caderno de cultura

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Projetos de Extensão artístico e culturais da Universidade

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Page 1: Caderno de Cultura
Page 2: Caderno de Cultura
Page 3: Caderno de Cultura

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

COORDENADORIA DE CULTURAPRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

ATIVIDADES DE EXTENSÃO ARTÍSTICAS E CULTURAIS

ULTURAcADERNO DE

São Carlos, dezembro, 2011

C

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Page 4: Caderno de Cultura

PRÓ- REITORIA DE EXTENSÃO - UFSCAR

PROF. DR. SÉRGIO DONIZETTI ZORZO

MARIA CRISTINA MATHIAS

PRÓ-REITOR

SECRETÁRIA EXECUTIVA

AUXILIAR ADMINISTRATIVA

ADMINISTRADORA

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

COORDENADORA DE CURSOS

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

COORDENADOR DE ATIVIDADES DE EXTENSÃO

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

COORDENADORA DE PROJETOS ESPECIAIS

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

TÉCNICO AUDIOVISUAL

ENFERMEIRA

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

PRÓ-REITORA ADJUNTAPROF. DRA. MARCIA NIITUMA OGATA

ANA PAULA MANZINI DE LARA LOPES

ROSEMEIRE GALLO MECCA

ANDREIA DI CAMILLA GHIRGHI PIRES

ALINE CHULU GONÇALVES

PROFª DRª MARILDY APARECIDA DE FREITAS

MARIA IOLI SALOMON MAUAD

PROF. DR. PEDRO CARLOS OPRIME

DIEGO PROFITI MORETTI

PROFª DRª LUCIANA NOGUEIRA FIORONI

EUNICE APARECIDA ROMÃO CANDIDO PORTO

SALVADOR MARQUES JÚNIOR

ANGÉLICA MARIA ADURENS CORDEIRO

ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOWILSON LEONARDO GUERRA

COORDENADORIA DE CULTURA

PROFA. DRA. ILZA ZENKER LEME JOLY TEC. MS. DJALMA RIBEIRO JUNIOR -

LUIZ HENRIQUE MIGUEL CAMILA PASSUCCI FERNANDES

LÍVIA RIYE OKAMURA MARIA AUGUSTA SANT´ANNAMARIA GABRIELA DOS SANTOS MILTON DIAS DE FREITAS JUNIORPEDRO GABRIEL PICOLO YASMIM ALONSO UEHARA

COORDENADORA

ASSISTENTE DA COORDENAÇÃO

ESTAGI[ARIOS

BOLSISTAS DE EXTENSÃO

CADERNO DE CULTURA

PROFA. DRA. ILZA Z. L. JOLY REVISÃO

TEC. MS. DJALMA RIBEIRO JUNIOR EDIÇÃO, REVISÃO E DIAGRAMAÇÃO

YASMIM ALONSO UEHARA DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL

IMPRESSÃO: TIRAGEM: 500 EXEMPLARES

www.culturaproex.ufscar.br(16) 3351-9788

A descentralização e a busca de parceria com diferentes espaços e grupos da comunidade têm trazido diferentes perspectivas para o trabalho desenvolvido pela CCult desde 2010, nem sempre fácil ou imediatamente compreendido. O caminho a ser construído apenas começa a tomar forma e possibilidades de compreensão, mas a perspectiva do diálogo ampliado em busca de uma troca de saberes com a diversidade cultural que nos contitui é que nos move em busca da consolidação dessa política cultural.

Referências bibliográficasALVES-MAZZOTTI, Alda Judith e GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.BOFF, Leonardo. Virtudes para um outro mundo possível, vol. II: convivência, respeito, tolerância. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Pesquisar – Participar, In BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Pesquisa Participante. São Paulo: Brasiliense, 1981.BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Aprender o amor: sobre um afeto que se aprende a viver. Campinas, SP: Papirus, 2005.CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.DUSSEL, Enrique D. A Pedagógica Latino-americana (a Antropológica II). In: DUSSEL, Enrique D. Para uma ética da Libertação Latino Americana III: Erótica e Pedagógica. São Paulo: Loyola; Piracicaba: UNIMEP. p. 153-281. (s/d).DUSSEL, Enrique. Ética da libertação: na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2002 .DUSSEL, Enrique. 20 teses de política. São Paulo: Expressão Popular, 2007.FREIRE, Paulo. Conscientização. São Paulo: Moraes, 1980.FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.FURTADO, Celso. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.GT de Economia Solidária. Fundamento de uma globalização humanizadora. In: Vários autores. Desafios da Economia Solidária. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2008.IANNI, Octávio. O labirinto latino-americano. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.LANDER, Edgardo. Ciências sociais: saberes sociais e eurocêntricos. In: LANDER, Edgardo. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. São Paulo: Cortez, 2005.SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: Studio Nobel, 2000.SINGER, Paul. Introdução à economia solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.1 De acordo com o Dicionário Oxford de Filosofia, “iluminismo” é o período do pensamento europeu caracterizado pela ênfase na experiência e na razão, pela desconfiança em relação à religião e às autoridades tradicionais, e pela emergência gradual do ideal das sociedades liberais, seculares e democráticas. Segundo o dicionário, o Iluminismo está associado a uma concepção materialista dos seres humanos, a um otimismo quanto a seu progresso por meio da educação e a uma perspectiva em geral “utilitarista da sociedade e da ética”. Blackburn, Simon. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997. 2 Para melhor compreensão trazemos a definição de “liberalismo” que é uma ideologia política centrada no indivíduo, sendo este considerado detentor de direitos contra o governo, entre eles os direitos de igualdade de respeito, liberdade de expressão e de ação, liberdade religiosa e ideológica. Para compreender ainda melhor o conceito de “liberalismo” podemos recorrer ao “individualismo”, movimento que tem no indivíduo sua unidade básica da análise política, e os todos sociais são maneiras de falar acerca de um certo número de indivíduos e das relações entre eles. Em consequência, os fatos sociais devem ser estudados por meio das ações e intenções dos indivíduos. Blackburn, Simon. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997. 3 No “positivismo” considera-se que a única forma de conhecimento, ou a forma mais elevada de conhecimento, é a descrição de fenômenos sensoriais. Comte, filósofo do positivismo afirmava que existiam três estágios nas crenças humanas: o teológico, o metafísico e o positivo, assim chamado por se limitar ao que é positivamente dado, evitando toda especulação. Blackburn, Simon. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.4 Embora as definições de cultura sejam amplas e diversificadas, apenas para companhar as definições de caráter geral dos termos que estamos aqui adotando, trazemos o conceito de que “cultura” como o modo de vida de um povo, em que se incluem suas atitudes, valores, modos de percepção e hábitos de pensamento e de ação. As características culturais das formas de vida são aprendidas, porém, muitas vezes são demasiado abrangentes para serem facilmente detectáveis a partir de seu interior. Blackburn, Simon. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997. 5 O desenvolvimento econômico não pode ser encarado como um modelo que se alcança na medida em que vai evoluindo as sociedades tendo como referência as economias desenvolvidas capitalistas. Desenvolvimento econômico não tem a ver com superação de etapas e a condição de subdesenvolvimento ou de país em desenvolvimento não é uma condição técnica, mas uma condição política. Para um maior aprofundamento nestas questões, aconselhamos o livro “O mito do desenvolvimento econômico” de Celso Furtado (1974). 6 Entendendo “cultura” como um conceito mais amplo e abrangente, denominamos o edital de “artístico-cultural” para que ele ganhasse contornos mais específicos e que, no início da sua implantação auxiliasse no mapeamento das ações extensionistas voltadas para essa área. A referência de área foi tomada a partir das categorias já estabelecidas por áreas de fomento, tais como CNPq e FAPESP.

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Page 5: Caderno de Cultura

APRESENTAÇÃO 3

COORDENADORIA DE CULTURA (CCULT) 4

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO 6

EDITAL DE APOIO ÀS ATIVIDADES

DE EXTENSÃO ARTÍSTICO-CULTURAIS 7

PROJETOS CONTEMPLADOS PELO EDITAL 9EM 2011

APOIO ÀS INICIATIVAS CULTURAIS 24

OFICINAS DE FORMAÇÃO CULTURAL 26

SEMANA DA AMÉRICA LATINA 28

COMUNIDADE E UNIVERSIDADE: CAMINHOS 29PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA

CULTURAL

PROJETOS CONTEMPLADOS PELO EDITAL 2

DE APOIO ÀS ATIVIDADES

SUMÁRIO

abre brechas e se dirige para o novo, para a exterioridade. A tradição viva é ao mesmo tempo consciência comunitária e histórica (DUSSEL, s/d, p. 227). Assim, as manifestações culturais dos nossos povos não são eventos isolados que estão descolados de uma dada realidade concreta, pelo contrário, ela carrega e é carregada pela memória e pela miltância dos seres humanos que, conhecendo cada vez mais o contexto cultutral que está inserido, se reconhece como sujeito deste contexto e se engaja para que a cultura do seu povo, que agora é sua vida, se afirme e se constitua como territorio e territorialidade de humanização.Compreender este caminho é fundamental para a universidade colaborar e militar junto com a comunidade, subordinando, inclusive, “o próprio projeto científico de pesquisa ao projeto político dos grupos populares cuja situação de classe, cultura ou história se quer conhecer porque se quer agir” (BRANDÃO, 1981, p. 12). Só conseguimos viver e experimentar a vida como uma coisa boa e valiosa quando estamos juntos e partilhamos momentos significativos deste ‘estar juntos’. Só podemos estar voluntariamente juntos quando cooperamos uns com os outros e aprendemos a ser e viver uns por intermédio dos outros. Só logramos compartir situações de cooperação quando não são uma necessidade vital, mas quando uma vocação gratuita a ter os outros voluntária e afetuosamente junto a mim cria entre nós um contexto de emoções de aceitação da pessoa do outro e de cooperação com ela.” (BRANDÃO, 2005, p. 91 – 92). A convivência se aprofunda pela comunhão de mentes e corações. [...] As pessoas começam a se envolver, a criar laços, a se tornarem amigas e objetivamente se amarem. As mentes e os corações vibram juntos. Constitui-se um elo de coesão que só pode ser bem expresso pela categoria comunhão. Ela inclui dimensões bem concretas de solidariedade, de mútuo apoio e de sentimento de co-pertença que vão além da simples participação (BOFF, 2006, p. 36). Se amo estar com o outro, reconheço-o como um amigo. Não o nego, pelo contrário, solidarizo-me com este amigo e me torno responsável por sua vida. (DUSSEL, 2002). Sei que posso contar com quem confio, pois o respeito e tenho a certeza de que serei respeitado. Assim, “o respeito supõe reconhecer o outro em sua alteridade e perceber seu valor intrínseco” (BOFF, 2006, p. 54). Este é o maior desafio e o maior prazer em traçar caminhos para a construção de uma política cultural que relaciona a comunidade e a universidade e que comprende as economias das culturas como práticas sociais alicerçadas na valorização da diversidade cultural enraizada no seu contexto local e no compartilhamento de experiências, orientados pela valorização da criatividade humana e pelo envolvimento das pessoas em um projeto solidário de construção de um mundo cada vez mais justo. Retomando ainda alguns conceitos a partir de Santos (2005), reiteramos suas palavras no que diz respeito à extensão universitária. [...] a reforma da universidade deve conferir uma nova centralidade às atividades de extensão (com implicações no curriculum e nas carreiras dos docentes) e concebê-las de modo alternativo ao capitalismo global, atribuindo às universidades uma participação ativa na construção da coesão social e da degradação ambiental, na defesa da diversidade cultural. [...] as atividades de extensão devem ter como objetivo priotário, sufragado democraticamente no interior da universidade, o apoio solidário na resolução dos problemas de exclusão e da discriminação sociais e de tal modo que nele se dê voz aos grupos excluídos e discriminados. (SANTOS, 2005, p. 73-74).37

Page 6: Caderno de Cultura

Apresentação Convidamos você, leitor e leitora, a participar deste momento muito importante para a cultura na UFSCar. Este Caderno de Cultura celebra mais um passo no caminho da valorização das atividades de extensão artísticas e culturais e pretende contribuir para o debate em torno das políticas culturais da Universidade Federal de São Carlos.

Trazemos para este primeiro número oficial do Caderno de Cultura um pouco de histórias e de conhecimentos que queremos compartilhar para que juntos possamos continuar caminhando e consolidando a cultura como espaço de formação crítica e coletiva. Buscamos, assim, fortalecer as ações extensionistas na área de cultura e incentivar ações integradas entre a cultura e outros saberes produzidos na universidade promovendo diálogos com as comunidades no entorno da UFSCar.

Nesta edição do Caderno de Cultura apresentaremos os projetos de extensão contemplados pelo edital de apoio às atividades de extensão artístico-culturais em 2011. Ressaltamos a diversidade da natureza dos projetos que transitam em várias linguagens artísticas e que, desta maneira, demonstram que é possível construir conhecimentos no encontro entre a universidade e a sociedade, orientando os esforços para a construção de uma sociedade mais justa.

Este caderno que trazemos agora a público é um dos resultados do esforço da Coordenadoria de Cultura em valorizar a extensão artística e cultural, bem como os seus agente. Esperamos que seja ainda uma semente para novos projetos e um ‘começo de conversa’ para novas parcerias.

s.

Organizar o trabalho em eixos temáticos facilita o planejamento das atividades; auxilia na proposição de nomes que possam participar de eventos; ajuda a deixar as atividades mais orgânicas; propicia a produções de textos e materiais audiovisuais organizados por temas; contribui para a construção de parcerias mais sólidas organizadas por interesses culturais; aproxima a universidades das diversas manifestações artísticas e culturais desempenhada pela sociedade organizada em grupos culturais, associações de bairros e movimentos sociais. Orientar-se pelos eixos temáticos implica em construção de espaços comuns nas mais diversas manifestações culturais. Estes espaços comuns possibilitam um debate mais aprofundado acerca de temas mais específicos. Para potencializar estes espaços de debate no âmbito cultural, a ProEx por meio da CCult implantou, desde 2010, um edital específico para projetos de extensão na área artístico-cultural6. Isto possibilitou a realização de um mapeamento mais preciso acerca das atividades culturais de extensão que são desenvolvidas na UFSCar, bem como os agentes destas atividades, permitindo vislumbrar áreas artístico-culturais mais consolidadas e outras que necessitam de maior incentivo. Como descrito anteriormente, o objetivo principal da CCult é refletir e implantar uma política cultural na Universidade que seja coerente com a proposta extensionista e que promova um constante diálogo entre os saberes acadêmicos e os saberes populares. Defendemos radicalmente que a gestão de uma política cultural extensionista universitária somente se fortalece quando consegue trabalhar junto com a comunidade em uma perspectiva conscientizadora, humanizadora e libertadora. Esta aproximação entre a universidade pública e a comunidade onde ela está inserida se fortalece quando os projetos de extensão estão articulados de forma mais sólidas, uma vez que é possível estabelecer relações com projetos que são promovidos pelo poder público municipal ou por organizações civis ou por grupos populares. Compreende-se, pois, que comunidade e universidade precisam caminhar juntas, mais do que isso: comunidade e universidade precisam compartilhar um projeto cultural que seja constantemente construído e reconstruído de forma colaborativa sempre em direção a transformação do mundo em um ambiente mais justo, mais humano. Isto implica em dizer que este processo de construção está fundamentado “sobre a criatividade e estimula uma ação e uma reflexão verdadeiras sobre a realidade, respondendo assim à vocação dos seres humanos que não são seres autênticos senão quando se comprometem na procura e na transformação criadoras” (FREIRE, 1980, p. 81). Apenas com a co-laboração, comunhão e o diálogo intersubjetivo, portanto com o outro, é possível construir uma consciência crítica sobre a condição de opressão que conduza a ações que transformem tal condição. Para que este processo seja efetivo é necessário compreender, desde uma perspectiva universitária, que a cultura é território simbólico de militância que “tem como sujeitos não apenas os investigadores profissionais, mas também os seres humanos do povo...” (FREIRE, 2005, p. 209). A cultura popular latino-americana de cada um dos nossos países é uma tradição viva que soube assimilar a experiência histórica do indígena, do espanhol [do europeu, em geral] e do nativo oprimido, do camponês independente, do trabalhador, do operário, do marginalizado. Tem um antiquíssimo passado, e, contudo, tem aberto um imenso futuro porque o povo está livre diante do sistema, sua pobreza é garantia de esperança. ‘Por 03 36

Page 7: Caderno de Cultura

A Coordenadoria de Cultura (CCult) está vinculada a Pró-Reitoria de Extensão da UFSCar e é responsável pela articulação entre os projetos de extensão relacionados às artes e à cultura de uma forma geral. A CCult desenvolve suas atividades baseada no processo de ensino-aprendizagem e nas demandas da sociedade em geral, portanto, não se constitui como mero apêndice do processo acadêmico, mas coloca-se como um agente articulador entre o ensino e a pesquisa e assegura a indissociabilidade das três áreas, atuando intensamente no campo cultural. Por meio das atividades realizadas com temas ligados aos diversos domínios culturais (Artes Cênicas; Artes Visuais; Audiovisual; Fotografia; Cultura; Dança; Literatura; Música e etc.) e nos mais variados campos de apresentação e representação da cultura, a CCult trabalha para consolidar um espaço permanente de reflexão para a construção da política cultural da Universidade, direcionando esforços para que a Universidade se comporte e assuma suas funções de criação e difusão de cultura e arte em constante diálogo com as comunidades e grupos populares. Neste sentido, a equipe da CCult vem intensificando ações para que a Cultura esteja na pauta das atividades universitárias, sobretudo no que diz respeito à formação humana, valorizando a diversidade e os diferentes saberes.

mostrando insuficientes para estabelecer e implantar uma política cultural para a universidade que se relacionasse com a complexidade que envolve a construção de tal política, extrapolando a ideia de promoção de eventos e incorporando questões relacionadas à produção cultural em seu âmbito material e simbólico, costurando uma colcha de retalhos com os aspectos sociais e econômicos de forma coletiva, colaborativa e compartilhada. Desde o início de 2010, portanto, a mudança do nome de Coordenadoria de Eventos Culturais para Coordenadoria de Cultura significou uma mudança de gestão na área cultural da UFSCar, cuja tarefa principal é a de refletir e implantar uma política cultural na universidade que seja coerente com a proposta extensionista e que se fortaleça nas diversidades culturais manifestadas por meio das expressões artísticas e do constante diálogo entre os saberes acadêmicos e os saberes populares. Assumimos, dessa maneira, o compromisso de articular a cultura em uma perspectiva ampla e territorializada, aproximando-se da sociedade e permitindo-se ser aproximada por ela, na crença de que “à medida que a ciência se insere mais na sociedade, esta se insere mais na ciência” (SANTOS, 2005, p. 42). E é neste vaivém constante entre ação e reflexão e no diálogo entre os diversos saberes que vai se processando a construção do conhecimento. Assim a extensão se torna espaço estratégico para a promoção do encontro da universidade e da comunidade na construção de projetos comuns que visem a busca de uma sociedade que valorize a diversidade cultural e a economia solidária no âmbito da territorialidade. Neste sentido, a CCult planejou e vem aplicando algumas estratégias que são fundamentais para este processo de construção de uma política cultural para a UFSCar: a) promoção de atividades orientadas por eixos temáticos; b) articulação entre os projetos de extensão da área artístico-cultural; c) inserção na comunidade. Como “eixos temáticos” entendemos o agrupamento de conteúdos que auxiliam na orientação e no planejamento do trabalho, suscitando questões relacionadas a um determinado assunto e o articulando com outros assuntos. Estes eixos não são estanques, pelo contrário, são abertos e estão constantemente em construção. A proposição dos Eixos Temáticos levou em consideração a história cultural da UFSCar contada por meio de projetos culturais que possuem uma longa jornada de atuação e com a possibilidade se associar a cultura com outros aspectos econômicos e sociais. Dessa forma, os seguintes eixos temáticos orientam nossas ações: a) América Latina e Povos do Sul: cujo objetivo é promover atividades que destaquem os movimentos artísticos e culturais dos Povos do Sul do mundo como forma de construção de conhecimento e engajamento político; b) Arte e Ciência em Movimento: valoriza as ações e os processos artísticos que vem sendo desenvolvidos nas mais diversas áreas culturais e que caminhem em uma perspectiva de diálogo com o saber e a arte popular, incentivando uma aproximação crítica entre a arte e a ciência; c) Economia da Cultura: fomenta discussões sobre os processos de estruturação de cooperativas relacionadas às mais diversas áreas culturais em uma perspectiva humanizadora que valorize a criação e a expressão do indivíduo dentro de uma coletividade; d) Cultura e Sociedade: mantém um constante diálogo entre os saberes acadêmico e os saberes populares, que acreditamos ser a base da construção de uma relação cada vez mais humana entre a universidade e a sociedade em geral. 0435

Page 8: Caderno de Cultura

PROEX

A Pró-Reitoria de Extensão - ProEx - é o setor responsável

pela gestão das atividades de extensão realizadas pela UFSCar.

