brasil de fato rj - 179

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RIO DE JANEIRO Ano 4 | edição 179 19 a 22 de maio de 2016 distribuição gratuita Divulgação Divulgação Divulgação Daniel de Andrade Curta nossa página no Facebook Michel Temer volta ao passado em sete dias Agroecologia na Baixada Iniciativa em Duque de Caxias planta alimentos sem veneno Cidades, pág. 4 Com apenas uma semana de existência, a gestão do presidente interino Michel Temer (PMDB) já coleciona críticas e grande insatisfação popular. E não apenas de setores simpáticos ao PT e ao governo Dilma, mas até mesmo de segmentos que apoiaram o processo de impeachment . | Brasil, pág.9 Após anos de luta contra a remoção forçada submetida pela Prefeitura do Rio, parte da Vila Autódromo conseguiu permanecer ao lado do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Para não deixar morrer as memórias de resistência da comunidade, foi inaugurado, na última quarta-feira (18), o Museu das Remoções. | Cidades, pág.7 Velha Guarda do funk na Tijuca Atividade vai relembrar os grandes sucessos do gênero Cultura, pág.10 JOGOS OLÍMPICOS No último final de semana não houve nenhum time que tenha jogado tanta bola Esportes, pág.15 Vasco tem o melhor time do Brasil?

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 179

RIO DE JANEIRO

Ano 4 | edição 179

19 a 22 de maio de 2016 distribuição gratuita

Divulgação

Div

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ção

Divulgação

Daniel de Andrade

Curta nossa página no Facebook

Michel Temer volta ao passado em sete dias

Agroecologia na BaixadaIniciativa em Duque de Caxias planta alimentos sem venenoCidades, pág. 4

Com apenas uma semana de existência, a gestão do presidente interino Michel Temer (PMDB) já coleciona críticas e grande insatisfação popular. E não apenas de setores simpáticos ao PT e ao governo Dilma, mas até mesmo de segmentos que apoiaram o processo de impeachment. | Brasil, pág.9

Após anos de luta contra a remoção forçada submetida pela Prefeitura do Rio, parte da Vila Autódromo conseguiu permanecer ao lado do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Para não deixar morrer as memórias de resistência da comunidade, foi inaugurado, na última quarta-feira (18), o Museu das Remoções. | Cidades, pág.7

Velha Guarda do funk na TijucaAtividade vai relembrar os grandes sucessos do gênero

Cultura, pág.10

JOGOS OLÍMPICOS

No último final de semana não houve nenhum time que tenha

jogado tanta bolaEsportes, pág.15

Vasco tem o melhor time do Brasil?

Page 2: Brasil de Fato RJ - 179

EDITORIAL

Quinta-feira, 19 de maio, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F24Pancadas de

chuva

PREVISÃO DO TEMPO

Font

e: G

oogl

e

O chefe do golpe, Michel Te-mer, concedeu uma en-

trevista exclusiva no progra-ma Fantástico, da Rede Globo. Foi recebido por grande parte do público aos gritos de “fora golpista” e bater de panelas.

Independente disso, Temer deu demonstrações inequí-voca de arrogância e avisou que não teme a impopulari-dade. Como chefe do golpe, Temer cumpre a missão de colocar em prática a sua po-dre “ponte para o futuro”, que nada mais é do que colocar em prática o que não foi pos-sível fazer nas duas gestões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

É lamentável, mas previsí-vel, o comportamento da mí-dia conservadora com rela-ção ao governo Temer, cujo Ministério já está sendo con-siderado um dos piores que a República brasileira já teve. O que se espera agora é que este governo golpista não consiga emplacar por mais tempo. De qualquer forma, Temer e seus seguidores querem apressar o serviço e estão fazendo o possível e o impossível para consegui-rem o apoio irrestrito do Congresso, onde o meliante Eduardo Cunha, apesar de

um governo com um Minis-tro da Justiça como o indica-do, que foi advogado de de-fesa de Eduardo Cunha, não veio para pacificar coisa ne-nhuma. Veio, sim, para repri-mir os setores que não acei-tam como fato consumado a governança de um golpista.

Na área do Ministério das Relações Exteriores, José Serra leva adiante a sua pau-ta de agrado do Departa-mento de Estado norte-ame-ricano. O ministro do PSDB segue enfurecido com paí-

ses que consideram o afasta-mento da presidente Dilma Rousseff um golpe de estado.

CHEFÃO DO GOLPENeste jogo de cartas marca-das, quem mais vai ser atingi-do é o povo trabalhador. Com poucos dias de gestão, o che-fão do golpe já se movimen-ta com o objetivo de ter o sinal verde do Congresso para san-cionar reformas trabalhistas e previdenciárias, necessárias hoje para o capitalismo. Já se sabe quem vai sofrer mais!

afastado da presidência da Câmara dos Deputados, ain-da dá as cartas.

AGENDA IMPOPULARNa entrevista que conce-deu ao Fantástico, além da arrogância que o caracteri-za, Temer deixou claro que não pretende abrir mão do que traçou com seus pares. Apesar da agenda impopu-lar, ainda por cima afirmou na cara de pau que pretende pacificar o país.

Mentira, pois é impossí-vel pacificar um país ten-do nomeado para o Minis-tério da Justiça uma figura como Alexandre de Moraes, que já exerceu a função de Secretário de Segurança do governo de Geraldo Alck-min, em São Paulo.

É mais do que claro que

Chefe do golpe quer apressar a agenda neoliberal

27° 20°

SEX

24° 19°

QUI

28° 21°

SAB

26° 21°

DOM

É lamentável, mas previsível, o comportamento da mídia conservadora em relação ao governo Temer

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana PItasse e Pedro Rafael Vilela

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

ADMINISTRAÇÃO: Angela Bernardino e Marcos Araújo

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

(21) 4062 [email protected]

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais nos seguintes estados: Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 20162 | Opinião

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EM FOCO

Mais de 1.700 crianças de quatro escolas da rede

municipal de ensino, uma cre-che e um Espaço de Desenvol-vimento Infantil (EDI) ficaram sem aulas na terça-feira (17) nos turnos da manhã e da tar-de. Isso ocorreu devido a uma operação conjunta das polí-cias civil e militar no Comple-xo da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, para cumprimento de mandados de prisão.

A operação Esparta II con-

Tomaz Silva/Agência Brasil

EBC

Mem

ória

Combate ao tráfico de drogas deixa 1.700 crianças sem aula no Rio

José Cruz/ Agência Brasil

Divulgação

Artistas brasileiros do filme Aquarius protesta-ram no tapete vermelho do Festival de Cinema de Can-nes. A equipe, liderada pelo diretor Kleber Mendon-ça Filho, segurava cartazes com frases como: “Um gol-pe de estado ocorreu no Brasil”, “O mundo não pode aceitar um governo ilegíti-mo” e “54.5 milhões de vo-tos queimados!”.

O novo Ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), anunciou que quer acabar com o SUS. Ele afirmou, em entrevista, que o Estado não conseguirá mais garantir o acesso universal à saúde e defendeu planos privados.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃOEx-presidente da Cedae assume Secretaria de Educação do Rio

O governo do Rio de Ja-neiro nomeou na terça-feira (17) o engenheiro Wagner Victer como secretário es-tadual de Educação. Victer, ex-presidente da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), substitui Antônio Netto, que deixou o cargo no dia anterior, em meio às ocupações de escolas esta-duais pelos estudantes.

EDUCAÇÃO ESTADUALGreve já dura mais de dois meses

Os professores da rede estadual de ensino do Rio, em greve desde o dia 2 de março, decidi-ram em assembleia rea-lizada na terça-feira (17) continuar com a parali-sação. A assembleia con-tou com mais de 2 mil participantes.

