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ABIM 005 JV Ano XII - Nº 103 - Nov/18 Brasil, Terra da Promissão, por isso, não pode cair em degradação. Brasil, onde se mantêm vivas as brasas de Agni, o Fogo Sagrado. Brasil, escola de iniciação do Gênero Humano”. Professor Henrique José de Souza

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ABIM 005 JV Ano XII - Nº 103 - Nov/18

“Brasil, Terra da Promissão, por isso, não pode cair em degradação. Brasil, onde se mantêm vivas as brasas de Agni, o Fogo Sagrado. Brasil, escola de iniciação do Gênero Humano”.

Professor Henrique José de Souza

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A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 27.874 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

www.revistaartereal.com.br - [email protected] - Facebook RevistaArteReal - (35) 99198-7175 Whats App.

EditorialEscolhemos como temário desta edição, falar

sobre as Lojas Lautaro ou Lautarinas. Um tema pouco difundido e, portanto, desconhecido para muitos Irmãos, mesmos os mais estudiosos, devido às poucas fontes de pesquisas. Em verdade, trata-se de um momento, pós-Revolução Francesa, muito importante para a libertação do Novo Mundo, que vivia sob o jugo de seus colonizadores.

Personagens como Francisco Miranda, José de San Martín, Simon Bolívar, Bernardo O’Higgins, Bartolomeu Mitre, Gonçalves Ledo e outros tantos, tiveram um papel fundamental na Maçonaria da época, servindo como um divisor de águas na história da criação dos países da América Latina.

Hoje, não mais a Maçonaria se faz pujante, como em tempos pretéritos. A Ordem se pulverizou em pretensas “potências” e “obediências”, em especial, no Brasil, que é comum, a todo instante, tropeçarmos em Grão-Mestres, nos corredores dos Templos maçônicos, dada a pulverização da Ordem: 28 Grão-Mestres no GOB; 27 nas GGLL; 21 na COMAB, sem falar nas potências, ditas, não reconhecidas, irregulares, etc., o que impossibilita a escolha do que defenderemos. Muito comum, também, a exposição, no mundo profano, de inúmeros episódios de processos na justiça comum, envolvendo a briga pelo poder, em determinada Obediência.

Decerto, que não é o caso de ressuscitarmos as Lojas Lautarinas, elas cumpriram o seu papel em sua época, mas o de reincorporarmos o espírito libertário dos maçons do passado, a fim de reconstruir esse país em ruínas, causado pelo câncer, já em metástase, da corrupção, que subtrai nosso país. Através das Lojas Lautarinas nos libertamos de nossos colonizadores, portugueses, espanhóis e outros, porém, passamos a ser colonizados por nós próprio, pelos mau caráter e traidores da pátria, que saqueiam e vendem suas riquezas, enquanto a miséria se alastra em números alarmantes.

Cresce a expectativa da posse de um novo governo, em Terras Brasilis! Queiram os Deuses que, a partir de janeiro de 2019, iniciemos uma nova fase da história política deste país. Teremos mais uma oportunidade de moralização da política, na Pátria do

Avatara Maitreia, como anunciou o Mestre JHS; no Coração do Mundo e Pátria do Evangelho, como pregou Chico Xavier; na implantação do Quinto Império na Terra, conforme a revelação pelo Profeta Daniel, do sonho bíblico do rei Nabucodonosor. É a oportunidade que a LEI Justa e Perfeita, que em nada tem a ver com a lei dos homens, concede ao Povo Escolhido.

Nas palavras do Professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, “Defender o Brasil, é defender para a Humanidade, a Terra generosa de onde brota a esplendente árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização”.

Novos tempos e com ele renasce a esperança de inauguração de uma Era de Moralidade, Ética e Seriedade com a coisa pública. O Quinto Império, a Idade de Ouro, o Millennium, ou Era de Aquário, todos são nomes que tratam do mesmo assunto, ou seja, dos sentimentos que todos os povos conhecidos possuem relativos à criação e realização de uma sociedade justa, espiritualizada, pacífica e universal.

