brasil de fato rj - 053

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A revolta das costureiras da Duloren no Rio QUEM VÊ AS BELAS ROUPAS ÍNTIMAS DA FAMOSA MARCA DULOREN não imagina as condições de trabalho a que são submetidas as operárias de sua mais importante fábrica, localizada em Vigário Geral, no Rio de Janeiro. Nesta reportagem, as trabalhadoras quebram um silêncio de 20 anos. Pesquisa mostra que a bebida tem “frutas de menos” e não é recomendada a crianças Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 | ano 2 | edição 53 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatorj O Brasil de Fato apresenta sugestões para quem quer que o esporte não fique só nas partidas de tevê cultura | pág. 11 cidades | pág. 5 entrevista | pág. 4 brasil | pág. 8 “Fifa nunca tomou medidas drásticas contra racismo” O historiador Joel Rufino comenta os recentes crimes raciais no futebol Divulgação esporte | pág. 15 Veja os favoritos ao título da competição, apesar das surpresas que podem surgir Quem pode levar a Copa do Mundo? Marcelo Camargo Sucos de caixinha não passam em teste Divulgação Pablo Vergara Pablo Vergara O futebol na vitrola e no vídeo Pablo Vergara

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A revolta das costureirasda Duloren no Rio

QUEM VÊ AS BELAS ROUPAS ÍNTIMAS DA FAMOSA MARCA DULOREN não imagina as condições de trabalho a que são submetidas as operárias de sua maisimportante fábrica, localizada em Vigário Geral, no Rio de Janeiro. Nesta reportagem, as trabalhadoras quebram um silêncio de 20 anos.

Pesquisa mostra que a bebida tem “frutas de menos” e não é recomendada a crianças

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 | ano 2 | edição 53 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatorj

O Brasil de Fato apresenta sugestões para quem querque o esporte não fique sónas partidas de tevê

cultura | pág. 11

cidades | pág. 5

entrevista | pág. 4 brasil | pág. 8

“Fifa nunca tomoumedidas drásticascontra racismo”O historiador Joel Rufino comenta osrecentes crimes raciais no futebol

Divulgação

1 | mundoesporte | pág. 15

Veja os favoritos ao título da competição, apesar das surpresas que podem surgir

Quem pode levar a Copa do Mundo?

Marcelo Cam

argo

Sucos de caixinhanão passam em teste

Divulgação

Pablo Vergara

Pablo Vergara

O futebol navitrola e no vídeo

Pablo Vergara

No Rio de Janeiro, há 40anos mulheres trabalhado-ras eram assediadas dia-riamente nas fábricas ondese produzem peças íntimasdo vestiário. Foi assim nafábrica de soutiens De Mil-lus, quando nos anos 70elas eram submetidas a re-vistas vexatórias no fim doexpediente.

Agora, em pleno 2014, ahistória se repete. Desta vez,na Duloren, em Vigário Ge-ral, onde se fabricam linge-ries, soutiens e calcinhas.Lá, sob quase total silênciodos meios de comunicação,mulheres trabalhadoras sãoobrigadas a se submeter arevistas vexatórias.

Os proprietários da fábrica

adotam expedientes repul-sivos colocando em dúvidaa honra das trabalhadoras,o que não se pode admitir.Afinal de contas, quandouma trabalhadora é admitidana fábrica, ela automatica-mente é considerada com-petente para o exercício daprofissão e com valores éti-cos. Não é possível que todasas trabalhadoras sejam con-sideradas culpadas por seuspatrões até provarem quesão inocentes.

Nesse sentido, é necessárioque os movimentos defen-sores de trabalhadores e osmovimentos feministas pro-testem com veemência con-tra essa prática repulsiva.Essa filosofia de ação, sem

dúvida, é medieval, incom-patível com os dias atuais.

É preciso que o Ministériodo Trabalho seja informadodo que está acontecendo eadote providências legaiscom o objetivo de poupar astrabalhadoras dessa prática.

Silenciar sobre o fato étambém uma forma de com-

pactuar com o desrespeitoaos direitos humanos pra-ticado pelos proprietáriosda fábrica Duloren. Denun-

ciar isso e exigir providên-cias das autoridades é naverdade também preservaros direitos humanos.

As forças populares devemcultivar uma concepção am-pla da luta de classes. Issocoloca o desafio de reafirmaruma estratégia de mudançasprofundas na sociedade e aomesmo tempo combinar fir-meza ideológica com flexi-bilidade na tática. O pontode partida certamente é fazera análise consistente da si-tuação concreta e aprendercom o legado histórico daslutas e movimentos de rei-vindicação popular.

Uma concepção ampla daluta política significa reco-nhecer que a arena da luta

de classes se caracteriza portrês dimensões: a luta social,ideológica e institucional. UmProjeto político de naturezademocrática e popular devecombinar as três dimensõespara avançar na construçãode hegemonia na sociedade.Além disso, a política é defi-nida pelo fator força socialde massas: a luta ideológicae a luta institucional devemestar subordinadas à luta so-cial. Ou seja, a batalha deideias e a disputa das insti-tuições da sociedade bur-guesa só fazem sentido naperspectiva do fortalecimen-

to das lutas populares e con-sequente construção de umaforça social de massas. Atual-mente esse desafio está co-locado no Brasil.

Estamos diante de umaconjuntura em que as eleiçõespresidenciais, enquanto parteda luta institucional, ganhaextrema importância. Diantedo atual cenário eleitoral, ain-da encontramos posições queignoraram a correlação deforças da luta política no Brasile na América Latina.

Ignorar as experiências degovernos progressistas e po-pulares como é o caso da Ve-nezuela, da Bolívia e do Equa-dor. E mesmo Cuba têm o go-verno Dilma como importanteponto de apoio. Por isso, paraserem condizentes com uma

análise concreta de uma si-tuação concreta, os partidosde esquerda, durante as elei-ções, deveriam estar fortale-cendo a candidatura de Dilma.Mesmo sabendo que o neo-desenvolvimentismo em cursonão é uma alternativa popular.

É tarefa das forças popu-lares propagandear o querealmente está em jogo noBrasil e na América Latina.A disputa com as forças neo-liberais nas eleições de 2014será acirrada. O que não de-vemos, de alguma forma, éjogar água no moinho da res-tauração neoliberal.

editorial | Brasil

Eleições presidenciais e o papel do esquerdismo

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 02 | opinião

• Ed

Para anunciar:

Redação Rio:[email protected]

• Ed

CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO : Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, JoaquínPiñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito GiannottiEDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTER: André Vieira, Bruno Porpetta e Fania RodriguesREVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo VergaraADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO:Stefano Figalo

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e em nosso estado.

(21) 4062 7105

Duloren fere direitos humanos das mulhereseditorial | Rio de Janeiro

“Revista vexatória é, sem dúvida, algo medieval, incompatível com os dias atuais.________________

“É tarefa das forças populares propagandear o que realmente estáem jogo no Brasil e na América Latina________________

Pedro Nathan

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facebook.com/brasildefatorj

José Mauricio Nolasco, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, apontou em relatório que o ex-governador SérgioCabral deixou um prejuízo de R$ 7 bilhõesnas contas do estado. Isso é um tiro no péda candidatura de Pezão!

Neymar arrebentou nos 4 a 0 da seleçãocontra o Panamá. Fez gol de falta, deu passede calcanhar para o gol de Hulk, arriscouuma bicicleta, aplicou lençol e caneta noszagueiros. Sobrou até pro juiz! Mostrou estarem boa forma física para a Copa.

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 geral | 3

mandou mal

mandou bem

Foi aprovada, na última terça-feira (3), a versão final doPlano Nacional de Educação (PNE) para os próximos 10 anos.Após três anos de tramitação, o texto segue para sanção dapresidenta Dilma Rousseff.