O Pró-Reitor de Extensão preside o Conselho de Extensão -

CoEx. A ProEx atualmente conta com quatro coordenadores: de

Cursos, de Atividades de Extensão, de Projetos Especiais e de

Eventos Culturais, além de seis coordenadores de Núcleos de

Extensão.

A política de extensão adotada nos últimos anos na

UFSCar está comprometida com o fortalecimento da função da

Universidade - produzir, sistematizar e difundir conhecimento -

desenvolvendo suas atividades de pesquisa e ensino

interligadas com as demandas dos setores externos - vários

segmentos da população - por meio de ações de extensão. O

princípio de indissociabilidade entre as atividades de ensino,

pesquisa e extensão foi concretizado através dos Programas de

Extensão, que estimulam e integram professores, alunos e

funcionários de diferentes áreas de conhecimento no

desenvolvimento de projetos institucionais multi e

interdisciplinares, o que propicia uma relação mais orgânica

com a sociedade e uma maior visibilidade do potencial

extensionista da UFSCar.

Maiores informações sobre a Pró-Reitoria de Extensão e últimas notícias podem ser obtidas no site www.proex.ufscar.br.

O território inclui as dimensões materiais e simbólicas do ato de viver, ele possui, portanto, elementos constitutivos dos indivíduos. “O território em que vivemos é mais que um simples conjunto de objetos, mediante os quais trabalhamos, circulamos, moramos, mas também um dado simbólico” (SANTOS, 2000, p. 62). A territorialidade firma-se não apenas no lugar em que vivemos mas também na comunhão que com ele mantemos (SANTOS, 2000). É no território e na territorialidade que precisamos pensar a organização da economia e da cultura (SANTOS, 2000). Esta proposta prevê uma nova organização social que se choca com o modelo capitalista moderno. Ao invés de homogeneizar uma cultura global e impor um padrão cultural universal; propõem-se a valorização da diversidade cultural enraizada no seu contexto local e o compartilhamento de experiências. Ao invés de uma economia excludente norteada pela lucratividade e pelo desenvolvimento financeiro; propõem-se uma economia solidária que valorize a criatividade humana e seja orientada pelo envolvimento das pessoas em um projeto de construção de um mundo cada vez mais justo.

O papel da universidade pública: compartilhando experiências Pensar a cultura e suas relações com a sociedade desde uma universidade pública requer muito cuidado, atenção e um olhar ampliado os diferentes projetos ali desenvolvidos. É preciso traçar objetivos que estejam enraizados na diversidade cultural de forma coletiva, sempre de mãos dadas com todos e todas que estejam engajados/as em valorizar as nossas expressões artísticas e culturais como uma possibilidade de construção de uma sociedade mais justa, mais humana. É com este espírito que compartilhamos o trabalho desenvolvido pela Coordenadoria de Cultura (CCult) da Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Um trabalho que vem sendo realizado com cuidado e carinho; com amor e dedicação e que só se sustenta na expressão da coletividade. Brandão (2005) afirma que as pessoas que se dedicam a projetos que envolvem práticas sociais devem ter em mente algumas palavras que estão em evidência e devem ser consideradas. Entre elas estão educação, movimento social, aprendizagem, processos educativos, participação, pesquisa, relação, relacionamento, interação e amor. A palavra amor aqui é entendida no sentido mais amplo, se referindo a experiências educativas múltiplas, de vários rostos, relacionadas a projetos voltados para formação de pessoas na escola, na academia ou fora dela, sempre em favor do desenvolvimento humano. A CCult, até o início de 2010, era denominada Coordenadoria de Eventos Culturais (CEC) e, historicamente, atuou na organização de eventos culturais. Merece destaque o projeto Musica na Cidade, que ao longo de mais de duas décadas levou a fruição e o conhecimento da música em diálogo com a cidade de São Carlos, quando o campus era considerado distante da cidade, buscando propiciar momentos de entretenimento musical à comunidade da UFSCar e à comunidade de São Carlos, apresentando shows de alta qualidade, por artistas pouco divulgados comercialmente; contribuindo, dessa forma para a formação dos músicos da região, propiciando a realização de oficinas e encontros com músicos, compositores e arranjadores. Outro destaque é o projeto Fórum de Debates que buscava possibilitar o aprofundamento da discussão de temas da atualidade e de interesse geral pela comunidade de São Carlos. Estas importantes ações foram, entretanto se

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Page 9: Caderno de Cultura

EDITAL DE APOIO ÀS ATIVIDADES ARTÍSTICO-CULTURAIS A partir de 2010, a Pró-Reitoria de Extensão criou um edital para projetos de extensão das áreas artístico-culturais.Esta medida permitiu que as especificidades de projetos culturais de extensão fossem garantidas e possibilitou uma maior aproximação entre agentes que atuam nesta área. Além de fortalecer a área de extensão cultural, o edital contribui para a realização de um mapeamento detalhado das atividades de extensão artístico-cultural, destacando áreas mais consolidadas e permitindo visualizar áreasque necessitem de mais apoio. O Edital de Apoio às Atividades Artístico-Culturais é um instrumento muito importante que orienta as ações da Ccult e permite realizar parcerias e articulações entre os projetos de extensão da área cultural

Edital ProEx – Atividades Artístico Culturais 2012 7

ANEXO I

EIXOS TEMÁTICOS Os Eixos Temáticos são o agrupamento de temas que auxiliam na orientação e no planejamento do trabalho, suscitando questões relacionadas à um determinado assunto e o articulando com outros assuntos. Estes Eixos Temáticos não são estanques, pelo contrário, são abertos e estão constantemente em construção.

AMÉRICA LATINA E POVOS DO SUL

O objetivo principal deste eixo temático é promover eventos que destaquem os movimentos artísticos e culturais dos povos do Sul como forma de construção de conhecimento e engajamento político. Pensar a cultura desde a América Latina e de nossas raízes africanas permite nos ampliar as nossas visões de mundo e nos enraizarmos em um contexto histórico-cultural de resistência anti-hegemonica e de promoção da cultura popular.

as relações entre os seres humanos e destes com a natureza, privilegiando a produção, a distribuição e o consumo de bens e de serviços, com o intuito de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e mais democrática. Esta economia da cultura, excludente por natureza, precisa, portanto, ser regulada para que seja possível garantir a distribuição das riquezas geradas neste processo para aquelas milhares de pessoas que estão excluídas deste sistema. É fundamental reconhecer que esta economia da cultura gera trabalho e renda, ao mesmo tempo em que gera uma quantidade enorme de exclusão. Ter clareza disso é muito importante para a proposição de políticas públicas que vão inserir os excluídos deste sistema em novas formas de se processar economias das culturas. Queremos dizer com isso, que há outras perspectivas de economias e outras perspectivas de culturas, que historicamente foram negadas e que precisam ser positivadas, sobretudo por meio da intervenção estatal, financiando e fomentando concepções econômicas e culturais que integrem ao invés de excluir, que gerem trabalho e renda, que estejam associadas ao desenvolvimento territorial e que compartilhem perspectivas de mundo e experiências de vida. Devemos imaginar novas instituições e sistemas econômicos que permitam a reprodução e o crescimento da vida humana, e não do capital! Essas alternativas deverão criar-se em todos os níveis institucionais e com a ajuda de todo o povo. Devem-se fixar os olhos nas novas experiências populares de economia social alternativa. (…) Devemos apoiar a identidade cultural de todas as comunidades incluídas dentro do sistema político, e defender a diferença cultural quando se tentar homogeneizar as culturas e as línguas da população (a criolla ou mestiça moderna européia) a exclusão das outras (DUSSEL, 2007, p. 107) Neste sentido, trazemos para este debate a valorização da diversidade cultural, atrelada com as propostas da economia solidária como uma alternativa à economia da cultura excludente e como reconhecimento de novas maneiras de se processar as atividades econômicas e culturais. A economia solidária também tem sua origem atrelada à revolução industrial por meio da perspectiva do oprimido. Ela “nasceu pouco depois do capitalismo industrial, como reação ao espantoso empobrecimento dos artesãos provocado pela difusão das máquinas e da organização fabril da produção” (SINGER, 2002, p. 24). Empreendimentos concebidos dentro de uma proposta de economia solidária baseiam se em princípios de solidariedade e de democracia; de inclusão e de autogestão. Buscam “a unidade entre produção e reprodução, evitando a contradição fundamental do sistema capitalista, que desenvolve a produtividade, mas exclui crescentes setores de trabalhadores do acesso aos seus benefícios” (GT de Economia Solidária, 2008, p. 110). A dinâmica da economia solidária se constitui nas práticas sociais locais, fortalecendo laços de solidariedade e valorizando a cultura local. Por isso que empreendimentos de economia social são coletivos, colaborativos, compartilhados e se efetivam em cooperativas que “propõem a atividade econômica e social enraizada no seu contexto mais imediato, e tem a territorialidade e o desenvolvimento local como marcos de referência” (GT de Economia Solidária, 2008, p. 110).