De acordo com Marta Moraes, coordenadora do sindicato, o governo não atendeu algumas pau-tas prioritárias da classe, como um calendário uni-ficado de pagamento dos profissionais de educação da ativa e aposentados no segundo dia útil do mês. Com a crise econômica do estado, o governo deci-diu passar o calendário de pagamento dos servido-res para o décimo dia útil de cada mês. Nova assem-bleia está marcada para a próxima terça-feira (24).

ta com mais de 700 policiais civis e militares e é um des-dobramento de uma ação feita em 24 de setembro do ano passado, a partir da pri-são de 27 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas na região. A ação para comba-ter o tráfico de drogas ocor-re no Conjunto de Favelas da Penha (Parque Proletário e Vila Cruzeiro), e também nas comunidades da Fazen-dinha e Nova Brasília. (ABr)

GOVERNO ILEGÍTIMOO Palácio Gustavo Capanema, sede do Ministério da Cultura e da Fundação Nacional de Artes (Funarte), no centro do Rio de Janeiro, foi ocupado na manhã de segunda-feira (16) por centenas de manifestantes contrários à extinção da pasta e ao governo do presidente interino Michel Temer.

FRASE DA SEMANA

Div

ulga

ção

Disse a atriz Camila Pitanga, defendendo mais participação política dos brasileiros e brasileiras

Não acredito na construção de um país sem ser com uma sociedade engajada politicamente

mandouBEM

mandouMAL

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016 Geral l 3

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Victor Ohanado Rio de Janeiro (RJ)

Fotos: Divulgação

Hortaliças Esperança. Esse foi o nome dado à horta

da comunidade Getúlio Ca-bral, no bairro de Parada An-gélica, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Cria-da em abril de 2015 para es-timular a agricultura urbana e a produção de alimentos, a horta é fruto de uma par-ceria entre a associação de moradores da comunidade, o Internato de Nutrição em Saúde Coletiva da Universi-dade do Estado do Rio de Ja-neiro (Uerj) e estudantes de agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Ja-neiro (UFRRJ).

A horta envolve oito famí-lias e uma enorme quanti-dade de crianças. A ideia é produzir alimentos saudá-veis e sem veneno. Portan-to, nessa horta só entram se-mentes e mudas agroecoló-gicas, ou seja, livre de agro-tóxicos. Lá já foram colhidos alface, couve, quiabo, milho, brócolis, pimenta, ceboli-nha, e outros itens.

Moradores aproveitam para vender o que produzem, mas boa parte é distribuída para as próprias famílias. Cada um dá o tempo que pode e contribui com o que tem de melhor, de-pendendo das suas habilida-des e da força física.

COMIDA DE VERDADEA plantação surgiu depois que estudantes de Nutrição da Uerj foram a Caxias e vi-

Horta comunitária em Caxias levanta discussão sobre alimentação saudávelMoradores de comunidade na Baixada cultivam alimentos sem venenos

sitaram uma dona de casa acima do peso e com pro-blemas de saúde. Quando se soube que, quinze anos atrás, a comunidade já havia passado por uma experiên-cia com horta, o grupo da Uerj propôs revitalizar a área

para estimular uma alimen-tação mais saudável.

Segundo a professora de Nutrição e responsável pelo projeto, Juliana Casemiro, a horta resgata o vínculo entre os moradores locais e a ter-ra. A professora explica que a história da comunidade em Caxias é parecida com a de várias outras na Baixada. A região era uma área rural em 1960, mas décadas depois a agricultura perdeu espaço porque a população ocupou esses lugares para morar.

“A produção agrícola per-deu para a expansão de área de moradia, mas em muitos quintais a agricultura sobre-vive. Isso nos interessa valori-zar. Isso é o que a gente cha-ma de ‘comida de verdade’”, opina Juliana.

UM DIREITO NOSSODe acordo com o presiden-te da associação de morado-res do local e também respon-sável pelo projeto, Luiz Cabral, a horta trouxe muitos benefí-cios à comunidade. “Hoje toda plantação tradicional tem mui-tos componentes químicos e transmite doenças. Ter uma horta como essa é ter uma ali-mentação saudável”, explica. Além disso, ele aponta que a participação popular também é muito importante pelo resga-te do contato com a terra. “Tem

que vigiar a planta, regar, cui-dar do solo. Para isso, é neces-sário um bom número de pes-soas. Aqui, na nossa comuni-dade, temos uma boa partici-pação. Muitos estão interessa-dos em ter uma horta também em seu quintal”, conta.

Para a estudante de agro-nomia da UFRRJ e apoia-dora do projeto, Larissa Ca-bral, o trabalho é importante para dialogar com os mora-dores. “A gente precisa mui-to convencer as pessoas de que ter acesso a uma alimen-tação sem veneno é um direi-to nosso. A gente não pode se deixar levar por esse discurso capitalista do agronegócio de que precisamos comer com veneno para garantir mais produção”, questiona Larissa.

A professora Juliana Case-miro também vê na horta a oportunidade de debater di-versos temas importantes. “A horta permite discutir direitos básicos como saúde, sanea-mento, coleta de lixo, aces-so à água potável e alimenta-ção de qualidade. É um con-texto de violações, mas inves-tir numa horta comunitária é investir na esperança de dias melhores e plantar possibi-lidades de uma vida mais fe-liz e com mais qualidade”, co-menta a nutricionista.

O projeto da horta permite discutir direitos como saúde, saneamento, coleta de lixo, acesso à água potávelJuliana Casemiro, professora de Nutrição

Horta produz alimentos sem veneno em Duque de Caxias

Projeto envolve associação de moradores e estudantes da Uerj e da UFRRJ

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 20164 | Cidades

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Mariana Pitassedo Rio de Janeiro (RJ)

A menos de três meses para os Jogos Olímpicos

do Rio de Janeiro, a cidade passa por graves problemas quando o assunto é seguran-ça pública. O quadro fica ain-da mais sério para os morado-res das favelas e periferias ca-riocas, onde as operações po-liciais somam cada vez mais mortes. Na última semana, oito pessoas foram vítimas de balas perdidas na zona norte e zona oeste da cidade, com três mortes confirmadas.

Segundo levantamento da Anistia Internacional, 11 pes-soas foram mortas na cida-de pela polícia em 2016 até o mês de abril na capital do es-tado. No ano passado, pelo menos 307 pessoas foram mortas pela polícia no Rio, o que expõe o grave quadro de violência, já que 1 em cada 5 homicídios cometidos na ci-dade foram praticados por policiais em serviço.

Com a aproximação dos megaeventos, as estatísticas mostram que há aumento no uso da força e violência da po-lícia nas áreas mais pobres da cidade. No ano de 2014, quan-do o Brasil sediou a Copa do Mundo, a polícia matou 580 pessoas no estado do Rio de Janeiro, 40% mais do que em 2013. Em 2015, porém, esse número continuou a crescer, marcando 645 mortos.

Para a assessora de Direitos Humanos da Anistia Interna-cional Brasil, Renata Neder, não podemos afirmar que os megaeventos geram mais mortes nas favelas e perife-rias, já que o problema da vio-lência policial no Rio de Janei-ro é histórico e estrutural.

