planos econômicos desde 1980

45
FACULDADE SUDOESTE PAULISTANO CIÊNCIAS CONTÁBEIS RONALDO DE CASTRO. Graduando em Bacharel em Ciências Contábeis - 5º Semestre PLANOS ECONÔMICOS DO BRASIL A PARTIR DE 1980

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O presente trabalho de pesquisa trata-se de um estudo dos planos Econômicos do Brasil desde o ano de 1980. Esta monografia consiste em uma retrospectiva da história econômica, e de fatores inflacionários no Brasil, e os planos adotados para saná-los desde 1980, e os métodos e políticas econômicas adotadas para tornar possível a estabilização, bem como os planos desse período que resultaram em fracasso, e por último uma abordagem sobre o sucesso do Plano real, o plano que levantou a economia brasileira.

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Page 1: Planos Econômicos desde 1980

FACULDADE SUDOESTE PAULISTANO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

RONALDO DE CASTRO.

Graduando em Bacharel em Ciências Contábeis - 5º Semestre

PLANOS ECONÔMICOS DO BRASIL A PARTIR DE 1980

Page 2: Planos Econômicos desde 1980

II

São Paulo - 2010

RONALDO DE CASTRO

Graduando em Bacharel em Ciências Contábeis - 5º Semestre

PLANOS ECONÔMICOS DO BRASIL A PARTIR DE 1980

Monografia apresentada para a Disciplina de

Economia Brasileira, como requisito de

avaliação para nota do primeiro bimestre da

disciplina de Economia Brasileira, do 5º

semestre do curso de Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Renata Jemene

Page 3: Planos Econômicos desde 1980

III

São Paulo – 2010

Dedico este trabalho aos meus pais, meus

exemplos de existência.

Page 4: Planos Econômicos desde 1980

IV

Agradeço primeiramente a Deus, que me concedeu o privilégio de poder

obter conhecimento e aprender a exercer o bem.

Em especial ao amigo Carlos Francisco Barbosa Lima, pelo incentivo e

apoio em meus estudos.

E aos Mestres que compartilharam seu conhecimento.

Page 5: Planos Econômicos desde 1980

V

.

Viva simplesmente, ame generosamente, importe-se

profundamente, fale gentilmente, deixe o resto para DEUS.

(George Carlin)

Page 6: Planos Econômicos desde 1980

VI

RESUMO

O presente trabalho de pesquisa trata-se de um estudo dos planos Econômicos do Brasil desde

o ano de 1980. Esta monografia consiste em uma retrospectiva da história econômica, e de

fatores inflacionários no Brasil, e os planos adotados para saná-los desde 1980, e os métodos

e políticas econômicas adotadas para tornar possível a estabilização, bem como os planos

desse período que resultaram em fracasso, e por último uma abordagem sobre o sucesso do

Plano real, o plano que levantou a economia brasileira.

Palavras-chave: Planos Econômicos, Políticas Econômicas, Fatores Inflacionários, Processo

Inflacionário, Estabilização, Economia Brasileira.

Page 7: Planos Econômicos desde 1980

VII

RESUMEN

La presente investigación es un estudio de los planes económicos de Brasil desde 1980. Esta

monografía consiste en una retrospectiva de la historia económica, y factores inflacionarios en

Brasil, y planes adoptados para hacerles frente desde 1980, y los métodos y las políticas

económicas adoptadas para permitir la estabilización, así como los planes de la época que dio

lugar a fracaso, y finalmente una discusión sobre el verdadero éxito del Plan Real , el plan que

plantea la economía brasileña.

Palabras clave: Planes Económicos, Políticas Económicas, El factor de la Inflación, Proceso

Inflacionario, la Estabilización, la Economía Brasileña, Plan Real.

Page 8: Planos Econômicos desde 1980

VIII

LISTA DE SIGLA E ABREVIATURAS.

a.a – Ao Ano

BACEN – Banco Central

BTN – Bônus do Tesouro Nacional

Cr$ – Cruzeiro

Cz$ – Cruzado

FDS – Fundo de Desenvolvimento Social

FMI – Fundo Monetário Internacional

IOF – Imposto sobre as Operações Financeiras

IPC – Índice de Preços ao Consumidor

IPCA – Índice de Preços ao Consumidor

LBC – Letras do Banco Central

NCz$ – Cruzado Novo

OTN – Obrigações do Tesouro Nacional

PFL – Partido da Frente Liberal

PIB – Produto Interno Bruto

PICE – Política Industrial e de Comércio Exterior.

PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro

PND – Programa Nacional de Desestatização

PSDB – Partido da Social–Democracia Brasileira

R$ – Real

TRJ – Taxa Referencial de Juros

UFIR – Unidade Fiscal de Referência

URP – Unidade de Referência de Preços

US$ – Dólar (Americano)

Page 9: Planos Econômicos desde 1980

IX

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 – de inflação anual de alguns países latino-americanos sobre no período

de 1978-1987..................................................................................................................... 19TABELA 02 – Inflação no Brasil entre os anos de 1979 à 1990 – Fonte: Pereira, 1998. 30TABELA 03 - importações e exportações antes do Plano Real e o impacto ocorrido

nas mesmas com a introdução do plano em 1994. – Fonte: Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior............................................................. 41TABELA 04 – Índice Inflacionário do Exercício de 1994 medido pelo IPCA – Fonte:

IBGE / SNIPC................................................................................................................... 42

Page 10: Planos Econômicos desde 1980

X

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Inflação. Fonte:

http://www.rosangelalima.com.br/clicmanager/noticias/foto/1273_inflacao-jpg.jpg ...... 14FIGURA 02 – Nota de 100 milhões de marcos em 1923. Fonte:

http://3.bp.blogspot.com/_ySQc3eBdHfk/TAQigV0LVEI/AAAAAAAAE24/VB3W_

EEJpbI/s1600/800px-100_Millionen_Mark.jpg .............................................................. 19FIGURA 03 – Nota de Cr$ 100.000,00 (Cem mil Cruzeiros) carimbada com o valor de

Cz$ 100,00 (Cem Cruzados) http://www.portaldascolecoes.com.br/images/c179.jpg .... 22FIGURA 04 – Nota oficial de Cz$ 100,00 (Cem Cruzados). Fonte:

http://www200.pair.com/oflamenc/billetes/Brazil_100_Cruzados_P_211_b.jpg ........... 22FIGURA 05 – Nota de NCz$ 50,00 (Cinqüenta Cruzados Novos). Fonte:

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/economia/wp-content/uploads/2009/01/100-

cruzados-novos.jpg .......................................................................................................... 30FIGURA 06 – Moeda de NCz$ 200,00 (Duzentos Cruzados Novos). Fonte:

http://images.quebarato.com.br/T440x/moeda+200+cruzados+novos+brasil+republica

+1989+fc+prata+13+4+g+numistar+__B999A_1.jpg ..................................................... 31FIGURA 07 – Nota de R$ 1,00 (Um Real). Fonte:

Fonte: http://yougol.files.wordpress.com/2009/06/1real.jpg ........................................... 40

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 12

Page 11: Planos Econômicos desde 1980

XI

1. INFLAÇÃO.................................................................................................................... 14 1.1 TIPOS DE INFLAÇÃO............................................................................................ 15 1.1.1 A INFLAÇÃO DE DEMANDA ..................................................................... 16 1.1.2 A INFLAÇÃO DE CUSTOS ........................................................................... 16 1.1.3 A INFLAÇÃO INERCIAL .............................................................................. 17 1.1.4 A INFLAÇÃO ESTRUTURAL ...................................................................... 18 1.2 HIPERINFLAÇÃO .................................................................................................. 182. PLANOS ECONÔMICOS DESDE 1980 .................................................................... 20 2.1 PLANO DELFIM I – 1979 .................................................................................... 20 2.2 PLANO DELFIM II – 1981 ................................................................................... 21 2.3 PLANO DELFIM III – 1983 .................................................................................. 21 2.4 PLANO DORNELLES – ABR/ 1985 ..................................................................... 21 2.5 PLANO CRUZADO I – FEV/1986 ......................................................................... 21 2.6 PLANO CRUZADINHO – JUL/1986 .................................................................... 24 2.7 PLANO CRUZADO II – NOV/1986 ...................................................................... 25 2.8 PLANO BRESSER – JUL/1987 .............................................................................. 27 2.9 PLANO ARROZ COM FEIJÃO – JAN/1988 ....................................................... 29 2.10 PLANO VERÃO – JAN/1989 ............................................................................. 29 2.11 PLANO COLLOR I – MAR/1990 ....................................................................... 32 2.12 PLANO COLLOR II – JAN/1991 ....................................................................... 36 2.13 PLANO MARCÍLIO – MAI/1991 ........................................................................ 37 2.14 PLANO REAL – JUN/1993 ................................................................................. 383. O SUCESSO ECONOMICO DO PLANO REAL ..................................................... 40CONCLUSÃO.................................................................................................................... 44REFERÊNCIAS................................................................................................................. 45

INTRODUÇÃO

O tema desta pesquisa tratará sobre Os planos Econômicos do Brasil a partir de 1980,

onde será abordada, a crise inflacionária e as medidas governamentais para saná-la.

Podemos destacar que após anos de ditadura militar o Brasil, tem sua última eleição

indireta de um candidato civil e em 1985 chega ao fim o Regime Militar Ditatorial Brasileiro.

