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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 27 - Nº 153 Set/Out 2018 ISSN 2176-4409 Conselho e ABC firmam parceria para eventos Pág. 3 Brasil cumpre metas de acordo mundial, mas especialistas alertam para a necessidade de capacitação contínua Pág. 10 Sai o regulamento do Prêmio CRQ-IV 2019 Pág. 9

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 27 - Nº 153

Set/Out 2018

ISSN 2176-4409

Conselho e ABC firmamparceria para eventos

Pág. 3

Brasil cumpre metas de acordo mundial, mas especialistasalertam para a necessidade de capacitação contínua

Pág. 10

Sai o regulamento doPrêmio CRQ-IV 2019

Pág. 9

2 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

PRESIDENTE: HANS VIERTLER

VICE-PRESIDENTE: NELSON CÉSAR F. BONETTO

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: REYNALDO ARBUE PINI

CONSELHEIROS TITULARES: CLAUDIO DI VITTA,DAVID CARLOS MINATELLI, ERNESTO HIROMITI

OKAMURA, JOSÉ GLAUCO GRANDI, LAURO

PEREIRA DIAS, MANLIO DE AUGUSTINIS, NELSON

CÉSAR FERNANDO BONETTO, REYNALDO ARBUE

PINI E RUBENS BRAMBILLA.

CONSELHEIROS SUPLENTES: AELSON GUAITA,AIRTON MONTEIRO, ANA MARIA DA COSTA

NOTAS

EXPEDIENTE

FERREIRA, ANTONIO CARLOS MASSABNI,GEORGE CURY KACHAN, JOSÉ CARLOS OLIVIERI,MASAZI MAEDA E SÉRGIO RODRIGUES.

CONSELHO EDITORIAL: HANS VIERTLER E CLAUDIO

DI VITTA

JORNALISTA RESPONSÁVEL:CARLOS DE SOUZA (MTB 20.148)

ASSIST. COMUNICAÇÃO:JONAS GONÇALVES (MTB 48.872)

ASSIST. ADMINISTRATIVA: MARIELLA SERIZAWA

CONTATOS: 11 3061-6059 [email protected]

Uma publicação do Conselho Regional de Química IV RegiãoRua Oscar Freire, 2.039 – SP/SP

Tel. (11) 3061-6000 - www.crq4.org.br

Em cerimônia ocorrida em agosto, o reitor daUniversidade de São Paulo, Vahan Agopyan, deuposse aos novos dirigentes de três unidades deensino e pesquisa do campus da USP em SãoCarlos: Instituto de Física (IFSC), Instituto deQuímica (IQSC) e Instituto de Ciências Mate-máticas e de Computação (ICMC).

No IQSC, assumiu a direção o professor Ema-nuel Carrilho (foto), que terá como vice Hamil-ton Brandão Varela de Albuquerque. Em seu dis-curso, Carrilho falou sobre o orgulho de se tor-nar diretor “da casa onde se formou”.

Carrilho informou que seu plano de gestãopara os próximos quatro anos tem como base “aexcelência acadêmica, a responsabilidade no tratoda coisa pública e a inovação das práticas de ges-tão e está fundamentado em três eixos: estabele-cer uma cultura de planejamento de longo prazo,reforçar a visibilidade extramuros do IQSC etransparência e participação de todos”.

“A USP urge por se definir perante a socie-dade se a nossa vocação é de excelência acadê-mica, ou será um papel social de ser abrangente,inclusiva e buscará cobrir as falhas da educaçãobásica que o País não pôde sanar. Temos quebuscar um norte”, ponderou.

Abertas inscriçõespara o prêmioKurt Politzer

As inscrições para a 17ª edição doPrêmio Kurt Politzer de Tecnologia es-tão abertas até o dia 31 de outubro. Pro-movida pela Associação Brasileira daIndústria Química (Abiquim), a pre-miação, destinada a estimular a pesqui-sa e a inovação, está dividida em trêscategorias: Empresas Nascentes de BaseTecnológica, Empresa e Pesquisador.

A comissão julgadora é formada porimportantes representantes do setorquímico do País. A premiação será rea-lizada durante o 23º Encontro Anual daIndústria Química, em 7 de dezembro,na capital paulista. Mais detalhes emhttps://is.gd/premio_kurt.

Novos diretores do IQSC assumemFoto: Divulgação

Informativo CRQ-IV – 3Set/Out 2018

PARCERIA

O Conselho formalizou, em agosto,uma parceria com a Associação Brasilei-ra de Cosmetologia (ABC). O documen-to que estabelece as diretrizes do acordo,válido pelos próximos cinco anos, foi as-sinado pelos presidentes das duas enti-dades, Hans Viertler e Vânia RodriguesLeite e Silva, e também por Andrea Ma-riano, coordenadora das Comissões Téc-nicas do CRQ-IV, e Enilce Maurano Oet-terer, diretora administrativa da ABC eintegrante da Comissão Técnica de Cos-méticos (CTCos) do Conselho.

Entre os principais itens do convê-nio destaca-se a formação de um grupode trabalho composto por membros daABC e da CTCos, que coordenará oplanejamento de diversas iniciativas,como a realização conjunta de um even-to anual, no auditório do Conselho,voltado para a tecnologia na área cos-mética. O acordo também inclui a uti-lização do laboratório mantido pelaABC para a realização de aulas práti-cas de cursos que o Conselho, por meioda CTCos, venha a realizar, além da di-vulgação conjunta de eventos técnicos.

O acordo contempla, ainda, a con-cessão de cortesias para eventos e cur-sos promovidos pelas duas entidades.No caso do CRQ-IV, as cortesias rece-bidas serão, como de praxe, sorteadasentre os profissionais em situação re-gular. Tais promoções serão divulgadasno site www.crq4.org.br.

Segundo o presidente do Conselho,a parceria com a ABC é de longa datae, com a formalização, deve ser ampli-ada. “A ABC representa o setor cosmé-tico, que é muito relevante na área quí-mica. O mais importante é que essa ali-ança se renove e funcione cada vezmelhor”, ressaltou Viertler.

Para Vânia Rodrigues, o convênioabre oportunidades para benefíciosmútuos e é estratégico para as entida-des por ambas terem objetivos em co-mum. “A ABC está ligada a eventoscientíficos e à promoção da Cosméti-ca, juntamente com o CRQ-IV. São pro-fissionais e assuntos afins, então o acor-do estreita ainda mais essa relação”,assinalou a presidente da ABC.

