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71 CAPÍTULO 5 VEGETAÇÃO Salustiano Vilar da Costa Neto Marcio Sousa da Silva 5.1 INTRODUÇÃO O litoral estuarino do Estado do Amapá apresenta um conjunto vegetacional ímpar, moldado pela dinâmica do rio Amazonas, onde predominam os campos naturais e as florestas de várzea. Os campos naturais se caracterizam por áreas abertas com predomínio do elemento herbáceo, existindo também aqueles localizados em locais com pequenas oscilações na topografia do terreno que permitem o estabelecimento de um estrato arbóreo-arbustivo; além destes, existem ainda áreas com concentração de ilhas de mata de tamanho e formas variadas. Estas últimas estão localizadas em relevo mais alto, onde geralmente os efeitos da inundação não são observados. As florestas são predominantemente do tipo pluviais ou ombrófilas e perenifólias. Estas apresentam um padrão que varia de Florestas de Terra Firme, sem influência de inundação, passando pelas Aluviais, com pouca influência de inundação, até alcançar as áreas de igapó, que são permanentemente inundadas. As matas de várzea que se encontram sob a influência das marés semidiurnas estão associadas ao Rio Amazonas e seus tributários, como os rios Jari, Cajari, Ariramba, Maracá, Preto, Mazagão, Matapi, Vila Nova, Ipixuna, Pedreira, Macacoari, Piririm, Gurijuba, Araguari e outros. O objetivo deste trabalho é o de caracterizar e identificar os tipos de vegetação do Setor Estuarino do Estado do Amapá, servindo como instrumento de consulta ao mapa de vegetação da região e de base para elaboração do mapa de potencialidades e limitações do Setor.

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CAPÍTULO 5

VEGETAÇÃO

Salustiano Vilar da Costa Neto Marcio Sousa da Silva

5.1 INTRODUÇÃO

O litoral estuarino do Estado do Amapá apresenta um conjunto

vegetacional ímpar, moldado pela dinâmica do rio Amazonas, onde

predominam os campos naturais e as florestas de várzea.

Os campos naturais se caracterizam por áreas abertas com

predomínio do elemento herbáceo, existindo também aqueles localizados

em locais com pequenas oscilações na topografia do terreno que

permitem o estabelecimento de um estrato arbóreo-arbustivo; além

destes, existem ainda áreas com concentração de ilhas de mata de

tamanho e formas variadas. Estas últimas estão localizadas em relevo

mais alto, onde geralmente os efeitos da inundação não são observados.

As florestas são predominantemente do tipo pluviais ou ombrófilas

e perenifólias. Estas apresentam um padrão que varia de Florestas de

Terra Firme, sem influência de inundação, passando pelas Aluviais, com

pouca influência de inundação, até alcançar as áreas de igapó, que são

permanentemente inundadas. As matas de várzea que se encontram sob

a influência das marés semidiurnas estão associadas ao Rio Amazonas e

seus tributários, como os rios Jari, Cajari, Ariramba, Maracá, Preto,

Mazagão, Matapi, Vila Nova, Ipixuna, Pedreira, Macacoari, Piririm,

Gurijuba, Araguari e outros.

O objetivo deste trabalho é o de caracterizar e identificar os tipos

de vegetação do Setor Estuarino do Estado do Amapá, servindo como

instrumento de consulta ao mapa de vegetação da região e de base para

elaboração do mapa de potencialidades e limitações do Setor.

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5.2 METODOLOGIA

O procedimento metodológico empregado baseou-se inicialmente

na análise e interpretação de um mosaico de imagens de satélite

LANDSAT TM-5, ano 1997, cuja elaboração foi apresentada no capítulo

inicial deste volume, tendo como base principal para definição dos

diferentes tipos de vegetação os padrões texturais observados nas

imagens. Posteriormente, estas unidades foram digitalizadas através do

programa SPRING em versão 3.4b; em seguida, foram realizadas

checagens de campo para reconhecimento e identificação das diferentes

fisionomias vegetais classificadas.

No levantamento de campo foi utilizado um GPS (Global Position

System) para registrar a localização exata dos diversos tipos fisionômicos

da vegetação desse setor.

O sistema utilizado para classificação das tipologias foi de Velloso

et al (1991); IBGE (1997) ; IEPA (1999).

Todas as espécies herbáceas, arbóreas e arbustivas férteis contidas

nos pontos visitados foram coletadas, obedecendo à metodologia

convencional, isto é, cada amostra composta de um ou mais ramo(s)

florido(s), acompanhado(s) ou não de amostras de madeira, e

herborizado(s) segundo as técnicas habituais de Fidalgo e Bononi (1984).

Na fase de laboratório, as coletas botânicas provenientes do campo

passaram pela rotina de herbário, consistindo de prensagem, secagem,

montagem da exsicata e posterior incorporação no Herbário Amapaense

(HAMAB), do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado

do Amapá (IEPA). A identificação foi efetuada por comparação no HAMAB

e bibliografia especializada. Os espécimes que não conseguiram ser

identificados serão enviados a especialistas para este fim.

Para a investigação etnobotânica foram empregadas técnicas de

entrevistas de campo através de formulários por comunidades e com

pessoas-chaves, onde se procurou abordar a utilização de plantas e outros

produtos para tratamento de diversas doenças. Foram efetuadas

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excursões a quase todas as comunidades dos municípios que compõem a

Zona Costeira Estuarina do Estado do Amapá, no período de 1998 a 2000.

5.3 RESULTADOS

Os trabalhos de campo associados com a interpretação das

imagens LANDSAT permitiram identificar três tipos fisionômicos na

paisagem do Setor Costeiro Estuarino: vegetação de influência flúvio-

marinha, campestre, florestal, além das associações e das áreas

alteradas. Dentro do tipo fisionômico de influência flúvio-marinha foram

caracterizadas duas unidades; na campestre, seis unidades; e para a

floresta, quinze unidades. Nas associações foram definidas dez unidades e

nas áreas alteradas, duas.

5.3.1 Floresta com influência flúvio-marinha

São formações vegetais que ainda se encontram em fase de

sucessão, com ecossistemas dependentes de fatores ecológicos instáveis.

