legislação - planos e programas econômicos

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PLANOS E PROGRAMAS 1

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Legislação - Planos e Programas Econômicos

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  • PLANOS E PROGRAMAS

    1

  • Planos e Programas 15

    Captulo I Planos de estabilizao econmica

    Plano Cruzado

    Presidente da Repblica: Jos SarneyMinistro da Fazenda: Dilson Domingos FunaroPresidente do Banco Central: Ferno Carlos Botelho Bracher

    Legislao bsica: Decreto-Lei n 2.283, de 27.2.1986, posteriormente substitudo pelo Decreto-Lei n 2.284, de 10.3.1986.

    Principais providncias:a) congelamento de preos, nos nveis observados em 27.2.1986;b) a l terao do padro monetr io , de cruzei ro para cruzado

    (Cz$1,00 = Cr$1.000,00), a partir de 28.2.1986;c) os reajustes de salrios, vencimentos, soldos, penses e remuneraes em

    geral passaram a ser fi xados anualmente. A partir do primeiro dissdio, os reajustes seriam automticos toda vez que a variao acumulada do ndice de Preos ao Consumidor (IPC) atingisse 20%;

    d) fixao da taxa de cmbio de 3.3.1986 at 15.10.1986 (US$1,00 = Cz$13,84);

    e) criao de tablita para converso das obrigaes de pagamento, expressas em cruzeiros, sem clusula de correo monetria prefi xada;

    f) vedao, a partir de 11.3.1986, sob pena de nulidade, de clusula de reajuste monetrio nos contratos de prazos inferiores a um ano;

    g) a Obrigao Reajustvel do Tesouro Nacional (ORTN) passou a denominar-se Obrigao do Tesouro Nacional (OTN). A primeira OTN foi emitida em 3.3.1986, com valor unitrio de Cz$106,40, que permaneceu fi xo at 1.3.1987.

  • 16 Finanas Pblicas

    Plano Bresser

    Presidente da Repblica: Jos SarneyMinistro da Fazenda: Luiz Carlos Bresser PereiraPresidente do Banco Central: Fernando Milliet de Oliveira

    Legislao bsica: Decreto-Lei n 2.335, de 12.6.1987, e alteraes promovidas pelos Decretos-Leis n 2.336, de 15.6.1987, e n 2.337, de 18.6.1987.

    Principais providncias:a) congelamento de preos por noventa dias, inclusive os referentes a prestao

    de servios, tarifas e contratos de locao de imveis, nos nveis praticados em 12.6.1987;

    b) criao da Unidade de Referncia de Preos (URP) como referencial para reajustar preos e salrios. O valor da URP era determinado pela mdia mensal da variao do IPC ocorrida no trimestre imediatamente anterior e sua aplicao ocorrida a cada ms do trimestre subseqente;

    c) a taxa de cmbio foi reajustada em 9,5%, em 16.6.1987, seguindo-se o sistema de minidesvalorizaes, a partir dessa data;

    d) as obrigaes contratuais pecunirias e os ttulos de crdito que tinham sido constitudos em cruzados, no perodo de 1.1.1987 a 15.6.1987, sem clusula de reajuste ou de correo monetria, ou com clusula de correo monetria prefi xada, foram defl acionados para cada dia do vencimento, mediante aplicao de tablita.

    Plano Vero

    Presidente da Repblica: Jos SarneyMinistro da Fazenda: Malson Ferreira da NbregaPresidente do Banco Central: Elmo de Arajo Cames

    Legislao bsica: Medida Provisria n 32, de 15.1.1989, convertida na Lei n 7.730, de 31.1.1989.

    Principais providncias:a) congelamento de preos por prazo indeterminado, nos nveis efetivamente

    praticados no dia 14.1.1989;b) alterao do padro monetrio, de cruzado para cruzado novo

    (NCz$1,00 = Cz$1.000,00), a partir de 16.1.1989; c) os salrios e as demais remuneraes de assalariados e penses, relativas ao

    ms de fevereiro de 1989, foram nivelados ao respectivo valor mdio real de 1988;

    d) a partir do ms de fevereiro de 1989, o pagamento de funcionrios pblicos,

  • Planos e Programas 17

    conta do Tesouro Nacional, passou a ser realizado at o dcimo dia do ms subseqente;

    e) em 16.1.1989, a taxa de cmbio foi reajustada em 16,381% e mantida fixa at 14.4.1989, refixando-a at 4.5.1989, sucedendo-se outras minidesvalorizaes, at que em 3.7.1989 foi promovida nova desvalorizao, de 11,892%;

    f) criao de tablita para converso das obrigaes de pagamento, expressas em cruzeiros, sem clusula de correo monetria ou com clusula de correo monetria prefi xada;

    g) extino, em 16.1.1989, das OTNs com variao diria (OTN fi scal) e, em 1.2.1989, da OTN. A OTN fi scal era usada como indexador ofi cial no pagamento de tributos e contribuies fi scais.

    Plano Collor I

    Presidente da Repblica: Fernando Affonso Collor de MelloMinistro da Fazenda: Zlia Maria Cardoso de MelloPresidente do Banco Central: Ibrahim ErisLegislao bsica: Medida Provisria n 168, de 15.3.1990, convertida na Lei

    n 8.024, de 12.4.1990; Leis n 8.030, n 8.031, n 8.032, n 8.033 e n 8.034, de 12.4.1990; e Resoluo CMN n 1.689, de 18.3.1990.

    Principais providncias:a) proibio de reajustes de preos de mercadorias e servios, a partir de

    15.3.1990, sem a prvia autorizao do Ministrio da Fazenda;b) alterao do padro monetrio, de cruzado novo para cruzeiro

    (Cr$1,00 = NCz$1,00), a partir de 16.3.1990;c) o Ministro da Fazenda fi cou autorizado a baixar normativos estabelecendo

    o percentual de reajuste mnimo mensal para os salrios em geral, bem como para o salrio mnimo. Esse percentual seria vlido para os salrios do ms em curso. Os aumentos salariais acima do nvel mnimo fi xado pelo Governo poderiam ser livremente negociados entre as partes, mas no seriam considerados para efeito de clculo da variao mdia mensal dos preos. Da mesma forma, o Ministro foi autorizado a baixar atos determinando o percentual de reajuste mximo mensal dos preos autorizados para as mercadorias e servios em geral;

    d) estabeleceu a livre pactuao das taxas de cmbio de compra e venda entre as partes contratantes, nas operaes prontas e futuras, realizadas junto a estabelecimentos autorizados a operar em cmbio;

    e) foi criada a possibilidade de o Banco Central atuar como agente comprador e vendedor de moedas, no mercado de taxas livres;

    f) cancelou a exigncia de depsito no Banco Central das operaes de cmbio celebradas para pagamento de importaes;

  • 18 Finanas Pblicas

    g) suspendeu o pagamento de juros e demais encargos incidentes sobre depsitos registrados em moeda estrangeira;

    h) determinou, compulsoriamente, o alongamento do prazo mdio dos papis, alm de promover substancial reduo nos encargos fi nanceiros correspondentes. O alongamento deu-se com a emisso do Bnus do Tesouro Nacional Srie Especial (BTN-E), j que o vencimento desses papis teve incio a partir de setembro de 1991, em doze parcelas sucessivas, enquanto as Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT) apresentavam prazo mdio de seis a nove meses;

    i) criou os Certifi cados de Privatizao;j) determinou o bloqueio de ativos fi nanceiros, a elevao de alquotas e a

    ampliao de fatos geradores de impostos. Foram fi xados limites para a liberao de ativos fi nanceiros de um nico titular em uma mesma instituio fi nanceira. Para os saldos dos depsitos vista e das cadernetas de poupana, foi fi xado o limite de Cr$50 mil. Os valores excedentes foram convertidos, a partir de 16.9.1991, em doze parcelas mensais, iguais e sucessivas, atualizadas monetariamente pela variao do BTN-Fiscal, acrescidas de juros de 6% a.a. ou frao pro rata. Para os depsitos a prazo fi xo, com ou sem emisso de certifi cado, letras de cmbio, depsitos interfi nanceiros, debntures e demais ativos fi nanceiros, bem como para os recursos captados pelas instituies fi nanceiras por meio de operaes compromissadas, foram fi xados os seguintes limites:j.1) operaes compromissadas: Cr$25 mil ou 20% do valor de resgate

    da operao, prevalecendo o que for maior, na data de vencimento do prazo original da aplicao;

    j.2) demais ativos e aplicaes, excludos os depsitos interfi nanceiros: 20% do valor de resgate, na data de vencimento do prazo original dos ttulos.

    As quantias excedentes aos limites fi xados receberam tratamento idntico ao dispensado aos depsitos vista e s cadernetas de poupana;

    l) restringiu a presena do Estado na economia, por meio da desregulamentao e de programa de privatizao;

    m) determinou a incidncia do Imposto sobre Operaes de Crdito, Cmbio e Seguro, ou relativas a ttulos e valores mobilirios (IOF), em carter transitrio, sobre operaes de resgate de ttulos e valores mobilirios, transmisso de ouro e de aes negociadas em bolsa e saques em caderneta de poupana;

    n) os resgates das aplicaes com origem no identifi cada fi caram sujeitos ao pagamento de imposto de renda, alquota de 25%.

  • Planos e Programas 19

    Plano Collor II

    Presidente da Repblica: Fernando Affonso Collor de MelloMinistro da Fazenda: Zlia Maria Cardoso de MelloPresidente do Banco Central: Ibrahim Eris

    Legislao bsica: Medidas Provisrias n 294 e n 295, de 31.1.1991, convertidas, respectivamente, nas Leis n 8.177 e n 8.178, de 1.3.1991.

    Principais providncias:a) determinou que os preos de bens e servios praticados em 30.1.1991

    somente poderiam ser majorados mediante prvia e expressa autorizao do Ministrio da Fazenda;

    b) estabeleceu regras para que os salrios do ms de fevereiro de 1991, exceto os vencimentos, soldos e demais remuneraes e vantagens pecunirias de servidores pblicos civis e militares da administrao pblica federal direta, autrquica e fundacional, e as rendas mensais de benefcios pagos pela Previdncia Social ou pelo Tesouro Nacional, respeitado o princpio da irredutibilidade salarial, fossem reajustados com base no salrio mdio dos ltimos doze meses. Os vencimentos dos servidores pblicos, civis e militares, bem como a remunerao paga a pensionistas, foram reajustados em 9,36% no ms de fevereiro de 1991. A poltica salarial, no perodo de 1 de maro a 31 de agosto de 1991, compreenderia, exclusivamente, a concesso de abonos;

    c) defi niu regras determinando que as obrigaes contratuais e pecunirias constitudas no perodo de 1.9.1990 a 31.1.1991, sem clusula de reajuste ou com clsula de correo monetria prefixada, ficariam sujeitas a defl acionamento, no dia do vencimento, mediante o uso de tablita;

    d) criou a Taxa Referencial (TR) de acordo com metodologia divulgada pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN), como instrumento de remunerao das aplicaes fi nanceiras de curto prazo. Foi fi xado prazo de sessenta dias para que o CMN defi nisse metodologia de clculo da TR;

    e) extingiu, a partir de 1.2.1991, o Bnus do Tesouro Nacional Fiscal BTN fi scal e o Bnus do Tesouro Nacional BTN (institudos, respectivamente, pelas Leis n 7.777, de 19.6.1989, e n 7.799, de 10.7.1989), o Maior Valor de Referncia (MVR), as operaes de overnight para pessoas fsicas e jurdicas no-fi nanceiras, a correo monetria, o ndice de Reajuste de Valores Fiscais (IRVF) e o ndice da Cesta Bsica (ICB);

    f) criou a Nota do Tesouro Nacional (NTN), a ser emitida, respeitados a autorizao concedida e os limites fi xados na lei oramentria, bem como em seus crditos adicionais, com a fi nalidade de prover o Tesouro Nacional de recursos necessrios manuteno do equilbrio oramentrio ou para a realizao de operaes de crdito por antecipao de receita.