Rogamos ao GADU que, assim como as colônias sul-americanas se libertaram de seus colonizadores, através das Lojas Lautarinas, sob o comando de tão nobres maçons, o Brasil possa, mesmo com a realidade de nossa Maçonaria atual, aproveitar a oportunidade que se descortina e se liberte dos diversos monopólios que, maquiavelicamente, manipulam, nos bastidores palacianos, os destinos da população brasileira. Lembrem-se: o Brasil somos todos nós!

Que se cumpram os desígnios da Lei Divina e que, enfim, instaure-se o Novo Ciclo Evolucional, sob os auspícios do Governo Oculto do Mundo. FAÇA-SE!

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BRASIL

Não Por Acaso!Francisco Feitosa

O slogam “Brasil acima de tudo e Deus acima de Todos”, por si só, já anunciava que tais mudanças não viriam de outro lugar, senão dos céus! Trazendo

entre as Colunas J e B, um tal sobrenome “Messias”, o até pouco tempo, improvável candidato, hoje, presidente eleito, inconscientemente, expressa o destino de sua nobre missão. Messias vem do hebraico messis (המישמ = missão), e como afirmou o Professor Henrique José de Souza, “Messis é o grande sacrifício à deusa da colheita, a Ceres Eleusiana, a Mãe-Terra. Messis é o sacrifício permitido aos iniciados”. Logo, sua missão será de sacrifício, melhor diria, de um sacro-ofício. Sacrifício à deusa da colheita sugere que seu trabalho será o de preparar o campo, de arar e semear, afinal, a Esperança da Colheita Reside na Semente!

A implantação de seu trabalho, com certeza, já contraria muitos interesses das máfias e monopólios que, nos bastidores da política desvirtuam os destinos de nosso país, sangrando os cofres públicos. Por falar em sangrar, mesmo, ainda, em campanha, já se dava ao sacrifício de seu sangue, dando mostras de que não se trata de uma tarefa das mais fácil.

Estocado por uma adaga, faca, enfim, uma arma branca, as forças das trevas o apunhalou em Juiz de Fora. E não foi um tal Moro, um juiz de fora de Brasília, fora de uma Suprema Corte tendenciosa que, de fato, tem colocado os verdadeiros chefões do crime deste país na cadeia? Somente, um tal “juiz de fora”, que nos próximos dias, para desespero de muitos, muitos mesmo, estará assumindo o Ministério da Justiça, dando continuidade à operação contra a corrupção e o crime organizado, que, de posse de um “Lava-Jato”, e de

um competente grupo de elite, veio promovendo uma eficiente e imprescindível limpeza nos calabouços palacianos do governo.

O suposto servente de pedreiro desempregado, de 40 anos (40, número bíblico que quando se apresenta expressa a transformação), com a tentativa de sua ação assassina, e ligado que está a uma corja de pessoas das forças do mal, ao desferir a facada, por Força da LEI Divina, ao invés de tirar uma vida, fez reviver, em toda uma população, um enorme sentimento de patriotismo e, contrariando as expectativas daqueles, ressuscitou a esperança de um povo que não mais acreditava em dias melhores!

Tal incidente havia de acontecer, justamente, em terras de JK, o maior Presidente que este Brasil já conheceu, que não diferente, teve e cumpriu com excelência, uma nobre missão, à guisa de um saque contra o futuro, realizando cinquenta anos em cinco. Novamente, tal letra “J”, agora, surge acompanhada pelo “B”, JB, as colunas do Templo e entre elas um sobrenome Messias!

Longe de ser um estadista, ou o Presidente ideal, a situação caótica da política e da economia do país, o qualifica como “o necessário”, tendo em vista sua idoneidade e, como escudo, a coragem para enfrentar os enormes desafios de fazer brotar da lama da corrupção o lótus branco da Justiça, do Amor e da Verdade. Verdade, tal palavra por ele muito utilizada, extraída do livro bíblico de João (8-32): “Conhecereis a Verdade e Verdade vos libertará!”

A “ver-dade”, pode, também, aqui ser vista como a qualidade de ver. Este será o grande desafio! A ampliação

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do estado de consciência da população, a fim de enxergar o papel que cabe ao Brasil no cenário humano mundial.

