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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CAMPUS JATAÍ
TCCG – GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
BOVINOCULTURA DE CORTE:
Produção de Bezerros
Thays Furtado de Freitas
Orientadora: Profa. Dra.Vera Lúcia Banys
JATAÍ
2006
THAYS FURTADO DE FREITAS
BOVINOCULTURA DE CORTE:
Produção de Bezerros
Trabalho de Conclusão de Curso de
Graduação para obtenção do grau de
Bacharelado em Medicina Veterinária
junto ao Campus Jataí da
Universidade Federal de Goiás
Orientadora:
Profa. Dra. Vera Lúcia Banys
Supervisor:
Zootecnista Nelson George Wentzel
JATAÍ
2006
THAYS FURTADO DE FREITAS
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação defendido e aprovado em 08 de
dezembro de 2006, pela seguinte Banca Examinadora:
__________________________________________________
Profa. Dra. Vera Lúcia Banys – UFG
Presidente da Banca
__________________________________________________
M.Sc. Ana Luisa de Aguiar Castro - UFLA
Membro da Banca
__________________________________________________
Prof. M.Sc. Leonardo Soares - UFG
Membro da Banca
Dedico este trabalho de forma muito especial ao
meu pai, José Dias de Freitas, que durante sua estadia na
terra foi um símbolo de dignidade e perseverança, sempre
acreditando em mim e me apoiando, cultivando um amor
incondicional entre nós. A minha mãe, Denilda Furtado, por
tantas palavras e gestos de afeto e carinho. Aos meus
irmãos, Denise e Leonardo, mantendo, acima de tudo,
grandes laços de amizade e gratidão.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por proporcionar a oportunidade de todos os dias me
tornar uma pessoa melhor, em todos os momentos sempre me dando muita
sabedoria para escolher o melhor caminho a seguir, nunca se esquecendo da força
e da coragem para que eu não desista dos desafios durante a caminhada.
Aos meus pais, Denilda e José Dias, por terem me concedido a vida. Esta
vitória pertence a nós. Em especial ao meu pai, José Dias, que já não se encontra
entre nós, mas que almejou este sonho tanto quanto eu.
Aos meus irmãos, Leonardo e Denise, que diversas vezes quando pensei
em desistir me estenderam a mão me dando forças.
A Prof. Dr. Vera Lúcia Banys, por aceitar o convite para ser minha
orientadora, obrigada pela atenção, dedicação e profissionalismo.
Ao meu supervisor Nelson George Wentzel, pela oportunidade, paciência
e incentivo.
A Prof. Dra. Vera Lúcia Dias da Silva Fontana, pela amizade e
companheirismo durante minha vida acadêmica.
Aos companheiros de trabalho das Fazendas Reunidas Baumgart, os
quais tiveram para comigo dedicação em compartilhar novos conhecimentos. Ao
pessoal do escritório, pelos momentos de descontração. Obrigada a todos por me
receberem com tanto carinho.
A todos que de qualquer forma contribuíram para meu crescimento
profissional e pessoal.
Ao Marcelo, grande companheiro em todas as horas. Foi além de
qualquer laço afetivo.
Aos companheiros de faculdade. Tantos foram os encontros e
desencontros, mas chegamos ao nosso objetivo. Vencemos mais essa batalha. Em
especial as amigas, Aline, Camila, Míria, Talita, Michele, Noele e Cynthia, que
estiveram ao meu lado em meus momentos mais críticos.
Aos funcionários da UFG, que sempre estiveram presentes em todos
nossos momentos, nos dando uma lição de determinação e coragem.
A todos vocês o meu muito obrigada.
Imensos foram os desafios maiores foram as vitórias. Valeu por tudo!!!!
"Quando alguém encontra seu
caminho, precisa ter coragem suficiente para
dar passos errados. As decepções, as
derrotas, o desânimo são ferramentas que
Deus utiliza para mostrar a estrada."
Paulo Coelho.
“Não existem erros, apenas lições. O
crescimento é um processo de tentativa e
erro: experimentação. As experiências que
não deram certo fazem parte do processo,
assim como as bem-sucedidas. As respostas
estão dentro de você. Tudo o que tem a
fazer é analisar, ouvir e acreditar.”
Içami Tiba
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................. viii
LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................ix
LISTA DE QUADROS ..............................................................................................x
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 2
2.1 Manejo de matrizes........................................................................................... 2
2.1.1 Seleção de matrizes....................................................................................... 2
2.1.2 Manejo reprodutivo......................................................................................... 4
2.1.3 Manejo nutricional ........................................................................................ 12
2.1.4 Manejo pré-parto.......................................................................................... 15
2.1.5 Manejo sanitário das matrizes ..................................................................... 17
2.2 Manejo de bezerros......................................................................................... 21
2.2.1 Manejo nutricional ........................................................................................ 21
2.2.2 Manejo sanitário dos bezerros .................................................................... 24
2.3 Rastreabilidade ............................................................................................... 27
3. DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES ............................................ 28
3.1 Manejo das matrizes ....................................................................................... 32
3.2 Estação de monta ........................................................................................... 33
3.3 Inseminação artificial....................................................................................... 34
3.4 Acasalamento ................................................................................................. 35
3.5 Maternidade .................................................................................................... 37
3.6. Manejo nutricional .......................................................................................... 38
3.7 Manejo sanitário.............................................................................................. 39
3.8 Manejo de bezerros......................................................................................... 42
3.9 Responsabilidades do encarregado................................................................ 44
3.10 Rastreabilidade ............................................................................................. 45
4 CONCLUSÃO .................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 47
LISTA DE ABREVIATURAS
Cab. Cabeça
CC Condição corporal
EM Estação de monta
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FRB Fazendas Reunidas Baumgart
g Grama
ha Hectare
IA Inseminação artificial
IATF Inseminação artificial em tempo fixo
IEP Intervalo de partos
IPP Intervalo pós-parto
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MS Matéria seca
NDT Nutrientes digestíveis totais
PB Proteína bruta
SISBOV Serviço de rastreabilidade da cadeia produtiva de bovinos e
bubalinos
ua Unidade animal
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Partes anatômicas usadas para avaliação do escore corporal .. 10
FIGURA 2 Visão da Sede Administrativa das Fazendas Reunidas
Baumgart, Rio Verde – GO ......................................................... 29
FIGURA 3 Plantio consorciado de milho e braquiária, sede 3..................... 30
FIGURA 4 Rolões de feno no campo de produção, sede 3 ........................ 30
FIGURA 5 Rolões de feno armazenados nas unidades, sede 2 .................. 30
FIGURA 6 Visualização do pré-secado, sede 3 ........................................... 30
FIGURA 7 Parte externa do curral de manejo (anti-estresse), sede 2 ......... 31
FIGURA 8 Corredor de acesso para o brete de contenção ......................... 31
FIGURA 9 Visualização do ovo de apartação .............................................. 31
FIGURA 10 Parte interna do curral ................................................................ 31
FIGURA 11 Aspecto da fábrica de rações, sede 3 ........................................ 31
FIGURA 12 Foto aérea do confinamento localizado na sede 3 ..................... 32
FIGURA 13 Silo localizado no confinamento, sede 3 .................................... 32
FIGURA 14 Lote de novilhas ½ Senepol ¼ Nelore ¼ Red Angus
acasaladas com touro Senepol .................................................. 36
FIGURA 15 Visualização do piquete maternidade, sede 2 ............................ 37
FIGURA 16 Bezerros se alimentando no creep feeding , sede 2 .................. 43
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Escore de condição corporal em gado de corte ......................... 7
QUADRO 2 Calendário sanitário de gado de corte ........................................ 20
QUADRO 3 Calendário sanitário seguido pelas Fazendas Reunidas
Baumgart .................................................................................... 41
1 INTRODUÇÃO
A atividade agropecuária brasileira sempre se revelou de grande
importância econômica, uma vez que o Brasil é detentor de grandes áreas férteis
para cultivar os mais diversos produtos, tanto de origem animal quanto vegetal.
O mercado tem se tornado mais competitivo e, em resposta a essa
demanda os produtores estão, cada vez mais, investindo em alta tecnologia para
suprir o déficit produtivo.
Dentro desse contexto, inúmeros são os fatores que geram
questionamentos aos pesquisadores e, conseqüentemente, acabam sendo temas de
pesquisas, através das quais o pecuarista tem conseguindo obter um produto final
de qualidade, economicamente viável e socialmente justo, adequando a produção
brasileira aos padrões exigidos para a exportação de produtos de origem animal.
Em resposta a crescente demanda por carne bovina, o pecuarista vem
lançando mão de tecnologias para aumentar a produção e, para isso, tem-se
utilizado de manejos mais eficientes, atendendo às exigências dos órgãos
governamentais que regem a produção agropecuária, como por exemplo, o
Ministério da Agricultura. Desta forma, a rastreabilidade, seguida da certificação,
vem somar qualidade ao sistema de produção, fazendo com que, realmente, este
seja eficaz.
Aliada a necessidade de atender aos padrões determinados pelo
consumidor, seja ele do mercado interno ou externo, o produtor vem sentindo a
necessidade de retornos mais rápidos do capital de giro. Por isso, a produção de
bezerros vem crescendo de forma efetiva, que apresentam rapidez de crescimento
e, por isso, precisam de um programa de qualidade que conte com manejo
nutricional bem elaborado além do estabelecimento de um calendário profilático e
sanitário adequado.
Objetivou-se com este relatório apresentar a produção de bezerros
acompanhada ao longo do estágio curricular supervisionado, relatando desde a
seleção das matrizes (fertilidade e habilidade materna) até a desmama dos mesmos.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Manejo de matrizes
2.1.1 Seleção de matrizes
A eficiência reprodutiva da fêmea bovina é uma das características mais
importantes em qualquer programa de seleção e conceitua-se, basicamente, como a
capacidade da vaca produzir uma cria saudável por ano ao longo da sua vida útil
(Oliveira et al., 1995; Vargas Júnior et al., 2001).
De acordo com Marques (2003), a eficiência reprodutiva é o termo usado
para caracterizar o conjunto de eventos reprodutivos que interessam à fertilidade do
touro, da vaca e de suas crias. Portanto, pode ser avaliada por diferentes métodos,
como idade ao primeiro parto, período de serviço, intervalo de partos, taxa de
prenhez, taxa de parição, taxa de concepção (Hafez e Hafez, 2004).
Os bovinos devem receber manejo (nutricional, sanitário e genético)
adequado para que as novilhas alcancem a puberdade e o máximo desenvolvimento
em idade precoce (entre 14 e 18 meses), bem como para que as fêmeas no pós-
parto expressem cio e tenham boa fertilidade (Hafez e Hafez, 2004).
O intervalo de partos considerado ótimo é de 12 meses. Para manter um
intervalo de partos de 12 meses pelo menos 90% das vacas devem estar
manifestando cio em torno de 60 dias após o parto e conceber dentro de 85 dias. O
período de serviço pode ser reduzido pelo aumento da eficiência na detecção de cio,
ficando compreendido entre 75 e 80 dias. A taxa de prenhez satisfatória deve atingir
índices entre 85 a 90% (Dias et al., 2004; Faria, 1999).
