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ÍNDICETESE 1 Não pagaremos pela crise dos governos e dos patrões! Avançar no trabalho de base por um Sinsprev sob o controle dos trabalhadores! - Coletivo Democracia e Luta, vinculada a Central Sindical e Popular - Conlutas ................................................2

TESE 2Intersindical e Independentes:- Sinsprev um instrumento de luta e organização dos traba-lhadores pela base ................................................................................................................19

TESE 3 Manifesto à categoria e à classe trabalhadora - Tese do Coletivo “Avançar nas Lutas” ao XII Consinsprev 2015 ................................................................................................................31

TESE 4

os ataques a classe trabalhadora! - Coletivo Alicerce ..........................................................35

12º ConsinsprevCongresso Estadual do Sindicato dos Trabalhadores

em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo

Sinsprev/SP:30 Anos

De Lutas E Conquistas

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

TESE 1NÃO PAGAREMOS PELA CRISE DOS GOVERNOS E DOS PATRÕES! AVANÇAR NO TRABALHO DE

BASE POR UM SINSPREV SOB O CONTROLE DOS TRABALHADORES! COLETIVO DEMOCRACIA E LUTA

ÍNDICE

1- Apresentação2- Conjuntura3- Servidores Públicos Federais4- INSS5- Saúde6- Aposentados7- Contribuição para organização e transparência fi nan-

ceira do SINSPREV8- Conclusão

1 - APRESENTAÇÃO

EM DEFESA DO SINSPREV INDEPENDENTE E DE LUTA

Nos dias 27, 28 e 29 de março desse ano, acontecerá o XII CONSINSPREV – Congresso do sindicato – onde as diversas correntes políticas e ativistas independentes da base do SINSPREV/SP irão debater e disputar suas posições polí-ticas, e onde será defi nido os rumos e o caráter que a entidade tomará nos próximos 3 anos.

O Sinsprev/SP, desde sua criação, é um instrumento de lutas e sempre defendeu as reivindicações históricas dos ser-vidores da seguridade social e esteve presente nas lutas his-tóricas dos trabalhadores do país. Esse congresso tem como papel fundamental reaproximar e organizar o conjunto dos servidores, e com isso fortalecer o sindicato como um instru-mento de luta por seus direitos.

Em nossa tese, traremos nossas contribuições e propostas para os setores que compõe a categoria – Saúde, INSS e apo-sentados – bem como propostas sobre o tema das opressões, fi nanças, sobre o funcionamento do sindicato, e outros.

Pretendemos, com nossas propostas, apresentar nossa concepção sobre o sindicato e o papel do SINSPREV na luta dos servidores e junto aos trabalhadores como um todo.

O Coletivo Democracia E Luta

Dentro da direção de uma entidade sindical, como o SINSPREV ou a FENASPS, por exemplo, muitas vezes atuam correntes políticas com concepções e formas de or-ganização diferentes, mas que pelo objetivo da defesa dos

trabalhadores agem em unidade dentro dessas entidades. O Coletivo DEMOCRACIA E LUTA representa um grupo de servidores que reivindicam a CSP - Conlutas, central criada em 2010 a partir do processo de reorganização dos movimen-tos sindical, popular e da juventude.

Frente ao entreguismo em que se envolveu nos últimos anos a CUT e aos ataques feitos aos diversos setores da clas-se, os trabalhadores tanto do serviço público quanto do se-tor privado têm buscado novas ferramentas de luta, o que culminou com a criação desta nova central. Nossa entidade defende a autonomia e independência frente ao Estado, go-vernos e partidos políticos, a construção da unidade como valor estratégico na luta dos trabalhadores e trabalhadoras, a ação direta e a mobilização coletiva de nossa classe como forma privilegiada de luta.

No SINSPREV, apesar da unidade para lutar, temos di-vergências com as demais correntes que compõem a direção do sindicato. Esperamos que no decorrer dessa tese, nas con-versas e debates, possamos apresentar os principais pontos divergentes.

A IMPORTÂNCIA DOS SINDICATOS

Os sindicatos foram uma criação da classe trabalhadora, ainda no séc XIX, para serem instrumentos de organização de sua luta por direitos, salário, melhores condições de vida e trabalho, bem como de resistência contra os diversos ataques dos patrões e governos – também conhecidos por classe bur-guesa. Se hoje possuímos uma série da garantias e direitos, tais como, jornada diária de 8 horas, 13° salário, férias, insa-lubridade, licença maternidade, direito de greve, auxílio cre-che, aposentadoria, salário mínimo, entre outros, foi a custo de muita luta da classe trabalhadora organizada em seus par-tidos e sindicatos, que durante muito tempo foram ilegais, perseguidos e reprimidos pelos Estados.

Quando os sindicatos eram ilegais e clandestinos, a luta era muito mais difícil. Fazer assembléias, que hoje aconte-cem aos montes, naquela época era crime. Os trabalhadores tinham que se reunir às escondidas, e planejar uma greve era uma decisão, literalmente, de vida ou morte. Nessa época as contribuições fi nanceiras aos sindicatos eram feitas exclusi-vamente por trabalhadores com o fi m de servirem principal-mente de fundo de greve. Sendo assim, os sindicatos eram

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um instrumento completamente independente dos governos e patrões e lutavam unicamente pelos interesses da classe tra-balhadora, pois, como diz o ditado, quem paga a banda, es-colhe a música. Todavia no Brasil, com Getúlio Vargas, com a desculpa de “facilitar” e “legalizar” a luta sindical, os sindi-catos foram completamente atrelados ao Estado, ganhando a legalidade, porém perdendo em muito sua independência política.

Com a subida do PT ao governo, além da estrutura sin-dical burocrática getulista, temos formas superiores de coop-tação material dos dirigentes sindicais com o advento do im-posto sindical e os fundos de pensão. Muitos sindicalistas se tornaram membros do governo e passaram a atuar contra os trabalhadores. A contradição está justamente no fato de que agora, que a constituição nos garante uma série de direitos in-clusive para lutar, temos uma estrutura sindical atrelada jurí-dica, política e fi nanceiramente ao Estado e aos governos fre-ando as mobilizações dos trabalhadores. As sucessivas traições à classe trabalhadora por parte de grandes centrais sindicais como CUT, CTB, Força sindical acontecem por essas entida-des atuarem como uma correia de transmissão da política do governo e dos patrões para “amansar” e controlar a luta.

É POSSÍVEL CONSTRUIR A MUDANÇA?

Mesmo dentro desse quadro não muito animador, existem formas de resistir à burocratização e garantir a independência política e fi nanceira dos sindicatos. Hoje está em curso um pro-cesso de reorganização sindical e política promovida por ativis-tas independentes, sindicatos e partidos de esquerda, concen-trado principalmente em torno da Central Sindical e Popular CSP-CONLUTAS, que defende a independência política dos históricos instrumentos de luta da classe trabalhadora.

Essa reorganização, da qual nosso coletivo – “Democracia e Luta” – é parte ativa, defende um funcionamento democrático e anti-burocrático para as entidades do movimento dos trabalha-dores. Nossa atuação tem que sempre visar à participação ativa da categoria nos espaços de discussão e deliberação do sindicato, bem como promover formação política, ser um espaço de de-núncia e luta contra os ataques e assédios machistas, racistas e homofóbicos das chefi as, garantir a lisura na lide com as fi nanças do sindicato e que estas sejam utilizadas exclusivamente para luta dos trabalhadores – fundo de greve, caravanas massivas para atos e mobilizações, ajuda para organizações de trabalhadores em luta de outras categorias, etc. Também devemos dar o combate para superar o corporativismo e nos unir as demais categorias, tanto do funcionalismo público quanto de toda classe trabalhadora, para garantir campanhas fortes e massivas que de fato sejam ca-pazes de enfrentar – e vencer – o governo e os patrões!

SINDICATO COMO PRESTADOR DE SERVIÇOS OU INSTRUMENTO DEMOCRÁTICO DE LUTA?

Uma eleição sindical não pode ser vista como um cheque

em branco passado pela categoria ao diretor eleito. Este não é um prestador de serviços contratado para encaminhar ações judiciais e negociar com o governo e patrões sobre o que nos prejudica menos. Um diretor do sindicato é um represen-tante de um setor da categoria, que para continuar sendo de fato representada tem que ter voz e presença ativa para cobrar sempre as ações dos que foram por ela eleitos. Ao contrário do executivo e legislativo, em que votamos em deputados, se-nadores, vereadores, prefeitos, etc, de quatro em quatro anos e não sabemos nem podemos ter controle de suas ações e, muito menos, tirá-los caso não cumpram as promessas de campanha, a diretoria de um sindicato deve ser a representa-ção direta dos trabalhadores, acompanhada cotidianamente por eles, e modifi cada sempre que necessário.

Nós do coletivo “Democracia e Luta”, que constrói a central CSP-Conlutas, defendemos que o sindicato seja um instrumento da luta dos trabalhadores, onde estes possam ter a certeza de que terão sua voz ouvida e suas demandas defen-didas. Que seja um espaço de ampla discussão política e que seja voltado exclusivamente para a promoção da mobilização dos trabalhadores em prol de seus direitos, e isso não é possí-vel sem uma ampla participação da categoria.

2 - CONJUNTURA

Desde 2008/2009 o mundo vive mergulhado numa crise econômica, que como temos visto, está longe de seu fi m. Vários países vivenciaram a desaceleração de suas economias e estiveram literalmente falidos. Para se salvarem da crise várias governos jo-garam a conta no colo dos trabalhadores e adotaram pacotes de austeridade que retiravam direitos e deixavam os trabalhadores e suas famílias vivendo em condições miseráveis. Em países da Europa, como Grécia, Espanha e Portugal, o desemprego jogou os trabalhadores na miséria, e a situação foi, e ainda é, mais gra-ve entre os jovens. Também nos Estados Unidos boa parte dos trabalhadores fi cou desempregada e passou a viver em condições precárias, perdendo suas casas e dependendo de caridade.

Vários bancos, seguradoras e empresas não faliram porque foram socorridas pelos governos com o dinheiro do povo, o caso mais emblemático foi o da GM, que foi socorrida pelo governo dos EUA.

No Brasil durante muito tempo vendeu-se a idéia de que o país estava imune a essa crise, pois a economia teria atin-gido um patamar que o protegeria de toda essa turbulência na economia mundial, o próprio governo Lula declarou que seria uma “marolinha”. No entanto, o tempo mostrou que o Brasil não estava imune a crise econômica mundial. O país, que é dependente da exportação de commodities para outros países, viu sua balança comercial bater recordes de défi cits.

As políticas de austeridade adotadas pelos governos para saírem da crise traduziram-se em demissões de servidores pú-blicos, cortes de direitos previdenciários e trabalhistas, cortes no orçamento para educação, saúde, e outros ataques aos tra-balhadores. No entanto, essa política mostrou que os governos

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jogaram os trabalhadores na vala para garantir os lucros dos ri-cos, principalmente dos bancos e agiotas das dívidas públicas.

Os trabalhadores europeus estão demonstrando nas ruas que não aceitarão o rebaixamento das suas condições de vida. As eleições na Grécia são um marco dessa situação. O resultado eleitoral da Grécia expressa uma vitória política do povo trabalhador grego. O voto de milhões no Syriza foi uma forma de castigar os partidos e líderes que, a serviço da Troika, destruíram o país nos últimos seis anos.

Em cinco anos, o PIB grego (soma de todas as riquezas produzidas no país) caiu 25%. O desemprego afeta 25% da população e mais da metade da juventude. Mais de 30% da população vive na pobreza, e a dívida externa do país repre-senta 177% do PIB.

O voto no Syriza deve ser interpretado como um basta aos chamados planos de austeridade e a seus partidos. Desde o início dos ataques, os trabalhadores realizaram mais de 30 greves gerais e outras inúmeras lutas. O Syriza só tem duas possibilidades: capitular à Troika ou romper com a mesma, se apoiando na mobilização de massas dos trabalhadores gregos e do resto da Europa.

Apesar de toda a crise econômica que alastra a vida dos trabalhadores, os ricos não deixaram de fi car mais ricos. A pesquisa apresentada no Fórum Econômico Mundial de Da-vos, produzida pela Oxfam Internacional, traz uma série de dados atuais sobre a realidade da concentração de renda mun-dial. As cifras apresentadas pela ONG são impressionantes.

Os resultados, obtidos a partir de dados ofi ciais de ins-tituições e re-latórios de di-versos países, demonstram a profundidade da desigualda-de mundial. As 85 pessoas mais ricas do planeta possuem a mes-ma quantidade de recursos das 3,5 bilhões mais pobres. Ou seja, um peque-no grupo que não chega a 100 indivíduos possui uma riqueza equivalente à de metade da população mundial. Segundo a pesquisa, o 1% mais rico da população mundial detém US$ 110 trilhões, 46% de toda a riqueza do planeta.

Não serão os bancos, empresários ou governos que irão acabar com a crise e impedir que a humanidade viva na bar-bárie, na verdade, para esses as crises servem muito bem. Não é possível reformar o capitalismo e dar a ele uma face mais humana, menos desigual, mais justa etc. Esse receituário vem sendo constantemente refutado pela própria realidade, especialmente com a atual crise econômica mundial. Se um capitalista individual decide não se entregar completamente à lógica de acumulação de capital será, em mais ou menos tempo, levado à falência, pois outro membro de sua classe se apropriará da riqueza da qual este abriu mão. Se neste jogo,

milhões ou bilhões de pessoas têm de ser esquecidas é outra preocupação que a lógica do capital não permite ser levada a sério. Afi nal, são os interesses de autovalorização do capital, “dotado de vontade e consciência” que importam, e não os interesses da maior parte da humanidade.

E NO BRASIL...

No Brasil vivenciamos processos de lutas importantes com as manifestações de junho de 2013. Independente do balanço que façamos dos seus rumos, as chamadas jornadas de junho são um marco na situação política do país. Apesar de o estopim ter sido a luta contra o aumento da passagem, podemos dizer que havia uma grande insatisfação com a pre-carização dos serviços públicos, corrupção e uma busca por melhores condições de vida, o que fez com que milhões de pessoas fossem para as ruas em todo país.

Após as jornadas de junho diversas categorias de trabalha-dores se organizaram, inclusive com dois nacionais de parali-sação em julho e agosto de 2013. Essa intensifi cação das lutas dos trabalhadores se expressou em várias greves no primeiro semestre de 2014, com destaque para greves dos garis no Rio de Janeiro, rodoviários e metroviários em São Paulo.

2014 se foi e deixou importantes lições para as lutas de nossa classe. Foi um ano intenso, de Copa do Mundo, elei-ções gerais, mobilizações sindicais, populares e da juventu-de que sacudiram o país de norte a sul. Mobilizações que se enfrentaram com um duro processo de criminalização, por parte dos governos em todas as esferas, da polícia, da justiça e outras instituições, mas que não conseguiu nos dobrar. Fo-mos parte dessa história, pela intervenção de nossas entidades e pelo Encontro “Na Copa vai ter luta”, que realizamos em março, e foi um espaço de ampliação e construção da unida-de daqueles e daquelas que querem lutar em defesa dos direi-tos de nossa classe, com independência frente aos governos.

O cenário para 2015 começa a se desenhar, com a confor-mação do “novo” governo federal, que amplia as suas alianças ainda mais à direita, incorporando pesos pesados do capital fi nanceiro, industrial e do agronegócio e também os novos governos nos estados. As políticas de ajuste fi scal, ampliação do superávit primário, cortes do orçamento, a mini-reforma da previdência e trabalhista aplicada por medida provisória, devem se ampliar, num cenário econômico de queda da pro-dução industrial, estagnação da economia, subida de preços, e também com o início da elevação dos índices de desemprego e cortes de vagas na indústria. Essas políticas tendem a pre-carizar ainda mais os serviços públicos, prejudicando princi-palmente a população mais pobre, negros em particular, e de-gradar as condições de vida dos servidores de todas as esferas.

A crise hídrica que atravessa a região sudestes, com refl e-xos em outras regiões, por irresponsabilidade dos governan-tes, já afeta a vida de milhares de pessoas, com racionamento e mesmo suspensão do fornecimento de água. Os servi-ços de transporte foram reajustados na maior parte do país,

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ainda que sem uma melhoria no fornecimento desse serviço, tão reclamado pela população em geral e a juventude e po-pulação das periferias, pobres e negros em particular, o que está gerando mobilizações. Em muitos setores da indústria (metalurgia, setor automobilístico, autopeças, usinas de cana, dentre outros) já estamos vivendo um processo de fechamen-to de unidades, com conseqüente desemprego e desrespeito aos trabalhadores, que fi cam sem receber seus direitos traba-lhistas. A pressão patronal combina demissões e exigência por subsídios governamentais e ampliação da fl exibilidade nas relações trabalhistas, para seguir com suas altas de lucros.

Frente a esse cenário, algumas empresas já começam a de-mitir e a tensão entre os trabalhadores tem aumentado. Um exemplo de que é necessário os trabalhadores lutarem foi a luta dos metalúrgicos do ABC. A Volkswagem, que há anos vem recebendo incentivos fi scais, ou seja, dinheiro do povo, e ainda remetem seus lucros para exterior, anunciou a demis-são de centenas de trabalhadores. O sindicato ligado a CUT, cumprindo seu papel de pelego, quis vender os direitos dos trabalhadores, mas foi atropelado pela “peaozada”, que não se venderam e reverteram as demissões na luta.

Estamos vendo um aumento a polarização social no nosso país, seja nos grandes centros urbanos, nas periferias das grandes cidades e no campo, que se refl ete nas lutas por moradia, saúde, educação, transporte e saneamento, pela re-forma agrária e pelos direitos dos trabalhadores rurais e dos sem-terra. Polarização que também se expressa na luta das mulheres, da juventude, das populações negras, indígenas, quilombolas, dos LGBTs e nos posicionamentos dos setores políticos de direita mais conservadores.

Diversos setores já começam a organizar suas lutas, suas campanhas reivindicatórias e salariais. Sabemos que a nossa unidade novamente será fundamental, para enfrentarmos todo esse cenário, que é comum aos diversos setores da nossa classe trabalhadora e da nossa juventude, em melhores condições.

Apesar de não afi rmarem que o país vive uma crise, os governos e seus lacaios tentam nos convencer a todo o mo-mento que são necessários esses ajustes para que a economia volte a crescer. Os governos junto com as entidades governis-tas como CUT e UNE tentarão fazer com que os trabalhado-res e a juventude paguem a conta dessa crise.

Um dos ataques mais emblemáticos foi a publicação, no fi nal de dezembro, das Medidas Provisórias 664 e 665, que restrin-gem ou, na verdade retiram, direitos trabalhistas e previdenciá-rios. Algumas alterações inclusive atingem diretamente os servi-dores públicos, como no caso das pensões. O governo anunciou que espera economizar 18 bilhões com essas medidas, mas eco-nomizar na linguagem do governo é sempre tirar dinheiro dos trabalhadores para dar aos bancos e agiotas da dívida pública.

Mas os “ajustes” não se limitam a essas medidas. Várias políticas sofreram cortes de verbas, inclusive educação, prin-cipal política de qualquer país que queira se tornar uma “pá-tria educadora”. Esse corte de verbas se expressa no dia a dia da população quando busca o serviço público e não consegue

ser atendido ou é atendido de forma precária. Mas também se expressa no cotidiano dos servidores públicos, quando vá-rias áreas sofrem cortes, como qualifi cação, logística, diárias, inclusive os copos descartáveis e a água pra beber.

Somam-se a esses cortes, o aumento do custo de vida. Em 2015, vários serviços e produtos já sofreram aumento: gaso-lina, energia elétrica, alimentos, creches, escolas, planos de saúde e muitos outros. Até mesmo o preço da água subiu, que no estado de São Paulo já se tornou produto de luxo, pois dada a incapacidade dos governos estadual e federal, deixa-ram a população sem água e colocam a culpa em São Pedro.

É preciso lutar e enfrentar esta política econômica que ataca os trabalhadores e entrega o país. E defender um plano de emergência dos trabalhadores contra a crise, para libertar o Brasil dessa espoliação e para que sejam os ricos a pagar por ela e não os trabalhadores.

É por isso que o SINSPREV tem que estar onde estão as organizações dos trabalhadores que estão se enfrentando de fato com esses ataques, participando dos fóruns e organizan-do essas lutas nos locais de trabalho.

A CSP Conlutas vem cumprindo um papel fundamental na organização desses espaços de enfrentamento com os pa-trões e governos, defendendo os interesses dos trabalhadores. É preciso que o debate sobre a reorganização sindical seja levado aos servidores, porque corretamente rompemos com a CUT, mas também não podemos fi car isolados, pois a histó-ria já demonstrou que isolados somos mais fracos. Queremos abrir um debate nos locais de trabalho sobre a fi liação do sindicato à CSP Conlutas.

Várias categorias do serviço público já se organizam na CSP Conlutas, como os técnico-administrativos e docentes das universidades federais e escolas técnicas, servidores do ju-diciário, saúde federal, servidores do IBGE, Ministérios do Planejamento, Cultura, Trabalho, inclusive alguns sindicatos da previdência e saúde, e muitos outros. Dentro da central podemos construir uma frente ampla dos servidores públicos federais em unidade com todos trabalhadores.

3 - SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

DÍVIDA PÚBLICA E OS SERVIÇOS PÚBLICOS

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Para quem vai o dinheiro arrecadado em impostos? Como é possível um país tão rico ter serviços públicos tão precários, tanta pobreza e desigualdade social? Os sucessivos governos repassam a maior parte do orçamento para os banqueiros, na forma de Dívida Pública, o maior roubo da riqueza que pro-duzimos. Outra parte eles destinam para empresários na forma de subsídios ou isenção fi scal. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, o governo repassou, em 2013, para os banqueiros R$ 718 bilhões para pagar os juros da Dívida Pública. O paga-mento dos juros da dívida consome mais de 40% de tudo que é arrecadado. Mesmo assim, a dívida não para de crescer.

Só nos governos FHC, Lula e Dilma foram pagos R$ 14 trilhões, mas a dívida aumentou de R$ 300 bilhões, em 1994, para mais de R$ 4 trilhões, em 2013. O Brasil poderia ter construído 8 milhões de moradias a um custo de R$ 100 mil cada unidade, acabando com o défi cit habitacional e ain-da sobrariam 13 trilhões e 200 bilhões de reais!

O pagamento da dívida aos bancos impede que tenhamos ser-viços públicos de qualidade, que acabemos com a desigualdade social e com a dependência do país frente aos países imperialistas. Programas sociais limitados, como o Bolsa Família, signifi cam uma ninharia perto do que o governo destina aos banqueiros.

Se verifi carmos o gráfi co acima, vemos que 45,11% do orçamento federal executado em 2014 foi usado para o pa-gamento da dívida pública, enquanto setores essenciais re-ceberam verbas mínimas (saúde: 3,98%; educação: 3,73%; saneamento: 0,02% e habitação: 0,00%!).

Os R$ 978 bilhões gastos com juros e amortizações da dívida pública correspondem a 12 vezes o que foi destinado à educação, 11 vezes aos gastos com saúde, ou mais que o dobro dos gastos com a Previdência Social, conforme mostra o gráfi co.

O governo Dilma espera economizar 18 bilhões de reais com as MP´s 664 e 665, que alteram regras e atacam direitos trabalhistas e previdenciários, mas esse montante, em vez de serem repassados para melhorias dos serviços públicos, faz parte da política de superávit primário e serão destinados para enriquecer ainda mais aos bancos.

Não à toa os bancos mais uma vez bateram recordes de lucros no país, enquanto os trabalhadores têm que se apertar para que seus salários cheguem até o fi nal do mês.

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QUEM PAGA IMPOSTO NO PAÍS?

No Brasil, nós temos uma política de juros e um sistema de impostos que tiram dos mais pobres em favor dos mais ri-cos. Em 2013, 36% de tudo que o Brasil produziu (PIB) foi apropriado pelo Estado na forma de impostos. Mas quem efe-tivamente paga estes impostos e fi nancia o Estado? Segundo a Receita Federal, de tudo que o Estado arrecada, os impostos sobre a renda do capital representam apenas 15%. Todo o res-tante é pago pela renda do trabalho. Mesmo os 15% que o pa-trão paga, saem da riqueza que nós produzimos para ele. Eles, ainda, repassam aos preços dos produtos impostos que seriam deles, como ICMS, IPI ou ISS. Pagamos os impostos deles com nosso mísero salário quando compramos qualquer mercado-ria. Já nossos salários são tributados na fonte pelo Imposto de Renda, em até 27% acima do piso. O discurso dos empresários de que eles pagam muitos impostos é falso, porque somos nós, os trabalhadores, que fi nanciamos o Estado. Todas as medidas adotadas pelos governos FHC, Lula e Dilma só reforçaram esta injustiça, pois aumentaram a carga tributária sobre os trabalha-dores e deram isenções fi scais para o grande capital.

OS TRÊS MITOS SOBRE O SERVIÇO E FUNCIONALISMO PÚBLICOS NO BRASIL

Basta os trabalhadores do serviço público começarem a se mobilizar por melhores salários e melhores condições de trabalho que três mitos são religiosamente repetidos pelos go-vernos e pela imprensa.

Primeiro, de que existiria muito funcionário público, uma vez que o Estado brasileiro seria um completo “cabide de empregos” e que isso resultaria em um Estado inchado.

Segundo, de que a folha de pagamento destes servidores estaria crescendo cada vez mais, criando uma administração pública extremamente onerosa, incompatível com um país pobre.

Tanto um como o outro colocaria em risco a responsabili-dade fi scal e impediria que se aumentassem os investimentos e gastos sociais, o que nos leva para a última parte deste tripé: de que o Estado brasileiro seria inefi ciente, de modo que seria necessário modernizá-lo para poder cuidar das verbas públi-cas com mais responsabilidade.

É importante combatermos as visões acima referidas, porque elas reforçam uma ideologia de que os problemas do país estariam em um suposto “excesso de Estado” (leia-se: de servidores públicos), quando, na verdade, trata-se justamente do inverso: a carência de servidores, de bons salários e de boas condi-ções de trabalho.

1º MITO: INCHAÇO OU CARÊNCIA?

O Brasil, quando comparado com países europeus, é o que menos gasta com a administração pública em porcenta-gem do PIB, como podemos ver na tabela ao lado.

No entanto, tem uma população e território muito maio-res do que qualquer um dos países ao lado, o que aumenta ainda mais esta distância.

2º MITO: ONEROSO OU ARROCHADO?

Todo trabalhador que era servidor público em 1995 se lembra dos 8 anos sem reajuste salarial durante o governo FHC. O objetivo do governo era reduzir a participação dos gastos com pessoal na Receita da União.

O congelamento surtiu efeito, uma vez que, segundo o Relatório Consolidado de Gestão Fiscal da Esfera Federal (Exercício de 2009), em 2002 o governo federal passou a gas-tar 31,88% da Receita da União com pessoal, bem abaixo dos 50% permitidos pela legislação.

Durante o governo Lula se criou uma impressão de que os gastos com pessoal aumentaram, mas isso não é verdade em termos proporcionais. Ao contrário, em 2009, os gastos com pessoal corresponderam apenas a 31,33% da Receita da União.

Moral da história: em termos relativos, o gasto com pes-soal está congelado há praticamente 10 anos, tendo sofrido uma pequena redução no governo Lula. Depois disso e de uma análise mais aproximada da dívida pública, pode-se cla-ramente perceber que não é o funcionalismo público que co-loca em risco a “ responsabilidade fi scal”.

3º MITO: INEFICIENTE OU ANTIDEMOCRÁTICO E INJUSTO SOCIALMENTE?

O problema do Estado brasileiro moderno nunca foi de inefi ciência, mas de falta de democracia e de justiça social.

Diga-se de passagem, para os propósitos da burguesia, o Estado brasileiro foi um dos mais efi cientes na história do sé-culo XX. Afi nal de contas, foi por meio do Estado que o Brasil deixou de ser uma imensa fazenda de café com resquícios escra-vistas para se tornar um dos países que mais cresceu e se indus-trializou no século XX, tudo isso entre os anos 1940 e 1970.

