caracterizao da situao de referncia do emissrio...
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R E L A T Ó R I O
C o n t r a t o c o m
I P I M A R
CARACTERIZAÇÃO DO EMISSÁRIO DA FOZ DO ARELHO E
DA LAGOA DE ÓBIDOS
Relatório Semestral – Campanha de Outubro de 2005
Coordenação: Carlos Vale, Patrícia Pereira e Hilda de Pablo
Equipa: Patrícia Pereira, Hilda de Pablo, Miguel Caetano, Ana Maria Ferreira, Odete Gil, Paulo Antunes, Joana Raimundo, Vasco Branco, Joana Amado, Cristina Micaelo, Pedro Brito, Rute Cesário, Marta Martins, Frederico Rosa Santos, Isabelina Santos, Vanda Franco, Marta Nogueira, Ana Paula Oliveira, Célia Gonçalves, Luís Palma de Oliveira, Susana Carvalho, Fábio Pereira, Miguel Gaspar
Janeiro de 2006
ÍNDICE
1 OBJECTIVO DO TRABALHO ................................................................. 1
1
éni
5
rm...5
ise
4 -
1.1
4. e2.1
4.
5.1
II d
5
2 AMOSTRAGEM e OBSERVAÇÕES in situ ............................................. 1 3 METODOLOGIAS ANALÍTICAS ............................................................. 3
3. Coluna de água ............................................................................................3 Oxig o Dissolvido e Matéria Particulada em Suspensão ...............................................3 Determinação de carbono e azoto orgânico na matéria particulada em suspensão .............3 Determinação de nutrientes ......................................................................................3 Determinação de metais nas fracções dissolvida e particulada ........................................4 Determinação de compostos organoclorados na matéria particulada em suspensão. ..........4 Determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH) na matéria particulada em suspensão ..............................................................................................................
3.2 Sedimentos e Ulva sp. ...................................................................................5 Dete inação da matéria orgânica, carbono e azoto orgânico, fósforo total, clorofila a e feopigmentos e porosidade no sedimento .................................................................
Determinação de metais ...........................................................................................5 Determinação de compostos orgânicos (organoclorados e PAH) ......................................6 3.3 Macrofauna bentónica....................................................................................6 Anál s laboratoriais................................................................................................6 Análise Estatística ....................................................................................................6
RESULTADOS....................................................................................... 8 I Lagoa de Óbidos..................................................................................................8 4.1 Coluna de Água ............................................................................................8
4. Salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido..........................................8 4.1.2 Carbono e Azoto na fracção particulada ........................................................8 4.1.3 Nutrientes e clorofila a ...............................................................................9 4.1.4 Metais nas fracções dissolvida e particulada ..................................................9 4.1.5 Contaminantes orgânicos na fracção particulada .......................................... 10 2 S dimento ................................................................................................. 11 4. Porosidade, LOI, pH e Eh.......................................................................... 11 4.2.2 Carbono, Azoto, Fósforo e Pigmentos ......................................................... 11 4.2.3 Níveis de metais, PCB, DDT e PAH ............................................................. 12 3 Ulva sp...................................................................................................... 12
4.4 Discussão .................................................................................................. 13 4.5 Macrofauna bentónica da lagoa ..................................................................... 13
4. Comparação entre campanhas de amostragem............................................ 16 4.5.2 Avaliação do estado ecológico do meio bentónico ......................................... 17 4.5.3 Discussão............................................................................................... 19 - Zona o Emissário............................................................................................ 20
4.6 Coluna de água .......................................................................................... 20 CONCLUSÕES .....................................................................................22
6 REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................22
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Localização das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos e zona do emissário da
Figur
..... 16 Figur
Figur
. 19
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Coordenadas geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (#1 - #5)
Tabel
..8 Tabel
....9 Tabel
.....9 Tabel
0 Tabel
Tabe
Tabel..... 11
Tabel
. 11 Tabel
Tabe
. 12
Foz do Arelho a 25 de Outubro de 2005...................................................................2 a 2 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Maio 2005)......... 13
Figura 3 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Outubro 2005).... 15 Figura 4 Dendograma e diagrama de ordenação resultante das análises de classificação e de
ordenação com base na matriz de dados biológicos. A – referente à campanha de Outubro 2005. ..............................................................................................
a 5 Índice biótico (AMBI) calculado para cada uma das estações de amostragem em Maio (A) e em Outubro (B) de 2005. ............................................................................ 18 a 6 Percentagem relativa dos cinco grupos ecológicos para Maio (A) e Outubro (B) de 2005. I-sensível; II-indiferente; III-tolerante; IV- oportunista de segunda-ordem; V- oportunista de primeira-ordem............................................................................
e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#2) ..................................1 a 2 Condições de maré no Porto de Peniche a 25 de Outubro de 2005..........................2
Tabela 3 Dados de salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa a 25 de Outubro de 2005. ..........................................................................
a 4 Concentração de carbono (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005 ...............................................
a 5 Concentrações de nutrientes (amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico-µM) e Clorofila-a (µg/L) na coluna de água da Lagoa de Óbidos a 25 de Outubro de 2005. ......................................................................
a 6 Concentrações de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005................................................................................................ 1
a 7 Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005................................................................................................ 10
la 8 Concentrações de PCB, DDT e PAH no material particulado em suspensão na Lagoa a 25 de Outubro de 2005....................................................................................... 11 a 9 Valores de porosidade, LOI e pH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005...........................................................................................
a 10 Concentrações de carbono (total, orgânico e inorgânico), azoto (total, orgânico e inorgânico), Clorofila-a e feopigmentos e fósforo total em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005 ..........................................................................
a 11 Composição de elementos maioritários, vestigiários e níveis de PCB, DDT e PAH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005 ...................................... 12
la 12 Níveis de metais maioritários e vestigiários e de organoclorados em Ulva sp. da Lagoa..............................................................................................................
Tabela 13 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na Lagoa de Óbidos em Maio de 2005. ................................ 14
Tabela 14 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na Lagoa de Óbidos em Outubro de 2005. ........................... 15
Tabela 15 Taxa indicados pela rotina SIMPER como os que mais contribuíram para a dissimilaridade entre as campanhas de amostragem. .............................................. 17
Tabela 16 Características físico-químicas da coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo).............................................................................................. 20
Tabela 17 Concentrações de amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico (µM), clorofila a e feopigmentos (µg/L) na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo) ......................... 21
Tabela 18 Concentrações de metais na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo) .............................................................. 21
Tabela 19 Concentração de carbono (total, orgânico) e azoto (total e orgânico) na fracção particulada de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo) ......................................................................................................... 21
Tabela 20 Lista de taxa recolhidos nas estações amostradas. ............................................. I
1 OBJECTIVO DO TRABALHO
O presente relatório refere-se à quarta campanha de amostragem na zona do emissário
submarino da Foz do Arelho e na Lagoa de Óbidos, realizada a 25 de Outubro de 2005. A
caracterização ambiental apresentada neste trabalho foi elaborada no âmbito do protocolo de
colaboração entre a empresa Águas do Oeste, o IST e o IPIMAR com vista a monitorizar a
situação ambiental na zona de descarga do emissário submarino da Foz do Arelho e Lagoa de
Óbidos.