O procedimento geral para a seleção de fêmeas deve começar a
desmama e prosseguir até que as mesmas apresentem sua primeira cria. A prática
atual de selecionar fêmeas para a reposição a desmama tem se mostrado ineficiente
quando se pretende aumentar a eficiência reprodutiva do rebanho (Andrade, 1999).
Um dos critérios de seleção recomendado para as fêmeas do rebanho é a
eliminação daqueles animais que apresentarem problemas de conformação ou de
desenvolvimento (fêmeas incapacitadas fenotipicamente para a reprodução) a
desmama (Andrade, 1999).
Segundo Pereira (1999), citado por Andrade (1999), após a estação de
monta deve-se eliminar toda fêmea que se apresentar vazia no diagnóstico de
gestação. Não sendo possível eliminar todas as fêmeas vazias (devido ao rebanho
estar em crescimento/evolução e, conseqüentemente, ainda não está estável), deve-
se montar um programa de eliminação gradativa dos animais improdutivos. Marques
(2003), recomenda taxa de descarte em torno de 20%.
Maior pressão de seleção deverá ser aplicada quando da desmama da
primeira cria, já que nessa época dispõe-se de informações mais seguras e precisas
sobre a fertilidade e a habilidade materna de cada fêmea do rebanho. Desta forma, é
possível eliminar fêmeas que perderam suas crias ou que desmamaram bezerros
muito leves (Ezequiel et al.; 1997, citados por Andrade, 1999).
Segundo Packer (1997), a seleção de matrizes e reprodutores deve ser
realizada dentro do próprio rebanho com base no desempenho individual medido
antes e após a desmama dentro de um grupo de animais do mesmo sexo, nascidos
na mesma estação de nascimento e submetidos às mesmas condições de
alimentação, pastagens e manejo. A seleção das vacas deve ser feita com base na
sua habilidade materna e/ou na sua fertilidade.
Segundo Marques (2003), vacas velhas, com tetos perdidos e com
pododermatites crônicas apresentam desempenho insatisfatório e, por isso, devem
ser descartadas do rebanho. Fonseca (2005) propõe um programa de descarte com
base em sete tópicos:
1- Eliminar todas as novilhas que se apresentarem vazias após a primeira estação
de monta;
2- Eliminar todas as matrizes que se apresentarem vazias por dois anos
consecutivos;
3- Eliminar todas as matrizes velhas (média de 8 anos) que se apresentarem
vazias;
4- Eliminar todas as matrizes com defeitos fenotípicos (prognatismo, bragnatismo,
despigmentação, tetas muito grandes ou muito pequenas,...);
5- Eliminar todas as matrizes que tenham recusado a cria ou a tenham desmamado
bezerros em situação de inferioridade em relação aos companheiros de rebanho;
6- Eliminar todas as matrizes vazias que apresentarem qualquer alteração do
sistema genital ao exame ginecológico (endometrites, vaginites, útero flácido,
ovários afuncionais e/ou assimétricos, cérvix tortuosa, excessivamente grande ou
prolapsada, alterações de tuba, dos ligamentos ou da cavidade pélvica em geral);
7- Eliminar todas as fêmeas com natimortos ou que abortaram.
2.1.2 Manejo reprodutivo
Segundo Andrade (1999), os problemas do aparelho reprodutor e suas
conseqüências são os principais limitantes da eficiência reprodutiva em bovinos de
corte. Assim, a eliminação de vacas que apresentam estes problemas ou que não
produzem uma cria a cada ano de sua vida produtiva é um critério importante de
seleção e de fácil aplicação, gerando, em curto prazo, aumento dos índices de
produtividade (Andrade, 1999).
Várias estratégias são utilizadas para o aumento da eficiência reprodutiva.
Dentre as mais testadas incluem-se aquelas relacionadas à redução da idade a
puberdade, para 14 meses, devido ao efeito da presença do macho sobre a mesma.
A presença do macho (rufiões) entre as fêmeas, na fase puerperal ou mesmo antes
da estação de monta (EM), estimula a retomada da atividade reprodutiva pela
ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (Andrade, 2001; Dias et al., 2004).
As primíparas constituem uma categoria problemática para a reprodução,
tanto na monta natural quanto na inseminação artificial, pelo fato de estarem em
crescimento, estarem saindo de uma gestação, estarem em aleitamento e com
necessidade de ganhar peso para entrar em reprodução novamente. Por isso,
necessitam de um programa alimentar especial, com dieta suplementar a base de
proteínas e carboidratos degradáveis (Albert, 2005).
Estação de Monta
A estação de monta é definida como o período estabelecido para que se
obtenha concepção das matrizes do rebanho através da monta ou inseminação
artificial (IA). É estratégia imprescindível para o bom desempenho reprodutivo, além
de facilitar todo o manejo do rebanho, pois permite a concentração dos trabalhos de
observação de cios, monta e inseminação artificial, concentração da estação de
nascimentos, desmama, recria, engorda e abate, além de permitir a boa avaliação
da fertilidade das fêmeas, possibilitando assim um programa eficiente de seleção
(Palhano et al., 2003).
Fonseca (2005) recomenda no máximo 120 dias de estação de monta
para as vacas e 90 dias para as nulíparas. Com esse manejo, obtém-se a diminuição
do período de serviço e o aumento da eficiência reprodutiva.
Segundo Ruas et al. (2000) nos sistemas de criação de bovinos de corte
baseados no uso de pastagens o período destinado à estação de monta deve
coincidir, obrigatoriamente, com o período de maior oferta de forragem devido ao
fato da inadequada nutrição comprometer a atividade ovariana nos períodos de
estiagem.
De acordo com Short et al. (1990), citados por Pires et al. (2004), a
duração ideal da EM seria de 45 dias ou menos (considerando o período gestacional
em torno de 285 dias e o intervalo das estações de monta de 365 dias).
Teoricamente, todas as vacas teriam alta probabilidade de ficarem gestantes no
começo da estação, pois não sofreriam os efeitos negativos da involução uterina,
dos ciclos estrais curtos e dos principais efeitos do anestro pós-parto. Ao contrário,
nas estações de monta maiores do que 45 dias, maior número de vacas se
apresenta menos apta à reprodução na estação subseqüente.
A EM de 90 dias ou menos é recomendada para a redução da
sobreposição desta com a estação de nascimentos. Novilhas de reposição devem
ser colocadas em monta 30 dias antes do restante do rebanho, para que essa
categoria tenha mais tempo de se recuperar para a estação seguinte (Andrade,
1990). Pires et al. (2004) ressaltam, ainda, a importância das novilhas conceberem
no início da EM para que possam atingir desempenho reprodutivo satisfatório ao
longo de toda a vida. Além disso, as matrizes mais prolíferas tendem a emprenhar
no início da EM e desmamam bezerros mais pesados (Baruselli et al., 2004).
Entre as vantagens de emprenhar novilhas mais jovens estão o menor
tempo para obter o retorno do investimento e o aumento do número de bezerros
obtidos por unidade reprodutiva (Souza et al.,1995; Machado et al., 2001; Ortelan et
al., 2005).
Quando é avaliado separadamente o desempenho das fêmeas de
primeira cria observam-se problemas nos índices reprodutivos devido ao fato da não
coincidência do início da vida reprodutiva com a maturidade fisiológica (Andrade,
1999).
Condição Corporal
Segundo Ruas et al. (2000) a CC é a razão entre as quantidades de
tecidos gordurosos e não-gordurosos no corpo do animal vivo e o escore de
condição corporal (ECC) e a mudança de peso no período pós-parto têm relação
direta com o desempenho reprodutivo (Dias, 1991).
A escala da avaliação de ECC para gado de corte varia de 1 a 9, sendo a
nota 1 dada a um animal considerado extremamente magro, com os ossos da
costela, espinha e garupa muito proeminentes (Quadro 1). Por sua vez, o oposto,
nota 9, é dado a um animal extremamente gordo, com a maça do peito proeminente
e com bastante gordura. A inserção da cauda é exageradamente gorda, sendo que a
estrutura óssea de todo o animal não é visível e nem sentida. As demais notas são
dadas de acordo com as características intermediárias a essas duas. Os pontos
mais importantes a serem visualizados são as costelas, a base da cauda, a maça do
peito, além da tuberosidade coxal e isquiática, como demonstra a Figura 1. Em
termos práticos, um ponto de ECC corresponde, aproximadamente, a 75 kg de peso
vivo (Pires et al., 2004). Um sistema de escore visual para avaliar a condição
corporal das fêmeas é utilizado para verificar a necessidade ou não de correção na
disponibilidade de nutrientes.
QUADRO 1 - Escore de condição corporal em gado de corteECC Descrição
1
Debilitada: A vaca está extremamente magra, sem nenhuma gordura
detectável sobre os processos vertebrais espinhosos e transversos, sobre os
ossos da bacia e costelas. A inserção da cauda e as costelas estão bastante
proeminentes.
2
Pobre: A vaca ainda está muito magra, mas a inserção da cauda e as
costelas estão menos projetadas. Os processos espinhosos continuam, mas
já se nota alguma cobertura de tecido sobre a coluna vertebral.
3
Magra: As costelas ainda estão individualmente perceptíveis, mas não tão
agudas ao toque. Existe gordura obviamente palpável sobre a espinha e
sobre a inserção da cauda e alguma cobertura sobre os ossos da bacia.
4
Limite: Individualmente as costelas não são mais tão óbvias. Os processos
espinhosos podem ser identificados com um toque, mas percebe-se que
estão mais arredondados. Existe um pouco de gordura sobre as costelas,
processos transversos e ossos da bacia.
5
Moderada: Possui boa aparência geral. À palpação a gordura sobre as
costelas parece esponjosa e as áreas nos dois lados da inserção da cauda
apresentam gordura palpável.
6
Moderada Boa: É preciso aplicar pressão firme sobre a espinha para sentir
os processos espinhosos. Há bastante gordura palpável sobre as costelas e
ao redor da inserção da cauda.
7
Boa: A vaca tem aparência gorda e claramente carrega uma grande
quantidade de gordura. Sobre as costelas sente-se uma cobertura esponjosa
evidente e também ao redor da inserção da cauda. De fato começam a
aparecer "cintos" e bolos de gordura. Já se nota alguma gordura ao redor da
vulva e na virilha.
8
Gorda: A vaca está muito gorda. É quase impossível palpar os processos
espinhosos. A vaca possui grandes depósitos de gordura sobre as costelas
na inserção de cauda e abaixo da vulva. Os "cintos" e "bolos" de gordura são
evidentes.
9
Extremamente gorda: A vaca está evidentemente obesa com a aparência de
um bloco. Os "cintos" e "bolos" de gordura estão projetados. A estrutura
óssea não está muito aparente e é difícil de senti-la. A mobilidade do animal
está comprometida pelo excesso de gordura.
Fonte: Dias (1991).
A utilização de escalas para a pontuação da condição corporal em gado
de corte tem-se mostrado eficiente na reflexão do estado nutricional dos animais,
podendo-se prever o “status reprodutivo” de acordo com a pontuação estabelecida
(Lopes, 1999).
A baixa condição corporal (CC) pós-parto (ECC abaixo de 5),
conseqüência dos níveis nutricionais inadequados a que as fêmeas comumente são
submetidas e dos efeitos da amamentação, tem sido apontada como fator
responsável pelos baixos índices reprodutivos observados, devido ao seu efeito
depressor sobre o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, com conseqüente
prolongamento dos intervalos de parto (IEP; Andrade, 1999).
