caderno pedagógico 2

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Proponente: Executor: Apoio Financeiro: Parceiro: Co-executores: Diretoria de Ensino Região de Piracicaba Projeto Caderno nº 2 / 2º Semestre de 2008 A ESALQ/USP e a Educação Básica

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Page 1: Caderno pedagógico 2

Proponente: Executor:

Apoio Financeiro:

Parceiro:Co-executores:

Diretoria de EnsinoRegião de Piracicaba

Projeto

Caderno nº 2 / 2º Semestre de 2008

A ESALQ/USP e a Educação Básica

Page 2: Caderno pedagógico 2

EDITORIAL .......................................................................................................................................................................................................... 03

O PROJETO PONTE ..................................................................................................................................................................................... 04

ENTREVISTAS E ARTIGOS .................................................................................................................................................................... 05

Entrevista: Equipes Gestoras ................................................................................................................................................................... 05

Qual a sua opinião sobre o papel da ESALQ/USP na formação dos alunos da educação básica? ........ 07

A Universidade como espaço de formação: a integração com a escola básica ................................................. 08

Mapa de atividades da ESALQ/USP ..................................................................................................................................................... 09

ROTEIROS DE ATIVIDADES: EIXO PROCESSOS ECOLÓGICOS ............................................................................. 11Entorno da Escola ........................................................................................................................................................................................... 11Inventário Florestal no Centro Ecológico ...................................................................................................................................... 12Visita à ESALQ (Depto. de Ciências Florestais e Programa “Solo na Escola”) ........................................................ 13Visita ao Centro Ecológico (Reflorestamento e Tecnologias) .......................................................................................... 14

ROTEIROS DE ATIVIDADES: EIXO RESÍDUOS ..................................................................................................................... 15Visita à ESALQ (Oficina de Resíduos) ................................................................................................................................................. 15Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário ...................................................................................................................................... 17Visita ao CENA/USP e a ETE/Piracicamirim ................................................................................................................................... 18Visita ao Centro Ecológico (Compostagem e Tecnologias) .............................................................................................. 19

RELATOS DAS ATIVIDADES ................................................................................................................................................................ 20

CALENDÁRIO DAS ATIVIDADES REALIZADAS .................................................................................................................. 32

SUGESTÕES DE SITES .............................................................................................................................................................................. 32

Sumário

PROJETO PONTE • 2

Projeto Ponte

Coordenador geral:Gerd Sparovek

Professores da ESALQ/USP Participantes:

Antonio Roberto PereiraFlávio Bertini Gandara

Antonio Carlos AzevedoMaria Angélica P. PipitoneMarcos Vinicius Folegatti

Marcos Y. KamogawaSérgio Oliveira Moraes

Tarlei Ariel BotrelVânia Galindo Massabni

Walter de Paula Lima

Apoio Técnico/AdministrativoCélia Regina Vello

Maria Lídia Romero MeiraSueli Pereira Nunes Silva

Thiago V. Leite Correia

Equipe Executora:Renato Pellegrini Morgado

Maria Antônia R. de Azevedo Márcio R. Sartório Cardoso

Danielly Crespi

Estagiários: Gustavo C. da Rocha

Pedro Augusto Costa e BragaFelipe Carvalho B. Cavalcanti

Luiz Henrique de Almeida

Estagiários da Licenciatura: Ellen Keyti Cavalheri

Débora Vendramin OttaIsabela Demarch Pires

Joyce Rodrigues do PradoPaola Rezende Mazzella

Sara Ribeiro Mortara

contato: [email protected]

Projeto

PROJETO PONTE • 1

Colaboradores desta EdiçãoFelipe Calori

Flávio Bertin Gandara

Gisele Maria Oriani

Lilia Maria Cardoso Esquierro

Lucia Yuka Mayeda

Maria Angélica P.i Pipitone

Maria Antonia R. de Azevedo

Maria da Penha Tubardini

Maria de Fátima R. de Andrade

Maria Roseli Novello e Costa

Renato Santini

Rosa Fátima Bosso da Silva

Rosangela Sueli Póli Bianelli

Silvia Helena Sola Gimenes

Adilson Grandino

Ana Maria de Meira

Ana Paula Ferreira da Silva,

Ana Vera Menezes

Edileusa Gatinho

Elaine de Fátima Montanha

Emanuela Dias de Oliveira

Fabio Usberti

Page 3: Caderno pedagógico 2

O Projeto PONTE completa 1 ano de atividades, tempo que passou depressa e que representou um

imenso aprendizado para toda a equipe envolvida. O processo de criação das atividades, o planejamento

junto às escolas, o convívio com professores e estudantes, os imprevistos, etc, tudo isso contribuiu para

o amadurecimento do projeto. Ainda existem muitos desafios a serem superados, mas, certamente, os

avanços foram significativos.

Até o presente momento, o projeto já atuou em parceria junto a 6 escolas (Catharina Casale

Padovani, João Guidotti, Elias de Mello Ayres, João Conceição, Antônio Pinto de Almeida Ferraz – APAF

e Juracy Neves de Mello Ferraciú). Participaram das atividades cerca de 20 turmas do 1º, 2º e 3º anos do

ensino médio e 38 professores das mais variadas disciplinas. Foram realizadas 78 intervenções. Três eixos

de atividades foram desenvolvidos: água, resíduos e processos ecológicos. Os eixos energia e modelos de

produção agrícola serão elaborados para o próximo semestre.

Destacamos o papel fundamental da Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba, na aproximação

inicial do projeto junto às escolas e na contribuição em vários outros momentos.

Nosso objetivo de promover um aprofundamento da integração entre a ESALQ/USP e as Escolas

Públicas de Ensino Médio de Piracicaba e região segue em frente com muitas parcerias e relações já

construídas. O PONTE tem buscado incentivar atividades da ESALQ/USP e do Centro Ecológico como

instrumentos pedagógicos para o Ensino Médio e promover uma participação cada vez maior de

professores da ESALQ/USP em sua atuação.

Em outubro, ocorreu a primeira reunião do Conselho Gestor. O Conselho é constituído por

integrantes das instituições participantes, diretores e coordenadores pedagógicos das escolas e equipe

técnica do projeto (estão previstas reuniões periódicas do mesmo). Essa reunião foi um importante espaço

de avaliação e proposição de melhorias ao projeto, além de ter promovido uma maior interação entres as

instituições participantes.

O Site do projeto (http://ponte.esalq.usp.br) já está no ar. Nele será possível encontrar, além

do conteúdo dos cadernos, outros textos e informações relacionados ao PONTE, seus participantes e

parceiros.

PROJETO PONTE • 4

O Projeto

Equipe Executora do Projeto Ponte*

* da esquerda para direita (em cima) Pedro, Gustavo, Renato, Márcio (em baixo), Luiz, Antônia, Maria Lídia e Felipe

A articulação entre Universidade e Escola apontada no Caderno no 1 do Projeto Ponte faz literalmente uma PONTE com este segundo caderno visando a institucionalização de espaços onde haja ensino e aprendizagem permanentes em sintonia com a realidade das escolas de Piracicaba. Este número apresenta alguns espaços dentro da ESALQ/USP que potencializam ambientes formativos tanto para professores como para alunos. A articulação das equipes gestoras junto a implementação deste Projeto é condição primeira para que seja incorporado na dinâmica da escola e do próprio curriculo escolar a idéia de parcerias dos professores e dos alunos, em prol de eixos temáticos que tem como pano de fundo a articulação de diferentes áreas de conhecimento. Neste caderno, temos a colaboração das equipes gestoras das escolas participantes, que apontam elementos importantes para análise e reflexão tanto no âmbito do fortalecimento de parcerias Universidade-Escola, como também na importância da constituição de diferentes espaços formativos no contexto da ESALQ/USP. São apontadas ainda, contribuições de profissionais que atuando na ESALQ/USP como docentes, educadores e funcionários, alargam as fronteiras entre o conhecimento científico, social, cultural, ambiental e educacional. A idéia de que a ESALQ/USP pode contribuir com a formação dos alunos da Educação Básica é algo que precisa fomentar, ainda, mais na cabeça e na ação dos professores universitários. A Universidade dessa forma amplia sua intervenção sócio-educativa não só para diferentes setores da sociedade e para a formação de futuros profissionais. Ela atua e pode fazer a diferença, também, na formação dos alunos da Educação Básica. Há um longo caminho pela frente nas estradas que unem esforços entre a Universidade e a Escola. Mas parcerias certas, com setores certos e com pessoas interessadas na formação de futuros cidadãos vêm apontando que o caminho é real, possível e existente. Boa leitura!

PROJETO PONTE • 3

Editorial

Gerd SparovekCoordenador Geral do Projeto PonteProfessor do Depto. de Ciência do Solo (ESALQ/USP)

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Entrevistas & Artigos

PROJETO PONTE • 5

Equipes Gestoras Neste espaço apresentamos algumas opiniões das equipes gestoras das escolas que participaram do Projeto durante este semestre. São abordadas as possibilidades e os desafios que percebem na realização de projetos entre a universidade e a escola, o papel do Projeto Ponte para a aproximação entre a Escola e a ESALQ/USP e para a aprendizagem dos estudantes, entre outros assuntos.

Escola Mello AyresRosa Fátima Bosso da Silva (Diretora)Rosângela Sueli Póli Bianelli (Vice-Diretora)Maria da Penha Tubardini (Coordenadora Pedagógica do Ensino Médio)Ana Vera Menezes (Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental)

Ana Vera, Maria da Penha, Rosa e Rosângela

Escola JuracyFelipe Calori (Coordenador Pedagógico do Ensino Médio)Fábio Usberti (Coordenador Pedagógico do Ensino Fundamental)

Os projetos realizados entre a universidade e a escola propiciam, de forma participativa, o contato entre universitários e escolas de ensino médio com as profissões existentes, despertando a curiosidade do aluno, possibilitando-lhe perder o medo e interagir na universidade pública, fazendo com que se sinta responsável nesse processo educativo de crescimento pessoal.

Cabe à Equipe Gestora o desafio da sensibilização, da motivação e do compromisso dos envolvidos no Projeto, pois o comprometimento de todos é fundamental para o seu sucesso.

Para nossa escola foi muito importante a interação com o Projeto PONTE. Abriu-nos caminhos antes perdidos. Essa troca de experiências entre a ESALQ/USP e o Ensino Médio demonstrou que os alunos, quando vivenciam situações concretas, se sensibilizam e se tornam parceiros na busca de soluções.

As descobertas vivenciadas pelos alunos, geraram multiplicadores empenhados em divulgar e tomar atitudes dignas, úteis e viáveis no combate ao desperdício e ao consumismo.

Entrevistas & Artigos

PROJETO PONTE • 6

Através do Projeto PONTE, vimos a possibilidade de inserir a pesquisa acadêmica no cotidiano do alunado da escola pública paulista, além de viabilizar um contato entre a universidade e a população da cidade, uma vez que os alunos envolvidos no projeto tornam-se “vetores” de transmissão do conhecimento adquirido para seus familiares, amigos e comunidade.

