boletim n. 10 - junho 2007 · as crianças podem não entender o significado de mui-tas palavras,...

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SOBREPOSTA N.º 10 N.º 10 N.º 10 N.º 10 JUNHO JUNHO JUNHO JUNHO—2007 2007 2007 2007 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA Assembleia Geral da Associação Nos termos estatutários, convocam-se todos os Associados para uma Assembleia Geral da Associação Social e Cultural de Sobreposta a realizar no dia 10 de Agosto de 2007, às 21 horas, na sede da Associação, sita na Avª da Lageosa nº 10, com a seguinte ordem de traba- lhos: 1. Informações Gerais 2. Aprovação da Conta de Gerência de 2006 3. Discussão do processo de aquisição/construção de sede própria. Sobreposta, 3 de Julho de 2007 A Mesa da Assembleia Geral Director: Manuel Ribeiro Mendes E-mail: [email protected] Terminaram as obras na Igreja Ficaram concluídas em 7 de Abril (Sábado de Aleluia), as obras de beneficiação do pavimento e melhoramento estético do interior da Igreja. Com um novo chão em madeira, tapa-vento e pia baptismal (voltou à igreja a primitiva), a igreja paroquial está mais acolhedora, mais confortável, mais bonita e de certa forma acentuada a digni- dade que o espaço merece. Alguns apontamentos de modernidade, como os vitrais no tapa-vento e o novo vitral junto da antiga pia baptismal, fazem a ponte entre o passado e a contemporanei- dade. A igreja está mais actual e bonita, sendo sem dúvida motivo de orgulho para todos os habi- tantes de Sobreposta. 3º Convívio da Associação 15-08-2007 Tal como nos anos anteriores, realizaremos no próximo dia 15 de Agosto o nosso encon- tro comunitário, aberto a todos os associados, familiares, amigos e população da freguesia. Como de costume, vamos solicitar à Fábrica da Igreja a devida autorização para realizar este Convívio nos espaços adjacentes à Cape- la de S. Tomé de Lageosa. O programa incluirá: Celebração da Missa, Almoço-Convívio e Animação recreativa e musical que se estenderá pela tarde fora. Pretendemos que este acontecimento seja uma oportunidade de encontro saudável entre todos nós e especialmente com os nossos con- terrâneos que vivem fora, no estrangeiro ou noutras partes do país, e que não queremos esquecer. Para facilitar a organização, pedimos a todos o favor de fazerem a sua inscrição com a maior antecedência possível: Os preços de inscrição são os seguintes: Associados e familiares directos: Adultos: 7,00€; crianças dos 7 aos 12 anos: 3,50€; meno- res de 7 anos: Grátis. Não Associados: Adultos: 10,00€; crianças dos 7 aos 12 anos: 5,00 €; menores de 7 anos: Grátis. CANTO FILIAL Imensas vezes, Mãe, nas horas de amargura, me refugio nos teus dotes de ternura! Só Tu na vida me livraste da nudez, elevando bem alto a minha pequenez! Mesmo crescido tento dirigir os passos para o conforto e fortaleza dos teus braços! A tua imagem me conduz e ilumina e os caminhos da honra e rectidão me ensina! Não deixo de guiar-me p’los conselhos sábios, presenteados, num sorriso, p’los teus lábios! Quando imagino estar sentado em teu regaço, não me consomem negras penas, nem cansaço! Ó Mãe, tudo Te devo desde que nasci e sublimes lembranças me unem sempre a Ti! Já sou tão grande mas me sinto pequenino, quando recordo o teu olhar diamantino! Tu és, ó Mãe, a mais fulgente e linda estrela e nunca alguém pintou tão expressiva tela! Tu és, ó Mãe, a flor mais cândida e mimosa e na tu’alma encontro a mansão bem ditosa! Abençoada sejas, prenda tão querida, que nas dores do parto me ofertaste a vida!... Janeiro-Fevereiro de 2007 José Fernandes da Silva NOTA: O poema “Canto Filial” foi escrito para o Dia da Mãe, pelo nosso conterrâneo e amigo José Fer- nandes. Na data em que o recebi, já não foi possível incluí-lo no Boletim anterior. Por isso aqui vai hoje, oferecido particularmente a todas as mães, na certeza de que elas merecem ver valorizado seu papel na família e na sociedade e recorda- das muitas vezes ao longo do ano. A mãe, e também o pai, não podem apenas ser recordados quando o calendário, no cumprimen- to de interesses meramente comerciais, nos man- da correr à procura de uma prenda, tantas vezes inútil. Mais importante será uma reconfortante palavra, um sorriso, um carinho não ditado pela pressão da comunicação social. Hoje, se o caro leitor quiser, também pode ser “Dia da Mãe”. Manuel Mendes