Um tal Jair, que de um improvável candidato, até para ele próprio, surge como um repositório das esperanças de um povo que agoniza e clama por dias melhores. Há séculos e séculos, profecias ecoam por um momento crucial para o planeta, apontando o Brasil como a sede da Capital Espiritual do Mundo.

Assim afirmou Dom Bosco, o sacerdote católico italiano: “Aparecerá aqui a terra prometida, de onde flui leite e mel. Será uma riqueza inconcebível.” Tal Revelação inspirou JK na construção de Brasília, com sua fundação, justamente, no dia da fundação de Roma.

O historiador austríaco, Stefan Zweig referia-se ao Brasil como o único país apto a realizar o modelo de civilização ideal - pacífica, universal, sem preconceitos raciais, liberal e humana. Em uma de suas mais famosas obras, “Brasil, País do Futuro”, afirmava: “O Brasil (...), indubitavelmente, está destinado a ser um dos mais importantes fatores de desenvolvimento futuro do mundo.” Ainda, Zweig, no mesmo livro, referindo ao Brasil, disse: “um país cuja importância para as gerações vindouras não podemos calcular; mesmo fazendo as mais ousadas estimativas. E (quando cheguei ao Rio), percebi que havia lançado um olhar para o futuro do mundo.”

O filósofo hindu, Rabindrianah Tagore, afirmou que: “Haverá o fim do ciclo decadente, com o advento da Era de Aquário; o homem de boa vontade, surgido no Brasil, levará ao mundo inteiro a mensagem de uma nova cultura a favor de uma nova idade, de paz, luz e progresso para todos os seres da Terra - o Brasil será o celeiro da Cultura Universal do Homem Superior”.

O ilustre Victor Hugo (1802-1885), em seu poema “Aos Brasileiros”, diz que “a Europa durou um segundo” e que “o Brasil será a Europa de depois de amanhã”.

Dom Bosco

Sthefan Zweig

Pietro Ubaldi, místico italiano, declarou que “o sol da Nova Civilização do Terceiro Milênio despontará no ano dois mil. Acrescento, agora, que, certamente, ele nascerá no Brasil”.

O Professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, também, afirmava-nos que: “Defender a América e o Brasil, é defender para a Humanidade, a terra generosa de onde brota a esplendente árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização”.

Paulatinamente, aquele improvável Jair, vai tomando consciência do porquê da avassaladora campanha vencedora, mesmo sem dinheiro, sem tempo de televisão, tendo que enfrentar uma mídia mal-intencionada e descaradamente parcial, além dos ataques financiados por cartéis, monopólios e máfias, para os quais ele representa uma enorme ameaça.

Na verdade, este embate transcende, em muito, a uma simples disputa eleitoral. Além dos interesses trilhonários das máfias e monopólios que sugam esta nação, trata-se da luta das Forças do Bem e contra o mal, Positivas e negativas, formando um inconcebível pavimento mosaico, que ora se atritam - sinal da mais pura expressão de que os “Tempos são Chegados!”

A todos os traidores da Pátria da Avatara, Eduardos, Fernandos, Luiz e Josés, diria Drumond: e agora? Que esses, além de pagar por seus crimes, tomem consciência de que

Professor Henrique José de Souza

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a festa acabou, a luz apagou e teu desordeiro povo sumiu e a noite silenciosa esfriou e esfriará, muito mais ainda, para todos que ousarem subjugar a LEI de Deus, que a tudo e a todos rege.

As urnas, sensivelmente, demonstraram que a renovação no quadro político teve início. A exemplo de um jarro cheio de água suja, que recebe a entrada constante de água pura e limpa, gerando um turbilhonamento, começando a transbordar e a expulsar tais impurezas. O Brasil começa a se despir das velhas roupas, maltrapilhas e malcheirosas, sujas pela lama de séculos de corrupção e, queiram os Deuses, passa a se revestir com um Manto Imaculado de Luz, a espargir para todo o Orbe Terrestre, os verdadeiros Raios da Espiritualidade, que chegam anunciando o Novo Ciclo de Evolução do planeta.