No quesito aprendizagem, qualquer conteúdo abordado por meio da associação teoria e prática é facilmente assimilado pelo estudante. O Projeto possibilitou esclarecimentos acerca das habilidades que os cursos da ESALQ/USP oferecem para seus alunos, esclarecendo o estudante do Ensino Médio

A escola é um espaço essencial para assegurar situações de aprendizagem significativas em que aos alunos são dadas as oportunidades para construírem o seu próprio conhecimento e ao mesmo tempo perceberem suas possibilidades como agentes transformadores da sociedade em que vivem. O ponto de partida para um trabalho pedagógico de excelência consiste em integrar a Proposta Pedagógica da Escola com o Plano de ensino dos professores. Em razão disso, problematizações de contextos significativos são fundamentais para o aluno, a partir de questões ligadas ao jovem, questões que intriguem, preocupem, emocionem, desenvolvendo neles a autonomia, a criticidade, a reflexão e auto-aprendizagem.

Nos diferentes tempos e espaços que a escola tem para desenvolver essa tarefa, que não é pequena, o Projeto PONTE foi um momento privilegiado para o exercício de proposta inovadora para o desenvolvimento

Escola João ConceiçãoAdilson Grandino (Coordenador Pedagógico do Ensino Médio)

Escola APAFLilia Maria Cardoso Esquierro (Diretora)Silvia Helena Sola Gimenes (Coordenadora Pedagógica do Ensino Médio)

O Papel do Projeto PONTE para a aproximação entre o Mello Ayres e a ESALQ/USP foi o “ Estudo do Meio”, pois mais do que um recurso pedagógico, ele oferece oportunidade de integração entre os alunos e desses com seus professores, seja na relação interpessoal, no desenvolvimento dos valores sócio-culturais, no respeito ao meio ambiente, etc.

No processo de aprendizagem, possibilitando aprender in loco, em tempo real, universitários orientavam nossos alunos, que motivados pelo próprio contexto, participaram ativamente das atividades pedagógicas, colaborando assim para a consolidação da nossa Proposta Pedagógica.

Gostaríamos de continuar com essa parceria, pois devemos dar continuidade à oportunidade que nos foi dada, assim esperamos a possibilidade de trabalharmos juntos novamente.

Com relação aos desafios que nesta escola não houve, mas acredito que provavelmente poderão encontrar em algumas escolas é a aceitação dos professores, a disponibilização de espaços e a adaptação à Proposta Curricular. Pra nós da equipe gestora, o resultado do Projeto foi muito positivo e nós só temos a agradecer.

sobre a carreira acadêmica que pode seguir, abrindo possibilidades para o palpável, contribuindo para desconstrução do mito da Universidade Pública inatingível ao aluno de Escola Pública.

O grande desafio está no papel do professor da escola pública, que precisa avaliar e reconsiderar seu trabalho docente, associando os conteúdos e habilidades previstos no Projeto Ponte aos exigidos no currículo pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Esse replanejar é bem-vindo, e faz parte da função do professor, do seu papel como educador, que deve estar em constante ajuste e modificação.

de habilidades e competências exigidas no Ensino Médio de acordo com a Nova Proposta Curricular, desencadeando envolvimento produtivo tanto do aluno como do professor.

O grande desafio dos professores será ajudar a desenvolver nos alunos, futuros cidadãos, a capacidade de trabalho autônomo e colaborativo e o espírito critico. O desenvolvimento do espírito crítico faz-se no diálogo, no confronto de idéias e de práticas, nas capacidades de se fazer ouvir, de ouvir o outro e de se autocríticar.

Nesse sentido, o trabalho com o Projeto PONTE representou uma oportunidade a mais aos professores e alunos para que se integrem e descubram uma maneira diferente de concretizar o binômio ensino/aprendizagem.

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Nos dias atuais, não mais se discute a importância da universidade na construção do conhecimento e, consequentemente, da cidadania de um país. A iniciativa da ESALQ/USP a diferencia de projetos semelhantes, principalmente por buscar uma sensibilização a partir da engenharia. Nesse sentido, levar o conhecimento prático dessa área encaminha o jovem a uma reflexão não apenas utilitarista, mas social e até mesmo pessoal, uma vez que o estudante, em sua formação básica, é despertado para sua realidade que está inserida num contexto mundial, econômico, ético, histórico, moral e ecológico. A produção do conhecimento da universidade e a atuação da engenharia não se fazem de forma isolada dos contextos apresentados. Assim, sua aproximação junto ao estudante da Educação Básica é um direcionamento próprio de uma sociedade que pensa sua ação.

O sucesso de nossos esforços em direção à construção de um Ensino Médio que atenda às necessidades de nossos adolescentes e jovens depende, sem dúvida, de nossa capacidade de oferecer oportunidades variadas e inovadoras. As escolas podem ser espaços de realização pessoal e coletiva e de confluência de projetos e não há fórmula pronta para estimular os projetos individuais ou coletivos, mas há atitudes gerais da escola que, contrariando o velho individualismo competitivo, dá lugar a possibilidades e oportunidades.

A ESALQ/USP desempenha um considerável papel na formação de estudantes da Educação Básica e Profissional desde a criação dos seus cursos de licenciatura/formação de professores. Em 1995, foi criado o curso de licenciatura em ciências agrárias e, em 2002, o de licenciatura em ciências biológicas. Esses cursos incluem, em suas estruturas curriculares, várias oportunidades de realização de atividades formativas no interior das escolas de ensino fundamental, médio, além das escolas técnicas. Um exemplo dessas atividades tem sido o estágio de metodologia de ensino, ocasião em que o estudante da ESALQ/USP é levado a planejar, desenvolver e avaliar uma experiência na qual vai “aprender a ensinar” um conteúdo de ciências, biologia ou da grande área das ciências agrárias. Nos estágios supervisionados em licenciatura, o aluno também tem a oportunidade de criar experiências inovadoras de ensino, pesquisa e extensão, tendo a escola pública como parceira e a promoção da qualidade do ensino como premissa básica e orientadora de tais iniciativas.

Qual a sua opinião sobre o papel da ESALQ/USP na formação dos alunos da educação básica ? A Universidade possui um papel importante na formação dos estudantes da educação básica. Este papel se dá de diferentes formas como: formação de professores para este nível de ensino, produção cientifica sobre o tema, utilização dos espaços da universidade como instrumentos pedagógicos, etc. Nesta seção perguntamos para algumas pessoas a opinião sobre o papel da ESALQ/USP em relação ao tema.

PROJETO PONTE • 7

Profa Emanuela Dias de Oliveira

(Escola Mello Ayres Professora de Filosofia)

Profa. Maria Angélica Penatti Pipitone

(ESALQ/USP - Depto. de Economia, Administração e Sociologia)

Profa. Elaine de Fátima Montanha

(Escola A.P.A.F.- Professora de Química)

PROJETO PONTE • 8

“A Universidade como espaço de formação: a integração com a escola básica”

O início dos Cursos Superiores no Brasil ocorreu a partir de 1808, com a transferência da corte portuguesa. O modelo universitário inspirador da organização curricular desses cursos foi o padrão francês, com suas características de supervalorização das ciências exatas e tecnológicas, departamentalização estanque dos cursos voltados para a profissionalização e desvalorização da Filosofia, da Teologia e das Ciências Humanas. Desde seu início, voltaram-se para a formação de profissionais que exerceriam uma determinada profissão, com currículos seriados e programas fechados. A formação desses profissionais ocorria por meio de um processo de ensino no qual conhecimentos e experiências eram simplesmente transmitidos de um professor “sábio” para um aluno aprendiz que nada sabia. Até a década de 1970, exigia-se do candidato a professor de Ensino Superior o bacharelado e o exercício competente de sua profissão. Ensinar significava simplesmente ministrar palestras, e aprender, ter, apenas, a capacidade de repetir o que o professor havia ensinado. Os cursos de Ensino Superior concentraram-se na formação específica profissional, seja pelas raízes de seu paradigma inicial, pelo desenvolvimento das ciências específicas e a necessidade de especialização. Ocorria o descaso com as disciplinas pedagógicas e a total desarticulação entre os saberes pedagógicos e específicos, gerando assim, a fragmentação do saber e uma formação profissional cada vez mais limitada. Só recentemente, professores universitários começaram a se conscientizar de que a docência exige competências específicas e que o processo de aprendizagem criativo e crítico-reflexivo deve ser o objetivo central dos cursos de graduação. A própria maneira de conceber a formação profissional deve passar por uma transformação, sob uma ótica da totalidade, pois as Instituições de Ensino Superior, como instituições educativas, são, também, responsáveis pela formação de seus membros como cidadãos e profissionais competentes. Sob essa ótica deve ser propiciado o desenvolvimento dos alunos nas diferentes áreas (cognitiva, afetiva, psíco-motora, etc. ) visando à sua formação integral. Nesse sentido, é fundamental que o docente perceba que o currículo de formação de um profissional abrange o desenvolvimento da área cognitiva quanto à aquisição, a elaboração e a organização de informações, a produção de conhecimento, a reconstrução do próprio conhecimento, a solução de problemas, a identificação de diferentes pontos de vista, a imaginação e a criatividade. O professor deve atuar como mediador para um clima favorável de aprendizagem, para o desenvolvimento do potencial criador e da autonomia de seus alunos. Alencar (2003, p. 150), afirma que: “Além de preparar alunos e professores na produção de idéias originais em diferentes campos de saber, é importante estabelecer um clima em sala de aula propício à emergência e ao desenvolvimento de habilidades criativas.” Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) tem apontado, via documentos oficiais, a valoração quanto ao estabelecimento de parcerias entre universidade e escola, mas não explicita como o governo irá garantir as condições mínimas para implementação dessas importantes mudanças. Analisando textos oficiais (MEC/CNE 2002a e 2002b; MEC 2003) o enfoque volta-se para necessária

parceria, definição e implementação de políticas de formação permanente. Portanto, cabe aqui destacar que os trabalhos que visam promover possíveis encaminhamentos sobre as parcerias entre as instituições de ensino podem propor, segundo Foresté, (2003):

• Esforço interinstitucional na construção daprofissionalização de professores do ensino básico; •Introduçãodeoutrosespaçosinstitucionaisnaformaçãode futuros profissionais; • Valorização de diferentes saberes na colaboração denovos sujeitos para discussão; • Implementaçãoeavaliaçãodeprojetosvoltadosparaaformação de profissionais do ensino.

Essas vivências são indispensáveis para a formação integral do professor universitário e do professor da educação básica, pois todos e cada um tornam-se pró-ativos nos seus processos de formação e , assim, aprendem a pensar a práxis educativa de forma autônoma e crítico-reflexiva pelo(a):

• Reconhecimento da atividade e interatividade dohomem em seus processos de conhecer, explicar e intervir no mundo; • Construção de propostas de formação e atuaçãoque tomem a prática como objeto de reflexão e produção de conhecimento • Apropriação de referenciais teórico-metodológicosnuma dimensão reflexiva, que tem, no questionamento e na busca sistemática de respostas, seus pilares fundamentais; • Reconhecimento da perspectiva interdisciplinar comopressuposto nuclear, demandando atitudes que construam abertura para novas parcerias e posturas de questionamento e intervenção na realidade.

