capítulo iii – planos e programas colocalizados 1 visÃo …

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 – Rev. 00 III. 1/49 Capítulo III – Planos e Programas Colocalizados 1 VISÃO GERAL Na Área de Influência deste estudo outros empreendimentos serão instalados e farão parte de um Complexo Industrial, com ramos diversificados de atividades. A região contará com a presença de 2 Usinas Siderúrgicas (uma já em processo de licenciamento), 2 Usinas Termelétricas (gás e carvão), o trecho final de um Mineroduto que parte de Minas Gerais, o Corredor Logístico e o megaporto do Açu com seu Pátio Logístico, já em construção. Também farão parte desse Complexo Industrial, o Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB) objeto deste estudo. Neste Capítulo serão descritos brevemente os empreendimentos a serem instalados na região e também, os projetos e planos governamentais colocalizados que abrangem a Área de Influência, e que possam estabelecer com o empreendimento relações de conflito, cumulativas ou sinérgicas. 2 EMPREENDIMENTOS DO GRUPO EBX 2.1 PORTO DO AÇU E PÁTIO LOGÍSTICO Em construção desde outubro de 2007, o Porto do Açu está previsto para começar a operar em 2012. O empreendimento contará com até 30 berços de movimentação de produtos do tipo siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, minério de ferro, granéis líquidos e carga geral. O superporto terá uma ponte de 2,9 km de extensão (já concluída), que permitirá a atracação dos maiores navios do mundo, como Capesize, VLCCs e Chinamax. O Quadro 2.1-1 apresenta as principais características do empreendimento:

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 – Rev. 00

III. 1/49

Capítulo III – Planos e Programas Colocalizados

1 VISÃO GERAL

Na Área de Influência deste estudo outros empreendimentos serão instalados e farão parte de um Complexo Industrial, com ramos diversificados de atividades. A região contará com a presença de 2 Usinas Siderúrgicas (uma já em processo de licenciamento), 2 Usinas Termelétricas (gás e carvão), o trecho final de um Mineroduto que parte de Minas Gerais, o Corredor Logístico e o megaporto do Açu com seu Pátio Logístico, já em construção. Também farão parte desse Complexo Industrial, o Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB) objeto deste estudo.

Neste Capítulo serão descritos brevemente os empreendimentos a serem instalados na região e também, os projetos e planos governamentais colocalizados que abrangem a Área de Influência, e que possam estabelecer com o empreendimento relações de conflito, cumulativas ou sinérgicas.

2 EMPREENDIMENTOS DO GRUPO EBX

2.1 PORTO DO AÇU E PÁTIO LOGÍSTICO

Em construção desde outubro de 2007, o Porto do Açu está previsto para começar a operar em 2012. O empreendimento contará com até 30 berços de movimentação de produtos do tipo siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, minério de ferro, granéis líquidos e carga geral. O superporto terá uma ponte de 2,9 km de extensão (já concluída), que permitirá a atracação dos maiores navios do mundo, como Capesize, VLCCs e Chinamax.

O Quadro 2.1-1 apresenta as principais características do empreendimento:

Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 – Rev. 00

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QUADRO 2.1-1:- FATOS E NÚMEROS DO PORTO DO AÇU E PÁTIO LOGÍSTICO

EMPRESAS LLX MINAS-RIO E LLX AÇU

DENOMINAÇÃO Terminal Portuário Privativo de Uso Misto do Açu (Superporto do Açu)

LOCALIZAÇÃO Município de São João da Barra, Estado do Rio de Janeiro

LOCALIZAÇÃO LITORÂNEA

Bacia de Campos, praia do Açu, 23 km ao sul da foz do Rio Paraíba do Sul e 40 km ao norte da desembocadura do canal das Flechas (34 km em linha reta). Cerca de

181 km ao norte do Trópico de Capricórnio

CLASSIFICAÇÃO Terminal privativo de uso misto (carga própria e carga de terceiros), de acordo com a Lei dos Portos (Lei Federal 8.630/93)

JUSTIFICATIVA LOCACIONAL

Posição estratégica em relação a três bacias de petróleo importantes da costa brasileira: Bacia do Espírito Santo, Bacia de Campos e Bacia de Santos

PROFUNDIDADE 18,5 metros, chegando a 21 metros na segunda fase. Permitirá a atracação de navios Capesize com capacidade de até 220.000 toneladas

PÍER E QUEBRA MAR

Píer com 2,9 km de extensão, largura total de 26,5 m e vãos de 18 m constituídos por estacas, travessas e vigas longitudinais, com dez berços de atracação, sendo quatro para minério de ferro (LLX Minas-Rio), dois para movimentação de petróleo, um para carvão e três para produtos siderúrgicos, escória, granito e ferro-gusa (LLX

Açu (não-minério). Para o abrigo das embarcações ancoradas no píer será construído um quebra-mar na forma de “L” com dois seguimentos: o primeiro com 1.300 m (direção Norte-Sul) e o segundo com 925 m (direção Leste-Oeste). É prevista a utilização de mais de 1,8 milhão de m³ de blocos de pedras – o

equivalente ao Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. O quebra-mar se desenvolverá a partir da profundidade média de –14,0 m e será construído em bermas

DRAGAGEM Volume aproximado de 13.200.000 m3 de forma a atingir uma profundidade de -18,5 até -21,0 metros

PÁTIO LOGÍSTICO

Com 600 ha, destinado ao armazenamento e a movimentação de carga das empresas do grupo de EBX, além da carga de produtos de terceiros, como aço, carvão, granéis sólidos e líquidos e carga geral. Inclui Centro Administrativo, vias para circulação interna, acesso ferroviário, correias e dutovias, além de guindastes para transportar e movimentar as cargas entre as áreas de armazenamento em

terra e os terminais marítimos

RETROÁREA

Abrigará o Pátio Logístico e o Distrito Industrial. Subdividida em duas entidades: LLX Minas-Rio, dedicada à movimentação de minério de ferro proveniente de minerodutos e ferrovia, e LLX Açu (não minério), dedicada à movimentação de

cargas variadas como produtos siderúrgicos, granito, GNL, carvão e carga geral. A LLX Minas-Rio contará com uma estrutura onshore de 300 ha para processar,

movimentar, armazenar e pelotizar minério de ferro

LICENÇAS AMBIENTAIS PORTO DO AÇU: Licença Prévia (FE012140), Licença de Instalação (FE012725); PÁTIO LOGÍSTICO: Licença Prévia (IN000651), Licença de Instalação (IN001099)

INVESTIMENTO

R$ 1,6 bilhão, sendo US$ 900 milhões pela LLX Minas-Rio (responsável pela implantação do terminal portuário dedicado ao minério de ferro) e US$ 700 milhões pela LLX Açu (responsável pela operação das demais cargas como produtos

siderúrgicos, carvão, granéis líquidos e granito)

RELEVÂNCIA Maior investimento do Brasil em infraestrutura portuária

INICIO DA CONSTRUÇÃO Outubro de 2007

INICIO DA OPERAÇÃO Previsto para o primeiro semestre de 2012

FASE ATUAL Em construção

AGÊNCIA REGULADORA A Lei Federal 10.233/01 determina que a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) é a agência responsável pela autorização da construção e exploração

de terminais portuários privativos de uso misto

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2.2 USINAS TERMELÉTRICAS

As Usinas Termelétricas Açu irão operar a carvão mineral e a gás natural, respectivamente, ambas fazendo parte do Complexo de Geração de Energia do Açu, onde a primeira fase é chamada UTE Açu I e a segunda fase de UTE Açu II.

O Quadro 2.2-1 abaixo apresenta as principais características do empreendimento:

QUADRO 2.2-1: FATOS E NÚMEROS DA UTE AÇU I E UTE AÇU II

EMPRESA MPX MPX

DENOMINAÇÃO UTE Porto do Açu I UTE Porto do Açu II

COMBUSTÍVEL Carvão Mineral (*) Gás Natural Liquefeito (GNL)

POTÊNCIA MÁXIMA

INSTALADA BRUTA

2.100 MW (3 conjuntos de geradores de 700 MW cada)

3.300MW (5 Unidades Geradoras)

TIPO Carvão Pulverizado (CP), Ciclo

Vapor e Ciclo Carvão Ciclo Combinado

PRINCIPAIS INSUMOS

Carvão, água do mar para resfriamento, água doce e

produtos químicos Gás natural, a água e os produtos químicos

ÁREA DO TERRENO 239 ha 112 ha

INVESTIMENTO US$ 3 bilhões R$ 2,3 bilhões

AGÊNCIA REGULADORA Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL

(*) - Poderá ser importado da Colômbia, Venezuela, África do Sul ou Moçambique.

2.3 MINERODUTO MINAS - RIO

O Mineroduto faz parte do Sistema Minas-Rio e ligará a mina e uma unidade de beneficiamento de minério de ferro, em Minas Gerais, ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Em 2012, quando o sistema entrar em operação, deverá produzir 26,5 milhões de tonelada por ano de minério de ferro.