Este trabalho apresenta uma avaliação da qualidade da água e dos sedimentos da Lagoa e
caracterização da água na zona do emissário em Outubro de 2005, que corresponde à
primeira campanha após a entrada em funcionamento do emissário, deixando a Lagoa de ser
o meio receptor dos efluentes domésticos do concelho. Estes são os primeiros dados que
permitirão avaliar a recuperação da Lagoa e o impacto das descargas na zona costeira
adjacente à Foz do Arelho.
2 AMOSTRAGEM E OBSERVAÇÕES in situ
A 25 de Outubro de 2005 foi realizada uma campanha de amostragem em 5 estações na
Lagoa de Óbidos e 2 estações na zona do emissário da Foz do Arelho. A Tabela 1 apresenta as
coordenadas geográficas das estações acima referidas e a Figura 1 a sua localização. As
amostras de água foram recolhidas nas 5 estações da Lagoa em duas situações de maré,
próximas da baixa-mar e da preia-mar, e na zona do emissário a três níveis da coluna de
água. No interior da Lagoa procedeu-se, ainda, à recolha da macroalga Ulva sp. e de
sedimentos superficiais. A Tabela 2 apresenta as condições de maré no porto de Peniche.
Tabela 1 Coordenadas geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (#1 - #5) e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#2)
Estação Coordenadas
(xm) Coordenadas
(ym)
#1 273961 105714
#2 272961 106729
#3 272089 107093
#4 271078 108336
#5 270518 106928
EMAO#1 276122 104173
EMAO#2 277121 105173
1
Figura 1 Localização das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos e zona do emissário da Foz do Arelho a 25 de Outubro de 2005
Tabela 2 Condições de maré no Porto de Peniche a 25 de Outubro de 2005
Dia/Hora Altura (m)
(08:22) 2.63 Preia-Mar 25/10/05 (15:12) 1.59 Baixa-Mar
As águas superficiais foram recolhidas directamente em frascos de polipropileno a 20-30 cm
de profundidade. As amostras de fundo (zona do emissário) foram recolhidas com uma garrafa
de Niskin e colocadas em frascos de polipropileno. Paralelamente, foi também realizada a
colheita de águas em frascos de Winkler de 100 mL para determinação do oxigénio dissolvido.
As determinações de salinidade, pH, temperatura e clorofila-a na coluna de água foram
realizadas in situ, com uma sonda multiparamétrica.
Foram recolhidos sedimentos superficiais nas estações assinaladas na Figura 1. Previamente
ao seu processamento, foram medidos os valores do pH e Eh. O pH das amostras de água e
sedimento foi determinado através de um aparelho portátil digital Crison mod. 507 com
controlo de temperatura, acoplado a um eléctrodo combinado para medir o pH, Mettler-
Toledo, calibrado com tampões (4.00, 7.00 e 10.00 ± 0.02 a 20ºC). O Eh foi medido com um
eléctrodo combinado com um sistema Ag/AgCl-Platina. Os valores obtidos para o potencial
redox, foram depois convertidos par aos potenciais normais de hidrogénio.
2
3 METODOLOGIAS ANALÍTICAS
3.1 Coluna de água
Oxigénio Dissolvido e Matéria Particulada em Suspensão
A determinação do oxigénio dissolvido nas amostras de água foi efectuada através do método
de Winkler modificado por Carrit e Carpenter (1966). Inicialmente adicionou-se à amostra
Cloreto Manganoso e Iodeto Alcalino de modo a fixar o oxigénio presente na solução.
Posteriormente procedeu-se à titulação com Tiossulfato de Sódio. O método de Winkler é
aplicado numa gama de 0.06 a 90 ml l-1, nas condições ambiente, com uma precisão de 0.03
ml (Grasshoff et al. 1976). As amostras de água foram filtradas através de membranas de
policarbonato com porosidade de 0.45 µm e os filtros secos a 40 ºC até peso constante. A
concentração de matéria particulada em suspensão foi calculada como sendo a massa de
partículas retidas no filtro por unidade de volume (mg L-1).
Determinação de carbono e azoto orgânico na matéria particulada em suspensão
Os parâmetros carbono total e inorgânico, azoto total e inorgânico foram determinados em
material particulado filtrado através de filtros GF/F. Os filtros foram inicialmente calcinados a
450 ºC durante 4 horas. As amostras de água filtradas foram secas a 70 ºC durante 24 horas,
e pesadas. Metade destas amostras foi moída e colocada em micro cápsulas de estanho e
determinado o carbono e azoto total. A incineração das outras amostras foi realizada a 450 ºC
durante 2 horas, e após pesagem e moagem foram colocadas no mesmo tipo de cápsulas,
procedendo-se à determinação de carbono e azoto inorgânico. Foi utilizado um autoanalisador
CHN de marca FISONS NA 1500, recorrendo a um reactor de oxidação com enchimento de
Óxido de crómio (III) e Óxido cobáltico/cobaltoso de prata a 1000 ºC, e posteriormente a um
reactor de redução, com enchimento de Cobre reduzido, a 600 ºC. O padrão utilizado foi a
Acetanilida (C8H9NO). (Byers et al. 1978). Neste método o limite de detecção para os dois
elementos é de 0.001% e a precisão é de 0.47% para o C e de 0.22% para o N.
Determinação de nutrientes
No Laboratório Móvel do IPIMAR, as amostras foram filtradas através de membranas
Nuclepore (MSI) com 0.45 µm de porosidade e conservadas no frio. Os nutrientes dissolvidos
foram analisados por colorimetria num autoanalisador TRAACS 2000: amónia-NH4+, nitritos-
NO2-, nitratos-NO3
- e silicatos-Si(OH)4 com um limite de detecção de 0.1 µmol/l; fosfatos-
PO43- com um limite de detecção de 0.01 µmol/l. A determinação de Azoto e Fósforo Total foi
efectuada pelo método de Koroleff (1983) modificado de acordo com ISO 11905-1:1997 (ISO
- International Organization for Standardization) e baseia-se na digestão oxidativa, em meio
alcalino e a elevada temperatura, durante 90 minutos, das formas de azoto e fósforo orgânico
presentes na água, utilizando peroxodissulfato. Os compostos de azoto são oxidados em meio
3
alcalino enquanto que os compostos de fósforo são oxidados em meio ácido. Posteriormente
procedeu-se à sua análise por titulação colorimétrica no referido autoanalisador.
