos a membros no futuro.

Hanukkah, selo emitido em conjunto

com os Estados Unidos

Os laços de Israel com a Federação Russa são de importância estratégica devido ao

seu envolvimento ativo no processo diplomático no Oriente Médio (como membro do Quarteto) e nas relações com o Irã sobre o programa nuclear daquele país. As relações de Israel com os países da Eurásia (antiga União Soviética) têm adquirido momento, especialmente nos aspectos políticos, econômicos e culturais. As visitas oficiais e os novos acordos têm resultado em uma base sólida para a expansão dessas relações. Os laços comerciais e de investimento estão demonstrando crescimento expressivo. Mais de um milhão de antigos cidadãos soviéticos agora vivem em Israel formando uma ponte humana entre Israel e seus países de origem, acrescentando uma dimensão especial às relações. Israel continua a melhorar as suas relações com os estados caucásios da Ásia Central, onde há uma grande demanda pelo

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auxílio MASHAV de Israel nas áreas de saúde pública, gestão de recursos de água e agricultura avançada e na luta contra a desertificação.

Os laços de Israel com os países da África subsaariana datam de meados de 1950 e têm passado por diversas transições. Desde os anos 80, as relações diplomáticas têm sido gradualmente renovadas, ganhando impulso à medida que as negociações de paz entre Israel e seus vizinhos árabes progridem. No final dos anos 90, os laços oficiais foram restabelecidos com 39 países do sul do Saara. Hoje, Israel e os países subsaarianos estão engajados em um diálogo político contínuo, expresso em visitas recíprocas dos chefes de estado e dos ministros de governo. Além disso, existem as atividades dinâmicas, incluindo laços econômicos e comerciais, contatos culturais e acadêmicos, múltiplos projetos agrícolas conjuntos, assistência médica, programas de treinamento profissional e ajuda humanitária em tempos de necessidade.

Israel mantém relações diplomáticas com quase todos os estados da Ásia. O fortalecimento econômico crescente e a influência desses países têm contribuído para a intensificação dos laços nas esferas políticas, culturais e, acima de tudo, econômicas. A cooperação técnica com Israel nessas áreas de pesquisa e desenvolvimento científico, desenvolvimento rural, agricultura e educação têm desempenhado um papel importante no fortalecimento das relações com os países em desenvolvimento da região.

Paz, selo emitido em comemoração ao acordo de paz com a Jordânia

Israel e Egito assinaram um tratado de paz em 1979, ponto fim a 30 anos de hostilidade implacável e cinco guerras dispendiosas. O presidente Sadat e o primeiro-ministro Begin receberam conjuntamente o Prêmio Nobel da Paz por essa conquista. Embora o Egito tenha sido proscrito pelos demais estados árabes após a assinatura do tratado, todos restabeleceram relações com o Egito e reabriram suas embaixadas no Cairo. Superar 30 anos de desconfiança e hostilidade e

normalizar as relações entre Israel e o Egito é um processo longo e árduo. Ainda assim, as embaixadas e os consulados foram estabelecidos nos dois países, e encontros entre as altas autoridades acontecem regularmente.

O tratado de paz entre a Jordânia e Israel foi assinado em 1994. Embora, na verdade, em guerra por 46 anos, Israel e Jordânia mantinham contatos secretos e fecharam acordos mutuamente benéficos durante aquele período. A expressão mais significativa das relações de paz é o estabelecimento das Zonas de Qualificação Industrial (QIZs), que permitem que a Jordânia, por meio da cooperação com Israel, exporte bens sem tarifa e sem impostos para os Estados Unidos no valor de mais de 1 bilhão de dólares. Israel também está cooperando com a Jordânia em projetos agrícolas e na área de saúde pública.

Tem havido diversos graus de contato com os estados do Golfo desde o processo de paz de Oslo. Em 1994, três estados árabes do Norte da África – Marrocos, Mauritânia e Tunísia – se uniram a outros estados árabes e escolheram tomar o caminho da paz e da reconciliação ao estabelecer laços diplomáticos com Israel. Como acontece com todos os estados Árabes, mesmo quando os laços são oficialmente quebrados devido a eventos políticos, algumas relações comerciais e de turismo continuam, bem como contatos em outras áreas.

A terra das três religiões, 2000

O estabelecimento de relações diplomáticas plenas entre Israel e a Santa Sé em dezembro de 1993 pode ser visto como uma etapa de especial importância no processo histórico de mudança na atitude da Igreja em relação ao Judaísmo e ao povo judeu. Em março de 2000, o

papa João Paulo II veio a Israel para uma peregrinação pessoal aos Locais Sagrados, reunindo-se com o presidente Ezer Weizman e o primeiro-ministro Ehud Barak. Outros eventos incluíram reuniões com o rabino chefe e visitas ao Memorial Yad Vashem e ao Muro das Lamentações. A visita enfatizou o processo contínuo de entendimento entre o Judaísmo e a Igreja Católica. Seu sucessor, o Papa Bento XVI, visitou Israel em maio de 2009 e foi bem recebido na Terra Santa, como amigo do Estado de Israel e do povo judeu. A visita dele marcou um estágio importante no desenvolvimento das relações entre o Vaticano e Israel, fortalecendo o diálogo entre o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo, como parte do esforço de alcançar a paz na região.

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ISRAEL E O POVO JUDEU EM TODO O MUNDO. Estimativas recentes calculam a população judia mundial total em mais de 13 milhões, dos quais 42 por cento vivem em Israel e perto de 40 por cento nos Estados Unidos. As relações entre a Diáspora Judaica e Israel operam em diversos níveis, e o diálogo contínuo entre eles inclui uma ampla gama de assuntos de interesse e preocupações mútuos. De sua parte, Israel busca fortalecer seus laços com as comunidades da Diáspora Judaica ao promover as atividades judaico sionistas, incentivando o estudo do idioma hebraico, encorajando visitas pelos turistas e missões de estudo, atraindo investimentos financeiros e iniciando projetos econômicos conjuntos. A Diáspora Judaica participa da construção do país por meio de contribuições monetárias, suporte social e político e ao se estabelecer em Israel, adicionando suas habilidades particulares e histórico-cultural ao mosaico de Israel.

"Uma terra onde mana leite e mel"

(Êxodo 3:8)

FATOS EM NÚMEROSPOPULAÇÃO: 7.427.000 Judeus: 75,5%

Não-judeus: 24,5%

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO

Cidades e vilas: 91,7%

Sendo: Jerusalém: 10,4%

Telavive: 5,3%

Haifa: 3,6%

Vilas e assentamentos comunitários: 3,1%

Moshavim: 3,3%

Kibutzim: 1,7%

EXPECTATIVA DE VIDA

Mulheres: 82,5

Homens: 78,8

DISTRIBUIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO

Serviços públicos, comunitários e pessoais: 40.1%

Manufatura: 13.3%

Turismo, comércio e finanças: 26%

Agricultura: 1.9%

Outro: 18.6%

ECONOMIA (12/2008) (NIS)

Produto Interno Bruto: 674 bilhões

Produto Interno Bruto per capita 93.808

Exportação de bens e serviços: 291 bilhões

Importação de bens e serviços: 302 bilhões

Estadísticas:

Estatísticas: Escritório central de estatísticas e Banco de Israel

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