"Acusam a gente de transformar aeroporto em

rodoviária. Antigamente,avião era transporte da elite, disse a presidenta Dilma Rousseff.

frase da semana

PROJETO DOS 10% DO PIB (SOMA DE TODAS AS RIQuESAS PRODuzIDASNO PAíS) PARA EDuCAçãO vIRA LEI

!!

Doe sangue, salve vidas!O Banco de Sangue (Hemonit) do Hospital Universitário AntonioPedro encontra-se com seu estoque muito baixo. O hospital é respon-sável por atender os municípios de Niterói, São Gonçalo, Rio Bonito,Itaboraí, Tanguá e Maricá. Você que tem entre 18 e 68 anos e está bemde saúde, doe sangue. Basta levar documento de identidade originalcom foto, não estar em jejum e ter dormido bem à noite. O serviçofunciona de 8 as 12h, de segunda a sexta-feira, no andar térreo à ruaMarques de Paraná, 303, centro, Niterói.

Os metroviários, trabalhadores que atuam na concessionária METRÔRIO, vãorealizar uma assembleia nesta quinta-feira (5).É provável que seja aprovado o “estadode greve” da categoria. Os trabalhadoresinformam que o METRÔRIO é a concessionáriaque paga o menor salário de todas asempresas que operam metrô no país.

se liga!

www.issuu.com/brasildefatorj

Leia o jornalBrasil de Fato RJ

na WEB

No ano em que o Brasilrecebe a Copa do Mundo daFifa, novos casos de racismono futebol continuam sur-gindo. Episódios que muitasvezes não recebem a atençãonecessária por parte de go-vernos e entidades esporti-vas. O Brasil de Fato RJ en-trevistou o professor e escri-tor Joel Rufino, um dos maio-res especialistas no debatesobre os direitos da popula-ção negra. Confira suas aná-lises sobre o racismo nomundo da bola.

Brasil de Fato - Como o se-nhor avalia o racismo nofutebol?Joel Rufino - O futebol setornou um dos negóciosmais rentáveis do mundo.Os clubes europeus dis-putam aqueles campeona-tos a ferro e fogo, como sefossem batalhas, e nessesmomentos de grande com-petição o racismo é colo-cado pra fora. Em épocasde paz, sem competitivi-dade, o racismo existe, masestá escondido, a pessoatem vergonha de ser racis-ta. Quando a competiçãose acirra, como nesse fute-bol de hoje, a pessoa perdea vergonha de ser racista, demaltratar o outro.

Brasil de Fato - A CBF lan-çou em 2014 a campanha“Somos Iguais”. O senhoracredita nas ações da Fifae de suas confederações nocombate ao racismo?Eu acho muito difícil a Fifa

ser sincera em alguma coi-sa. Não acredito. Pode serque ela seja também, temosque dar o benefício da dú-vida. Mas uma instituiçãocom a riqueza da Fifa, com

o poder de entrar nos paísese fazer o que quiser, de dis-tribuir dinheiro, como éque pode uma instituiçãodessa combater o racismo?Não sei como. Por exemplo,faz tempo que podiam to-

mar medidas drásticascontra a demonstração deracismo. Nunca tomaram.Aqui mesmo na Américado Sul, houve o caso doPerú, que xingaram umjogador brasileiro numjogo, em Lima. Esse timecontinua na liga, não pu-seram pra fora. Os juízeslevam o jogo até o fim porinstrução das federações,embora a regra seja clara.Em caso de demonstraçãode racismo os juízes po-dem parar o jogo, mas elesnão param. Levam o jogoaté o fim, mandam a polí-cia atrás do cara, às vezesnem isso. Na prática elesnão fazem nada. (Joel serefere ao jogo entre Cru-zeiro e Real Garcilaso emfevereiro de 2014. Partida,na qual o jogador do timemineiro Tinga pegava nabola e a torcida adversáriaimitava sons de macaco).

Brasil de Fato - E duranteo mundial de futebol?Nessa Copa que vai ter aquino Brasil, se houver demons-tração de racismo por partedos torcedores ou dos joga-dores em campo, você acre-dita que a CBF e o governobrasileiro vão tomar algumamedida? Você acredita? Não,eles não vão porque eles vãoquerer continuar a Copa. Oimportante para eles é a Copa.

Brasil de Fato - Em umapartida contra o Villareal

em abril deste ano, o lateraldo Barcelona Daniel Alvescomeu uma banana arre-messada no gramado. Parao senhor, o que representaesta atitude?Pode ser um plano de mar-keting, mas até que provemo contrário foi um gesto es-pontâneo e antirracista. Abanana que é símbolo domacaco, portanto é um sím-bolo racista, foi comida porele e aquilo vai se transformarem merda. Tudo o que vocêcome se transforma em mer-da. Eu achei muito bonito,eu gostei disso. Acho que foium anti-gesto, um anti-sím-bolo. Comeu a ofensa etransformou ela em merda.

Brasil de Fato - Como de-vemos enfrentar o racismo?Eu acho que tem que reagir,essa é a primeira coisa.Qualquer ato de racismocontra uma pessoa tem queter uma reação, ou da pró-pria pessoa ou de quem tiverao lado. Isso de alguma ma-neira é pedagógico. Não épela punição em si, mas en-sina que o racismo é umcrime. A segunda é apoiaras ações afirmativas do go-verno, seja qual for. Vê semuda esse quadro de au-sência de profissionais ne-gros. O problema é estru-tural. Se é preconceito, euposso citar aqui número demedidas que se pode tomar.Se é o racismo, que é estru-tural, é muito mais sério,demanda muito mais esfor-ço de todos, das organiza-ções, dos sindicatos. É pre-ciso organização para fazerreformas de base. Pressão,luta, ir para as ruas.

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 4 | entrevista

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

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“Fifa nunca tomou medidasdrásticas contra o racismo”COPA DO MUNDO O historiador Joel Rufino conta suas impressões sobre os recentes crimes raciais no futebol

Pablo Vergara

Rufino: “Para enfrentar o racismo devemos apoiar ações afirmativas” “Em caso de demonstração de racismo os juízespodem parar ojogo, mas eles não param_______________“Qualquer ato de

racismo contra umapessoa tem que teruma reação, ou daprópria pessoa ou dequem tiver ao lado_______________

Quem vê as belas roupasíntimas da famosa marca Du-loren, não imagina as con-dições de trabalho a que sãosubmetidas as operárias desua mais importante fábrica,localizada em Vigário Geral,no Rio de Janeiro.

Humilhação, más condi-ções de trabalho, baixos sa-lários, excesso de trabalho eperseguição. Essas são algu-mas das queixas das mais de3 mil costureiras que traba-lham no edifício de 6 pisos,da principal linha de produ-ção da Duloren. “Costuroaqui há 29 anos e nos últimosanos só perdemos benefícios.Há 10 anos, nosso salário eraigual ao dos motoristas deônibus. Hoje eles ganhamR$ 1.950 e nós R$ 835”, contaAdriana, de 56 anos.

As trabalhadoras que re-cebem 100 reais de cesta bá-sica, além de considerarema quantia insuficiente, ale-gam que o chefe faz de tudopara eliminar o benefício.“Em caso de doença, se agente pegar atestado por

mais de três dias, perdemoso direito à cesta básica”, relataa costureira Silvana, de 38anos, que trabalha há 4 anos,na empresa.

Outras denúncias são oexcesso de trabalho e a difi-culdade em receber a comis-são sobre as peças produzi-das. “Nós trabalhamos commeta de produção estabele-

cida pelo patrão e ganhamosum bônus de 150 reais men-sal. Por exemplo: tenho queproduzir todos os dias 40 lotesde roupa. Posso bater a metadurante 29 dias, mas se noúltimo dia do mês não atingiressa marca, perco tudo, ouseja, basta um dia para nãoreceber o bônus de produção,

que já é muito baixo”, desa-bafa Carla, de 32 anos. Elafoi uma das 2 mil operáriasque participaram nos dias 13e 14 de maio de uma greve, aqual, pela primeira em 20anos, paralisou a produçãode uma das maiores marcasde lingerie do Brasil.

