bpi análise de mercados financeiros (resumo) - set. 2015

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  • 7/24/2019 BPI Anlise de Mercados Financeiros (Resumo) - Set. 2015

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    E E F

    Anlise Mensal09 de Setembro de 2015

    Mercados FinanceirosPaula Gonalves Carvalho

    Agostinho Leal AlvesLuisa Teixeira Felino

    Teresa Gil PinheiroVnia Patrcia Duarte

    Ventos desfavorveis sopram da sia

    A interpretao das notcias mais recentes acerca do crescimento e inao permanece bastanteincerta, dada a evoluo quase dicotmica das principais regies: cite-se a reviso em alta docrescimento econmico na Europa e EUA, no primeiro semestre; o aumento expressivo dosuxos comerciais na Alemanha no passado ms de Julho; e, em contraste, a queda abrupta dasimportaes de bens pela China, em Agosto (entre outros). Mas, depois de ponderados todos osfactores, as concluses no so positivas, dada a relevncia das principais economias emergentes para alm da China, destacam-se pela negativa o Brasil e a Rssia para o crescimento global.Efectivamente, no passado recente, por detrs de fenmenos de crescimento econmico sustentado,

    estavam tipicamente relaes comerciais intensas com o gigante asitico ou com as maioreseconomias emergentes. Os ajustamentos em perspectiva nestas economias so, por natureza,morosos e o espao para actuao no mbito das polticas econmicas parece actualmente maislimitado que por altura da crise nanceira de 2007-08. Pelo que os cenrios para o crescimentoe inao globais se aguram mais incertos, afectando tambm as regies mais desenvolvidas,designadamente EUA, Japo e Europa.

    As principais cotaes reagiram com volatilidade signicativa aos recentes acontecimentos nasia, envolvendo a deciso de uma desvalorizao do yuan e a incerteza quanto ao dinamismofuturo da segunda maior economia mundial. Entretanto foram alcanados novos patamares oEUR/USD regressou fasquia de 1.12 mas a probabilidade de regresso de alguma instabilidade signicativa. Nos prximos tempos estar sob escrutnio a capacidade das autoridades chinesasestabilizarem o mercado de capitais domstico e estimularem a actividade, bem como a deciso depoltica monetria da Reserva Federal. Efectivamente, o tema das polticas monetrias divergentesnos maiores blocos econmicos mundiais e as desvalorizaes competitivas pelas principais

    economias emergentes, sobretudo para os exportadores de matrias-primas, continuaro comofactores dominantes de mercado.

    Perante os acontecimentos recentes, alteraram-se signicativamente as expectativas consensuaisrelativamente ao andamento da poltica monetria nos EUA e zona euro. Quanto Reserva Federal,decresceu a probabilidade de que o aumento dos juros acontea j em Setembro num contextode regresso de riscos negativos para a inao e crescimento. Na UEM, as taxas implcitas nospreos dos futuros das taxas de juro Euribor indicam que novos mnimos podero ser vericadosat Maro de 2016, podendo posteriormente observar-se um movimento de inverso. Emboraa avaliao deva ser mais cautelosa atendendo ao agravamento dos factores condicionantes,continuamos a acreditar que existe espao para que a Reserva Federal proceda ao aumento dasua taxa de referncia nos prximos meses, no s por uma questo de credibilidade e ganho deespao de actuao em termos das polticas de estabilizao mas tambm como sinal de que aeconomia norte-americana se encontra numa situao mais robusta.

    As obrigaes de dvida pblica dos mercados considerados de referncia Bunde US Treasury beneciaram apenas momentaneamente do surto de instabilidade que ocorreu em meados deAgosto. O cenrio de crescimento e inao favorvel dvida pblica, sustentandoyieldsbaixasnum horizonte alargado, embora a tendncia continue a ser de subida muito moderada, sobretudono mercado norte-americano dado o avano no ciclo econmico. Na UEM a postura mais agressivado BCE, que alterou as regras que norteiam a compra de activos, permitindo uma maior exposioem alguns mercados, dever conferir suporte adicional. Os spreads dos perifricos deveropermanecer condicionados pela expectativa relativamente proximidade de actos eleitorais emalguns pases, com destaque para Grcia, Portugal e Espanha.

