caracterizaÇÃo do esgoto tratado na ete …
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS
CARACTERIZAÇÃO DO ESGOTO TRATADO NA ETE MANGUEIRA E A VIABILIDADE DE SEU USO EM MUDAS DE EUCALIPTO
ROBSON JOSÉ SILVA
Recife – PE Fevereiro de 2011
ROBSON JOSÉ SILVA CARACTERIZAÇÃO DO ESGOTO TRATADO NA ETE MANGUEIRA
E A VIABILIDADE DE SEU USO EM MUDAS DE EUCALIPTO
Dissertação de Mestrado apresentada como requisito à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, na Área de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, pela Universidade Federal de Pernambuco.
Orientador: Prof. Ph.D Mário Takayuki Kato, UFPE
Co-orientador: Prof. Dr. Clístenes Williams Araújo do Nascimento, UFRPE
Recife – PE
FEVEREIRO, 2011
-ii-
Catalogação na fonte
Bibliotecária Margareth Malta, CRB-4 / 1198
S486c Silva, Robson José.
Caracterização do esgoto tratado na ETE Mangueira e a viabilidade de
seu uso em mudas de eucalipto / Robson José Silva. – Recife: O Autor,
2011.
viii, 61 folhas, il., gráfs., tabs.
Orientador: Prof. Ph.D. Mário Takayuki Kato.
Co-Orientador: Prof. Dr. Clístenes Williams Araújo do Nascimento.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, 2011.
Inclui Referências Bibliográficas e anexo.
1. Engenharia Civil. 2. Estação de Tratamento de Esgotos. 3. Efluente.
4. Irrigação. 5. Mudas de Eucalipto. I. Título.
UFPE
624 CDD (22. ed.) BCTG/2011-093
DEDICATÓRIA
Esta dissertação é dedicada à minha família, a qual tem me ensinado,
por meio dos desafios e dificuldades, que a vitória é só uma questão de
tempo, desde que perseveremos passo a passo, calmamente, nunca
desistindo de caminhar até o fim.
-iv-
Silva, R. J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela graça concedida.
Aos meus familiares, com apreço à minha esposa, que participou desta
construção junto comigo; aos meus pais, que sempre me apoiaram e
incentivaram.
Ao meu orientador Mário Takayuki Kato, pela paciência, ensino e
contribuição científica.
Ao meu co-orientador Clístenes Williams Araújo do Nascimento, pelo
apoio, dedicação e sugestões.
Aos órgãos que financiaram e/ou tornaram possível este trabalho: o
Laboratório de Saneamento Ambiental (LSA/UFPE), a Secretaria de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Moreno (SEDEMA), o Centro de
Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), o Laboratório de Solos da
Estação Experimental de Carpina (UFRPE), o Laboratório de Fertilidade do
Solo (UFRPE) e aos programas FACEPE/PRONEX.
-v-
Silva, R. J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
“Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.”
Jean Cocteau
-vi-
Silva, R. J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
RESUMO
Este trabalho avaliou a viabilidade do uso de efluente de esgoto
doméstico tratado na irrigação de mudas de eucalipto da espécie eucaliptus
urograndis. O experimento foi realizado na Estação de Tratamento de Esgotos
da Mangueira, cujo sistema de tratamento é definido pela combinação de
reatores anaeróbios (UASB) e lagoa de polimento. Dessa forma, cada muda foi
plantada em vaso contendo 10 kg de solo e as lâminas de irrigação foram
definidas com base no Índice CP, ou Capacidade de Pote para o solo,
estabelecendo 6 tratamentos com 4 repetições cada. Dos 6 tratamentos, T1,
T2, T3 e T4 consistiram na irrigação com efluente, respectivamente a 100%,
80%, 60% e 40% do Índice CP; enquanto T5 e T6 consistiram na irrigação com
água a 80% do Índice CP, tendo adição de NPK apenas em T5. O sistema de
tratamento da ETE mostrou uma eficiência de 84% e 70% na remoção de DBO
e DQO, respectivamente. Em relação à planta, o tratamento estatístico mostrou
que as mudas irrigadas com efluente (tratamento T2 e T3) apresentaram
melhor desempenho quanto aos parâmetros de altura, número de folhas e
matéria seca. Além disso, a fertirrigação com efluente (tratamento T2) foi capaz
de acumular nutrientes como N nas folhas e caule das plantas. Esses
resultados comprovaram que o uso de efluente para irrigação de mudas de
eucalipto é viável quanto aos aspectos sanitários e agronômicos.
Palavras chaves: estação de tratamento de esgotos, efluente, irrigação, mudas de eucalipto.
-vii-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
ABSTRACT
In this study the feasibility of use of treated domestic sewage treated
effluent for irrigation of eucalyptus species urograndis, was evaluated. The
experiment was conducted at the Mangueira Sewage Treatment Plant, which
treatment system is a combination of a UASB reactor and polishing pond. Thus,
the seedlings were planted in pots containing 10 kg of soil and irrigation levels
were set based on the same CP, pots capacity of soil, resulting in 6 treatments
with 4 replicates each. Four treatments, T1, T2, T3 and T4 consisted of
irrigation with effluent, respectively 100%, 80%, 60% and 40% of CP index;
while T5 and T6 consisted of irrigation with water at 80% of the CP index, being
added NPK only in T5. The treatment system showed an efficiency of ETE,
preliminarily, of 84% and 70% in the removal of DBO (Biochemical Oxygen
Demand) and DQO (Chemical Oxygen Demand), respectively. In relation to the
plant, the statistical treatment showed that the seedlings irrigated with
wastewater in T2 and T3 posed best performance on the parameters of height,
diameter and number of leaves. In addition, the irrigation with effluent in T2 was
able to accumulate nutrients like N in leaves and stems of plants. These results
showed that the use of such effluent in the culture of seedlings of Eucalyptus is
effective either within the sanitary or the agronomical aspects.
Keywords: sewage treatment plant, effluent, irrigation, eucalyptus seedlings.
-viii-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
SUMÁRIO
1.0 – Introdução. 01
2.0 - Objetivos. 03 2.1 Geral. 03 2.2 Específicos. 03 3.0 – Revisão Bibliográfica. 03
3.1 Sistema de Tratamento de Esgotos. 03 3.1.1 Reatores Anaeróbios. 03 3.1.2 Lagoas de Estabilização. 07 3.2 Reúso de Efluentes. 12 3.3 Cultura do Eucalipto.
17
4.0 – Material e Métodos. 22 4.1 Estação de Tratamento de Esgoto ETE Mangueira. 22 4.2 Eficiência de Tratamento da ETE e Qualidade do efluente. 28 4.3 Experimento. 30 4.3.1 Produção das mudas. 30 4.3.2 Construção do viveiro. 31 4.3.3 Tratamentos. 32 4.3.4 Coleta e Preparação do solo. 34 4.4 Montagem do experimento e Controle.
36
5.0 – Resultados e Discussões. 38 5.1 Resultado das Análises Laboratoriais. 38 5.1.1 Pontos de coleta na ETE 38 5.1.2 Solo 43 5.2 Determinação da Eficiência de Tratamento da ETE Mangueira. 43 5.3 Resultado para os Parâmetros de crescimento das mudas de eucalipto.
44
5.4. Resultado para os Conteúdos de nutrientes nas plantas de eucalipto.
47
5.5 Resultado para os Parâmetros de nutrientes no solo. 50
5.0 – Conclusões. 52 Referências Bibliográficas. 53 Anexo – Quadro de controle da irrigação.
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
LISTA DE FIGURAS
Fig. 01 – Grade de barras. 23 Fig. 02 – Desarenador. 23 Fig. 03 – a) Módulo reator UASB. b) Vertedores do módulo UASB. 24 Fig. 04 – Sistema de distribuição dos esgotos para os módulos reator UASB.
25
Fig. 05 – Leitos de secagem. 26 Fig. 06 – Lagoa de polimento. 26 Fig. 07 – ETE Mangueira Unidades. a) Estação elevatória. b) Caixa de areia. c) Reatores UASB. d) Leitos de secagem. e) Lagoa de polimento
27
Fig. 08 – Pontos de coleta no sistema da ETE Mangueira. 29 Fig. 09 – a) Mudas de eucalipto espécie Urograndis. 31 Fig. 10 – Viveiro para cultivo das mudas de eucalipto. 32 Fig. 11 – a) Muda de eucalipto espécie Urograndis. b) Plantio. 33 Fig. 12 – a) Cultivo das mudas em vasos (semana 6). b) Irrigação por pesagem.
36
Fig. 13 – a) Incidência de lagarta em T5. b) Folhas destruídas. 47
Fig. 14 – a) Muda tratamento T6 (semana 9). b) Muda tratamento T2 (semana 9).
49
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 01 – Padrão do efluente recomendado para a irrigação. 13 Tabela 02 – Diretrizes de qualidade microbiológica de efluentes usados na agricultura.
15
Tabela 03 – Parâmetros de DBO5, sólidos suspensos, OD e coliformes fecais para diferentes culturas em Israel
16
Tabela 04 – Quantidade de água necessária durante um ano para diversas culturas.
19
Tabela 05 – Comparação entre o consumo de água e a produção de biomassa do eucalipto e outras culturas.
20
Tabela 06 – Parâmetros analisados em campo. 28 Tabela 07 – Parâmetros analisados em laboratório. 28 Tabela 08 – Tratamentos aplicados ao experimento. 34 Tabela 09 – Aplicação de NPK ao solo para cultura do eucalipto. 35 Tabela 10 – Caracterização físico-química para o ponto P0. 38 Tabela 11 – Caracterização físico-química para o ponto P1. 39 Tabela 12– Caracterização físico-química para o ponto P2. 40 Tabela 13 – Caracterização físico-química para o ponto P3. 41 Tabela 14 – Caracterização físico-química para o ponto P4. 42 Tabela 15 – Resultado da análise química do solo. 43 Tabela 16 – Avaliação da eficiência de tratamento da ETE Mangueira. 44 Tabela 17 – Resultado estatístico para os parâmetros de crescimento da planta.
45
Tabela 18 – Resultado estatístico para os parâmetros de nutrientes na planta.
48
Tabela 19 – Resultado estatístico para os parâmetros de nutrientes no solo.
51
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
Ca Cálcio cmolc/dm³ Centimol de carga por decímetro cúbico CO2 Dióxido de carbono CF Coliforme fecal DBO Demanda bioquímica de oxigênio DBO5 Demanda bioquímica de oxigênio (5 dias a 20°C). DBOf Demanda bioquímica de oxigênio determinada a partir de
amostras filtradas (5 dias a 20°C) DBOb Demanda bioquímica de oxigênio determinada a partir de
amostras brutas (5 dias a 20°C) DQO Demanda química de oxigênio EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ETE Estação de Tratamentos de Esgotos Índice CP Índice da Capacidade de Pote para o solo IPA Instituto de pesquisas Agropecuárias de Pernambuco K Potássio K2O Óxido de potássio Mg Magnésio N Nitrogênio NH3 Amônia NH4
+ Amônio NMP Número mais provável NTK Nitrogênio total Kjeldhal OD Oxigênio dissolvido OMS Organização Mundial de Saúde pH Potencial Hidrogeniônico P Fósforo disponível P2O5 Pentóxido de fósforo S Enxofre SST Sólidos suspensos totais SSV Sólidos suspensos voláteis STF Sólidos totais fixos STV Sólidos totais voláteis TDH Tempo de detenção hidráulica UASB Upflow anaerobic sludge blanket (reator anaeróbio de manta
de lodo e fluxo ascendente) WHO World Health Organization (Organização Mundial de Saúde)
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
1. INTRODUÇÃO
Água com qualidade e em quantidade satisfatória tem sido um dos
maiores desafios enfrentados pela maioria dos países atualmente, tendo em
vista o aumento constante das demandas de consumo humano, industrial,
agrícola, entre outros, além do uso desordenado e irracional responsável pelas
perdas, pelo desperdício e contaminação.
A Gestão de Recursos Hídricos tem buscado contornar o problema
mediante políticas e novas alternativas que garantam o uso racional e
sustentável desse bem tão precioso. Dentro desse processo, os esgotos
tratados têm um papel fundamental no planejamento e na gestão sustentável
dos recursos hídricos como um substituto para o uso de águas destinadas a
fins agrícolas para a irrigação.
No processo de tratamento de esgotos domésticos, inúmeras
configurações são utilizadas atualmente, dentre elas podemos citar o sistema
que comporta reator UASB seguido de lagoa de estabilização. Nesta
configuração, 60 a 80% da matéria orgânica presente originalmente no esgoto
é degradada no reator anaeróbio, cabendo à lagoa de estabilização a remoção
da matéria orgânica restante e dos sólidos suspensos remanescentes, de
microrganismos patogênicos e eventualmente de nutrientes. Devido à função
de “polir” o efluente do reator anaeróbio, estas lagoas têm sido denominadas
de lagoas de polimento (D’ Castro Filho, 2005).
Os subprodutos das estações de tratamento de esgotos domésticos,
como o efluente tratado (água e nutrientes) e a biomassa estabilizada (lodo de
descarte), são considerados como fontes alternativas de uso, onde a irrigação
se destaca como uma atividade beneficiada por tal tecnologia. Além disso, o
uso de efluentes tratados na irrigação também proporciona uma economia
agrícola, principalmente para os pequenos e médios produtores, por reduzir as
concentrações de fertilizantes minerais utilizados para suprir as necessidades
da maioria das culturas, principalmente de N, que é um nutriente limitante ao
-1-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
desenvolvimento das culturas e se encontra em quantidades relativamente
altas nos efluentes tratados (Silva, K. 2009).
O eucalipto é uma planta exótica (não nativa do Brasil), com diversas
aplicações no setor industrial: produção de móveis, papel e celulose, farmácia
e detergentes. De acordo com Lima (1996), o eucalipto, pelas suas
características de adaptação às condições de clima, solo e diversificação do
uso de sua madeira, tem sido uma das árvores mais plantadas no mundo,
podendo ser considerado uma verdadeira “árvore de negócios”. No Brasil
encontrou as condições ideais para um notável crescimento, inclusive passou a
ser considerado o padrão para a produção de matéria-prima florestal de alto
rendimento e rápido crescimento para diferentes usos. Plantado inicialmente
em pequena escala, após algumas décadas passou a ocupar extensas áreas
em função do tipo de demanda industrial (Oliveira, 2009).
A cultura do eucalipto apresenta boas condições para irrigação com
esgotos sanitários, pois apesar das poucas informações na literatura,
relacionadas às respostas da planta ao fornecimento de águas ou efluentes, a
produtividade do eucalipto aumenta em locais com maiores índices
pluviométricos e menores déficits hídricos. Além disso, o cultivo do eucalipto é
bastante simples e requer pouca mão-de-obra, minimizando a exposição de
trabalhadores e, portanto, reduzindo os riscos à saúde humana provenientes
de contaminação por meio da prática do reúso (Veronez, 2009). Outro aspecto
positivo é o fato da cultura de eucalipto estar em plena expansão no Brasil.
Assim sendo, o reúso de efluente de esgoto doméstico tratado na
irrigação de eucalipto representa uma boa alternativa de desenvolvimento
sustentável, uma vez que o reúso ambiental e agronomicamente adequado na
irrigação da espécie, significa economia de água potável, combate à poluição,
incentivo ao reflorestamento e economia de fertilizantes minerais.
-2-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
2. OBJETIVOS 2.1 Geral
Avaliação do sistema de tratamento de esgotos (ETE Mangueira) e da
viabilidade do uso do efluente em mudas de eucalipto em escala de viveiro.
2.2 Específicos
i. Análise da eficiência de tratamento do sistema ETE Mangueira.
ii. Avaliação do efluente de esgoto tratado quanto aos padrões de
reúso.
iii. Crescimento de mudas de eucalipto em solo tratado com efluente.
iv. Nutrientes no solo em função de suprimentos de efluentes via
irrigação.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Sistema de Tratamento de Esgotos
3.1.1 Reatores Anaeróbios
A digestão anaeróbia é um processo biológico que, na ausência de
oxigênio, bactérias facultativas ou estritamente anaeróbias degradam
compostos orgânicos complexos, convertendo-os em gases metano (60 a
-3-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
70%), dióxido de carbono (40 a 30%) e outros subprodutos mineralizados
(Campos, 2006). Os diferentes microrganismos envolvidos na digestão
anaeróbia, transformam carboidratos, proteínas, lipídios, entre outros, em
produtos como metano e gás carbônico. Assim, a formação de metano torna-
se altamente desejável, já que a matéria orgânica, normalmente medida em
demanda química de oxigênio (DQO), é efetivamente removida da fase líquida,
pois o metano apresenta baixa solubilidade na água (Aquino, 2003). Dessa
forma, a conversão de compostos orgânicos em metano é eficaz na remoção
de matéria orgânica, apesar de não promover oxidação completa.
As vantagens da concepção do sistema de tratamento por reatores
anaeróbios se concentram nas seguintes particularidades: baixo consumo de
energia, baixa demanda de área, baixo custo de implantação, aplicabilidade em
pequena e larga escala, além da possibilidade de funcionar bem mesmo após
longos períodos de interrupção (Chernicharo, 1997).
Os reatores anaeróbios de fluxo ascendente com manta de lodo (UASB)
apresentam características hidrodinâmicas favoráveis à formação de grânulos,
possibilitando elevado tempo de retenção celular e acomodando, portanto,
altas cargas orgânicas volumétricas, com tempo de detenção hidráulica curto,
da ordem de grandeza de horas, dependendo das condições operacionais e
das características dos afluentes, sendo possível desvincular o tempo de
retenção celular do tempo de detenção hidráulica (Foresti, 1994).