“Sabemos que os megae-

Perto das Olimpíadas, Rio enfrenta graves problemas de segurança públicaSegundo levantamento da Anistia Internacional, neste ano 11 pessoas foram mortas na cidade pela polícia

ventos aprofundam as vio-lações aos direitos humanos que já existem nos países-sede. No caso do Brasil, au-mentaram a violência e a re-pressão policial, que já eram problemas históricos daqui. Esses eventos servem para estimular medidas preven-tivas de segurança pública e provocar mudanças estrutu-rais, mas não é o que acon-teceu na Copa e nem está acontecendo agora. No Bra-sil, continua-se investindo na guerra às drogas”, afirma.

NOVAS OCUPAÇÕESNa última semana, o supe-rintendente de grandes even-tos na Secretaria de Seguran-ça Pública (Seseg), Luciano Carvalho de Souza, afirmou a possibilidade de ocupar com forças militares “áreas defla-gradas” durante as Olimpía-das. Souza admitiu que há

UPPs em “situação conturba-da”, mas não adiantou quais seriam as favelas que recebe-riam as forças militares.

No Alemão, entre 16 e 17 de abril, uma grande opera-ção policial resultou em duas mortes e nove pessoas feri-das, depois de 36 horas se-guidas de tiroteio na fave-la. No dia 23 do mesmo mês, um moto-taxista morreu du-

rante outra operação policial na comunidade.

“A gente já sentiu durante a Copa um aumento da vio-lência e eu acho que a apro-ximação dos jogos olímpicos tem influência também. Mas o principal é a situação atual do governo estadual, que está falido, e o projeto das UPPs dá sinais claros de ineficiên-cia e fracasso. Era um projeto

para as favelas a partir da po-lícia, um combate à violência, com mais violência. Como re-sultado temos mortes de um lado e do outro, já que muitos policiais também são assas-sinados nos embates”, afirma o morador do Complexo do Alemão, Thainã de Medeiros, 32 anos, membro do coletivo Papo Reto.

O Brasil possui o recorde de policiais assassinados no mundo: 490 em 2013, segun-do última pesquisa da Fun-dação Getúlio Vargas (FGV). Por conta disso, a proposta de desmilitarização policial en-contra grande aceitação entre os policiais de baixa patente, segundo o levantamento.

“A desmilitarização é um pequeno passo dentro da grande reforma de seguran-ça pública que precisamos fazer no Brasil. Precisamos começar com a mudança na percepção do papel da polí-cia, que não deveria ser vol-tado para a guerra às drogas, para o confronto direto com tráfico. A política de seguran-ça pública deveria ser volta-da para a proteção da vida, redução de homicídios e ga-rantia de direitos humanos”, conclui Renata Neder.

Fotos: EBC Memória

Sabemos que os megaeventos aprofundam as violações aos direitos humanos que já existem nos países-sedeRenata Neder, da Anistia Internacional

Rio passa por graves problemas quando o assunto é segurança pública

Em 2014, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo, a polícia matou 580 pessoas no estado

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016 Cidades l 5

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Em levantamento realiza-do pelo mandato do Vereador Renato Cinco foram identifica-dos pelo menos 11 contratos da Prefeitura do Rio de Janeiro com empreiteiras e construtoras nos quais ocorreu a realização de despesas e pagamentos sem o prévio empenho exigido por lei.

Entre as beneficiárias estão as grandes financiadoras das campanhas eleitorais do pre-feito ou de seu partido (PMDB) que atuam na construção do Parque Olímpico, por exem-plo, a Concessionária Rio Mais (Odebrecht, Andrade Gutier-rez e Carvalho Hosken).

O artigo 60 da Lei 4.320/1964, que define as normas gerais para elaboração e contro-le dos orçamentos, estabele-ce que “é vedada a realização de despesa sem prévio empe-nho”. Além disso, pareceres prévios do Tribunal de Con-tas do Município apontam

Deputada vai cobrar continuidade do Plano Safra e ajuda à agricultura familiar

Frente Parlamentar se reuniu com lideranças dos movimentos populares

que essa conduta não é novi-dade na Prefeitura, e que sua continuidade faz com que existam dívidas e despesas ocultas, tendo como conse-quência a impossibilidade de controle ou fiscalização dos gastos públicos.

O vereador Renato Cinco vai encaminhar o levantamen-to para o Tribunal de Contas do Município e para o Ministério Público Estadual, onde já trami-ta outra representação sobre re-lação do Prefeito Eduardo Paes e as grandes construtoras finan-ciadoras das suas campanhas.

O levantamento realizado pelo mandato mostra que fo-ram empenhadas despesas no valor total de R$ 2.405.512.177,92 enquanto que o total de gas-tos efetivamente realizados com esses contratos foi de R$ 2.544.369.021,95; ou seja, aproximadamente, R$ 139 milhões a mais.

A Frente Parlamentar da Agricultura Familiar e Re-

forma Agrária, da Assembleia Legislativa do Rio de Janei-ro, vai cobrar do novo Minis-tério do Desenvolvimento So-cial e Agrário, e do ministro Os-mar Terra (PMDB-RS), a con-tinuidade das ações no Esta-do. A presidenta da Frente, De-putada Zeidan (PT), se reuniu na terça-feira com lideranças dos movimentos populares, na Alerj, para ouvir as prioridades.

“A extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário foi um golpe na luta pela agricultu-ra familiar e pela reforma agrá-ria no país, que ainda precisava

avançar muito. Agora, mais do que nunca, teremos que atuar para evitar retrocessos, como já foi anunciado em outros pro-gramas sociais, de outras áreas

importantes, como a extinção do Minha Casa Minha Vida En-tidades”, criticou a deputada.

A Frente Parlamentar irá

cobrar as políticas públi-cas como o cumprimen-to do Plano Safra Familiar e o atendimento aos assenta-mentos. Na reunião na Alerj, participaram o Movimen-to dos Atingidos por Barra-gens (MAB) e o Movimen-to dos Pequenos Agriculto-res (MPA). A deputada quer uma audiência com o novo ministro: “Ainda que tenha-mos certeza de que esse go-verno provisório é interino, e para nós ilegítimo pois veio de um golpe, a Frente Parla-mentar quer saber quais são os planos do novo ministério para o nosso Estado”, disse.

Pablo Vergara

Prefeitura do Rio praticou pedaladas fiscais, diz vereador

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 20166 | Cidades

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Mariana Pitassedo Rio de Janeiro (RJ)

Fotos: Daniel de Andrade

Após anos de luta contra remoção forçada sub-

metida pela Prefeitura do Rio, parte da Vila Autódromo con-seguiu permanecer ao lado do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Para não deixar mor-rer as memórias de resistência da comunidade, foi inaugura-do, na última quarta-feira (18), o Museu das Remoções. Pen-sado em parceria com museó-logos e estudantes do curso de arquitetura da Faculdade AnhaNguera de Niterói, o mu-seu exposto a céu aberto traz as histórias dos espaços que existiam na comunidade an-tes de serem removidos.

As esculturas que compõem o museu foram construídas através de oficinas com estu-dantes e moradores, em que fo-ram resgatados os entulhos dos imóveis que existiam no local, além de registros em fotos e ví-deos. Os objetos são formados pelo que restou da comunida-de, para homenagear os locais e as pessoas que formavam a Vila Autódromo antes da inter-venção da Prefeitura do Rio.

“Tivemos várias reuniões para pensar em como repre-sentar o mercado, a associa-ção de moradores, as casas, as pessoas importantes para nós em forma de símbolos. O museu é um resgate da nossa história, que estará sempre em exposição. Ao longo da nossa luta recebemos apoio

O que deve ser feito é a urbanização de todas as favelas para que a classe trabalhadora tenha uma condição digna de moradiaSandra de Souza, moradora

Museu das Remoções expõe memória de resistência da Vila AutódromoDesde 2014, o prefeito Eduardo Paes iniciou as demolições das casas para dar espaço às obras das Olimpíadas

de muitas pessoas da cultu-ra, então vejo como um mar-co muito importante a cria-ção do nosso museu”, explica a moradora Natália Silva, 29 anos, estudante de Artes.

