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BRASIL 2018 O Ministério dos Direitos Humanos apresenta

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BRASIL2018

O Ministério dos Direitos Humanos apresenta

Ministério dos Direitos Humanos (MDH)

Setor Comercial Sul – B, Quadra 9, Lote C

Edifício Parque Cidade Corporate, Torra A, 10º andar

CEP 70308-200

Brasília – Distrito Federal

Telefone: (61) 2027.3900

www.mdh.gov.br

Instituto Cultura em Movimento (ICEM)

Rua Franklin Roosevelt, 23, sala 1202

CEP 20021-120

Rio de Janeiro – Rio de Janeiro

Telefone: (21) 3804.5600

www.icemcultural.org.br

12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos

Muestra Cine y Derechos Humanos

Film and Human Rights Exhibition

Brasília, DF / Rio de Janeiro, RJ: Instituto Cultura em Movimento, 2018.

1ª edição: novembro de 2018

Tiragem: 4.100 exemplares

Impresso no Brasil, Logus Gráfica - www.logusgrafica.com

Distribuição gratuita

MICHEL TEMER Presidente da República Federativa do Brasil

GUSTAVO DO VALE ROCHAMinistro dos Direitos Humanos

MARCELO DIAS VARELLASecretário Executivo

HERBERT BORGES PAES DE BARROSSecretário Nacional de Cidadania

JUCIARA RODRIGUESDiretora de Promoção e Educação em Direitos Humanos

ADRIANA ESCORSE DE MORAESCoordenadora-Geral de Educação em Direitos Humanos

THAÍS MARIA LEMOS RIBEIROCoordenadora da Coordenação-Geral de Educação em Direitos Humanos

ALBERTO GRAÇAPresidente do Instituto Cultura em Movimento

LUCIANA BOAL MARINHOVice-Presidente do Instituto Cultura em Movimento

ANDERSON LUIZ DE CARVALHO FLÁVIOFELIPE NEGREIROS DE BRETAS FREITAS LUCILA VASCONCELOS AVELARConselho Gestor do Instituto Cultura em Movimento

15 novembro – 15 dezembro2018

BRASIL

O Ministério dos Direitos Humanos apresenta

12ª Mostra Cinema e Direitos HumanosMuestra Cine y Derechos HumanosFilm and Human Rights Exhibition

APRESENTAÇÃO

MOSTRA PANORAMA

MOSTRA TEMÁTICA

MOSTRA HOMENAGEM

MOSTRINHA

ACESSIBILIDADE

CRÉDITOS

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78

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APRESENTAÇ ÃO

DIREITOS HUMANOS: UMA DECLARAÇÃO UNIVERSAL

Em 2018, reunimos duas importantes celebrações: os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Huma-nos e os 30 anos da Constituição da República Federativa do Brasil.

Longe de serem apenas conceitos filosóficos e jurídicos, os Direitos Humanos são valores universais e a De-claração Universal dos Direitos Humanos é uma das mais importantes propostas do século XX, construída de maneira plural e participativa, com o objetivo de garantir os Direitos Humanos e as liberdades fundamentais para todas as pessoas.

Em âmbito nacional, a Constituição Federal se inspira nessa proposta e contribui diretamente para o avanço dos Direitos Humanos no Brasil por meio de políticas públicas. Exemplo dessas políticas públicas é a Mostra Cinema e Direitos Humanos, que há mais de uma década contribui para a formação de uma nova mentalida-de coletiva para o exercício da solidariedade, do respeito às diversidades e da tolerância, por meio do apoio à consolidação da cultura e da educação em Direitos Humanos, utilizando a linguagem audiovisual para ampliar espaços de informação e debate sobre Direitos Humanos.

Na 12ª edição o tema é a celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e, inspirada nos seus 30 artigos, abordará os mais diversos temas: cidadania LGBT e enfrentamento da LGBTfobia, direi-tos de crianças e adolescentes, direitos das mulheres, democracia e participação política ativa, imigração, direitos das pessoas com deficiência, diversidade religiosa, direitos da população indígena e de comunida-des e povos tradicionais, direito humano à alimentação adequada, dentre tantos outros. Vale lembrar ainda que as obras audiovisuais contêm recursos de acessibilidade como closed caption, audiodescrição e janela de Libras.

A Mostra Homenagem trará a obra de Milton Gonçalves, um dos mais importantes atores da atualidade, cuja trajetória no cinema brasileiro apresenta diferentes olhares sobre muitas das temáticas urgentes para a sociedade brasileira.

O momento é de celebração e de determinação para que a cultura de Direitos Humanos no Brasil avance e se consolide. A 12ª Mostra Cinema é uma demonstração do compromisso assumido pelo Ministério dos Direitos Humanos.

Gustavo RochaMinistro de Estado dos Direitos Humanos

O ICEM, DIREITOS HUMANOS E O AUDIOVISUAL BRASILEIRO

Desde a sua criação em 2002, o Instituto Cultura em Movimento (ICEM) tem como objetivo montar circuitos não formais para a exibição de realizações audiovisuais, apoiados na experiência de agentes culturais, agru-pados em redes e responsáveis pela gestão desses circuitos em todo o território brasileiro.

O ICEM constrói e consolida estas redes mobilizadoras, que atuam de forma simultânea e unificada em todo o território nacional. Uma proposta em que o audiovisual vai ao encontro de sua plateia, e não o contrário.

Projetados em escala nacional e com finalidades específicas, estes circuitos têm o objetivo comum de pro-moção e difusão da cultura e de novas visões de mundo. O espaço entre a tela e o público passa a funcionar em duas vias, tendo o agente cultural como multiplicador dessa conexão, abrindo um canal de promoção da nossa cultura e de reflexão sobre a nossa realidade.

Estes circuitos têm como finalidade criar acesso àqueles que, por razões geográficas ou econômicas, são privados de usufruir os produtos culturais audiovisuais, concentrados nos grandes centros urbanos em nos-so país. Outro papel importante deste circuito é o da formação de novas audiências, ampliando o olhar e a percepção destes novos espectadores sobre os temas propostos pelas obras, promovendo também sessões e debates sobre os temas abordados nos filmes exibidos. Estes circuitos apoiam-se na rede de agentes selecionados entre produtores culturais locais: Circuito Comunitário; e nas instituições de ensino superior: Circuito Universitário. Parceiros do ICEM em todo o Brasil, e que são capacitados e valorizados pelo Instituto e atuam como mobilizadores desde as mais longínquas comunidades do território nacional até o universo acadêmico brasileiro.

Há 17 anos o ICEM atua na consolidação destas redes de agentes comunitários e instituições universitárias para a realização de projetos de difusão do cinema nacional, como o Cinema em Movimento.

No caso da Mostra Cinema e Direitos Humanos, projeto que realizamos em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos desde 2015, atuamos também em todo o território brasileiro, divulgando as mais recen-tes produções do audiovisual nacional, que abordam os 47 temas prioritários para dignificar as pessoas. Nosso principal objetivo é, através desta iniciativa, alertar e orientar o Brasil e indicar caminhos para áreas sensíveis ao tema, colaborando para a transformação dos nossos contextos comunitários, do nosso País e da nossa humanidade.

Ser novamente o ente produtor, da Mostra Cinema e Direitos Humanos, desta vez tendo como tema os 70 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, é motivo de enorme orgulho para o ICEM, por acreditarmos ser isto também um reconhecimento do trabalho e das múltiplas ações do Instituto Cultura em Movimento – ICEM, ao longo das ultimas edições deste evento.

Comemorar o nascimento deste documento histórico de 30 artigos, proclamado no dia 10 de dezembro de 1948, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (AGNU), é a constatação de que o ICEM encontra-se em consonância com os princípios que são o alicerce desta Mostra. Fazer do cinema um mobili-zador de diferentes plateias em torno às questões que promovem o respeito às diferenças, à dignidade e à diversidade humana, valorizando a tela social e a tela cultural.

Nessa continuidade da parceria que firmamos com o Governo Federal através do Ministério dos Direitos Humanos, o ICEM assume mais uma vez sua função de sensibilizar e instigar o público, pelas telas a refletir sobre os temas propostos pela Mostra Cinema e Direitos Humanos.

Alberto GraçaInstituto Cultura em Movimento

MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS: 12 ANOS PELA CULTURA E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS

A Educação em Direitos Humanos é compreendida como um processo sistemático e multidimensional que orienta a formação dos sujeitos de direitos.