  • 20 Finanas Pblicas

    Programa de Ao Imediata (PAI)

    Presidente da Repblica: Itamar Augusto Cautiero FrancoMinistro da Fazenda: Fernando Henrique CardosoPresidente do Banco Central: Francisco Roberto Andr Gros

    Principais providncias:a) reviso da lei oramentria de 1993, mediante cortes de US$6 bilhes nos

    gastos;b) elevao da receita pblica, no s mediante solues transitrias como a

    criao do Imposto Provisrio sobre Movimentao Financeira (IPMF), mas por meio do aperfeioamento dos instrumentos de combate sonegao e de fi scalizao;

    c) regularizao dos pagamentos dos tesouros estaduais e municipais, relativos a suas dvidas vencidas com a Unio, cujo montante alcanava a cifra de US$40 bilhes;

    d) reforo do controle e da fi scalizao sobre os bancos estaduais com o objetivo de impedir que eles funcionem como agentes fi nanciadores de seus respectivos tesouros;

    e) extenso, ao sistema fi nanceiro ofi cial, do dispositivo da lei do colarinho branco, que pune com dois a seis anos de recluso os administradores de instituies fi nanceiras que concederem emprstimo aos prprios acionistas controladores ou a empresas por eles controladas;

    f) saneamento dos bancos federais, por meio da redefi nio de suas funes, visando eliminao de duplicidade e concorrncia recproca predatria, ao enxugamento de sua estrutura, bem como maior autonomia ao Banco Central para controlar e fi scalizar a atuao desses bancos;

    g) acelerao e ampliao das fronteiras do Programa Nacional de Desestatizao (PND), para dar continuidade ao processo de redefi nio do papel do Estado e ao equacionamento dos desequilbrios fi nanceiros do setor pblico.

  • Planos e Programas 21

    Plano Real1

    Presidente da Repblica: Itamar Augusto Cautiero FrancoMinistro da Fazenda: Rubens RicperoPresidente do Banco Central: Pedro Sampaio Malan

    Legislao bsica: Medida Provisria n 542, de 30.6.1994, convertida na Lei n 9.069, de 29.6.1995.

    Principais providncias: a) alterao do padro monetrio, de cruzeiro real para real (R$1,00 =

    CR$2.750,00), a partir de 1.7.1994;b) reduo das alquotas do IOF incidentes sobre as operaes a que se refere

    a Lei n 8.033, de 12.4.1990:b.1) de 8% para zero, na transmisso ou resgate de ttulos e valores

    mobilirios, pblicos e privados, inclusive de aplicaes de curto prazo;

    b.2) de 25% para zero, na transmisso de aes de companhias abertas;b.3) de 20% para zero, nos saques efetuados em cadernetas de poupana;b.4) de 35% para 15%, na transmisso de ouro e transmisso ou resgate

    de ttulo representativo de ouro;c) interrupo, at 31.12.1994, da converso dos tributos pela Unidade

    Fiscal de Referncia (Ufi r), desde que fossem pagos nos prazos originais previstos na legislao tributria. No caso de impostos e contribuies pagas indevidamente, fi cou assegurada a compensao ou restituio com base na variao da Ufi r calculada a partir da data do pagamento;

    d) extino da Ufi r diria, a qual passou a ser fi xada trimestralmente, alm de atrelar a variao das unidades fi scais estaduais Ufi r;

    e) permisso para deduo nos contratos do setor pblico sem clusula de atualizao monetria entre a data fi nal do perodo de adimplemento da obrigao e a data da exigibilidade do pagamento, da expectativa de infl ao relativamente a esse prazo. Se o contrato no mencionasse explicitamente a expectativa infl acionria, seria adotado o ndice Geral de Preos Disponibilidade Interna (IGP-DI), aplicado pro rata tempore relativamente ao prazo previsto para o pagamento. Nos contratos em que houvesse clusula de atualizao monetria, poderia ser aplicada a devida deduo;

    1/ A rigor, o Plano Real iniciou-se com a criao do Fundo Social de Emergncia (FSE) (Emenda Constitucional de Reviso n 1, de 1.3.1994), pelo qual desvinculava receitas da Unio e permitia a realizao de gastos com o custeio das aes do sistema de sade, benefcios previdencirios e auxlios assistenciais de prestao continuada. O FSE foi aprovado para vigorar no binio 1994-1995. Viabilizada a primeira etapa do plano, o Governo criou a Unidade Real de Valor (URV) para servir como padro de valor monetrio, integrando, temporariamente, com o cruzeiro real, o Sistema Monetrio Nacional. Baseada em estimativas de trs ndices de preos, seu uso permitiu melhor sincronia entre os preos, facilitando a transio para a nova moeda.

  • 22 Finanas Pblicas

    f) determinao de que as dotaes constantes no Oramento Geral da Unio (OGU), com as modifi caes propostas, seriam corrigidas para preos mdios de 1994 mediante aplicao, sobre os valores expressos a preos de abril de 1993, do multiplicador 66,8402, e ento convertidas em real em 1 de julho de 1994;

    g) suspenso, at 30 de junho de 1995:g.1) da concesso de avais e quaisquer outras garantias, para qualquer fi m,

    pelo Tesouro Nacional;g.2) da aprovao de novos projetos fi nanciados no mbito da Comisso

    de Financiamento Externo (Cofi ex);g.3) da abertura de crditos especiais ao OGU;g.4) da converso, em ttulos pblicos federais, de crditos oriundos da

    Conta de Resultado a Compensar (CRC), de acordo com as Leis n 8.632/1993 e n 8.724/1993;

    g.5) da colocao de qualquer ttulo ou obrigao no exterior;g.6) da contratao de novas operaes de crdito interno ou externo, exceto

    operaes para amortizao do principal corrigido da dvida interna ou externa, ou referente a operaes mercantis;

    h) determinao para que os resultados positivos do Banco Central passassem a ser recolhidos semestralmente ao Tesouro Nacional, at o dia dez do ms subseqente ao da apurao.

    Os primeiros preos a serem convertidos para a URV, em maro de 1994, foram os salrios, os benefcios da seguridade social e os contratos envolvendo o setor pblico, no ocorrendo qualquer tipo de interveno nos mecanismos de formao dos preos dos bens e servios.

    No mercado fi nanceiro, a transio para a URV foi gradual. Em primeiro lugar, o CMN autorizou a negociao de contratos nos mercados de futuros e o desconto de duplicatas, ambos em URV. Concomitantemente, foi autorizada a contratao de operaes ativas das instituies fi nanceiras, em URV, com exceo do crdito rural e do Sistema Financeiro da Habitao (SFH), que permaneceram seguindo regras prprias. Em seguida, foi iniciada a emisso de instrumentos fi nanceiros privados, em URV, como os Certifi cados de Depsitos Bancrios (CDB), debntures e fundos de renda fi xa de curto prazo. Nas operaes comerciais, a URV foi adotada espontaneamente.

    A partir de 1 de julho de 1994, iniciou-se a ltima fase de implementao do Plano Real, com a converso, ao par, para reais, dos preos e contratos expressos em URV. Os preos e contratos remanescentes em cruzeiros reais foram convertidos, respeitadas as orientaes especfi cas de cada contrato, taxa de CR$2.750,00 por R$1,00 (um real).

  • Planos e Programas 23

    Plano Real (medidas complementares)

    Presidente da Repblica: Fernando Henrique CardosoMinistro da Fazenda: Pedro Sampaio MalanPresidente do Banco Central: Gustavo Jorge Laboissirre Loyola

    Legislao bsica: Medida Provisria n 1.053, de 30.6.1995 (convertida na Lei n 10.192, de 14.2.2001).

    Principais providncias:a) extino, a partir de 1.7.1995, das unidades monetrias de conta, de qualquer

    natureza, tais como unidades usadas na prestao de servios (unidade taximtrica, coefi ciente de honorrios cobrado pelos profi ssionais de sade etc.). A extino tambm abrangeu, a partir de 1.1.1996, as unidades fi scais adotadas por estados e municpios (UPDF, Uferj, Unif etc.);

    b) mudana na periodicidade de correo da Ufir, passando a ser atualizada trimestralmente em 1995 e semestralmente a partir de 1996;

    c) permisso do uso da Ufi r pelos estados e municpios, em substituio s respectivas unidades monetrias de conta e unidades fi scais extintas, desde que nas mesmas condies e periodicidade adotadas pela Unio;

    d) correo de salrios pela variao do ndice de Preos ao Consumidor Restrito (IPC-r) (entre a ltima data-base e o ms de junho de 1995), na primeira data-base da categoria, a partir de 1 de julho de 1995, e adoo da livre negociao coletiva para os reajustes subseqentes;

    e) extino do IPC-r, a partir de 1 julho de 1995;f) criao da Taxa Bsica Financeira (TBF), para ser utilizada exclusivamente

    como base de remunerao de operaes realizadas no mercado fi nanceiro, de prazo igual ou superior a sessenta dias.

  • 24 Finanas Pblicas

    Programa de Estabilidade Macroeconmica 1999/2001

    Presidente da Repblica: Fernando Henrique CardosoMinistro da Fazenda: Pedro Sampaio MalanPresidente do Banco Central: Gustavo H.B. Franco

    Legislao bsica: Emendas Constitucionais n 20, de 15.12.1998, n 21, de 18.3.1999, e n 27, de 21.3.2000; Leis n 9.703, de 17.11.1998, n 9.717 e n 9.718, de 27.11.1998, n 9.732, de 11.12.1998, n 9.779, de 19.1.1999, n 9.789, de 23.2.1999, n 9.801, de 14.6.1999, n 9.876, de 26.11.1999, e n 9.962, de 22.2.2000; Medida Provisria n 2.158-35, de 24.8.2001 (originria da Medida Provisria n 1.807-2, de 25.3.1999); Decretos n 2.913, de 29.12.1998, e n 2.983, de 5.3.1999; e Portarias do Ministrio da Fazenda n 348, de 30.12.1998, e n 22, de 3.3.1999.