“Estamos cansadas detanta humilhação, persegui-

ção e punição por qualquercoisa. É comum encontrarmeninas chorando no ba-nheiro. Trabalhamos em umclima de terror e algumasnão aguentam a pressão. Issoquando podemos ir ao ba-nheiro, porque com esse rit-mo de trabalho não dá temponem de tomar água. Mas de-pois da paralisação que fi-

zemos, o patrão começou arespeitar melhor a gente”,destaca Marcela, de 35 anos.

“A gota d’água que mo-tivou a greve foi a humilha-ção sofrida por uma colega,proibida de entrar com suabolsa transparente, onde le-vava seus pertences e umpão para tomar café da ma-nhã”, conta Adriana.

Operárias da fábrica da Duloren quebram o silêncio de 20 anos e falam sobre as difíceis condições de trabalho

Trabalhadoras também pedem aumento salarial de 20%

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 cidades | 5

As trabalhadoras têmsuas bolsas revistadas naentrada e na saída da fá-brica, o que é proibido porlei. Em algumas linhas deprodução, elas relatam in-clusive a revista íntima.“No setor onde trabalhotemos que colocar e retiraro uniforme na frente da se-gurança. Ela fica no ves-tiário observando a gente”,

revela Josiane, de 40 anos.A coordenadora geral da

Casa da Mulher Trabalha-dora, Eleutéria Amora daSilva, afirma que “a revistaíntima disfarçada é umaprática comum nas fábricasde roupas. Temos recebidomuitas denúncias, só esseano foram cinco de operá-rias da Duloren”, ressalta.Uma das conquistas da gre-ve foi o fato de poder entrarcom bolsinhas transparen-tes. Outras reivindicações,

como aumento salarial de20% e melhores condiçõesde trabalho ainda estãosendo negociadas com odono da fábrica, o empre-sário Roni Argalji. A Dulo-ren foi procurada pela re-portagem, mas até o finalda edição não tinha res-pondido as críticas feitaspelas operárias.

*Os nomes das trabalha-doras citadas nesta repor-tagem são fictícios, pois te-mem represália.

A revolta das costureiras

Trabalhadoras têm suas bolsas revistadas, o que é proibido por lei

Fabrica em Vigário Geral é a mais importante da empresa Duloren

•do Rio de Janeiro (RJ)

Costureiras denunciam revista íntima

“Há 10 anos, nosso salário eraigual ao dos mo-toristas de ôni-bus. Hoje elesganham R$ 1.950e nós R$ 835_____________

Pablo Vergara

Pablo Vergara

EDITAL

AVISO DE ESTADO DE GREVEO SINDICATO DOS SERVIDORES DAS AUTARQUIAS DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL E ENTI-DADES COLIGADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, inscrito no CNPJ sob o nº40.320.061/0001-50, com endereço à Rua Álvaro Alvim, nº 37, 8º andar, Sala 812, Centro, Riode Janeiro, por seu Presidente infra-assinado, Sr. José Walter Alves Junior, no cumprimentodo que determinam o art. 3º, parágrafo único e art. 13 da Lei 7.783/89, NOTIFICA ao CON-SELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, com sede à Av. Pre-sidente Vargas, 502, Centro, Rio de Janeiro RJ, os Profissionais da enfermagem e o públicoem geral de que, nos termos da deliberação da Assembléia realizada no dia 03/06/2014, foiDECRETADO ESTADO GREVE dos seus funcionários lotados na Capital e subseções, a partirda 00h00 nos dias 10 e 11; 16 e 17; 24 e 25 de junho de 2014, estando este Sindicato, tambémpor deliberação da mesma Assembléia, autorizado a convocar a PARALISAÇÃO no prazolegal a contar da data da publicação do presente Edital. O ESTADO DE GREVE ora decretadofundamenta-se no fato gerador da negativa da diretoria do COREN-RJ,nas negociações doacordo coletivo 2014/2015, em ofertar condições que minimamente reduzam a notória de-fasagem salarial da categoria e a melhoria dos demais benefícios.

Rio de Janeiro, 05 de junho de 2014.

José Walter Alves JuniorPresidente

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 6 | brasil

Em briga de maridoe mulher, se mete a co-lher sim. Esse é o espí-rito da campanha “Euligo 180”, lançada na se-mana passada, pelo go-verno federal, para es-timular denúncia deviolência de gênero emtodo o país. O pacoteda campanha inclui fil-mes e merchandisingem TV, anúncio em rá-dio, jornais, internet,outdoors, além de pai-néis em metrôs, para-das de ônibus e outrosespaços públicos. Tam-bém contou com a par-ticipação voluntária dasatrizes Luana Piovani eSharon Menezes.

A enorme exposiçãojá começou a dar resul-tado. “Em menos de 15dias, aumentamos em40% o número de de-núncias”, revelou a mi-

nistra Eleonora Meni-cucci, da Secretaria dePolítica para as Mulhe-res da Presidência daRepública. A ministrainformou que os casosdenunciados incluemviolência doméstica, as-sédio, agressões físicas,tortura psicológica e es-tupros. “Vamos traba-lhar esses dados parater uma ideia do qua-dro”, acrescentou.

A novidade da cam-panha fica por contada criação de um apli-cativo para celular, o“Disque 180”, dispo-nível gratuitamente.

Além de permitir o re-gistro de denúncias, oserviço traz orientaçõessobre o que é a violên-cia contra a mulher, arede de atendimentoespecializado, informa-ções sobre a Lei Mariada Penha, entre outros.“Esse dispositivo servepara que não apenasas vítimas da violência,mas os amigos e fami-liares da vítima possamdenunciar e buscarajuda”, explica a sena-dora Vanessa Graziotin(PCdoB-AM), procura-dora dos direitos da mu-lher no Senado Federal.

Segundo governo federal, resultado se deu após início dacampanha nacional “Eu ligo 180”

Denúncia de violência contramulheres aumenta 40%

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

Divulgação

Em 15 dias, o número de denúncias aumentou 40%

Anuncie no Brasil de Fato RJ (21) 4062 7105

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 brasil | 7

•Não é preciso ser dono deuma empresa ou loja paraentender que qualquer in-vestimento em um negóciotem como objetivo obter maisdinheiro, ou seja, lucro. Essaé a lógica do mercado, dochamado sistema financeiro.E se dentro do jogo de mer-cado, a regra é aplicar di-nheiro naquilo que produzretorno, o que leva empre-sários bem sucedidos a in-vestirem em partidos políti-cos ou candidatos em cam-panha eleitoral?

Quem faz a pergunta é oauditor fiscal da receita fede-ral, Dão Real, um dos diretoresdo Instituto Justiça Legal, en-tidade que acaba de lançar osite “Os Donos do Congresso”,onde estão disponíveis todosos valores das doações rece-bidas pelos candidatos aos

cargos de deputado e senador,durante as eleições de 2010.

Na página, é possível en-contrar ainda as contribui-ções feitas aos partidos e asprincipais empresas doado-ras. “Sem dúvida, um em-presário investe na políticacom a expectativa de ganhos,e nesse caso o ‘lucro’ signi-fica a defesa de seus inte-resses no Congresso Nacio-

nal”, pontua Dão.Os números mostram que

as eleições no Brasil são mes-mo um bom negócio. Segun-do Dão Real, o gasto com acampanha eleitoral em 2010foi seis vezes maior do queem 2002. “Para se eleger umcandidato a governador, em2010, foram necessários, emmédia, R$ 24 milhões. Issoé uma demonstração de que

quem tem dinheiro parauma campanha tem chancede se eleger. Há uma relaçãodireta: quanto mais se gastamais votos se tem”, explicao diretor do Instituto.