Ao refletirmos sobre esses aspectos, fica claro que, pelas possíveis aproximações que possam vir a ser realizadas entre a escola e a universidade, por meio de projetos de investigação colaborativa, deve perpassar a idéia chave de que a real articulação dessas instâncias formadoras devam considerar que cada escola é uma instituição constituída de história, cultura e vida própria, exigindo, por conseguinte, formas de colaboração que partam desse princípio. Os projetos de colaboração envolvem uma tomada de decisões conjunta, requer confiabilidade, diálogo, respeito e, verdadeiramente, uma parceria entre a universidade e a escola na qual ambas estão dispostas a aprenderem com os seus pares, que atuam em diferentes âmbitos formativos. Frente a isso, a Universidade de hoje precisa se constituir espaço de formação permanente não só dos seus próprios professores como, também, contribuir para a formação dos professores da Educação Básica. Um caminho para essa articulação é que a universidade estabeleça, assim, parcerias mais significativas e colaborativas com a sociedade. O Projeto PONTE, já em andamento desde 2008, tem tido a preocupação de institucionalizar parcerias que valorizem e respeitem as diferentes realidades, construindo, junto, a partir delas. Assim, a Universidade tem papel de formação e de difusão de inúmeros conhecimentos desde que esses conhecimentos possam contribuir significativamente para a articulação de diferentes pessoas que, atuando em variados espaços, possam contribuir para a formação integral de cada cidadão.

Maria Antonia Ramos de Azevedo(Pedagoga, Doutora em educação pela FE-USPEquipe executora da Projeto Ponte)[email protected] de Fátima Ramos de Andrade(Pedagoga, Doutora em educação pela PUC/SP)[email protected]

Referências Bibliográficas:

ALENCAR, Eunice Soriano de. O Estímulo a Criatividade no Contexto Universitário. Revista de Psicologia Escolar e Educacional. Brasília, DF, nº 1, p.29-37, 1997.

FORESTÉ, E. Parceria na formação de professores. Revista Ibero Americana de Educación. V.33, 2003, p. 1-12.

Nesse contexto, o Projeto PONTE desenvolve um papel de importância social para os alunos da escola publica, pois, além das discussões relativas aos problemas ambientais abordados, existe a abertura da universidade e a interação entre os alunos universitários e o aluno da escola pública que vê o ingresso na UNIVERSIDADE PÚBLICA como algo impossível de ser conquistado. Essa proximidade faz com que nossos alunos tenham a percepção de que, levando a sério os estudos e se esforçando mais, é possível.

Entrevistas & Artigos Entrevistas & Artigos

Page 6: Caderno pedagógico 2

PROJETO PONTE • 9 PROJETO PONTE • 10

Mapa de Atividades da ESALQ/USP Nesta seção são apresentados alguns dos espaços, programas e professores da ESALQ/USP que realizam atividades com estudantes do Ensino Médio. Nossa intenção é potencializar a integração da ESALQ/USP com as Escolas de Piracicaba intensificando atividades em parceria. Segue resumo, duração média e contato para agendamento de cada atividade. O mapa da ESALQ/USP indica a localização das mesmas ou do grupo/professor responsável. Nos próximos cadernos serão apresentadas mais atividades!

Laboratório de HidráulicaApresentação de diferentes experimentos relacionados a geração de energia elétrica e mecânica, captação, elevação e bombeamento de água e medição de vazão.Duração: 2hContato: Prof. Tarlei; 3429.4217

Laboratório de SementesApresentação do processo de beneficiamentode sementes de espécies nativas e exóticas para cultivo comercial ou reflorestamentoDuração: 1h Contato: Israel; 2105.8615

Programa “Solo na Escola”Visita monitorada a diferentes experimentos que demonstram a importância do solo nos ecossistemas e na manutenção da qualidade de vida.Duração: 1h30Contato: Célia; 3429.4305,[email protected]

Estação de Tratamento de ÁguaDemonstração e explicação das etapas do processo de tratamento de água que ocorrem na estação.Duração: 1h30Contato: Luiz Fernando; 3429.4231

Viveiro de MudasApresentação dos processos envolvidos na produção de mudas de espécies nativas e exóticas.Duração: 1h30Contato: Amarildo; 2105.8659

Programa “USP Recicla”Palestra sobre consumo e resíduos. Oficinas relacionadas ao princípio dos três Rs (reduzir, reutilizar e reciclar).Duração: variável de acordo com a atividadeContatos: Kelly; 3429.4051, [email protected]

Ilustração: Fran CavallariUSP/ESALQAssessoria de Comunicação (ACOM)Serviço de Produções Gráficas (SVPGRAF)

Show de FísicaAtividade interativa envolvendo conceitos físicos como força, pressão, trabalho, energia, energia elétrica, consumo de eletrodomésticos e energias alternativas.Duração: 2h Contato: Célia; 3429.4305, [email protected]

Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes “Luiz de Queiroz”É um espaço que preserva a memória da pesquisa em Ciências Agrárias. Conta a história do idealizador e do seu sonho que hoje tem mais de cem anos, a ESALQ. Através do acervo, aprendemos e viajamos com a história da agricultura e da industrialização no Brasil e no Mundo.Duração: 1h30Contato: Célia; 3429.4305, [email protected]

Entrevistas & Artigos Entrevistas & Artigos

Page 7: Caderno pedagógico 2

Nesta seção são divulgados os roteiros das atividades desenvolvidas pelo projeto. Neste caderno apresentamos os roteiros relativos aos eixos Processos Ecológicos e Resíduos. Lembrando que no Caderno no 1 foram apresentados os roteiros do eixo Água e que no próximo caderno serão apresentados os roteiros dos demais eixos. Qualquer dúvida ou sugestão entre em contato conosco através do e-mail [email protected]

Entorno da Escola

1. Eixo: Processos ecológicos

2. Nome da atividadeVisita ao entorno da escola

3. Objetivos da atividade • Propiciar aos estudantes uma visãointerdisciplinar sobre as características originais e atuais do ambiente em que vivem, bem como seus principais processos ecológicos; •Disponibilizarrepertóriocríticosobreotemaem questão; • Apresentar a problemática dos impactoscausados por ações da sociedade contemporânea, bem como sua influência no cotidiano do planeta, da cidade e do bairro em que vivem; • Observar, em campo, as característicasdo ambiente em que estão inseridos através de um levantamento empírico.

4. Participantes 5. Duração 10-50 4 horas

6. Pré-Requisitos Os estudantes devem estar vestidos de calça e com calçados fechados

7. Motivação inicial O início das atividades acontecerá em sala de aula, com a construção do conhecimento sobre os processos ecológicos, buscando trabalhar as implicações dos principais processos abordados no cotidiano dos estudantes. Os processos ecológicos relacionados ao “ciclo do carbono”, “ciclo da água” e “cadeia alimentar” receberão ênfase, por ser mais fácil apresentar exemplos visíveis no cotidiano dos estudantes. Cada estudante recebe material para desenho e deve ilustrar um elemento dos processos ecológicos citados acima (Ex. Ciclo da Água: rio, mar, nuvem, chuva, etc.). Após o término dos desenhos, o moderador da atividade os recolhe e cola na lousa, construindo, de forma interativa com os estudantes, os processos ecológicos. A intenção é que os estudantes compreendam esses processos em sua dinâmica original, para que possam analisar suas alterações atuais.

8. Desenvolvimento Após a dinâmica dos Processos Ecológicos, será realizada uma saída ao entorno da escola para observação do ambiente, buscando identificar alguns elementos que representem os processos ecológicos que acontecem no ambiente urbano (pátio da escola, bosques, locais com alto índice de urbanização). Para tanto, os estudantes serão divididos em grupos de até cinco. Cada grupo receberá uma ficha de observação do meio, na qual deverão fazer suas anotações sobre os principais tipos de vegetação no local, tipos de cobertura do solo (natural/permeável x artificial/impermeável), temperatura do ambiente, umidade, entre outros, além dos processes ecológicos que possam ser identificados.

9. Atividade de sistematização De volta à sala de aula, será montado um quadro na lousa, onde deverão ser colocadas as informações que cada grupo levantou sobre o ambiente local e os processos ecológicos identificados. Com base no quadro montado, será realizada uma discussão final sobre o tema, comparando a realidade com o ambiente original. Neste momento, haverá discussão sobre a possibilidade de ações e tecnologias que contribuam para reverter o quadro atual.

10. Material necessário •Mapasdoentorno;•Pranchetas;•Fichasdeobservação;•Materialparadesenho;•Paratemperaturaeumidadeserãonecessáriosequipamentos próprios.

Roteiros de Atividades

PROJETO PONTE • 11 PROJETO PONTE • 12

Inventário Florestal no Centro Ecológico

1. Eixo: Processos ecológicos

2. Nome da atividadeInventário Florestal no Centro Ecológico

3. Objetivos da atividade •Discutiraimportânciadoreflorestamentonamanutenção e recuperação dos processos ecológicos; •Propiciaroestudosobresucessãoecológicapor meio de atividade prática de inventário; • Estimular os estudantes a relacionarem oconteúdo da atividade com os ciclos da água, carbono e cadeia alimentar.

4. Participantes 5. Duração 10-50 4 horas

6. Pré-Requisitos Os estudantes devem estar vestidos de calça e com calçados fechados

7. Motivação inicial Será realizada a “Dinâmica da Biodiversidade”, com o objetivo de sensibilizar os alunos e discutir a importância das espécies para um ambiente equilibrado.

Dinâmica da Biodiversidade O condutor desta dinâmica deve selecionar, previamente, nomes de árvores nativas e trabalhar na grama ou sobre piso adequado para quedas. Pede-se aos participantes que fiquem em pé, em círculo e de braços dados. O condutor narra que a roda é uma pequena floresta, (onde cada participante representa uma árvore), na qual de vez em quando, um lenhador (ou uma doença) vem e ”derruba” algumas árvores. O condutor também explica que, quando uma espécie de árvore é “derrubada” na história, os respectivos participantes que representam essa espécie devem perder seu apoio dos pés e se apoiar nos braços dos amigos do lado. No primeiro momento, é distribuído a cada participante o nome de uma árvore nativa. Os nomes das árvores de cada participante não devem ser contados aos outros. O condutor “derruba” algumas espécies, uma após outra, de forma a “derrubar” o máximo de espécies e o grupo que está apoiado no chão consiga sustentar os que não estão. Depois conta que os participantes representarão outra floresta, e troca os seus nomes de árvores. Dessa vez, todos recebem o mesmo nome de árvore (como “Eucalipto” ou “Pinus”). O condutor, então, narra a “derrubada” de “todos os Eucaliptos da floresta” e todos os participantes caem no chão. Segue-se, então, uma discussão sobre a importância da biodiversidade na manutenção dos ecossistemas.

8. Desenvolvimento Inicialmente, é discutido a sucessão ecológica, identificação botânica e importância de um reflorestamento para recuperação e manutenção dos processos ecológicos, relacionando com a cadeia alimentar e os ciclos da água e do carbono. Os estudantes são divididos em grupos de cinco, e ocorre a explicação da atividade prática de inventário que compreende as seguintes etapas: • Medição da circunferência e altura dasárvores dentro das parcelas já alocadas; • Cálculo do diâmetro das árvores pormeiodas medidas obtidas de circunferência e cálculo da altura das árvores por meio das medidas obtidas pela prancheta dendrométrica; • Cálculo de biomassa com os dados dediâmetro e altura obtidos de equações já estabelecidas; • Levantamento florístico e identificaçãobotânica.