Todavia a completa transição para a democracia ocorre apenas em 1988, no governo do

Presidente José Sarney, com a promulgação da Nova Constituição Brasileira por uma

Assembléia Constituinte.

Page 12: Planos Econômicos desde 1980

XII

Mas quando volta aos padrões da Democracia a Nação encontra-se degrada com

graves problemas sociais e econômicos, e uma inflação galopante, com o crescente

endividamento externo e interno.

Medidas para sanear tais problemáticas da sociedade vêm com os governos de José

Sarney e Fernando Collor de Melo, onde sete planos econômicos consecutivos são

implantados na tentativa de frear e reduzir a inflação, são eles: Cruzado (1986), Cruzadinho

(meados de 1986), Cruzado II (final de 1986), Bresser (junho/1987), Verão (01/1989, Collor

(03/1990), Collor 2 (01/1991). Com sucessivos fracassos pela má condução desses planos,

agravou ainda mais o problema inflacionário, tendo o Brasil uma hiperinflação, com sua

moeda desvalorizada em três decimais por duas vezes em um período de três anos

Com o plano Brasil novo, repleto de erros, foi que a economia do Brasil teve abertura

para o comércio exterior. O principal problema nessa época foi à forma como foi implantado,

bruscamente, com descaso de empresas nacionais cuja produtividade era baixa, e com isso

não tinham condições de competir frente ao que estava chegando e como conseqüência muitas

faliram. Porém houve as que sobreviveram e para isso tiveram que adotar medidas de

aumento na produção para que pudessem garantir sua continuidade, e, após esse período de

adaptação, o cenário caótico tornou-se propício para que o Plano Real fosse implantado e

conseguisse conter a hiperinflação instaurada na economia.

E assim em 1994, é elaborado e implantado o Plano Real, durante o Governo do então

Presidente Itamar Franco, que teve sua continuidade e manutenção no governo dos

Presidentes Fernando Henrique Cardoso e posteriormente pelo Presidente hoje em exercício

Luiz Inácio Lula da Silva. .

Foi com a implantação do Plano Real que o Brasil passou a ter uma relativa

estabilidade monetária, que vem resistindo às sucessivas crises dos mercados internacionais.

O objetivo proposto é explanar sobre a economia brasileira a partir do ano de 1980 até

a atualidade.

O objetivo geral é uma abordagem do período econômico caótico inflacionário no

Brasil a desde o ano de 1980 bem como as medidas governamentais para restaurar a

homogeneidade e sobriedade na economia.

No capítulo 1, iremos tratar sobre tema da Inflação, bem como os tipos que podemos

classificar.

No capítulo 2, explanaremos sobre os planos econômicos adotados no período de

abrangência dessa pesquisa, seus erros e acertos.

Page 13: Planos Econômicos desde 1980

XIII

No capítulo 3, faremos destaque para o Plano Real, o qual vigora até hoje, e que sanou

o problema hiperinflacionário da nação.

Esta pesquisa basear-se-á em fontes bibliográficas, e consultas de Sites da Internet.

.

Page 14: Planos Econômicos desde 1980

12

CAPÍTULO 1. INFLAÇÃO

Figura 1

Inflação há várias definições para esse termo, mas um conceito mais claro para definir

essa palavra é a elevação do nível de preços de forma progressiva e contínua em um

determinado período, e assim fica estabelecido que um simples aumento de preços por uma

única vez não significa inflação. Para que de fato se constate a inflação esse aumento deve

ocorre de forma contínua e progressiva em um período de tempo mais longo.

Entretanto existem vários eventos que podem causar o fenômeno inflacionário, com

diversas explicações que podem ser classificados segundo as diversas escolas do pensamento

econômico. Por exemplo, os Monetaristas e os Neoliberais, explicam que a causa se deve ao

excesso de liquidez, um fenômeno monetário, causado principalmente pelas necessidades de

gastos e financiamentos do Estado, isto é do Governo Federal, onde os recursos líquidos são

classificados pela sua origem como a oferta monetária, igual ao crédito interno liquido com

mais reservas internacionais líquidas. Porém na falta destas últimas, somente é financiado a

emissão de moeda, e, toda vez que há emissão de moeda desacompanhada do aumento da

oferta de mercado interno ou externo considerado um ato de ignorância, ou seja, algo

superficial que ocasionará de forma direta o aumento dos preços.

“Nenhuma economia jamais experimentou uma

inflação significativa e nenhuma teoria de inflação que

mereça este nome sustentará que um processo

inflacionário possa acontecer sem um aumento

correspondente na quantidade de moeda.” Harberger (1978)

Page 15: Planos Econômicos desde 1980

13

Mas isso não significa que não haja outras razões que expliquem a origem do

fenômeno inflacionário, entretanto podemos citar que uma das principais raízes esta na

natureza monetária do fenômeno.

Mas não podemos esquecer o aspecto que se refere à determinação da magnitude, que

demonstra uma taxa de expansão geral de preços que de fato caracteriza o processo

inflacionário típico, onde toda a vez que a taxa de aumento seja continua em um período

específico de tempo, isso demonstra uma taxa inflacionária.

A dimensão de tempo que satisfaz a condição que ocasiona a expansão geral de preços

deve ser considera somente quando esta for persistente, continua ou prolongada. Mas vale

ressaltar que a prática com bases nesses fatores tem sido a de acumular índices de períodos

mensais para que assim possa sempre obter uma estimativa consistente do aumento dos preços

e com o índice obtido será possível prognosticar se há ou não um processo inflacionário e

suas magnitudes.

Entretanto não podemos esquecer-nos de abordar sobre os Mecanismos Repressores e

os Fatores Exógenos, que estão relacionados à influência dos fatores de natureza não

monetária sobre os preços, os quais denominamos exógenos. Porém na há um consenso geral

sobre as reais causas da inflação, por que não existe um fator único predominante, e, somente

por meio do estudo dos fatores e dos planos que objetivam a estabilização aplicada, é que será

possível obter alguma explicação mais plausível sobre o fenômeno inflacionário que afeta

diversas economias em todo o globo, e que vem apresentado complexidades cada vez

maiores.

No Brasil, em sua época de hiperinflação, vários planos econômicos foram

implantados com base em intentos de adaptações das teorias da economia à nossa realidade,

buscando reprimir o fenômeno Inflação, conseguindo somente com o advento do plano

denominado “Plano Real”.

1.1 TIPOS DE INFLAÇÃO

Em uma economia existem basicamente quatro tipos distintos de inflação, sendo que

um deles será mais predominante em uma determinada economia, mas dificilmente existira

apenas um tipo apenas. Esses tipos estão relacionados com a estrutura do mercado,

oligopolista, monopolista, etc.

A seguir faremos uma explanação para os tipos de inflação.

Page 16: Planos Econômicos desde 1980

14

1.1.1 A INFLAÇÃO POR DEMANDA

Este tipo de inflação é acarretado basicamente pela defasagem entre a quantidade

ofertada e a quantidade demandada, onde a demanda é bem maior que a oferta, tendo como

conseqüência um aumento dos preços devido a pouca disponibilidade dos produtos, nesse

contexto nota-se a estreita relação entre a inflação da moeda e a inflação de demanda, porque

é quando o Estado pratica a emissão de moeda, buscando aumentar a base monetária, criando

em curto espaço de tempo na sociedade uma falsa idéia de aumento do poder aquisitivo. O

que torna esse aumento de poder aquisitivo algo ilusório é o fato de que quando a moeda

emitida chega à economia, a mesma já teve sua desvalorização.

Tal procedimento governamental ocasiona pressões em determinados segmentos que

possuem uma baixa elasticidade, ou seja, quando tem variações na demanda, essas variações

refletem no preço final daquilo que é ofertado. Outro efeito de características negativas

associadas a essa elasticidade, esta relacionada ao fato do empresário não ser capaz de

repassar para o produto um determinado aumento de custos, por exemplo, os tributos, devido

à inelasticidade em que seu segmento está inserido no mercado, tendo a forte tendência de

sucumbir em falência.

1.1.2 INFLAÇÃO DE CUSTOS

A Inflação de custos basicamente se atribui a majoração exógena de certos

componentes do produto, como por exemplo: matéria-prima, despesas com pessoal, tributos,

etc., onde o comportamento da demanda não é mais o fator que determina o preço final do

produto. Este tipo de inflação esta estreitamento ligada às estruturas de mercados

oligopolistas, onde o preço não determina a disputa por segmentos desse mercado, onde sim,

há uma significativa elevação nos custos de produção, que refletem no preço final das

mercadorias em um patamar mais elevado, independente da demanda.

Para que possamos melhor compreender esse tipo de inflação, podemos citar o setor

automobilístico, o qual é fortemente oligopolizada, isto é formado por “cartéis”, sendo que

neste mesmo setor em períodos onde a procura torna-se menor, os preços não acompanham

esse comportamento.

Entretanto várias empresas, em especial as revendedoras, utilizam mecanismos com

promoções e ofertas que permitem sua sobrevivência em períodos de crise, porém, não

mexem nos preços os quais são conseqüência direta dos custos de fabricação, montagem,

distribuição e comercialização. O que não podemos esquecer é que se trata de um mercado

oligopolizado, onde a questão da elasticidade deve ser levada em conta, e que todo empresário

Page 17: Planos Econômicos desde 1980

15

trabalha com um “markup”, isto é uma certa margem e lucro, que nos períodos de baixa

procura torna-se uma “arma estratégica” para garantir a sobrevivência da empresa.