Para o auditor, o cresci-mento das doações revela amercantilização da políticaeleitoral. “O sistema políticobrasileiro está absorvidopela lógica do capital. É porisso que temos um Congres-so Nacional majoritariamen-te defensor dos interessesdos mais ricos, que são umapequena parcela da socie-dade brasileira. Hoje, me-tade dos deputados eleitosfaz parte da bancada rura-

lista que defende os latifun-diários (grandes proprietá-rios de terra) e apenas 20%representa os trabalhadores.Ora, será que temos maislatifundiários do que traba-lhadores no Brasil?”

Dão Real observa ainda apostura dos candidatos que,segundo ele, ficam divididosentre a ideologia política eos objetivos de quem pagoua conta da sua campanha.“Quando os interesses dasbandeiras políticas de umparlamentar entram em con-flito com os interesses de

quem lhe financiou, a decisãodesse político deixa de serindependente, pois ele sabeque vai precisar de um fi-nanciamento para se reele-

ger”, observa.O auditor explica que o

objetivo do site é justamentepromover o debate da ligaçãoentre poder do dinheiro e ovoto. “Escolher um candidatocom autonomia é saber todasas informações sobre ele, in-clusive quais são os empre-sários que estão financiandosua campanha. O eleitor pre-cisa saber quem pagou a con-ta, já que as eleições brasi-leiras funcionam como a cé-lebre frase de Chico Buarque‘ quem paga a banda escolhea música’”, diz. (MC)

Só 20% dos deputados defendemtrabalhadores, mostra site

de Belo Horizonte (MG)

DOAÇÕES Portal busca promover debate da ligação entre dinheiro e voto

Marília Cruzde Belo Horizonte (MG)

Greve da Educação naBaixadaApós ocupar o gabi-nete do prefeito Ale-xandre Cardoso, osprofissionais de educa-ção da rede municipalde Duque de Caxias in-terditaram nestaquarta-feira (4), a Ro-dovia Washington Luis,sentido Rio-Petrópolis.A categoria está emgreve desde maio.

vigilantes querem 10% de reajusteOs vigilantes do muni-cípio do Rio de Janeiroestão em greve há 40dias e ainda não apa-receram sinais de quetrabalhadores e em-pregados vão chegar aum acordo. A Justiçado Trabalho ainda nãose posicionou. Os tra-balhadores queremreajuste salarial de10%, vale-refeição deR$ 20, e 30% de adi-cional de risco de vidae periculosidade.

Engenheiroscontam a suahistóriaA Federação dos Enge-nheiros do Rio de Ja-neiro lançará emagosto o livro “Fi-senge: Duas décadasde lutas e esperanças”,durante o 10º Con-gresso Nacional deSindicatos de Enge-nheiros, no Rio de Ja-neiro. O tema doCongresso é quente: “Um projeto de naçãopara o Brasil”.

SINDICALPor Claudia Santiago

ELEIÇÕES

Divulgação

Números mostram que as eleições no Brasil são mesmo um bom negócio

“Para se eleger um candidato a governador, em 2010, foramnecessários, em média, R$ 24 milhões._____________

Site revela interesses de empresáriosno financiamento de campanhas É como fala Chico Buarque: “Quem paga a banda escolhe a música”

“Metade dos deputados eleitos fazparte da bancada ruralista que defendeos latifundiários _________________

www.donosdocongresso.com.br

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 8 | brasil

No “suco de caixinha” temfruta? Um vídeo feito peloInstituto de Defesa do Con-sumidor (Idec) mostra a sur-presa de crianças ao saberemdo que são feitas as bebidas

que elas consomem. Os su-cos de caixinha contêm me-nos de 10% de frutas e quan-tidade exagerada de açúcar.A iniciativa alerta que o sucoindustrializado é uma opçãopouco saudável.

Uma pesquisa feita peloIdec mostrou que 32% delesnão têm o mínimo de frutas

necessário, de acordo cominstrução do Ministério daAgricultura que determina queos sucos tenham entre 10 e40% de frutas, no mínimo.

As marcas pesquisadas fo-ram: Activia, Camp, Dafruta,Dell Vale, Fruthos, Maguarye Sufresh. Das 31 amostrasanalisadas, 10 foram repro-

vadas, sendo que amarca Maguary tevea pior aprovação.

NUTRICIONISTA DEFENDE O SUCO NATURAL

A nutricionista Eli-sabeth Chiari lembraque na fase infantilé preciso garantirbons alimentos, prin-cipalmente frutas esucos naturais. “Asfrutas vão dar ener-gia, porque têm com-plexo B, e fortalecero sistema imunoló-gico, dar quantidadede fibras para fazero intestino funcionaradequadamente. Ouseja, vão abastecer oorganismo da crian-ça”, explica.

A nutricionistaafir ma que os sucosde caixinha contêmsubstâncias químicase grande quantidadede açúcar. “A longoprazo, o consumopode levar a pessoaa diabetes e implica-ções cardíacas", aler-ta. Por isso, a nutri-cionista recomendao suco natural.se tor-nar um dos maiorescentros de refino domundo. A barragemdo Guapiaçu surgiucomo uma compen-sação ambiental im-posta ao complexo,pelo aumento do nú-mero populacionalna região.

Rafaella Dottade Belo Horizonte (MG)

Sucos de caixinha não passam em teste ALIMENTAÇÃO Pesquisa mostra que a bebida tem “frutas de menos” e não é recomendada a crianças

Pesquisa do Idec mostrou que 32% dos sucos não tem o minímo de frutas

Divulgação

MãES DA PRAçA DE MAIO ENCONTRAM RESTOS DE uMA DAS FILhAS DESAPARECIDAS DuRANTE DITADuRA A EAAF (Equipe Argentina de Antropologia Forense) identificou os restos de Lila Epelbaum Stopolsky, filha caçulade Renée “Yoyi” Epelbaum, desaparecida em 4 de novembro de 1976, quando tinha 20 anos.

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 mundo | 9

Durante essa semana, de-zenas de milhares de pessoasconcentraram-se em inúme-ras localidades espanholas,com destaque para as duasmaiores cidades, a capital, Ma-dri e Barcelona, exigindo umreferendo sobre a monarquia.

Segundo fontes policiais,na segunda-feira (2), mais de20 mil pessoas estavam con-centradas na Porta do Sol,no centro de Madri, e nasruas de acesso ao local, quese tornou famoso como palcodos protestos na capital es-panhola.

"Espanha, amanhã será re-publicana", era uma das fra-ses mais repetidas na praçaonde continuam a chegar

pessoas. "Referendo já", lia-se em muitos cartazes.

Um protesto idêntico jun-tou milhares de pessoas naPraça da Catalunha, no centrode Barcelona, onde, além dasbandeiras tricolores (verme-lhas, amarelas e roxas) da Se-gunda República Espanhola,viam-se bandeiras separatis-tas catalãs e cartazes a favorda independência na Cata-lunha. Outros cartazes pro-testavam contra a monarquia:“Felipe, querido, ninguém teelegeu”, dizia um deles, refe-rindo-se ao príncipe de As-túrias, herdeiro do rei JuanCarlos, cuja renúncia foianunciada nesta segunda-feira (2). (Abr)

Espanhóis vão às ruas pedindo referendosobre monarquia

Protestos contra a monarquia reuniram milhares na Porta do Sol

Rafael Duque/Opera Mundi.

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Snowden não solicitouasilo formal aoBrasil, dizchanceler

O Ministério das Rela-ções Exteriores reafir-mou na segunda-feira(2) que o governo brasi-leiro não recebeu for-malmente pedido deasilo político de EdwardSnowden, ex-agente daAgência de SegurançaNacional dos EstadosUnidos que vive atual-mente na Rússia. Se-gundo o Itamaraty, ne-nhuma solicitação foifeita pelas vias formais.Nesse domingo (1),Snowden disse em en-trevista ao Fantástico, daTV Globo, que adorariamorar no Brasil.

