cap5 vegeta..o atualiz17[1].10.4iepa.ap.gov.br/estuario/arq_pdf/vol_1/cap_5_vegetacao... · 2016....
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CAPÍTULO 5
VEGETAÇÃO
Salustiano Vilar da Costa Neto Marcio Sousa da Silva
5.1 INTRODUÇÃO
O litoral estuarino do Estado do Amapá apresenta um conjunto
vegetacional ímpar, moldado pela dinâmica do rio Amazonas, onde
predominam os campos naturais e as florestas de várzea.
Os campos naturais se caracterizam por áreas abertas com
predomínio do elemento herbáceo, existindo também aqueles localizados
em locais com pequenas oscilações na topografia do terreno que
permitem o estabelecimento de um estrato arbóreo-arbustivo; além
destes, existem ainda áreas com concentração de ilhas de mata de
tamanho e formas variadas. Estas últimas estão localizadas em relevo
mais alto, onde geralmente os efeitos da inundação não são observados.
As florestas são predominantemente do tipo pluviais ou ombrófilas
e perenifólias. Estas apresentam um padrão que varia de Florestas de
Terra Firme, sem influência de inundação, passando pelas Aluviais, com
pouca influência de inundação, até alcançar as áreas de igapó, que são
permanentemente inundadas. As matas de várzea que se encontram sob
a influência das marés semidiurnas estão associadas ao Rio Amazonas e
seus tributários, como os rios Jari, Cajari, Ariramba, Maracá, Preto,
Mazagão, Matapi, Vila Nova, Ipixuna, Pedreira, Macacoari, Piririm,
Gurijuba, Araguari e outros.
O objetivo deste trabalho é o de caracterizar e identificar os tipos
de vegetação do Setor Estuarino do Estado do Amapá, servindo como
instrumento de consulta ao mapa de vegetação da região e de base para
elaboração do mapa de potencialidades e limitações do Setor.
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5.2 METODOLOGIA
O procedimento metodológico empregado baseou-se inicialmente
na análise e interpretação de um mosaico de imagens de satélite
LANDSAT TM-5, ano 1997, cuja elaboração foi apresentada no capítulo
inicial deste volume, tendo como base principal para definição dos
diferentes tipos de vegetação os padrões texturais observados nas
imagens. Posteriormente, estas unidades foram digitalizadas através do
programa SPRING em versão 3.4b; em seguida, foram realizadas
checagens de campo para reconhecimento e identificação das diferentes
fisionomias vegetais classificadas.
No levantamento de campo foi utilizado um GPS (Global Position
System) para registrar a localização exata dos diversos tipos fisionômicos
da vegetação desse setor.
O sistema utilizado para classificação das tipologias foi de Velloso
et al (1991); IBGE (1997) ; IEPA (1999).
Todas as espécies herbáceas, arbóreas e arbustivas férteis contidas
nos pontos visitados foram coletadas, obedecendo à metodologia
convencional, isto é, cada amostra composta de um ou mais ramo(s)
florido(s), acompanhado(s) ou não de amostras de madeira, e
herborizado(s) segundo as técnicas habituais de Fidalgo e Bononi (1984).
Na fase de laboratório, as coletas botânicas provenientes do campo
passaram pela rotina de herbário, consistindo de prensagem, secagem,
montagem da exsicata e posterior incorporação no Herbário Amapaense
(HAMAB), do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado
do Amapá (IEPA). A identificação foi efetuada por comparação no HAMAB
e bibliografia especializada. Os espécimes que não conseguiram ser
identificados serão enviados a especialistas para este fim.
Para a investigação etnobotânica foram empregadas técnicas de
entrevistas de campo através de formulários por comunidades e com
pessoas-chaves, onde se procurou abordar a utilização de plantas e outros
produtos para tratamento de diversas doenças. Foram efetuadas
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excursões a quase todas as comunidades dos municípios que compõem a
Zona Costeira Estuarina do Estado do Amapá, no período de 1998 a 2000.
5.3 RESULTADOS
Os trabalhos de campo associados com a interpretação das
imagens LANDSAT permitiram identificar três tipos fisionômicos na
paisagem do Setor Costeiro Estuarino: vegetação de influência flúvio-
marinha, campestre, florestal, além das associações e das áreas
alteradas. Dentro do tipo fisionômico de influência flúvio-marinha foram
caracterizadas duas unidades; na campestre, seis unidades; e para a
floresta, quinze unidades. Nas associações foram definidas dez unidades e
nas áreas alteradas, duas.
5.3.1 Floresta com influência flúvio-marinha
São formações vegetais que ainda se encontram em fase de
sucessão, com ecossistemas dependentes de fatores ecológicos instáveis.
Trata-se de áreas sedimentares relativamente recentes podendo
ocorrer influência marinha, apresentando uma cobertura vegetal litorânea,
com predomínio de raízes escoras (Rhizophora mangle L. e R. racemosa
G. F. Mayer) e pneumatóforos (Avicennia germinans (L.) Stearn e
Laguncularia racemosa (L.) Gaertn.) (Tabela 5), ou, ainda, de influência
fluvial, caracterizada pelos componentes denominados várzea e campos
inundáveis, que ocorrem sobre solos hidromórficos. Tabela 5 - Espécies das florestas com influência fluvio-marinha do Setor Estuarino do Estado do Amapá
Nome Vernacular Nome Científico Família
Mangue Rhizophora mangle L. Rhizophoraceae
Mangue R. racemosa G. F. Mayer Rhizophoraceae
Siriúba Avicennia germinans (L.) Stearn Avicenniaceae
Tinteiro Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. Combretaceae
5.3.1.1 Siriubal (Sb)
Caracteriza-se pela presença de Avicennia germinans (Siriúba) em
áreas de grande concentração, uma vez que esta espécie representa o
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tipo dominante nos manguezais amapaenses. Estão distribuídas nas áreas
de deposição mais recentes do Arquipélago do Bailique e na Foz do rio
Araguari, formando bosques monoespecíficos. Essa espécie também
ocorre em pequenas populações ao longo do rio Amazonas, chegando a
atingir a foz do rio Ariramba (Figura 33).
Associadas aos bosques de Siriúba, com porte arbóreo a herbáceo,
encontram-se as espécies: mututi (Pterocarpus amazonicus Huber e P.
officinalis Jacq.), verônica (Dalbergia monetaria L.f. e D. subcymosa
Ducke), aturiá (Macherium lunatum L.f.), Crenea maritima L., Crinum sp.,
Cyperus comosus Poir., Fimbristylis sp. entre outras.