Por isso a elasticidade que o empresário dispõem em absorver a crise no setor que atua

esta intimamente ligada à sua capacidade de gerir sua margem de lucro, reduzindo-a quando

necessário, sem que comprometa a saúde do empreendimento, permitindo sua continuidade

Há um segundo tipo de inflação de custos que é típico das economias que passam por

problemas de recessão e de distribuição da produção. A que surge em períodos de recessão

tem como explicação a pressão maior dos custos médio, tantos fixos como os variáveis sobre

o custo total que provoca o aumento do preço do produto que torna-se maior do que o preço

de mercado em condições normais de concorrência.

1.1.3 A INFLAÇÃO INERCIAL

Esse tipo de inflação é decorrente da indexação da economia, e não esta atrelada as

pressões de demanda ou de custos. O processo se dá pelo reajusto pleno de preço, que tem

base o índice inflacionário do período anterior, sendo que a característica negativa desse

procedimento esta no fato de que pressiona a inflação de forma rígida para baixo, e mesmo

não levando em conta as pressões de demanda e custo, a inflação não cede.

De acordo com Luís Aranha (1956), não devemos tirar de foco o fato de que taxa de

inflação em determinado período está fortemente atrelada às taxas de inflação anteriores, em

outras palavras, a inflação tem um elevado componente de auto sustentação ao

relacionamento automático.

Espejo Ortega (1989) abordou que a literatura macroeconômica convencional habitua-

se a atribuir o caráter auto-regressivo da taxa de inflação às expectativas inflacionárias, onde

as primeiras interpretações dessas expectativas têm como base o processo “adaptativo”, por

meio do qual a inflação de hoje é determinada pela média ponderada de valores passados.

Conforme Cagan (1956), as “expectativas adaptativas” é o que garante a

sustentabilidade de um processo inflacionário, onde os agentes econômicos tomam como base

a informação sobre os seus erros de predição buscando revisar a expectativa do período

presente.

Mas foi nos estudos de Fisher (1930), que obteve a concepção de que a regra

adaptativa usada para a taxa de juros é equivalente a considerar o valor esperado da variável

uma media ponderada de seus valores anteriores utilizando-se pesos decrescentes a partir do

período mais próximo.

Page 18: Planos Econômicos desde 1980

16

No Brasil, devido à aceleração do processo inflacionário na década de 1970, a inflação

inercial foi desenvolvida como uma resposta analítica a esse período onde o pano de fundo foi

o debate sobre a relevância da Curva de Philips para economia brasileira.

Porém não podemos deixar de comentar que a inflação inercial não é mais um tipo de

inflação, mas uma certa conseqüência "natural" de todo processo inflacionário, a inércia

inflacionária pode ser compreendida como o efeito de manutenção da taxa inflacionária

efetuado pelos agentes de determinado segmento de mercado, ou até mesmo da economia

como um todo existe um efeito psicológico tendendo ao repasse das expectativas de inflação

do momento para os preços de seus produtos, o que provoca manutenção da taxa de

inflacionária para um determinado patamar, e até mesmo uma elevação acentuada, que poderá

levar a economia a uma hiperinflação.

1.1.4 A INFLAÇÃO ESTRUTURAL

A inflação estrutural tem estreitos laços com a ineficiência de serviços de infra-

estrutura de uma determinada economia, esse fator de ineficiência provoca a elevação

desnecessária dos custos dos serviços prestados pelo governo, incorrendo na majoração dos

custos de produção, e, conseqüentemente provocando a elevação dos preços dos produtos no

mercado.

Por exemplo, se um país não cuidar de suas estradas, terá um aumento nos custos de

transportes e distribuição matérias-primas, produtos e mercadorias o qual será repassado ao

preço final para consumidor, com a elevação dos preços perderá a capacidade competitiva no

mercado interno e externo.

1.2 HIPERINFLAÇÃO

Uma definição para a palavra hiperinflação em economia significa uma inflação acima

dos níveis adequados e sem controle, causando o aumento desenfreado dos produtos, levando

a uma acentuada desvalorização da moeda e a recessão.

O termo hiperinflação não é algo novo, esse fenômeno econômico tem ocorrido em

diversos países, e, também em certos períodos históricos foram onde fora detectados também

processos inflacionários de magnitudes consideráveis.

Um dos casos de hiperinflação mais estudados até hoje é o da Alemanha pós Primeira

Grande Guerra, que devido ter sido obrigada a pagar fortes indenizações às nações vencedoras

e sua situação interna passava por um período caótico onde pelas vias fiscais normais não

conseguia obter os ingressos necessários, o que o governo a emissão de papel moeda sem

Page 19: Planos Econômicos desde 1980

17

nenhuma contenção e no período que abrange janeiro de 1922 e dezembro de 1923 a taxa

inflacionária atingiu 1 bilhão por cento, tornando a economia Alemã um caos pleno.

Figura 2

No Brasil alguns especialistas também costumam afirmar que antes do plano Collor o

Brasil passou por um período de Hiperinflação. Mas de acordo com Philip Cagan a

hiperinflação ocorre quando a taxa mensal de inflação supera a casa dos 50%

Temos o histórico de hiperinflação em muitos países da América Latina nas últimas

décadas onde algumas taxas anuais de inflação ultrapassaram a casa dos 400% a.a, como

mostra o quadro abaixo à taxa de inflação anual de alguns países latino-americanos sobre no

período de 1978-1987:

TAXA ANUAL PAÍS166% Brasil257% Argentina602% Bolívia

2.776% Peru3.710% México

Tabela 01

CAPÍTULO 2. PLANOS ECONÔMICOS DESDE 1980

Page 20: Planos Econômicos desde 1980

18

Chegamos ao capítulo que irá abordar sobre o tema desta pesquisa, o fato de termos

falado sobre o Fenômeno Inflacionário e seus tipos, foi para dar uma base de compreensão do

porque da implantação dos planos econômicos, que foram aplicados devido a Alta Inflação

instaurada no País.

Do período que abrange a crise do Petróleo até 1990, nosso País passou por um

extenso período de instabilidade econômica, com recessão e índices galopantes de inflação,

chegando a uma hiperinflação, em tudo isso acrescido de arrocho salarial, aumento da dívida

externa e o crescimento pífio.

No início da década de 1980, o Governo desenvolveu vários planos econômicos com a

intenção de minimizar e controlar a inflação, onde não obteve nenhum êxito, sendo que o

resultado desses planos foi o não pagamento de dívidas contraídas com credores estrangeiros,

declarando uma moratória, que trouxer como conseqüências graves problemas na economia

como um todo, que se estenderam por anos, dado o apelido de Década Perdida para os anos de

1980.

Mas foi nos anos de 1990, no governo do então presidente Fernando Collor de Mello,

que sofreu um impeachment foi a partir de então que o Brasil passou por uma abertura

econômica crescente, como uma série de privatizações, levando várias empresas de baixa

eficiência, como por exemplo, as do setor de informática à falência, porém os produtos

disponíveis passaram ater um considerável melhora na qualidade. O Brasil começa a trilhar

um caminho de equilíbrio e crescimento.

Os planos implementados pelo Governo Brasileiro foram: Plano Cruzado I, Plano

Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor I, Plano Collor II, e Plano Real.

2.1 PLANO DELFIM I - 1979

Em 1979 tivemos um plano de política econômica denominado Plano Delfim I, cujo

autor era o ministro Delfim Neto.

Tratava-se de um plano ortodoxo, de cujo monetarista, que se baseava na prefixação

das taxas de câmbio que na época era a palavra de ordem de Chicago. A inflação nesse

período passa de 50 para 100%

2.2 PLANO DELFIM II – 1981

Page 21: Planos Econômicos desde 1980

19

A economia Brasileira continuava cambaleante, é implantado o Plano Delfim II, outro

programa ortodoxo do governo, mas o pais enfrentava um período de forte recessão, o PIB

sofrera um redução de 3% em 1981, e a inflação permanece no patamar dos 100% até o final

de 1982.

2.3 PLANO DEFLFIM III – 1983

Este, mais um plano ortodoxo implementado pelo governo brasileiro, onde a economia

do país estava novamente em recessão, este programa foi monitorado pelo FMI.

A inflação vigente era de caráter inercial, e isso foi ignorado como nos dois planos

anteriores. Devido à maxi-desvalorização de fevereiro de 1983 a taxa inflacionária dobra e

atinge o patamar de 200%, isto é mais de 10% ao mês, mas a balança comercial do país fica

equilibrada e passa a ter grandes superávits

2.4 PLANO DORNELLES – ABR/1985

Em abril de 1985, é apresentado e colocado em prática um plano econômico

heterodoxo parcial, tendo como base um congelamento de preços públicos e de alguns setores

oligopolistas provados que correspondiam a 40% do PIB.

Combinado a uma política estritamente monetarista nível do Banco Central, o índice

inflacionário durante três meses cai de 12% para 7%. Porém, como era de se esperar, a

inflação retorna ao patamares anteriores assim que os preços congelados são corrigidos, e

somado a este erro mais o populismo então dominantes, fazem que o Ministro do novo

governo democrático tenha que ser substituído.