O Quadro 2.3-1 apresenta as principais características do empreendimento:

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QUADRO 2.3-1: FATOS E NÚMEROS DO MINERODUTO MINAS RIO

EMPRESA MMX

DENOMINAÇÃO: Mineroduto do Sistema Minas-Rio

LOCALIZAÇÃO Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais

EXTENSÃO 525 quilômetros

NÚMERO DE MUNICÍPIOS

ATRAVESSADOS 33, sendo 26 em Minas Gerais e 7 no Rio de Janeiro

PONTOS EXTREMOS Trecho inicial em Conceição do Mato Dentro/MG e trecho final no Porto do Açu em São João da Barra/RJ

MINAS PRODUTORAS Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Serro

CAPACIDADE DAS MINAS

53 milhões de toneladas por ano (mtpa) e produzir 24,5 mtpa de finos (pellet feed)

CAPACIDADE DE ESCOAMENTO/ANO 26,5 milhões de toneladas de polpa de minério de ferro

TUBULAÇÃO

44.500 tubos de 12 m de extensão. Diâmetro predominante do mineroduto é de 26 polegadas, mas em alguns trechos, como o de descida de serra, é de 24 polegadas. Os tubos são em aço carbono com revestimento externo de polietileno extrudado de tripla camada. As espessuras variam de 0,406

polegadas a 0,906 polegadas

ESTAÇÕES DE BOMBEAMENTO (EB1 E EB2) E ESTAÇÃO DE VÁLVULAS (EV)

Duas estações de bombeamento e uma estação de válvulas redutoras de pressão. A EB1 será localizada no km 0, a EB2 no km 239 e a estação de

válvulas (EV) no km 347

VELOCIDADE A polpa de minério de ferro deverá percorrer todo o trajeto em 85 horas e

14 minutos (1,6 m/s)

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Realizado pelo IBAMA

INVESTIMENTO R$ 1 bilhão de reais no mineroduto. A Anglo American investirá US$ 3,8

bilhões na implantação de todo o projeto (minas, unidade de beneficiamento e mineroduto)

INICIO DA CONSTRUÇÃO Abril de 2008

INICIO DA OPERAÇÃO Previsto para o segundo semestre de 2012

AGENCIA REGULADORA Agencia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT e DNPM

2.4 AÇÕES AMBIENTAIS DOS EMPREENDIMENTOS LICENCIADOS E EM

CONSTRUÇÃO

Na área onde será implantado o Distrito Industrial de São João da Barra, quatro são os empreendimentos que já dispõem de Projetos Básicos Ambientais (PBA), em execução. São eles: Porto do Açu, Pátio Logístico, UTE Porto do Açu I e Mineroduto Minas-Rio, conforme detalhado no Quadro 2.4-1.

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QUADRO 2.4-1: PROGRAMAS AMBIENTAIS DOS EMPREENDIMENTOS LICENCIADOS E EM CONSTRUÇÃO

EMPREENDIMENTO PROGRAMAS

PORTO DO AÇU

Programas de Supervisão e Controle das Ações Ligadas às Obras: � Orientações Técnicas para a Construção e Operação; � Segurança e Saúde do Trabalhador / Sistema de Gestão de Saúde; � Gestão de Resíduos e Efluentes Gerados; � Recuperação das Áreas Degradadas; � Supressão de Vegetação; � Acompanhamento e Prospecção Arqueológica; � Resgate de Fauna; � Resgate e Manutenção da Flora de Restinga; � Plano de Emergência Individual (PEI) Programas de Controle da Qualidade Ambiental: � Monitoramento da Qualidade da Água; � Monitoramento da Qualidade do Ar; � Monitoramento da Morfologia Costeira; � Monitoramento da Área de Dragagem; � Monitoramento da Comunidade Planctônica; � Monitoramento da Comunidade Bentônica; � Monitoramento das Atividades de Desova de Tartaruga Marinha; � Monitoramento e Controle de Ruídos Programas de Desenvolvimento Social: � Educação Ambiental (EA); � Atendimento à População Atingida Programa Compensatório: � Compensação Ambiental

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EMPREENDIMENTO PROGRAMAS

PÁTIO LOGÍSTICO

Programas de Mitigação: � Plano Ambiental de Construção (PAC);

� Plano de Supressão de Vegetação; � Programa de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes; � Plano para Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD);

� Programa de Controle das Atividades de Dragagem; � Programa de Controle de Transporte e Tráfego; � Programa de Educação Ambiental (PEA); � Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra;

� Programa de Comunicação Social; � Programa de Resgate e Manejo de Fauna Terrestre; � Programa de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência do Pátio Logístico e Operações Portuárias;

� Plano de Controle de Emissões de Poeira na Fase de Operação

Programas de Monitoramento: � Programa de Monitoramento da Biota Aquática; � Programa de Monitoramento das Águas Superficiais; � Programa de Monitoramento das Águas Subterrâneas; � Programa de Monitoramento da Área de Dragagem; � Programa de Monitoramento da Concentração de Metais e HPA’s; � Programa de Monitoramento de Cetáceos e Quelônios na Linha de Praia;

� Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar; � Programa de Monitoramento do Nível d’Água e de Áreas Alagáveis; � Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos; � Programa de Monitoramento da Ocupação Urbana; � Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar; � Programa de Compensação das Atividades de Pesca; � Programa de Caracterização das Condições de Saúde da População e do Trabalhador;

� Programa de Recuperação da Mata Ciliar da Lagoa de Iquipari e Restingas da Praia do Açu

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EMPREENDIMENTO PROGRAMAS

UTE PORTO DO AÇU I

Programas Ambientais Gerenciais: � Plano de Gestão Ambiental (PGA); � Programa de Controle de Obras (PCO)

Programas Ambientais do Meio Físico: � Programa de Gestão dos Resíduos Sólidos na Operação (PGRS); � Programa e Controle de Monitoramento de Efluentes Líquidos na Operação;

� Programa de Monitoramento Geotécnico; � Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas e dos Sedimentos;

� Programa de Monitoramento da Qualidade da Água para Consumo Humano;

� Programa de Monitoramento da Vazão e de Rebaixamento das Águas Subterrâneas;

� Programa de Monitoramento do Complexo Lagunar e das Áreas Alagáveis;

� Programa de Monitoramento da Dinâmica Sedimentológica Marinha e de Erosões Costeiras;

� Programa de Gestão da Qualidade do Ar; � Plano de Abatimento das Emissões de Gases de Efeito Estufa; � Programa de Monitoramento de Ruído; � Plano de Controle de Acidentes Ambientais (PCAA)

Programas Ambientais do Meio Biótico: � Programa de Resgate de Espécies de Fauna e Flora; � Programa de Conservação e Monitoramento de Fauna e Flora; � Programa de Monitoramento Limnológico; � Programa de Monitoramento das Comunidades Biológicas e Marinhas; � Programa de Recuperação de Áreas Degradadas

Programas Ambientais do Meio Socioeconômico: � Programas Socioeconômicos;

� Programa de Apoio Institucional; � Programa de Inserção Urbano-Ambiental e de Monitoramento Socioeconômico do entorno;

� Programa de Capacitação Profissional; � Programa de Responsabilidade Social: Pesca e Turismo; � Gestão dos Programas da Socioeconomia;

� Programa de Interação e Comunicação Social; � Programa de Educação Ambiental; � Programa de Saúde; � Programa Logístico de Transporte; � Programa de Prospecção e Resgate do Patrimônio Arqueológico;

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EMPREENDIMENTO PROGRAMAS

MINERODUTO MINAS - RIO

� Projetos de Engenharia e Informações Técnicas; � Programa de Gestão Ambiental da Obra; � Programa de Gestão de Recursos Hídricos; � Programa de Gestão de Resíduos Sólidos; � Programa de Controle de Processos Erosivos; � Programa de Minimização de Supressão da Vegetação; � Programa de Gerenciamento de Riscos e Plano de Atendimento a Emergências Ambientais;

� Programa de Reabilitação das Áreas Degradas; � Programa de Inventariamento, Monitoramento e Resgate da Fauna; � Programa de Comunicação; � Programa de Educação Ambienta (PEA); � Programa de Contratação de Mão de Obra Local; � Programa de Monitoramento Socioambiental

2.5 RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL - RPPN

Mediante acordo firmado com o Governo do Estado e com a Prefeitura de São João da Barra em julho de 2010, a LLX comprometeu-se a transformar a área da Fazenda Caruara, com cerca de 4.750 hectares, em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) a ser implantada e operada pela empresa (Mapa 2.5-1). Essa categoria de Unidade de Conservação permite o acesso público para atividades de recreação e turismo de baixo impacto. Como o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, a área da Fazenda Caruara abriga importantes remanescentes do ecossistema de restinga no Norte Fluminense A cobertura vegetal é representada por trechos de restingas preservadas, trechos em regeneração e por áreas antropizadas (em geral pastagens desativadas).

Ressalta-se que, notadamente as terras situadas entre as lagoas de Iquipari e Grussaí, abrigam um dos melhores remanescentes de restinga da baixada dos Goytacazes e das matas ciliares das duas lagoas.

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MAPA 2.5-1: ÁREA DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN), NA FAZENDA CARUARA.