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SOBREPOSTA N.º 10 N.º 10 N.º 10 N.º 10 ———— JUNHO JUNHO JUNHO JUNHO————2007200720072007

BOLETIM INFORMATIVO

DA

ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA

Assembleia Geral da Associação Nos termos estatutários, convocam-se todos os Associados para uma Assembleia Geral da Associação Social e Cultural de Sobreposta a realizar no dia 10 de Agosto de 2007, às 21 horas, na sede da Associação, sita na Avª da Lageosa nº 10, com a seguinte ordem de traba-lhos: 1. Informações Gerais 2. Aprovação da Conta de Gerência de 2006 3. Discussão do processo de aquisição/construção de sede própria.

Sobreposta, 3 de Julho de 2007 A Mesa da Assembleia Geral

Director: Manuel Ribeiro Mendes E-mail: [email protected]

Terminaram as obras na Igreja Ficaram concluídas em 7 de Abril (Sábado de Aleluia), as obras de beneficiação do pavimento e melhoramento estético do interior da Igreja. Com um novo chão em madeira, tapa-vento e pia baptismal (voltou à igreja a primitiva), a igreja paroquial está mais acolhedora, mais confortável, mais bonita e de certa forma acentuada a digni-dade que o espaço merece. Alguns apontamentos de modernidade, como os vitrais no tapa-vento e o novo vitral junto da antiga pia baptismal, fazem a ponte entre o passado e a contemporanei-dade.

A igreja está mais actual e bonita, sendo sem dúvida motivo de orgulho para todos os habi-tantes de Sobreposta.

3º Convívio da Associação 15-08-2007

Tal como nos anos anteriores, realizaremos no próximo dia 15 de Agosto o nosso encon-tro comunitário, aberto a todos os associados, familiares, amigos e população da freguesia. Como de costume, vamos solicitar à Fábrica da Igreja a devida autorização para realizar este Convívio nos espaços adjacentes à Cape-la de S. Tomé de Lageosa. O programa incluirá: Celebração da Missa, Almoço-Convívio e Animação recreativa e musical que se estenderá pela tarde fora. Pretendemos que este acontecimento seja

uma oportunidade de encontro saudável entre todos nós e especialmente com os nossos con-terrâneos que vivem fora, no estrangeiro ou noutras partes do país, e que não queremos esquecer. Para facilitar a organização, pedimos a todos o favor de fazerem a sua inscrição com a maior antecedência possível: Os preços de inscrição são os seguintes: Associados e familiares directos: Adultos: 7,00€; crianças dos 7 aos 12 anos: 3,50€; meno-res de 7 anos: Grátis. Não Associados: Adultos: 10,00€; crianças dos 7 aos 12 anos: 5,00 €; menores de 7 anos: Grátis.

CANTO FILIAL Imensas vezes, Mãe, nas horas de amargura, me refugio nos teus dotes de ternura! Só Tu na vida me livraste da nudez, elevando bem alto a minha pequenez! Mesmo crescido tento dirigir os passos para o conforto e fortaleza dos teus braços! A tua imagem me conduz e ilumina e os caminhos da honra e rectidão me ensina! Não deixo de guiar-me p’los conselhos sábios, presenteados, num sorriso, p’los teus lábios! Quando imagino estar sentado em teu regaço, não me consomem negras penas, nem cansaço! Ó Mãe, tudo Te devo desde que nasci e sublimes lembranças me unem sempre a Ti! Já sou tão grande mas me sinto pequenino, quando recordo o teu olhar diamantino! Tu és, ó Mãe, a mais fulgente e linda estrela e nunca alguém pintou tão expressiva tela! Tu és, ó Mãe, a flor mais cândida e mimosa e na tu’alma encontro a mansão bem ditosa! Abençoada sejas, prenda tão querida, que nas dores do parto me ofertaste a vida!...