A Mostra Cinema e Direitos Humanos está inserida no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) como uma das maneiras de ampliar mecanismos e produção de materiais pedagógicos e didáticos para a Educação em Direitos Humanos. Ela também é um instrumento de difusão do audiovisual brasileiro e re-gional, com destaque para as obras que abordam as diversas temáticas relacionadas aos Direitos Humanos. Ao longo da última década, a Mostra já exibiu mais de 400 obras, que emocionaram um público diverso em todo o território nacional.

Por meio da linguagem cinematográfica, a Mostra Cinema e Direitos Humanos nos oferece apreensão de conhecimentos em diferentes construções históricas e contextos, além de ser um mecanismo de afirmação de valores, atitudes e práticas que expressam a cultura de Direitos Humanos. Seu objetivo é fortalecer prá-ticas individuais e coletivas em favor da promoção, da proteção e da defesa dos Direitos Humanos. A Mostra congrega, assim, todas as dimensões da Educação em Direitos Humanos e fortalece o acesso à cultura com alcance nacional.

Na 12ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos, temos o prazer de celebrar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Neste contexto, podemos pensar a educação, formal e não-formal, como um meio de acesso a outros direitos.

Assim, a Mostra se apresenta com importância redobrada, pois nos dará acesso gratuito, de maneira lúdica e acessível e enquanto instrumento da Educação em Direitos Humanos, à compreensão sobre o conjunto de direitos expressos nos 30 artigos da Declaração.

Educação para o pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos aliada ao acesso à cultura, a Mostra Cinema e Direitos Humanos é realizada durante os meses de novembro e dezembro de 2018 em todas as capitais do País.

Esperamos que cada sessão de exibição, em cada cidade, seja um passo rumo a uma compreensão comum da importância dos direitos e liberdades que praticamos e promovemos há 70 anos!

Herbert Borges Paes de BarrosSecretário Nacional de Cidadania

MOSTR A PANOR AMA

UMA LUTA DE 70 ANOS QUE CONTINUA VIVA E NECESSÁRIA

Os filmes selecionados para a 12ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, que este ano celebra e homena-geia os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, resumem de forma exemplar as principais preocupações do projeto. A representatividade das obras audiovisuais desta edição evidencia o espírito da Mostra por meio das pungentes e impactantes imagens feitas por realizadores determinados em retratar e sensibilizar as plateias sobre as incertezas, lacunas e injustiças sociais especificadas e apontadas na carta da ONU em 1948 sobre as quais a humanidade deve debater para superá-las.

As obras exibidas nas sessões da Mostra Panorama revelam as batalhas travadas nas últimas décadas, nas mais variadas formas de resistência e mobilização, contra todas aquelas formas de opressão e exclusão apontadas no abrangente documento que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Atenta aos novos tempos e aos novos ideais, a Mostra destaca as abordagens poéticas e viscerais presentes na rica safra dos curtas, médias e longas metragens, frutos fílmicos das reflexões dos promissores e diver-sos olhares dos diretores espalhados pelo país, provando que tempo e tamanho não importam quando se quer pensar e debater as questões que impactam a vida das populações e dos indivíduos.

No ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, a 12ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos presta uma homenagem especial a esta ocasião, não apenas exibindo os filmes escolhi-dos, que procuram englobar os 30 artigos presentes no documento original, mas também suscitando o de-bate e a veemente defesa do audiovisual humanista; aposta na transformação e na esperança, destacando a vocação natural da chamada sétima arte para estudar as pessoas e suscitar os sonhos.

A seleção, na sua diversidade de propostas, aborda desde questões de vulnerabilidade social, a temas re-lacionados com representatividade, discriminação racial, direitos da população indígena e povos e comu-nidades tradicionais, meio ambiente, direito da criança e do adolescente e idosos, entre outros de igual relevância e urgência.

A percepção dos Direitos Humanos também está no centro de filmes que abordam a luta pelos direitos das comunidades e das individualidades, apresentando ações e personagens complexos e inspiradores. Histó-rias que chegam às plateias de todos os Estados brasileiros, com potencial para despertar nos espectadores sentimentos como empatia e indignação, cada vez mais necessários para enfrentarmos as adversidades, sobretudo relacionadas aos grupos em situção de vulnerabilidade.

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Afirmando a crença de que, frente as recorrentes violações de Direitos Humanos, o audiovisual pode ser uma ferramenta poderosa pela sua capacidade de fazer compreender que as pessoas progridem somente com o conhecimento, com a compreensão e o amor, não com a violência. A 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos conclama a todos a se engajarem nessa jornada, ampliando o acesso dos mais diversos públicos a uma programação que tem como elemento comum a sua intenção humanista.

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Filmes da Mostra Panorama

À Espera | Nivaldo Vasconcelos e Sónia André | Moçambique | 22 min

A Rua das Casas Surdas | Gabriel Mayer e Flávio Costa | Brasil | 8 min

A Rua é NÓIZ | Eduardo Cunha Souza e Pedro Cela | Brasil | 14 min

As Sementes | Beto Novaes e Cleisson Vidal | Brasil | 32 min

Batuque Gaúcho | Sérgio Valentim e Mestre Paraquedas (Eugênio Alencar) | Brasil | 26 min

Chega de Fiu Fiu | Fernanda Frazão e Amanda Kamanchek | Brasil | 73 min

Do Outro Lado | Bob Yang & Frederico Evaristo | Brasil | 14 min

Enrolado na Raiz | Camila Caracol | Brasil | 23 min

Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones | Elias Norberto da Silva,

Juana Morais, José Guntin Rodriguez, Maurício Nunes e Sandro Livramento | Brasil | 25 min

Lacerda, O Corvo da Guanabara | Sayd Mansur | Brasil | 18 min

Marcos Medeiros, Codinome Vampiro | Vicente Duque Estrada | Brasil | 84 min

Menina de Barro | Vinícius Machado | Brasil | 97 min

Monocultura da Fé | Joana Moncau e Gabriela Moncau | Brasil | 23 min

Narrativas de Um crime | Alison Zago | Brasil | 15 min

Nomes Que Importam | Muriel Alves e Angela Donini | Brasil | 15 min

Nós | Thiago dos Santos Simas | Brasil | 6 min

Nunca Me Sonharam | Cacau Rhoden | Brasil | 84 min

O Começo da Vida | Estela Renner | Brasil | 97 min

Outro Olhar – Convivendo Com A Diferença | Renata Sette | Brasil | 34 min

Repense o Elogio | Estela Renner | Brasil | 48 min

Sociedad Etiquetada | Helena Araújo | Brasil | 5 min

Tente Entender O Que Eu Tento Dizer | Emília Silveira | Brasil | 80 min

Um Café e Quatro Segundos | Cristiano Requião | Brasil | 15 min

Uma Bala | Piero Sbragia | Brasil | 2 min

Waapa | David Reeks, Paula Mendonça e Renata Meirelles | Brasil | 20 min

À Espera Nivaldo Vasconcelos e Sónia André | Moçambique | 2016 | 22 min | Documentário Classificação indicativa: Livre

Em Moçambique, 39% de meninas se casam antes dos 15 anos com homens mais velhos, fazendo com que o país se encontre em décimo lugar entre os países mais afetados pelos casamentos prematuros, negando a estas meninas os seus direitos como o da Edu-cação e de serem o que elas quiserem.

Temática: Direitos da criança e do adolescente / Direitos das mulheres

Ficha técnica Roteiro: Nivaldo VasconcelosFotografia: Matheus NobreEdição: Nivaldo VasconcelosPersonagens: Cátia, Hilária, médicos: Maridza e Rondinho, professoras e alunas da Escola Primária MbambalaProdutora realizadora: Thandy Produções Culturais e Estúdio Atroá

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A Rua das Casas Surdas Gabriel Mayer e Flávio Costa | Brasil | 2016 | 8 min | FicçãoClassificação indicativa: 16 anos

Em uma vizinhança silenciosa, durante a ditadura dos anos 70, Car-los e Ernesto acompanham um jogo de futebol pelo rádio, até que resolvem aproveitar o intervalo do primeiro tempo para voltar ao trabalho.

