brasil de fato rj - 057

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Ano 2 | edição 57 Rafael Ribeiro/CBF O problema é só deles? esporte | pág. 16 FELIPÃO chama "amigos" dos principais veículos de comunicação, expõe problemas do time, faz insinuações e pede ajuda. Comissão técnica dá sinais de que está confusa. E agora, o que fazer? Ex-craque analisa a Copa do Mundo e o futuro do futebol brasileiro Afonsinho: “Esta Copa é surpreendente” cultura | pág. 11 RIO DE JANEIRO 3 a 9 de julho de 2014 • distribuição gratuita • facebook.com/brasildefatorj entrevista | pág. 4 Sambista Moacyr Luz relembra origens da roda de samba do Clube Renascença “Samba do Trabalhador expõe novos artistas” brasil | pág. 7 cidades | pág. 5 Latino-americanos ocupam Terreirão do Samba Dormindo em barracas ou em motorhomes, turistas driblam altos preços na Copa Pablo Vergara Pablo Vergara Divulgação Brasil vai ficar com dinheiro do petróleo Governo entrega campos do pré-sal para exploração exclusiva da Petrobras Wikipedia brasil | pág. 6 Plebiscito quer mudar regras do jogo da política Objetivo é coletar 10 milhões de votos para instalar uma Assembleia Constituinte

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 057

Ano 2 | edição 57

Rafa

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Oproblema é sódeles?

esporte | pág. 16

FELIPÃO chama "amigos" dos principais veículos de comunicação, expõe problemas do time, faz insinuaçõese pede ajuda. Comissão técnica dá sinais de que está confusa. E agora, o que fazer?

Ex-craque analisa a Copa do Mundo e o futuro do futebolbrasileiro

Afonsinho: “Esta Copa é surpreendente”

cultura | pág. 11

RIO DE JANEIRO 3 a 9 de julho de 2014 • distribuição gratuita • facebook.com/brasildefatorj

entrevista | pág. 4

Sambista Moacyr Luz relembra origensda roda de samba do Clube Renascença

“Samba doTrabalhador expõenovos artistas”

brasil | pág. 7

cidades | pág. 5

Latino-americanosocupam Terreirãodo Samba Dormindo em barracas ou em motorhomes, turistas driblamaltos preços na Copa

Pablo Vergara

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Brasil vai ficar com dinheiro do petróleoGoverno entrega camposdo pré-sal para exploração exclusiva da Petrobras

Wikipedia

brasil | pág. 6

Plebiscito quermudar regras do jogo da políticaObjetivo é coletar 10 milhões de votos para instalar uma Assembleia Constituinte

Page 2: Brasil de Fato RJ - 057

Quem gosta de futebol epolítica e acha que os doispodem e devem se misturarsabe que existem alguns li-mites proibidos de ultrapas-sar. Em uma breve compa-ração, dá para dizer que o li-mite da política é a arqui-bancada, e somente o futeboldeve reinar soberano emcampo. Getúlio Vargas, umdos mais habilidosos políticosbrasileiros, dizia que “no es-tádio de futebol, se há futebol,não tem discurso”.

O futebol no Brasil é maisque um esporte, é uma cul-tura popular que está entra-nhada nos corações, pés ementes da maioria da popu-lação. Negar isso é negar aprópria existência culturalde um povo e de um fortesentimento de nação.

A Copa do mundo de fu-tebol, desde sua primeira edi-ção em 1930, até pelas suasdimensões, é um evento im-portante e acaba tomandoproporções ainda maioresem um mundo globalizadocomo o de hoje.

No Brasil, ela se dá em umcontexto de mudanças sig-nificativas pelas quais passao nosso país, tanto no planopolítico e econômico quantono social, e às vésperas deeleições gerais. Numa con-juntura posterior a grandesmanifestações que aconte-ceram no ano passado.

A Copa traz também con-sigo interesses econômicoslegítimos e ilegítimos, dispu-tas políticas e geopolíticas,falcatruas, corrupção, brigaspor poder, etc. A evidência ea exacerbação de tudo issofez com que a FIFA saísse

mais queimada do que já era.Por outro lado, quem vive

em uma das 12 cidades sedesou as está visitando podeperceber o clima de festa,confraternização e solidarie-dade entre os torcedores/tu-ristas. E ainda notar que pelomaior número de torcedoresdo continente, existe um forte

sentimento de integração la-tino-americana.

Mas, na hora do apito ini-cial, o futebol é jogado emcampo, com suas regras eestratégias próprias. São 11contra 11 e, numa competi-ção de alto nível como essa,vários fatores são preponde-rantes para se chegar à vitó-

ria, inclusive a torcida. É porisso que o país sede tem umcerto favoritismo.

Chegamos às quartas definal, com 4 times do conti-nente americano e 4 euro-peus. Até agora um verda-deiro espetáculo, e que siga-mos assim, que vença o me-lhor e que seja o Brasil!

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 02 | opinião

Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti •Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, MarianeMatos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas –Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper(Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. EduardoPrado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Webmaster: marc@infofl uxo.com •Gráfi ca: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser,José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, RicardoGebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

Para anunciar:

(11) 2131 0800

Redação Rio:[email protected]

Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti •Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, MarianeMatos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas –Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper(Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. EduardoPrado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Webmaster: marc@infofl uxo.com •Gráfi ca: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser,José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, RicardoGebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

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CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO : Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, JoaquínPiñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito GiannottiEDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTER: André Vieira, Bruno Porpetta e Fania RodriguesREVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo VergaraADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO:Stefano Figalo TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e em nosso estado.

(21) 4062 7105

A Copa e a Políticaeditorial | Rio de Janeiro

• “O futebol no Brasil émais que um esporte,é uma cultura popularque está entranhadanos corações, pés ementes da maioria da população__________________

PREVISÃO DO TEMPO

Rio de Janeiro, Brasilquinta-feira, 3 de julho parcialmente nublado

30 ºC | F

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O prefeito Eduardo Paes quepagou um salário de poucomais de R$20 para uma pro-fessora. O prefeito descontouos dias em que a profissionalparalisou as atividades porconta da greve da categoria.Se liga prefeito, greve é di-reito do trabalhador!

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 geral | 3

mandou

mal

O teleférico do Morro da Providência, naárea central, teráintegração com BRTTransBrasil, queligará Deodoro, nazona norte, ao centro.Com estações naCentral do Brasil, naGamboa e na PraçaAmérico Brum, no altodo morro, o teleféricojá pode ser utilizadopelos moradoresgratuitamente.

Bruno Itan/GOVERJ

mandou

bem

­­­

Arco Metropolitano 1Um trecho do Arco Me-tropolitano do Rio de Ja-neiro foi inauguradonesta terça-feira (1º),pela presidenta DilmaRousseff. O trecho liga aBR-040, em Duque deCaxias, até a BR-101 Sul,em Itaguaí, próximo aoporto daquele município.O arco interliga as princi-pais rodovias federais doGrande Rio, cruzando aBaixada Fluminense epassando por fora da ci-dade do Rio.

Arco Metropolitano 2Espera-se que obra ajudea desafogar as vias ex-pressas de entrada esaída do Rio, como aPonte Rio-Niterói, a Ave-nida Brasil e as linhasVermelha e Amarela. Háuma estimativa inicial deque mais de 30 mil veícu-los por dia usem a rodo-via, 10 mil carretas e ca-minhões e 22 milveículos leves.

Morte de DGA arma que matou o dan-çarino Douglas Rafael daSilva Pereiria, o DG, é dotipo usado por policiais,uma pistola calibre .40. Éo que revelou inquéritoque está sendo elaboradopela Polícia Militar. Atin-gido pelas costas, DG foimorto em abril, no Morrodo Pavão-Pavãozinho.

em foco

Arco vai cruzar a Baixada

Tânia Rêgo/Abr

NO RIO, A PRESIDENTA DILMA ROuSSEFF inaugurou nesta semana o Hospital Estadual dos Lagos e os residenciais Zé Ketie Ismael Silva. O hospital beneficiará moradores de Saquarema e das cidades vizinhas, cerca de 2,3 milhões de pessoas. Nacapital, as casas localizadas na região central foram construídas por meio do Minha Casa, Minha Vida.