Figura 33 - Siriubal da região do Igaçaba, Arquipélago do Bailique. a) Destaque para o bando de guarás e
b) Vista geral do ecossistema.
Fonte: Acervo GERCO.
A espécie Rhizophora racemosa distribui-se na parte mais interna do
estuário chegando a atingir a foz do rio Preto, sendo que sua maior
concentração é verificada na porção norte do Arquipélago do Bailique. No
igarapé Grande da Terra Grande (Bailique) foi verificada a ocorrência de
Laguncularia racemosa.
Estas áreas apresentam uma importância na cadeia alimentar dos
oceanos, mares e estuários, servindo de local de reprodução, de berçário
e de alimentação para alevinos e peixes jovens, crustáceos e moluscos,
que usam esses ambientes como moradia ou em alguma fase do ciclo de
vida para se desenvolverem.
Dada essa importância biológica é imprescindível a conservação desses
ecossistemas, uma vez que abrigam espécies de interesse econômico,
A B
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como os caranguejos, camarões, mexilhões e várias espécies de peixes e
aves.
5.3.1.2 Restinga (R)
Adotou-se a definição de restinga de Araújo e Henriques (1984),
como sendo o ecossistema adjacente ao oceano, ocorrendo sobre areia
marinha ou fluvio-marinha, de origem quaternária.
São caracterizadas pela presença da Fabaceae Vigna luteola (Jacq.)
Benth. Convolvulaceae Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. ; Schult.,
Malvaceae Hibiscus cf. bifurcatus Cav. e as Poaceae Hymenachne
amplexicaule (Rudge) Nees, Digitaria horizontalis Willd. e Paspalum
decubens Sw (Figura 34).
Figura 34 - Vegetação de Restinga da praia do Parazinho, Arquipélago do
ailique, Amapá.
Fonte: Acervo GERCO.
5.3.2 Campestre
5.3.2.1 Campo Herbáceo Periodicamente Inundado (Ch)
Ocorre em toda a extensão do Setor Estuarino, desde o rio Jari até
o rio Araguari, sobre os terraços holocênicos, ligeiramente acima do nível
da água. São caracterizados pela presença de diversas espécies de
macrófitas aquáticas (Figura 35), como Poaceae, Cyperaceae,
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Nymphaceae, Alismataceae, Araceae, Maranthaceae, sem a presença de
arbustos ou árvores (Tabela 6).
A pecuária bubalina é intensa nessas áreas, causando alterações na
paisagem dos campos, gerando canais de drenagem que servem de
escoamento da água, principalmente durante os meses de estiagem,
facilitando a queimada e o desmatamento desse ecossistema (Figura 36).
Figura 35 - Campo Herbáceo Periodicamente Inundado. Em primeiro plano, temos
aguapé (Echornia sp.), taboa (Cyperus giganteus Vahl.), aninga (Montrichardia arborescens Schott.) e, ao fundo, o buriti (Mauritia flexuosa L.f.).
Fonte: Acervo GERCO.
Figura 36 - Campo Herbáceo Periodicamente Inundado. a) Áreas de campo no rio Gurijuba, município de Macapá. b) Área utilizada para bubalinocultura. Fonte: Acervo GERCO.
a b
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Tabela 6- Espécies dos campos naturais do Setor Estuarino do Estado do Amapá
Nome Vernacular Nome Científico Família
Alface d’água Pistia stratioides L. Araceae
Aguapé Eichhornia azurea (Sw.) Kunth Pontederiaceae
Aguapé Eichhornia crassipes (Mart.) Solms. Pontederiaceae
Azolla Azolla sp. Saviniaceae
Buriti Mauritia flexuosa L. f. Arecaceae
Cabomba Cabomba aquatica DC. Nymphaeaceae
Canarana Hymenachne amplexicaule (Rudge) Nees Poaceae
Caranã Mauritiella aculeata (Kunth) Burnet. Arecaceae
Junco Eleocharis emarginata (Ness) Klotz. Cyperaceae
Junco Eleocharis intesticta (Vahl) Roemer et Schultes Cyperaceae
Junco Eleocharis mutata (L.) Roemer et Schultes Cyperaceae
Junco Eleocharis sp. Cyperaceae
Salvinia Salvinia articulata Aubl. Saviniaceae
Samambaia Blechnum serrulatum L. C. Rich. Polypodiaceae
Taboa Cyperus giganteusI Vahl. Cyperaceae
Centrosema brasilianum (L.) Benth. Fabaceae
Cuphea melvilla Lindley Lythraceae
Cyperus luzulae (L.) Retz. Cyperaceae
Fimbristylis annua (Allioni) Roemer et Schultes Cyperaceae
Scleria microcarpa Nees Cyperaceae
Panicum laxum Sw. Poaceae
Paspalum repens Berg. Poaceae
5.3.2.2 Campo Arbustivo Periodicamente Inundado (Ca)
Estas áreas diferenciam-se dos campos herbáceos pela freqüência de
árvores como a taxi (Triplaris surinamensis Cham.), mamorana (Pachira
aquatica Aubl.), munguba (Bombax munguba Mart. et Zucc.); arbustos
esparsos, como Solanum sp., Mimosa pigra L. e as palmeiras buriti
(Mauriti flexuosa L. f.) e caranã (Mauritiella aculeata (Kunth) Burnet.)
(Figura 37).
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Figura 37 - Vista geral do campo arbustivo periodicamente
inundado no rio Araguari. Destaque para o arbusto Mimosa
pigra L (a).
Fonte: Acervo GERCO
5.3.2.3 Campo Permanentemente Inundado (I)
São as áreas mais baixas dos campos, constituídos de depressões
onde se formam lagos permanentes, com acúmulo de matéria orgânica
proveniente da decomposição das macrófitas aquáticas. Dentre essas
podemos destacar o aguapé (Eichornia crassipes (Mart.) Solms e E.
azurea (Sw.) Kunth.), mururé (Nynphaea sp.), cabomba (Cabomba
aquatica DC.) e outras aquáticas (Figura 38).
Figura 38 - Vista geral do Lago Ajuruxi, com domínio de macrófitas
aquáticas.