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3 MELHORIAS E AMPLIAÇÃO DE ESTRADAS, FERROVIAS E

AEROPORTOS

3.1 CORREDOR LOGÍSTICO

O Decreto 42.676 de 28/10/2010 expressa a previsão do governo do estado do Rio de Janeiro em implantar o Corredor Logístico do Norte Fluminense, ligando a rodovia BR-101, ao sul da Cidade de Campos do Goytacazes, diretamente com o Distrito Industrial. Embora tal obra não possua ainda início previsto, a perspectiva de construção pelo governo do Estado do Rio de Janeiro é de curto prazo. Estudos preliminares já elaborados para planejamento do Corredor indicam que o mesmo poderia ser construído em aproximadamente três anos, sendo que suas rodovias poderiam ficar disponíveis em prazo menor, de 18 a 24 meses.

O Corredor Logístico contemplará uma faixa de 400 m de largura e 38 km de extensão entre a BR 101 e o DISJB (Figura 3.1-1). Nesta faixa de 400 m estão contidas uma Rodovia, uma Ferrovia, um conjunto de Linhas de Transmissão, uma Dutovia, e faixas para as utilidades necessárias, além do canal Campos-Açu no segmento Canal Coqueiros ao Canal Quitingute, demandando uma área total de 1.667 ha. Os parâmetros de definição do Corredor Logístico foram apresentados no Decreto Estadual nº 42.653, de 08 de outubro de 2010.

A Rodovia, com 04 (quatro) pistas e 58 m de largura, se inicia e inclui a interseção com a futura BR-101, com interconexões com as estradas locais existentes, terminando na travessia do Canal Quitingute (inclusive), com uma extensão aproximada de 36 km.

Já a Ferrovia, com faixa de 18 m de largura e 02 (duas) linhas, inclui, adicionalmente, um trecho inicial da interconexão com a malha existente da FCA até a interseção com a futura BR-101, num comprimento adicional aproximado de 2 km.

Para as Linhas de Transmissão estão previstas 03 (três) faixas para linhas de alta e de extra-alta tensão (138 kV, 345 kV e 500 kV), que conectarão as subestações do Complexo às subestações de Furnas (Sistema ONS). Os lotes das áreas industriais são alimentados por Redes de Distribuição Protegidas de 34,5 kV, e as áreas para indústrias de grande porte, alimentadas por Linhas de Transmissão de 138 kV.

As necessidades de energia elétrica serão atendidas inicialmente pelo sistema da AMPLA (138 kV), concessionária dos serviços na região. Encontra-se em projeto a construção de uma usina termoelétrica (UTE Açu, empreendimento da MPX) com capacidade de geração da ordem de 5.000 MW.

Para a implantação da Dutovia, está prevista uma faixa conectando o Complexo ao ramal Cabiúnas-Vitória da Petrobras, junto à Rodovia BR-101.

Na faixa de utilidades, com 30m de largura, a utilização prevista é a passagem dos sistemas de água, gás e comunicação.

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FIGURA 3.1-1: LOCALIZAÇÃO DO PREVISTO CORREDOR LOGÍSTICO.

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3.2 PROJETO AEROPORTO FAROL DE SÃO TOMÉ

O atual Heliporto de São Tomé opera atualmente com 100% de sua capacidade total, transportando cerca de 18.500 passageiros/mês. Por decorrência disto, a Petrobras após considerar três alternativas de utilização de unidades aeroportuárias já existentes na região (ampliação do Heliporto em São Tomé ou utilização do Aeroporto de Campos ou, ainda, a utilização do Aeroporto de Macaé), decidiu que a melhor solução seria a construção de um aeroporto no Farol de São Tomé, com a desativação do atual heliporto.

O novo Aeroporto considerará um desenho em que os circuitos de tráfego para aviões serão realizados no setor a noroeste (NW) e para os helicópteros no setor sudeste (SE). Isto possibilitará circuitos independentes entre os dois tipos de aeronaves. O Aeroporto de Farol de São Tomé visa atender ao transporte aéreo dos passageiros da Petrobras para as plataformas de exploração e produção da empresa. O mesmo terá uma pista de pouso e decolagem de 1.500 m x 30 m para aviões e quatro helipontos que permitirão dois pousos e duas decolagens ao mesmo tempo.

A pista para aviões atenderá até turbo jato da Boeing (B-737). A torre de controle de vôos terá uma altura de 25 m e estará disponível para operar durante 24 horas, embora a rotina de operação seja apenas com a luz do dia, pois o aeroporto não tem previsão de operações de vôos à noite.

A Figura 3.2-1 traz a localização do novo aeroporto em relação aos aeroportos já existentes na região (Macaé e Campos dos Goytacazes) e a Figura 3.2-2 mostra como será o layout do empreendimento (PETROBRAS/HABTEC, 2007).

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FIGURA 3.2-1: LOCALIZAÇÃO DO PREVISTO AEROPORTO DE SÃO TOMÉ. FONTE: PETROBRAS/HABTEC, 2007.

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FIGURA 3.2-2: LAYOUT DO PREVISTO AEROPORTO DE SÃO TOMÉ. FONTE: PETROBRAS/HABTEC, 2007.

3.3 MELHORIAS EM RODOVIAS FEDERAIS

Na região do empreendimento há duas rodovias federais, a BR 101 (norte-sul do Brasil), e a BR 356, que vem de Minas Gerais passando por Campos dos Goytacazes – RJ, atingindo o município de São João da Barra.

A BR 101 Norte (Rio-Campos) compreende o trecho da rodovia dentro do Estado do Rio de Janeiro, que vai do município de Niterói até Campos dos Goytacazes, na divisa com o Estado do Espírito Santo e está sendo operada pela concessionária Auto Pista Fluminense, do Grupo OHL. A rodovia é uma das principais vias de ligação entre as regiões norte e sul do país pelo litoral e seu projeto de concessão terá duração de 25 anos, a partir de 2008, com previsões de melhorias na estrada, instalações de mais praças de pedágio, além de duplicações nos seguintes trechos:

� Trecho 1 – de Rio Bonito até Rio Dourado, que já está em fase de conclusão dos estudos para iniciar imediatamente as obras de duplicação com previsão de término em 2015, podendo o prazo ser encurtado;

� Trecho 2 – do Trevo dos 40 km em Macaé até o quilômetro 85 em Campos, previsto para iniciar antes do término do trecho 1 sendo entregue antes do prazo até 2015;

� Trecho 3 – de Rio Dourado até o Trevo dos 40 km em Macaé (distância de 46 quilômetros), sem previsão de início, previsto para terminar em 2016.

Para a BR 356, entre Itaperuna e São João da Barra, são previstas intervenções pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), como a construção de acostamento, recapeamento e manutenção, beneficiando os municípios de Italva, Cardoso Moreira e Campos dos Goytacazes; manutenção do trecho Itaperuna/divisa com Minas Gerais; e construção de uma ponte sobre o Rio Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes.

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3.4 MELHORIAS EM RODOVIAS ESTADUAIS

As melhorias nas estradas estaduais que se localizam na região do empreendimento estão previstas pelo DER/RJ, e são as seguintes (OSX/CRA, 2010):

� RJ 178 – de Cabiúnas (Macaé) até Dores de Macabu (Campos); pavimentação de um trecho da rodovia até a localidade de Santa Catarina, ao norte da sede do município de Quissamã. Dali segue em leito natural até Dores de Macabu, no extremo sul de Campos. Neste trecho é renomeada para RJ-180, em mais um trecho de terra até a altura de Ibitioca, onde conecta à BR 101;

� RJ 196 – Conceição de Macabu - São Francisco de Itabapoana: pavimentação num trecho de 22 km entre Conceição de Macabu e a BR 101, na fronteira com Quissamã. Estão projetados dois trechos: entre Furado (litoral norte de Quissamã) e Mussurepe (Campos) e, ainda o trecho entre São Sebastião de Campos e Gargaú, em parte que passa por São João da Barra;

� RJ 204 – São Fidélis/São Francisco de Itabapoana: pavimentação do trecho Praça João Pessoa e Morro do Coco. Essa rodovia começa em leito natural em São Fidélis até cruzar com a BR 356, próximo a Cardoso Moreira e há um trecho asfaltado após cruzar o Rio Muriaé;

� RJ 158 – Sapucaia - Campos: recapeamento e melhorias operacionais no trecho Campos/São João Fidélis; pavimentação do trecho de 13 km entre Portela, no município de Itacoara e São Fidélis;

� RJ 224 – Campos - São Francisco de Itabapoana: recapeamento do trecho de Travessão, localidade de Campos às margens da BR-101.

3.5 REATIVAÇÃO DA FERROVIA RIO-VITÓRIA

A Ferrovia Centro-Atlântica, empresa controlada pela Vale, é responsável pela operação de uma malha com cerca de 8 mil quilômetros de extensão, abrangendo sete estados (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, Goiás, Bahia, São Paulo), além do Distrito Federal.