SOBRE A ABC – A Associação Brasilei-ra de Cosmetologia é uma entidade semfins lucrativos, fundada em 10 de abrilde 1973, com o objetivo de promover odesenvolvimento da cosmetologia naci-onal. Formada por um grupo de profis-sionais das áreas de Química, Farmáciae afins, ligados a universidades e em-presas de produto acabado e matérias-primas para a indústria de higiene pes-soal, cosméticos e perfumes, a ABC pro-

move atividades tecnológicas, científi-cas e de regulamentação em prol do se-tor. Regida por seu estatuto, a diretoriada ABC é voluntária e eleita pelos asso-ciados para uma gestão bienal.

A ABC realiza regularmente con-ferências, palestras, workshops e cur-sos, além do Congresso Brasileiro deCosmetologia, que acontece simulta-neamente à maior exposição do setorna América Latina, a FCE Cosmetique,que abrange os setores de matéria-pri-ma, componentes, tecnologia e equi-pamentos de laboratório. O CRQ-IV éum tradicional apoiador desses e deoutros eventos promovidos pela enti-dade, como o Fórum de Embalagenspara Cosméticos, que teve a sua segun-da edição realizada no Conselho em14 de agosto.

Mais informações podem ser obtidasem www.abc-cosmetologia.org.br.

Conselho e Assoc. de Cosmetologiafirmam acordo de cooperação técnica

Acerto inclui realização de evento anual e uso de laboratório para aulas práticas

Acordo assinado por Vânia Silva e Hans Viertler prevê a realização de evento anual sobre tecnologia

CRQ-IV

4 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

INDÚSTRIA

Nos dias 15 e 16 de agosto, a Asso-ciação Brasileira da Indústria Química(Abiquim) realizou, na Capital, a 17ªedição do Congresso de Atuação Res-ponsável. Com o tema “A Química doFuturo: universo de possibilidades edesafios”, o evento teve 650 participan-tes e abordou, por meio de ciclos depalestras em salas temáticas, diversosassuntos relacionados à saúde e segu-rança do trabalho, sustentabilidade equalidade no processo produtivo.

Na sessão plenária de abertura, opresidente do Conselho Diretor da Abi-quim e da Elekeiroz, Marcos AntonioDe Marchi, destacou a trajetória do pro-grama Atuação Responsável, imple-mentado no Brasil pela entidade em1992, como a versão brasileira do Res-ponsible Care, lançado em 1984 noCanadá e mantido pelo Conselho Inter-nacional das Associações Químicas

(ICCA, na sigla eminglês). A iniciativabusca melhorar indicadores de eficiên-cia, limpeza e sustentabilidade das in-dústrias da área química.

“O Congresso tem por objetivo en-volver governos e instituições, comouniversidades, além da sociedade civil,em torno de metas em prol do meioambiente, da saúde e da segurança dotrabalho. Também visa compartilharexperiências e divulgar boas práticas.O principal desafio é engajar mais em-presas em torno do esforço contínuopara obter a certificação do AtuaçãoResponsável”, ressaltou De Marchi.

O presidente do Conselho Diretorda Abiquim também indicou os desafi-os da indústria no contexto da QuartaRevolução Industrial (Indústria 4.0):regulamentação, segurança dos produ-tos e processos, gestão da comunica-ção em um mundo com abundância dedados e a reforma trabalhista instituídano País em novembro de 2017.

A importância do setor químico foiassinalada por De Marchi pela presençaem todos os segmentos produtivos dossetores agropecuário, industrial e de ser-viços. Ele também citou a busca pelaeficiência energética como um importan-te objetivo, por gerar benefícios tantopara a indústria (menores custos de fa-bricação) quanto para a sociedade, queconsequentemente poderá adquirir pro-dutos a preços mais acessíveis.

De acordo com Marcos BarrosCruz, coordenador da Comissão deGestão do Atuação Responsável da

Abiquim, o programa promove a com-petitividade e o desenvolvimento sus-tentável na indústria química. Atual-mente, conta com 160 indústrias asso-ciadas à Abiquim comprometidas emimplementá-lo. Até o momento, seteempresas foram certificadas e outras 19declararam ter passado pelo processode auditoria. “A meta é certificar todasaté 2020”, explicou Cruz.

TRANSPARÊNCIA – Vice-presidente daSolvay e Chairman do Grupo de Líde-res do Responsible Care na ICCA, Pa-trick Vandenhoeke apresentou o pro-grama como um dos pilares de atua-ção da entidade. “O Responsible Careé necessário para o desenvolvimentosustentável. Atua na intersecção entreas esferas econômica, ambiental e

“Química do futuro”foi tema de congresso

feito pela AbiquimSustentabilidade e qualidade dos processosindustriais foram alguns dos focos do evento

Fotos: Alex Silva

De Marchi: desafio é engajar mais empresas Vandenhoeke: programa contribui para metas da ONU

Informativo CRQ-IV – 5Set/Out 2018

INDÚSTRIA

social. O programa representa a fun-dação e os alicerces que sustentamuma casa, sendo dessa forma impor-tante, embora não seja visível. Alémdisso, contribui decisivamente para asmetas de desenvolvimento sustentávelestabelecidas pela Agenda 2030 daONU [Organização das Nações Uni-das]”, pontuou Vandenhoeke, que sa-lientou ainda o papel das indústriasquímicas como agentes do programa.

O coordenador do Comitê de Susten-tabilidade da Abiquim, Weber Porto, apre-sentou o Relatório de Materialidade daIndústria Química, feito em parceria coma Fundação Dom Cabral. Segundo ele, quetambém é presidente da Evonik no Brasil,o estudo concluiu que “a indústria quími-ca brasileira faz muito mais do que repor-ta, o que motiva uma reflexão. Se uma em-presa deixa de fazer um relatório, não querdizer que não seja sustentável; somente quenão comunica suas ações. Transparênciaé um desafio e, ao mesmo tempo, umaoportunidade”, afirmou.

O levantamento obteve dados juntoa 42 empresas da área química, sendo23 multinacionais e 19 brasileiras. Dascompanhias nacionais, apenas 9 publi-cam relatórios de sustentabilidade, en-quanto todas as internacionais reportamde forma regular as ações nesta esfera.

No entendimento de Porto, o setordeve empreender um esforço coletivo,por meio de uma estratégia, para se in-serir na agenda global. “A indústria quí-mica deve adotar um posicionamentocomo criadora de soluções para o desen-volvimento sustentável”, completou.