O processo de digestão nos sistemas de tratamento anaeróbio é
intencionalmente “acelerado” a partir da criação de condições favoráveis a tal
processo. Essas condições estão relacionadas aos pré-requisitos do projeto e
às condições operacionais do sistema de tratamento. Assim sendo, o sistema
deve manter grande massa de bactérias microbiologicamente ativas que atue
no processo da digestão, além de promover contato intenso entre o material
orgânico presente no afluente e a massa bacteriana no sistema (Aracruz,
2006).
O bom desempenho dos reatores anaeróbios é conseqüência da
organização dos microrganismos anaeróbios e da retenção dos mesmos no
reator. Os microrganismos são fisicamente organizados no lodo em
-4-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
aglomerados bacterianos, em grânulos biológicos, ou em biofilme retidos
dentro do sistema (Montenegro et al, 2002).
Segundo Monteggia (1998), no processo de tratamento em reatores
anaeróbios três condicionantes precisam ser levados em conta na garantia de
um tratamento eficiente: retenção de biomassa, mistura hidráulica e condições
operacionais. A retenção de biomassa é resultado do fornecimento de
condições favoráveis à formação e imobilização do biofilme, que pode ser
observado na forma de flocos densos, grânulos e lodo aderido. Segundo Pinto
(1999) esses conglomerados compactos possuem tamanho variando entre 0,5
e 5 mm e são poderosos biocatalíticos na conversão rápida da matéria
orgânica degradável (cargas de 10 a 25 kg DQO por m³ de reator por dia), já
que permitem a retenção da biomassa ativa no interior do reator, mantendo boa
eficiência em taxas de alimentação relativamente elevadas.
A mistura hidráulica pode ser caracterizada pelo fluxo resultante da
distribuição uniforme do afluente de esgoto, dimensões e geometria do reator e
conseqüente contato entre o esgoto e a biomassa ativa.
A hidrodinâmica dos reatores anaeróbios tem papel importante porque
pode influenciar a velocidade das reações biológicas, por meio de alterações
na taxa de transferência de massa e a distribuição das reações ao longo do
reator. Como conseqüência da distribuição da biomassa e do encadeamento
das reações bioquímicas, diferentes regiões do reator apresentam
composições diferentes, em função do tipo de escoamento imposto (Carvalho,
2008).
Os projetos devem viabilizar alto tempo de retenção da biomassa e bom
contato da biomassa com o afluente. Ambos requerimentos são dependentes
da intensidade da mistura da fase líquida. Adequada mistura pode ser obtida
pela própria turbulência hidráulica e expansão da manta de lodo (Kato, Field e
Lettinga, 1997). Além disso, curtos-circuitos hidráulicos, caminhos preferenciais
e zonas mortas (ausência de substrato na alimentação) podem prejudicar a
eficiência dos reatores no processo de tratamento devido à diminuição do
volume útil e do tempo de detenção hidráulica dos reatores.
-5-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
As condições operacionais também tem influência direta no sucesso do
sistema, já que o monitoramento dos diversos fatores ambientais (pH,
temperatura, etc.) e o controle operacional (monitoramento de vazões,
características físico-químicas e microbiológicas do esgoto, eficiência do reator,
caracterização do lodo e biogás, entre outros) são de grande importância no
acompanhamento e aprimoramento do sistema. Por exemplo, de acordo com
Nozhevnikova et al (1997), a taxa de metanogênese depende fortemente da
temperatura. A metanogênese de sedimentos orgânicos é 5 vezes maior a
15°C; 10 vezes maior a 30°C; e 20 vezes maior a 50°C se comparadas às
taxas de metanogênese à 5°C.
O maior problema dos reatores anaeróbios que operam a baixas
temperaturas é a pequena taxa de produção de biogás, podendo resultar em
baixa intensidade de mistura e num contato pobre entre biomassa e substrato.
Temperaturas reduzidas em tratamentos anaeróbios sempre são associadas
com lodo de baixa atividade metanogênica.
Já os parâmetros de pH, alcalinidade e ácidos voláteis estão fortemente
correlacionados e são igualmente importantes para o controle e sucesso da
operação dos processos anaeróbios. O pH é um fator que, assim como a
temperatura, influencia na taxa de crescimento e na atividade dos
microrganismos, o que só reforça a importância do controle operacional do
sistema.
De uma forma geral, podemos concluir que a tendência de uso do reator
anaeróbio como unidade principal de tratamento biológico de esgoto se deve,
principalmente, à constatação de que é considerável a fração de matéria
orgânica removida sem o dispêndio de energia ou adição de substâncias
químicas auxiliares.
Apesar da grande aceitação e de todas as vantagens inerentes aos
reatores anaeróbios tipo UASB, permanece nestes sistemas uma grande
dificuldade em produzir, isoladamente, um efluente dentro dos padrões
estabelecidos pela legislação ambiental do País. De forma similar à maioria dos
processos compactos de tratamento, os reatores UASB, ainda que adequados
à remoção da matéria carbonácea dos esgotos, não são eficientes na remoção
-6-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
de nutrientes (N e P) e na eliminação de organismos patogênicos (vírus,
bactérias, protozoários e helmintos), necessitando, portanto, de uma etapa de
pós-tratamento de seus efluentes, como, por exemplo, tratamentos físico-
químicos (Silva, V. 2007).
3.1.2 Lagoas de Estabilização
O processo de tratamento nas lagoas de estabilização baseia-se na
capacidade natural de autodepuração de um corpo d’água. Neste processo a
atividade metabólica de microrganismos é responsável pela conversão do
material orgânico presente originalmente no esgoto em produtos mineralizados
e de menor conteúdo energético; bem como, por modificações das condições
ambientais da lagoa, que favorecem a morte dos microrganismos patogênicos
e a remoção possível de uma parcela significante dos nutrientes como
nitrogênio e fósforo (D’ Castro Filho, 2005).
No Brasil, há uma tendência muito forte no emprego de lagoas de
estabilização devido ao fato de haver disponibilidade de terras com baixo valor
por hectare, condições climáticas favoráveis e investimento inicial baixo,
resumindo-se basicamente em despesa de terraplenagem, compactação de
diques, custo operação/manutenção baixo, consumo de energia para
bombeamento e eventualmente iluminação da lagoa (Nascimento, 2000).
De acordo com o que se espera do tratamento, as lagoas de
estabilização são definidas com características físicas e operacionais tais que
determinam as condições da massa líquida em seu interior, sob a influência
das condições climáticas. Com base nisso, elas podem ser classificadas
convencionalmente como: anaeróbias, facultativas e de maturação.
As lagoas anaeróbias recebem elevadas cargas orgânicas (> 100 kg
DBO5/m³ x dia), apresentando ausência de OD na massa líquida.
Conseqüentemente não dependem da ação fotossintética das algas, tendo
como objetivo principal a remoção parcial da matéria orgânica presente no
-7-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
afluente a partir da decantação dos sólidos sedimentáveis e subseqüente
digestão anaeróbia na camada de lodo resultante, através do metabolismo de
bactérias facultativas e estritamente anaeróbias. Quando apropriadamente
projetadas, as lagoas anaeróbias podem remover de 40 a 70% da DBO5
presente originalmente no afluente, com tempo de detenção hidráulica (TDH)
variando de 1 a 5 dias e profundidade de 2 a 5 m (D’ Castro Filho, 2005).
Em lagoas em série, o emprego de unidades anaeróbias pode reduzir
em até 40-50% o tempo de detenção hidráulica, implicando assim em redução
da área total da planta de tratamento. Também, as lagoas anaeróbias atuam
como unidades de equalização, podendo operar com tempos de detenção
hidráulica de 1 a 7 dias (Silva et al., 1997). Todavia, o fluxo no interior das
lagoas anaeróbias é predominantemente horizontal o que, embora possa
favorecer a retenção dos sólidos sedimentados, dificulta o acesso à matéria
orgânica solúvel e particulada do lodo ativo depositado no fundo da lagoa.
Portanto, por se limitar a biomassa ativa ao fundo da lagoa a eficiência da
lagoa fica limitada à remoção da DBO particulada total, daí a necessidade de
tratamento complementar para a fração finamente dividida e solúvel (Prosab,
1999).
Outro problema relacionado à lagoa anaeróbia é o desprendimento de
odores, pois, como em geral estas lagoas são abertas, os gases produzidos
são liberados para a atmosfera. A liberação de sulfeto de hidrogênio (H2S),
produzido através da redução anaeróbia de sulfato e da degradação de enxofre
orgânico, acaba gerando a emissão dos fortes odores das lagoas anaeróbias.
Segundo Mara & Pierson (1998), a emissão de odores desagradáveis pode
ocorrer quando a carga volumétrica aplicada à lagoa é superior a 350 kg DBO5/
m³ x dia e o afluente contém mais que 300 mg SO4/L. Contudo, Paing et al.
(2003) verificaram a ocorrência de odores desagradáveis a uma distância de
200 m das lagoas anaeróbias estudadas, mesmo com uma carga orgânica
inferior a 100 kg DBO5/m³ x dia e uma concentração de sulfato no afluente
inferior a 300 mg/L.
As lagoas facultativas são aquelas cujas características físicas e
operacionais, como profundidade e carga orgânica aplicada, favorecem a
-8-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
presença de três zonas com condições distintas, principalmente com relação à
presença de oxigênio dissolvido: zona aeróbia, zona facultativa e zona
anaeróbia.
Durante maior parte do dia prevalece as condições aeróbias na maior
parte da coluna líquida, principalmente na região mais próxima da superfície
devido a produção fotossintética de oxigênio pelas algas e, em menor escala,
pela reaeração atmosférica. Ao anoitecer a produção de oxigênio é
interrompida prevalecendo a condição anaeróbia na maior parte da coluna
líquida (Kellner & Pires, 1998).
Através do metabolismo das bactérias heterotróficas, a matéria orgânica
é convertida utilizando o O2 como fonte de carbono, gerando como subproduto
o CO2. As algas, por sua vez, utilizam o CO2 como fonte de carbono, gerando
como subproduto o O2, estabelecendo uma relação simbiótica cujo equilíbrio é
expressado a partir do bom desempenho do tratamento nas lagoas facultativas
(D’ Castro Filho, 2005).
As espessuras das camadas aeróbia e anaeróbia variam em função
principalmente dos fatores: produção de oxigênio pelas algas, influenciada pela
radiação luminosa, sendo portanto, variável ao longo do dia; e a carga orgânica
aplicada à lagoa, que influencia o consumo de oxigênio pelas bactérias e a
penetração de luz (Cruz, 2005).
Influenciados pela atividade fotossintética das algas, a concentração de
OD e o pH variam ao longo do dia segundo um padrão semelhante. Em
condições de pH elevado (>9,5), mais de 50% do íon amônio (NH4+) presente
na massa líquida é convertido a gás amônia (NH3) que, embora tóxico, tende a
se desprender da fase líquida. Este processo, denominado volatilização da
amônia, juntamente com a assimilação de amônia pela biomassa, é o principal
mecanismo de remoção de nitrogênio em lagoas de estabilização (Mara, 1997;
Silva et al., 1997).
Soares et al. (1996), estudando a remoção de amônia em um complexo
de lagoas de estabilização em escala piloto no nordeste do Brasil, observaram
que a eficiência das lagoas facultativas (profundidade entre 1 e 2 m) na
-9-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
remoção de amônia foi inferior a 14%, com o pH daquelas unidades situando-
se entre 7,5 e 7,7.
Apesar de factível, a remoção de nutrientes em lagoas facultativas
ocorre em pequena escala porque, geralmente, o pH destas unidades não
atinge os elevados valores (pH>9) necessários para uma remoção significativa
dos nutrientes. (D’ Castro Filho, 2005).
Tecnicamente, a área requerida para uma lagoa facultativa pode variar
entre 1,5 e 3,5 m²/hab, quando precedida de lagoa anaeróbia; e entre 2 e 5
m²/hab, no caso de lagoa facultativa primária, aquela que recebe esgoto bruto.
Além disso, outro importante parâmetro de projeto é o tempo de detenção
hidráulica (TDH), o qual diz respeito ao tempo mínimo para que os
microrganismos decomponham a matéria orgânica. O TDH de uma lagoa
facultativa varia de 10 a 30 dias, quando precedida de lagoa anaeróbia; e entre
15 e 45 dias quando se trata de lagoa facultativa primária. Embora não seja o
objetivo principal destas unidades de tratamento, o elevado TDH necessário
para a estabilização da matéria orgânica nas lagoas facultativas acabam
reduzindo a concentração de organismos patogênicos (Von Sperling et al.,
2003b).
Quanto às lagoas de maturação, a qualidade dos efluentes finais está
diretamente relacionada aos baixos valores de DBO e às pequenas
concentrações de organismos patogênicos (Naval, 2002).
As lagoas de maturação recebem um efluente cuja DBO está
praticamente estabilizada, onde o oxigênio dissolvido se faz presente em toda
massa líquida. Em lagoas rasas como as de maturação, ocorre uma maior
exposição dos microrganismos à radiação solar, potencializando este processo
natural de desinfecção (Cavalcanti, 2001). Assim o objetivo das lagoas de
maturação é a remoção de organismos patogênicos (bactérias, vírus,
protozoários e helmintos).
Stott et al. (2003), estudando a remoção de parasitas em um sistema de
lagoas de estabilização, observaram que 94,6% dos ovos de helmintos foram
removidos na lagoa anaeróbia, 99,63% na lagoa facultativa, e somente após a
-10-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
segunda lagoa de maturação da série (TDH de 20 dias) houve a remoção
completa de ovos de parasitas.
Uma maneira de reduzir substancialmente o tempo de permanência e
minimizar os problemas observados no contexto das lagoas de estabilização é
substituir a lagoa anaeróbia por um reator anaeróbio de fluxo ascendente do
tipo UASB (Van Haandel & Lettinga, 1994).
Embora o digestor anaeróbio de fluxo ascendente seja uma unidade
eficiente na remoção do material orgânico e dos sólidos em suspensão, a
qualidade da águas residuárias digeridas podem não ser compatíveis com os
padrões legais ou de qualidade desejada para o efluente final. Neste caso,
aconselha-se utilizar lagoas para polimento final do efluente de reatores UASB.
Neste tratamento complementar os aspectos mais importantes são a qualidade
higiênica do efluente final, refletida pelo número de coliformes fecais e ovos de
helmintos, além da remoção dos resíduos de material orgânico e sólidos em
suspensão e, eventualmente, a remoção de nutrientes (Van Haandel &
Lettinga, 1994).
Uma lagoa alimentada com efluente digerido no reator UASB receberá
uma carga orgânica baixa, tendo, portanto, uma demanda de oxigênio
reduzida. Um fator adicional importante é que o reator UASB remove grande
parte do material coloidal do esgoto, produzindo esgoto digerido com baixa
turbidez. Consequentemente, na lagoa posterior – a lagoa de polimento - a
penetração da luz solar será profunda, acelerando a fotossíntese e a produção
de oxigênio para oxidação do material orgânico. Considerando, por um lado,
que a entrada de material orgânico será menor e, por conseqüência, a
demanda de oxigênio também, e por outro, que haverá um aumento da
produção, por fotossíntese, de oxigênio dissolvido, na lagoa de polimento se
estabelecerá um ambiente aeróbio semelhante àquele em lagoas de maturação
em sistemas convencionais (Van Haandel & Lettinga, 1994).
De fato, a carga orgânica superficial aplicada em lagoas de polimento
que recebem efluente de reatores UASB é normalmente inferior à carga típica
de uma lagoa de maturação (150 kg DBO5.ha-1.dia-1), mesmo quando o tempo
de detenção na lagoa é curto. Na lagoa de polimento a baixa taxa de oxidação
-11-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
(estabilização da matéria orgânica) associada à alta taxa de produção
fotossintética de oxigênio leva à prevalência da fotossíntese sobre a oxidação
bacteriana, uma vez que as taxas relativas ao processo de fotossíntese são
determinadas principalmente pelas condições de transparência, irradiação
solar, temperatura e profundidade da lagoa, enquanto às relativas ao processo
de oxidação bacteriana são determinadas pelas condições de temperatura e
concentração do material orgânico biodegradável.
3. 2 Reúso de Efluentes
O reúso de efluentes representa uma grande estratégia no processo de
redução da demanda de água sobre os mananciais, devido à substituição da
água “potável” por uma água de qualidade inferior, onde tal substituição for
possível, tendo em vista a qualidade requerida para o consumo. Além disso,
em muitos casos, ocorre uma proteção natural das águas dos mananciais, uma
vez que eliminam-se as descargas de esgotos nas águas superficiais (Crook,
1993).
A qualidade exigida para um efluente de estação de tratamento de
esgotos depende do uso previsto para este. Dentre as diversas possibilidades
de reúso de água residuária, Hespanhol (2003) destaca como as mais
significativas no Brasil: as formas de reúso na área urbana (irrigação, proteção
contra incêndio, controle de poeira, construção civil, diluição de dejetos, etc.),
reúso industrial (resfriamento, caldeiras, lavagens diversas, irrigação,
processos industriais, etc.), reúso agrícola e recarga de aqüíferos.
Atualmente, a agricultura depende do suprimento de água de tal forma,
que não poderá ser mantida sem que critérios inovadores de gestão sejam
estabelecidos e implantados a curto prazo. Com base neste aspecto, o uso
consciente e planejado de águas de drenagem agrícola, salobras, de chuva e,
-12-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
principalmente, esgotos domésticos e industriais, constitui o mais moderno e
eficaz instrumento de gestão dos recursos hídricos nacionais (Silva, K. 2009).