    Num contexto mais adverso, em que se discutem os principais factores de crescimento no curto/mdio prazo, os mercados de activos de maior risco dvida de empresas, aces ecommoditiesdevero permanecer condicionados e sujeitos ao regresso de volatilidade. Em particular, aumentao pessimismo relativamente ao cenrio para os preos das principais commodities, havendo algunsestudos que apontam para a probabilidade de ocorrncia de um ciclo mais demorado de queda

    de preos neste mercado. No mercado de aces, o enfoque continuar a ser as perspectivas decrescimento econmico e de evoluo da envolvente nanceira, com destaque para os ciclos depoltica monetria.

    Esta publicao inclui um artigo de opinio sobre a evoluo do crdito e dos depsitos nos pasesda UEM, com destaque para Portugal. E uma breve anlise relativamente ao andamento de algunsindicadores econmico-sociais em Portugal, ao longo das ltimas dcadas.

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    Ventos desfavorveis sopram da sia

    O receio de uma desacelerao mais brusca do

    ritmo de crescimento da economia da China veioacrescer s preocupaes do mercado relativamente possibilidade de que a Reserva Federal inicie embreve o novo ciclo de taxas de juro, induzindo umaacentuada volatilidade e correces abruptas nasvalorizaes dos activos nanceiros de maior risco.As recentes oscilaes do mercado alertam para osriscos de ocorrncia de ajustamento perturbadorese comprovam a relevncia do crescimento da Chinae restantes maiores economias emergentes para oandamento da economia e dos mercados nanceirosglobais. Os riscos so particularmente elevadosnos pases emergentes e em desenvolvimento,onde as economias se encontram vulnerveis a

    uma apreciao do USD e a reverses dos uxosde capitais. Apesar dos recentes desenvolvimentosnos mercados nanceiros, ainda provvel que aReserva Federal ajuste a poltica monetria esteano, pela primeira vez em 9 anos, uma vez que osindicadores econmicos continuam a apontar paraque se cumpram os progressos desejados. Poroutro lado, na zona euro, as condies de polticamonetria devero manter-se acomodatcias, j queos preos baixos da energia continuam a ameaara inao, e ainda no se tm reectido numaacelerao da actividade.

    DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONMICOS E FINANCEIROSPaula Gonalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroLusa Teixeira FelinoVnia Patrcia Duarte

    Anlise Tcnica

    Agostinho Leal Alves

    Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email: [email protected] www.bancobpi.pt www.bpiinvestimentos.pt/Research

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    E.E.F.Mercados FinanceirosSetembro2015

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    NDICEPg.

    Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04

    Principais Recomendaes e Factores de Risco 06Temas em Destaque

    A China move-se 07

    Economias

    Global - Abrandamento das economias emergentes adiciona riscos ao cresc. global 09Zona Euro - Economia continua a recuperar, apesar dos receios em torno da China 10Portugal - Crescimento esperado de 1.6% em 2015 11Espanha - Crescimento em 2015 revisto em alta 12Brasil - Economia oficialmente em recesso 13Angola - Taxa de inflao sobe para nveis de dois dgitos 14Moambique - FMI estima crescimento de 7% para 2015 15

    frica do Sul - Riscos de contraco so agora mais elevados 16

    Mercados

    Mercado CambialM A C 17

    Mercado MonetrioB 18

    Mercado de Dvida PblicaN - 19

    Mercado de Dvida DiversaC 20

    Mercados AccionistasP C 21

    Mercados de CommoditiesP 22

    Previses

    Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevises Econmicas do BPI 23Taxas de CmbioTaxas de Juro 24Taxas Ociais dos Principais Bancos Centrais 25

    Taxas de Cmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes 26

    Opinio

    A evoluo do crdito e dos depsitos - Portugal no contexto europeu 27

    Portugal 1980-2014: Retrato Econmico e Social em grficos 35

    Bases de Dados 41