SUSTENTABILIDADE – A coordenadorageral de Qualidade Ambiental e Ges-tão de Resíduos do Ministério do MeioAmbiente (MMA), Letícia Reis Carva-lho, que representa o Brasil na Abor-dagem Estratégica Internacionalpara a Gestão de Substâncias Quí-micas (SAICM, na sigla em inglês),falou sobre as metas da iniciativa paraalém de 2020 e fez elogios aos esfor-ços da indústria química brasileira para

aderir às melhores práticas internacio-nais. “O SAICM tem um escopo abran-gente e já possui pilares sólidos no Bra-sil. A Agenda 2030 da ONU abre opor-tunidades para que o setor químico, umdos mais globalizados da economia,invista em questões fundamentais,como a produção de água limpa, o sa-neamento e o gerenciamento de resídu-os perigosos”, assinalou.

Sobre as convenções internacionaisde químicos, avaliou que estas proporci-onaram importantes avanços, citando osexemplos dos acordos de Estocolmo (re-lativo aos Poluentes Orgânicos Persisten-tes – POPs, assunto de matéria publicadanesta edição do Informativo) e Minama-

ta (que baniu o uso de mercúrio). A res-peito desta última, Letícia apontou comoum diferencial competitivo o esforço con-junto entre governo federal, setor produ-tivo e sociedade civil organizada para queo Brasil se tornasse signatário do acordointernacional em 2013, o que culminouna promulgação do Decreto nº 9.470(https://is.gd/decreto_minamata), pu-blicado no Diário Oficial da União do úl-timo dia 14 de agosto.

Os esforços para cumprir as metasdo SAICM para 2020 continuam, segun-do Letícia, considerando as projeções decrescimento da população de classemédia no mundo e a consequente ascen-são no consumo de produtos químicos,o aumento estimado de 25% no consu-mo global de energia até 2040 e o cres-cente número de substâncias descober-tas. O Chemical Abstracts Service, daAmerican Chemical Society, catalogoumais de 100 milhões de substâncias emquatro décadas (de 1975 a 2015).

Nanomateriais, disruptores endócri-nos, poluentes farmacêuticos persisten-tes e pesticidas perigosos já estão entreas prioridades do SAICM que, segun-do Letícia, deverá incorporar outrassubstâncias, como bisfenol-A, arsênico,cádmio e ftalatos em produtos de con-sumo, na quinta edição da conferênciados países signatários – programada para2020 em Bonn (Alemanha).

Letícia Reis Carvalho, representante do MMA

Pellets: Plastividalança manual

A Plastivida aproveitou o Congresso deAtuação Responsável para lançar a publi-cação Manual Perda Zero de Pellets (dis-ponível na seção Downloads do site doConselho). Segundo Miguel Bahiense, pre-sidente, a obra visa auxiliar toda a cadeiaprodutiva do setor – que inclui transporta-doras, operadores logísticos, empresas deatendimento a emergências e de armaze-nagem – a reduzir a perda de pellets plásti-cos (resinas termoplásticas no formato depequenos grãos) no ambiente marinho.

Divulgação

6 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

INDÚSTRIA

Em dois dias de realização, o 17º Con-gresso de Atuação Responsável dividiuos ciclos de palestras em salas temáticas.Atualidades sobre a legislação brasileirade substâncias químicas, segurança notransporte de produtos, qualidade do ar eos desafios da comunicação do setor emum mundo conectado foram alguns dosassuntos abordados.

O Sistema de Avaliação de Segu-rança, Saúde, Meio Ambiente e Qua-lidade (Sassmaq), mantido desde 2001pela Abiquim, foi o foco das palestrase debates da sala temática “Segurançano Transporte de Produtos Químicos”.Voltado para a análise, prevenção emitigação de acidentes, o programa jálançou três edições a respeito do mo-dal rodoviário (2001, 2005 e 2014) eduas sobre limpeza (2007 e 2016). Para2019, está programada uma edição es-pecífica para contêineres.

Gerente corporativo de Segurançae Meio Ambiente para a América Lati-na da Rhodia/Solvay, o EngenheiroQuímico Vlamir Kanashiro justificou ademanda por uma edição do Sassmaqpara contêineres considerando a expres-siva movimentação de produtos quími-cos no Porto de Santos e o consequen-

te risco de acidentes graves, como osque envolveram as empresas Ultracar-go (2015) e Localfrio (2016).

O Engenheiro Químico FernandoFranco de Oliveira, da área de Logísticada Basf e coordenador da Comissão Con-sultiva do Sassmaq, destacou a relaçãodeste com o programa Atuação Respon-sável e o estabelecimento de um padrãode exigência, fator que, segundo ele, geramelhorias contínuas no transporte de pro-dutos e redução de acidentes.

Marco Antônio José Lainha, da Co-missão de Estudos de Acidentes mantidapela Cetesb, apresentou dados sobreemergências químicas no estado de SãoPaulo: de 1978 a 2017, foram registradas11.055 ocorrências, sendo que a maiorparte (45,36%) foi no transporte rodovi-ário, situação que, segundo ele, não é di-ferente em outros estados brasileiros. Acausa mais frequente neste modal foi ovazamento de líquidos inflamáveis. Deacordo com Lainha, os riscos para o meioambiente envolvem possíveis contamina-ções do ar, da água e do solo.

COMUNICAÇÃO – O presidente-executi-vo da Abiquim, Fernando Figueiredo,apontou a responsabilidade dos profis-sionais da área de comunicação paracom a defesa dos benefícios proporci-onados pela indústria química em proldo desenvolvimento sustentável. “Crí-ticas como as que estão sendo feitas aosprodutos plásticos, a exemplo dos ca-nudinhos [uma referência à lei sancio-nada em julho e que proibiu o uso decanudos plásticos em quiosques, barese restaurantes na cidade do Rio de Ja-neiro], devem ser enfrentadas comações, especialmente nas mídias soci-ais”, salientou. Figueiredo lembrou quetanto os canudinhos quanto os coposplásticos foram adotados para evitar aproliferação de doenças como a tuber-

culose (confira nesta edição uma repor-tagem sobre o Plano de Incentivo àCadeia do Plástico - PICPlast, que in-clui ações de comunicação sobre a im-portância dos plásticos).