A qualidade físico-química exigida para um efluente que se pretende
utilizar na agricultura depende basicamente das características do solo e da
cultura a ser irrigada; enquanto a qualidade sanitária deve assegurar o controle
de microrganismos patogênicos e, assim, a proteção da saúde pública (D’
Castro Filho, 2005).
O efluente final de um sistema de tratamento de esgotos normalmente é
empregado na irrigação devido não só a água como também à presença de
compostos orgânicos. Estão presentes nele os principais nutrientes utilizados
pelas plantas: N, P e K; além de outros igualmente importantes como: S, Ca e
Mg, que devido às suas concentrações na planta, são denominados
macronutrientes. No entanto o uso do esgoto deve ser controlado com cuidado
para ser química e microbiologicamente seguro e não ser tóxico ou nocivo
também à plantação (Kellner, 1998).
A Tabela 1 a seguir define os parâmetros de DBO e coliformes fecais
para os diferentes métodos de reúso.
Tabela 1: Padrão do efluente recomendado para a irrigação
Métodos de Reúso DBO (mg/L)
Coliformes Fecais * (CF/100 mL)
Irrigação de árvores, algodão e outras colheitas não comestíveis
60 50.000
Irrigação de citricultura, forragens e castanhas
45 10.000
Irrigação de cana de açúcar, campos de esporte, vegetais que não
necessitam cozimento 35 1.000
Irrigação não restringida, incluindo parques e jardins 25 100
Fonte: Kellner,E.;Pires,E.C.Lagoas de Estabilização (1998)
* Concentrações não devem exceder em 80% das amostras
-13-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
A irrigação de culturas é a principal forma de reúso de água residuária
nos países em desenvolvimento, sendo também uma modalidade em muitos
países industrializados. Além disso, o reúso da água para a irrigação
paisagística de parques, campo de golfe, áreas de cinturões verdes, campos
desportivos, gramados residenciais, etc., está bem estabelecido em países
industrializados.
Nos EUA, as normas são diferentes de estado para estado. Entre eles, a
Califórnia tem a maior experiência de reúso. Conforme citado por Junior (1999),
o departamento de Saúde Pública do Estado da Califórnia, EUA, em 1978
publicou a norma “Wastewater Reclamation Criteria” a qual exigia que efluentes
de estação de tratamento de esgotos que fossem ser utilizados para irrigação
de culturas a serem consumidas por seres humanos contivessem número de
coliformes fecais menor que 2,2 CF/100mL. No caso de pastagens para
animais leiteiros, a água residuária utilizada não deveria conter mais de 23
coliformes fecais por 100mL (State of California, 1978). No entanto, estudos
posteriores sobre a evidência da transmissão de doenças através do uso de
águas residuárias na agricultura por Shuval et al (1986), mostraram que os
padrões microbiológicos adotados no Estado da Califórnia eram mais rígidos
do que o necessário para se evitar riscos à saúde pública, provocando gastos
desnecessários no tratamento dos esgotos. Baseada em tais estudos
epidemiológicos, em 1989 a OMS publicou as recomendações “Health
Guidelines for the Use of Wastewater in Agriculture and Aquaculture” nas quais
os padrões microbiológicos mostrados na Tabela 2 foram sugeridos (WHO,
1989).
-14-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Tabela 2: Diretrizes de qualidade microbiológica de efluentes usados na
agricultura
Categoria Condições de reúso Nematódios intestinais (un/L)
Coliformes Fecais
(/100 mL)
A Irrigação de culturas que são ingeridas cruas, campos de esportes e parques públicos
≤1 ≤1.000
B Irrigação de culturas de cereais, forragens, pastos e árvores ≤1 -
C
Irrigação localizada de culturas da categoria B desde que não
ocorra exposição dos trabalhadores e do público
- -
Fonte: WHO (1989)
Na Flórida, segundo Crook (1993), para a irrigação de áreas de acesso
público restrito e de culturas não destinadas ao consumo humano, são feitas a
seguintes exigências: tratamento secundário, isto é, DBO e SST não
excedentes a 20 mg/L, seguido de desinfecção, para obtenção de um efluente
apresentando um nível de coliformes fecais inferior a 200 (duzentos)
organismos/100 mL.
Já para irrigação de culturas alimentícias e para a irrigação de áreas
acessíveis à população, inclusive gramados residenciais, são exigidos na
Flórida: tratamento secundário seguido de desinfecção e filtração com os
limites para o efluente de 20 mg/L de DBO, 5 mg/L de SST e nenhum coliforme
fecal detectável em 100 mL.
Na Flórida, ainda segundo Crook (1993), não é permitida a irrigação de
culturas comestíveis, salvo aquelas que para serem consumidas exijam a
raspagem, a retirada da casca, ou o cozimento ou o processamento térmico
industrial .
-15-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
A Flórida exige que os distritos de gerenciamento das águas do Estado
identifiquem quais áreas têm ou terão abastecimento problemático nos
próximos 20 anos, devendo elaborar estudos de viabilidade para as ETE´s
localizadas nestas áreas, prevendo o reúso de seus efluentes ou
demonstrando que isto é inviável por razões econômicas, ambientais ou
técnicas (Bernardi, 2003).
O Arizona é o único estado americano que possui padrões de reúso de
águas residuárias incluindo limites para vírus e parasitas (Crook, 1993). Por
exemplo, quando o reúso é feito na irrigação, as regulamentações do Arizona
incluem os seguintes limites para a qualidade da água: 2,2 organismos
coliformes fecais/100 mL, turbidez de 1 NTU, 1 vírus entérico/40 mL e ausência
de detecção de Entamoeba histolitica, Giárdia lamplia e Ascaris lumbricoides.
Segundo Sarikaya (1998), em Israel as exigências são mais detalhadas,
embora existam muitas semelhanças com os padrões californianos. Os
parâmetros de DBO5 total e dissolvida, sólidos suspensos, OD e coliformes são
definidos a partir de determinados grupos de culturas (Tabela 3).
Tabela 3: Parâmetros de DBO5, Sólidos suspensos, OD e Coliformes
fecais nas águas de irrigação para diferentes culturas em Israel
Grupos A B C D
Principais culturas
Algodão, beterraba, cereais,
forragens secas, sementes, irrigação florestal
Forragem verde, azeitonas,
amedoim, frutas cítricas, banana,
amêndoas, nozes, etc.
Frutos de folhas caducas**, legumes, campos de futebol e
campos de golfe
Culturas sem restrições, incluindo vegetais
consumidos crus, parques e
gramados
DBO5 total (mg/L)
60* 45* 35 15
DBO5 dissolvida (mg/L)
-
-
20 10
-16-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Sólidos suspensos (mg/L)
50* 40* 30 15
OD (mg/L) 0.5 0.5 0.5 0.5
Coliformes (und/ 100mL)
- - 250 12 (80%)
Fonte: Sarikaya (1998)
*Normas diferentes serão definidas para as lagoas de estabilização com o tempo de retenção de pelo menos 15 dias Irrigação ** deve parar duas semanas antes da colheita da fruta
3.3 Cultura do Eucalipto
O eucalipto foi introduzido no Brasil em 1904, com o objetivo de suprir as
diversas necessidades materiais como: lenha, postes e dormentes para as
estradas de ferro. Na década de 50 passou a ser produzido como matéria
prima para o abastecimento de indústrias siderúrgicas, fábricas de papel e
celulose. Em decorrência do desenvolvimento da consciência ecológica em
favor da proteção racional às florestas nativas do país, o mercado tem crescido
consideravelmente, conquistado novos espaços e desmestificado questões
sobre durabilidade, qualidade e segurança em sua utilização (Valverde, 2004).
O gás carbônico atmosférico capturado pelas árvores plantadas é
convertido em madeira de alto valor, que oferece inúmeros produtos essenciais
ao nosso bem estar. Do eucalipto, em especial, tudo é aproveitado. A celulose
do tronco é usada para a produção de papel, tecido sintético e cápsulas para
remédios. Os galhos e as folhas podem ficar no campo, servindo de adubo
natural e protegendo o solo. A madeira é utilizada também na produção de
lenha e carvão, na produção de móveis, habitações, postes e acabamentos na
construção civil. Do eucalipto também se obtém óleos usados em produtos de
limpeza, alimentícios, perfumes e remédios (Bracelpa, 2007). Mundialmente, os
-17-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
óleos de eucalipto para fins medicinais representam o maior volume produzido
e comercializado, seguido dos óleos utilizados em perfumaria. Dentre os países
fornecedores, se destacam China, Brasil e Índia (Vitti, 2003).
Devido ao clima favorável e às características da cultura tais como:
rápido crescimento, abundância em madeira, facilidade em exploração,
madeira relativamente homogenia e baixo custo; o Brasil apresenta excelentes
condições para o desenvolvimento da cultura do eucalipto (Scanavaca Junior,
2001).
Para as empresas brasileiras atenderem a um incremento constante da
demanda de celulose e papel e manterem a participação no mercado mundial,
houve a necessidade de se ampliar a produção das fábricas e,
conseqüentemente, da área atual de plantio de mudas de árvores por ano
(Fessel, 2003).
Este cenário passou a despertar, também nos investidores de outras
atividades da economia, o interesse por uma nova oportunidade para seus
capitais. O fantástico avanço da Ciência Florestal no Brasil veio contribuir
diretamente para tal realidade, maximizando a produtividade e a qualidade da
madeira, principalmente no gênero Eucalyptus (Baena, 2005).
A idade de corte ideal de uma árvore de eucalipto para a produção de
celulose, energia e carvão ocorre entre 6 e 7 anos após seu plantio. E entre 12
e 16 anos para ser serrada e comercializada como madeira sólida. Tudo isso,
com os mais altos índices de produtividade do mundo (Valverde, 2004).
A área plantada especificamente com eucalipto no Brasil é um pouco
maior que 4,5 milhões de hectares, inferior às áreas cultivadas com soja, milho,
cana-de-açucar e pastagens. Trata-se de uma cultura menos extensa e de ciclo
mais longo que várias outras implantadas em diferentes regiões do Brasil.
Contudo, a área de florestas com eucalipto está em franca expansão na
maioria dos estados brasileiros. Essa expansão é resultado de um conjunto de
fatores que vêm favorecendo o plantio em larga escala. Entre os aspectos mais
relevantes estão a alta produtividade florestal e a expansão e direcionamento
de novos investimentos por parte de empresas de segmentos que utilizam sua
-18-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
madeira como matéria prima em processos industriais. Em particular, as
expansões previstas no segmento de celulose e papel têm sido a alavanca do
crescimento nas áreas plantadas (ABRAF, 2010).
Os plantios de eucalipto são excelentes seqüestradores de CO2, pois
viabilizam com extrema eficiência o estoque de carbono em todos os
reservatórios de biomassa. Principalmente nos trópicos, onde a oferta de luz
(sol) e água (chuva) é abundante, verifica-se alta conversão de CO2 em
biomassa. Com essa alta eficiência na utilização de recursos naturais, o
eucalipto apresenta rápido crescimento e, conseqüentemente, alta
produtividade. Por fim, o eucalipto acaba conferindo ao solo características de
permeabilidade, aumentando a taxa de infiltração das águas pluviais e
regularizando o regime hidrológico nas áreas plantadas (Cenibra, 2009).
Desde que começou a ser plantado intensivamente, discute-se o
impacto do eucalipto sobre as reservas hídricas do solo. Devido ao seu
crescimento vertiginoso, o consumo de água da planta é acentuado, porém
várias pesquisas comprovam que a demanda hídrica do eucalipto é menor que
outras espécies vegetais, inclusive as matas nativas (Calder et al., 1992). Na
Tabela 4 é apresentada a quantidade de água consumida por algumas
culturas.
Tabela 4: Quantidade de água necessária durante um ano para culturas
Cultura Consumo de água (mm)
Cana-de-açucar 200-2000
Café 800-1200
Citrus 600-1200
Milho 400-800
Feijão 300-600
Eucalipto 800-1200
Fonte: Calder et al. (1992)
Obs: 1mm corresponde a 1 litro por metro quadrado
-19-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
O eucalipto utiliza a água de forma mais eficiente que outras culturas
(Tabela 5), produzindo mais biomassa por quantidade de água consumida
(Novais et al., 1996).
Tabela 5: Comparação entre o consumo de água e a produção de
biomassa do eucalipto e outras culturas
Cultura Eficiência no uso da água
Batata 1 kg de batata por 2.000L
Milho 1 Kg de milho por 1.000L
Cana-de-açucar 1 kg de açúcar por 500L
Cerrado 1 kg de madeira por 2.500L
Eucalipto 1 kg de madeira por 350L
Fonte: Novais et al. (1996)
Segundo Vital (2007), uma das acusações mais freqüentes dos
ambientalistas contra o eucalipto é que o mesmo estereliza o meio ambiente.
Para o autor é óbvio que uma floresta cultivada apenas de eucalipto, portanto
uma monocultura, é biologicamente menos diversa que as florestas da
Amazônia, da Mata Atlântica ou do Cerrado. Embora ela não seja pior que uma
monocultura de soja ou de café, ressalta.
No entanto, diversos estudos recentes mostraram que plantações de
eucalipto que respeitam o código florestal, ou seja, que dispõem de reserva
legal e cuidam das áreas de preservação permanente, podem manter grande
parte da biodiversidade original. Por exemplo, o maior espaçamento entre
árvores é um fator que contribui para facilitar a conservação da biodiversidade
(Vital, 2007).
-20-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
A produção de mudas de espécies florestais nativas em viveiro é usada
com objetivos ambientais, tais como recuperação de áreas degradadas e
reflorestamento de matas ciliares. Os substratos orgânicos utilizados na fase
de viveiro em silvicultura são, na sua maioria, pobres em nutrientes essenciais
ao crescimento da planta e, nesse sentido, a fertilização e condicionamento do
solo são fatores importantes para garantir um bom desenvolvimento das mudas
(Assenheimer, 2009).
A implantação do viveiro deve ser feita após uma análise cuidadosa da
situação do local onde será instalado, levando-se em conta diferentes aspectos
que, ajustados entre si, formarão as condições de um bom desenvolvimento. É
recomendável procurar terreno o menos acidentado possível, com declividade
de 0,2 a 2%. Áreas muito planas podem apresentar problemas de drenagem.
Deve-se descartar áreas de face sul e dar preferência a áreas com face norte
mais quente, ensolarada e protegida do vento sul (Macedo, 1993).
Segundo Góes (2006), a montagem é muito simples. Os postes são
fixados no chão na profundidade de 50 cm para garantir firmeza quanto a
possíveis ventos mais fortes e leves impactos. Além disso, o viveiro deve ser
construído no sentido leste/oeste, medindo 2,5m de pé direito, com esteio
central de 3,5 m e cobertura de plástico transparente com a grossura de 150
micra.
Com a busca de melhores produtividades nos reflorestamentos, a
qualidade das mudas tem sido intensamente pesquisada, no sentido de se
estabelecer dados que indiquem os melhores recipientes, substratos e
adubações que proporcionem a qualidade de mudas desejadas (Vitorino,
1996).
A aplicação de biossólido em plantações florestais apresenta uma série
de vantagens em comparação com os cultivos agrícolas. Hart et al. (1988),
citando vários outros autores, resumem essas vantagens. Os produtos das
culturas florestais normalmente não são comestíveis, diminuindo o risco em
relação aos cultivos de plantas alimentícias, quanto à incidência de possíveis
contaminantes ao homem.
-21-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Da mesma forma, o efluente de esgoto doméstico tratado, embora com
aplicação ainda escassa em plantações florestais, podem representar uma
alternativa tão proveitosa quanto à aplicação de biossólido (Veronez, 2009).
Carraro (1995) verificou uma situação de homogeneidade no crescimento de
eucalipto irrigado com efluente de indústria cítrica.
Contudo, segundo Burbarelli (2010), é de grande importância a
investigação e o monitoramento dos parâmetros ligados ao efluente e ao solo,
no intuito de reduzir possíveis riscos de contaminação das águas subterrâneas
e do solo por substâncias químicas ou microrganismos patogênicos.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Estação de Tratamento de Esgoto ETE Mangueira
A Estação de Tratamento de Esgotos Mangueira (ETE Mangueira) se
localiza no bairro Mangueira, região sudoeste da cidade Recife – PE, próxima
ao estuário dos rios Jequiá e Tejipió. Suas coordenadas geográficas são:
8°05’41’’ de Latitude Sul e 34°55’31’’ de Longitude Oeste, com altitude em
torno de 1,0 m acima do nível do mar (Silva, K. 2009).
Os esgotos coletados no bairro da Mangueira, Mustardinha e
adjacências são conduzidos por meio de uma estação elevatória, localizada na
mesma área da estação de tratamento, até as unidades que compõem a ETE:
(1) Grade de barras, (2) Desarenador, (3) Reator Anaeróbio de Fluxo
Ascendente (UASB); (4) Leitos de secagem dos lodos e (5) Lagoa de
polimento.
Na entrada de esgoto bruto, a grade de barras (Figura 1) tem a
finalidade de retenção do material grosseiro, prejudicial ao processo da
digestão anaeróbia nos Reatores.
-22-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
O desarenador é composto de dois canais paralelos, cada um dispondo
de fundo rebaixado com grades apropriadas à retenção de areia carreada e/ou
demais resíduos pelo esgoto (Figura 2).
Figura 1. Grade de barras
Figura 2. Desarenador
-23-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
O material removido, tanto na grade de barras quanto nas caixas de
areia, são lançados em caixas posicionadas de um lado e do outro dos canais,
sendo conduzido até um nível onde é coletado e depositado apropriadamente.
O Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente consiste de uma estrutura de
concreto composta por oito módulos (UASB). Cada módulo do reator possui
caixa interna provida de vertedores triangulares para distribuição equilibrada da
vazão (Figuras 3a e 3b).
O fluxo de esgotos é mantido no sistema por bombeamento até a caixa
de areia e daí até o efluente final da lagoa de polimento, por gravidade. A
alimentação das células que compõem o reator UASB é feita por um conjunto
de canalizações que permite a distribuição equitativa da vazão diária. O reator
UASB possui vazão diária de projeto de 31,89 L/s, vazão máxima horária de
51,11 L/s e tempo de detenção hidráulica (TDH) de 8 horas (Barros, 2004).
A alimentação dos módulos é feita por meio de um sistema de
canalização, disposto num arranjo que permite a distribuição eqüitativa da
vazão e prover velocidade adequada para evitar a sedimentação de matéria
orgânica ao longo dos tubos (Figura 4).
Figura 3. a) Módulo reator UASB. b) Vertedores do módulo UASB
-24-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Os gases liberados durante o processo são coletados por meio de tubos
de Poli-vinil-etileno (PVC) rígido, que atravessam as calhas coletoras do esgoto
decantado e comunicam-se com um coletor geral (Figura 4).
O lodo proveniente do processo de digestão é sedimentado no fundo do
reator anaeróbio de fluxo ascendente e, para sua remoção, dispõe de cinco
canalizações que permitem a coleta de amostras em diferentes níveis. A
remoção do lodo se processa hidraulicamente e o seu destino são os leitos de
secagem, conforme a Figura 5.
Figura 4. Sistema de distribuição dos esgotos para os módulos reator UASB
-25-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Os leitos de secagem ficam dispostos lateralmente ao reator anaeróbio
de fluxo ascendente e são constituídos de tanques rasos. Já o efluente do
mesmo é conduzido à lagoa de polimento (Figura 6), cuja finalidade é a
remoção de DBO remanescente e de grande parte dos coliformes.
Este efluente, proveniente da combinação dos reatores e lagoa de
polimento, foi utilizado na irrigação das mudas de eucalipto.
Figura 5. Leitos de secagem
Figura 6. Lagoa de polimento
-26-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
É importante salientar as principais características físicas e operacionais
da lagoa de polimento, fonte (D’ Castro Filho, 2005):
• Em formato trapezoidal com base maior 65m, base menor 18 m,
comprimento 145m, profundidade útil de 1,5m e inclinação de
talude 2:1 (H:V);
• Volume útil de 8.154 m3;
• TDH de 3 dias.
A Figura 7 mostra uma vista aérea da ETE Mangueira em toda sua
extensão e unidades de tratamento.
Figura 7. ETE Mangueira Unidades: a) Estação elevatória. b) Caixa de areia. c) Reatores
UASB. d) Leitos de secagem. e) Lagoa de polimento. Fonte: Google Earth
a b c
d
e d
-27-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
4.2 Eficiência de Tratamento da ETE e Qualidade do Efluente
A eficiência de tratamento do sistema de tratamento foi obtida a partir
das análises físico-químicas realizadas em quatro pontos estratégicos. O
primeiro, denominado P0, localizado na entrada do esgoto bruto, antes da
caixa de areia; o segundo, denominado P1, localizado após a caixa de areia,
antes do Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (UASB); o terceiro,
denominado P2, localizado na saída do Reator e entrada da lagoa de
polimento; e por fim, o quarto ponto, denominado P3, na saída da lagoa,
caracterizando, portanto, o efluente final. É importante salientar a existência do
ponto P4 (torneira na ETE), utilizado no experimento como fonte de água de
abastecimento. Neste processo de avaliação da ETE, destaca-se a importância
da obtenção dos parâmetros a serem analisados em campo e em laboratório.
Os mesmos podem ser observados nas Tabelas 6 e 7, respectivamente:
Tabela 6: Parâmetros analisados em campo
1 Condutividade Elétrica 2 Oxigênio dissolvido 3 pH 4 Salinidade 5 Temperatura
Tabela 7: Parâmetros analisados em laboratório
1 DBO/DQO (bruta e filtrada) 2 NTK 3 Nitrogênio Amoniacal 4 Nitrato 5 Nitrito 6 Fósforo Total 7 Ortofosfato 8 Coliformes 9 Helmintos 10 Sólidos 11 Potássio 12 Magnésio 13 Sulfato 14 Cloretos
-28-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
O monitoramento dos parâmetros foi realizado a partir das coletas
semanais das amostras de cada ponto estratégico na ETE, por um período de
três meses, tempo de duração do experimento, definido para o
acompanhamento da irrigação das mudas de eucalipto em viveiro. Os pontos
foram definidos estrategicamente ao longo da estação e podem ser observados
no esquema da Figura 8.
Dessa forma, as análises físico-químicas e biológicas realizadas nas
amostras de cada ponto, foram assim definidas:
• Nas amostras do ponto P0, as análises semanais de campo e
série de Sólidos;
• Nas amostras do ponto P1, as análises semanais de campo, DQO
bruta, DQO filtrada, DBO bruta, DBO filtrada, série de Sólidos,
série de Nitrogênio, Fósforo, Cloretos, Sulfato, Coliformes e
Helmintos (contagem e viabilidade);
Figura 8. Pontos de coleta no sistema da ETE Mangueira
-29-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
• Nas amostras do ponto P2, as análises semanais de campo, DQO
bruta, DQO filtrada, DBO bruta, DBO filtrada, série de Sólidos,
série de Nitrogênio, Fósforo, Cloretos, Sulfato, Coliformes e
Helmintos (contagem e viabilidade);
• Nas amostras do ponto P3, as análises semanais de campo, DQO
bruta, DQO filtrada, DBO bruta, DBO filtrada, série de Sólidos,
série de Nitrogênio, Magnésio, Fósforo, Ortofosfato, Potássio,
Cloretos, Sulfato, Coliformes e Helmintos (contagem e
viabilidade);
• Nas amostras do ponto P4, as análises semanais de campo, série
de Nitrogênio, Fósforo, Cloretos, Sulfato, Coliformes e Helmintos
(contagem e viabilidade).
Para obtenção dos resultados das análises, foram seguidas as
metodologias preconizadas no Standard Methods for Examination of Water and
Wastewater (AWWA/APHA/WEF, 1998).
Para quantificação e identificação de ovos de helmintos, foi utilizado o
método de Bailenger Modificado, enquanto para análise de viabilidade, foi
utilizada a técnica de inclusão e exclusão por corantes biológicos, ambas
descritas em Zerbini & Chernicharo (2001).
4.3 Experimento
4.3.1 Produção das mudas
As mudas de Eucaliptus urograndis, utilizadas no experimento, foram
desenvolvidas pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste
(CETENE), conforme Figura 9. Elas permaneceram em estufa até atingirem a
-30-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
altura média de 22 cm, quando da montagem do experimento e início dos
estudos.
Objetivando maior uniformidade dos resultados ao longo do processo de
irrigação, as mudas foram produzidas pelo processo de Clonagem.
4.3.2 Construção do viveiro
A Área Experimental para reúso do efluente tratado na irrigação das
mudas de eucalipto foi instalada na própria estação ETE Mangueira. Consistiu
de um viveiro construído sob as especificações da EMBRAPA, possuindo uma
área de 42 m², nas dimensões de 6m por 7m, esteio central com 3,5m de
altura, pé direito com 2,5m, cobertura de plástico transparente com grossura de
150 micra e contorno lateral em tela sombrite (Figura 10).
Figura 9. Mudas de eucalipto espécie Urograndis
-31-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
4.3.3 Tratamentos
Cada muda de Eucaliptus urograndis foi plantada em vaso fechado
contendo 10 kg de solo (Figura 11b). A irrigação foi manual e diária, nas
quantidades definidas para cada tratamento, tendo como base o Índice CP ou
Índice da Capacidade de Pote.
A Capacidade de Pote (CP) foi adotada como o conteúdo de água retida
pelo solo após sofrer saturação e conseqüente ação da gravidade, até o
cessamento da drenagem, segundo Souza et al. (2000).
Figura 10. Viveiro para cultivo das mudas de eucalipto
-32-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Foram definidos 6 tratamentos para o experimento, montados em blocos
casualizados, com 4 repetições. Dessa forma, com base no Índice CP, os
tratamentos T1, T2, T3, T4, T5 e T6, forneceram diferentes quantidades de
rega, monitorados por meio de pesagem e funcionando como lâminas de
irrigação.
O tratamento T1 consistiu em regar a muda até o solo atingir as
condições do Índice CP, enquanto T2, T3, T4, T5 e T6 consistiu em regar as
mudas até atingirem as condições de 80%, 60%, 40%, 80% e 80% do Índice
CP, respectivamente. Vale salientar que a irrigação T1, T2, T3 e T4 foi com
efluente de esgoto tratado e T5 e T6 com água de abastecimento. Para o
tratamento T5, definiu-se ainda a adição de NPK ao solo.
Figura 11. a) Muda de eucalipto espécie Urograndis. b) Plantio
-33-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Tabela 8: Tratamentos aplicados ao experimento
Tratamentos Descrição Peso* (kg)
T1 Irrigação com efluente de esgoto até atingir as condições de 100% do Índice CP 13,215
T2 Irrigação com efluente de esgoto até atingir as condições de 80% do Índice CP
12,615
T3 Irrigação com efluente de esgoto até atingir as condições de 60% do Índice CP 12,015
T4 Irrigação com efluente de esgoto até atingir as condições de 40% do Índice CP
11,415
T5 Irrigação com água de abastecimento até atingir as condições de 80% do índice CP + aplicação de NPK recomendada para a cultura
12,615
T6 Irrigação com água de abastecimento até atingir as condições de 80% do índice CP
12,615
* Peso= Conjunto (vaso+ solo + lâmina)
Obs.: Peso da muda desconsiderado
O acompanhamento e controle da irrigação se deu por pesagem diária.
Isso significa que todos dos dias, as mudas foram regadas de forma a atingir o
peso padrão do seu respectivo tratamento, conforme indicado na Tabela 8.
4.3.4 Coleta e Preparação do solo
O solo utilizado no experimento foi retirado de uma área disponível para
plantio no município de Moreno, uma vez que se objetiva futuramente o cultivo
de eucalipto com irrigação por efluente de esgoto tratado. Portanto, desse
local, foi coletada aproximadamente 300 kg de terra de uma camada de 20 cm.
A terra foi seca ao ar e homogeneizada, da qual foram colocados 10 kg em
cada vaso, totalizando 240 kg. No processo de preparação dos vasos, foi
retirada amostra de solo do tratamento T6 para análise química, uma vez que
T6 serviu de testemunha para o experimento.
Com base nos resultados obtidos, expressos na Tabela 15, observou-se
que o solo estava ácido e pobre em nutrientes. Para correção da acidez do solo
-34-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
foi introduzido carbonato de cálcio, na dose de 0,5 g para cada kg de solo.
Essa correção foi aplicada em todo experimento.
Vale lembrar que o tratamento T5 foi definido com adição de NPK e por
isso foram adotadas as recomendações do Instituto Agronômico de
Pernambuco (IPA, 2008) para a cultura do eucalipto (Tabela 9).
Tabela 9: Aplicação de NPK ao solo para cultura do eucalipto
Teor no solo Plantio Cobertura
........................................ g/planta ................................
Nitrogênio (N)
(não considerado) 10 10
Fósforo (P2O5)
mg/dm³ de P <11 30 -
11 - 20 20 - >20 10 -
Potássio (K2O)
cmolc/dm³ de K <0,12 15 15
0,12 - 0,23 10 15 >0,23 5 15
Obs. A aplicação de N e K, em cobertura, deverá ser feita após 90 dias do transplantio. Densidade: 2.000 plantas/ha
Fonte: IPA (2008)
Correlacionando os resultados de análise do solo, expresso na Tabela
15, com as recomendações acima, ficou definido a adição da quantidade de 10
g/planta para o Nitrogênio (N), 30 g/planta de Fósforo (P2O5) e 15 g/planta de
Potássio (K2O).
A introdução dos valores de NPK/planta se deu através do uso dos
respectivos sais: sulfato de amônio 20%, fosfato supersimples 18% e cloreto de
potássio 60%. Após a adição de cada fertilizante, o solo foi homogeneizado
fora do vaso, e só depois retornou para o mesmo. Somente 20 dias após essa
-35-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
aplicação, sempre deixando o solo úmido, foi iniciado o plantio das mudas no
vaso.
4.4 Montagem do Experimento e Controle
Com o viveiro montado e as mudas plantadas em seus respectivos
vasos, foi possível a montagem e o início dos estudos in loco. O delineamento
estatístico utilizado foi o denominado delineamento blocos casualizados, uma
vez que o mesmo é mais eficiente que o delineameno inteiramente
casualizado, e essa eficiência depende da homogeneidade das parcelas de
cada bloco, podendo inclusive, haver diferenças bem acentuadas das
condições experimentais de um bloco para outro (IPA, 2008).
Os tratamentos aplicados foram espalhados no viveiro de acordo com a
distribuição proposta para o delineamento (Figura 12a).
Figura 12. a) Cultivo das mudas em vasos (semana 6). b) Irrigação por pesagem diária
-36-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Para o monitoramento da irrigação por pesagem diária foi utilizada a
balança PRIX III/TOLEDO à bateria, com a capacidade de 15 kg e precisão de
5 g (Figura 12b). Em anexo o quadro de controle da irrigação.
O tempo de avaliação do experimento foi de 3 meses, período em que a
planta se denomina como na fase de muda.
Ao longo do experimento, os parâmetros de crescimento das mudas:
altura da planta, diâmetro do caule, diâmetro da copa e número de folhas foram
monitorados semanalmente, enquanto a matéria seca foi determinada apenas
no final do experimento.
Além disso, após o término do experimento, foram acondicionadas todas
as mudas, além das amostras de seus respectivos solos, e levados ao
Laboratório de Fertilidade do Solo da UFRPE, para a determinação dos
nutrientes: nitrogênio, fósforo e potássio nas folhas, caule e solo. Para tal
avaliação foi utilizada a metodologia do manual de análises da Embrapa
(Embrapa, 1999).
Com base nos resultados obtidos, foram avaliados estatisticamente os
parâmetros de crescimento das mudas, além dos teores de nutrientes na planta
e no solo. Nas plantas, foram determinados o conteúdo de nitrogênio, fósforo e
potássio e no solo a concentração de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e
magnésio.
Para tal avaliação, foi realizada a análise de variância (ANOVA) e, em
seguida, o teste de F, pela comparação entre o Fc calculado através da razão
entre o quadrado médio dos tratamentos e quadrado médio dos resíduos (Fc =
QMtratamento/QMresíduo), e o F teórico tabelado para cada parâmetro estudado nos
níveis de 1% e 5%. Por último as hipóteses foram testadas para encontrar
possíveis diferenças entre os tratamentos, através do Teste de Tukey (P>0,05).