Sem medo de errar, afirmo que este País, tanto no aspecto material como no Espiritual, é o mais rico de todos, sendo, por isso, apontado como o Celeiro do Mundo em ambos aspectos.

Nós, os brasileiros do Bem e verdadeiramente Iniciados nos Mistérios, na acepção da palavra, jamais, poderemos pestanejar doravante, em especial, neste momento transitório, em que as forças do mal, embora agonizante, reúnem seus últimos esforços para derrubar a implantação do Reino de Deus na face da Terra.

Um tal Jair, que carrega um Messias, em seu nome, com uma hercúlea Missão de desconstruir o paraíso da corrupção e reconstruir uma Pátria predestinada a ser o palco da Nova Civilização. Ele próprio, até meses atrás, jamais, poderia imaginar a dimensão de seu futuro mandato. Aos poucos, sob as tramas da LEI Justa e Perfeita, deu seus primeiros passos no caminho da espiritualidade, assim como, aos poucos, vem tomando consciência da limpeza moral e ética que deverá promover em sua gestão, à guisa dos Doze Trabalhos de Hércules, que muito será necessário fazer vibrar a força do “Messias” que carrega, em seu nome, entre Colunas (J e B).

Volto a afirmar, muito imparcialmente: longe de ser o Presidente ideal, porém, neste momento, é o Presidente necessário, a fim de preparar o terreno para a reconstrução de um país, que tem um papel imprescindível para o futuro da evolução do planeta.

Ao povo brasileiro cabe suplantar a dualidade implantada pela oposição às pessoas de bem. O Brasil precisa de todos e, para isso, temos que volver nossas atenções para os interesses da nação como a Capital Espiritual do Mundo.

O cenário que, ora, apresenta-se são os primeiros reflexos da ofuscante Luz Espiritual que envolverá o planeta e promoverá uma radical mudança nos destinos da humanidade. Tudo isso acontecerá com o concurso de uma população comprometida com os destinos do país, escolhido como o palco de tamanha realização.

Aos, verdadeiramente, Iniciados, conclamamos seguir em frente, revendo conceitos e despindo-se de hábitos não mais condizentes ao Novo Pramantha. À guisa do que disse o Mestre Jesus, quando escolhia seus discípulos, reflitamos: “Deixe que os mortos enterrem seus mortos!” Nossa Missão transcende, em muito, ao que nossos olhos, hoje, conseguem enxergar! Formemos o Exército do Bem, em defesa do verdadeiro papel que cabe a esta sagrada nação!

Queiram os Deuses que, a partir de janeiro de 2019, iniciemos uma nova fase da história política deste país. Teremos mais uma oportunidade de moralização da política no Brasil. Conforme anunciaram: o Mestre JHS, “Brasil - a Pátria do Avatara Maitreia”; “O Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”, por Chico Xavier; “A implantação do Quinto Império na Terra”, conforme a revelação do Profeta Daniel, sobre o sonho bíblico do rei Nabucodonosor. Enfim, é uma singular oportunidade, que a LEI Justa e Perfeita, que em nada tem a ver com a lei dos homens, concede ao Povo Escolhido.

Brasil - Não por acaso, que se cumpram os ditames da LEI JUSTA E PERFEITA!

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Muito se tem falado se as Lojas Lautarinas de Buenos Aires e, posteriormente, as de Mendoza, em Santiago do Chile, Lima, Arequipa, Trujillo

ou Jalapa do México, foram ou não, verdadeiras Oficinas Maçônicas, revestidas de Ritual próprio das reuniões tradicionais. No final do século XVIII, Francisco Miranda, José de San Martín, Simon Bolívar, Bernardo O’Higgins e outros americanos, que se destacaram na libertação da América espanhola, foram iniciados na Maçonaria, em Lojas da Europa. A principal delas era a Loja n° 3, “Sociedade dos Cavaleiros Racionais”, em Cadiz, na espanha, fundada em 1802.