O diretor geral da Associação Bra-sileira de Comunicação Empresarial(Aberje), Hamilton dos Santos, levan-tou seis pontos relevantes para a comu-nicação do futuro, visando preservar areputação das organizações: leveza,

rapidez, multiplicidade, visibilidade,exatidão e consistência. O jornalistatambém foi o mediador do debate queenvolveu os demais palestrantes: Pau-lo Henrique Soares Leal, diretor de co-municação do Instituto Brasileiro deMineração (Ibram); Luiz Serafim, res-ponsável pelo marketing corporativo da3M; e Mauro Segura, diretor de comu-nicação e marketing da IBM.

Os principais temas discutidos nasala temática foram os impactos decor-rentes da revolução digital sobre os pro-cessos comunicacionais, códigos de éti-ca e conduta, uso de inteligência artifi-cial, mudanças comportamentais deempregados e consumidores, formas deengajamento via mídias sociais e pro-dução de conteúdo.

Congresso incluiu salas temáticasPalestras trataram de transporte de produtos e melhorias na comunicação do setor

Fotos: Alex Silva

Críticas devem ser enfrentadas, diz Figueiredo

Lainha: mais de 11 mil emergências em 40 anos

Informativo CRQ-IV – 7Set/Out 2018

LITERATURA

Destinado a engenheiros que pretendem desenvolver pro-jetos de sistemas fluidotérmicos, este livro está dividido emduas partes: sistemas hidráulicos e trocadores de calor, ou,em termos gerais, equipamentos disponíveis para movimen-tar fluidos e trocar calor em processos. Diversas aplicaçõesapresentadas incluem uma análise econômica, como a sele-ção do diâmetro de tubos, o dimensionamento de bombas, aescolha do isolamento ideal, entre outros.

A obra apresenta a aplicação dos conceitos para o proje-to de sistemas térmicos a partir de fundamentação teóricaclássica. Bastante didático, o texto é complementado commuitos exemplos e exercícios no final de cada capítulo.

Editada no Brasil pela Cengage Learning, a obra custaR$ 123,92 no site da distribuidora Cia. dos Livros (https://is.gd/livro_fluidotermicos).

Concorra a livros editados pelaCengage Learning e Átomo

Imagens: Divulgação

A promoção é aberta a profissionais e estudantes em situação regular no Conselho. Para participar, envieum e-mail para [email protected], informando nome, CPF e endereço residencial com CEP. Nocampo “Assunto” da mensagem escreva “Sorteio” seguido das palavras “Projetos” ou “Ensaios”, de

acordo com a obra de interesse. Envie mensagens separadas se quiser concorrer aos dois livros. O sorteioocorrerá em 31/10, sendo o resultado divulgado no site do Conselho.

Lançada no contexto das comemorações pelo cinquente-nário do Instituto de Química da Universidade Estadual deCampinas (Unicamp), a obra organizada pela professa Lju-bica Tasic´ reúne de forma inédita e inovadora 50 ensaiosque norteiam as aulas experimentais nos cursos da área ofe-recidos por essa universidade.

Elaborados por docentes do instituto, os textos que ori-ginalmente integraram livros, capítulos de livro e artigos emperiódicos contemplam as disciplinas clássicas da Química:geral, orgânica, inorgânica, analítica, físico-química e bio-química, caracterizando a multidisciplinaridade e valorizan-do a interdisciplinaridade.

Produzido pela Átomo, o livro custa R$ 196,00 e podeser adquirido diretamente no site da editora (https://is.gd/atomo_ensaios).

8 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

ESTUDANTES

“Tabela Periódica dos ElementosQuímicos: Comparação Experimental dePropriedades Periódicas” é o tema daedição 2019 da Olimpíada de Químicado Estado de São Paulo (OQSP). Orga-nizada pela seção paulista da AssociaçãoBrasileira de Química (ABQ), a compe-tição é voltada para estudantes do Ensi-no Médio. Os mais bem colocados rece-berão medalhas, prêmios em dinheiro eainda poderão representar S. Paulo naOlimpíada Brasileira de Química.

O tema deste ano é uma referênciaàs comemorações pelos 150 anos de cria-ção da Tabela Periódica por Dmitri Men-deleev. Por conta da relevância do fato,a Organização das Nações Unidas paraEducação, Ciência e Cultura (Unesco-ONU), com o apoio da União Internaci-onal de Química Pura e Aplicada (IUPAC), declarou 2019 como o Ano In-ternacional da Tabela Periódica.

As escolas paulistas já começarama receber cartazes e fôlderes divulgan-

do a OQSP-2019. Cada instituição po-derá inscrever as quatro melhores re-dações de seus alunos até 21 de novem-bro de 2018. A seguir, uma comissãode 60 doutores em química selecionará100 redações, habilitando seus autoresa participar da segunda fase do certa-me, prevista para junho do ano que vem.

Ao lado do CRQ-IV, apoiam a OQSPas seguintes entidades/empresas: Abi-clor, Associquim/Sincoquim, Braskem,

Inscrições para aOQSP poderãoser feitas até

21 de novembroCompetição voltada a alunos do Ensino

Médio tem apoio do CRQ-IV

Clariant, Dow, Univ. Presb. Mackenzie,Predilecta, Instituto de Química da USP,Fuvest e Academia de Ciências do Esta-do de São Paulo.

Além dos prêmios para vencedores,serão concedidos os prêmios “Desta-que”, para estudante de escola estadu-al, e “Mulheres para a Química”.

Acesse https://is.gd/olimpiada_ qui-mica_2019 para obter o regulamento eoutras informações sobre o evento.

Divulgação

Organização envioucartazes e fôlderespara escolas para

divulgar a competiçãoacadêmica

Informativo CRQ-IV – 9Set/Out 2018

ESTUDANTES

Em sessão realizadano dia 6 de agosto, o Ple-nário do Conselho defi-niu as regras para a edi-ção 2019 do PrêmioCRQ-IV, tradicionalconcurso público promo-vido pela entidade paraincentivar a pesquisa en-tre estudantes dos níveisMédio (Técnicos) e Su-perior voltados à áreaquímica. As inscriçõespoderão ser feitas de 1º denovembro até 30 de março de 2019.

O regulamento e a ficha de inscri-ção devem ser baixados no site do Con-selho (www.crq4.org.br). A entrega doprêmio ocorrerá em junho do ano quevem, mês em que se comemora o Diado Profissional da Química.

A premiação irá distribuir um totalde R$ 30 mil, divididos entre os estu-dantes (R$ 6 mil) e orientadores (R$ 4mil) vencedores em cada uma das trêsmodalidades: Química de Nível Médio(cursos técnicos); Química de NívelSuperior (Bacharelado, Licenciatura eTecnologia); e Engenharias da ÁreaQuímica. Dos valores, serão desconta-dos os impostos pertinentes. Os vence-dores e suas respectivas instituições deensino receberão certificados e terão osnomes inscritos na Galeria de Vence-dores, mantida no site.