Temática: Direito à memória e à verdade

Ficha técnica Roteiro: Gabriel Mayer e Flávio CostaFotografia: JP SiliprandiEdição: Nicole FochesattoElenco: João França, Evandro Soldatelli, Rafael Franskowiak e Léo Tietboehl.Produtora realizadora: Submerso Filmes

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A Rua é NÓIZ Eduardo Cunha Souza e Pedro Cela | Brasil | 2018 | 14 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

A Rua é Noiz é a periferia em cena. É a gente guerreira dos bairros e favelas sob os refle-tores da luz do sol e da luz da lua, que iluminam a luta diária e rotineira do nosso povo forte. É uma vontade de conhecer a si mesmo, de revelar as identidades dos que moram em cada rua, beco e conjunto habitacional.

Temática: Direito à cultura / Direito à educação / Inclusão Social

Ficha técnica Roteiro: Eduardo Cunha Souza e Pedro CelaFotografia: Pedro CelaEdição: Eduardo Cunha Souza e Pedro CelaElenco: bailarinos e equipe do Instituto Katiana Pena – IKP.Produtora realizadora: 202B Filmes

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As Sementes Mário Eugênio Saretta | Brasil | 2015 | 32 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Neneide fala sobre empoderamento feminino e como o grupo “Mulheres Decididas a Vencer” passou a trabalhar com abelhas em um assentamento no Rio Grande do Norte, como Izanete resiste ao agronegócio que ocupa extensas terras no Rio Grande do Sul, onde produz leite ecológico e pães para a merenda escolar. Como, para Efigênia, horta é terapia e o trabalho na roça em Minas Gerais, independência e como Maria dos Santos recorda lutas pela posse da terra e igualdade de gênero e contra a desnutrição nas áreas quilombolas da Bahia. Quatro sementes da economia solidária, do cooperativismo, do feminismo, da agroecologia.

Temática: Direito ao meio ambiente sustentável

Ficha técnica Roteiro: Beto NovaesFotografia: Cleisson VidalEdição: Gislaine LimaProdutora realizadora: Terra Firme e Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Batuque GaúchoSérgio Valentim e Mestre Paraquedas (Eugênio Alencar) | Brasil | 2014 | 26 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Documentário que mostra a maior manifestação afroreligiosa do Rio Grande do Sul, o Batuque Gaúcho: religião que foi criada no Estado pela mistura das nações iorubás e se tornou a maior expressão cultural africana no sul do Brasil.

Temática: Diversidade religiosa

Ficha técnica Roteiro: Sérgio Valentim e Thais Fernandes Fotografia: Bruno Polidoro e Anderson Campos Edição: Thais Fernandes Elenco: Mãe Santinha do Ogum, Pai Hendrix de Oxalá, Norton Corrêa, Jorge de Ogum, Mãe Simone da Oxum.Produtora realizadora: Cooperativa Cartase

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Chega de Fiu Fiu Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão | Brasil | 2018 | 73 min | DocumentárioClassificação indicativa: 14 anos

As cidades foram feitas para as mulheres? O filme Chega de Fiu Fiu narra a história de Raquel, Rosa e Teresa, moradoras de três cidades brasileiras, que, por meio de ativismo, arte e poesia, resistem e propõem novas formas de (con)viver no espaço público.

Temática: Direitos das mulheres

Ficha técnica Roteiro: Amanda Kamanchek e Fernanda FrazãoFotografia: Lucas KakudaEdição: CIbele AppesPersonagens: Raquel Carvalho, Rosa Luz e Teresa Chaves. Produtora realizadora: Brodagem Filmes

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Do Outro Lado Bob Yang e Frederico Evaristo | Brasil | 2018 | 14 min | FicçãoClassificação indicativa: Livre

Às vésperas de uma importante decisão, a juíza da Corte Suprema de Taiwan recebe uma carta inesperada.

Temática: Diversidade sexual / Cidadania LGBT

Ficha técnica Roteiro: Bob Yang e Frederico EvaristoFotografia: Bob Yang e Frederico EvaristoEdição: Bob Yang e Frederico EvaristoElenco: Chang Hsi OhProdutora realizadora: Bob Yang & Frederico Evaristo

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Enrolado na Raiz Camila Caracol | Brasil | 2015 | 23 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Mulheres negras falam sobre as diferentes formas de violência física e simbólica que o racismo impõe cotidianamente sobre seus corpos. Desejos, sonhos, frustrações, traumas e enfrentamentos são expostos em falas que recuperam as experiências da infância à idade adulta, exigindo um gesto de emancipação política frente à sociedade marcada pela discriminação racial e de gênero.

Temática: Direitos da população afrodescendente / Igualdade racial

Ficha técnica Roteiro: Camila CaracolFotografia: Camila CaracolEdição: Camila Caracol Elenco: Alda da Silva, Aline Serze Vilaça, Ana Paula Costa, Carla Valéria, Creuza Maria Oliveira, Geruza Menezzes, Juiana Costa, Juliana Rosa, Kayla Lucas França, Marianna Morena, Marina Gabriela, Paula Regina Cordeiro, Raissa Rosa, Simone Moraes, Vanesca Quintana.

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Era Um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones Rosana Cacciatore, Elias Norberto da Silva, Juana Morais, José Guntin Rodriguez, Maurício Nunes e Sandro Livramento | Brasil | 2018 | 25 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones é um documentário sobre inclusão. Três jovens com deficiência, um deles com paralisia cerebral e outros dois autistas, encontram na música uma forma de expressão e interação social. Gabriel, Eduardo e Felipe curtem rock e, com a ajuda de um músico terapeuta e dois psicólogos, criam uma banda: Os Goiabeiras. O documentário mostra essa experiência musical, e, em especial, seu o caráter inclusivo.

Temática: Direitos das pessoas com deficiência

Ficha técnica Roteiro: Elias Norberto da Silva, Juana Morais, José Guntin Rodriguez, Maurício Nunes e Sandro LivramentoFotografia: Juana Morais, José Guntin Rodriguez, Maurício Nunes e Rosana CacciatoreEdição: Maurício Nunes e Rosana CacciatoreElenco: Banda “Os Goiabeiras”, formada por Bárbara Trelha, Cauê Fantin Dietrich, Diogo de Oliveira Boccardi, Felipe da Silva Fedrizzi, Guilherme Francisco Coronado Rubio Ignácio e Luiz Eduardo Prestes da SilvaProdutora realizadora: Elias Norberto da Silva e Sandro Livramento

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Lacerda, O Corvo da Guanabara Sayd Mansur | Brasil | 2018 | 18 min | DocumentárioClassificação indicativa: 12 anos

A trajetória de Carlos Lacerda, primeiro governador da Guanabara e líder radical da UDN, em formato cine-jornal, e sua participação direta em conspirações e tentativas de golpe em momentos históricos do Brasil. Da inimizade com Getúlio Vargas até o regime militar de 64.

Temática: Direito à memória e à verdade

Ficha técnica Roteiro: Sayd MansurEdição: Renato Ranquine e Nathalia LambertElenco: Adriana Brites, João Carlos Martins, Rodrigo Guerón, Sayd Mansur, Felipe Cataldo e Stevenson IsmaelProdutora realizadora: A Gota Preta Filmes

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Marcos Medeiros, Codinome Vampiro Vicente Duque Estrada | Brasil | 2018 | 84 min | DocumentárioClassificação indicativa: 12 anos

A vida de uma dos líderes estudantis mais importantes do Brasil: Marcos Medeiros.

Temática: Direito à memória e à verdade

Ficha técnica Roteiro: Vicente Duque EstradaFotografia: Vicente Duque EstradaEdição: Leonardo DuarteProdutora realizadora: Cavideo

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Menina de Barro Vinícius Machado | Brasil | 2017 | 97 min | FicçãoClassificação indicativa: 16 anos

A jovem Diana é uma garota habilidosa e especial. Na aurora de seus 12 anos já carrega um conhecimento e talento que se mostra difícil de lidar: ela traz a estigmatizada e dadivosa marca de ser superdotada. Entre a solidão e a curiosidade, entre a agressividade e o carinho, Diana vai tecendo uma auto-crítica minuciosa enquanto descobre a força do conhecimento e da amizade para liberar seus impulsos mais solidários. Ao mesmo tempo que busca “combater” o Bullying em sua escola, ela precisará estar pronta para enfrentar os seus problemas de família, o seu coração e fúria típica daqueles que não se contentam com a apatia alheia.