“Eu só posso dizer que os comunistas têm roubado

a nossa bandeira. A bandeirados pobres é cristã”, disse

o Papa Francisco rebatendocríticas de conservadores

frases da semana

“Suguem mais e venham para o nosso lado,disse Aécio Neves, candidato à presidência pelo

PSDB sobre as coligações partidárias em eleições.

Div

ulga

ção

Divulgação

Memoria/EBC

Ainda não há uma data de-finida para a indicação, pelapresidente Dilma Rousseff,

de um novo ministro doSupremo Tribunal Fede-

ral (STF), afirmou nestaquarta-feira (2) o mi-

nistro da Justiça, José

Eduardo Cardozo. A Cortesuprema ficou com uma ca-deira vaga depois da apo-sentadoria do presidente,Joaquim Barbosa, que par-ticipou na terça-feira (1º)de sua última sessão comomembro do Supremo.

O adeus de Joaquim Barbosa

Div

ulga

ção

A Polícia Civil do Rio queprendeu 11 suspeitos de inte-grar uma quadrilha interna-cional especializada emvenda ilegal de ingressos deCopa do Mundo. Investiga-ções apontam como suspei-tos integrantes da Fifa e dacomissão técnica da seleçãobrasileira. Eles poderiam lu-crar cerca de R$ 200 milhõessó nesta competição.

Page 4: Brasil de Fato RJ - 057

Afonso Celso Garcia Reis,ou simplesmente Afonsinho,é um ícone da luta por di-reitos entre jogadores de fu-tebol. Sua batalha com o Bo-tafogo pelo direito de traba-lhar em outro clube, con-quistada em 1971, serviu deexemplo para o que seria, 27anos depois, o fim da Lei doPasse no Brasil.

Nesta entrevista ao Brasilde Fato, Afonsinho fala sobrea Copa no Brasil e as pers-pectivas para o nosso futeboldepois do êxito da competi-ção. Confira:

Brasil de Fato - Do pontode vista técnico, o que vocêtem achado desta Copa noBrasil?Afonsinho - Até surpreen-dente. Ficam evidentes trêstipos de futebol: o das gran-des potências econômicas,com físico de futebol ameri-cano e quase nenhum espaçopara a criatividade e a dançado futebol; o da Espanha ecorrelatos, que passaram aapostar na técnica, nesse bolotambém os americanos docentro e do sul, além dosasiáticos, por sua condiçãonatural; e os africanos, obri-gados a se entortarem paraconseguirem participar dosistema FIFA. A surpresaagradável é o bom resultado

do grupo latino-americanona primeira fase da Copa.

Brasil de Fato - E a seleçãobrasileira? O que você pen-sa sobre o time de Felipão?O Brasil fica com as caracte-rísticas de seus jogadores,mas jogando fora das suascondições naturais em ter-mos de estratégia.

Brasil de Fato - O que temdiferenciado as torcidassul-americanas da torcidabrasileira?Fico pensando nisso, os ob-servadores falam em tor-cedores mais espontâneosnas representações “her-manas”, mas não firmei po-sição sobre isso.

Brasil de Fato - A elitizaçãodas chamadas arenas bra-sileiras é o único legado des-ta Copa? Ou haverá outros?Depois da Copa, sou dos quevai pressionar para reverter,até onde for possível, essaelitização, já diminuída com

a preservação da Escola Frie-denreich, o Estádio (de Atle-tismo) Celio de Barros e oParque Aquático do Mara-canã (Júlio Delamare), alémdo Museu do Índio, etc. AAlemanha mostra o caminhopreservando ingressos e lo-cais populares.

Brasil de Fato - Passada aCopa, retornaremos ao Bra-sileirão com um calendáriomuito apertado. As reivin-dicações dos jogadores,através do Bom Senso FC,propõem mudanças no ca-

lendário brasileiro. O quevocê pensa sobre isso?O calendário é uma das ne-cessidades inadiáveis de mu-danças profundas no esportebrasileiro. O ano passadoacabou de modo inaceitável,em Santa Catarina e este anocomeçou com jogo oficial decampeonato do Flamengocom menos de 400 especta-dores. Independente de qual-quer resultado da Copa, nãodá mais para segurar.Todas as entidades olímpicastêm problemas crônicos,também inadiáveis, e váriasiniciativas vão surgindo,como o Bom Senso, os Atletaspelo Brasil - liderados pelaAna Mozer - e etc.

Brasil de Fato - Quem sãoos Afonsinhos e Sócratesdo futebol na atualidade?São os líderes dessas or-ganizações, atualizadoscom os meios modernosde comunicação.

FUTEBOL O ex-craque AFONSINhO analisa a Copa do Mundo e o futuro do futebol brasileiro

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 4 | entrevista

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

“Esta Copa é surpreendente”

“Afonsinho: “O Brasil joga fora das suas condições naturaisem termos de estratégia”_____________

“Depois da Copa, sou dos que vaipressionar para reverter, até onde for possível,essa elitização do futebol______________

Afonsinho e Sócrates: militantes do meio futebolístico

ArquivoArquivo

Arq

uivo

“A surpresa agradável é o bom resultado do grupolatino-americanona primeira fase da Copa_______________

Afonsinho idealizou Lei do Passe

Rafael Ribeiro/CBF

Ex-craque é crítico da elitização

Page 5: Brasil de Fato RJ - 057

Rio de Janeiro é a cidade maiscara da Copa do Mundo

Na reta final da Copa doMundo, ainda são muitos osturistas que estão na cidadedo Rio de Janeiro. Para fugirdos altos preços nos hotéis,muitos viajaram por váriosdias em carro ou em motor-home (veículo que funcionacomo uma espécie de casamóvel). O Terreirão do Sam-ba, no centro, virou um re-fúgio para esses viajantes.Por ali a maioria é de latino-americanos e quem não tema chance de dormir nos car-ros, monta suas barracas.

Paulina Tanaka, de 32anos, é uma das organiza-doras da Caravana Chile-Brasil, que saiu da cidadede Santiago no dia 6 de ju-nho com cerca de 800 carros.Pelo caminho passaram porCuiabá, cidade que recebeua primeira partida da seleçãochilena, antes de chegar àcapital fluminense. Viajandocom seu marido em umavan, Paulina acredita que essa

foi a melhor forma de estarno Brasil durante a Copa enão ter que pagar muito di-nheiro por uma hospedagem.

“Nossa ideia era fazer umacaravana familiar e onde es-tivéssemos todos juntos. Foia alternativa que encontra-

mos para poder viver essaexperiência. O Rio de Janei-ro é caríssimo. Aqui (no ter-reirão) estamos acompa-nhados por chilenos, argen-tinos e uruguaios”, comen-tou. Com a derrota por pê-naltis para o Brasil nas oi-

tavas de final, grande partedo grupo já pegou a estradade volta para seu país.

Outros com grande pre-sença no Terreirão do Sambasão os argentinos. Jacobo Na-tali, de 28 anos, viaja há 10dias com mais quatro amigos

em uma casa móvel equipa-da com cozinha, dormitórioe banheiro. Eles, que se dizemconfiantes com a atuação daequipe de seu país, passarampor Porto Alegre antes dechegar ao Rio. “Nos juntamosentre os amigos quando vi-mos as datas que iria jogar aseleção argentina e decidimoscomeçar nossa viagem. De-cidimos viajar assim para termais liberdade para conhecero Brasil e gastar menos. Que-ríamos entrar em algum jogo,mas foi difícil, estão muitocaros”. comentou Jacobo.