Nova lei na Europadetermina queGoogle deleteconteúdo

Entrou em vigor umanova lei europeia pararegulamentação na in-ternet. O projeto permiteque usuários solicitemque conteúdos pessoaissejam deletados dos me-canismos de busca,como Google, Yahoo,Bing, etc.

EM FOCO

www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

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Depois de renúncia de rei Juan Carlos, protestosmassivos aconteceram em Madri e Barcelona

O presidente dos EstadosUnidos, Barack Obama, pe-diu nesta terça-feira (3) queos aliados europeus au-mentem as despesas mili-tares, após encontro como presidente da Polônia,Bronislaw Komorowski, nacapital do país, Varsóvia.

“Vemos um decréscimocontínuo. Isso deve mudar”,disse o chefe de Estado nor-te-americano na capital po-laca, lamentando os cortes

aplicados na Europa nadespesa militar devido àcrise econômica.

O presidente Komorows-ki anunciou nesta terça-feira que, dada a nova si-tuação em matéria de se-gurança após a anexaçãoda República Autônoma daCrimeia pela Rússia, o go-verno de Varsóvia decidiuaumentar as despesas dedefesa de 1,95% do ProdutoInterno Bruto para 2%.

As medidas de austeridadeadotadas na Europa a partirde 2008 levaram 800 milcrianças para a pobreza. Osdados constam em relatórioda Organização Internacionaldo Trabalho (OIT) divulgadona terça-feira (3).

Segundo o documento, oaumento da pobreza foi re-sultado de decisões políticasespecíficas de redução dastransferências sociais. Essequadro se somou ao desem-prego persistente, salários bai-xos e impostos mais altos.

“Em 2012, 123 milhões depessoas nos 27 Estados-Mem-

bros da União Europeia, ou24% da população, estavamem risco de pobreza ou exclu-são social”, indica o relatório.

Austeridade na Europalevam 800 mil crianças àpobreza, diz OIT

Crianças sofrem efeitos da crise

Divulgação

Obama pede que aliadoseuropeus aumentem despesas militares

• Exposição

Coleção Ludwig

Onde: CCBB RJ, Rua Pri-meiro de Março, s/nº, Cen-tro, Rio de Janeiro.O que? O CCBB apresentaa exposição “Visões na Co-leção Ludwig”, que contémmais de 60 obras de grandesartistas como Picasso, AndyWarhol, Jean-Michel Bas-quiat, entre outros.Quando? de 7/5 a 21/7, se-gundas, quartas, quintas,sextas, sábados e domingos.Horário? das 9h às 21hQuanto? Grátis

• Sarau

Sarau TropiCaos

O que? Realizado no Hotele Spa da Loucura pelo co-letivo Norte Comum, o Sa-rau TropiCaos reúne diver-sos artistas independentesno Engenho de Dentro. Onde? Hotel e Spa daLoucura, Rua Ramiro Ma-galhães, 521, Engenho deDentroQuando? Sexta-feira, 6/6.Horário? 15hQuanto? Grátis

• CinemaDominguinhos

O que? Filme retrata avida do sanfoneiro Per-nambucano.Onde? Espaço Itaú deCinema 17h10, 20h30Quanto? R$ 16 (qua) e R$ 21 (seg e ter)

• Shows

Favela MixO que? Show de diversosartistas cariocas comoRepper Fiell, Marcio Riso,

APAFunk, Banda Pornogra-ma, Kapella, entre outros;ainda com uma roda de ca-poeira e oficina de graffiti.Quando? 7/6.Onde?Rua Julio Otoni, 298,Santa Teresa.Horário? 16hQuanto? Um quilo de ali-mento não perecível.

Hip-Hop Santa MartaO que?Shows de O Levante,Repper Fiell, Negra Rê, Flá-vio XL, Du Brown e DJs.Quando? Domingo, 08/06.Onde? Rua Jupira, 72, Praçado Cantão, Santa Marta, Bo-tafogo.Horário? 18hQuanto? Grátis

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 10 | cultura

Na época em que Nei-dinha (Elina de Souza)foi estuprada por trêscriminosos, no final da2ª fase de Em Família,debati aqui que a tramaainda ia pegar fogo. Ditoe feito. Descobrimos de-pois que ela decidiu tera filha, Alice (Erika Janu-za), fruto do ato violento,e que escondera dela averdade sobre sua pater-nidade. Mais tarde, Alicedesvela todo o mistério,se sensibiliza com a in-felicidade da mãe e seautodelega uma missão:encontrar os responsáveispelo abuso. Estaria, assim,fazendo justiça. Mesmotendo se passado 20 anose o crime já ter prescrito,

a moça quer acertar ascontas com seu passado.  

O tema é bastantecomplexo. Primeiro por-que Neidinha ainda temdificuldades de superaro fato, se fechou pararelacionamentos e se es-condeu diante da ver-gonha de ser estuprada.Aos poucos, depois dareação acolhedora da fi-lha, ela vem se abrindopara a paquera comTheo (Rafael Zulu), seucolega de trabalho, e jádeu depoimento na

ONG de apoio a mulhe-res abusadas que vemdando suporte às duas.

Alice, por sua vez, vivea saga da busca por jus-tiça. Conta com a ajudada ONG e de uma poli-cial e se prontificou aservir de isca para umpossível suspeito. Po-rém, nesta semana, Alicetentou fazer justiça comas próprias mãos. Amoça perdeu o medo eao identificar um ho-mem com as mesmascaracterísticas do sus-peito, começou a segui-lo. Mas como nenhumbandido é bobo, logo ohomem abordou a moçacom truculência. Elaconseguiu se livrar daameaça, mas, ao fugir,caiu e se machucou,para desespero de todosque a vêm ajudando.

Será que ela deve se-guir em busca do estu-prador? Não estaria en-trando num terreno mui-to perigoso? Nenhumrisco parece deter Aliceda necessidade de tirara limpo a sua história.Para mim, trata-se deum desejo que se justi-fica por si só. Acompa-nhemos a história parasaber se o criminoso seráencontrado. E oxalá quenem moça nem nin-guém saiam machuca-dos dessa complexa in-vestigação.

NOVELA AGENDA

“Neidinha se escondeu diante da vergonha de tersido estuprada______________

Joaquim Velado Rio de Janeiro (RJ)

A busca de Alicepor justiça

Elina de Souza é Neidinha

A paixão pelo futebolsempre ultrapassou os gra-mados e inspirou inúmerosartistas que contaram oucantaram dribles, heróis,partidas vencidas ou der-rotas dos seus times. Brasilde Fato apresenta suges-tões para quem quer queo futebol não fique só naspartidas de tevê, mas entreem campo também nosCDs e filmes.

FUTEBOL PARA OUVIRBola na trave não altera o

placar, bola na área sem nin-guém para cabecear... Difi-cilmente alguém vai escaparde passar esta Copa sem ou-vir “É uma partida de futebol”do Skank. Os mineiros, tor-cedores do Galo e da Raposa,criaram um verdadeiro hinoao esporte, reforçado pelonaipe dos metais no refrão.

Antes deles, Jorge Ben jácantava que era Flamengo etinha uma nega chamada Te-resa. Antes de mudar o nomepara Ben Jor, o carioca tam-bém homenageou o jogadorFio Maravilha e um ponta-de-lança africano em “Um-babarauma”. No ano passado,a música foi regravada comparticipação de Mano Brown,do Racionais MCs.

Fluminense doente, comdireito à bandeira com seu

rosto na torcida, Chico Buar-que também montou um fa-moso time de amigos paraas peladas, durante as tur-nês. “Pelas tabelas”, misturafutebol com a luta pela de-mocratização do país e tam-bém escreveu sobre as ten-tativas dos amigos flamen-guistas em converter sua fi-lha, fluminense, em “Receitapara virar casaca de neném”.