Fonte: Acervo GERCO.
a
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5.3.2.4 Cerrado com Forma Arbórea/Arbustiva e de Campo Limpo
Associado (C)
É uma classe de formação predominante dos climas quentes e
úmidos, com chuvas torrenciais bem demarcadas pelo período seco e
caracterizada sobretudo por árvores tortuosas, de folhas raramente
deciduais, como também por formas biológicas adaptadas aos solos
deficientes, profundos e aluminizados (RADAMBRASIL, 1974) (Tabela 7).
As potencialidades do cerrado estão ligadas às espécies frutíferas,
como mangaba (Hancornia speciosa Gomez.), muruci (Byrsonima
crassifolia (L.) Rich.), caju (Anacardium occidentale L.) e araticum
(Annona paludosa Aubl.); e às medicinais, como o barbatimão (Ouratea
hexasperma (St. Hill.) Benth.), sucuúba (Himathanthus articulata (Vahl.)
Wood.) e lacre (Vismia guianensis (Aubl.) Choisy).
Formação do grupo das savanas, com pequenas árvores esparsas
entre dois e cinco metros, esgalhadas e bastante tortuosas, e outras
lenhosas a sublenhosas rasteiras dispersas em um estrato herbáceo
contínuo. Entre as espécies arbórea/arbustivas podemos citar: sucuúba
(Himathanthus articulata (Vahl.) Wood.), caimbé (Curatella americana L.),
mangaba (Hancornia speciosa Gomez.), barbatimão (Ouratea hexasperma
(St. Hill.) Benth.), muruci (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.), muruci
rasteiro (Byrsonima verbascifolia (L.) Rich.) e bate-caixa (Salvertia
convallariaeodora St. Hill.). No estrato herbáceo as espécies mais
freqüentes são: Chamaecrista diphylla Greene, C. racemosa (Vogel) Irwin
et Barn. (Leguminosae), Comolia lytrarioides (Steud.) Naud.
(Melastomataceae), Paspalum carinatum Fluegge (Poaceae),
Rhynchospora barbata (Vahl) Kunth, Scleria cyperiana Kunth.
(Cyperaceae), entre outras (Figura 39).
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Figura 39 - Cerrado com Forma Arbórea Arbustiva associado a Campo Limpo. a) Vista aérea do cerrado
sobre relevo ondulado e a Floresta de Galeria; e b) Área de cerrado utilizada pela pecuária.
Fonte: Acervo GERCO
Tabela 7- Espécies arbórea/arbustivas dos cerrados do Setor Estuarino do Estado do Amapá
Nome Vernacular Nome Científico Família
Araticum Annona sp. Annonaceae
Barbatimão Ouratea hexasperma (St. Hill.) Benth. Ochnaceae
Bate-caixa Salvertia convallariaeodora Aubl. Vochysiaceae
Caimbé Curatella americana L. Dilleniaceae
Caju Anacardium occidentale L. Anacardiaceae
Lacre Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Clusiaceae
bMangaba Hancornia speciosa Gomez. Apocynaceae
Muruci Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Malpighiaceae
Muruci Rasteiro Byrsonima verbascifolia (L.) Rich. Malpighiaceae
Sucuúba Himatanthus articulata (Vahl.) Wood. Apocynaceae
5.3.3. Floresta de Várzea
5.3.3.1 Floresta de Várzea de Alto Porte com Grande Freqüência de
Palmeiras (Fv)
As florestas de várzea ocupam 4,85% da cobertura vegetal do
Estado, e aproximadamente 15,46 % do Setor Costeiro Estuarino (IEPA,
1998). São ecossistemas energeticamente abertos, associados às planícies
de inundações dos rios e igarapés de água branca do estuário amazônico.
Apresentam uma estrutura exuberante, rica diversidade e um grande
patrimônio genético.
Estão submetidas a um ciclo diário de enchentes e vazantes por
água doce represada pelas marés. Devido a essa dinâmica, são carreados
diariamente para essas áreas uma grande quantidade de material
sedimentar. São formadas por áreas mais recentes sobre solos
a
b
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hidromórficos ricos em material sedimentar do Período Quaternário, o que
lhe confere um potencial econômico na exploração da madeira e
essências.
As florestas de várzea são relativamente baixas e abertas,
comparadas com as de terra firme, com altura em torno de 20 a 25 m. No
entanto, a biomassa pode ser equivalente, com área basal em torno de 25
m² e a densidade aproximada de 200 a 300 árvores por hectare, quando
considerados somente os indivíduos com DAP = 10 cm (MPEG, 1998;
NELSON; OLIVEIRA, 1999).
As espécies características das florestas de várzea na região
estuarina do Amapá são marcadas pelo domínio de palmeiras,
destacando-se o açaí (Euterpe oleracea Mart.), buriti (Mauritia flexuosa
L.f.), ubuçu (Manicaria saccifera Gaertn.) e urucuri (Attalea excelsa Mart)
(Tabela 8 e Figura 40).
Figura 40 - Palmeiras predominantes nas várzeas do Setor Estuarino do Estado do Amapá. a) Açaí (Euterpe
oleracea Mart.). b) Buriti (Maurita flexuosa L.f.).
Fonte: Acervo GERCO.
Tabela 8- Palmeiras da floresta de várzea do Setor Estuarino do Estado do Amapá
Nome Vernacular Nome Científico Família
Açai Euterpe oleracea Mart. Arecaceae
Buriti Mauritia flexuosa L. f. Arecaceae
Jacitara Desmoncus sp. Arecaceae
Mumbaca Astrocaryum munbaca Mart = A. gynacanthum
Mart.
Arecaceae
Murumuru Astrocaryum murumuru Mart. Arecaceae
Paxiuba Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl Arecaceae
Ubuçu Manicaria saccifera Gaertn. Arecaceae
Urucuri Attalea excelsa Mart. Arecaceae
ab
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Foram identificadas as espécies arbóreas pau-mulato
(Callycophyllum spruceanum Benth.), assacu (Hura crepitans L.), anani
(Symphonia globulifera L.f.), jenipapo (Genipa americana L.), seringueira
(Hevea guianensis Aubl.), taperebá (Spondias monbim Jacq.), mamorana
(Pachira aquatica Aubl.), ucuúba (Virola surinamensis (Rol.) Warb.),
andiroba (Carapa guianensis Aubl.), samaúma (Ceiba pentandra Gaertn.),
pracuúba (Mora paraensis Ducke.), mututi (Pterocarpus amazonicus
Huber.), pracaxi (Pentaclethra macroloba (Willd.) Kunt.), acapurana
(Campsiandra laurifolia Benth.),b entre outras (Tabela 9).