Temática: Direito à vida e à integridade física / Direitos da criança e do adolescente

Ficha técnica Roteiro: Vinícius Machado Fotografia: João Guilherme Patriota e Jorge NetoEdição: Vinícius Machado, Jorge Neto e Thays ElinneElenco: Rafaela Machado, Vitor Lamego, Marina Mara, Roberta Rangel, Marcelo Pelucio, Duda Marques, Tais Bizerril, Gerimário Junior, Augusto Botelho, Pedro Nasser, Darlana Godoi Produtora realizadora: OF Produção Cultural

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Monocultura da FéJoana Moncau e Gabriela Moncau | Brasil | 2017 | 23 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Como no resto do país, também entre os Guarani Kaiowá a igreja evangélica tem ganha-do espaço. Este documentário percorre aldeias do Mato Grosso do Sul para denunciar as cada vez mais frequentes violências cometidas por grupos evangélicos contra os rezado-res tradicionais da região. O contraste entre os cultos evangélicos e os rituais xamânicos, entre esse novo ator político e as lideranças ancestrais: os pastores e a relação das religi-ões com as disputas pela terra dão o tom narrativo deste curta-metragem.

Temática: Direitos das populações indígenas

Ficha técnica Roteiro: Joana Moncau, Gabriela Moncau, Izaque João e Spensy PimentelFotografia: Joana Moncau e Gabriela MoncauEdição: Joana Moncau e Gabriela Moncau

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Narrativas de Um Crime Alison Zago | Brasil | 2017 | 15 min | FicçãoClassificação indicativa: 12 anos

Constantin, um investigador da Polícia Civil e aspirante a escritor, está em busca de uma boa história. Paulo, um Policial Militar, acaba de voltar de um período de suspensão da corporação em que trabalha. Os diferentes pontos de vista de Constantin e Paulo colidem quando eles se cruzam em uma cena de um crime: uma jovem drag queen foi brutalmente assassinada. O conflito entre eles desconstrói preconceitos e flerta com a tragédia, revelando uma dura realidade repleta de ironias, lágrimas e sangue.

Temática: Diversidade sexual / Cidadania LGBT

Ficha técnica Roteiro: Alison ZagoFotografia: Lúcio KodatoEdição: Alex Lacerda e Alison ZagoElenco: Paulo Campos, Kiko Vianello, Martha Meola, Musipere, Vítor Fadul Produtora realizadora: Movie & Art

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Nomes Que Importam Muriel Alves e Angela Donini | Brasil | 15 min| 2018 | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

O curta-metragem Nomes Que Importam revela as histórias que permeiam as escolhas dos nomes das travestis e transexuais que participam do filme. Por meio de depoimentos, o documentário aciona memórias afetivas e situa a reivindicação do nome como campo de batalha para a afirmação da vida.

Temática: Diversidade sexual / Cidadania LGBT

Ficha técnica Roteiro: Muriel Alves e Angela DoniniFotografia: Jorge Bernardo e Douglas EngleEdição: Vinícius NascimentoElenco: Angela Leclery, Welluma Brown, Esther Morgannah, Jovanna Baby, Evelym Gutierrez, Jacqueline Brasil, Indianara Siqueira, Ludymilla Anderson e Marcella Alves MontteiroProdutora realizadora: Modo Operante Produções

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Nós Thiago Simas | Brasil | 2017 | 6 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

O filme mostra a trajetória cíclica dos refugiados através dos tempos, uma reedição de acontecimentos passados.

Temática: Diretos dos refugiados / Imigração

Ficha técnica Roteiro: Thiago Simas e Lucas StorckEdição: Thiago SimasProdutora realizadora: produção independente

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Nunca Me Sonharam Cacau Rhoden | Brasil | 2017 | 84 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Os desafios do presente, as expectativas para o futuro e os sonhos de quem vive a realidade do Ensino Médio nas escolas públicas do Brasil. Na voz de estudantes, gestores, professores e especialistas, Nunca Me Sonharam reflete sobre o valor da educação.

Temática: Direito à educação

Ficha técnica Roteiro: Tetê Cartaxo, André Finotti e Cacau Rhoden Fotografia: Janice D’Avila e Carlos Firmino Edição: André FinottiElenco: Christian Dunker, Renato Janine Ribeiro, Gersem Baniwa, Mel Duarte, Macaé Evaristo, Regina Novaes, Bernadete Gatti, Marcus Vinicius Faustini, Ricardo Paes de Barros, Alemberg QuindinsProdutora realizadora: Maria Farinha Filmes

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O Começo da Vida Estela Renner | Brasil | 2016 | 97 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Um dos maiores avanços da neurociência é ter descoberto que os bebês são muito mais do que uma carga genética. O desenvolvimento de todos os seres humanos encontra-se na combinação da genética com a qualidade das relações que desenvolvemos e do ambiente em que estamos inseridos. O Começo da Vida convida a todos a refletir como parte da sociedade: estamos cuidando bem dos primeiros anos de vida, que definem tanto o presente quanto o futuro da humanidade?

Temática: Infância

Ficha técnica Roteiro: Estela RennerFotografia: Janice D´AvilaEdição: Jordana Berg, edt.Elenco: Jack Shonkoff, James Heckman, Vera Iaconelli, Raffi Cavoukian, Gisele Bündchen, Charles A. Nelson III, Alison Gopnik, Andrew Meltzoff e Patricia Kuhl.Produtora realizadora: Maria Farinha Filmes

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Outro Olhar – Convivendo Com A Diferença Renata Sette | Brasil | 2014 | 34 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Outro Olhar – Convivendo com a Diferença é um documentário que conta a história de um indivíduo que busca o universal. O indivíduo é Charbel Gabriel, um senhor de 60 anos que ainda trabalha, exercita-se, cuida-se, estuda, interage diariamente com a família e a comunidade e tem Síndrome de Down, o que acaba sendo uma prova de que a condição especial nem o afasta nem o limita no convívio com a sua comunidade, sua família e seus amigos. E, principalmente, não diminui o seu impacto e a sua influência sobre aqueles que convivem com ele.

Temática: Direitos da pessoa com deficiência

Ficha técnica Roteiro: Marcelo A. MachadoFotografia: Renata UrsaiaEdição: Murillo MouraElenco: Charbel GabrielProdutora realizadora: Maria Farinha Filmes

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Repense o Elogio Estela Renner | Brasil | 2017 | 48 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Repense o Elogio é um documentário que propõe a reflexão sobre a maneira como as crianças são elogiadas. Enquanto meninas são lindas, princesas e delicadas, meninos são fortes, inteligentes e corajosos. Até que ponto estes adjetivos aprisionam o verdadeiro ser de cada um? Este é um filme que reflete sobre o poder das palavras e da cultura, que trouxeram este desequilíbrio tão profundo na forma que elogiamos meninas e meninos.

Temática: Identidade de gênero / Direito das Mulheres

Ficha técnica Roteiro: Estela RennerFotografia: Carol QuintanilhaEdição: Renata Terra Produtora realizadora: Maria Farinha Filmes

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Sociedad Etiquetada Helena Araújo Creczynski | Brasil | 2018 | 5 min | FicçãoClassificação indicativa: 10 anos

Fernando, um homem gay, vive em uma sociedade que os rótulos sociais, que são dados a nós por outras pessoas, são vistos a olho nu. Ele tem que suportar o dia-a-dia dentro dessa sociedade e se sente cada dia mais cansado.

Temática: Direitos Humanos

Ficha técnica Roteiro: Agostina Vesco e Helena AraújoFotografia: Guilherme LemosEdição: Agostina VescoElenco: Gabriel Guaraciaba

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Tente Entender O Que Eu Tento Dizer Emília Silveira | Brasil | 2018 | 80 min | DocumentárioClassificação indicativa: 12 anos

Tente Entender O Que Eu Tento Dizer é um documentário sobre a força do coletivo e da militância na transformação das pessoas que vivem uma realidade marcada pelas barreiras impostas pelo HIV. Um contraponto à desinformação, o filme mostra que a vida é rica em possibilidades ao acompanhar o cotidiano de 6 personagens soropositivos das mais variadas classes sociais, profissões, orientações sexuais e religiosas.

Temática: Direito à saúde

Ficha técnica Roteiro: Miguel PaivaFotografia: Jacques CheuicheEdição: Vinícius NascimentoProdutora realizadora: MPC Filmes

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Um Café e Quatro Segundos Cristiano Requião | Brasil | 2018 | 15 min | FicçãoClassificação indicativa: 16 anos

Dois torturadores se encontram para tomar um café depois de mais de trinta anos e acertar as contas daquela época.