Determinação de metais nas fracções dissolvida e particulada
Filtrou-se entre 250 e 1000 mL de água através de filtros de acetato de celulose de 0.45 µm,
cerca de 100 mL do filtrado foi acidificado para posterior determinação do mercúrio reactivo,
utilizando o método de espectrofotometria de fluorescência atómica com vapor frio. Para
determinação de Ni, Cu, Cd e Pb na fracção dissolvida recolheram-se cerca de 2.5 L de água
em frascos descontaminados com HNO3 (20%) e posteriormente com HCl (20%) onde se
colocou durante 48 horas uma unidade DGT (diffusive gradient in thin film), a temperatura
constante. O processo de extracção de cada unidade DGT corresponde à difusão dos metais
dissolvidos (fracção <0.45 µm) através de uma membrana de nitrato de celulose e retenção
em resina quelante. Posteriormente, esta resina foi eluída numa solução de HNO3 e
determinados os teores de metais por ICP-MS. As partículas retidas no filtro foram
mineralizadas através de uma mistura de soluções ácidas. As concentrações de metais nas
soluções obtidas foram determinadas por espectrometria de absorção atómica à chama e por
câmara de grafite (equipamento da marca Perkin-Elmer) e por ICP-MS.
Determinação de compostos organoclorados na matéria particulada em suspensão.
Para a análise dos compostos organoclorados na matéria particulada em suspensão, as
amostras de água foram filtradas sob pressão de azoto no local da colheita, utilizando filtros
de fibra de vidro Gelman tipo a/E de 142 mm de diâmetro. Os filtros foram lavados com
hexano e mantidos na mufla a 350 ºC durante 17 horas, pesados e guardados em folhas de
alumínio. Após a filtração passou-se água destilada e os filtros foram secos numa estufa a 40
ºC. Os organoclorados existentes na matéria particulada em suspensão foram removidos
através de uma extracção em Soxhlet com solvente orgânico durante 16 horas. Os extractos
foram sujeitos a um clean-up numa coluna de Florisil e posteriormente tratados com ácido
sulfúrico. Periodicamente foram efectuados ensaios em branco para controlo do processo
analítico. A identificação e quantificação destes compostos foram efectuadas num
cromatógrafo gás-líquido Hewlett-Packard equipado com um detector de captura de electrões
e uma coluna capilar J&W, DB5 (60m). Analisaram-se 18 congéneres de PCB (CB18, CB26,
CB44, CB49, CB52, CB101, CB105, CB118, CB128, CB138, CB149, CB151, CB153, CB170,
CB180, CB183, CB187, CB194), o pp’-DDT e seus metabolitos (pp’-DDE e pp’-DDD). Neste
relatório designa-se por PCB a soma das concentrações dos congéneres de PCB e por DDT a
soma das concentrações de pp’-DDE, pp’-DDD e pp’-DDT. A quantificação dos vários
compostos foi efectuada através de soluções padrão, utilizando o método do padrão externo.
4
Determinação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH) na matéria
particulada em suspensão
A matéria partícula em suspensão foi extraída em Soxhlet durante 36 horas com uma mistura
de hexano/acetona (1:1), adicionando-se uma solução com compostos deuterados como
padrão interno. Os extractos depois de purificados com uma coluna de sílica/alumina (1:1)
foram injectados em modo SIM num cromatógrafo acoplado a espectrómetro de massa GCQ,
com coluna capilar J&W, DB5 (30m) e amostrador automático. A quantificação dos compostos
(acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno,
benzo[α]antraceno, criseno, benzo[β]fluoranteno, benzo[K]fluoranteno, benzo[α]pireno,
dibenzo[α,h]antraceno, benzo[ghi]perileno, indeno[1,2,3-cd]pireno) foi efectuada através de
soluções padrão com o método do padrão interno. A validação dos resultados foi efectuada
através da análise de padrões internacionais certificados (National Research Council of Canada
e United States Geological Survey). Designa-se por PAH a soma de todos os compostos
analisados.
3.2 Sedimentos e Ulva sp.
Determinação da matéria orgânica, carbono e azoto orgânico, fósforo total, clorofila
a e feopigmentos e porosidade no sedimento
Para a determinação do carbono e azoto total as amostras foram secas a 60 ºC, moídas e
colocadas em micro cápsulas de estanho. Para a determinação de carbono e azoto inorgânico
as amostras já moídas foram levadas à mufla, durante 2 horas a 450 ºC. A determinação das
respectivas fracções efectuou-se num autoanalisador CHN, FISONS NA 1500, de acordo com o
procedimento anteriormente descrito (Verardo et al. 1990). Para a determinação do fósforo
total no sedimento a amostra, após 2 horas a 450 ºC, foi digerida com Ácido clorídrico, HCl
1N, durante 15 minutos a 200 ºC. Após o complexo de fósforo inorgânico se ter formado por
reacção com o reagente misto (Molibdato de amónia, Ácido sulfúrico e Ácido ascórbico) foi
determinada a sua concentração a 860 nm, no espectrofotómetro de marca SPECTRONIC
GENESYS 5, (Anderson, 1976). Este método apresenta uma precisão de 12%. A concentração
de Clorofila-a e de feopigmentos nos sedimentos foi determinada numa amostra de 2 cm3 de
sedimento, através da sua extracção com acetona a 90%, durante 24 horas. Posteriormente
procedeu-se à análise por fluorometria, utilizando um fluorómetro de marca PERKIN-ELMER
(Brand, 2000), (Valiela, 1995). O limite de detecção do método é de 0.1 mg m-3 e a precisão
0.57%. A porosidade foi determinada através dos dados de humidade e densidade do
sedimento.
Determinação de metais
Os sedimentos e macroalgas foram liofilizados, moídos em almofariz de ágata e mineralizados
5
em solução ácida. A determinação dos metais foi realizada como acima referido para a matéria
particulada em suspensão. Para a determinação de Hg as amostras de sedimento seco foram
analisadas, sem qualquer preparação prévia, por espectrometria de absorção atómica através
de um analisador de mercúrio da LECO, modelo AMA 254 Mercury Analyser.
Determinação de compostos orgânicos (organoclorados e PAH)
O procedimento para a determinação dos compostos orgânicos foi como o indicado para a
matéria particulada em suspensão.
3.3 Macrofauna bentónica
As amostras destinadas ao estudo das comunidades de macrofauna bentónica foram colhidas
com uma draga Van Veen (0.05 m2) e lavadas sobre um crivo de 0.5 mm de malha, de forma
a eliminar o sedimento mais fino. O material retido no crivo foi guardado em caixas plásticas,
devidamente etiquetadas, e conservado em formol a 4%, neutralizado com carbonato de
cálcio, ao qual foi adicionado o corante vital Rosa de Bengal.
Análises laboratoriais
As amostras de macrofauna bentónica foram lavadas em água corrente sobre um crivo com
0.5 mm de malha, de modo a eliminar a solução de formol e os sedimentos finos ainda
presentes. O material retido no crivo foi triado, separando os animais em grandes grupos
taxonómicos, posteriormente conservados em etanol a 70%. A identificação foi realizada em
lupas binoculares, sempre que possível ao nível específico.