Essas florestas apresentam um grande potencial econômico, com a
presença de espécies oleaginosas, frutíferas, laticíferas e várias espécies
madeireiras, estoques esses que estão sendo perdidos em função da
exploração e manejo inadequados destes recursos, que estão entre as
principais fontes de renda para os povos ribeirinhos (Figura 41 e 42).
Figura 42 - Floresta de Várzea da área sul do Setor
Estuarino. a) Rio Preto. b) Rio Cajari. c) Rio Maracá.
Fonte: Acervo GERCO
b
c
a
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Figura 42 - Floresta de Várzea da área norte do Setor
Estuarino. a) Rio Pacuí. b) Rio Curuá. c) Rio Araguari.
Fonte: Acervo GERCO
5.3.3.2 Floresta de Várzea de Porte Mediano com Baixa Freqüência ou
Ausência de Palmeiras (Fv1)
Esta unidade assemelha-se às outras unidades de várzea,
apresentando as mesmas espécies, com um detalhe importante a ser
ressaltado, que é a diminuição do número de espécies ou a total ausência
das palmeiras, que são muito freqüentes no restante do estuário
amazônico.
5.3.3.3 Floresta de Várzea de Porte Mediano com Domínio de Guadua sp.
(Fv2)
Na Foz do rio Araguari, as várzeas apresentam uma altura de 15 a
20 metros, com o domínio de taboca do gênero Guadua sp., formando
uma franja de difícil penetração, além das outras espécies que ocorrem no
estuário amazônico.
c
a
a
c
b
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Tabela 9 - Espécie da floresta de várzea do Setor Estuarino do Estado do Amapá
Nome Vernacular Nome Científico Família
Abiorana Pouteria sp. Sapotaceae
Acapurana Campsiandra laurifolia Benth. Caesalpiniaceae
Anani Symphonia globulífera L. f. Clusiaceae
Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae
Aninga Montrichardia arborescens Schott. Araceae
Arumã Ischnosiphon arouma (Aubl.) Koern. Maranthaceae
Assacu Hura crepitans L. Euphorbiaceae
Aturiá Macherium lunatum Ducke Fabaceae
Cacau Theobroma cacao L. Sterculiaceae
Cedro Cedrela odorata Ruiz et Pav. Meliaceae
Fava Macrolobium multijugum (DC.) Benth. Caesalpiniaceae
Jenipapo Genipa americana L. Rubiaceae
Jeniparana Gustavia augusta J. L. Gmel. Lecythidaceae
Macucu Licania heteromorpha Benth. Chrysobalanaceae
Mamorana Pachira aquatica Aubl. Bombacaceae
Mata Pau Ficus sp. Moraceae
Munguba Bombax munguba Mart. et Zucc. Bombacaceae
Mututi Pterocarpus amazonicus Huber Fabaceae
Parquia Parkia nitida Miq. Mimosaceae
Pau Mulato Callycophyllum spruceanum Benth. Rubiaceae
Pente de Macaco Apeiba echinata Gaertn. Tiliaceae
Pracaxi Pentaclethra macroloba (Willd.) O. Kuntze Mimosaceae
Pracuuba Mora paraensis Ducke Caesalpiniaceae
Samauma Ceiba pentandra Gaertn. Bombacaceae
Seringueira Hevea guianensis Aubl. Euphorbiaceae
Sororoca Phenakospermum sp. Musaceae
Taperebá Spondias monbim Jacq. Anacardiaceae
Tento Ormosia sp. Fabaceae
Ucuúba Virola surinamensis (Rol.) Warb. Myristicaceae
Uxirana Saccoglotis guianensis Benth. Humiriaceae
5.3.3.4 Floresta de Várzea de Porte Mediano com Domínio de Mauritia
flexuosa Mart. (Fv3)
São áreas com grande concentração de buriti (Mauritia flexuosa
L.f.), localizadas na planície flúvio-estuarina do rio Jerusalém do Pau
Mulato, e nas áreas de deposição das margens dos rios Gurijuba, Pedreira,
Ipixuna, Matapi, Vila Nova, Mazagão e outros.
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Juntamente com o açaí, o buriti é uma das palmeiras mais
importantes para as populações ribeirinhas, sendo utilizada na sua
alimentação como bebida natural ou fermentada, óleo e doces dos frutos,
açúcar do estipe, sabão caseiro, material para casa, etc. (CAVALCANTE,
1988). Apesar disto, as populações ribeirinhas da região estuarina do
Amapá utilizam muito pouco esse recurso.
5.3.3.5 Floresta de Galeria (Fg)
A mata de galeria é uma tipologia de transição entre o cerrado e os
campos inundáveis (campos herbáceo e arbustivo). Composta pelas
espécies de palmeiras buriti (Mauritia flexuosa L.f.), açaí (Euterpe
oleracea Mart.), caranã (Mauritiella aculeata (Kunth) Burnet.) e jacitara
(Desmoncus sp.); araticum (Annona paludosa Aubl.), Coccoloba sp, Ficus
sp., anani (Symphonia globulifera L.f.) e ucuúba ou virola (Virola sp.). Nas
bordas, em terrenos mais elevados, encontramos espécies como a
sapucaia (Lecythis sp.) e o jatobá (Hymenaea parvifolia L.).
5.3.3.6 Aluvial Florestal - Terraços Fluviais (Alf)
São formações aluviais sempre presentes nos terraços mais antigos
nos cursos médios dos rios, encontrados na região sul e sudeste do Estado
na transição entre a terra firme e as florestas inundáveis (várzea),.
Ocorre sobre solos hidromórficos, onde a inundação proveniente do
acúmulo de águas pluviais se dá pela drenagem deficiente desses solos
aliada à presença do lençol freático superficial.
As florestas aluviais são compostas por manchas de vegetação
localizadas em áreas onde as enchentes podem ser causadas por águas
transportadas dos sistemas fluviais durante as cheias, ou pelo acúmulo de
água da chuva durante o inverno, entre os meses de janeiro a maio
(Figura 43).