Temática: Direito à memória e à verdade

Ficha técnica Roteiro: Cristiano RequiãoFotografia: Cristiano RequiãoEdição: Saulo MoretzsohnElenco: Osmar Prado e Samir Murad.Produtora realizadora: Raconto

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Uma Bala Piero Sbragia | Brasil | 2018 | 2 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018. Quem matou Marielle? Quem mandou matar Marielle? O crime permanece sem solução! “Uma bala. Uma bala realmente abala. Abala, mas não cala. Quem batalha por igualdade!”

Temática: Proteção dos defensores dos direitos humanos

Ficha técnica Roteiro: Adriano César e Piero SbragiaFotografia: Fabiano RamosEdição: Piero SbragiaElenco: Vitória Rodrigues, Helena Gomes, Sandra Luciano, Bel França, Giovanna Mamedio, Victoria Lee, Jogê Pinheiro e Analu Nogueira.Produtora realizadora: Segundas Estórias Filmes

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Waapa David Reeks, Paula Mendonça e Renata Meirelles | Brasil | 2017 | 20 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

O documentário propõe um mergulho inédito na infância Yudja, no Parque Indígena do Xingu/MT, e os cuidados que acompanham o crescimento das crianças. O brincar, a vida comunitária e as influências de uma relação espiritual com a natureza, são revelados como elementos que organizam o corpo-alma dessas crianças.

Temática: Direitos das populações indígenas

Ficha técnica Roteiro: Henry GrazinoliFotografia: David ReeksEdição: Nana Ribeiro e Raimo BenedettiPersonagens: A comunidade indígena.Produtora realizadora: Maria Farinha Filmes

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MOSTR A TEMÁTIC A

MOSTRA TEMÁTICA70 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada no dia 10 de dezembro de 1948, na Assem-bleia Geral da Organização das Nações Unidas (AGNU). Os 30 artigos que a compõe são resultado de con-tribuições de intelectuais, representantes de diversos países, organizações não-governamentais e amplas consultas públicas e especializadas.

O contexto do processo político em torno de sua elaboração tem experiências marcantes: a Guerra Civil Espanhola e o bombardeio de Guernica, em 1937; a ascensão do Nazismo na Alemanha e suas conhecidas consequências; o Massacre de Nanquim na China, também em 1937; e a ascensão do Partido Nacional na África do Sul, com políticas de Apartheid, dentre outros eventos.

Nos últimos 70 anos, a Declaração tem cumprido seu propósito de busca pela transformação da realidade, a partir de reflexão e crítica sobre as práticas discriminatórias e repressivas existentes. A proposta de cons-trução de Direitos Humanos Universais pode ser vista como equivalente à proposta de construção de uma cultura global, marcada por transformações éticas, sociais e econômicas.

No âmbito das Nações Unidas, esse caminho foi traçado a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos e acompanhada pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, ambos adotados pela AGNU em 1966, em vigor a partir de 1976. Junto aos Protoco-los Adicionais, esses três instrumentos constituem a Carta Internacional dos Direitos Humanos.

Em 1993, a Conferência Mundial de Direitos Humanos, realizada em Viena, teve como resultado a Decla-ração de Viena e o Programa de Ação de Viena, instrumentos para a proteção e a promoção dos Direitos Humanos, descritos como universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados.

Esta compreensão indica que a violação de qualquer direito pode gerar violações de outros direitos, que a não garantia de um direito pode comprometer o exercício dos demais e reforça que os Direitos Humanos devem ser respeitados sem qualquer restrição de nacionalidade, raça, sexo, credo, convicção política, reli-giosa ou filosófica.

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Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

São dotadas de razão consciência e devem agir

em relação uma às outras com espírito de fraternidade.

Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 1º

A Declaração Universal dos Direitos Humanos já foi traduzida em mais de 360 idiomas. A 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos traz como tema a celebração dos 70 anos deste importante marco por meio da lingua-gem audiovisual, uma experiência que deve ser mais do que apenas assistir aos filmes.

Esperamos que você possa se transportar nesta experiência e se transformar nesta celebração conosco!

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Filmes da Mostra Temática

Café com Canela | Ary Rosa e Glend Nicácio | Brasil | 100 min

Eduardo Galeano Vagamundo | Felipe Nepomuceno | Brasil | 70 min

Henfil | Angela Zoé | Brasil | 74 min

Heróis | Cavi Borges | Brasil | 70 min

Histórias da Fome no Brasil | Camilo Tavares | Brasil | 52 min

Café com Canela Ary Rosa e Glenda Nicácio | Brasil | 2017 | 100 min | FicçãoClassificação indicativa: 14 anos

Recôncavo da Bahia. Margarida vive isolada pela dor da perda do filho. Violeta segue sua vida com adversidades do dia-a-dia e os traumas do passado. Quando Violeta encontra Margarida inicia-se um processo de transformação, marcados por visitas, faxinas e cafés com canela, capazes de despertar novos amigos e antigos amores.

Temática: Direitos Humanos

Ficha técnica Roteiro: Ary RosaFotografia: Letícia RibeiroEdição: Poliana Costa e Thacle de SouzaElenco: Arlete Dias, Aline Brune, Aldri Anunciação, Antônio Fábio, Babu Santana, Guilherme Silva, Valdinéia Soriano.Produtora realizadora: Rosza Filmes

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Eduardo Galeano Vagamundo Felipe Nepomuceno | Brasil | 2018 | 70 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Um filme dos abraços, para o maior contador de histórias da América Latina.

Temática: Direitos Humanos

Ficha técnica Roteiro: Felipe NepomucenoFotografia: Breno Cunha, Pedro von Krüger, Lula Carvalho, Guga Millet, Walter CarvalhoEdição: Felipe NepomucenoElenco: Eduardo Galeano, Ricardo Darín, Mia Couto, Paulo José, Francisco Brennand, João Miguel.Produtora realizadora: Nepomuceno Filmes

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Henfil Angela Zoé | Brasil | 2017 | 74 min | DocumentárioClassificação indicativa: 12 anos

O documentário revela narrativas paralelas que apresentam a vida do cartunista e ativis-ta Henrique de Souza, explorando um movimento de descoberta do personagem junto a uma turma de animadores que tenta trazer o trabalho de Henfil para os dias atuais. Juntam-se às descobertas feitas, a partir dos depoimentos de amigos, revelações sobre a maneira como o artista usou seus desenhos como um aparato para driblar a censura política e expor sua inquietação criativa, e também como um recurso para lidar com sua saúde frágil, causada pela hemofilia.

Temática: Direitos Humanos

Ficha técnica Roteiro: Angela Zoé e Gabriela JavierFotografia: Ane Hinds, André Monteiro, Guy Gonçalves, John MonteiroEdição: Indira Rodrigues, João RodriguesProdutora realizadora: Documenta Files

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Heróis Cavi Borges | Brasil | 2018 | 70 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Três atletas olímpicos de judô. Três Heróis: Rafaela Silva, Popople Misenga e Rogério Sampaio.

Temática: Direitos Humanos

Ficha técnica Roteiro: Cavi BorgesFotografia: Vinicius BrumEdição: Gabriel DuranElenco: Rafaela Silva, Popole Misenga e Rogério Sampaio.Produtora realizadora: Cavideo

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Histórias da Fome no Brasil Camilo Tavares | 2017 | 52 min | DocumentárioClassificação indicativa: Livre

Histórias da Fome no Brasil mostra a cronologia da fome no país. Do Brasil Colônia, onde foram plantadas as sementes das desigualdades sociais, até as políticas públicas recentes que culminaram na saída do Brasil, em 2014, do Mapa da Fome, divulgado pela ONU, retratamos o enfrentamento deste mal por parte da sociedade e do Governo. A importância da superação da fome pode ser dimensionada quando consideramos que este flagelo perdurou durante séculos em nosso país que, até recentemente, se acreditava de que ela era uma fatalidade que nunca reverteríamos. O filme nos aponta o pensamento daqueles que nadaram contra a corrente, como Josué de Castro, Dom Hélder, Betinho e tantos outros, que acreditaram que a fome era um mal reversível, ocasionada pelos próprios homens e suas políticas.