Depois de três anos desativada, a linha tronco da antiga Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), que liga os portos do Rio de Janeiro e Vitória, passando por Campos, a Ferrovia Centro Atlântica (FCA) (Figura 3.5-1) foi reativada em junho de 2010. A reativação da ferrovia se deu em função das demandas por cargas para a indústria da construção civil. O trem irá transportar cimento, granito e areia entre Cachoeiro do Itaperimim, no Espírito Santo, Campos, Macaé e a cidade do Rio de Janeiro. As antigas oficinas de vagões e de locomotivas de Macaé e de Campos vão sediar terminais de cargas e funcionarão como armazéns de cimento e embarcadouros de areia. O cimento e o granito vão ter origem em Cachoeiro do Itapemirim, com três destinos distintos: as estações de Campos, Macaé e Venda das Pedras, no município de Tanguá, próximo de Itaboraí, já na Região Metropolitana do Grande Rio.

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LEGENDA:

FIGURA 3.5-1: TRECHO DA FCA QUE LIGA OS PORTOS DO RIO DE JANEIRO/RJ E VITÓRIA/ES FONTE: FCA, 2010

3.6 FERROVIA TRANSCONTINENTAL (EF 354)

As obras da Ferrovia Transcontinental, também chamada de EF 354 (Figura 3.6-1), que dará acesso ao Oceano Pacífico a partir de São João da Barra, no Norte Fluminense, devem começar em 2012, e a previsão é que terminem em um período de até quatro anos. Os investimentos nesta linha férrea, que irá até o Peru, ainda não estão definidos. Após sair de São João da Barra, a ferrovia passará por Minas Gerais, seguindo de lá ao Distrito Federal, norte de Goiás e Mato Grosso. O trajeto passa ainda por Rondônia, Acre e logo após passar pela Capital acreana, Rio Branco, os trilhos serão levados até Cruzeiro do Sul e Boqueirão da Esperança, no Acre, fronteira com o Peru.

A construção da linha férrea atenderá aos interesses do agronegócio brasileiro de escoar a produção até o Pacífico e ficará sob responsabilidade da iniciativa privada. Quando estiverem concluídos, os trechos serão licitados e entregues à iniciativa privada, como já ocorre com parte da Ferrovia Norte-Sul.

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FIGURA 3.6-1: TRAÇADO DAS FERROVIAS PERTENCENTES AO PROJETO FERROVIA TRANSCONTINENTAL.

FONTE: VALEC, 2010

4 COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DE BARRA DO FURADO

O Complexo Logístico e Industrial da Barra do Furado, no canal das Flechas, entre os municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã, prevê para o local algumas instalações como a construção de um estaleiro de grande porte, um porto como base de apoio à Bacia de Campos, um terminal pesqueiro e uma marina, podendo ainda ser desenvolvido um condomínio industrial com núcleo habitacional (OSX/CRA, 2010).

Os trabalhos no local já começaram, sendo que a dragagem do Canal das Flechas está orçada em R$ 133 milhões, com 70% do valor arcado pela Prefeitura de Campos e 30% pela Prefeitura de Quissamã. As obras têm prazo de 18 meses e devem ser parcialmente financiadas (R$ 54 milhões) com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC-2). O complexo conta com investimentos da iniciativa privada no valor de R$ 5 bilhões, e com recursos dos governos municipais, estadual e federal para dragagem do Canal das Flechas e implantação do sistema send by-pass, com tecnologia importada da Austrália, que permitirá o deslocamento de areia do lado de Quissamã para Campos.

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O Complexo vai permitir o tráfego de embarcações com profundidade de até nove metros na embocadura e sete metros no interior, além de uma bacia de evolução para navios de até 150 metros de comprimento.

Também está prevista a dragagem e manutenção do Canal da Barra do Furado e duas áreas de retroporto, local usado para armazenar e administrar os produtos que chegam aos portos. O projeto vai gerar 1,5 mil de empregos durante o período da obra e 2 mil empregos na cadeia produtiva, até 4 anos após o término da construção.

5 ATIVIDADES E PROJETOS DA ANA E IBAMA

5.1 PLANO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL

O Plano de Recursos Hídricos, aprovado pelo CEIVAP (Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul), apresenta o diagnóstico da bacia e indica as ações necessárias para sua recuperação, a serem implementadas com recursos da cobrança pelo uso da água (outorga). A AGEVAP celebrou contrato com a Fundação de Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos - Fundação COPPETEC, em 06 de março de 2006, para a elaboração do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul (2007-2010) - Resumo. Trata-se da atualização do Plano elaborado anteriormente, para o período de 2002 a 2006 (CEIVAP, 2010).

O Decreto 41.720 de 03 de março de 2009 institui o Comitê da Bacia da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul, no âmbito do sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos. O Comitê foi instalado no dia 19/6/2009, com sede em Campos dos Goytacazes/RJ. Os três municípios que fazem parte da Área de Influência do empreendimento deste estudo (Campos dos Goytacazes, S. Francisco de Itabapoana e S. João da Barra), e outros 16 municípios são os integrantes da área de abrangência do Comitê do Baixo Paraíba do Sul.

Os programas referentes às ações de melhoria quali-quantitativa na área de atuação da foz do rio foram orçados em cerca de R$ 453 milhões e foram agrupados em sete recortes temáticos, quais sejam (CEIVAP, 2007):

� A: Redução de cargas poluidoras; � B: Aproveitamento e racionalização de uso dos recursos hídricos; � C: Drenagem urbana e controle de cheias; � D: Planejamento de recursos hídricos; � E: Projetos para ampliação da base de dados e informações; � F: Plano de proteção de mananciais e sustentabilidade no uso do solo; � G Ferramentas de construção da gestão participativa.

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Um dos principais problemas relativos aos recursos hídricos na região da foz do rio Paraíba do Sul situa-se no setor de saneamento básico, em especial no que se refere à insuficiência do tratamento dos esgotos sanitários, à disposição final inadequada dos resíduos sólidos urbanos e ainda ao controle de cheias do rio Muriaé.

Outro importante problema que deve merecer tratamento prioritário refere-se à solução dos constantes conflitos pelo uso da água de caráter generalizado que envolve interesses e atores distintos como prefeituras, irrigantes, usinas e pescadores. Tais conflitos resultam do “sucateamento” do sistema de canais e complexo lagunar da baixada campista ocorrido após a extinção do DNOS que, sem uma gestão eficiente, sem investimento em manutenção e ainda sem operação adequada, deixam de atender de forma adequada as finalidades desejadas de drenagem e irrigação.

O problema é grave e tem que ser resolvido com prioridade para permitir que a rede de canais passe verdadeiramente a servir a economia da região. Para tal, o Plano de Investimento incluiu o Programa D.2: Planejamento Local para Recuperação Ambiental - Sistema de Canais e Complexo Lagunar da Baixada dos Goytacazes (CEIVAP, op.cit.).

5.2 PROJETO TAMAR

O Projeto TAMAR foi criado em 1980 pelo IBDF, atual IBAMA, com a finalidade de proteger as espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil (Caretta caretta, Chelonia mydas, Dermochelys coriacea, Eretmochelys imbricata e Lepidochelys olivacea). No início, foi feito o levantamento da real situação das tartarugas no país. O Brasil possuiu grande população de tartarugas, que alimentou desde os índios até as famílias de pescadores do último final do século, passando por colonizadores e comerciantes jesuítas. O hábito de matar fêmeas que sobem às praias para desova fez com que a população destas, outrora abundante, fosse quase extinta.

Para reverter este quadro, o Projeto TAMAR decidiu estabelecer campos de trabalho nos principais pontos de reprodução para garantir a preservação das espécies. Foram escolhidas 21 estações que garantem o nascimento aproximado de 350 mil filhotes por ano.

Nas áreas de desova há o monitoramento da praia pelos tartarugueiros e pesquisadores, com marcação nas nadadeiras anteriores e a solicitação de que seja notificado quando e onde aquela tartaruga foi encontrada. Quando isto acontece, é possível estudar o comportamento da desova, as rotas migratórias e fazer um controle da população. É feita análise biométrica para cada espécie, medindo comprimento, largura do casco e peso.

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A base no Rio de Janeiro conta com quatro sub-bases: São Francisco, Atafona, Farol de São Tomé (sede regional) e Quissamã, que protegem anualmente cerca de mil desovas e mais de 80 mil filhotes. A sede regional foi instalada no Farol de São Tomé, município de Campos dos Goytacazes, a cerca de 32 km do empreendimento deste estudo pela praia e que monitora 120 km de praias de desova e alimentação de tartarugas marinhas. A Área de Influência da base se estende por 230 km, entre a divisa com o Espírito Santo e o município de Quissamã.

A base de Campos dos Goytacazes tem intensificado bastante o trabalho junto aos pescadores, inclusive com embarque de biólogos, para minimizar os efeitos da captura incidental de tartarugas marinhas em redes de pesca. Ressalta-se que na Praia de Açu ocorrem registros de desovas da Caretta caretta, fato este que apontou a estruturação de Programa de Monitoramento da Ocorrência de Desova das Tartarugas Marinhas, no momento da elaboração do EIA/RIMA da UTE Porto do Açu I, para o acompanhamento destas espécies em conjunto com as atividades do Projeto TAMAR, da sede Farol de São Tomé, e que o mesmo deverá ser potencializado pelos programas ambientais da UTE Porto do Açu II.