9. Atividade de sistematização Como fechamento da atividade, será realizada uma discussão final, na qual cada grupo apresentará o resultado do seu trabalho, fazendo comparação entre as diferentes parcelas. Nesse momento, será discutida, novamente, a importância dos reflorestamentos na manutenção e restabelecimento de alguns importantes processos ecológicos, que se inserem dentro do ciclo do carbono, cadeia alimentar e ciclo hidrológico. Será discutida, também, a importância atual desse tipo de atividade, relacionando principalmente a temática de mudanças climáticas globais, além de apresentar aos estudantes as noções básicas sobre áreas degradadas e sua recuperação, abrangendo aspectos técnicos do código florestal.

10. Material necessário •Pranchetas;•Trenas;•Papelmilimetrado;•Barbante;•Perneiras;•Apostiladeidentificaçãobotânica;•PranchetaDendrométrica.

Roteiros de Atividades

Eixo Processo Ecológicos

Page 8: Caderno pedagógico 2

1. Eixo: Processos Ecológicos

2. Nome da atividadeVisita à ESALQ/USP (Depto. de Ciências Florestais e Programa “Solo na Escola”)

3. Objetivos da atividade •Despertarointeressedosalunospelosetorflorestal; •Debateraatuaçãodaengenharianosetordeproduçãodemudas para plantações florestais de produção e para a recuperação de áreas degradadas, desde o beneficiamento das sementes, passando pela produção das mudas até sua aplicação em campo; •Enfatizaraimportânciadessaatividade,suasdificuldadesedesafios técnicos, sociais, ambientais e econômicos; • Analisar criticamente o uso e ocupação do solo e suasconseqüências.

4. Participantes 5. Duração 10-50 4 horas

6. Pré Requisitos Os estudantes devem estar vestidos de calça e com calçados fechados

7. Motivação inicial Com o objetivo de sensibilizar e concentrar os estudantes para as atividades posteriores será realizada uma breve caminhada na mata ciliar do ribeirão Piracicamirim, onde será utilizada a dinâmica “Mapa dos Sentidos”.

Mapa dos sentidos Os estudantes deverão ser divididos em grupos de até cinco e, então, terão os olhos vendados. Em seguida, cada grupo será conduzido a um local pré-determinado e todos os integrantes serão posicionados em uma mesma direção. É importante destacar que todos devem manter-se na mesma posição em que foram colocados. O seguinte passo é pedir para que todos se mantenham em silêncio por cinco minutos, prestando atenção em tudo que acontece à sua volta, sons, temperatura, direção do vento, etc. Após os cinco minutos de concentração todos serão conduzidos ao ponto inicial da atividade e, só então, tirarão a venda dos olhos. Então os moderadores da atividade pedirão que cada grupo desenhe um mapa com todas as informações registradas por seus sentidos. Com os desenhos prontos, os estudantes serão estimulados a expor o que sentiram durante a atividade e os elementos de destaque do mapa de cada grupo. Nesse momento, será abordado o fato de que o local onde estão no momento, a mata do Piracicamirim, é um reflorestamento. Por fim, concluir a conversa com a importância de se investir em reflorestamentos para recuperação e manutenção dos processos ecológicos e, conseqüentemente, da qualidade de vida. Após a discussão, os grupos serão levados ao local onde estavam no momento inicial, para que possam comparar com o mapa que desenharam.

8. Desenvolvimento Para o desenvolvimento da atividade, os estudantes serão divididos em dois grupos com o seguinte cronograma:

Laboratório de Beneficiamento de sementes Essa visita ocorrerá no setor de beneficiamento de sementes do Instituto de Pesquisas Florestais (IPEF) situado no Departamento de Ciências Florestais (LCF) da ESALQ/USP sob orientação dos técnicos locais e da monitoria do projeto Ponte.

A visita a esse laboratório tem, como objetivo apresentar o processo de beneficiamento de sementes de espécies nativas e exóticas para cultivo comercial ou reflorestamento, a fim de que os alunos percebam essa atividade como área de atuação da engenharia, bem como as dificuldades e desafios encontrados pelo setor. Assim é possível compreender, também, a importância das técnicas para colheita das sementes em concordância com a época de frutificação e amadurecimento dos frutos, as dificuldades de localização de matrizes nativas quanto à qualidade do material genético, as dificuldades gerais para acesso a esses locais, a importância do correto armazenamento das sementes para manter-se a viabilidade germinativa do material e a preparação de sementes antes de ir para campo. No momento da abordagem de cada aspecto citado anteriormente, serão feitas as relações necessárias com o estado de conservação das matas nativas, valorizando a importância das tecnologias na recuperação e manutenção dos ciclos da água e carbono, conseqüentemente da cadeia alimentar.

Viveiro de mudas Na visita ao viveiro é possível compreender o ciclo de produção de mudas de espécies nativas voltadas para recuperação de áreas degradadas e a produção de mudas de espécies exóticas, visando ao estabelecimento de plantações florestais, além de promover o debate da importância dessa atividade e os cuidados necessários para que a muda produzida tenha sucesso de estabelecimento no campo. Serão abordados temas relativos à fisiologia vegetal como dormência de sementes, crescimento radicular e apical, propagação seminal e vegetativa (demonstração de produção de mudas por clones em minijardim clonal, sombreamento e estufa). Durante a atividade também serão retomados temas como a importância da recuperação de áreas degradadas e plantações florestais e a atuação da engenharia nesses processos. A atividade ocorrerá no viveiro do IPEF no LCF sob orientação dos seus técnicos e da monitoria do projeto Ponte.

Programa “Solo na Escola” Essa é uma visita dinâmica, em que os estudantes poderão observar aspectos do solo que, normalmente, não são vistos na sala de aula. São levados a: a) examinar um perfil de solo; b) visitar a coleção de rochas formadoras do solo e morfologia do solo (cor, estrutura, textura, horizontes, etc.); c) manusear o solo; d) participar de demonstrações da experimentoteca de solos. Os conteúdos são apresentados aos alunos de modo a estimular o entendimento das funções do solo na natureza e de como ele é importante para manutenção do regime das águas, garantindo a qualidade e quantidade desse recurso natural. Além disso, os estudantes são estimulados a analisar de forma crítica como a falta de critérios na utilização do solo pode danificar o ambiente natural e a qualidade de vida do ser humano.

9. Sistematização Devido à duração das atividades, a sistematização será realizada no final de cada visita, nos respectivos locais visitados.

10. Material necessário•Vendaparaosolhos(mapadossons);•Prancheta;•Papelsulfite;•Lápispreto.

Visita à ESALQ (Depto. de Ciências Florestais e Programa “Solo na Escola”)

PROJETO PONTE • 13 PROJETO PONTE • 14

Visita ao Centro Ecológico (Reflorestamento e Tecnologias)

1. Eixo: Processos ecológicos

2. Nome da atividadeVisita ao Centro Ecológico (Reflorestamento e Tecnologias)

3. Objetivos da atividade •Estimularoplanejamentoedesenvolvimentodeummodelode reflorestamento; • Propiciar a discussão sobre tecnologias alternativas quepossam reduzir os impactos ambientais; •ApresentarastecnologiasexistentesnoCentroEcológico.

4. Participantes 5. Duração 10-50 4 horas

6. Pré-Requisitos Os estudantes devem estar vestidos de calça e com calçados fechados

7. Motivação inicial No início da atividade, será apresentado o objetivo da visita ao Centro Ecológico, que é pensar alternativas tecnológicas menos impactantes e o planejamento de um reflorestamento.

8. Desenvolvimento Os estudantes serão divididos em dois grupos para realização das atividades que acontecerão simultaneamente. Um grupo fará uma oficina de recuperação de áreas degradadas, enquanto o outro irá conhecer as tecnologias instaladas no local. Ao final, os grupos trocarão de atividades.

Visita às tecnologias do Centro Ecológico Para essa atividade serão formados grupos de até cinco. Cada grupo receberá uma ficha de campo com questões específicas para cada tecnologia. A função dessas questões é estimulá-los a entender o funcionamento das mesmas. Assim cada grupo deverá elaborar uma apresentação sobre uma tecnologia. Após esse momento, será realizada uma caminhada, passando pelas tecnologias do Centro Ecológico e, então, os grupos farão a apresentação das tecnologias para os demais estudantes. As tecnologias a serem apresentadas são:•Caixad’águadepneusreutilizados;•SecadorSolardeFrutas;•BanheiroSeco;•CaptaçãodeÁguadaChuva;•AquecedorSolardeÁgua;

•FogãoSolar;•EstaçãodeTratamentodeEsgoto.

Oficina de recuperação de áreas degradadas O objetivo dessa atividade é estimular a reflexão sobre possíveis alternativas que podem ser utilizadas na recuperação de áreas degradadas. Para tanto será apresentada uma situação problema para que os estudantes elaborem as estratégias de recuperação. A situação problema será a seguinte: “Um córrego com ausência de mata ciliar, uma indústria próxima da margem e grandes áreas erodidas.” Para facilitar a visualização, essa situação será representada no chão, montada com TNTs e cartolinas coloridas. Esse esquema será complementado durante a discussão, com o posicionamento de mudas em sacos plásticos e a realocação das cartolinas. Após a apresentação, os moderadores iniciarão uma discussão sobre a situação da área apresentada, estimulando os estudantes a identificarem os principais problemas ambientais existentes e perceberem como eles interferem na cadeia alimentar e nos ciclos da água e carbono. No decorrer da discussão, serão apresentadas diversas alternativas de melhorias. Uma delas será a implantação de um reflorestamento. Após o momento de discussão, os estudantes serão estimulados a planejar um módulo para reflorestar uma área no Centro Ecológico. Cada grupo receberá uma lista com espécies disponíveis para plantio, contendo também informações sobre a classificação sucessional de cada uma. Além das informações sobre as espécies, esse material também trará alguns conceitos e informações sobre como deve ser planejado um reflorestamento (número de espécies, distância entre as mudas, etc). Os estudantes deverão representar o módulo desenvolvido por eles em uma cartolina, seguindo um modelo proposto no material de apoio. Depois do planejamento do módulo, será realizado um plantio em área pré-estabelecida no Centro Ecológico.

9. Atividade de sistematização A atividade de sistematização já está inserida no final de cada atividade proposta.

10. Material necessário •Roteirosdeestudodastecnologias;•TNTscoloridos;•Cartolinasbrancasecoloridas;•Lápispreto;•Materialdeapoioparareflorestamento;•Mudasdeespéciesnativas.