Alguns desses latino-americanos aproveitamtambém para expor seus tra-balhos e assim tornar a es-tadia menos custosa no país.Rodando o Brasil numa ca-minhonete com outros ami-gos, o artesão chileno JuanCarlos, de 48 anos, vendesua produção para seguir via-gem. “O que eu gosto é viajarpela América Latina e fazerartesanato. Com o dinheirodas vendas nós pagamos agasolina e a comida durantenossa viagem”, contou.

COPA Turistas buscam alternativas para correr dos altos preços cobrados por hotéis

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 cidades | 5

Somando os valores co-brados com hospedagem,alimentação e transporte,a capital fluminense é amais cara das cidades-se-des da Copa do Mundo. Éo que revelou pesquisa feitaem maio pelo site TripAd-visor, especializado em via-gens. Por exemplo, enquan-to a diária em um hotel 3

ou 4 estrelas em São Paulosai por R$ 488,88, no Rio ovalor é mais que o dobro,R$ 991,77.

Além de ser uma das ci-dades a receber o mundialde futebol, o Rio de Janeiroreceberá ainda os JogosOlímpicos no ano de 2016.“O que está em curso no Rioé um projeto que procurainserir o estado num circuitomundial de grandes eventos.Existe uma concepção prin-

cipalmente da indústria doturismo de colocar o Brasilnum circuito que na verdadeabsorve uma classe de turis-tas internacionais de alta ren-da”, afirmou o economistaPaulo Passarinho.

O especialista lembrouque além do gasto com oturismo no Rio, é precisoinvestir mais em setorescomo educação e saúde.“Essa transformação quepassa o Rio de Janeiro, por

justamente transformá-lonum polo desse circuitomundial de entretenimento,faz com que o tipo de in-vestimento que se exige fi-

que muito em contradiçãocom algumas necessida-des da imensa maioria dapopulação”, apontou Pas-sarinho. (AV)

Terreirão do Samba é ocupado por latino-americanos durante Copa

•do Rio de Janeiro (RJ)

Pablo Vergara

Terreirão do Samba, no centro, virou um refúgio para viajantes latino-americanos

Turista argentino dribla altos preços em motorhome

Pablo Vergara

Passar uma noite na capital carioca custa o dobro de hospedagem em SP

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Você está satisfeito com apolítica? Percebendo a insa-tisfação da população com oatual sistema político, orga-nizações estão preparandoum Plebiscito Popular entreos dias 1º e 7 de setembro.Durante uma semana a po-pulação será consultada se éa favor de que se mudem asleis do sistema político. O ob-jetivo é coletar 10 milhões devotos em todo o Brasil a fimde se instalar uma AssembleiaConstituinte exclusiva parafazer uma reforma política.

A ideia se espalhou rapi-damente pelo Brasil e já contacom 500 comitês. “Desde olançamento em fevereiro, játínhamos pessoas com a von-tade de organizar o Plebiscito,

mas agora elas conseguiramaglutinar muitas outras inte-ressadas”, conta Luís HenriqueShikasho, um dos organiza-dores do Comitê Metropoli-tano de Belo Horizonte.

Para Luís, “os brasileirosestão insatisfeitos com a po-lítica e sentem que é preciso

mudar as regras do jogo”. Porisso, ele aposta que a orga-nização do Plebiscito conti-nuará crescendo.

O QuE é COMITê?É um grupo de pessoas

interessadas em realizar oPlebiscito da Constituinte nasua cidade, escola, bairro,associação comunitária, en-tre outros. O objetivo é exe-cutar ações de divulgaçãodo Plebiscito e, durante a se-mana da Pátria – de 1º a 7de setembro, fazer a coletade votos. Para fazer parte, osinteressados podem mandare-mail para [email protected].

Quase 90% dos professoresbrasileiros acreditam que aprofissão não é valorizada nasociedade. Mesmo assim, amaioria está satisfeita com oemprego. O resultado foi apre-sentado pela Pesquisa Inter-nacional sobre Ensino eAprendizagem (Talis) da Or-ganização para a Cooperaçãoe Desenvolvimento Econô-mico (OCDE) que ouviu 100mil professores e diretoresescolares em 34 países.

De acordo com o levanta-mento, somente 12,6% dosprofessores brasileiros con-sideram-se valorizados. A pro-porção está abaixo da médiainternacional, de 30,9%. Noentanto, 87% dos professoresbrasileiros consideram-se rea-lizados no emprego, próximoda média global de 91,1%.

Apesar de não se sentiremvalorizados, os professoresbrasileiros estão entre os que

mais trabalham, com 25 horasde ensino por semana, seishoras a mais do que a médiainternacional. Em relação aotempo em sala de aula, osprofessores brasileiros ficam

atrás apenas da província deAlberta, no Canadá, com 26,4horas trabalhadas por semana,e do Chile, com 26,7 horas.

Quanto à formação, maisde 90% dos professores bra-sileiros dos anos finais do en-sino fundamental concluíramo ensino superior, mas cercade 25% não fizeram curso deformação de professores.(Agência Brasil)

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 6 | cidades

•Rafaella Dotta

de Belo Horizonte (MG)

Plebiscito Popular paramudar regras do jogo da políticaCONSTITUINTE Organizações querem coletar 10 milhões devotos a fim de se instalar uma Assembleia Constituinte exclusivapara fazer uma reforma política

Mariana Tokarnia de Brasília (DF)

Quase 90% dosprofessores se sen-tem desvalorizados,diz estudoEDUCAÇÃO Pesquisa ouviu 100 mil professorese diretores em 34 países

87% dos professores brasileiros consideram-se realizados no emprego

Roberto Parizotti

Brasileiros estão insatisfeitos com apolítica e sentem queé preciso mudar asregras do jogo_____________

Os professores brasileiros estão entreos que mais traba-lham, com 25 horasde ensino por semana_____________

Portal do Sevidor

Ideia se espalhou rapidamente pelo Brasil e já conta com 500 comitês

Page 7: Brasil de Fato RJ - 057

Decisão do governo fe-deral, na última semana, con-firmou a contratação da Pe-trobras para explorar, de for-ma exclusiva, quatro áreasdo pré-sal, no litoral do estadodo Rio de Janeiro. Os camposde Búzios, entorno de Iara,Florim e nordeste de Tupipodem produzir, no total, até15 bilhões de barris de pe-tróleo. A estimativa é que osrendimentos desse montanteultrapassem R$ 1,3 trilhão.

É a primeira vez que o go-verno utiliza uma prerroga-tiva da lei do pré-sal (12.351/2010), que permite a contra-tação direta da empresa, paradestinar reservas de petróleoconsideradas estratégicas.Com essa medida, as áreasdeixam de ser leiloadas paramultinacionais e os recursosda exploração vão para o or-çamento público e para osacionistas da Petrobras. “Des-sa vez, o governo está cum-prindo com sua obrigação,que é entregar área estraté-gica para a Petrobras e nãopara o cartel internacional

do petróleo. Infelizmente,não foi o que ocorreu com ocampo de Libra, em 2013”,afirma Fernando Siqueira,da Associação de Engenhei-ros da Petrobras (Aepet).

CAMPO DE LIBRAAno passado, ocorreu o

primeiro leilão de uma áreado pré-sal, o campo de Libra,até hoje a maior reserva depetróleo já identificada no

Brasil, que sozinha pode ren-der cerca de 12 bilhões debarris de óleo. O bloco foiarrematado por um consór-cio formado pela Petrobrase as multinacionais Shell (In-glaterra/Holanda), Total(França), além das chinesasCNPC e CNOOC. A licitaçãofoi muito criticada por mo-vimentos sociais e trabalha-dores na área do petróleoporque permitiu a apropria-

ção de 60% da riqueza pelocapital privado estrangeiro.