2.5 PLANO CRUZADO I – FEV/1986

Em fevereiro de 1986, o Governo Brasileiro na época do então Presidente José Sarney

adota como medida de combate a crescente inflação no país um novo padrão monetário o qual

foi denominado de Plano Cruzado, onde são decrescidas 3 casas decimais da antiga moeda e

as novas cédulas, o antigo cruzeiro, são carimbadas com os respectivos valores da nova

moeda brasileira o Cruzado que passou a valer mil vezes mais que a moeda antecessora.

Page 22: Planos Econômicos desde 1980

20

Figura 03

Como na antiga nota de Cr$ 100.000,00 (Cem mil Cruzeiros) a efígie do Presidente

Juscelino Kubitschek, volta a figurar na nova nota de Cz$ 100,00 (Cem Cruzados), e

posteriormente as novas cédulas são postas em circulação, contendo a legenda Deus Seja

Louvado, e figuras da vida cultural brasileira são aplicadas nestas novas cédulas no lugar de

ícones da política do país.

Figura 04

Page 23: Planos Econômicos desde 1980

21

O novo modelo econômico implantado no Brasil nesta ocasião, denominado de Plano

Cruzado, traz um período de transição que inicia no governo do Presidente José Sarney, em

março de 1985, onde é instaurada a Nova República, nesse período acontecia à confrontação

entre PMDB e PFL, duas forças políticas que se opunham ideologicamente. Explicando de

forma mais clara, o PFL dava ênfase a um Plano de Estabilização Ortodoxo, já o PMDB

tendia a um pensamento estruturalista da corrente keynesiana. Nesta época o ministro da

Fazenda era o Sr. Dílson Funaro que havia estabelecido uma tabela de preços com as

empresas estatais desse período, e o então Ministro do Planejamento o Sr. Edgar Bacha

aumenta as tarifas dos serviços públicos.

Nesse tempo a escola inercialista da PUC do Rio de Janeiro fez uma estimativa de

15% para o índice de inflação do mês de fevereiro de 1986, tendo como contexto o balanço de

pagamentos desde o II PND, o período de 1974 a 1978, houve um superávit devido à

modificação do sistema produtivo nacional, e com a economia orientada ao exterior. Já no ano

de 1985, os salário em média cresceram cerca de 14% resultando em um ganho considerável

na capacidade produtiva.

O Decreto Lei de 28 de fevereiro de 1986 propõe medidas como o congelamento de

preços, salários e alugueis e o ajuste da taxa de câmbio, mas o problema foi devido aos

salários antecipados cujo reajuste seria pela média dos últimos 6 meses essa era a única saída

viável, a média, assim o plano trouxe um efeito “riqueza”, com o aumento nos salários de 8%

com a intenção de antecipar a inflação de fevereiro, incrementaram os salários e congelaram

os preços.

Com essa Reforma Monetária criou-se a “tablita”, que tinha como base o plano

argentino para a taxa de câmbio, mas não podemos deixar de destacar que não ocorreu o

aumento dos preços das tarifas públicas.

Mas houveram muitos erros técnicos e até grosseiros no Plano Cruzado, o que

gradativamente minou a força desse novo modelo econômico, o Plano Cruzado.

Entre os problemas técnicos, havia uma escala móvel e abono de 8% em média, sendo

que o salário mínimo teve acréscimo de 15%.

Outro fator era o imposto inflacionário, devido a uma política monetária frouxa onde

os técnicos do governo convencionaram que a inflação era inercial, onde variação da oferta

monetária e o controle foram reduzidos gerando uma taxa de juros baixa. E ainda a

eliminação da correção monetária porque acreditava que o aumento da inflação provocava a

perda monetária.

Page 24: Planos Econômicos desde 1980

22

A outra Desilusão Monetária, por que não classificá-la como a segunda foi à perda de

26% da poupança na relação retiradas/depósitos devida recuperação da moeda houve a

necessidade da aumentar a oferta da mesma por causa de sua valorização.

Nesse período adotou-se uma política de congelamento de preços, que causou a perda

de confiabilidade no Plano, sendo que o principal erro foi à desindexação, fazendo com o

Governo perde-se cerca de 30% da dívida externa, e criando uma nova modalidade de títulos

da Dívida a LBC, com pactuação diária, muito similar à moeda indexada. Nesse caso se o

governo tivesse diminuído a Divida Interna, as taxas de juros seriam diminuídas em longo

prazo.

Não houve acréscimo de investimentos na produção, e o grau de utilização da

capacidade instalada teve um crescimento irrisório, não havia credibilidade por parte dos

Empresários, das grandes corporações com relação ao controle de preços, e devido às

incertezas as expectativas não foram nada favoráveis. Mesmo com a baixa taxa de juros,

escolheram a alocação intertemporal, isto é, deixar de produzir agora, para produzir depois,

isso se deu porque os empresários concluíram que os preços melhorar se ocorresse o

desabastecimento. Trazendo esse fato para um enfoque keynesiano, conclui-se que os

empresário naquela instância estavam mais preocupados em especular quando da utilização de

seu capital, que investir em curto prazo.

Como não havia aumentos no grau da capacidade instalada, surgiram pressões

inflacionárias, os empresários haviam tomado ciências de que não iriam ter novos

concorrentes e não haveria novos investimentos, não apostavam que um investimento de

demanda poderia perdurar com os preços sendo administrados pelo Estado, os investimentos

só existiam quando era em casos de reposição.

No mês de julho do ano de 1986, em meios aos problemas já detectados no novo

modelo econômico, e com os primeiros sinais de fracasso do Plano Cruzados o Governo lança

o Cruzadinho, e tem como uma das primeiras medidas o aumento dos combustíveis,

automóveis, as viagens ao exterior, etc. è também criado o Fundo Nacional de

Desenvolvimento, uma espécie de imposto com o objetivo de aumentar os ingressos fiscais,

tudo começava a causar exponencialmente o aumento das especulações.

2.6 PLANO CRUZADINHO – JUL/1986

O Plano Cruzadinho, em julho de 1986, traz a criação de uma nova caderneta de

poupança, onde os rendimentos seriam fixados de forma livre pelas instituições financeiras

Page 25: Planos Econômicos desde 1980

23

O Governo passou a taxar as passagens aéreas e marítimas em 25%, bem como na

compra do U$ (Dólar Americano), e a criação de um empréstimo compulsório incidente sobre

os combustíveis e veículos

Houve a proibição da criação de novas empresas de consórcios e formação de novos.

O IRF incidente sobre aas aplicações de curto prazo também sofreu aumento.

Porém o objetivo básico do Cruzadinho era o crescimento econômico com base na

modernização da estrutura produtiva, e com a redução das desigualdades sociais. Havia a

pretensão de conter o superaquecimento da demanda e o aumento da poupança para que os

recursos pudessem de fato ser destinados para investimentos.

Mas os problemas continuavam o descrédito da sociedade aumentava os empresários

ainda não acreditavam na seguridade das medidas tomadas e buscavam rendimentos por meio

da especulação. Em novembro de 1986, o Plano Cruzado chega à fase II.

2.7 PLANO CRUZADO II – NOV/1986

No período de julho/1986 a outubro/1986, o Governo Brasileiro permaneceu

estagnado ante ao agravamento da escassez de produtos bem como a deterioração das contas

externas, o Cruzadinho, medida tímida, com pacotes fiscais que se baseou na criação de

empréstimos compulsórios na aquisição de combustíveis e automóveis, e também de impostos

não-restituíveis sobre a compra de moedas estrangeiras passagens aeras internacionais e ainda

havia a expectativa de descongelamento dos preços provocando o aumento da demanda, com

aumento das importações e brusca queda nas exportações, tendo como conseqüência

diminuição severa das reservas cambiais.

Entretanto o governo decidiu impreterivelmente continuar com o congelamento dos

preços até ás eleições em 15 de novembro daquele mesmo ano, e devido à popularidade do

Plano Cruzado, o pleito foi favorável ao PMDB, partido do Governo, conseguindo a grande

maioria na Câmara dos Deputados, do Senado e das Assembléias Legislativas Estaduais, e

assim seis dias depois em 21/11/1986, lança o Plano Cruzado II.

Lançado então pelo Ministro da Fazenda Dílson Funaro, do Planejamento João Sayad

e do Trabalho Ademir Pazzianotto tinha a finalidade de conter o excesso da demanda, mas foi

na realidade um pacote fiscal que forneceu uma válvula de escape para toda a inflação contida

no período de congelamento de preços, esse plano tinha pretensão controlar o déficit fiscal

com o aumento da receita tributária.

• As principais propostas do Plano Cruzado II foram:

• A liberação (descongelamento) dos preços dos produtos e serviços;

Page 26: Planos Econômicos desde 1980

24

• O reajuste dos alugueis que passaram ser negociados entre proprietários e

inquilinos;

• A alteração na forma de cálculo da inflação, que seria baseada nos gastos das

famílias com renda de até cinco salários mínimos;

• O aumento dos tributos incidentes sobre as bebidas alcoólicas e cigarros;

• O aumento das tarifas de serviços públicos;

• A reindexação da economia com o aumento da carga fiscal.

Depois de reajustados, todos esses preços e tarifas foram congelados novamente.

O gatilho salarial foi continuado, mas os índices de inflação eram corrigidos de forma

a evitar o seu disparo, porem em 1987, o índice inflacionário atingiu um patamar que provou

o disparo do gatilho salarial.