Quando retornaram à América, fundaram Lojas Maçônicas que foram denominadas de Lautaro. Foi dessa forma que as Lojas Lautarinas iniciaram o seu trabalho pela liberdade da América Espanhola. Não podemos deixar de citar a influência que as Lojas Lautarinas e a Loja Cavaleiros Racionais tiveram na independência do Brasil, sobretudo na Inconfidência Mineira e no levante Farroupilha.

Joaquim Gonçalves Lêdo, quando teve que deixar o Brasil, foi recebido pelo Presidente da Confederação Argentina, Bernardino Rivadavia, com as honras de Chefe de Estado e Grão-Mestre do Grande Oriente Brazílico. Portanto, a Independência dos Países da América Latina foi idealizada e planejada dentro da Maçonaria.

Nos países hispânicos sua ação foi dirigida pelo Irmão Francisco Miranda, o qual, ao mesmo tempo em que ampliava as Lojas no continente, iniciavam, na Ordem, as maiores figuras dos movimentos libertadores, tais como os Irmãos Bolívar, Sucre e San Martín. Após vinte e sete anos de luta, com a batalha de Ayacucho, em 1824, toda a América Latina estava livre do jugo espanhol.

Pelas características da época, de permanente inquietação frente às cruéis perseguições das autoridades

civis e eclesiásticas, estas Lojas, não obstante o seu caráter e filosofia maçônica, não puderam funcionar com a tranquilidade necessária para observar os aspectos formais inerentes à Ordem.

Além de falar das Lojas Lautarinas, devemos esclarecer quem foi Lautaro e porque se escolheu seu nome para batizar as Lojas da Liberdade Americana. Esse esclarecimento é necessário por existir um grande desconhecimento sobre esta figura épica da liberdade Americana. Lautaro foi o primeiro herói da emancipação Americana, lutou desde muito jovem contra a invasão estrangeira e seu exemplo serviu para despertar, em nossas juventudes, o fogo do heroísmo, todas as vezes em que a liberdade da América encontrava-se em perigo.

Índio nascido em Arauco, berço de valente raça, lutou contra o invasor espanhol com bravura e valentia até o fim. Filho de Curinhancu, cacique de Arauco, soube unir todos os povos além dos Andes, em um só exército, para preservar a sua liberdade, a sua terra e a sua identidade cultural e religiosa. Lutou contra Pedro de Valdívia, conquistador que, em nome da coroa Espanhola e da Santa Igreja Católica, escravizou, pela repressão e morte, os povos do Chile. Morreu jovem pelas mãos da traição, tramada pelos conquistadores, mas deixou uma semente de liberdade que foi germinando no povo Americano.

O poeta chileno Pablo Neruda, em Canto Geral, refere-se com orgulho e, sobretudo com afeto a Lautaro: “A educação do cacique Lautaro era uma flecha delgada. Elástico e azul foi nosso pai. Foi sua primeira idade só silêncio. Sua adolescência foi domínio. Sua juventude foi um vento dirigido”.

Compilação da matéria “História das Lojas Lautaro”, publicada no site www.lautaro.org.br

Lojas LautaroUm Símbolo de Amor à Liberdade!

Francisco Miranda

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As Lojas

Lautarinas

Muito se tem discutido se as Lojas Lautarinas foram ou não Maçônicas, ficando, finalmente, o consenso de que elas não foram Lojas

Maçônicas regulares. Formadas com a finalidade de lutar pela liberdade dos povos americanos, eram autônomas, não sendo submetidas ao Poder Maçônico, regular estabelecido.

Possuíam um ritual muito similar ao atual, prestavam um juramento e tinham 5 Graus, a saber: no 1º Grau, o Neófito comprometia-se com a vida e seus bens, a trabalhar pela Independência Americana; no 2º Grau, fazia confissão de fé democrática; no 3º Grau, pedia-se ao filiado trabalhos de propaganda, em prol dos novos ideais; no 4º Grau, o filiado era comissionado para influir sobre os funcionários públicos que, no momento supremo, poderiam favorecer a causa; no 5º Grau, de caráter secreto e reservado aos grandes chefes, discutia-se a ação militar e a futura administração e governo político dos países a serem liberados. Este Grau tinha o nome de “Comissão de Reservado”.