    Principais providncias: o Programa de Estabilidade Macroeconmica, anunciado em outubro de 1998, baseou-se em trs pilares fundamentais: aprofundamento do programa de consolidao fi scal Programa de Estabilidade Fiscal, adoo de uma poltica monetria baseada em metas infl acionrias e realizao de progressos adicionais na transformao estrutural da economia. Em relao poltica estrutural, o objetivo do Programa foi intensifi car os avanos nas seguintes reas: aprovao da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ampliao do programa de privatizao, consolidao da legislao relacionada com a implantao da reforma da previdncia e com os fundos privados de penso, e aprovao da reforma tributria com vistas ao aprimoramento do inefi ciente sistema de tributao indireta.

    O Programa de Estabilidade Macroeconmica foi criado com o objetivo de reverter o quadro das contas pblicas. Em sua primeira verso, a meta era obter supervits primrios (consolidao dos trs nveis de governo) correspondentes a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1999, 2,8% em 2000 e 3% em 2001. Na esfera do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdncia Social e Banco Central), a meta era gerar supervits primrios equivalentes a 1,8% do PIB em 1999, 2% em 2000 e 2,3% em 2001, o que iria requerer do Governo a execuo de um esforo fi scal, combinando corte de despesas e aumento de receitas, capaz de gerar recursos adicionais no montante de R$28 bilhes em1999, R$33 bilhes em 2000 e R$39,4 bilhes em 2001. As aes implementadas na consecuo do esforo fi scal foram divididas em quatro grupos:

  • Planos e Programas 25

    a) medidas de natureza estrutural, envolvendo a reforma da Previdncia Social (EC n 20, de 15.12.1998), a regulamentao da reforma administrativa e a prorrogao do Fundo de Estabilizao Fiscal (FEF), cuja vigncia expiraria em 31.12.1999. Quanto regulamentao da reforma administrativa, j foram aprovados os seguintes normativos: Lei n 9.801, de 14.6.1999, que estabelece normas gerais para a perda de cargo pblico por excesso de despesa; e Lei n 9.962, de 22.2.2000, que disciplina o regime de emprego pblico na esfera da administrao federal direta, autrquica e fundacional. Relativamente ao FEF, foi substitudo por novo mecanismo, denominado Desvinculao de Recursos da Unio (DRU), para vigorar no perodo de 2000 a 2003 (Emenda Constitucional n 27, de 21.3.2000);

    b) reduo das despesas correntes e de capital conta do oramento da Unio, em valor equivalente a 20% das despesas passveis de corte no OGU (Lei n 9.789, de 23.2.1999);

    c) reduo do dfi cit previdencirio, mediante elevao da contribuio dos funcionrios ativos da Unio e cobrana da contribuio para os inativos e pensionistas civis. Lei nesse sentido foi aprovada pelo Congresso Nacional (Lei n 9.783, de 28.1.1999), mas em outubro de 1999 foi julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Aps esse fato, o Governo encaminhou ao Congresso Nacional proposta de emenda constitucional que dispe sobre a contribuio social do servidor pblico aposentado e do pensionista, bem como dos militares dos estados, do Distrito Federal e dos territrios e de seus pensionistas. Com a aprovao da Lei n 9.876, de 26.11.1999, foi alterado o clculo para a concesso do benefcio dos trabalhadores do setor privado;

    d) elevao das receitas, mediante:d.1) aumento da alquota da Contribuio para Financiamento da

    Seguridade Social (Cofi ns), de 2% para 3%, a partir de 1.2.1999 e extenso da incidncia s instituies fi nanceiras e elevao da alquota do IOF nas operaes de seguro para 25% (Lei n 9.718, de 27.11.1998). At ento, o segmento de seguros era uma exceo norma geral que estabelecia o IOF mximo de 25%, com alquotas de 2% para as operaes de seguro de vida e 4% para as demais operaes de seguro;

    d.2) restabelecimento da cobrana da Contribuio Provisria sobre Movimentao ou Transmisso de Valores e de Crditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), de 17.6.1999 at 16.6.2002, com elevao da alquota de 0,20% para 0,38% nos primeiros doze meses e para 0,30% nos 24 meses restantes (EC n 21, de 18.3.1999);

    d.3) incorporao dos depsitos judiciais e extrajudiciais administrados pela Secretaria da Receita Federal e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) receita tributria da Unio (Lei n 9.703, de 17.11.1998).

    Em maro de 1999, as metas do Programa de Estabilidade Fiscal foram alteradas, de modo a serem adaptadas ao novo regime de livre fl utuao cambial, que

  • 26 Finanas Pblicas

    passou a vigorar a partir de janeiro de 1999. Assim, as metas de supervit primrio para o setor pblico consolidado passaram a ser de 3,1% do PIB em 1999, 3,25% em 2000 e 3,35% em 2001, enquanto o supervit primrio do Governo Federal deveria alcanar, pelo menos, 2,3% do PIB em 1999.

    Outras medidas de carter complementar foram aprovadas dentro do Programa de Estabilidade Macroeconmica, como o caso da Lei Geral da Previdncia Pblica (Lei n 9.717, de 27.11.1998), que dispe sobre as regras gerais para a organizao e o funcionamento dos regimes prprios de previdncia social dos servidores da Unio, dos estados e dos municpios e dos militares dos estados e do Distrito Federal. Alm disso, foi aprovado normativo redefi nindo o conceito de entidade fi lantrpica e o limite de iseno da contribuio previdenciria a que far jus, bem como elevando as alquotas de contribuio para as empresas que expem o trabalhador a situaes de risco e/ou insalubridade (Lei n 9.732, de 11.12.1998). Por meio das Portarias Interministeriais Minifaz/Minas e Energia n 320 a n 323, de 30.11.1998, foi promovida a desregulamentao do setor de combustveis.

    O atraso na aprovao de algumas medidas do ajuste fi scal prorrogao da CPMF e instituio da contribuio dos inativos levou o governo a adotar, em dezembro de 1998, as seguintes medidas compensatrias:a) elevao de 0,38 ponto percentual na alquota do IOF, a partir de 24.1.1999,

    com validade at a data de reincio da cobrana da CPMF (17.6.1999), e incluso do valor de aquisio de quotas de fundos de investimento na base de clculo do imposto (Decreto n 2.913, de 29.12.1998, e Portaria Minifaz n 348, de 30.12.1998);

    b) reduo da alquota da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) a cargo das instituies fi nanceiras, de 18% para 8% (mesma alquota cobrada das demais pessoas jurdicas), a partir de 1.1.1999, com validade at 30.4.1999. A partir de 1 de maio, passou a vigorar uma alquota de 12%, vigente para todas as pessoas jurdicas.

    Em maro de 1999, foram implementadas as seguintes medidas adicionais, visando a:a) ganhos de receita:

    a.1) alterao na forma de aplicao da alquota adicional do IOF (0,38%), por meio da Portaria Minifaz n 22, de 3.3.1999;

    a.2) suspenso do crdito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a ttulo de ressarcimento da Cofins e da Contribuio para o Programa de Integrao Social/Programa de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico (PIS/Pasep) incidentes sobre os produtos destinados exportao (Medida Provisria n 1.807-2, de 25.3.1999);

    a.3) aumento no preo dos combustveis (Portarias Interministeriais n 25 a n 29, de 9.3.1999);

  • Planos e Programas 27

    b) cortes de despesas:b.1) reduo de gastos com pessoal mediante a suspenso de concursos

    pblicos, de nomeaes e da correo de curvas e de progresses; e extino do adicional por tempo de servio de que trata a Lei n 8.112/1990 (Decreto n 2.983, de 5.3.1999, e Medida Provisria n 1.815, da mesma data).

    Por ltimo, cabe mencionar a aprovao da LRF (Lei Complementar n 101, de 4.5.2000), que estabelece normas de fi nanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fi scal. Entre as medidas relacionadas com o Programa de Estabilizao, dependem ainda de aprovao pelo Congresso Nacional a reforma tributria e projetos de lei que dispem sobre o regime de previdncia privada.

  • Planos e Programas 29

    Captulo II Outros planos e programas

    Plano Plurianual (PPA)

    Legislao bsica: art. 165 da Constituio Federal; Decreto n 2.829, de 29.10.1998; e leis ordinrias aprovadas pelo Congresso Nacional.

    Principais caractersticas: o PPA estabelece diretrizes, objetivos e metas da administrao pblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. O PPA tem durao de quatro anos. Inicia-se no segundo ano do mandato presidencial e termina ao fi nal do primeiro ano do mandato subseqente. O PPA para o quadrinio 2004/2007 foi aprovado pela Lei n 10.933, de 11.8.2004.

    Para a elaborao e execuo dos Planos Plurianuais e dos oramentos da Unio, a partir do exerccio fi nanceiro de 2000, toda ao fi nalstica do Governo Federal dever ser estruturada em programas orientados para a consecuo dos objetivos estratgicos defi nidos para o perodo do PPA. Entende-se por ao fi nalstica aquela que proporciona bem ou servio para atendimento direto a demandas da sociedade.

    Cada programa dever conter: objetivo, rgo responsvel, valor global, prazo de concluso, fonte de fi nanciamento, indicador que identifi que a situao que o programa tenha por fi m modifi car, metas correspondentes aos bens e servios necessrios para atingir o objetivo, aes no integrantes do OGU necessrias consecuo do objetivo e regionalizao das metas por estado.

    Programa Bolsa Famlia

    Legislao bsica: Lei n 10.836, de 9.1.2004; Decreto n 5.209, de 17.9.2004; e Decreto n 5.749, de 12.4.2006.

    Comentrios: o Programa Bolsa Famlia, institudo pela Lei n 10.836/2004, destina-se transferncia direta de renda, com condicionalidades, s famlias em situao de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$60,01 a R$120,00) e de extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de at R$60,00).

    O Programa tem como fi nalidades:a) a promoo de alvio imediato da pobreza;b) o exerccio de direitos sociais bsicos nas reas de sade e educao, por

    meio do cumprimento das condicionalidades impostas aos benefi cirios; e

  • 30 Finanas Pblicas

    c) a incluso em programas complementares, que visam ao desenvolvimento das famlias e superao das condies de vulnerabilidade e pobreza. So exemplos de programas complementares: programas de gerao de trabalho e renda, de alfabetizao de adultos, de fornecimento de registro civil e demais documentos.

    O Bolsa Famlia prev a unifi cao dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentao, Auxlio Gs e Carto Alimentao, chamados "programas remanescentes".

    Os valores pagos pelo Programa Bolsa Famlia variam de R$18,00 a R$112,00, de acordo com a renda mensal por pessoa da famlia e o nmero de crianas, gestantes e nutrizes. No caso de famlias que migraram de programas remanescentes, o valor do benefcio pode ser maior, tendo como base o valor recebido anteriormente.