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Page 10: Caderno de Cultura

ARTE E CIÊNCIA EM MOVIMENTO Este eixo temático pretende valorizar as ações e os processos artísticos que vem sendo desenvolvidos nas mais diversas áreas culturais e que caminhem em uma perspectiva de diálogo com o saber e a arte popular. Denominar este eixo temático de Arte em Movimento é explicitar o caráter dinâmico da arte em constante sintonia com o seu momento histórico. Ao focar na arte em movimento e não no movimento artístico, partimos da convicção de que todos e todas são criativos/as e possuem a capacidade de se expressarem e que tais qualidades não são restritas ao status de artista.

ECONOMIA DA CULTURA

Contribuir com o debate acerca da economia da cultura é o principal objetivo deste eixo Edital ProEx – Atividades Artístico Culturais 2012 8 temático, o qual visa fomentar discussões sobre os processos de estruturação de cooperativas relacionadas às mais diversas áreas culturais em uma perspectiva humanizadora que valorize a criação e a expressão do indivíduo dentro de uma coletividade. Neste sentido, irmanamos os nossos objetivos com o movimento da Economia Solidária e nos propomos a pensar em possibilidades de geração de trabalho e renda por meio das atividades culturais de grupos e movimentos sociais, destacando, sempre, o caráter pedagógico que todo este processo sustenta, uma vez que permite espaços de formação coletiva em um ambiente crítico-reflexivo, ativo e transformador.

CULTURA E SOCIEDADE

O objetivo principal deste eixo temático é manter um constante diálogo entre os saberes construídos em âmbito acadêmico, em relação a cultura e os saberes populares. Este diálogo, acreditamos, é a base da construção de uma relação cada vez mais humana entre a Universidade e a sociedade em geral. Neste sentido, este eixo temático prioriza ações e processos que aproximem cada vez mais a Universidade da sociedade de forma dialógica e respeitosa, afirmando as diferenças culturais como possibilidade de desenvolvimento Todos os projetos de extensão, incluindo os artístico-culturais, são administrados financeiramente pela FAI- Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

O que tentamos, até aqui, foi apresentar que a ideia de economia da cultura é muito complexa e que envolve questões relacionadas com a política, com a sociedade, com a economia e com a cultura. Mais ainda, que não podemos correr o risco de achar que haja um modelo verdadeiro, objetivo, universal de se consolidar a economia da cultura, pelo contrário, há maneiras muito diferentes, e até divergentes, de se trabalhar com esta temática. Uma destas propostas é a que vem na esteira do desenvolvimento capitalista que associa a economia com a lucratividade e a cultura com valores eurocêntricos. Propostas com esta gênese, tendem a associar a economia da cultura com a ideia de desenvolvimento econômico (lucratividade), com a homogeneização cultural e com o global. Estas tendências subsidiam o que chamamos de indústria cultural. A indústria cultural, que se articula em escala mundial, é uma indústria no sentido próprio e figurado. Trata-se de um setor produtivo altamente rentável, ao mesmo temo que leva mensagens, fórmulas, ideais, valores: a liberdade econômica como fundamento da liberdade política; o padrão de consumo das economias capitalistas dominantes como símbolo de progresso, bem estar, felicidade; e assim por diante. Quando necessário essa indústria é acionada no sentido de fabricar “países vitrines”, “milagres econômicos” etc. (…) Cada vez mais, as direções do Estado, altamente determinadas pelos movimentos do capitalismo mundial, dissociam-se de amplos setores da sociedade, principalmente trabalhadores do campo e da cidade (IANNI, 1993, p. 96). Há, portanto, uma economia da cultura que valoriza atividades e bens culturais que são produzidos em escala e sentido industrial. Esta economia é vigorosa e está em destaque no modo de produção capitalista. Sua orientação é voltada para o lucro e para a homogeneização cultural e possui como aliada os grandes meios de comunicação e publicidade. Não podemos negar, então, que a economia da cultura que se associa à indústria cultural forma um setor econômico e social muito grande que mobiliza milhares de trabalhadores, ao mesmo tempo, que faz circular valores simbólicos que (de)formam gostos e padronizam comportamentos. Dentro deste cenário, como fica o papel do Estado? Há os que defendem que o Estado não deva intervir na economia, deixando para o mercado regular estas relações. Ora, se estamos falando de circulação de bens e serviços que carregam valores simbólicos, que conformam comportamentos, que buscam a lucratividade e a homogeneização da cultura e, sobretudo, que este processo não está dissociado do próprio desenvolvimento histórico do capitalismo; estamos nos remetendo a propostas que visam garantir privilégios de uns sobre os outros, ou seja, este modelo, na sua origem, está atrelado à classe dominante e à negação e desqualificação de outras manifestações culturais. Como fica, então, o papel do Estado diante desta dimensão da economia da cultura? A resposta a esta pergunta não é técnica, mas política e deve se articular com a política, sociedade, economia e cultura. Temos, então, um Estado que pode se eximir deste processo, como foi o que aconteceu no final do século XX, por exemplo; ou o Estado que pode intervir para canalizar os recursos mobilizados neste meio para a promoção de políticas públicas que visem a distribuição da possibilidade de acesso à produção e circulação cultural de outros atores que ficam excluídos deste sistema. Mais uma vez temos duas ideias opostas de economia: aquela que foca na lucratividade e outra que extrapola a noção de lucratividade e que se debruça sobre

07 32

Page 11: Caderno de Cultura

Projetos contemplados pelo Edital de Apoio às Atividades Artístico-Culturais (2011)

CULTURA E CIÊNCIA: PRODUÇÕES DE VÍDEO, PROGRAMAS DE RÁDIO E A CIÊNCIA NO CINE

No presente projeto apresentamos uma

proposta de desenvolvimento da divulgação

científica por meio de atividades culturais. As

propostas apresentadas se aputam na produção

de programas de rádio, vídeos e exibições de

filmes como uma forma de aproximação das

pessoas ao conhecimento científico por meio de

diversas manifestações culturais. Coordenação:

Ad í l son Jesus Aparec ido de Ol ive i ra

(Departamento de Física)

GEROCINE: ANÁLISE COMPREENSIVA DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO HUMANO SOB O ESPECTRO DO CINEMADesenvolvendo atividades desde 2010 o projeto é uma atividade vinculada ao Programa de Extensão Gerontologia: gestão da velhice saudável. Através dos recursos cinematográficos visa a interação, análise e compreensão dos processos de envelhecimento humano, em sua diversidade, complexidade e multideterminação Seu principal objetivo é promover reflexões e diálogo interdisciplinar sobre o envelhecimento ativo e saudável. Sua programação é desenvolvida na Universidade e espaços da comunidade. Através de metodologias ativas, os facilitadores buscam integrar e sensibilizar os participantes com uma breve exposição da temática; exibição parcial e/ouintegralmente filmes e/ou cenas pré-selecionadas; compartilhamento de compreensões, percepções e temas emergentes na perspectiva dos participantes. Dialogar, compartilhar e interagir em ações sócio-educativas para a promoção de saúde e da cidadania.Coordenação: Wilson José Alves Pedro (Departamento de Enfermagem)

PRODUÇÃO DE VÍDEO EDUCATIVO PARA

PORTADORES DE DIABETES MELLITUS

Diabetes Mellitus (DM) é uma doença

crônica, de proporções epidêmicas,

elevado custo social e importante

p r o b l e m a d e s a ú d e p ú b l i c a . O

prognóstico do DM depende do controle

metabólico e dos fatores de risco

cardiovascular associados e acredita-se

que a educação de pacientes, família e

profissionais seja fundamental .

Portanto, esta atividade prevê a difusão

de conhecimento através da produção

de vídeo educativo abordando diversos

aspectos da doença e seu tratamento,

visando o autocuidado e a autonomia

d o s i n d i v í d u o s , e m l i n g u a ge m

simplificada e com recursos audiovisuais.

Coordenação: Ângela Merice de Oliveira

Leal (Departamento de Medicina)

pelo esforço da desnaturalização e desuniversalização da modernidade, afirmando novas formas de ser e de conceber o mundo. O que implica, diretamente, em novas formas de economia, cultura, política e sociedade, pluralizando o que sempre tentou se impor como único, singular e universal.

Economia da cultura ou economias das culturas Se por um lado o desenvolvimento capitalista foi levando a economia a se associar a ideia de lucratividade, inclusive sendo tratada como uma área do conhecimento fortemente influenciada pela ciência positivista, por outro lado, é preciso evidenciar que a economia é uma área do conhecimento que extrapola a noção de lucratividade e que se debruça sobre as relações entre os seres humanos e destes com a natureza, privilegiando a produção, a distribuição e o consumo de bens e de serviços. “Não se deve confundir o campo econômico com o sistema econômico capitalista, um dos possíveis, finito e que, necessariamente, terá um final e será substituído por outros mais eficazes para a sobrevivência da humanidade” (DUSSEL, 2007, p. 64). Ou seja, a economia envolve questões muito mais complexas do que a ideia corrompida de lucratividade. Economia, portanto, não é apenas assunto de economista, mas deve estar na pauta de quem se dedica a estudar a sociedade nas suas mais diversas práticas e processos. Quando a economia aproxima-se da cultura4 podemos destacar dois principais fenômenos: o primeiro está associado ao desenvolvimento econômico por meio de atividades culturais. Aqui a noção de desenvolvimento econômico5 vai se adaptando de acordo com o momento histórico, todavia, a ideia de lucratividade sempre está presente. Lucratividade que pode se dar de maneira predatória ou sustentável; o segundo fenômeno é quando a economia atrela-se ao desenvolvimento social proporcionado pelas atividades culturais e que busca a sustentabilidade de suas ações e de seus atores. Em ambos os fenômenos não podemos deixar de destacar a cultura como ações e atividades que se manifestam em várias linguagens artísticas e mídias e que faz circular pontos de vistas que, sobretudo, carregam valores simbólicos. Ou seja, pensar em uma economia da cultura significa, também, pensar em como se produz, distribui e se consome produtos e serviços embebidos de valores simbólicos. Então, quando a cultura aproxima-se da economia podemos encontrar duas possibilidades: a primeira é a circulação de bens e serviços culturais que estarão atreladas a uma ideia hegemônica de cultura e que tende a homogeneizar gostos e valores; a segunda é a que desconstrói a ideia de uma única cultura que serviria como padrão ou modelo e tende a trabalhar para fomentar a circulação de bens e serviços culturais que exprimam outros valores e gostos com o intuito de compartilhar experiências. Outro ponto muito importante desta aproximação entre a economia e a cultura é o seu caráter original, ou melhor, o lugar de origem em que os bens e os serviços culturais são processados. Mais uma vez teremos duas abordagens possíveis: uma é a que associa a cultura com o universal, ou seja, que descola a atividade ou o produto cultural de sua historicidade, plasmando seu conteúdo e sua estética com o gosto homogeneizado; a outra, é que afirma sua historicidade e que só encontra razão e emoção de existir quando a atividade ou o produto cultural revela novos conteúdos e novas estéticas que estão enraizados na realidade concreta do grupo ou do indivíduo.