Os trabalhos de Nível Médio deve-rão tratar de um dos seguintes temas:Polímeros e Materiais Poliméricos; Tin-tas e Vernizes; ou Metais e Ligas Me-tálicas. Não há restrições de assuntospossíveis de serem investigados pelosparticipantes matriculados em cursos deNível Superior.

Os trabalhos podem ser individuaisou feitos em grupos de até três alunos.A orientação poderá ser realizada poraté dois professores ou profissionaiscom vivência na área objeto dos traba-lhos e que estejam em situação regularno Conselho. Cada estudante deve ins-crever somente um trabalho. Já os pro-fessores podem orientar quantas pesqui-sas desejarem.

INSCRIÇÕES – De acordo com o regu-lamento, as inscrições poderão ser fei-tas presencialmente na sede do CRQ-IV ou via Correios. Caso os interessa-dos optem pela modalidade presencial,deverão protocolar os documentos exi-

gidos até o dia 29 demarço de 2019, no ho-rário de atendimento aopúblico (9h30 às 15h).No entanto, caso a pre-ferência seja pelo envioda documentação, serãoaceitos os trabalhospostados até o dia 30/03(sábado). É importanteressaltar que os escritó-rios regionais do CRQ-IV não receberão inscri-ções, sejam estas pre-

senciais ou via Correios.Em relação aos regulamentos de

anos anteriores, foi alterada a disposi-ção referente aos trabalhos que não fo-rem premiados. Diferentemente daspesquisas contempladas, que serão ca-talogadas na Biblioteca da Conselho edisponibilizadas ao público para con-sultas, os demais trabalhos terão as in-formações registradas, mas os materi-ais relacionados (impressos e eletrôni-cos) deverão ser retirados pelos auto-res em um prazo máximo de 60 diasapós a realização da entrega do PrêmioCRQ-IV, em data a ser definida. De-pois desse prazo, os materiais serãoenviados para reciclagem.

Regulamento e fichas de inscriçãoda edição 2019 já estão disponíveis

Total a ser distribuído entre estudantes e orientadores é de R$ 30 mil

Tendo em vista o baixo interesseverificado nas últimas edições – o queinviabilizou sua realização –, o Plená-rio do CRQ-IV decidiu suspender tem-porariamente o Prêmio Walter Bor-zani. Criado em 2011, ele se destinavaa reconhecer profissionais que se des-

Prêmio Walter Borzani é suspensotacam em suas áreas de atuação e quetenham contribuído para o desenvol-vimento da Química. O ganhador re-cebia um troféu e um certificado. Aolongo dos próximos meses, a entidadeavaliará se a melhor alternativa será re-desenhar o concurso ou extingui-lo.

10 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO

Lançada em maio de 2001, a Con-venção de Estocolmo para os Poluen-tes Orgânicos Persistentes (POPs), ad-ministrada pelo Programa das NaçõesUnidas para o Meio Ambiente (Pnuma),encontra-se em processo de implemen-tação nos países signatários, entre osquais está o Brasil, que tem cumpridoas metas estabelecidas dentro dos pra-zos, de acordo com o Ministério do MeioAmbiente. Entretanto, devido a atuali-zações periódicas, consolidadas a cadadois anos nas Conferências das Partes(COPs), a capacitação contínua de agen-tes públicos e privados sobre o acordo éconsiderada essencial por especialistasda Fundacentro e da Cetesb entrevista-dos pelo Informativo.

A Fundação Jorge Duprat Figueire-do de Segurança e Medicina do Traba-lho (Fundacentro), autarquia vinculadaao Ministério do Trabalho e Emprego,é uma das entidades que compõem aComissão Nacional de Segurança Quí-mica (Conasq), responsável por moni-

torar o cumprimento dos objetivos eprazos estabelecidos pela Convenção.

Representantes da autarquia na Co-nasq, os Engenheiros Químicos Fernan-do Vieira Sobrinho e Walter dos ReisPedreira Filho esclareceram pontos re-levantes sobre o tema, como os obstá-culos enfrentados para a implementa-ção, entre os quais estão os passivosambientais já gerados pelos POPs, onível ainda elevado de subnotificaçõese a falta de informação por parte de al-gumas empresas da área química a res-peito dessas substâncias.

“Estamos em um país de dimensõescontinentais e isso é um obstáculo natu-ral. São muitas diferenças entre as regi-ões e o Brasil é um dos maiores produ-tores de químicos do mundo”, enfatizaPedreira. Apesar disso, ele observa queo País se encontra em um estágio avan-çado de implementação. “O ponto focaltécnico é o Ministério do Meio Ambi-ente, que tem feito o seu dever de casa esegue um cronograma, independente-

mente de eventuais mudanças en-tre diferentes governos”, ressalta.

Fernando Sobrinho consideraespecialmente importante a capa-citação de agentes públicos emgeral, como auditores fiscais eMinistério Público do Trabalho.“Não temos notícias de que issoocorra no Brasil atualmente. Sin-dicatos de trabalhadores impor-tantes da área química tambémdevem conhecer adequadamentea questão”, pontuou.

A Fundacentro oferece supor-te à Conasq em questões de saú-de e segurança do trabalho. Alémdisso, promove ações educativaspor meio de cursos e seminários

na área de Segurança Química. “To-das as convenções são agregadas aoescopo desses treinamentos. Os parti-cipantes tomam conhecimento da po-lítica de Segurança Química vigenteno País no âmbito do trabalho. Inseri-dos nessa política estão os acordos in-ternacionais, como o de Estocolmo”,explica Pedreira.

“Uma convenção é estabelecida quan-do o risco se torna inaceitável por parteda sociedade. É o que aconteceu com osPOPs: não adiantava mais executar ape-nas medidas de controle. Era necessáriotratar a questão de forma global, pois oque ocorre em um país se reflete em ou-tro, devido ao comércio e ao movimentotransfronteiriço de produtos químicos.Como cada país tem uma legislação di-ferente, a Convenção serve para estabe-lecer uma regulamentação global e con-vocar os governos a assumir um compro-misso”, assinalou Sobrinho.