6 ATIVIDADES E PROJETOS DA SEA E INEA

6.1 PAC DA BAIXADA CAMPISTA

O Projeto de Recuperação e do Plano de Administração, Operação e Manutenção do Sistema de Canais de Drenagem e Irrigação da Baixada Campista, também conhecido como PAC da Baixada Campista, trata-se de relevante projeto de pesquisa e desenvolvimento na área de hidrologia e meio ambiente, realizado pela Fundação COPPETEC para o Estado (Anexo II.2-1). As obras são necessárias para recuperação dos sistemas de drenagem e irrigação da Baixada Campista, com objetivo de controle de cheias na região.

Estes sistemas de canais foram construídos a partir da década de 1930, pelo extinto DNOS (Departamento Nacional de Obras e Saneamento) e, atualmente, encontram-se em situação precária de conservação com diversas obstruções, áreas assoreadas e dificuldades de operação. Os sistemas de drenagem que compõem o projeto são: Macaé-Campos, São Bento e Vigário, onde ocorrerão intervenções localizadas (Mapa 6.1-1). Os objetivos específicos do projeto são (INEA/ECOLOGUS, 2010):

� Desassoreamento das drenagens principais dos sistemas São Bento, Macaé - Campos e Vigário e seus canais auxiliares;

� Construção de vertedores e recuperação de comportas; � Execução dos serviços de aumento da capacidade de descarga do exutório do Sistema São Bento;

� Proteção da infraestrutura urbana evitando perdas sociais e materiais;

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� Redução da incidência de doenças de veiculação hídrica, relacionadas às enchentes e ao contato direto com águas poluídas;

� Redução dos problemas gerados pelo não atendimento das demandas hídricas dos usuários da região durante os períodos de inundações e estiagem;

� Execução, em parceria com os municípios, de ações de combate às causas do assoreamento e em ações de recuperação de margens degradadas dos cursos d’água.

As intervenções propostas no Projeto da Baixada Campista são voltadas para a reversão do quadro de degradação dos corpos hídricos, e são previstas pelas obras de macro e mesodrenagem, que serão executadas tendo como metas a melhoria das condições de fluxo dos cursos d’água e controle de cheias.

Isto se dará através da dragagem de aproximadamente 7,8 milhões de metros cúbicos, beneficiando uma população de aproximadamente 530 mil habitantes, residente nos municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Quissamã e São Francisco de Itabapoana.

O Comitê de Bacia criou a câmara técnica consultiva de estruturas hidráulicas composto por representantes da sociedade civil, produtores rurais, pescadores, técnicos, entre outros segmentos, para atuar no acompanhamento e na tomada de decisões relacionadas à obra do sistema de drenagem. As obras contam com investimento de R$ 97 milhões, sendo R$ 92 milhões provenientes do Ministério da Integração Nacional e R$ 5 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (FECAM).

Os recursos serão destinados à recuperação do subsistema São Bento/Quitingute. Dos 1,5 mil quilômetros de rios e canais que cortam a Baixada Campista, este subsistema abrange mais de 70% da região. A expectativa é que o projeto seja executado em 12 meses, beneficiando além de Campos, os municípios de São João da Barra e Quissamã.

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MAPA 6.1-1: SISTEMAS DE DRAGAGEM E DRENAGEM DA BAIXADA CAMPISTA

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6.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Como parte do processo de ordenamento territorial para garantir a sustentabilidade ambiental do desenvolvimento portuário e industrial da região do Açu, configura-se a necessidade de prever a proteção ou o uso controlado de um conjunto de áreas ali localizadas. Devem ser contempladas áreas que possuam atributos ecológicos relevantes ou aquelas cuja forma de uso deva ser controlada para garantir a sua compatibilidade com objetivos de conservação da natureza de áreas próximas ou com fatores condicionantes típicos da vizinhança de áreas industriais.

Desta forma, deverão ser estabelecidas na área próxima ao empreendimento Unidades de Conservação (UC’s) (Mapa 6.2-1), tanto em categorias de manejo voltadas para a proteção integral como ao desenvolvimento sustentável. Em 30 de julho de 2010, o governo do Estado do Rio de Janeiro e a prefeitura municipal de São João da Barra iniciaram o encaminhamento de um termo de compromisso visando à criação de novas UC’s neste município.

MAPA 6.2-1: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCS) PREVISTAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

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6.2.1 Criação do Parque Estadual da Lagoa do Açu

O INEA pretende criar um parque estadual para proteger alagados rasos, na parte ao sul da lagoa do Açu, bem como restingas, e estará localizado a oeste do Cabo de São Tomé, no município de Campos dos Goytacazes. A área prevista para o parque fica a leste do Canal São Bento e ao norte da rodovia RJ-126. As localidades em seu entorno são: Babosa, Ponte do Trilho, Folha Larga, Quixaba, Xexé e Farol de São Tomé. O heliporto de Farol de São Tomé é o vizinho ao sul (Mapa 6.2-2).

Com 5.915 hectares e perímetro de 41,6 km, a área abriga diversos habitats, predominando banhados e campos sazonalmente alagados, havendo ainda uma pequena parcela de restinga e praia. É atravessada pelo canal do Quitingute, cujas águas apresentam-se com boa qualidade. Há poucas informações sobre a área pretendida para o parque, mas não há dúvidas de que se trata de um remanescente valioso dos banhados que outrora ocupavam uma grande parte no setor da planície aluvial da Baixada dos Goytacazes, acrescido de remanescentes de restinga e de praia com grande apelo turístico.

A ocupação antrópica é praticamente inexistente, com a cobertura vegetal nativa constituída por vegetação herbáceo-arbustiva de áreas alagáveis e formações de manguezais junto à barra da lagoa do Açu ainda preservadas.

Pelas suas características, deve ser um habitat importante para o desenvolvimento de alevinos de peixes nativos, além de abrigar bandos significativos de aves aquáticas, inclusive algumas migratórias, e até mesmo animais aquáticos ameaçados ou raros na região, como a lontra. Já o seu significado histórico decorre de que até o século XVI, as águas da lagoa Feia escoavam para o mar pelo labirinto de canais da área do parque, prosseguindo depois pelo rio Açu. O cabo de São Tomé, parcialmente protegido por essa futura Unidade de Conservação, é também um acidente geográfico de importância histórica.

Ressalta-se que a criação deste parque é consistente com a perspectiva apresentada no Plano Diretor do Município de Campos dos Goytacazes, o qual previa a criação de uma unidade de conservação nesta região.

MAPA 6.2-2: LOCALIZAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DA LAGOA DO AÇU

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6.2.2 APA de Grussaí

Foi acertado entre o governo do Rio de Janeiro, a prefeitura de São João da Barra e o INEA que caberá ao governo estadual a demarcação e o acompanhamento da Área de Proteção Ambiental de Grussaí (APA), que tem como limites as lagoas do Taí, Salgada, Grussaí e Iquipari. Na parte mais ao sul, já no município de Campos dos Goytacazes, na região dos “alagados de São Tomé”, a Secretaria de Meio Ambiente prevê a criação de um Parque Estadual, conforme descrito no Item 6.2.1, acima.

Além disso, está sendo considerada a possibilidade de implantar uma “estrada parque” entre Grussaí e o Complexo Industrial e Portuário como forma de estimular o turismo na região.

6.3 DEMARCAÇÃO DE FMPS DE LAGOAS E CANAIS

A Lei n° 1.130/87, do Estado do Rio de Janeiro define, em seu artigo 9º, as faixas marginais de proteção (FMPs). FMPs de rios, lagos, lagoas e reservatórios d’água são faixas de terra necessárias à proteção, à defesa, à conservação e operação de sistemas fluviais e lacustres, determinadas em projeção horizontal e considerados os níveis máximos de água (NMA), de acordo com as determinações dos órgãos Federais e Estaduais competentes.

As FMPs possuem as seguintes características:

� São consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs) – segundo a Constituição Estadual, artigo 268;

� Toda e qualquer vegetação natural presente no entorno de corpos lacustres e ao longo de cursos d’água, passa, então, a ter caráter de preservação permanente;

� Área “non aedificandi” (não edificável); � Área destinada à preservação, conservação ou recuperação da mata ciliar; � As larguras das FMPs determinadas em lei são larguras mínimas, que podem ser ampliadas por critérios técnicos, tal como a presença de ecossistemas adjacentes relevantes.

As FMPs têm como função assegurar uma área que permita a variação livre dos níveis das águas; proporcionar acesso livre à operação de máquinas para execução de serviços de dragagem, limpeza e outros necessários para uma melhor drenagem fluvial; permitir contemplação paisagística, proporcionando uma melhor qualidade de vida e garantir condições para a proteção da mata ciliar.

No caso de lagoas, lagos e lagunas, para a demarcação da FMP, é necessário que se estabeleça um Plano de Alinhamento de Orla (PAO), outro instrumento de

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controle do sistema de proteção dos lagos e cursos d’água, estabelecido no art. 3º da Lei estadual nº 650/1983 (Figura 6.3-1). Este é definido a partir da cota máxima de enchente e a partir dele a FMP (no mínimo 30 m). Pela Constituição Estadual, a FMP é tida como um tipo de Área de Preservação Permanente. Assim, toda e qualquer vegetação natural presente no entorno de corpos lacustres e ao longo de cursos d’água passa a ter caráter de preservação permanente (INEA, 2010).