    Os benefcios fi nanceiros esto classifi cados em dois tipos, de acordo com a composio familiar:a) bsico: no valor de R$58,00, concedido s famlias com renda mensal de

    at R$60,00 por pessoa, independentemente da composio familiar; eb) varivel: no valor de R$18,00, para cada criana ou adolescente de at

    15 anos, no limite fi nanceiro de at R$54,00, equivalente a trs fi lhos por famlia.

    Existe, ainda, o benefcio varivel de carter extraordinrio, concedido s famlias dos "programas remanescentes" cuja migrao para o Bolsa Famlia implique perdas fi nanceiras. Nessas situaes, o valor do benefcio calculado caso a caso e possui prazo de prescrio.

    Ao entrarem no Bolsa Famlia, as benefi cirias comprometem-se a cumprir as condicionalidades do Programa nas reas de sade e educao.

    Em relao sade (Portaria MS/MDS n 2.509, de 18 de novembro de 2004):a) para as famlias com crianas at 7 anos:

    - levar as crianas para vacinao e manter atualizado o calendrio de vacinas;

    - levar as crianas para pesar, medir e serem examinadas conforme o calendrio do Ministrio da Sade;

    b) para as gestantes e mes que amamentam:- participar do pr-natal;- continuar o acompanhamento aps o parto, de acordo com o calendrio

    do Ministrio da Sade e levando sempre o carto da gestante;- participar das atividades educativas desenvolvidas pelas equipes de

    sade sobre aleitamento materno e alimentao saudvel.

  • Planos e Programas 31

    Em relao educao (Portaria MEC/MDS n 3.789, de 17 de novembro de 2004):a) matricular crianas e adolescentes de 6 a 15 anos na escola;b) garantir a freqncia mnima de 85% das aulas a cada ms. Caso o aluno

    necessite faltar, a escola dever ser informada do motivo da ausncia;c) informar ao gestor do Programa sempre que alguma criana mudar de escola,

    para que o acompanhamento da freqncia possa continuar sendo feito.

    Programa Comunidade Solidria

    Legislao bsica: Decretos n 1.366, de 12.1.1995, e n 2.999, de 25.3.1999.

    Principais caractersticas: o Comunidade Solidria um programa criado com o objetivo de mobilizar esforos do Governo e da sociedade para melhorar a qualidade de vida dos segmentos mais pobres da populao. Somando esforos, Governo e sociedade procuram gerar recursos humanos, tcnicos e fi nanceiros para agir efi cientemente no combate pobreza. Por isso, a proposta do programa baseia-se no princpio da parceria do Governo Federal com estados e municpios, realizada pela Secretaria Executiva do Programa, e da parceria das aes governamentais com as iniciativas geradas pela sociedade civil, uma atribuio do Conselho Consultivo.

    O Programa Comunidade Solidria composto de um Conselho Consultivo, formado por 21 membros da sociedade e dez Ministros de Estado da rea social, e de uma Secretaria Executiva.

    Ao Conselho Consultivo cabe mobilizar a sociedade civil, potencializar suas iniciativas, divulgar experincias bem-sucedidas e promover parcerias entre os vrios segmentos sociais.

    Secretaria Executiva cabe coordenar e acompanhar o desenvolvimento, nas reas de maior concentrao de pobreza no Pas, de um conjunto de programas governamentais nos setores de sade, educao e alimentao. A Secretaria um instrumento de articulao. No executa diretamente os programas, no assina convnios e no transfere recursos. Essas atividades continuam a cargo dos Ministrios Setoriais.

    A atuao da Secretaria Executiva abrange um conjunto de programas que formam a Agenda Bsica. Esta composta de dezesseis programas federais executados por cinco ministrios: Agricultura e Abastecimento, Educao e Desporto, Planejamento e Oramento, Sade e Trabalho, e articulados em seis reas:

  • 32 Finanas Pblicas

    a) reduo da mortalidade na infncia;b) suplementao alimentar;c) apoio ao ensino fundamental e pr-escola; d) gerao de ocupao e renda e qualifi cao profi ssional Programa de

    Gerao de Renda (Proger);e) saneamento e habitao;f) fortalecimento da agricultura familiar Programa Nacional de Fortalecimento

    da Agricultura Familiar (Pronaf).

    O combate pobreza feito mediante:a) a coordenao da implantao do conjunto de programas Agenda Bsica,

    selecionados segundo sua capacidade de impactar favoravelmente nas condies de vida dos mais pobres de todo o Pas;

    b) a promoo de uma ao concentrada nos municpios mais carentes de cada estado os bolses de pobreza , alvos da ao prioritria da Comunidade Solidria;

    c) a construo de parcerias envolvendo os diferentes nveis de Governo e a sociedade visando potencializar os resultados e aportar os recursos adicionais ao esforo nacional de enfrentamento da misria.

    A rede do Programa Comunidade Solidria est assim formada:a) Conselho Consultivo da Comunidade Solidria;b) Secretaria Executiva da Comunidade Solidria;c) Interlocutores ministeriais da Comunidade Solidria;d) Interlocutores estaduais da Comunidade Solidria;e) Interlocutores municipais da Comunidade Solidria;f) Instituies da sociedade e organismos internacionais.

    So diversos os instrumentos que possibilitam e estimulam o funcionamento da rede do Programa Comunidade Solidria. Entre eles, tm-se:a) utilizao de critrios tcnicos e transparentes para seleo dos municpios-

    alvo da ateno especial do Programa Comunidade Solidria;b) implementao de instrumentos legais, destacando-se:

    b.1) as Leis de Diretrizes Oramentrias (LDO) que vm isentando, desde 1996, de contrapartidas fi nanceiras os municpios prioritrios da Comunidade Solidria;

    b.2) a Medida Provisria n 1.542-22 (convertida na Lei n 10.522, de 19.7.2002), que suspendeu, at 31.12.1997, para todos os municpios do Pas as inadimplncias de estados e municpios. Essa MP estabeleceu, tambm, que at 31.12.1997 os estados, o Distrito Federal e os municpios fi cam dispensados da apresentao de certides exigidas em leis, decretos e outros normativos;

    b.3) a Medida Provisria n 1.571, de 1.4.1997 (convertida na Lei n 9.639, de 25.5.1998), que facilita a regularizao das dvidas oriundas das

  • Planos e Programas 33

    contribuies sociais e outras importncias devidas ao INSS pelos estados, Distrito Federal e municpios e pelas entidades e hospitais integrantes do Sistema nico de Sade (SUS) ou com este contratados ou conveniados. Os municpios prioritrios do Programa Comunidade Solidria receberam tratamento especial. O art. 3 da Lei n 9.639 determina que os municpios com at 20 mil habitantes podero reduzir o nvel de comprometimento com recursos do Fundo de Participao dos Municpios (FPM), para regularizao das dvidas, em at seis pontos percentuais (de 9% para 3%), e os municpios com populao entre 20 mil e 30 mil habitantes, em at trs pontos percentuais (de 9% para 6%).

    Programa de Acelerao do Crescimento (PAC)

    Legislao bsica: Leis n 11.457, de 16.3.2007; n 11.474, de 15.5.2007; n 11.477, de 2007; n 11.478, de 29.5.2007; n 11.482, de 31.5.2007; n 11.483, de 2007; n 11.484, de 31.5.2007; n 11.485, de 13.6.2007; n 11.488, de 15.6.2007; n 11.491, de 20.6.2007; n 11.503, de 2007; n 11.517, de 2007; n 11.537, de 2007; n 11.544, de 2007; n 11.578, de 2007; e n 11.610, de 2007; Decretos n 6.018, de 22.1.2007; n 6.019, de 22.1.2007; n 6.020, de 22.1.2007; n 6.021, de 22.1.2007; n 6.022, de 22.1.2007; n 6.023, de 22.1.2007; n 6.024, de 22.1.2007; n 6.025, de 22.1.2007; n 6.326, de 2007;

    O PAC consiste em um conjunto de medidas, anunciadas pelo governo em 22.1.2007, com o objetivo de incentivar o investimento privado, aumentar o investimento pblico em infra-estrutura e remover obstculos (burocrticos, administrativos, normativos, jurdicos e legislativos) ao crescimento da economia. As medidas que compem o PAC esto organizadas em cinco blocos:

    I Investimentos em infra-estrutura

    Aparecem como um dos pontos centrais do PAC, a fi m de estimular um crescimento mais consistente da economia. O volume de recursos, estimado em torno de R$500 bilhes ao longo dos prximos quatro anos, ter origem, fundamentalmente, no oramento da Unio e nas empresas estatais.

    Os vrios projetos anunciados contemplam o fornecimento de energia, infra-estrutura de transportes em geral, saneamento bsico, habitao popular e infra-estrutura urbana, a saber:

  • 34 Finanas Pblicas

    a) elevao do montante de recursos destinados aos investimentos amparados pelo Projeto Piloto de Investimento (PPI) em 2007, de 0,2% do PIB (R$4,6 bilhes) para 0,5% do PIB (R$11,3 bilhes). Alm desse montante, o PAC destinou mais R$4,5 bilhes em investimentos para 2007, totalizando R$15,8 bilhes. Os investimentos contam ainda com mais R$8,7 bilhes de outras fontes;

    b) investimentos em infra-estrutura logstica, energtica e social, no total de R$503,9 bilhes no perodo de 2007-2010, sendo R$67,8 bilhes fi nanciados pelos Oramentos Fiscal e da Seguridade e R$436,1 bilhes fi nanciados pelas estatais federais e demais fontes.

    II Estmulo ao crdito e ao fi nanciamento

    O foco do programa est no crdito produtivo de longo prazo, com nfase nas reas habitacional e de infra-estrutura, conforme as medidas apresentadas a seguir:a) concesso pela Unio de crdito Caixa Econmica Federal (CEF), no valor

    de R$5,2 bilhes, para aplicao em saneamento bsico e habitao popular (Medida Provisria n 347, de 22.1.2007);

    b) ampliao do limite de crdito do setor pblico para investimentos em saneamento ambiental e habitao, no valor de R$7,0 bilhes (Resoluo n 3.438, de 23.1.2007, do CMN);

    c) criao do Fundo de Investimento em Infra-Estrutura com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), no valor de R$5,0 bilhes (Medida Provisria n 349, de 22.1.2007). Os setores contemplados pelo Fundo sero os de energia, rodovia, ferrovia, porturio e saneamento;

    d) elevao da liquidez do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) (Medida Provisria n 350, de 22.1.2007). Esse Fundo foi criado exclusivamente para operacionalizar o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), voltado para a populao de baixa renda;

    e) reduo da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), principal referncia para fi nanciamento de investimentos de longo prazo efetuados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES);

    f) reduo dos spreads do BNDES para infra-estrutura, logstica e desenvolvimento urbano: essa medida reduz o custo fi nanceiro de projetos em infra-estrutura, especialmente nos setores de energia, ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, transporte urbano integrado e saneamento ambiental.