A comunidade que antes era formada por aproximada-mente 550 famílias, hoje tem apenas 20. Desde 2014, o pre-feito Eduardo Paes autorizou as demolições das casas para dar espaço às obras das Olim-píadas. Em troca ofereceu aos moradores apartamentos no conjunto habitacional Parque Carioca, em Jacarepaguá.

As famílias que decidiram permanecer na Vila Autó-dromo lutaram contra amea-ças, demolições, violência po-licial, cortes frequentes de água e situações de risco ge-radas pelos entulhos e circu-lação de maquinário. No final

de abril desse ano, a prefeitu-ra e a comunidade acordaram um projeto de urbanização e construção de novas habita-ções no local. A entrega das casas e das obras está agenda-da para o próximo 22 de julho.

“Apesar do projeto não atender a todas as nossas de-mandas, estamos orgulhosos do resultado da nossa luta. A Vila Autódromo entra para a história como a primeira co-munidade que consegue re-sistir às Olimpíadas, mas isso não anula o fato de ser a maior remoção para o me-gaevento. Quando um gover-no remove, não resolve o pro-blema social, mas sim multi-plica as favelas porque as pes-soas que saem dali vão para outras comunidades. O que deve ser feito é a urbanização de todas as favelas para que

da Penha Macena, 51 anos, que vive há 23 anos na co-munidade. A remoção acon-teceu no dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, mesma data em que a mora-dora foi homenageada na As-sembleia Legislativa do Esta-do do Rio de Janeiro (Alerj).

“Foi muito difícil. Eu me sen-ti criminalizada nesse dia. Co-loquei minha mudança para o lado de fora da casa com aju-da de amigos e apoiadores, porque eu falei para o prefeito que abriria mão da minha casa, mas não do direito de perma-necer nessa comunidade. Você constrói sua casa para morar, nunca imagina que sua casa vai ser demolida. Tem toda a sua história. Eu vou ter uma nova casa aqui dentro, mas a casa que eu construí não vou ter mais” conclui Maria da Penha.

No final de abril, a prefeitura e a comunidade acordaram um projeto de urbanização

a classe trabalhadora tenha uma condição digna de mo-radia ”, afirma Sandra de Sou-za, 48 anos, moradora da Vila Autódromo há 25 anos.

O acordo entre os mora-dores e a prefeitura só acon-teceu após a repercussão da demolição da casa de Maria

Fotografias fazem parte da mostra que preserva a história do local

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016 Cidades l 7

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Chefes de Estado demonstram preocupação com afastamento de Dilma Presidentes de vários paí-

ses criticaram o proces-so que afastou a presiden-te brasileira na semana pas-sada. Os presidentes da Bolí-via, Venezuela, Equador, Chi-le, Uruguai, El Salvador, Rús-sia e China foram alguns dos que manifestaram publica-mente sua preocupação.

O ministro das Relações Exteriores do Uruguai,  Ro-dolfo Nin Novoa, fez ques-tão de se posicionar con-tra o impeachment de Dil-ma Rousseff. “Com certe-za estamos muito preocu-

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SOLIDARIEDADEAs atrizes Julia Roberts e Kristen Stewart chegaram descalças no tapete vermelho do Festival de Cannes, na França. Elas protestaram dessa forma porque algumas convidadas foram barradas por não estarem de salto alto. Além de criticarem a obrigação de usarem sapatos que fazem mal à saúde, a atitude mostrou uma bonita solidariedade entre as mulheres.

Um mês depois do ter-remoto que devastou o norte do Equador, no dia 16 de abril, o país já traba-lha para reconstruir as zo-nas destruídas. O governo do presidente Rafael Cor-rea criou uma comissão responsável por construir casas populares. As habi-tações custarão 10 mil dó-lares cada uma, e a maior parte será financiada pelo próprio governo.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também fez um balanço essa semana so-bre a situação das crian-ças afetadas. O organis-mo revelou que precisa de 15 milhões de dólares para atender as necessidades de 250 mil crianças afeta-das pelo terremoto. (ABr)

Governo de Cristina Kirchner pode ser criminalizado

AMÉRICA DO SULEquador tenta se recuperar de terremoto

Bastou a ex-presidente da Ar-gentina Cristina Kirchner en-tregar o cargo ao atual manda-tário, Mauricio Macri, para co-meçar a ser investigada sobre supostas manobras fiscais, na administração do seu governo.

Acusam Cristina de frau-de em operações de venda de dólar no Banco Central. Entretanto, a defesa da ex- presidente afirma que as acusações são baseadas em

Michelle Bachelet, do Chile, se manifesta contra impeachment

Cristina é indiciada e população sai em sua defesa

pados com esta situação”, disse Nin Novoa. Ele infor-mou ainda que o governo do Uruguai não vai procu-rar o governo Temer.

A Rússia afirmou que não vai admitir interferência dos Estados Unidos nesse proces-so. “Observamos atentamen-te o agravamento da situação no Brasil. A Rússia está ligada ao Brasil por laços de parce-ria estratégica, como na ONU, G20 e BRICS. Esperamos que tudo seja solucionado no âm-bito do Direito Constitucio-nal, sem intervenções exter-

razões políticas e não jurí-dicas.

“De jurídico, não tem nada. O que o juiz fez foi dar uma opinião sobre decisões em matéria de política e econo-mia, às quais ele, de maneira totalmente forçada, quer dar uma consequência jurídico-penal”, afirmou o advogado Carlos Beraldi.

A exemplo do que ocor-reu no Brasil, o advogado de Cristina Kirchner teme que medidas administrativas do governo sejam criminaliza-das, sob influência do novo presidente da República da Argentina. (Opera Mundi)

nas”, afirmou a ministra das Relações Exteriores da Rús-sia, María Zajárova.

O Chile também se mani-festou. “Nos preocupamos com a nossa nação irmã, que tem gerado incerteza em ní-vel internacional”, afirmou o governo em comunicado.

Os governos da Venezue-la e Bolívia também se ma-nifestaram contra o impea-chment. Já o presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, afirmou que  o país não reconhecerá o governo de Michel Temer.

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 20168 | Mundo

Page 9: Brasil de Fato RJ - 179

PRIVATIZAÇÕES NA SAÚDE E EDUCAÇÃO

REDUÇÃO DE PASTAS

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

Com apenas uma sema-na de existência, a ges-

tão do presidente interino Mi-chel Temer (PMDB) já cole-ciona críticas e grande insa-tisfação popular. E não ape-nas de setores simpáticos ao PT e ao governo Dilma, mas até mesmo de segmentos que apoiaram o processo de im-peachment. As trapalhadas de Temer começaram logo nas primeiras horas como che-fe do Poder Executivo fede-ral. O Brasil de Fato levan-tou as principais polêmicas e decisões do governo interino até agora. Na sua maioria, elas buscam retomar uma agen-da neoliberal rejeitada nas úl-timas eleições e pode agravar a situação econômica e social do país nos próximos anos.

Governo Temer volta ao passado em sete diasUma semana após assumir o poder, governo interino de Michel Temer anuncia agenda rejeitada nas urnas

Mendonça Filho (DEM), disse que vai apoiar a co-brança de mensalidade nas universidades fede-rais, para programas de especialização e pós-gra-duação. O ministro per-tence ao partido que foi contra a política de cotas nas universidades e che-gou a entrar no STF para barrar o Programa Uni-versidade para Todos (ProUni), criado no gover-no Lula e que deu mais de um milhão de bolsas para estudantes pobres em fa-culdades particulares.