Com o descongelamento de preços a população enfrenta vários aumentos, como por

exemplo, em um só dia a gasolina sobe 60%; a tarifa de telefone e a de energia elétrica 120%,

bebidas alcoólicas 100%, 80% de reajuste no preço dos automóveis, e os cigarros são

reajustados entre 45% 100%; o Brasil seguia rumo a uma Hiperinflação.

Entre o circulo empresarial, houve a percepção de que o crescimento em 4,5% do PIB

fora para o governo financiar o déficit público, pois a situação do Estado quedava a falência.

Notou-se que o plano teve como resultado o incremento do índice inflacionário,

provocado principalmente pelo aumento da demanda final, e tais medidas causaram forte

descontentamento na sociedade, devido às alterações na forma de cálculo da inflação.

A população manifestou-se, ocorreram protestos, como o “Badernaço”, em Brasília no

dia 27 de novembro que terminou de saques, depredações e incêndios, e, no dia 25/11/1987 o

ônibus em qual estava o Presidente da República foi apedrejado no centro do Rio de Janeiro.

As importações aumentaram devido ao congelamento da taxa de câmbio, e ainda havia

problemas frente Fo balanço de pagamentos. Mas o maior fantasma que assombrava os

Ministros da Fazenda Brasileiro, ocorrera em 20/02/198/7, com o pânico instaurado devido ao

acentuado decréscimo das reservas cambiais o Ministro da Fazenda Dílson Funaro, anuncia a

Moratória Unilateral, e suspende os pagamentos do serviços da divida externa brasileira aos

bancos privados.

Não obstante a isso os preços disparam em “escala astronômica”, já não mais ocorria o

controle do governo, a reindexação havia sido restabelecida, porém sobre os salário ainda

havia um certo controle, onde a explicação era a necessidade de redução da demanda

Page 27: Planos Econômicos desde 1980

25

agregada, o poder aquisitivo do trabalhador estava cada vez mais sufocado, em janeiro de

1987 o índice de inflação chegou a 16,80%.

O Plano Cruzado II, em sua curta existência, tornou-se mais uma medida econômica

de fracasso e devido a isso, cinco meses após seu anuncio, em maio de 1987, o então ministro

da Fazenda Dílson Funaro é substituído por Luís Carlos Bresser.

Um novo plano iria ser colado em prática, o que seria conhecido como “Plano

Bresser”.

2.8 PLANO BRESSER – JUL/1987

O Plano Econômico do Governo Brasileiro, conhecido como “Plano Bresser”, foi

elaborado no primeiro semestre do ano de 1987, pelo então Ministro da Fazenda Luís Carlos

Bresser Pereira, com o objetivo frear o galopante processo inflacionário, esse novo plano

trazia as características positivas do Plano Cruzado, mesmo o novo choque sendo

essencialmente heterodoxo, trazia alguns elementos ortodoxos. Nesse período a taxa

inflacionária atingia 27% em maio de 1987, e não havia planejamento no quesito

descongelamento.

Um mês após ter tomado posso na cadeira do Ministério da Fazendo, o ministro

Bresser assiste um índice de inflação na casa dos 23,21%, que tinha base no agravante déficit

público da economia brasileira, o governo ainda não havia conseguido equilibrar seus gastos

com suas receitas, mm e assim no primeiro quadrimestre de 1987, o déficit acumulado

projetado era de 7,2% do PIB. Fora em junho de 1987 que um novo plano emergencial fora

apresentado pelo atual Ministro da Fazenda, plano esse que recebe seu nome “Plano Bresser”.

Nesse novo modelo econômico é instituído novamente o congelamento de preços, dos

alugues, salários e a criação da URP como referência monetária para o reajuste de preços e

salários.

Buscando a redução do déficit público, algumas medidas foram tomadas entre elas a

desativação do gatilho salarial, o aumento de taxas tributárias bem como o cancelamento de

certos subsídios agrícolas como o do Trigo. Obras de grande porte que haviam sido

planejadas foram proteladas, entre elas, o Trem-Bala São Paulo e Rio de Janeiro, a Estrada

Ferroviária Norte-Sul, e o Pólo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, e também foram

retomadas as negociações com o FMI, e assim a moratória foi suspendida.

Mas todas essas medidas não seguraram a inflação que no acumulado de 12 meses no

exercício de 1987 chegara a 366%, o Brasil enfrentava a Hiperinflação.

Page 28: Planos Econômicos desde 1980

26

Foi em meio a essa crise político-econômica que o Banco Central em 15/07/1987

emite a Resolução nº 1.338/87, onde é instruído que as instituições financeiras deveriam

aplicar os saldos das cadernetas de poupança de seus clientes, a variação produzida, pelas

Letras do Banco Central (LBC), em julho de 1987, cujo índice estava em 18,0205%. Porém o

Decreto Lei nº 2.284/86, com redação no Decreto-Lei nº 2.290/96, determinava que a

correção das Cadernetas de Poupança fossem baseadas e corrigidas pelo IPC ou pela LBC, o

eu fosse maior. Sendo que o IPC no mês de julho/1987 foi de 26,06%, que era

consideravelmente maior que a LBC. Assim com o cumprimento da Resolução nº 1.338/87

por parte das instituições financeiras, as cadernetas de poupança sofreram uma perda material

de 8,04% .

Com o congelamento geral de preços e salários por um período de 90 dias, com uma

previsão de flexibilização da economia, propondo reajustes mensais de preços e salários após

esse período, no intuito de corrigir eventuais desequilíbrios oriundos da fase anterior. Porém

vale destacar que como no Plano Cruzado nesse também fora adotado um a política monetária

e fiscal rigorosa, tendo como objetivo reduzir o déficit público, e impedir uma explosão da

demanda como acontecera nos primeiros meses do Plano Cruzado. Por isso tentou-se o

realizar o controle de preços em três fases, sendo o reajuste e congelamento por três meses,

citado anteriormente, com flexibilidade e com preços administrados, e ainda, um política

liberal, através de uma “tablita”, de indexação adiantado à inflação, e de fato não houve a

reforma monetária , nem se buscava a inflação zero, apenas estabilizar a economia.

Mas vale apenas fazer umas observações teóricas sobre o Plano Bresser, que começou

com um aviso prévio de congelamento dos preços com o aumento da taxas de juros, onde era

objetivado uma redução acentuada da inflação. Nesse ínterim a economia encontrava-se em

plena capacidade, isto porque o PNB Real equipava-se ao PNB Potencial, e com uma inflação

de demanda e aquecimento da economia desde o Plano Cruzado. As empresas por reajustaram

seus preços a uma taxa de lucro adequada, lembrando que a economia encontrava-se

oligopolizada. Assim a inflação brasileira combinou dois ingredientes, sendo eles a inércia e

a expectativa, onde o problema de modelos inercialistas é o fato de não considerarem as

relações inter-empresariais, analisando somente a relação entre salários/lucros,

desconsiderando o mercado financeiro.

Segundo Pedro Fonseca, naquele período poderia utilizar-se do conceito de

keynesianismo hidráulico, onde se explica a relação inversa entre uma redução no déficit do

Governo, diminuindo o pagamento da dívida pública, que reduzirá as taxas de juros

resultando no aumento dos investimentos, e sendo a taxa de juros uma variável que influencia

Page 29: Planos Econômicos desde 1980

27

no investimento, este não pode ser considerado algo garantido, de fato. Assim podemos

concluir que o diferente do déficit keynesiano, o déficit do governo é financeiro, operacional,

portanto Pedro Fonseca analisa afirma que a análise de Bresser necessitava de um enfoque de

portfólio e do estoque da dívida, sendo que, um enfoque de portfólio para o Governo como

tentativa de reduzir o déficit fiscal, seria vender as empresas públicas, privatizá-las.

Já no final do exercício de 1987, o Plano Bresser não conseguiu controlar o déficit

público, que era sua meta principal, e o descontrole surgiu de várias direções, acrescidos com

o aumento dos gastos com o funcionalismo, repasses aos Estados e Municípios e aos

incentivos às empresas estatais. Com o agregar desses fatores não foi possível manter o

controle e com o endurecimento das políticas de austeridade fiscal causada pela intenção do

Presidente em estender seu mandato para cinco anos, fazendo com que o comprometimento

com a política monetária não fosse mais a prioridade do governo, e assim, devido aos

problemas causados por interesses contrários ao governo do Presidente José Sarney,

impossibilitando o Ministro da Fazenda de tocar a política monetária que proporá; Bresser se

demite e Maílson da Nóbrega assume seu lugar.

2.9 PLANO ARROZ COM FEIJÃO – JAN/1988

Entre o plano Bresser e o Plano Verão, em janeiro de 1988, ocorrera um plano

ortodoxo, tendo como base a tentativa de ajuste fiscal, que celebrara, em agosto daquele ano

um equivocado acordo convencional sobre a dívida externa, na fase em que as discussões

sobre a redução da divida estavam em estagio avançado, à inflação de 14% em dezembro de

1987 salta para 30% no final de 1988.