A lenda mística das Lojas estava simbolizada por três letras: U∴ F∴ V∴, que significavam UNIÃO, FÉ, VITÓRIA. O Irmão O’Higgins preparou o Regulamento e as Obrigações dos Irmãos, os quais eram rígidos, especialmente os referentes ao segredo e a obediência às disposições da Loja, contemplando para os infratores até a pena de morte.

Este fato, que tem criado muita polêmica por parte dos eternos inimigos da Ordem, tem apresentado as Lojas Lautarianas como sociedades que mantiveram a coesão de seus membros, somente, por temor e não por convicção de princípios.

Autores maçônicos de prestígio, como o Irmão Bartolomeu Mitre (argentino), indicaram que essas penas eram, somente, de caráter moral, não tendo conhecimento de alguma eliminação física de pessoas, devido à divulgação de segredos. De qualquer maneira, devemos levar em consideração que os costumes da época eram diferentes dos atuais, mostrando os homens um desapego à vida, que, atualmente, chama a atenção. Estando em jogo interesses tão elevados, poderia ter sido normal a implantação de disciplinas rigorosas.

General San Martin

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Dando prosseguimento à tarefa de formação de uma base de apoio à causa revolucionária, o Irmão San Martin mudou-se para Mendoza, a cidade argentina que fica mais perto de Santiago, capital chilena, onde instalou mais uma Loja Lautariana. Incorporou-se nela o Irmão Bernardo O ‘Higgins, que tinha sido, parcialmente, derrotado pelo exército espanhol, na batalha da cidade chilena de Rancagua. O Chile foi liberto e unidos os patriotas chilenos e argentinos, fundou-se, então, mais uma Loja Lautariana, em Tucumán.

O Irmão José de San Martin preparou o seu plano para organizar um Exército Libertador com chilenos e argentinos, que iria expulsar as forças espanholas, definitivamente, do Chile e Peru, como a única forma para que o processo de Independência da Argentina, Chile e Peru fosse irreversível. O Chile foi libertado e o Irmão O’Higgins tomou posse como Diretor Supremo da nova República.

Começou a administrar um país pobre, saído da guerra e que estava com sua produção, administração, educação e estrutura social e jurídica, atrasada ou nula. O Irmão O’Higgins tomou diversas medidas que afetaram seriamente as classes endinheiradas e as que pertenciam à nobreza e em

boa parte, à Igreja Católica, orientado pelo trabalho dos livres pensadores laicos agrupados nas Lojas Lautariana. O sentimento contra o Irmão O’Higgins ganhou força na crença, que existia um poder superior, que às sombras, tomava determinações e fazia aplicar políticas, ficando as autoridades legitimas como simples “testas-de-ferro”.

Temos que reconhecer que houve alguns erros, tais como o assassinato do herói popular, Manuel Rodriguez, de posição política radical, o fuzilamento dos Irmãos Carrera, dirigentes de um grupo político antagônico e outros, próprios da inexperiência dos novos governantes.

Da sua parte, o Irmão San Martin desenvolveu a campanha do Peru, apoiado, desde o mar, por Lord Coclhrane. Nesta etapa teve a oportunidade de mostrar o seu humanismo maçônico, quando se negou a abrir fogo contra a cidade de Lima, ganhando a inimizade de Coclhrane e o risco de ter um motim na esquadra e no exército, obtendo, entretanto, a rendição de Lima sem derramar uma gota de sangue.

Voltemos nossa atenção à Venezuela, onde, em 19 de abril de 1810 foi proclamada a sua Autonomia, com o pretexto do exílio de Fernando VII: foi enviada uma comissão a Londres formada pelos Irmãos Simon Bolívar, Luis López Mendez e Andrés Bello, que foi apresentada pelo Irmão Miranda ao governo inglês, mas sem resultados positivos. Os quatro voltaram a Caracas, onde o Irmão Miranda, em 05 de julho de 1811, assinou a Independência da Venezuela, numa reunião da Sociedade Patriótica (uma loja maçônica que funcionava na clandestinidade com a presença de Simon Bolívar, Peña, Iznardi, Espejo, Roscio, Yáfiez, Penalver e outras importantes figuras patrióticas, todos convictos de pertencer à Maçonaria.