    III Melhora do ambiente de investimento

    a) Regulamentao do artigo 23 da Constituio Federal, que dispe sobre competncia ambiental (Projeto de Lei Complementar PLP-388/2007, em tramitao no Congresso Nacional);

  • Planos e Programas 35

    b) marco legal das Agncias Reguladoras defi nio de competncias (PL-3.337/2004, em tramitao no Congresso Nacional);c) lei do gs natural elevao de investimentos (Projeto de Lei Ordinria do

    Executivo PL-6.673/2006, em tramitao no Congresso Nacional);d) reestruturao do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia (Projeto de

    Lei Ordinria do Executivo PL-5.877/2005, em tramitao no Congresso Nacional);

    e) aprovao do marco regulatrio para o setor de saneamento (Lei n 11.445, de 5.1.2007);

    f) abertura do mercado de resseguros (Lei Complementar n 126, de 15.1.2007);

    g) recriao da Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Superintendncia de Desenvolvimento da Amaznia (Sudam) (Leis Complementares n 124 e n 125, de 3.1.2007).

    IV Desonerao e aperfeioamento do Sistema Tributrio

    a) Recuperao acelerada dos crditos do PIS e da Cofi ns em edifi caes reduo de 25 anos para 24 meses (Medida Provisria n 351, de 22.1.2007);

    b) iseno do Imposto de Renda para rendimentos oriundos de aplicaes no Fundo de Investimento em Infra-Estrutura (Medida Provisria n 348, de 22.1.2007);

    c) suspenso da cobrana do PIS e da Cofi ns em novos projetos de infra-estrutura (Medida Provisria n 351, de 22.1.2007);

    d) Programa de Incentivos ao Setor de TV digital iseno de IPI, PIS, Cofi ns e Cide (Medida Provisria n 352, de 22.1.2007);

    e) Programa de Incentivos ao Setor de Semicondutores iseno de Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurdicas (IRPJ), IPI, PIS, Cofi ns e Contribuio de Interveno no Domnio Econmico (Cide) (Medida Provisria n 352, de 22.1.2007);

    f) elevao, de R$2,5 mil para R$4,0 mil, do valor de microcomputadores isentos de tributo (Decreto n 6.023, de 22.1.2007);

    g) desonerao da compra de perfi s de ao reduo da alquota do IPI, de 5% para zero (Decreto n 6.024, de 22.1.2007);

    h) prorrogao, at 2008, do prazo para que empresas da construo civil possam recolher o PIS e a Cofi ns pelo sistema de recolhimento cumulativo;

    i) aumento do prazo de recolhimento da contribuio previdenciria (do dia 2 para o dia 10) e do PIS/Cofi ns (do dia 15 para o dia 20) (Medida Provisria n 351, de 22.1.2007);

    j) criao da Receita Federal do Brasil (PL-6.272/2005, em tramitao no Congresso Nacional);

    k) implantao do Sistema Pblico de Escriturao Digital e Nota Fiscal Eletrnica (projeto em curso, com previso para ser implantado num prazo de dois anos);

    l) retomada das discusses sobre a reforma tributria.

  • 36 Finanas Pblicas

    V Medidas fi scais de longo prazo

    a) Controle da expanso das despesas de pessoal nos trs nveis de governo: elevao da folha anual, de 2007 at 2016, no poder ultrapassar a variao do IPCA, acrescida de mais 1,5% (PLP-1/2007, em tramitao no Congresso Nacional);

    b) poltica de longo prazo de valorizao do salrio mnimo regras de reajuste at 2011(PL-1/2007, em tramitao no Congresso Nacional);

    c) melhora na gesto da Previdncia Social e combate a fraudes (PLS n 261/2005, em tramitao no Congresso Nacional);

    d) criao do Frum Nacional da Previdncia Social, para estudar mudanas no sistema da previdncia (Decreto n 6.019, de 22.1.2007);

    e) agilizao do processo licitatrio alterao da Lei n 8.666/1993 (PL-7.709/2007, em tramitao no Congresso Nacional);f) criao de Conselho Interministerial para estudar o aperfeioamento da

    governana corporativa nas Estatais (Decreto n 6.021, de 22.1.2007);g) extino de empresas estatais federais em processo de liquidao Rede

    Ferroviria Federal S.A. (RFFSA) e Companhia de Navegao do So Francisco (Franave) (Decreto n 6.020, de 22.1.2007);

    h) regulamentao de dispositivo constitucional que dispe sobre a previdncia complementar do servidor pblico federal (projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso Nacional).

    Ressalta-se que, em dezembro/2006, foram aprovadas duas medidas: a Lei Complementar n 123, de 14.12.2006, que instituiu o Supersimples Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas para vigorar a partir de julho de 2007, reduzindo a arrecadao de tributos a cargo de micro e pequenas empresas, e a Medida Provisria n 340, de 29.12.2006, que adotou as seguintes providncias:a) corrigiu em 4,5% a tabela do Imposto de Renda das Pessoas Fsicas que ser

    adotada em relao aos fatos geradores ocorridos a partir de 1.1.2007, bem como os valores das dedues com dependentes e instruo. Alm disso, divulgou as tabelas que sero adotadas nos exerccios de 2008, 2009 e 2010, todas elas corrigidas em 4,5%, em relao ao exerccio precedente;

    b) estendeu at 2008 o prazo para utilizao do crdito relativo Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL), razo de 25% sobre a depreciao contbil de mquinas e equipamentos novos incorporados ao ativo imobilizado e empregados em processo industrial do adquirente;

    c) reduziu para zero a alquota da CPMF nas operaes de crdito destinadas liquidao antecipada de dvida e simultnea abertura de nova linha de crdito, em instituio fi nanceira distinta, e na movimentao das chamadas contas-salrio, criadas exclusivamente para recebimento de salrios, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, penses e similares;

  • Planos e Programas 37

    d) promoveu modifi caes na Lei n 6.194/1974, que dispe sobre o Seguro Obrigatrio de Danos Pessoais Causados por Veculos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), de modo a vincular o valor da indenizao a ser paga ao valor da cobertura vigente poca da ocorrncia do sinistro;

    e) prorrogou at 31.12.2007 o prazo para que o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) possa utilizar recursos federais na recuperao de rodovias transferidas aos Estados;

    f) instituiu o parcelamento de dbitos relativos Taxa de Fiscalizao cobrada pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM), permitindo reduo de 30% nas multas e juros legalmente exigveis; e

    g) prorrogou de 8.1.2007 para 8.1.2012 a no-incidncia do Adicional de Frete da Marinha Mercante sobre as mercadorias cuja origem ou destino fi nal sejam portos localizados nas Regies Norte e Nordeste do Pas, para as navegaes de cabotagem, interior fl uvial e lacustre.

    Programa de Aperfeioamento dos Instrumentos de Atuao do Banco Central do Brasil junto ao Sistema Financeiro Nacional (Proat)

    O Programa est inserido no esforo de modernizao do Estado empreendido pelo governo brasileiro, e sua implementao conta com recursos do Banco Central do Brasil e do Banco Mundial, por meio de cooperao tcnica. O principal objetivo o aperfeioamento dos instrumentos utilizados pelo Banco Central do Brasil na superviso do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

    O Programa foi concebido a partir da constatao da necessidade de acelerar a modernizao dos procedimentos de superviso bancria, atualizar os recursos de tecnologia e de informao e capacitar permanentemente os recursos humanos do Banco Central.

    Os componentes do Programa so:a) aperfeioamento da superviso bancria;b) treinamento de todos os recursos humanos do Banco;c) estudos para a viso estratgica do futuro do SFN;d) estudo de alternativas para soluo de ativos de instituies fi nanceiras em

    liquidao pelo Banco Central.

    A operao de emprstimo permite a implementao, de forma concentrada e imediata, de atividades que o Banco Central planejava executar a um prazo mais longo. Alm disso, a cooperao tcnica do Banco Mundial representa a possibilidade de intercmbio com outros pases, no que diz respeito a melhores prticas internacionais de superviso bancria.

  • 38 Finanas Pblicas

    Importante ressaltar que, nessa operao, o Governo Federal o muturio e o Banco Central, o executor. O benefcio direto a maior efi ccia do Banco Central no desempenho de sua funo de supervisionar o SFN. Quanto aos indiretos, pode-se destacar um aumento de credibilidade do nosso sistema fi nanceiro, o que signifi ca refl exos positivos na poupana interna, e ainda o benefcio de facilitar a insero das instituies fi nanceiras brasileiras no sistema fi nanceiro internacional.

    A gesto tem estrutura participativa e interdepartamental.

    O Comit Executivo constitudo pelo Secretrio-Executivo, Consultores de Diretoria, Procurador-Geral do Banco Central e representante do Ministrio da Fazenda responsvel pela superviso do Programa. Os projetos de cada componente so coordenados pelos respectivos departamentos responsveis, que em comits temticos elaboram o Plano Anual de execuo.

    A Secretaria de Projetos (Sepro) da Secre a unidade de coordenao do Programa. So suas atribuies o planejamento, o controle e o acompanhamento fsico-fi nanceiro dos projetos.

    Programa de Apoio Reestruturao e ao Ajuste Fiscal dos Estados (Parafe)

    Legislao bsica: Lei n 10.195, de 14.2.2001; Portaria Minifaz n 289/1995; Resolues CMN n 2.2l7/1995 e n 2.218/1995; Votos CMN n 162/1995; n 122/1996; n 197/1996; n 9/1997; n 94/1997; n 108/1997; n 109/1997; n 111/1997; n 131/1997; e n 147/1997.

    Principais caractersticas: viabilizar a implementao de medidas que permitam aos estados alcanar o equilbrio oramentrio sustentvel. A estratgia do governo federal consiste em estabelecer condicionalidades, em termos de metas de equilbrio fi scal, em troca de ajuda fi nanceira aos estados, na forma de linhas de fi nanciamento. As condicionalidades abrangem:a) controle de reduo de despesa de pessoal; b) adeso a programas de privatizao, concesso de servios pblicos, reforma

    patrimonial e controle de estatais estaduais, mediante convnios com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) e ministrios responsveis pelos servios a serem concedidos;

    c) aumento da receita, modernizao e melhoria dos sistemas de arrecadao, de controle do gasto e de gerao de informaes fi scais;

    d) compromisso de resultado fi scal mnimo, tomando-se como referncia o equilbrio primrio;

  • Planos e Programas 39

    e) reduo e controle do endividamento estadual, valendo-se do auxlio do mecanismo de autoliquidez, que confere ao Tesouro Nacional o poder de reter parte das transferncias devidas aos estados para cobrir compromissos fi nanceiros assumidos quando da renegociao de seus passivos fi nanceiros, e da restrio a novas operaes de Antecipao de Receita Oramentria (ARO).