De acordo com Lozano (2005), o uso da CC é criticado, porém o resultado
de várias pesquisas tem mostrado alta correlação entre a condição corporal e a
condição reprodutiva. Entretanto, animais submetidos a baixo aporte nutricional
podem apresentar ótimos níveis de fertilidade quando estiverem ganhando peso
pelo menos 30 dias antes da cobrição (Lobato et al, 1998) e, as taxas de fertilidade
são maiores quando as fêmeas estão ganhando peso ao invés de estarem perdendo
(Pires et al, 2004; Lobato et al., 1998). Isso é resultante da extrema demanda de
energia com maior mobilização de gordura corpórea e redução na capacidade de
ingestão de matéria seca. O aumento das demandas metabólicas diminui a
fertilidade das vacas, reduzindo a meta de se obter uma cria por ano (Wittwer, 2000).
Segundo González. (2001), após o parto esse animal com baixa CC (em torno de 4),
enfrenta um balanço energético negativo, resultando em mobilização de gordura
corpórea, com conseqüente produção de corpos cetônicos pela parede do rúmen e
pelo fígado. Os corpos cetônicos aumentados na circulação sangüínea inibe o eixo
hipotálamo-hipófise-gônadas, causando inibição da liberação dos hormônios
estrogênicos (responsáveis pela ciclicidade da vaca), aumentando desta forma, o
período de serviço, devido a priorização, pelo organismo da fêmea em manter a
lactação (aleitamento do bezerro).
A CC da fêmea no pós-parto está diretamente envolvida na involução
uterina, devido ao fato da ingestão de energia promover o retorno da atividade
cíclica (Pires et al., 2004). Todavia, outros autores também observaram a
importância da CC ao parto na redução do intervalo pós-parto (IPP). Segundo
Randel (1990), citado por Pires et al. (2004), a condição corporal no momento do
parto atua em conjunto com a disponibilidade de nutrientes na dieta, influenciando
os índices da cobrição subseqüente e agindo como fonte de reservas energéticas
para o início da lactação.
O plano nutricional adequado às exigências das vacas aliado ao manejo
da CC são práticas de manejo que proporcionam respostas positivas no índice
reprodutivo do rebanho. Além disso, realizando-se o manejo adequado da CC
eliminam-se os problemas relacionados à inadequada nutrição dos animais (Pires et
al., 2004).
Para que a reprodução seja otimizada, as vacas devem ser manejadas
para que atinjam CC ao parto de 5, numa escala de 9 a 10 pontos. A CC ideal ao
parto ao redor de 5 garante obtenção de melhores taxas de prenhez e menores
intervalos de partos, assegurando uma adequada reserva de nutrientes para um
excelente desempenho reprodutivo pós-parto (Valle et al, 1998; Pires et al., 2004).
Escore acima de 7 além de representar um custo desnecessário se estiver advindo
de suplementação com concentrado, pode reduzir os índices de concepção (Valle et
al, 1998). Um ECC maior ou igual a 5 assegura um IEP de 360 dias ou menos,
enquanto um ECC menor ou igual a 4 resulta em IEP superior a 370 dias (Pires et
al., 2004).
De acordo com Santos e Santos (2003), novilhas de corte que chegam ao
parto com um ECC mínimo de 6 apresentam menor queda no balanço energético
menos acentuado, o que representa uma taxa de gestação futura mais elevada.
Makarechian & Arthur (1990), citados por Ruas et al. (2000) relataram que
vacas com CC igual ou superior a três, por ocasião do parto, mostraram menor IEP e
aumento da taxa de prenhez, quando comparadas com vacas de escore corporal
inferior a três.
O uso das reservas de pastagens no período que antecede o parto e a
utilização de pastagens de boa qualidade após o parto são estratégias que garantem
a boa condição corporal das matrizes (Ruas et al., 2000).
FIGURA 1 - Partes anatômicas usadas para avaliação do escore corporal
Fonte: EMBRAPA (1997)
Acasalamento
Segundo Rosos e Fries (1998), duas estratégias principais devem ser
consideradas na implantação de um programa de melhoramento: a decisão sobre
quais animais serão acasalados e como combiná-los para os acasalamentos. Uma
vez que a identificação dos melhores animais para a seleção depende do padrão de
acasalamento que será utilizado, e vice-versa, estas decisões podem ser tomadas
simultaneamente pela seleção de acasalamento.
De acordo com Ortelan et al. (2005) o acasalamento de animais precoces
também permite a identificação das fêmeas geneticamente precoces e não causa
prejuízo ao desempenho produtivo e reprodutivo futuro destas, uma vez que a
adoção da EM para novilhas não influencia a produtividade da fêmea mensurada
pelo peso a desmama da terceira cria e também pela sua habilidade de permanecer
no rebanho.
Inseminação artificial
A inseminação artificial (IA) como técnica de reprodução requer, para a
obtenção de sucesso, alimentação, sanidade, manejo, infra-estrutura e mão-de-obra
especializada (Albert, 2005).
A utilização da IA apresenta inúmeras vantagens como a padronização do
rebanho, o controle de doenças sexualmente transmissíveis, a ordenação do
trabalho na fazenda, a diminuição do custo de reposição de touros, entre outros.
Mas a principal vantagem diz respeito ao processo de melhoramento genético e a
obtenção de animais com maior potencial de produção e reprodução (Baruselli et al.,
2004), uma vez que apresenta resultados expressivos em curto espaço de tempo em
grande número de animais. A técnica permite a escolha da melhor genética com
relação benefício/custo vantajosa e a identificação dos produtos em destaque,
buscando touros de melhor qualidade e adequação ao sistema produtivo (Marques,
2003; Albert, 2005).
Recomendam-se duas observações diárias de cio, devendo-se dispensar
pelo menos 60 minutos a cada observação, durante os quais o observador deve
estar atento ao comportamento do rebanho. O cio é o período em que a fêmea
aceita a monta, mas há outros sinais que ajudam a identificação do cio, tais como:
inquietação, ereção da cauda, micção constante, edema e brilho de vulva e
presença de muco cristalino (Freitas, 2002).
A detecção dos cios das vacas e novilhas deve ser feita por meio do uso
de rufiões (Faria, 1999; Lopes, 1999), usando a proporção de um rufião para 30
fêmeas (Albert, 2005).
Silva et al. (1994) recomendam a técnica de aderência abdominal para o
preparo dos rufiões, podendo-se aliar a está técnica, a vasectomia (remoção bilateral
do segmento de cada ducto deferente) para evitar que o ejaculado entre em contato
com a vagina da fêmea caso a técnica de aderência não seja efetiva (Nolasco et al.,
2004; Turner et al., 1985).
A utilização desses machos, embora incapacitados para a fecundação, é
importante para a indicação da receptividade sexual que se dá pelo salto dos
mesmos sobre as fêmeas, auxiliando na identificação das matrizes em cio (Mies
Filho, 1983).
A presença do rufião tem por objetivo, além de detectar o estro, estimular
a ovulação na fêmea bovina e, por isso, a seleção dos animais para a realização da
técnica é muito importante, devendo-se considerar o comportamento sexual e a
idade dos mesmos (Albert, 2005).
Torres (1997) descreve a importância da reciclagem de funcionários
habilitados para inseminar a cada dois anos quando se objetiva o alcance e a
manutenção de índices reprodutivos mais elevados.
2.1.3 Manejo nutricional
A interação correta dos fatores alimentação, manejo e potencial genético
dos animais resulta em um sistema de produção rentável, sustentável e competitivo
(Euclides e Euclides Filho, 2001), sendo a nutrição adequada responsável pelo
aumento do número de matrizes prenhez no início da EM, o que proporciona as
matrizes maior chance de emprenhar na EM subseqüente (Wiltbank, 1970, citado
por Pires et al., 2004).
Os efeitos da nutrição são regidos por uma complexa interação entre
vários fatores, tais como: quantidade e qualidade do alimento consumido,
quantidade de reservas armazenadas no corpo, além da interação e competição de
outras funções fisiológicas com a reprodução (Short et al., 1990, citados por Pires et
al., 2004).
Segundo Santos e Santos (2003), as funções reprodutivas também
podem ser afetadas pela intensa seleção genética visando maior produtividade
devido ao acréscimo nas demandas de nutrientes para a síntese de carne e leite.
Dessa forma, a elevação da exigência de nutrientes deve ser suprida pelo aumento
compensatório na ingestão dos mesmos, principalmente de energia.
Além da energia, o consumo excessivo ou deficiente de outros nutrientes
como proteína, vitaminas, macro e microminerais têm sido relacionados com o baixo
desempenho reprodutivo (Pires e Susin, 1997). De acordo com os mesmos autores,
o excesso de proteína (desbalanço carboidrato: proteína) resulta em aumento de
nitrogênio no plasma sangüínea (concentrações em torno de 20 mL/dL), resultando
em diminuição de até três vezes a taxa de prenhez. Há também sobrecarga renal
quando há excesso de proteína bruta e produção de derivados na degradação.
A pastagem é o principal componente da alimentação na pecuária
brasileira (Euclides, 2000), e seu maior aliado no mercado globalizado é o panorama
mundial que cria para o Brasil oportunidades ímpares para o crescimento e para a
modernização da nossa pecuária, com claras conseqüências no mercado interno
(Pineda e Rocha, 2002).
Segundo Euclides et al. (2000) a inserção de tecnologias é indispensável
para melhorar a intensificação do sistema produtivo. Nesse contexto ressalta-se a
importância da alimentação no processo, em especial o aumento da capacidade de
suporte das pastagens, para tornar o sistema mais competitivo. Para chegar a esse
patamar é preciso fazer uso da suplementação alimentar a pasto, adubação das
pastagens e até mesmo o confinamento (destinado aos animais de melhor
desempenho).
Com essas medidas as modificações no sistema de produção possibilitam
a otimização do ganho e maior competitividade. Para isso, Euclides Filho (2000)
ressalta a adequação do trinômio genótipo-ambiente-mercado e, Paulino (2000),
preconizando qualidade do produto ao final da cadeia produtiva, reporta-se a
sustentabilidade enfocando sistemas economicamente menos vulneráveis,
socialmente mais justos e ecologicamente corretos.
Segundo Andrade (1999), deve-se fornecer às novilhas nível alimentar
que permita a continuidade de ganho em peso após a desmama, dando condições
das mesmas chegarem ao parto em condições físicas (ECC 6) e fisiológicas
adequadas, o que proporcionará produção satisfatória e a manifestação do cio pós-
parto num período curto, garantindo regularidade produtiva ao longo da vida
produtiva desta como matriz.
As pastagens suportam número elevado de animais nas águas e bastante
reduzido na seca. Para intensificar a produção das pastagens no período das águas
é essencial a produção de alimentos suplementares para o período seco, como por
exemplo, o armazenamento do excesso de forragem produzida durante o verão na
forma de feno ou silagem (Euclides et al., 2000). Essas medidas devem ser tomadas
devido a estacionalidade na oferta de alimento proveniente das pastagens. A
estacionalidade é caracterizada por variações na disponibilidade e qualidade da
forragem em resposta às alterações nas condições climáticas as quais não permitem
que as plantas forrageiras tenham crescimento uniforme durante todo o ano (Reis e
Rosa, 2001; Corrêa, 2000).