“O consumo de petróleo egás natural em 2006 corres-pondeu a 59% do total deenergia consumida no mun-do. Inclusive, o parque indus-trial e os transportes em nívelmundial são movidos, basi-camente, por derivados ou agás. Essas empresas multina-cionais têm um grande inte-resse de ficar com grandes fa-

tias no pré-sal, por isso pres-sionam os meios de comuni-cação e os políticos para aten-der os seus interesses”, explicaPaulo Metri, conselheiro doClube de Engenharia e umdos maiores especialistas empolítica energética do país.

A medida que entrega oscampos do pré-sal para a Pe-trobras também é conside-rada histórica. Desde a que-bra do monopólio e privati-zação do setor, em 1995, nogoverno Fernando HenriqueCardoso, as reservas de pe-tróleo não ficam com a estatalbrasileira, de forma exclusiva.Com isso, nesses últimos 20anos, boa parte dos recursosdo petróleo foram exploradospor mais de 50 empresas mul-tinacionais que ingressaramno mercado interno.

FuNDO SOCIALDessa vez, porém, a maior

parte dos recursos oriundosda exploração exclusiva da Pe-trobras vai para o caixa do Fun-do Social do pré-sal, uma contapoupança criada pelo governoem 2010 para garantir recursosnas áreas de saúde, educação,ciência e tecnologia, meio am-biente e combate à pobreza.

A Câmara dos Deputadosaprovou na última terça (1º)a lei Cultura Viva, que desen-volve a criação e o fomentodos Pontos de Cultura. O pro-

grama foi criado em 2004 peloMinistério da Cultura e atéentão regulamentado apenaspor meio de portarias. Atendea cerca de oito milhões depessoas em mais de 3.600Pontos de Cultura em todo opaís. São indígenas, quilom-

bolas, camponeses, movi-mentos de cultura digital, co-munitários, artistas e culturapopular. A partir de agora, otexto institui uma política na-cional para o programa. A leisegue para sanção presiden-cial nos próximos dias.

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 brasil | 7

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

de Brasília (DF)

Após 20 anos, dinheiro da extração dopetróleo fica no Brasil RESERVAS Governo entrega quatro campos do pré-sal para exploração exclusiva da Petrobras

Lei aprovada garantePontos de CulturaPROGRAMA Câmara dos Deputados aprova Lei da Cultura Vivae torna os pontos de cultura uma política de Estado

Governo utilizou lei do pré-sal para destinar reservas consideradas estratégicas

Acervo Petrobras

Mais de 3.600 Pontos de Cultura envolvem 8 milhões de pessoas

Divulgação

Page 8: Brasil de Fato RJ - 057

Organizações sociais pelodireito à comunicação lan-çaram uma campanha emapoio à vinda para o Brasildo ex-técnico em segurançadigital da CIA (Agência deInteligência Norte-america-na), Edward Snowden. Umacarta aberta e pública deveser escrita pelas 45 entidadesdo movimento. O documentodeve ser entregue à Presi-dência da República, comoforma de pressionar o país.

Em junho do ano passadoo ex-técnico da CIA revelouum esquema de monitora-mento de dados organizado

pelo governo dos EstadosUnidos. A vigilância envolviaas comunicações eletrônicase telefônicas de pessoas eorganizações de todo o mun-do, inclusive da presidentabrasileira, Dilma Rousseff.(Radioagência BdF)

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 8 | brasil

Juíza libera trabalhoexterno para José Dirceu•A juíza Leila Cury liberounesta terça-feira (1º) o be-nefício de trabalho externopara o ex-ministro da CasaCivil José Dirceu. Ao de-terminar a transferência, ajuíza cumpriu decisão doSupremo Tribunal Federal,que, na semana passada,autorizou o benefício paraDirceu e outros condenados

em regime semiaberto naAção Penal 470, o processodo mensalão.

Chuvas no RS: quase8,6 mil desalojados•Chega a 8.598 o númerode pessoas que tiveram quedeixar suas casas por causadas fortes chuvas que atin-gem o Rio Grande do Sul.Segundo a Defesa Civil Es-tadual, 5.524 moradores es-tão desalojados e foram paracasas de parentes e amigos.

Mais 3.074 pessoas estãoem abrigos públicos. O nortedo estado é o mais prejudi-cado com a cheia do RioUruguai. O número de mu-nicípios afetados subiu para80, dos quais 25 estão emsituação de emergência.(Agência Brasil)

Trabalhadores sem-tetocomemoram a aprovação doPlano Diretor pela Câmarade Vereadores de São Paulo,ocorrida nesta segunda-feira(30). Após muita pressãodos movimentos sociais, fi-cou garantido o aumento deáreas para construção de mo-radias, uma antiga reivindi-cação do movimento.

A proposta amplia para 33quilômetros quadrados aárea para novas moradias, oque pode representar cercade 500 mil unidades habita-cionais. Várias áreas ocupa-das foram classificadas zonasespeciais de Interesse Social(Zeis). Entre elas estão a ocu-pação Vila Nova Palestina,Dona Deda, Faixa de Gaza,Capadócia e Primavera.

Também foi aprovado oprojeto de lei que regularizaa ocupação Copa do Povo,em Itaquera, zona leste dacapital paulista. O integrantedo MTST Guilherme Boulosdestacou as áreas com maiordéficit habitacional em São

Paulo. “A periferia como umtodo tem essa demanda. Asregiões onde essa demandaé mais acumulada é o extremosul e o extremo leste da capi-tal. São as regiões mais pobresde São Paulo.” Boulos apontouainda a necessidade de secriar formas para derrotar aespeculação imobiliária frenteàs demandas da população.

A aprovação aconteceuapós nove meses de tramita-

ção e foi bastante comemo-rada pelo MTST. O movimentotem protagonizado as prin-cipais mobilizações no esta-do de São Paulo por moradia.Desde a última terça-feira (24)centenas de integrantes domovimento acamparam emfrente à Câmara Municipalpara garantir a votação. O pro -jeto agora segue para sançãodo prefeito Fernando Had-dad (PT). (Radioagência BdF)

Em Brasília,integrantes doMovimento PasseLivre (MPL) fizeram nasegunda-feira (30) umato em defesa dapassagem de ônibusgrátis. Para o MPL, otransporte deve sertratado como umdireito de todocidadão e deve sergratuito, como jáocorre nos sistemaspúblicos de saúde ede educação.

Sem-teto comemoramampliação de áreas destinadas à moradia popular em SP

MemoriaEBC

Marcelo Camargo/ABr

O SORTEIO DA MEGA-SENA do último sábado (28) teve dois ganhadores, mas somente um dos premiados sacou o dinheiro. Oprêmio deu R$ 21,3 milhões para cada ganhador. Segundo a Caixa Econômica Federal, o sortudo fez a aposta na lotéricaClube da Sorte, em Olaria, zona norte.

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Câmara também regularizou a ocupação Copa do Povo, em Itaquera

Snowden revelou esquema dos EUA

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Organizações sociaisfazem campanha paraasilo a Snowden

Ex-ministro José Dirceu

EBC Memórias

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A Suprema Corte dos Es-tados Unidos decidiu nestasegunda-feira (30) que em-presas podem, por motivosreligiosos, negar a seus em-pregados o acesso gratuitoa métodos contraceptivos.É a primeira vez que o maisalto tribunal do país decideque, em nome da liberdadereligiosa protegida pelaConstituição, empregadorestêm o direito legal de imporcrenças a seus funcionários.Polêmica e inédita, a decisãopor 5 votos a 4 desobrigacertas corporações a parti-cipar de parte do Obama-

care, programa de saúde pú-blica do governo dos EUAcuja cobertura médica in-clui, por exemplo, o forne-cimento de pílulas anticon-cepcionais. Agora, os em-pregadores que não concor-darem com o uso de méto-dos contraceptivos poderãoficar isentos de pagar a taxarelativa ao governo federal— obrigando a Casa Brancaa encontrar outra maneirade providenciar acesso gra-tuito a mecanismos de pla-nejamento familiar para asfuncionárias desse tipo deempresa. (Opera Mundi)

Empregadores terão o direito legal de impor crenças a seus funcionários

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Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 mundo | 9

110 MIL FuGIRAM DA uCRâNIA PARA A RúSSIA DESDE O INíCIO DO ANO e mais de 54 mil deslocaram-se dentro do território ucraniano, anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Entre os que fugirampara a Rússia, apenas 9,5 mil pediram asilo a Moscou.