Restauração Ecológica e conteúdos do Ensino Médio

Nossa região, assim como boa parte do Sudeste e Sul do Brasil, era coberta, no passado, pela Mata Atlântica. Nos últimos séculos, com o aumento da população das cidades e das atividades econômicas, essas florestas foram substituídas por áreas agrícolas, estradas, cidades e áreas degradadas. Hoje, restam somente cerca de 7% da cobertura original. Atualmente, todos nós sabemos por que precisamos replantar essas florestas. São muitos motivos, mas os principais são: proteger rios, lagos e nascentes, conservar as espécies de plantas e animais, retirar CO2 da atmosfera, dentre outros. Como fazer isso? O caminho é replantar ou recriar a floresta do modo mais parecido possível ao que existia originalmente, com as mesmas espécies de plantas e animais que viviam naquele local. Isso é chamado de restauração ecológica. Mais do que bonitas e louváveis, essas ações também são muito importantes, pois o futuro de nossa sociedade depende do

sucesso delas. Caso contrário poderemos ficar sem água para o consumo, bem como com um clima totalmente alterado que irá prejudicar a maior parte dos seres vivos, especialmente o homem. Porém, não é muito simples restaurar uma floresta. Para se conseguir fazer isso, precisamos saber algumas coisas. Aí entram alguns importantes conceitos que são abordados no ensino médio. A biodiversidade é um deles: quantas espécies de plantas e animais ocorrem na Mata Atlântica? Quais são elas? Mas também é preciso saber o que elas fazem lá! Não adianta plantar árvores se não existirem mais os insetos que fazem a polinização de suas flores ou os pássaros que dispersam seus frutos e sementes. Dessa forma, é fundamental entender as interações ecológicas e como elas são fundamentais para o ecossistema funcionar. Então, como começar a restaurar uma floresta? Normalmente, o primeiro passo é plantar as árvores. Para isso, temos que conhecer o ciclo de reprodução das plantas: produção de sementes, germinação, crescimento da plântula, etc. Bem, mas quem vai fazer isso? As pessoas sabem da importância das florestas? Os agricultores querem plantar uma mata ciliar? As leis obrigam a fazer isso? Para responder a essas questões precisamos entender um pouco de história, geografia, ciências sociais e educação. Como se pode ver, a restauração ecológica é um tema que pode envolver todos os conteúdos do nível médio e, por isso, ser mais que um tema a ser abordado, mas uma ação motivadora e desafiadora para estimular os estudantes e professores no processo de aprendizagem e ser uma oportunidade de desenvolver ações que levem a uma formação cidadã.

Prof. Flávio Bertin Gandara

(ESALQ - Departamento de Ciências Biológicas)

Roteiros de Atividades Roteiros de Atividades

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PROJETO PONTE • 16

Roteiros de Atividades

1. Eixo:Resíduos

2. Nome da atividadeVisita à ESALQ (Oficina de Resíduos)*

3. Objetivos da atividade • Propiciar a construção de um repertóriocrítico sobre os temas consumo e resíduos; • Apresentar a problemática da geração deresíduos na sociedade atual; • Promover o conhecimento das possíveisalternativas que podem ser aplicadas para minimizar os impactos dos resíduos no meio em que vivemos;

4. Participantes 5. Duração 10-50 4 horas

6. Pré Requisitos É necessário que os professores estimulem os estudantes a realizarem uma coleta de lixo no pátio da escola, sala de aula, estacionamento e outros locais de convívio, no dia anterior a esta intervenção. Esse material irá compor o kit lixo que será utilizado no início da atividade. É importante que o kit-lixo tenha materiais recicláveis (vidro, plástico, metal e papel seco), reutilizáveis e material orgânico.

7. Motivação inicial A discussão inicial será realizada na própria ESALQ/USP com a apresentação de um kit-lixo por grupo. No momento em que for apresentado o kit-lixo, será feita uma breve discussão, objetivando a construção do conhecimento coletivo que os estudantes possuem sobre o lixo e classificando os materiais em categorias de acordo com visão dos estudantes, como por exemplo: reciclável, orgânico e lixo comum. Então, cada grupo receberá um kit-lixo e sacos plásticos de diferentes cores, para que os materiais sejam separados de acordo com os tipos citados por eles no momento anterior.

8. Desenvolvimento Após essa atividade inicial, os estudantes são apresentados aos conceitos mais adequados e às principais classificações de tipos de resíduos gerados atualmente, reconstruindo o kit-lixo com as devidas adequações. Além de problematizar o tema,

são estimulados a discutir quais as alternativas e tecnologias podem ser utilizadas para a redução de resíduos e os destinos adequados para cada tipo. Após essa dinâmica, será realizada a apresentação de um vídeo sobre consumo e uma breve palestra, promovendo a discussão sobre a origem, uso, produção e destino dos diversos materiais utilizados pela sociedade atual. Os temas abordados estimularão a reflexão sobre a engenharia de produção, engenharia de distribuição e consumo e logística reversa.

9. Atividade de sistematização O fechamento da intervenção será feito por meio da dinâmica denominada “Ratos e Urubus”. Esta consiste em um jogo com perguntas de verdadeiro ou falso, cantadas pelo monitor para as duas equipes, Ratos e Urubus. Quando a frase é verdadeira, os Urubus correm para pegar os Ratos e os Ratos correm em direção ao Pique. E se for falsa, os Ratos correm para pegar os Urubus, que fogem em direção ao pique. Essa dinâmica tem por objetivo fixar os conceitos abordados, identificar dúvidas e avaliar os conhecimentos relacionados ao meio ambiente e lixo discutidos no momento anterior.

10. Material necessário •Sacolasdesupermercado;•Canecas;•Cartolinas;•Fitaadesiva;•KitLixo.

* Agradecemos ao Programa USP Recicla pela fundamental colaboração no desenvolvimento deste roteiro.

PROJETO PONTE • 15

Roteiros de Atividades

Qual a importância do tema lixo no contexto escolar?

Ana Maria de Meira (ESALQ - Educadora Ambiental do Programa USP Recicla)

Lixo é um dos temas mais apontados pelas instituições quando se fala em problemas ambientais. E isso rapidamente nos remete a... reciclagem. E aí são campanhas, gincanas, mobilizações...vamos “reciclar” para salvar o mundo (!). Entretanto, será que a reciclagem dá conta de resolver o problema do lixo? Acredito que o papel da escola com relação a esse tema não seja apenas o de ensinar procedimentos, como em quais coletores separar o lixo, mas sobretudo, o de instigar a comunidade a rever a forma de consumo. Pois, apesar de tantas carências, estamos num momento da “cultura do excesso”, o que é muito ruim para o nosso planeta. Estamos utilizando muito mais recursos do que nosso planeta pode nos ofertar. Estamos confundindo felicidade com consumo, o ser com o ter. As crianças e adolescentes são alvos estratégicos da mídia para incentivar o consumismo. O desejo da posse dá para muitos status, falsa estima e alívio. E é isso que precisamos mudar. Precisamos ensinar nossas crianças a valorizar as coisas mais simples e essenciais. Essa nossa loucura de estilo de vida tem consumido também nossos ideais de respeito a nós mesmos e às outras formas de vida. Em nossas práticas cotidianas junto às escolas, temos percebido, também, que a própria instituição escolar carece de práticas mais coerentes, como usar de forma mais adequada os papéis, evitar o uso de materiais descartáveis e desperdícios. Um dos grandes desafios para melhorarmos nossa relação com o ambiente é nos vermos como parte dele. É necessário que se promova uma educação ambiental transformadora, que estimule mudanças profundas nos indivíduos, nos grupos, nas políticas públicas e na forma de agirmos no mundo. Queremos não apenas que se coloque lixo nas lixeiras, mas que se eliminem desperdícios, que se diga não às embalagens

excessivas e inadequadas, que se reflita sobre a real necessidade de consumir este ou aquele produto. Mas como construir mudanças num mundo tão tentador e com um modo de produção que nos torna tão consumistas e competitivos? Talvez o resgate de vínculos afetivos com nosso espaço seja uma das maiores possibilidades de melhorarmos nossa relação com o meio. As mudanças são processuais e necessárias. E, não há motivos para ficarmos esperando. Atitudes podem ser adotadas no dia-a-dia da escola, como por exemplo, o princípio dos 3R´s: reduzir consumo e desperdício, reutilizar materiais e reciclar. Nessa ordem de importância que segue do menor para o maior impacto ambiental. Substituir por exemplo, materiais descartáveis por duráveis, tais como uso de canecas, sacolas, etc; exigir produtos com menos embalagens; evitar desperdícios de alimentos; preferir alimentos produzidos na região são bons exemplos disso. A reutilização de materiais consiste em aumentar a vida útil dos bens, como, por exemplo, reforma de roupas, móveis e utensílios, reuso de verso de folhas, envelopes, etc. A reutilização pode ser promovida através de momentos como feiras de trocas que têm o objetivo de incentivar o resgate de valores, a cooperação, a valorização dos recursos, o estímulo ao uso e não, a posse. Por fim, a reciclagem, que é uma ação necessária, entretanto, seu ciclo não é fechado. Muito pouco do que geramos realmente volta como produto, e a maioria do nosso lixo vai para aterros e lixões agravando ainda mais o problema. Diversas atitudes de economia de água, energia, redução de lixo podem ser adotadas nas escolas, na família, enfim podemos dedicar mais tempo para cuidar, para dar mais sentido a tudo. O tema “lixo na escola” é motivador para se repensar nossa forma de intervir no mundo, resgatar essência, rever o nossa forma humana de felicidade e isso também significa: “mais qualidade, menos quantidade; mais cultura, menos símbolos de status; mais atenção às crianças, menos dinheiro trocado; mais esporte, menos artigos esportivos; mais charme, menos maquiagem; mais doçura, menos chocolate; mais amor, menos embrulhos...”

Visita à ESALQ (Oficina de Resíduos)

Eixo Resíduos

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Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário

1. Eixo: Resíduos

2. Nome da atividadeVisita ao Aterro e à Cooperativa Reciclador Solidário

3. Objetivos da atividade •Promoverumavisitaaoaterromaispróximoda escola; •Propiciaroentendimentodadiferençaentrelixão e aterro sanitário; • Disponibilizar um repertório crítico sobreos principais problemas causados pelo destino inadequado de tipos específicos de resíduos, como lâmpadas, pilhas, etc; • Apresentar o funcionamento de umacooperativa de reciclagem de resíduos; •Mostraralternativasmenosimpactantesparadestinação dos resíduos;

4. Participantes 5. Duração 10-50 5 horas

6. Pré Requisitos Os estudantes devem estar vestidos de calça, calçado fechado e usando chapéu ou boné.

7. Motivação inicial O início da atividade deverá acontecer em sala de aula com um debate sobre a problemática da geração e destinação dos resíduos sólidos.

8. Desenvolvimento

Visita ao aterro Para a realização da atividade no aterro, os estudantes deverão ser divididos em grupos de até cinco. No aterro sanitário, será realizada uma apresentação sobre o funcionamento do local. Para estimular a discussão, cada grupo deverá receber um roteiro de perguntas com as seguintes questões:•ComofuncionaoaterrodePiracicaba?•ParaondevãoosresíduosdePiracicaba?• O destino do resíduo residencial é o mesmo doresíduo hospitalar?•Qualadiferençaentrelixãoeaterrosanitário?•Quantochegaderesíduospordia?

•Quaisosresíduosgeradosporumaterro?•Qualavidaútildeumaterro?•Essaáreapodeserutilizadaparaquaisfinsdepoisqueo aterro for desativado?