2.10 PLANO VERÃO – JAN/1989

Após o fracasso do “Plano Bresser”, foi anunciado em 15 de janeiro de 1989 e

instituído no dia posterior o novo plano econômico no Brasil pelo novo Ministro da Fazenda

Mailson da Nóbrega, denominado “Plano Verão”, lançado no Governo do Presidente José

Sarney. A indexação da economia havia retardo mas não conseguiu evitar a hiperinflação,

abaixo uma tabela demonstrativa que abrange os anos de 1979 a 1990

TABELA DE INFLAÇÃO ANUAL

Page 30: Planos Econômicos desde 1980

28

ANO TAXA % ANO TAXA %1979 77,2 1985 235,11980 110,2 1986 65,01981 95,1 1987 415,81982 99,7 1988 1.037,61983 211,0 1989 1.782,91984 223,8 1990 1.477,0

Tabela 02 - Fonte: Pereira, 1998

Com a crise que assolava a década de 1980, foi promulgada a Lei que modificava o

índice de rendimento da caderneta de poupança, continuando com a política de congelamento

de preços e salários com a criação de uma nova moeda o Cruzado Novo (NCz$, que

inicialmente estava atrelada a paridade do Dólar Americano (US$), e foi extinta a OTN que

era um importante fator de correção monetária utilizado no País.

Figura 05

Page 31: Planos Econômicos desde 1980

29

Figura 06

Como nos planos anteriores o Plano Verão, causou grandes desajustes nas cadernetas

de poupança, sendo que as perdas chegaram a 20,30%, e os reajustes salariais ficaram sem

definição ou regra.

Lançando mão do recurso constitucional da medida provisória, com posterior

dependência da aprovação do congresso, o novo Plano adota as seguintes medidas como:

• O congelamento de preços, serviços e tarifas públicas por tempo determinado,

porém antes faz o reajuste dos combustíveis e da energia elétrica. O

descongelamento era previsto para ser aplicado de forma gradual a partir do

mês de março, com o objetivo de resolver a questão da defasagem e não

provocar uma explosão de remarcação nos preços dos produtos e serviços.;

• A OTN e a URP foram extintas, e a nova moeda o Cruzado Novo foi criada,

com a desvalorização de 16,38% do cambio que fica congelado, equiparando a

nova moeda ao Dólar americano, ou seja NCz$ 1,00 = US$ 1,00;

• Durante três meses, até 15 de abril, a economia ficou desindexada, e criou-se a

Caderneta de Poupança Reajustada (única);

• A Dívida Externa, teve as operações de re-empréstimos suspensas por um

período de uma ano, as conversões da dívida prosseguiram mas os leilões de

janeiro de 1989 foram suspensos.

NO mês de abril foi criado o BTN, que vinha atender a uma reivindicação por um

sistema de indexação, que pudesse conviver com a inflação que havia ressurgido, esse novo

Page 32: Planos Econômicos desde 1980

30

dispositivo seria corrigido pelo índice medido pelo IPC. Com essas medidas adotadas no

Plano Verão, os capitalistas largaram os ativos financeiros e adotaram ativos reais. Os agentes

econômicos fugiram dos papeis do Governo e também pegaram ativos reais.

Dessa forma, para evitar a fuga de ativos financeiros o governo garantiu uma taxa de

juros elevada, e essa ação fez com que no inicio alguns preços caíssem, porém isso durou

pouco tempo, e, com a taxa de juros continuando a subir no mês de maio, fez com que o

estoque da dívida do governo aumentasse.

Apesar do congelamento de preços no começo do Plano Verão, e que devido ao

realinhamento dos combustíveis e da energia elétrica antes de serem congelados, este foi

prejudicado.

Mas a re-escalada inflacionária estava de volta em junho de 1989, e alguma das

medidas que foram tomadas no Plano foi suspensa, a correção monetária foi restaura, para

tentar conter o “Monstro da Inflação”

O Plano Verão estava fadado ao fracasso, uma renovação política iria acontecer no

Pais, após muitas décadas iríamos eleger o primeiro presidente da Republica por meio do voto

direto, Fernando Collor de Mello, o homem da abertura de mercado, o confisco das contas de

poupança, fraudes no FGTS, os Planos Collor I e Collor II, o escândalo o impeachment.

2.11 PLANO COLLOR I – MAR/1990

No o conjunto de reformas econômicas implementadas no Governo do primeiro

Presidente da República eleito por voto direto após o fim da ditadura, Fernando Collor de

Mello no período de 1990 a 1992 tendo sido estendido até 31 de julho de 1993, no foi

oficialmente chamado de Plano Brasil Novo, por estar fortemente associado à figura do

Presidente passou a ser chamado de Plano Collor, que aconteceu em duas fases.

Esse novo modelo econômico combinava a liberação fiscal somadas às medidas

radicais para conter e estabilizar a inflação, entre essas medidas as principais eram as de

Política Industrial, e de Comercio Exterior conhecida como PICE, e também um programa de

privatização conhecido como PND – Programa Nacional de Desestatização.

O autor da teoria desse novo plano econômico foi o economista Antonio Kandir, mas a

efetiva implementação do mesmo foi feita pelos economistas Zélia Cardoso de Mello, o

próprio autor Antonio Kandir. Ibrahim Eris, Venilton Tadini, Luís Otávio da Motta Veiga,

Eduardo Teixeira e João Maia.

No período denominado Brasil Novo, governo de Fernando Collor de Mello, foi

aplicado três planos durante esse período na tentativa de estabilizar a inflação. Os dois

Page 33: Planos Econômicos desde 1980

31

primeiros foram Plano Collor I e II, geridos pela Ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello,

no mês de maio de 1991, ela foi substituída por Marcílio Marques Moreira, o qual instituiu

um plano homônimo denominado Plano Marcílio.

Vale à pena destacar que nessa fase o Brasil passava por um período de Hiperinflação,

os problemas da política econômica continham um forte desorganização, o aumento

progressivo do déficit fiscal, descontrole dos preços, especulações em ativos de risco e em

aplicações financeiras de curto prazo.

O Plano Collor I trazia como justificativa o combate a hiperinflação e controlar o

efeito das expectativas inflacionárias dos agentes econômicos, provocando mudanças

substancias nas áreas monetárias, financeiras fiscal de comércio exterior, no câmbio, no

controle dos preços e salários, ficando a população atordoada, confusa. O Cruzeiro volta a ser

a moeda oficial do país no lugar do Cruzado Novo, contudo foi mantida a paridade Cr$ 1,00 =

NCz$ 1,00. Outro fato que causou desconforto e descontentamento, aturdindo a população foi

o bloqueio das contas correntes e cadernetas de poupança com saldos superiores a NCz$

50.000,00 a partir do dia em que o plano entrou em vigor e perdurou por um período de 18

meses no BACEN. Já as aplicações em fundos normativos, renda fixa, letras de câmbio,

títulos públicos ou privados e debêntures nos poderiam ser movimentadas até no máximo de

NCz$ 25.000,00 ou 20 % do total do investimento, nesse caso prevalecia o maior limite.

O Anunciado em 16 de março de 1990, um dia a pós a posse do Presidente Fernando

Collor de Mello, o Plano Brasil Novo, posteriormente denominado Plano Collor, neste caso

Plano Collor I, propôs as seguintes medidas econômicas para combater o caos na economia

brasileira:

• 80% de todos os depósitos do overnight, das contas correntes ou das cadernetas

de poupança que excedessem a NCz$ 50.000,00 (Cinqüenta Mil Cruzados

novos) foram congelados por 18 meses, recebendo durante esse período uma

rentabilidade equivalente a taxa de inflação mais 6% ao ano.

• Substituição da moeda corrente, o Cruzado Novo, pelo Cruzeiro à razão de

NCz$ 1,00 = Cr$ 1,00

• Criação do IOF, um imposto extraordinário e único sobre as operações

financeiras, sobre todos os ativos financeiros, transações com ouro e ações e

sobre todas as retiradas das contas de poupança.

• Foram congelados preços e salários, sendo determinado pelo governo,

posteriormente, ajustes que eram baseados na inflação esperada.

Page 34: Planos Econômicos desde 1980

32

• Eliminação de vários tipos de incentivos fiscais: para importações,

exportações, agricultura, os incentivos fiscais das regiões Norte e Nordeste, da

indústria de computadores e a criação de um imposto sobre as grandes

fortunas.

• Indexação imediata dos impostos aplicados no dia posterior a transação,

seguindo a inflação do período.

• Aumento de preços dos serviços públicos. Gás, Eletricidade, serviços postais,

etc.

• Liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na

economia brasileira em relação à concorrência externa.

• Extinção de vários institutos governamentais e anúncio de intenção do governo

de demitir cerca de 360 mil funcionários públicos, com plano para redução de

mais de 300 milhões em gasto administrativos.

Depois de todas essas medias o governo se compromete a devolver, a partir de 1991,

os valores em NCz$ bloqueados, corrigidos monetariamente e acrescidos de juros em 6% a.a

em doze parcelas mensais sucessivas, até sua conversão final em cruzeiros.

As medidas de reforma administrativa e fiscais foram no intuito de aumentar a

arrecadação, isto, porque o déficit público era o principal vilão causador da instabilidade, e

para tal foram aumentados e instituídos novos impostos, tributos, e seus prazos de

arrecadação foram reduzidos. Por isso observar o caráter abusivo do Plano Collor I, nota-se

uma certa similaridade com as medidas européias e combate a hiperinflação. Era um

programa neoliberal que a principio mostrava uma filiação monetarista ao plano, desprovido

de embargo, apresentava oposição ao princípio de soberania monetarista do mercado, com

relação ao congelamento de preços e a prefixação dos salários e por manter a indexação

formal pela BTN, agregada as medidas de intervenção nas contas corrente e de poupança

privadas bem como a tributação criada sobre as propriedades de luxo; tal reforma monetária e

fiscal mostrava sua face ortodoxa.