CULTURA E CIÊNCIA: PRODUÇÕES DE VÍDEO,

PROGRAMAS DE RÁDIO E A CIÊNCIA NO CINEMA

0831

Page 12: Caderno de Cultura

O grupo de estudos "Espaço e Cultura" desde o

2º semestre de 2009 junto ao curso de

Geografia tem estudado, sobretudo, a questão

da cultura no contexto do processo de

modernização. Neste segundo semestre de

2010, o grupo decidiu investigar a realidade a

partir do tema das manifestações culturais de

raízes africanas, ou seja, comunidades negras

em Sorocaba. O grupo fez pesquisa de campo, e

como se previa, fotografou elementos culturais

das comunidades negras, presentes no

cotidiano de Sorocaba. A Exposição Negra

Alma: o eu negro na modernidade branca,

alcançou a comunidade externa por meio de

alguns eventos, tais como o Ciclo de Debates

Sorocaba: espaço, território e modernidade,

realizado nas dependências da Universidade de

Sorocaba (UNISO), e a Universidade Aberta. A

Exposição também foi montada durante o Dia

do Geógrafo, o Encontro UFSCar - Movimentos

Sociais e sindicais de Sorocaba e Região, e a

Semana da Geografia.A exposição buscou

enaltecer e evidenciar, de forma singela, as

manifestações socioculturais das comunidades

negras de Sorocaba, carregadas de hibridação,

de fibra e de beleza. Coordenação: Neusa de

Fátima Mariano (Departamento de Geografia,

Turismo e Humanidades)

CADA UM É UM MUNDO INTEIRO -

Q U A T R O D E P O I M E N T O S

S U L A M E R I C A N O S

Projeto multidisciplinar, colaborativo e

de média duração que visa a coleta de

depoimentos autobiográficos de

imigrantes de paises sulamericanos

residentes em São Carlos para a

elaboraçãode uma instalação sonora e

um programa de rádio, acompanhados

de palestras sobre o contexto cultural,

artístico e social de diferentes países da

américa do sul.O projeto proporciona o

contato com culturas sulamericanas

por meio de afetos e valoriza a

memória imigrante. Coordenação:

H a m í l t o n V i a n a d a S i l v e i r a

( D e p a r t a m e n t o d e F í s i c a ) .

Este fato é muito importante, pois significa que os iluministas estavam chamando para si a responsabilidade de inaugurar um processo de construção do conhecimento, pautado pela razão, e, mais uma vez pela perspectiva do homem burguês europeu. Dentre as ideias iluministas está a de que a formação humana está baseada na razão e na busca da verdade. Estas ideias influenciaram (e ainda influenciam, em certa medida) a construção do conhecimento científico que visa separar o cientista do objeto que está sendo pesquisado, a fim de que este não influencie nos resultados. Dentro da universidade, seguindo esta proposta de construção do conhecimento científico, surge a corrente positivista3 que vai alinhar o conhecimento científico com a ideia de neutralidade, objetividade, quantificação e verdade universal. Se a revolução industrial acirra a divisão das classes sociais, determinando uma classe opressora e uma classe oprimida; o iluminismo dará as bases filosóficas e conceituais para que a construção do conhecimento, e a consequente formação humana, negue e desqualifique todas as outras formas de conhecimento que não seja o científico. Não será coincidência, portanto, que a construção do conhecimento, neste modelo, seja consolidado e sistematizado pela classe opressora ou por seus representantes, tomando como padrão de formação humana e social o homem branco, burguês e europeu. Até o século o início do século XIX tudo o que se referia ao ser humano era estudado pela filosofia, foi a partir deste século, que atravessava momentos de crises sociais decorrentes da revolução industrial (o acirramento das lutas de classe; o êxodo rural; o avanço da urbanização) que se deu início a ideia de ciências humanas. Isto implica em dizer que as ciências humanas surgiram depois que as ciências matemáticas e naturais estavam constituídas e já haviam definido a ideia de cientificidade, de métodos e conhecimentos científicos, de modo que as ciências humanas foram levadas a imitar e copiar o que aquelas ciências haviam estabelecido, tratando o ser humano como uma coisa natural matematizável e experimentável (CHAUÍ, 2000, p. 227) O conhecimento científico, a partir dos ideais iluministas, foi tomado pelas ciências e pela política como a forma universal de concepção de mundo e, sucessivamente, os fenômenos sociais também ficaram a mercê desta ideia. Assim, as ciências humanas passam a tratar o ser humano como um objeto científico e os estuda sob metodologia e procedimentos adotados nas ciências naturais e matemáticas que se utilizavam de observações objetivas, experimentações e sistemas de quantificação (ALVES-MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER, 1998; CHAUÍ, 2000). Chegamos até aqui com a tentativa de contextualizar, de forma bastante resumida, a ideia de economia e de cultura que foi sendo forjada pela classe dominante dentro do sistema capitalista e que, por consequência, também domina os meios e os mecanismos estruturais e simbólicos para transmitir estas ideias, sobretudo pelo sistema educativo. Entretanto, não podemos deixar de mencionar que a sociedade dividida em classes não é só regida pela batuta da classe dominante, há nesta dinâmica social, uma tensão entre as classes opressoras e as oprimidas. A imposição de valores e condutas que visam manter a classe dominante no poder também encontrará resistência da classe dominada. Movimentos sociais organizados sempre estiveram, no decorrer do processo histórico, questionando as bases do sistema capitalista, ora reivindicando direitos e oportunidades, ora propondo e articulando a transformação social e a substituição do modelo capitalista. Estas formas de resistência, conforme aponta Lander (2005) caracterizam-se pelo seu caráter local, cuja ação se dá na realidade concreta e atuação destes grupos e movimentos e

NEGRA ALMA: O EU NEGRO NA MODERNIDADE

BRANCA

3009

Page 13: Caderno de Cultura

O projeto tem como um dos seus objetivos

abrir seus espaços dando oportunidades à

artistas, fotógrafos e cientistas de exporem

seus trabalhos e, dessa forma, enriquecer o

saber e a cultura dos seus usuários. Além

das exposições de rotina que ocorrem o ano

todo em três espaços da Bco (Saguão, Piso 1

e Piso 2), o DeAC (Departamento de Ação

Cultural – Bco) se propõe a não só dar o

apoio logístico, como também montar suas

próprias exposições. Coordenação: Lígia

Maria Silva e Souza (Biblioteca Comunitária)

ESPAÇO BCO

Criado logo após a inauguração da

Biblioteca Comunitária, em setembro de

1995, o projeto Arte na Biblioteca é

realizado uma vez ao mês com atividades

que visam ao lazer de crianças, jovens e

adultos, aproximando-os da Biblioteca

como usuários em potencial, além de

contribuir para a sua formação cultural e

incentivo a leitura. As principais

atividades possuem seus temas inovados

a cada mês Coordenação: Lígia Maria Silva

e Souza (Biblioteca Comunitária)

ARTE NA BIBLIOTECA

europeia começa a se reconfigurar deixando o regime absolutista e passando para uma sociedade burguesa. Não esqueçamos, também, que é neste mesmo período que acontece o que se convencionou chamar de iluminismo1. A revolução industrial e o iluminismo são momentos fundamentais para entendermos a configuração das nossas sociedades atualmente. Se a revolução industrial foi um momento histórico que culmina com a passagem de uma sociedade agrária para uma sociedade urbana, as bases conceituais para esta nova configuração social foram dadas pelos intelectuais iluministas. A partir deste momento, o Estado cria ou reconfigura instituições que darão suporte, estrutural e ideológico, para esta nova sociedade que nascia colocando-a como modelo civilizatório para o desenvolvimento econômico e cultural. Dizendo de uma outra maneira, a ideia de economia e cultura que vai balizar a construção dos Estados parte de uma perspectiva europeia burguesa. O processo de independência dos países latino-americanos, por exemplo, foi influenciado (e também financiado) por esta nova configuração social que aflorava na Europa. Temos, portanto, um grupo de intelectuais determinando, no plano das ideias, novas formas de organização política, social, econômica e cultural. É desde aqui que a economia direciona-se para a lucratividade e que a cultura determinará o ser humano. Esta é uma construção eurocêntrica, que pensa e organiza a totalidade do tempo e do espaço para toda a humanidade do ponto de vista de sua própria experiência, colocando sua especificidade histórico cultural como padrão de referencia superior e universal (...) As outras formas de ser, as outras formas de organização da sociedade, as outras formas de conhecimento, são transformadas não só em diferentes, mas em carentes, arcaicas, primitivas, tradicionais, pré-modernas. São colocadas num momento anterior do desenvolvimento histórico da humanidade, o que no imaginário do progresso, enfatiza sua inferioridade (LANDER, 2005, p. 34) É neste momento histórico que ressurge a ideia da economia liberal e que vai ganhar com Adam Smith uma conceitualização moderna, atribuindo ao mercado o papel de regular as dinâmicas sociais, cerceando o papel do Estado na divisão social do trabalho. Este modelo é que condicionaria a riqueza das nações, uma vez que o desenvolvimento econômico alcançado por cada indivíduo traria benefícios, em uma escala conjunta, para o próprio Estado. Esta ideia será reconfigurada, posteriormente, no final do século XX com o neoliberalismo2. Não estenderemos muito estas questões relacionadas com o surgimento do capitalismo moderno, pois não é o foco deste trabalho. O que queremos destacar aqui é a conotação histórica, política, social e cultural que atribui à economia a sua intrínseca relação com a lucratividade. Por ora vamos nos ater a isso e mais adiante voltaremos a este assunto, relacionando-o com a contemporaneidade que vem reconfigurando a sociedade (sociedade da informação) e a própria lógica do capitalismo. Se até aqui tentamos traçar um brevíssimo panorama histórico que vai levando a economia a se aproximar da ideia de lucratividade; vamos, agora, percorrer o caminho que atrela a cultura com a formação humana. Foram as ideias iluministas que fizeram com que o século XVIII fosse conhecido como o Século das Luzes (fazendo uma comparação com a “Idade das Trevas” atribuída ao obscurantismo do conhecimento, à ignorância das pessoas que viveram na Idade Média).