    Programa de Arrendamento Residencial (PAR)

    Legislao bsica: Leis n 10.188, de 12.2.2001; n 10.859, de 14.4.2004; e n 11.474, de 15.5.2007; Decretos n 5.434, de 2005; n 5.435, de 26.4.2005; n 5.779, de 18.5.2006; e n 5.986, de 15.12.2006.

    Comentrios: o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), institudo pela Lei n 10.188/2001, tem por objetivo propiciar moradia populao de baixa renda, sob a forma de arrendamento residencial com opo de compra.

    A Caixa Econmica Federal (CEF), a quem cabe a operacionalizao do PAR, cede a pessoas fsicas devidamente habilitadas o uso de imvel residencial adquirido com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), criado exclusivamente para atender s fi nalidades do Programa, mediante o pagamento de uma taxa mensal de arrendamento, por um perodo de quinze anos, com opo de compra ao fi nal do prazo contratado.

    So diretrizes do programa: o fomento oferta de unidades habitacionais e melhoria das condies do estoque de imveis existente; a promoo da melhoria da qualidade de vida das famlias benefi ciadas e a criao de novos postos de trabalho diretos e indiretos.

    Integram os recursos do FAR:a) os saldos disponveis dos seguintes Fundos e Programas em extino:

    - Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), criado pela Lei n 6.168, de 9.12.1974;

    - Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL), criado pelo Decreto-Lei n 1.940, de 25.5.1982;

    - Programa de Difuso de Tecnologia para Construo de Habitaes de Baixo Custo (PROTECH), criado pelo Decreto s/ n de 28.7.1993;

    - Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), a que se refere o Decreto n 103, de 22.4.1991;

    b) operaes de crdito contratadas com o Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), na forma e condies disciplinadas pelo Conselho Curador do FGTS ; e

  • 40 Finanas Pblicas

    c) outros recursos a serem destinados ao Programa, includos pela Lei n 11.474, de 2007.

    O Programa atua nas capitais estaduais, regies metropolitanas e municpios com populao urbana superior a 100 mil habitantes, dotados de infra-estrutura bsica (gua, energia eltrica, esgoto sanitrio), alm de servios pblicos de transporte coletivo e coleta de lixo.

    Destina-se a famlias com rendimento mensal no superior a seis salrios mnimos, exceto nos casos de projetos voltados recuperao de empreendimentos e de realocao de grupos de famlias residentes em reas de risco. Sero tambm admitidas famlias com rendimento mensal de at oito salrios mnimos, nos casos de atendimento a profissionais da rea de segurana pblica, particularmente policiais civis e militares.

    As famlias benefi ciadas no podem ser proprietrias de imvel residencial e/ou detentoras de fi nanciamento habitacional em qualquer local do Pas.

    Cabe ao arrendatrio assumir todas as despesas e tributos incidentes sobre o imvel, bem como mant-lo em perfeitas condies de uso e conservao.

    O valor inicial da taxa de arrendamento do imvel igual a 0,7% do seu valor de aquisio, ou a 0,5%, caso a famlia arrendatria tenha renda mensal de at quatro salrios mnimos. A taxa reajustada anualmente pelo ndice de atualizao aplicado aos depsitos do FGTS, na data de aniversrio do contrato.

    O atraso no pagamento da taxa de arrendamento por mais de sessenta dias consecutivos acarretar a retomada imediata do imvel, sem direito devoluo dos valores pagos at ento.

    Programa de Estmulo Reestruturao e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer)

    Legislao bsica: Medida Provisria n 1.179, de 3.11.1995, e respectivas reedies (convertida na Lei n 9.710, de 19.11.1998); Medida Provisria n 1.182, de 17.11.1995 (convertida na Lei n 9.447, de 14.3.1997); Resolues do CMN n 2.208, de 3.11.1995 (Voto CMN n 148/1995), e n 2.253, de 6.3.1996; Circulares do Banco Central n 2.633/1995, n 2.634/1995 e n 2.636/1995.

    Finalidade: o programa visa assegurar liquidez e solvncia ao SFN e resguardar os interesses dos depositantes e investidores, por meio do estmulo a reorganizaes administrativas, operacionais e societrias, previamente

  • Planos e Programas 41

    autorizadas pelo Banco Central, que resultem na transferncia de controle acionrio ou na mudana de objeto social. Compreende, ainda, fi nanciamento a operaes vinculadas a passivos do governo federal, a perdas decorrentes de processo de saneamento, inclusive com desmobilizao de ativos de propriedade da instituio fi nanceira participante. Prev, tambm, a liberao de recursos do recolhimento compulsrio sobre depsitos vista para aquisio de CDB das instituies participantes do programa, a fl exibilizao do atendimento dos limites operacionais aplicveis s instituies fi nanceiras e o diferimento dos gastos decorrentes do processo de saneamento e reorganizao.

    A Lei n 9.447, de 14.3.1997, dispe sobre a responsabilidade solidria de controladores de instituies submetidas aos regimes de que tratam a Lei n 6.024, de 13.3.1974, e o Decreto-Lei n 2.321, de 25.2.1987 antes restritas aos administradores e, no prazo de doze meses, aos ex-administradores; sobre a indisponibilidade de seus bens; sobre a responsabilidade das empresas de auditoria contbil ou dos auditores contbeis independentes; sobre privatizao de instituies cujas aes sejam desapropriadas, na forma do Decreto-Lei n 2.321/1987, e d outras providncias.

    Programa de Financiamento Exportao (Proex)

    Legislao bsica: Lei n 8.187, de 1.6.1991; Resoluo n 50, de 16.6.1993, do Senado Federal; e Resolues CMN n 1.998, de 30.6.1993 (Voto BCB-69/1993); n 2.214, de 29.11.1995; e n 2.224, de 20.12.1995.

    Finalidade: o Proex, sucedneo do Fundo de Financiamento Exportao (Finex), tem por objetivo atuar no fi nanciamento s exportaes de bens e servios, bem como conceder assistncia fi nanceira por meio da equalizao de taxas de juros, com a fi nalidade de facilitar a colocao de produtos brasileiros no exterior, principalmente de bens de capital.

    A assistncia fi nanceira do Proex consistir em:a) desconto de ttulos, no caso da exportao de bens;b) desconto de ttulos, no caso da exportao de servios a entidades estrangeiras

    do setor pblico; c) fi nanciamento, no caso da exportao de servios a entidades estrangeiras

    do setor pblico.

  • 42 Finanas Pblicas

    Programa de Fortalecimento das Instituies Financeiras (Proef)

    Legislao bsica: Medida Provisria n 2.196-3, de 24.8.2001 (originria da Medida Provisria n 2.155, de 22.6.2001).

    Finalidade: o Proef destina-se a promover ampla reestruturao dos bancos federais Banco do Brasil S.A. (BB), Banco do Nordeste S.A. (BNB), Banco da Amaznia S.A (Basa) e Caixa Econmica Federal (CEF) , visando maior transparncia nas suas contas. Isso implica que muitas das operaes realizadas por essas instituies passaro a ser explicitadas no Oramento da Unio.

    As principais providncias adotadas pela MP-2.155/2001 foram as seguintes:a) autoriza a Unio, nas operaes originrias de crdito rural, alongadas ou

    renegociadas com base na Lei n 9.138, de 29.11.1995, pelo BB, pelo Basa e pelo BNB, a:a.1) dispensar garantia prestadas pelas referidas instituies fi nanceiras

    nas operaes cedidas Unio; a.2) adquirir, junto s empresas integrantes do Sistema BNDES, os crditos

    decorrentes das operaes celebradas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ou com outros recursos administrados por aquele Sistema;

    a.3) receber, em dao de pagamento, os crditos contra os muturios, correspondentes s operaes a que se refere o item a.2;

    a.4) adquirir os crditos correspondentes s operaes celebradas com recursos das referidas instituies fi nanceiras;

    a.5) receber, em dao de pagamento, os crditos correspondentes s operaes celebradas com recursos do Tesouro Nacional.

    As operaes a que se referem os itens a.2 a a.5 sero efetuadas pelo saldo devedor atualizado. Por sua vez, os valores honrados pelas instituies fi nanceiras, por fora de garantia nos crditos cedidos Unio, de que trata o item a.1, sero ressarcidos pela Unio s respectivas instituies medida que forem recebidos dos muturios;

    b) autoriza a Unio a receber, em dao em pagamento, do BB, do Basa e do BNB, os crditos correspondentes s operaes de crdito celebradas com recursos do Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer II) e do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcaf). A dao poder ser efetuada pelo saldo devedor atualizado.

    Em ambas as operaes (letras "a" e "b"), fi ca a Unio autorizada a realizar encontro de contas com as instituies fi nanceiras federais, abrangendo crditos por estas detidos contra a Unio, decorrentes da equalizao de encargos de que trata o art. 1 da Lei n 9.138, de 1995;

  • Planos e Programas 43

    c) autoriza a Unio a permutar por ttulos de emisso do Tesouro Nacional:c.1) com o BB, os ttulos da dvida externa brasileira, de emisso da

    Repblica Federativa do Brasil, considerados pelo valor de face;c.2) com o Basa e com a CEF, os crditos referentes a refi nanciamentos

    celebrados ao amparo da Lei n 8.727, de 5.11.1993, considerados pelo saldo devedor atualizado;

    c.3) com a CEF e com a empresa Empresa Gestora de Ativos (Emgea), os crditos correspondentes de obrigaes novadas com base na Lei n 10.150, de 21.12.2000, considerados pelo valor de face;

    d) autoriza a Unio a adquirir:d.1) da CEF, crditos decorrentes de operaes realizadas diretamente com

    recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS);d.2) do Banco Central do Brasil, pelo valor de face, deduzidas as provises

    efetuadas, os crditos contra a CEF e os utilizar em futura capitalizao da instituio fi nanceira, nos termos da legislao vigente;

    e) autoriza a Unio a criar a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), empresa pblica federal, vinculada ao Ministrio da Fazenda. A Emgea, cujo estatuto ser aprovado por decreto, ter sede e foro em Braslia, e tem por objetivo adquirir bens e direitos da Unio e das demais entidades integrantes da Administrao Pblica Federal, podendo, em contrapartida, assumir obrigaes destas;

    f) desobriga o BB, o Basa e o BNB do risco relativo s operaes realizadas, at 30.11.1998, com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), do Norte (FNO) e do Nordeste (FNE), respectivamente;

    g) autoriza a Unio a contratar diretamente as instituies fi nanceiras federais para administrar os crditos por ela adquiridos ou recebidos em pagamento em decorrncia do disposto na MP-2.155/2001, com poderes para represent-la em eventuais instrumentos contratuais concernentes a tais crditos, previamente autorizados pelo Ministrio da Fazenda.

    Programa de Garantia da Atividade Agropecuria (Proagro)

    Legislao bsica: Leis n 5.969, de 11.12.1973, e n 8.171, de 17.1.1991; e Decreto n 175, de 10.7.1991.