Cientistas de todo omundo pedem a suspensãode alimentos transgênicos.Em carta aberta assinadapor 815 pesquisadores de82 países, eles denunciamos problemas sociais, eco-nômicos e de saúde relacio-nados ao consumo e ao cul-tivo de organismos geneti-camente modificados.

Com 29 pontos, o docu-mento alerta para os perigosque os transgênicos repre-sentam para a segurança ali-mentar e a biodiversidade.O documento aponta aindaalternativas agroecológicascomo uma grande promessa

para a agricultura sustentávelnos países em desenvolvi-mento. Diversos estudos jáapontaram a relação entre oconsumo desses alimentos eo aumento nos casos de cân-cer e problemas reprodutivos.

Atualmente, no Brasil es-tão liberadas para fins co-merciais 36 variedades ge-neticamente modificadas demilho, feijão, soja e algodão.Em 2013, segundo estimativado Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE)os transgênicos representa-ram cerca de 54,8% de todaa área cultivada no Brasil.(Radioagência BdF)

Cientistas pedem o fim dos transgênicos e defendem alternativasagroecológicas

Transgênicos representam cerca de 54,8% da área cultivada no Brasil

Bachelart

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Sarkozy é de-tido por tráficode influência

O ex-presidente fran-cês Nicolas Sarkozy foichamado a depor naterça-feira (1º) sobre umcaso de suposto tráfico deinfluências e violação desigilo da investigação. Osagentes colocaram Sar-kozy sob custódia, umamedida inédita até entãopara um ex-presidente.

Jovem é queimada vivapor rejeitar casamento

Uma jovem de 18anos morreu no Paquis-tão, depois de ser quei-mada viva por um ho-mem que queriacasar-se com ela, masteve a proposta rejei-tada. O agressor foi de-tido e acusado. No anopassado, 869 mulheresforam mortas em crimesde honra.

EM FOCO

www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

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Nos EuA, contraceptivospoderão ser barradospor motivos religiosos

FRANÇA

PALESTINA

Agressor já foi detido

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• MúsicaFanfarra Black Clube

O que? Apresentação dabanda de black music Fan-farra Black Clube no LeãoEtíope do Méier, novo centrode cultura da zona norte.Onde? Praça Agripino Grieco, MéierQuando? Domingo (6)Horário? 16h20Quanto? Grátis

Tributo a Tom Jobim

O que? Apresentação deHamilton de Holanda e Ro-berta Sá, com a participaçãode Jaques Morelenbaun eda Orquestra de Ritmos,em homenagem a Viníciusde Moraes.Onde? Circo Voador, Ruados Arcos, LapaQuando? Quinta (3)Horário? 20hQuanto? R$30 ou R$15 eum quilo de alimento não -perecível

Samba, Jazz, Choro Baião na Feira doLavradioO que? Apresentação da ban-da Trio Choro Novo na tradi-cional feira do Centro do Rio.Onde? Rua do Lavradio, LapaQuando? Sábado (5)Horário? 16h30Quanto? Grátis

Jazz na Pedra do SalO que? Apresentação do sa-xofonista José Maria e GugaPellicciotti Trio.Onde? Pedra do Sal, RuaArgemiro Bulcão, 38 - LargoJoão da Baiana, GamboaQuando? Sábado (5)Que horas? 18hQuanto? Grátis

• TeatroO Quarto de Bianca O que? Peça retrata o reen-contro de Bianca, uma mu-lher de trinta anos, com acasa em que nasceu.Onde? Av.General OsvaldoCordeiro de Faria, 551, Ma-rechal HermesQuando?5, 6, 11 e 12 de julhoQue horas? 20hQuanto? R$10

• ExposiçãoBaía de Sepetiba eSanta Cruz em Buscade um Futuro Legal

O que? A exposição foto-gráfica mostra os contras-tes desse polo industrialaltamente poluente comum modelo de desenvol-vimento que não pensasua gente.Onde? Centro de Teatrodo Oprimido, AvenidaMem de Sá, 31 - LapaQuando? De 3 a 11 de JulhoQuanto? GrátisQue horas? 20hQuanto? Grátis

Call Me HeliumO que? Exposição sobre aobra "Call me Helium", deHélio Oticica em parceria

com os irmãos Andreas eomas Valentin.Onde? Centro Cultural dosCorreios, Rua Visconde deItaboraí, 20 – CentroQuando? Até 13 de julho,terças e domingosQue horas? Das 12h às 19hQuanto? Grátis

• LiteraturaO Grito dos

Poetas Descalços O que? Lançamento do li-vro "O Grito dos PoetasDescalços", que aborda,em poesias, a vida do mo-rador de rua.Onde? Livraria Largo dasLetras, Largo dos Guima-rães, Rua Almirante Alexan-drino 501 - Santa TeresaQuando? Sábado (19)Que horas? 16hQuanto? Grátis

• CinemaO Brilho

O que? Filme aborda a ques-tão da dependência químicae retrata a consciência emconflito de dependentes.Onde? Rua Capitão Cruz,923 - Cordovil (CASARTI)Quando? Sábado (5)Que horas? 18hQuanto? Grátis

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 10 | cultura

Um olhar que dá medo.Um comportamento osci-lante entre carinhos e de-safeto. Um ciúme desme-dido, que só pode ser sen-tido por ele mesmo. Ummix de sensualidade e ego-centrismo. Sabe de quemestou falando? Do galãavassalador de “Em Famí-lia”, que agora parece estarmostrando a que veio natrama: Laerte e sua ma-neira possessiva de amar.

Comecemos por Helena,que viu o galã destruir osonho do amor feliz no al-tar e marcar, para sempre,sua vida e de sua família.Eu pensava que os doisiriam se reencontrar comoamantes no presente. Eque essa seria a grandetrama “maneco” da vez.Mas agora Helena apontasuperar o fantasma queLaerte se tornou. O quenão significa estar livredele, já que a filha Luizacaiu na lábia doce do ra-paz.

Falando da vítima davez, Luíza já dá sinais dedesconfiança do ciúme ob-sessivo do noivo. Ele vemcontrolando a menina portelefone, na faculdade, ca-

çando confusão com o ex-namorado dela. A históriade 20 anos atrás parece serepetir. Luíza sofre porquea família desaprova seu ro-mance. Sofre por ir aospoucos percebendo que omoço tem sim um “jeiti-nho” duvidoso de amar. Seé que ele ama mesmo.

Na carona da mãe e fi-lha, estão Shirley e Lívia,já que Verônica está can-tando no galinheiro deCadu. Shirley é Laerte desaia. Botou na cabeça queo homem é dela e nãomede esforços por umamigalha de atenção. Líviaestá confusa diante do ga-lanteio do colega de tra-balho comprometido, masnão parece estar imune asua sedução. Acho que algovai rolar entre os dois, con-firmando mais uma vez omau-caratismo do galã.