Análise Estatística
A estrutura das comunidades macrobentónicas foi analisada recorrendo ao cálculo de índices
univariados (número de taxa, abundância, índices de diversidade de Shannon-Wiener, de
específica de Margalef e de equitabilidade de Pielou) e a métodos multivariados. A matriz de
abundância por estação amostragem foi submetida a uma transformação de raíz quadrada,
aplicando-se, de seguida, uma análise de classificação e de ordenação. Nestas análises
multivariadas foi, igualmente, aplicado o coeficiente de similaridade de Bray-Curtis e o método
aglomerativo das ligações médias. A rotina SIMPER foi utilizada de forma a determinar as
espécies discriminantes entre as estações amostradas nas duas campanhas de amostragem e
os dois períodos de amostragem. As análises multivariadas foram realizadas recorrendo ao
programa PRIMER v5.0 (Plymouth Routines in Multivariate Ecological Research). O índice
biótico desenvolvido para o meio marinho e abreviadamente designado por AMBI (Borja et al.,
2000) foi calculado com o intuito de avaliar o estado de qualidade do ambiente bentónico na
6
lagoa. Este índice baseia-se na correspondência entre cada taxa e um determinado
comportamento ecológico previamente estabelecido. Estabeleceram-se cinco comportamentos
de base (sensíveis, indiferentes, tolerantes, oportunistas de segunda-ordem e oportunistas de
primeira-ordem). A alocação de cada taxa a um dos comportamentos pre-estabelecidos é
empírica, baseando-se em resultados de trabalhos anteriores ou na experiência dos próprios
autores. Este programa está disponível em http://www.azti.es.
7
4 RESULTADOS
Neste relatório são apresentados os dados referentes às amostras de água e sedimentos e
Ulva sp. recolhidos na campanha realizada na Lagoa e na zona do Emissário a 25 de Outubro
de 2005. Apresentam-se ainda os resultados da macrofauna bentónica relativa à presente
campanha e à realizada em Maio de 2005 (não incluída no relatório anterior).
I - Lagoa de Óbidos
4.1 Coluna de Água
4.1.1 Salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido
Os valores destas medições são apresentados na Tabela 3 e apontam para os seguintes
aspectos: boa oxigenação em toda a Lagoa no período diurno, salinidades inferiores à água do
mar indicando mistura com água doce com maior incidência na estação 4, flutuação na
temperatura de 1 a 2 ºC entre a manhã e a tarde, e valores de pH próximos da água do mar.
Tabela 3 Dados de salinidade, temperatura, pH e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa a 25 de Outubro de 2005.
Estação Hora Salinidade Temperatura
(ºC) pH
O2 (mg/L)
O2 (% de
saturação)
9:30 35.8 18.1 8.18 7.7 101 #1
17:00 35.2 19.1 - 7.8 103
9:40 35.7 18.0 8.20 7.7 100 #2
17:10 35.3 19.3 8.41 - -
9:50 35.1 17.9 8.24 7.5 97 #3
17:20 35.4 18.9 8.04 7.7 103
10:20 34.5 18.6 8.38 7.2 95 #4
16:10 33.0 20.3 7.92 7.0 94
11:00 35.3 18.1 8.27 7.4 97 #5
16:50 35.1 19.3 8.87 7.3 98
4.1.2 Carbono e Azoto na fracção particulada
As concentrações de carbono e azoto nas partículas em suspensão e a respectiva razão são
apresentadas na Tabela 4. Salienta-se que as razões C/N nas estações 4 e 5 são, em geral, o
dobro das obtidas nas restantes estações. As partículas da estação 4 apresentam a maior
percentagem de carbono e azoto orgânicos.
8
Tabela 4 Concentração de carbono (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Ctotal Cinorg Corg Ntotal Ninorg Norg Estação Hora
(%) Ct/Nt
9:30 0.13 0.05 0.08 0.050 0.030 0.020 2.6 #1
17:20 0.10 0.06 0.04 0.020 0.005 0.015 5.0
9:40 0.17 0.05 0.12 0.040 0.020 0.020 4.3 #2
17:10 0.13 0.07 0.06 0.020 0.006 0.014 6.5
9:50 0.10 0.06 0.04 0.020 0.005 0.015 5.0 #3
17:20 0.10 0.06 0.04 0.010 0.002 0.008 10
10:20 0.12 0.05 0.07 0.010 0.003 0.007 12 #4
16:10 0.24 0.07 0.17 0.020 0.004 0.016 12
11:00 0.14 0.05 0.09 0.030 0.004 0.026 4.7 #5
16:50 0.16 0.07 0.09 0.010 0.005 0.005 16
4.1.3 Nutrientes e clorofila a
Os dados apresentados na Tabela 5 apontam para um grande incremento de formas de azoto,
fósforo e de sílica na estação 4, onde houve durante décadas descargas de efluentes urbanos.
Esta maior disponibilidade reflecte-se também num incremento em clorofila a em baixa-mar.
Tabela 5 Concentrações de nutrientes (amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico-µM) e Clorofila-a (µg/L) na coluna de água da Lagoa de Óbidos a 25 de Outubro de 2005.
NH4 NO3 NO2 Si(OH)4 PO43- Norg Porg Clor a
Estação Hora (µM) (µg/L)
9:30 14.1 1.5 0.2 12.8 0.26 0.5 <0.1 6.6 #1
17:00 18.4 1.4 0.4 6.1 1.11 1.2 0.4 6.2
9:40 13.1 0.7 0.1 11.8 0.23 3.4 0.1 6.5 #2
17:10 18.7 0.6 0.3 16.3 0.15 5.6 1.1 6.7
9:50 24.7 1.2 0.6 15.2 1.65 1.9 0.4 3.4 #3
17:20 16.0 1.6 0.4 21.4 1.09 7.8 0.2 7.9
10:20 44.3 3.3 1.8 20.8 4.24 <0.1 1.3 2.9 #4
16:10 53.1 10.4 2.9 29.1 7.30 46.3 1.9 12
11:00 21.1 1.6 0.7 19.2 1.57 4.8 0.5 5.4 #5
16:50 20.0 0.9 0.4 12.6 2.14 9.7 0.6 7.8
4.1.4 Metais nas fracções dissolvida e particulada
As concentrações de metais nas fracções dissolvida e particulada são apresentadas nas
Tabelas 6 e 7. Apenas o Cu e Cd apresentam níveis mais elevados na fracção dissolvida das
amostras recolhidas na estação 4.
9
Tabela 6 Concentrações de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Ni Cu Pb Cd Hg Estação Hora
(µg/L) (ng/L)
9:30 0.48 0.17 0.065 6.9 <0.6 #1
17:00 1.6 0.14 0.076 4.9 6.2
9:40 0.33 0.11 0.10 9.1 8.8 #2
17:10 0.25 0.17 0.17 5.1 4.4
9:50 0.37 0.10 0.11 10 9.6 #3
17:20 0.26 0.14 0.16 - 3.1
10:20 - 0.61 0.12 17 9.8 #4
16:10 0.35 0.29 0.088 19 1.8
11:00 0.32 0.16 0.078 9.0 6.0 #5
16:50 0.30 0.22 0.11 6.1 5.4
Os teores de Mn nas estações mais interiores da Lagoa variam entre a manhã e a tarde,
provavelmente reflectindo a conjugação dos ciclos de maré e fotossíntese/respiração. Os
restantes elementos apresentam uma flutuação menos marcada com excepção do Zn que
mostra níveis mais elevados na estação 4.