-37-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
5.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Resultado das Análises Laboratoriais
5.1.1 Pontos de Coleta na ETE
Para o ponto P0, na entrada de esgoto bruto, antes da caixa de areia,
temos os seguintes resultados (Tabela 10):
Tabela 10: Caracterização físico-química para o ponto P0
Valores médios dos Parâmetros
(N=13 amostras) Unidades Ponto P0 DesvPad CV % Erro da
média
Temperatura °C 30,3 1,64 5,4 0,47 pH - 7,1 0,2 3,1 0,06
Cond. Elétrica µS/cm 1075,0 251,24 23,4 69,7 Sais °/ºº 0,4 0,18 45,3 0,05
Sólidos Totais mg/L 908,5 228,05 25,1 63,25 Sólidos Tot. Fixos mg/L 521,4 106,88 20,5 29,64
Sólidos Tot. Voláteis mg/L 387,2 146,51 37,8 40,63 Sólidos Susp. Totais mg/L 279,3 205,96 73,7 57,12 Sólidos Susp. Fixos mg/L 70,8 76,14 107,5 21,12
Sólidos Susp. Voláteis mg/L 208,5 140,54 67,4 38,98 Sólidos Dissolv. Totais mg/L 629,2 126,90 20,2 35,20 Sólidos Dissolv. Fixos mg/L 450,5 99,09 22,0 27,48
Sólidos Dissolv. Voláteis mg/L 178,7 70,59 39,5 19,58
Para o ponto P1, na entrada de esgoto bruto, logo após a caixa de areia,
temos os seguintes resultados (Tabela 11):
-38-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Tabela 11: Caracterização físico-química para o ponto P1
Valores médios dos Parâmetros
(N=13; aN=12; bN=11; cN=7; dN=6 amostras)
Unidades Ponto P1 DesvPad CV % Erro da média
Temperaturaa °C 30,2 1,63 5,4 0,47 pHa - 7,1 0,2 2,6 0,05
Cond. Elétrica µS/cm 1066,1 243,48 22,8 67,5 Sais °/ºº 0,4 0,22 53,0 0,06
Alcalinidadea mg/L 167,1 42,56 25,5 12,29 Cloretosb mg/L 186,7 32,17 17,2 9,70
Dureza Totalb mg/L 168,9 47,00 27,8 14,17 Dureza Cálciob mg/L 65,7 16,55 25,2 4,99
Cor mg/L Pt-Co 1737,7 765,99 44,1 212,45 Turbidez NTU 660,4 354,79 53,7 98,40
Sólidos Totais mg/L 999,5 288,99 28,9 80,15 Sólidos Tot. Fixos mg/L 575,5 130,31 22,6 36,14
Sólidos Tot. Voláteis mg/L 424,1 175,94 41,5 48,80 Sólidos Susp. Totais mg/L 335,4 217,47 64,8 60,32 Sólidos Susp. Fixos mg/L 96,0 102,70 107,0 28,48
Sólidos Susp. Voláteis mg/L 239,4 161,23 67,3 44,72 Sólidos Dissolv. Totais mg/L 664,2 159,01 23,9 44,10 Sólidos Dissolv. Fixos mg/L 479,5 149,98 31,3 41,60
Sólidos Dissolv. Voláteis mg/L 184,7 89,51 48,5 24,83 Sulfato mg/L 48,7 23,10 47,4 8,73
DBO brutab mg/L 349,1 128,57 36,8 38,76 DBO filtradab mg/L 152,7 63,54 41,6 19,16 DQO brutab mg/L 518,7 236,14 45,5 71,20 DQO filtradab mg/L 227,9 106,27 46,6 32,04
NTKc mg/L N-NO2 21,1 11,28 53,3 4,26 Nitrogênio Amoniacalc mg/L N-NH3 15,6 10,91 70,0 4,12
Nitritoc mg/L N-NO2 0,1 0,04 33,1 0,01 Fósforo mg/L 3,4 3,28 97,3 1,34
Coliformes Totaisd NMP/100mL 9,73E+08 8,77E+08 90,1 3,58E+08 Coliformes
Termotolerantesd NMP/100mL 5,3E+08 5,03E+08 94,9 2,06E+08 Helmintos Contagemd - 91,11 57,61 63,2 23,52 Helmintos Viabilidaded - 0,0 0,0 0,0 0,0
Para o ponto P2, localizado entre o reator anaeróbio de fluxo ascendente
e a lagoa de polimento, temos os seguintes resultados (Tabela 12):
-39-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Tabela 12: Caracterização físico-química para o ponto P2
Valores médios dos Parâmetros
(N=13; aN=12; bN=11; cN=7; dN=6 amostras)
Unidades Ponto P2 DesvPad CV % Erro da média
Temperaturaa °C 30,0 1,31 4,4 0,38
pHa - 7,1 0,2 2,8 0,06
Cond. Elétrica µS/cm 1060,2 174,71 16,5 48,5
Sais °/ºº 0,4 0,17 38,4 0,05
Alcalinidadea mg/L 198,3 38,82 19,6 11,21
Cloretosb mg/L 183,1 39,38 21,5 11,87
Dureza Totalb mg/L 177,2 51,80 29,2 15,62
Dureza Cálciob mg/L 75,0 21,58 28,8 6,51
Cor mg/L Pt-Co 847,7 425,86 50,2 118,11
Turbidez NTU 354,2 220,88 62,4 61,26
Sólidos Totais mg/L 780,2 146,48 18,8 40,63
Sólidos Tot. Fixos mg/L 519,5 84,24 16,2 23,36 Sólidos Tot. Voláteis mg/L 260,8 119,38 45,8 33,11 Sólidos Susp. Totais mg/L 129,4 55,95 43,2 15,52 Sólidos Susp. Fixos mg/L 36,3 31,50 86,8 8,74
Sólidos Susp. Voláteis mg/L 93,1 39,65 42,6 11,00 Sólidos Dissolv. Totais mg/L 650,8 128,67 19,8 35,69 Sólidos Dissolv. Fixos mg/L 483,2 74,81 15,5 20,75
Sólidos Dissolv. Voláteis mg/L 167,7 117,30 69,9 32,53 Sulfato mg/L 24,3 18,63 76,7 7,04
DBO brutab mg/L 154,1 56,87 36,9 17,15 DBO filtradab mg/L 75,7 17,43 23,0 5,51 DQO brutab mg/L 212,9 108,43 50,9 32,69 DQO filtradab mg/L 112,2 71,73 63,9 21,63
NTKc mg/L N-NO2 19,6 10,55 53,9 3,99 Nitrogênio Amoniacalc mg/L N-NH3 15,6 7,52 48,3 2,84
Nitritoc mg/L N-NO2 0,1 0,06 57,0 0,02 Fósforod mg/L 2,4 2,02 85,4 0,82
Coliformes Totaisd NMP/100mL 1,8E+08 1E+08 56,5 4,1E+07 Coliformes
Termotolerantesd NMP/100mL 5,8E+07 6,3E+07 109,7 2,6E+07 Helmintos Contagemd - 26,7 34,32 128,7 14,01 Helmintos Viabilidaded - 0,0 0,0 0,0 0,0
Para o ponto P3, efluente da ETE utilizado na irrigação das mudas,
localizado após a lagoa de polimento, temos os seguintes resultados (Tabela
13):
-40-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Tabela 13: Caracterização físico-química para o ponto P3
Valores médios dos Parâmetros
(N=13; aN=12; bN=11; cN=9; dN=7 amostras)
Unidades Ponto P3 DesvPad CV % Erro da média
Temperaturaa °C 30,9 1,66 5,4 0,48 pHa - 7,8 0,5 7,0 0,16
Cond. Elétrica µS/cm 959,0 114,10 11,9 31,6 Sais °/ºº 0,4 0,23 61,9 0,06 ODa mg/L 4,6 3,21 70,0 0,93
Alcalinidadea mg/L CaCO3 152,8 21,98 14,4 6,35 Cloretosb mg/L 190,3 66,60 35,0 20,08
Dureza Totalc mg/L 171,3 37,10 21,7 12,37 Dureza Cálcioc mg/L 81,8 15,50 19,0 5,17
Cor mg/L Pt-Co 442,7 139,49 31,5 38,69 Turbidez NTU 149,2 53,88 36,1 14,94
Sólidos Totais mg/L 644,8 69,04 10,7 19,15 Sólidos Tot. Fixos mg/L 459,5 45,75 10,0 12,69
Sólidos Tot. Voláteis mg/L 185,3 51,20 27,6 14,20 Sólidos Susp. Totais mg/L 98,0 68,04 69,4 19,64 Sólidos Susp. Fixos mg/L 37,6 61,22 162,8 19,36
Sólidos Susp. Voláteis mg/L 68,0 52,92 77,8 15,28 Sólidos Dissolv. Totais mg/L 545,5 71,51 13,1 20,64 Sólidos Dissolv. Fixos mg/L 415,5 67,96 16,4 21,49
Sólidos Dissolv. Voláteis mg/L 117,7 29,25 24,9 9,25 Sulfatob mg/L 31,7 13,74 43,4 4,35
DBO bruta mg/L 55,2 11,85 21,5 3,29 DBO filtrada mg/L 33,4 20,35 60,9 6,14 DQO bruta mg/L 155,2 104,28 67,2 28,92 DQO filtrada mg/L 67,5 39,29 58,2 11,85
NTKc mg/L N-NO2 13,9 5,23 37,7 1,74 Nitrogênio Amoniacalc mg/L N-NH3 9,6 3,57 37,4 1,19
Nitritod mg/L N-NO2 0,1 0,06 43,4 0,02 Potássio mg/L 16,0 0,82 5,1 0,24 Fósforob mg/L 2,0 1,89 92,7 0,60
Ortofosfatod - 0,04 0,03 70,8 0,01 Magnésio mg/L 16,0 1,63 10,2 0,47
Coliformes Totaisd NMP/100mL 5,1E+07 1,3E+08 258,95 5,0E+07 Coliformes
Termotolerantesd NMP/100mL 5,7E+05 6,1E+05 106,3 2,5E+05 Helmintos Contagemd - 0,0 0,0 0,0 0,0 Helmintos Viabilidaded - 0,0 0,0 0,0 0,0
Avaliando os resultados dos parâmetros de DBO5, coliformes fecais e
nematódios intestinais, relatados nas principais normas e requisitos de reúso
-41-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
para cultura florestal citados neste trabalho (Tabelas 1, 2 e 3), observou-se que
o efluente utilizado na irrigação das mudas está de acordo com os padrões
exigidos nas Tabelas 1 e 2, ou seja, DBO5 total até 60 mg/L, nematóides
intestinais inferior ou igual a 1 ovo/L e coliformes (não estabelecido para cultura
de árvores).
Para o ponto P4, água de abastecimento, temos os seguintes resultados
(Tabela 14):
Tabela 14: Caracterização físico-química para o ponto P4
Valores médios dos Parâmetros
(N=12; aN=11; bN=10; cN=7 amostras)
Unidades Ponto P4 DesvPad CV % Erro da média
Temperaturaa °C 30,3 1,53 5,1 0,46 pHa - 7,2 0,4 5,7 0,13
Cond. Elétrica µS/cm 606,4 258,86 42,7 74,7 Sais °/ºº 0,1 0,18 141,2 0,05 OD mg/L 5,7 2,03 35,6 0,59
Alcalinidadeb mg/L 60,7 61,99 102,1 19,60 Cloretosb mg/L 152,5 89,50 58,7 28,30
Dureza Total mg/L 249,0 100,95 40,5 50,47 Dureza Cálcio mg/L 106,8 34,46 32,3 17,23
Corb mg/L Pt-Co 12,1 7,26 60,0 2,30 Turbidezb NTU 6,9 6,40 92,8 2,02 Sulfatob mg/L 33,4 11,82 35,4 3,74 NTKb mg/L N-NO2 0,2 0,35 218,9 0,11
Nitrogênio Amoniacal mg/L N-NH3 0,0 0,00 0,0 0,00 Nitrito mg/L N-NO2 0,0 0,00 0,0 0,00 Fósforo mg/L 0,04 0,05 129,1 0,02
Coliformes Totaisc NMP/100mL <2 - - - Coliformes
Termotolerantesc NMP/100mL <2 - - - Helmintos Contagemc - 0,0 0,0 0,0 0,0 Helmintos Viabilidadec - 0,0 0,0 0,0 0,0
-42-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
5.1.2 Solo
As amostras de solo retiradas no processo de montagem do tratamento
T6, uma de cada vaso, foram enviadas para o laboratório de Solos da Estação
Experimental de Cana-de-açucar/UFRPE, e o resultado do material analisado
pode ser observado na Tabela 15. Vale lembrar que o Tratamento T6 serviu de
testemuha para o experimento.
Tabela 15: Resultado da análise química do solo
Parâmetros Unidades Resultado
pH - 5,1 Fe mg/dm3 64,4 Cu mg/dm3 0,5 Zn mg/dm3 4,3 Mn mg/dm3 1,7 P mg/dm3 0,2 K cmolc/dm
3 0,07 Na cmolc/dm
3 0,06 Al cmolc/dm
3 0,1 Ca cmolc/dm
3 0,80 Mg cmolc/dm
3 0,5
5.2 Determinação da Eficiência de Tratamento da ETE
Mangueira
Para determinação da eficiência de tratamento da estação ETE
Mangueira, foram considerados os resultados das principais análises
laboratoriais para os pontos de coleta P1 e P3, respectivamente, entrada de
esgoto bruto no reator e efluente após a lagoa de polimento, conforme
podemos observar na Tabela 16. É importante salientar que esta avaliação é
-43-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
de caráter restrito ao período experimental, três meses de acompanhamento
das mudas, com coletas semanais.
Tabela 16: Avaliação da eficiência de tratamento da ETE Mangueira
Valores médios dos Parâmetros
(N=13; aN=11; bN=6 amostras) Unidades Ponto P1 Ponto P3 Eficiência
(%)
Sólidos Totais mg/L 999,54 644,77 35 Sólidos Tot. Fixos mg/L 575,46 459,46 20
Sólidos Tot. Voláteis mg/L 424,08 185,31 56 Sólidos Susp. Totais mg/L 335,38 98,00 71 Sólidos Susp. Fixos mg/L 95,95 37,60 61
Sólidos Susp. Voláteis mg/L 239,42 68,00 72 Sólidos Dissolv. Totais mg/L 664,16 545,50 18 Sólidos Dissolv. Fixos mg/L 479,51 415,50 13
Sólidos Dissolv. Voláteis mg/L 184,66 117,70 36 DBOb
a mg/L 349,09 55,15 84
DBOf a mg/L 152,73 33,42 78
DQOb a mg/L 518,73 155,23 70
DQOf a mg/L 227,91 67,55 70
Helmintos Contagemb - 91,11 0,00 100
Conforme se pode extrair da Tabela 16, o sistema apresentou uma
excelente eficiência na remoção de helmintos, muito boa eficiência na remoção
de DBO e razoável na remoção de DQO. Num contexto geral, o sistema
apresentou um bom resultado no processo de tratamento de esgotos
domésticos, embora a remoção de sólidos não tenha sido satisfatória.
5.3 Resultado para os Parâmetros de Crescimento das Mudas
de Eucalipto
O parâmetro diâmetro do caule não apresentou diferença significativa
entre os tratamentos (Tabela 17), possivelmente devido ao curto tempo de
experimentação.
-44-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Tabela 17: Resultado estatístico para os parâmetros de crescimento da
planta
PARÂMETROS DE CRESCIMENTO
Altura (cm) Diâmetro do Caule (cm)
Diâmetro da Copa (cm)
Número de Folhas (ud)
Matéria Seca (g)
Tratam. Média Tratam. Média Tratam. Média Tratam. Média Tratam. Média T2 65a T2 1,3NS T2 80a T2 387a T2 103a T5 63ab T3 1,2NS T3 73ab T3 365ab T3 91ab T3 61abc T6 1,2NS T6 67b T6 290bc T6 87abc T6 55bcd T5 1,1NS T4 66b T5 278bc T5 69bcd T4 53cd T1 1,1NS T5 65b T4 275bc T4 60cd T1 49d T4 1,0NS T1 62b T1 266c T1 41d
T1= Irrigação com efluente na quantidade de 100% do Índice CP; T2= Irrigação com efluente na quantidade de 80%
do Índice CP; T3= Irrigação com efluente na quantidade de 60% do Índice CP; T4= Irrigação com efluente na
quantidade de 40% do Índice CP; T5= Irrigação com água na quantidade de 80% do Índice CP + adição de NPK; T6=
Irrigação com água na quantidade de 80% do Índice CP.
Médias com mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05).
NS= Diferença não significativa.
O resultado estatístico para o parâmetro de altura da planta indica que
os tratamentos T2, T5 e T3 apresentaram alturas com dimensões médias
semelhantes, enquanto os demais tratamentos T6, T4 e T1 apresentaram
dimensões médias de altura inferiores. Isso acaba revelando um melhor
desempenho de T2, T5 e T3 e algumas particularidades importantes entre eles.
Na prática, T2, T5 e T3 se assemelham quanto ao percentual de
irrigação do solo, já que, constituem, respectivamente, irrigação à 80%, 80% e
60%. Além disso, os três tratamentos são fornecedores de nutrientes à planta:
T2 e T3 por meio da irrigação por efluente de esgoto tratado e T5 pela adição
de NPK ao solo. Dessa forma, o bom desempenho pode ser explicado pela
combinação do percentual de irrigação e teor de nutrientes.
Coraucci Filho (2010), em seu experimento com irrigação de eucalipto
por efluente de lagoa facultativa, observou que os tratamentos irrigados com
-45-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
esgoto apresentaram maior desenvolvimento das plantas em relação ao
tratamento irrigado apenas com água e àqueles com água e adubação.
A estatística do parâmetro de diâmetro da copa indica os melhores
resultados para os tratamentos T2 e T3, uma vez que apresentaram os maiores
diâmetros com dimensões médias semelhantes. Ou seja, assim como no
parâmetro de altura, observa-se uma boa reação da planta à influência dos
nutrientes do efluente de esgoto tratado e à faixa de irrigação dos tratamentos
T2 e T3, respectivamente, 80% e 60%.
É importante salientar que T5, embora com um bom desempenho na
altura da planta, não apresentou um resultado satisfatório quanto ao diâmetro
da copa. Assemelhando-se estatisticamente a T4, T1 e T6, seu resultado
expressa um comportamento curioso da planta: menor diâmetro da copa,
porém com maior altura.
Um detalhe importante observado ao longo do experimento, é que
apenas nas mudas submetidas ao tratamento T5 ocorreu o aparecimento
constante de larvas e lagartas, o que pode ser resultado da adição de NPK. Na
Figura 13a e 13b fica evidenciado tal fato. A adubação mineral e o uso de
agrotóxicos provocam inibição na síntese de proteínas, causando acúmulo de
nitrogênio e aminoácidos livres no suco celular e na seiva da planta, alimento
que pragas utilizarão para se ploriferar, é a chamada Teoria da Trofobiose
(Guazelli & Schimitz, 1996).
-46-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Já os resultados do parâmetro de número de folhas se assemelham com
os do diâmetro da copa, onde T2 e T3 apresentaram melhor desempenho. As
médias das quantidades de folhas foram semelhantes entre os dois
tratamentos. Mais uma vez T2 e T3, irrigados à 80% e 60% respectivamente,
com efluente de esgoto tratado, demonstraram efeito positivo no
desenvolvimento da muda de eucalipto.
Quanto ao parâmetro de matéria seca, observa-se que os tratamentos
T3 e T6 apresentaram pesos médios semelhantes ao tratamento T2. Foi o
único parâmetro em que T6 apresentou bom desempenho, igualando-se ao T3
e T2. Dessa forma, é possível atribuir esse resultado ao fato das mudas terem
passado por processo de secagem exigido para obtenção da matéria seca e
perderem toda influência da massa líquida.