Janeiro-Fevereiro de 2007 José Fernandes da Silva

NOTA: O poema “Canto Filial” foi escrito para o Dia da Mãe, pelo nosso conterrâneo e amigo José Fer-nandes. Na data em que o recebi, já não foi possível incluí-lo no Boletim anterior. Por isso aqui vai hoje, oferecido particularmente a todas as mães, na certeza de que elas merecem ver valorizado seu papel na família e na sociedade e recorda-das muitas vezes ao longo do ano. A mãe, e também o pai, não podem apenas ser recordados quando o calendário, no cumprimen-to de interesses meramente comerciais, nos man-da correr à procura de uma prenda, tantas vezes inútil. Mais importante será uma reconfortante palavra, um sorriso, um carinho não ditado pela pressão da comunicação social. Hoje, se o caro leitor quiser, também pode ser “Dia da Mãe”.

Manuel Mendes

O nó do afecto Era uma reunião de Pais, numa escola da periferia. A

Directora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível. Ela entendia que embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam procurar dispor de algum tempo para dedi-car às crianças.

Mas a directora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com o seu jeito humilde, que ele não tinha tempo para falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana. Quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava a dormir. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto já não estava acordado. Explicou ainda que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Confessou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se indo beijá-lo todas as noites quando chegava a casa. E para que o filho soubesse da sua presença ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó sabia, através dele, que o pai tinha lá estado e o havia beija-do. A Directora ficou emocionada com aquela história sin-gela e emocionante. Também ficou surpresa quando consta-tou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O facto faz-nos reflectir sobre muitas maneiras de um pai ou de uma mãe se fazerem, presentes, de comunicarem com o filho.

Aquele pai encontrou a sua, simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia através do nó afecti-vo, o que o pai lhe estava transmitindo. Às vezes importa-mo-nos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol valiam para aquele filho, muito mais que presentes ou des-culpas vazias.

É válido preocuparmo-nos com os nossos filhos, mas é importante que eles sintam isso. Para que haja comunicação é preciso que os “filhos” ouçam a linguagem do nosso cora-ção, pois em matéria de afecto, os sentimentos podem falar mais alto do que as palavras.

É por essa razão que um beijo revestido do mais puro afecto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bébé que roubou o colo, o medo do escuro.

As crianças podem não entender o significado de mui-tas palavras, mas sabem registar um gesto de amor. Mesmo que este gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afecto e carinho.

E você? Já deu algum nó afectivo no lençol do seu

filho hoje?

Autor anónimo

Página 2 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 10 . Junho 2007

PAGOS A serAna Moleira era uma humilde e boa mulher. Enviuvou ainda nova, ficando com um filho. Voltou a casar e foi viver num lugar, conhecido por *Moleiros* (devido a existir ali três famílias que sobreviviam da moa-gem de milho e de centeio, servindo-se de cerca de uma vintena de moinhos, movidos pelas águas do Fêveras). Do segundo casamento criou oito filhos, cinco raparigas e três rapazes. Quase diariamente ia distribuir as fornadas pelas freguesias vizi-nhas, com um ou dois burros, bem carregados de taleigas atestadas de fari-nha, gostando de matar a sede com umas tigeladas, quer nos fregueses que com ela eram solidários, quer nos tascos onde entregava a farinha, recebendo em troca o grão para moer, assim como a *maquia*, a qual consistia na retenção de uma percentagem do próprio produto, ou de uma determinada quantia em dinheiro. Por usar e abusar de uns largos canecos de vinho, começaram a chamar-lhe, às escondidas, *Canaca* - e o bom povo, na sua sabedoria, pre-tendia dizer *Caneca*! Ela, em testes incontáveis, deu provas de que o amado filho de Baco (neste caso, o *Verdinho*) não tinha espinhas, atendendo a que nunca se sentiu engasgada, mesmo nas ocasiões em que exagerou das quantidades! Das muitas peripécias que lhe sucederam, uma, teve imensa graça e um remate não esperado: O Domingos, a quem alcunharam o *Ré* e que era bom rapaz, embora fosse também um malandro refinado (praticava um rosário de patifa-rias e, ainda não tinha terminado uma, já estava metido noutra), um belo dia, ao passar pela serAna, que ia como um andor, chamou-lhe o tal nome que ela detestava e que punia, podendo, com umas rijas lostras de uma grossa cana da Índia, em que se apoiava, ou com umas corridas cambaleantes atrás do insultador, ilustradas por uma chusma de berradas e sonantes imprecações. O pai do Domingos, um alfaiate divertido e simpático, morava perto e ela resolveu logo ir fazer-lhe queixa. Esbaforida, ao chegar, despejou, apressada: "Ó Antóne, o teu rapaz tratou-me mal!" "Tratou-a mal, serAna?! Então conte lá como foi isso!?" "É um atrevido: chamou-me *Canaca*! "Ai sim?! Mas eu tenho três rapazes. Qual deles é que foi o atrevi-do?" - perguntou, já com a pulga na orelha, o astuto Alfaiate. "Foi o *Réu!*" - respondeu prontamente. "Bem, serAna: eu tenho um filho, cujo nome de baptismo é Domingos. Ele chamou-lhe *Canaca* e vossemecê chamou-lhe *Réu!* Assim sendo, estão pagos..." A serAna Moleira meteu a língua no saco e, vermelhuda e aos *ss*, desandou, descendo a íngreme congosta...