FIGURA 6.3-1: DEMARCAÇÃO DA FMP EM LAGOS E LAGOAS FONTE: INEA, 2010

As lagoas do Taí, de Grussaí, de Iquipari, do Veiga, do Açu e Salgada fazem parte da Área de Influência do empreendimento deste estudo, e cujas faixas marginais deverão ser demarcadas ainda em período próximo. Porém, dessas lagoas, duas (Grussaí e Iquipari) já foram demarcadas em ato administrativo pelo Presidente da SERLA, antiga componente do que atualmente é o INEA.

6.4 INCLUSÃO DE ÁREAS NA LISTA DA CONVENÇÃO RAMSAR

A “Convenção de Áreas Úmidas de Importância Internacional”, conhecida por Convenção RAMSAR, pois foi assinada na cidade de Ramsar – Irã em 1971, é um tratado intergovernamental que estabelece as bases para ações no âmbito dos países signatários e para acordos de cooperação internacional, visando à conservação e ao uso racional das áreas úmidas e de seus recursos naturais. São 159 países membros da Convenção, que possuem 1.846 sítios reconhecidos como de importância internacional para a proteção das áreas úmidas, totalizando cerca de 181 milhões de hectares.

No Brasil são 11 os Sítios RAMSAR reconhecidos oficialmente: o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (MT), a Estação Ecológica Mamirauá (AM), a Ilha do Bananal (TO), as Reentrâncias Maranhenses (MA), a Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), o Parque Estadual do Rio Doce (MG), o Parque Estadual Marinho do Parcel de Manoel Luiz (MA), o Parque Nacional da

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Lagoa do Peixe (RS), as Reservas Particulares do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT), a Fazenda Rio Negro (MS), e ainda o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, que é a área mais recentemente reconhecida como Sítio RAMSAR no Brasil (fevereiro de 2009).

Como forma de compensação ambiental, a empresa de energia EL PASO destinou recursos financeiros à Secretaria Estadual de Meio Ambiente para estudos e levantamentos das lagoas costeiras do Norte Fluminense. Esses recursos, repassados ao Instituto Terra, permitiram a contratação da Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF), para realizar o levantamento dessas lagoas em seus aspectos históricos, limnológicos, ictiológicos e ornitológicos, no trecho compreendido entre os rios Itabapoana e das Ostras.

O “Projeto Estratégia de Conservação do Litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro” dividiu a região do estudo em cinco áreas, sendo a que abrange o empreendimento ora considerado, a “Área 3 – Lagoas do segmento sul da Restinga Norte: entre a margem direita do rio Paraíba do Sul e o cabo de São Tomé”.

A Área 3 foi a primeira a ser estudada e o relatório final, datado de 2005, apresentou as propostas relacionadas a seguir.

Em sua totalidade, a Área 3 se inclui na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica como área de experimentação e de recuperação. Portanto, já existe para ela um plano de proteção, muito embora a figura da Reserva da Biosfera não seja forte. Há, também, várias Áreas de Preservação Permanente (APP), conforme artigo 2º da Lei Federal nº 4.771/65, regulamentado pela Resolução CONAMA nº 303/2002. Cumpre lembrar ainda a Lei Estadual nº 3.239/1999, que institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos.

Tendo por base as análises empreendidas, durante o estudo da Área 3, o “Projeto Estratégia de Conservação do Litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro” propõe:

� Criação de uma Unidade RAMSAR, envolvendo todas as cinco áreas previstas no Projeto;

� Demarcação das lagoas segundo os Planos de Manejo de Usos Múltiplos de Lagoa ou Laguna (PMUL), conforme estabelecido na Lei Estadual nº 3.239/99, implicando em sua restauração e revitalização;

� Proteção especial para a lagoa Salgada, proposta como monumento geológico e paleontológico da humanidade;

� Criação de um conjunto de Unidades de Conservação interligadas para proteger as lagoas de Grussaí, Iquipari, Açu, Salgada, do Veiga e do Taí da Praia, bem como os últimos remanescentes de vegetação nativa de restinga neste segmento da restinga norte da região, estendendo-a, de forma contínua até a planície aluvial à retaguarda do cabo de São Tomé, onde ainda existe um significativo remanescente do grande banhado da região. Pode-se pensar em uma grande Área de Proteção Ambiental com unidades de conservação mais restritivas em seu interior;

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� Criação de corredores ecológicos para interligar fragmentos de ecossistemas; � Demarcação das Áreas de Preservação Permanente que se situarem fora das unidades de conservação restritivas;

� Aprofundamento dos estudos sobre os ecossistemas existentes na área.

Nota-se que algumas dessas áreas são atualmente objeto de ações efetivas para criação de Unidades de Conservação, o que irá assegurar a preservação de seus recursos.

6.5 ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO (ZEE)

O Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) é instrumento estratégico de planejamento regional e gestão territorial, envolvendo estudos sobre o meio ambiente, os recursos naturais e as relações entre a sociedade e a natureza. Esses estudos servem como subsídio para negociações democráticas entre os órgãos governamentais, o setor privado e a sociedade civil sobre um conjunto de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável.

A Lei Estadual no 5.067 de 2007, regulamentou o ZEE do Estado do Rio de Janeiro e conferiu competência à Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) para coordenação da elaboração e implementação do projeto, em conjunto com as Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão e Secretaria de Estado de Obras.

A referida Lei estabeleceu que o ZEE deveria contemplar as dez regiões hidrográficas do Estado, e determinou critérios para a implantação da atividade de silvicultura econômica no Estado do Rio de Janeiro. Recentemente, a Lei 5.067 foi regulamentada sob a forma do decreto 41.968 de 2009, no que tange às atividades de silvicultura consideradas de pequeno e médio porte, condicionando a regulamentação de atividades consideradas de grande impacto às indicações apresentadas pelo Zoneamento e a elaboração de EIA / RIMA.

6.6 GERENCIAMENTO COSTEIRO (GERCO)

Nos últimos dez anos, o Estado do Rio de Janeiro, tem participado do Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC, instituído pela Lei Federal no 7.661/88. O PNGC é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e vem sendo executado nos 17 estados costeiros da Federação, no âmbito do Programa Nacional de Meio Ambiente – PNMA.

Além dos instrumentos previstos pelo Art. 9o da Lei 6.938/81, que trata da Política Nacional de Meio Ambiente, são considerados ainda outros instrumentos de gestão, que são:

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� Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC; � Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro – PMGC; � Sistema de Informações de Gerenciamento Costeiro – SIGERCO; � Sistema de Monitoramento Ambiental da Zona Costeira – SMA-ZC; � Relatório de Qualidade Ambiental da Zona Costeira – RQA-ZC; � Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro – ZEEC; � Plano de Gestão da Zona Costeira – PGZC.

No Estado do Rio de Janeiro, foram obtidos alguns avanços relacionados ao Gerenciamento Costeiro, que tiveram apoio financeiro do Ministério da Marinha (CIRM), e posteriormente do Ministério do Meio Ambiente. São eles:

� Fortalecimento da infraestrutura operacional para gerenciamento costeiro; � Treinamento e capacitação de pessoal da área de gestão costeira; � Elaboração do Macrozoneamento da Região dos Lagos; � Elaboração de uma proposta de Plano de Monitoramento da Zona Costeira; � Elaboração de uma proposta de Plano de Gestão da Zona Costeira; � Elaboração do Macrozoneamento do Litoral Norte (parcial); � Implantação do Sistema de Informações para o Gerenciamento Costeiro – SIGERCO;

� Fortalecimento dos Arcabouços institucional e legal; � Elaboração de Planos Diretores de Unidades de Conservação em áreas costeiras, com destaque para as APA´s de Maricá, de Massambaba e de Sapiatiba;

� Elaboração de perfis ambientais de 09 municípios da faixa costeira: Cabo Frio, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Araruama, Saquarema, Casimiro de Abreu, Macaé, Quissamã e Campos, com apoio à gestão ambiental local;

� Mapeamento de áreas frágeis a serem protegidas, em apoio ao Plano de Contingência (derramamento de óleo) da Baía de Guanabara;

� Estudos biológicos das áreas de restinga do estado; � Elaboração do Macroplano de Gestão da Bacia da Baía de Sepetiba; � Elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande.

A última realização marcante, no âmbito do Projeto de Gerenciamento Costeiro, foi à realização de um workshop para a elaboração de um Plano de Gestão da Zona Costeira do Estado, reunindo a maioria dos municípios litorâneos do estado.

O Plano de Gestão da Zona Costeira visa à implementação de ações integradas que orientem a proteção dos recursos ambientais e viabilizem o desenvolvimento sustentável da região, contemplando soluções para os problemas encontrados, definindo atores envolvidos, responsabilidades e prazos.

A expectativa é a de que o Plano de Gestão da Zona Costeira venha a desempenhar um importante papel, fazendo a ponte entre as diferentes esferas de governo, possibilitando, assim, a necessária integração das diversas ações institucionais existentes no Estado, de forma a consolidar a ação de gerenciamento costeiro nesse nível, além de possibilitar sua extensão aos diversos municípios litorâneos.