Segundo Euclides (2000), as gramíneas, como por exemplo as Brachiaria
sp., durante o período da seca tem capacidade de suporte de 1,4 ua/ha,
apresentando ganhos diários em torno de 235g/cab./dia. Em contrapartida, durante
as águas essa taxa de lotação se eleva para 1,8 ua/ha, equivalendo a ganhos
médios de 460g/cab./dia. O Panicum maximum cv. Tanzânia apresenta taxa de
lotação de 0,9 ua/ha, durante o período seco, com ganhos diários de 290 g/cab..
Durante o período de maior oferta de pastagens, nas águas, o mesmo eleva sua
capacidade de suporte para 2,1 ua/ha ganhando 720 g/cab./dia.
A fenação é um dos mais versáteis sistemas de conservação de
forragem, desde que protegido adequadamente durante o armazenamento, tendo
como vantagens a armazenagem por longos períodos, durante o qual apresenta
pequenas alterações do valor nutritivo; várias espécies forrageiras podem ser
usadas no processo; pode ser produzido e utilizado em grande e pequena escala;
pode ser colhido, armazenado e fornecido aos animais manualmente ou de forma
totalmente mecanizada e; pode atender as exigências nutricionais de diferentes
categorias animal (Reis e Rosa, 2001).
Reis e Rosa (2001) ressaltam a importância de algumas condições
básicas para obter feno de alto valor nutritivo: colheita da forragem no estádio de
desenvolvimento onde é máximo o valor nutritivo (o melhor ponto de colheita
coincide com o máximo valor protéico e energético com produção de matéria seca);
condições apropriadas para secagem; corte da quantidade de forragem que possa
ser manuseada com base nos equipamentos e mão-de-obra disponíveis; avaliação
da fertilidade do solo e aplicação de fertilizantes para atender a demanda em relação
a produção e qualidade da forragem; controle de plantas invasoras; enfardo do feno
quando a umidade atingir 18% e armazenagem em local apropriado.
As espécies de gramíneas do gênero Cynodon, como “Coast cross”,
“Tifton 78” e “Tifton 85”, são as mais utilizadas para produção de feno, por
apresentarem talos finos e secagem uniforme e rápida (Haddad e Castro, 1998).
Porém, as forrageiras tipicamente tropicais e bem adaptadas às condições
brasileiras, se manejadas adequadamente, também produzem feno de boa
qualidade. Dessa forma, pode ser utilizada para fenação as gramíneas e
leguminosas, como, as braquiárias, o colonião, o milheto, a leucena, o siratro, a soja
perene e os estilosantes (Marques, 2003).
Segundo Reis et al. (1997), a suplementação de animais em pastejo, de
maneira geral, tem como objetivos: a) corrigir a deficiência de nutrientes da
forragem; b) aumentar a capacidade de suporte das pastagens; c) fornecer aditivos
aos promotores de crescimento; d) fornecer medicamentos; e) auxiliar no manejo
das pastagens.
Na pecuária de ciclo curto os principais aspectos a serem considerados
no estabelecimento dos padrões de crescimento são a idade ao primeiro parto para
as fêmeas e a idade ao abate para os machos. Qualquer tentativa de
estabelecimento e condução de um sistema de produção que objetiva a precocidade
em bovinos está incondicionalmente ligada a melhoria das condições de alimentação
durante o período seco (Nascimento Júnior et al., 2003).
Vacas de primeira cria são mais exigentes em alimentação do que vacas
multíparas e, portanto, necessitam de cuidados diferenciados, como, dividir as
fêmeas em lotes e bom manejo nutricional. O descarte de vacas não gestantes após
a EM é prática comum, porém, deve ser analisada com cautela, principalmente se a
maioria deste grupo for composta por primíparas, já que este resultado negativo
pode resultar do manejo inadequado (Ruas et al., 2000). Segundo Simeone e Lobato
(1996), ajustes na lotação das pastagens nos períodos pré e pós-parto de vacas
primíparas permitem melhorar a condição corporal dessas matrizes no início da
estação de monta resultando em melhor desempenho reprodutivo.
A suplementação objetiva evitar o prolongamento do período de serviço
naquelas fêmeas que pariram no período invernal e que, por isso, não têm
condições físicas e fisiológicas de manifestar cio nos primeiros dias da estação de
monta subseqüente (Andrade, 1999).
2.1.4 Manejo pré-parto
As vacas que vão para a estação de reprodução devem apresentar boa
condição corporal, devem ciclar (apresentar cio) normalmente e devem estar livres
de doenças que comprometam a fertilidade (Fraser, 1991).
Durante a gestação, mais especificamente no terço final da mesma, as
exigências, não apenas de energia, mas de todos os nutrientes, aumentam
drasticamente, ocorrendo acréscimo de acordo com o desenvolvimento do feto
(Schingoete et al.,1988, citados por Pires et al., 2004). A demanda energética de
uma vaca adulta nos últimos dois meses de gestação é 30% maior do que a de uma
vaca não prenhe com o mesmo tamanho corporal (Pires et al., 2004). Segundo o
mesmo autor, os resultados de uma inadequada nutrição nesse período são o
nascimento de crias menores e a dificuldade no momento do parto.
De acordo com Wiltbank et al. (1964), citados por Pires et al. (2004), a
restrição do consumo energético pré-parto ocasiona a perda da CC ao parto,
resultando no prolongamento do anestro pós-parto.
A manutenção do padrão nutricional no pré e no pós-parto tem forte
influência na duração do IEP, no aparecimento do primeiro cio fértil e na taxa de
prenhez, sendo que o déficit energético afeta mais severamente as vacas primíparas
(Manzano et al., 1987).
Lobato et al. (1998) afirmam que quando as vacas primíparas não têm
supridas, simultaneamente, as necessidades nutricionais de manutenção, lactação e
reprodução, apresentam taxa de prenhez reduzida devido às perdas de peso
durante o final da gestação e o início da lactação.
O manejo nutricional das vacas de primeira cria é o mais complexo dentro
do sistema de criação e deve objetivar o alcance de índices reprodutivos
satisfatórios pela minimização do anestro pós-parto. As respostas à suplementação
no pré ou pós-parto são muito variáveis para vacas de primeira cria. Dessa forma,
deve-se dar ênfase ao peso adequado na cobertura e na parição, dando condições
para esses animais enfrentarem o estresse da lactação (Pires et al., 2004).
O anestro pós-parto é afetado por diversos fatores, sendo os de maior
importância a nutrição, a amamentação, a condição corporal e a idade. Existem
também, vários outros fatores que podem contribuir para o anestro, como: a estação
do ano, a raça, o grau de dificuldade do parto, o ocorrência de doenças puerperais,
a palpação uterina e a presença do touro (Santos, 2000).
As tecnologias mais usadas, como a manipulação de bezerros, a
sincronização de cios, a suplementação direcionada e os programas de cobertura
otimizados ao ambiente oferecem opções para a redução do efeito da mamada
sobre o período anovulatório pós-parto (Baruselli et al., 2004).
2.1.5 Manejo sanitário das matrizes
Segundo Madureira (1998), o manejo sanitário dos bovinos de corte
exerce importância fundamental na condução dos sistemas de produção, impedindo
que as enfermidades se disseminem dentro do rebanho causando prejuízos
econômicos ao mesmo. Este compreende medidas profiláticas (vacinas, vermífugos,
etc.) e o controle de doenças (utilização de medicamentos no controle das mesmas).
O planejamento sanitário possibilita ao produtor a redução dos riscos de
produção, garantindo também um produto seguro ao consumidor no ponto final da
cadeia produtiva (Andreotti et al., 1998).
Alguns fatores podem interferir na eficiência de imunização das vacinas e
estão diretamente relacionados com o transporte, conservação, manuseio das
vacinas e execução da vacinação após a aquisição das mesmas no comércio
especializado (Côrtes, 1993).
Considerando a estação de monta de outubro a janeiro deve-se,
preventivamente, adotar um programa de controle sanitário do rebanho preparatório
para a mesma, a partir de setembro (Embrapa, 1997).
Nesse aspecto, deve-se observar a importância das doenças infecciosas
de origem bacteriana, virótica e parasitária que podem afetar o sistema reprodutivo
dos machos e das fêmeas e que, impedem a fecundação ou causam abortos ou a
terminação de bezerros com porte inferior à média da raça (Fraser, 1991).
Segundo a EMBRAPA (1997), a maioria das doenças reprodutivas
apresenta como sinal mais freqüente a repetição de cio e, bem menos observado em
conseqüência do tamanho dos pastos e do sistema de manejo extensivo, o aborto.
Por exemplo, a vaca contaminada com brucelose libera a bactéria no leite
e em descargas uterinas e fetos, podendo contaminar as pastagens e as aguadas
por vários meses o que é considerado fonte de infecção para o rebanho. Os
principais sintomas são: retenção de placenta após o parto e abortos (natimortos) no
terço final da prenhez (Embrapa, 1997).
O controle da brucelose deve ser feito por vacinas ministradas em dose
única em fêmeas com três a oito meses de idade, devendo ser marcadas com um
"V" no lado esquerdo da cara acompanhado do último número do ano de vacinação
(Fraser, 1991).
Vacas em descanso reprodutivo, com mais de quatro meses, em geral,
estão livres de campilobacteriose e tricomonose, porém o controle de doenças a
vírus como a IBR e BVD também é importante para reduzir os riscos no manejo
reprodutivo (Andreotti et al., 1998).
As fêmeas prenhes devem receber boa alimentação e água limpa;
recebendo manejo tranqüilo para evitar choques e traumatismos e redução das
situações que causem estresse, como a lida do gado com cães e objetos
barulhentos (Charles e Furlong, 1992).
De acordo com Andreotti et al. (1998), as fêmeas correm risco de
interrupção da prenhez por várias causas, como as tóxicas, oriundas das plantas
tóxicas ou mesmo de produtos químicos manejados nas pastagens, e as
hereditárias, ambientais, nutricionais e infecciosas. No caso das causas infecciosas
destacam-se as de origem bacteriana (leptospirose, brucelose, campilobacteriose),
as provocadas por protozoário (tricomonose) e as provocadas por vírus (IBR ou
BVD). Nessas situações, o processo pode ter se iniciado na estação de monta ou
mesmo adquirido durante a gestação. Ocorrências de abortos ou nascimentos
prematuros podem ser observadas também com o uso indevido de corticóides
durante a gestação, provocando o nascimento de um animal despreparado para
nascer.
A deficiência nutricional da fêmea pode afetar o trabalho de parto normal
por deficiências hormonais, ocasionar a produção de colostro de baixa capacidade
de proteção e também refletir-se no tamanho do recém-nascido e nas suas
condições gerais iniciais (Fraser, 1991).
A habilidade materna tem muita influência sobre o desenvolvimento do
bezerro. A habilidade materna varia com a experiência da fêmea, as condições
ambientais onde se encontra o rebanho e o estado de bem-estar (Fraser, 1991).
De acordo com Bianchin et al. (1993), o controle dos vermes
gastrintestinais deve ser realizado a partir do desmame até os dois anos e meio de
vida, aplicando-se vermífugos nos meses de maio, julho e setembro. As vacas
prenhes devem ser dosificadas em julho ou agosto. O tratamento deve ser feito
sempre com produtos específicos e na dose recomendada pelo fabricante.