Trata-se de áreas sedimentares relativamente recentes podendo

ocorrer influência marinha, apresentando uma cobertura vegetal litorânea,

com predomínio de raízes escoras (Rhizophora mangle L. e R. racemosa

G. F. Mayer) e pneumatóforos (Avicennia germinans (L.) Stearn e

Laguncularia racemosa (L.) Gaertn.) (Tabela 5), ou, ainda, de influência

fluvial, caracterizada pelos componentes denominados várzea e campos

inundáveis, que ocorrem sobre solos hidromórficos. Tabela 5 - Espécies das florestas com influência fluvio-marinha do Setor Estuarino do Estado do Amapá

Nome Vernacular Nome Científico Família

Mangue Rhizophora mangle L. Rhizophoraceae

Mangue R. racemosa G. F. Mayer Rhizophoraceae

Siriúba Avicennia germinans (L.) Stearn Avicenniaceae

Tinteiro Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. Combretaceae

5.3.1.1 Siriubal (Sb)

Caracteriza-se pela presença de Avicennia germinans (Siriúba) em

áreas de grande concentração, uma vez que esta espécie representa o

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tipo dominante nos manguezais amapaenses. Estão distribuídas nas áreas

de deposição mais recentes do Arquipélago do Bailique e na Foz do rio

Araguari, formando bosques monoespecíficos. Essa espécie também

ocorre em pequenas populações ao longo do rio Amazonas, chegando a

atingir a foz do rio Ariramba (Figura 33).

Associadas aos bosques de Siriúba, com porte arbóreo a herbáceo,

encontram-se as espécies: mututi (Pterocarpus amazonicus Huber e P.

officinalis Jacq.), verônica (Dalbergia monetaria L.f. e D. subcymosa

Ducke), aturiá (Macherium lunatum L.f.), Crenea maritima L., Crinum sp.,

Cyperus comosus Poir., Fimbristylis sp. entre outras.

Figura 33 - Siriubal da região do Igaçaba, Arquipélago do Bailique. a) Destaque para o bando de guarás e

b) Vista geral do ecossistema.

Fonte: Acervo GERCO.

A espécie Rhizophora racemosa distribui-se na parte mais interna do

estuário chegando a atingir a foz do rio Preto, sendo que sua maior

concentração é verificada na porção norte do Arquipélago do Bailique. No

igarapé Grande da Terra Grande (Bailique) foi verificada a ocorrência de

Laguncularia racemosa.

Estas áreas apresentam uma importância na cadeia alimentar dos

oceanos, mares e estuários, servindo de local de reprodução, de berçário

e de alimentação para alevinos e peixes jovens, crustáceos e moluscos,

que usam esses ambientes como moradia ou em alguma fase do ciclo de

vida para se desenvolverem.

Dada essa importância biológica é imprescindível a conservação desses

ecossistemas, uma vez que abrigam espécies de interesse econômico,

A B

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como os caranguejos, camarões, mexilhões e várias espécies de peixes e

aves.

5.3.1.2 Restinga (R)

Adotou-se a definição de restinga de Araújo e Henriques (1984),

como sendo o ecossistema adjacente ao oceano, ocorrendo sobre areia

marinha ou fluvio-marinha, de origem quaternária.

São caracterizadas pela presença da Fabaceae Vigna luteola (Jacq.)

Benth. Convolvulaceae Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. ; Schult.,

Malvaceae Hibiscus cf. bifurcatus Cav. e as Poaceae Hymenachne

amplexicaule (Rudge) Nees, Digitaria horizontalis Willd. e Paspalum

decubens Sw (Figura 34).

Figura 34 - Vegetação de Restinga da praia do Parazinho, Arquipélago do

ailique, Amapá.

Fonte: Acervo GERCO.

5.3.2 Campestre

5.3.2.1 Campo Herbáceo Periodicamente Inundado (Ch)

Ocorre em toda a extensão do Setor Estuarino, desde o rio Jari até

o rio Araguari, sobre os terraços holocênicos, ligeiramente acima do nível

da água. São caracterizados pela presença de diversas espécies de

macrófitas aquáticas (Figura 35), como Poaceae, Cyperaceae,

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Nymphaceae, Alismataceae, Araceae, Maranthaceae, sem a presença de

arbustos ou árvores (Tabela 6).

A pecuária bubalina é intensa nessas áreas, causando alterações na

paisagem dos campos, gerando canais de drenagem que servem de

escoamento da água, principalmente durante os meses de estiagem,

facilitando a queimada e o desmatamento desse ecossistema (Figura 36).

Figura 35 - Campo Herbáceo Periodicamente Inundado. Em primeiro plano, temos

aguapé (Echornia sp.), taboa (Cyperus giganteus Vahl.), aninga (Montrichardia arborescens Schott.) e, ao fundo, o buriti (Mauritia flexuosa L.f.).

Fonte: Acervo GERCO.

Figura 36 - Campo Herbáceo Periodicamente Inundado. a) Áreas de campo no rio Gurijuba, município de Macapá. b) Área utilizada para bubalinocultura. Fonte: Acervo GERCO.

a b

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Tabela 6- Espécies dos campos naturais do Setor Estuarino do Estado do Amapá

Nome Vernacular Nome Científico Família

Alface d’água Pistia stratioides L. Araceae

Aguapé Eichhornia azurea (Sw.) Kunth Pontederiaceae

Aguapé Eichhornia crassipes (Mart.) Solms. Pontederiaceae

Azolla Azolla sp. Saviniaceae

Buriti Mauritia flexuosa L. f. Arecaceae

Cabomba Cabomba aquatica DC. Nymphaeaceae

Canarana Hymenachne amplexicaule (Rudge) Nees Poaceae

Caranã Mauritiella aculeata (Kunth) Burnet. Arecaceae

Junco Eleocharis emarginata (Ness) Klotz. Cyperaceae

Junco Eleocharis intesticta (Vahl) Roemer et Schultes Cyperaceae

Junco Eleocharis mutata (L.) Roemer et Schultes Cyperaceae

Junco Eleocharis sp. Cyperaceae

Salvinia Salvinia articulata Aubl. Saviniaceae

Samambaia Blechnum serrulatum L. C. Rich. Polypodiaceae

Taboa Cyperus giganteusI Vahl. Cyperaceae

Centrosema brasilianum (L.) Benth. Fabaceae

Cuphea melvilla Lindley Lythraceae

Cyperus luzulae (L.) Retz. Cyperaceae

Fimbristylis annua (Allioni) Roemer et Schultes Cyperaceae

Scleria microcarpa Nees Cyperaceae

Panicum laxum Sw. Poaceae

Paspalum repens Berg. Poaceae

5.3.2.2 Campo Arbustivo Periodicamente Inundado (Ca)

Estas áreas diferenciam-se dos campos herbáceos pela freqüência de

árvores como a taxi (Triplaris surinamensis Cham.), mamorana (Pachira

aquatica Aubl.), munguba (Bombax munguba Mart. et Zucc.); arbustos

esparsos, como Solanum sp., Mimosa pigra L. e as palmeiras buriti

(Mauriti flexuosa L. f.) e caranã (Mauritiella aculeata (Kunth) Burnet.)