Após esse momento inicial, os estudantes serão guiados por um percurso pré-estabelecido no aterro, com o objetivo de observar o meio. Cada grupo receberá uma ficha de campo que orientará seu olhar para três distintos pontos de parada: a) área de transbordo; b) lagoa de chorume; c) drenagem de gases. No verso da ficha, deverá ser apresentado um desenho esquemático com as principais estruturas que com põem um aterro, para facilitar a visualização. Em todos os pontos, os estudantes terão alguns minutos para observação do local e preenchimento da ficha. Em seguida, os monitores estimularão uma discussão sobre o que foi observado.

Reciclador Solidário No Reciclador Solidário, os estudantes serão recebidos pelos associados da cooperativa, que realizarão uma apresentação sobre o funcionamento do local, abordando dados técnicos sobre os diversos materiais recicláveis, logística e aspectos socioambientais dos cooperados.

9. Atividade de sistematização A sistematização acontecerá no final da atividade, abordando os principais aspectos observados no aterro e Reciclador Solidário, estimulando a discussão.

10. Material necessário•Fichadeobservação;•Lápispreto;•Prancheta;•Papel.

Visita ao CENA/USP a ETE/Piracicamirim

1. Eixo: Resíduos

2. Nome da atividadeVisita monitorada ao CENA - Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP e à Estação de Tratamento de Esgoto - Piracicamirim

3. Objetivos da atividade •Contribuirparaaconstruçãodeumrepertóriocrítico sobre geração e destino do esgoto doméstico e dos resíduos químicos; • Promover o conhecimento das alternativasque podem ser utilizadas para minimizar impactos dos resíduos no meio em que vivemos; •Apresentarofuncionamentodeumaestaçãode tratamento de esgoto; •Destacaraproblemáticaegestãoderesíduosem uma instituição de pesquisa;

4. Participantes 5. Duração 10-50 4 horas

6. Pré Requisitos Os estudantes devem estar vestidos com calça comprida, calçado fechado e boné.

7. Motivação inicial O momento inicial da atividade deverá ser realizado em sala de aula, com o objetivo de abordar temas básicos relacionados a resíduos. Para tanto deverá ser esquematizado um quadro na lousa, que será preenchido com as seguintes informações: 1. O que é, realmente, lixo?2. Quais os destinos dos resíduos em Piracicaba?3. Qual seria a melhor destinação para os resíduos?4. Para onde vão os resíduos das pias, tanques, descargas, ralos, chuveiros e processos industriais?5. Esses resíduos das residências são iguais aos das indústrias?

A idéia é deixar a resposta das questões 4 e 5 em aberto, apenas com as respostas dos estudantes, para que sejam discutidas no final da visita ao CENA/USP.

8. Desenvolvimento Após o momento inicial, os estudantes realizarão uma visita monitorada à Estação de Tratamento de Esgoto do Piracicamirim e ao CENA – Centro de energia Nuclear na Agricultura / USP.

ETE Piracicamirim Nesse local, os estudantes serão apresentados às principais tecnologias de cada etapa do processo de tratamento de esgoto em Piracicaba, podendo observar e entender o funcionamento de cada uma delas, guiados por monitores da estação de tratamento. Durante a visita, serão estimulados a relacionar os conteúdos abordados com temas do cotidiano, procurando a construção de um pensamento crítico, bem como de alternativas e tecnologias que possam reduzir os resíduos gerados pela sociedade. As principais etapas a serem mostradas aos visitantes são: a) grade retentora de resíduos sólidos; b) tanque de decantação; c) tanque de tratamento anaeróbico; d) lagoa aerada; e) tratamento de resíduos (lodo e gases).CENA/USP Na visita a esse espaço, os estudantes conhecerão um pouco do trabalho dessa instituição de pesquisa, que utiliza diversos produtos químicos, e, o modo como é feito o tratamento para reutilização ou descarte dos seus resíduos. A idéia dessa atividade é discutir a necessidade de tratamento dos resíduos químicos, suas diferenças com relação aos domésticos e as tecnologias pensadas pela engenharia objetivando a redução dos danos ao ambiente. A visita será coordenada pelos técnicos do próprio CENA/USP. Primeiramente, os estudantes assistirão a uma palestra com informações sobre a instituição e os tipos de atividades de pesquisa desenvolvidas. Em seguida serão guiados pelos técnicos aos laboratórios de pesquisa, central de produção e laboratório de tratamento de resíduos.

9. Atividade de sistematização A atividade de sistematização será baseada nas questões 4 e 5 abordadas na motivação inicial. Essas questões serão feitas novamente e, então, deverá ser realizada a discussão comparando as respostas dadas pelos estudantes, no início da atividade, com as atuais e os conteúdos abordados nas visitas.

Roteiros de AtividadesRoteiros de Atividades

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PROJETO PONTE • 19 PROJETO PONTE • 20

Roteiros de AtividadesVisita ao Centro Ecológico(Compostagem e Tecnologias)

1. Eixo: Resíduos

2. Nome da atividadeVisita ao Centro Ecológico (Compostagem e Tecnologias)

3. Objetivos da atividade • Divulgar a existência de alternativaspráticas e simples para minimização de resíduos e reaproveitamento de resíduos orgânicos e inorgânicos; •Realizarumaoficinadecompostagem; •Disponibilizar informaçõesquepossibilitemque cada participante tenha os subsídios para implementar uma composteira em sua casa, bairro, escola ou em outro local de interesse.

4. Participantes 5. Duração 10-50 4 horas

6. Pré Requisitos Os estudantes devem estar vestidos de calça e com calçados fechados

7. Motivação inicial O início das atividades será a apresentação do histórico e objetivo do Centro Ecológico.

8. Desenvolvimento Em seguida, os estudantes serão divididos em grupos para conhecer os experimentos instalados no local, como aquecedor solar, banheiro seco, reaproveitamento de materiais e outros. Todos esses experimentos são montados com materiais de baixo custo e têm por objetivo a redução do consumo, reutilização e reaproveitamento de materiais. Os principais experimentos apresentados são:Banheiro Seco: Banheiro que não utiliza água em seu funcionamento. Os resíduos passam por processo de compostagem e são reutilizados como fertilizantes no próprio Centro Ecológico. Essa tecnologia diminui o consumo de água e a quantidade de resíduos que teriam como destino a rede de esgoto.Aquecedor Solar de Água: Equipamento de fácil construção e de baixo custo, pois pode ser montado com a reutilização de materiais. Essa tecnologia transforma a energia solar em energia térmica, aquecendo a água que pode ser utilizada em chuveiros e torneiras no local. Essa tecnologia pode ser, facilmente, implantada em locais que não possuem energia elétrica, bem como nas cidades, reduzindo o consumo de energia.Captação de Água da Chuva: Sistema que aproveita a água da chuva captada em um telhado, coletada por

calhas e armazenada em tambores ou caixas d’água.Essa água pode ser utilizada para dar descarga, aguar plantas, lavar as mãos, entre outros. Essa tecnologia também contribui para diminuir o consumo de água. Caixa d’água de pneus: Construída a partir da reutilização de pneus, é uma alternativa para armazenar a água da chuva captada nos telhados de uma propriedade. No Centro Ecológico a água armazenada nessa caixa é destinada à irrigação do viveiro de mudas.

Oficina de Compostagem A próxima atividade será uma oficina de compostagem, uma prática simples e muito comum no passado. A oficina será realizada com os seguintes objetivos:1o Estimular a reflexão sobre a compostagem: Os estudantes serão estimulados a expor seus saberes sobre o tema (O que é? Como pode ser feito? Importância? Utilização?). Essas informações serão escritas em um quadro, complementadas ou corrigidas. Para ilustrar o tema, serão apresentados painéis com informações sobre materiais que podem ou não ser compostados, utilização do composto, etc.2º Identificar problemas e propor soluções Após esse diálogo inicial, os estudantes serão levados à composteira presente no Centro Ecológico para que observem os diferentes estágios da decomposição dos materiais. Então, os grupos serão novamente formados e, alternadamente, observarão cada estágio da composteira com uma ficha de anotação na mão. Será solicitado que anotem os possíveis problemas encontrados, suas causas e soluções.

9. Atividade de sistematização Os estudantes serão organizados em uma roda e cada grupo apresentará suas anotações, observando, assim, as diferenças e semelhanças entre elas. À medida que as apresentações forem feitas, serão discutidas as diferenças, esclarecidas as dúvidas e apresentadas informações complementares, quando necessário. Por fim, eles serão estimulados a refletir como a prática de compostagem e os demais experimentos do Centro Ecológico podem ser úteis no cotidiano das escolas e das residências.

10. Material necessário •Composteiraemfuncionamento;•Papel“flipshart”;•Fichasdeanotação;•Painéiscominformação;•Cartolina;•Pincelatômico.

Relatos das Atividades Nesta seção, é apresentado um resumo das atividades desenvolvidas ao longo do segundo semestre do ano pelo projeto. A equipe do Ponte, os professores e estudantes participantes relatam o que ocorreu nas atividades e o que consideraram mais significativo. Ao longo do segundo semestre de 2008, o Projeto PONTE atuou em parceria com as Escolas APAF (Eixo Água), Mello Ayres e João Conceição (Eixo Resíduos), Juracy (Eixo Processos Ecológicos) e Catharina (Semana de Meio Ambiente). Foram realizadas 68 atividades com 18 turmas e 33 professores das mais variadas disciplinas. Parabenizamos os professores, estudantes e equipes gestoras dessas cinco escolas pelo envolvimento, comprometimento e parceria.

O PONTE atuou em parceria com a Escola Catharina no primeiro semestre de 2008, através do eixo Água. Como forma de continuidade das atividades do Projeto, foi realizada conjuntamente, no período de 27 a 31 de outubro, a Semana do Meio Ambiente da Escola Catharina. A Semana contou com palestras dos professores da ESALQ/USP, Flávio Bertin Gandara (tema: Mata Ciliares), e Marcos Vinicius Folegatti (tema: Bacias Hidrográficas); apresentação do “Show de Física” pelo também professor da ESALQ/USP Sérgio Oliveira Moraes; visitas ao Centro Ecológico, Aterro e Reciclador Solidário; lançamento do jornal CatAção; palestra sobre as profissões da ESALQ/USP, oficina de resíduos e exposição de trabalhos dos estudantes da escola sobre os temas água, resíduos e solos.

Visita ao Aterro Municipal

Show de Física

Visita ao Reciclador Solidário

Palestra sobre Bacia Hidrográfica

Visita ao Centro Ecológico

Exposição de Trabalhos

Oficina de Resíduos

Palestra sobre Matas Ciliares

Escola CatharinaSemana do Meio Ambiente

Roteiros de Atividades

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PROJETO PONTE • 21

Escola APAFEixo Água

Visita à Bacia Hidrográfica

Análise de Água

As atividades ocorreram segundo o roteiro publicado no Caderno nº 1 (página 15). Inicialmente, foi

realizada, em sala de aula, a dinâmica de construção coletiva da Bacia Hidrográfica. Em seguida, ocorreu a saída a

campo com paradas, para observação e discussão em pontos representativos do uso e ocupação do solo da Bacia

Hidrográfica do Ribeirão Piracicamirim (na qual a escola está inserida). No retorno, foi realizada a “reconstrução” da

Bacia Hidrográfica de acordo com as discussões realizadas nos pontos de parada.