A mosca-dos-chifres pode ser controlada com aplicação de inseticidas por
meio de pulverização, imersão ou tópica "pour-on", durante a estação chuvosa,
quando o número de moscas começa a incomodar os animais. Deve-se usar
produtos à base de organofosforados para combater também o berne e o carrapato.
Devem-se tratar, principalmente, vacas em lactação, animais em crescimento e
touros. Podem ser realizados tratamentos eventuais durante o período chuvoso com
produtos à base de piretróides, sempre que o número de moscas incomodar os
animais (Honer et al., 1992). Esses tratamentos também vão auxiliar no controle do
berne e das bicheiras, mas deve-se também proceder, sempre que possível, à
limpeza de currais e esterqueiras e roçadas de pastagens (Honer et al., 1992).
O controle do carrapato nos bovinos pode ser realizado a partir de
setembro (início das chuvas), seguindo o tratamento com mais três vezes com
intervalos de 21 dias ou mudando o rebanho para pastagem vedada, com a
finalidade de quebrar o ciclo do carrapato. Devem-se realizar tratamentos eventuais
quando o número de carrapatos for maior do que 50 teleógenas por animal (Bianchin
et al., 1993).
Em todos os animais devem-se usar produtos à base de
organofosforados, piretróides, ivermectinas ou outros disponíveis no mercado em
aplicações "pour-on", imersão, ou outros, utilizando sempre as concentrações e as
doses recomendadas pelos fabricantes, observando os animais semanalmente para
não tratar os mesmos quando estes apresentarem baixas infestações (Bianchin et
al., 1993).
A ração estocada pode atrair roedores que, pela urina, podem contaminar
os animais com Leptospira sp. causando perda de peso ou mesmo a morte do
animal contaminado, dependendo do sorotipo da bactéria envolvido e da evolução
da doença. A morte acidental de algum roedor ou pequenos mamíferos nos
depósitos de ração pode produzir toxina botulínica pelo crescimento de bactérias
específicas (Clostridium botulinum) dentro da carcaça que, envolvida com a ração,
pode ser oferecida aos animais e intoxicá-los, podendo causar a morte dos que
ingeriram a ração contaminada (Côrtes, 1993).
O controle de roedores e outros animais que, possivelmente, tenham
acesso à ração, deve ser rigoroso e o uso de vacinas específicas pode ser uma
ferramenta auxiliar nestes casos (Andreotti et al., 1998).
O Quadro 2 (ANEXO EM ARQUIVO QUADROS) exemplifica as principais
medidas sanitárias para o gado de corte recomendadas pela EMBRAPA (1997).
2.2 Manejo de bezerros
Após o nascimento, os primeiros cuidados com os bezerros são a
ingestão do colostro e a cura do umbigo (Andreotti e Schenk, 1995).
A desinfecção correta do umbigo logo após o nascimento dos animais
pode definir o bom desempenho e a saúde do bezerro e contribuir,
significativamente, com a redução da mortalidade após o nascimento (Andreotti e
Schenk, 1995; Côrrea et al., 2001).
Para efetuar a cura do umbigo realiza-se o corte do cordão umbilical dois
dedos abaixo da linha do abdômen desinfetando-o por imersão de pelo menos um
minuto (Valle et al., 2004) com solução de álcool iodado a 10%, ou produto similar,
repetindo o tratamento todos os dias até que o mesmo seque completamente.
Outro procedimento a ser realizado é o fornecimento do colostro, uma vez
que é através deste que os bezerros recebem anticorpos maternos, sendo que a sua
ingestão deve ocorrer até no máximo seis horas após o nascimento. Normalmente,
este manejo se realiza de forma natural, mas, nos casos em que a vaca não produz
o colostro, ou que, por algum motivo, o bezerro não o receba, torna-se indispensável
o fornecimento artificial (Andreotti e Schenk, 1995).
O colostro constitui fonte rica de nutrientes e anticorpos, os quais, após
ingestão, conferem ao bezerro imunidade contra uma série de agentes infecciosos
(Andreotti e Schenk, 1995).
2.2.1 Manejo nutricional
O desenvolvimento pré-desmama dos bezerros é influenciado,
fundamentalmente, pelo nível alimentar da vaca durante a lactação, que afeta a
produção de leite e a condição corporal da vaca. Outros fatores como o sexo do
bezerro, época de nascimento, peso ao parto, idade e raça da vaca e a raça do
bezerro e do touro também afetam o crescimento dos bezerros (Silva, 2000).
Segundo Peixoto (1993), a partir de três meses, mais da metade da
energia necessária ao bezerro de corte provém de outras fontes alimentares que
não o leite da mãe. De acordo com o mesmo autor, uma das formas de aumentar o
ganho em peso durante a fase pré-desmama é a suplementação alimentar dos
bezerros de corte, conhecida como creep feeding.
Para a obtenção de melhores índices de fertilidade é necessária a
utilização de uma EM de curta duração (dois a três meses), sendo o período de
monta ideal sugerido de acordo com o índice pluviométrico de cada região. Desta
forma, tanto a vaca quanto o bezerro obteriam a melhor forragem do ano (período
das chuvas) na estação de nascimento, com efeitos positivos na taxa de fertilidade
do rebanho, na produção de leite da vaca e, conseqüentemente, no
desenvolvimento do bezerro. Esse manejo se justifica pelo fato da vaca entrar na EM
com um bezerro em torno de três meses, e, nesta idade o mesmo já se alimenta de
capim e ração de creep feeding, conseqüentemente. Desta forma, a vaca consegue
melhorar sua CC, já que o bezerro tem outras fontes de alimento que não o leite
(Valle et al., 1996).
A produção de leite das vacas é fator importante na bovinocultura de corte
uma vez que, a maior parte dos nutrientes ingeridos pelo bezerro nos primeiros
meses de vida é suprida pelo leite materno (Alencar, 1989).
Entretanto, a produção de leite de vacas em pastejo é dependente tanto
da qualidade e quantidade da forragem disponível, quanto da reserva de nutrientes
que a vaca armazenou antes do parto. Assim, o ganho em peso/ crescimento pré-
desmama do bezerro é influenciado pelo seu potencial genético, pela habilidade
materna da vaca e pela produção leiteira e pelo nível nutricional que é oferecido ao
bezerro (Silva, 2000 e Arrigoni et al., 1992).
Robinson et al. (1978), citados por Silva (2000) concluem que a energia
disponível no leite é insuficiente para atender os requisitos para ganho em peso dos
bezerros após o primeiro mês de lactação, o que, posteriormente, resultará em
déficit que terá de ser suprido por nutrientes fornecidos pelo meio. Sendo assim,
bezerros que consomem menos leite, consomem mais forragem.
Creep-feeding
Creep-feeding é a suplementação exclusiva do bezerro com ração
balanceada no cocho dentro de um cercado quando este é mantido ao pé da vaca e
permite a praticidade da suplementação da cria sem separá-la de sua mãe (Moraes
e Encarnação, 1995) e, segundo Sancevero (2000) pode ser fornecido um mês após
o nascimento, à vontade, desde que não ultrapasse a quantidade de 1,00
kg/bezerro/dia.
De acordo com Arthington (2004), esta suplementação visa não somente
ao aumento no ganho em peso dos animais, mas possibilita também administrar
aditivos e a adaptação dos animais ao consumir de rações concentradas na fase de
confinamento (terminação).
O uso do creep-feeding objetiva acelerar o ganho em peso na fase pré-
desmama, pelo uso da ração ou proteinado de acordo com o sistema adotado
(precoce/ superprecoce/ convencional), genética do bezerro e manejo das vacas.
Assim, é importante manter esta suplementação no período pós-desmama, visando
reduzir o estresse da desmama e a manutenção do padrão de desenvolvimento
(Lozano, 2005). Além de proporcionar aumento da eficiência reprodutiva da fêmea.
A matriz será menos procurada pelo bezerro tendo que disponibilizar menor
quantidade de energia para manutenção da lactação, e desta forma, terá maior
capacidade de utilizar essa energia par manter sua CC.
Entretanto, o consumo deste suplemento é controlado pela adição do sal
mineralizado, uma vez que a engorda acelerada pode levar à deposição antecipada
de gordura, prejudicando a expressão do potencial de crescimento do animal. Assim,
recomenda-se fornecer, diariamente, entre 0,5 a 1,0% do peso corporal do bezerro,
em ração (Silva, 2000).
Os fatores que afetam as respostas do creep feeding são a quantidade e
a qualidade da forragem, a produção de leite das mães, o potencial de crescimento,
o sexo e a idade dos bezerros a desmama, o tempo de administração e o consumo e
o tipo de suplemento (Arrigoni et al., 1992).
Segundo Lozano (2005), o uso desta técnica proporciona crescimento
mais uniforme do lote, ocorrendo redução na taxa de mortalidade e ainda, auxilia na
eficiência reprodutiva da fêmea também devido ao aumento no consumo de
forragem.
Na fêmea lactente, estímulos tácteis e visuais associados a sucção do
leite pelo bezerro induzem a liberação de ocitocina na corrente sangüínea. O
estimulo da mamada e a condição nutricional retardam o momento da primeira
ovulação pós-parto em vacas de corte. A mamada do bezerro atenua a secreção de
gonadotrofinas estendendo o intervalo anovulatório pós-parto. A ocitocina liberada
pelo ato de mamar inibe o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, inibindo os
hormônios responsáveis pela reprodução. Com a utilização do creep feeding o
bezerro passa a procurar menos pela mãe, e, conseqüentemente, as descargas na
circulação sangüínea de ocitocina são menores, resultando em menor tempo para
retorno do ciclo estral da fêmea (Hafez e Hafez, 2005).
Segundo Valle et al. (1998), deve-se utilizar alimentos nobres e lembrar
que, em hipótese alguma, pode-se fornecer uréia, pois o animal ainda é um pré-
ruminante e que, o ganho excessivo em peso pode ultrapassar a capacidade de
deposição muscular resultando em acúmulo de tecido adiposo, alterando a
conversão alimentar. Ainda segundo o mesmo autor, em geral, ocorre o aumento da
fertilidade das matrizes, porém, este aumento ainda é questionado.
Silva (2000) sugere como composição centesimal da ração de creep
feeding 80% de milho moído e 20% de farelo de soja que resulta nos teores de
nutrientes na formulação e 75 a 80% de nutrientes digestíveis totais (NDT) e 18 a
20% de proteína bruta (PB).
Em sistemas intensivos de produção de bovinos, nos quais o peso a
desmama dos bezerros tem importância primordial, utiliza-se a suplementação dos
bezerros em amamentação em conjunto com a EM para determinar o período de
nascimento que coincide com o período das águas (Paulino, 1999).
2.2.2 Manejo sanitário dos bezerros
Após a ingestão do colostro e a cura do umbigo, as principais
preocupações referentes à produção de bezerros até a desmama são as vacinações
e a alimentação. Isto se deve ao fato de que estes animais são suscetíveis a
doenças, além de ser a fase da vida do animal em que se apresentam as maiores
taxas de ganho de peso, alcançando, em apenas sete meses, cerca de 25 a 35% do
peso final de abate (Moraes e Encarnação., 1995; Valle et al., 2004). É considerada
a categoria animal mais susceptível às doenças devido a sua baixa imunidade, uma
vez que a mãe não possui a capacidade de imunizá-lo via placenta. Desta forma, a
mesma será adquirida pela ingestão do colostro. Portanto, o manejo sanitário de
bezerros assume função estratégica no sistema de produção (Charles e Furlong,
1992).