Maio de 2005

José Fernandes da Silva

CARO ASSOCIADOCARO ASSOCIADOCARO ASSOCIADOCARO ASSOCIADO

NÃO SE ESQUEÇA DE NÃO SE ESQUEÇA DE NÃO SE ESQUEÇA DE NÃO SE ESQUEÇA DE

LIQUIDAR A SUA QUOTA LIQUIDAR A SUA QUOTA LIQUIDAR A SUA QUOTA LIQUIDAR A SUA QUOTA

DO ANO 2007.DO ANO 2007.DO ANO 2007.DO ANO 2007.

PEREGRINAÇÃO AO SAMEIRO

Em 3 de Junho, realizou-se a tradicional Peregrina-ção ao Sameiro., onde as paróquias de Braga habi-tualmente marcam presen-ça. Também Sobreposta este-ve presente com elevado número de devotos da Senhora do Sameiro, cum-prindo esta tradição. Os tempos mudam mas a Fé permanece imutável de

geração em geração.

BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 10 . Junho 2007 Página 3 3 3 3

O Instituto de Santo António em Roma

Estou em crer que a maior parte dos por-tugueses que, por qualquer motivo, se deslocam a Roma, não deixarão de visi-tar a belíssima igreja de Santo António dos Portugueses, na Via dei Portoghesi. Ao transpor a porta da igreja, muitos ficarão admirados e orgulho-sos com a beleza, a harmonia e, se como tantas vezes aconte-ce, houver um fundo musical, com a acús-tica da igreja. Este conjunto de factores, certamente que pro-picia ao peregrino momentos de paz, de contemplação e de elevada intimidade