Tabela 7 Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Al Fe Mn Zn Cu Cr Ni Pb Cd Estação Hora
(%) (µg/g)
9:30 2.7 0.89 199 53 16 25 13 14 0.33 #1
17:00 3.7 2.4 244 61 34 92 43 25 0.069
9:40 1.8 0.51 181 52 9.0 14 10 10 0.20 #2
17:10 2.4 1.8 337 63 26 26 16 23 0.037
9:50 3.4 2.6 1174 55 54 51 21 55 0.60 #3
17:20 4.4 2.9 784 69 36 32 25 30 0.82
10:20 4.6 3.4 865 97 54 62 26 29 0.043 #4
16:10 4.7 3.2 337 210 44 54 23 31 0.15
11:00 3.7 2.8 800 56 42 44 22 25 0.078 #5
16:50 1.0 1.0 243 99 16 16 9.3 7.1 0.009
4.1.5 Contaminantes orgânicos na fracção particulada
A Tabela 8 apresenta as concentrações dos contaminantes orgânicos (PCB, DDT e PAH) na
fracção particulada. De uma forma geral os teores de PCB e DDT foram superiores em preia-
mar. Os valores maiores de PAH foram encontrados na estação 5.
10
Tabela 8 Concentrações de PCB, DDT e PAH no material particulado em suspensão na Lagoa a 25 de Outubro de 2005
PCB DDT PAH Estação Hora (ng/g)
BM 1.4 1.57 #4
PM 5.5 1.17 3429
BM 2.6 1.40 #5
PM 6.3 4.41 5195
4.2 Sedimento
4.2.1 Porosidade, LOI, pH e Eh
Os resultados da Tabela 9 mostram maiores teores de matéria orgânica nos sedimentos das
estações 3, 4 e 5 que, também apresentam maior porosidade. Os sedimentos das estações 4 e
5 são claramente mais redutores reflectindo maior acumulação de matéria orgânica em
decomposição.
Tabela 9 Valores de porosidade, LOI e pH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Estação Porosidade LOI (%)
pH Eh
#1 0.33 0.45 8.5 50
#2 0.31 2.8 8.5 33
#3 0.82 13 8.7 70
#4 0.84 10 8.4 -130
#5 0.81 8.8 8.5 -215
4.2.2 Carbono, Azoto, Fósforo e Pigmentos
Na Tabela 10 são apresentadas as concentrações das formas de carbono, azoto e fósforo no
sedimento superficial. As maiores concentrações destes elementos encontram-se nas estações
4 e 5, assim como de Clorofila-a e pigmentos.
Tabela 10 Concentrações de carbono (total, orgânico e inorgânico), azoto (total, orgânico e inorgânico), Clorofila-a e feopigmentos e fósforo total em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005
C total N total C inorg N inorg C org N org Clor a Feop P total Estação
(%) (µg/g) (µgP/gDM)
#1 0.25 0.014 0.09 0.002 0.16 0.012 0.2 0.1 17.9
#2 0.27 0.014 0.10 0.005 0.17 0.009 0.6 0.5 30.1
#3 0.72 0.042 0.17 0.006 0.55 0.036 1.3 3.9 641.1
#4 1.4 0.165 0.25 0.027 1.1 0.138 2.9 6.1 618.1
#5 1.8 0.195 0.28 0.031 1.5 0.164 8.9 44.0 541.6
11
4.2.3 Níveis de metais, PCB, DDT e PAH
As concentrações de metais, PCB, DDT e PAH nos sedimentos da Lagoa, são apresentadas na
Tabela 11. Os teores de metais maioritários e vestiários, foram de modo geral baixos. As
concentrações mais elevadas de todos os elementos, com excepção do Ca, foram observadas
nas estações 3, 4 e 5, o que evidencia mais uma vez a natureza vasosa destas amostras e as
diferenças, em relação à granulometria, com as estações mais exteriores da Lagoa. Os
compostos orgânicos, PCB, DDT e PAH, apresentaram os níveis mais elevados também nestas
estações.
Tabela 11 Composição de elementos maioritários, vestigiários e níveis de PCB, DDT e PAH em sedimentos superficiais da Lagoa a 25 de Outubro de 2005
Estações
#1 #2 #3 #4 #5
Al 0.23 0.41 11 12 10
Fe 0.096 0.11 4.6 5.0 4.3
Ca 1.3 5.0 2.5 1.4 2.2
Mg
(%)
0.058 0.088 1.1 1.4 1.1
Mn (µg/g) 39 39 298 300 286
Zn <9.8 14 125 144 121
Cr 1.2 1.9 83 89 87
As 1.5 1.2 18 14 17
Co 0.30 0.36 12 15 15
Cu 0.38 1.1 40 56 52
Ni
(µg/g)
0.58 1.0 33 35 35
Hg (ng/g) 3.5 <2.4 48 47 42
Pb 2.2 5.0 35 39 35
Cd (µg/g)
0.015 0.021 0.15 0.19 0.17
PCB <0.10 0.76 0.27 1.3 0.91
DDT (ng/g)
0.32 2.8 0.60 9.4 5.1
PAH (ng/g) 130 156 645 728 602
4.3 Ulva sp.
As amostras de Ulva sp. colhidas na estação 4 registaram teores de Fe, Cu, Cd, Pb e PCB e
DDT mais elevados. Os restantes metais analisados, Mg e Zn, não apresentaram diferenças
significativas entre pontos de amostragem (Tabela 12).
Tabela 12 Níveis de metais maioritários e vestigiários e de organoclorados em Ulva sp. da Lagoa
Mg Fe Zn Cu Cd Pb PCB DDT Estação
(mg/g) (µg/g) (ng/g)
#3 23 0.50 20 5.2 0.15 0.77 1.1 0.29
#4 20 1.5 34 12 0.34 3.1 2.9 2.3
#5 31 0.60 38 4.6 0.081 0.87 1.8 1.2
12
4.4 Discussão
Os resultados obtidos nesta campanha apontam para maiores concentrações de elementos
biologicamente activos, biomassa fitoplanctónica, pigmentos e contaminantes nas estações
interiores da lagoa (4 e 5). Como seria expectável não se observaram, ainda, alterações no
ciclo destes elementos resultantes da redução ou eliminação das emissões no Braço da
Barrosa, onde se situa a estação 4.
4.5 Macrofauna bentónica da lagoa
Maio 2005 Neste período de amostragem foram encontrados 759 indivíduos, pertencentes a 55 taxa
repartidos por 10 grupos taxonómicos principais (Polychaeta, Oligochaeta, Nemertea,
Gastropoda, Bivalvia, Amphipoda, Decapoda, Isopoda, Pycnogonida e Echinodermata). Os
polychaeta dominaram claramente nas estações 2, 3 e 4, enquanto na estação 5 o grupo
dominante foi o dos anfípodes e na estação 1 os nemertes co-dominaram juntamente com os
polychaetas (Figura 2). A lista dos taxa inventariados, bem com as suas respectivas
abundâncias por estação de amostragem, é apresentada na Tabela 20 do ANEXO I. Em termos
específicos, os polychaetas Notomastus latericeus, Mediomastus fragilis, Euclymene
palermitana e Streblospio shrubsolii, o bivalve Venerupis pullastra, e o gastrópode Hydrobia
ulvae foram as espécies mais abundantes, perfazendo 50.9% da abundância total.