5.4 Resultado para os Conteúdos de Nutrientes nas Plantas
de Eucalipto
Avaliando os teores de N (Tabela 18), observa-se que o tratamento T2
obteve excelente desempenho para o teor de N nas folhas, uma vez que
Figura 13. a) Incidência de lagarta em T5. b) Folhas destruídas
-47-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
nenhum outro tratamento apresentou folhas com teor médio semelhante ao de
T2. Isso é de grande importância, já que as plantas necessitam de N em maior
quantidade na fase ativa de crescimento, como estimulante na produção de
clorofila, responsável pela produção de folhas fortes e verde intenso, além da
formação das defesas vegetais contra pragas (Corsi, 1986). O bom
desempenho de T2 acaba revelando que o efluente, sob influência da irrigação
à 80%, foi um ótimo fornecedor de N para a planta. No caule, apenas o
tratamento T3 apresentou teores médios de N semelhantes ao do tratamento
T2.
Tabela 18: Resultado estatístico para os parâmetros de nutrientes na
planta
CONTEÚDOS DE NUTRIENTES NA PLANTA
NITROGÊNIO (g) FÓSFORO (g) POTÁSSIO (g)
Folhas Caule Folhas Caule Folhas Caule Trat. Média Trat. Média Trat. Média Trat. Média Trat. Média Trat. Média T2 0,66a T2 0,14a T2 0,08a T5 0,10a T1 2,28a T5 1,31a T3 0,51b T3 0,13ab T1 0,07ab T2 0,06ab T2 2,15a T1 0,53b T4 0,48b T1 0,09bc T3 0,07ab T3 0,05ab T5 1,97ab T3 0,52b T1 0,46b T4 0,08c T4 0,05ab T1 0,04b T4 1,75ab T2 0,49b T5 0,23c T5 0,06c T5 0,04ab T4 0,03b T3 1,70ab T6 0,46b T6 0,17c T6 0,04c T6 0,02b T6 0,03b T6 1,07b T4 0,41b
T1= Irrigação com efluente na quantidade de 100% do Índice CP; T2= Irrigação com efluente na quantidade de 80%
do Índice CP; T3= Irrigação com efluente na quantidade de 60% do Índice CP; T4= Irrigação com efluente na
quantidade de 40% do Índice CP; T5= Irrigação com água na quantidade de 80% do Índice CP + adição de NPK; T6=
Irrigação com água na quantidade de 80% do Índice CP.
Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05).
Quanto aos teores de P, houve uma semelhança maior entre os
tratamentos. Tanto nas folhas, quanto nos caules, em geral, as médias são
semelhantes. Vale salientar que P é crucial no metabolismo das plantas,
desempenhando papel importante na transferência de energia da célula, na
respiração e na fotossíntese (Grant, 2001). A Figura 14 mostra uma
-48-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
particularidade do tratamento T6, cuja irrigação foi com água de abastecimento.
O baixo teor de P influenciou diretamente a coloração das folhas das mudas.
Plantas deficientes em P apresentam coloração arroxeada como
principal sintoma (Guidi et al., 1994). Isto demonstra que o solo utilizado é
muito pobre no nutriente e que o P contido no efluente, tal como observado
para o N, é suficiente para suprir a demanda das plantas.
Observa-se na Figura 14a a coloração roxa proveniente do tratamento
T6, irrigação com água de abastecimento, enquanto na Figura 14b, o verde
intenso é reflexo do teor de nitrogênio e fósforo do tratamento T2, irrigação com
efluente de esgoto tratado.
Avaliando o resultado estatístico para os teores de K, nas folhas
observa-se maior semelhança entre os tratamentos, enquanto no caule,
nenhum outro tratamento apresentou teor médio de K semelhante ao do
tratamento T5, provavelmente pela adição de NPK ao solo.
Figura 14. a) Muda tratamento T6 (semana 9). b) Muda tratamento T2 (semana 9)
-49-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Segundo Jacoby et al. (1994), o potássio está envolvido no crescimento
de tecidos meristemáticos, já que os fitohormônios que participam desse
processo são postos em ação pelo nutriente, com a função de crescimento
longitudinal. Isso justifica o fato das mudas do tratamento T5 apresentarem
como principal característica o crescimento longitudinal: altura acentuada com
menor diâmetro de copa e menor número de folhas, em relação aos
tratamentos com altura semelhante.
O fato de T5 apresentar um desempenho superior no teor de K
encontrado no caule, não significa que o efeito sobre a planta foi maior ou
melhor que, por exemplo, o tratamento T2, uma vez que as mudas deste
apresentaram maior altura, maior diâmetro da copa e número de folhas.
5.5 Resultado para os Parâmetros de Nutrientes no Solo
Tanto para K, quanto para Ca não foram encontradas diferenças
significativas entre os tratamentos (Tabela 19).
Tanto para o N, quanto para o Mg, os resultados mostraram uma maior
semelhança entre as médias dos tratamentos (Tabela 19). Contudo, a maior
diferença se concentrou entre os tratamentos T3 e T6. O primeiro apresentou
um melhor resultado, uma vez que a irrigação foi por efluente de esgoto, e o
segundo com irrigação com água de abastecimento, acabou apresentando a
menor média para os teores de N e Mg. Na prática, este resultado acaba se
mostrando coerente, já que os nutrientes N e Mg podem ser fornecidos numa
quantidade bem maior pelo efluente de esgoto do que pela água de
abastecimento.
-50-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Tabela 19: Resultado estatístico para os parâmetros de nutrientes no solo
TEORES DE NUTRIENTES NO SOLO
NITROGÊNIO (dag/kg)
FÓSFORO (mg/dm³)
POTÁSSIO (cmolc/dm³)
CÁLCIO (cmolc/dm³)
MAGNÉSIO (cmolc/dm³)
Trat. Média Trat. Média Trat. Média Trat. Média Trat. Média T3 0,07a T5 3,48a T1 0,13NS T2 3,56NS T3 0,83a T2 0,06ab T4 0,98b T5 0,13NS T4 3,46NS T2 0,80ab T5 0,06ab T2 0,68b T2 0,12NS T1 3,42NS T5 0,78ab T4 0,06ab T3 0,63b T3 0,12NS T3 3,29NS T4 0,74ab T1 0,05ab T1 0,45b T4 0,10NS T5 3,00NS T1 0,70ab T6 0,03b T6 0,28b T6 0,09NS T6 2,50NS T6 0,66b
T1= Irrigação com efluente na quantidade de 100% do Índice CP; T2= Irrigação com efluente na quantidade de 80%
do Índice CP; T3= Irrigação com efluente na quantidade de 60% do Índice CP; T4= Irrigação com efluente na
quantidade de 40% do Índice CP; T5= Irrigação com água na quantidade de 80% do Índice CP + adição de NPK; T6=
Irrigação com água na quantidade de 80% do Índice CP.
Médias com mesma letra não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05).
NS= Diferença não significativa.
Com relação ao P no solo, não houve nenhum tratamento que
apresentou teor médio semelhante ao tratamento T5. Isso se deve ao fato da
adição de NPK.
Contudo, tendo como base os resultados satisfatórios dos tratamentos
T2 e T3 para maioria dos parâmetros de crescimento da planta e teores de
nutrientes, o reúso representa uma alternativa viável para irrigação da espécie.
A partir de estudos mais aprofundados sobre a produtividade da cultura e o
custo de produção, é possível reduzir os custos com fertilização através da
substituição total ou parcial dos fertilizantes minerais pelo efluente de esgoto
tratado.
-51-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
6.0 CONCLUSÕES
No contexto geral, o sistema de tratamento de esgotos da ETE Mangueira
apresentou eficiência de tratamento considerável, uma vez que obteve 84% na
remoção de DBO bruta, 78% na remoção de DBO filtrada, 70% na de DQO
bruta e filtrada e 100% na remoção de helmintos. Isso representa um fator
positivo na busca por um efluente dentro dos requisitos necessários e
compatíveis com as exigências da cultura a ser utilizada.
Quanto aos padrões de reúso em irrigação, o efluente esteve dentro da
faixa de valores dos principais parâmetros estabelecidos pelas normas. A DBO,
a concentração de coliformes fecais, bem como a de nematódios intestinais
esteve dentro dos padrões necessários para irrigação florestal.
Em relação à planta, o crescimento das mudas foi maior nos tratamentos
T2 e T3 quando comparado aos demais. Ambos consistiram no reúso de
efluente de esgoto tratado, com percentual de irrigação de 80% e 60%,
respectivamente, revelando que a planta reagiu bem a essa faixa de irrigação
combinada com os nutrientes do efluente. Os piores resultados foram dos
tratamentos T1 e T4, o que já era esperado, uma vez que o percentual de
irrigação de 100% e 40%, respectivamente, representam excesso e escassez,
promovendo, dessa forma, desequilíbrio para a planta.
A fertirrigação com efluente (tratamento T2) foi capaz de acumular
nutrientes como N nas folhas e caule da planta. Isso representa uma grande
vantagem.
Assim sendo, o reúso de efluente de esgoto doméstico tratado na irrigação
da cultura das mudas de eucalipto mostrou-se viável, devendo ser considerado
como uma possibilidade de atendimento à esta cultura.
-52-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APHA; AWWA; WEF. 1998. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20th Edition. Washington: APHA; AWWA; WPFC.
AQUINO, S. F. 2003. Caracterização da DQO Efluente de Sistemas de Tratamento Biológico. Engenharia Sanitária e Ambiental. Rio de Janeiro, v.8, n.3, p.135-144.
Aracruz. 2006. Sistemas de Tratamento de Esgoto. SAAE – Serviço autônomo de Água e Esgoto. Junho de 2006. p. 1-14. Disponível em: <http://saaeara.com.br/arquivo/outros/tratamento_de_esgoto.pdf> Acessado em 15.09.2010 às 23h.
ASSENHEIMER, A. 2009. Benefícios do Uso de Biossólidos como Substratos na Produção de Mudas de Espécies Florestais. Revista do Setor de Ciências Agrárias e Ambientais. v. 5, n. 2. maio/ago 2009. p. 321-329.
Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas – ABRAF. 2010. Anuário Estatístico da ABRAF. 136 p.
Associação Brasileira de Celulose e Papel - BRACELPA. 2007. Revista - Edição Especial – Agosto 2007. Disponível em: <www.bracelpa.org.br> Acessado em 18.09.2010 às 20 h.
ATHAYDE JÚNIOR, G. B.; LEITE, V. D. 2010. Tratamento De Águas Residuárias Domésticas Para Reuso Na Agricultura I: Lagoas De Estabilização. Sebrae Biblioteca Online. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/AE485CFBF901546483256F8600489F26/$File/NT000A301E.pdf>. Acessado em 20.09.2010 às 21h e 20 min.
BANZATTO, D. A.; KRONKA, S. N. 2008. Experimentação Agrícola. 4ª edição, 2ª Impressão. Jaboticabal – SP, Funep. 237p.
BARROS, K. K. 2004. Avaliação do Desempenho de Sistemas de Tratamento Aeróbio e Anaeróbio e das Características do Lodo de Esgoto Doméstico. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco. 132 p.
-53-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
BAENA, E. S. 2005. A Rentabilidade Econômica da Cultura do Eucalipto e sua Contribuição ao Agronegócio Brasileiro. Conhecimento Interativo, São José dos Pinhais, PR. v. 1, n. 1, jul/dez. 2005. p. 3-9.
BERNADI, C. C. 2003. Reuso de Água para Irrigação. Brasília: ISAEFGV/ECOBUSINESS SCHOOL. (Monografia - MBA em Gestão Sustentável da Agricultura Irrigada, área de concentração Planejamento Estratégico). 52 p.
BURBARELLI, R. C.; PIRES, M. S. G.; CORAUCCI FILHO, B.; SIVIERO, A. R.; GUIMARÃES, J. R. 2010. Avaliação Microbiológica do Solo em Área Irrigada com Efluente de Lagoa de Estabilização. Revista DAE. n. 184, ano LVIII, set/2010. p. 65-68.
CAMPOS, C. M. M.; CARMO, F. R.; BOTELHO, C. G.; COSTA , C. C. 2006. Desenvolvimento e Operação de Reator Anaeróbico de Manta de Lodo (UASB) no tratamento dos efluentes da suinocultura em escala laboratorial. Ciências Agrotecnologia, Lavras. v. 30, n. 1, jan/fev 2006. p. 140-147.
CALDER, I. R.; HALL, R.L.; ADLARD, P.G. Growth and Water Use of Forest Plantations. Chichester: J. Willey.1992. 391 p.
CAVALCANTI, P. F. F.; MAYER, M. G. R.; MOREIRA, E. A.; VAN HAANDEL, A. 2001. Lagoas de Polimento para o Pós-Tratamento de Esgotos Digeridos –- PARTE 2: REMOÇÃO DE PATÓGENOS. In: CHERNICHARO, C. A. L. (Coordenador). Pós-Tratamento de Efluentes de Reatores Anaeróbios. Coletânea de Trabalhos Técnicos. v. 2, PROSAB. 1º Edição. Belo Horizonte, SEGRAC EDITORA, 2001. p.79-86.
CARRARO, J. V. 1995. Tratamento de Efluente Bruto Cítrico Líquido no Solo por Meio de Sulcos Largos de Infiltração. Pós-graduação em Engenharia Civil. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
CARVALHO, K.Q.; SALGADO, M.T.; PASSIG, F.H.; PIRES, E.C. 2008. Avaliação Hidrodinâmica de Reator UASB Submetido à Variação Cíclica de Vazão. Engenharia Sanitária e Ambiental. v. 13, n. 2, p. 226-235.
Celulose Nipo-Brasileira S.A – Cenibra. 2009. Disponível em: <http://www.cenibra.com.br> Acessado em 18.09.2010 às 17 h e 30 min.
CROOK, J. 1993. Critério de Qualidade da Água para Reuso. Revista DAE-SABESP – nov/dez. p. 10-15.
-54-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
CRUZ, L. S. 2005. Variação Temporal das Comunidades Fitoplanctônicas em Lagos de Polimento de Efluente de um Reator Anaeróbio Compartimentado Tratando Esgoto Sanitário. Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo. Dissertação de Mestrado – Vitória, Dezembro de 2005. 173 p.
CHERNICHARO, C. A, 1997. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias. Reatores anaeróbios. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – DESA. Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. v. 5, p. 85-88, Cap.3.
CORSI, M. 1986. Adubação Nitrogenada das Pastagens. In: Peixoto, A. M.; Moura, J. C de; Faria, V. P. de. Pastagens: Fundamentos da Exploração Racional. Piracicaba: FALQ, p.109-132.
COURAUCI, FILHO, B.; STEFANUTTI, R.; VERONEZ, A. H. 2010. Irrigação de Eucalipto com Efluente Sanitário de Lagoa Facultativa: Eficiência do Sistema Solo-Planta no Pós-Tratamento. Revista DAE. n. 184 ano LVIII set/2010. p. 59-64.
D’CASTRO FILHO, J. 2005. Pós-tratamento de Efluente de Reator Anaeróbio em Lagoa de Polimento. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco. 128 p.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. 1999. Manual de Análises Químicas de Solos, Plantas e Fertilizantes. Brasília: Embrapa Solos/Embrapa Informática Agropecuária/Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia. 370 p.
FESSEL, V. A. G. 2003. Qualidade, Desempenho Operacional e Custo de Plantios, Manual e Mecanização, de Eucalyptus Grandis, Implantados com Cultivo Mínimo de Solo. Programa de Pós Graduação da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP. Dissertação de Mestrado (Mestre em Ciências – Recursos Florestais). 88 p.
FORESTI, E. 1994. Fundamentos do Processo de Digestão Anaeróbica. In: ANAIS III TALLER Y SEMINARIO LATINOAMERICANO: TRATAMENTO ANAERÓBICO DE ÁGUAS RESIDUALES. Uruguai.
GRANT, C. A.; FLATEN, D. N.; TOMASIEWICZ; D. J.; SHEPPARD; S.C. 2001. A Importância do Fósforo no Desenvolvimento Inicial da Planta. POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO. Informações Agronômicas. n. 95 – set/2001. 16 p.
-55-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
GÓES, A. C. P. 2006. Viveiro de Mudas – Construção, Custos e Legalização. 2ª edição atualizada e ampliada. Documento 64. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Embrapa) – Centro de Pesquisa Agroflorestal do Amapá. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. dez/2006. 32 p.
GUAZELLI, M.J. & SCHIMITZ, R. 1996. Teoria da Trofobiose. Apostila de agricultura ecológica. Centro de Agricultura Ecológica de Ipê – RS e Fundação Gaia.
GUIDI, L.; PALLINI, M. & SOLDATINI, G.F. 1994. Influence of Phosphorus Deficiency on Photosynthesis in Sunflower and Soybean Plants. Agrochimica, 38: 211-223.
HESPANHOL, I. 2003. Potencial de Reuso de Água no Brasil: Agricultura, Indústria, Município e Recarga de Aquíferos, cap. 3. In: Mancuso, P. C. S; Santos, H.F. Reúso de Água. NISAM-USP, ABES. Barueri, SP. 62p.
Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA. 2008. Recomendações de Adubação para o Estado de Pernambuco: 2ª aproximação. Comissão Estadual de Fertilidade do Solo, Recife, PE. 212 p.
JACOBY, B. 1994. Nutrient uptake by plants. In: Handbook of plant and crop physiology. Pessarakli, M. Ed.) Marcel Dekker. New York. p. 1-22.
KATO, M.T.; FIELD, J.A.; LETTINGA, G. 1997. The Anaerobic Treatment of Low Strenght Wastewaters UASB and EGSB Reactors. Water Science Technology. v. 36, n. 6-7, p.375-382.