(Figura 37).

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Figura 37 - Vista geral do campo arbustivo periodicamente

inundado no rio Araguari. Destaque para o arbusto Mimosa

pigra L (a).

Fonte: Acervo GERCO

5.3.2.3 Campo Permanentemente Inundado (I)

São as áreas mais baixas dos campos, constituídos de depressões

onde se formam lagos permanentes, com acúmulo de matéria orgânica

proveniente da decomposição das macrófitas aquáticas. Dentre essas

podemos destacar o aguapé (Eichornia crassipes (Mart.) Solms e E.

azurea (Sw.) Kunth.), mururé (Nynphaea sp.), cabomba (Cabomba

aquatica DC.) e outras aquáticas (Figura 38).

Figura 38 - Vista geral do Lago Ajuruxi, com domínio de macrófitas

aquáticas.

Fonte: Acervo GERCO.

a

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5.3.2.4 Cerrado com Forma Arbórea/Arbustiva e de Campo Limpo

Associado (C)

É uma classe de formação predominante dos climas quentes e

úmidos, com chuvas torrenciais bem demarcadas pelo período seco e

caracterizada sobretudo por árvores tortuosas, de folhas raramente

deciduais, como também por formas biológicas adaptadas aos solos

deficientes, profundos e aluminizados (RADAMBRASIL, 1974) (Tabela 7).

As potencialidades do cerrado estão ligadas às espécies frutíferas,

como mangaba (Hancornia speciosa Gomez.), muruci (Byrsonima

crassifolia (L.) Rich.), caju (Anacardium occidentale L.) e araticum

(Annona paludosa Aubl.); e às medicinais, como o barbatimão (Ouratea

hexasperma (St. Hill.) Benth.), sucuúba (Himathanthus articulata (Vahl.)

Wood.) e lacre (Vismia guianensis (Aubl.) Choisy).

Formação do grupo das savanas, com pequenas árvores esparsas

entre dois e cinco metros, esgalhadas e bastante tortuosas, e outras

lenhosas a sublenhosas rasteiras dispersas em um estrato herbáceo

contínuo. Entre as espécies arbórea/arbustivas podemos citar: sucuúba

(Himathanthus articulata (Vahl.) Wood.), caimbé (Curatella americana L.),

mangaba (Hancornia speciosa Gomez.), barbatimão (Ouratea hexasperma

(St. Hill.) Benth.), muruci (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.), muruci

rasteiro (Byrsonima verbascifolia (L.) Rich.) e bate-caixa (Salvertia

convallariaeodora St. Hill.). No estrato herbáceo as espécies mais

freqüentes são: Chamaecrista diphylla Greene, C. racemosa (Vogel) Irwin

et Barn. (Leguminosae), Comolia lytrarioides (Steud.) Naud.

(Melastomataceae), Paspalum carinatum Fluegge (Poaceae),

Rhynchospora barbata (Vahl) Kunth, Scleria cyperiana Kunth.

(Cyperaceae), entre outras (Figura 39).

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Figura 39 - Cerrado com Forma Arbórea Arbustiva associado a Campo Limpo. a) Vista aérea do cerrado

sobre relevo ondulado e a Floresta de Galeria; e b) Área de cerrado utilizada pela pecuária.

Fonte: Acervo GERCO

Tabela 7- Espécies arbórea/arbustivas dos cerrados do Setor Estuarino do Estado do Amapá

Nome Vernacular Nome Científico Família

Araticum Annona sp. Annonaceae

Barbatimão Ouratea hexasperma (St. Hill.) Benth. Ochnaceae

Bate-caixa Salvertia convallariaeodora Aubl. Vochysiaceae

Caimbé Curatella americana L. Dilleniaceae

Caju Anacardium occidentale L. Anacardiaceae

Lacre Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Clusiaceae

bMangaba Hancornia speciosa Gomez. Apocynaceae

Muruci Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Malpighiaceae

Muruci Rasteiro Byrsonima verbascifolia (L.) Rich. Malpighiaceae

Sucuúba Himatanthus articulata (Vahl.) Wood. Apocynaceae

5.3.3. Floresta de Várzea

5.3.3.1 Floresta de Várzea de Alto Porte com Grande Freqüência de

Palmeiras (Fv)

As florestas de várzea ocupam 4,85% da cobertura vegetal do

Estado, e aproximadamente 15,46 % do Setor Costeiro Estuarino (IEPA,

1998). São ecossistemas energeticamente abertos, associados às planícies

de inundações dos rios e igarapés de água branca do estuário amazônico.

Apresentam uma estrutura exuberante, rica diversidade e um grande

patrimônio genético.

Estão submetidas a um ciclo diário de enchentes e vazantes por

água doce represada pelas marés. Devido a essa dinâmica, são carreados

diariamente para essas áreas uma grande quantidade de material

sedimentar. São formadas por áreas mais recentes sobre solos

a

b

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hidromórficos ricos em material sedimentar do Período Quaternário, o que

lhe confere um potencial econômico na exploração da madeira e

essências.

As florestas de várzea são relativamente baixas e abertas,

comparadas com as de terra firme, com altura em torno de 20 a 25 m. No

entanto, a biomassa pode ser equivalente, com área basal em torno de 25

m² e a densidade aproximada de 200 a 300 árvores por hectare, quando

considerados somente os indivíduos com DAP = 10 cm (MPEG, 1998;

NELSON; OLIVEIRA, 1999).

As espécies características das florestas de várzea na região

estuarina do Amapá são marcadas pelo domínio de palmeiras,

destacando-se o açaí (Euterpe oleracea Mart.), buriti (Mauritia flexuosa

L.f.), ubuçu (Manicaria saccifera Gaertn.) e urucuri (Attalea excelsa Mart)

(Tabela 8 e Figura 40).

Figura 40 - Palmeiras predominantes nas várzeas do Setor Estuarino do Estado do Amapá. a) Açaí (Euterpe

oleracea Mart.). b) Buriti (Maurita flexuosa L.f.).

Fonte: Acervo GERCO.

Tabela 8- Palmeiras da floresta de várzea do Setor Estuarino do Estado do Amapá

Nome Vernacular Nome Científico Família

Açai Euterpe oleracea Mart. Arecaceae

Buriti Mauritia flexuosa L. f. Arecaceae

Jacitara Desmoncus sp. Arecaceae

Mumbaca Astrocaryum munbaca Mart = A. gynacanthum

Mart.