O Estado brasileiro só é inefi ciente na hora de atender a população mais pobre. Se não resolveu os problemas so-ciais até agora, não foi por uma questão de incompetência, mas por uma decisão política. Para isso teria que romper com o pagamento da dívida pública, fazer concursos pú-blicos, reduzir a jornada de trabalho e estatizar o sistema fi nanceiro.

Esta nunca foi e não será uma tarefa para este Estado, de FHC, Lula e Dilma; isso só pode ser feito por um novo Esta-do, governado pelos trabalhadores. Por isso, qualquer campa-nha salarial dos servidores públicos, é sempre uma campanha de valorização do serviço público, de democratização do Es-tado e de ampliação da justiça social no país.

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CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS 2015

Os servidores públicos federais lançaram, no dia 25 de fevereiro de 2015, a campanha salarial unifi cada, que terá pela frente o desafi o de exigir respeito à data-base e enfrentar os ataques a direitos trabalhistas e previdenciários desferidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Várias cate-gorias estão se mobilizando para somar forças e conseguirem ter suas pautas de lutas atendidas pelo governo.

Defendemos que o SINSPREV se incorpore nessa luta e o congresso aprove um calendário de lutas comum a campanha unifi cada, que tem como pauta unifi cada a seguinte:

1. Politica salarial permanente com correção das distor-ções e reposição das perdas infl acionárias

2. Índice linear de 27,3%3. Data-base 1 de maio4. Direito de negociação coletiva (convenção 151 OIT)5. Paridade Salarial entre ativos e aposentados6. Retirada dos projetos do congresso nacional que ata-

cam os direitos dos servidores;7. Aprovação imediata dos projetos de interesse dos ser-

vidores

8. Isonomia salarial e de todos os benefícios entre os po-deres.

9. Anulação reforma da previdência realizada através da compra de votos dos parlamentares.

10. Extinção do fator previdenciário11. Incorporação de todas as gratifi cações produtivistas12. Fim da terceirização que retira direito dos trabalha-

dores.13. Concurso público pelo RJU.14. Combate a toda forma de privatização.15. Pela aprovação da PEC 555/06 que extingue a co-

brança previdenciária dos aposentados16. Pela aprovação do PL 4434 que recompõe as perdas

salariais.17. Regulamentação da jornada de trabalho para o máxi-

mo de 30 horas para o serviço público, sem redução salarial.18. Pec 170/2012 – aprovação de aposentadoria integral

por invalidez.19. Liberação de dirigentes sindicais com ônus para o es-

tado, sem prejuízo as promoções e progressões na carreira.20. Pela revogação do FUNPRESP e da EBSERH.

4 - INSS

O FALSO DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA E A RETIRADA DE DIREITOS

Desde os anos noventa os governos tem se apoiado num suposto défi cit da previdência social para promoverem re-formas que retiram direitos dos trabalhadores do Regime Geral e também dos servidores públicos. As reformas feitas por FHC e também por Lula e Dilma seguiram a mesma lógica(enganação) de equilibrar as contas da previdência social.

O cálculo do falacioso défi cit por parte de setores do go-verno e mídia tem sido obtido de forma totalmente equi-vocada, pois consideram somente a contribuição direta da

folha de pagamento, deixando de computar as demais con-tribuições sociais, especialmente a COFINS (Contribuição para o fi nanciamento da Seguridade Social) que é paga prin-cipalmente pela classe trabalhadora, tendo em vista que está embutida nos preços de tudo que consumimos. A Seguridade Social passou a ser sustentada também pela CSLL (Contri-buição Social sobre o Lucro Líquido), incidente sobre o lucro das empresas, entre outras fontes. Não faltam recursos. O conjunto de receitas da Seguridade Social de 2010 a 2013 consta do quadro seguinte:

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Se compararmos o quadro acima (receitas da seguridade so-cial) com o quadro abaixo (despesas da seguridade social), veri-fi caremos que a cada ano, de 2010 a 2013, sobraram, respecti-

Os números demonstram que o sistema de seguridade so-cial tem-se mostrado superavitário. A diferença positiva entre receita e despesa mostra que a falácia de défi cit da previdência tem sido usada para retirar direitos enganando a população.

Os governos se utilizam da DRU(desvinculação de recei-tas da união) para retirarem recursos da previdência social, saúde e assistência social. No entanto, houve um montante de recursos desviado do orçamento da seguridade social que supera os 20% legalmente autorizados pelo mecanismo da DRU.

Somam-se a esses desvios de recursos, exonerações e re-nuncias tributarias, incluindo as contribuições previdenciá-rias, dadas a alguns setores industriais e também aos bancos, que bateram recordes de lucros nos últimos anos. Apesar de serem os principais responsáveis pelo fi nanciamento da previ-dência social, os trabalhadores são maiores prejudicados com as reformas que retiram ou alte-ram direitos pre-videnciários.

A mesma ló-gica foi usada por Lula em 2003 para fazer a refor-ma da previdên-cia que atingiu os servidores pú-blicos. Dentre os

ataques, destaca-se a exigência de pagamento de “contribui-ção social” por aposentados e pensionistas e a privatização do sistema de aposentadoria mediante a criação do FUNPRESP, que atinge os aposentados a partir de sua regulamentação por Dilma. Conforme foi constatado posteriormente, a reforma da previdência de 2003 foi aprovada através do mensalão e, justamente, os servidores públicos buscam sua anulação até hoje.

UM HISTÓRICO DE PRECARIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Desde FHC, depois com Lula e agora com Dilma, os di-ferentes governos tem se vangloriado de terem acabado com as famosas fi las do INSS. No entanto, gostaríamos de debater algumas questões importantes para entender como vem se dando esse movimento.

A primeira questão é a inovação tecnológica que vem ocorrendo no INSS. Há décadas, o Estado brasileiro tem se tornado um grande consumidor de sistemas de informática, computadores, equipamentos de telecomunicações etc. Essa modernização tecnológica longe de atender os anseios da população por mais direitos, tem sido usada principalmente para aumentar a intensidade do trabalho no serviço públi-co, fazendo o servidor trabalhar cada vez mais. Os ritmos de trabalho têm sido ditados pelo aumento de agendamentos, aquém da capacidade que as agências podem atender, e o controle do tempo que o servidor leva para atender a popula-ção. Estas têm sido as ferramentas usadas pelo governo num

vamente, 55, 76, 83 e 78 bilhões de reais, que acabaram sendo desviados para o cumprimento da meta do “Superávit Primá-rio” a fi m de garantir o pagamento de juros da dívida pública.

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cenário de extrema escassez de servidores.O segundo elemento a ser considerado tem relação com

o primeiro. As fi las que antes estavam nas agências do INSS, hoje se tornaram fi las virtuais, porque para requerer um be-nefício ou procurar um serviço no INSS, o trabalhador preci-sa primeiro agendar pela Central 135 ou pela internet. Hoje, um trabalhador que necessita realizar uma perícia médica espera não menos que 30 dias. A Central 135, que faz o pri-meiro atendimento à população, é um serviço terceirizado que mostra como a política de privatização e terceirização iniciada por FHC é mantida até hoje pelo PT.

Como pano de fundo, com a falta de servidores para dar vazão a tanta demanda, o governo vai criando estratégias para enganar a população e fi ngir que tudo funciona per-feitamente.

A terceira questão a ser destacada é que o governo ado-tou um método de remuneração dos servidores através de gratifi cações atreladas à produtividade. Ocorre que esta é diretamente ligada ao tempo que o servidor leva para fazer o atendimento ou serviço. Vale destacar que isso não se tra-duz em qualidade ou acesso ao direito pela população, pelo contrário, se transforma num aligeiramento do atendimen-to e um serviço com a qualidade comprometida. Ou seja, o trabalhador que esperou em média um mês para ser atendi-do, quando fi nalmente consegue o atendimento, o governo determina quanto tempo durará o atendimento, sem levar em consideração as suas particularidades e a complexidade da legislação previdenciária brasileira. Essa política é ainda mais perversa com os servidores que estão em condições de se aposentar, pois quando o fazem seus salários são reduzidos em 40%.

JORNADA DE 30 HORAS E TURNO ESTENDIDO

Depois de decorridos cerca de 5 anos da perda da jornada de trabalho de 30 horas e cerca de 3 anos da implementação do turno estendido, precisamos fazer algumas refl exões para avançarmos na luta.

O aumento da jornada de trabalho faz parte da reestru-turação dos processos de trabalho do serviço público desde a década de noventa. Desde então, a principal tese defendida, até hoje, é que todos os problemas do INSS é um problema de gestão (gerencial). A resolução dos problemas estaria num novo modelo de gestão. Dentre outros pontos esse novo mo-delo de gestão estaria centrado numa redefi nição dos sistemas e novos instrumentos de gestão, que proporcionaria um au-mento na produtividade.

Uma das formas de aumentar a produtividade foi au-mentar a jornada de trabalho e fazer com que o servidor trabalhasse mais. Somou-se a esse aumento da jornada um verdadeiro arcabouço tecnológico e gerencial para controlar o trabalho dos servidores, com adoção de metas e aumento do ritmo de trabalho. Essas transformações em nenhum mo-mento levaram em consideração as realidades locais e a saúde

do trabalhador.Percebendo a insatisfação nos locais de trabalho, o gover-

no buscou “cozinhar” a categoria e criou GT´s que discuti-riam a jornada de trabalho e carreira, mas que na verdade não passaram da mais pura enrolação. Tanto é verdade que em meio aos trabalhos do GT, sem discussão com as entidades representativas da categoria sobre os critérios, o INSS insti-tuiu o turno estendido.

O turno estendido é uma vitória parcial da categoria. De um lado porque foi a insatisfação da categoria que fez com que governo abrisse, por mínimo que fosse, a discussão so-bre a jornada de trabalho, o que possibilitou que parte da categoria pudesse voltar a fazer a jornada de trabalho de 30 horas. Por outro lado, uma parte considerável da categoria fi cou fora do turno estendido, principalmente a área meio e agências sem lotação ideal. E ainda, o turno estendido tem sido usado pela administração como uma ferramenta de ges-tão, que busca arrancar cada vez mais trabalho da catego-ria, com a adoção de metas que tem feito muitos servidores adoecerem ou até morrerem no trabalho. Soma-se a isso que muitas agências que não conseguem atingir as metas voltam a fazer 40 horas semanais, situação que tende a se agravar dada as condições de trabalho e recursos humanos das agências.

Três apontamentos são importantes para compreender-mos a questão da jornada de trabalho e tirarmos aponta-mentos:

Primeiramente, precisamos entender esse ataque à jorna-da de trabalho como uma política do governo para o con-junto do serviço público, que busca cortar gastos para fazer superávit primário. Diversas categorias também enfrentam esses ataques, como os servidores das universidades e da saú-de federal.

O turno estendido não é o reconhecimento da jornada de trabalho histórica da categoria, ao contrário, é um engodo criado pelo governo, e a saída é a luta pela regulamentação das 30 horas na carreira, para todos os servidores.

Por último, é necessária uma unidade entre as diferentes categorias do serviço público na luta pela jornada de trabalho de 30 horas, a história tem nos mostrado que juntos somos mais fortes, não há qualquer disposição do governo em nego-ciar com as categorias de forma isolada.

Por isso, é tarefa do SINSPREV e da FENASPS o fortale-cimento da campanha salarial unifi cada dos servidores públi-cos federais, que dentre outros pontos traz a luta pela jornada de trabalho. É necessário que essa campanha chegue até os locais de trabalho.

ASSISTENTES SOCIAIS E PROFISSIONAIS COM FORMAÇÃO ESPECÍFICA

A maioria dos assistentes sociais hoje no INSS entrou no último concurso de 2009. Esses profi ssionais entraram num momento em que o serviço social no INSS se encontrava totalmente desestruturado ou quase inexistente. Além des-

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se quadro em que se encontrava o serviço social, no insti-tuto havia, e ainda há, um grande défi cit de servidores. As agências do INSS têm funcionando na base do sufoco, sem servidores e com uma enorme demanda para atender, sem contar as metas e avaliações produtivistas que tem provocado o adoecimento da categoria.

O governo, através dos gestores do INSS, tem pressiona-do os assistentes sociais para que atendam em outras áreas não relacionadas ao serviço social. Na verdade, o INSS busca inserir não só os assistentes sociais, mas também terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros profi ssionais com formação específi ca, numa lógica de trabalhador polivalente, descarac-terizando suas intervenções e impossibilitando uma estrutu-ração dos serviços de saúde do trabalhador.

As equipes multidisciplinares propostas pelo INSS quase sempre são compostas apenas por assistentes sociais e peri-to médico, quando muito há um terapeuta ocupacional nas equipes de reabilitação profi ssional, e quase sempre numa lógica de profi ssional genérico. Os serviços de saúde do tra-balhador carecem, urgentemente, de concurso para profi ssio-nais da área da saúde, pois só assim poderão funcionar de fato.

Quanto aos gestores, que se utilizam do assédio moral para que assistentes sociais deixem de atuar no serviço so-cial para atender nos guichês em trabalhos administrativos, é preciso dar um basta, esses profi ssionais não podem ser res-ponsabilizados pela falta de servidores nas agências e/ou, in-felizmente, pelo desconhecimento da administração do INSS do que é o serviço social previdenciário.

Os assistentes sociais e terapeutas ocupacionais aguardam até hoje a regulamentação da jornada de trabalho de 30 se-manais, garantida por lei, mas descumprida pelo governo. Essa situação se estende a várias categorias do serviço público, por isso, nesse sentido, seria importante que, na campanha salarial unifi cada dos servidores públicos federais, fosse cria-da uma ampla frente dos assistentes sociais para pressionar a regulamentação das 30 horas semanais no serviço público federal.

Para organizar e dar respostas a essas demandas é necessá-rio reorganizar o fórum estadual dos assistentes sociais, que cumpriu papel importante na luta enfrentada pelos assisten-tes sociais desde o último concurso e também na luta pelas 30 horas semanais. É necessário um planejamento conjunto do fórum, envolvendo o SINSPREV e o CRESS. Mas cum-prem papel fundamental nessa reorganização, as delegacias regionais, pois boa parte desses profi ssionais está no interior.

A LUTA DOS SERVIDORES E A NECESSIDADE DE CONSTRUIR A GREVE

Não concordamos com os rumores que dizem que não há luta no INSS ou que nada acontece. Se formos fazer um balanço dos últimos anos, ocorreram diversas mobilizações nas agências do INSS, não foram poucas as agência que fi -

zeram paralisação, seja pela falta de água , devido ao calor e o ar condicionado que não funcionava, devido agressões a servidores, por falta de condições de trabalho, em defesa do turno estendido, e vários outros motivos.

O problema, a nosso ver, é que não houve uma unidade dessas lutas, acabaram sendo lutas pontuais e ocorreram não necessariamente ao mesmo tempo. Ou seja, de fato há uma insatisfação e uma disposição de luta da categoria, mas que não foi direcionada para construção de uma grande mobiliza-ção, para uma greve ou algum levante da categoria.

Dentre os motivos para essa situação avaliamos que: há um afastamento do conjunto dos servidores do sindicato; a direção do sindicato tem se voltado muito para o aparato, ou seja, para a administração burocrática do sindicato; o fundo de greve que foi aprovado no último congresso não foi imple-mentado pela direção do sindicato; não há um fortalecimen-to da organização por locais de trabalho; o SINSPREV se iso-lou no processo de reorganização sindical dos trabalhadores.

Essa situação estadual é agravada pela situação nacional da FENASPS. A única articulação nacional vitoriosa na ca-tegoria do INSS que ocorreu foi na paralisação da greve uni-fi cada dos servidores públicos federais em 2012. O que não faltou foram ações estaduais isoladas, muitas vezes estados fazendo paralisação em dias diferentes dos outros.

Soma-se a isso que nacionalmente há uma divisão da ca-tegoria, pois parte dos sindicatos estaduais se organizam na FENASPS, mas outra parte, a dos sindicatos governistas se organizam na CNTSS/CUT. Não devemos ter confi ança al-guma nessas direções governistas, pois já mostraram que es-tão dispostas a traírem a qualquer momento e se importam mais em disputar cargos no governo. No entanto, precisamos provocar suas bases, os trabalhadores desses estados também fazem parte da categoria e precisam ser chamados à luta. Ou seja, é necessário construir uma unidade para lutar e cons-truir uma grande mobilização nacional.

Tudo isso provoca muita confusão na categoria e difi culta o crescimento da mobilização rumo a uma greve, haja vista que a derrota da greve de 2009 ainda é lembrada por muitos servidores nos locais de trabalho. Os principais responsáveis por nossa derrota foram certamente os governos e seus la-caios, mas a FENASPS cometeu erros importantes que po-deriam ter sido evitados. Como se afastar do movimento dos servidores federais, de seus calendários de luta e de sua coordenação, a CNESF. O ataque à nossa greve iniciou um movimento que culminou na derrota de diversas outras ca-tegorias, se fazia necessário um amplo movimento em nossa defesa.

Esse espaço do congresso é também um momento de aproximarmos o sindicato dos locais de trabalho e construir-mos a campanha salarial unifi cada dos servidores públicos federais visando à greve unifi cada, porque o ano de 2015 já mostra ser um ano bastante difícil para os servidores públi-cos, com vários ataques e cortes de gastos, além do aumento do custo de vida.

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5 - SAÚDE

Para tentar sair da defensiva imposta jornadas de junho,

o governo federal anunciou medidas no sentido de melho-rar a imagem de Dilma, que foi duramente danifi cada pelas manifestações com dois milhões de pessoas nas ruas em mais de 450 cidades. Na ocasião os pronunciamentos do governo diziam que haveria um pacto pela saúde, com a contratação de médicos e melhorias das estruturas hospitalares. Pouco tempo depois foi anunciado o programa “Mais Médicos”.

Antes de tudo, o diagnóstico de “falta de médicos” foi superfi cial: a carência não é só de profi ssionais médicos, mas também de não médicos, como psicólogos, enfermeiros, fi -sioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais e dentistas. O défi cit de profi ssionais é causado pela falta de investimento fi nanceiro no SUS e pela privatização acelerada do sistema. Pouquíssimos concursos são feitos para contratar especialistas não médicos. Os salários não são atra-tivos e este tema é fundamental, pois o trabalho com saúde individual e coletiva exige que o profi ssional esteja confortá-vel com seu trabalho e não obcecado com as contas a pagar no fi nal do mês.

O SUS não tem um plano de cargos, carreiras e salários (PCCS), que traga esta segurança aos trabalhadores do setor. Infelizmente, muitos trabalhadores acabam sendo drenados para a iniciativa privada por conta disso. O concurso e a im-portação de médicos não resolveram o problema da falta de profi ssionais, pois não há PCCS, reivindicação antiga do mo-vimento sindical da saúde que não foi atendida em mais de dez anos de governo petista.

Especifi camente em relação à importação de médicos, é fundamental ressaltar que teve o objetivo inconfesso de ten-tar abaixar o salário de profi ssionais médicos, o que por con-seqüência faz baixar os salários dos outros profi ssionais da saúde.

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SUBFINANCIAMENTO DO SUS

A falta de investimento adequado é a principal responsá-vel pelas péssimas instalações em hospitais, ambulatórios e unidades básicas de saúde. É a causadora dos meses de espera para consultas com especialistas e procedimentos cirúrgicos e das fi las nos serviços de urgência e emergência. É a causadora do fraco desempenho dos serviços de ambulâncias e demais carências práticas do sistema.

O subfi nanciamento e desvio de verbas da saúde provoca a deterioração da rede física e dos equipamentos de saúde. Enquanto o ministério da saúde fala pomposamente de seus planos, o que o povo vê no dia a dia são hospitais com lixo hospitalar exposto sem cuidado e com goteiras, andares in-teiros desativados, leitos hospitalares quebrados, exames de laboratório que não são feitos.

Quem é o culpado por este baixo fi nanciamento? Eviden-temente é a política econômica dos sucessivos governos, seja

os do PSDB sejam os do PT. O PT está no governo federal há dez anos. Não mexeu uma palha para revogar a lei de respon-sabilidade fi scal, que limita os gastos públicos com pagamen-to de servidores públicos. Manteve a DRU (desvinculação das receitas da união) que rouba dinheiro do orçamento da seguridade social para o pagamento da dívida pública. O PT e a famosa base de sustentação do governo aprovaram a PEC 29 sem uma defi nição de mínimo de gastos federais para a saúde, frustrando uma luta de anos por melhoria no fi nan-ciamento da saúde.

A PRIVATIZAÇÃO E DESMONTE DO SUS

A privatização da saúde pública, apontada por todos os governos (cada um a seu estilo) como solução para os pro-blemas de gestão no SUS, na realidade aprofunda a crise do mesmo. A privatização é, em sua essência, incompatível com os princípios do SUS como a universalidade, integralidade, equidade e participação popular. O objetivo da empresa pri-vada, por defi nição, é o lucro. Se o objetivo é prevenir, educar e encarar o ser humano como um todo (e não como um co-ração, fígado ou estômago), compreender o ambiente social e procurar intervir nele para atenuar determinados fatores causadores de doenças, é preciso dizer com clareza que o ob-jetivo do lucro se choca com tudo isso. Que empresa privada vai admitir que a população e seus funcionários de fato a controlem. A privatização é diretamente oposta ao que pode, de fato, melhorar o sistema de saúde brasileiro: Defender o SUS 100% estatal, público e de qualidade, sob o controle da população.

Para agravar o problema da privatização no SUS o go-verno Dilma sancionou a Lei 13097/15. O artigo 142º da lei publicada altera a Lei 8080, que regulamenta o SUS, e permite a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde.

Quando falamos em desmonte da Saúde Pública, não po-demos deixar de citar as diversas modalidades de privatização que seguem sendo aplicadas por todo o país. O PSDB prefere a modalidade de Organizações Sociais (OSs), que nada mais são do que entidades privadas escolhidas para administrar desde hospitais até unidades básicas de saúde, quebrando a lógica do SUS e utilizando profi ssionais contratados através de mecanismos utilizados na iniciativa privada. Na capital de São Paulo, o PT não fi ca muito atrás, pois também entregou para as tais Organizações Sociais a gestão de largas parcelas da Saúde municipal.

O Governo Federal prefere outro modelo, que também é privatizante. Através da Empresa Brasileira de Serviços Hos-pitalares e suas subsidiárias, o governo Dilma tem atacado violentamente os hospitais universitários, apesar da resis-tência importante organizada por estudantes, funcionários e professores. A EBSERH é um ataque ao caráter público destes hospitais universitários, uma afronta à autonomia uni-versitária, uma fl exibilização dos direitos dos trabalhadores

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destes hospitais, uma ameaça à independência de pesquisa científi ca realizada no âmbito destes hospitais e uma dilapi-dação de bens públicos da União.

CRISE ECONÔMICA E SAÚDE

É preciso ter muito claro que a recessão econômica impac-tará sobremaneira o SUS e também o setor privado da saúde. Os cortes projetados por Joaquim Levy provavelmente terão de ser maiores para se chegar ao superávit primário previsto pelo governo. Parte deste superávit terá de vir de prefeituras e estados, então não se pode descartar que sejam tomadas me-didas para restringir os gastos destes setores. Isto é mais gra-ve no caso das prefeituras, que gastam parte importante dos orçamentos municipais com saúde. Neste sentido, é possível que as lutas por reajustes salariais e contratações de mais fun-cionários para a Saúde sejam extremamente duras neste ano.

No âmbito privado, o desemprego causado pela recessão e crise da água e energia, poderá provocar uma estagnação e até diminuição no número de usuários de planos de saúde privados.

Em relação ao setor privado prestador de serviços para o SUS, as restrições orçamentárias poderão provocar situações graves, como a que já estamos assistindo na Santa Casa de São Paulo. Neste hospital fi lantrópico, o maior do Brasil, cur-sa uma crise gravíssima, causada pela péssima gestão privada, desvio de dinheiro e outros desmandos. Parte importante da crise, no entanto, tem a ver com o baixo pagamento feito pelo SUS. Especula-se que até 20% dos trabalhadores terão de ser demitidos no plano de “ajuste” desta instituição.

A SAÍDA É A LUTA E

UM PROGRAMA DOS TRABALHADORES PARA A SAÚDE

Frente a este cenário pouco animador, só resta aos traba-lhadores se organizarem para a luta em defesa de seus direitos. Esta luta passa pela compreensão de que não adianta batalhar apenas por objetivos individuais. É absolutamente necessário o entendimento que, no caso da saúde, a luta se concentra na defesa de um verdadeiro sistema de saúde que seja totalmen-te de acordo com alguns princípios básicos. Que seja 100% universal (atenda a toda a população com qualidade), que seja 100% estatal, que seja controlado pelos trabalhadores. Que atenda a cada um de acordo com suas necessidades es-pecífi cas. Que tenha uma visão integral do ser humano. Que não veja a saúde como uma forma de extrair lucro do alheio. Que para ter a qualidade desejada seja construído com traba-lho em equipes multidisciplinares e multiprofi ssionais. Que tenha seus trabalhadores bem remunerados e com planos de carreira.

Chamamos aos trabalhadores a que organizem esta luta em defesa do “SUS 100% público, estatal, de quali-dade e sob controle dos trabalhadores” em todas as cida-des de nosso país.

6 - APOSENTADOS

Os servidores públicos são os principais alvos dos go-vernos que tentam contornar a crise internacional em nível mundial. Temos acompanhado nos países europeus em crise vários pacotes de contenção de gastos, todavia os aposentados foram os mais atingidos com o drástico corte de pensões e aposentadorias. No Brasil, já vivenciamos uma desaceleração na economia, e os aposentados que enfrentam uma realidade adversa, marcada por aposentadorias rebaixadas, fruto da po-lítica de arrocho do Governo federal, podem ser ainda mais sacrifi cados.

Fazendo uma retrospectiva, nos deparamos com vários exemplos de empenho e perseverança nas lutas e na organi-zação que resultaram em várias conquistas da categoria, de-monstrando força de quem, no dia a dia, se integra na busca de seus objetivos. O que é muito importante. Você, hoje apo-sentado, estava lá.

Desde o início da década de 80, os previdenciários se fi -zeram presentes a cada ameaça ou imposição dos sucessivos governos, demonstrando força e organização na manutenção ou ampliação dos seus direitos, a exemplo das 30 horas.

No decorrer dos anos, a adequação do Estado ao mode-lo neoliberal impôs a fl exibilização das relações de trabalho, implicando na redução ou retirada de direitos trabalhistas, da qual os servidores públicos não fi caram ilesos. A começar pela ausência da correção salarial, a aposentadoria integral, como forma de compensar a inexistência do fundo de garan-tia por tempo de serviço, nos é negada com a clara intenção de mudar pela base o regime jurídico único e o regime geral de aposentadoria.

Para tanto, criaram um sistema de avaliação de desempe-nho, que naturalmente, exclui o aposentado e o servidor que vier a se aposentar, e o agravante é que o projeto de reestru-turação do pessoal do poder executivo, elaborado pelo mi-nistério do planejamento, defi ne muito bem esta disparidade entre ativos e aposentados.

Ninguém pode negar que a categoria está empenhada em reverter a situação para que reconquistemos a paridade. Po-rém nossa capacidade de pressão, por vários fatores, não é o mesmo de anos atrás.

Contudo não podemos esmorecer, segue sendo priori-dade a defesa da PARIDADE entre ativos, aposentados e pensionistas. Essa briga é política, e devemos fazê-la atuando enquanto classe, em unidade com outras categorias do ser-viço público. Segue também na ordem do dia a anulação da reforma da previdência de 2003 que foi aprovada através do mensalão. Essa reforma atacou diretamente os servidores pú-blicos, e os aposentados sentem seus efeitos até hoje.

A CSP Conlutas tem sido um espaço de construção im-portante na luta dos servidores públicos pela paridade, mas precisamos avançar. É necessário envolver os ativos, aposen-tados e pensionistas no fortalecimento dos seus instrumen-tos de luta. A luta pela paridade e anulação da reforma da

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previdência são lutas do conjunto dos servidores públicos contra a política dos governos que atacam os direitos dos trabalhadores.