As atividades de análise de água ocorreram de acordo com o roteiro do Caderno nº 1 (página 16).

Inicialmente, em sala de aula, foi realizada uma discussão sobre os tipos de uso da água e as fontes de impacto

em sua qualidade e formas de medi-la. Após essa dinâmica, os estudantes foram ao Ribeirão Piracicamirim, onde

realizaram a coleta de água, observação do entorno e medição do oxigênio dissolvido e da temperatura. De volta à

sala, foram divididos em grupos e receberam os Kits de análise. Após a análise da água, os resultados obtidos foram

apresentados e discutidos.

Relatos das Atividades

Esta atividade foi realizada em três locais diferentes (ver detalhes no roteiro página 18 do Caderno nº 1).

Inicialmente, os estudantes conheceram o Laboratório de Hidráulica do Departamento de Engenharia Rural, onde

puderam conhecer uma série de experimentos relacionados à Hidráulica e realizar medições de vazão de água por

diferentes métodos Em seguida, os alunos foram divididos em dois grupos e visitaram a Estação de Tratamento de

Água do Campus “Luiz de Queiroz” e o Programa “Solo na Escola”.

As visitas permitiram aos estudantes conhecer tecnologias que diminuem o uso dos recursos naturais (Roteiro Caderno nº 1, página 19). O foco foram as tecnologias relacionadas à água (banheiro seco, captação de água de chuva, aquecedor solar de água). Apesar disso, todas as tecnologias existentes no Centro Ecológico foram apresentadas aos estudantes. Além da função de cada uma, foi discutida com professores e alunos a importância dos conteúdos do ensino médio para a compreensão e construção das tecnologias existentes, sendo aprofundado o papel da engenharia na produção e redimensionamento de tecnologias menos impactantes ao meio ambiente.

Visita à ESALQ(Laboratório de Hidráulica, Estação de Tratamento de Água e Programa “Solo na Escola”)

Visita ao Centro Ecológico

Prof. Renato Santini (Escola A.P.A.F. - Professor de Física)

O desenvolvimento das atividades do Projeto PONTE é uma estratégia metodológica que permite tratar, em sala de aula, situações ligadas ao universo de experiências dos estudante. Nesse tipo de atividade não há fragmentação do objeto de estudo. Ao contrário, a idéia é integrar todos os aspectos das situações estudadas em representações que dêem conta de sua complexidade. O foco é tratar o conhecimento por meio de abordagens de situações-problemas relacionadas ao

cotidiano, em especial daquelas que tenham relevância social, cultural e ambiental . É necessário ressaltar que em uma metodologia de ensino por projeto é favorecido o protagonismo juvenil, pois as decisões e encaminhamentos do processo pertencem prioritariamente, ao grupo de estudantes participantes que desenvolvem suas habilidades e competências na construção do conhecimento. Isso delega ao professor o papel de coordenador das atividades desenvolvidas pelo grupo, sendo um mediador no processo de realização do projeto.

PROJETO PONTE • 22

Relatos das Atividades

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PROJETO PONTE • 23 PROJETO PONTE • 24

As atividades ocorreram segundo o roteiro deste caderno (página 11). Inicialmente, em sala de aula,

foi realizada uma dinâmica na qual os estudantes construíram o “ciclo do carbono”, o “ciclo da água” e a “cadeia

alimentar” e foi discutida a relação desses processos com o cotidiano. Após a dinâmica, ocorreu uma saída de

campo com paradas estratégicas e discussões em três pontos no entorno da escola (mata, ribeirão e praça). Em

cada ponto, foram observados aspectos referentes aos processos ecológicos discutidos em sala e analisado o modo

como o processo de urbanização interfere nos mesmos. De volta à sala foram discutidas possibilidades de ações e

tecnologias que possam vir a contribuir para reverter o quadro atual diagnosticado.

“Pudemos conhecer mais sobre o meio ambiente próximo à escola e foi uma aula diferente e gostosa.”Estudante do 1º A - Escola Juracy

Inventário Florestal no Centro Ecológico

Inicialmente, foi apresentado aos estudantes o Centro Ecológico e realizada a “Dinâmica da Biodiversidade”.

Em seguida, foram apresentados os conceitos de sucessão ecológica, identificação botânica e importância de um

reflorestamento para recuperação e manutenção dos processos ecológicos. Os estudantes foram divididos em

grupos e ocorreu a explicação da atividade prática de inventário florestal. Cada grupo ficou responsável por uma

área previamente delimitada. Em cada área os alunos tiveram que identificar a espécie e medir a altura e a CAP

(Circunferência na Altura do Peito) de três árvores. Após as atividades práticas, cada grupo realizou os cálculos finais

e apresentou para a turma os resultados encontrados. Foi discutida também, ao final, a importância atual desse

tipo de atividade, relacionando, principalmente, a temática de mudanças climáticas. A atividade ocorreu segundo o

roteiro deste caderno descrito na página 12.

“Além de identificar as árvores, aprendi que não é bom desmatar e também sobre a engenharia florestal”Estudante do 1º A - Escola Juracy

“Foi muito interessante identificar as espécies e realizar o cálculo do carbono das árvores”Estudante do 1º A - Escola Juracy

Entorno da escola

Escola Juracy Eixo Processos Ecológicos

Relatos das Atividades Relatos das Atividades

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PROJETO PONTE • 25 PROJETO PONTE • 26

Visita à ESALQ(Depto. de Ciências Florestais e Programa “Solo na Escola”)

Visita ao Centro Ecológico (Reflorestamento e Tecnologias)

As atividades tiveram inicio com a dinâmica do “mapa dos sentidos” na mata ciliar do ribeirão Piracicamirim.

Em seguida os estudantes foram divididos em dois grupos e visitaram o Laboratório de Beneficiamento de Sementes

e o Viveiro de Mudas, (onde conheceram as tecnologias envolvidas no processo de produção de sementes e mudas)

e o Programa “Solo na Escola” (onde conheceram diversas características e funções do solo). Mais detalhes no roteiro

desta atividade na página 13 deste caderno.

Inicialmente, foi apresentado o Centro Ecológico e os objetivos da visita (roteiro desta atividade na página 14 deste caderno). Os estudantes, então foram divididos em dois grupos e conheceram as diversas tecnologias do Centro (Secador Solar de Frutas, Banheiro Seco, Captação de Água da Chuva, etc.) A partir de uma lista com espécies disponíveis, planejaram e executaram um reflorestamento em área pré-estabelecida (definindo número de espécies, distância entre as mudas, etc).

“Aprendemos a plantar e cultivar árvores, aprendemos cada tipo de solo, e ganhamos sementes para plantar.”Estudante do 2º A - Escola Juracy

O Meio ambiente e a Língua Portuguesa

O Meio ambiente e a Matemática

Prof. Ana Paula Ferreira da Silva

(Escola Juracy - Professora de Língua Portuguesa)

No segundo semestre de 2008, a Equipe

do Projeto PONTE convidou os professores da E.E.

“Profª Juracy Neves de Melo Ferracciú”, Piracicaba/

SP, para participar de trabalhos direcionados a

alunos de Ensino Médio, tendo por tema o meio

ambiente. Como sou professora de Português, refleti

sobre a possibilidade de interação do Projeto com

as minhas aulas. Surgiu a idéia de criar um jornal,

um espaço destinado à produção e leitura de textos

escritos por alunos. Para cada edição, os temas das

notícias deveriam estar relacionados às respectivas

atividades desenvolvidas no Projeto Ponte. Dessa

forma, pude verificar como eles perceberam e se

apropriaram de textos jornalísticos, bem como os

possíveis progressos na redação de textos. No total,

foram publicadas quatro edições no blog “Jornal

O interesse da professora de matemática neste

projeto, além de incentivar os alunos a observarem e

debaterem sobre os processos ecológicos realizados em

ambientes distintos (praça, mata e rio) e proporcionar

uma interação da matemática com o meio ambiente,

foi motivá-los a uma prática cotidiana, pois estavam

apáticos em relação aos conteúdos exigidos pela

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

Nas aulas de matemática, foram realizadas

atividades como: cálculos algébricos para descobrir

Ecoponte” (www. jornalecoponte.blogspot.com),

criado para esse fim.

Os alunos após participarem das atividades

do Projeto Ponte, nas aulas de Língua Portuguesa,

em grupos, produziram notícias para o blog. Durante

o processo de escrita, correção e reescrita, refletiram

sobre a linguagem. A digitação foi feita pelos próprios

alunos na sala de informática da escola. Quatro alunas

foram responsáveis pela edição dos textos e das fotos

no blog.

Houve grande envolvimento das turmas na

produção dos textos e elaboração do jornal. Aqueles

alunos que, dificilmente, participavam das atividades

rotineiras na sala de aula passaram a participar e

a ter uma maior preocupação com as produções

textuais. Além disso, conseguiram iniciar o processo

de escrita do texto jornalístico. Constatou-se que o

Projeto Ponte teve grande receptividade por parte dos

alunos (aspecto observado em seus argumentos nas

produções), ampliando seus horizontes e incentivando

a interdisciplinaridade.

Prof. Maria Roseli Novello e Costa(Escola Juracy - Professora de Matemática)

a quantidade de carbono que uma árvore consome

para seu próprio desenvolvimento; tabelas para

compilação dos dados coletados em entrevistas feitas

por alunos no entorno da escola, com o objetivo de

avaliar se os moradores são conscientes dos impactos

que são causados ao meio ambiente através da ação

do homem; e gráficos como nova ferramenta para

interpretação e leitura de tais dados.

Após todas as atividades, verificamos que os

objetivos foram atingidos completamente e que os

alunos, na sua maioria, participaram com entusiasmo.

Relatos das Atividades Relatos das Atividades

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PROJETO PONTE • 27 PROJETO PONTE • 28

Escola Mello Ayres e Escola João ConceiçãoEixo Resíduos

Visita à ESALQ (Oficina de Resíduos)

Escola Mello Ayres

Escola João Conceição

As atividades ocorreram no Museu “Luiz de Queiroz” segundo o roteiro da página 15 deste caderno. Em um primeiro momento os estudante tiveram uma explanação sobre o problema dos resíduos em nossa sociedade contemporânea. Após essa introdução, foram divididos em grupos para separar e discutir características dos resíduos da escola separados para a atividade. Foram discutidas quais as alternativas e tecnologias podem ser utilizadas para redução de resíduos e os destinos adequados para cada tipo. Por último, realizaram a oficina de reaproveitamento de óleo de cozinha usado para produção de sabão.