Temática: Direitos Humanos

Ficha técnica Roteiro: Camilo TavaresFotografia: Ralf TambkeEdição: Fernando VidorProdutora realizadora: MPC Filmes

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MOSTRA HOMENAGEM

MILTON GONÇALVES

Homenageado nesta 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, o extraordinário ator Milton Gonçalves é uma da mais importantes figuras da dramaturgia brasileira contemporânea, dono de uma carreira consolidada no teatro, no cinema e na televisão, com filmes premiados nacional e internacionalmente, bem sucedidos de público e crítica. Com o seu inconfundível vozeirão, Milton Gonçalves fez vitoriosa carreira nos palcos e nas telas: foi parte do Teatro de Arena e atuou em 60 filmes, como os clássicos O Grande Momento (1958); Cinco Vezes Fave-la(1962), marco inicial do Cinema Novo; Macunaíma (1969), e O Beijo da Mulher-Aranha (1985). Com Rainha Diaba (1974), filme que apresentamos nesta Mostra, interpretou o protagonista, um bandido transexual, que lhe rendeu os quatro principais prêmios de Melhor Ator do cinema brasileiro da época: Festival de Bra-sília, Air France, Governador do Estado e Coruja de Ouro.

Milton Gonçalves nasceu em Minas Gerais, mudou-se com a família para São Paulo, onde foi sapateiro, alfaia-te e gráfico. Fez teatro infantil e estreou profissionalmente em 1957, no Arena, na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck: “O Teatro de Arena tinha algumas propostas da época, revolucionárias. Quais eram? Descobrir, ou formatar, formalizar uma maneira brasileira de interpretar: como o homem brasileiro anda, como ele come, como ele fala, como ele gesticula”, diz. Deixou o grupo em 1958 e passou a fazer parte do Teatro Nacional de Comédia.

Já era ator da TV Globo antes mesmo de sua inauguração, em 1965. Junto com Célia Biar e Milton Carneiro, formou o primeiro elenco de atores da emissora e participou das suas primeiras experiências dramatúrgi-cas: o seriado Rua da Matriz, a novela Rosinha do Sobrado, além dos humorísticos TV0-TV1 e Balança Mas Não Cai (1968).

Na emissora, atuou e dirigiu mais de 40 novelas e séries: Irmãos Coragem (1970), A Grande Família (1972), Escrava Isaura (1976), Roque Santeiro (1985), Tenda dos Milagres (1985), Carga Pesada (1972) e Caso Ver-dade (1982-1986). Como Pai José, na novela Sinhá Moça (versão 2006), concorreu ao prêmio Emmy Interna-cional de Melhor Ator. Foi o Professor Leão de Vila Sésamo (1972), viveu o Zelão das Asas em O Bem-Amado (1973), o Filé de Gabriela (1975), e atualmente, aos 83 anos, interpreta o personagem Eliseu na novela O Tempo Não Para.

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Milton Gonçalves sempre teve importante militância política se engajando em causas sociais e, em 1994, se candidatou ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, sempre atento aos diversos temas de Direitos Huma-nos em suas participações nestas diversas obras, atuando de maneira profunda e sensível, com personagens e contextos que são retirados do nosso dia-a-dia.

Através de uma seleção composta de cinco longas: A Rainha Diaba, Lucio Flavio, Carandiru, Eles Não Usam Black Tie e O que é isso Companheiro?, em que Milton Gonçalves atuou, a 12ª Mostra Cinema e Direitos Hu-manos, além de homenagear este importante ator e diretor oferece ao público a oportunidade de conhecer ou rever na tela grande da sala escura, parte da excelente trajetória de um dos mais talentosos e vibrantes atores em atividade neste país.

Filmes da Mostra Homenagem

A Rainha Diaba | Antônio Carlos da Fontoura | Brasil | 110 min

Carandiru | Héctor Babenco | Brasil | 146 min

Eles Não Usam Black-Tie | Leon Hirszman | Brasil | 122 min

Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia | Hector Babenco | Brasil | 118 min

O Que É Isso, Companheiro? | Bruno Barreto | Brasil | 105 min

A Rainha Diaba Antônio Carlos da Fontoura | Brasil | 1974 | 110 min | FicçãoClassificação indicativa: 18 anos

Lapa, Rio de Janeiro. Diaba (Mílton Gonçalves), um homossexual, comanda de um dos quartos de um bordel uma quadrilha responsável pelo controle de vários “pontos” de venda de droga. Sabendo que um dos seus homens de confiança está para ser preso, Diaba “fabrica” um novo marginal, para depois entregá-lo a polícia. Ela encarrega Catitu (Nélson Xavier), seu homem de confiança, de fazer isto. Catitu decide que o alvo será Bereco (Stepan Nercessian), um garotão cheio de si que é sustentado por Isa (Odete Lara), uma cantora de cabaré. Catitu atrai Bereco para uma série de crimes e faz dele um “perigoso bandido”. Acontece que Bereco passa a acreditar nesta “fama”. Diaba começa a ter seu poder diminuído quando Bereco pretende controlar a venda das drogas e Catitu, por sua vez, deseja aumentar seu poder.

Temática: Cidadania LGBT

Ficha técnica Roteiro: Antonio Carlos da Fontoura Fotografia: José MedeirosMontagem: Rafael Justo ValverdeElenco: Mílton Gonçalves, Odete Lara, Wilson Grey, Stepan Nercessian, Haroldo de Oliveira, Arthur maia, Lutero LuizProdutora realizadora: R.F. Farias e Lanterna Mágica Produções Cinematográficas

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Carandiru Héctor Babenco | Brasil | 1998 | 146 min | FicçãoClassificação indicativa: 16 anos

Carandiru, história baseada em fatos reais e no livro escrito por Drauzio Varella, começa quando o médico resolve fazer um trabalho de prevenção à AIDS no maior presídio da América Latina: a Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, cenário de um dos dias mais violentos da História do Brasil, quando a Polícia Militar do Estado de São Paulo, a pretexto de manter a lei e a ordem, fuzilou 111 pessoas. Ali, o médico conhece o que aqui temos até medo de imaginar: violência, superlotação, instalações precárias, falta de assistência médica e jurídica, falta de tudo. O Carandiru, com seus mais de sete mil detentos, merece sua fama de inferno na terra. Porém, ele logo percebe que, mesmo vivendo numa situação limite, os internos não representam figuras demoníacas. Ao contrário, ele testemunha solidariedade, organização e, acima de tudo, uma grande disposição para viver. É o suficiente para que ele, fascinado, resolva iniciar um trabalho voluntário. Oncologista famoso, habituado a mais sofisticada tecnologia médica, Dráuzio Varella pratica a medicina como os antigos: com estetoscópio, olhar sensível e muita conversa.

Temática: Direito da população carcerária

Ficha técnica Roteiro: Victor Navas, Fernando Bonassi, Hector BabencoFotografia: Walter Carvalho, A.B.C.Edição: Mauro Alice Elenco: Luiz Carlos Vasconcelos, Milton Gonçalves, Rodrigo Santoro, Maria Luísa Mendonça, Wagner Moura, Gero Camilo, Caio Blat.Produtora realizadora/Coprodução: Globo Filmes, HB Filmes e Columbia Tristar

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Eles Não Usam Black-Tie Leon Hirszman | Brasil | 1981 | 122 min | FicçãoClassificação indicativa: 14 anos

Eles não usam black-tie debruça-se sobre os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970, na crise final da Ditadura Militar. Baseado em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, escrita duas décadas antes, o filme adota uma narrativa realista que situa, em pólos antagônicos, a esperança na ação coletiva e a aposta nas saídas individuais como alternativas de vida para os trabalhadores. Em torno do conflito entre o pai sindicalista, Otávio (Guarnieri), e o filho alienado, Tião (Carlos Alberto Ricelli), constrói-se uma trama comovente que reflete os efeitos da luta pela sobrevivência no seio da família operária. O filme cativou o público e a crítica, e recebeu vários prêmios, entre os quais se destaca o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1981.