JOGADAS PARAENCHER OS OLHOS

Apesar de nos conside-rarmos o país do futebol,faltam bons filmes brasilei-ros sobre o esporte. Umaexceção é o curta-metragem“Barbosa”, de Jorge Furtado.O filme, que pode ser vistona internet, mostra um cien-tista (Antônio Fagundes) vol-tando no tempo para tentarimpedir o Maracanaço.

Para quem gosta de reverjogadas, o documentário“Pelé Eterno” dispensa aten-ção na narração ou nas his-tórias. Deixa qualquer um vi-drado nas jogadas geniais docamisa 10, algumas delas re-constituídas por computador.Para quem prefere conhecera vida pessoal dos jogadores,“Maradona”, de Emir Kustu-rica, revela que o argentinoera craque com a bola nospés, mas também socialmen-te, com preocupação políticae opiniões fortes.

Para quem quer assistircom os filhos, vale ver “Umtime show de bola”, de JuanJose Campanella (argentinovencedor do Oscar com “OSegredos dos seus olhos”),baseado em conto de Fon-tanarosa, o maior escritorde futebol argentino. A trilhaé do grupo porto-riquenhode rap Calle 13. Fique deolho em como o vilão lembrao craque Cristiano Ronaldo.

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 cultura | 11

•Miguel Stédile

de São Paulo (SP)

“Apesar de nos considerarmos o país do futebol,faltam bons filmes brasileirossobre o esporte______________

O futebol na vitrola e no vídeo

DICAS

Jorge Ben

Para entrar no clima da Copa do Mundo, asindicações futebolísti-cas da seleção de Brasilde Fato para...

PARA OuvIR• “País Tropical”, 1969, álbum Jorge Ben“Umbabarauma”, 1976,álbum África Brasil, deJorge Ben •“Ilmo. Sr. Ciro Montei-ro ou Receita pra virarcasaca de neném”,1969,Chico Buarque•“Pelas tabelas”, 1984,do álbum Chico Buar-que, de Chico Buarque•“É uma partida de fu-tebol”, 1996, em O Sam-ba Poconé, por Skank

PARA vER• “Barbosa”, 1988, de Jorge Furtado• “Pelé Eterno”, 2004,Aníbal Massaini Neto• “Maradona”, 2008, deEmir Kusturica

• “Rudo e Cursi “, 2008,de Carlos Cuarón• “Um time show debola”, 2012, de JuanJose Campanella

No “maio verde”, o povo saiàs ruas pedindo pela legali-zação da maconha, com mo-tivos de sobra para lutar contraa política de drogas proibicio-nista. A Marcha da Maconhadefende o direito daqueles quenecessitam da planta para finsmedicinais; o fim da racista egenocida “guerra às drogas”(ou guerra aos pobres); o res-peito à liberdade individual,que inclui o uso recreativo ereligioso; o direito ao cultivocaseiro e à informação cientí-fica; o uso industrial do câ-nhamo (fibra que se obtémda planta da maconha), bemcomo diversas outras questõesimportantes para o progressosocial do nosso país.

O debate sobre a legaliza-ção nunca esteve tão aqueci-do. Enquanto o Uruguai já le-galizou e os estados norte-americanos de Colorado eWashington analisam os pri-

meiros resultados da regula-mentação, o Brasil dá passosiniciais em direção a uma po-lítica de drogas mais racionale humana. Com o levante dos

usuários medicinais, o ca-nabidiol (CBD), um dos prin-cipais princípios ativos dacannabis, será reclassificadoe poderá ser prescrito comomedicamento, conforme de-clarado por Luiz Klassmann,representante da Anvisa.

Em março, o deputado fe-deral Jean Willys protocolouo Projeto de Lei 7270/2014,que regulamenta a comer-cialização, a produção, o cul-tivo e o consumo medicinale recreativo da maconha.Enquanto isso, no SenadoFederal um projeto de ini-ciativa popular que propõea legalização entrou na pautae será debatido pelos legis-ladores. O relator, senadorCristovam Buarque, divulgouum estudo de 115 páginasque conclui que a legalizaçãocontrolada é o caminho maissensato para a política dedrogas brasileira.

O debate avança e o futuroavisa: a cortina de fumaça doproibicionismo está caindo.

Lucas Buzattié jornalista, ativista

da Marcha da Maconha edo Growroom

Lucas Buzatti

Pelo fim da guerra às drogas

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 12 | opinião

A juventude traz consigoinquietação e ousadia qua-se genéticas para as mu-danças profundas. É o ter-mômetro da sociedade, eao se observar as inquie-tações nas grandes mobi-lizações, percebe-se a in-satisfação do brasileiro como contexto atual. Em 2013,entre as pautas das mani-festações estavam denún-cias de corrupção e faltade participação popular nagestão do país: o sistemapolítico não representa osanseios populares e nãogarante que a juventudeseja protagonista da própriavida e na sociedade.

A política precisa sermais acessível e menos ex-cludente. E nós jovens que-remos e devemos ser en-volvidos/as nesses proces-sos. Não somos apenas ofuturo, somos o presentedesse país.

Este ano será intenso,com as várias organiza-ções que têm se unido naluta pela causa. Já existeminiciativas como a Coali-

zão pela Reforma Políticae o Plebiscito Popular poruma Constituinte Exclu-siva e Soberana do SistemaPolítico, construídos co-

letivamente. Temos a oportunidade

de utilizar essas ferramen-tas pedagógicas para o diá-logo, o trabalho de base, areflexão e a unidade dosenvolvidos. São meios deenvolver as juventudes, noprocesso democrático, dar-lhes voz, vez e lugar na so-

ciedade e buscar, de fato,uma estrutura política quetrabalhe em prol do povo.

A pressão popular tor-na-se obrigatória frente àinércia. Somente o povoorganizado e unido trarácondições para as mudan-ças que sonhamos. Essa é,sem medo de errar, tarefadas juventudes brasileiras:serem protagonistas naconstrução de uma frentepopular que garanta as mu-danças necessárias e ousarlutar e sonhar avançandona construção do ProjetoPopular para o Brasil!

Laísa Silva e Thiesco Crisóstomo

são da Pastoral da Juventude

Laísa Silva e Thiesco CrisóstomoLatuff

Juventude queousa lutar constrói projeto popular

“A política precisaser mais acessível emenos excludente.E nós jovens quere-mos e devemos ser envolvidos/asnesses processos.Não somos apenaso futuro, somos opresente desse país________________

“Legalização controlada é o caminho maissensato para apolítica de drogasbrasileira______________

“Somente o povo organizado e unido trará condições para as mudanças quesonhamos______________

Na verdade, quando co-nheci essa receita, ela erade muffins de granola. Mas,para facilitar, decidi colo-car em uma forma de bu-raco e virou um bolo. Éuma receita rápida, saudá-

vel e gostosa – o mais im-portante! O bolo de granolanão fica muito doce, então,para quem quiser adoçarum pouco mais o paladar,coma acompanhado pormel. Eu gosto de deixar

para que cada um, na horaque for se servir, coloque aquantidade de mel que qui-ser em cima de sua fatia.Fica uma delícia!

Você chega numa festa,achando que vai beijaraquele gato e quando elechega perto... Xiii! Vocêsente aquele cheirinhoruim da boca e o famosomau hálito (halitose) es-traga o grande momento.

Há várias causas paraa halitose, mas em maisde 90% dos casos, a ori-gem é na cavidade bucal.Mas se você sofre de ha-litose, não fique triste. Cui-dados diários de higienee algumas mudanças naalimentação podem re-solver o problema.

A higiene bucal inade-quada é uma das principaiscausas da halitose, segun-do o dentista FernandoMatozinhos. Ela causa acú-mulo de tártaro (restos dealimentos calcificados) eplacas bacterianas, provo-

cando sangramentos e in-flamações na gengiva e noentorno dos dentes, e sa-burra lingual. Restauraçõesdesadaptadas e grandescáries, que acumulam ali-mentos, também causammau hálito.