“Foi mostrado que o lixo não é algo imaginário ou “do outro mundo” e que somos nós mesmos que o produzimos e colaboramos para essa enorme poluição .”Estudante do 2º D - Escola Mello Ayres

“Aprendi a consumir com responsabilidade, poluir menos com as embalagens descartáveis, e reutilizar antes de reciclar.“Estudante do 2º A - Escola João Conceição

“Foi interessante saber mais sobre reaproveitar os produtos e que podemos reciclar e evitar o desperdício.” Estudante do 2º A - Escola João Conceição

Visita ao Aterro e a Cooperativa Reciclador Solidário

Escola João Conceição

As atividades ocorreram de acordo com o roteiro da página 17 deste caderno. Iniciou-se com a visita ao aterro de Piracicaba. Os estudantes conheceram seu funcionamento e os principais impactos ambientais relacionados a ele como a produção de chorume e de gás metano. No Reciclador Solidário, tiveram contato com a dinâmica da cooperativa (coleta , triagem e venda dos recicláveis, etc.) e participaram de discussão sobre o papel da reciclagem. Agradecemos a Secretaria de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba e os cooperados do Reciclador Solidário pelo apoio no desenvolvimento destas atividades.

Escola Mello Ayres

“Eu gostei foi bem interessante, por que vimos o resultado (nada bom) de 30 anos de produção de lixo.”Estudante do 2º D - Escola Mello Ayres

“Aprendi sobre o chorume, o gás metano e sobre o problema da produção de lixo, que é muito grande. Percebi que a gravidade do problema é bem maior do que imaginava.”Estudante do 2º C - Escola João Conceição

“Percebi que as pessoas produzem e muitas vezes não têm idéia pra onde vai esse lixo produzido e da conseqüência dos nossos atos impensados. “Estudante do 2 C - Escola João Conceição

Relatos das Atividades Relatos das Atividades

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PROJETO PONTE • 29

Visita ao Centro Ecológico (Compostagem e Tecnologias)

Escola Mello Ayres

Visita ao CENA/USP e a ETE/Piracicamirim

Escola João ConceiçãoEscola João Conceição

Na Estação de Tratamento de Esgoto do Piracicamirim, os estudantes conheceram todas as etapas do

tratamento e os resíduos existentes neste processo (gás metano e lodo). As visitas foram monitoradas por estagiários

do SEMAE, a quem agradecemos a contribuição.

Na visita ao CENA/USP, foi apresentada a importância do tratamento dos resíduos químicos e as etapas

utilizadas pela instituição para o tratamento de seus resíduos. Agradecemos a participação e colaboração do Prof.

José Albertino Bendassolli, do especialista em laboratório Glauco Arnold Tavares e das monitoras do CENA/USP.

Maiores detalhes no roteiro desta atividade na página 18 deste caderno.

PROJETO PONTE • 30

Nesta atividade, os estudantes foram divididos em dois grupos e conheceram as diversas tecnologias

instaladas no Centro Ecológico (Secador Solar de Frutas, Banheiro Seco, Captação de Água da Chuva, etc.) e, a partir

de uma exposição teórica, realizaram uma oficina de compostagem para reaproveitamento de resíduos orgânicos.

Maiores detalhes na página 19 deste caderno.

Escola Mello Ayres

“Gostei, porque foi muito interessante ver as tecnologias, aprender sobre a compostagem e os métodos de economia de energia.”Estudante do 1º C - Escola Mello Ayres

“A compostagem e as tecnologias para o uso cotidiano são úteis em nosso dia a dia e ao meio ambiente.”Estudante do 2º B - Escola João Conceição

“Aprendemos que a luz solar tem um grande valor, podendo ser utilizada para fornos, fogões, aquecedores etc.”Estudante do 2º A - Escola João Conceição

Relatos das Atividades Relatos das Atividades

Page 17: Caderno pedagógico 2

Calendário das Atividades Realizadas2º Semestre de 200828/08 Visita a ESALQ - Oficina de Resíduos (Escola Mello Ayres)29/08 Visita a ESALQ - Oficina de Resíduos (Escola Mello Ayres)29/08 Visita a Bacia Hidrográfica (Escola APAF)01/09 Visita a ESALQ - Oficina de Resíduos (Escola Mello Ayres)01/09 Visita a Bacia Hidrográfica (Escola APAF)05/09 Visita a ESALQ - Oficina de Resíduos (Escola João Conceição)08/09 Visita a ESALQ - Oficina de Resíduos (Escola João Conceição)08/09 Entorno da Escola (Escola Juracy)09/09 Visita a ESALQ - Oficina de Resíduos (Escola João Conceição)09/09 Entorno da Escola (Escola Juracy)11/09 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola Mello Ayres)12/09 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola Mello Ayres)12/09 Entorno da Escola (Escola Juracy)15/09 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola Mello Ayres)18/09 Análise de Água (Escola APAF)19/09 Análise de Água (Escola APAF)22/09 Inventário Florestal no Centro Ecológico (Escola Juracy)23/09 Inventário Florestal no Centro Ecológico (Escola Juracy)25/09 Inventário Florestal no Centro Ecológico (Escola Juracy)29/09 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola João Conceição)30/09 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola João Conceição)30/09 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola João Conceição - turma 2)09/10 Visita ao CENA/USP e E.T.E./Piracicamirim (Escola Mello Ayres)09/10 Visita à ESALQ - Laboratório de Hidráulica, Estação de Tratamento de Água e Programa “Solo na Escola” (Escola APAF)10/10 Visita ao CENA/USP e ETE/Piracicamirim (Escola Mello Ayres)10/10 Visita à ESALQ - Laboratório de Hidráulica, Estação de Tratamento de Água e Programa “Solo na Escola” (Escola APAF)13/10 Visita à ESALQ - Depto. de Ciências Florestais e Programa “Solo na Escola” (Escola Juracy)14/10 Visita à ESALQ - Depto. de Ciências Florestais e Programa “Solo na Escola” (Escola Juracy)17/10 Visita ao Centro Ecológico - Compostagem e Tecnologias (Escola João Conceição)20/10 Visita ao Centro Ecológico - Compostagem e Tecnologias (Escola João Conceição)21/10 Visita ao Centro Ecológico - Compostagem e Tecnologias (Escola João Conceição)23/10 Visita à ESALQ - Depto. de Ciências Florestais e Programa “Solo na Escola” (Escola Juracy)23/10 Visita ao Centro Ecológico - Compostagem e Tecnologias (Escola Mello Ayres)24/10 Visita ao Centro Ecológico - Compostagem e Tecnologias (Escola Mello Ayres)27/10 Visita ao Centro Ecológico - Compostagem e Tecnologias (Escola Catharina)27/10 Visita ao Centro Ecológico - Compostagem e Tecnologias (Escola Catharina - turma 2)27/10 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola Catharina)28/10 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola Catharina)28/10 Visita ao Aterro e ao Reciclador Solidário (Escola Catharina - turma 2)30/10 Visita ao Centro Ecológico (Escola APAF)30/10 Visita ao Centro Ecológico (Escola APAF - turma 2)31/10 Visita ao Centro Ecológico - Reflorestamento e Tecnologias (Escola Juracy)03/11 Visita ao CENA/USP e ETE/Piracicamirim (Escola Mello Ayres)03/11 Visita ao Centro Ecológico - Reflorestamento e Tecnologias (Escola Juracy)03/11 Visita ao Centro Ecológico - Reflorestamento e Tecnologias (Escola Juracy - turma 2)04/11 Visita ao CENA/USP e ETE/Piracicamirim (Escola João Conceição)05/11 Visita ao CENA/USP e ETE/Piracicamirim (Escola João Conceição)06/11 Visita ao CENA/USP e ETE/Piracicamirim (Escola João Conceição)

Sugestões de Sites

PROJETO PONTE • 32PROJETO PONTE • 31

Profa. Lucia Yuka Mayeda,

(Escola Mello Ayres - Professora de Matemática)

O tema desenvolvido pela disciplina de Matemática foi: Caracterização e Quantificação do Lixo Produzido na E. E. Prof. “Elias de Mello Ayres” de acordo com o eixo temático: Resíduos. A coleta de dados foi diferenciada para cada período, manhã e tarde, correspondente ao Ensino Médio e Fundamental, respectivamente. Devido à dificuldade de conciliação com os conteúdos específicos do 2º Ensino Médio, o trabalho foi conduzido paralelamente ao programa, como tema transversal, abordando aspectos ambientais e estatísticos. Após duas visitas e intervenções realizadas

pelos monitores do Projeto Ponte, foi proposto um estudo sobre cada tipo de resíduo constituinte do lixo da escola. A coleta de dados consistiu em caracterizar o tipo de resíduo e quantificação desse material através de pesagem, num período de três dias, de manhã e tarde. Os dados foram tabulados de acordo com o período e a escola como um todo, e gráficos foram gerados através desses dados. O desenvolvimento do projeto possibilitou um planejamento mais concreto de um trabalho científico, evidenciando a importância da Matemática como ferramenta para dar maior consistência ao trabalho. Através dos resultados obtidos, pudemos observar a dieta praticada pelos alunos, e, com isso, rever determinados hábitos de consumo praticados, como o grande desperdício de papel, materiais escolares e alimentos, sendo que ¾ desse resíduos poderiam ser reciclados. Repensamos os nossos hábitos, muitas vezes praticados sem a devida consciência de suas conseqüências, e a importância de sermos verdadeiramente cidadãos responsáveis pelo mundo em que vivemos.

Biblioteca Virtual www.bibvirt.futuro.usp.br

Educa Rede www.educarede.org.br

Klick Educação www.klickeducacao.com.br

Educacional www.educacional.com.br

Profa. Gisele Maria Oriani(Escola João Conceição Professora de Biologia)

Através do Projeto Ponte tivemos a oportunidade de conhecer o Centro Ecológico “Flora Guimarães Guidotti” e seus recursos alternativos para nossa vida cotidiana. Ficamos encantados com a atenção e o engajamento dos estagíários e de todos os envolvidos no projeto. Venho reafirmar a importância deste projeto para os alunos e para nós professores, como forma de chamar a atenção para os grandes problemas atuais, como a exploração agressiva do meio ambiente, o consumo progressivo e desnecessário, para os atuais valores sociais e econômicos, e acredito, mais relevante ainda, para a busca de soluções alternativas para esses problemas. Através do Projeto Ponte, com esta iniciativa, montamos um grupo de multiplicadores para conscientizar um número maior de pessoas. É um trabalho ainda minúsculo, mas cujo resultado inicial, já vi, assim como o esforço dos meus alunos.

Profa. Edileusa Gatinho

(Escola Mello Ayres - Professora de Educação Física)

Minha experiência com esse projeto foi importante pelo conhecimento inédito que me ofereceu em todas as saídas da escola. Diante disso, são inúmeras as atividades relevantes que posso relatar. Entre elas, a de maior impacto no meu trabalho foi a visita ao aterro e ao reciclador solidário, uma vez que me despertou para a possibilidade de propor aos alunos a confecção de brinquedos e jogos a partir de todos os artigos recicláveis encontrados no lixo do seu cotidiano. Tendo em vista a visita, os alunos aceitaram imediatamente a proposta e puseram-se a desenvolver essas atividades. O resultado foi imensamente satisfatório para eles, para mim e para a escola. Importante ressaltar que os apreciadores desse trabalho não podiam imaginar que a atividade havia sido proposta pela docente de Educação Física. O que prova que a interdisciplinaridade se deu naturalmente.

Relatos das Atividades

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