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6.7 PROGRAMA PACTO PELO SANEAMENTO

O Pacto pelo Saneamento está em sintonia com as diretrizes da Política Nacional de Saneamento Básico, estabelecidas pela Lei 11.445/07. Criado em 2007, o Programa envolve as Secretarias de Estado do Ambiente (SEA), de Agricultura, Pesca e de Abastecimento (SEAPPA) e de Obras; a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (CEDAE) e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e é dividido em dois subprogramas, Lixão Zero e Rio + Limpo.

No Lixão Zero R$ 150 milhões já foram investidos para por fim aos despejos de lixo a céu aberto em todas as regiões do Estado e uma nova parcela de valor equivalente terá a mesma destinação. Ao todo serão necessários R$ 400 milhões para a remediação total dos lixões e construção de aterros sanitários, cuja cobertura já contempla todo o território estadual, entre projetos em fase de elaboração, licitação, construção e os já instalados e em funcionamento.

Já o subprograma Rio + Limpo, que visa a universalizar os sistemas de coleta e de tratamento de esgoto, recebeu R$ 462 milhões em investimentos, passando de um total de 24% de esgoto tratado em 2006, para 30% em 2007. Os recursos são do FECAM (R$ 370 milhões), do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Desse montante, já foram investidos R$ 260 milhões no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) e no Programa de Saneamento da Barra da Tijuca e Jacarepaguá (PSBJ), e outros R$ 150 milhões estão em andamento em ambos os programas.

Na região do empreendimento, para os municípios de Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra estão sendo elaborados Planos de Saneamento Municipais. O Projeto Rio Rural (Item 7.1), em convênio com a SEAPPA - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, a UFF – Universidade Federal Fluminense e a SEA irá construir sistemas de esgotamento sanitário em 45 núcleos habitacionais rurais em 24 municípios na região Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro.

O município de São João da Barra foi contemplado com Projeto de Engenharia de esgotamento sanitário no âmbito do subprograma Rio + Limpo. O projeto já foi concluído e teve um custo total de R$ 966.588.

Dentro do Programa Lixão Zero, o município de São João da Barra também foi privilegiado, pois faz parte do Consórcio Norte Fluminense (PI) juntamente com os municípios de Quissamã, Carapebus e Conceição de Macabu (Figura 6.7-1). Nesse Consórcio está prevista a implantação de um CTR (Centro de Tratamento de Resíduos) a ser instalado em Quissamã, mas que atenderá aos municípios participantes.

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FIGURA 6.7-1: ÁREA DO CONSÓRCIO NORTE FLUMINENSE – PROGRAMA LIXÃO ZERO.

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7 ATIVIDADES E PROJETOS DA SECRETARIA DE ESTADO DA

AGRICULTURA

7.1 PROGRAMA RIO RURAL

O Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável em Microbacias Hidrográficas – RIO RURAL - tem como grande desafio a melhoria da qualidade de vida no campo, conciliando o aumento da renda do produtor rural com a conservação dos recursos naturais. São beneficiários diretos do programa 300 mil habitantes de 470 microbacias identificadas no Estado do Rio de Janeiro. São beneficiadas ainda as populações residentes nos centros urbanos e na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, pelo aumento na oferta de alimentos e água, diminuição da pressão por emprego, saúde e moradia.

O Projeto de Gerenciamento Integrado de Agroecossistemas em Microbacias Hidrográficas do Norte e Noroeste Fluminense – RIO RURAL GEF, vem sendo realizado desde 2005 em 50 microbacias hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro (Figura 7.1-1), com o objetivo de promover o manejo integrado de ecossistemas de importância global de Mata Atlântica, através da autogestão sustentável dos recursos naturais por comunidades rurais de base familiar. O Rio Rural GEF terá um investimento total de 34 milhões de reais, sendo US$ 6,5 milhões em recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF).

Outro projeto, o RIO RURAL BIRD, foi aprovado pelo Banco Mundial em 2009. Ele amplia as ações do Programa Rio Rural para todas as regiões do Estado. Seu objetivo é promover o desenvolvimento sustentável do setor rural e a diminuição das ameaças ao meio ambiente, através da adequação dos sistemas produtivos e do apoio a atividades que visam elevar a produtividade e a competitividade da agricultura familiar. O RIO RURAL BIRD investirá US$ 79 milhões em ações sustentáveis em 270 microbacias hidrográficas de 59 municípios até 2015, sendo US$ 39,5 milhões investidos pelo Estado do Rio de Janeiro e a outra metade financiada pelo Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD).

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FIGURA 7.1-1: MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUE PARTICIPAM DO PROGRAMA RIO RURAL. FONTE: PDRSMH/RJ, 2010

No município de Campos dos Goytacazes, as Microbacias que participam do Programa são as do Rio Preto e do Rio Ururaí. Já no município de São João da Barra, fazem parte do RIO RURAL, as Microbacias do Rio Doce (Canal Quitingute) e do Canal Degredo (Figura 7.1-2), com as seguintes características:

� Microbacia Canal de Degredo

� Com uma área de aproximadamente 730 hectares, produção de cana de açúcar, olerícolas e criação de pecuária de corte, a microbacia possui 152 beneficiários do Programa Rio Rural, sendo que 92% das propriedades possuem área menor que 10 ha.

� Microbacia Rio Doce

� Com área de 810 hectares, possui intensa produção de olerícolas, em especial maxixe, quiabo, jiló, batata doce e frutas como o abacaxi e criação de pecuária mista. A microbacia possui 222 beneficiários do Programa Rio Rural, sendo que 86% das propriedades possuem área menor que 10 ha.

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FIGURA 7.1-2: MAPA DAS MICROBACIAS DOICROBACIAS DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA BARRA. FONTE: PDRSMH/RJ,

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A metodologia adotada pressupõe a participação do produtor familiar e dos demais moradores de cada comunidade, que se reúnem em grupos de interesse, elegendo representantes para compor os Comitês Gestores de Microbacias (COGEM), ou seja, as entidades encarregadas de liderar as ações de desenvolvimento rural sustentável. Os membros do COGEM realizam um levantamento das principais demandas e potenciais da microbacia, junto aos atores locais, através do Diagnóstico Rural Participativo (DRP). A partir deste primeiro documento, é construído o Plano Executivo da Microbacia (PEM), que contém as ações que serão realizadas.

As principais atividades a serem executadas pelo Rio Rural, segundo o Plano Executivo das Microbacias Canal Degredo e Rio Doce, estão compiladas no Quadro 7.1-1, abaixo:

QUADRO 7.1-1: PRINCIPAIS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NAS MICROBACIAS RIO DOCE E CANAL DE DEGREDO

� Construção de Fossas Sépticas; � Restauração da Mata Ciliar; � Capacitação em produção de mudas, artesanato, operador de máquinas, agricultura

orgânica; � Instalação de Unidade de Esterqueira e Composteira; � Construção de Quadra Poliesportiva; � Recuperação Ambiental das Pastagens; � Unidade de Tratamento de Água; � Programa de Inseminação Artificial de Rebanhos; � Adubação Verde; � Reuniões com instituições administrativas para negociação; � Implantação de Unidade de Irrigação com cata vento.

8 PROJETOS E AÇÕES DAS PREFEITURAS DE CAMPOS DOS

GOYTACAZES, SÃO JOÃO DA BARRA E SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA

Os municípios da Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento, que são: Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra, além de outros 10 municípios da região Norte Fluminense, fazem parte do Projeto Pólen (Figura 7.1-1). O Projeto consiste num trabalho em Educação Ambiental (EA), fruto de uma medida mitigadora para o licenciamento ambiental de atividades de exploração e produção de petróleo e gás.

A proposta geral foi elaborada pelo NUPEM/UFRJ e aprimorada em discussões conjuntas com técnicos da PETROBRAS e do IBAMA. O Projeto Pólen forma recursos humanos em Educação Ambiental no processo de gestão, contando com o apoio das prefeituras na implementação de Polos de EA nos municípios. Em 2005 foi firmado um convênio de dois anos entre o NUPEM/UFRJ, via uma fundação administrativa (Fundação Biorio) e a Petrobras. No início, houve a

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formação da equipe para desenvolver o projeto e em janeiro de 2006 aconteceu a primeira saída de campo (PROJETO PÓLEN, 2010).

FIGURA 7.1-1: PROJETO PÓLEN: MUNICÍPIOS PARTICIPANTES. FONTE: PROJETO PÓLEN, 2010

9 PROJETOS E AÇÕES DA PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA

Durante a implementação dos Programas Básicos Ambientais (PBA) – referentes à primeira fase de Obras do Porto do Açu (já licenciada), foram realizadas seções técnicas com a Prefeitura de São João da Barra. Nestes encontros, foi apresentada, pelo Poder Público, uma série de planos e projetos relativos a pretensões municipais, que visam o desenvolvimento socioeconômico e ambiental de São João da Barra. Alguns dos principais programas encontram-se listados a seguir (TERNIUM/ECOLOGUS, 2010):

9.1 AGRICULTURA E PECUÁRIA

� Programa de fomento da cana de açúcar; � Incentivo a produção e comercialização de hortaliças no município; � Sanidade animal.