Arecaceae

Murumuru Astrocaryum murumuru Mart. Arecaceae

Paxiuba Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl Arecaceae

Ubuçu Manicaria saccifera Gaertn. Arecaceae

Urucuri Attalea excelsa Mart. Arecaceae

ab

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Foram identificadas as espécies arbóreas pau-mulato

(Callycophyllum spruceanum Benth.), assacu (Hura crepitans L.), anani

(Symphonia globulifera L.f.), jenipapo (Genipa americana L.), seringueira

(Hevea guianensis Aubl.), taperebá (Spondias monbim Jacq.), mamorana

(Pachira aquatica Aubl.), ucuúba (Virola surinamensis (Rol.) Warb.),

andiroba (Carapa guianensis Aubl.), samaúma (Ceiba pentandra Gaertn.),

pracuúba (Mora paraensis Ducke.), mututi (Pterocarpus amazonicus

Huber.), pracaxi (Pentaclethra macroloba (Willd.) Kunt.), acapurana

(Campsiandra laurifolia Benth.),b entre outras (Tabela 9).

Essas florestas apresentam um grande potencial econômico, com a

presença de espécies oleaginosas, frutíferas, laticíferas e várias espécies

madeireiras, estoques esses que estão sendo perdidos em função da

exploração e manejo inadequados destes recursos, que estão entre as

principais fontes de renda para os povos ribeirinhos (Figura 41 e 42).

Figura 42 - Floresta de Várzea da área sul do Setor

Estuarino. a) Rio Preto. b) Rio Cajari. c) Rio Maracá.

Fonte: Acervo GERCO

b

c

a

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Figura 42 - Floresta de Várzea da área norte do Setor

Estuarino. a) Rio Pacuí. b) Rio Curuá. c) Rio Araguari.

Fonte: Acervo GERCO

5.3.3.2 Floresta de Várzea de Porte Mediano com Baixa Freqüência ou

Ausência de Palmeiras (Fv1)

Esta unidade assemelha-se às outras unidades de várzea,

apresentando as mesmas espécies, com um detalhe importante a ser

ressaltado, que é a diminuição do número de espécies ou a total ausência

das palmeiras, que são muito freqüentes no restante do estuário

amazônico.

5.3.3.3 Floresta de Várzea de Porte Mediano com Domínio de Guadua sp.

(Fv2)

Na Foz do rio Araguari, as várzeas apresentam uma altura de 15 a

20 metros, com o domínio de taboca do gênero Guadua sp., formando

uma franja de difícil penetração, além das outras espécies que ocorrem no

estuário amazônico.

c

a

a

c

b

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Tabela 9 - Espécie da floresta de várzea do Setor Estuarino do Estado do Amapá

Nome Vernacular Nome Científico Família

Abiorana Pouteria sp. Sapotaceae

Acapurana Campsiandra laurifolia Benth. Caesalpiniaceae

Anani Symphonia globulífera L. f. Clusiaceae

Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae

Aninga Montrichardia arborescens Schott. Araceae

Arumã Ischnosiphon arouma (Aubl.) Koern. Maranthaceae

Assacu Hura crepitans L. Euphorbiaceae

Aturiá Macherium lunatum Ducke Fabaceae

Cacau Theobroma cacao L. Sterculiaceae

Cedro Cedrela odorata Ruiz et Pav. Meliaceae

Fava Macrolobium multijugum (DC.) Benth. Caesalpiniaceae

Jenipapo Genipa americana L. Rubiaceae

Jeniparana Gustavia augusta J. L. Gmel. Lecythidaceae

Macucu Licania heteromorpha Benth. Chrysobalanaceae

Mamorana Pachira aquatica Aubl. Bombacaceae

Mata Pau Ficus sp. Moraceae

Munguba Bombax munguba Mart. et Zucc. Bombacaceae

Mututi Pterocarpus amazonicus Huber Fabaceae

Parquia Parkia nitida Miq. Mimosaceae

Pau Mulato Callycophyllum spruceanum Benth. Rubiaceae

Pente de Macaco Apeiba echinata Gaertn. Tiliaceae

Pracaxi Pentaclethra macroloba (Willd.) O. Kuntze Mimosaceae

Pracuuba Mora paraensis Ducke Caesalpiniaceae

Samauma Ceiba pentandra Gaertn. Bombacaceae

Seringueira Hevea guianensis Aubl. Euphorbiaceae

Sororoca Phenakospermum sp. Musaceae

Taperebá Spondias monbim Jacq. Anacardiaceae

Tento Ormosia sp. Fabaceae

Ucuúba Virola surinamensis (Rol.) Warb. Myristicaceae

Uxirana Saccoglotis guianensis Benth. Humiriaceae

5.3.3.4 Floresta de Várzea de Porte Mediano com Domínio de Mauritia

flexuosa Mart. (Fv3)

São áreas com grande concentração de buriti (Mauritia flexuosa

L.f.), localizadas na planície flúvio-estuarina do rio Jerusalém do Pau

Mulato, e nas áreas de deposição das margens dos rios Gurijuba, Pedreira,

Ipixuna, Matapi, Vila Nova, Mazagão e outros.

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Juntamente com o açaí, o buriti é uma das palmeiras mais

importantes para as populações ribeirinhas, sendo utilizada na sua

alimentação como bebida natural ou fermentada, óleo e doces dos frutos,

açúcar do estipe, sabão caseiro, material para casa, etc. (CAVALCANTE,

1988). Apesar disto, as populações ribeirinhas da região estuarina do

Amapá utilizam muito pouco esse recurso.

5.3.3.5 Floresta de Galeria (Fg)

A mata de galeria é uma tipologia de transição entre o cerrado e os

campos inundáveis (campos herbáceo e arbustivo). Composta pelas

espécies de palmeiras buriti (Mauritia flexuosa L.f.), açaí (Euterpe

oleracea Mart.), caranã (Mauritiella aculeata (Kunth) Burnet.) e jacitara

(Desmoncus sp.); araticum (Annona paludosa Aubl.), Coccoloba sp, Ficus

sp., anani (Symphonia globulifera L.f.) e ucuúba ou virola (Virola sp.). Nas

bordas, em terrenos mais elevados, encontramos espécies como a

sapucaia (Lecythis sp.) e o jatobá (Hymenaea parvifolia L.).

5.3.3.6 Aluvial Florestal - Terraços Fluviais (Alf)

São formações aluviais sempre presentes nos terraços mais antigos

nos cursos médios dos rios, encontrados na região sul e sudeste do Estado

na transição entre a terra firme e as florestas inundáveis (várzea),.

Ocorre sobre solos hidromórficos, onde a inundação proveniente do

acúmulo de águas pluviais se dá pela drenagem deficiente desses solos

aliada à presença do lençol freático superficial.