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5.3.3.7 Floresta de Igapó (Fi)
São florestas que ocorrem nas regiões sul e sudeste do Estado, sofrendo a
influência das cheias dos meses de inverno. Aqui aparecem espécies
comuns de igapó e várzea como o açai (Euterpe oleracea Mart.), taxi
(Triplaris surinamensis Cham.), mucuna (Mucuna altissima (Jack.) DC.),
faveiro (Vatairea guianensis Aubl.), pajeú (Coccoloba sp.), etc. (Tabela
10).
Figura 43- Aspecto interno das florestas aluviais sobre terraços luviais.
Fonte: Acervo GERCO
Tabela 10- Espécies da floresta de várzea-igapó do Setor Estuarino do Estado do Amapá
Nome Vernacular Nome Científico Família
Açai Euterpe oleraceae Mart. Arecaceae
Arapari Macrolobium acaciifolium Benth. Caesalpiniaceae
Faveiro Vatairea guianensis Aubl. Fabaceae
Pajeú Coccoloba sp. Polygonaceae
Pitaiga Swartzia acuminata Willd. Caesalpiniaceae
Taxi Triplaris surinamensis Cham. Polygonaceae
5.3.4. Floresta de Terra Firme
Apesar de ser um componente dominante na paisagem amazônica,
na região costeira estuarina essas florestas apresentam-se em pequenos
trechos, em contato com os campos herbáceos e arbustivos e os cerrados.
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As florestas de terra firme são densas, com árvores emergentes,
com dossel em torno de 30 a 35 m, a biomassa é considerada alta com
área basal em torno de 30 m² e a densidade aproximada de 400 a 500
árvores por hectare, quando se consideram apenas os indivíduos com DAP
= 10 cm (MPEG, 1998 ; NELSON ; OLIVEIRA, 1999).
Essas florestas são caracterizadas pela presença de espécies típicas
de floresta densa como a castanheira (Bertholletia excelsa Berg.), itaúba
(Mezilaurus itauba (Meissn) Taub. ex Mez.), carapanaúba (Aspidosperma
carapanauba Pichon), quaruba (Vochysia guianensis Aubl.), visgueira
(Parkia pendula Benth. ex Walp.) e angelim (Dinizia excelsa Ducke)
(Tabela 11).
A espécie Bertholletia excelsa (castanheira) caracteriza grandes
espaços da floresta densa, constituindo às vezes, associações
homogêneas, o que facilita seu extrativismo comercial. Outro ponto a ser
abordado é a potencialidade madeireira destas áreas, com uma infinidade
de espécies de valor econômico, como o angelim, itaúba, quaruba, etc.
Tabela 11- Espécies da floresta de terra firme do Setor Estuarino do Estado do Amapá
Nome Vernacular Nome Científico Família
Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae
Angelim Dinizia excelsa Ducke Mimosaceae
Cacaui Theobroma speciosum Willd. Sterculiaceae
Carapanauba Aspidosperma carapanauba Pichon Apocynaceae
Castanheira Bertholletia excelsa Berg. Lecythidaceae
Coataquiçaua Peltogyne paradoxa Caesalpiniaceae
Itaúba Mezilaurus itauba (Meissn) Taub. ex Mez. Lauraceae
Jatobá Hymenaea courbaril L. Caesalpiniaceae
Parquia Parkia pendula Benth. Ex Walp. Mimosaceae
Quaruba Vochysia guianensis Aubl. Vochysiaceae
As florestas de terra firme estão classificadas de acordo com a
estrutura da vegetação, presença de espécies dominantes e o relevo a
qual está associada. Através destes critérios foram identificadas oito
unidades florestais:
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• Floresta de Alto Porte com Presença de Castanha do Brasil
(Bertholletia excelsa H ; B) Dispersa no Estrato Emergente
Associada a Relevo Forte Ondulado (F1a);
• Floresta de Alto Porte com Presença de Castanha do Brasil
(Bertholletia excelsa H ; B) Dispersa no Estrato Emergente
Associada a Relevo Ondulado (F1b);
• Floresta de Alto Porte com Presença de Castanha do Brasil
(Bertholletia excelsa H ; B) Dispersa Estrato Emergente Associada
a Relevo Plano a Suave Ondulado (F1c);
• Floresta de Porte Mediano (Mata Fina) com Domínio de Quaruba
Cedro (Vochysia sp.) com Espécies Emergentes (F2);
• Floresta de Porte Mediano (Mata Fina) com Espécies Emergentes
Dispersa (F3);
• Floresta de Alto Porte com Presença de Angelim Vermelho (Dinizia
excelsa Ducke) e Coataquiçaua (Peltogyne paradoxa) com Espécies
Emergentes Associadas a Relevo Forte Ondulado (F4a);
• Floresta de Alto Porte com Presença de Angelim Vermelho (Dinizia
excelsa Ducke) e Coataquiçaua (Peltogyne paradoxa) com Espécies
Emergentes Associadas a Relevo Ondulado (F4b) e Floresta de Alto
Porte com Dossel Pouco Estratificado (F5).
5.3.5 Áreas Alteradas
5.3.5.1 Área Alterada (A)
As florestas secundárias estão associadas às áreas de floresta de
terra firme e de várzea que foram deflorestadas ou queimadas,
aproveitando-se dos meses de menor intensidade pluviométrica (seca)
para esta prática. A remoção da cobertura vegetal está relacionada com a
prática de agricultura itinerante, como o plantio de mandioca, milho,
banana, melancia, etc.
As espécies freqüentes nestas capoeiras são embaúba (Cecropia
palmata Willd., C. sciadophylla Mart.), lacre (Vismia guianensis (Aubl.)
89
Choisy), tapiririca (Tapirira guianensis Aubl.), murta (Myrcia fallax DC.,
Eugenia biflora DC., Myrciaria tenella Berg.), Miconia sp., Psychotria sp.,
dentre outras espécies (Figura 44).
Na região de São Joaquim do Pacuí, as áreas de capoeira ocorrem
no domínio das palmeiras tucumã (Astrocarium vulgare Mart.) e inajá
(Maximiliana maripa (Aubl.) Drude).
5.3.5.2 Área Reflorestada (Ar)
São áreas de plantio da Amapá Agroflorestal/Champion do Brasil
S.A. – International Paper e Jarí Celulose – JARCEL, com pinheiro (Pinus
sp.) e eucalipto (Eucaliptus sp.), nas áreas de cerrado, para fabricação de
celulose (Figura 45).