Segundo a análise comparativa de Pedro Fonseca, podemos explanar que os

monetarismos de Tipo I e II, onde o do tipo I é aquele que prioriza a política fiscal sobre a

monetária, propõe taxas de câmbio flutuantes, reconhece a influência dos choques para

deslocar a economia de determinadas rotas. Já o monetarismo do tipo II, tem como base a

proposição de que nenhuma política macroeconômica, seja esta monetária, fiscal, altera

metodicamente o lado real da economia.

Page 35: Planos Econômicos desde 1980

33

Nesse prisma, observada as características do Plano Collor I, nota-se que a

similaridade com o monetarismo do tipo II deve ser descartada, pelo fato que interferiu sobre

preços, impostos, taxas de cambio e salários. No monetarismo do tipo I, o Plano é muito

similar, com exceção à sua intervenção nos estoques monetários, não somente nos fluxos, isto

devido ao bloqueio das contas bancárias, correntes e poupança, das aplicações financeiras de

curto prazo sem respaldo em qualquer trabalho monetarista.

De acordo com Fonseca, o qual propõe a existências de uma certa relação entre a

essência do Plano Collor I e a Teoria de Portfólio de Tobin.

“podemos asseverar que a preocupação inicial de Tobin é

com o equilíbrio monetário em uma economia com

diferentes graus de complexidade financeira. Ou seja, o

aparecimento de títulos governamentais com alta liquidez,

assim como os intermediários financeiros e o sistema

bancário repercute na execução e na eficácia da política

monetária”.

A proposta de Tobin consiste na formulação de uma modelo mais amplo em que

existam, apenas moeda, capital e capital físico, e o conjunto de ativos financeiros que os

capitalistas possuem em cada período de tempo, onde este estoque de riqueza, vai ser alocado

por decisões de portfólio, onde será fundamental ter uma expectativa de Mario valorização do

capital ou de maximizar retornos. Dessa forma a questão principal é o significado de um

ativo, sendo que cada setor terá sua definição, por exemplo, a moeda é um ativo para a

sociedade, mas para o setor público uma obrigação, ou seja, um passivo.

O Plano Collor I fracassou no controle da inflação, e isso se deu na falha do Governo

em controlar a remonetização da economia, tal descuido, causaram várias brechas que

fomentaram o aumento do fluxo de dinheiro, uma das brechas de liquidez foi o pagamento

de impostos e contas do governo com o velho Cruzado, isto foi amplamente utilizado pelo

setor privado, provocando uma “brecha de liquidez”. As várias exceções cedidas a setores

individuais pelo governo, como por exemplo, a poupança dos aposentados, e o financiamento

especial na folha de pagamento do governo.

Esses foram os fatores que somaram forças ao fracasso do Plano, e o Governo não foi

capaz de reduzir suas despesas, nem aplicar a melhora da na situação fiscal da máquina

estatal, esse conjunto de insucessos provocaram a falência do Plano Collor I, e, em janeiro de

1991 é lançado o plano Collor II.

Page 36: Planos Econômicos desde 1980

34

2.12 PLANO COLLOR II – MAR/1990

Após o fracasso do primeiro Plano Econômico o Governo do presidente da República

Fernando Collor II, lança um segundo pacotes de medidas emergenciais para estabilizar a

economia do país, e, em janeiro de 1991 inicia o Plano Collor II, incluindo novos

congelamentos de preços, com substituição das taxas de overnight com novas ferramentas

fiscais que abrangiam em seus cálculos as taxas de produção antecipada de papéis privados e

do Governo Federal, nesse novo plano apenas em um breve período a inflação reduziu, mas

em maio de 1991 voltou a subir de forma progressiva.

Este novo Plano mexeu basicamente no mercado financeiro, determinando o fim das

operações de overnight, o BTN e, institui em seu lugar a Taxa Referencial de Juros – TRJ. As

penalizações e as taxas de juros do redesconto ampliaram o imposto sobre as obrigações

financeira – IOF. Criou-se também o FDS – Fundo de Desenvolvimento Social, com o

objetivo de financiar os investimentos de cunho social; e a criação do TDE – Títulos de

Desenvolvimento Econômico para financiar projetos de empresas privadas com o intuito de

incentivar a retomada do investimento produtivo.

Foram tomadas medidas para reduzir o déficit público Global, por exemplo:

• Foi determinada a indisponibilidade de 90% dos recursos de investimentos do

orçamento da União e da previdência social;

• O combate a sonegação de impostos, fez com que as despesas das estatais

reduzissem em 10%;

• O refinanciamento das dívidas dos estados e municípios para com o Governo

Federal;

• E foi Decretado um considerável aumento das tarifas públicas.

Entretanto ainda tendo em vista reduzir a inflação, determinou-se:

• A desindexação da economia, sendo os preços congelados com base em 30 de

janeiro de 1991;

• A Criação de um deflator;

• A atualização dos salários foram a partir de 1 de fevereiro de 1991 tomando

como base a média real dos últimos 12 meses;

• Novamente o congelamento de preços com base em 30/01/91;

• A unificação das datas-base para livre negociação;

• Os reajustes de alugueis e das mensalidades escolares baseados na variação

salarial;

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35

• Foi iniciado o programa de redução das tarifas de importação, sendo a alíquota

média de 25,30% em 1991 foi reduzida para 14,2% em 1994.

Mesmo assim a inflação voltou a aparecer na economia brasileira, mais um plano

econômico estava no fracasso, o Brasil ainda enfrentava o Monstro Inflacionário.

A ministra Zélia Cardoso de Mello é substituída em 10 de maio de 1991, por Marcílio

Marques Moreira, economista formado pela Georgetown University, sendo que naquela época

ele atuava como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, e, com sua nomeação, é instituído

o Plano Marcílio, outro medida econômica do governo para combater o caos que estava se

instalando na economia do país.

2.13 PLANO MARCÍLIO – MAI/1991

Foi em 10 de maio de 1991, após a saída da Ministra Zélia Cardoso de Melo, e ter

assumido em seu lugar o economista Marcílio Marques Moreira, é implantado o Plano

Marcílio, no lugar do fracassado Plano Collor II, um novo plano ortodoxo que seria

monitorado pelo FMI.

A inflação no mês de julho daquele ano que estava em 10%, subira para 27% no mês

de novembro. Entretanto o governo falava em reversão partindo de uma patamar levianamente

mais elevado, e, em dezembro a inflação que após uma certa “reversão de expectativas”

estabilizou-se em torno de 25%. Surgira então uma esperança de se estabelecer um acordo

com o FMI e com os bancos credores e assim obter um choque externo positivo fazendo com

que a política de juros altos tenha o efeito estabilizador.

Esse plano foi considerado mais abrangente que seus antecessores. Utilizava a

combinação de taxas altas de juros com uma política fiscal restritiva, e ao mesmo tempo

praticou-se a liberação dos preços. Para garantir as reservas internas obteve-se um empréstimo

de US$ 2 bilhões junto ao FMI. Durante a vigências do Plano Marcílio as taxas inflacionárias

permaneceram no níveis de Hiperinflação

O ministro Marcílio deixa o governo e em seu lugar assume Gustavo Krause no dia 2

de outubro de 1992. O presidente Fernando Collor de Mello já havia sofrido o impeachment

no dia 28 de setembro de 1992, sob acusação de atos de corrupção agregado a um esquema de

tráfico de influência, o que resultara no fim das tentativas de seu governo em acabar com a

hiperinflação.

No período que abrange o fim do Plano Marcílio e o começo do plano que o sucedeu,

o Plano Real, a inflação continuou a crescer forte, chegando a 48% no mês de junho de 1994.

Page 38: Planos Econômicos desde 1980

36

2.13 PLANO REAL– JUN1993

Após o fracasso de seus antecessores, em 14 de junho de 1993 quando na ocasião o

Ministro da Fazenda era Fernando Henrique Cardoso e o Presidente da República Itamar

Franco, no ano subseqüente foi criada a URV – Unidade Real de Valor, que passaria a ser a

nova moeda brasileira e posteriormente se chamaria R$ (Real)

O principal objetivo desse plano, era o de controlar a hiperinflação que assolava a

economia do país, impedindo o desenvolvimento da nação. O momento era propício para

mudanças e somou condições políticas, econômicas e históricas que permitiram ao Governo

Brasileiro implantar um plano econômico que resultou no fim de quase três décadas de

inflação galopante.

Mesmo estando fazendo sucesso, o Plano Real deparou com muitas e duras

dificuldades, foi no período da Crise dos Tigres Asiáticos, ano de 1997 e da Rússia em 1998,

e, isso forçou o governo a elevar a taxa básica de juros, que chegou a 50% ao ano em

setembro. Já no final do ano de 1998, foi assinado um novo acordo com o FMI, acordo este

que trazia duras obrigações e regras que deveriam ser impreterivelmente cumpridas.