7 - CONTRIBUIÇÃO PARA A ORGANIZAÇÃO

E TRANSPARÊNCIA FINANCEIRA DO SINSPREV

Propomos que passe a ser obrigação a elaboração de Or-çamento Financeiro e Fluxo de Caixa para o SINSPREV, determinando toda uma metodologia a ser adotada desde a elaboração até a aprovação, implantação e publicação.

A preocupação central é estabelecermos um sistema e método de controle dos recursos fi nanceiros do SINSPREV, adotando-se procedimentos uniformes, igualitários e anteci-padamente planejados, nas aplicações dos recursos fi nancei-ros arrecadados, sem o engessamento burocrático, mas usan-do técnicas simples capazes de ajudar na transparência das fi nanças.

O extinto Sindifi sp - Sindicato dos Auditores Fiscais da Previdência Social - implantou um efi ciente programa de controle das fi nanças que a qualquer momento emitia rela-tórios de fl uxos de caixa e possuía travas no sentido de evitar que se gastasse acima do previsto na proposta orçamentária. Minimizando o risco de descontrole fi nanceiro.

Por falta de um adequado e metódico planejamento fi nan-ceiro, os encaminhamentos de propostas políticas aprovadas nos fóruns, têm sido difi cultados ou prejudicados, gerando tensionamentos desnecessários.

Um dos instrumentos contábeis mais importantes para um bom planejamento de caixa é o Orçamento Financeiro, também conhecido como Fluxo de Caixa. É a projeção das receitas a serem arrecadadas e as aplicações dessas receitas por sub-períodos de um período maior. Pode ser elaborado tanto a curto ou a longo prazo.

As principais fi nalidades do orçamento fi nanceiro, ou de caixa, podem ser assim esquematizadas:

a) Indicar, a partir da existência inicial de disponibilidades (dinheiro) em caixa, a provável sobra de caixa no fi nal do período;

b) Planejar e controlar os desembolsos de caixa no perío-do pré-estabelecido, objetivando formar reservas necessárias para encaminhar propostas políticas previamente planejadas ou aprovadas. Para isso é necessário, no início de cada exercí-cio fi nanceiro, a realização de fóruns voltados especialmente para planejar e elaborar as atividades políticas previstas e, lo-gicamente, planejar os recursos necessários;

c) Permitir a coordenação dos recursos de caixa, evitando--se os descontroles fi nanceiros em decorrência de pagamentos de despesas para as quais não existam recursos previstos;

e) Planejar, antecipadamente, as necessidades de emprés-timos ou da busca de receitas extraordinárias.

É preciso deixar claro que o Fluxo de Caixa, ou Orça-mento Financeiro, não é uma camisa de força. Ele pode ser alterado a qualquer momento, desde que se comprove a ne-

cessidade perante um organismo que pode ser determinado pelo Estatuto, por exemplo, a Assembléia, o Conselho de Re-presentantes, etc.

O argumento de que é impossível um planejamento fi -nanceiro confi ável levando-se em consideração que os fatos políticos são dinâmicos e, a quaisquer momentos, podemos ter eventos inesperados como, por exemplo, greves, não se sustentam.

No orçamento são priorizados os gastos fi xos e não con-troláveis como, por exemplo, despesas com o pessoal, manu-tenção dos veículos, despesas com telefones, honorários do contador, gastos com informática, etc. Para as despesas com, por exemplo, mobilização, congressos, encontros, etc., classifi cadas como variáveis ou incontroláveis também pode-rão ser destinadas dotações orçamentárias. Para as pequenas despesas, geralmente as mais urgentes, é possível implantar-se fundos fi xos. As previsões das despesas são efetuadas a partir de um estudo histórico do comportamento dos gastos num determinado período.

Faz-se necessário também que os demonstrativos fi nan-ceiros trimestrais e balancetes semestrais já aprovados em as-sembléia sejam disponibilizados para o conjunto da categoria através do site e do jornal do sindicato.

A preocupação central é estabelecermos um sistema e método de controle dos recursos fi nanceiros do SINSPREV, adotando-se procedimentos uniformes, igualitários, e ante-cipadamente planejados, nas aplicações dos recursos fi nan-ceiros arrecadados, sem o engessamento burocrático, mas usando técnicas simples capazes de ajudar na transparência das fi nanças.

Defendemos ser impossível o SINSPREV não ter um bom planejamento fi nanceiro confi ável dado que o arrocho por parte do governo federal será duro nos próximos anos, e que provavelmente teremos várias lutas pela frente. Temos que ter recursos, reservas, para organizar a categoria e garantir a continuidade das lutas, para isso, é necessário garantir o fundo de greve. Conforme deliberação do último congresso, defendemos que 5% da arrecadação sejam destinados ao fun-do de greve.

Temos como proposta para o planejamento fi nanceiro a seguinte alteração estatutária:

Alterar a redação do artigo 32º do Estatuto, que terá a seguinte redação:

Artigo 32º – Compete à Secretaria de Finanças:a) Organizar e controlar as fi nanças do Sindicato, incluin-

do as fi nanças da Delegacias Sindicais, respeitadas as delibe-rações tomadas no âmbito das mesmas;

b) Reunir-se, mensalmente, com o objetivo de analisar, planejar e deliberar sobre assuntos relacionados às fi nanças do Sindicato e Delegacias Sindicais, e extraordinariamente se necessário;

c) Ter sob a sua responsabilidade a guarda de todos os documentos relacionados à fi nanças, inclusive os referentes às

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1512º CONSINSPREV12º CONSINSPREV

Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

Delegacias Sindicais, os quais devem ser enviados junto com as prestações de contas mensais;

d) Responsabilizar-se por todas as entradas e saídas de re-cursos fi nanceiros, bem como ter sob seu controle todos os valores a receber e a pagar, respeitando sempre as deliberações tomadas nas instâncias competentes, as previsões orçamentá-rias e outros planejamentos fi nanceiros elaborados e aprova-dos pela mesma;

e) Responsabilizar-se pelo acompanhamento da conta-bilização de todos os fatos contábeis e fi nanceiros, a serem efetuadas em livros próprios e de acordo com as normas e princípios e técnicas contábeis;

f ) Responsabilizar-se pelo cumprimento das obrigações fi scais e tributárias, sempre com a assessoria de profi ssional especializado no assunto.

g) Elaborar, no mês de novembro de cada ano, proposta orçamentária para ser executada no ano seguinte, a ser apre-ciada e aprovada pela Diretoria e depois pela Assembléia Es-tadual. A proposta, após aprovada, deverá se executada no período de 01/01 a 31/12 do ano seguinte. A qualquer mo-mento, e mediante justifi cativa, a mesma poderá ser altera-da, sendo que a alteração deverá ser apreciada pela Diretoria Colegiada e submetida à aprovação da Assembléia Estadual;

h) Elaborar e publicar, na página do Sindicato na inter-net, nos meses de abril, julho, outubro do ano, e janeiro do ano seguinte, balancetes analíticos abrangendo sempre os três meses anteriores aos meses das publicações, devidamente as-sinados pelos membros da Secretaria e responsável pela con-tabilidade.

i) Disponibilizar às mesas de cada fórum com competên-cia para aprovar propostas que gerem despesas, até o início dos trabalhados, documento fi nanceiro demonstrando os re-cursos disponíveis até o dia anterior, bem como a previsão de contas a pagar nos 30 dias subsequentes;

j) Elaborar, com datas de encerramento nos dias 31 de dezembro de cada ano, Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados, segundo o padrão estabelecido pela legislação competente. Após apreciado pela Diretoria Colegiada e Con-selho Fiscal, tais relatórios fi nanceiros deverão ser submetido à aprovação da Assembléia Estadual, que deverá ser realizada até o fi nal do mês de março do ano seguinte. Após a aprovação de-verão ser disponibilizados na página do Sindicato na internet;

k) Escolher entre os diretores de fi nanças, dois responsá-veis pela movimentação fi nanceira junto a bancos, abrangen-

do retiradas e pagamentos de recursos;l) Deixar de repassar às Delegacias Sindicais recursos aci-

ma do valor estabelecido na proposta orçamentária citada na alínea “g”. O valor deixará de ser repassado quando a mesma deixar de prestar contas por até dois meses, cabendo recur-so ao Conselho de Representantes ou Assembléia Estadual. As prestações de contas deverão ser efetuadas em relatórios fi nanceiros defi nidos e padronizados pelo responsável pela contabilidade, aprovados pelos diretores da Secretaria e sub-metidos à apreciação do Conselho Fiscal;

m) Realizar o tombamento dos bens móveis e imóveis da sede central e Delegacias, e anualmente, no mês de dezem-bro, efetuar o inventário.

8 – CONCLUSÃO

Os desafi os do próximo período para os servidores pú-blicos e aos trabalhadores de conjunto não são poucos. Na verdade a política econômica adotada pelos governos e os chamados ajustes atacam diretamente os direitos dos traba-lhadores e as políticas públicas. De um lado há uma precari-zação das condições de trabalhos, com ambientes insalubres, falta de água e prédios caindo aos pedaços. De outro, um ataque direto às condições de vida com perda de direitos e aumentos dos preços e serviços.

Diante disso, precisamos de um SINSPREV cada vez mais fortalecido, próximo dos locais de trabalho e articulado às lutas dos servidores públicos federais e dos trabalhadores. Esse desafi o passa por defender o SINSPREV enquanto ins-trumento de luta da categoria contra os ataques do governo e SINSP/CUT, que permanentemente atacam o sindicato tentando provocar confusão na categoria.

Aproximar a categoria do sindicato e delegacias regionais é tarefa central no próximo período. Com as lutas em curso, novos ativistas aparecem e é necessário envolvê-los na cons-trução do sindicato, renovando os quadros da direção e forta-lecendo o SINSPREV como entidade representativa.

Com nossas refl exões e propostas esperamos contribuir na construção de um congresso vitorioso, que dê conta de armar a categoria para as lutas do próximo período.

BOM CONGRESSO A TODOS E TODAS!!!

COLETIVO DEMOCRACIA E LUTA

APÓIAM E ASSINAN ESSA TESE

HOSPITAL HELIÓPOLIS

1- Elisete Souza2- Vania Regina França dos Anjos 3- Severina Cardoso/Apos4- Márcia Puerro5- Maria Lema/Apos6- Severino Bento

7- Marilene Bonini/Após8- José Gonçalo9- Vicentina Rosa10- Maria Carmo Oliveira11- Gessy Santos/Após12- Wilson Marcelino13- Chirley Temple

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1616 12º CONSINSPREV

Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

14- Sueli Francelino15- Leopoldina Carvalho16- Maria Francisca Silva17- Marinalva Correia de Souza18- Candida Hertz19- Geny Marques20- Odete Gonçalves Santos21- Celina/INSS-Santo André22- Anadir M. Lima23- Maria da Cruz Jacinto Silva24- Vicente de Paula25- Maria do Socorro Duarte Paiva26- Irenalda Souza27- Célia Regina G. Pena28- Cleide Rosana29- Maria Paula Brito30- Tania Regis Teixeira31- José Nilson Domingos32- Benedita Luiza Silva33- Laurita Mariana Correia34- Maria Da Paixão Alcantara35- Cassia Alves Silva36- Tania Ribeiro Zambone37- Rosana Brun38- Fernandinho39- Raimundo Nonato40- Rute Sans41- Maria Glair42- José Marçal43- Rosa Lemos44- Alvelina Eugenia45- Ideolene Aparecida Carneiro46- Neusa da Silva Ribeiro47- Paula Brantini

GUARULHOS 1- Marnelice Custodio2- Odete Souza3- Maria Auxiliadora4- Maria da Graça5- Regina Figueiredo6- Juislei7- America8- Marilza Nunes9- Fabio Arruda 10- Vilma 11- Simone12- Gildete

MOGI DAS CRUZES

1- Neusa Queiroz2- Maria Helena3- Ariude4- Luzia

5- Sonia6- Vanda7- Lídia8- Jose Rosa9- Pedro10- Edna11- Adélia

PAM MARIA ZÉLIA/AMA

1- Simone Sousa2- Carmem

NUESP/9 DE JULHO

1- Nelsinho2- Diná 3- Neurival/Jamaica4- Angela Ribeiro5- Irene Silveira6- Cristina Peccinato 7- Cristina Souza 8- Veruska 9- Graça 10- Rita11- Riva12- Pedro Muliterno13- Luiz Ramos14- Dionésio15- Julio16- Elenalda17- Silvia Margareth18- Ines Fonseca

APOSENTADOS

1- Ovidio2- Venancia3- Cida Ventura4- Cida Cardoso5- Maria Carmo Bezerra6- Neusa Teodoro7- Cida Guilherme8- Cida Silva9- Vilma Gomes10- Jose G. Danta11- Zuleika Vilela12- Carmen Cabral

HOSPITAL BRIGADEIRO

1- Jorge Lucas2- Maria Aparecida Silva3- Aparecida Th omaz4- Rozaria5- Iracema6- Carlos Monteiro7- Tania Rodrigues

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1712º CONSINSPREV12º CONSINSPREV

Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

8- Maria Luiza Santos9- Ivani Amaral10- Maria Emilia11- Dalva Ilario12- Vania Ferreira13- Genite14- Olga Ferreira15- Nadir16- Marlucia17- Conceição

HOSPITAL CASA MATERNAL

1- Bira2- Rosa Ferras3- Terezinha Bonfi m4- Ivany Garcia5- Roseli Frederico6- Alaide Ferreira7- Maria Conceição Cordeiro8- Maria Conceição França9- Damaris Souza10- Maria Lourdes Vieira11- Maria Lourdes Figueiredo12- Daniel Silva13- Rosana Brandão14- Cleide Souza15- Leonor Souza16- Izilda Cesar17- Adelina Cunha18- Angela Souza19- Eva Alves20- Irtes Silva21- Alice Lima22- Joel Santos23- Alice Manetti24- Ana L. Costa25- Rosa Souza26- Amenaide Rodrigues27- Idalva Silva28- Vivaldino Silva29- Jorgina Queiroz30- Margarete Paz31- Elaine Silva32- Genilza Silva33- Arlete Ferreira34- Tereza Pereira35- Irene Anselmo

BAIXADA SANTISTA

1- Nair Castro/Após2- Maria do Carmo S. Oliveira3- Nilton4- Rute Muglia5- Guta

6- Raimunda Paixão7- Maria Lúcia Castro8- Terezinha Gonçalves/Baixada9- Josefa Santina10- Marilda11- Francisca Manfron12- Bruna13- Wilson14- Celso15- Gilberto

INSS

1- Filipe Gois2- Márcio Villano3- Th iago4- Th aize Antunes5- Roberta Matarazzo6- Walter Miranda/Araraquara7- Terezinha/S. Amaro 8- Gilberto J Queiros 9- Andresa Lopes10- Raquel Zaino11- Celina/INSS-Santo André

APOIOS/COLABORADORES 1- Talita/SP-Mulheres CSP Conlutas2- Jean Longhi/Fórum Saúde-SP e CSP Conlutas3- Ary Blinder/Fórum Saúde-SP e CSP Conlutas4- Genilda/SP – Professores-SP e CSP Conlutas 5- Mancha/Metalúrgicos S. J. Campos e CSP Conlutas6- Gradella/Metalúrgicos S. J. Campos e CSP Conlutas7- Macia Teixeira/Fundacentro-DF8- Altino/Metroviários-SP9- Alex Leme/Metroviários-SP10- Marisa/Metroviários-SP11- Fabio/Negros/Negras-CSP Conlutas-SP12- Gabi/MML/Movimento Mulheres em Luta- CSP Con-lutas13- Ana Rosa/MML/Movi Mulheres em Luta – CSP Con-lutas14- Wilson/Negros/Negras - CSP Conlutas15- Julio Cesar C. Soares/Quilombo Raça e Classe – CSP Conlutas16- Wilson/CEF – CSP Conlutas17- Lele/INSS - MG/Fenasps e CSP Conlutas18- Luis Fernando/INSS-RJ/Fenasps e CSP Conlutas19- Maristela/Saúde-RJ20- Lourdinha/Saúde-Se21- Nilza/SP/CSP Conlutas22- Beth/Sindsef-SP23- Bernadete/Sindsef-SP24- Eliane Maciel/Sindsef-SP25- Barela/Assibge26- Doni/Ufscarlos/SP

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

27- Ana Luiza/Sintrajud/SP28- Ines/Sintrajud/SP29- Eliseu/Sintrajud/SP30- Zé Maria Almeida/ CSP Conlutas31- Solange – CSP Conlutas32- Klein/Sintrajud

33- Raquel/Sintrajud34- Kleber/Sintrajud35- Ismael/Sindsef36- Cilene/Professores e CSP Conlutas37- Flávio/LGBT/CSP Conlutas

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

TESE 212º CONSINSPREV

INTERSINDICAL E INDEPENDENTES:- SINSPREV UM INSTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DOS

TRABALHADORES PELA BASE

A crise econômica de 2008, da qual ainda se sentem os efeitos, é mais uma das tantas crises periódicas do sistema capitalista. O processo de recuperação da economia, ou seja, a retomada da acumulação de capital, após o período de cri-se exige uma reorganização das relações de trabalho, em que são impostos novos mecanismos de exploração. Na última crise não foi diferente: milhões de trabalhadores ao redor do mundo perderam seus empregos e muitos para se manterem empregados acabaram “concordando” com redução de salá-rios e retirada de direitos. A crise econômica, desta forma, é extremamente vantajosa para as grandes corporações capita-listas, ao passo que para os trabalhadores abre mais um ciclo de superexploração do trabalho.

O papel do Estado enquanto comitê de gestão dos ne-gócios das classes dominantes cumpre seu papel ao criar condições para amortecer as crises e garantir a retomada da valorização do capital o mais rápido possível. Durante a crise de 2008, o Governo dos Estados Unidos, ferrenho defensor do livre mercado e da livre concorrência, não titu-

beou quando foi chamado a socorrer os bancos¹ “grandes demais para quebrar” e também estatizando a GM à beira da bancarrota, desembolsando mais de 2 trilhões de dólares para “salvar” a economia. A União Europeia e os países que compõem o G20 também cumpriram a sua parte, injetan-do trilhões de dólares na economia. O Estado só é liberal quando se trata de garantir os direitos dos trabalhadores, pregando a livre iniciativa, a livre concorrência como se a miséria dos trabalhadores fosse apenas uma escolha deles próprios. Quando se trata de salvar os grandes capitalistas, ele é o Estado interventor que faz o que for necessário para manter a ordem econômica nos trilhos, até mesmo uma ditadura militar para gerar o ‘MILAGRE BRASILEIRO’ por exemplo.

Os Estados Unidos foi o primeiro país a dar sinais de re-cuperação da crise. Porém, dados mostram que essa recupe-ração não se dá de maneira uniforme, gerando certa incerteza sobre a tendência de recuperação no médio prazo. Os dados dos gráfi cos abaixo mostram como se dá essa recuperação:

¹ Os bancos têm um papel importante para o aumento da produtividade, fi nanciando máquinas e construção de novas fábricas. Também tem um papel fundamental no consumo, concedendo empréstimos para pessoas físicas a fi m de garantir o consumo. Mas a crise econômica tem apenas a aparência de uma crise de fi nanceira, mas no fundo está vinculada à tendência de queda da taxa de lucro. A riqueza tem na forma dinheiro a sua expressão, mas é no fundo produto do trabalho.

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

O primeiro gráfi co mostra a existência de variações em relação à taxa do PIB² com grandes oscilações dentro de um curto período. O segundo mostra alterações nos gastos das famílias. É nítido que no período de 2000 a 2010 houve um aumento signifi cativo dos gastos das famílias mais ricas e uma variação muito pequena em relação aos gastos das fa-mílias mais pobres (95% do total!). No período 2000 a 2010 aconteceram duas crises econômicas o estouro da “bolha da internet” em 2001 e a chamada “crise do subprime” e jus-tamente neste período de necessidades de ajustes do capital para manter as taxas de acumulação houve os maiores au-mentos da renda dos mais ricos, sendo que a renda dos mais pobres se manteve constante e até mesmo diminui em alguns períodos.

Portanto a pobreza não é de forma alguma um empecilho para o crescimento econômico. País rico é país com pobre-za³. Nos momentos de crise, a tendência do capital é reduzir ainda mais o valor da força de trabalho4 , aumentando o per-centual de riqueza que é produzida pelo trabalhador e apro-priado pelos patrões. Na crise, o capital socializa a miséria e privatiza os lucros.

A CRISE E OS TRABALHADORES EM LUTA

Durante a crise os trabalhadores entraram em movimento em diversos países contra a retirada de direitos, se recusando a pagar as contas da festa das classes dominantes. Diversos movimentos, muita vezes de cunho espontâneo surgiram nos últimos anos: Occupy Wall Street nos EUA, o Podemos na Espanha, as jornadas de junho de 2013 no Brasil, o Syriza na Grécia. Estes foram movimentos que eclodiram nos últimos 5 anos, ainda durante a crise econômica, que possuem gran-des diferenças entre si, mas estão vinculados à piora das con-dições de vida dos trabalhadores, desemprego e precariedade dos serviços públicos.

Porém todos estes movimentos foram incapazes de tocar na raiz da questão da crise econômica, foram em certo sen-tido movimentos radicais, mas de uma radicalidade superfi -cial. Atacam somente o capital especulativo que nada mais é do que a forma aparente da crise, como se apenas frear ou taxar o movimento de capitais do mercado fi nanceiro fosse a solução para a brutal exploração do sistema capitalista. Ao mesmo tempo, colocam sua luta dentro da esfera do Esta-do, sem entenderem que este é apenas um órgão gestor da burguesia. Os movimentos demonstraram a capacidade de

revolta contra a exploração, mas a classe trabalhadora nunca esteve tão desorganizada como nos últimos anos. O movi-mento da revolta pela revolta, incapaz de analisar com pro-fundidade os mecanismos de funcionamento da economia no modo de produção capitalista não pode fornecer alterna-tivas que sejam capazes de efetivamente libertar os trabalha-dores da exploração. Podem no máximo arrancar concessões momentâneas do capital durante os períodos de revolta, ou até mesmo serem incorporados na geléia geral da democracia burguesa. Os trabalhadores deixaram de agir enquanto classe e pagam o preço pela sua desorganização. As revoltas passam, a exploração fi ca.

No programa do Podemos5 um dos principais objetivos é o “plano de resgate cidadão centrado na criação do emprego decente nos países do sul da Europa”. Tal objetivo seria con-seguido através de um “programa de investimentos e políticas públicas para reativação econômica, a criação de emprego de qualidade e a reconversão do modelo produtivo numa eco-nomia baseada na inovação que contribua ao bem comum tendo em conta critérios de responsabilidade social, ética e ambiental.” Consta também no programa um maior controle sobre os bancos e sobre o capital fi nanceiro. O movimento Occupy Wall Street6 atua na mesma linha focado na luta apenas contra o capital fi nanceiro, pregando a revolta popu-lar contra os grandes bancos. O Syriza7, coligação de diversos partidos do campo da esquerda que venceu recentemente as eleições na Grécia, tem como sua principal bandeira polí-ticas anti-austeridade fi scal e a implementação de um new deal8 de investimento público, além do favorecimento de empréstimos e investimentos públicos em setores estratégicos da economia.

Nenhum destes programas atende aos interesses dos tra-balhadores, no fundo acabam reforçando o papel do Estado como agente indutor do desenvolvimento capitalista no pro-cesso de retomada da acumulação após a crise econômica. São programas que apenas reivindicam pequenas concessões para humanizar a exploração dos trabalhadores sem tocar profundamente nas questões. As mudanças existem, mas elas nunca são profundas. Alguma coisa precisa mudar para que tudo continue como está.

No Brasil, as jornadas de junho de 2013 trouxeram às ruas milhões de pessoas tendo como pauta principal a preca-riedade e as altas tarifas dos serviços públicos (principalmen-te transporte público). Durante os protestos presenciamos as mais grotescas e bárbaras ações violentas da polícia, cumprin-

² PIB – produto interno bruto é a quantidade de riqueza produzida por um país.3 Ver boletim 1224/1225 – Crítica da Economia Política - http://www.criticadaeconomia.com.br/noticia/detalhes/1174 O valor da força de trabalho pode ser defi nido como o salário que o trabalhador recebe pela sua jornada. Esse valor é o necessário para manter

o trabalhador vivo e também garantir a reprodução da próxima geração de trabalhadores.5 http://podemos.info/programa/6 http://occupywallst.org/about/7 http://observador.pt/2015/01/25/este-e-o-programa-syriza/8 O new deal foi a política implementada pelos EUA no fi nal dos anos 20 para retomada do crescimento econômico após a crise de 1929. Foi

caracterizada pela forte intervenção do Estado na economia, com aumento do gasto público e a realização de grandes obras de infraestrutura. O Estado, desta forma, atua conforme a sua condição indutor e gestor do sistema capitalista.

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

do seu papel de braço repressor do Estado na manutenção da ordem, mas da ordem imposta pelas classes dominantes. As manifestações foram praticamente movimentos espontâneos das massas, sem uma organização, propostas ou um progra-ma unifi cado. Muitos dos que estavam nas ruas pregavam palavras de ordem como “sem partido”, demonstrando des-contentamento com o sistema político, mas confundindo a política ofi cial de eleições formais burguesas com a luta polí-tica dos trabalhadores. Sem um programa defi nido, sem uma organização, as jornadas acabaram tão rápido como come-çaram e a esquerda foi incapaz de organizar os trabalhadores que ensaiavam, ainda que de forma espontânea, os primeiros passos para retomada das lutas.

Meras propostas de políticas de retomada de crescimento econômico ou manifestações de ruas espontâneas não aten-dem aos interesses dos trabalhadores. Abrir mão da constru-ção do socialismo em troca de meras concessões para humani-zar a exploração joga no lixo todo histórico de luta de séculos dos trabalhadores contra a dominação de classe e exploração. A luta dos trabalhadores pela melhoria das condições de vida deve ser a luta pelo socialismo. Portanto, as organizações construídas ao longo de séculos (sindicatos, partidos, etc) são essenciais para unifi car os trabalhadores e converter a mera indignação num processo de ruptura do capitalismo. Neste sentido, as organizações de esquerda tem um papel funda-mental de estar junto com os trabalhadores e não meramente

os representando. Estes são agentes da sua própria libertação.

ENQUANTO ISSO NO BRASIL...

Em 2015 entramos no 12° ano consecutivo de governos do PT. Nestes 12 anos, o PT colocou em prática talvez um dos mais bem sucedidos governos de conciliação de classes. Abrindo mão das pautas históricas construídas pela classe tra-balhadora, o PT negando a violência da relação entre capital e trabalho, tentou esconder a existência da luta de classes na sociedade brasileira.

Apesar da chiadeira geral da pequena burguesia que fan-tasiosamente acredita que o PT seja um partido de esquerda e até mesmo que defende o socialismo, os verdadeiros donos do capital, as grandes corporações tiveram no PT um grande benfeitor. Bancos, construtoras, montadoras de automóveis, fabricantes de eletrodomésticos, etc viram seus lucros aumen-tarem de forma fabulosa nos últimos anos. O Governo insti-tui uma política de subsídios às empresas e de envidamento da classe trabalhadora, mediante a facilitação de emprésti-mos, para manter o nível de consumo e consequentemente a circulação de mercadorias. Enquanto discurso, o PT tenta passar uma imagem de um certo radicalismo em defesa dos trabalhadores, mas a sua prática é inteiramente outra.

O gráfi co abaixo mostra a quantidade de carros produzi-dos no Brasil de 2002 a 2014:

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

No ano de 2002 o Brasil produziu 1.371.013. Em 2013 a produção atingiu o pico de 2.775.340 de automóveis produ-zidos, ou seja, em 11 anos a produção aumentou em mais de 102%! Este aumento incrível de produção se dá pela imposi-

Se forem somados os lucros destes bancos teremos um valor superior a 13 bilhões de reais, montante superior ao PIB de muitos países. Boa parte deste lucro se dá pelos juros pagos pelos trabalhadores ativos e aposentados vinculados ao fi nanciamento de bens. Desta forma, os bancos embolsam parte da riqueza produzida pelos trabalhadores na forma de dinheiro. Ou seja, os bancos de apropriam da riqueza produ-

ção de ritmos de trabalho cada vez mais absurdos, adoecendo cada vez mais os trabalhadores.