Figura 44 - Áreas alteradas: a) Região de Vitória do Jari,
associada a relevo plano a suave ondulado.
b) Capoeira na região de Mazagão. c) Roçado no região de
Mazagão.
Fonte: Acervo GERCO
b
c
a
90
Figura 45 - Vista aérea reflorestadas com pinheiro (Pinus sp.) da
Amaá da International Paper
Fonte: Acervo GERCO.
5.3.6 Associações
! Cerrado com Forma Arbórea/Arbustiva e de Campo Limpo Associado
+ Área Alterada (C1 + A);
! Cerrado com Forma Arbórea/Arbustiva e de Campo Limpo Associado
+ Floresta de Porte Mediano (Mata Fina) com Espécies Emergentes
Dispersas (C1 + F3);
! Campo Arbustivo Periodicamente Inundado + Campo Herbáceo
Periodicamente Inundável (Ca + Ch);
! Campo Herbáceo Periodicamente Inundável + Área Alterada(Ch +
A);
! Floresta de Porte Médiano (Mata Fina) com Espécies Emergentes
Dispersas + Área Alterada (F3 + A);
! Floresta de Porte Médiano (Mata Fina) com Espécies Emergentes
Dispersas + Campo Herbáceo Periodicamente Inundável + Área
Alterada (F3 + Ch + A);
! Floresta de Alto Porte com Presença de Angelim Vermelho (Dinizia
excelsa Ducke) e Coataquiçaua (Peltogyne Paradoxa) com Espécies
Emergentes Associadas a Relevo Forte Ondulado + Área Alterada
(F4a + A);
! Floresta de Galeria + Área Alterada (Fg + A);
91
! Floresta de Várzea de Alto Porte com Grande Freqüência de
Palmeiras + Área Alterada (Fv + A) e
! Floresta de Várzea de Alto Porte com Grande Freqüência de
Palmeiras + Siriubal (Fv + Sb).
5.3.7 Espécies Medicinais
No Setor Costeiro Estuarino as informações referentes a este item
foram coletadas a partir de perguntas sobre tipos de plantas medicinais
utilizadas. Os dados foram trabalhados por frequência de ocorrência de
uso de plantas medicinais (Tabela 12).
As famílias com maior número de espécie foram Labiatae com 10
espécies, seguidas da Euphorbiaceae e Rutaceae, com 6 espécies e
Asteraceae, com 5 espécies (Figura 46).
As doze principais espécies mais citadas pelas populações
ribeirinhas são: amor crescido (Portulaca pilosa L.), anador (Plectranthus
barbatus Benth.), arruda (Ruta graveolens L.), barbatimão (Ouratea
hexasperma), boldo (Vernonia condensata Backer), catinga de mulata
(Tanacetum vugare L.), erva-cidreira (Lippia alba Cham.), hortelã grande
(Marrubium vulgare L.), hortelãzinho (Mentha piperita L.), manjericão
(Ocimum minimum L.), mastruz (Chenopodium ambrosioides L.) e
verônica (Dalbergia subcymosa Ducke) (Figura 47).
5.3.8 Espécies Ameaçadas de extinção
Baseando-se na portaria do IBAMA Nº 06, de 15 de janeiro de
1992, constatamos que existe apenas uma única espécie encontradas no
Setor Costeiro Estuarino que se encontra ameaçada na categoria
vulnerabilidade: Virola surinamensis (Rol.) Warb. (categoria: vulnerável).
5.3.9 Recursos Genéticos Importantes Para Melhoramento
Importante patrimônio genético, que podem ser utilizado para
melhoramento de plantas, pois são parentais selvagens de espécies em
processo de domesticação e de grande valor econômico.
92
o Hevea guianensis Aubl.
o Theobroma mariae (Mart.) Schum
o Oryza alata Sw.
o Oryza perennis Moench
o Oryza glumaepatula Steud.
Tabela 12- Listagem das espécies medicinais utilizadas pelas populações do Setor Estuarino do Estado do
Amapá
Nome Popular Nome Científico Família
Abacate Persea americana Mill. var. americana Lauraceae
Abacaxi Ananas sp. Bromeliaceae
Açai Euterpe oleracea Mart. Arecaceae
Alecrim Vitex agnus-castus.L. Verbenaceae
Alfavaca Ocimum sp. Labiatae – Lamiaceae
Alfazema Lavandula spica L. Labiatae – Lamiaceae
Algodão Gossypium sp. Malvaceae
Alho Allium sativum L. Liliaceae
Amapá Parahancornia amapa (Huber) Ducke Apocynaceae
Ameixa Eugenia cumini (L.) Druce Myrtaceae
Amor crescido Portulaca pilosa L. Portulacaceae
Anador Plectranthus barbatus Benth. Labiatae – Lamiaceae
Andiroba Carapa guianensis Aubl. Meliaceae
Anuerá Licania macrophylla Benth. Chrysobalanaceae
Arruda Ruta graveolens L. Rutaceae
Assacu Hura crepitans L. Euphorbiaceae
Babosa Aloe barbabensis Mill. Liliaceae
Barbatimão Ouratea hexasperma (St. Hill.) Benth. Ochnaceae
Batatão Operculina alata (Harm.) Hub. Convulvulaceae
Boldo Vernonia condensata Backer. Asteraceae
Cajueiro Anacardium occidentale L. Anacardiaceae
Camapu Physalis angulata L. Solanaceae
Cana Roxa Costus spicatus Rosc. Zingiberaceae
Canela Cinnamomum zeylanicum Blume Lauraceae
Capim Marinho Cymbopogon citratus Stapt. Poaceae
Carapanauba Aspidosperma sp. Apocynaceae
Casca de Preciosa Aniba canelilla (H.B.K.) Mez. Lauraceae
Castanheira Bertholletia excelsa H ; B. Lecythidaceae
Catinga de Mulata Tanacetum vugare L. Asteraceae
Caxinguba Ficus sp. Moraceae
Cedro Cedrela odorata L. Meliaceae
Chicória Eryngium foetidum L. Apiaceae
Cidreira Lippia alba Cham. Verbenaceae
Cipó de Alho Adenocalymna alliaceum Miers Bignoniaceae
93
Nome Popular Nome Científico Família
Copaiba Copaifera reticulata Ducke Caesalpiniaceae
Coramina Pedilanthus tithymaloides Poit. Euphorbiaceae
Cravo Caryophyllus aromaticus L. Myrtaceae