Os setores produtivos nacionais tiveram que promover ajustes para se adequar à nova

realidade de índices inflacionários bastante baixos e à livre concorrência de uma economia

globalizada, com os preços variando apenas em função da oferta e da demanda, a população

de baixa renda pôde imediatamente beneficiar-se da nova conjuntura, alargando sua

participação no mercado consumidor.

“E foi justamente esta popularização do consumo que

tornou a candidatura presidencial de Fernando Henrique

Cardoso imbatível no pleito de 3 de outubro de 1994.

Setores tradicionais, temerosos do avanço da esquerda,

empresários que vislumbravam a superação do modelo

econômico estatizante brasileiro e segmentos reformistas

que apostavam na inclusão do Brasil na nova ordem

mundial, formalizaram um novo bloco hegemônico,

contando com o aval espontâneo de ampla parcela da

população de menor renda, levada, pela primeira vez em

gerações, ao usufruto do paraíso do consumo” (BARROS,

2002, p.191).

Além disso, havia a dificuldade de aprovar medidas no Congresso, como por exemplo

a taxação dos servidores inativos, e nesse período já como Presidente da Republica Fernando

Page 39: Planos Econômicos desde 1980

37

Henrique Cardoso se viu obrigado a deixar o sistema de bandas cambiais tornando a taxa de

cambio livre, isto é, flutuante, e em apenas dois meses a moeda brasileira sofre uma

desvalorização de 40%.

Nos anos subseqüentes a situação ficou controlada, o Real voltara a se alvo de

especulação em 2002, quando a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva era praticamente certa,

todavia em um determinado documento denominado Carta ao Provo Brasileiro, o candidato

Lula, assume o compromisso de máster os parâmetros da economia do país e a situação veio a

se acalmar.

Page 40: Planos Econômicos desde 1980

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CAPÍTULO 3. O SUCESSO ECONÔMICO DO PLANO REAL

Figura 07

O Plano Real, foi o últimos dos planos que o governo brasileiro utilizou buscando

estabilizar a economia do país, e é o responsável pela estabilidade econômica atual. Esse

plano de medidas econômicas tem se mostrado eficiente em relação ao controle dos preços na

economia, trazendo a estabilidade, proporcionando o crescimento e desenvolvimento

sustentável da economia fazendo com que fossem criados novos empregos, recuperando os

índices dos níveis de empregabilidade do Brasil.

Mas devido às crises na Ásia em 1997 e na Rússia em 1998, o Plano Real é posto a

prova e houve a necessidade de aumentar substancialmente a taxa de juros, com a intenção de

evitar a fuga de capitais da economia, e, superado os efeitos dessa crise, a taxa de juros voltou

a baixar. Em 2002 o Real volta a sofrer apenas uma ataque especulativo, e consegue se sair

forte, o Plano Real conseguiu tornar a atual política econômica do Brasil uma das mais sérias

e bem sucedidas do mundo.

Foram as diversas medidas tomadas pelo governo na área de comercio exterior que

ajudaram no sucesso do Plano Real. Isso se deu porque se aproveitou do cenário de

crescimento das relações externas, conquistado pela abertura econômica em 1990; as

exportações do país tiveram um crescimento de 7,7% no período que abrange 1992 e 1993, e

de 12,94% entre 1993 2 1994. Já as importações cresceram 22,88% no período de 1992 e

1993, e entre 1993 e 1994 o crescimento foi de 30,97%, a tabela a seguir mostra as

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39

importações e exportações antes do Plano Real e o impacto ocorrido nas mesmas com a

introdução do plano em 1994.

ANOEXPORTAÇÕES

FOB (US$ milhões)

∆% em relação ao

ano anterior

IMPORTAÇÕES

FOB (US$ milhões)

∆% em relação ao

ano anterior1990 31414 - 20661,36 -1991 31620 0,66 21040,47 1,831992 35793 13,20 20554,09 -2,311993 38555 7,72 25256,00 22,881994 43545 12,94 33078,69 30,97

Tabela 03 – Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Tendo sido implantado em junho de 1993, o Plano Real, foi colocado oficialmente em

prática em 1994, e neste ano houve um crescimento mais acentuado do comércio exterior,

com as exportações e as importações. As importações no entanto tiveram um crescimento

maior devido à política tarifária adotada ter baixado as tarifas de importações de forma

gradativa, fortalecendo dessa maneira as importações se que ocorresse um impacto muito

brusco na Indústria Brasileira. Com essa política tarifária e com a reestruturação da indústria

do país, houve um aumento de produtividade média de 30%. Outro fator que favoreceu as

importações foi à fixação do cambio valorizado no segundo semestre de 1994.

O Plano Real, escreveu o inicio de um novo tempo na política econômica brasileira, trazia

grandes expectativas, havia o receio dos agentes quanto ao futuro, uma vez que vim de um

elevadíssimo processo inflacionário, acometido pelo erro de vários planos anteriores que

fracassaram, buscou incentivar o consumo, com o objetivo de prevenir um possível aumento

nos preços, consumo esse que gerou um desequilíbrio no mercado sendo que a demanda

estava excessivamente em nível maior que a oferta, e assim uma preção nos preços e a volta

do processo inflacionário, porem a inflação em potencial foi evitada em grande parte, isso

devido a um considerável aumento nas importações.

A tabela a seguir mostra o índice inflacionário, de 1994, medido pelo IPCA e

conforme os dados, podemos verificar o rápido declínio da inflação após a introdução do

Real.

PERIODOINFLAÇÃO

(IPCA)JAN/1994 41,31%

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FEV/1994 40,27%MAR/1994 42,75%ABR/1994 42,68%MAI/1994 44,03%JUN/1994 47,43%JUL/1994 6,84%AGO/1994 1,86%SET/1994 1,53%OUT/1994 2,62%NOV/1994 2,81%DEZ/1994 1,71%

Tabela 04 - Fonte: IBGE / SNIPC

Com a abertura de mercado as empresas nacionais passaram a sofrer com a

competição maior no mercado graças à entrada de produtos estrangeiros na economia, e assim

tornou-se necessário uma manutenção dos preços em níveis não muito elevados, sob o risco

perda de mercado para as multinacionais. Entretanto com o aumento da produtividade

decorrente da reestruturação, fez com que ocorresse uma queda nos custos de produção,

auxiliando a conter também a inflação de custos. O aumento das importações tiverem um

papel importante para suprir o nível de demanda extra que aconteceu no inicio do Plano Real,

porque havia uma lacuna deixada pela oferta insuficiente de produtos nacionais, que foi

preenchida com os produtos oriundos da importação, tornando o mercado relativamente

equilibrado no que diz respeito entre a oferta e a demanda.

Enfim, a política de câmbio fixo teve de ser descartada em 1999, devido à elevada divida

interna e a dificuldade em captar recursos no exterior, mesmo com uma taxa de juros elevada,

decorrentes das crises Asiática e Russa. Assim o país ficou impossibilitado de manter uma

oferta de divisas estrangeiras na economia que tornasse possível a manutenção de um

apolítica de câmbio fixo. Houve a necessidade criar um câmbio flutuante, e como

conseqüência uma maxidesvalorização do R$ (Real), e, nessa altura a economia do Brasil já

havia alcançado um grau elevado de maturidade, que associado a nova política de cambial de

metas de inflação, isso no mesmo ano, tornou possível que os preços não sofressem uma alta

elevada. Foi a partir desse momento que a taxa de juros passou a ser o principal instrumento

de Política Montaria na Economia Brasileira, tornando-se o principal instrumento de combate

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CONCLUSÃO

Foram anos, cerca de duas décadas de instabilidade econômica no Brasil, cerca de 13

planos econômicos de maior ou menor impacto antes de um Plano que realmente funcionasse

e acabasse com a crônica inflação que assolava a nação, isto porque já estava em índices

hiperinflacionários. Foi com o Plano Real que o Brasil entrou na linha, sua economia se

tornou uma das mais estáveis do planeta, foi com esse plano que conseguimos um política

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42

econômica que fosse capaz de controlar os preços, com a ajuda importantíssima da abertura

do mercado exterior, o aumento da importações que equilibraram a balança de oferta e

demanda no mercado, e outras medidas que levaram o país à por os pés no chão e começar a

refazer seu crescimento, econômico, social, tecnológico e industrial.

Enfim podemos concluir que o Plano Real foi e é eficaz no controle inflacionário,

todavia é visível que ainda muitos ajustes virão, uma vez que o processo inflacionário tendo

sido controlado, ainda há uma série de outros problemas que permanecem, como a falta de

investimentos, o desemprego, a má distribuição de renda, e o próprio bem estar da população.

O Brasil não necessita apenas controlar a inflação, e isto hoje o faz; precisa de

mecanismos que reduzam significativamente os impactos negativos que afetam as demais

variáveis econômicas. O caminho a seguir, passa pela utilização de políticas monetárias e

fiscais , acrescidas de algumas reformas, que tornará possível conciliar o controle da inflação

com o crescimento sustentável, isto é, incentivar políticas que incentivem a poupança interna,

e diminuía a dependência de capital externo, permitindo um maior controle do câmbio, e

assim reduzindo significantemente o endividamento público, com a redução das taxas de

juros, com o incentivo ao investimento, auxiliando os pequenos e médio empreendimentos,

proporcionar o aumento da empregabilidade, etc. E assim, as condições necessárias para o

crescimento sustentável, estarão criadas.

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Contexto, 2002.

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