Pedreira lembra que o enfoque es-tratégico de produtos químicos instituí-do pela Abordagem Estratégica para aGestão Internacional de SubstânciasQuímicas (SAICM, na sigla em inglês)é definir que a responsabilidade deveser compartilhada entre os governos ea sociedade, incluindo entes privados,ONGs, entre outros. “Toda a estruturasocial precisa estar comprometida coma gestão saudável de químicos: produ-zir e atender às demandas da socieda-de, mas sem agredir tanto esta socieda-de quanto o meio ambiente em que elavive”, aponta.

BALANÇO – Em vigor desde 2004, aConvenção de Estocolmo prevê uma sé-rie de medidas que visam controlar e,em muitos casos, eliminar a utilização

Brasil cumpre metas, mas precisamanter programa de capacitação

Medida é necessária em razão da constante atualização de POPs, dizem especialistas

Implementação está avançada no Brasil, avalia Pedreira

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Informativo CRQ-IV – 11Set/Out 2018

CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO

de substâncias químicas (algumas deuso industrial) que podem gerar impac-tos negativos à saúde humana e ao meioambiente. Um dos produtos mais co-nhecidos entre os POPs é o agrotóxicoDicloro-Difenil-Tricloroetano (conhe-cido pela sigla DDT).

O Ministério do Meio Ambiente(MMA) informou que, antes mesmo dea Convenção entrar em vigor, já haviabanido os POPs utilizados como defen-sivos agrícolas, como é o caso do DDT,que não é permitido no Brasil desde1998, mesmo em campanhas de saúdepública para controle de vetores (aexemplo do mosquito que transmite amalária), embora a Convenção permitao uso para tal finalidade.

De acordo com a definição dadapelo Grupo de Trabalho Permanente(GTP) da Convenção de Estocolmo,mantido pela Conasq, os POPs formamum grupo de substâncias químicas ca-racterizadas por possuírem elevada per-sistência ambiental, capacidade de bi-oacumulação nos ecossistemas, causa-rem efeitos negativos sobre a saúdehumana e o meio ambiente e seremtransportadas a longas distâncias.

A Conasq é a responsável pela arti-culação técnica intersetorial em torno doPlano Nacional de Implementação (NIP,na sigla em inglês) da Convenção deEstocolmo, que é monitorado pelo GTP,criado neste ano e que se reuniu pela pri-meira vez em 29 de junho. Coordenadapelo Ministério do Meio Ambiente, a

Comissão é formada atu-almente por 22 institui-ções dos setores públicoe privado, além de Orga-nizações Não Governa-mentais (ONGs).

A Conasq, atualmen-te, discute a elaboraçãode um anteprojeto de leique estabelece a avalia-ção de risco de substân-cias químicas existentesno País e também de no-vas moléculas. Um dosobjetivos, segundo o Mi-nistério, é evitar a sínte-se de novos POPs. A pro-posta é de estabelecer umcomitê técnico, que ava-liaria as substâncias exis-tentes e as novas, e umcomitê deliberativo, quepoderia determinar restri-ções de uso e proibições de produção eimportação, bem como outras medidasde gerenciamento de risco. A previsão éde que, até o final deste ano, o antepro-jeto seja concluído para envio à CasaCivil e posterior encaminhamento aoCongresso Nacional.

APOIO – Para viabilizar o processo deimplementação nos países em desenvol-vimento, fornecendo capacitações nosâmbitos técnico, institucional e legal, osecretariado da Convenção escolheu ins-tituições especializadas para prestação

de assistência técnica, no-meando-as como centrosregionais para a dissemina-ção de conhecimentos téc-nicos sobre os POPs e asmedidas necessárias visan-do o controle e o banimen-to dessas substâncias. Des-de 2009, no âmbito dos pa-íses da América Latina e doCaribe, o centro regionalresponsável é a CompanhiaAmbiental do Estado deSão Paulo (Cetesb).

Segundo a coordenadora do centroregional, a Engenheira Química LadyVirginia Traldi Meneses, a Cetesb de-senvolve programas e atividades de ca-pacitação (presencial e a distância), sen-do que mais de 600 profissionais já fo-ram treinados nos 33 países da AméricaLatina e do Caribe, além de países afri-canos lusófonos. Funcionários das secre-tarias de Meio Ambiente dos demais es-tados brasileiros também passaram porcapacitação e a meta é formar uma redepermanente para levantamento nacionalde dados sobre os POPs.

Ao mesmo tempo, a Cetesb realizano estado de São Paulo o monitoramen-to ambiental desses poluentes, tanto osde uso e produção intencional (nas in-dústrias químicas) quanto os POPs nãointencionais, gerados a partir de proces-sos térmicos, como a incineração, veri-ficando os níveis presentes em resídu-os sólidos, efluentes industriais, águassubterrâneas, além de áreas contamina-das, a exemplo de lixões a céu aberto.Além disso, o órgão fornece dados parao monitoramento global que analisa aeficácia da Convenção, com medidas

Sobrinho: uma convenção se dá quando o risco se torna inaceitável

POP mais conhecido, DDT está proibido no Brasil desde 1998

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12 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO

da presença de POPs no ar e em sereshumanos, que são monitorados por meiode coleta de sangue e lei materno.

A Engenheira da Cetesb alerta parao fato de que os POPs geram uma po-luição difusa, que está presente em di-versas áreas. Um exemplo é a agrícola,devido ao uso de pesticidas já conside-rados obsoletos. Em muitos casos, apósa utilização, os recipientes com resídu-os são armazenados em galpões sem adevida estrutura.

Sobre esta questão, o Ministério doMeio Ambiente (MMA) ressalta queagrotóxicos considerados obsoletos,como o lindano, o heptacloro e o en-drin, tiveram o uso proibido ainda nosanos 1980. Mesmo assim, ainda podemser encontrados estoques enterrados ouarmazenados incorretamente em propri-edades agrícolas. Segundo o MMA, éresponsabilidade dos estados identifi-car, recolher e dar a destinação adequa-da a esses produtos para que não hajariscos de contaminação.

São Paulo e Paraná são citados peloMinistério como referências de estadosque conseguiram empreender campa-nhas exitosas para eliminação de agro-tóxicos. Juntos, no período de 2009 a2016, conseguiram remover mais de1.700 toneladas de estoques obsoletosdesses produtos.

DESAFIOS – Companhias elétricas de-vem eliminar e dar a destinação finaladequada às bifenilas policloradas(PCBs) que estão em equipamentosantigos (transformadores e capacitores)até 2028. Em parceria com o setor, oMMA realizou projetos-piloto de inven-tariação de PCBs e elaborou planos deação. O órgão informou também queirá disponibilizar um sistema para a re-alização do inventário nacional dePCBs pelas empresas.