Cumaru Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae
Elixir Paregórico Piper callosum Ruiz et Pav. Piperaceae
Erva Doce Pimpinella anisum L. Apiaceae
Estoraque Styrak aurea Estiraceae
Eucalipto Eucaliptus globulus Labill. Myrtaceae
Favacão Ocimum sp. Labiatae – Lamiaceae
Gengibre Zingiber officinalis Rosc. Zingiberaceae
Goiaba Psidium guayava L. Myrtaceae
Graviola Annona muricata L. Annonaceae
Hortelã grande Marrubium vulgare L. Labiatae – Lamiaceae
Hortelãzinho Mentha piperita L. Labiatae – Lamiaceae
Jambu Spilanthes oleracea L. Asteraceae
Japana Eupatorium triplinerve Vahl. Asteraceae
Jutaí Hymenaea sp. Caesalpiniaceae
Lágrima de Nossa Senhora
Coix lacrima-jobi L. Poaceae
Laranja da Terra Citrus aurantium L. Rutaceae
Laranjeira Citrus sinensis Osbeck Rutaceae
Lima Citrus aurantifolia Swingle Rutaceae
Limão Citrus limonia Osbeck Rutaceae
Limão Galego Citrus aurantifolia Swingle var. Rutaceae
Manjerona Indet. Labiatae – Lamiaceae
Mangueira Mangifera indica L. Anacardiaceae
Manjericão Ocimum minimum L. Labiatae – Lamiaceae
Marupazinho Eleutherine plicata Herb. Iridaceae
Mastruz Chenopodium ambrosioides L. Chenopodiaceae
Mucuracaá Petiveria alliacea L. Phytolacaceae
Mututi Pthecelobium amazonicus Huber Fabaceae
Oryza Oryza sp. Poaceae
Pariri Arrabidaea chica Verlot. Bignoniaceae
Pau-de-Angola Piper arboreum Ruiz et Pav. Piperaceae
Pião Branco Jatropha curcas L. Euphorbiaceae
Pião Roxo Jatropha gossypiifolia L. Euphorbiaceae
Pirarucu Bryophyllumm calicinum Salisb. Crassulaceae
Pracaxi Pentaclethra macroloba (Willd.) O. Kuntze Mimosaceae
Quebra Pedra Phyllanthus niruri L. Euphorbiaceae
Quina Quassia amara L. Simarubaceae
Sabugueiro Sambucus sp. Caprifoliaceae
Sacaca Croton cajucara Benth. Euphorbiaceae
Sálvia Hyptis crenata Pohl ex Benth. Labiatae – Lamiaceae
Sucuriju Mikania sp. Asteraceae
Sucuúba Himathanthus sucuúba (Spruce) Woodson Apocynaceae
94
Nome Popular Nome Científico Família
Taperebá Spondias mombim L. Anacardiaceae
Tapacú Connarus punctatus Planchon Connaraceae
Verônica Dalbergia subcymosa Ducke Fabaceae
Vicky Mentha pulegium L. Labiatae – Lamiaceae
95
Figura 46 - Gráfico das principais famílias utilizadas pelas populações do Setor Estuarino do Estado do Amapá, de acordo com o número de espécies. Fonte: GERCO-AP
0
5
10
15
20
25
Anac
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ceae
Lam
iace
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Laura
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Fam
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com
2
Fam
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com
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Famílias
Nº
de E
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96
Figura 47 - Gráfico das espécies mais utilizadas pelas populações ribeirinhas do Setor Estuarino do Estado do Amapá. ADJ (Região Ambiental de Terra Firme) e Zona Costeira (Região Ambiental da Planície Costeira). Fonte: GERCO-AP
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0m
arupaz
inho
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eixa
alho
chic
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a
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reira
lim
ão
bab
osa
verô
nic
a
bold
o
bar
bat
imão
arr
uda
outr
os
PC TF
97
REFERÊNCIAS
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AYRES, J.M. As matas de várzea do Mamiraúa. Brasília. MCT/CNPq. 1993.
CAVALCANTE, P. B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém. MCT/CNPq/MPEG, 1988. 279 p.
FIDALGO, O; BONONI, V.L.R. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo: Instituto de Botânica, 1984. 62 p.
IBGE. Diagnóstico ambiental da Amazônia Legal. Rio de Janeiro, 1997. 1 CD-ROM.
INSTITUTO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS DO ESTADO DO AMAPÁ.ZEE. Primeira aproximação do Zoneamento Econômico Ecológico do Amapá. Relatório Final (Versão Simplificada). Macapá: IEPA/ZEE, 1998.104 p.
INSTITUTO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS E TECNOLÓGICAS DO ESTADO DO AMAPÁ ZEE. Ordenamento territorial da região sul do Amapá em debate. Macapá: MMA/PPG7/SEMA/IEPA, 1999.12 p.
MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI. Caracterização da fitoecologia e da flora da zona de influência da hidrovia do Marajó, ilha do Marajó, Estado do Pará. Belém: MCT/CNPq/MPEG, 1998.51 p.
NELSON, B.W.; OLIVEIRA A. A. de. Avaliação e identificação de ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade da Amazônia Brasileira. Programa Nacional de Diversidade Biológica. Macapá, 1999. 67 p.
RADAMBRASIL. Folha NA/NB 22 - Macapá: geologia, geomorfologia, solos, vegetação e uso potencial de terra. Rio de Janeiro, 1997. (Levantamento de Recursos Naturais, v. 6).
98
VELOSO, P.V.; RANGEL FILHO, A L. R.; LIMA, J.C.A. Classificação da vegetação brasileira, adaptação a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 124 p.