XVIII SEMANA DO LIVRO E DA BIBLIOTECA DA UFSCarAbrir um espaço para a reflexão do papel do livro e da biblioteca na vida do cidadão, enfocando o livro como fonte de informação profissional, cultura e de lazer, destacando o valor da leitura, da informação especializada e consequentemente, o valor da biblioteca em toda e qualquer comunidade. Dentro desta perspectiva, a Biblioteca Comunitária (Bco), através do evento comemorativo ao dia Nacional do Livro Infantil (18 de abril) realizou representações teatrais, musicais, apresentações de dança, declamação de poemas, hora do conto, projeção de slides e vídeo, debates, leitura e mediações de livros, gincanas culturais sobre a vida e a obra de Monteiro Lobato e palestras com especialistas na literatura brasileira. Coordenação: Lígia Maria Silva e Souza (Biblioteca Comunitária)

1029

Page 14: Caderno de Cultura

O CineUFSCar é um projeto de extensão que tornou a UFSCar uma referência para

projetos de exibição audiovisual/cinematográfica. Em seu sexto ano de atividade o

objetivo principal do projeto foi o fortalecimento qualitativo do debate sobre a

produção audiovisual nacional, com o oferecimento de debates mensais com

realizadores e trabalhadores dos setores audiovisual, com a comunidade acadêmica e a

sociedade participante. São também objetivos do projeto o registro em vídeo e a

publicação dos debates para sua disponibilização nos meios acadêmicos e meios

culturais; o fortalecimento das parcerias estabelecidas no ano de 2010 e ampliação de

parcerias e a criação de um diálogo com a produção cinematográfica latino-americana.

Coordenação: Eliane Coster (Departamento de Artes e Comunicação).

CINE UFSCar

A 2a. Mostra de Vídeo Popular de São Carlos

se constituiu em um espaco de divulgação

das experiências populares de realização

audiovisual que vem acontecendo no Brasil.

A programação da Mostra foi construída por

Economia e Cultura: o papel da Universidade Pública

na consolidação das Economias das Culturas.

Djalma Ribeiro Jr.Ilza Zenker Leme Joly

Resumo

Esse artigo tem por objetivo apresentar uma proposta de política cultural que vem sendo construída a partir do trabalho da Coordenadoria de Cultura (Ccult), da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Trazemos como ponto de partida uma breve reflexão sobre economia e cultura, sob o ponto de vista da construção de pensamento eurocêntrica, para compreensão de alguns conceitos e valores vigentes nesse tipo de sociedade. A reflexão avança um pouco mais com a abordagem de conceitos de economia da cultura ou economias das culturas, para depois apresentarmos a experiência da UFSCar na construção de uma possível política cultural. Autores como Singer, Freire, Brandão, Lander e Santos dão suporte aos referenciais teórico aos quais nos reportamos. Alguns exemplos do histórico das ações culturais e da construção atual de eixos temáticos que orientam os editais artístico-culturais na CCult poderão ser úteis para reflexões futuras da área.

Palavras Chaves: economia da cultura, universidade pública, política cultural.

A construção eurocêntrica da ideia de economia e de cultura Economia e cultura possuem dimensões práticas e simbólicas que foram sendo construídas no decorrer do processo histórico em que as sociedades foram sendo formadas. Isto implica em dizer que tanto a economia, quanto a cultura não podem serem vistas dissociadas da política e das dinâmicas sociais. Ou seja, economia, cultura, política e sociedade formam uma trama que, ao mesmo tempo, condicionam a vida das pessoas no âmbito material e simbólico. No decorrer do desenvolvimento do capitalismo, a economia é diretamente relacionada com a lucratividade; e a cultura, dentre diversas definições, como sendo o processo de formação humana. Mas o que vem a ser lucratividade e formação humana no contexto do capitalismo? Quem define a lucratividade e atesta a formação humana? Como dito anteriormente, refletir sobre as questões que relacionam economia e cultura, significa localizar estas duas dimensões no desenvolvimento do processo histórico que trava uma relação recíproca com as concepções políticas e com as dinâmicas sociais. O nascimento, consolidação e sistematização da sociedade capitalista está ligada com a reconfiguração dos Estados europeus entre os séculos XVIII e XIX, passando de uma sociedade agrária para uma sociedade urbana. É neste momento que acontece o que se convencionou chamar de revolução industrial. Neste momento, a sociedade

meio da inscrição gratuita de

realizadores populares de todo o

Brasil. Os vídeos foram exibidos

em espaços públicos da cidade de

São Carlos e na programação da

TVE São Carlos. A Mostra vem

consolidando São Carlos no

circuito nacional de exibição de

vídeos populares. Coordenação:

Djalma Ribeiro Jr (Departamento

de Artes e Comunicação).

11 28

Page 15: Caderno de Cultura

Em outubro, a Coordenadoria de Cultura da UFSCar promoveu mais uma Semana da América Latina. Desta vez a semana foi uma semana expandida envolvendo diversas atividades com diversos parceiros que se propuseram a pensar a América Latina nas suas práticas. Tratou-se de um momento em que se privilegia a reflexão acerca de questões relacionadas à educação, arte, psicologia, música, identidades, cultura, política de uma perspectiva latino americana. Tais atividades estão em sintonia com um dos eixos temáticos que orienta os trabalhos da CCult e que se denomina América Latina e Povos do Sul, cujo objetivo principal é promover atividades que destaquem os movimentos artísticos e culturais dos povos do Sul como forma de construção de conhecimento e engajamento político, através de um viés histórico-cultural de resistência e de promoção da cultura popular. De 24 a 29 de outubro, a programação se intensificou com atividades de formação e de fruição artística. Oficinas, debates e apresentações de Dança, Teatro e Desenho, Cinema e Música.

SEMANA DA AMÉRICA LATINA

T E A T R O E A U D I O V I S U A L : R E F L E X Õ E S E P R Á T I C A S

O projeto pretende promover um encontro com profissionais e demais realizadores que

apresentem experiência em diferentes linguagens e mídias, como cinema, vídeo, televisão,

teatro e performance, por meio de debates, palestras, oficinas e espetáculos. Estas

atividades visam proporcionar a exposição de processos de criação e realização artísticos,

em relação a abrangência e especificidade de cada uma das funções (direção de arte, de

atores, iluminação) de uma equipe dentro de uma obra especifica, e quais são as relações

desta obra com outras linguagens; atividades práticas que estimulem o potencial criador

dos participantes e que sirvam de referência para o próprio debate e a valorização da

criatividade popular que utiliza o teatro e o audiovisual como forma de comunicação e de

expressão de seus anseios. O projeto também objetiva estreitar a aproximação com a

comunidade por meio de espaços que proporcionem trocas de saberes e. Neste ano de

2011, o projeto foi parceiro do Cine São Roque, no distrito de Água Vermelha em São Carlos.

Coordenação: Ilza Zenker Leme Joly (Coordenadoria de Cultura)

GUETO - GRUPO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS DO TEATRO DO OPRIMIDO

Teatro do oprimido é um movimento teatral de prática cênico-pedagógica criada e

desenvolvida em meados dos anos 70 pelo diretor, autor e teórico brasileiro Augusto Boal;

tal prática se tornou internacionalmente conhecida por aliar teatro a ação social.A

inclusão do "teatro do oprimido" na Universidade Federal de São Carlos campus Sorocaba,

relacionando-a com a comunidade escolar da rede pública de ensino médio do município,

mostra-se como uma forma de prática pedagógica capaz de levar à reflexão, expressão e

ação dos participantes frente às situações de opressão que eles deparam, propondo

superações. É objetivo dessa atividade formar um grupo de estudos e práticas de teatro do

oprimido. Coordenação: Hylio Lagana Fernandes (Departamento de Ciências Humanas e

Educação)

27 12

Page 16: Caderno de Cultura

R Á D I O E S C O L A R - P R O G R A M A M A I S E D U C A Ç Ã O

A Prefeitura Municipal de São Carlos aderiu ao Programa Mais Educação do Governo

Federal como estratégia para ampliar a jornada escolar e a organização curricular, na

perspectiva da Educação Integral. Dentro deste contexto, o Programa Mais Educação

prevê em seu cronograma de atividades o desenvolvimento da oficina de Rádio Escolar,

que tem o intuito de criar "ecossistemas educativos" nos espaços educativos que

fomentem práticas de socialização e convivência, bem como o acesso de todos ao uso

adequado das tecnologias da informação, produzindo conteúdos radiofônicos que

permitam a articulação entre os saberes construídos em âmbito escolar e na própria

comunidade, destacando a Rádio Escolar como um espaço de intensa troca,

fundamentando-se na capacidade crítica e criativa dos participantes envolvidos. O

projeto foi realizado na EMEB Arthur Natalino Deriggi por meio de oficinas semanais

durante todo o ano e envolveu cerca de 150 crianças de 07 à 10 anos. O projeto participou

de congressos de extensão em âmbitos local, nacional e internacional. Para saber mais:

http://radioescoladeriggi.blogspot.com/ Coordenação: Djalma Ribeiro Junior (DAC)

OFICINAS DE RITMOS LATINOS- SEMANA DA AMÉRICA LATINAOficina de Dança Latina ( Salsa, merengue e Chá chá chá) e Workshop - Ritmos Latinos - com CubanistasO grupo faz uma releitura dos tradicionais conjuntos da música afro-caribenha, pesquisando a maneira tradicional de tocar, mas também adicionando um toque mais jazzístico e livre às interpretações. Os Cubanistas são parte do fenômeno da popularização dos ritmos latinos em escolas de dança. São milhares de pessoas que vêm aderindo cada vez mais ao swing latino, lotando cursos e também as pistas de várias casas noturnas pelo País. Por isso, a banda têm tocado em várias unidades do SESC no interior do estado, assim como em clubes. A programação da Semana da América Latina também contou com uma apresentação musical do grupo.