Para prevenir a halitose,recomenda-se uma boahigiene bucal, com esco-vação correta, limpeza dalíngua, uso do fio dentale de enxaguatório bucal

sem álcool, bem como idaao dentista.

Todo mundo sabe quealguns alimentos causammau hálito, como alho, ce-bola, pimenta, rabanete,picles, repolho, couve, bró-colis, bem como alimentosgordurosos. Contudo, a nu-tricionista Cristiane Almei-da alerta sobre duas atitu-des que estão diretamenterelacionadas à halitose: be-ber menos de um litro deágua por dia e ficar maisde três horas sem comer.

Para ela é importanteter uma dieta saudável, in-gerir pequenas refeições acada três horas e beberbastante água. Alimentosfibrosos e crus, como amaçã, a pera e o pepino,estimulam a mastigação epodem ajudar na limpezados dentes.

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 variedades | 13

A aposentadoria especial é devida ao segurado daprevidência social que tiver trabalhado sujeito a con-dições especiais. Ou seja, que prejudiquem a saúdeou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, de-pendendo de cada caso especificado pelo direito.

Para que o trabalhador faça jus ao benefício deverácomprovar a exposição permanente e habitual aosagentes nocivos. Eles podem ser físicos, químicos oubiológicos, durante o período mínimo fixado na norma(artigo 57 da lei nº 8.213/90). Não há exigência de idademínima para a obtenção desse tipo de aposentadoria.

A grande dificuldade que o trabalhador enfrenta,ao requerer a aposentadoria especial, está nas exigênciasimpostas pelo INSS (Instituto Nacional do SeguroSocial). Os peritos pedem a comprovação da efetivaexposição aos agentes nocivos, com formulários preen-chidos pelo empregador e laudo técnico.

Por isso, o trabalhador, ao término do contrato detrabalho, tem o direito de obter junto ao empregadoros formulários SB-40, DSS-8030 ou DIRBEN-8030. Elesdevem especificar a atividade que o segurado exerciae os agentes nocivos a que estava sujeito, acompanhadode laudo técnico das condições ambientais do localde trabalho, ou o PPP - perfil profissiográfico previ-denciário - que substituiu os documentos anteriores.

Vale ressaltar que os formulários ou o PPP devemexpressamente indicar que o trabalhador estava expostoaos agentes insalubres de modo permanente e habitual,bem como trazer a sua quantificação, já que a exposiçãomeramente ocasional, isto é, durante apenas parte dajornada, não gera direito ao benefício.

Michele Menezes da Cunha, juíza federal

Bater na batedeira todos osingredientes, menos o fer-mento e a granola. Por fim,acrescente estes dois últi-

mos ingredientes e mexacom uma colher. Em umaforma untada com marga-rina despejar a massa e co-

locar para assar em fornomédio, cerca de 25 a 30minutos, até crescer e ficardouradinho em cima.

Bolo de granola

Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz

Modo de preparo

Bafo de onça... E agora?

NOSSOS DIREITOSBOA E BARATA | Por Elizabeth de Oliveira

Michele Menezes da Cunha

Aposentadoria especial: oque é e quem tem direito

NOSSA SAÚDE

Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para [email protected]

Divulgação

Divulgação

1 1/2 xícara de farinhade trigo3/4 de xícara de açúcarmascavo1 xícara de leite1 ovo grande1/3 de xícara de óleo1 pitadinha de sal1 colher (chá) de fermento de pó2 xícaras de granola

Ingredientes

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 14 | variedades

Você tende a defender as suas opi-niões de um modo excessivamenteintenso e até objeções insignificantespodem deixa-lo furioso. Lembre-seque uma certa delicadeza não lhefaria mal algum, muito pelo contrário.

Seu mundo emocional e sua receptivi-dade talvez se encontrem num conflitocom sua vontade, que o faz experi-mentar tensões nas relações pessoais.Exercite o desapego ao passado commeditação ou outra prática.

Apesar de grande charme e simpatia,pode passar por dificuldades financeirase emocionais. Tenha cuidado para nãose tornar um cínico que responsabilizatodo o mundo - exceto a si mesmo -por seus infortúnios.

A falta de sinceridade poderá tornar-seum problema e embora as pessoas lheavisem sobre esse defeito, você nãoquer vê-lo. Deseja que todos gostemde você, mas cabe-lhe mostrar maismodéstia, para alcançar isso.

A delicadeza e a diplomacia agora nãosão seus pontos fortes. Deveria tentarrelacionar-se de forma menos rude eantes de tomar decisões, leve emconta todos os fatos e opiniões, paranão agir muito subjetivamente.

Você está bem-humorado e sente-sebem, o que também reflete no acon-chego do seu lar. A sua criatividadechama a atenção das pessoas e essaqualidade influencia seu estado de es-pírito, dando-lhe paz interior.

Independente do caminho que esco-lher, contará com a devida recompensapara seus esforços. Essa energia positivafaz parte de todos os seus atos e atépode ser que, graças à sua diligência,herde uma boa fortuna.

Pode passar por frustrações e dificul-dades, mas não deve ficar melancó-lico. Em vez disso, abra-se para os ladoagradável da vida, retome contatocom as pessoas queridas e verá sua si-tuação transformar-se radicalmente.

Há profundidade e intimidade nas re-lações pessoais, mas evite realizar atosextravagantes, excêntricos ou impen-sados. Tendência a agir com rispidez.Cuidado com conflitos e acidentes.

Você sente que dispõe de reservas deenergia admiráveis. Graças a seu espí-rito vivo, nada deve impedi-lo, pois per-cebe a engrenagem oculta das coisas epessoas. Um dos pais pode ter umpapel importante em sua vida agora.

Você distingue-se pela atitude positiva,o que se manifesta sobretudo pelo fatode sempre estar disposto a prestar ou-vido às preocupações alheias, mas, re-serva para si a escolha das pessoas àsquais quer fazer bem.

Não está muito disposto a discutir assuas ações, simplesmente faz aquiloque lhe parece certo. É possível quetrabalhe com algo ligado à solução deproblemas humanos, já que você sabedescobri-los tão bem com sua intuição.

HORÓSCOPO

5 a 11 de junho de 2014 Keka Campos, astróloga [email protected]

ArgentinaA seleção argentina tem

dois títulos mundiais em suahistória e, nos dois, confiouseu destino a um camisa 10que fazia a diferença.

Kempes em 1978 – a po-lêmica Copa em casa – e ogenial Maradona, em 86.Hoje a missão é de LionelMessi, a quem ainda faltaeste título na estante.

Não basta tê-lo em cam-po, a Argentina ainda temum arsenal de atacantesde respeito, como Lavezzi,Di Maria, Higuaín e Agüe-ro. Porém, preocupa osargentinos a ausência deuma linha de defesa nomesmo nível.

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014 esporte | 15

AlemanhaOs tricampeões, antes bu-

rocráticos, hoje possuem ummeio-campo de dar inveja aqualquer outra seleção. Nãoé fácil reunir no mesmo timenomes como Schweinsteiger,Müller, Götze, entre outros.

O que torna ainda maisfácil a tarefa de Joachim Lowé o fato de boa parte destesnomes atuarem juntos nomesmo clube, o Bayern deMunique. Ou seja, entrosa-mento é o que não falta.

Sua defesa, embora nãoseja tão brilhante quanto omeio-campo, é bastante com-

petente. O que falta ao timealemão são mais opções deataque. De ofício mesmo, sóo centroavante Klose, de 35anos, que tem a motivaçãode ultrapassar Ronaldo comoo maior artilheiro das Copas.