Na mesma data, outra sociedade secreta funcionava numa fazenda do Irmão Bolívar, que contava com a participação dos Irmãos Vicente Malias, Mariano Montilla, Francisco Iznardi, todos iniciados na Europa, e o Irmão Roscio, iniciado nos EUA.

Em 1811, fundou- se, em Cumaná, a Loja “Perfeita Amizade nº 74”, sob os auspícios da Grande

Simon Bolívar

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Loja de Maryland, EUA. No seu quadro figuravam os nomes dos Irmãos Antônio José de Sucre, Santiago Mariño, Manuel Rivas, Miguel Aristeiguieta, Andrés Caballero, Agustin Armário, Diego Montes e José Francisco Bermudez. Fala-se que os Irmãos Miranda, Bolívar, Rodriguez e outros Maçons fundaram, em Barcelona, a Loja “Protetora das Virtudes” nº 1, em 01 de julho de 1812.

A reação dos realistas frente à Independência dos venezuelanos foi forte. O Irmão Miranda, solicitado pelos patriotas a assumir o governo como ditador, o que não condizia com os seus princípios de liberdade, ocasionou clamoroso fracasso. Capitulou em 25 de julho de 1812, em San Mateo, acabando sua vida na prisão de La Carraca, Cádiz. A patente do Irmão Miranda, como marechal-de-campo do exército francês, foi-lhe outorgada, em 4 de setembro de 1792, em Paris.

O Irmão Bolívar começou, então, a sua triunfal epopeia militar, que o levou à fama na posteridade. No comando das tropas venezuelanas e colombianas, libertou e proclamou a República da Colômbia, constituída por Nova Granada e Venezuela, incorporando, posteriormente, o

Equador. Olhou para o Sul, e como o Irmão San Martin percebeu que a liberdade da América não seria definitiva enquanto a Espanha, ainda, lutasse no Peru, onde o Irmão San Martín a governava por um ano, realizando grandes reformas, mas sem conseguir expulsar totalmente o exército espanhol, que reforçara, consideravelmente, suas forças no interior do país.

A viagem do irmão Bolívar ao Peru foi um passeio triunfal. Sua entrada nas cidades parecia o regresso de um Imperador vencedor. Em Lima, o Irmão O’Higgins (1778-1842), filho de irlandês, entregou-se à luta pela liberdade do Chile, tornando-se dirigente dessa República.

Aconteceu a famosa reunião com o Irmão San Martin, sem testemunhas, no fim de julho de 1822, na qual, para evitar lutas fratricidas, o Irmão San Martin cedeu ao Irmão Bolívar a honra e a glória da eliminação das tropas espanholas do Peru e a libertação da Bolívia.

O messiânico venezuelano, de Libertador, vai mudando para uma ambição sem limites. O contraste entre os Irmãos Bolívar e San Martín, do ponto de vista maçônico, é grande. O Irmão Bolívar desprendeu-se de seus juramentos maçônicos quando eles significaram um entrave aos seus projetos. O Irmão San Martin respeitou suas promessas e o segredo maçônico, negando-se a revelar os detalhes de suas brigas com a Maçonaria, tendo regressado a Buenos Aires e, posteriormente, partido para o exílio.

A libertação da América espanhola chegou à sua culminação com a batalha de Ayacucho, no dia 09 de dezembro de 1824, que teve fatos de fraternidade e generosidade de elevados limites e que não podem ser esquecidos pelos Maçons do mundo todo. Na noite anterior à batalha, as Lojas que funcionavam em ambos os exércitos, foram citadas na reunião para procurar uma solução, que evitasse derramamento de sangue, mas não foi encontrada. Foi feita, em seguida, uma reunião em conjunto, mas, também, com o mesmo resultado negativo.