KELLNER, E.; MOREIRA, J.F.V.; PIRES, E.C. 2009. Influência da Estratificação Térmica no Volume Útil e no Comportamento Hidrodinâmico de Lagoa de Estabilização: Determinação Experimental e Teórica. Engenharia Sanitária Ambiental. v.14 n.1. jan/mar 2009. p. 129-138.
KELLNER, E.; PIRES, E. C. 1998. Lagoa de Estabilização. Projeto e Operação. Rio de Janeiro, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária – ABES. 242 p.
LIMA, E. P. C.; SOUSA, J. T.; DANTAS, J. P.; HENRIQUE, I. N. 2004. Avaliação do Uso de Efluentes de UASB, Lagoa de Polimento e Leito de Brita no Cultivo do Gergelim (Sesamum Indicum L.). In: XI SIMPÓSIO LUSO-BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Natal, RN. p. 1-7.
-56-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
LIMA, W. P.1996. Impacto Ambiental do Eucalipto. 1 ed., São Paulo. Editora Universidade de São Paulo.
MACEDO, A. C. 1993. Produção de Mudas em Viveiros Florestais de Espécies Nativas. São Paulo, Secretaria de Estado e Meio Ambiente, Fundação Florestal. 18 p.
MALAVOLTA, E. 1992. ABC da Análise de Solos e Folhas: Amostragem, Interpretação e Sugestão de Adubação. São Paulo, Editora Agronômica CERES. 124 p.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. 1989. Avaliação do Estado Nutricional das Plantas; Princípios e Aplicações. Piracicaba: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO. 201 p.
MARA, D. D. 1997. Desing Manual for Waste Stabilization Ponds in India. England: Lagoon Technology International Ltd. 125 p.
MARA, D. D.; PEARSON, H. W. 1998. Design manual for waste stabilization ponds in mediterranean countries. Lagoon Technology International Leeds, England. 112 p.
MELO, E. C. DE; NASCIMENTO, C. W. A. DO; E SANTOS, A. C. Q. 2006. Solubilidade, Fracionamento e Fitoextração de Metais Pesados após Aplicação de Agentes Quelantes. SEÇÃO IX - POLUIÇÃO DO SOLO E QUALIDADE AMBIENTAL. Revista Brasileira de Ciências do Solo. v. 30. p. 1051-1060.
MONTEGGIA, L. O.; SILVEIRA, I. C. T. 1998. Análise dos Fatores Intervenientes no Desempenho de Reatores Anaeróbios de Manto de Lodos de Fluxo Ascendente Tratando Esgotos Sanitários. In: ASSOCIAÇÃO INTERAMERICANA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL (AIDIS). Gestão ambiental XXI. Lima, PERU. 1998. p.1-13, Ilus.
MONTENEGRO, M. A. P; ARAUJO, J. C; VAZOLLER, R. F. 2003. Microbial Community Evaluation of Anaerobic Granular Sludge From a Hybrid Reactor Treating Pentachlorophenol by Using Fluorescense in Situ Hybridization. Water Science and Tehnology. London, v. 48, n. 6, p. 65-73.
NASCIMENTO, J. R. S.; MONTEGGIA, L. O.; GOMES, R. J. 2000. Pós tratamento de efluentes de reatores anaeróbica em lagoas de alta taxa de produção de algas. In: XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. 8 p (I-072).
-57-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
NAVAL, L. P.; SILVA. G. G.; SILVA, C. D. F. 2002. Avaliação em Escala Real de Lagoas de Estabilização em Série Apresentando as Mesmas Características Físicas. In: VI SIMPÓSIO ÍTALO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL- VI SIBESA. ABES 6 p. (II-020).
NOVAIS, R.F.; BARROS, N. F.; COSTA, L.M. 1996. Aspectos Nutricionais e Ambientais do Eucalipto. Silvicutura. São Paulo, v. 17, n. 68, p. 10-17.
NOZHEVNICOVA, A. N; HOLLIGER, C; AMMANN, A; ZEHNDER, A. J. B. 1997. Methanogenesis in Sediments From Deep Lakes At Diferent Temperatures (2 - 70 °C). Water Science & Technology. v. 36, n. 6-7. p. 57- 64.
OLIVEIRA, J. P. 2009. Tratamento para Reúso de Água em Viveiro de Eucalipto. Programa de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE). Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 180 p.
PAING, J.; PICOT, B.; SAMBUCO, J. P. 2003. Emission of H2O and balance of súlfur in Anaerobic ponds. In: WASTE STABILIZATION PONDS: POND TECHNOLOGY FOR THE MILLENIUM. Water Science and Technology, Great Britain: IWA Publishing. v. 48, n. 2. p. 227-234.
PIMENTEL, F. A.; SILVA, M. P. DA; SILVA, M. R. 2001. Pimenta Longa: Produção de mudas – volume 1. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Acre. Documento n. 60, mar/2001. 20p.
PINTO, C. P.; CORTEZ, L. A. B. Tecnologia da Digestão Anaeróbia da Vinhaça e Desenvolvimento Sustentável. 1999. Programa de Pós Graduação em Planejamento de Sistemas Energéticos. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Eng. Mecânica – Dep. de Energia. 162 p.
PINTO FILHO, A. C. T.; BRANDÃO, C. C. S. 2000. Avaliação do potencial da flotação por ar dissolvido sob pressão como pós-tratamento para efluentes de reatores anaeróbios de fluxo ascendente. In: CONGRESSO AIDIS, 27. Porto Alegre. Anais... Rio de Janeiro: ABES, 2000. 8 p., (I-001).
Programa de Pesquisa em Saneamento – Prosab. 1999. Soluções Apropriadas para o Tratamento de Esgotos Sanitários na Grande Vitória. Revista Engenharia – Ciência e Tecnologia, ISSN 1414-8692, Ano 2, N. 10 – maio/jun 1999.
-58-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
Programa de Pesquisa em Saneamento – Prosab – 1999. Edital 2- “Tema Águas Residuárias”. Revista Brasileira de Saneamento e Meio Ambiente – BIO, Ano X, n. 12 – out/dez 1999.
SARIKAYA, H. Z.; AKÇA, L.; YAZGAN, M. S.; ÖZDEMIR, C. 1998. Re-Evaluation of the Use of Industrial Waste Water for Irrigation in Konya. PROCEEDINGS OF 1ST INTERNATIONAL WORKSHOP ON ENVIRONMENTAL QUALITY AND ENVIRONMENTAL ENGINEERING IN THE MIDDLE EAST REGION, Konya. 1998. p. 438-450
Selva - Tecnologia Florestal - Mercado Florestal para Florestas Plantadas. Disponível em: <www.selvaflorestal.com.> Acessado em 21.05.2010 às 19 h e 15 min.
SILVA, K. K. B. 2009. Efeitos da Irrigação com Esgoto Tratado Sobre o Sistema Solo-Planta (Milho) e Indução da Supressividade a Doenças Causadas por Neumatóides. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. 108 p.
SILVA, S. A.; ARAÚJO, A. L. C.; OLIVEIRA, R.; ATHAYDE JÚNIOR, G. B. A.; SILVA, S. T. A. 1997. Comportamento de Amônia e Formas de Enxofre em uma Série Longa de Lagoas de Estabilização. In: 19° CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Anais. [S.I.]: ABES. Ref. I-145.
SCANAVACA JUNIOR, L. 2001. Caracterização sivicultural, botânica e tecnológica do Eucaliptus urophila S. T. Blake e do seu Potencial para Utilização em Serraria. Dissertação de Mestrado. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo. Piracicaba.
SILVA, V. P. 2007. Avaliação dos Efeitos da Fertirrigação com Efluente de Lagoa de Polimento nos Atributos do Solo e Componentes de Produção do Feijão Caupi. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. 130 p.
SHUVAL, H. I.; LAMPERT, Y.; FATTAL, B. 1997. Development of a Risk Assessment Approach for Evaluating Wastewater Reuse Standards for Agriculture. Water Science and Technology. v. 35 (11-12), 15-20.
SOARES, J; SILVA, S. A.; OLIVEIRA, R. DE; ARAÚJO, A. L. C.; MARA, D. D. PEARSON, H. W. 1996. Ammonia Removal in a Pilot-Scale WSP Complex in Northeast Brazil. Water Science And Technology, Great Britain: Elsevier Science Ltd. v. 33, n. 7, p. 165-171.
-59-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
SOUZA, C.C.; OLIVEIRA, F. A.; SILVA, I. F. & AMORIM NETO, M.S.2000. Avaliação de Métodos de determinação de Água Disponível e Manejo da Irrigação em Terra Roxa sob Cultivo de Algodoeiro Herbáceo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental 4(3): 338-342.
STATE OF CALIFORNIA. 1978. Water Reclamation Criteria, An Excerpt from the California Code of Regulations, Title 22, Div. 4, Environmental Health, Department of Health Services, Sacramento, CA, USA.
STOTT, R.; MAY, E.; MARA D. D. 2003. Parasite Removal by Natural Wastewater Treatment Systems: Performance of Waste Stabilisation Ponds and Constructed Wetlands. In: Waste Stabilization Ponds: Pnd Technology for the Millenium. Water Science and Tecnology, Great Britain: IWA Publishing. v. 48, n. 2. p. 97-104.
VALVERDE, S. R.; SOARES, N. S.; SILVA, M. L.; JACOVINE L. A. G.; NEIVA, A. A. 2004. O Comportamento do Mercado da Madeira de Eucalipto no Brasil. Biomassa & Energia – Renabie. v. 1, n. 4. p. 393-403.
VAN HAANDEL, A. C.; LEETINGA, G. 1994,Tratamento Anaeróbio de Esgotos: Um Manual para Regiões de Cima Quente. Campina Grande: Epgraf. 208 p.
VERONEZ, A.H. 2009. Irrigação de Eucalipto com Efluente Sanitário de Lagoa Facultativa: Eficiência do Sistema Solo-planta no Pós-tratamento. Programa de Pós-graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas. 129 p.
VITTI, A. M. S.; BRITO, J. O. 2003. Óleo Essencial de Eucalipto. Universidade de São Paulo – Escola Superior de Agricultura “Luz de Queiroz”. Documentos Florestais, n. 17, ago/ 2003. p. 1-26.
VITORINO, A. C. T.; ROSA JUNIOR, E. J.; DANIEL, O. 1996. Influência de Diferentes Combinações de Doses de N-P-K no Crescimento de Mudas de Eucalyptus Grandis Produzidas em Tubetes. Revista Científica (UFMS). Campo Grande. v. 3, n.1, p. 27-13.
VON, SPERLING, M.; CHERNICHARO, C.; SOARES, A.; ZERBINI, A. M. 2003. Evalution and Modeling of Helmith Egg Removal in Baffled Ponds Treating Effluent, Water Science and Technology, v. 48, n. 2, p.113-120.
WHO. 1989. Health Guidelines for the Use of Wastewaters in Agriculture and Aquacultture. Technical Report, series n. 778. Geneva, Switzerland: World Health Organization. 72 p.
-60-
Silva, R.J. Caracterização do Esgoto Tratado na ETE Mangueira e a Viabilidade de seu Uso em Mudas de Eucalipto.
ZERBINI, A. M.; CHERNICHARO, C. A. L. 2001. Metodologia para Enumeração, Identificação e Análise de Viabilidade de Ovos de Helmintos em Águas Brutas e Tratadas. In: CHERNICHARO, C. A. L. Pós-tratamento de Efluentes de Reatores Anaeróbios, Aspectos Metodológicos. Belo Horizonte, MG. p. 70-107.
-61-
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM - SEMANA 1
PESO PADRÃO 13/fev 14/fev 15/fev 16/fev 17/fev 18/fev 19/fev 13,215 12,345 12,865 12,885 12,905 12,850 12,870 13,215 12,595 12,945 13,015 12,945 12,895 12,915 13,215 13,150 12,955 12,970 12,965 12,915 12,935
13,215
13,215 12,265 12,925 12,935 12,935 12,880 12,905
12,615 12,125 12,325 12,355 12,340 12,260 12,310 12,615 12,255 12,325 12,355 12,335 12,250 12,295 12,615 12,555 12,330 12,345 12,330 12,260 12,305
12,615
12,615 11,755 12,305 12,335 12,320 12,235 12,270
12,015 11,670 11,730 11,760 11,735 11,655 11,715 12,015 11,695 11,745 11,785 11,765 11,685 11,730 12,015 11,865 11,755 11,785 11,750 11,670 11,745
12,015
12,015 11,670 11,730 11,740 11,745 11,645 11,715
11,415 11,065 11,155 11,175 11,165 11,080 11,125 11,415 11,215 11,145 11,180 11,170 11,070 11,135 11,415 11,580 11,345 11,195 11,160 11,080 11,135
11,415
11,415 11,080 11,145 11,155 11,155 11,060 11,120
12,615 12,275 12,375 12,390 12,405 12,300 12,380 12,615 12,340 12,400 12,415 12,395 12,315 12,370 12,615 12,270 12,375 12,405 12,395 12,305 12,370
12,615
12,615 12,260 12,300 12,415 12,410 12,335 12,375
12,615 12,150 12,330 12,335 12,335 12,205 12,295 12,615 12,185 12,315 12,335 12,345 12,225 12,295 12,615 12,125 12,295 12,340 12,325 12,215 12,300
12,615
12,615 12,200 12,300 12,305 12,315 12,195 12,275
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM - SEMANA 2
PESO PADRÃO 20/fev 21/fev 22/fev 23/fev 24/fev 25/fev 26/fev 12,780 13,005 12,785 12,810 12,760 12,840 12,460 12,790 13,045 12,875 12,880 12,810 12,910 12,585 12,820 13,045 12,870 12,880 12,800 12,900 12,570
13,215
12,795 13,025 12,830 12,885 12,730 12,830 12,395
12,195 12,425 12,215 12,220 12,150 12,240 11,805 12,190 12,430 12,215 12,235 12,160 12,250 11,850 12,200 12,455 12,240 12,245 12,195 12,245 11,875
12,615
12,155 12,400 12,195 12,190 12,125 12,210 11,755
11,610 11,830 11,620 11,635 11,585 11,640 11,240 11,660 11,855 11,670 11,675 11,625 11,710 11,360 11,665 11,865 11,680 11,685 11,640 11,700 11,370
12,015
11,615 11,825 11,635 11,625 11,565 11,640 11,245
11,045 11,255 11,055 11,055 11,025 11,090 10,760 11,030 11,260 11,075 11,080 11,050 11,110 10,780 11,035 11,265 11,070 11,080 11,030 11,100 10,775
11,415
11,035 11,260 11,055 11,060 11,015 11,100 10,765
12,310 12,470 12,310 12,335 12,300 12,235 11,740 12,325 12,470 12,310 12,325 12,290 12,200 11,790 12,315 12,485 12,315 12,335 12,285 12,250 11,800
12,615
12,320 12,490 12,310 12,335 12,175 12,175 11,760
12,180 12,435 12,190 12,200 12,115 12,405 11,760
12,200 12,420 12,200 12,190 12,095 12,385 11,700 12,205 12,435 12,205 12,220 12,140 12,375 11,830
12,615
12,185 12,415 12,175 12,170 12,080 12,375 11,680
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM - SEMANA 3
PESO PADRÃO 27/fev 28/fev 1/mar 2/mar 3/mar 4/mar 5/mar 13,050 13,065 13,085 13,150 13,110 12,665 12,740 13,085 13,100 13,090 13,120 13,140 12,785 12,835 13,085 13,100 13,080 13,165 13,155 12,790 12,815
13,215
13,075 13,110 13,110 13,100 13,115 12,625 12,655
12,350 12,300 12,320 12,310 12,520 12,030 12,035 12,480 12,350 12,320 12,305 12,550 12,105 12,135 12,470 12,495 12,300 12,310 12,555 12,100 12,135
12,615
12,235 12,470 12,315 12,300 12,450 12,040 12,140
11,830 11,810 11,800 11,810 11,935 11,470 11,500 11,885 11,820 11,825 11,815 11,970 11,590 11,580 11,895 11,900 11,820 11,750 11,960 11,565 11,605
12,015
11,835 11,870 11,810 11,805 11,920 11,575 11,495
11,295 11,305 11,300 11,400 11,400 11,200 10,985 11,300 11,305 11,285 11,325 11,360 11,195 11,015 11,290 11,300 11,285 11,330 11,400 11,135 11,035
11,415
11,280 11,285 11,295 11,345 11,370 11,210 10,990
12,495 12,475 12,450 12,440 12,555 12,380 12,325 12,480 12,485 12,465 12,430 12,570 12,400 12,270 12,490 12,500 12,490 12,415 12,425 12,410 12,250
12,615
12,480 12,490 12,490 12,425 12,535 12,400 12,270
12,410 12,390 12,500 12,495 12,485 12,080 12,015