MINISTROS SOB SUSPEITA

Michel Temer não titu-beou ao nomear para o seu ministério nomes en-volvidos em escândalos de corrupção. Dois de-les são diretamente in-vestigados pela Operação Lava Jato: Romero Jucá (Planejamento) e Henri-que Alves (Turismo). Ou-tros cinco titulares da Es-planada foram citados no esquema da Petrobrás.

A redução do número de mi-nistérios, medida normal-mente festejada pelo merca-do financeiro, acabou sen-do um tiro pela culatra, e pe-gou muito mal junto à opi-nião pública. É o caso do Mi-nistério da Cultura, incorpo-

MINISTÉRIO DA FALTA DE DIVERSIDADEAo anunciar uma compo-sição ministerial forma-da só por homens, todos brancos e ricos, o presiden-te interino conseguiu desa-gradar a gregos e troianos, sendo contestado até por aliados. A ausência de mu-lheres, algo que não ocor-ria desde a presidência de Ernesto Geisel, nos anos 1970, além da falta de pes-soas negras no primeiro escalão, foram alvo de crí-ticas em diversos meios de comunicação estrangeiros e dominou os assuntos nas redes sociais. Um dos prin-cipais jornais da Inglaterra, o The Guardian, por exem-plo, descreveu o ministé-rio de Temer como “muita testosterona e pouco pig-mento”. Segundo o diário, a composição do novo go-verno mostra que a “velha elite do Brasil está nova-mente no comando”.

Os novos titulares das pastas de Saúde e Educa-ção e Cultura deram de-clarações polêmicas essa semana. Ricardo Barros (PP-PR), ministro da Saú-de, afirmou em entrevista que o governo não conse-guiria mais sustentar di-reitos básicos dos cida-dãos, como o acesso uni-versal à saúde. Ele ain-da defendeu que a popu-lação migre para planos privados de saúde, em detrimento do Sistema Único de Saúde (SUS). No MEC, o novo ministro,

rado ao Ministério da Educa-ção, uma repetição do que fez o ex-presidente Fernando Collor, em 1990. Artistas consagrados como Caetano Veloso e Wagner Moura criticaram duramente a nova configuração. O comba-te à corrupção também foi dei-

xado em segundo plano com a decisão de extinguir a Con-troladoria Geral da União (CGU) da estrutura da Presi-dência da República e incor-porá-la ao recém-criado Mi-nistério da Transparência, Fiscalização e Controle.

REPERCUSSÃO INTERNACIONALTemer também enfren-tou a reação internacional ao afastamento de Dilma Rousseff do cargo. Equa-dor, Cuba, Nicarágua, Chi-le, Bolívia, Uruguai, El Sal-vador e Venezuela fizeram as declarações mais du-ras contra o governo inte-rino. Até mesmo o silên-cio dos EUA incomodou Temer, que esperava uma ligação de Barack Obama reconhecendo o novo go-verno. Somente a Argen-tina manifestou respei-to ao presidente em exer-cício, mas ressaltou, em nota, preocupação com os questionamentos so-bre a legitimidade do pro-cesso contra Dilma. Além dos governos, a União das Nações Sul-America-nas (Unasul) e a Organi-zação dos Estados Ame-ricanos (OEA) também manifestaram preocupa-ção. Na Europa, os parti-dos dos primeiros-minis-tros da Itália, Matteo Ren-zi, e da Alemanha, Ange-la Merkel, além do partido do presidente da França, François Hollande, con-sideraram abuso o proce-dimento adotado para o afastamento de Dilma.

Anúncio da composição ministerial formada só por homens, todos brancos e ricos, desagradou a gregos e troianos

Lula Marques

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016 Brasil l 9

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O quê: Espetáculo de circo apresenta um solo com uma palhaça que prepara um encontro romântico com o amor de sua vida. Onde: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela Rua Flora Lobo.Quando: Sábado (21) e domingo (22), 19h.Quanto: 0800

O quê: Espetáculo teatral de comédia busca inspiração na literatura de cordel, procurando valorizar e resgatar as riquezas das manifestações culturais do Brasil. Onde: Sesc Ramos – Rua Teixeira Franco, 38, Ramos. Quando: Sexta-feira (20), 19h.Quanto: R$ 8

O quê: A cantora e compositora Hananza Andrade apresenta em seu show muito samba, swing e sucessos inesquecíveis de sambistas e outros cantores famosos.Onde: Sesc Nova Iguaçu – Rua Dom Adriano Hipólito, 10, Moquetá.Quando: Sexta (20), 20h. Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia)

O quê: Projeto Conexão Charme apresenta DJs que tocam o melhor da Black Music, como os DJs Samuel, Castelinho, Murilo e Tom, Marcelinho e Marquinho Pqd. Onde: Sesc Madureira – Rua Ewbanck da Câmara, 90, Madureira.Quando: Domingo (22), 17h. Quanto: R$ 2

O quê: Evento reúne a velha guarda do funk carioca, como parte do projeto Circuito Saideira Musical, que promove shows a preços populares. Onde: Centro da Música Carioca Artur da Távola – Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca.Quando: Sexta (20), 19h30. Quanto: R$ 1

O quê: Evento do Circuito Carioca de Saraus reúne diferentes grupos de poesia do Rio de Janeiro, com o objetivo de promover o diálogo entre os performers.Onde: Arena Jovelina Pérola Negra – Praça Énio, s/n, Pavuna.Quando: Sexta (20), 10h e 17h.Quanto: 0800 O quê: Festa promete

muito funk com MC Max e MC Flavinho, além da presença de 5 DJs e por fim o público ainda cai no pagode com o grupo Ser do Samba. Onde: Castelo Sport Music Bar – Avenida de Santa Cruz, 1850, Realengo.Quando: Quarta (25), 20h. Quanto: R$ 10

Projeto X

LóveEncontro da Velha Guarda do Funk

Oficina de Poesia Falada

Hananza in Samba

Conexão Charme – Soul DJs

Em um Lugar chamado Lugar Nenhum

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Daniel Velloso

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Danilo Sérgio

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O quê: Sarau do Movimento em Razão da Arte (M.E.R.D.A.) conta com espaço para poetas, palco livre para músicos e bandas, apresentações teatrais e exposições.

Onde: Galpão 252 – Rua Senador Salgado Filho, 252, Olinda, Nilópolis.

Quando: Sábado (21), 18h.

Quanto: 0800

Sarau do Movimento em Razão da Arte

AGENDA CULTURAL DA SEMANA | [email protected]

RECEBA O BRASIL DE FATO RJ POR E-MAIL WWW.E.EITA.ORG.BR/ASSINEBRASILDEFATORJ

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 201610 | Cultura

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Redaçãodo Rio de Janeiro (RJ)

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Quem curte um samba e gosta de relaxar de-

pois de um dia intenso de trabalho não pode ficar por fora dessa dica do Brasil de Fato. Nesta sexta-feira (20), às 19h, vai rolar uma roda de samba com o cantor Pre-tinho da Serrinha, no Teatro Rival Petrobras, que fica na Rua Álvaro Alvim, 33/37, na Cinelândia. A entrada é gra-tuita, mas o local está sujeito à lotação, então é importan-te chegar mais cedo.