As florestas aluviais são compostas por manchas de vegetação

localizadas em áreas onde as enchentes podem ser causadas por águas

transportadas dos sistemas fluviais durante as cheias, ou pelo acúmulo de

água da chuva durante o inverno, entre os meses de janeiro a maio

(Figura 43).

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86

5.3.3.7 Floresta de Igapó (Fi)

São florestas que ocorrem nas regiões sul e sudeste do Estado, sofrendo a

influência das cheias dos meses de inverno. Aqui aparecem espécies

comuns de igapó e várzea como o açai (Euterpe oleracea Mart.), taxi

(Triplaris surinamensis Cham.), mucuna (Mucuna altissima (Jack.) DC.),

faveiro (Vatairea guianensis Aubl.), pajeú (Coccoloba sp.), etc. (Tabela

10).

Figura 43- Aspecto interno das florestas aluviais sobre terraços luviais.

Fonte: Acervo GERCO

Tabela 10- Espécies da floresta de várzea-igapó do Setor Estuarino do Estado do Amapá

Nome Vernacular Nome Científico Família

Açai Euterpe oleraceae Mart. Arecaceae

Arapari Macrolobium acaciifolium Benth. Caesalpiniaceae

Faveiro Vatairea guianensis Aubl. Fabaceae

Pajeú Coccoloba sp. Polygonaceae

Pitaiga Swartzia acuminata Willd. Caesalpiniaceae

Taxi Triplaris surinamensis Cham. Polygonaceae

5.3.4. Floresta de Terra Firme

Apesar de ser um componente dominante na paisagem amazônica,

na região costeira estuarina essas florestas apresentam-se em pequenos

trechos, em contato com os campos herbáceos e arbustivos e os cerrados.

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As florestas de terra firme são densas, com árvores emergentes,

com dossel em torno de 30 a 35 m, a biomassa é considerada alta com

área basal em torno de 30 m² e a densidade aproximada de 400 a 500

árvores por hectare, quando se consideram apenas os indivíduos com DAP

= 10 cm (MPEG, 1998 ; NELSON ; OLIVEIRA, 1999).

Essas florestas são caracterizadas pela presença de espécies típicas

de floresta densa como a castanheira (Bertholletia excelsa Berg.), itaúba

(Mezilaurus itauba (Meissn) Taub. ex Mez.), carapanaúba (Aspidosperma

carapanauba Pichon), quaruba (Vochysia guianensis Aubl.), visgueira

(Parkia pendula Benth. ex Walp.) e angelim (Dinizia excelsa Ducke)

(Tabela 11).

A espécie Bertholletia excelsa (castanheira) caracteriza grandes

espaços da floresta densa, constituindo às vezes, associações

homogêneas, o que facilita seu extrativismo comercial. Outro ponto a ser

abordado é a potencialidade madeireira destas áreas, com uma infinidade

de espécies de valor econômico, como o angelim, itaúba, quaruba, etc.

Tabela 11- Espécies da floresta de terra firme do Setor Estuarino do Estado do Amapá

Nome Vernacular Nome Científico Família

Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae

Angelim Dinizia excelsa Ducke Mimosaceae

Cacaui Theobroma speciosum Willd. Sterculiaceae

Carapanauba Aspidosperma carapanauba Pichon Apocynaceae

Castanheira Bertholletia excelsa Berg. Lecythidaceae

Coataquiçaua Peltogyne paradoxa Caesalpiniaceae

Itaúba Mezilaurus itauba (Meissn) Taub. ex Mez. Lauraceae

Jatobá Hymenaea courbaril L. Caesalpiniaceae

Parquia Parkia pendula Benth. Ex Walp. Mimosaceae

Quaruba Vochysia guianensis Aubl. Vochysiaceae

As florestas de terra firme estão classificadas de acordo com a

estrutura da vegetação, presença de espécies dominantes e o relevo a

qual está associada. Através destes critérios foram identificadas oito

unidades florestais:

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• Floresta de Alto Porte com Presença de Castanha do Brasil

(Bertholletia excelsa H ; B) Dispersa no Estrato Emergente

Associada a Relevo Forte Ondulado (F1a);

• Floresta de Alto Porte com Presença de Castanha do Brasil

(Bertholletia excelsa H ; B) Dispersa no Estrato Emergente

Associada a Relevo Ondulado (F1b);

• Floresta de Alto Porte com Presença de Castanha do Brasil

(Bertholletia excelsa H ; B) Dispersa Estrato Emergente Associada

a Relevo Plano a Suave Ondulado (F1c);

• Floresta de Porte Mediano (Mata Fina) com Domínio de Quaruba

Cedro (Vochysia sp.) com Espécies Emergentes (F2);

• Floresta de Porte Mediano (Mata Fina) com Espécies Emergentes

Dispersa (F3);

• Floresta de Alto Porte com Presença de Angelim Vermelho (Dinizia

excelsa Ducke) e Coataquiçaua (Peltogyne paradoxa) com Espécies

Emergentes Associadas a Relevo Forte Ondulado (F4a);

• Floresta de Alto Porte com Presença de Angelim Vermelho (Dinizia

excelsa Ducke) e Coataquiçaua (Peltogyne paradoxa) com Espécies

Emergentes Associadas a Relevo Ondulado (F4b) e Floresta de Alto

Porte com Dossel Pouco Estratificado (F5).

5.3.5 Áreas Alteradas

5.3.5.1 Área Alterada (A)

As florestas secundárias estão associadas às áreas de floresta de

terra firme e de várzea que foram deflorestadas ou queimadas,

aproveitando-se dos meses de menor intensidade pluviométrica (seca)

para esta prática. A remoção da cobertura vegetal está relacionada com a

prática de agricultura itinerante, como o plantio de mandioca, milho,

banana, melancia, etc.

As espécies freqüentes nestas capoeiras são embaúba (Cecropia

palmata Willd., C. sciadophylla Mart.), lacre (Vismia guianensis (Aubl.)

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Choisy), tapiririca (Tapirira guianensis Aubl.), murta (Myrcia fallax DC.,

Eugenia biflora DC., Myrciaria tenella Berg.), Miconia sp., Psychotria sp.,

dentre outras espécies (Figura 44).

Na região de São Joaquim do Pacuí, as áreas de capoeira ocorrem

no domínio das palmeiras tucumã (Astrocarium vulgare Mart.) e inajá

(Maximiliana maripa (Aubl.) Drude).

5.3.5.2 Área Reflorestada (Ar)

São áreas de plantio da Amapá Agroflorestal/Champion do Brasil

S.A. – International Paper e Jarí Celulose – JARCEL, com pinheiro (Pinus

sp.) e eucalipto (Eucaliptus sp.), nas áreas de cerrado, para fabricação de

celulose (Figura 45).