    Finalidade: exonerar o produtor rural de obrigaes fi nanceiras relativas a operaes de crdito rural de custeio, cuja liquidao seja difi cultada pela ocorrncia de fenmenos naturais, pragas etc.; indenizar recursos prprios utilizados pelo produtor rural em custeio rural, quando ocorrerem perdas em virtude dos eventos acima mencionados.

  • 44 Finanas Pblicas

    Programa de Garantia de Renda Mnima (PGRM)

    Legislao bsica: Lei n 9.533, de 10.12.1997; Decretos n 2.609, de 2.6.1998, e n 2.728, de 10.8.1998 (regulamento).

    Finalidade: conceder apoio fi nanceiro a programas de garantia de renda mnima institudos por municpios que no disponham de recursos fi nanceiros sufi cientes para fi nanciar integralmente a sua implementao.

    O referido apoio ser restrito aos municpios com receita tributria por habitante includas as transferncias constitucionais correntes inferior respectiva mdia estadual e com renda familiar por habitante inferior renda mdia familiar por habitante do estado.

    Sem prejuzo da diversidade dos programas passveis de serem implementados pelos municpios, o apoio fi nanceiro da Unio ter por referncia o limite mximo de benefcio por famlia dado pela seguinte equao: valor do benefcio por famlia = R$15,00 (quinze reais) x nmero de dependentes entre zero e catorze anos - [0,5 (cinco dcimos) x valor da renda familiar per capita].

    O apoio fi nanceiro da Unio ser limitado a 50% do valor total dos respectivos programas municipais, responsabilizando-se cada municpio, isoladamente ou em conjunto com o estado, pelos outros 50%.

    Os recursos federais sero destinados exclusivamente a famlias que se enquadrem nos seguintes parmetros, cumulativamente:a) renda familiar per capita inferior a meio salrio mnimo;b) fi lhos ou dependentes menores de 14 anos; c) comprovao, pelos responsveis, da matrcula e da freqncia de todos os

    seus dependentes entre 7 e 14 anos, em escola pblica ou em programas de educao especial.

    Programa de Gesto das Empresas Estatais (PGE)

    Legislao bsica: Decreto n 137, de 27.5.1991.

    Finalidade: compatibilizar a gesto de empresas estatais com a poltica econmica e com o planejamento setorial e promover a modernizao das empresas estatais. Consideram-se empresas estatais, para fi ns do Decreto n 137/1991, as empresas pblicas, sociedades de economia mista, suas subsidirias e controladas, e demais entidades sob controle direto ou indireto da Unio. Cabe ao Comit de Controle das Empresas Estatais (CCE) fi xar as diretrizes do PGE e aprovar propostas das empresas referentes a preos e tarifas pblicas; admisso de pessoal; despesa de pessoal, inclusive pessoal contratado a ttulo de servios de terceiros; elaborao, execuo e reviso oramentrias; contratao de operaes de crdito ou de arrendamento mercantil, inclusive refi nanciamento.

  • Planos e Programas 45

    Programa de Incentivo Reduo do Setor Pblico Estadual na Atividade Bancria (Proes)

    Legislao bsica: Medida Provisria n 2.192-70, de 24.8.2001 (originria da Medida Provisria n 1.514, de 7.8.1996); Resoluo do CMN n 2.365, de 28.2.1997; Circulares do Banco Central n 2.742/1997, n 2.743/1997, n 2.744/1997 e n 2.745/1997.

    Finalidade: criar condies para a reduo da presena do setor pblico estadual na atividade fi nanceira bancria, mediante transformao e/ou privatizao dos bancos ofi ciais; regulamenta mecanismos que permitem o aumento da superviso bancria, principalmente com a criao da responsabilidade solidria das auditorias contbeis e dos auditores independentes; estimular medidas saneadoras para a reduo das situaes overbanking (excesso de bancos) e overbranched (excesso de agncias bancrias) e de despesas com pessoal, alm das prprias liquidaes extrajudiciais de instituies que apresentavam graves irregularidades.

    Programa de Incluso Digital

    Legislao bsica: Lei n 11.196, de 21.11.2005; e Decreto n 5.602, de 6.12.2005.

    Comentrios: o Programa de Incluso Digital reduziu a zero as alquotas da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofi ns incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, a varejo, de equipamentos de informtica, cujos valores de venda se encontram especifi cados no Decreto que regulamentou o programa.

    Os incentivos fi scais concedidos pelo programa no se aplicam s vendas efetuadas por empresas optantes pelo Simples.

  • 46 Finanas Pblicas

    Programa de Modernizao do Parque Industrial Nacional (Modermaq)

    Legislao bsica: Lei n 10.978, de 7.12.2004; e Decreto n 5.165, de 2.8.2004.

    Comentrios: a Lei n 10.978 criou o Programa de Modernizao do Parque Industrial Nacional (Modermaq), com a fi nalidade de promover e incentivar a modernizao geral da indstria e a dinamizao do setor de bens de capital.

    O programa compreende fi nanciamentos para a aquisio de mquinas e equipamentos e demais bens de capital, com o objetivo de fomentar a gerao de empregos, o aumento da produtividade e o desenvolvimento tecnolgico do parque industrial nacional.

    O Modermaq ser financiado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O Conselho Monetrio Nacional e o Conselho Deliberativo do FAT estabelecero as bases, os critrios e as condies para a concesso de fi nanciamento, e o cronograma para implementao das metas estabelecidas e as taxas de juros dos fi nanciamentos.

    Programa de Racionalizao das Unidades Descentralizadas do Governo Federal

    Legislao bsica: Decreto n 2.258, de 20.6.1997.

    Finalidade: promover a melhoria dos servios prestados, o fortalecimento das atividades fi nalsticas e a otimizao dos recursos alocados s unidades civis da administrao pblica federal direta.

    O Programa ser implementado por intermdio de projetos especficos, desenvolvidos em conformidade com as caractersticas locais de cada unidade federativa, devendo suas aes observar as seguintes diretrizes:a) reestruturao das unidades organizacionais voltadas para a execuo de

    atividades de suporte administrativo, dando prioridade ao compartilhamento dos recursos humanos, materiais e patrimoniais;

    b) reavaliao de estruturas responsveis por atividades fi nalsticas que no representem competncia exclusiva da Unio;

    c) gradualismo na implementao de quaisquer medidas que possam afetar a continuidade de servios;

    d) estmulo participao constante dos usurios na avaliao dos servios de suporte administrativo prestados de forma descentralizada;

  • Planos e Programas 47

    e) profi ssionalizao da gesto das unidades prestadoras de servios de suporte administrativo;

    f) utilizao dos mecanismos de redistribuio de pessoal e realocao de recursos materiais e patrimoniais entre os diferentes rgos, com vistas a suprir carncias e garantir maior racionalidade na distribuio de recursos;

    g) absoro e unifi cao gradual da gesto dos servios de suporte administrativo pelo Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado.

    Programa de Recuperao Fiscal (Refi s)

    Legislao bsica: Medidas Provisrias n 1.923, de 6.10.1999 (convertida na Lei n 9.964, de 10.2.2000), e n 303, de 29.6.2006; Leis n 10.189, de 14.2.2001, e n 10.684, de 30.5.2003; Decreto n 3.431, de 24.4.2000.

    Finalidade: o Refi s destina-se a promover a regularizao de crditos da Unio, decorrentes de dbitos de pessoas jurdicas, relativos a tributos e contribuies, administrados pela Secretaria da Receita Federal e pelo INSS, em razo de fatos geradores ocorridos at 31 de outubro de 1999, constitudos ou no, inscritos ou no em dvida ativa, ajuizados ou a ajuizar, com exigibilidade suspensa ou no, inclusive os decorrentes de falta de recolhimento de valores retidos.

    O Refi s no alcana dbitos: a) de rgos da administrao pblica direta das fundaes institudas e

    mantidas pelo poder pblico e das autarquias; b) relativos ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);c) relativos pessoa jurdica cindida a partir de 1 de outubro de 1999.

    O ingresso no Refi s dar-se- por opo da pessoa jurdica, que far jus a regime especial de consolidao e parcelamento dos dbitos fi scais referidos anteriormente. A opo poder ser formalizada at o ltimo dia til do 2 ms subseqente ao da regulamentao do Programa. Os dbitos existentes em nome da optante sero consolidados na data da formalizao do pedido de ingresso da Refi s.

    A consolidao abranger todos os dbitos existentes em nome da pessoa jurdica, na condio de contribuinte ou responsvel, constitudos ou no, inclusive os acrscimos legais relativos multa, de mora ou de ofcio, a juros moratrios e demais encargos, determinados nos termos da legislao vigente poca da ocorrncia dos respectivos fatos geradores.

  • 48 Finanas Pblicas

    O dbito consolidado:a) sujeitar-se-, a partir da data da consolidao, a juros correspondentes

    variao mensal da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), vedada a imposio de qualquer outro acrscimo;

    b) era pago em parcelas mensais e sucessivas, vencveis no ltimo dia til da cada ms, sendo o valor de cada parcela determinado em funo de percentual da receita bruta do ms imediatamente anterior, apurada na forma da Lei n 8.981, de 20.1.1995.

    A opo pelo Refi s sujeita a pessoa jurdica a:a) confi sso irrevogvel e irretratvel dos dbitos referidos anteriormente;b) autorizao de acesso irrestrito, pela Secretaria da Receita Federal, s

    informaes relativas sua movimentao fi nanceira, ocorrida a partir da data de opo pelo Refi s;

    c) acompanhamento fi scal especfi co, com fornecimento peridico, em meio magntico, de dados, inclusive os indicirios de receitas;

    d) aceitao plena e irretratvel de todas as condies estabelecidas;e) cumprimento regular das obrigaes para com o FGTS e para com o ITR;f) pagamento regular das parcelas do dbito consolidado, assim como dos

    tributos e das contribuies decorrentes de fatos geradores ocorridos posteriormente a 31.10.1999.

    A Medida Provisria n 303, de 29.6.2006, permitiu o parcelamento de dbitos das empresas junto Secretaria da Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e ao INSS, instituindo o que se denominou Refi s III.

    A MP determina que os dbitos com vencimento at 28 de fevereiro de 2003 podero ser parcelados em at 130 prestaes mensais e sucessivas, com correo pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e desconto de 50% na multa.

    O parcelamento dos dbitos dever ser requerido at 15 de setembro de 2006 e o valor mnimo de cada prestao no poder ser inferior a:- R$200,00 para empresas optantes pelo Simples; e- R$2.000,00 para as demais empresas.

    Criado em 2000, o Programa de Recuperao Fiscal (Refi s) teve cerca de 129 mil adeses, das quais ainda permanecem 26 mil. Trs anos depois, o Parcelamento Especial (Paes) teve pouco mais de 374 mil adeses de empresas e pessoas fsicas, das quais permanecem apenas 164 mil. Do total do Paes, as adeses foram de 282 mil empresas e 92 mil pessoas fsicas, restando apenas 134 mil empresas e 30 mil pessoas fsicas ainda cumprindo as obrigaes acordadas.