0%
25%
50%
75%
100%
1 2 3 4 5Estações de amostragem
NEMERTEA GASTROPODA BIVALVIA POLYCHAETAOLIGOCHAETA AMPHIPODA DECAPODA ISOPODAPYCNOGONIDA ECHINODERMATA
Figura 2 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Maio 2005).
13
Na Tabela 13 apresentam-se os índices univariados número de taxa (S), abundância (N),
riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’)
calculados para as estações amostradas na Lagoa de Óbidos em Maio 2005. O número taxa
por estação variou entre 6 (estação 1) e 36 taxa (estação 2), enquanto a abundância por
estação variou entre 39 (estação 3) e 450 indivíduos (estação 2). No que respeita aos índices
de diversidade e de equitabilidade calculados, a equitabilidade variou menos nas estações
amostradas, comparativamente à diversidade (Tabela 13). O valor mais elevado de J’ foi
observado na estação 5 (0,82), apresentando as estações 3 e 4 (0.80) valores igualmente
elevados. As estações 1 e 2, ainda que com valores mais baixos, apresentaram um valor de
0.72 (Tabela 13). Relativamente à diversidade, os valores máximos foram observados na
estação 2, quer para riqueza específica (5.73), quer para o índice de Shannon-Wiener (3.71)
(Tabela 14). Valores relativamente elevados foram observados para as estações 3, 4 e 5, em
oposição à estação 1, na qual foram observados valores bastante inferiores (Tabela 13).
Tabela 13 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na
Lagoa de Óbidos em Maio de 2005.
Estações S N d J’ H’
1 6 41 1.35 0.72 1.86
2 36 450 5.73 0.72 3.71
3 12 39 3.00 0.80 2.87
4 13 102 2.59 0.80 2.94
5 14 127 2.68 0.82 3.13
Outubro 2005 Neste período de amostragem foram inventariados 67 taxa perfazendo 1233 indivíduos
distribuídos pelos seguintes grupos principais: Polychaeta, Oligochaeta, Gastropoda, Bivalvia,
Nemertea, Amphipoda, Isopoda, Echinodermata e Phoronida (Figura 3). Indivíduos dos grupos
Pycnogonida, Archiannelida, Diptera e Chaetognatha foram igualmente amostrados, ainda que
com menor expressão, tendo sido agrupados segundo a designação de “Outros” (Figura 3). A
lista dos taxa inventariados, bem com as suas respectivas abundâncias por estação de
amostragem, é apresentada na Tabela 20 do Anexo 1.
O anfípode Corophium acherusicum foi a espécie mais abundante nesta campanha de
amostragem, particularmente nas estações 3 e 4. O poliqueta Mediomastus fragilis, os
oligochaetas, os nemertes e o anfípode Gammarus insensibilis foram igualmente dominantes
em Outubro, perfazendo na sua totalidade 56.6% da abundância total. O poliqueta, os
oligoquetas e os nemertes dominaram nas estações 1 e 2, enquanto Gammarus insensibilis, à
14
semelhança do verificado para a espécie mais abundante (Corophium acherusicum)
apresentou os valores mais elevados de abundância nas estações 3 e 4 (Tabela 20).
0%
25%
50%
75%
100%
1 2 3 4 5Estações de amostragem
NEMERTEA GASTROPODA BIVALVIA POLYCHAETAOLIGOCHAETA AMPHIPODA ISOPODA ECHINODERMATAPHORONIDA OUTROS
Figura 3 Abundância relativa por estação e grupo taxonómico amostrado (Outubro 2005).
Os índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d),
equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para as estações
amostradas na Lagoa de Óbidos em Outubro 2005 estão apresentados na Tabela 14. Neste
período de amostragem, os valores mais elevados de número de taxa e abundância foram
registados na estação 2, respectivamente 37 e 694. Em oposição, a estação 4 apresentou o
valor mais baixo de número de taxa (12), enquanto o valor mais reduzido de abundância foi
obtido na estação 5 (40, Tabela 14). Nesta estação foi, contudo, observado o valor mais
elevado de equitabilidade (0.85), enquanto na estação 3 se registou um valor bastante inferior
(0.49). Os índices de diversidade apresentaram um máximo na estação 2, tendo o valor
mínimo sido obtido na estação 4 para a riqueza específica e na estação 3, no que respeita ao
índice de diversidade de Shannon-Wiener (Tabela 14).
Tabela 14 Índices univariados número de taxa (S), abundância (N), riqueza específica (d), equitabilidade
de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Wiener (H’) calculados para cada estação de amostragem na Lagoa de Óbidos em Outubro de 2005.
Estações S N d J’ H’
1 14 79 2.98 0.70 2.68
2 37 6.94 5.50 0.69 3.60
3 17 2.85 2.83 0.49 2.00
4 12 1.35 2.24 0.67 2.40
5 14 40 3.52 0.85 3.24
15
4.5.1 Comparação entre campanhas de amostragem
Da análise da Figura 4 observou-se que em ambas as campanhas de amostragem a estação 1
se destaca das restantes estações, em função da exclusividade dos taxa Ophellidae ind.,
Pisione remota (em Maio), Ophryotrocha dubia, Sigambra tentaculata, Saccocirrus
papillocercus, Nephtys cirrosa e Ophellidae ind., em Outubro de 2005. Os nemertes, apesar de
não exclusivos, apresentaram abundância relativamente elevada nesta estação em ambos os
períodos (Tabela 20). A estação 2, ainda que mais semelhante às restantes estações de
amostragem, individualiza-se das restantes pela quase ausência de anfípodes, pelos valores
elevados de diversidade, observando-se igualmente os valores máximos de abundância para a
maior parte dos taxa. Nas estações 3, 4 e 5 assistiu-se a um aumento generalizado dos
anfípodes, particularmente visível em Outubro (Tabela 20).
1
1A
3 2
2A
4
5A 3A
5
4A
100
80
60
40
20
0
Sim
ilarid
ade
1
2
34
51A
2A
3A
4A 5A
Stress: 0.1
Figura 4 Dendograma e diagrama de ordenação resultante das análises de classificação e de ordenação
com base na matriz de dados biológicos. A – referente à campanha de Outubro 2005.
Na Tabela 15 apresentam-se os taxa apontados pela rotina SIMPER como os que mais
contribuiram para a dissimilaridade entre os dois períodos de amostragem. De uma forma
16
geral, os anfípodes (Corophium acherusicum e Gammarus insensibilis) aumentaram
substancialmente a sua abundância média de Maio para Outubro, tal como o poliqueta
Mediomastus fragilis, os nemertes e os oligoquetas. Dos dez taxa que mais contribuem para a
dissimilaridade entre os períodos de amostragem, apenas Streblospio shrubsolii diminuiu
consideravelmente a sua abundância (Tabela 15).