Pretinho da Serrinha é, na verdade, o nome artístico de

Pretinho da Serrinha faz show sexta no Teatro Rival

Ângelo Vitor Simplício da Sil-va, de 37 anos. O apelido veio porque, quando criança, o ar-tista era fã da música “A Ban-da do Zé Pretinho”, do cantor Jorge Ben. Pretinho não can-ta apenas, é também arranja-dor, instrumentista e compo-sitor. Quem não o conhece de nome provavelmente já ou-viu suas canções pela voz do cantor Seu Jorge, como os su-cessos “Burguesinha”, “Mina do Condomínio”, “A Doida” e “Amiga da minha mulher”. Crescido no Morro da Serri-nha, no bairro de Madureira, o artista já foi até diretor da bate-ria-mirim da escola de samba Império Serrano.

Em sua apresentação, o sambista gosta é de animar o público com músicas autorais e grandes clássicos do gênero. Além de Seu Jorge, Pretinho já trabalhou com grandes no-

Num dia triste como os atuais, em que não dá vontade alguma de ver a TV comercial, fiquei pen-sando no quanto a gente desconhece as mídias al-ternativas pelas quais po-demos nos informar com mais verdade e seriedade. 

Aí eu me lembrei de al-gumas TVs diferentes que conheço e quis compar-tilhar com vocês aqui na nossa coluna.

A Telesur (Televisión del Sur) é uma rede televisiva de vários governos da Amé-rica Latina, como Bolívia, Cuba, Equador, Uruguai, Nicarágua, e e é sediada na Venezuela. Com uma pro-gramação bastante diver-sa e interessante, é um po-tente canal de comunica-ção do povo latinoameri-cano. O lema da TV “Nos-so norte é o sul” fortalece o ideal de um povo reunido e mobilizado na construção de uma América mais jus-ta e humana. Se você ain-da você não sabe, a Tele-sur exibe programas diá-rios em português.

É uma pena que o gover-no brasileiro escolheu não fazer parte dessa impor-tante iniciativa, mas dá pra ver pelo site. Corre lá no computador para dar uma

TELEVISÃO | Joaquim Vela

Fica a dica: sintonize nas TVs alternativas

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conferida! O endereço na internet é telesurtv.net.

TV BRASILE se você quiser assistir uma TV bem bacana como a Telesur, feita aqui mesmo no país, basta assistir à TV Brasil. Ela é uma televisão pública nacional, democrá-tica e independente.

Exibe programas jor-nalísticos, infantis, de en-tretenimento, educativos, numa diversidade de op-ções divertidas e inteligen-tes. Criada em 2007, a TV Brasil pertence à Empre-sa Brasileira de Comuni-cação (EBC), responsável por outros veículos de co-municação públicos e ci-dadãos. Vale a pena acom-panhar também.

Entretanto, há indícios de que o governo interi-no de Temer queira fechar esse importante canal pú-blico. Não desistamos: vai ter luta!

mes como Lulu Santos, Dona Ivone Lara, Delcio Carvalho, Moacyr Luz, Rogê, Pascal, en-tre outros.

SOB NOVA DIREÇÃOA apresentação de Pretinho da Serrinha faz parte de uma programação especial do Tea-tro Rival que começou no dia 16 de maio e se repete nos próximos dias 25, com o ar-tista Antônio Guerra Trio, 26, com o cantor Rogê, e 27, com a reapresentação de Pretinho. Tudo gratuito, sempre às 19h.

A programação aconte-ce em comemoração à nova fase do Teatro Rival, agora ad-ministrado pela herdeira do espaço, a atriz Leandra Leal. Com a nova direção, além da agenda aberta ao público, o local ganhou um novo bar, o Rivalzinho, que funciona de segunda à sexta.

Apresentação de sambista é gratuita e comemora nova direção do espaço

Além de cantor, Pretinho é arranjador, instrumentista e compositor

A Telesur fortalece o ideal de uma América Latina mais justa e humana

Telesur é o maior canal de notícias da América Latina

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016 Cultura l 11

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12 | Opinião

A FIM DE PAPO | MC Leonardo

Dediquei os últimos 10 anos da minha vida na luta pelo reconhecimen-to do funk, cultura essa que proporcionou tudo o que tenho.

Os desrespeitos aos di-reitos que envolvem essa cultura são tão grandes, que tive que buscar apoio na elaboração de uma lei que reconhecesse o funk como expressão cultural.

Mesmo depois da lei san-cionada (setembro/2009), a luta para ser respeitada continuou e ainda está lon-ge de acabar. Durante to-dos esses anos busquei di-vulgar informações sobre o movimento funk, suas ver-tentes e nosso direito de expressá-lo.

Falei com deputados, se-nadores, secretários, pre-feitos, governadores, mi-nistros e até com a presi-dente Dilma. Tarefa árdua, mas necessária. Quem está sentado na cadeira, do outro lado da mesa, na maioria das vezes não é a pessoa que a gente mais admira, mas essa aproxi-mação é a única maneira de fazermos a luta política.

GOVERNO ILEGÍTIMOHoje, vejo artistas lutando para que o Ministério da

A jovem democracia bra-sileira sofreu um gol-

pe orquestrado pelos seto-res empresariais, midiáticos e Congresso Nacional. Essa iniciativa teve como articula-dor o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o réu da “Operação Lava Jato”, o depu-tado federal afastado Eduar-do Cunha (PMDB-RJ).

No primeiro dia enquan-to presidente interino, Michel Temer mostrou a que veio. O fim do “Ministério da Cultura”, do “Ministério do Desenvol-vimento Agrário” e do “Minis-tério das Mulheres, da  Igual-dade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos” repre-senta um atraso para as popu-lações que historicamente fo-ram penalizadas com a falta de políticas públicas.

O fim destes ministérios re-presenta o avanço do con-servadorismo. A composição ministerial de Temer sequer tem mulheres e pessoas ne-gras, reafirmando o caráter machista e racista da política operada pelos golpistas.

A luta pela cultura

Cultura seja preservado. Não buscarei entendimen-to com ninguém desse núcleo político de Temer, pelo fato de não o reconhe-cer como governo, seja ele interino ou não.

Não me importo se os novos ministros são ho-mens ou mulheres, se são

brancos ou negros, se vão cortar ou não ministérios. Pela primeira vez, me nego a estar junto com qualquer um que esteja lutando contra qualquer absurdo que venha do Michel Temer, pelo sim-ples fato de que ele, por si só, é um absurdo. Viva a cultua popular e seus de-fensores. Fora Temer e to-dos os seus atos.

Leonardo Nogueira

Esse contexto de crise polí-tica e econômica é o solo fér-til para o avanço do conser-vadorismo. Assim, os direitos das minorias, como as pessoas LGBTs (lésbicas, gays, bis-sexuais e transexuais), estão profundamente ameaçados.

Nos últimos anos as pes-soas LGBTs foram beneficia-das com políticas que visam garantir a cidadania e o com-bate à violência, como a cria-ção do Conselho Nacional de Combate à Discriminação de LGBT (CNCD/LGBT). Em-bora há muito o que avançar,

houve experiências bem su-cedidas, como a realização de Conferências Nacionais de Políticas Públicas para LGBT, o Programa Brasil Sem Ho-mofobia e a implementação do Sistema Nacional de Pro-moção dos Direitos Humanos e Enfrentamento à Violência contra a População LGBT.

Um governo interino que surge de um golpe contra a democracia, como o de Mi-chel Temer (PMDB), não será capaz de garantir os direitos dos grupos LGBTs, uma po-pulação marcada pela vio-lência do conservadorismo.