  • Planos e Programas 49

    Programa de Universalizao do Acesso e Uso da Energia Eltrica Luz para Todos

    Legislao bsica: Decreto n 4.902, de 28.11.2003.

    Comentrios: o Decreto n 4.873/2003 instituiu o Programa de Universalizao do Acesso e Uso da Energia Eltrica Luz para Todos, destinado a propiciar, at 2008, o atendimento em energia eltrica parcela da populao do meio rural brasileiro que ainda no possui acesso a esse servio pblico.

    Programa Emergencial e Excepcional de Apoio s Concessionrias de Servios Pblicos de Distribuio de Energia Eltrica

    Legislao bsica: Lei n 10.762, de 11.11.2003.

    Comentrios: a Lei n 10.762/2003 instituiu o Programa Emergencial e Excepcional de Apoio s Concessionrias de Servios Pblicos de Distribuio de Energia Eltrica, destinado a suprir a insufi cincia de recursos decorrente do adiamento da aplicao do mecanismo de compensao de que trata o art. 1 da Medida Provisria n 2.227, de 4.9.2001, para reajustes e revises tarifrias realizados entre 8.4.2003 e 7.4.2004, por meio de fi nanciamento concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Podero ser benefi cirias do Programa as concessionrias que atenderem s exigncias legais para obteno de crdito concedido com recursos pblicos e estiverem adimplentes com as empresas do Sistema BNDES. O valor a ser fi nanciado ser apurado e informado pela Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel), observada a legislao vigente.

    Programa Especial de Habitao Popular

    Legislao bsica: Lei n 10.840, de 11.2.2004.

    Comentrios: a Lei n 10.840/2004 criou o Programa Especial de Habitao Popular, com o objetivo de oferecer acesso moradia adequada aos segmentos populacionais de renda familiar mensal de at trs salrios mnimos. Os recursos alocados ao Programa sero destinados, a ttulo de auxlio ou assistncia financeira, produo ou aquisio de unidade habitacional e de lotes urbanizados, aquisio de material de construo, urbanizao de assentamentos precrios e requalifi cao urbana.

  • 50 Finanas Pblicas

    Programa Nacional de Desestatizao (PND)

    Legislao bsica: Lei n 9.491, de 9.9.1997 (sucednea da Lei n 8.031, de 12.4.1990); e Decreto n 2.594, de 15.5.1998.

    Finalidade: reordenar a posio estratgia do Estado na economia, transferindo iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor pblico; contribuir para a reestruturao econmica do setor pblico, especialmente por meio da melhoria do perfi l e da reduo da dvida pblica lquida; permitir a retomada de investimentos nas empresas e atividades que vierem a ser transferidas iniciativa privada; contribuir para a reestruturao econmica do setor privado, especialmente para a modernizao da infra-estrutura e do parque industrial do Pas, ampliando sua competitividade e reforando a capacidade empresarial nos diversos setores da economia, inclusive mediante concesso de crdito; permitir que a administrao pblica concentre seus esforos nas atividades em que a presena do Estado seja fundamental para a consecuo das prioridades nacionais; contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais, por meio do acrscimo da oferta de valores monetrios e da democratizao da propriedade do capital das empresas que integrarem o programa. Podero ser objeto de desestatizao:a) empresas, inclusive instituies financeiras, controladas direta ou

    indiretamente pela Unio, institudas por lei ou ato do Poder Executivo;b) empresas criadas pelo setor privado e que, por qualquer motivo, passaram

    ao controle direto ou indireto da Unio;c) servios pblicos objeto de concesso, permisso ou autorizao;d) instituies fi nanceiras pblicas estaduais que tenham tido as aes de seu

    capital social desapropriadas;e) participaes minoritrias diretas e indiretas da Unio no capital social de

    quaisquer outras sociedades; f) aes excedentes participao acionria detida pela Unio representativa

    do mnimo necessrio manuteno do controle acionrio da Petrleo Brasileiro S/A (Petrobras).

    So excludas do PND:a) as empresas pblicas ou sociedades de economia mista que exeram

    atividades de competncia exclusiva da Unio, de que tratam os incisos XI e XXIII do art. 21, a alnea c do inciso I do art. 159 e o art. 177 da Constituio;

    b) o Banco do Brasil e a Caixa Econmica Federal.

  • Planos e Programas 51

    Programa Nacional de Estmulo ao Primeiro Emprego para os Jovens (PNPE)

    Legislao bsica: Leis n 10.748, de 22.10.2003, e n 10.940, de 27.8.2004.

    Comentrios: a Lei n 10.748/2003 instituiu o Programa Nacional de Estmulo ao Primeiro Emprego para os Jovens (PNPE), vinculado s aes dirigidas promoo da insero de jovens no mercado de trabalho e sua escolarizao, ao fortalecimento da participao da sociedade no processo de formulao de polticas e aes de gerao de trabalho e renda, objetivando, especialmente, promover a criao de postos de trabalho para jovens ou qualifi c-los para o mercado de trabalho e ocupaes alternativas, geradoras de renda.

    O Programa atender jovens com idade de 16 a 24 anos em situao de desemprego involuntrio, que atendam cumulativamente aos seguintes requisitos:a) no terem tido vnculo empregatcio anterior;b) sejam membros de famlia com renda per capita de at meio salrio

    mnimo;c) estejam matriculados e freqentando regularmente estabelecimento de ensino

    fundamental ou mdio, ou cursos de educao de jovens e adultos, ou que tenham concludo o ensino mdio;

    d) estejam cadastrados nas unidades executoras do Programa; ee) no sejam beneficiados por subveno econmica de programas

    similares.

    Programa Nacional de Microcrdito Produtivo Orientado (PNMPO)

    Legislao bsica: Lei n 11.110, de 25.4.2005 (converso da Medida Provisria n 226, de 29.11.2004); e Decreto n 5.288, de 29.11.2004.

    Comentrios: o PNMPO foi criado com a fi nalidade de incentivar a gerao de emprego e renda entre os micro e pequenos empreendedores, assim designados aqueles com faturamento bruto de at R$60 mil anuais, disponibilizando recursos para o microcrdito produtivo orientado, modalidade que conjuga o acesso ao crdito com aes de orientao ao empreendedor, o que resultar em maior sustentabilidade dos negcios.

    O grande diferencial do Programa est na metodologia empregada, que tem por base o relacionamento direto do agente de crdito com o microempresrio, no prprio local da sua atividade, possibilitando a orientao sobre a gesto do empreendimento, suas necessidades de crdito, a defi nio do montante

  • 52 Finanas Pblicas

    necessrio para o desenvolvimento sustentvel do negcio e as condies do crdito, aps avaliao da atividade desenvolvida e da capacidade de endividamento do empreendedor.

    Os recursos disponibilizados para o Programa sero oriundos do Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT) e dos depsitos vista dos bancos. As operaes de crdito sero realizadas sem a exigncia de garantias reais, que podero ser substitudas por outras formas mais adequadas, como o aval solidrio, facilitando, assim, o acesso a um nmero maior de microempresrios, que no teriam condies de participar das linhas de crdito tradicionais.

    O Decreto n 5.288/2004 dispe sobre os requisitos essenciais para a operacionalizao, fi scalizao e monitoramento do Programa.

    Regime Especial de Tributao para a Plataforma de Exportao de Servios de Tecnologia da Informao (Repes)

    Legislao bsica: Lei n 11.196, de 21.11.2005.

    Comentrios: o Repes foi criado para benefi ciar a pessoa jurdica que exera exclusivamente atividades de desenvolvimento de software ou de prestao de servios de tecnologia da informao, cumulativamente ou no, e que, por ocasio da sua opo pelo regime, assuma compromisso de exportao igual ou superior a 80% (oitenta por cento) de sua receita bruta anual de venda de bens e servios.

    No caso de venda ou de importao de bens novos destinados ao desenvolvimento, no Pas, de software e de servios de tecnologia da informao, fi ca suspensa a exigncia:a) da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofi ns incidentes sobre a receita bruta

    da venda no mercado interno, quando os referidos bens forem adquiridos para incorporao ao seu ativo imobilizado;

    b) da Contribuio para o PIS/Pasep-Importao e da Cofi ns-Importao, quando os referidos bens forem importados diretamente por pessoa jurdica benefi ciria do Repes para incorporao ao seu ativo imobilizado.

    No caso de venda ou de importao de servios destinados ao desenvolvimento, no Pas, de software e de servios de tecnologia da informao, fi ca suspensa a exigncia:a) da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofi ns incidentes sobre a receita bruta

    auferida pela prestadora de servios, quando tomados por pessoa jurdica benefi ciria do Repes; e

  • Planos e Programas 53

    b) da Contribuio para o PIS/Pasep-Importao e da Cofi ns-Importao, para servios importados diretamente por pessoa jurdica benefi ciria do Repes.

    vedada a adeso ao Repes de pessoa jurdica optante do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuies das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples).

    A importao de bens sem similar nacional, efetuada diretamente pelo benefi cirio do Repes para a incorporao ao seu ativo imobilizado, ser efetuada com suspenso da exigncia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

    Regime Especial de Aquisio de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (Recap)

    Legislao bsica: Lei n 11.196, de 21.11.2005; e Decreto n 5.649, de 29.12.2005.

    Comentrios: o Recap foi criado para beneficiar a pessoa jurdica preponderantemente exportadora, com receita bruta decorrente de exportao, no ano-calendrio imediatamente anterior adeso a esse regime, igual ou superior a 80% (oitenta por cento) de sua receita bruta total de venda de bens e servios no perodo e que assuma compromisso de manter esse percentual de exportao durante o perodo de dois anos-calendrio.

    A pessoa jurdica em incio de atividade, ou que no tenha atingido no ano anterior o percentual de receita de exportao exigido, poder se habilitar ao Recap desde que assuma compromisso de auferir, no perodo de trs anos-calendrio, receita bruta decorrente de exportao de, no mnimo, 80% (oitenta por cento) de sua receita bruta total de venda de bens e servios.

    O Recap suspende a exigncia: a) da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofi ns incidentes sobre a receita bruta

    decorrente da venda de bens de capital, quando adquiridos por pessoa jurdica benefi ciria desse regime para incorporao ao seu ativo imobilizado; e

    b) da Contribuio para o PIS/Pasep-Importao e da Cofi ns-Importao incidentes sobre bens de capital importados diretamente por pessoa jurdica benefi ciria desse regime para incorporao ao seu ativo imobilizado.

    No podero participar do Recap as pessoas jurdicas optantes pelo Simples e as que tenham suas receitas, no todo ou em parte, submetidas ao regime de incidncia cumulativa da Contribuio para o PIS/Pasep e da Cofi ns.

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