O outro gráfi co mostra o aumento dos lucros dos dois maiores bancos privados do país de 2004 a 2013:

zida através do trabalho. Para se ter noção da disparidade entre o aumento da pro-

dução de riqueza e a renda dos trabalhadores, no gráfi co abai-xo temos o rendimento médio real efetivo dos trabalhadores com carteira assinada, ou seja, a variação do salário médio do trabalhador. Os “picos” no gráfi co são referentes ao pagamen-to do 13º salário.

Segundo os dados do IPEA9 em 2002 o rendimento mé-dio do trabalhador era de R$ 1.721,34, referente ao mês de fevereiro. Os dados referentes ao mês de outubro de 2014 mostram uma renda média de R$ 1.953,91. Ou seja, a va-riação da renda do trabalhador foi de 13,5%! Neste mesmo período o PIB brasileiro cresceu em tornou de 37%.

Diferentemente da propaganda ofi cial do Governo sobre a existência de uma “nova classe média” e o aumento da renda do trabalhador, o que se assiste é um aumento da produção de riqueza e proporcionalmente uma redução da parte da riqueza de posse dos trabalhadores. Os dados mostram que os trabalhadores nunca foram tão explorados como nos últimos

9 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - http://www.ipeadata.gov.br/

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2312º CONSINSPREV12º CONSINSPREV

Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

12 anos de Governo do PT.E se a crise econômica chegaria no Brasil apenas como um

marolinha, segundo palavras do ex-Presidente Lula, o ano de 2015 começa com um verdadeiro tsunami sobre os trabalha-dores. Nem bem o “novo” Governo Dilma foi reeleito e já anunciou corte de direitos no seguro-desemprego, nas pen-sões e no PIS. Diferente do discurso de campanha em que a presidente afi rmou que não mexeria nos direitos trabalhistas nem que a vaca tossisse.

Durante o período da crise, o governo fez todas as con-cessões possíveis aos grandes empresários para que fossem mantidas as margens de lucro. Redução de IPI, mudanças nas contribuições previdenciárias, empréstimos baratos con-cedidos pelo BNDES10. Porém, chega o momento em que é necessário pagar a conta da crise, o governo cumpre a função para qual foi eleito, ou seja, a de comitê gestor do capital. As mudanças na concessão dos benefícios repassam diretamente para os trabalhadores a conta da crise. Os lucros são privati-zados e as dívidas socializadas.

COM A CRISE BATENDO NA PORTA...

O governo brasileiro e as medidas “anticíclicas” que atu-am ao gosto do patronato e da burguesia, em sintonia na lógica do modo de produção capitalista, ataca frontalmente os direitos dos trabalhadores.

Atua no sentido de favorecer o setor privado em detri-mento do setor público. Os exemplos mais fl agrantes são a Saúde e educação onde o fi nanciamento e o favorecimento do setor privado corre paralelo com o desmonte do sistema público.

Na educação, o acesso às universidades privadas via fi nan-ciamento e a compra de vagas ociosas do setor privado pelo setor público (PROUNI) segue paralelo com a ameaça de co-brança de mensalidade nas universidades públicas do estado de São Paulo e a ameaça de terceirização da contratação de professores universitários para as universidades federais.

Na Saúde o SUS foi transformado numa rede de distri-buição de recursos públicos para o setor privado via OSSs, PPPs, ONGs, enquanto hospitais públicos estão condenados à falência.

No Ministério do Trabalho a criação do SUT leva ao mes-mo caminho que o SUS, primeiro entrega a gestão das políti-cas do setor para o setor privado, terceirizando a contratação de trabalhadores e rebaixando salários e direitos dos traba-lhadores concursados. O próximo passo é entregar a gestão dos recursos do FAT e FGTS para o setor privado. Para isso já anuncia as medidas de corte no setor, atingindo o Seguro--desemprego. O Ministério do Trabalho é um bom precursor para compreender o que ocorre no INSS, uma vez que a re-dução brutal do quadro de trabalhadores concursados, subs-tituídos por estagiários, funcionários cedidos pelas prefeitu-

ras, bem como desvio de atividades para outros setores foi o caminho para que agora seja mais fácil para o governo aplicar o desmonte do órgão no que interessa para os trabalhadores.

Na Previdência Social, visto que é um setor onde o des-monte apresenta uma resposta mais intensa do conjunto da classe trabalhadora, a medidas tem sido pontuais e “científi -cas”.

A REFORMA DA PREVIDENCIA de FHC e de LULA se confrontaram com o movimento organizado, impedindo o que se anunciava à época como privatização da Previdência.

Desde então medidas como o FATOR PREVIDENCIÁ-RIO que condena os trabalhadores que já cumpriram o tem-po de contribuição a uma perda que chega próximo a 50% do salário de benefício. E esta medida é reajustada cada vez que aumenta a expectativa de vida da população.

ALTA PROGRAMADA – Os trabalhadores não podem es-colher as condições de trabalho. Num modo de produção onde o excedente permanentemente desempregado serve de amortecedor às lutas da classe trabalhadora, seja como força de trabalho disponível a aceitar as piores condições imagi-náveis, seja como pressão sobre os empregados, que frente a uma derrota sabem que poderão ser facilmente substituí-dos. Nestas condições, e dadas as exigências de aumento de produtividade à qualquer custo, a consequência direta é uma maior incidência de adoecimentos, acidentes e mortes no tra-balho. O estado decidiu que não pagará a conta do massacre dos patrões, portanto o corte se dá justamente no direito do trabalhador acidentado ou adoecido. Redução do tempo ne-cessário à recuperação do trabalhador, artimanhas burocráti-cas que difi cultam a manutenção do benefício, condenando que está incapacitado a driblar uma infi nidade de exigências, difi cultando o acesso e a manutenção do benefício a fi m de cortar despesas.

AGENDAMENTO ELETRÔNICO – controle de demanda e con-trole da pressão a ser exercida sobre os trabalhadores. O agen-damento eletrônico contribuiu para acabar com a fi la da ma-drugada nas portas do INSS transformado-a em fi la virtual. No entanto, não se trata apenas de deixar o segurado em casa esperando até 100 dias para ser atendido. O mais importante para o governo é o controle da demanda. Com isto o governo impõe metas cada vez mais agressivas aos trabalhadores do INSS, sujeitos a atender a uma demanda diariamente cres-cente. Faz isso porque tem nas mãos o controle sobre nossa jornada e sobre nossos salários. A cada ciclo de avaliação au-mentam as metas enquanto reduzem os funcionários.

MUDANÇAS NAS REGRAS DE PENSÃO POR MORTE – Toda ri-queza no capitalismo é fruto da exploração do trabalhador até o limite da sua existência física. Depois de suar a camisa por mais de 30, 40 anos duramente, caso venha a falecer o côn-juge e os órfãos receberão pouco mais que a metade do que o trabalhador teria direito caso se aposentasse ou entrasse em benefício. Portanto, contribuiu para a construção de riquezas

10 Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social.

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2424 12º CONSINSPREV

Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

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durante décadas, riquezas que diga-se foram apropriadas pelo patrão privado, e na hora do infortúnio o Estado ainda se safa de retribuir sua contribuição com quem é de direito.

ESTADO MÍNIMO NA PRÁTICA – não se trata de discurso, é só olhar em volta para ver que enquanto o governo anuncia cortes para aumentar o superávit –primário em mais de R$ 60 bilhões para pagar juros da dívida pública (dita de melhor forma, dívida Estatal), que socorrerá bancos e instituições fi nanceiras do centro do sistema capitalista, foi anunciado recentemente que somente em isenções de impostos que be-nefi ciaram o setor produtivo, os patrões nacionais e multina-cionais foram em valores superiores a esta cifra. Portanto, o governo desonerou através de IPI, redução de imposto sobre o faturamento e agora quer cobrir o rombo com cortes de di-reitos na Saúde, Previdência. Educação, Seguro desemprego.

12 ANOS DE PT NO GOVERNO E A DESPOLITIZAÇÃO DO MOVIMENTO

O governo hoje se defronta com uma histeria anti petista, que mostra o resultado efetivo da despolitização da luta de classes. Atuou no sentido de cooptar setores importantes do movimento sindical e social, e aqueles que não aceitaram fa-zer coro com a conciliação de classes tem sido duramente ata-cados. Sejam nas greves, manifestações, lutas em geral. Tanto na forma direta usando do judiciário e do aparato policial quanto tentando através do Estado impedir a ação autônoma dos movimentos que organizam a classe trabalhadora.

RETOMADA DAS LUTAS

O PAPEL DO SINSPREV

Neste cenário de ataques conjuntos do governo e patrões, mais do que nunca é necessário que a classe trabalhadora se coloque em movimento. Sindicatos, partidos políticos e mo-vimentos sociais terão um papel essencial nesse processo. Mas é preciso superar as ilusões de que a mera formalização de centrais sindicais darão conta da retomada das lutas. Este é o período de estar junto com a classe trabalhadora, nos locais de trabalho, no setor público e privado e também junto aos trabalhadores informais. Representar a classe, falar pela classe é insufi ciente, pois movimentos meramente representativos dos trabalhadores não educam para a luta, pelo contrário, servem de instrumentos de manipulação por parte dos pa-trões e dos governos para retirada de direitos.

É importante retomar o debate de 2010 sobre a constitui-ção ou não de uma central sindical que represente os traba-lhadores. A Central sim será necessária para fortalecer a luta dos trabalhadores, mas a luta não será gestada pelas centrais, a central será gestada pela luta. Não se pode confundir os objetivos com os meios.

No Sinsprev, o debate sobre a participação ou não do “conclat” que culminou com a formalização da CSP-Con-lutas teve impactos destruidores sobre a organização do sin-

dicato. É impossível fazer um balanço da gestão dos últimos anos sem levar em consideração este aspecto.

No congresso de 2009, quando as diversas correntes do campo da esquerda que compõem o Sinsprev perceberam a necessidade de colocar de lado as diferenças para enfrentar os pesados ataques do Governo através dos seus capangas da CUT e ArtSind foram capazes de consolidar uma unidade em defesa dos trabalhadores da Saúde e Previdência, ativos e aposentados. Ou seja, era necessária a unidade da esquerda naquele momento para manter o Sinsprev autônomo e inde-pendente. Porém, em 2010 com a realização do “conclat” a tão almejada unidade começou a se desfazer com a fragilida-de de um castelo de cartas.

Desde então o coletivo Avançar nas Lutas (que partici-pou do conclat) tentou se colocar como uma ‘’nova maioria” dentro da diretoria do Sinsprev, reivindicando o controle de secretarias chaves como a de fi nanças e Juridico, por exemplo. O coletivo do PSTU passou a atuar mais no sentido de cons-truir o aparelho da central sindical do que apoiar o Sinsprev nas suas atividades de base, muitas vezes criando obstáculos até mesmo na edição do jornal para a categoria. Desta for-ma, a unidade que foi formada para derrota dos governistas degenerou-se muitas vezes numa mera disputa pelo aparelho sindical.

Nós, do Coletivo da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, entendemos a im-portância da estrutura do sindical para colocar a categoria em movimento. Compreendemos a necessidade de alianças com outros grupos do campo da esquerda para derrotarmos um inimigo comum. Mas entendemos que só a estrutura do sindicato é insufi ciente. O que realmente dá vida à entidade não é o prédio, os móveis, os funcionários, os carros, depar-tamento jurídico, etc. O que dá vida ao sindicato são seus militantes em luta, presentes nas atividades e organizados nos locais de trabalho. Isso tanto é verdade que o Sinsprev teve seu auge enquanto organização em defesa dos trabalhadores quando era ainda uma entidade clandestina nos tempos da ditadura militar.

A UNIDADE DA CATEGORIA SE FAZ NECESSÁRIA

Com algumas exceções, nos últimos anos o Sinsprev não conseguiu como um todo estar presente nos locais de tra-balho dialogando com os trabalhadores, pois muitas vezes a burocracia interna da entidade consome todas as energias que deveriam estar direcionadas para a luta. Felizmente, algumas bravas delegacias regionais, livres das disputas internas, con-seguem manter focos de resistência aos ataques do Governo. Porém, ações isoladas das regionais, sem uma estratégia que envolva o conjunto dos trabalhadores da Saúde e Previdên-cia são insufi cientes para a conquista das pautas históricas da categoria. Desta forma, o Sinsprev precisa retomar seu papel junto aos trabalhadores, estando presente em cada local de trabalho, realizando cursos de formação para sua militância

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para colocar a categoria novamente em movimento. Sem luta, não há conquista.

É de suma importância mostrar claramente para a cate-goria que a luta no campo político é essencial para retomada dos direitos. Romper com a armadilha do mero diálogo com os patrões e governos, que empurram as pautas dos traba-lhadores para a geleia geral da conciliação nos GTS e au-diências intermináveis. Assim, o papel do sindicato é tornar os trabalhadores agentes da sua própria luta, que não fazem meramente o diálogo. Trabalhador em luta faz exigência, não aceita migalhas nem miséria.

Nestes últimos anos não só o Sinsprev, mas o conjunto da classe trabalhadora não conseguiu colocar novamente a ação política como centro de suas ações. E o refl exo da negação da política como campo de ação da classe é o inchaço do depar-tamento jurídico. Criou-se a ilusão de que todas as demandas dos servidores serão resolvidas com ações na justiça. Nada mais cômodo para o Governo que conta com um rolo com-pressor jurídico como a AGU e um judiciário sempre pronto a atender aos seus interesses.

DIVIDIR PARA EXPLORAR MELHOR

Nos primórdios do capitalismo os trabalhadores foram agrupados em imensas fábricas que aglutinavam até deze-nas de milhares de trabalhadores. Esta unidade no local de trabalho permitiu que os trabalhadores identifi cassem mais diretamente seu explorador, dando início à organização de associações, sindicatos, partidos da classe trabalhadora.

Das lutas corporativas os trabalhadores adquiriram cons-ciência da necessidade de lutar pela mudança da sociedade como um todo. Frente à ofensiva organizada dos trabalhado-res os patrões e governos começam a reformular as relações de trabalho através de um longo processo histórico de divisão e opressões cada vez maiores sobre a classe trabalhadora.

Já no século XX, a ação dos patrões e dos governos desde a década de 80 no setor privado e após os anos 90 no setor pú-blico tem sido de reorganizar as relações de trabalho de forma a impedir que o local de trabalho seja o ponto de encon-tro das tensões e portanto da organização dos trabalhadores. Desde o fracionamento do trabalho, o salário indireto através de gratifi cações produtivistas e a meritocracia, a terceirização e a precarização na forma da contratação tem colocado os trabalhadores que antes identifi cavam no patrão seja público ou privado seu adversário imediato na defensiva uma vez que as negociações ao invés de fortalecer a unidade dos trabalha-dores criam cada vez mais divisão.

Os trabalhadores que construíram o SINSPREV ainda na ditadura militar, primeiro como associação e depois como sindicato até 2001 faziam parte de uma única tabela salarial, e nas lutas a unidade era evidente pois toda a categoria lutava pela mesma pauta, pelas mesmas reivindicações. Após 2001 o governo sob o pretexto de criar as carreiras (reivindicação da categoria desde os anos 80), iniciou uma profunda divisão

entre os trabalhadores. Inicialmente dividiu ativos e aposen-tados, criando as gratifi cações produtivistas que não são in-corporadas na hora da aposentadoria. Depois foi separando os setores em carreiras conforme o interesse do Estado.

A REFORMA ADMINISTRATIVA de FHC em 1988 previa que o Estado deve ter duas modalidades de trabalha-dores. Carreiras típicas de Estado, responsáveis pelo contro-le, orçamento, fi nanças, fi scalização e as carreiras não típicas de Estado, ou seja todos os trabalhadores que atendem di-retamente à população. Em seguida foi implantado o SUS, negando toda a luta dos setores da Saúde e começou o des-monte. No setor da Saúde é onde podemos ver de forma mais evidente a divisão operada pelo Estado. Num mesmo local é possível encontrar trabalhadores Federais, Estaduais, Muni-cipais, Terceirizados, Agentes Comunitários de Saúde. Esta divisão desmontou a capacidade de luta deste setor que na nossa categoria foi responsável nos anos 80 pelas principais vitórias. Na Educação o desmonte segue o mesmo passo com professores contratados sob os mais diversos regimes. Prati-camente cada concurso tem um regime próprio. No INSS a divisão veio na forma da contratação de técnicos e analistas, depois na avaliação de desempenho e na jornada de 30 horas deixando de fora os trabalhadores da área meio. Na ANVISA o governo tentou inicialmente colocar em carreira extinta os trabalhadores cedidos pelo Ministério da Saúde e agora criou uma carreira paralela onde contrata de acordo com seus in-teresses.

Paralelo à divisão dos trabalhadores no local de trabalho o governo aposta na divisão da organização sindical criando sindicatos parceiros do patrão onde há resistência e luta. É o caso do ANDES – Associação Nacional dos Professores Uni-versitários e recentemente no SINSPREV com a criação de uma entidade ligada aos interesses do governo para ampliar a exploração dos trabalhadores e impedir a organização da categoria.

RETOMAR A ORGANIZAÇÃO DOS LOCAIS DE TRABALHO

Os locais de trabalho estão organizados na lógica do go-verno que impões metas abusivas, não contrata trabalhadores e ao fi nal nos ameaça com a redução de jornada e de traba-lho. A organização deve ser permanente, com a participação dos trabalhadores na discussão dos temas de seu interesse, na participação efetiva das atividades, para construir uma corre-lação de forças capaz de impor limites à exploração do gover-no patrão e retomar nossas conquistas. Esta é uma tarefa de todos, e não apenas daqueles que se dispõe a assumir a ação sindical. Pois uma andorinha sozinha não faz verão.

A LUTA DOS APOSENTADOS É UMA LUTA DE TODA A CATEGORIA

Os governos atacam os aposentados covardemente. Vol-

taram a dizer que a culpa do défi cit na economia é a quebra

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no Regime Próprio de Previdência. Com isto o governo pre-para o caminho para mais ataques sobre as aposentadorias dos trabalhadores do setor público. Tanto aqueles que já se aposentaram quanto os que ainda aguardam cumprir as exi-gências para se aposentar devem fi car atentos e organizados para enfrentar os ataques que vem por aí. A paridade é uma luta legítima e importante, porém é necessário fazer uma ação unifi cada entre aposentados e ativos para impor a incor-poração das gratifi cações, única forma de obrigar o governo a reconhecer este direito. As ações jurídicas são importantes porém não podem ser vistas como a única forma de alcançar este direito.

ANVISA

Assim como na Saúde as ações da ANVISA e também da Funasa estão sendo paulatinamente desmontadas. Outros ataques, como a pressão sobre a jornada dos trabalhadores tem motivado a mobilização.

Os projetos de privatização da infra-estrutura de portos e aeroportos, o processo de ampliação, o aumento da mo-vimentação de passageiros estão em pleno vapor. O gover-no Dilma recentemente retomou as privatizações através da concessão de vários aeroportos no país.

Portanto os trabalhadores da ANVISA estão inseridos no mesmo contexto de resistência e manutenção do controle público sobre as atividades que exercem, por entender que a privatização de setores estratégicos no controle de endemias e pandemias, no controle de fl uxo de mercadorias não é uma questão de custo ou de gestão.

FUNPRESP UMA ARMADILHA QUE JÁ TEM ANTECEDENTES

Para tentar reduzir a despesa com as aposentadorias do setor público o governo quer vender a ilusão que mais um fundo de previdência irá garantir o futuro dos trabalhadores que entraram no serviço público após 2003. Basta uma rá-pida olhada nos jornais que desde o ano passado vem sendo anunciada a praticamente falência de fundos de pensão dos petroleiros, do bancários, entre tantos outros. Ocorre que um fundo de pensão arrecada durante décadas. O dinheiro é usado ao bel prazer dos gestores que especulam nas bolsas de valores, atuam nas privatizações e nas obras faraônicas do governo. Quando chega a hora de pagar os benefícios inevi-tavelmente ninguém sabe onde foi parar o dinheiro. O caso mais recente e que diz respeito à categoria é o PECULIO da GEAP, que após acumular e gastar o dinheiro do usuários e dependentes foi entregue à um interventor que está passan-do a perna na categoria.

FORTALECER A FENASPS

Como já discutimos em nossos fóruns ao reafi rmamos

nossos posições de independência em relação aos governos

e autonomia em relação aos partidos; se faz necessário atra-vés da participação efetiva do Sinsprev na vida da entidade, fortalecendo as oposições nos estados dirigidos pelos gover-nistas.

Defendemos e reconhecemos a federação como um ins-trumento de luta e organização dos trabalhadores no serviço publico como por exemplo a luta pela jornada de 30h e con-tra a privatização no serviços públicos.

PROPOSTAS A SEREM ENCAMINHADAS A FENASPS

Campanha nacional pela regulamentação da Jornada de 30h/semanais para os trabalhadores do SUS, com incentivo à dedicação exclusiva no serviço público garantindo salário justo, respeitando as especifi cidades locais e as jornadas de categorias profi ssionais regulamentadas.

Garantir o direito dos trabalhadores cedidos ao SUS permanecerem nos seu local de trabalho

Que a FENASPS e seus sindicatos atuem fi rmemente pelo fi m das relações trabalhistas precárias do setor público

Que a FENASPS faça campanha pela regulamentação do trabalho no SUS exigindo concurso público, fi m das ter-ceirizações e contratos precários.

Defesa intransigente do concurso público para ingresso no serviço público, inclusive para os projetos com fi nancia-mento internacional, nos programas de saúde (PSF, AIDS, INDIGENAS, etc.) etc.

Que a FENASPS assuma a campanha pelo fi m das re-lações trabalhista precarizadas: campanhas pela regulamenta-ção e garantia dos direitos trabalhistas dos trabalhadores da saúde sem vinculo empregatício e fi m das contratações sem concurso publico.

Campanha em defesa do serviço publico reafi rmando a seguridade social - saúde, previdência, trabalho e assistência.

RETOMAR A AÇÃO DA COORDENAÇÃO DE FEDERAIS

Após a eleição de LULA, com a cooptação da CUT, im-portantes setores foram se distanciando da CNESF e esva-ziando a entidade. No cenário de fragmentação das diversas categorias do setor público federal este desmonte prejudicou nossa organização. O melhor exemplo foi a greve de 2012 onde a ação pontual de cada categoria que entrou em greve não foi sufi ciente para impedir a chantagem do governo de oferecer míseros 15% parcelados em 3 vezes. E o que esta-mos vendo na construção da campanha salarial deste ano é muito preocupante. O Fórum Unidade de Ação, que desde novembro realizou dois encontros nacionais com represen-tantes de diversos setores é uma bizarrice, uma vez que cabe tudo, todas as propostas são aprovadas por consenso, desde as que defendem os interesses dos trabalhadores até dos setores governistas que estão no movimento com a fi nalidade de im-pedir uma greve forte e unifi cada, capaz de vencer as impo-sições que o governo anuncia. Retomar a iniciativa frente ao

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governo, com autonomia e independência. Este é o desafi o se queremos sair vitoriosos nesta batalha.

Retomar a luta em defesa da SEGURIDADE SOCIAL apostando na participação ativa contra o desmonte dos serviços públicos, atuando junto aos movimentos com-prometidos com a manutenção e efetivação dos direitos. Atuar junto aos fóruns populares em defesa da Saúde Pú-blica, da Frente Nacional Contra a Privatização do SUS, atuando junto aos movimentos e à população usuária, Atuar junto ao Setor do Serviço Social no sentido de de-nunciar as manobras que o governo vem fazendo para usar a população de baixa renda como aparato eleitoral, mantendo políticas assistencialistas vulneráveis aos hu-mores da tesoura do governo.

PLANO DE LUTAS

Retomar as lutas pelo direito de organização nos locais de trabalho, pelo direito de greve.

Contra a criminalização dos trabalhadores, dos movi-mentos sociais, contra a prática nociva de imposição de Pro-cessos administrativos aos trabalhadores grevistas.

Exigir a implementação da jornada de 30 horas sem co-ação ou ameaça

Lutar pelo reajuste linear de salários, única forma de garantir reajuste real aos salários e aposentadorias.

Atribuições de técnicos e analistas - trabalho igual, sa-lário igual

Lutar pela incorporação das gratifi cações produtivistas, impedindo o governo de utilizar os salários e as metas de produtividade como forma de coação e ameaça permanente sobre os trabalhadores.

Lutar pela efetivação das carreiras no setor público como forma de incentivar a profi ssionalização, sem imposição de gratifi cações produtivistas variáveis.

Lutar pela paridade entre ativos e aposentados, seja atra-vés da incorporação das gratifi cações produtivistas, seja atra-vés das medidas judiciais cabíveis.

Exigir a contratação de trabalhadores por concurso pú-blico, em quantidade necessária para suprir as necessidades do atendimento à população.

Pela aprovação do Projeto de Anistia à greve de 2009 no INSS.

Algumas questões especifi cas da saúde:- 30h sem redução de salários Tabela salarial de acordo com a tabela dos servidores do

INSS. Garantia do pagamento do adicional de insalubridade. Plano de carreira Por melhores condições de trabalho Salários iguais para funções iguais. Cursos de aperfeiçoamento profi ssional, para melhor

qualifi cação profi ssional dentro da área de trabalho. Agilidade no PCCS da Saúde para recolhimento ime-

diato dos contra cheques para digitalização e entregar na AGU.

A injustiça avança hoje a passo fi rme.Os tiranos fazem planos para dez mil anosNenhuma voz além da dos que mandam.

O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são.Quem ainda vive nunca diga: nunca!

O que é certo não está certoAssim, como está, não fi cará.

Depois de falarem os dominantesFalarão os dominados.

Quem pois ousa dizer: nunca?Se a opressão permanece a quem se deve ? A nós.De que depende que ela acabe? Também de nós.

O que é esmagado, que se levante!O que está perdido, lute!

Quem conhece a situação, por que fi cará parado?Porque os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã

E nunca será: ainda hoje.