O colostro deve ser ingerido em maior quantidade nas primeiras seis
horas de vida e tem a capacidade de proteger o bezerro contra doenças se for
ingerido até, no máximo, 24 horas após o nascimento. Nos bovinos, a imunidade
passiva contra as doenças, da mãe para o filho através da placenta, não acontece,
deixando o bezerro praticamente sem proteção, daí a importância do primeiro leite.
Desta forma, a vaca transfere para o bezerro a sua experiência imunológica eficiente
para os primeiros meses de vida, quando os bezerros ainda não conseguem
desenvolver plenamente a sua própria imunidade (Charles e Furlong, 1992).
A cura do umbigo evita contaminações por agentes infecciosos do meio
externo que de forma ascendente causam infecções generalizadas no bezerro, pois,
ao nascer, o bezerro apresenta uma abertura no umbigo que, sem os devidos
cuidados, pode acarretar no desenvolvimento de agentes infecciosos, propiciando a
ocorrência de infecção local (onfaloflebite) e sistêmica, disseminando o agente em
vários órgãos, acarretando muitas vezes inflamações das articulações, como as
onfaloarterites (caruara), pneumonias, abcessos hepáticos, renais e cardíacos. Em
geral, o início desses processos infecciosos está associado à deposição de ovos de
moscas causando a instalação de miíases (bicheiras), que pode acarretar até a
morte do animal (Côrtes, 1993).
Do ponto de vista sanitário, deve-se planejar um calendário da vacinação
das principais doenças e controlar o carrapato de forma estratégica, a partir de
setembro, repetindo o tratamento mais três vezes, com intervalos de 21 dias.
Tratamentos eventuais devem ser feitos quando o número de carrapatos, por animal,
for maior que 25 em cada lado (Valle et al., 2004).
Segundo Côrrea et al. (2001), é preciso agrupar os animais em lotes com
base na época do nascimento, como forma de facilitar e uniformizar o manejo dos
bezerros.
Neste contexto, as vacinas de rotina (paratifo ou salmonelose, febre
aftosa, brucelose - somente nas fêmeas, carbúnculo sintomático - manqueira,
botulismo e raiva - em áreas de ocorrência) se tornam ferramentas muito
importantes. Por isso, a sua utilização deve ser recomendada sempre que o sistema
de produção necessitar de garantia com relação a um determinado agente
infeccioso, desde que mostre relação custo/ benefício favorável (Madureira, 1998).
A diarréia é um sinal clínico que pode ser observado com freqüência,
sendo uma das principais causas de morte em bezerros porque ocasiona grande
perda de líquidos e eletrólitos corporais, causando desidratação que, dependendo
do grau, pode levar à perda de peso, podendo evoluir para um choque hipovolêmico
e até mesmo a morte do animal por falência circulatória (Charles e Furlong, 1992). É
fundamental identificar a causa da diarréia e sua incidência para realizar o
tratamento específico para o agente em questão, bem como para saber da
necessidade do controle por meio de vacinas. O controle das diarréias, de forma
econômica, vai depender do estado geral das mães e do peso do bezerro no
momento do nascimento, associado à ingestão de colostro e à cura do umbigo
(Charles e Furlong, 1992; Andreotti e Schenk, 1995).
De acordo com Côrtes (1993), várias causas podem desencadear este
processo, começando pelo pasto novo e tenro, até diversos tipos de agentes
infecciosos como bactérias (Escherichia coli, Salmonela sp., Clostridium
perfringens); vírus (Rotavirus, Coronavírus, BVD, IBR) e protozoários como a
Eimeria sp.
A profilaxia e o controle da diarréia baseiam-se em medidas de higiene e
manejo. Os comedouros e bebedouros devem estar sempre limpos e protegidos de
contaminação fecal. Nos bezerreiros, os animais devem ser separados por faixa
etária, para evitar que os mais velhos constituam em fonte de infecção para os mais
novos (Charles e Furlong, 1992).
No caso da febre aftosa, deve-se seguir, rigorosamente, a orientação do
órgão de defesa estadual e sua política de controle, para que o rebanho brasileiro
possa ser mais competitivo no mercado internacional (Madureira, 1998).
O controle do carbúnculo sintomático (manqueira, mancha) deve ser
realizado juntamente com as demais clostridioses que causam as doenças
musculares e as enterotoxemias por meio de vacina polivalente em todos os
bezerros de quatro a seis meses, repetindo a dose um mês após e anualmente ou
segundo a recomendação do fabricante (Andreotti et al., 1998).
Segundo Andreotti et al., (1998), o botulismo em bovinos é uma
intoxicação produzida por toxinas do Clostridium botulinum tipo C e D. A situação
clássica em campo está relacionada com a contaminação dos animais pela ingestão
de matéria orgânica contaminada (cadáver, aguada etc.), provocada pela deficiência
de fósforo. O controle deve ser feito com o uso de vacinação, com o toxóide
bivalente tipo C e D, inicialmente com duas doses aplicadas com um intervalo de um
mês, a partir dos quatro meses de vida e com revacinação anual, além de
suplementação adequada de fósforo aos animais e da retirada do campo de todo o
tipo de carcaça dos pastos, para evitar a contaminação dos animais (Madureira,
1998).
Em áreas onde ocorre a raiva, os bezerros devem ser vacinados aos
quatro meses de idade, repetindo a dose após quarenta dias e anualmente ou de
acordo com a recomendação do fabricante. Deve ser associada à vacinação dos
cães, gatos e eqüídeos e ao controle de morcegos hematófagos na região (Fraser,
1991).
É preciso lembrar também a importância do processo de desmame dos
bezerros em função do estresse e que acarreta, como conseqüência, a fragilidade
imunológica dos mesmos (Andreotti e Furlong, 1995).
2.3 Rastreabilidade
É o conjunto de sistemas, informações e registros que são utilizados
como ferramentas para realizar estudos retrospectivos dos produtos até a origem
das matérias-primas a partir das quais foram produzidos, passando pelos
estabelecimentos onde foram industrializados, processados ou embalados (Martins e
Lopes, 2003)
De acordo com o processo moderno de produção de alimentos e com as
exigências do mercado europeu, é importante que se assegure o rastreamento dos
animais durante toda a cadeia produtiva, da fazenda à mesa do consumidor
(Euclides Filho, 2000; Pires, 2004).
Segundo Justino (2002), todos os animais devem ser rastreados,
seguindo as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
para permitir o maior controle sobre a produção e fornecer informações detalhadas
sobre o rebanho nacional assegurando, aos consumidores, o estado sanitário e
nutricional dos animais, em concordância com padrões de qualidade já
estabelecidos. O sistema de rastreabilidade, além de possibilitar este
acompanhamento pelo consumidor, facilitará também a localização de focos de
doenças, pois evidenciará a eficiência de cada etapa do sistema produtivo, abrindo
as portas do mercado externo (Pires, 2004).
3. DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES
O estágio foi realizado nas Fazendas Reunidas Baumgart (FRB),
compreendendo o período de 28 de agosto a 28 de novembro de 2006, totalizando
504 horas, sob a supervisão do Zootecnista Nelson George Wentzel.
As principais atividades desenvolvidas nas Fazendas (Tecnologia em
Agribusiness) são a produção de touros Nelore, produção de touros Red Norte e
Agricultura de Precisão.
A sede das FRB está situada no Município de Rio Verde, na região
Sudoeste do Estado de Goiás, é acessada pela Rodovia BR-060 Km 407,5 à direita
e compreende uma área de 25.407,57 ha. Desta área, 11.247,38 ha são destinados
ao cultivo de pastagens, 4.630,30 ha são destinados à agricultura, 9.033,57 ha para
reserva e o restante (549,32 ha) é destinado às benfeitorias e benfeitorias anexas
que são construções como a portaria, cascalheira, pista de pouso, estrada, sedes,
currais, etc.
As FRB são divididas em quatro unidades, sendo três delas situadas no
município de Rio Verde (Sede 1, 2 e 3), e a outra no município de Paraúna (Sede 4).
A produção do rebanho Nelore, tanto comercial como elite, ocorre na sede 1, onde
encontra-se a sede administrativa da fazenda (Figura 2). O cruzamento industrial
ocorre somente na sedes 2 e 4 (a sede 4 localiza-se a 140 km da sede 1). O
confinamento fica localizado na sede 3 (localizada a 13 Km da sede 1). É também
nesta sede que as FRB dispõe de maior área para produção de feno e silagem. As
sedes 1 e 2 são conjugadas, sendo as divisas delimitadas somente pelas cercas. A
sede 2 foi onde, efetivamente, participei de todas as atividades desenvolvidas, e por
isso será o local que embasará a discussão das atividades.
FIGURA 2 - Visão da Sede Administrativa das Fazendas Reunidas Baumgart, Rio
Verde - GO
O rebanho da propriedade totaliza 19.966 animais, é dividido em rebanho
comercial e elite para a produção de touros Nelore e Red Norte e caracteriza-se por
ser um sistema pecuário de ciclo completo (cria, recria e terminação). As fêmeas e
os tourinhos são mantidos em regime de pastejo (rotacionado e alternado) e os
machos sem padrão para a reprodução (recria e terminação) são confinados.
No setor agrícola cultivam-se soja, sorgo, milho consorciado com a
braquiária (Figura 3), milheto e cana-de-açúcar, sendo parte da produção
comercializada e parte destinada à alimentação dos animais da propriedade.
As pastagens são formadas por Brachiaria decumbens, Brachiaria
brizantha e Brachiaria ruziziensis, esta última destinada à produção de feno (Figuras
4 e 5) e pré-secado (Figura 6), sendo que, também a palhada do milheto é usada
para a produção de feno.
FIGURA 3 - Plantio consorciado de
milho e braquiária, sede 3FIGURA 4 - Rolões de feno no campo
de produção, sede 3
FIGURA 5 - Rolões de feno
armazenados nas unidades, sede 2FIGURA 6 - Visualização do pré-
secado, sede 3
Há, ainda, áreas de pastagens, em sistema rotacionado de pastejo,
cultivadas com Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória e Panicum maximum cv.
Tanzânia.
Cada unidade das FRB possui um curral (Figuras 7, 8, 9 e 10) e uma
fábrica de ração (Figura 11).
FIGURA 7 - Parte externa do curral de
manejo (anti-estresse), sede 2
FIGURA 8 - Corredor de acesso para o
brete de contenção
FIGURA 9 - Visualização do ovo de
apartação
FIGURA 10 - Parte interna do curral
FIGURA 11 - Aspecto da fábrica de
rações, sede 3
32
A estrutura de confinamento é composta por 48 currais com capacidade
para alojar em torno de 8.000 cabeças (Figura 12) e silos trincheira (Figura 13), com
capacidade individual de 150 toneladas de silagem.
FIGURA 12 - Foto aérea do
confinamento localizado na sede 3
FIGURA 13 - Silo localizado no
confinamento, sede 3
A comunicação entre os encarregados de cada setor dentro da fazenda
se dá por rádio amador e os demais contatos ocorrem por telefonia fixa ou móvel.
