capital social e actos do adm

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Sociedades

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Os actos praticados pelos administradores em nome da sociedade, mas fora do seu objecto social, so ilcitos, nulos ou anulveis e qual o seu regime legal?

.Distino entre actos praticados "fora da capacidade" e "fora do objecto social". .Rejeio da teoria dos actos ultra vires na sua verso originria (em que o objecto social limita a capacidade da sociedade comercial). .Fora da capacidade: Discusso doutrinria (referncia s doutrinas anglo-saxnicas, germnicas e portuguesas) sobre capacidade genrica ou capacidade limitada das sociedades, com explicao dos argumentos mais relevantes. .Em especial, referncia ao conceito e relevncia de fim, no contexto do 6./1 CSC e do 9. da Primeira Directiva. .Relevncia (i) do princpio da especialidade e (ii) das limitaes extrnsecas capacidade (6./1, in fine). .Consequncia da falta de capacidade (seja esta limitada pelo fim da sociedade ou extrinsecamente): (i) nulidade por impossibilidade legal ou por violao de normas injuntivas (embora nem todas as normas injuntivas determinem a incapacidade da sociedade); (ii) consequentemente, a sociedade no fica vinculada perante terceiros; (iii) responsabilidade civil dos administradores perante a sociedade (no sendo aplicvel a excluso contida no 72./5). .Fora do objecto social: 192(SENC), 260(SQ) e 409(SA) CSC. Capacidade da sociedade como pressuposto de aplicao das referidas normas. .Noo de dentro dos poderes que a lei lhes confere (260./1 e 409./1 CSC). .Interpretao extensiva para proteco de terceiros. .Noo de objecto social (11.). .Consequncias da prtica de actos fora do objecto social: .(a) SQ e SA (i) acto vlido e eficaz, mas ilcito; (ii) a soc est vinculada perante 3, salvo m-f destes (260./2 e 409./2); conceito de m-f e mbito de aplicao da excepo. Se existncia de m-f, ineficcia do acto. Relevncia da ratificao por deliberao dos accionistas; (iii) responsabilidade civil dos administradores perante a sociedade (6./4 CSC), salvo deliberao dos accionistas (com eventual aplicao da excluso contida no 72./5 CSC). (b) SENC (i) acto ineficaz (192./2/3/4), pelo que pode ser impugnado pela soc, se esta no o tiver confirmado; (ii) responsabilidade civil dos administradores perante a sociedade (6./4 CSC), salvo deliberao dos accionistas. .Explicao desta diferena de regime entre SENC e SQ/SA.

O capital social constitui garantia dos credores da sociedade? .Noo: cifra representativa, expressa em moeda com curso legal em Portugal, da soma do valor nominal das participaes sociais (14. CSC): o que difere da soma do valor das entradas, dado que estas podem integrar tambm o gio ou prmio de emisso. .Distino entre capital social e patrimnio social: s o patrimnio social, enquanto garantia geral dos credores da soc (601. CC), uma realidade tangvel, porque integrado por uma concreta massa de bens penhorveis (salvo regras especficas de impenhorabilidade), continuamente varivel na sua composio e montante. .O capital social um simples nomen iuris, uma mera cifra (e, como tal, impenhorvel) que, para alguns tipos societrios, deve constar do pacto social (9./1/f); .Funes: referncias s (a) funes internas: (i) funo de organizao (determinao da posio jurdica dos scios); (ii) funo de financiamento; (b) funes externas: (i) funo de avaliao econmica da sociedade; (ii) funo de garantia. .Funo de garantia: a verdadeira garantia geral o patrimnio social (porque penhorvel). Contudo, o capital social tem uma funo de garantia com base no princpio da integralidade e no princpio da intangibilidade do capital social. .Referncia noo de capital social real (caso em que o capital social funciona [para scios, no para terceiros] como limite mnimo em relao ao valor de activos que integram o patrimnio social, impedindo a sua devoluo aos scios). .Aluso, no contexto da intangibilidade do capital social, distino entre capital prprio e capital alheio. .Manifestaes da funo de garantia: .(i) proibio de realizao de entradas abaixo do par (25./1 CSC); .(ii) proibio da extino da obrigao de entrada por compensao (27./5 CSC); .(iii) proibio de distribuio de lucros com desrespeito da manuteno do capital social real (33. CSC), com aplicao paralela no reembolso aos scios de contribuies constitutivas de capital prprio, como sucede com a restituio de prestaes suplementares (213. CSC); .(iv) a imposio da constituio de reservas legais e a possibilidade de se convencionar a constituio de reservas estatutrias; .(v) na reduo de capital exorbitante, referncia imposio de a situao lquida da sociedade ficar a exceder o novo capital em, pelo menos, 20% (95./1 CSC). .(Eventual) enfraquecimento da funo de garantia: referncia .(i) ao papel e funes do capital social no regime das aces sem valor nominal; .(ii) aos casos em que o capital social no obrigatrio (SENC); .(iii) ao papel e funes do capital social nas SQ, quando estas tenham apenas o capital social mnimo (201. e 219./3 CSC); .(iv) aos casos de operaes acordeo em que se permite a reduo do capital abaixo do capital social mnimo (ou mesmo a reduo do capital a zero); .(v) aos casos de perda grave do capital social (35. CSC); .(vi) inexistncia de normas impositivas de realizao de operaes de aumento/reduo do capital social, sempre que exista um desfasamento manifesto entre o valor do capital social e o patrimnio social.