O F I C I N A D E I L U S T R A Ç Ã O M I N I S T R A D A P O R MATEUS RIOS

Este evento realizado pelo Cine São Roque fez parte da Semana da A m é r i c a L a t i n a d a UFSCar. Houve também exposição do Artista e exibição de curtas e vídeo clipes na Casa da Cultura em Água Vermelha.

MUSICALIZANDO ATRAVÉS DO CORO INFANTILO projeto teve por meta a formação de um grupo vocal infantil, que possibilitasse às crianças desenvolverem sua musicalidade e seu potencial criativo, uma vez que foram estimuladas a improvisar e inventar canções, além de reproduzirem outras já existentes de diversas culturas. Aos alunos do Curso de Licenciatura em Música e de Pedagogia oferece a oportunidade de observarem as práticas sociais envolvidas, os relacionamentos humanos e os conteúdos musicais, vivenciados sempre de maneira lúdica. A atividade de extensão foi desenvolvida em duas escolas da cidade de São Carlos, EEPG Prof. Andrelino Vieira e EMEB Profª Angelina Dagnone de Melo. O trabalho foi realizado em forma de Oficina, como atividade extraclasse, tendo sido convidados os alunos do 3º e 4º ano, sem que fosse aplicada nenhum tipo de seleção. Por meio de jogos e brincadeiras musicais foi possível conhecer e interagir com o grupo. Os principais objetivos musicais que foram alcançados durante o desenvolvimento da oficina foram o senso rítmico, auditivo, melódico e a consciência corporal com a utilização de movimentos expressivos. Foram trabalhados os princípios básicos da Técnica Vocal: respiração, afinação, ressonância e articulação. Destacamos os temas transversais que foram trabalhados: incentivo ao companheirismo, respeito ao próximo, organização, preservação da natureza e do meio ambiente. No dia 06 de outubro o Coro Infantil apresentou, no Teatro Florestan Fernandes, da UFSCar, o musical “A canção da Primavera”, de Miguel Castilhos. Para a grande maioria das crianças foi a primeira vez que estiveram em um teatro, tendo a oportunidade de cantarem perante uma platéia lotada formada por pais, parentes e amigos, apresentando os resultados obtidos durante todo o processo. Coordenação: Jane Borges de Oliveira Santos (Departamento de Artes e Comunicação)

2613

Page 17: Caderno de Cultura

A atividade está ligada ao projeto de extensão Educação em Direitos

Humanos no contexto do Trabalho Sexual e foi consolidada por meio de

duas apresentações da peça “Auto da Camisinha”, na qual o grupo Teatro

Descalço/ONG Ramudá problematiza a negociação do uso de

preservativo. A primeira apresentação foi realizada na UFSCar como

parte da programação do evento Ciclo de debates 2 de junho – Dia

Internacional da Prostituta promovido pelo Grupo de Estudos sobre

Trabalho Sexual. Os atores do Teatro Descalço declararam que a

experiência foi gratificante por possibilitar o contato com grupo social

estigmatizado e suscitar reflexões sobre o papel da arte no sentido de

m i n i m i z a r p r e c o n c e i t o s e a d i s c r i m i n a ç ã o .

Coordenação: Maria Waldenez de

Oliveira (Departamento de Metodologia de Ensino) .

http://teatrodescalco.wordpress.com

ARTE NA BOATE: TEATRO POPULAR EM CASAS NOTURNAS

Oficina Ter Ato- O Teatro no meio da Rua e Oficina de Palhaçaria Clássica, Circo e a Construção daCena. Este evento fez parte programação da Semana da América Latina que contou também com a e x i b i ç ã o d o documentário do grupo, o Histórias de Retalhos: ou 80 dias parlembembando por aí...

OFICINAS COM O GRUPO TEATRA PARLENDAS

WORKSHOP DE ACROBACIA COM O PROFESSOR MARCOS FRANCISCO

Após o workshop de acrobacia, houve apresentação do grupo TORMOZ, protagonizado por Marcos Francisco, que contou com uma estrutura de metal em um local com intenso fluxo de pessoas, o que chamou a atenção deste público itinerante.

TALENTOS JUVENIS DO GONZAGA - O BLOGVinculado ao Programa Metuia – Terapia Ocupacional no Campo Social. O projeto priorizou a

utilização de atividades artístico-culturais para promover espaços de criação e emancipação de

adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade ou ruptura de suas redes de suporte pessoal e

social. Para tanto, integraram outras atividades extensionistas do programa fomentando e

qualificando as Oficinas de Atividades, Dinâmicas e Projetos realizadas no Centro da Juventude

“Elaine Viviane” e na escola pública “Dona Aracy Leite Pereira Lopes”, bem como, em outros espaços

públicos como praças e a Estação Comunitária - ECO.Foi possível construir coletivamente produções

artísticas (colagens; construção de um mosaico; fotografia; vídeos e outras técnicas midiáticas, assim

como mobilizar o público para a reflexão, expressão e mobilização. Ofereceu aportes para formação e

aprofundamento de talentos manifestados, tal como, a produção de um blog para a divulgação de sua

expressão e arte. http://talentosjuvenisdogonzaga.blogspot.com Coordenação: Carla Regina Silva

(Departamento de Terapia Ocupacional)

1425

Page 18: Caderno de Cultura

TERTÚLIAS DIALÓGICAS: LITERÁRIA, MUSICAL E DE ARTES PLÁSTICASPromover encontro de pessoas distintas entre si, com obras da literatura clássica, internacional ou nacional (Tertúlia Literária Dialógica), ou com obras musicais clássicas de produção nacional ou internacional (Tertúlia Musical Dialógica), ou com obras artísticas de pintura e escultura, clássicas nacionais e internacionais (Tertúlias Artísticas Dialógicas). Promover o diálogo e a reflexão entre diferentes pessoas em torno de obras, possibilitando conexão entre arte e a vida destas. Explicitar a existência da inteligência cultural como capacidade de se aprender diferentes coisas ao longo de toda a vida. Auxiliar na criação de sentido para a leitura, a música e obras artísticas como atividade cultural, de direito de todos. Coordenação: Fabiana Marini Braga (Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas)

PARCERIA COM A LINHA D E P E S Q U I S A « PRÁTICAS SOCIAIS E P R O C E S S O S E D U C A T I V O S » , D O PROGRAMA DE PÓS G R A D U A Ç Ã O D A UFSCAR, NA MESA DE APRESENTAÇÃO.

PARCERIA COM O CINE SÃO ROQUE, A T R A V É S D O PROJETO TEATRO E AUDIOVISUAL

VIVENCIANDO A POESIAO projeto proporciona a alunos da Educação Básica das Escolas de São Carlos e região um contato prazeroso com o universo poético, incentivando o hábito da leitura e a produção de textos, despertando o amor pelos livros, desenvolvendo a sensibilidade e trabalhando a afetividade. Os agendamentos das atividades são realizados no início de cada ano e outros ocorrem durante o ano em atenção a convites de escolas e de bibliotecas que já conhecem ou gostariam de conhecer o projeto. Em 2011, o projeto atingiu um público computado em 2.545 pessoas, de escolas municipais, estaduais e particulares de São Carlos e região, com atividades realizadas nas escolas, na Biblioteca Comunitária (BCo) e na Unidade de Atendimento à Criança, da UFSCar, na Biblioteca Pública Distrital Ana Cristina B. Rossito, do Distrito de Água Vermelha, nas Bibliotecas Públicas Municipais e na Estação Cultura, de São Carlos. A prática deste projeto funciona como “laboratório” para os bolsistas a ele vinculados, alunos de cursos de licenciatura da UFSCar, que têm a oportunidade de colocar em prática a teoria adquirida em sala de aula e de exercitar a reflexão sobre a própria prática docente. Coordenação: Rosemeire Aparecida Trebi Curilla (Coordenadoria do Núcleo de Formação de Professores)

3415

Page 19: Caderno de Cultura

RECITAIS DE MÚSICA INSTRUMENTAL PARAQ U A R T E T O D E C L A R I N E T A S O presente projeto trata da concepção de uma série de recitais de música instrumental do grupo Quarteto de Clarinetas da UFSCar, onde serão preparadas apresentações artísticas em espaços públicos para difundir a cultura musical brasileira e estrangeira através de peças do repertório tradicional, popular e erudito. O repertório contará também com trabalhos musicais escritos ou arranjados pelos alunos das disciplinas de criação musical do curso de licenciatura em música da UFSCar. Estão implícitos os aspectos relacionados com o ensino, pesquisa e extensão, através da elaboração das temáticas culturais associadas à música e sua difusão pelos recitais didáticos. Coordenação: José Alessandro Gonçalves da Silva (DAC)

V I A J A N D O C O M P O E S I A

Promover a linguagem poética, com o intuito de incentivar a leitura, aproximando as pessoas do livro e da biblioteca de enriquecer o vocabulário; educar a sensibilidade para favorecer o crescimento de cidadãos mais humanos, movidos pelo afeto e pela solidariedade. O principal objetivo é transformar o ônibus em um espaço coletivo de cultura através da veiculação dos p o e m a s e m s e u i n t e r i o r. Coordenação: Lígia Maria Silva e Souza (Biblioteca Comunitária)