Todos os funcionários participam de cursos, palestras e reciclagens
periodicamente, que são realizados em parceria com laboratórios e empresas que
prestam assistência as FRB.
3.1 Manejo das matrizes
A recria das matrizes é realizada em regime de pastagem, sendo que as
novilhas são consideradas aptas à reprodução quando apresentam acima de 300 kg
de peso corporal (ECC 6) quando, então, são inseminadas. Somente a partir da
segunda cria a monta natural é utilizada em função da compatibilização do tamanho
dos reprodutores.
As matrizes das fazendas apresentaram, na última EM, índices médios da
ordem de 80,34% de taxa de prenhez. Sendo que, 40 dias após o término da EM
realizou-se a confirmação de prenhez pela palpação retal. Animais adultos não
prenhes são dirigidos para a monta natural e as novilhas, juntamente com as
primíparas, são re-inseminadas.
As fêmeas são selecionadas geneticamente na desmama, no
acasalamento, na IA e no diagnóstico de gestação. Fêmeas que abortam, rejeitam
ou parem bezerros natimortos são descartadas. Essa seleção proporciona bom
desempenho reprodutivo, pois, teoricamente, ficarão na rebanho somente fêmeas
com alta fertilidade. A seleção é realizada observando características como, escore
de condição corporal, tamanho, homogenidade genética do lote, aprumo, ...
Nas fazendas não é utilizado nenhum método de sincronização de cio.
Desta forma, os índices alcançados são satisfatórios, mas é importante relembrar
que podem ser melhorados. Como as matrizes recebem bom manejo sanitário e
nutricional, alguns incrementos reprodutivos poderiam ser adicionados, como o uso
da IATF (Inseminação artificial em tempo fixo) por exemplo. Sendo assim, haveria
uma maximização da produção, elevando os índices reprodutivos.
3.2 Estação de monta
As FRB iniciam sua EM logo após a estabilização das chuvas buscando
coincidir a estação com o aumento da disponibilidade de forragens, o que,
normalmente, acontece em meados do mês de outubro.
A duração da EM é variável em função da categoria animal. Assim,
novilhas entram em estação cerca de 30 dias antes das demais matrizes com o
objetivo de proporcionar maior período para estas se recuperem do primeiro parto,
entrando na próxima estação mais desenvolvida e, com bezerro já desmamado,
além de ter tempo suficiente para recuperar o escore de condição corporal para a
próxima EM. As primíparas e as multíparas ficam em estação em torno de 90 dias,
com repasse de touro por um período adicional de, aproximadamente, 30 dias.
Vacas que permaneceram vazias na estação anterior e que, por algum
motivo tiveram a segunda chance de emprenhar na estação de monta subseqüente,
permanecem em estação especial, com duração de apenas 65 dias, caso não
emprenhem são destinadas ao abate.
As novilhas são 100% inseminadas enquanto que para as primíparas
adota-se a monta natural na estação.
De acordo com Baruselli et al. (2004), o repasse com touro pode ser um
empecilho ao melhoramento genético que pode ser obtido pela IA. Entretanto, do
ponto de vista produtivo, é aceitável aproveitar a matriz que não apresenta os
mesmos índices de fertilidade das demais, visando, somente a produção de mais um
animal para o abate. Ao mesmo tempo, sabe-se que, da mesma forma que a matriz,
este animal será tardio e, por isso, é necessária a avaliação econômica da produção
desse animal. Do ponto de vista reprodutivo, o repasse das matrizes com touro seria
pouco recomendado em função da necessidade de maior rapidez no giro de capital
no sistema que, para ocorrer, exige matrizes férteis e com alta habilidade materna.
Assim, matrizes que emprenham no início da EM parem no início da
estação de nascimento e, conseqüentemente, desmamam bezerros mais pesados e
apresentam boa CC emprenhando, novamente, no início da EM seguinte. É
importante relembrar que a concepção ao início da EM, tanto para vacas quanto
para novilhas, permite um parto precoce e o desmame de bezerros mais velhos e
mais pesados
O grande entrave encontrado em problemas reprodutivos das fazendas é
a não existência de uma metodologia única, haja visto, que cada caso é um caso. As
decisões a serem tomadas têm que serem condizentes com a realidade da
propriedade. Seguindo ainda este mesmo raciocínio, referente ao não descarte de
matrizes que saíram da EM vazias, deve-se analisar os reais motivos para esse
resultado (matrizes vazias após EM). O descarte somente poderá ser realizado
quando forem esgotadas todas as possibilidades do problema estar realmente na
matriz, e não por alguma falha do técnico.
3.3 Inseminação artificial
O material da caixa de IA que segue para cada retiro possui os seguintes
materiais: papel higiênico, pipetas, pinças, termômetros, descongelador automático
de sêmen, luvas de inseminação artificial, bainhas e lâminas (para cortar a palheta
de sêmen). A quantidade de cada item depende do número de matrizes a serem
inseminadas em cada unidade, onde se encontram dois botijões de sêmen,
devidamente protegidos.
Uma semana antes da EM é realizado, nas fazendas, um curso de IA para
os novos inseminadores, ministrado por profissionais da área que prestam
assistência técnica reprodutiva para a empresa. Para os vaqueiros que já inseminam
e têm mais experiência é ministrada apenas uma reciclagem.
Para a detecção correta do estro, de extrema importância no processo
reprodutivo, emprega-se a avaliação visual reforçada pelos rufiões que são utilizados
na proporção de 1 macho para cada 30 fêmeas (Silva et al., 2000).
Nas FRB a observação do cio é realizada duas vezes ao dia, porém, para
maior facilidade de manejo na propriedade, as fêmeas no cio são levadas ao curral
somente na parte da tarde. Assim, as matrizes que apresentaram cio de manhã são
inseminadas a tarde e as outras (que deram cio à tarde) permanecem fechadas em
piquete ao lado do curral para serem inseminadas na manhã seguinte.
Após a inseminação a fêmea é levada de volta para o mesmo lote onde
se encontrava, sendo que num período médio de 21 dias é observada se há ou não
a repetição do cio.
3.4 Acasalamento
As novilhas são acasaladas, tendo como parâmetro principal a facilidade
de parto. Busca-se para a primeira gestação touros que vão gerar crias pequenas,
porém saudáveis, mesmo porque, bezerros de novilhas, normalmente, são menores
do que os bezerros de vacas, em função das primeiras encontrarem em fase de
crescimento e ainda, terem que manter a gestação.
Além da característica de facilidade de parto, são observadas também,
comprimento de pêlo, formato, pigmentação, temperamento e tamanho. Objetiva-se,
desta forma, animais melhores que os pais.
O acasalamento é feito utilizando-se o programa de gerenciamento
pecuário (Pecus) para evitar a endogamia, ou seja, que a novilha seja acasalada
com parentes próximos. Observa-se desta maneira, a organização e o planejamento
facilitados pelo programa, uma vez que, este proporciona uma maior segurança nas
tomadas de decisões dada à precisão dos dados.
A partir do acasalamento, emite-se a listagem que contém o número das
fêmeas acasaladas e os respectivos touros a serem usados na inseminação. Todo
esse processo é de responsabilidade do encarregado, que fica responsável pela
lista, pelo acompanhamento da IA e pela conferência dos dados.
As novilhas ½ Red Angus ½ Nelore, que não são acasaladas, recebem
uma “trinca” de touros Senepol. Essa “trinca” é definida pela empresa que presta
assistência reprodutiva para as fazendas. São escolhidos três touros, sendo um
deles muito bom e os outros dois inferiores (geralmente são touros que apresentam
baixa vendagem de sêmen e por isso as paletas são comercializadas a preço bem
inferior aos outros). A finalidade desta “trinca” é reduzir custos, pois as doses dos
três touros são vendidas pelo mesmo preço.
As novilhas selecionadas para acasalamento formam lotes muito
homogêneos, como mostra a Figura 14. O objetivo deste acasalamento foi produção
do ¾ Senepol, com finalidade de seleção de tourinhos melhoradores da raça, como
preconiza Rosos e Fries (1998).
FIGURA 14 - Lote de novilhas ½ Senepol ¼ Nelore ¼ Red Angus acasaladas com
touro Senepol
A escolha da raça a ser utilizada no cruzamento é muito variável, sendo
de acordo com o lote de vacas e novilhas, caracterizando também realização de
“lotes-teste”, onde é realizado o teste de cruzamentos, para visualizar quais são os
mais eficientes (em termos de ganho de peso, acabamento de carcaça e
precocidade).
3.5 Maternidade
Quando a matriz encontra-se, em média, 30 dias antes do parto, é
conduzida ao curral, onde é vacinada contra a diarréia neonatal, leptospirose,
clostridioses e everminada via pour on (Ivermectina 3%). Após esse procedimento é
transferida para o piquete maternidade (Figura 15), onde é possível o
acompanhamento e, se necessário, a interferência no momento do parto.
FIGURA 15 - Visualização do piquete maternidade, sede 2
As novilhas recebem a primeira dose das vacinas de diarréia neonatal,
leptospirose, clostridioses e everminação (Ivermectina 1%) no diagnóstico da
gestação, sendo que o reforço é feito 30 dias antes do parto. Esse manejo seria
mais eficiente se o diagnóstico de gestação fosse preciso. Nesse contexto, seria
mais adequado a utilização de biotécnicas da reprodução que possibilitem um
melhor controle zootécnico. Desta forma, o uso da IA e IATF, torna mais eficiente o
manejo sanitário e até nutricional, ressaltando que a fêmea vai receber o manejo
adequado quando realmente for preciso, ou seja, na época reprodutiva certa.
Proporcionando, por exemplo, uma maior eficácia das vacinas, até mesmo pela
exatidão de datas de parto, entre outras.
O acompanhamento das matrizes em final de gestação é realizado duas
vezes ao dia, de manhã e à tarde, o que reduz o percentual de vacas com
problemas de parto e a taxa de mortalidade dos bezerros ocasionada por diarréia
neonatal.
Este manejo tem reduzido os índices de mortalidade de bezerros,
concluindo assim, na efetividade de imunoglobulinas passadas pelo colostro aos
bezerros. Resultando em bezerros mais saudáveis e fortes.
3.6. Manejo nutricional
As espécies forrageiras predominantes nas pastagens são Brachiaria
brizantha, Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória, Brachiaria decumbens, Brachiaria
ruziziensis e Panicum maximum cv. Tanzânia e a capacidade média de suporte da
fazenda gira em torno de 1,6 ua/ha, sendo que, boa parte das pastagens são
manejadas em sistema alternado e, em menor proporção, em sistema rotacionado.
A utilização do pastejo rotacionado poderia ser otimizada, melhorando o
ganho em produtividade. Sendo assim, os gastos com cercas e bebedouros seriam
compensados (Corrêa, 2000).
Geralmente, os sistemas rotacionados são formados por quatro piquetes e
os animais permanecem 12 dias em cada piquete, sendo o período de descanso dos
mesmos de 36 dias. O pastejo alternado é composto por dois piquetes, sendo que
os animais são trocados de piquete a cada 18 dias. Os rotacionados, formado pela
Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória, tem 69 ha de área por piquete e capacidade
de suporte de 9,5 ua/ha.