Bertold Brecht

ASSINAM ESTA TESE:

Ângela - INSS DracenaCristiano - INSS CampinasDeise - INSS BarretosFelipe Radiante – Saúde - Caçapava

Gilmar Rodrigues Mirada - INSS - Xavier de ToledoJesiel Santos Silva – Saúde - Rancharia Ritinha- INSS - Xavier ToledoMaria Rodrigues do Amorim - Saúde Araçatuba

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Rita – INSS - São Jose dos CamposJosias – INSS - CampinasAfraneu F. Azambuja – INSS – AraçatubaAlair Silva Freitas Dias – INSS – São José Dos Campos Albani Raimundo- Saúde - Várzea do CarmoAldaíza Teresinha Morais Tanajura – INSS – São José Dos CamposAlaide Dias dos Santos Brilhante INSS - São SebastiaoAdaisa Terezina Morais Tanajura- INSS - São José dos Cam-posAline Araújo Hansen - INSSAlexandre Santos – INSS - CampinasAmauri de Oliveira - INSS CampinasAna Alves Ferreira - INSS – PenápolisAna Alves Pereira - INSS- PenápolisAna Beatriz - INSS - BebedouroAna Beatriz P Araújo – INSS - Pindamonhangaba Ana da Silva Prates Guimarães – INSS – DracenaAna Flora Alves Carneiro – Saúde – BiriguiAna Maria Gonçalves Lima – INSS - PenápolisAna Maria Gonçalves Lima- INSS - PenápolisAna Rodrigues Zangirolami – Saúde – Presidente PrudenteAna Soldera - Saúde- LinsAntonio Carlos de Carvalho – INSS – AraçatubaAntonio Carlos de Carvalho - INSS- Araçatuba- Logística - GexataAntonio Carlos - INSS - CentroAntonio Carlos de Souza Gonçalves – INSS- LorenaAntonio Carlos Nunes da Silva – INSS – Cachoeira Paulista,Antonio Carlos Versolato – INSS – Ribeirão Preto, Antonio Celso Escada – Saúde – São José dos CamposAntonio Garcia Lopes - INSS BebedouroAntonio Sebastião da Silva Hummel – Saúde – Cachoeira Paulista Aparecida Fátima Leal – INSS - PenápolisAparecida Fatima Leal - INSS- PenápolisArlene Fernande - Machado - Saúde - São Vicente Arlete Aparecida Domingos – INSS - BebedouroArlete Ivanilte Barbato – Saúde – Presidente PrudenteAssunta Verrone – INSS - XavierAuro Martins Marostica - INSS- BiriguiBenedita Gutierrez da Silva Carlos – INSS – DracenaBraz Pereira Lopes – INSS – Campos do JordãoCarlos Alberto Boza – INSS – Osvaldo CruzCarlos Vernillo – INSS - XavierCarlos Henrique Arantes - INSS CampinasCarolina Gonçalves Vecchia – INSS – São José Dos Campos Cecília Correa Bazzo – INSS - AdamantinaCélia Imaculda – Saúde – DracenaClarisse de Campos Madia – Saúde – Presidente Prudente Cleusa Bono Graneiro – INSS – Araçatuba Cleusa Bono Graneiro – INSS - AraçatubaCleusa Rosa Assunção – INSS – Penápolis Cleusa Rosa Assunção – INSS - Penápolis

Conceição – INSS - BrásCristina Norico N. Tanajura – Presidente Prudente,Denise Maria Solimar Diana – INSS – São José Dos CamposDinalva Gonçalves de Souza – INSS - Rancharia,Dinorá Terezinha de Gusmão Moraes – SaúdeDalmo Bueno – Saúde de CaçapavaDalva Goncalves INSS de Taubaté Edmar de Faria- Saúde- Ilha Solteira Elba Maria Freire – Saúde – Presidente Prudente Eliana Gonçalves Leite – Saúde – São José dos CamposEliete Laurindo - Saúde - Ipiranga;Eliani Vilas de Castro INSS - CaçapavaElizabete monteiro INSS - CaçapavaEni Garcia Gonçalves SilvaElizabeth Fujie Fujishima – INSS - AdamantinaElizete - Xavier de Toledo,Ercina Augusta Antunes dos Santos – INSS – São José dos CamposErivaldo Costa - INSS - CentroEugenia Sara Gvozden Porrua de Abrranson - INSS - São SebastiaoGeovana M Agostinho - INSS – São José dos CamposHeleoise – Campos de JordãoHildamar Maria da Cunha Amorim - INSS – São José dos Campos Etaíde Viera Policei – INSS – DracenaEuclides Borges da Cunha – INSS – Presidente EpitácioEvandir Pereira de Siqueira Silva – Saúde – Presidente Epi-tácioFabio Piai – INSS – São José dos CamposFlavio Milton – INSS - RegistroFancisco de Assis Martins Caparroz - INSS-PromissãoFátima da Graça De Oliveira Sabino – INSS – Dracena Francisca Manfron - Saúde - Santos Francisco Alberto Pessin – INSS – Presidente EpitácioFrancisco Luiz Lozano- INSS-AndradinaFrederico Gabas- INSS- BiriguiGeni Akiko Huziwara - Saúde - Ribeirão PretoHelen Furtado – INSS - CampinasHelena Marangoni Hengling – Saúde – DracenaHigino de Souza Pacanaro – INSS – PenápolisIlza Gomes Da Silva - Saúde BebedouroInes Goretti Nascimento Inocêncio - INSS - São José dos CamposIraci Ozório Pereira – Saúde Presidente PrudenteIrene de Oliveira – Saúde – Presidente PrudenteIrineu Alves – INSS – Santos Isabel Cristina de Oliveira – INSS – São José Dos CamposIsabel Santana – INSS - Presidente PrudenteIsailita Nantes de Souza – Saúde – CaçapavaIvanilda de Fatima Goncalves Carvalho - INSS- São José dos CamposIvanilda Sasso – INSS - BebedouroIvone Cruz Ribeiro – INSS - Presidente Prudente

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

Jayme Eduardo Almeida Silva – INSS – GuaratinguetáJoaquim de Azevedo Junior - INSS - Cachoeira PaulistaJocila Souza de Oliveira – INSS – Presidente Prudente José Corte – Saúde – Presidente PrudenteJosé Da Silva – INSS – Presidente PrudenteJosé Ferraz de Vasconcellos – INSS – AdamantinaJosé Henrique Pereira de Souza – INSS – Penápolis Juceli Maria Santos Viana – INSS - RanchariaJulia Maria Januário dos Santos – Saúde – AraçatubaJuraci De Lourdes Froes – INSS – Presidente VenceslauLaura Francisca De Faria – INSS – Cachoeira PaulistaLazaro Roberto Lirnas - INSS - APS Santos Leila Etsuco Noda Onishi – INSS – JacareíLeni Dirce Pereira do Nascimento – INSS – AraçatubaLenir Maria Felipini Marques- INSS- BiriguiLorival José Marques – INSS - RanchariaLuci Domingues Oliveira Franca - Saúde - São VicenteLucia Helena Darbo Facio - Saúde Bebedouro Lucia Irene Rosseti Leopaci – INSS – Dracena,Luciano Araujo de Souza – INSS – Presidente PrudenteLuiz Humberto José De Novaes – INSS – Presidente Ven-ceslauLuiza de Fatima R. Pereira- INSS- PereiraMara Fernanda Campos – INSS XavierMarcia Maria Cheida Faria - INSS- PenápolisMárcia Marize de Oliveira Moreira Vitor – INSS – TaubatéMarcos Faustino Caliri - INSS- AndradinaMaria Alcione Soares - GEX – São José Dos CamposMaria Antonia de Moura Mesquita -INSS – São José dos CamposMaria Aparecida dos Santos Clemente- Saúde - AparecidaMaria Aparecida dos Santos Clemente – Saúde – AparecidaMaria Aparecida Dundes Batagliott – Saúde – Presidente PrudenteMaria Aparecida Duque – INSS – CruzeiroMaria Aparecida Gasqui Videira – Saúde – Presidente Pru-denteMaria Aparecida Vicente Assencio – INSS – AdamantinaMaria Auxiliadora O. Ferreira - Saúde - GuaratinguetaMaria Benedita - Saúde - BebedouroMaria Carmen Colnago de Carvalho – Saúde – Presidente PrudenteMaria das Graças Lopes – INSS – Taubaté Maria de Fátima Campos Peres – INSS – PenápolisMaria de Fatima Souza – INSS - INSS - São José dos Campos Maria de Fátima Ceregheti – Presidente PrudenteMaria de Lourdes da S. Cavaco- INSS – São SebastiãoMaria de Lourdes Azevedo - Saúde – AraçatubaMaria do Carmo Silva Marques - INSS - RanchariaMaria do Carmo Tonetto - INSS – Presidente PrudenteMaria Isabel da Silva Rizzi – INSS – DracenaMaria Isabel de Oliveira - INSS - São José dos Campos Maria José Campos Nimia - Saúde - AraçatubaMaria José da Silva – INSS – Guaratinguetá

Maria Luiza Viola da Silveira Salles – Saúde – São José Dos CamposMaria Pedra Citra de Souza - Saúde - BebedouroMaria Rosa Floriano Franzo – INSS – LemeMaria Scarpel de Araújo – Saúde – São José dos CamposMaria Severina Neves – INSS – PenápolisMaria Silva Faria Galano – INSS - PenápolisMaria Virginia Castro P. Rocha - Receita de GuaraMaria Silva Ivamoto – INSS- Presidente EpitácioMaria Socorro Nogueira de Souza Pinto – Saúde – Presidente PrudenteMaria Valdice de Freitas – Saúde - Presidente PrudenteMariângela Silva Juremeira – Presidente PrudenteMarina Garcia Benetti – INSS – Presidente EpitácioMarinalva Silva D’assunção – Anvisa – CaraguatatubaMarisa Costa Amantea -INSS - BiriguiMarizete de Oliveira Silva Alves – INSS – São SebastiãoMarlene da Silveira - Saúde CampinasMarquinhos – GEX TaubatéMarli Maldonado – INSS – Presidente PrudenteMiriam – APS Centro.Mauricio Castilho Pereira INSS - São José dos Campos Moacir Perez- Saúde- PenápolisMoema Aparecida Lopes – INSS - BebedouroNatália Nascimento - INSS CampinasNecivaldo Rebech – INSS - PenápolisNeusa Bianchi – Saúde - CampinasNeuza Ramos Guedes – INSS – São José Dos CamposNeuza C. da Silva Casal- AGU - São José dos CamposOfelia F dos Santos - São José dos CamposNilson Inacio de Lima- INSS- PromissãoOdalina Bueno de Camargo – INSS – PindamonhangabaPéricles de Souza – Saúde – LorenaPedro Sampaio – INSS – São José dos Campos Pricila de S. Cintra – INSS - SebastiaoRenato C. Rodrigues – INSS de TaubatéRegina Fulas INSS Bebedouro Roseli Baesso Gonçalves – Saúde – Guaratinguetá Rosemaria Moreira Astrazione De Souza – Saúde – LorenaRuth Maria Carpnette Garcia – INSS- CaraguatatubaRosires Bueno Santos – INSS - Rancharia, Sandra S. Barcelar de Carvalho- Receita -São José dos Cam-posSalete R. Santo - Saúde - Várzea do CarmoSebastião Fernandes da Silva Junior – INSS - LorenaSeji Fugimoto – INSS – Mirandópolis,Shirley Rodrigues De Moraes – Saúde – São Sebastião,Shizue Conceição Sakata Guerra – Receita – Presidente Pru-denteSilvia Kiyomi Tatemoto – Receita – Presidente Prudente Silvia Maria Tosseto de Almeida – Saúde – CaçapavaSueli Aparecida Babori Bori – INSS - Presidente PrudenteSueli do Amaral Marcondes – INSS – PindamonhangabaTiago Braga – INSS - Campinas

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12º CONSINSPREV

Valdira Elisabete HonorioVagner – INSS - DiademaVani Farcia – INSS – São José dos CamposVera Lucia dos Santos - TaubatéVanda Gallo - BebedouroVânia Maria Fatori - Saúde - PenápolisVania Maria Fatori - Saúde- PenápolisVera Lúcia de Castro Gabriel – INSS – Presidente Prudente

Vera Padoqui – INSS – Osvaldo CruzVilma Aparecida de Souza - Saúde - São Vicente Vilma Cardoso Franco – INSS – DracenaWalber - APS CentroWaldir Barbosa – Saúde - Várzea do CarmoWaldyr Montoro Junior – AGU – São José Dos CamposWaldir F da costa Filho – INSS – São José dos CamposZilda Maria Plazio – Saúde – Presidente Prudente

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TESE 3MANIFESTO À CATEGORIA E À CLASSE TRABALHADORA

TESE DO COLETIVO “AVANÇAR NAS LUTAS” AO XII CONSINSPREV 2015

Trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo continuam sofrendo os males do capitalismo e das políticas sociais adotadas desde os governos FHC e Lula, tendo seus direitos subtraídos paulatinamente, na mesma proporção que empresas estatais e serviços públicos são privatizados ou ter-ceirizados.

Sistemas de previdência e saúde públicas, bem como a educação, trabalho, cultura, habitação, e transporte, conti-nuam, em todo o país, sendo sucateados e desmontados de forma vertiginosa, com total descaso, o que torna mais difícil a vida da população.

Igualmente, desde então, se vê que a indiferença desses governos não atinge aos banqueiros e grandes empresários, que são benefi ciados com desonerações, ou seja, redução de tributos.

No serviço público, ainda existente, torna-se cada vez mais insustentável o modelo de gestão do governo Dilma, baseado na produtividade, com metas inatingíveis e com sis-temas precários, levando ao adoecimento os servidores que se vêem diante de uma situação cada vez mais desesperadora, com salários e condições de trabalhos em processo de vertigi-nosa deterioração.

Para atender aos interesses empresariais, que é aumentar os lucros, nos métodos empregados principalmente através da desoneração e incentivos fi scais, o governo permite o de-semprego na iniciativa privada e demonstra nitidamente, com Dilma, para que está servindo grande parte do dinhei-ro público: a manutenção de uma política econômica que prioriza o capital e submete o setor público a um arrocho e sucateamento.

Passadas as eleições de 2014, com a reeleição de Dilma, o discurso de defesa dos direitos da classe trabalhadora feito pelo campo governista que buscava garantir um novo man-dato já cai por terra. As primeiras medidas no fi nal do ano de 2014 já anunciavam o corte de direitos trabalhistas e pre-videnciários. Com a posse de ministros ligados ao grande ca-pital e setores do agronegócio, a presidente Dilma mostrou mais uma vez quais são seus aliados e para quem pretende governar.

O ano de 2015 começa com grandes difi culdades dos go-vernos para responder às crises da Petrobrás, da energia elé-trica e do abastecimento de água em todo o país, principal-mente na região sudeste.

Setores da Direita brasileira bombardeiam o governo Dil-ma buscando fazer com que entregue ainda mais os direitos

da classe trabalhadora e conceda benesses ao grande capital. No entanto, a classe trabalhadora vem respondendo com diversas manifestações e greves, se organizando e acenando com a luta para garantir seus direitos e condições de vida dignas, repudiando e se organizando para derrubar o Ajuste Fiscal que vem sendo imposto pelo Governo brasileiro.

A classe trabalhadora vem reagindo no mundo todo. As eleições na Grécia com a vitória da esquerda, foi uma de-monstração da população com grande repercussão em toda a Europa, de rejeição completa às medidas econômicas ca-tastrófi cas aplicadas pelos governos anteriores a mando das potências europeias e do grande capital.

Esse é o embate que promete ascender no próximo período.

MOVIMENTO: Nós, do Coletivo Avançar nas Lutas, que atuamos na área

do Seguro e da Seguridade Social no SINSPREV/SP e na FENASPS consideramos urgente a necessidade da retoma-da das reuniões do Conselho de Representantes, das Assem-bleias Estaduais, das mobilizações e manifestações regionais e na capital, enfi m, voltarmos nosso sindicato para um mo-vimento capaz de desburocratizar e reorganizar política e ad-ministrativamente o SINSPREV/SP, unifi cando os diversos e fragmentados segmentos de nossa categoria na defesa de seus direitos, na resistência e avanço da classe trabalhadora dentro de um projeto socialista.

Os servidores, militantes e dirigentes em inúmeros locais de trabalho da Saúde, Previdência, ANVISA e Ministério do Trabalho vêm heroicamente enfrentando todos os ataques cometidos pelo governo, através de greves, passeatas, atos pú-blicos, denúncias na imprensa, órgãos públicos, Ministério Público, ações judiciais, demonstrando que somente a expe-riência de luta e organização, é que foram capazes de barrar as nefastas ações políticas que o governo pratica e encontra apoio em entidades ditas sindicais.

É preciso considerar que o PT majoritariamente fi rmou--se defi nitivamente no exercício do governo como um parti-do da ordem capitalista, tornando-se uma grande máquina eleitoral fi nanciada pelas contribuições de bancos e grandes empresas, acabando por se afastar da militância social, tanto organizativa quanto programaticamente, cumprindo plena-mente a tarefa de governar para o capital.

Esta opção acaba por infl uenciar fortemente os rumos da

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CUT, a Central Única dos Trabalhadores e inúmeras outras entidades que outrora organizaram a luta antineoliberal e hoje, na base de apoio do governo Dilma acaba por vezes dividindo, enfraquecendo e paralisando o movimento.

Nelson Mandela cita: “Com frequência, revolucionários do passado sucumbiram à ganância e acabaram sendo domi-nados pela inclinação de desviar recursos públicos para o en-riquecimento pessoal. Ao acumular vasta riqueza pessoal e ao trair os objetivos que os tornaram famosos, eles virtualmente desertaram do povo e se juntaram aos antigos opressores, que enriqueceram impiedosamente roubando dos mais pobres dos pobres”.

Para os que optaram pela luta, cumpre organizá-la em defesa de melhores condições de trabalho, pela jornada das 30h, pela qualidade dos serviços públicos, pelo atendimento de todas as reivindicações históricas dos servidores da segu-ridade e seguro social, que também incluem concurso públi-co, condições dignas de trabalho, reajuste salarial, paridade, incorporação das gratifi cações, melhoria do atendimento à população usuária da saúde e previdência pública e condições de vida digna a toda classe trabalhadora.

Não existe como fazer política sindical e movimentos so-ciais se cultivamos concepções corporativistas e de neutra-lidade política frente à realidade, nos abstendo de discutir a macro política com nossa base social, achando que isto é “partidarizar” a entidade ou o movimento. Devemos nos di-rigir à categoria e demais trabalhadores e discutirmos nossa participação e apoio as diversas lutas dos movimentos sociais, populares e sindicais que acontecem em todo o pais e são aliados de nossas lutas táticas e estratégicas.

Nesse debate temos que levar em consideração as atu-ais e reais necessidades da categoria, como superexploração dos servidores, assédios, adoecimentos, péssimas condições de trabalho e saúde, perseguições, entre outras. A gestão do Sindicato deve ser e estar planejada e organizada de forma a atender prioritariamente a mobilização e organização da ca-tegoria e como uma entidade de luta deve também participar e apoiar as diversas atividades e manifestações da classe tra-balhadora no país.

As disputas honestas, democráticas e respeitosas das cor-rentes e diversas concepções políticas, mostram-se salutar no processo de construção de uma cultura de lutas democráticas, fortalecendo a organização e a participação dos servidores nos processos de construção do sindicato, como instrumento de intervenção política na defesa de nossos interesses.

Todavia, é preocupante que, por diversas vezes, isso não tenha ocorrido no conjunto da Direção, quando eventual ou circunstancial minoria tem obstruído os andamentos dos tra-balhos e até descumprido ou questionado decisões aprovadas nos legítimos fóruns da categoria. O direito de discordar é legitimo, e é por isso que os fatos são sempre submetidos às instâncias construídas desde o longo processo histórico de organização da categoria. As deliberações aprovadas nessas mesmas instâncias devem ser rigorosamente cumpridas.

Para termos um Sindicato com uma direção combativa, independente, democrática e socialista é fundamental o cum-primento das decisões aprovadas nos fóruns da categoria e, no caso de eventuais contendas que perdurem, elas devem ser dirimidas no Conselho ou em Assembléia, com a indispensá-vel participação da base social.

Com a devida autocrítica à corrente co-responsável pela gestão e ao sindicato, pretendemos propor adequação das decisões ao Estatuto e as deliberações da categoria nas suas instâncias e a construção de um processo de reorganização do sindicalismo.

COMO PARTE DA CONSTRUÇÃO DESTA REORGANIZAÇÃO TORNA-SE AINDA MAIS FUNDAMENTAL:

- O fortalecimento da FENASPS como entidade nacional dos trabalhadores da Saúde, Assistência Social, Seguro Social e Trabalho, através de uma maior participação e organização dos locais e nos Estados da base da Federação.

- A construção de uma nova Central Sindical e Popular, unifi cada, e construída amplamente de forma plural.

NO SINSPREV:

- A publicação regular de balanço fi nanceiro anual e rela-tórios mensais da entidade.

- O restabelecimento das Reuniões do Conselho de Re-presentantes

- A Convocação de Assembleias Estaduais que busquem ampliar de forma representativa toda a categoria.

- A fi xação de critérios igualitários de funcionamento das Delegacias Regionais com o incentivo à organização e mobi-lização local e regional.

- Incentivo e apoio do Sindicato a organização por local de trabalho com ampliação da participação dos aposentados e pensionistas.

- Estabelecimento de critérios, aprovados em Assembleia, para doações, empréstimos e apoios aos movimentos e mani-festações da classe trabalhadora.

- Embora, nossa prioridade são as vias de luta, organiza-ção, mobilização para garantir direitos da categoria, não po-demos desprezar as ações judiciais já em andamento e outras que a categoria deliberar, inclusive as que já estão em fase de execução, que geram a maior expectativa na categoria.

- É preciso publicidade ampla do andamento dessas ações à categoria, para não alimentar falsas expectativas. Devemos reafi rmar uma credibilidade junto à categoria, de que a me-lhor opção é a luta, seja pela paridade, pela insalubridade, pelas 30h e outras reivindicações, visto que já tiveram parecer favorável pela justiça e ainda não foram implantadas.

Reiteramos a necessidade de unirmos todas as lutadoras e lutadores da esquerda socialista da nossa base para barrar o sindicalismo governista, aprofundando a presença de nossa

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entidade junto à categoria. É fundamental e urgente, tam-bém, procedermos a um efetivo balanço da gestão, apontan-do de forma consequente que problemas devem ser superados a fi m de mantermos o SINSPREV-SP como entidade de luta, autônoma e praticante de um sindicalismo revolucionário em seu conteúdo, em propostas e organização, fazendo com que as decisões sejam democratizadas, fruto do livre debate no Conselho de Representantes e nas Assembleias.

Conclamamos as lutadoras e lutadores de nossa catego-ria a apoiarem este Manifesto mantendo o compromisso do SINSPREV de continuar independente de governos, parti-dos políticos, classista e revolucionário em sua organização de base, capaz de unifi car os diversos setores do ramo para a luta conjunta em defesa do serviço público, de nossas conquistas históricas, contra a privatização e por uma sociedade mais justa e fraterna.

PELA ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES PELA BASE, CLASSISTA E SOCIALISTA!

Alice Gomes da Silva Pedroso Lima - PalmitalAna Benedita de Oliveira Aires - Rio PretoAnita Arantes – Hospital IpirangaAntonio Araújo Santana - Barretos Antonio Saconi – MococaAparecida Fátima Tomáz da Silva - MirassolBenedicto Antonio Ficiano - OurinhosCecilia Valeria Franco Rodrigues - AraraquaraCelia Hidemi Shikasho - JundiaíCélio Mendes da Silva – PiracicabaClarice Tomas de Souza de Freitas - PiracicabaCarlos Roberto dos Santos - BarretosCláudio José Machado - Barretos Dagmar Francisco - SorocabaDaniel Simini - AvaréDenise de Fátima Angella - BotucatuDora Accyolli Alves - BauruDoraci Araci de Almeida - FrancaDuílio Manoel dos Santos – Ribeirão PretoEdmilson Antonio Denuncio – JundiaíEduardo Aparecido Franco - Rio PretoEduardo P. M. Rúbio – PiracicabaEleusa Fernandes Rosa - BarretosErzio Bernadelli - JalesEvardo Rosa - São PauloFabio Adolpho Carobino - JaúFátima Nunes – SorocabaFelipe Antonio Neto - MaríliaFrancisca Nunes de Alcantara Ribeiro - MaríliaGilberto dos Santos - AraraquaraGilberto Silva - FrancaGilberto Pereira de Castro – Hospital IpirangaHedi Valentim Oliveira - AmparoHélio B. Mossim - Ribeirão PretoImaculada Conceição de Lima - FrancaInedes Aparecida de Carvalho Silva - ItuveravaInez Alquati – Presidente Prudente Inês Mendes Gonçalves Rocha - SorocabaIrene Guimarães dos Santos - PindamonhangabaIsabel Cristina dos Santos – PiracicabaIsaura Sizuko Sinabucro Dakuzaku - Araraquara

ASSINAM E APOIAM A TESE

Ivone Maria da Silva Abreu - Rio PretoJoão Luis Leite - JarinuJosé Aparecido Antunes - MaríliaJosé Rubens Decares - Xavier de ToledoJosé Carlos Guerra – BarretosJosé Luciano Lenci - AmparoJosé Luiz de Almeida - BarretosJosé Nilson Gomes - FrancaJosie Aguiar - LorenaJussara R. L. Da Silva –Capivari Kioko Narita - Rio PretoLucia Helena Ricci - ItatibaLuisa Maria Reis Castro – Hospital IpirangaLuiz Carlos Eduardo – Hospital IpirangaLuzia Josely Stella - ItatibaMagali Pontes - BauruManuel da Silva Muniz - BarretosMarcelo Gomes Santana - SorocabaMárcia Regina G. Torino - SorocabaMárcio Antônio Da Silva – Limeira Marcio Souza Cunha - MaríliaMaria Antonia Joaquim Garcia - SorocabaMaria Aparecida Biúdes dos Santos - MaríliaMaria Aparecida dos Santos Santana - SantosMaria Aparecida Murari de Souza - VotuporangaMaria Aparecida Nunes - SorocabaMaria Aparecida Pereira Durizoti - MaríliaMaria Aparecida Teixeira - FrancaMaria Assim Salloum - Ribeirão PretoMaria Cardoso Mendes Rio PretoMaria Conceição Sérgio - TupãMaria Cristina dos Santos- PiracicabaMaria das Graças Barbosa Candido – FrancaMaria de Fátima Soares Reis - JundiaíMaria Helena Claudino - PiracicabaMaria Ivone de Freitas - BotucatuMaria Ines Fernandes – Hospital IpirangaMaria Lucia Bergamo de Araujo – SorocabaMaria Lucia Paiva - BebedouroMaria Noeme de Jesus – Hospital Ipiranga Maria Olímpia de Oliveira - Jales

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Maria Rosa Floriano Franzo - Leme Marilde de Lima Ribeiro Teixeira – Várzea PaulistaMário Jorge Ferreira – Piracicaba Maria de Fatima Oliveira Poletti - AraraquaraMarli Guerrero de Menezes - JundiaíMauricio Amalfi - - São PauloNeiva Solange P. Oliveira - Rio PretoNeusa Maria Cruz da Silva - AraraquaraNilce Maria Borges W. Cazo – BarretosOacyr Antonio Ellero Junior - AraraquaraOlga Ferreira dos Santos - BebedouroOrlando Bagano Amador – Hospital IpirangaOsvaldo Larocca - AraraquaraRegina Gonçalves Castanheira - BarretosRegina Maria Catira - CubataoRodolfo José Donizete Volpato - Jaú

Rodolfo Tozzi - SorocabaRosalina Soares Poveda - SorocabaRosangela de Jesus - BarretosRosmeiri Ribeiro Raulino –Rio Claro Rui Fernando de Matos - Salvador Miranda Pinto – São PauloSartunina Brandão - Rio PretoSebastiana Alves - Rio PretoSilvana Aparecida Savi - AvaréSonia Maria Pereira da Silva - PiracicabaSoraia Pampado de Lima – PiracicabaSueli Regina Franco da Silveira - JundiaíTereza Rodrigues dos Santos – NGA BelémVera Lucia da Silva – Várzea PaulistaVanderlei Lemes da Silva - Presidente Epitácio

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TESE 4CONJUNTURA NACIONAL E INTERNACIONAL

UNIFICAR AS LUTAS PARA ENFRENTAR A CRISE ECONÔMICA E OS ATAQUES A CLASSE TRABALHADORA!

O 12º Consinsprev acontecerá em uma situação política e econômica mundial e nacional turbulenta, com profundos ataques à nossa classe. O agravamento da crise econômica capitalista, a leva a assumir contornos políticos cada vez mais evidentes, a desaceleração da economia chinesa, os confl itos no oriente médio e norte da África, e as difi culdades da Eu-ropa respirar nesse marco da crise, dão o tom do momento a ser enfrentado . Assim o projeto neoliberal do Euro se sente ameaçado com os crescimentos de diversas organizações de esquerda, e em especial com o Syriza na Grécia (vencedor nessas recentes eleições) e Podemos na Espanha, com pers-pectivas de vitória na próxima eleição. Essas duas organiza-ções refl etem em seus países uma perspectiva eleitoral com um programa à esquerda, que dialoga com as manifestações nas ruas e praças da Europa. Mas esse processo também é acompanhado por um crescimento de partidos ultra-con-servadores, que ensaiam alternativas para uma eventual ne-cessidade de recrudescimento totalitário contra as massas trabalhadoras. Mesmo a pequena recuperação na economia americana não foi capaz de impulsionar um novo ciclo mun-dial, e as tensões são crescentes, sendo o receituário das elites já conhecido: ou patrocinam intervenções militares, como no oriente médio e no expansionismo israelense, ou promovem ataques duros a direitos sociais e democráticos, com impacto sobre a economia e a situação política global. Nesse contexto, a ofensiva militar imperialista ganha destaque, com as inter-venções na primavera árabe para controlar os processos insur-recionais e assegurar o controle sobre os recursos nacionais, e a exigência de duríssimos planos de austeridade, jogando sobre o povo o preço da crise, como vimos na Europa, e em especial na Grécia: redução de salários, a supressão de empre-gos e cortes de pensões.