Medo e raiva. É isso quesinto cada vez que vejoLaerte na novela. Medo desua cara de obcecado e dematador em série.  Raivade seus desmedidos dehomem mimado e ma-chista. Todo homem mi-mado é machista e porisso espero que Laerte te-nha um final típico de ga-lãs ao revés. Bem longede Helena e Luíza, as mo-cinhas da novela. Bem lon-

NOVELA | [email protected] CULTURAL

Joaquim Velade Belo Horizonte (MG)

Laerte: galã ao revés 

Luíza já dá sinais de desconfiança do ciúme obsessivo do noivo Laerte

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Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 cultura | 11

Era para ser um encontroentre amigos, mas a questãoé que grande parte deles erade músicos, sambistas, com-positores inspirados pelosvelhos espíritos que sempreguiaram o samba. Não pode-ria resultar em outra coisa.Hoje o Samba do Trabalha-dor realizado toda segunda-feira (sim, segunda!), noClube Renascença, no Anda-raí, se transformou em umdos maiores fenômenos cul-turais carioca. O sucesso étamanho que ressoou, inclu-sive, fora do Brasil. Já foi temade reportagem do famosojornal e New York Times ede uma importante revista ja-ponesa. O criador e o granderesponsável por isso é o mú-sico e compositor MoacyrLuz, um dos mais respeita-dos sambistas brasileiros,que essa semana concedeuuma entrevista exclusiva aoBrasil de Fato.

Brasil de Fato - Como surgiuo Samba do Trabalhador?Moacyr Luz - Eu frequen-tava esse clube, porque eraamigo do antigo presidente,Jorge Ferrais, que eventual-mente fazia algumas feijoa-das nesse espaço. Já gostavamuito desse lugar, porque éclube ligado às raízes negras,fundado há mais 60 anos.

Brasil de Fato - E porquedecidiram fazer na se-gunda-feira?Como todo músico, que tra-balha na noite, eu trabalhavatodo final de semana. Eraconvidado para festas e al-moços na casa de amigos,

mas a gente só chegava nodomingo a noite, quase nofinal. As histórias já tinhamsido vividas. Foi em umadessas que tivemos a ideiade fazer o samba para o tra-balhador músico. O que agente queria era chegaraqui, fazer uma comida, im-provisar uma música e ba-ter-bapo. E em pouco tempose converteu nesse fenô-meno inesperado.

Brasil de Fato - Como essesamba de amigos se trans-formou em uma das maio -res festas do samba ca-rioca?Aquela roda de samba, queera uma coisa quase caseira,quando começamos em2005, foi se transformandoem algo mais profissional.Pois começamos a ter umgrande número de pessoas,

cerca de 2 mil toda semana,isso exigia uma estrutura: se-gurança, funcionários, umasérie de licenças. E em 2006gravamos nosso primeiro CDe hoje já temos 10 discos.

Brasil de Fato - Você tam-bém já tinha uma trajetó-ria, inclusive parcerias commúsicos já reconhecidos.Claro. Trazia comigo umacarga de trabalho. Nessaépoca já tinha parceria como Martinho da Vila, músicagravada com Maria Bethâ-nia, Gilberto Gil, a Beth Car-valho, entre tantos outros.

Brasil de Fato - Em sua opi-nião, o que foi determi-nante para o sucesso doSamba do Trabalhador?As pessoas vinham muitodevido ao horário inusitado(segunda, às 15h) e tambémporque chegavam aqui e en-contravam uma realidademusical madura. O (sam-bista) Luiz Carlos da Vila e oWanderley Monteiro (da Por-tela) vinham muito aqui. En-tão toda essa nova geraçãodo samba passava por aqui.

Brasil de Fato - Hoje o Sam -ba do Trabalhador já seconfigura como um impor-tante movimento cultural,

como aqueles da dé-cada dos 60 e 70,algo já quase extintona Era da Internet. Oque você acha quecontribuiu para isso?Há um aspecto auto-ral nesse projeto. Nonosso último discotodas as músicas sãominhas. Os músicosque tocam aqui sãograndes composito-res e o público foi se

acostumando a escutar mú-sica nova. Essa proposta detrazer novidades e músicasautorais ajudou muito a se-dimentar o grupo e o pro-jeto. Foi assim tambémquando surgiu o Cacique deRamos, na época do JorgeAragão, do Zeca Pagodinhoe do Arlindo Cruz.

Brasil de Fato - Outro dife-rencial é a qualidade damúsica, que podemos dizersem medo de exagerar setrata de uma espécie de“biscoito fino para a massa”.Eu estudei muito o violão eoutros instrumentos. Porisso sempre tive a preocupa-ção de respeitar as harmo-nias musicais. Isso que de al-

guma forma foi somando, epúblico reage de forma dife-rente. Fazemos um esforçopara que cada abertura sejaum show a parte.

Brasil de Fato - Esse é umlugar que o trabalhadorvem para apreciar a boamúsica, mas acima de tudose divertir. Como unir essasduas coisas?Durante dois anos trabalha-mos muito duro para che-gar a esse produto final. Edurante esse tempo o Sam -ba do Trabalhador foi únicolugar que eu tocava. Se al-guém quisesse escutar mi-nha música tinha que viraqui. Inclusive faço umabrincadeira, mas muito malcomparando, com WoodyAllen, que toca clarinete to -da segunda-feira num bar deNova Iorque. Ele não vainem receber prêmios, quan -do o evento cai nesse dia dasemana. E hoje, 9 anos de-pois, todos os músicos da-qui têm trabalhos indivi-duais e o Samba do Tra- balhador ajudou muito aexpor esses novos talentos.Somos uma grande vitrinedo samba.

“Samba do Trabalhador ajudou a expor novos talentos”MÚSICA Sambista MOACyR Luz relembra as origens da roda de samba no Clube Renascença

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

“Essa proposta de trazer novidadese músicas autoraisajudou muito a sedimentar o grupo e o projeto______________

“Aquela roda desamba, que era umacoisa quase caseira,quando começamosem 2005, foi se trans-formando em algomais profissional______________

Moacyr Luz: “Somos uma grande vitrine do samba”

Pablo Vergara

Moacyr é cantor e compositor

Pablo Vergara

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Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 12 | opinião

Rafael Braga Vieira eraum morador de rua, queganhava a vida catandolatas. Foi preso no dia 20de junho de 2013, depoisde encerrada uma mani-festação no Centro do Riode Janeiro.

Como aconteceu no tér-mino de outros protestos,naquele dia houve quebra-quebra promovido por gru-pos de mascarados e a po-lícia efetuou prisões.

Entre os detidos estavaRafael Braga Vieira. Ele ti-nha consigo, além de latasde cerveja amassadas, comas quais buscava seu sus-tento, recipientes com res-tos do desinfetante PinhoSol e de água sanitária. Aocontrário dos demais, ficoupreso preventivamente.

No dia 2 de dezembroo juiz Guilherme SchillingPollo Duarte, da 32ª VaraCriminal, o condenou acinco anos e dez meses deprisão em regime fechado,por "porte de artefato ex-plosivo". Serviu como agra-

vante para a condenaçãoo fato de Rafael já ter sidocondenado duas vezespor roubo.

Segundo o magistrado,laudo pericial "atesta queuma das garrafas tinha mí-nima aptidão para funcio-nar como coquetel molo-tov". "O etanol encontradodentro de uma das garrafaspode ser utilizado comocombustível em incêndios,com capacidade para cau-sar danos materiais, lesõescorporais e o evento morte",afirmou o juiz. A Defenso-ria Pública recorreu.

Mas Rafael teria sidocondenado se fosse de clas-se média?

O desinfetante encon-trado em seu poder tem,de fato, álcool em sua com-posição. Aliás, como os de-mais produtos do gênerovendidos em supermerca-dos. Mas, daí a condenarquem o tem consigo porporte de "artefato explosivo"é evidente exagero.

Estamos diante de umbode expiatório. Para isso,nada melhor do que umhumilde morador de rua,catador de latas.