Por isso, as/os LGBTs sai-rão às ruas e continuarão denunciando o golpismo do PMDB. As e os LGBTs não vão temer! Lutaremos cada dia pela democracia brasileira e para que nenhuma pessoa seja assassinada por ser lés-bica, gay, bissexual, travesti ou transexual.

Leonardo Nogueira é integrante do Levante

Popular da Juventude

Governo conservador é uma ameaça para as minorias LGBTs

Tomaz Silva/Agência Brasil

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Lutaremos cada dia pela democracia e para que nenhuma pessoa seja assassinada por ser lésbica, gay, bissexual, travesti ou transexual

Não buscarei entendimento com ninguém desse núcleo político de Temer, pelo fato de não o reconhecer como governo, seja ele interino ou não

Golpe à democracia

pode resultar em retrocesso

de direitos conquistados

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016

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Amiga da saúde, ouvi dizer que descobriram a cura para o vitiligo em Cuba. Esse tratamento já é feito aqui no Brasil? 

Antônia, 46 anos, professora.

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Cara Antônia, em Cuba é feito o tratamento do vi-

tiligo com um medicamento desenvolvido lá, a Melageni-na Plus. Ele é feito à base de placenta humana e promo-ve a pigmentação da pele através da produção de me-lanina. Tem eficácia com-provada de 86%. Pode ser usado inclusive por gestan-tes e crianças. Entretanto, a Melagenina é pouco conhe-cida no Brasil e não tem libe-ração da Anvisa para ser co-mercializada nem reprodu-zida aqui. Além disso, der-matologistas parecem não confiar no produto e conti-nuam priorizando os trata-

ra do mercado para o me-dicamento. Dessa forma, os brasileiros que desejam fazer o tratamento com a Melagenina precisam ir a Cuba ou importar o re-médio, caso algum médico brasileiro o prescreva.

mentos convencionais. Sabe-mos que  as questões políticas influenciam nesse preconcei-to contra o tratamento pro-posto pela medicina cuba-na. Além disso, os interesses da grande indústria farma-cêutica dificultam a abertu-

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Cajá-Manga

É tempo de cajá-manga! Apesar de não ser tão conhecida no Rio Janeiro, existem muitas árvores desta fruta espalhadas pela cidade, e bem nesta época do ano estão lotadas deste delicioso fruto. Mas como muita gente não sabe, acaba não aproveitando. Vamos conhecer este fruto um pouco melhor?

O cajá-manga é mais conhecido no nordeste do Brasil, onde também é chamado de cajarana ou taperebá do sertão. Quando se fala apenas cajá, normalmente se refere a outro fruto, um pouco menor, e de gosto bem diferente. O cajá-manga é do tamanho de uma manga espada, possui casca lisa e fina,cor alaranjada, quando madura. A polpa é amarela, suculenta, aromática e de sabor agridoce, e seu caroço possui espinhos. É preciso cuidado na hora de chupar. O suco de cajá-manga também é muito gostoso, e pode ser feito e congelado para aproveitar grandes quantidades.

SABOROSA E NUTRITIVAO cajá-manga é uma fruta rica em vitaminas A e C, fibras, cálcio, fósforo e ferro. A cajazeira, árvore do cajá-manga, atinge até 10 m de altura. Esta fruta é originária das Ilhas da Sociedade, no Oceano Pacífico, mas hoje é presente em quase todo o território brasileiro, principalmente no Norte e no Nordeste. 

Portanto, a dica é andar atento pela cidade, procurar a cajazeira mais próxima e aproveitar a época da fruta!

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016 Variedades l 13

DICAS MASTIGADAS | Alan Tygel ANDRÉ DAHMER | malvados.com.br

AMIGA DA SAÚDE

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14 | Variedades

Áries (21/3 a 20/4)A sua evolução profissional terá por base a experiência, mas também o empenho que demonstra.

Touro (21/4 a 20/5)A família dará toda a segurança e conforto necessários para o seu bem-estar neste período.

Gêmeos (21/5 a 20/6)Terá todas as forças do seu lado para promover bons resultados da sua atividade profissional.

Câncer (21/6 a 22/7)Excelentes notícias vão trazer-lhe maior confiança para a execução das suas tarefas.

Leão (23/7 a 22/8)Nem sempre encontrará uma boa recepção das suas ideias. Seja paciente e persistente.

Virgem (23/8 a 22/9)A paixão com que tende a envolver as suas atuações levam-no a tentar realizar os seus sonhos.

Libra (23/9 a 22/10)Mantenha sempre viva a esperança de uma vida repleta de amor, afeto, ternura e felicidade.

Escorpião (23/10 a 21/11)Um convite para um almoço poderá ajudar a fortalecer uma amizade. Pondere bem todas as decisões.

Sagitário (22/11 a 21/12)Nesta semana você terá que exercer uma ação mais direta e forte sobre a evolução dos acontecimentos.

Capricórnio (22/12 a 20/1)Aproveite as boas influências desta conjuntura para tomar iniciativas e pôr seus planos em prática.

Aquário (21/1 a 19/2)Esta semana trará compensações e benefícios que são inteiramente merecidos.

Peixes (20/2 a 20/3)Deverá fazer um esforço para controlar todas as suas energias que estarão bastante exaltadas.

HORÓSCOPO FASES DA LUACheia 21/5

Minguante 29/5

Crescente 19/5

Nova 5/6

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 201614 | Variedades

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Rafael Ribeiro/CBF

Vadão convoca para amistosos pré-JogosSeleção de futebol feminino vai ao Canadá enfrentar o time da casa duas vezes

O Comitê Olímpico Aus-traliano decidiu reforçar a proteção aos atletas de sua delegação durante os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Com o objetivo de evitar doenças sexualmente transmissíveis, serão distribuídas camisi-nhas “anti-zika” para toda a equipe olímpica do país.

Austrália vai distribuir “camisinhas anti-zika”Preservativo será distribuído pelo Comitê Olímpico Australiano e contém gel antiviral

Preocupada com a proli-feração do zika vírus, dentre outros, o Comitê disponibili-zará as camisinhas que con-têm um gel que “desativa” o vírus transmitido pela via se-xual. A organização dos Jo-gos também distribuirá pre-servativos comuns na Vila dos Atletas.

Esta não é a primeira ação de uma delegação visan-do proteger seus atletas da transmissão do zika vírus. A Coreia do Sul anunciou no fim do mês passado que seus atletas virão com uni-formes cujas peças serão tingidas com repelente para mosquitos. (BP)

A lista de Vadão

Se tomarmos por base a primeira rodada do Cam-peonato Brasileiro das Séries A e B, o Vasco tem o melhor time do Brasil no momento.

Por mais que seja um exa-gero, não houve no último final de semana um time sequer que tenha jogado tanta bola quanto o Vasco.

A equipe foi foi ao Mara-nhão enfrentar um time tra-dicional do futebol brasilei-ro, com muita torcida em seu estado. O Sampaio Cor-rêa não é um vira-lata do fu-tebol, como o Oeste de Itá-polis (SP), que fechou uma parceria com o Audax, vice-campeão paulista, e avisou todo mundo com um bilhe-te no vestiário.

Os 4 a 0 não foram um feito qualquer.

Se compararmos com as duas únicas equipes que marcaram quatro gols na primeira divisão – Palmei-ras e Santa Cruz – em ter-mos de desempenho e vo-lume de jogo, ainda assim o Vasco foi superior.

O Sampaio Corrêa não res-pirou. Enfrentou um Nenê iluminado e um time muito bem organizado. O resulta-do expressou o que foi o jogo.