99
Anexo A- Caracterização dos Pontos visitados do Setor Estuarino do Estado do Amapá. Localidade Coordenadas
Lat. / Long. Ecossistema
Rio Matapi N 00º 00’ 49,5” W 51º 14’ 00,1”
Campo Herbáceo (Pasto)
Furo do Mazagão (Marg. Esquerda)
S 00º 04’ 59,2” W 51º 19’ 22.7”
Vegetação Pioneira (Buritizal)
Furo do Mazagão S 00º 02’ 49,1” W 51º 23’ 33,1”
Campo Herbáceo
Foz do Rio Mazagão S 00º 07’ 38,3” W 51º 16’ 40,2”
Vegetação Pioneira (Siriúba+Mangue+Várzea)
Foz do Rio Mazagão Velho (Marg. Direita)
S 00º 15’ 38,3” W 51º 20’ 40,2”
Vegetação Pioneira (Siriúba+Mangue+Várzea)
Foz do Rio Preto S 00º 15’ 15,5” W 51º 21’ 29,6”
Vegetação Pioneira (Mangue+Várzea)
Vila Tabatinga S 00º 19’ 17,8” W 51º 29’ 09,8”
Campo Herbáceo
Rio Preto S 00º 16’ 54,1” W 51º 28’ 50,1”
Floresta de Igapó
Foz do Rio Maracá S 00º 25’ 50,0” W 51º 26’ 06,3”
Vegetação Pioneira (Siriuba+Varzea)
Foz do Ig. Furo do Maracá S 00º 31’ 20,7” W 51º 30’ 35,5”
Floresta de Várzea (Antropizada)
Vila Filadelfia (Rio Ariramba)
S 00º 36’ 34,5” W 51º 36’ 35,2”
Siriúba + Floresta de Várzea
Rio Ariramba S 00º 41’ 36,5” W 51º 43’ 04,2”
Floresta de Igapó Campo Herbáceo c/ Palmeira
Rio Ariramba S 00º 41’ 49,3” W 51º 42’ 38,8”
Floresta de Igapó (início)
Rio Cajari S 00º 52’ 16,5” W 51º 46’ 19,6”
Campo Herbáceo + Arbustivo
Rio Amazonas S 00º 59’ 48,3” W 51º 41’ 33,1”
Vegetação Pioneira
Aruãs S 01º 02’ 26,8” W 51º 42’ 07,5”
Floresta de Várzea
Rio Matauaú S 01º 03” 00,5” W 51º 48’ 06,1”
Floreta de Várzea+Floresta de Igapó/Campo Herbáceo + Arbustivo
Fazenda Nova Jerusalém S 01º 07’ 41,7” W 51º 57’ 32,4”
Campo Herbáceo
Vila Jarilândia S 01º 07’ 33,7” W 52º 00’ 35,2”
Campo Herbáceo (início)
Ig. do Canal S 01º 07’ 36,1” W 52º 00’ 41,2”
Campo Herbáceo
Vila Marajó S 01º 08’ 01,8” W 52º 08’ 08,9”
Campo Herbáceo
Vila Cafezal S 01º 06’ 22,4” W 52º 08’ 37,6”
Campo Herbáceo + Floresta Secundária (Capoeira)
Vila Cafezal S 01º 06’ 07,0” W 52º 08’ 20,1”
Floresta Terra Firme
V. Muriacá (Rio Cajari)
S 00º 54’ 51,7” W 52º 08’ 05,6”
Floresta de Várzea
Vila Santa Helena S 00º 54’ 49,9” W 52º 06’ 30,6”
Campo Herbáceo
Vila Conceição do Muriacá S 00º 51’ 47,2” W 51º 57’ 47,1”
Campo Herbáceo
100
Cont. Localidade Coordenadas
Lat. / Long. Ecossistema
AP 070 N 00º 12’ 25” W 51º 01’ 17,8”
Floresta de Galeria
Plantação (AMCEL) N 00º 13’ 43,9” W 51º 02’ 18,7”
Floresta de Galeria
BR 156 N 00º 16’ 12,9” W 51º 05’ 03,6”
Floresta de Galeria
Cutias (Rio Araguari) N 00º 58’ 28,2” W 50º 48’ 32,8”
Floresta de Várzea
Ig. Margem Direita do Rio Araguari N 00º 59’ 46,2” W 50º 47’ 58,2”
Vegetação Pioneira (Aninga + Raparigueira)
Rio Araguari N 01º 03’ 22,0” W 50º 41’ 24,8”
Vegetação Pioneira (Aninga + Caranã)
Rio Araguari N 01º 02’ 45,2” W 50º 40’ 34,9”
Campo Herbáceo
Furo do Rio Araguari N 01º 02’ 11,6” W 50º 41’ 29,1”
Vegetação Pioneira (Aningal)
Ilha Nova Rio Araguari
N 01º 05’ 18,0” W 50º 37’ 50,7”
Vegetação Pioneira (Aninga+Caranã+ Raparigueira)
Ilha Nova Rio Araguari N 01º 05’ 15,8” W 50º 35’ 46,8”
Vegetação Pioneira
Rio Araguari N 01º 11’ 10,9” W 50º 27’ 17,3”
Vegetação Pioneira (Buriti + Aninga)
Fazenda Santana N 01º 14’ 11,8” W 50º 16’ 54,0”
Campo Herbáceo
Fazenda Santana N 01º 19’ 20,3” W 50º 10’ 59,9”
Campo Herbáceo
Vila Bom Amigo N 01º 11’ 22,6” W 50º 04’ 32,7”
Campo Herbáceo
Vila Macedônia N 00º 52’ 29,9” W 50º 02’ 54,8”
Floresta de Várzea
Ig. Andiroba N 00º 51’ 41,6” W 50º 12’ 01,8”
Floresta de Várzea
Vila Andiroba N 00º 52’ 26,5 W 50º 12’ 41,9”
Floresta de Várzea
Ig. Buritizal N 00º 52’ 50,5” W 50º 05’ 17,9”
Várzea + Siriúba
Vila Buritizal N 00º 52’ 17,7” W 50º 05’ 35,1”
Floresta de Várzea + Siriúba
Vila do Furo Ig. Grande N 01º 01’ 58,6” W 50º 00’ 16,7”
Floresta de Várzea + Mangue + Siriúba
Furo do Ig. Grande N 01º 03’ 27,6” W 50º 01’ 23,5”
Campo Herbáceo
Furo do Ig. Grande N 01º 06’ 47,7” W 50º 02’ 21,6”
Campo Herbáceo
Ilha do Parazinho N 00º 52’ 43,7” W 49º 59’ 18,1”
Floresta Secundária (Capoeira)
Ilha do Parazinho N 00º 52’ 07,1” W 49º 59’ 18,7”
Duna + Vegetação Herbácea + Brejo Herbáceo
Anexo B: Legenda do Mapa.
Anexo C.1. Mapa de vegetação – Carta 1/3.
Anexo C.2. Mapa de vegetação – Carta 2/3.
Anexo C.3. Mapa de vegetação – Carta 3/3.