A distribuição do sal é feita por tratores, sendo destinado um funcionário
exclusivamente para este serviço. Juntamente com o sal é distribuída, também, a
ração dos bezerros no creep feeding. Todo o manejo alimentar é anotado na ficha
de controle de mineralização e é entregue ao encarregado, que encaminha ao
técnico.
Durante a seca, os animais permanecem nas pastagens, mas, recebem
suplementação a base de feno distribuído aleatoriamente nos pastos, em média três
vezes por semana.
A sede 3 produz, em média 17.000 fardos de feno de 300 kg/cada.
As fazendas possuem área suficiente para fazer um ótimo manejo de
pastagens, evitando desta forma, o sub e o superpastejo, práticas bem visualizadas
na propriedade. As espécies forrageiras são eficientes sempre que forem bem
manejadas, o grande problema é acertar o manejo. É possível aumentar a
capacidade de suporte das pastagens somente respeitando seu período de
descanso, dentre outros pontos.
O processo de fenação, quando bem utilizado, pode ser eficiente e
alimentar mais animais, do que se comparar com o pastejo no piquete. Se houver
maximização das gramíneas pode-se optar por feno ou mesmo pastejo direto,
levando em consideração sempre o fator econômico.
3.7 Manejo sanitário
As seringas e as agulhas são esterilizadas e lubrificadas após o uso e,
para a aplicação de vermicida e vacinas adota-se o manejo das agulhas, ou seja, a
cada frasco utilizado trocam-se as agulhas, com a finalidade de reduzir os
abscessos causados pela aplicação destes medicamentos.
Nos meses de campanha da febre aftosa (maio e novembro) são
aplicadas também outras vacinas como a anti-rábica e contra as clostridioses,
juntamente com vermicida injetável (Ivermectina 1%).
A everminação utilizada nas fazendas é a mesma recomendada pela
EMBRAPA.. Aplicam-se vermicidas nos meses de maio, julho e setembro, numa
estratégia de vermifugação para evitar a permanência de larvas nas pastagens no
período seco e evitar a presença de vermes nos animais nesse mesmo período).
As vacinas de leptospirose e diarréia neonatal são voltadas para o manejo
reprodutivo, evitando ao máximo a ocorrência de abortos e morte de bezerros por
diarréia. A vacinação para brucelose é realizada, geralmente, aos 5 meses de idade.
Mas mesmo assim, ainda é possível encontrar casos de abortos causados por
Brucella abortus (resultados confirmados através de exames patológicos em
bezerros abortados).
Os abortos quase não acorrem na propriedade (taxa de aborto é 1,3%), e
quando acontecem, são causados por problemas de manejo dentro do curral, fato
que levou a realização de curso de manejo racional dos bovinos nas fazendas.
O calendário profilático (Quadro 3 - ANEXO EM ARQUIVO QUADROS)
das fazendas é baseado no calendário sanitário de gado de corte proposto pela
EMBRAPA.
Os vaqueiros são bem orientados em relação a locais de vacinação, como
vacinar e principalmente a higienização de seringas e agulhas. A vacinação é
realizada de forma eficiente, sendo que é contido no brete um animal por vez para
que seja vacinado.
3.8 Manejo de bezerros
Após o nascimento dos bezerros os vaqueiros fazem o seu
acompanhamento para verificar a mamada do colostro e, caso isso não aconteça, a
vaca é contida para o bezerro mamar. A contenção é feita no pasto, sendo a vaca
laçada pelos membros anteriores e posteriores, e conseqüentemente derrubada. O
vaqueiro auxilia na mamada, colocando a boca do bezerro no teto da vaca.
Ao nascer realiza-se o corte do umbigo com tesoura e a cura do mesmo
com aplicação de álcool iodado, na concentração de 10%, Após essas atividades
aplica-se 1 mL de Ivermectina 1% subcutânea e coloca-se brinco no bezerro. Esse
brinco é utilizado somente para identificação do animal na fazenda, lembrando que o
animal receberá o brinco do SISBOV (Serviço de rastreabilidade da cadeia produtiva
de bovinos e bubalinos) somente na desmama, sendo o número do brinco da
fazenda interligado ao brinco da certificadora.
A cura do umbigo com solução de iodo, já mencionada anteriormente, é
realizada somente uma vez. O bezerro será tratado novamente caso o umbigo
aumente de tamanho ou sejam encontradas larvas ou miíases no mesmo.
Paralelamente, procede-se o registro específico do indivíduo através de
fichas zootécnicas com a anotação dos dados do nascimento, da mãe e
características do bezerro, como pelagem, sexo e peso. Nas FRB, com o objetivo de
evitar falhas humanas, o número do bezerro já vem impresso na ficha e os brincos
trazem os números gravados.
Este manejo tem-se mostrado eficiente. Os dados, geralmente, chegam
sem erros no escritório, sendo que todos os funcionários treinados para a realização
correta da coleta de dados.
À medida que as vacas parem, formam-se lotes com aproximadamente
150 fêmeas e seus respectivos bezerros e estes são transferidos para outro pasto.
Quando algum bezerro vem a óbito há o registro da morte e da causa da mesma.
Em caso de dúvida o bezerro é encaminhado para o laboratório de necropsia para a
detecção da causa mortis.
Quando os bezerros atingem um mês de vida já têm acesso à ração do
creep feeding (Figura 16), sendo fator primordial a disposição do mesmo no pasto.
Obserava-se a permanência dos bezerros no cercado mesmo quando as mães
estão pastejando não muito próximo dos saleiros.
FIGURA 16 - Bezerros se alimentando no creep feeding, sede 2
Nas FRB o uso do creep feeding tem elevado o peso a desmama dos
bezerros, contribuindo desta maneira na suplementação alimentar dos mesmos, o
que resulta, como característica secundária, na mantença da CC da vaca, pois o
bezerro passa a se alimentar de outros alimentos além do leite, poupando energia
da matriz (produção de leite). Todos os cochos são vistoriados diariamente. Coloca-
se a quantidade do consumo do dia. O consumo diário por bezerro gira em torno de
1% do peso vivo.
O creep feeding é formulado com base nos ingredientes, como, milho,
caroço de algodão (o gossipol presente no caroço de algodão interfere no
desenvolvimento do aparelho reprodutor dos bezerros, ressaltando a importância do
tempo de uso, a quantidade do caroço de algodão e, também, a idade dos animais,
no processo de infertilidade do macho), sorgo e soja.
Aos três meses os bezerros são vacinados contra as clostridioses e são
everminados (Ivermectina 1%) e aos quatro meses recebem o reforço contra as
clostridioses e do vermicida. Os bezerros, até completarem um ano de idade,
recebem vermicidas somente a base de ivermectina 1%. Aos seis meses todos os
bezerros são novamente everminados e as fêmeas recebem a vacina contra a
brucelose e, na desmama, que ocorre, em média, aos sete meses, todos recebem o
brinco do SISBOV. As vacinas contra a raiva e a febre aftosa são efetuadas somente
nas épocas de campanha.
Na desmama dos bezerros o peso corporal médio obtido foi de 278,6 kg
para os machos e 243,2 kg para as fêmeas. Os machos que atingiram 240 kg são
encaminhados para o confinamento, resultando no abate de novilhos superprecoces.
3.9 Responsabilidades do encarregado
Os vaqueiros são responsáveis pelas anotações de campo (nascimentos,
mortes, aplicação de medicamentos e troca dos animais de piquetes) e o
encarregado é responsável pela fiscalização das tarefas desenvolvidas, observando
se há algum animal doente, se está faltando sal ou ração nos cochos e se a limpeza
e a manutenção dos bebedouros está adequada.
Os animais mortos são retirados do pasto e levados ao cemitério para
incineração, porém, antes disso o brinco do animal é retirado. São feitas as
anotações do local onde o animal foi encontrado e a data da sua morte.
Cada unidade tem uma farmácia que contém todos os medicamentos
necessários para a rotina da fazenda (antibióticos, antiinflamatórios, vermicidas,
complexos vitamínicos, soro antiofídico, protetores hepáticos, dentre outros). É de
responsabilidade do encarregado verificar a data de vencimento, bem como, o
estoque de medicamentos e outros itens.
Toda unidade tem coleta seletiva de lixo que é separado em tambores
específicos em plástico, papel, vidro e material cortante.
Ao final do manejo o curral é lavado em sistema de rodízio, onde cada dia
a tarefa é executada por um funcionário.
No processo de certificação da propriedade, exigido para que a mesma
seja exportadora de carne, o registro das atividades da fazenda é primordial e
depende do gerenciamento da propriedade, assim, todas as fichas (troca dos
animais de piquete, data de nascimento, aplicação de medicamento,...), são
repassadas pelo encarregado ao técnico, que no escritório lança as informações no
programa, que é atualizado diariamente.
Neste ponto encontra-se um empecilho muito grande. A difícil tarefa de
gerenciar pessoas, motivando-as para trabalharem e não fazendo com que esperem
somente o início de cada mês para receberem. O principal fator para que a atividade
seja eficaz, durante todo o processo produtivo, está localizada neste quesito. As
técnicas de produção estão aí para serem seguidas e testadas, porém, sem mão-de-
obra eficiente a cadeia se rompe e perde-se todo o trabalho.
3.10 Rastreabilidade
O técnico da fazenda, responsável pela execução do programa de
gerenciamento, envia a listagem com o número do brinco (da fazenda) dos bezerros
nascidos para a certificadora para que a mesma possa emitir os brincos de
rastreabilidade, onde na desmama, com o objetivo de reduzir o estresse dos
bezerros, recebem o brinco do SISBOV. Desta forma, na desmama, passa-se
bezerro por bezerro no brete de contenção, onde é conferido o número do brinco da
fazenda, colocando o brinco do SISBOV que já vem determinado pela certificadora.
Nesta ocasião, o sexo e a raça do animal é conferida, dando maior confiabilidade
aos dados remetidos à certificadora.
É necessário salientar a importância da tomada de dados no sistema
produtivo, pois a partir desta o produtor tem maior poder de comercialização,
podendo, desta forma, agregar maior valor ao seu produto. É dentro desse processo
que se registra, de forma precisa, todos os procedimentos realizados a campo no
rebanho, proporcionando maior confiabilidade e segurança ao produto final, o que
agrada o consumidor. Adotando esses cuidados é possível rastrear todo a cadeia
produtiva da carne bovina, do nascimento ao abate.
Todo o procedimento de brincagem é acompanhado pelo técnico,
responsável pelo programa de gerenciamento pecuário. Os números dos animais
são conferidos no notebook, deixando a entender que o sistema de tomada de
dados das fazendas é realmente eficiente.
4 CONCLUSÃO
O estágio realizado nas Fazendas Reunidas Baumgart representou a
sedimentação dos conhecimentos adquiridos durante a vida acadêmica e durante
outros estágios realizados ao longo do Curso, mostrando que os detalhes são de
extrema importância e que são os pequenos ajustes que nos fazem profissionais
diferenciados. Apurando, desta forma, meu senso crítico e investigativo, levando a
crer que nem tudo é o que parece.
As atividades agropecuárias desenvolvidas nas fazendas são eficientes,
porém podem ser melhoradas, explorando o capital investido, maximizando lucros.
Algumas técnicas, como, a estação de monta, devem ser revistas. Traçando desta
forma, novas metas a serem atingidas, como, melhoria nos índices reprodutivos.
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