Tabela 15 Taxa indicados pela rotina SIMPER como os que mais contribuíram para a dissimilaridade entre as campanhas de amostragem.
Maio OutubroTaxa N N Cum.%Corophium acherusicum 5,6 44,6 15,84Mediomastus fragilis 17,8 32,2 23,10Nemertea ind. 5,4 20,2 30,29Gammarus insensibilis 1,0 19,8 36,89Notomastus latericeus 19,6 18,6 43,15Tubificidae ind. 4,4 22,6 47,97Euclymene palermitana 15,6 12,2 52,75Streblospio shrubsolii 7,4 0,2 56,24Tubificoides benedeni 4,2 2,4 59,30Capitella spp. 4,4 6,6 62,06Ophryotrocha dubia 0,0 4,2 64,80Cirratulidae ind. 4,2 13,6 67,41Corophium spp. 6,0 0,4 69,90Hydrobia ulvae 7,8 5,2 72,23Opheliidae ind. 3,0 0,4 74,42Microdeutopus gryllotalpa 0,8 4,4 76,39Venerupis pullastra 9,0 2,0 78,18Abra spp. 0,0 1,4 79,44Heteromastus filiformis 2,8 1,2 80,69Nereis diversicolor 2,6 0,0 81,89Pseudopolydora antennata 2,8 0,2 82,87Cerastoderma cf lamarcki 4,0 0,2 83,74Pisione remota 1,2 0,0 84,57Polydora ligni 1,6 0,0 85,31Corophium sextonae 0,0 2,6 86,04Tellina tenuis 2,2 1,2 86,73Erichtonius cf punctatus 0,0 1,4 87,40Sigambra tentaculata 0,0 1,0 88,05Abra alba 3,0 0,0 88,58Saccocirrus papillocercus 0,0 0,8 89,11Desdemona ornata 1,0 0,2 89,63Cerastoderma cf edule 0,4 1,0 90,14
4.5.2 Avaliação do estado ecológico do meio bentónico
O cálculo do índice biótico marinho (AMBI) para cada uma das estações de amostragem nos
dois períodos de tempo analisados está representado na Figura 5. Este índice proporciona uma
17
avaliação da qualidade do ambiente bentónico. Verifica-se que na maioria das estações e em
ambos os períodos de amostragem, apresenta, de acordo com este índice, estados de
perturbação ligeira (estações 1, 2 e 3 de Maio; 1, 2, 3 e 4 de Outubro). Apenas as estações
mais a montante denotaram estados mais elevados de perturbação ambiental, ainda que os
valores não possam ser considerados preocupantes.
A
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5
Estações de amostragem
AMBI
.
B
Figura 5 Índice biótico (AMBI) calculado para cada uma das estações de amostragem em Maio (A) e em Outubro (B) de 2005.
Os resultados obtidos reflectem a percentagem relativa dos diferentes comportamentos
ecológicos dos taxa analisados em relação à perturbação ambiental em cada estação de
amostragem. Com efeito, tal como é visível na Figura 6, na campanha de Maio, os valores de
AMBI mais elevados resultam da conjugação da menor percentagem de taxa sensíveis à
perturbação e do aumento da percentagem de oportunistas de primeira-ordem,
comparativamente às restantes estações (Figura 6). Em Outubro, a estação 5, ainda que
apresente percentagens semelhantes de taxa sensíveis, destaca-se pelos valores
relativamente elevados de oportunistas de primeira-ordem (Figura 6).
18
0%
25%
50%
75%
100%
1 2 3 4 5
I II III IV V
A
0%
25%
50%
75%
100%
1 2 3 4 5
Estações de amostragem
I II III IV V
B
Figura 6 Percentagem relativa dos cinco grupos ecológicos para Maio (A) e Outubro (B) de 2005. I-sensível; II-indiferente; III-tolerante; IV- oportunista de segunda-ordem; V- oportunista de primeira-
ordem.
4.5.3 Discussão
De uma forma geral, quer o número de taxa, quer a abundância aumentaram de Maio para
Outubro de 2005. O mesmo padrão foi observado no que respeita aos taxa mais abundantes
indicados como os que mais contribuiram para a dissimilaridade entre os períodos de
amostragem. O incremento dos anfípodes em geral e em particular de Corophium acherusicum
e Gammarus insensibilis de Maio para Outubro foi a diferença mais notória, provavelmente
devido ao aumento das algas (Ulva spp.). Estas alterações deverão reflectir o efeito da
sazonalidade nos povoamentos bentónicos, observado em sistemas costeiros semelhantes
19
(e.g. Arias & Drake, 1994).
No que respeita à distribuição espacial na Lagoa de Óbidos verifica-se que a estação 1,
localizada mais a juzante é a mais distinta em termos faunísticos, reflectindo a maior
influência marinha. Na estação 2 atingiu-se o pico de diversidade o que corrobora resultados
anteriores que identificaram esta zona como o ecótono da lagoa (Quintino et al., 1989;
Carvalho et al., 2005). A estação 3, do ponto de vista faunístico, aparenta estabelecer uma
transição entre a zona mais a montante e a zona central (estação 2), associando-se a esta na
campanha de Maio e às restantes (estações 4 e 5) na campanha de Outubro.
II - Zona do Emissário
4.6 Coluna de água
Os parâmetros físico-químicos para a coluna de água na zona do emissário são apresentados
na Tabela 16. Os valores de salinidade foram inferiores aos registados em campanhas
anteriores (valores entre 35 e 36), sugerindo mistura com água doce proveniente do
emissário. Os valores de pH registados mantiveram-se praticamente invariáveis para as
diferentes profundidades e pontos de amostragem.
Tabela 16 Características físico-químicas da coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo)
Estação Hora Salinidade pH
# 1 s 10:00 34.2 7.85
# 1 m 10:10 34.6 7.88
#1 f 10:20 34.9 7.92
# 2 s 10:50 34.6 7.93
# 2 m 11:00 34.7 7.65
# 2 f 11:10 34.6 7.69
A Tabela 17 apresenta as concentrações dos nutrientes e Clorofila-a na zona do emissário.
Com excepção da amónia, e consequentemente do azoto orgânico, os valores dos restantes
nutrientes foram semelhantes aos obtidos nas estações 1 e 2 da lagoa. Na zona do emissário
registaram-se teores de Clorofila-a superiores aos observados no interior da lagoa.