Com relação aos POPs de uso in-dustrial, o hexabromociclododecano(HBCD) ainda é utilizado como retar-dante de chama para revestimentos daconstrução civil, mas o produto já estásendo substituído pelo setor. O prazopara que o HBCD não seja mais utili-zado é novembro de 2019.

Os éteres de difenila polibromados(PBDEs), por exemplo, são retardan-tes de chama que foram adicionados aosplásticos de equipamentos eletroeletrô-nicos e veículos. A Convenção estabe-lece que as recicladoras deverão estarpreparadas para identificar e separar es-ses plásticos e dar destinação adequa-da até 2030.

Com a implementação da logística

reversa dos resíduos eletroeletrônicos,esse trabalho deverá ser facilitado, ga-rante o MMA.

Há outros desafios, como encontrarum substituto para a sulfluramida, pro-duzida com fluoreto de perfluoroctanosulfonila. A partir da sulfluramida sãoproduzidas iscas para controle de for-migas cortadeiras. Contudo, ainda nãoexiste uma substituta para o controledessas pragas, comuns no Brasil e emoutros países da América do Sul. Porisso, este uso é considerado aceitável.

O Inventário Nacional de Emissão dePOPs não intencionais, como as dioxinase furanos, apontou que algumas tecnolo-gias e processos nacionais são antigos eprecisam ser modificados para reduzir aemissão desses poluentes. Os setores en-volvidos estão trabalhando nas mediçõese em mudanças de processos. Além disso,o MMA salienta que mudanças em reso-luções do Conselho Nacional do MeioAmbiente (Conama), notadamente paratratamento térmico, também deverão seroperacionalizadas para endurecer os limi-tes de emissão desses poluentes.

Veja na versão on-line desta ediçãoa lista dos POPs abrangidos pela Con-venção de Estocolmo.Lady: mais de 600 profissionais treinados

Hexabromociclododecano não poderá ser mais usado a partir de novembro do próximo ano

Informativo CRQ-IV – 13Set/Out 2018

PLÁSTICOS

Lançado há cinco anos, o Plano deIncentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) é uma iniciativa conjunta da As-sociação Brasileira da Indústria do Plás-tico (Abiplast) e da petroquímicaBraskem que busca, por um lado, for-talecer a cadeia produtiva do setor e,por outro, mostrar que os impactosambientais que ele provoca podem sermitigados e, em vários casos, são me-nores do que se propala. Com investi-mento até o momento de R$ 10 mi-lhões, o Movimento Plástico Trans-forma é um dos pilares desse progra-ma e se destina a promover ações quereforçam as vantagens do plástico comoum material sustentável e essencial nodia a dia das pessoas.

O PlastCoLab está entre as princi-pais ações do “Plástico Transforma”.Trata-se de uma estrutura itinerante queconvida o público a conhecer as diver-sas aplicações dos materiais plásticos.Ele é inspirado no movimento maker, ex-

tensão tecnológica do “faça-você-mes-mo”, que tem como base a ideia de queas pessoas comuns podem construir,consertar, modificar e fabricar diversostipos de projetos e objetos, no caso, usan-do o plástico como matéria-prima.

A primeira edição do PlastCoLabaconteceu em São Paulo, em dezembrode 2017. O espaço, no formato de umcubo mágico com nove metros de altu-ra, atraiu mais de 7.500 visitantes àAvenida Paulista. As atividades foramdivididas nos três andares da estrutura:no primeiro, intitulado “Expo”, ocor-reram exposições interativas, com ên-fase em robótica e objetos produzidospor meio de impressão 3D; no segundo(“Shop”), foram feitas oficinas com te-máticas tratando desde a fabricação debrinquedos a drones; e no terceiro(“Share”), especialistas apresentarampalestras sobre as vantagens e facilida-des proporcionadas pelo plástico.

“Com o PlastCoLab, podemosmostrar o plástico e seu potencial detransformação. Tivemos um retornoexcelente não só em números, mastambém na interação com os visitan-tes e participantes de oficinas”, sali-entou Fabio Santos, diretor de Marke-ting da Braskem. A segunda ediçãoocorreu em junho deste ano em PortoAlegre. Os locais para as próximas

Iniciativa quer fortalecer a indústria eimagem do material junto à sociedade

PlastCoLab: instalação onde visitantes podem conhecer as várias aplicações dos materiais plásticos

Imagens: Divulgação

Público é estimulado a produzir seus próprios dispositivos usando o plástico como matéria-prima

14 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

PLÁSTICOS

montagens estão em avaliação, inclu-indo um possível retorno a São Paulo.

Outra vertente do “Plástico Trans-forma” foca o público infantil. Comprevisão de lançamento da versão finalem outubro deste ano, o game para dis-positivos móveis Eckoblocks (https://is.gd/eckoblocks) foi desenvolvido paracrianças de 6 a 11 anos de idade. Combase em um conceito lúdico, o objetivoé conscientizar os futuros cidadãos so-bre a importância da reciclagem.

Inspirado no jogo “Minecraft”, oEckoblocks – que já tem uma versãoDemo – coloca como meta promover odesenvolvimento de uma cidade de for-ma sustentável por meio da administra-ção de recursos. O jogador deverá in-centivar o crescimento da indústria e a

geração de energia, controlar as reser-vas de água e alimentos, mas ao mes-mo tempo manter baixos os níveis delixo e poluição.

ACV – Demostrar cientificamentepara o público que o plástico pode sermais vantajoso que outras matérias-primas e ainda causar menos danos aomeio ambiente é outro objetivo. Paratanto, a ferramenta empregada pelostécnicos do programa é a Avaliação doCiclo de Vida (ACV), que determinaos potenciais impactos ambientais dedeterminado produto, considerandosua fabricação, logística, utilização edestinação final.

Os estudos de ACV já feitos compa-ram os impactos causados por um baldede polipropileno para tintas com o seusimilar metálico, feito de folha de flan-dres; pallets de polietileno versus a ver-são de madeira; e copos descartáveis depolipropileno contra os de papel. Ospallets plásticos, por exemplo, podem serreutilizados até 24 vezes, enquanto queos de madeira suportam apenas três reú-sos. Essa diferença proporciona uma re-dução de até 70% no impacto ambientalgerado. Já em relação aos copos, muitousados em redes de restaurante “fast-food”, os de polipropileno são mais le-ves, demandam menor quantidade deágua em seu processo de fabricação esão totalmente recicláveis.