Será também um congresso no início do segundo manda-to do governo Dilma, já quase paralisado pelas bandalheiras resultantes da combinação entre uma base política fi siológica e as podres regras do jogo político-institucional, baseado em trocas de emendas, cargos e recursos públicos descaradamente privatizados. Mas o perfi l político do Governo agora assume contornos bem mais claros, para além das privatizações de ae-roportos, dos campos de petróleo, dos ataques duros à saúde pública, do caminho aberto para a privatização dos hospitais universitários a partir da EBSERH; dos projetos privatizantes e de arrocho, como a criação dos fundos de pensão no serviço público, ou dos momentos de embate contra os movimentos

sociais, que são criminalizados por fazerem greve.O segundo mandato de Dilma será marcado pela entrega

radical do comando da nação ao grande capital, aos banquei-ros internacionais. Não por acaso, a equipe forma-se a partir dos quadros que integrariam um Governo de Aécio, caso o mesmo fosse eleito. A economia entregue à Levy, um “Chica-go boy” como tem sido conhecido em Davos, rótulo que se aplica a economistas ultraliberais, como, por exemplo, os que comandaram a economia do Chile durante a ditadura de Au-gusto Pinochet. Levy é um voraz critico do que restou do sis-tema de proteção aos trabalhadores no Brasil. Esse Ministro de Dilma foi indicado para a enorme satisfação dos agiotas internacionais (que seguem se benefi ciando dos extorsivos ju-ros cobrados sobre a duvidosa dívida pública brasileira), agio-tas esses que recentemente nos Alpes suíços o saudaram entu-siasmadamente, na sessão sobre América Latina do encontro anual de 2015 do Fórum Econômico Mundial. O ministro brasileiro traz satisfação aos olhos dos dirigentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do Banco do México e tantos outros, que saudaram o fato de o ministro Joaquim Levy estar “fazendo o tipo de coisas que o mercado espera”.

São as medidas impopulares que Dilma usou no discurso do medo contra Aécio, outro candidato do grande capital, e que agora serão aplicadas com força em seu novo mandato, que já nasce em débito, seja pela falta de investimentos em obras públicas, e que agora trazem a iminência da crise hídri-ca e energética de forma generalizada, ou seja pelo tarifaço em diversas páreas, para cobrir os rombos da Petrobrás e do superávit necessário para pagar (a dita dívida pública) e ale-grar os especuladores.

I. O cenário internacional: manutenção da crise capitalista, intervenções militares, pacotes econômicos e

protagonismo das lutas sociais.

A crise estrutural defi ne a situação de todos os países, e o centro da crise continua sendo os EUA. Sua ação coloniza-dora em escala planetária não assegura um novo ciclo de ex-pansão capitalista, e a ação se acirra no controle dos recursos naturais globais. A ofensiva bélica no oriente médio demons-tra a insuperável instabilidade e o elevado custo econômico e humano para manter a dominação sobre a região, ao mes-mo tempo em que insurgentes ultra-conservadores disputam a consciência do levante popular árabe, fazendo crescer o

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fundamentalismo em detrimento de alternativas socialistas. Ações como o ataque ao jornal na França e o assassinato de 12 pessoas, tem como resultado o crescimento da ultra-direi-ta, que agora propõe um plebiscito sobre a pena de morte. A disputa por outras áreas do planeta também segue agudizada entre distintas burguesias, como na guerra da Ucrânia, numa explícita disputa entre os interesses econômicos e militares euro-americanos X russos.

O esgotamento econômico norte-americano se refl ete na disputa dentro do Congresso, agora de maioria republicana, pela redução dos investimentos sociais, como a saúde, e fortes reduções nas despesas estatais (excetuando-se a despesa mili-tar) na próxima década. O ajuste recai basicamente sobre os trabalhadores e os pobres, sem nenhum aumento nos impos-tos para os ricos ou os super-ricos dos EUA, que aumentaram sua parcela da renda nacional durante as últimas três décadas. Em dados de 2012, a pobreza nos EUA já atingia mais de 46 milhões de pessoas, quase um em cada seis habitantes viven-do abaixo da linha ofi cial da miséria, incluindo 16,4 milhões de crianças. A crise dos EUA é mundial, pois 50% dos títu-los da dívida norte-americana estão em mãos estrangeiras. O mundo, com suas reservas em dólares e em títulos públicos norte-americanos, fi nancia a dívida pública dos EUA. Com isso, os lucros de suas empresas aumentaram, principalmente as do setor fi nanceiro, em uma conjuntura de recessão e crise. Não é a crise fi nanceira que origina a recessão: ela apenas ilustra a fuga para o endividamento, que permitiu superar temporariamente o excesso de produção, e não pode pros-seguir eternamente. A base das contradições do capitalismo, o excesso de produção de mercadorias e a consequente hiper acumulação de capitais, a incapacidade dos mercados de ab-sorver as mercadorias produzidas (bens de consumo ou de capital), volta ao primeiro plano.

Trata-se de uma crise profunda, de longa duração, de natureza histórica, porque signifi ca a falência do padrão de acumulação de capital vigente desde os anos 80. É a crise da era neoliberal das desregulamentações, fi nancerização e privatizações generalizadas, da destruição do bem-estar social dos anos 1946-1980. Uma crise para a qual o capitalismo imperialista e seus governos não têm outra resposta senão o mesmo veneno: fi nancerização, redução dos gastos sociais, ataques sem precedentes a direitos dos trabalhadores, aos di-reitos democráticos dos povos, super-exploração dos traba-lhadores, pilhagem e devastação do meio ambiente. Esta é a lógica de uma etapa cada vez mais decadente do capitalismo imperialista, que ameaça arrastar a humanidade para a bar-bárie.

A globalização do capital fi nanceiro, ligada ao processo da restauração capitalista na China e Rússia, não abriu uma saída de largo prazo à crise, e criou um oceano de dívidas em todo o planeta. No período 2002/06 a crise foi desviada e dois motores interconectados, a expansão do crédito nos EUA e o crescimento industrial da China, os quais conduzi-ram o crescimento da economia mundial. Os dois motores,

depois, começaram a parar. A contração da economia mun-dial busca eliminar a massa de capital excedente que obstrui a acumulação capitalista. O colapso do mercado subprime nos Estados Unidos desatou uma avalanche internacional de quebras e uma contração global do crédito. Houve a injeção de fundos públicos, equivalentes a 40% do PIB mundial, no falido setor fi nanceiro e industrial do �Primeiro Mundo. Os Estados capitalistas entregaram cerca de 25 trilhões de dólares às grandes empresas e bancos falidos. Os novos episódios da crise puseram fi m às afi rmações de sua superação a partir da segunda metade de 2009. A injeção de uma massa de liqui-dez sem precedentes, de parte dos governos e bancos centrais com a intenção de salvar o sistema fi nanceiro internacional, foi uma manobra de contenção; adiou a queda sem resolver suas contradições sistêmicas, exacerbadas. Não houve recupe-ração de postos de trabalho formal, mas crescimento do em-prego precarizado e do desemprego; não houve recuperação, mas contração do crédito imobiliário e das pequenas empre-sas; não houve recuperação do consumo, mas endividamento e subconsumo; não se sanearam os bancos. Novas bolhas de capital fi nanceiro se formaram quando a liquidez disponível foi dirigida, uma vez mais, para atividades especulativas. A dívida pública mundial cresceu, exponencialmente, sem ter uma base sustentável na esfera de produção de valor.

Nessa situação produz-se a resistência dos trabalhadores. É o que se verifi ca na resistência dos povos da Europa, em particular na juventude, como se viu na Grécia e na Espanha; na explosão da primavera árabe no Norte da África e Oriente Médio. A polarização social sacode os países centrais, como movimento dos indignados, nos levantes da Grécia, de Israel e das periferias inglesas e no ressurgimento/fortalecimento de alternativas de extrema direita, xenófobas e neofascistas, tan-to nos EUA como na Europa. No terreno geopolítico global, a hegemonia continuará a ser do imperialismo norte-ameri-cano, dado seu enorme mercado, seu poderio militar, tecno-lógico e sua prerrogativa de emitir a moeda do mundo. No entanto, a crise econômica abre um cenário de realinhamen-tos de forças entre estados, tensões geopolíticas e militares, e mais disputas por recursos naturais estratégicos.

O surgimento, em muitas vezes explosiva, de resistência às políticas capitalistas abre uma nova conjuntura internacio-nal, em que a luta de classe se dá em um patamar muito su-perior ao do início da crise econômica. Lutas e mobilizações que atingem os países centrais em alguns casos questionam profundamente os partidos tradicionais e os regimes políticos (como na Espanha e da Grécia). Crescem os pólos de tensão e luta em diversas regiões do planeta, e que se expressa também no Brasil, como nas manifestações de junho de 2013.

Os processos de luta em curso evidenciam a crise das al-ternativas socialistas de forma aguda. Em alguns casos, as re-voltas espontâneas e explosivas indicam que o sistema alcança limites, mas delas não emergem discursos críticos unifi cados, formas organizativas ou propostas alternativas, ou quando ocorrem, as formas organizativas capazes de unifi car as lutas

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e empunhar o programa transformador não se apresentam ou são rejeitadas. A carência nesses processos de partidos verda-deiramente socialistas se deve não a sua inexistência formal, mas ao desgaste das organizações partidárias socialistas tradi-cionais, que capitularam ao jogo parlamentar-institucional e às soluções no interior da ordem, sendo por isso, identifi ca-das pelas massas, como farinha do mesmo saco da democra-cia burguesa.

II – Brasil – Dilma parte para um novo patamar de subserviência!

A desigualdade social no Brasil é estrutural e avança em tempos de crise. O país contornou parcialmente a crise du-rante os governos de Lula como grande fornecedor de como-dities no mercado internacional, especialmente para a Ásia e com um giro para o mercado interno com ampliação do crédito e do consumo. Mas exatamente essa localização na di-visão internacional do trabalho, a manutenção de uma polí-tica de subordinação do orçamento da União à remuneração do capital fi nanceiro e uma lógica de avançar na precarização dos direitos sociais e trabalhistas para atrair o capital torna-ram o Brasil vulnerável, profundamente desigual.

Nivela-se por baixo direitos e salários, a tributação no país continua extremamente regressiva e a remuneração ao capital fi nanceiro intocável. Basta ver que o cenário da conjuntura externa, a persistência da pressão infl acionária, o paulatino e crescente endividamento da população já provocam turbu-lências na política econômica, que obrigam o governo a ace-lerar uma política econômica na direção de ampliar o ajuste do Estado, cortes maiores de gastos em políticas sociais, arro-cho sobre o funcionalismo, privatizações, perdas ambientais como a aprovação do novo código fl orestal, e perdas das apo-sentadorias frente ao salário mínimo.

O governo Dilma sempre foi uma continuidade de um projeto subordinado ao imperialismo, atrelado e ampliado aos interesses dos setores do capital benefi ciados pelos mega negócios da década e a uma base de sustentação mais ampla, fi siológica e à direita, simbolizada pelo PMDB, nesta gestão. Embora este bloco de poder tenha ampla hegemonia na socie-dade, controle politicamente a maior parte dos movimentos sociais e sindicatos, a lógica do ajuste alarga essa contradição da desigualdade social. Esta ampla hegemonia na sociedade e no Congresso Nacional do bloco dirigido pelo PT é que está na raiz da crise do bloco de oposição de direita, pois a disputa de rumos do governo e no parlamento passa muito mais por dentro da base governista do que pelas iniciativas do PSDB-DEM, reduzidos a uma oposição parlamentar restrita ao discurso de denuncia da corrupção, posto que o modelo econômico aplicado é exatamente o mesmo.

Os especuladores encontram-se protegidos, eles trazem seus dólares para o Brasil, trocam por títulos da dívida públi-ca, que pagam os maiores juros do mundo, isentos de qual-quer tributo, podendo fugir do país quando bem entende-

rem, juros engordados pela variação cambial, obtendo lucros ainda maiores. As remessas de lucros ao exterior, de US$ 99 bilhões nos oito anos precedentes a FHC, se elevaram para US$ 194 bilhões nos oito anos do governo FHC, e atingi-ram US$ 343,5 bilhões no governo Lula. O BC fi ca com os dólares, como reservas internacionais, que não rendem quase nada, pois estão aplicados, em grande parte, em títulos da dívida norte-americana, que pagam juros próximos de zero.

Sob o comando de Dilma e sua base, o Estado brasileiro buscou no primeiro mandato atuar como indutor dos mega negócios e investimentos de grandes grupos do capital para consolidar lugar no mundo como exportador de commodi-ties. Sem romper com sua dependência do capital interna-cional e sem apresentar um projeto de pesquisa e autonomia tecnológica, este modelo não tem sido contraditório com a busca de uma hegemonia regional no continente com o BN-DES (banco nacional de desenvolvimento) patrocinando ex-pansão de grandes negócios nos países vizinhos, também na área de infraestrutura. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), associado aos megaeventos (Copa do Mundo e Olimpíadas), que favorece a política de investimentos, é estratégico para esse projeto de aliança do Estado com setores do capital tais como empreiteiras, siderúrgicas, construção civil, agronegócio, capital fi nanceiro. Ampliar investimentos de infraestrutura obedece à lógica de aumentar a competitivi-dade para escoar a produção para exportação e preparar o pe-ríodo do pré-sal (nesse momento inviabilizado pelo valor do barril do petróleo – com grandes consequências na Venezuela e Rússia – e pela crise sem precedentes na Petrobrás, envolta em um mar de corrupção, com perda de patrimônio de 88 bilhões de reais, mas com seus dirigentes mantidos nos postos para além do razoável). A mudança no comando da Petrobrás feita agora, diante da brutal queda de apoio ao Governo Dil-ma, muda seis por meia dúzia.

Aldemir Bendine (agora super-aposentado do Banco do Brasil, que está sob investigação de favorecimentos, e que se aposentou contando até férias e vale-transporte no cálculo de seu benefício, estabelecendo esse em função de um “salário” de 62,4 mil reais), que substitui Graça Foster (agora super--aposentada da Petrobrás), foi colocado para assegurar o fl uxo de caixa das empresas que se benefi ciaram com o processo de corrupção estabelecido pelo núcleo dirigente do Governo. As tentativas de manter a equipe anterior, na contramão da opinião popular, demonstra o nível de compromissos assu-midos dentro das esferas de poder. E é este mesmo tipo de compromisso e de grupo que agora vai se benefi ciar do patri-mônio da Caixa Econômica Federal, agora sob o comando da ex-ministra do Planejamento, Míriam Belchior, a qual tem a missão de “preparar a abertura do capital social da empresa”, com a oferta pública inicial de ações, o que, em bom portu-guês, se traduz numa palavra: privatização, com a entrada de grandes grupos fi nanceiros no seu controle. Frente a essa política econômica e de estado, nós dizemos: nem Forster, nem Bendine, por uma Petrobrás 100% pública, auditoria

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sob controle dos trabalhadores.É este projeto burguês que está por trás das grandes obras

tais como hidrelétricas, portos, privatização dos aeroportos, novas linhas de metrô, estádios de futebol e radicais altera-ções em relação à infraestrutura do entorno a essas obras e na valorização imobiliária (que também começa a produzir uma bolha imobiliária no país de médio prazo), além de medidas como a revisão do Código Florestal.

Não estamos diante de um Estado progressista que de-senvolve um projeto nacional para atender os interesses da maioria da população e combater a desigualdade social. Tra-ta-se do seu oposto, sob o comando do PT, o projeto para o Brasil nesta década é o aprofundamento de um Estado in-dutor para os grandes negócios do capital, implementando fi elmente a visão gerencialista de Bresser Pereira e FHC, o atual governo segue repassando serviços para a iniciativa pri-vada, fi nanciado pelo dinheiro público, como na saúde, ou na educação (PROUNI, FIES), e reduzindo ao máximo o tamanho do aparelho do Estado, aí incluindo os trabalhado-res. A terceirização e a produtividade / gestão por resultados são a marca desse período, em que os direitos trabalhistas são sucessivamente reduzidos. É nessa visão de Estado Gerencia-lista/Mínimo que foi constituída a EBSERH, afrontando, de forma violenta e abrupta, a autonomia da Universidade e os HUs, ao estabelecer a criação da Empresa Brasileira de Servi-ços Hospitalares, dita pública, porém de fundo privado. Essa empresa, ao mesmo tempo em que permite a privatização de serviços ora oferecidos pelo SUS, que são fundamentais para o atendimento de grande parte da população brasileira, desqualifi ca as relações de trabalho ao impor o regime CLT a trabalhadores públicos. O cumprimento da função social da universidade e de seu papel no fortalecimento dos serviços públicos, questionando o modelo de Estado burguês brasi-leiro, fi cará seriamente comprometida com a constituição da EBSERH. Os HUs constituem a maior retaguarda do SUS, de Sul a Norte deste país, e o principal campo de ensino e pesquisa em saúde. Essas funções primordiais serão degrada-das se submetidas à lógica empresarial. Com a criação da EB-SERH poderá haver ressarcimento imediato do atendimento de usuários de planos de saúde, tornando óbvio o privilégio destes em detrimento dos usuários do SUS.

Relativamente à privatização da Previdência dos Servi-dores Públicos, o FUNPRESP (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal) poderá ser um dos maiores fundos de pensão do mundo. Essa medida se insere em tendência mundial ditada pelo Banco Mundial, de reduzir a participação estatal a um benefício mínimo. Os fundos de pensão absorvem grandes quantidades de papéis, pois funcionam trocando o dinheiro dos trabalhadores por papéis que circulam no mercado fi nanceiro. Os tais - ativos tóxicos que estão provocando sérios prejuísos aos fundos de pensões. E não são permitidas ilusões quanto ao risco para os servidores públicos federais brasileiros, pois assinala que a responsabilidade do Estado será restrita ao pagamento e à

transferência de contribuições ao FUNPRESP. Em outras palavras, se algo der errado com o FUNPRESP; se este ad-quirir papéis podres ou enfrentar qualquer revés, não haverá responsabilidade para a União, suas autarquias ou fundações.

O ano de 2014 tem evidências que confi rmam o recru-descimento do projeto hegemônico do capital no Brasil: fuga de capitais; défi cit comercial; pagamento da dívida pública com maior arrocho fi scal das últimas duas décadas (hoje 50% do orçamento é para pagamento desta dívida, da qual 55% está nas mãos dos bancos estrangeiros e 16% nas dos fundos privados, a dívida cresceu 2 pontos percentuais de janeiro a agosto de 2014, em relação ao PIB); crescimento da infl ação; recessão técnica em 2014– anunciada ofi cialmente; consumo popular corroído pela carestia com crescente endividamento da população, baixo crescimento do PIB; esvaziamento do boom exportador, retrocesso da produção industrial de quase 20% em 6 anos; crise fi scal; crise nos suprimentos de neces-sidades básicas – água e energia (sem nenhuma possibilida-de de estatizar estes serviços, segue na ação reguladora). Um exemplo é a redução de Impostos sobre produtos Industria-lizados que não asseguram em nada o direito do trabalhador apenas favorece a venda e não impede as “férias coletivas” e demissões em massa. Elementos que tendem a serem apro-fundados em especial pelas determinações da crise econômica mundial e pela política da burguesia nacional/governo.

Porém, tivemos em 2014 um período signifi cativo de gre-ves e manifestações, protagonizadas em especial pelo MTST e por algumas categorias de trabalhadores, mas também por outros movimentos sociais. Ainda é distinto do que foi pro-tagonizado em junho de 2013, que contou com uma parti-cipação bem mais efetiva de massas, mas já bastante signifi -cativa, extrapolando a vanguarda e com potencialidades de crescimento. Foram greves de rodoviários em São Paulo, Rio de Janeiro, São Luís, Salvador, Brasília e outras. Foram os professores do Rio de Janeiro e de São Paulo; trabalhadores da saúde municipal de BH e estadual de Minas. Foram os metalúrgicos de SJC (São José dos Campos); a mobilização dos operários da construção civil em Belém e Fortaleza; as mobilizações e greves nas polícias, como Salvador, Recife ou Brasília; as lutas no metrô de SP, a greve nas universidades es-taduais paulistas; a paralisação nas universidades estaduais da Bahia e do Ceará; além do processo do funcionalismo federal, com greves na base da Fasubra, Sinasefe, IBGE, Cultura, pro-fessores estaduais do Pr,não esquecendo a heróica greve dos trabalhadores da saúde federal.

Vários desses processos se deram na contramão das dire-ções colaboracionistas, que buscaram controlar as dimensões dos enfrentamentos. Desde o processo dos garis no Rio, pas-sando pelas manifestações e greves de rodoviários, o acirra-mento na base permitiu a disputa de um sindicalismo de luta, desenvolvendo elementos de superação da estrutura sindical vigente. Mas ainda são processos limitados na conjuntura, com duros enfrentamentos, seja com a patronal, seja com o judiciário, são semi-articulados, no sentido de que fazem par-

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te de um processo e aprendem com os enfrentamentos ante-riores, mas que permitem uma retomada de protagonismo, frente à política e investidas do Governo. Dilma esforçou-se em minimizar e desvincular qualquer ligação entre as greves e as lutas dos movimentos populares em relação aos protestos contra a Copa, apesar das nítidas ligações entre as bandeiras e palavras de ordem, que expuseram as opções e prioridades estabelecidas pelo Governo. Mas a signifi cativa reação levou a que, em atividades em que o bloqueio de segurança foi su-perado, a presidenta tivesse de partir para a retórica, que vai negociar, blá-blá-blá, como fez em manifestação do Sinasefe, ou ainda que iria avaliar a possibilidade de desapropriação da área reivindicada pelos sem-teto, próxima ao Itaquerão, como tentativa de esquivar-se dos protestos.

As eleições foram um momento importante de nossas lu-tas e confi rmaram que na essência, o que se tem é a disputa entre setores para comandar a condução da ordem do capi-tal sem diferenças estruturais no projeto. Dilma precisou do movimento e manteve seus compromissos com o capital, na difusão da ideologia do medo, se confi rma o projeto petista na defi nição do “menos pior”. As eleições foram o espelho distorcido da resistência da classe trabalhadora. Eleições que confi rmam a perpectiva no sentido de um Estado mais con-servador e reacionário, já desenhado com o projeto de gover-no em curso a mais de uma década.

Dilma se reelege em uma situação singular. Ainda que as pesquisas não coloquem em xeque a governabilidade, foi ne-cessário esse discurso do medo, de que Marina signifi caria en-tregar o Ministério da Fazenda para o Itaú (e Dilma entregou para o Bradesco), de que Aécio traria medidas impopulares e aumento de juros a partir de janeiro (e Dilma já aumentou três vezes depois das eleições, agora para mais de 12%). Tal situação decorre do agravamento do quadro econômico, e a visibilidade de esgotamento do modelo alicerçado nos juros, câmbio e metas de infl ação. Mesmo com as sucessivas eleva-ções da taxa de juros que vimos nos últimos meses, subindo de 7,25% para os patamares atuais, o custo de vida acumu-la signifi cativa alta anual; o PIB foi ao chão, com recessão técnica, e a projeção de crescimento deste para 2015 caiu de 2% para 0,8% ao fi nal de 2014, e para 0,38% agora na terceira semana de janeiro. As projeções de infl ação seguem crescentes, sendo a projeção inicial em janeiro, para 2015, de 6,67%, já corrigida para 7,3%. A infl ação dos últimos 12 meses (fev/14 à jan/15) fi cou em 7,14%, e o IPCA só do mês de janeiro fi cou em 1,2%, e isso sem sentir ainda os efeitos do tarifaço na água, energia e combustíveis, o que torna impos-sível ao mais inocente dos brasileiros acreditar que a infl ação vá fi car no centro da meta, de 4,5% ao ano, ou no mínimo abaixo do teto da meta, de 6,5% ao ano.

Outros ministros reforçam a sinalização ao mercado, além do Bradesco na Fazenda, temos Kátia Abreu (CNA) na agri-cultura e Armando Monteiro (CNI) no Desenvolvimento e indústria. Ou seja, nunca foi tão explícito que o governo é estabelecido diretamente pelos interesses da burguesia. Te-

mos um governo petista que chegou ao auge da submissão e dependência das permissões dos detentores do capital, com maior crise no parlamento (ainda mais conservador), com ensaios nacionalistas de extrema direita levantando até a vol-ta dos militares, mas que ainda não ganhou tecido social. E diante desse cenário, sendo desnudada a corrupção na Petro-brás, e sendo Temer ou até Cunha alternativas de poder caso Dilma não se enquadre, a opção lamentável do governo foi de se distanciar mais dos movimentos e adequar-se ao progra-ma da direita tradicional.

Aliás, esse é o discurso dos que se esforçam em ainda ten-tar justifi car a ortodoxia neoliberal de Dilma, de que se ela não fi zer exatamente o que a burguesia quer, vem impeach-ment e aí outro governo para fazer......o que Dilma está fazen-do. Em outras palavras, para que outro governo não explore os trabalhadoras, deixa que esse aqui mesmo faz o serviço. Lógica difícil de ser aceita até pelos mais ingênuos. Se há um ataque da direita, ao invés de fazê-la triunfar na condução da economia, deveria enfrenta-la, recaindo o custo da crise sobre as elites, e apoiando-se nos movimentos populares para esse enfrentamento. Mas os movimentos populares só são lembrados para pedir-se colaboração, para que a população apoie as políticas para garantir a fartura nas contas bilionárias dos banqueiros, para que a crise continue sobre nossas costas, e para que as mobilizações sejam freadas. Avançando nesse debate com esse setor que tenta defender o Governo, se o risco de impeahment é pela corrupção, por que o Governo não a combate? Por que é mantido todo o fi siologismo na “base aliada”? Por que o governo manteve por tanto tempo a direção da Petrobrás que sugou como nunca essa empre-sa, e agora prepara a entrega da Caixa? Não somos parte da fração da população referenciada pela burguesia do PSDB, a qual está utilizando o discurso do impeachment para dispu-tar quem será a direção de um governo pró-burguês, mas não nos colocamos entre os que bradam “contra o golpe, a tarefa é defender Dilma”. Primeiro, porque Dilma realiza um golpe eleitoral, com um governo muito mais a direita do que vimos em seu discurso de campanha, e segundo, porque as verda-deiras mudanças só virão das ruas, dos movimentos sociais ao lado dos quais priorizamos atuar para construir a resistência aos ataques do capital, e um programa efetivamente a serviço dos trabalhadores.

Temos uma situação no país de que, desde 2012, houve uma inversão na dinâmica social, com a população regredin-do em suas condições de vida e renda. Nesse início de 2015, as novas pesquisas de opinião mostram um despencar da po-pularidade da ´presidenta, onde 44% consideram a gestão de Dilma ruim ou péssima, 55% avaliam que ainda vai piorar mais, e apenas 23% consideram o governo ótimo ou bom. Esses dados tornam-se ainda mais impressionantes, porque não estamos falando de um fi nal de governo, mas de um que está apenas em início do segundo mandato. Para 46% dos eleitores pesquizados, Dilma mentiu durante a campanha eleitoral do ano passado, outros 14% acreditam que a então

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candidata falou somente mentiras durante o processo, tam-bém somente 14% dos eleitores acreditam que Dilma não sabia do esquema de corrupção na Petrobras. E as opções de Dilma para enfrentar essa crise, jogando o tarifaço e atacando a saúde,educação, aposentadorias e pensões, podem até ale-grar parcela signifi cativa dos banqueiros, mas não revertem o descontentamento generalizado, dos que se sentiram enga-nados pelas promessas eleitorais, o que pode desembocar em novas manifestações de massa.