20
Tabela 17 Concentrações de amónia, nitratos, nitritos, silicatos, fosfatos, azoto orgânico e fósforo orgânico (µM), clorofila a e feopigmentos (µg/L) na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005
(s-superfície, m-meio e f-fundo)
NH4 NO3 NO2 Si(OH)2 PO43- Norg Porg Clor a
Estação (µM) (µg/L)
# 1 s 3.5 1.2 0.2 13.4 0.24 6.8 0.2 10.0
# 1 m 1.2 0.4 0.1 10.7 0.14 9.3 0.1 10.7
#1 f 2.1 0.6 0.1 17.3 0.17 13.7 0.2 12.4
# 2 s 2.0 0.3 0.1 12.2 0.18 7.5 0.2 13.8
# 2 m 1.7 0.7 0.2 - 0.22 7.4 0.1 13.6
# 2 f 1.9 0.6 0.1 11.5 0.19 7.8 0.2 11.0
Tal como para os nutrientes, as concentrações de metais na coluna de água da zona do
emissário (Tabela 18) apresentam valores semelhantes aos registados nas duas estações mais
a jusante da lagoa de Óbidos.
Tabela 18 Concentrações de metais na coluna de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo)
Ni Cu Pb Cd Estação Hora
(µg/L) (ng/L)
# 1 s 10:00 0.30 0.17 0.35 5.7
# 1 m 10:10 - 0.37 0.16 6.6
#1 f 10:20 0.30 0.32 0.21 5.2
# 2 s 10:50 0.36 0.33 0.22 4.5
# 2 m 11:00 0.28 0.14 0.13 3.8
# 2 f 11:10 0.25 0.11 0.07 1.5
A Tabela 19 apresenta os valores de carbono (total e orgânico) e azoto (total e orgânico) na
matéria particulada em suspensão da zona do emissário. Os teores indicam que para as duas
estações as concentrações mais elevadas foram registadas à superfície da coluna de água; na
estação 1 observou-se ainda uma diminuição gradual com a profundidade.
Tabela 19 Concentração de carbono (total, orgânico) e azoto (total e orgânico) na fracção particulada de água da zona do emissário a 25 de Outubro de 2005 (s-superfície, m-meio e f-fundo)
Ctotal Ntotal Corg Norg Estação Hora
(%)
# 1 s 10:00 0.21 0.030 0.15 0.028
# 1 m 10:10 0.17 0.020 0.12 0.017
#1 f 10:20 0.11 0.010 0.04 0.007
# 2 s 10:50 0.22 0.030 0.15 0.027
# 2 m 11:00 0.16 0.020 0.10 0.016
# 2 f 11:10 0.18 0.030 0.11 0.027
21
5 CONCLUSÕES
Na presente campanha os resultados obtidos nos três compartimentos estudados (coluna
de água, sedimento e Ulva sp.) continuam a apontar par uma reduzida contaminação por
metais e poluentes orgânicos. Apesar da Lagoa ter deixado de receber uma elevada carga
de efluentes urbanos desta região, continua a observar-se uma elevada concentração de
nutrientes na coluna de água, em particular no Braço da Barrosa.
Tal como observado em campanhas anteriores, a distribuição espacial das variáveis
químicas e biológicas e da estrutura dos povoamentos macrobentónicos na Lagoa
continuam a reflectir a influência da carga orgânica resultante dos sistemas de esgoto que
existiam neste ecossistema.
Com base nos resultados bentónicos as duas estações que apresentaram valores
indicadores de maior perturbação localizam-se mais a montante, onde se fazia sentir de
uma forma mais relevante os efeitos da carga orgânica. Apenas a estação 5 foi
considerada moderadamente poluída nas duas campanhas de amostragem, tendo a
estação 4 obtido a mesma classificação apenas em Maio.
6 REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Tabela 20 Lista de taxa recolhidos nas estações amostradas.
Taxa 1 2 3 4 5 1A 2A 3A 4A 5ACNIDARIA ANTHOZOAAnthozoa ind. 3NEMERTEA 17 10 32 61 1 7MOLLUSCAPOLYPLACOPHORAGASTROPODAAkera bullata 2Calyptraea chinensis 2 2 7Gastropoda ind. 1Hydrobia ulvae 32 6 1 14 12Nassarius reticulatus 3 3Natica alderi 1Retusa truncatula 1Ringicula auriculata 1Rissoa sp. 2 1BIVALVIAAbra alba 15Abra spp. 7Abra ovata 3Bivalvia ind. 2Bivalvia juv. 1Cerastoderma cf edule 1 1 3 2Cerastoderma cf lamarcki 20 1Corbula gibba 2Loripes lucinalis 2 1Modiolus spp. 1Mysella bidentata 1Mytilus sp. 1Parvicardium exiguum 1Spisula sp. 1Tellina donacina 3Tellina fabula 2Tellina tenuis 11 2 4Thracia papyracea 3Turtonia minuta 1 2Venerupis pullastra 45 10ANNELIDAPOLYCHAETAAonides cf paucibranchiata 1Armandia cirrosa 2Capitella spp. 2 9 11 18 12 3cf Capitomastus sp. 1 4Cirratulidae ind. 18 2 1 67 1Desdemona ornata 5 1Eteone sp. 1Euclymene palermitana 69 9 61Exogone cf parahomoseta mediterrania 8Glycera cf alba 4Heteromastus filiformis 2 5 7 4 1Opheliidae ind. 15 2Malacoceros ciliata 8
1
Malacoceros fuliginosus 1 2
31-05-2005 25-10-2005
I
Tabela 20 (continuação).
Taxa 1 2 3 4 5 1A 2A 3A 4A 5AMaldanidae ind. 1Mediomastus fragilis 81 2 3 3 1 160Nephtys cirrosa 2Nephtys cf hombergii 5 1Nereis diversicolor 13Notomastus latericeus 88 10 1 92Ophryotrocha dubia 21Owenia fusiformis 4Parapionosyllis brevicirra 14Pisione remota 6Platynereis dumerilii 3Polydora ligni 8Prionospio sp. 2Pseudopolydora antennata 4 10 1Scoloplos armiger 11Schistomeringos caeca 2 9Schistomeringos spp. 2Sigambra tentaculata 5Sige fusigera 7Spio decoratus 2 1 2Spiophanes bombyx 6Spirorbidae indet 1Streblospio shrubsolii 37 1Syllidia armata 1 7ARCHIANNELIDASaccocirrus papillocercus 4OLIGOCHAETATubificidae 16 6 1 111 1Tubificoides benedeni 21 2 10ARTHROPODACRUSTACEAAMPHIPODACaprella acanthifera 1Corophium acherusicum 28 158 64 1Corophium insidiosum 2Corophium sextonae 13Corophium spp. 1 1 28 2Erichtonius cf punctatus 7Gammarus insensibilis 5 76 23Melita palmata 2 2 1Microdeutopus gryllotalpa 1 1 2 2 1 17DECAPODABRACHYURAPachygrapsus marmoratus 1DIPTERA (larvas)Chironomidae 3ISOPODACyathura carinata 2 1Sphaeroma monodi 1 1PYCNOGONIDAAchelia longipes 1ChaetognathaChaetognatha ind. 2
31-05-2005 25-10-2005
2
II
Tabela 20. (continuação).
Taxa 1 2 3 4 5 1A 2A 3A 4A 5AECHINODERMATAAmphipholis squamata 3Amphiura spp. 1Leptosynapta inhaerens 1 1PHORONIDAPhoronida ind. 1 1
31-05-2005 25-10-2005
III