Figura 44 - Áreas alteradas: a) Região de Vitória do Jari,

associada a relevo plano a suave ondulado.

b) Capoeira na região de Mazagão. c) Roçado no região de

Mazagão.

Fonte: Acervo GERCO

b

c

a

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Figura 45 - Vista aérea reflorestadas com pinheiro (Pinus sp.) da

Amaá da International Paper

Fonte: Acervo GERCO.

5.3.6 Associações

! Cerrado com Forma Arbórea/Arbustiva e de Campo Limpo Associado

+ Área Alterada (C1 + A);

! Cerrado com Forma Arbórea/Arbustiva e de Campo Limpo Associado

+ Floresta de Porte Mediano (Mata Fina) com Espécies Emergentes

Dispersas (C1 + F3);

! Campo Arbustivo Periodicamente Inundado + Campo Herbáceo

Periodicamente Inundável (Ca + Ch);

! Campo Herbáceo Periodicamente Inundável + Área Alterada(Ch +

A);

! Floresta de Porte Médiano (Mata Fina) com Espécies Emergentes

Dispersas + Área Alterada (F3 + A);

! Floresta de Porte Médiano (Mata Fina) com Espécies Emergentes

Dispersas + Campo Herbáceo Periodicamente Inundável + Área

Alterada (F3 + Ch + A);

! Floresta de Alto Porte com Presença de Angelim Vermelho (Dinizia

excelsa Ducke) e Coataquiçaua (Peltogyne Paradoxa) com Espécies

Emergentes Associadas a Relevo Forte Ondulado + Área Alterada

(F4a + A);

! Floresta de Galeria + Área Alterada (Fg + A);

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! Floresta de Várzea de Alto Porte com Grande Freqüência de

Palmeiras + Área Alterada (Fv + A) e

! Floresta de Várzea de Alto Porte com Grande Freqüência de

Palmeiras + Siriubal (Fv + Sb).

5.3.7 Espécies Medicinais

No Setor Costeiro Estuarino as informações referentes a este item

foram coletadas a partir de perguntas sobre tipos de plantas medicinais

utilizadas. Os dados foram trabalhados por frequência de ocorrência de

uso de plantas medicinais (Tabela 12).

As famílias com maior número de espécie foram Labiatae com 10

espécies, seguidas da Euphorbiaceae e Rutaceae, com 6 espécies e

Asteraceae, com 5 espécies (Figura 46).

As doze principais espécies mais citadas pelas populações

ribeirinhas são: amor crescido (Portulaca pilosa L.), anador (Plectranthus

barbatus Benth.), arruda (Ruta graveolens L.), barbatimão (Ouratea

hexasperma), boldo (Vernonia condensata Backer), catinga de mulata

(Tanacetum vugare L.), erva-cidreira (Lippia alba Cham.), hortelã grande

(Marrubium vulgare L.), hortelãzinho (Mentha piperita L.), manjericão

(Ocimum minimum L.), mastruz (Chenopodium ambrosioides L.) e

verônica (Dalbergia subcymosa Ducke) (Figura 47).

5.3.8 Espécies Ameaçadas de extinção

Baseando-se na portaria do IBAMA Nº 06, de 15 de janeiro de

1992, constatamos que existe apenas uma única espécie encontradas no

Setor Costeiro Estuarino que se encontra ameaçada na categoria

vulnerabilidade: Virola surinamensis (Rol.) Warb. (categoria: vulnerável).

5.3.9 Recursos Genéticos Importantes Para Melhoramento

Importante patrimônio genético, que podem ser utilizado para

melhoramento de plantas, pois são parentais selvagens de espécies em

processo de domesticação e de grande valor econômico.

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o Hevea guianensis Aubl.

o Theobroma mariae (Mart.) Schum

o Oryza alata Sw.

o Oryza perennis Moench

o Oryza glumaepatula Steud.

Tabela 12- Listagem das espécies medicinais utilizadas pelas populações do Setor Estuarino do Estado do

Amapá

Nome Popular Nome Científico Família

Abacate Persea americana Mill. var. americana Lauraceae

Abacaxi Ananas sp. Bromeliaceae

Açai Euterpe oleracea Mart. Arecaceae

Alecrim Vitex agnus-castus.L. Verbenaceae

Alfavaca Ocimum sp. Labiatae – Lamiaceae

Alfazema Lavandula spica L. Labiatae – Lamiaceae

Algodão Gossypium sp. Malvaceae

Alho Allium sativum L. Liliaceae

Amapá Parahancornia amapa (Huber) Ducke Apocynaceae

Ameixa Eugenia cumini (L.) Druce Myrtaceae

Amor crescido Portulaca pilosa L. Portulacaceae

Anador Plectranthus barbatus Benth. Labiatae – Lamiaceae

Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae

Anuerá Licania macrophylla Benth. Chrysobalanaceae

Arruda Ruta graveolens L. Rutaceae

Assacu Hura crepitans L. Euphorbiaceae

Babosa Aloe barbabensis Mill. Liliaceae

Barbatimão Ouratea hexasperma (St. Hill.) Benth. Ochnaceae

Batatão Operculina alata (Harm.) Hub. Convulvulaceae

Boldo Vernonia condensata Backer. Asteraceae

Cajueiro Anacardium occidentale L. Anacardiaceae

Camapu Physalis angulata L. Solanaceae

Cana Roxa Costus spicatus Rosc. Zingiberaceae

Canela Cinnamomum zeylanicum Blume Lauraceae

Capim Marinho Cymbopogon citratus Stapt. Poaceae

Carapanauba Aspidosperma sp. Apocynaceae

Casca de Preciosa Aniba canelilla (H.B.K.) Mez. Lauraceae

Castanheira Bertholletia excelsa H ; B. Lecythidaceae

Catinga de Mulata Tanacetum vugare L. Asteraceae

Caxinguba Ficus sp. Moraceae

Cedro Cedrela odorata L. Meliaceae

Chicória Eryngium foetidum L. Apiaceae

Cidreira Lippia alba Cham. Verbenaceae

Cipó de Alho Adenocalymna alliaceum Miers Bignoniaceae

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Nome Popular Nome Científico Família