Nas partidas da primei-ra divisão, o Palmeiras pri-mou pela eficiência. Foi melhor que o Atlético-PR, mas 4 a 0 foi uma diferença muito grande em relação à

história da partida.O Santa Cruz foi ainda

mais eficiente. Enfiou 4 a 1 no Vitória da Bahia, com sete finalizações a gol con-tra 10 do adversário.

Fica até difícil falar das demais partidas da primei-ra divisão. Foi uma pobre-

za tão grande, em vários aspectos. O Vasco prova-velmente teria sapecado uma goleada mesmo em alguém da Série A.

Excetuando os jogos do Palmeiras e do Santa Cruz, foram apenas cinco gols nos oito jogos restantes. Deu dó do nosso campeonato.

Se o Vasco não se desfizer do time durante a compe-tição – risco que vários clu-bes correm no meio do Bra-sileiro – vai passear pela Sé-rie B com o pé nas costas.

O Vasco foi ao Maranhão enfrentar um time tradicional do futebol brasileiro, com muita torcida em seu estado. O Sampaio Corrêa não é um vira-latas do futebol

Goleiras: Bárbara e Lucia-na (ambas da seleção per-manente); Laterais: Fabiana (Dalian Quanjian-CHN), Tamires (Fortuna Hjorring-DIN) e Po-liana (Houston Dash-EUA);Zagueiras: Bruna Beni-tes (seleção permanente), Rafaelle (Changchdalian Quanjian-CHN), Mônica (Orlando City-EUA) e Érika (Paris Saint Germain-FRA).Meias: Thaisa, Formiga e Maurine (todas da seleção permanente), Andressi-nha (Houston Dash-EUA), Marta (FC Rosengard-SUE) e Andressa Alves (Mon-tpellier-FRA);Atacantes: Debinha (Dalian Quanjian-CHN), Raquel e Darlene (ambas do Chang-chdalian Quanjian-CHN), Bia Zaneratto (Hyundai Steel Red Angels-COR) e Cristiane (Paris Saint Germain-FRA).

Carlos Gregório Jr /Vasco

Rafael Ribeiro/CBF

O treinador da seleção brasileira de futebol fe-

minino, Vadão, convocou 20 jogadoras para dois amisto-sos de preparação para os Jo-gos Olímpicos do Rio 2016. As partidas estão marcadas para os dias 4 e 7 de junho.

Os jogos contra a seleção do Canadá serão disputados nas cidades de Toronto e Ot-tawa. Eles servirão para Va-dão fazer as últimas observa-ções antes da lista definitiva

Vasco: o melhor do Brasil?

das jogadoras que vão aos Jo-gos, além de acertar detalhes de posicionamento e dar en-trosamento às atletas.

Do grupo que viaja para os amistosos, seis são da seleção brasileira permanente, que são distribuídas pelos clubes brasileiros para se manter em atividade, além de seis joga-doras do futebol asiático, cin-co da Europa – dentre elas a craque Marta – e três dos Es-tados Unidos. (BP)

Atacante Cristiane está na lista que vai ao Canadá jogar dois amistosos

Vasco “nada de braçada” e Nenê já é até cogitado

para a seleção

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TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO

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O Flamengo enfrentou o Fortaleza, em Volta Re-donda (RJ), precisando re-verter a desvantagem após a derrota por 2 a 1 no Cas-telão, na capital cearense, na partida de ida da segun-da fase da Copa do Brasil. Além de Muricy, o Fla não teve Guerrero, com dores musculares.

Levou um gol logo aos três minutos de jogo, mar-cado por Pio, no primeiro ataque do time cearense, e viu essa desvantagem ficar ainda maior. Dali por dian-te, seriam necessários pelo menos dois gols para levar o jogo para os pênaltis.

Depois do gol, o Flamen-go foi para cima do Forta-leza, mas o gol não saía e o tempo passava. O time não tinha tranquilidade para definir as jogadas e virava presa fácil para o forte es-quema defensivo do tricolor do Ceará.

No segundo tempo, o Fla-mengo continuava desorga-

Fla perde de novo e cai fora da Copa do BrasilFortaleza venceu novamente por 2 a 1 e fez Fla pagar mico

Flamengo foi presa fácil para o Fortaleza

nizado em campo. Por sua vez, o Fortaleza continuava se defendendo bem e sain-do em bons contra-ataques. Em um deles, aos 19 minu-tos, Felipe ganhou a dispu-ta com Sheik no corpo e ro-lou para Pio fazer o segundo dele no jogo.

Daí para frente, o time sofreu com as vaias e gritos de “time sem vergonha” por parte dos torcedores. Nem o gol de falta de Alan Patrick, aos 42 minutos, di-minuiu a frustração da tor-cida ao ver o time ser eli-

minado pela primeira vez antes das oitavas-de-final da competição. E para um time da terceira divisão.

MURICY VOLTA NA SEGUNDA

O treinador Muricy Rama-lho teve alta do Hospital Sa-maritano, onde passou a noi-te internado devido a uma ar-ritmia cardíaca, e foi para São Paulo se consultar com seu médico particular. Seu retor-no ao trabalho está previsto para segunda-feira (23).

Na grande final da Liga Eu-ropa 2015/16, em Basel (SUI), Sevilla (ESP) e Liverpool (ING) fizeram um jogo com dois tempos absolutamen-te distintos, mas que garan-tiram o quinto título da com-petição ao time espanhol, o terceiro consecutivo, após vi-tória de virada por 3 a 1.

Sevilla põe água no chope do Liverpool e é triNo primeiro tempo, só deu

Liverpool. O time de Jurgen Klopp jogou praticamen-te sozinho, fez um gol – com Sturridge – e ainda pode re-clamar a não marcação de dois pênaltis a seu favor. Ha-via uma grande expectativa em torno do primeiro título do bom treinador alemão no

comando do time inglês.Porém, após o intervalo, o

Sevilla conseguiu empatar em 17 segundos, com o arti-lheiro Gameiro. Depois co-meçou o show do capitão Coke, que marcou duas vezes, aos 19 e 25 minutos, garantin-do mais um título da compe-tição ao clube espanhol. (BP)

Sevilla leva a Liga Europa pela quinta vez, a terceira seguida

O Vasco recebeu o CRB em São Januário pelo jogo de volta da segunda fase da Copa do Brasil, buscan-do manter a vantagem construída em Maceió (AL), na vitória por 1 a 0, além da invencibilidade que dura desde novembro do ano passado.

Porém, o time vascaíno jogava em baixa velocida-de. Prejudicado pela chuva que caiu durante o primei-ro tempo, além da atuação abaixo da média de Nenê, o Vasco articulou poucas jogadas de ataque. Acabou sofrendo o primeiro gol, aos 29 minutos, após falta co-brada por Diego, no ângulo.

Divulgação FIFA

Gilvan de Souza/Flamengo

Paulo Fernandes/Vasco

Rafael Vaz volta a ser o herói vascaíno

Após o intervalo, Jorgi-nho buscou mais velocidade com Éder Luís, mas perdeu o meio-campo. Uma subs-tituição inusitada acabou sendo a grande cartada do treinador. No último terço da etapa final, Jorginho tira Thalles e põe o zagueiro Ra-fael Vaz no ataque vascaíno.

Deu certo. Vaz, em pouco tempo, foi o melhor e mais perigoso jogador do Vasco em campo. As melhores jo-gadas de ataque passaram por ele de alguma forma e foi dos seus pés que saiu o gol do empate. Aos 47 minutos ele completou cruzamento de Éder Luís e decretou o 1 a 1 que deu a vaga ao Vasco. (BP)

Rafael Vaz entrou no lugar de Thalles e mudou a partida

16 | Esportes

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 19 a 22 de maio de 2016