ItáliaA Squadra Azzurra não

vive os seus melhores dias.Esta é a mais perigosa fraseda história das Copas, poisé justamente aí que mora operigo. Quando ninguém dánada pela Itália, ela vem epapa o título. Só nesta brin-

cadeira, já são quatro.A única seleção que

pode alcançar o Brasil emnúmero de títulos vem comsua fórmula tradicional:um grande goleiro, umazaga forte, um meio-cam-po marcador, um distribui-dor de jogo talentoso e um

atacante rompedor.Os problemas da Itália são,

basicamente, a idade de seuprincipal jogador no meio-campo, que pode pesar emjogos sob calor intenso e ainstabilidade emocional deBalotelli, uma espécie de“Adriano da bota”.

EspanhaA atual campeã mundial

vive um dilema. Seu estilo“tiki-taka”, originado no Bar-celona, já não é novidade ea idade de um dos pilaresdeste estilo – o meia Xavi– pode comprometer. Masé inegável que o time con-tinua fortíssimo.

A seleção espanhola ven-ceu a disputa com o Brasilpelo atacante Diego Costa,que veio para suprir a ca-rência de um homem deárea confiável. A instabili-dade de Torres e a má fasede outros espanhóis na po-sição abriu espaço para o

brasileiro naturalizado.No entanto, o meio-cam-

po da Fúria continua es-petacular, e com a grandefase de Sergio Ramos nazaga, os espanhóis tambémsão favoritos ao seu segun-do título.

BrasilO maior ganhador da

Copa do Mundo, com cincotítulos, não conquista a com-

petição desde 2002. Justa-mente, com Luis Felipe Sco-lari no comando, atual téc-nico da seleção.

Apostando na fórmula da“família Scolari” que já deucerto, somada ao fator casae contando com a força datorcida brasileira, o escrete

canarinho é o grande favo-rito ao hexa.

O time tem em Neymarsua grande referência, po-dendo pesar sua pouca idadee a inexperiência do grupoem Copas. Apenas cinco jo-gadores já estiveram em ou-tras edições.

Quem pode levar?COPA DO MUNDO Saiba quem são os favoritos a ganhar a 20ªCopa do Mundo, uma competição que sempre traz boas surpresas,mas que vencê-la é para poucos

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

16 | esporte

vP de marketing doFla envia carta paraevitar debandada

Diante da saída de qua-se seis mil sócios-torcedo-res em apenas 30 dias, pe-ríodo em que o clube mer-gulhou em uma crise nodepartamento de futebol,culminando nas quedasde Jayme de Almeida, Pau-lo Pelaipe e Wallim Vas-concellos, o vice-presiden-te de marketing do cluberesolveu agir.

Nesta quarta-feira (4),cada inscrito no programarecebeu uma carta, assi-nada por Bap, que exaltaos esforços da diretoria emrecuperar a credibilidadedo clube, atribui aos joga-

dores a responsabilidadepela situação do time noBrasileirão e pede que,além de não abandonaremo programa, ajudem a tra-zer mais gente.

Na carta, afirma que adiretoria já está agindopara “corrigir aquilo queprecisa ser corrigido”, em-bora não cite nenhumaação, em específico.

O Flamengo passará aCopa do Mundo em pe-núltimo lugar no Brasi-leirão, com apenas setepontos ganhos e uma úni-ca vitória.(BP)

CRISE NA GÁVEA Luiz Eduardo Baptista assinacarta aos sócios-torcedores do Flamengo

Se vai ou não vai ter Copa, não importa, ela já está aí

••

• APÓS DECEPCIONARa torcida italiana commais um empate, ago-ra diante da fraquíssi-ma seleção de Lu-xemburgo, em 1 a 1, aAzzurra enfrenta oFluminense, no do-mingo (8), às 17h30,em Volta Redonda. Otricolor escalará forçamáxima contra a sele-ção italiana.

• A HOLANDA, quetreinará no campo doFlamengo, na Gávea,durante a Copa, venceuo amistoso contra oPaís de Gales por 2 a 0,com grande atuação deRobben, que marcouum gol e deu o passepara o outro de Lens.

• A ARGENTINAvenceu Trinidad e To-bago por 3 a 0, comdestaque para o ata-cante Palacio, que fezum gol e deu o passepara outro. Máxi Ro-driguez e Mascheranocompletaram o pla-car. A seleção argenti-na treinará na Cidadedo Galo, em BeloHorizonte.

• ESPECULADOum ‘racha’ do grupoargentino com o trei-nador Alejandro Sa-bella, devido ao cortedo volante Ever Bane-ga, do Newell’s OldBoys (ARG). O jogadoré muito amigo deMessi, e o craque alémde outros jogadores te-riam ficado contraria-dos com seu corte.

• O URUGUAI,diante do ilustre torce-dor Pepe Mujica, ven-ceu a Eslovênia por 2 a0, na despedida de suatorcida antes da Copado Mundo. Os gols fo-ram de Cavani e Stua-ni, e Máxi Pereira foihomenageado por sua90ª partida com a ca-misa celeste.

TOQUES CURTOS

Rio de Janeiro, 5 a 11 de junho de 2014

O artigo “Como e por quea mística e reputação de Pelécomo o maior jogador dahistória do futebol foramexageradas” tenta descons-truir a ideia que se faz doRei do Futebol.

Classificando o históricode Pelé em Copas como “sus-cetível ao exagero”, o jornalaponta que, em 1962, Pelé semachucou no início, pratica-mente não disputando a com-petição em que Garrincha bri-lhou. Além disto, destaca oprotagonismo de Didi em 58

e do conjunto em 70, citandoJairzinho e Tostão como “tãoimportantes quanto Pelé”.

Atribui a fama de Pelé àTV, afirmando que “se tivessenascido nos anos 20, a maio-ria das pessoas provavelmen-te nunca teria ouvido falarem Pelé”, comparando-o aHeleno de Freitas – ídolo doBotafogo entre os anos 30 e40 e pouco conhecido inter-nacionalmente.

Ainda cita uma fala de Fe-lipão, em 2002, ao tratar dasanálises do Rei sobre futebol:“Acredito que Pelé não sabenada sobre futebol”, disse otreinador da seleção.

Não se limitando às quatro

linhas, o artigo fala da vora-cidade de Pelé na obtençãode patrocínios, citando via-gens a fim de divulgar marcas

com as quais possui contrato.E define a personalidade doRei como: racional, possessivoe ferozmente competitivo.

Jornal inglês critica Pelé: ‘reputação exagerada’REI DO FUTEBOL The Telegraph publica artigo que critica a ‘mística’ em torno de Pelé

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

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Segundo o The Telegraph Pelé é “possessivo e com feitos superestimado

opinião | Bruno Porpetta

Nós que aqui estamos,por vós esperamos

Apesar de, diante de nossaempolgação anterior ao ter apossibilidade de receber umaCopa do Mundo, não nos tersido perguntado a respeitodas condições e exigênciasda FIFA, não há muito maiso que se possa fazer.

Nossas cidades já foramtransformadas e maquiadas,além de garantirmos uma es-trutura mambembe que per-mitirá que a FIFA engane ou-tros pelo mundo afora,fingindo estar tudo bem. De-pois desmonta tudo e o circosegue seu curso.

Que os turistas – semprebem-vindos – não esperemencontrar um país “padrãoFIFA”, porque este padrão ésinônimo de sujeira, corrup-ção, desmandos. Que nos en-contrem aqui e recebam nos-

sos sorrisos, mas tambémnossos protestos.

Se a Copa não serviu paraum transporte público dequalidade, que ela seja oponto o partida para isso. Senão herdamos cidades me-lhores, que lutemos e con-quistemos as cidades quequeremos. Se nossa demo-cracia não quis nos ouvir, quetenhamos o direito ao grito.Por mais liberdade, mais par-ticipação, menos polícia, me-nos porrada.

Enfim, que venha a Copa!Que torçamos, cantemos, be-bamos, curtamos. Mas decla-remos, após o hexa, guerraaos senhores que, de fato,ganharam esta Copa. Elesestão aí todos os dias, du-rante a programação, nos in-tervalos comerciais.