Copaiba Copaifera reticulata Ducke Caesalpiniaceae

Coramina Pedilanthus tithymaloides Poit. Euphorbiaceae

Cravo Caryophyllus aromaticus L. Myrtaceae

Cumaru Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae

Elixir Paregórico Piper callosum Ruiz et Pav. Piperaceae

Erva Doce Pimpinella anisum L. Apiaceae

Estoraque Styrak aurea Estiraceae

Eucalipto Eucaliptus globulus Labill. Myrtaceae

Favacão Ocimum sp. Labiatae – Lamiaceae

Gengibre Zingiber officinalis Rosc. Zingiberaceae

Goiaba Psidium guayava L. Myrtaceae

Graviola Annona muricata L. Annonaceae

Hortelã grande Marrubium vulgare L. Labiatae – Lamiaceae

Hortelãzinho Mentha piperita L. Labiatae – Lamiaceae

Jambu Spilanthes oleracea L. Asteraceae

Japana Eupatorium triplinerve Vahl. Asteraceae

Jutaí Hymenaea sp. Caesalpiniaceae

Lágrima de Nossa Senhora

Coix lacrima-jobi L. Poaceae

Laranja da Terra Citrus aurantium L. Rutaceae

Laranjeira Citrus sinensis Osbeck Rutaceae

Lima Citrus aurantifolia Swingle Rutaceae

Limão Citrus limonia Osbeck Rutaceae

Limão Galego Citrus aurantifolia Swingle var. Rutaceae

Manjerona Indet. Labiatae – Lamiaceae

Mangueira Mangifera indica L. Anacardiaceae

Manjericão Ocimum minimum L. Labiatae – Lamiaceae

Marupazinho Eleutherine plicata Herb. Iridaceae

Mastruz Chenopodium ambrosioides L. Chenopodiaceae

Mucuracaá Petiveria alliacea L. Phytolacaceae

Mututi Pthecelobium amazonicus Huber Fabaceae

Oryza Oryza sp. Poaceae

Pariri Arrabidaea chica Verlot. Bignoniaceae

Pau-de-Angola Piper arboreum Ruiz et Pav. Piperaceae

Pião Branco Jatropha curcas L. Euphorbiaceae

Pião Roxo Jatropha gossypiifolia L. Euphorbiaceae

Pirarucu Bryophyllumm calicinum Salisb. Crassulaceae

Pracaxi Pentaclethra macroloba (Willd.) O. Kuntze Mimosaceae

Quebra Pedra Phyllanthus niruri L. Euphorbiaceae

Quina Quassia amara L. Simarubaceae

Sabugueiro Sambucus sp. Caprifoliaceae

Sacaca Croton cajucara Benth. Euphorbiaceae

Sálvia Hyptis crenata Pohl ex Benth. Labiatae – Lamiaceae

Sucuriju Mikania sp. Asteraceae

Sucuúba Himathanthus sucuúba (Spruce) Woodson Apocynaceae

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Nome Popular Nome Científico Família

Taperebá Spondias mombim L. Anacardiaceae

Tapacú Connarus punctatus Planchon Connaraceae

Verônica Dalbergia subcymosa Ducke Fabaceae

Vicky Mentha pulegium L. Labiatae – Lamiaceae

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Figura 46 - Gráfico das principais famílias utilizadas pelas populações do Setor Estuarino do Estado do Amapá, de acordo com o número de espécies. Fonte: GERCO-AP

0

5

10

15

20

25

Anac

ardia

ceae

Lam

iace

ae

Laura

ceae

Poac

eae

Apocy

nac

eae

Myr

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ae

Ast

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eae

Euphorb

iace

ae

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ceae

Labia

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-La

mia

ceae

Fam

ílias

com

2

Fam

ílias

com

1

Famílias

de E

spéci

es

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Figura 47 - Gráfico das espécies mais utilizadas pelas populações ribeirinhas do Setor Estuarino do Estado do Amapá. ADJ (Região Ambiental de Terra Firme) e Zona Costeira (Região Ambiental da Planície Costeira). Fonte: GERCO-AP

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0m

arupaz

inho

am

eixa

alho

chic

ória

goia

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a

andir

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cam

ilita

na

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ba

mucu

raca

á

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ra p

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cid

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des

inflam

a

euca

lipto

ory

za

capim

mar

in

lar

anje

ira

sucu

úba

erva

-cid

reira

lim

ão

bab

osa

verô

nic

a

bold

o

bar

bat

imão

arr

uda

outr

os

PC TF

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REFERÊNCIAS

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AYRES, J.M. As matas de várzea do Mamiraúa. Brasília. MCT/CNPq. 1993.

CAVALCANTE, P. B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém. MCT/CNPq/MPEG, 1988. 279 p.

FIDALGO, O; BONONI, V.L.R. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica, 1984. 62 p.

IBGE. Diagnóstico ambiental da Amazônia Legal. Rio de Janeiro, 1997. 1 CD-ROM.

INSTITUTO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS DO ESTADO DO AMAPÁ.ZEE. Primeira aproximação do Zoneamento Econômico Ecológico do Amapá. Relatório Final (Versão Simplificada). Macapá: IEPA/ZEE, 1998.104 p.

INSTITUTO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS DO ESTADO DO AMAPÁ ZEE. Ordenamento territorial da região sul do Amapá em debate. Macapá: MMA/PPG7/SEMA/IEPA, 1999.12 p.

MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI. Caracterização da fitoecologia e da flora da zona de influência da hidrovia do Marajó, ilha do Marajó, Estado do Pará. Belém: MCT/CNPq/MPEG, 1998.51 p.

NELSON, B.W.; OLIVEIRA A. A. de. Avaliação e identificação de ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade da Amazônia Brasileira. Programa Nacional de Diversidade Biológica. Macapá, 1999. 67 p.

RADAMBRASIL. Folha NA/NB 22 - Macapá: geologia, geomorfologia, solos, vegetação e uso potencial de terra. Rio de Janeiro, 1997. (Levantamento de Recursos Naturais, v. 6).

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VELOSO, P.V.; RANGEL FILHO, A L. R.; LIMA, J.C.A. Classificação da vegetação brasileira, adaptação a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 124 p.