12,410 12,400 12,495 12,480 12,505 12,100 11,975 12,435 12,390 12,340 12,495 12,525 12,150 11,035
12,615
12,370 12,395 12,490 12,480 12,500 12,170 11,970
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM - SEMANA 4
PESO PADRÃO 6/mar 7/mar 8/mar 9/mar 10/mar 11/mar 12/mar 12,730 12,750 11,690 12,720 12,680 12,690 12,650 12,820 12,870 11,575 12,835 12,790 12,775 12,800 12,820 12,790 11,710 12,775 12,760 12,740 12,710
13,215
12,655 12,815 11,735 12,540 12,580 12,550 12,540
12,040 12,080 12,115 11,695 11,740 11,680 11,625 12,130 12,110 12,110 11,850 11,875 11,810 11,730 12,130 12,150 12,120 11,895 11,885 11,850 11,795
12,615
12,070 12,150 112,130 11,745 12,825 11,730 11,705
11,505 11,610 11,655 11,430 11,415 11,330 11,290 11,615 11,525 11,585 11,535 11,505 11,470 11,435 11,580 11,535 11,570 11,520 11,535 11,520 11,425
12,015
11,480 11,530 11,600 11,400 11,430 11,350 11,330
11,010 11,020 11,080 10,975 10,930 10,970 10,895 11,025 11,025 11,100 11,005 10,970 11,080 10,915 11,050 11,075 11,110 11,005 10,990 10,975 10,915
11,415
10,980 11,055 11,090 11,970 10,940 10,860 10,830
12,425 12,475 12,295 12,105 11,710 12,035 11,760 12,415 12,605 12,325 11,805 11,890 12,280 12,320 12,210 12,515 12,325 12,110 12,115 12,055 12,520
12,615
12,405 12,550 11,935 11,820 12,090 12,065 12,600
11,985 11,880 11,975 11,580 11,900 11,870 11,720
11,960 11,800 11,890 11,915 11,985 11,945 11,860 12,055 11,795 11,905 11,905 11,940 11,860 11,765
12,615
11,915 11,760 11,900 11,605 11,845 11,780 11,740
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM - SEMANA 5
PESO PADRÃO 13/mar 14/mar 15/mar 16/mar 17/mar 18/mar 19/mar 12,810 12,770 12,610 12,780 12,565 12,530 12,705 12,770 12,750 12,590 12,750 12,690 12,830 11,875 12,800 12,810 12,650 12,820 12,665 12,745 12,845
13,215
12,790 12,790 12,520 11,800 12,455 12,525 12,665
11,890 11,900 11,870 11,865 11,900 11,380 11,905 11,860 11,810 11,800 11,865 11,895 11,665 11,925 11,750 11,800 11,895 11,795 11,970 11,860 12,015
12,615
11,670 11,800 11,910 11,785 11,930 11,880 11,975
11,495 11,510 11,280 11,580 11,370 11,840 11,345 11,500 11,505 11,290 11,645 11,335 11,200 11,405 11,520 11,515 11,580 11,500 11,550 11,370 11,470
12,015
11,455 11,500 11,550 11,660 11,455 11,265 11,355
11,100 10,900 10,925 11,095 10,935 10,890 10,925 11,120 10,920 10,990 10,905 10,940 10,885 10,910 10,915 10,910 10,900 10,960 10,970 10,940 10,970
11,415
10,900 10,920 10,870 10,995 10,930 10,880 10,950
12,600 12,580 12,425 12,080 12,180 12,200 11,555 12,345 12,225 12,335 12,335 12,300 12,320 11,815 12,425 12,595 12,490 12,310 12,220 12,320 11,530
12,615
12,365 12,210 12,380 12,360 12,305 12,300 11,630
12,080 11,910 11,855 11,940 11,855 11,810 11,930
12,095 11,850 11,950 12,110 11,930 11,895 12,010 11,910 11,870 11,950 12,150 11,920 11,875 11,950
12,615
10,950 11,920 12,110 12,100 12,045 11,900 12,020
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 6
PESO PADRÃO 20/mar 21/mar 22/mar 23/mar 24/mar 25/mar 26/mar 12,700 12,720 12,810 12,770 12,780 12,830 12,575 12,780 12,750 12,870 12,875 12,855 13,135 13,055 12,800 12,795 12,820 12,805 12,900 12,815 12,695
13,215
12,615 12,600 12,710 12,625 12,625 12,715 12,515
11,860 11,875 11,860 11,880 11,830 11,800 11,800 11,915 11,910 11,855 11,905 11,805 11,615 11,485 12,000 11,995 12,080 11,985 11,905 11,820 11,645
12,615
11,900 11,870 11,910 11,910 11,850 11,820 11,665
11,310 11,400 11,395 11,315 11,205 11,110 11,095 11,320 11,400 11,300 11,350 11,260 11,315 11,310 11,465 11,500 11,410 11,460 11,345 11,210 11,135
12,015
11,400 11,450 11,930 11,350 11,265 11,515 11,055
10,900 10,880 10,935 10,930 10,915 11,025 11,010 10,910 10,925 11,010 10,890 10,880 10,900 10,635 11,200 11,350 11,200 11,170 10,990 10,900 10,805
11,415
10,880 11,090 11,015 10,910 10,845 10,910 10,830
11,770 11,770 11,890 12,055 11,890 12,005 12,075 11,565 11,550 12,020 12,000 11,995 11,875 11,445 11,690 11,495 11,910 11,905 12,080 12,050 11,780
12,615
11,905 11,855 11,730 12,080 12,010 12,005 11,990
11,890 11,915 11,950 11,920 11,870 12,000 11,910
11,930 11,910 12,050 11,925 11,900 11,810 11,625 12,110 12,205 12,025 12,005 11,930 11,925 11,850
12,615
11,950 12,090 11,985 11,970 11,960 11,980 11,880
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 7
PESO PADRÃO 27/mar 28/mar 29/mar 30/mar 31/mar 1/abr 2/abr 12,800 12,890 12,895 12,855 12,720 12,690 12,600 12,795 12,815 12,630 12,740 11,885 12,910 12,715 12,620 12,670 12,750 12,750 12,660 12,525 12,450
13,215
12,900 12,910 12,885 12,895 12,470 12,320 12,205
11,810 11,870 11,915 12,095 11,695 11,415 11,210 12,750 12,730 12,800 12,825 11,915 11,405 11,490 11,980 11,900 11,940 11,950 11,850 11,585 11,610
12,615
12,780 12,780 12,795 12,860 11,800 11,365 11,720
10,730 10,690 10,700 10,820 11,030 10,835 11,620 11,505 11,670 11,680 11,700 11,705 10,875 11,080 10,740 10,750 10,845 10,870 11,095 10,945 11,550
12,015
11,510 11,550 11,620 11,710 11,140 10,940 11,095
10,830 10,910 10,790 10,825 10,750 10,655 10,910 10,825 10,780 10,900 10,975 10,705 10,610 10,820 10,915 10,810 10,855 10,800 10,775 10,730 10,800
11,415
10,810 11,015 10,880 10,825 11,060 10,575 11,110
11,990 11,690 11,795 11,605 11,875 11,880 11,780 11,500 11,285 11,530 11,700 11,550 11,890 11,650 11,635 11,125 11,220 11,300 11,670 11,730 11,660
12,615
12,005 11,895 11,870 11,875 12,000 12,080 12,055
11,800 11,900 11,890 11,875 11,900 11,705 11,670
11,885 11,850 11,885 11,875 11,840 11,640 11,770 11,865 11,855 11,840 11,855 11,875 11,790 12,100
12,615
11,890 11,880 11,880 11,895 11,960 11,830 12,200
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 8
PESO PADRÃO 3/abr 4/abr 5/abr 6/abr 7/abr 8/abr 9/abr 12,705 12,630 12,600 12,615 12,760 12,730 12,770 12,700 12,580 12,500 12,880 12,935 12,840 12,770 12,565 12,460 12,420 12,465 12,715 12,680 12,510
13,215
12,330 12,350 12,480 12,120 12,565 12,570 12,560
11,300 11,410 11,510 11,150 11,515 11,220 11,240 11,505 11,470 11,555 11,465 11,510 11,430 11,175 11,700 11,710 11,710 11,535 11,750 11,710 11,750
12,615
11,805 11,715 11,720 11,725 11,480 11,505 11,600
11,705 11,770 11,690 11,600 10,970 10,670 10,680 11,100 11,080 11,125 11,000 11,070 11,150 11,200 11,490 11,505 11,560 11,280 11,150 11,225 11,260
12,015
11,120 11,170 11,210 11,020 10,935 10,890 10,900
11,005 11,100 11,110 10,770 10,710 10,710 10,770 10,875 10,825 10,850 11,110 10,765 10,650 10,680 10,770 10,710 10,740 11,305 11,010 11,190 11,150
11,415
11,090 11,100 11,095 11,160 10,815 10,815 10,620
12,085 11,880 12,030 11,895 12,465 11,750 12,010 11,885 12,085 11,725 11,980 11,675 12,010 12,090 12,000 12,010 12,000 11,810 11,990 11,995 11,990
12,615
12,040 12,150 12,210 12,410 12,220 12,185 12,080
11,695 11,675 11,740 11,655 11,890 11,755 11,780
11,625 11,700 11,680 11,990 11,950 11,810 11,800 12,225 12,270 12,410 12,030 11,910 11,780 11,710
12,615
12,230 12,305 12,300 12,225 12,050 12,160 12,165
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 9
PESO PADRÃO 10/abr 11/abr 12/abr 13/abr 14/abr 15/abr 16/abr 12,805 12,790 12,805 12,800 12,755 12,785 12,800 12,960 12,850 12,795 12,810 12,790 12,815 12,795 12,690 12,705 12,690 12,805 12,715 12,740 12,760
13,215
12,595 12,795 12,770 12,780 12,770 12,800 12,710
11,630 11,525 11,645 11,700 11,430 11,500 11,475 11,895 11,875 11,760 11,805 11,790 11,800 11,805 12,050 12,110 12,080 12,100 12,170 12,205 12,255
12,615
11,915 11,915 11,820 11,880 11,860 11,905 11,885
11,855 11,410 11,590 11,760 11,610 11,625 11,590 11,595 11,540 11,520 11,610 11,600 11,625 11,615 11,575 11,600 11,580 11,610 11,520 11,610 11,585
12,015
11,555 11,630 11,750 11,510 11,525 11,610 11,600
11,020 11,120 11,250 11,205 11,100 11,150 11,180 11,375 11,070 11,225 11,300 11,050 11,110 11,090 11,165 11,285 11,300 11,315 11,035 11,090 11,125
11,415
11,070 11,100 11,175 11,100 11,180 11,205 11,220
12,110 12,005 12,005 11,825 11,890 12,085 12,075 12,100 12,010 12,110 11,890 11,870 11,980 12,025 11,900 12,000 12,100 11,800 12,090 12,070 12,150
12,615
12,000 11,900 12,220 11,710 11,970 11,980 12,110
12,030 12,050 12,110 12,095 12,045 12,090 12,105
12,035 12,200 12,210 12,200 12,100 12,160 12,205 12,040 12,100 12,150 12,095 12,090 12,100 12,110
12,615
12,180 12,110 12,220 12,255 12,195 12,200 12,595
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 10
PESO PADRÃO 17/abr 18/abr 19/abr 20/abr 21/abr 22/abr 23/abr 12,380 12,450 12,670 12,500 12,535 12,500 12,520 12,570 12,605 12,630 12,610 12,625 12,645 12,655 12,170 12,200 12,540 12,560 12,615 12,625 12,630
13,215
11,640 12,505 12,670 12,620 12,610 12,585 12,560
11,180 11,215 11,325 11,620 11,630 11,615 11,620 11,315 11,410 11,555 11,590 11,580 11,605 11,615 11,625 11,770 11,740 11,730 11,685 11,750 11,745
12,615
11,270 11,570 11,525 11,620 11,730 11,680 11,695
11,785 11,755 11,625 11,770 11,640 11,705 11,720 10,905 10,885 11,125 11,410 11,440 11,450 11,455 11,245 11,280 11,435 11,435 11,490 11,520 11,505
12,015
11,165 11,200 11,225 11,290 11,280 11,210 11,215
10,815 10,815 10,810 10,915 10,795 10,730 10,740 11,235 11,110 11,310 11,445 11,380 11,390 11,395 10,975 10,780 10,780 10,645 10,585 10,570 10,590
11,415
10,710 10,715 10,690 10,520 10,595 10,615 10,620
11,970 11,880 11,800 12,110 11,930 11,895 12,075 12,075 12,090 11,790 12,110 12,200 11,975 11,970 11,970 11,890 11,815 12,110 12,220 11,910 12,000
12,615
11,885 1,800 11,820 12,060 12,100 11,895 12,020
11,550 11,660 11,610 11,700 11,720 11,710 11,750
11,495 11,800 11,750 11,730 11,750 11,760 11,735 11,590 11,580 11,720 11,770 11,765 11,755 11,765
12,615
11,740 11,705 11,725 11,610 11,710 11,705 11,715
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 11
PESO PADRÃO 24/abr 25/abr 26/abr 27/abr 28/abr 29/abr 30/abr 12,495 12,410 12,430 12,820 12,815 12,635 12,735 12,910 12,710 12,660 12,865 12,795 12,755 12,845 12,815 12,410 12,535 12,715 12,705 12,490 12,690
13,215
12,810 12,810 12,795 12,710 12,720 12,270 12,400
12,360 12,090 11,815 12,040 12,100 11,730 11,950 12,495 12,025 12,200 12,130 12,150 11,790 12,045 12,420 11,805 11,835 12,230 12,210 12,030 12,180
12,615
12,360 12,100 12,210 12,145 12,205 11,935 12,125
11,950 11,880 10,950 11,520 11,300 11,055 11,395 11,730 11,250 10,975 11,515 11,515 11,180 11,485 11,720 11,665 11,660 11,505 11,515 11,340 11,605
12,015
11,805 10,730 10,890 11,575 11,565 11,625 11,630
11,315 10,655 10,770 11,145 11,150 10,930 11,115 11,405 10,620 10,720 11,235 11,245 11,160 11,240 11,360 10,575 10,720 11,325 11,330 11,015 11,160
11,415
11,200 10,620 10,510 11,075 11,125 10,880 11,010
11,990 11,880 11,800 12,010 12,000 11,810 11,870 12,095 11,990 11,890 11,970 11,975 11,860 11,910 12,110 11,975 11,810 11,960 11,825 11,775 11,920
12,615
11,980 11,830 11,830 12,100 11,875 11,900 11,820
12,080 11,875 11,845 12,160 12,185 11,960 12,150
12,540 11,840 11,865 12,195 12,190 11,865 12,105 12,315 12,110 12,270 12,270 12,260 12,150 12,275
12,615
12,245 12,115 12,000 12,235 12,240 12,025 12,255
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 12
PESO PADRÃO 1/mai 2/mai 3/mai 4/mai 5/mai 6/mai 7/mai 12,405 12,400 12,405 12,410 12,400 12,415 12,515 11,780 11,800 11,795 12,720 12,710 12,620 11,820 12,405 12,390 12,500 12,590 12,620 12,505 12,500
13,215
12,670 12,685 12,695 11,810 11,790 11,885 12,655
12,180 12,120 12,100 12,090 12,110 12,070 12,200 11,680 11,685 11,710 11,700 11,780 11,790 11,680 11,675 11,670 11,655 11,580 11,575 11,665 11,775
12,615
11,700 11,680 11,570 11,550 11,505 11,435 11,710
11,290 11,280 11,300 11,580 11,615 11,510 11,605 11,570 11,550 11,605 11,315 11,290 11,350 11,300 11,630 11,620 11,600 11,565 11,550 11,530 11,650
12,015
11,495 11,510 11,500 11,505 11,475 11,515 11,505
10,795 10,825 10,730 10,725 10,865 10,840 10,800 11,310 11,305 11,305 11,210 11,200 11,125 11,425 10,725 10,770 10,805 10,800 10,880 10,930 10,695
11,415
10,620 10,610 10,650 10,590 10,660 10,750 10,630
12,105 12,120 12,110 12,350 12,215 12,390 12,210 12,110 12,110 12,100 12,410 12,325 12,500 12,395 12,215 12,135 12,190 12,400 12,210 12,410 12,410
12,615
12,005 12,125 12,110 12,120 12,330 12,415 12,150
11,800 11,800 11,815 11,790 11,810 11,880 11,810
11,700 11,660 11,720 11,680 11,730 11,765 11,775 11,795 11,815 11,800 11,880 11,780 11,830 11,715
12,615
11,720 11,715 11,730 11,780 11,875 11,895 11,710
IRRIGAÇÃO POR PESAGEM – SEMANA 13
PESO PADRÃO 8/mai 9/mai 10/mai 11/mai 12/mai 13/mai 14/mai 12,315 12,205 11,915 12,165 12,115 12,215 12,115 12,660 12,555 12,570 12,650 12,365 12,365 12,780 12,415 12,300 12,200 12,250 12,520 12,565 12,405
13,215
12,415 12,310 12,290 12,350 12,205 12,410 12,060
11,555 11,610 11,585 11,840 11,725 11,620 11,970 11,775 11,790 11,690 11,800 11,780 11,780 12,575 11,875 12,340 12,590 12,005 12,110 12,370 12,105
12,615
12,170 12,205 12,130 11,855 11,775 11,630 12,185
11,540 11,465 11,320 11,345 11,360 11,305 11,430 10,883 11,355 11,375 11,330 11,225 11,430 11,370 11,500 11,590 11,605 11,555 11,275 11,265 11,520
12,015
10,620 10,715 11,770 11,935 11,820 12,095 11,450
11,075 11,110 11,035 10,970 10,330 10,555 11,100 11,005 11,110 11,025 11,285 11,080 10,970 11,175 11,325 11,295 11,345 11,050 11,000 10,790 11,400
11,415
11,120 11,000 11,235 11,065 11,120 10,730 11,160
12,510 12,420 12,370 12,490 12,425 12,290 12,600 12,410 12,475 12,520 12,525 12,420 12,490 12,500 12,370 12,550 12,220 12,510 12,190 12,330 12,570
12,615
12,525 12,500 12,410 12,500 12,340 12,335 12,550
12,200 12,275 12,285 12,125 12,145 11,880 11,845
12,075 12,180 12,080 12,005 12,110 11,860 12,415 11,570 11,770 12,220 12,110 12,075 11,705 11,635
12,615
12,375 12,430 12,440 12,125 12,230 12,310 11,640