As propostas de reforma política e constituinte são políti-cas que podem reverter em mais conservadorismo e medidas reacionárias se fi carem nos marcos desse congresso, que cer-tamente não converge com posições como o fi nanciamento público de campanha, a revogabilidade de mandatos, parla-mento unicameral, entre outras medidas. Com um congresso cada vez mais conservador, não há possibilidade de avanços democráticos e sociais se não for arrancado pelas mobiliza-ções populares. E o processo de corrupção é um problema da opção de governar com a burguesia, almejando inclusive incorporar-se a ela, e não é um problema da estrutura elei-toral, até porque se a corrupção fosse exclusivamente para o fi nanciamento das campanhas, bastaria às empresas fazerem doações ofi ciais para as candidaturas, que não são limitadas, sem a necessidade de doleiros, que caracteriza a necessidade de lavagem do dinheiro para o enriquecimento pessoal das equipes de governo.

A enorme diferença entre a posição do Brasil na economia mundial, por um lado e no atendimento aos direitos huma-nos, de acordo com o IDH, por outro lado, é inadmissível. Não há congruência entre nossas riquezas e nossa realidade social. Não há coerência entre o discurso ostentoso e a liqui-dação do patrimônio nacional. Esta situação de desigualda-des e ônus para os trabalhadores, frente à crise, abre brechas para a ocorrência de lutas populares. Há uma conjuntura de crescimento de greves e protestos. Não por acaso aumenta a política de repressão do aparelho de Estado e os mecanismos de criminalização das lutas populares e da pobreza. Seja para preparar uma mão-de-obra em condições mais precárias de trabalho, para disciplinar e promover - faxinas étnicas e so-ciais nas comunidades e bairros mais pobres, onde vão ocor-rer as grandes mudanças urbanas com os megaeventos, ou para conter ou inibir o crescimento da resistência social.

DILMA ATACA:

Aumento da taxa de juros;Retorno da CIDE (Contribuição sobre Intervenção no

Domínio Econômico), elevação de PIS Programa de Integra-ção Social) e COFINS contribuição para o fi nanciamento da Seguridade), IPI (Imposto sobre produtos Industrializados) e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), criando muitas sobretaxas e elevação de impostos (por exemplo, a elevação de 0,22 a 0,27 centavos no preço da gasolina, mesmo com a grande queda no preço do petróleo);

Investimentos restritos às parcerias PPPs, aumentando a privatização e concessões;

Redução das isenções na produção;Reajustes tarifários;Manter uma política tributária que assegure os com-

promissos fi nanceiros (mesmo a correção da tabela do IR, em 4,5%, fi cou abaixo da infl ação e dos acordos salariais, o que acarreta incremento da arrecadação). Assim, somado à arre-cadação das concessões, pode, mesmo com o mega-incentivo ao agronegócio, manter a remuneração via dívida, atualmen-te em 2,05 trilhões;

Acenar para os empresários, com a desoneração da folha agora fi cando permanente – para a previdência, uma renún-cia fi scal de 1,6 bi, em troca da “manutenção” de empregos (SJC e ABC mostraram que a história não funciona assim), e que coloca novas investidas sobre a previdência e o salário mínimo num futuro próximo;

Também acenar para os empresários com a volta da res-tituição tributária de 3% das exportações;

Avançar em interesses privados na saúde, previdência social e educação (além das políticas já desenvolvidas via fun-dos de pensão), enquanto mercadorias para serem exploradas pelo capital e desoneradas das funções do Estado, agora, de-pois das discussões e tentativas de isenções fi scais para os pla-nos de saúde, da “anistia” das multas dos planos, da Ebserh nos hospitais universitários, e da empresa no INCA (Institu-to Nacional do Cancer), o STF (Supremo tribunal Federal) promove audiência para reintroduzir o debate da diferença de classe no SUS, ou seja, o SUS vai piorar, e os usuários que paguem complementação ao SUS nos hospitais conveniados para garantir a qualidade que seja possível alcançar na saúde privada dentro de seus limites doméstico-orçamentários. As-sim, fi ca dada a dinâmica do serviço público, por exemplo, de nenhuma concessão, de privatizações (outros modelos de Ebserh para o resto do funcionalismo – PL 92), ataques à previdência e aos aposentados, produtivismos, terceirizações, quer dizer a previdência social é a bola da vez.

O pacote de medidas de Dilma, começou 2015 com mui-to fôlego, medidas do governo restringem o acesso ao seguro--desemprego, PIS, auxílio-doença e pensão por morte, num grave ataque à seguridade pública, um direito dos trabalha-dores previsto pela Constituição de 1988 e conquistado com muitas lutas. A previsão é economizar 18 bilhões, para assim assegurar incentivos aos patrões, e o pagamento da dívida.

Para ter acesso ao seguro-desemprego, o trabalhador terá de ter, ao invés de 6 meses, no mínimo, um ano e meio de contribuição ao INSS. Essa medida vai afetar principalmen-te os jovens que acabam de entrar no mercado de trabalho, na maioria das vezes, por meio de serviços temporários, de alta rotatividade e de baixa qualidade. Eles representam 74% dos que recorrem ao seguro-desemprego. Esse mesmo jovem deverá ser o mais atingido por outra medida: para receber o PIS, o tempo mínimo trabalhado passa a ser de seis meses

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consecutivos no ano, e não mais um mês.No caso das pensões por morte, os cortes também chega-

ram. O tempo mínimo de contribuição do segurado será de dois anos, com o mesmo período de união estável, e o valor da pensão cairá para 50% do salário (com variações de acor-do com o número de dependentes). Também quer dar aos médicos contratados pelos patrões o mesmo poder dado aos peritos do INSS para determinar se o trabalhador terá direito ou não ao auxílio-doença (que passará a ser pago pela empre-sa por até 30 dias), o que signifi ca ter de trabalhar doente.

Ressalta-se que o seguro-desemprego e o PIS são fi nancia-dos pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que é ban-cado pela contribuição da classe trabalhadora e deveria ser usado exclusivamente em seu benefício. Essas medidas terão de ser aprovadas no Congresso em um prazo de 120 dias, e nosso plano de lutas precisa contemplar esse enfrentamento.

Em defesa do serviço público, exigimos concurso público e o fi m das terceirizações. O baixo índice ofi cial de desempre-go e o constante aumento de pedidos de seguro desemprego está diretamente ligado as empresas de terceirização de mão de obra, onde o estado é o maior contratante. Essas empre-sas sonegam os impostos, não repassam as obrigações sociais como FGTS e INSS, mas descontam dos trabalhadores. En-cerram suas atividades para não pagar direitos dos trabalha-dores, como horas extras e férias e mesmo assim os órgãos do Estado das três esferas continuam contratando essas mesmas empresas, somente com outra razão social. As terceirizações não só precarizam o trabalho, mas está comprovado que os serviços públicos prestados fi cam em piores condições.

O Governo não oferece nada aos trabalhadores. Assim sendo, intensifi ca a criminalização das lutas. A repressão ju-rídica tem sido a marca, com sucessivas defi nições de ilega-lidades dos movimentos. A abusividade, comandada a partir da AGU/Adams, tem buscado frear o movimento, hierar-quizando suas iniciativas a partir do controle das forças de repressão. São exemplos a criminalização das greves de PMs, agora com liminar cobrando 1,1 milhão das associações de policiais de Pernambuco, supostamente o custo do uso da Força Nacional de Segurança, e a defi nição preventiva em 1 mês de antecedência de que qualquer greve da Polícia Fede-ral seria abusiva durante a copa. Nas greves de rodoviários, pesadas multas para proibir as greves (o que se mostra inútil, na medida em que esses movimentos se estruturam à revelia da posição ofi cial das entidades), tentativas de corte de ponto em algumas Universidades isoladas, e também corte de ponto dos trabalhadores em greve do IBGE e da Cultura e a judicia-lização das greves da previdência social e saúde federal.

Não sufi ciente , Dilma veta a lei que previa a liberação de dirigentes sindicais,e tramita agora no senado, após aprova-ção na câmara, a lei de (impedir) greve, com índices absurdos de trabalhadores que não podem fazer greve, aumento no nú-mero de dias de antecedência que se tem de avisar uma greve, condições para aprovação, etc, isso após a portaria do minis-tério da defesa de dez/2013, que nos coloca praticamente na

condição de terroristas. Na prática é um projeto que retira dos servidores públicos o direito de fazer greve, o que vai nos remeter a uma condição pré-1988, onde tínhamos de fazer greves mesmo que na ilegalidade.

Se mesmo com essas lutas e fragilidades identifi cadas den-tro do Governo não está fácil impor algum nível de derrota à política do Governo, por outro lado não se pode descartar a possibilidade desses movimentos terem potencial necessá-rio para ampliar-se, apoiando-se na insatisfação popular que deve crescer diante do ajuste econômico, e forçar o Governo a concessões aos movimentos. Por isso setores do movimento terão de se confrontar mais com a classe para defender esse governo. O maior exemplo recente é a declaração do presi-dente da CUT (Central única dos Trabalhadores), Wagner Freitas, defendendo a redução de salários, o congelamento em 2015 e 2016 e o ajuste de PDV (Programa de Demissão Voluntária), tendo sido derrotado na assembleia dos metalúr-gicos da Volks. Segundo ele, “Não é um programa que discu-ta uma difi culdade momentânea da empresa por uma questão particular. Seria por crise econômica constatada pelo Ministério do Trabalho e da Fazenda. Não é opinião do empresário e nem do trabalhador”, fundamenta entusiasmado Wagner Freitas, presidente da CUT. Com essa postura, o dirigente sindical escancara a visão de mundo, que passa a propagar o Estado capitalista como neutro e independente das classes sociais. Concluindo, portanto, que nós, trabalhadores e trabalha-doras, devemos depositar nesse mesmo Estado, toda nossa confi ança. Wagner ainda afi rma “haveria redução da jornada de trabalho e dos salários e o governo, por sua vez, abriria mão de alguns tributos – não especifi cados – além de contribuir com recursos para que o salário do trabalhador não caia muito”. Para que o salário do trabalhador não caia “muito”, o governo vai reduzir impostos para os empresários e ainda, com recursos públicos, pagaria uma pequena parte do salário do trabalha-dor que fora cortado pela empresa.

Diante da recusa dos trabalhadores em precarizar suas condições de vida, a Volks optou por demissões a ferro e fogo, mas no caminho da luta os trabalhadores foram as ruas e forçaram a direção da empresa a recuar em seus ataques. Em 11 dias de paralisação e manifestações na Anchieta, a greve e a mobilização na Volks, com o apoio dos demais trabalhado-res da região, reconquistou o emprego de 800 trabalhadores demitidos por telegrama. Foram os trabalhadores ensinando à direção da CUT como resistir aos ataques da patronal. De-mitiu - Parou!!!

Ao mesmo tempo em que questionamos as direções atre-ladas ao Governo, precisamos desenvolver uma discussão que envolve a concepção de algumas organizações e a disputa por dirigir aparelhos, por vezes opondo os quadros dirigentes ao resto da massa. Um exemplo do que isso signifi ca tem sido o funcionalismo, com as centrais substituindo as entidades representativas das categorias na representação frente às mas-sas e ao governo. Polemizamos essa concepção no último seminário de 2014 do fórum dos SPF (Servidores Públicos

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Federais), que em nome desse reconhecimento das centrais e da consensualização, chega à conclusão de que a defi nição possível do encontro é a pauta das últimas campanhas, e o resto vai ser debatido depois. Extremamente verticalizado, e com uma pauta que tem um problema: não serviu para fazer movimento em todas as tentativas anteriores, e na maioria das categorias, nunca representou qualquer nível de discussão na base, é mais moeda de negociação para discussões e acertos com o governo. Ao menos, conseguiu-se apontar para uma plenária do funcionalismo, que se combina com o calendário que defi nimos na plenária da Fenasps.

Por fi m, no período mais próximo à eleição, o protago-nismo mais signifi cativo coube aos movimentos sociais, e em especial do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) – crise para Haddad e Alckmin, por exemplo. As organiza-ções sindicais identifi cadas com um projeto genuinamente de esquerda para o país precisam propor uma plataforma de lutas contra o ajuste fi scal, já indicado pelo governo Dilma e em defesa de reformas populares (reforma agrária, urbana e avanços nos direitos para a classe trabalhadora e juventude), como um gesto de unifi cação na luta com o MTST e demais movimentos que tem protagonizado os principais enfrenta-mentos contra o capital, para efetivamente avançarmos do quadro vigente de atomização das organizações e iniciativas políticas. Recriar e fortalecer a Coordenação dos Federais e apontar que a unidade tem que ser nas ruas, respeitando cada posição, se apoiando no espaço unidade de ação.

CONSTRUÇÃO DA NOSSA PLATAFORMA DE LUTAS

É importante entender os limites da política do governo Dilma, dos governos da sua base de sustentação e dos go-vernos da oposição de direita, que em essência preservam o Capital. Esses governos aplicam a política de orçamento comprometido em quase 50% para o pagamento de juros e amortizações da divida pública; a ausência de uma polí-tica para impedir as demissões no setor privado; o dinheiro do FGTS e das reservas cambias para salvar o agronegócio, montadoras, bancos e a dívida externa das grandes empresas privadas. Enquanto se anunciam ajustes e cortes para gastos e investimentos sociais, e congelamento de concursos públi-cos, a política do governo avaliza e incentiva um processo de reforma na legislação trabalhista, e promove a criminalização das greves.

O SINSPREV e a FENASPS precisam estar na linha de frente da resistência à crise, se solidarizando com a luta dos demais trabalhadores e incentivando o debate e politização de sua base. O projeto que sai vitorioso nas eleições precisa ser confrontado com a própria classe, com os movimentos populares e isso exige:

Defi nir pauta coletiva que responda às necessidade destes segmentos populares e possa mobilizá-los ampliando o hori-zonte das lutas, associando estas à formas organizativas que junte os trabalhadores a juventude, os desempregados e os

que lutam pelo direito à vida no campo e na cidade.Fortalecer no cenário o projeto estratégico da classe, se

enfrentando com a ordem do capital na perspectiva de sua ruptura, mas a partir de pauta que mobilize este trabalhador, defendendo a organização e direito de luta, e fortalecendo es-paços já conquistados, como a luta pelo projeto de educação, pelo legitimo direito a saúde e previdência social plena.

REIVINDICAÇÕES GERAIS

Fim imediato do pagamento dos juros e amortizações da dívida para os grandes banqueiros e especuladores, sus-pensão do pagamento da dívida externa, fi m do superávit primário;

Luta em defesa do emprego, contra qualquer forma de fl exibilização e precarização do trabalho, contra o PL 4330, pela estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial, proibição de remessa de lucros das multinacionais para o ex-terior. Nenhum pacto ou acordo que aceite retirada de direi-tos, como foram o ACE (Acordo Coletivo Especial) e o PPE (Programa de Proteção ao Emprego).

Controle público e do Estado de empresas que promo-vam demissão em massa ou próximas de fechar. O Estado ga-rante o emprego dos trabalhadores com uma intervenção di-reta no controle da propriedade das empresas que demitem;

Em defesa da mobilidade urbana e do passe livre;Reestatização da Embraer, da Vale do Rio Doce e demais

empresas privatizadas; Pela Petrobras 100% estatal e nacional. Pela condena-

ção de corruptos e corruptores da Petrobrás. Por uma audi-toria independente realizada pelos trabalhadores da empresa.

Reversão do ataque ao seguro desemprego e pensões. Extensão do seguro-desemprego para pelo menos 12 meses, aumento do seu valor, incluindo aí direitos para o desempre-gado, como verba para transporte;

Isenção do Imposto de Renda dos trabalhadores assala-riados, quem tem de ser taxado é o capital;

Extensão dos programas sociais do governo para traba-lhadores desempregados;

Nenhuma reforma trabalhista, nenhum direito a me-nos!

Contra a fl exibilização dos direitos;Nenhum corte ou ajuste dos Orçamentos da União, dos

estados e municípios em serviços públicos, na educação, na seguridade social, etc.;

Orçamento público para os serviços públicos e não para banqueiros! Orçamento para saúde, educação pública, mora-dia, reforma agrária;

Massiva e imediata política de investimentos estatais na construção de escolas, hospitais, casas, serviços de infra--estrutura como saneamento, não apenas para gerar empre-gos, mas também para levar dignos serviços públicos e sociais para a maioria da população, especialmente nestes tempos

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de crise;Não a reforma tributária que quer desviar mais recursos

da Seguridade Social;Reforma tributária progressiva, que taxe o lucro, o gran-

de capital e as grandes fortunas; Controle de capitais, fi m da remessa de lucros; Controle estatal sobre os bancos que especulam

com títulos da dívida e dinheiro público. Aqui não se trata de uma estatização para saneamento dos bancos, mas uma estatização que toque direto no problema da propriedade e na necessidade de controle estatal até para garantir créditos e juros baratos, fi m da especulação ban-cária, etc.;

Por uma campanha nacional, unitária e democrática pelo fi m da criminalização dos movimentos sociais e da po-breza. Em defesa do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), do MST (Movimento Sem Terra) e dos movi-mentos sociais. Apoio às ocupações de terra e terreno urbano;

Não a perseguição contra ativistas e dirigentes sindicais, estudantis e populares;

Livre direito de organização e de greve; Contra a política de criminalização da pobreza e exter-

mínio da população pobre;Nenhuma política de relação desigual do Estado brasi-

leiro com os países da América Latina; Nenhum acordo de livre comércio com os EUA;Revogação da lei do petróleo. Fim dos leilões de bacias

petrolíferas. Pelo volta do monopólio do estatal brasileiro sobre o petróleo. Petrobrás 100% brasileira: reestatização da Petrobrás!

Democratização dos meios de comunicação, auditoria e controle social sobre os contratos do Governo com as grandes corporações de comunicação;

Fora as transnacionais da Amazônia;Contra o novo código fl orestal;Em defesa da reforma agrária e da agricultura família; Fora os transgênicos;Por uma política que garanta a soberania alimentar; Contra a construção de barragens na Amazônia.

REIVINDICAÇÕES DO FUNCIONALISMO

- Defesa dos direitos dos trabalhadores do setor público, do cumprimento dos acordos salariais anteriores e do estabe-lecimento de novos acordos com reajustes dignos.

- Fim das terceirizações, precarizações e privatizações dos serviços públicos. Defesa do Regime Jurídico Único. Con-cursos públicos para contratação de mais trabalhadores para atender a demanda das áreas sociais;

- Defi nição de data-base para 1º de maio e direito de ne-gociação coletiva;

- Política salarial permanente para o setor público, com reposição infl acionária, valorização do salário base e incorpo-ração das gratifi cações;

- Retirada de projetos de lei, medidas provisórias e decre-tos contrários aos interesses dos trabalhadores públicos;

- Índice linear de 27,3%- Aprovação imediata dos projetos de interesse dos servi-

dores- Isonomia salarial e de todos os benefícios entre os po-

deres. - Anulação da reforma da previdência realizada através da

compra de votos dos parlamentares. - Extinção do fator previdenciário- Incorporação de todas as gratifi cações produtivistas- Pela aprovação da PEC 555/06 que extingue a cobrança

previdenciária dos aposentados- Pela aprovação do PL 4434 que recompõe as perdas sa-

lariais.- Regulamentação da jornada de trabalho para o máximo

de 30 horas para o serviço público, sem redução salarial.- Pec 170/2012 – aprovação de aposentadoria integral por

invalidez.- Liberação de dirigentes sindicais com ônus para o esta-

do, sem prejuízo as promoções e progressões na carreira.- Pela revogação da EBSERH- Por uma política adequada de saúde do servidor e com-

bate ao assédio moral/sexual e às opressões.- Readmissão dos temporários demitidos na greve do

IBGE.- Revogação das orientações normativas que mudaram os

critérios para concessão de insalubridade e periculosidade. - Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas;- Pela autonomia sindical e defesa do direito de greve no

funcionalismo. Contra os projetos de lei que visam impedir o direito de greve no funcionalismo;

- Em defesa da previdência social, da saùde pública estatal de qualidade e da paridade entre ativos e aposentados – pela revogação do FUNPRESP;

REIVINDICAÇÕES DA PLATAFORMA DO SINSPREV

- Politica emergencial para os trabalhadores da saúde fe-deral

- 30 horas semanais – redução da jornada sem redução salarial

- Concurso público pelo RJU para todos os cargos de todas as classes. Fim da terceirização e da precarização das relações de trabalho.

- Contra os efeitos nocivos do PL 2203/11, como a redu-ção nos valores de periculosidade e insalubridade;

- Em defesa dos HUs, contra a EBSERH;a e Democrática de Reitores e Diretores, com participação

dos movimentos sociais;- Pela aprovação do Projeto de Universidade construído

pela Fasubra;- Pela efetiva implantação da política nacional de forma-

ção dos trabalhadores da saúde.

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4444 12º CONSINSPREV

Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

GEAP:

REAFIRMAMOS: A GEAP É NOSSA! VAMOS CONTINUAR LUTANDO POR ELA!

Desde o último Congresso Sindical muita coisa aconteceu no nosso Plano de Saúde.

Em 2012 conseguimos mudar a correlação de forças den-tro do Condel com a eleição de representantes da FENASPS eleitos pelo INSS e pela Saúde e um Conselheiro eleito no Conselho Fiscal (CONFIS) e seus respectivos suplentes, que seguindo a orientação da Federação de lutar em prol dos be-nefi ciários, pela melhoria da rede de atendimento e pela transparência dos atos, conseguiram mostrar a real situação da GEAP, a ingerência do governo do PT na direção da mes-ma, através da indicação de diretores que provocaram défi cit de 300 milhões no Plano de Saúde, sem contar as atrapalha-das aplicações fi nanceiras no Banco BBVA, que sem consul-tar o Comitê Gestor aplicou recursos fi nanceiros da GEAP em um banco que se encontrava em situação pré-falimentar cuja ação desastrada, provocou com a falência do mesmo, um rombo de 600 seiscentos milhões de reais nas contas do Pecúlio, o comando do Condel sob a lei do Coronelismo, e por fi m, como os conselheiros Eleitos pelos trabalhadores da base da FENASPS e Ministério do Transporte, em nenhum momento se intimidaram, iniciou-se um debate de legalidade dentro do mesmo, por conta das denúncias feitas que agiam com fi rmeza na busca de uma solução técnica administrativa para evitar que a ação do governo levasse a GEAP a bancarro-ta, permitindo outra intervenção pela ANS.

Como os eleitos não se curvaram e não concordaram nas reuniões em que se queria votar um aumento abusivo sem que houvesse uma real necessidade, o governo usando métodos an-tigos intervêm através da Previc e da ANS em 27.03.2013, UM ATO POLÍTICO, em que o governo, através da farsa da intervenção, mostrou a sua força retirando de dentro da GEAP as pessoas que efetivamente lutavam por ela.

A fi nalidade da intervenção , segundo o interventor , Aubiérgio Barros de Souza Filho, auditor fi scal da Receita Federal do Brasil, tinha foco na CISÃO entre os planos da GEAP- Saúde e o da Previdência.

Durante o processo de intervenção foram feitas várias reu-niões em que o interventor somente “enrolava” e se mostrou surpreso com a imensidão de vidas que a GEAP tratava.

Ainda em 21/03/2013 o STF barra convênios da Geap com outras patrocinadoras que não sejam as instituidoras do plano, colocando assim por água abaixo o convênio guarda chuva do Planejamento.

Enfi m, após impor aumento das mensalidades em até 400% a intervenção chegou ao fi nal em 18 DE OUTUBRO DE 2013, com a Previc fazendo a cisão, cisão esta antes, por várias vezes, encaminhada pelo CONDEL mas não execu-tada pela direção pois não havia interesse do governo. Com

a Cisão a Fundação de Seguridade Social (Geap), passa a se chamar GEAP - AUTOGESTÃO EM SAÚDE e por deter-minação da Superintendência de Previdência Complementar (Previc) — o Pecúlio, com a criação da nova empresa passa a se chamar GEAPPREVIDÊNCIA .

Ao declarar o fi m da intervenção no Plano de Saúde, o interventor institui uma direção provisória ao CONAD para que fossem feitas as eleições para o novo conselho, mantendo na direção da GEAP os mesmos diretores os quais a FENASPS sempre rejeitou.

O caos que os interventores deliberadamente provocaram nas eleições da GEAP/Autogestão em Saúde deixou conse-quências inimagináveis. Para se ter uma ideia do desastre que provocaram, dos mais de duzentos mil eleitores, apenas 5.045 conseguiram votar, ou seja, aproximadamente 2.39% dos eleitores. Este foi o resultado de uma tragédia anun-ciada, este foi o resultado do caos nas eleições realizadas pelos interventores da GEAP, após três dias de votação.

Tão logo eleitos, os representantes da ANASPS e CNTSS, com a ajuda do governo, o Conselho Biônico e Intervencio-nista eliminou o parâmetro de faixa de remuneração, levando em consideração apenas a faixa etária do benefi ciário. Por-tanto, quem ganha um salário de R$ 1 mil pagará para a GEAP, pelos mesmos serviços, o mesmo valor que paga um servidor que tem salário de R$ 10 mil. Isso equivale a dizer que não se exerce mais na GEAP uma compreensão solidária, de equidade entre os que ganham mais em relação àqueles que ganham menos.

Esse Conselho, que tomou as atitudes que citamos acima, foi constituído pelo Governo, após a intervenção que desti-tuiu de forma autoritária o Conselho anterior, eleito legiti-mamente.

Hoje, após mais um aumento na contribuição, o governo retira o direito a assistência à saúde da massa assalariada de as-sistidos mais frágil com menores salários e maior faixa etária, sem que o governo aumente o seu repasse para a Fundação e usa a mesma como “presente” para os afetos.

A Fenasps pediu auditoria nas contas da GEAP, para que os responsáveis pelos desmandos, má Gestão e ou os desvios, sejam punidos exemplarmente na forma da Lei. Já é hora de termos uma gestão profi ssionalizada na GEAP, sem ingerên-cia dos cargos de confi ança indicados pelo governo.

Entrou com ação judicial contra as eleições fraudulen-tas e não conseguiu liminar, estamos aguardando o anda-mento do processo.

A FENASPS tem Cobrado do governo a elevação urgente da contribuição per capta das patrocinadoras para que seja equi-parado aos valores pagos pelos servidores, bem como aos valores pagos aos demais poderes da União. Hoje os servidores arcam com 75% da contribuição. Esse problema somente será resolvido caso o governo passe a arcar com os valores em 50% no per capta referente à contribuição do servidor; tem exigido que o governo coloque na discussão salarial a questão da saúde dos trabalha-dores, tornando a GEAP o único plano de saúde dos servidores

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

fortalecendo-a assim, e fazendo retornar a solidariedade; tem reivindicado à SRH/MP que os descontos da participação te-nham prioridade nos contracheques.

A Federação defende o SUS por princípio, e a Saúde Pública gratuita e de qualidade para todos os trabalhadores.

PECÚLIO: Com a intervenção na GEAP pela Previc, o interventor, sem consultar os donos do dinheiro deposi-tado no Pecúlio, dinheiro este já na casa dos dois milhões, resolveu criar uma nova empresa, com novo CNPJ, fora da GEAP, alugando num prédio uma parte de um andar para instituir a nova empresa.

A FENASPS, assim que tomou conhecimento solicitou audiência com o interventor e apresentou uma série de ques-tionamentos abaixo:

1. Situação de Patrocinadores - convênios celebrados e homologados pela PREVIC – quantidade de participantes em cada patrocinador.

2. Responsabilidade dos Patrocinadores - existência ou não da Supervisão e Fiscalização determinada pela LC 108/2001 - dos Patrocinadores em relação ao Plano.

3. Situação das Reservas Constituídas – segurança fi nan-ceira do Plano nas condições atuais e futuras.

4. Relatório das ações já ingressadas contra o Plano - au-tores, situação atual, valores previstos, impacto sobre as Re-servas – sucesso ou/e difi culdades jurídicas.