No dia seguinte, um Maçom espanhol solicitou a permissão para que familiares e Maçons, que militavam em diferentes exércitos, fossem autorizados a abraçar-se pela última vez. Quase

Bernando O´Higgins

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Revista Arte Real nº 103 - Nov/18 - Pg 10

uma centena de americanos e espanhóis avançou para se cumprimentar, no lado esquerdo ficaram os Maçons, que após abraçarem-se três vezes, participaram de uma fraternal entrevista, que durou quase meia hora e foi emocionante. Encontraram-se, entre outros, os Irmãos Rodil, Espartero, Vergara, Virrey José de La Sema, Venerável Mestre General Canterac, Past Master Marechal Jerônimo Valdez, General Monet, Antonio Tur e General Ballesteros, no lado espanhol; os Irmãos José Faustino Sanchez Carrión, General Antonio José de Sucre, General José Maria Córdova, Tenente Coronel Vicente Tur (espanhol, mas pertencente ao exército patriota e irmão carnal de Antonio Tur) e General Antonio Valero de Bernabé, no lado americano. Ficou o exemplo da fraternidade maçônica, que não reconhece raças, nem nacionalidades, ainda, que nas circunstâncias mais dramáticas.

Terminou a batalha com a vitória das armas americanas e quando o chefe espanhol, o Maçom Irmão La Serna, ferido seis vezes, entregou sua espada ao General Maçom, Irmão Sucre, este não a aceitou, solicitando que continuasse nas mãos do bravo militar. As atenções que os prisioneiros e, especialmente os feridos, receberam, foram mostras de fraternidade extrema, como igualmente, a Ata da Capitulação, em que a generosidade do vencedor ultrapassou as demandas do vencido.

O Irmão Sucre foi nomeado Presidente Vitalício da nova República da Bolívia, mas ficou, somente, até 1828, quando pediu demissão e voltou para a Venezuela. Em 1830 foi chamado para presidir a República do Equador. Viajando para tomar posse, foi surpreendido pelos seus inimigos, na Colômbia, morrendo assassinado.

O Irmão Bolívar, envaidecido por sua glória, recorreu aos países, aos quais deu a Independência, tentando manter a Confederação sob suas mãos. Mas as ambições de seus próprios comandados voltam-se contra ele, passando a ser a alvo de numerosos complôs, em meio a profundas desavenças políticas. Até que aconteceu o atentado mais sério, em Bogotá, no dia 25 de setembro de 1828, perpetrado por uma sociedade secreta, dirigida pelo frei Argartil. Bolívar salvou-se por milagre e reagiu violentamente, emitindo em 08 de novembro de 1828, o decreto que fechava todas as associações secretas, evidentemente, incluindo a Maçonaria.

Todo o ministério que acompanhava Bolívar era composto por Maçons, com exceção de um. Mas, contra a vontade de Bolívar não adiantava discutir e foram inúteis todas as argumentações dos Irmãos ministros. Começou assim o desentendimento definitivo de Bolívar com a Maçonaria.

Registros maçônicos sobre Bolívar, no Peru ou em outros países, ou fora da Venezuela, não existem provas tangíveis, somente existe uma confissão ao escritor Maçom, oficial francês, Irmão Luiz Peru de Ia Croix, na qual Bolivar reconhece que, por simples curiosidade, ingressou na Maçonaria, tendo recebido o Grau de Mestre em Paris, mas afastou-se, posteriormente.

A América estava liberada do domínio espanhol. O trabalho dos Maçons estava terminado. A América já não precisava de seus heróis. O Irmão Miranda morreu numa prisão em Cádiz; o Irmão San Martin, exilou-se na França; o Irmão O’Higgins, exilado no Peru; o Irmão Sucre foi atacado traiçoeiramente na Colômbia: o Irmão Bolivar, doente, foi desterrado para a ilha de Santa Maria (Venezuela), protegido por um espanhol. Todos morreram pobres, abandonados por quem tanto lutaram.

Publicado na revista Símbolo (XXXIX): 35, jul. 86 Pág, 29, órgão oficial de La Gran Logia de Ia Argentina de Libres y Aceptados Masones. Compilado do site http://lautaro.org.br - Loja Lautaro nº 2642 – GOB-SP