Também chamam a atenção os re-sultados da ACV sobre embalagenspara alimentos, para a qual foi pro-

duzida um vídeo didático (https://is.gd/plastembala). Baseada, também,em estudos produzidos pela PlasticsEurope – associação dos fabricanteseuropeus de plásticos – a análise es-tima que o uso de embalagens plásti-cas pode reduzir as perdas de alimen-tos em até 30%.

De acordo com a Organização dasNações Unidas para a Alimentação ea Agricultura (FAO, na sigla em in-glês), um terço dos alimentos produ-zidos no mundo (1 bilhão e 300 miltoneladas) é perdido anualmente, des-de o campo, de onde a comida não éescoada e apodrece, até nas residên-cias, quando o prazo de validade dos

Tela do game Eckoblocks: desenvolvido para crianças entre 6 e 11 anos de idade, aplicativo para dispositivos móveis terá versão final lançada em outubro

Projeto gerou excelente retorno, avaliou Santos

ACV mostra vantagens ambientais sobre madeira

Informativo CRQ-IV – 15Set/Out 2018

PLÁSTICOS

Além dos R$ 10 milhões investi-dos em ações de promoção junto aogrande público, o Plano de Incenti-vo à Cadeia do Plástico (PICPlast)já empregou R$ 170 milhões no in-centivo à exportação e R$ 17 milhõesem iniciativas voltadas para aumentoda competitividade do setor, informaFabio Santos, diretor de marketing daárea de polímeros da Braskem.

Entre os principais resultados ob-tidos, Paulo Henrique Rangel Teixei-ra, diretor superintendente da Abi-plast, destaca a participação de maisde mil profissionais do setor nos cer-ca de 30 programas de treinamento re-alizados. “Uma pesquisa feita em

Exportações e competividade recebem R$ 187 milhões2017 apontou que mais de 70% dosparticipantes acreditam que a expe-riência com o PICPlast contribuiu po-sitivamente para a competitividadenas empresas, sendo a ampliação deconhecimento e de qualificação dosprofissionais os principais ganhos”,explica Teixeira.

No total, cerca de 100 empresas jáparticiparam de seminários e feiras,ações de negócio voltadas para relaci-onamento, troca de experiências, dis-cussão sobre tendências, entre outrasiniciativas. Um exemplo apontado porTeixeira ocorre anualmente na feiraAgrishow, promovida em RibeirãoPreto. Desde 2014, mais de 40 empre-

sas já utilizaram um espaço própriodo PICPlast no evento visando apre-sentar soluções para o agronegócio.

Fabio Santos, da Braskem, ressal-ta que, atualmente, o PICPlast tembuscado ampliar o alcance das ações,de forma que o maior número possí-vel de transformadores de plástico co-nheça as iniciativas e participe delas.“Por isso, investimos sempre na atua-lização e renovação dos canais de co-municação, como site, newsletter,blog, eventos e conteúdo para redessociais”, explica.

Mais informações sobre o plano deincentivo podem ser obtidas no sitewww.picplast.com.br.

alimentos vence. E é aí, segundo o es-tudo, que entra a importância das em-balagens plásticas, pois ao protegeremos alimentos elas preservam tambémtodos os recursos naturais e esforçoshumanos investidos na sua produção.

RECICLAGEM – O PICPlast divulga anu-almente, em parceria com a FundaçãoInstituto de Administração (FIA), ummapeamento de recicladores de plástico.O site www.reciclagemdeplastico.org.brlocaliza os Pontos de Entrega Voluntária

(PEVs), incluindo os tipos de resíduosque recebem (como mostrado no mapaacima) e de reciclagem existentes no País,informações que também podem serobtidas pelo aplicativo para celulareschamado Reciclagem de Plásticos.

Site apresenta mapa indicando ao público locais em todo o País que recebem resíduos para reciclagemCopo de PP gera menos impacto que o de papel

16 – Informativo CRQ-IV Set/Out 2018

AVISO

Profissionais que estiverem desem-pregados e os que farão cursos de pós-graduação sem auferir renda deverãosolicitar, de 1 a 30 de novembro, o be-nefício de suspensão da anuidade de2019. Aqueles que já estão com a anui-dade suspensa e permanecem fora domercado de trabalho não precisarão re-novar o pedido. Os documentos neces-sários e as instruções para sua remessaao Conselho estão disponíveis na pági-na www.crq4.org.br/suspensao.

Eventuais solicitações protocola-das depois de novembro somente se-rão apreciadas caso as situações quepermitem a concessão do benefício(perda do emprego ou matrícula emcurso de pós-graduação) se configu-rarem em dezembro. Quem preencheros requisitos apenas a partir de janei-ro não terá direito à suspensão do pa-gamento da anuidade.

Os profissionais que já têm a anui-dade suspensa estão obrigados a noti-ficar o Conselho tão logo iniciem uma

atividade remunerada em qual-quer ramo (mesmo que fora daárea química). Caso não cum-pram a determinação e a irre-gularidade seja descoberta, to-das as anuidades que estiveremsuspensas serão cobradas deimediato, acrescidas de juros emultas. Para evitar a cobrança,é preciso solicitar o cancela-mento do registro, que poderáser reaberto posteriormentecaso o interessado retome ati-vidades na área química.

PLANEJAMENTO – Estabelecidahá seis anos, a fixação de pra-zos para o recebimento dos pe-didos de suspensão da anuida-de visa permitir ao Conselhofazer um planejamento financeiro parao próximo exercício.

Além disso, a medida possibilita aredução de custos com a emissão e pos-tagem de boletos de cobrança e evita o

Suspensão da anuidade deve sersolicitada de 1 a 30 de novembro

Medida deve ser adotada por quem estiver desempregado ou fazendo curso de pós-graduação

Disponível paraprofissionais e empresas

A Bolsa de Empregos CRQ-IV/Sinquisp é um servi-ço que possibilita a divulgação de currículos e de ofer-tas de trabalho. Todos os profissionais em situação re-gular no Conselho podem usá-lo, inclusive os que estãoempregados, mas procuram outra oportunidade, assimcomo os que estão com a anuidade suspensa.

Além das registradas na entidade, a Bolsa tambémpode ser usada por empresas de outros estados e porconsultorias de Recursos Humanos sem qualquer custo.

acúmulo de processos a serem aprecia-dos no início do ano, quando o fluxode solicitações de novos registros,emissão e despacho de documentos émais expressivo.

www.crq4.org.br/empregoswww.crq4.org.br/empregos