5. Relatório de concessão dos benefícios dos últimos 3 (três) anos e os respectivos custos.

6. Relatório da migração, transferência ou/e criação de mecanismos de gestão, exclusivos para a Geap Previdência, e seu custo.

7. Revisão do Estatuto da Geap Previdência e Regula-mento do PPF.

8. Qual a posição do Interventor sobre o futuro da Geap Previdência?.

8.1.1 Consolidação e crescimento da Fundação? 8.1.2 Transferência da gestão do PPF para outra Enti-

dade?8.1.3 Liquidação/Extinção do Plano. 9. Posição da PREVIC sobre a Intervenção e a Geap Pre-

vidência. Como resposta tivemos uma apresentação por parte do

interventor dizendo que o PPF está sendo administrado com diligência e cuidado e que a sua posição é de consolidar admi-nistrativamente a nova FUNDAÇÃO GEAPPREVIDÊN-CIA. Todavia fi cou evidenciado que o fi m da intervenção está condicionada à uma solução juridicamente aceitável sobre a governança já que o PPF não tem patrocinador, o que difi cul-ta a formação dos Conselhos.

Na última reunião com o interventor ocorrida em dezem-bro quando foi discutida as propostas aprovadas no Encontro Nacional de Peculistas e o ENAPEN/FENASPS, o interven-

tor informou que a primeira fase do processo vai ser encer-rada, a princípio, em fevereiro de 2015, mas que ainda “não tem certeza como será feita a gestão do Pecúlio Facultativo”, se este terá uma diretoria própria através de instituidores, se será de servidores públicos ou outra forma de gestão (FUN-PRESP). Informou ainda que na apresentação à PREVIC/Governo, estará incluindo uma proposta de revitalização do Pecúlio, criando outros produtos para atrair novos servidores e outros públicos, podendo inclusive ser transformado em fundo de previdência.

Segundo o interventor, o saldo (credor) hoje esta ultra-passando 2 bilhões de reais, devidamente investidos den-tro dos parâmetros previsto na legislação vigente da Lei nº. 109/2001.

Os representantes da Federação reiteraram sua posição con-trária à intervenção, e expuseram a indignação da categoria expressa no Encontro Nacional de Peculistas, uma vez que o Pe-cúlio Facultativo é patrimônio exclusivo dos servidores que con-tribuíram durante toda uma vida laboral, sem haver nenhum centavo de contribuição por parte do governo e, conforme a legis-lação, caberia a eles defi nirem o que fazer com os valores.

Informaram ainda que, conforme deliberação do Encon-tro Nacional de Peculistas e dos Aposentados e Pensionistas, realizados no período de 3 a 5 de dezembro/14, encaminhou a discussão do Pecúlio aos estados e, que chamará provavel-mente em abril deste ano, Assembleia Nacional de Peculistas onde os servidores peculistas irão tomar decisão sobre o seu patrimônio, pois entendem que como a GEAP-Auto-Gestão em Saúde, assim também, o PPF corre o perigo de ser admi-nistrado pelo governo com a sua ingerência habitual.

Abaixo as propostas do Encontro Nacional de Peculistas:

GOVERNO/PREVIC/INTERVENTOR:

1. Resgate do nosso pecúlio aos 70 anos sem deságio, para quem não tiver benefi ciário;

3. Que a Geap/Previdência faça prestação de contas do pecúlio anualmente, conforme Código Civil;

4. Pressão administrativa com o interventor e a Previc para forçar liquidação do pecúlio com a devolução do saldo existente para os peculistas de acordo com o multiplicador pago por cada peculista;

5. Revisão do pagamento da AFA de 20% para 50% do valor do PPF, benefi ciando retroativamente aqueles que já re-ceberam os 20% no ato da aposentadoria.

FENASPS E SINDICATOS:

1. Que seja feita auditoria na Geap/Previdência; 2. Denunciar ao Ministério Público, a Comissão de Di-

reitos Humanos e a Imprensa a intervenção no Geap/Previ-dência, pois o interventor está fazendo uso do dinheiro sem consultar os legítimos donos do mesmo, bem como a apro-priação indébita e desvio do montante ativo liquido do PPF:

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

fazer pressão política com deputados e senadores; 3. Realizar reuniões nas bases para aprovação da propos-

ta, convocando assembleias estaduais culminando com As-sembleia Nacional amplamente divulgada para referendo da proposta;

4. Que saiam deste Encontro comissões que tenham a incumbência de discutir profundamente a questão do pecú-lio e seja formatado um questionário (plebiscito) precedido de um histórico sobre as irregularidades ocorridas no Fundo de pecúlio da Geap, para que tenhamos respaldo nas nossas ações. Enviar correspondência aos peculistas (talvez resposta com assinatura do peculista). Essa correspondência deverá ser enviada para a casa dos peculistas, com pedido de resposta (inclusive com porte pago); consulta sobre melhor encami-nhamento ao pecúlio;

5. Formular denúncia pública dos desvios fi nanceiros, ra-teio indevido do patrimônio do pecúlio, em seguida ser pro-tocolado na Previc, nos órgãos de defesa do consumidor e no Ministério Publico e divulgação desta denúncia na base dos peculistas;

O Alicerce, o fi m imediato da intervenção no PPF, as propostas encaminhadas nos Encontros Nacionais, e lutará para que a decisão dos peculistas deliberada nas Assembléias Estaduais seja encaminhada pela Federação e que se for ne-cessário seja garantida judicialmente.

Lutaremos juntamente com aqueles que acreditam que o PPF é patrimônio dos peculistas, e, se for desejo dos mes-mos, seja feita a distribuição dos valores conforme o direito de cada um.

APOSENTADOS: DEFENDER OS DIREITOS E AVANÇAR NAS CONQUISTAS.

O Alicerce tem, junto à FENASPS, se destacado na luta incessante e incansável pelos direitos dos aposentados e pen-sionistas.

Desde a efetiva implantação das gratifi cações produtivis-tas o governo vem proporcionando reajustes diferenciados entre ativos e aposentados com a clara intenção de que estes últimos cheguem ao salário mínimo, retirando direitos e dei-xando os servidores aposentados à mingua.

No Encontro nacional de Aposentados e Pensionistas dis-cutimos e encaminhamos deliberações sobre as nossas angús-tias referentes aos salários que governo nos impõe – CARTA DO ENAPEN/FENASPS abaixo.

O Fórum dos Federais deliberou, em unicidade, como eixo na pauta de reivindicações a Paridade e integralidade en-tre ativos, aposentados e pensionistas , a paridade hoje é ques-tão de sobrevivência num momento em que a infl ação está retornando com índices que nem chegam aos pés do reajuste imposto pelo governo.

Os servidores nem conseguiram descansar dos ataques do ano, no fi nal de ano, dias 30 e 31de dezembro receberam mais um ataque que abrange a todos os trabalhadores. Com

a edição das MPs 664 e 665, o governo difi culta o acesso ao pagamento do seguro desemprego, abono salarial, pensão por morte, auxílio doença, o que durante a campanha dito em altos brados não seria feito “nem que a vaca tussa”, além de difi cultar o crédito para universitários, além do aumento de juros para a colheita que já começou, além dos conse-lhos populares que foram barrados pela própria base “alia-da”. Sem falar na Ministra do agrobusiness, reconduzindo o agronegócio ao lugar que ele ocupava no governo Lula, como a indicação de Kátia Abreu. Se a oposição tivesse vencido as eleições, não teriam avançado tanto nas propostas de campa-nha quanto o PT avançou com as propostas do PSDB.

Como podemos ver, 2015 não será um ano diferente, será mais um ano de luta e uma luta muito mais dura junto ao Congresso Nacional e ao governo pois não podemos aceitar mais o governo dizer que não há dinheiro, que o país está em crise quando os bancos lucraram em 2014 bilhões de reais e o governo “desviou” para o pagamento da dívida até 31/12, R$ 978 bilhões = 45% do gasto federal, números que são difíceis de imaginar pelo volume dos mesmos.

Os trabalhadores do serviço público e privado Não po-dem mais aceitar a corja instalada no país que tem corrompi-do as empresas e nosso patrimônio e, ainda por cima , pagar a dívida criada por eles.

O governo Dilma distribui subsídios para empresários, ruralistas, às concessionárias de energia elétrica, quanto esse segmento está arrecadando, para onde está se esvaindo essa fortuna? Quem são os reais ganhadores desse segmento econômico? Os produtores de energia? Os transmissores de energia? Qual o lucro real dos distribuidores? Não seria o co-mércio intermediário de compradores e vendedores de cotas de energia que estão realmente levando vantagem? O povo, seguramente, não é.

Dilma retoma aliança com o capital fi nanceiro, como a indicação de Levy comprova. No âmbito político, ela ten-ta se tornar menos dependente do PMDB concedendo mais ministérios aos pequenos “amigos” de direita, mormente o PSD.

Diante dessa conjuntura desfavorável aos trabalhadores só nos resta lutar em conjunto com todos as entidades represen-tativas dos servidores e trabalhadores brasileiros conclaman-do os sindicatos estaduais e se juntar na luta pela manutenção das conquistas e ampliação de direitos.

DEFENDEMOS:

A paridade como dignidade ao servidor aposentado; a recuperação das perdas salariais impostas pelos governos; o direito à conversão do tempo trabalhado em condições insalubres em tempo comum para fi ns de aumento de tempo ou de direito a uma aposentadoria melhor con-quistado no MI 880-DF; bem como os eixos da pauta dos federais e as tramitações no Congresso Nacional a favor e contra os trabalhadores (abaixo).

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

CONFIRA OS EIXOS DA CAMPANHA SALARIAL UNIFICADA

Defi nição de data-base (1º de maio);Política salarial permanente com reposição infl acioná-

ria, valorização do salário base e incorporação das gratifi ca-ções;

Cumprimento por parte do governo dos acordos e pro-tocolo de intenções fi rmados;

Contra qualquer reforma que retire direitos dos traba-lhadores;

Retirada por PL’s, MP’s, decretos contrários aos interes-ses dos servidores públicos;

Paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas;

Reajuste dos benefícios;Antecipação para 2014 da parcela de reajustes de 2015.

PROPOSIÇÕES DE GRANDE RELEVÂNCIA PARA OS TRABALHADORES

E SERVIDORES A SEREM APROVADAS NO CONGRESSO:

PL 4.434/2008 (na origem: PLS 58/2003) – Recupera o valor das aposentadorias da Previdência Social. - política de valorização dos aposentados.

Autor: Sen. Paulo Paim (PT/RS)Tramitação: Câmara dos Deputados. Encontra-se em regi-

me de urgência regimental, aguarda inclusão na Ordem do Dia.

PEC 231/1995 – Jornada de trabalho de oito horas diá-rias e 40 horas semanais.

Autor: ex-dep. Inácio Arruda (PCdoB/CE)Tramitação: Câmara dos Deputados. Aguarda inclusão

na Ordem do Dia para votação em 1º turno

PL 4.653/1994 – Jornada de trabalho de oito horas diá-rias e 40 horas semanais

Autor: Sen. Paulo Paim (PT/RS), há época deputadoTramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Segu-

ridade Social e Família – CSSF. Aguarda designação de relator

PL 3299/2008 (na origem: PLS 296/2003) – Revoga dispositivo da Lei 8.213, de julho de 1991. “Fator Previden-ciário”.

Autor: Sen. Paulo Paim (PT/RS)Tramitação: Câmara dos Deputados. Aguarda inclusão

na Ordem do Dia

PL 6653/2009 – Igualdade de gênero no trabalhoAutora: Dep. Alice Portugal (PCdoB/BA)Tramitação: Câmara dos Deputados. Encontra-se com

urgência regimental. Aguarda inclusão na Ordem do Dia

PLS 136/2011 – Igualdade de gênero no trabalhoAutor: ex-Sen. Inácio Arruda (PCdoB/CE)

Tramitação: Senado Federal. Comissão de Assuntos Eco-nômicos – CAE. Aguarda designação de relator

MSC 59/2008 – Demissão imotivada – aprova a Con-venção 158 da OIT

Autor: Poder ExecutivoTramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Cons-

tituição e Justiça e de Cidadania – CCJC, aguarda designação de relator

PEC nº 555/06 – Revoga o art. 4º da EC 41/03 – revoga dispositivo constitucional que cobra a contribuição previden-ciária dos aposentados e pensionistas do serviço público.

Autor: ex-Dep. Carlos Mota (PSB/MG)Tramitação: Câmara dos Deputados. Aguarda inclusão

na Ordem do Dia para votação em 1º turno

PL 8178/2014 (na origem: PLS 121/2009) – Assédio moral no serviço público

Autor: ex-Sen. Inácio Arruda (PCdoB/CE)Tramitação: Câmara dos Deputados, Comissão de Tra-

balho, de Administração e Serviço Público – CTASP. Aguar-da designação de relator

PL 6706/2009 (na origem: PLS 177/2007) – Estabilida-de do dirigente sindical

Autor: Sen. Paulo Paim (PT/RS)Tramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Tra-

balho, de Administração e Serviço Público – CTASP. Aguar-da designação de relator

Convenção 151 da Organização Internacional do Tra-balho - Pela regulamentação do direito a negociação coletiva no serviço público

PROPOSIÇÕES QUE SÃO AMEAÇAS A CLASSE TRABALHADORA E QUE PRECISAM SER REJEITADAS:

PL 4330/2004 – Regulamenta a terceirizaçãoAutor: ex-Dep. Sandro Mabel (PMDB/GO)Tramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Cons-

tituição e Justiça e de Cidadania – CCJC. Pode a qualquer tempo ser incluído na Ordem do Dia, no Plenário.

PL 5101/2013 – Acordo extrajudicial de trabalhoAutor: Dep. Laércio Oliveira (PR/SE)Tramitação: Câmara dos Deputados. Aguarda designa-

ção de relator

PL 948/2011 – Impede o empregado demitido de recla-mar na Justiça do Trabalho

Autor: Laércio Oliveira (PR/SE)Tramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Tra-

balho, de Administração e Serviço Público – CTASP. Aguar-

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Conquistas

12º CONSINSPREV

da designação de relator

PLS 62/2013 – Suspensão de contrato de trabalho Autor: Sen. Valdir Raupp (PMDB/RO)Tramitação: Senado Federal. Comissão de Assuntos So-

ciais – CAS. Aguarda designação de relator.

PL 4193/2012 – Prevalência do negociado sobre o legis-lado

Autor: Irajá Abreu (PSD/TO)Tramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Tra-

balho, de Administração e Serviço Público.

PL 3785/2012 (apensado ao PL 6363/2005 – Dep. Vi-centinho (PT/SP) – Trabalho intermitente

Autor: Laércio Oliveira (PR/SE)Tramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Tra-

balho, de Administração e Serviço Público.

PL 1463/2011 – Código de TrabalhoAutor: Sílvio Costa (PTB/PE)Tramitação: Câmara dos Deputados. Aguarda Ato da

Mesa para instalação de Comissão Especial (foi distribuído para mais de 3 comissões permanentes).

PLP 248/1998 – Dispensa por insufi ciência de desem-penho

Autor: Poder ExecutivoTramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Cons-

tituição e Justiça e de Cidadania – CCJC, para votação das emendas do Senado. Pode ser incluído na Ordem do Dia a qualquer tempo.

PLP 1/2007 – Limita despesa com pessoalAutor: Poder ExecutivoTramitação: Câmara dos Deputados. Aguarda Ato da

Mesa para instalação de Comissão Especial (ao término da legislatura foi encerrada a comissão existente).

PLP 92/2007 – Cria Fundações estataisAutor: Poder ExecutivoTramitação: Câmara dos Deputados. Encontra-se com

urgência regimental. Aguarda inclusão na Ordem do Dia, para votação em 1º turno.

PLS 327/2014 – Direito de greve no serviço públicoAutor: Comissão Mista de Consolidação da Legislação

Federal e Regulamenta Dispositivos da Constituição Federal – ao término da legislatura a comissão foi extinta

Tramitação: Senado Federal. Aguarda aprovação de Requerimento para audiências públicas na Comissão de Assuntos Sociais – CAS e Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJ.

PLS 710/2011 – Direito de greve no serviço público

Autor: Sen. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP)Tramitação: Senado Federal. Comissão de Direitos Hu-

manos e Legislação Participativa – CDH. Aguarda designa-ção de relator.

O texto desse projeto foi integralmente subscrito no PLS 327/2014.

PL nº 4497/2001 – Direito de greveAutor: ex- Dep. Rita Camata (PSDB/ES)Tramitação: Câmara dos Deputados. Comissão de Cons-

tituição e Justiça e de Cidadania – CCJC. Aguarda designa-ção de relator.

MP 664/14 – Pensão por morte e auxílio doençaAutor: Poder ExecutivoTramitação: Congresso Nacional. Aguarda instalação de

Comissão Mista Especial.

MP 665/14 – Seguro desemprego e auxílio defesoAutor: Poder ExecutivoTramitação: Congresso Nacional. Aguarda Instalação de

Comissão Mista Especial.

CARTA DO 2º. ENAPEN/FENASP - ENCONTRO NACIONAL DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS DA FENASPS.

CARTA DO 2º ENCONTRO NACIONAL DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS ENAPEN/FENASPS - BRASÍLIA-DF

Os trabalhadores aposentados e pensionistas do Seguro, da Seguridade Social e da ANVISA, da base da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdên-cia e Assistência Social – FENASPS, reunidos no 2º ENAPEN – ENCONTRO NACIONAL DE APOSENTADOS E PEN-SIONISTAS/FENASPS, realizado nos dias 4 e 5 de dezembro de 2014, no Hotel Nacional, em Brasília, com a fi nalidade de discutir e encaminhar as questões inerentes à classe decidiram por unanimidade denunciar ao Congresso Nacional, à Casa Ci-vil, ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, aos Ministérios da Saúde, da Previdência Social, do Trabalho e Em-prego, ANVISA, à Geap, à Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional e a Secretaria Nacional do Idoso - as condi-ções de vida a que estão submetidos esses servidores - por conta das políticas de arrocho fi scal e salarial, pela falta de política de saúde e de carreira implementadas pelo atual governo.

PELO EXPOSTO ACIMA REIVINDICAM:

1. Paridade de remuneração entre ativos e aposentados com a incorporação de todas as gratifi cações ao vencimento básico;

2. Não à contribuição da seguridade social aos aposenta-dos com a aprovação imediata do PL 555;

3. Pela melhoria da qualidade de vida do aposentado e

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Sinsprev/SP - 30 Anos De Lutas E Consquistas

valorização do idoso, aprovando imediatamente todas as Leis em tramitação que por ora estão no congresso Nacional e que garantam ampliação das conquistas e direitos aos aposenta-dos e pensionistas do Serviço Público Federal;

4. GEAP SAÚDE – Pelo imediato aporte do percapta na base de 1/1;

5. Pelo Fim da intervenção no Pecúlio Facultativo, patri-mônio construído pelos servidores peculistas;

6. Pelo fi m da ingerência política do governo na GEAP; 7. Pelo cumprimento do Estatuto do Idoso em todos os

órgãos do governo; 8. Que o Ministério do Trabalho e Emprego legalize as

situações dos sindicatos que solicitaram a carta sindical que ainda não foram contemplados, bem como, reconheça como substitutos legítimos os sindicatos reconhecidos pela catego-ria;

Os aposentados aguardam com ansiedade, o retorno das reivindicações contidas nesta Carta, e apontam a FENASPS para intermediar qualquer interlocução junto ao Governo.

Brasília, 5 de dezembro de 2014. Secretaria de AposentadosDireção Colegiada da FENASPS

ANVISA XII CONGRESSO SINSPREV-SP 27, 28 E 29 DE MARÇO DE 2015.

Apostamos em um sindicato que capacite e amplie seus quadros, para renovar sua direção e desburocratize sua estru-tura possibilitando mais participação política.

Os trabalhadores querem que os sindicatos sejam mais abrangentes, dinâmicos e capazes de aglutinarem a classe trabalhadora mais amplamente, com capacidade de ouvir e acolher com sabedoria os trabalhadores, que se pluralizam e se renovam constantemente, com diferentes níveis de com-preensão e consciência de classe.

Um sindicato para ser dinâmico, além de cultivar e prati-car a solidariedade de classe precisa preparar seus militantes, oferecer cursos de formação politica, familiarização com as novas tecnologias, promover palestras, conferências, debates, promover a Cultura e a Arte, sair das fronteiras de suas sedes.

É preciso dialogar com as novas gerações buscando se relacionar com a categoria à luz das modernas tecnologias, potencializando atitudes combativas e conceitos éticos, que impulsione os trabalhadores à luta pelos seus direitos, do conjunto dos federais e de toda a força trabalhadora do país.

Há quase duas décadas que os trabalhadores da ANVISA buscam sistematicamente, através de mobilizações, o reco-nhecimento da importância de seu trabalho na prevenção e promoção da saúde pública.

Nos últimos tempos com a modernização dos transportes de cargas e viajantes, com o aumento da imigração de tra-balhadores, de exilados políticos em fuga dos diversos con-fl itos que assolam o planeta e com o surgimento de doenças emergentes como a epidemia do Ebola, os riscos sanitários se

tornam mais presentes em nossas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres.

O sindicato precisa organizar e apoiar estes trabalhado-res da saúde, para que juntos com a população exijam dos governos, medidas que possibilitem proteção e promoção de sua saúde.

O SINSPREV-SP convoca a todos os colegas, da AN-VISA, a buscarem esta conquista exigindo da direção da ANVISA e Governo Federal:

1. Concurso público para lotação na ANVISA em Portos,

Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados. 2. Reabertura e reestruturação imediata de todos os pos-

tos, que foram fechados por falta de pessoal.3. Melhores condições de trabalho. 4. Treinamentos que capacite os trabalhadores, da AN-

VISA a fazer frente aos riscos sanitários como a Epidemia do Ebola e outras doenças emergentes.

5. Equiparação salarial entre ativos e aposentados com in-corporação de 100% das gratifi cações.

6. Reposição das perdas salariais.7. Plano de carreira único, para toda a sua força trabalha-

dora (Especial e Efetivo). 8. 30 horas semanais para toda a força trabalhadora da

ANVISA, pois isto não é um privilegio e sim uma maneira inteligente de gerir Recursos Humanos, pois aumenta o le-que de atendimento ao público, para 12 horas ininterruptas e melhora a qualidade de vida de homens e mulheres, que tanto se dedicam e contribuem com seus saberes, para que todos nós da ANVISA tenhamos o respeito e o status, que hoje ocupamos no cenário nacional e internacional.

E nós do SINSPREV-SP nos propomos a atender e forta-lecer o chamado do DEVISA/FENASPS e dos trabalhadores da ANVISA, em todo o país.

Uma das estruturas mais importantes do Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVI-SA), foi abandonada nos últimos anos.

Doenças adquiridas pelo excesso de trabalho e as aposen-tadorias fazem com que o défi cit de servidores chegue a 90%, nos estados. Com isso, Portos, Aeroportos, Postos de Fron-teira e Recintos Alfandegados fi cam vulneráveis, à entrada de alimentos contaminados, lixo hospitalar de outros países e tantos outros produtos que colocam em risco a saúde da população brasileira e a própria economia do país.

O Brasil deixa exposta a saúde da população perante a ganância de países desenvolvidos, que se aproveita de nossa falta de recursos humanos em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados, para burlarem as nossa fi scalização.

Nós teríamos que ter, no mínimo, mais de quatro mil ser-vidores atuando em Portos, Aeroportos, Fronteiras e recintos alfandegados, do Oiapoque ao Chuí. No entanto, o governo, apesar de nossas reiteradas solicitações, não efetiva a abertura

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de concurso público, para os estados. É preciso olhar para a ANVISA pensando no futuro do

Brasil.

1.6. 3 - SAÚDE/ TRABALHO/ PREVIDÊNCIA – CARREIRA CPST

1- Plano de carreira específi co, reestruturação da atual ta-bela salarial, nos moldes do Seguro Social e ANVISA;

2- Jornada de 30 horas para todos os trabalhadores da - Saúde, Trabalho e Previdência,

3- Incorporação das gratifi cações por atividade - GDPST;4- Equiparação da remuneração para o mesmo trabalho,

trabalho igual salário igual;5- Pagamento de todas as parcelas retidas como exercício

anterior;6- Valores iguais nos pontos da GDPST para todos os

servidores por se tratar da mesma meta a ser alcançada;7- Fim das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e retor-

no das unidades e serviços terceirizados para a administração direta no estado;

8- Implementação das diretrizes do SUS nos estados, com atendimento de toda a população em todas as suas necessi-dades, de um curativo a uma cirurgia de alta complexidade, sem restrições;

9- Piso Nacional do DIEESE para os trabalhadores do SUS;

10- Concurso Público para reposição do quadro de pes-soal em todos os cargos pelo RJU, evitando precarizar as relações de trabalho no serviço público e as terceirizações;

11- Transferência de funcionários de local de trabalho, obedecendo aos princípios da impessoalidade, transparência, efi ciência e publicidade, com editais de remoção periódicos, com critérios claros e objetivos;

12- Insalubridade máxima para todos os funcionários que trabalham nos equipamentos com maior vulnerabilidade para doenças infecto-contagiosas;

13- Curso de capacitação e treinamento para todos os servidores, independente da condição de cedidos, com esta-belecimento de políticas que visem a valorização dos servi-dores, todo subsidiado pela União ( material, capacitação, treinamento, etc..);

14- Política da Saúde do Trabalhador com condições re-ais e ideais de trabalho com instalações físicas adequadas e realização de exames médicos periódicos custeados pelo Go-

verno, inclusive para os servidores cedidos;15- Implantação de Programa de valorização dos servi-

dores;16- Fim do Assédio Moral Institucionalizado. As con-

dições em que os trabalhadores estão submetidos hoje, pela instituição, pelas administrações públicas e pelas chefi as ime-diatas têm gerado constante denúncia dos trabalhadores aos Sindicatos e a esta Federação o que requer providências ime-diatas por parte do Governo;

17- Auditoria nos contratos com as empresas privadas, feitos pela Direção Geral e Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho (DRT), FUNASA e Ministério da Previdência;

18- Adequação de EPI, EPC, ação binário e equipamen-tos de acordo com a característica individual dos trabalha-dores;

19- Garantir a criação de mesas de negociações com base na NOB RFI/SUS, com representações sindicais, visando impedir ou inibir pressões dos gestores sobre os servidores descentralizados, garantindo lhes o direito de transferência, sempre que houver “indícios” de coação ou mudança de do-micílio para outro Município, sem que haja a necessidade de autorização do gestor da lotação.

20- Pelo cumprimento da Emenda Constitucional 70/2012.– garante ao servidor que aposentar-se por invalidez permanente o direito aos proventos integrais com paridade;

21- A favor do PL 2295/2000 – Dispõe sobre a jornada de trabalho dos Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfer-magem , regulamentação jornada de trabalho para 30 horas semanais;

22- A favor da EC 029/2000 – recursos mínimos para o fi nanciamento das ações e serviços públicos de saúde, exige do governo o investimento mínimo de 6% do PIB para a saúde;

23- Contra o PLP 092/2007 – estabelece que o poder público possa instituir fundação estatal sem fi ns lucrativos, regulamenta a dispositivo constitucional;

24- Contra a PEC 233/2008 – que retira verbas da saúde para a União;

25- Contra a Portaria 3032/2008 – que impõe jornada de 40 horas para os servidores lotados na sede do MS e nos núcleos estaduais;

26- Lei Federal nº 12.550 – criação da EBSERH;27- Reforma e manutenção dos prédios públicos;

ESTA TESE É ASSINADA PELO COLETIVO ALICERCE

Vinicius VasconcelosJoão MaiaMauricio LimaMaria AngelitaRegina Célia LimaMaria de Fátima Ferreira SilvaAparecida Lemos

Ana LagoJosé CamposHélio de JesusPedro Lima Ricardo AmorimDinara FragaLuiz Castilhos

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e c o n q u i s t a s

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