Semana passada, Rafaelcompletou um ano de prisão.Esperamos que esse aniver-sário não se repita e que ainjustiça de que foi vítimaseja reparada o quanto antes.

Wadih Damousé presidente da Comis-são da Verdade do Rio

Wadih Damous

um ano de prisão

A favela Indiana surge nadécada de 1940, vizinha aomorro do Borel, na Tijuca. Semqualquer apoio do poder pú-blico, as famílias que lá resi-dem vêm construindo, há maisde 70 anos, este território combastante trabalho duro e união.

Em 2012 começam a sofrerameaças de remoção pelaprefeitura: a Secretaria Mu-nicipal de Habitação pichaas portas das casas com asletras “SMH” indicando quesejam demolidas. Casas sãoderrubadas, lixo é acumulado,entulho é empilhado, pessoasadoecem. O motivo? A pre-feitura diz que a área é derisco por conta do rio Mara-canã. No entanto, laudo daGeoRio desmente o perigo.

Isto aponta a intenção daprefeitura que é favorecer asempreiteiras e a especulaçãoimobiliária. Neste processo,alguns moradores se mudarampara o Bairro Morar Carioca,

em Triagem. Cerca de 400 fa-mílias permanecem no local,e a maioria que não aceitousair vem sofrendo com a co-vardia que a Prefeitura pratica.

Porém com o apoio da de-fensoria pública, estes mora-dores conseguiram uma limi-nar obrigando a paralisaçãodas demolições e a retiradados entulhos. Em retaliação,a Prefeitura parou a entregade apartamentos do MorarCarioca alegando que foi im-

pedida pela liminar, o que ge-rou conflitos entre os mora-dores. Mas, na decisão da jus-tiça, nada impede a entregadas chaves.

A resistência das famíliasresultou na criação da Co-missão de Moradores Contraa Remoção da Indiana. InêsFerreira, técnica agente co-munitária de saúde e mora-dora do local relata: “Passa-mos a sofrer com diabetes,depressão, pressão alta. So-mos trabalhadores. Construí-mos nossas casas com suor,sangue e lágrimas. Não podemnos expulsar daqui. Seguimosorganizados na luta pela mo-radia”. A Indiana resiste e per-manece firme na defesa doterritório em que construíramsuas histórias.

Angelo Storino Barcellose Daniel Samam

integram o Núcleo Socialista da Tijuca

Angelo Storino Barcellos e Daniel Samam

Prefeitura planta discórdia, mas a Favela Indiana resiste

Pedro Nattan

“Sem apoio do poderpúblico, as famíliasvêm construindo, há mais de 70 anos,este território com trabalho duro e união______________

• “Estamos diante deum bode expiatório.Para isso, nada me-lhor do que ummorador de rua, ca-tador de latas_____________

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Em agosto de 2010 o TST (Tribunal Superior doTrabalho) publicou a orientação jurisprudencial n°.400 que exclui da base de incidência do IR (Impostode Renda) os juros de processos trabalhistas, devidospela demora no pagamento do crédito do trabalhador— os chamados “juros de mora”. A razão disso ésimples: os juros são devidos como indenização peloatraso no pagamento do direito e, portanto, não têma natureza de “renda”, sobre a qual o IR se aplica.

Nem todos os juízes aplicam essa orientação eainda hoje há execuções de processos trabalhistasnas quais o reclamante vitorioso paga mais impostode renda do que deveria.

Portanto, quem tem ação trabalhista em cursofique atento: o cálculo do desconto do Imposto deRenda não pode incluir o montante devido a títulode juros de mora.

Isso vale também para os valores recebidos de pro-cessos trabalhistas nos últimos cinco anos. É precisoprocessar a União e obter de volta o imposto pago in-devidamente. No entanto, o STJ (Superior Tribunalde Justiça), o competente para decidir em matériatributária, limitou o direito de devolução somente àsduas hipóteses: (I) somente sobre as parcelas docrédito cuja natureza seja indenizatória (por exemplo,valores pagos a título de danos morais); ou (II) sobrequalquer tipo de parcela desde que tenha havido res-cisão do contrato de trabalho.

Fique atento e procure seu sindicato ou o advogadode sua confiança.

Thiago Barison é advogado trabalhista e previdenciário

1. Cozinhe as batatas demodo que ainda fiquemfirmes para cortar em ro-delas grossas2. Coloque em uma forma,uma rodela um pouco so-bre a outra3. Depois frite o alho pi-cadinho em um frigideiracom azeite até ficar um

pouco dourado4. Salpique o sal sobre asbatatas e despeje espa-lhando o alho frito com oazeite sobre as batatas5. Se preferir coloque umpouco de orégano6. Leve ao forno até dourarlevemente

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 variedades | 13

Batata assada com alho e azeiteModo de preparo

NOSSOS DIREITOSBOA E BARATA | Por Elizabeth de Oliveira

Pagamento de Imposto de Renda em processos trabalhistas

Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para [email protected]

Rep

rodu

ção

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Ingredientes1 kg de batatas médias cozidas inteiras, sem casca6 dentes de alho grandespicadinhos

5 colheres de azeiteSal a gostoOrégano

A tuberculose é umadoença transmitida pelasvias aéreas e provocadaem grande parte dos casospela bactéria Mycobacte-rium tuberculosis (tambémconhecida como bacilo deKoch). A doença afeta prin-cipalmente os pulmões epode atingir outros órgãosdo corpo como rins, me-ninges e ossos.

Ela tem como principaissintomas emagrecimentoacentuado, tosse com ousem secreção por mais detrês semanas, febre baixageralmente à tarde, sudo-rese noturna, cansaço ex-cessivo, falta de apetite,palidez e rouquidão. O tra-tamento, que pode durarseis meses ou um ano, é

feito à base de antibióticos.Uma das dificuldades nocombate à tuberculose é afalta de adesão ao trata-mento. Isso acaba por pro-vocar o desenvolvimentode uma forma da doençaresistente aos medicamen-tos, conhecida como tuber-culose multirresistente.

A tuberculose é uma dasdoenças infecciosas que

mais leva a óbitos de adultosno mundo, tornando-se umsério problema de saúdepública. Somente no Bra-sil, são registrados anual-mente 72 mil novos casosda doença e 4,6 mil óbitosem decorrência dela. A Fio-cruz tem ampla atuação nocampo de estudos, preven-ção, tratamento e diagnós-tico da tuberculose.

Por Valéria Rolla, do Instituto de Pesquisa Clínica EvandroChagas (Ipec/Fiocruz)

Atenção aos sintomas da tuberculose

NOSSA SAÚDE

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Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 14 | variedades

É importante que conclua seus em-preendimentos, você pode tender aempregar suas energias de um modoimpensado. Também é possível queesteja muito agitado. Inclua a palavra“descanso” no seu vocabulário.

É importante que procure descobrir oscomportamentos que irritam as pes-soas, pois pode nem ter noção disso.Com um pouco de diplomacia, conse-guirá ter uma imagem mais realista desi e encontrar a harmonia interior.

Está criativo e com bom senso estético,apenas precisa ter a devida disciplinapara poder aproveitar essas qualidades.Também pode estar hipersensível e seofendendo muito facilmente, portanto,observe-se.

Tendência para ataques de cólera eteimosia, achando que ninguém oentende. Apesar disso, exige que aspessoas sigam seus conselhos.Torne-se um pouco mais aberto, ajacom mais moderação e seja maissensato.

Há dificuldades em expressar suas insa-tisfações às outras pessoas. Também épossível que seus pensamentos sejamexcessivamente influenciados pelossentimentos. Não gaste seu tempocom excessiva pena de si mesmo.

O seu temperamento alegre e levedeve ajuda-lo na profissão, pois nãolhe custa adaptar-se a sistemas de tra-balho estereotipados. A fase tambémé favorável à independência, pois hágrande senso empreendedor.