Temática: Democracia e Direitos Humanos / Direito à participação política / Direito ao trabalho decente

Ficha técnica Roteiro: Gianfrancesco Guarnieri e Leon HirszmanFotografia: Lauro EscorelEdição: Eduardo EscorelElenco: Gianfrancesco Guarnieri, Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Riccelli, Milton Gonçalves, Bete Mendes, Paulo José, Nelson Xavier, João Acaiabe.Produtora realizadora: Leon Hirszman Produções

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Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia Héctor Babenco | Brasil | 1977 | 118 min | FicçãoClassificação indicativa: 16 anos

Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia Enfoca as ligações entre ladrões e policiais. Lúcio Flávio é um bandido famoso que empreende fugas e ações espetaculares. Seu bando é trazido por um detetive que acobertava suas ações e que acaba sendo denunciado por Lúcio numa reunião com a imprensa. Oferecem a ele um passaporte para fugir do país e não denunciar o policial, entretanto, ao saber que o seu irmão foi morto, ele recusa a oferta. Ao voltar para sua cela, é executado à facadas.

Temática: Direito da população carcerária / Combate à tortura

Ficha técnica Roteiro: Héctor Babenco, Jorge Durán e José LouzeiroFotografia: Lauro EscorelEdição: Sylvio RenoldiElenco: Reginaldo Faria, Ana Maria Magalhães, Grande Otelo, Milton Gonçalves, Paulo César Pereio.Produtora realizadora: H. B. Filmes Ltda.

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O Que É Isso, Companheiro? Bruno Barreto | Brasil | 1997 | 105 min | Ficção Classificação indicativa: 14 anos

O Brasil atinge o auge da Ditadura Militar após a decretação do AI-5 (Ato Institucional), em dezembro de 1968. O Ato provoca radical censura à imprensa, assim como a perda dos direitos civis do cidadão brasileiro. Inúmeros militantes de esquerda eram presos e torturados em meados de 1969. Um grupo de jovens da classe média carioca opta pela clandestinidade e pela luta armada. Para romper o “muro do silêncio” da imprensa, esses jovens pertencentes ao movimento clandestino de esquerda MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), tramam o primeiro sequestro de um embaixador com fins políticos: o americano Alan Arkin, mantido em cativeiro pelos sequestradores que, para libertá-lo, exigem a leitura de um manifesto em cadeia de televisão e a libertação de 15 companheiros presos.

Temática: Direito à memória e à verdade / Direito à participação política

Ficha técnica Roteiro: Leopoldo SerranFotografia: Feliz MontiEdição: Isabelle Rathery Elenco: Alan Arkin, Claudia Abreu, Fernanda Torres, Luís Fernando Guimarães, Milton Gonçalves, Pedro Cardoso.Produtora realizadora: Produções Cinematográficas L.C. Barreto Ltda e Filmes do Equador Ltda

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A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E O CAMINHO ATÉ AS PLATEIAS INFANTIS

O audiovisual para as crianças é hoje em dia a maior e mais rápida fonte de comunicação, capaz de levar informação, arte, entretenimento e cultura a qualquer parte do mundo. É na possibilidade das múltiplas narrativas, na diversidade das linguagens e gêneros de abordagens, que o audiovisual se torna um poderoso instrumento educacional.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem sua base na inspiração dos artigos dirigidos à proteção e ao desenvolvimento das potencialidades dos seres humanos desta faixa etária, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O ECA afirma o direito à educação para as crianças e os adolescentes, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa e ao preparo para o exercício da cidadania e a qualificação para as suas atividades e ações futuras, com respeito aos valores culturais, artísticos e históricos de seu contexto, com liberdade de criação e acesso a variadas e diferentes fontes de cultura.

A maioria das crianças brasileiras só tem acesso a filmes via mediação da televisão, dos DVDs e das mídias digitais. Sabemos que, no Brasil, a grande parte dos estudantes de escolas públicas nunca usufruiu da expe-riência de ir ao cinema.

O ambiente escuro e acolhedor da sala de projeção permite uma percepção e uma atenção diferente dos filmes, como se fossem uma ilusão ou um sonho, permitem sugestões, geram ideias e pensamentos, mobi-lizam sentimentos e emoções.

Por isso, a união entre cinema para o público infanto-juvenil com a cultura e a educação em Direitos Huma-nos é uma das formas de ampliar o acesso à cultura para crianças e adolescentes, além de oferecer uma educação que visa o pleno desenvolvimento e preparo o exercício da cidadania. Há na utilização do audio-visual um enorme potencial de sensibilização para os diversos temas de Direitos Humanos apresentados para este público na 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, tanto na linguagem lúdica sugerida pela sala escura, quanto pela mediação educativa que enriquece esse diálogo e favorece a construção de sentidos e entendimentos da realidade a partir da experiência cinematográfica.

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Nesta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos, apresentamos pela segunda vez a nossa Mostra Infan-til, uma seleção especial de filmes de curtas e médias-metragens voltados para o público infanto-juvenil, com o intuito de despertar, por meio das emoções e da imaginação, o interesse pelos diversos temas que constituem o universo dos Direitos Humanos.

Refletir sobre o que é cinema e sobre as possibilidades da linguagem audiovisual é condição fundamental para compreendermos a experiência cultural das crianças com o cinema.

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Filmes da Mostrinha

A Bicicleta do Vovô | Henrique Dantas | Brasil | 22 min

A Câmera de João | Tothi Cardoso | Brasil | 22 min

A Natureza Agradece | Ana Maria Cordeiro e Ricardo de Podestá | Brasil | 14 min

Louise | Andressa Fernandes, Amanda Gomes e Nathanael Cruz | Brasil | 5 min

Príncipe da Encantaria | IzisN | Brasil | 11 min

A Bicicleta do VovôHenrique Dantas | Brasil | 2012 | 22 min | FicçãoClassificação indicativa: Livre

A Bicicleta do Vovô é um curta-metragem para crianças e adultos que aborda a relação entre avô e neto. Em um lugar muito distante, O Reino do Sertão Pelejado, homens-morcegos capturam lendas através de televisores. Surgem, então, o Super Tigre e o Mestre Conselheiro para salvar o planeta das forças malignas da Feiticeira Mabá. É contando essas histórias que Vô Rui transforma a infância do neto Cauê em um universo de aventuras e fantasias, re-significando símbolos através de um olhar mais lúdico sobre as coisas da vida.

Temática: Infância / Direito da pessoa idosa / Direito da pessoa com deficiência

Ficha técnica Roteiro: Henrique Dantas, Tacilla SiqueiraFotografia: Pedro SemanovichEdição: Bau Carvalho e Henrique DantasElenco: Edgar Navarro, Fátima Pimentel, Cauê Interminense e Frida FritzProdutora realizadora: Hamaca Produções Artísticas Ltda

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A Câmera de João Tothi Cardoso | Brasil | 2017 | 22 min | Ficção Classificação indicativa: Livre

Uma faixa de luz passa por uma pequena perfuração, e se faz imagem. João descobriu que fotografias são heranças.

Temática: Infância / Direito da pessoa idosa / Direito da pessoa com deficiência

Ficha técnica Roteiro: Tothi Cardoso Fotografia: Larry SulivanEdição: Maurélio ToscanoElenco: Lucas Romão, Adilson Maghá, Neusa Borges e Valéria Vieira Produtora realizadora: Dafuq Filmes

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A Natureza Agradece Ana Maria Cordeiro e Ricardo de Podestá | Brasil | 2018 | 14 min | FicçãoClassificação indicativa: Livre

Bernardo vive em um pequeno rancho cheio de diversidade ambiental. Um dia, uma fábrica aparece colocando em risco toda a natureza.

Temática: Direito ao meio ambiente sustentável

Ficha técnica Roteiro: Ana Maria CordeiroEdição: Renan OliveiraProdutora realizadora: Mandra Filmes

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Louise Amanda Gomes, Andressa Fernandes e Nathanael Cruz | Brasil | 2017 | 5 min | FicçãoClassificação indicativa: Livre

Durante uma brincadeira de futebol de rua, entre quatro garotos, a bola é chutada para longe e cai perto de Louise e Bia. Juca corre para pegar a bola e percebe a habilidade das duas garotas para o futebol e as convida para brincar. Iago não aceita a participação delas, mas Louise não quer ficar fora do jogo.

Temática: Direitos das mulheres

Ficha técnica Roteiro: Amanda Gomes, Andressa Fernandes, Nathanael Cruz e Circulo de Cultura SurdaFotografia: Nathanael CruzEdição: Andressa FernandesProdutora realizadora: Domingos Coelho e Luiza Camurça

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Príncipe da Encantaria IzisN | Brasil | 2018 | 11 min | FicçãoClassificação indicativa: Livre

Às margens do Rio Negro, a imaginação de Aninha cria asas enquanto Vó Esmeralda conta-lhe a estória de Benito, o boto cor-de-rosa.