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Anexo A- Caracterização dos Pontos visitados do Setor Estuarino do Estado do Amapá. Localidade Coordenadas

Lat. / Long. Ecossistema

Rio Matapi N 00º 00’ 49,5” W 51º 14’ 00,1”

Campo Herbáceo (Pasto)

Furo do Mazagão (Marg. Esquerda)

S 00º 04’ 59,2” W 51º 19’ 22.7”

Vegetação Pioneira (Buritizal)

Furo do Mazagão S 00º 02’ 49,1” W 51º 23’ 33,1”

Campo Herbáceo

Foz do Rio Mazagão S 00º 07’ 38,3” W 51º 16’ 40,2”

Vegetação Pioneira (Siriúba+Mangue+Várzea)

Foz do Rio Mazagão Velho (Marg. Direita)

S 00º 15’ 38,3” W 51º 20’ 40,2”

Vegetação Pioneira (Siriúba+Mangue+Várzea)

Foz do Rio Preto S 00º 15’ 15,5” W 51º 21’ 29,6”

Vegetação Pioneira (Mangue+Várzea)

Vila Tabatinga S 00º 19’ 17,8” W 51º 29’ 09,8”

Campo Herbáceo

Rio Preto S 00º 16’ 54,1” W 51º 28’ 50,1”

Floresta de Igapó

Foz do Rio Maracá S 00º 25’ 50,0” W 51º 26’ 06,3”

Vegetação Pioneira (Siriuba+Varzea)

Foz do Ig. Furo do Maracá S 00º 31’ 20,7” W 51º 30’ 35,5”

Floresta de Várzea (Antropizada)

Vila Filadelfia (Rio Ariramba)

S 00º 36’ 34,5” W 51º 36’ 35,2”

Siriúba + Floresta de Várzea

Rio Ariramba S 00º 41’ 36,5” W 51º 43’ 04,2”

Floresta de Igapó Campo Herbáceo c/ Palmeira

Rio Ariramba S 00º 41’ 49,3” W 51º 42’ 38,8”

Floresta de Igapó (início)

Rio Cajari S 00º 52’ 16,5” W 51º 46’ 19,6”

Campo Herbáceo + Arbustivo

Rio Amazonas S 00º 59’ 48,3” W 51º 41’ 33,1”

Vegetação Pioneira

Aruãs S 01º 02’ 26,8” W 51º 42’ 07,5”

Floresta de Várzea

Rio Matauaú S 01º 03” 00,5” W 51º 48’ 06,1”

Floreta de Várzea+Floresta de Igapó/Campo Herbáceo + Arbustivo

Fazenda Nova Jerusalém S 01º 07’ 41,7” W 51º 57’ 32,4”

Campo Herbáceo

Vila Jarilândia S 01º 07’ 33,7” W 52º 00’ 35,2”

Campo Herbáceo (início)

Ig. do Canal S 01º 07’ 36,1” W 52º 00’ 41,2”

Campo Herbáceo

Vila Marajó S 01º 08’ 01,8” W 52º 08’ 08,9”

Campo Herbáceo

Vila Cafezal S 01º 06’ 22,4” W 52º 08’ 37,6”

Campo Herbáceo + Floresta Secundária (Capoeira)

Vila Cafezal S 01º 06’ 07,0” W 52º 08’ 20,1”

Floresta Terra Firme

V. Muriacá (Rio Cajari)

S 00º 54’ 51,7” W 52º 08’ 05,6”

Floresta de Várzea

Vila Santa Helena S 00º 54’ 49,9” W 52º 06’ 30,6”

Campo Herbáceo

Vila Conceição do Muriacá S 00º 51’ 47,2” W 51º 57’ 47,1”

Campo Herbáceo

Page 30: Cap5 Vegeta..o atualiz17[1].10.4iepa.ap.gov.br/estuario/arq_pdf/vol_1/cap_5_vegetacao... · 2016. 5. 8. · Title: Microsoft Word - Cap5 Vegeta..o_atualiz17[1].10.4.doc Author: Marcell

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Cont. Localidade Coordenadas

Lat. / Long. Ecossistema

AP 070 N 00º 12’ 25” W 51º 01’ 17,8”

Floresta de Galeria

Plantação (AMCEL) N 00º 13’ 43,9” W 51º 02’ 18,7”

Floresta de Galeria

BR 156 N 00º 16’ 12,9” W 51º 05’ 03,6”

Floresta de Galeria

Cutias (Rio Araguari) N 00º 58’ 28,2” W 50º 48’ 32,8”

Floresta de Várzea

Ig. Margem Direita do Rio Araguari N 00º 59’ 46,2” W 50º 47’ 58,2”

Vegetação Pioneira (Aninga + Raparigueira)

Rio Araguari N 01º 03’ 22,0” W 50º 41’ 24,8”

Vegetação Pioneira (Aninga + Caranã)

Rio Araguari N 01º 02’ 45,2” W 50º 40’ 34,9”

Campo Herbáceo

Furo do Rio Araguari N 01º 02’ 11,6” W 50º 41’ 29,1”

Vegetação Pioneira (Aningal)

Ilha Nova Rio Araguari

N 01º 05’ 18,0” W 50º 37’ 50,7”

Vegetação Pioneira (Aninga+Caranã+ Raparigueira)

Ilha Nova Rio Araguari N 01º 05’ 15,8” W 50º 35’ 46,8”

Vegetação Pioneira

Rio Araguari N 01º 11’ 10,9” W 50º 27’ 17,3”

Vegetação Pioneira (Buriti + Aninga)

Fazenda Santana N 01º 14’ 11,8” W 50º 16’ 54,0”

Campo Herbáceo

Fazenda Santana N 01º 19’ 20,3” W 50º 10’ 59,9”

Campo Herbáceo

Vila Bom Amigo N 01º 11’ 22,6” W 50º 04’ 32,7”

Campo Herbáceo

Vila Macedônia N 00º 52’ 29,9” W 50º 02’ 54,8”

Floresta de Várzea

Ig. Andiroba N 00º 51’ 41,6” W 50º 12’ 01,8”

Floresta de Várzea

Vila Andiroba N 00º 52’ 26,5 W 50º 12’ 41,9”

Floresta de Várzea

Ig. Buritizal N 00º 52’ 50,5” W 50º 05’ 17,9”

Várzea + Siriúba

Vila Buritizal N 00º 52’ 17,7” W 50º 05’ 35,1”

Floresta de Várzea + Siriúba

Vila do Furo Ig. Grande N 01º 01’ 58,6” W 50º 00’ 16,7”

Floresta de Várzea + Mangue + Siriúba

Furo do Ig. Grande N 01º 03’ 27,6” W 50º 01’ 23,5”

Campo Herbáceo

Furo do Ig. Grande N 01º 06’ 47,7” W 50º 02’ 21,6”

Campo Herbáceo

Ilha do Parazinho N 00º 52’ 43,7” W 49º 59’ 18,1”

Floresta Secundária (Capoeira)

Ilha do Parazinho N 00º 52’ 07,1” W 49º 59’ 18,7”

Duna + Vegetação Herbácea + Brejo Herbáceo

Anexo B: Legenda do Mapa.

Anexo C.1. Mapa de vegetação – Carta 1/3.

Anexo C.2. Mapa de vegetação – Carta 2/3.

Anexo C.3. Mapa de vegetação – Carta 3/3.