PARCERIA COM A TEIA - CASA DE CRIAÇÃO NO 1o FUZARCA. ENCONTRO DE CULTURAS POPULARES DE SÃO CARLOS

APOIO ÀS INICIATIVAS CULTURAIS

DURANTEO ANO DE 2011, A CCULT TAMBÉM APOIOU VÁRIAS INICIATIVAS CULTURAIS QUE FORAM PROMOVIDAS NA UFSCAR

P R É P R O D U Ç Ã O , P R O D U Ç Ã O E APRESENTAÇÃO DE UM MUSICAL Os musicais do Projeto de Musicalização da UFSCar vem sendo desenvolvidos e apresentados desde 2002, como uma alternativa de se divulgar o resultado de um processo de ensino e aprendizagem musical das turmas de musicalização de forma mais integrada. através de atividades de música, expressão corporal, teatro e artes plásticas e divulga o resultado deste processo para familiares e comunidade. Esta atividade é desenvolvida ao longo do ano com todas as turmas de musicalização que participam da escolha do tema, roteiro, cenário, figurino, repertório e das atividades que serão apresentadas. Coordenação: Maria Carolina Leme Joly (Departamento de Artes e Comunicação)

1623

Page 20: Caderno de Cultura

URZE CIA DE DANÇA/UFSCar - LEVANDO A DANÇA PARA O INTERIOR DE SÃOPAULOA Urze Cia de Dança Contemporânea/UFSCar é uma companhia de dança fundada em 2006, com bailarinos integrantes do Grupo de Dança Contemporânea da UFSCar, existente desde abril de 2003, oferecendo aulas de dança para alunos da Universidade e para a comunidade. visando à democratização do acesso à dança e à formação de público em dança na cidade e região. Em 2011, os objetivos alnaçados foram: participação em festivais de dança de âmbito nacional; formação profissional artística de alunos e ex-alunos da Universidade; apresentações de dança e de oferecimento de minicursos em cidades do interior paulista; formação de público para essa expressão artística; estabilização profissional de bailarinos, a fim de permanecerem na cidade de São Carlos; formação profissional de aluno bolsista, desenvolvendo ações relativas a diversos aspectos envolvidos na preparação e execução de apresentação de dança: concepção das coreografias, coordenação de ensaios, concepção e execução cenográfica, divulgação de evento artístico, concepção de luz iluminação, concepção de figurinos, mixagem de áudio e sonoplastia. Coordenação: Maria Cristina Mathias (Coordenadoria do Núcleo UFSCar-Município)

F Ó R U M D E D E B A T E S

Promovido pela Coordenadoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão desde 1993.

Configura- se como um projeto contínuo que se destaca na promoção de encontros,

diálogos, debates, rodas de conversa que proporcionam ao público a oportunidade

de trocar experiências e de aprofundar a reflexão acerca de temas que relacionam a

Cultura com a Sociedade de forma geral. É neste espaço que é promovido a Semana

da América Latina que coloca em foco questões relacionadas às artes, culturas,

política, sociedade, economia em uma perspectiva latinoamericana e onde se

desenvolvem parcerias com propostas de seminários, encontros e palestras.

Coordenação: Ilza Zenker Leme Joly (Coordenadoria de Cultura)

MUSICALIZAÇÃOCriar oportunidades diversas do indivíduo aprender música, seja tocando um instrumento, seja cantando, dançando ou realizando jogos musicais em grupo. Esse projeto consiste em duas atividades: Musicalização Infantil que está dividida em diferentes turmas que abordam o processo de ensino e aprendizagem de música com foco na flauta doce, no violino e no violão. Temos atualmente turmas diferentes de musicalização para crianças de 03 a 07 anos e depois de 07 anos musicalização através de instrumentos. Temos também turmas de Musicalização para Bebês, que acolhem crianças desde 08 meses até 03 anos. Coordenação: Ilza Zenker Leme Joly (Departamento de Artes e Comunicação)

O R Q U E S T R A SServir como elemento de estímulo a crianças, jovens e adultos para o desenvolvimento cultural musical; estimular o domínio de instrumentos musicais e conhecimento de repertório variado; proporcionar a prática instrumental em grupo; divulgar a cultura musical. Estes são alguns dos objetivos que estão na pauta deste projeto que concentra vários anos de experiências nas atividades de extensão da UFSCar. Coordenação: Maria Carolina Leme Joly (Departamento de Artes e Comunicação)

IV CICLO DE PRÁTICAS CULTURAIS POPULARES E EDUCAÇÃO

O IV Ciclo de Práticas Culturais Populares e Educação visa dar continuidade a

iniciativa histórica da UFSCar em 2008 que é resultado de uma parceira entre

NEAB/UFSCar, Programa de Ações Afirmativas, estudantes participantes do grupo de

pesquisa e prática em danças brasileiras Girafulô,estudantes africanos e indígenas,

estudantes do curso de Pedagogia da Terra e estudantes da Moradia. O projeto visa

difundir a Memória Social e o Patrimônio Imaterial das cultura populares, dos povos

indígenas, afro-brasileiros e africanos por meio de ações culturais construídas pelos

próprios estudantes pertencentes a estes grupos e comunidades. Estas ações consistem

em diferentes atividades que serão desenvolvidas na UFSCar, em escolas públicas, centros

culturais, pontos de cultura e outros espaços da cidade de São Carlos e região. Entre as

atividades estão: Palestras e debates, oficinas culturais, grupo de estudo sobre cultura

popular,exposições, apresentações culturais, etc. Coordenação: Petronilha Beatriz

Gonçalves e Silva (Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas)

17 22

Page 21: Caderno de Cultura

A A R T E D O C L O W N N O T E R R I T Ó R I O :

SUSTENTABILIDADE, HUMOR, RISO E ALEGRIA

A proposta do projeto é a inserção da arte circense

do clown no território, especificamente na região do

Bairro Cidade de Araci, periferia de São Carlos, com

foco nas pessoas em vulnerabilidade social e

problemas de saúde diversos. A idéia é o clown

interagir com as respectivas famílias. A metodologia

adotada será a de preparação do grupo de clowns

(formado por estudantes de diversos cursos e de

integrantes da equipe da unidade de Saúde da

Família) para realização de performances e jogos

teatrais nas casas de famílias, indicadas pela própria

unidade de saúde da família. O projeto pretende

levar aos indivíduos a arte do clown como um

recurso sustentável, criativo e imaginativo capaz de

enriquecer a vida do ponto de vista moral, de

aprendizagem pessoal e cuidado interpessoal.

Coordenação: Daniel Marinho Cezar da Cruz

(Departamento de Terapia Ocupacional)

MÚSICA NA CIDADE 2 0 1 1 – C A M P U S SOROCABA E SALTO DE PIRAPORA

O Música na Cidade 2011 foi que

possibilitou o acesso à formação

musical, proporcionando a fruição

artística e abrindo espaço para a

manifestação cultural, além de

criar espaço para discussão da arte

e n q u a n t o i n s t r u m e n t o d e

enriquecimento social e cultural,

o n d e fo ra m a p r e s e n t a d o s

trabalhos artísticos musicais

inovadores e de qualidade na

cidade de Sorocaba e região. A

equipe que coordenou o projeto

buscou ampliar as atividades do

Música, trazendo até a UFSCar

S o r o c a b a b a n d a s q u e

representassem a diversidade e a

qualidade da cultura brasileira.

Em 2011, bandas como “João e os Poetas de Cabelo Solto”, “Cabana Café” e “Memórias de um Caramujo” foram algumas das atrações Além disso, nosso projeto atuou como forte parceiro em várias a t i v i d a d e s c u l t u r a i s promovidas pela UFSCar: Universidade Aberta, Festa Tropeira e o Festival UFSCar de Música Universitária-FUMU. Tais eventos puderam contar com o nosso apoio, desde a curadoria musical até na sua divulgação e locação de aparelhagem de som.

Por mais que o projeto tenha passado por mudanças, a premissa continua a mesma: cultura, música, educação, lazer, arte e conhecimento de forma Livre e GratuitaCoordenação: Adilson José Vieira Brandão (Departamento de Física, Química e Matemática )

EVENTOS CULTURAIS NO CAMPUS DE ARARASAs atividades dentro do projeto de Eventos Culturais no campus de Araras tiveram início em 2006 e, de lá pra cá, vem se consolidando como espaço importante de fruição cultural em Araras. O projeto de Eventos Culturais no campus de Araras reforça a importância de se tornar uma ferramenta para a propagação cultural e integração entre alunos, calouros e servidores docentes e técnico-administrativos, e também para com a comunidade loca l e reg iona l . Coordenação: Norberto Antonio Lavorenti (Centro de Ciências Agrárias)

PULSO: MÚSICA E CORAÇÃO INVENTANDO O NOVOConsiderando a perspectiva da atenção integral ao usuário portador de comprometimento cardiovascular e/ou co-morbidades, propõe-se criar uma nova abordagem para a reabilitação cardiovascular extrapolando os limites da atenção biológica, tecnicista e medicalizadora hegemônica. Tendo em vista que o usuário é um sujeito, este trabalho pretende exercitar habilidadesque favoreçam o autoconhecimento para a prática de exercícios nos mais variados espaços. Para isso serão ofertados encontros para treino de várias capacidades físicas e cognitivas tendo a música como maior recurso motivador e modelador. Coordenação: Gilve Orlandi Bannitz Shiguemoto (Unidade Saúde Escola)

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Page 22: Caderno de Cultura

p.c p.c

M Ú S I C A N A C I D A D E

O projeto Música na Cidade tem como proposta realizar apresentações

musicais, oficinas e palestras com nomes de referência do cenário

musical brasileiro, coerente com os encaminhamentos teóricos,

metodológicos e acadêmicos da UFSCar. O proejto pretende criar uma

programação eclética, tentando atender ritmos, linguagens, estilos que

sejam representativos da diversidade cultural brasileira, suas influências

e valores. . Este projeto vem sedimentando, ao longo de seus 20 anos de

existência,

Este projeto vem sedimentando, ao longo de seus

20 anos de existência, um espaço de fruição de

construção de conhecimento musical e

desenvolvimento da crítica estética sobre esse

bem cultural, reafirmando sempre o papel da

unviersidade como promotora de ações na esfera

cultural. reafirmando sempre o papel da

unviersidade como promotora de ações na esfera

cultural.

2019