Temática: Infância / Direito à Cultura

Ficha técnica Roteiro: IzisNFotografia: Ivan PerinEdição: Michelle MoraesElenco: Socorro Langback, Louise dos Santos, Michelle Moraes, Leandro NegreirosProdutora realizadora: Maya Filmes LTDA

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ACESSIBILIDADE

Segundo dados do Censo IBGE (2010), 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência (auditiva, intelectual, física, visual e múltipla) no País, o que representa 23,9% da população brasileira. Ao longo dos últimos anos, diversos marcos legais foram construídos para a regulamentação efetiva dos direitos desse grupo de pessoas na sociedade brasileira, em vários campos.

Em relação à acessibilidade, destacam-se as Leis n° 10.048/00 e 10.098/00 e o Decreto n° 5.296/04 que as regulamenta. Em seu artigo 8°, o decreto define acessibilidade como sendo a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edifica-ções, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. O mesmo artigo classifica como barreira qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação.

Nesse sentido, a acessibilidade tem como objetivo principal identificar e eliminar essas barreiras e traba-lhar para que o mundo seja feito para todas as pessoas. Geralmente, as barreiras mais perceptíveis são as arquitetônicas, porém, existem diversas outras. A Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida também como LBI, elenca, ainda, as barreiras urbanísticas, nos transportes, nas comunicações e na informação, as atitudinais e as tecnológicas.

A LBI aponta que as pessoas com deficiência têm direito à cultura, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, sendo garantido o acesso aos bens culturais em formatos acessíveis. No que diz respeito à oferta de audiovisuais nas salas de cinema, a lei prevê que devem ser oferecidas, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para as pessoas com deficiência.

Dessa forma, para garantir a acessibilidade no cinema, por exemplo, é necessário que os locais de exibição contenham elementos que eliminem as barreiras físicas, como vagas reservadas, sanitários acessíveis, ram-pas, espaços para pessoas em cadeira de rodas, assentos para pessoas obesas ou com outras restrições de mobilidade, entre outros itens previstos na norma técnica ABNT NBR 9050. Contudo, do que adianta aden-trar a sala de exibição e não ter acesso ao conteúdo dos filmes?

Por esta razão, de forma a eliminar as barreiras na comunicação, utilizam-se três recursos de acessibilidade muito importantes: a audiodescrição; a legenda descritiva, geralmente disponibilizada na forma de closed caption, ou legenda oculta e a janela de Libras (Língua Brasileira de Sinais).

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A audiodescrição consiste na tradução de imagens em palavras por técnicas e habilidades aplicadas com o objetivo de proporcionar uma narração descritiva em áudio, para ampliação do entendimento de todos os elementos que não podem ser compreendidos sem o uso da visão. A legenda descritiva é a tradução das falas e dos efeitos sonoros de uma produção audiovisual em forma de texto. E a janela de Libras é utiliza-da pela comunidade surda no Brasil e é reconhecida como meio legal de comunicação no país pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002.

Hoje, é possível fazer esses recursos chegarem ao usuário por meio da tecnologia assistiva. Em outubro deste ano, a Agência Nacional do Cinema publicou uma Instrução Normativa estabelecendo um novo cro-nograma de implantação dessa tecnologia nas salas de cinema. Aos poucos, vamos construindo um Brasil mais inclusivo.

Aproveite os filmes da mostra para conhecer de perto esses recursos e convidar amigos e amigas que não poderiam desfrutar desse momento sem os recursos de acessibilidade!

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CRÉDITOS

Produção ExecutivaLUCIANA BOAL MARINHOALBERTO AUGUSTO DOS REIS GRAÇA

Coordenador Geral RICARDO F. FERREIRA

Coordenação de Conteúdo (Mídias Sociais / Redes Sociais)JANET DUARTE ROCKENBACH

Coordenação InstitucionalTATIANA MACIEL

Coordenador de LogísticaDIEGO PAIVA

Assistente de LogísticaMARCO LUNA

Coordenação de ProduçãoANDERSON FLÁVIO

Assistente de Coordenação de ProduçãoMARIANA KISSA

Coordenação de Comunicação RAQUEL BARRETO

Produtor de ProgramaçãoRAFAEL FAVILLA FERREIRA

Coordenação de Curadoria DANIEL CARVALHO DE SOUZA

Supervisão de CuradoriaLUCIANA BOAL MARINHOJANET DUARTE ROCKENBACHTATIANA MACIEL

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Seleção de Filmes ADRIANA ESCORSE DE MORAES JUCIARA RODRIGUES JANET DUARTE ROCKENBACHTATIANA MACIELTHAIS MARIA DE MACHADO LEMOS RIBEIROJÉSSICA PAULA DE MELO

Gestor Financeiro/ControllerLEONARDO FRANCO

Assessoria ContábilALAC ASSESSORIA CONTABIL

Prestação de ContasLEONARDO FRANCO

RevisãoERICA CASADO

Site PEDRO HERTAL

VinhetaADRIANA NOLASCO PRODUÇÕES

Acessibilidade/BrailleURECE – ESPAÇO E CULTURA PARA CEGOS

Audiodescrição / Legenda / Closed-captionRENDER BRASIL PRODUÇÕES

Projeto GráficoARCHIV FOTO E DESIGN LTDA

Assessoria de ImprensaMARCELLE BRAGA / PROJETO PARALELO COMUNICAÇÃOASCOM – ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

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Marca da MostraARTHUR FAJARDOCLÁUDIA RANZINIFARJADO RANZINI DESIGN

EQUIPE ICEM

Coordenação ANDERSON FLÁVIO

Assistente de ProduçãoMARIANA KISSA

FinanceiroGILVAN SALLES DE ALMEIDARAFAELA GOMES DOS SANTOSEVERALDO MOREIRA DA SILVA

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PRODUTORES NAS CAPITAIS

Centro-OesteBRASÍLIA – DFSomos TantasAlice LanariMelina BomfimMicaela Neiva

CAMPO GRANDE – MSRender BrasilTania SozzaFábio Flecha

CUIABÁ – MTKeiko OkamuraAndréa OkamuraSernon Nonres

GOIÂNIA – GOIcumamMaria AbdallaKassio PiresVinícius Queiroz

NordesteARACAJU – SEFormatto ProduçãoMário Eugênio Paula de Lima

FORTALEZA – CERedemoinho Produções Cesar TeixeiraMuniz Filho

JOÃO PESSOA – PBEmpresa de Serviços Culturais - EMSERCOrlando JuniorMercicleide RamosSilmara BrazMíria Ferreira

MACEIÓ – ALMarola ProduçõesMário Ramires

NATAL – RNMapa Realizações CulturaisTatiane FernandesRaphael Jhoy Pontes

RECIFE – PEAndréa MotaGilvan Noblat Luciana PoncioniJessica CoelhoSilvana Marpoara

SALVADOR – BATarcicio NetoVitor GuimarãesJader MirandaMarcos Neves

SÃO LUÍS – MANat Maciel

TERESINA – PIIpê Produções AudiovisualLeide Sousa

NorteBELÉM – PAAmplicriativa Produções LtdaViviane ChavesMarcel AredeLaíra MineiroLeandro Moreira

BOA VISTA – RRAmazônia Comunicação e EventosNeuraci Soares

MACAPÁ – APDuda FilmesAna VidigalThomé Azevedo

MANAUS – AMChicão FillHenrique Vidal Israel dos SantosIgor Cosso

PALMAS – TOOs TawerasTaiom Nunes Wertem Nunes Wertemberg Nunes

PORTO VELHO – ROPalma ProduçõesEmanuela Palma

RIO BRANCO – ACRose Farias

SudesteBELO HORIZONTE – MGPimenta FilmesAlexandre PimentaBeatriz Goulart

RIO DE JANEIRO – RJEliane Birmam

SÃO PAULO – SPEduardo Liron

VITÓRIA – ESSimone Marçal

SulCURITIBA – PRJosé Padilha

FLORIANÓPOLIS – SCLume Produções CulturaisLuiza da Luz Lins

PORTO ALEGRE - RSPrimeira Fila ProduçõesDaniela MazzilliLetícia Vieira

http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.brfacebook.com/12amostracinemaedireitoshumanosbrasil/

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Produção Realização