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9.2 EDUCAÇÃO E CULTURA

� Programa Petrobras Jovem Aprendiz - sob auspícios da Petrobras e Transpetro;

� Cursos técnicos em parceria com o Centro de Educação Tecnológica (CEFET) – Turismo e Informática Industrial;

� Alfabetização de Adultos; � Internet comunitária; � Passes para estudantes (1300) e bolsas universitárias (750); � Programa Bolsa-Escola.

9.3 MEIO AMBIENTE E INFRAESTRUTURA

� FUNDASSAN:

� A Lei Municipal nº 110, de 31 de dezembro de 2008 criou o Fundo de Desenvolvimento Ambiental Sustentável Sanjoanense (FUNDASSAN), que tem como objetivos principais o financiamento de planos, programas, projetos, pesquisas e tecnologias que visem o uso racional e sustentável dos recursos naturais, bem como a implementação de ações voltadas à preservação, defesa e à recuperação do meio ambiente;

� Drenagem de canais para escoamento da carga hídrica pluvial e prevenção de enchentes;

� Controle do desembarque do pescado.

� Criação de Unidades de Conservação:

� Área de Proteção Ambiental da CEHAB, criada em 2009. Esta APA possui aproximadamente 400 km2 e se localiza em Atafona, as margens do valão da CEHAB;

� APA das Lagoas de Grussaí e Iquipari: A Prefeitura Municipal de São João da Barra definiu, em seu Plano Diretor, a constituição de uma Área de Proteção Ambiental – APA – a ser criada no entorno das Lagoas de Grussaí e Iquipari, objetivando a proteção e recuperação desses ecossistemas, sob pressão antrópica de comunidades lindeiras. Nota-se que o estudo do Ministério do Meio Ambiente sobre Áreas Prioritárias para Conservação no País, em seus vários biomas, também inclui essa APA em suas propostas, assim como a Foz do Paraíba do Sul.

9.4 SAÚDE

� Programa de Saúde da Mulher; � Programa de Saúde da Criança;

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� Programa de Saúde do Adolescente; � Programa de Combate a Zoonoses; � Programa de Combate a Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS; � Programa de Saúde Bucal; � Programa de Combate a Doenças Crônicas e Degenerativas; � Programa de Saúde do Trabalhador; � Programa de Saúde Mental; � Programa de Combate à Hanseníase; � Programa de Terapias Tradicionais e Alternativas; � Programa de Educação em Saúde; � Programa de Controle da Tuberculose.

9.5 TRABALHO E RENDA

� Programa Geração, Trabalho e Renda e PROMINC – Cooperativa de Reciclagem de Papel;

� Projeto Empresa Legal; � Feira do Artesanato; � Programa de Desenvolvimento da Agricultura (PRODESA).

9.6 TRÂNSITO E TRANSPORTE

� Municipalização do trânsito; � Ordenamento e Manutenção do Sistema de Transporte Público (ônibus, táxis e outros);

� Plano Viário (Plano Diretor de Transporte); � Projeto de Pavimentação.

9.7 TURISMO

� Projeto Verão/Carnaval; � Reativação do Conselho Municipal de Turismo.

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10 PROJETOS E AÇÕES DA PREFEITURA DE CAMPOS DOS

GOYTACAZES

10.1 FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DE CAMPOS (FUNDECAM)

O Fundo de Desenvolvimento de Campos dos Goytacazes - FUNDECAM foi criado pela Lei nº 7.084, de 2 de julho de 2001, tendo como objetivo principal fomentar o desenvolvimento do município através de financiamento de projetos que gerem emprego e renda, desde que compatíveis com as peculiaridades do município e aprovados após análise e avaliação de cada investimento proposto (FUNDECAM, 2010).

O Fundo já investiu mais de 200 milhões de reais (Figura 10.1-1), com contrapartidas equivalentes dos investidores, o que corresponde a cerca de 6% dos royalties recebidos pelo município, desencadeando na instalação de mais de 50 empresas (OSX/CRA, 2010). O FUNDECAM possui quatro linhas especiais de financiamento: FUNDECAM Estruturante; FUNDECAM Inovador; FUNDECAM Solidário e FUNDECAM Aval. A origem dos recursos provém do orçamento público municipal (mínimo de 10 milhões); de doações, auxílios e transferências de entidades públicas e privadas, inclusive do orçamento da união; de receitas decorrentes da aplicação dos recursos; de empréstimos; e outras receitas.

FIGURA 10.1-1: GRÁFICO DO VALOR FINANCIADO PELOS RAMOS DE ATIVIDADE DO FUNDECAM FONTE: FUNDECAM, 2010

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10.2 PARQUE MUNICIPAL DO MANGUE DE CARAPEBA (UNIDADE DE PROTEÇÃO INTEGRAL)

O Parque Municipal do Mangue de Carapeba ainda está em processo de criação, e foi proposto pelo Plano Diretor do Município de Campos dos Goytacazes. Sua aprovação ainda se encontra sob análise de uma comissão da Câmara de Vereadores deste município, processo que se desdobra desde a Audiência Pública realizada no dia 07/11/2007.

A área em estudo para a implantação desta Unidade de Conservação localiza-se na Praia do Farol, na divisa dos municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã. A importância desta área para a manutenção do equilíbrio natural dos ecossistemas costeiros da região foi avaliada pela ONG Mundo da Lama, em 2003, que também procurou investigar sobre formas de recuperar este ecossistema.

Além da preservação ambiental, a criação do parque encontra-se motivada pela vontade de ampliar o alcance da educação ambiental nos sistemas de ensinos, público e privado do município, além de gerar oportunidades para o desenvolvimento de linhas de pesquisa voltadas à ecologia, à fauna e à flora local.

10.3 PROJETOS DA SECRETARIA DE CULTURA

Alguns dos principais projetos da Secretaria de Cultura para o município de Campos dos Goytacazes estão descritos abaixo:

� Inventário Cultural de Raiz, em parceria com o Núcleo de Iniciação à Pesquisa Científica do UNIFLU/FAFIC;

� Caminho de Santo Amaro, parceria com o Departamento de Turismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Petróleo;

� Projeto Orla, que identifica as irregularidades e problemas ambientais da orla da Praia do Farol de São Tomé. O Projeto é uma ação inovadora no âmbito do Governo Federal, conduzida pelo Ministério do Meio ambiente, por meio da Secretaria de Qualidade Ambiental e pela Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

� Inventário das Tradições Religiosas Afrodescendentes, em parceria com o Núcleo de Arte e Cultura de Campos e com a Fundação Jornalista Oswaldo Lima;

� Projeto Olhares, voltado para a pesquisa das tradições africanas na região do açúcar, em parceria com o Arquivo Municipal e a Fundação Cultural Zumbi dos Palmares.

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11 PROJETOS E AÇÕES DA PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA

11.1 MANGUEZAIS DA BARRA DE ITABAPOANA E DE GARGAÚ

Segundo informações obtidas através da secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de SFI, a mesma possui um plano de recuperação dos manguezais da Barra de Itabapoana e de Gargaú. O projeto consiste na produção de mudas de manguezal (através da construção de uma estufa) e no plantio dessas mudas nas áreas degradadas desses ecossistemas costeiros. O projeto está concluído, apenas aguardando recursos financeiros do governo federal para o início da sua implantação.

Além do projeto de recuperação de manguezais a Prefeitura criou o projeto: “Reflexão, Ação e Transformação do Manguezal de Gargaú”, que foi formulado pelo Polo de Educação Ambiental (EA) de São Francisco de Itabapoana (SFI) do Projeto Pólen (Seção 8). O objetivo do projeto é promover ações para a proteção e uso responsável do manguezal envolvendo comunidade pesqueira, estudantes e Associação de Moradores de Gargaú, num processo educativo de conhecimento e discussão dos problemas desse ambiente, motivando os envolvidos na busca e encaminhamento coletivo de soluções.

11.2 PROJETO AGRICULTURA PARA TODOS

O projeto foi criado pela Secretaria Municipal de Agricultura e tem como objetivo a prestação de serviços de auxílio ao médio e pequeno produtor rural. Um desses serviços é a chamada “Patrulha Mecanizada”, que presta atendimento aos agricultores, como: serviços de aração de terra, plantio de diferentes culturas, abertura de tanques para bebedouro de animais e para irrigação. Os serviços são realizados através de máquinas como tratores e retroescavadeiras. Esse tipo de auxílio é de grande relevância, pois, em muitos casos, os pequenos e médios produtores não possuem recursos para aquisição dessas máquinas, mas necessitam dos serviços realizados pelas mesmas.

Outro projeto da Prefeitura é a retomada da produção de maracujá no município, que já foi um dos maiores produtores dessa fruta na região. Foi criado um campo experimental em parceria com a Pesagro-Rio, onde as mudas de maracujá são produzidas em estufas, juntamente com outras espécies frutíferas, nativas e exóticas. Num conjunto de 5 estufas, são colhidas cerca de 30 a 40 mil mudas em cada uma, que atendem projetos de reflorestamento para o próprio município e para outros municípios da região como Campos dos Goytacazes, Quissamã e parte do estado do Espírito Santo e Minas Gerais.