Pode haver obsessões emocionais, im-possibilitando relações íntimas felizesnesta fase. O desejo de receber carinhoe afeição pode ser frustrado por sempreescolher um companheiro incapaz desatisfazer tal ânsia.

Há certa tendência a depressões e au-todestruição, ou seja, a aversão interiora tudo que torna a vida mais leve. Poroutro lado, está ambicioso e disposto aempenhar muita energia na realizaçãode seus objetivos.

Sente-se tentado a viver de um modo in-tenso e precisa controlar o desejo de rea-lizar seus objetivos à força. Como existeuma vontade muito forte, observe-separa não se sentir ofendido quando nãoquiserem fazer suas vontades.

Por causa da sua necessidade de liber-dade e independência, custa-lhe muitoassumir relações fixas. Poderia tentarser mais paciente e disposto a acordos,pensando mais a longo prazo, isso evi-taria alguns acidentes.

Destaca-se por sua responsabilidade,conseguirá obter um cargo profissionalque lhe trará boa fama. Deveria apenasficar um pouco mais aberto e dispostoa conhecer ideias novas, em compa-nhia de pessoas distintas.

Seu subconsciente pode carecer demais realismo. Você tende a viver nummundo fantástico e ilusório para nãoencarar as exigências da vida real. Cui-dado para não ficar hipersensível e sedeixar magoar facilmente.

HORÓSCOPO

Keka Campos, astróloga • [email protected]

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O Brasil enfrenta a sele-ção colombiana, na sexta(4), às 17h no Castelão, emFortaleza. Não basta ter oartilheiro da Copa, o meiaJames Rodriguez, a Co-lômbia tem apresentadotambém o futebol mais vis-toso da competição, combom toque de bola e parti-cipação de excelentes jo-gadores como Zuñiga eCuadrado. Uma saídapara o Brasil é fazerNeymar cair pelo ladodo zagueiro Yepes,que tem 38 anos eleva desvantagemna velocidade.

As vaias ao hino chilenopor parte da torcida brasi-leira em Belo Horizonte fo-ram, para além da péssimaatuação da seleção, maisum destaque negativo noconfronto entre Brasil e Chi-

le, pelas oitavas de final.Além de demonstrar um

profundo desrespeito porum símbolo nacional chi-leno, – algo que não gos-taríamos que acontecesseconosco em outros paí-

ses –, torna ainda mais evi-dente que aquilo que fre-quenta os estádios da Copaem jogos da seleção não éa verdadeira torcida bra-sileira, que, além de cordiale educada, sabe torcer.

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Falta de respeito•

Pelas quartas de final ha-verá o primeiro grande clás-sico da fase de mata-matana Copa. Serão quatro tí-tulos mundiais em campo

no jogo entre França e Ale-manha, na sexta (4), às 13hno Maracanã.

Os franceses chegammenos desgastados após

ven cerem os nigerianos por2 a 0 no tempo normal, en-quanto os alemães suarampara vencer os argelinos naprorrogação por 2 a 1.

Clássico no Maraca

A FIFA exagerou na pu-nição a Luisito Suárez,pela mordida em GiorgioChiellini na partida entreUruguai e Itália, pela terceirarodada da fase de grupos.

Além de multa, a enti-dade aplicou uma suspen-são de nove jogos oficiaispela seleção uruguaia, cas-sação imediata da creden-

cial do atacante na Copa,motivo que o impediu desequer almoçar com a de-legação, e banimento dequatro meses do futebol,sem nem ao mesmo po-der frequentar estádios.

Suárez merecia al-gum gancho, masvindo de quem vem,é de se desconfiar.

Punição a Suárez

Sem dúvida, a seleção daArgélia marcou época. Alémde se classificar às oitava definal pela primeira vez nahistória das Copas, fez jogoduríssimo contra a poderosae favorita Alemanha, perden-do apenas na prorrogaçãopelo placar de 2 a 1.

A única questão que tirouo treinador Vahid Halilhodzicdo sério foram as insistentesperguntas sobre a preparaçãoda Argélia para o confronto

com os alemães durante oRamadã – período de jejumdos muçulmanos – que co-meçou no último sábado.

Deu pra ver que não houvejejum que atrapalhasse osargelinos, que buscavam vin-gar a eliminação em 1982após o “jogo da vergonha”, noqual os alemães venceram osaustríacos por 1 a 0, tocandoa bola de lado porque o re-sultado classificava as duasseleções.

Argélia e o Ramadã

A seleção da Costa Ricanão é favorita diante dapoderosa Holanda, deRobben e Van Persie. Mas,sem dúvida, foi quem an-gariou maior simpatia demuitos brasileiros, dentretodas as seleções.

Esta é a aposta da CostaRica. Contar com a torcidapode ser um fator decisi-

vo. E o time nãoé ruim.

E a respon-sabilidade étoda da Ho-landa, poispara os costar-riquenhos a históriajá foi feita. É o melhor de-sempenho em Copas daCosta Rica. Pela primeira

vez a sele-ção chega a

esta fase, o melhordesempenho anterior fo-ram as oitavas de final em1990, na Itália.

Costa Riquíssima!•

Perigo colombiano

Copa: O quejá rolou?

Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014 esporte | 15

O quevai rolar?

Divulgação/Portal da Copa

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Page 16: Brasil de Fato RJ - 057

Com cada vez menos di-rigentes da CBF na GranjaComary, a comissão técnicae o assessor de imprensatêm respondido ao pelotãode jornalistas que cobre apreparação do Brasil naCopa. São 700 profissionaiscredenciados.

Felipão chamou de formarepentina seis jornalistas queele considera “mais próxi-mos” mas que, além da in-terlocução com o treinador,

pertencem a veículos degrande influência.

Foram Juca Kfouri e Pau-lo Vinícius Coelho (Folha/UOL/ESPN Brasil), FernandoFernandes (TV Bandeiran-tes), Oswaldo Paschoal (FoxSports) e Luiz Antonio Prós-peri (O Estado de São Pau-lo). Cerca de 20 minutosapós o início da conversafoi chamado o representantedo jornal O Globo, CarlosEduardo Mansur.

No papo, Felipão falou docomplô da arbitragem contrao Brasil, disse que Neymar eiago Silva estão sentindo a

pressão pelo título, que se ar-repende de um dos 23 convo-cados para a Copa e deu pistassobre mudanças no time.

As especulações se inten-sificaram e o “resto” da im -pren sa não poupou críticas àpostura da comissão técnica.Dentre estas, a exposição des-necessária das duas referên-cias técnicas da equipe.

Neste clima, o Brasil en-frenta a Colômbia pelas quar-tas de final, na sexta-feira (4)às 17h, no Castelão, em For-taleza, tendo como desfalqueapenas o volante Luiz Gus-tavo, suspenso.

FIChA TéCNICA

XBrasil Colômbia

Castelão – Fortaleza/CE – 17h – 04/07 – sexta-feira

16 | esporte Rio de Janeiro, 3 a 9 de julho de 2014

Brasil 1 (3)

Quartas

Final

Oitavas Oitavas

Quartas

SemifinaisSemifinais

Quartas

Disputa do 3º lugar

Brasil

Colômbia

França

Alemanha

Argentina

Bélgica

Chile 1 (2)

Colômbia 2

uruguai 0

França 2

Nigéria 0

Alemanha 2

Argélia 1

holanda 2

México 1

Costa Rica 1 (5)

Grécia 1 (3)

Argentina 1

Suíça 0

Bélgica

Estados unidos

FASE FINAL DA COPA DO MuNDO 2014

Isolado e sob pressão, Felipão apelaà “mídia amiga” e revela problemasCOPA DO MUNDO Dirigentes da CBF são cada vezmais raros na Granja Comary

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Ricardo Stuckert

Felipão deu sinais de que a comissão técnica está perdida diante da pressão

Costa Rica

holanda

Quartas