com Deus. Ao sair, não deixará de sentir uma ponta de orgulho de ser português. Afinal, a marca portuguesa em Roma é não só evi-dente como grandiosa. Porém, e isso poucos o sabem, o Instituto Português é muito mais do que uma simples igreja. É um património acumulado desde o século XIV que deriva de três fundações medievais de Hospícios, os quais acolhiam os peregrinos portugueses que visitavam o túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo. Neles foram acolhidas e tratadas muitas pessoas que chegavam esgotadas e doentes da viagem, e a algumas deram sepultura. Não esqueçamos que na Idade Média não havia os meios de trans-porte, rápidos e cómodos, de que hoje dispomos. Quanto tempo, quantas dificuldades e contratempos de toda a ordem, nessas via-gens desgastantes que arruinavam a saúde! Nessa altura uns viaja-vam por mar, em pequenos barcos, morosos e sem condições, que dificilmente venciam as tempestades mediterrânicas. Outros viaja-vam por terra, a pé ou a cavalo, sujeitos ao tempo, frio ou calor, a assaltos, enfim, a dificuldades sem conta. Nesse tempo, não havia comboios nem carros, e muito menos aviões, que hoje, em poucas horas, podem transpor milhares de quilómetros com comodidade e segurança. Por isso, o registo dos doentes e até de óbitos é gran-de nos arquivos do Instituto. Mas será que o Instituto Português de Santo António terá, ainda hoje, razão de ser? Actualmente a fadiga da viagem resolve-se com uma noite bem dormida e, no dia seguinte, as pessoas estão frescas para cami-nhar. Não há necessidade de hospícios para acolher os peregrinos. Todavia, o Instituto Português de Santo António continua a ates-tar aos vindouros que, a ligação portuguesa à Sé de Roma foi uma constante na história. O seu arquivo, a biblioteca, e o acerbo de arte, falam-nos de um passado riquíssimo, montra de Portugal e da nossa cultura na Cidade Eterna. Prova disso são as exposições, concertos de música, erudita e não só, pois o pátio interior do Instituto, todos os anos fica que nem um ovo, repleto de gente, muitos italianos, para escutar e sentir a saudade desta gente que cruzou mares e continentes, sempre com a Pátria atravessada no coração. Realizam-se também conferências, sobre aspectos diver-sos, como literatura, política, história, arte, lançamento de obras literárias de grande valor e, ainda, aulas de

FALECERAM

EM SOBREPOSTA

Em 15 de Março, Manuel António Pereira, com 79 anos e que residia na Senhora da Conceição. A seus familiares e amigos apresentamos sentidas condolências José Marques Antunes, nosso associado e residente no concelho de Sintra (região de Lisboa), faleceu a 22 de Maio de 2007, com 60 anos de idade, vítima de doença prolongada. Seguindo o destino de tantos do seu tempo, feita a 4ª classe ingressou no mundo do trabalho. Aos 11 anos servia numa farmácia de Braga e aos 13 anos rumou ao Porto onde aprendeu a arte

de polidor de móveis. Aos 22 anos, já casado, transferiu-se para Lisboa onde veio, mais tarde, a aprender a arte de lacador de móveis, acabando por se estabelecer por conta própria no exercício deste ofício. Aos seus familiares e, principalmente, à viúva e aos seus filhos Miguel e Ricardo, apresentamos sentidos pêsames.

Laurinda da Conceição Vieira de Macedo, da Casa da Figueira, de Lageosa, faleceu em 25 de Maio de 2007. Contava 81 anos de idade e foi cate-quista de centenas e centenas de crianças, ao longo de várias gerações. Como foi sublinhado pelo pároco da freguesia na missa de funeral, distinguiu-se pela generosidade e entrega ao serviço da comunidade e

pela alegria e jovialidade que sempre comunicava a todos. Obrigado pelo seu exemplo de vida e sentidos pêsames aos seus familiares, especialmente ao seu irmão e nosso associado senhor Joaquim Viei-ra de Macedo.

português com vários níveis de aprendizagem. Para além de tudo isto, que é já muito, há um outro aspecto de maior relevância, pelo menos na minha óptica. Trata-se do acolhimento e apoio dado, todos os anos, pelo seu Reitor, Mons. Agostinho Borges, a várias dezenas de jovens que frequentam as Universidades Roma-nas através do programa Erasmus. Quantos jovens se vêem atirados e perdidos nesta e noutras cidades sem um mínimo de apoio, rodeados de predadores que os esperam. Creio que alguém, governos, universi-dades ou outras entidades, deviam olhar seriamente este problema que tem levado muitos alunos quase ao abandono do programa de estudos. Eu próprio sou testemunha da dor e quase desespero de alu-nos e da preocupação de famílias, até que seus filhos consigam aloja-mento. Nestas situações a casa de Mons. Agostinho é uma porta sempre aberta. É o amigo que acolhe e conforta; o seu sorriso constante paci-fica, acalma e repõe o brilho da esperança naqueles rostos juvenis. Sacrifica tempo e economias; sempre com o carro cheio, de malas e de jovens, à procura de um lugar mais conveniente, talvez mais perto da escola, melhor preço, enfim, o anjo que guarda, defende e encami-nha. Uma pessoa que centenas e centenas de jovens e famílias não esquecerão. Esquecê-lo seria enorme ingratidão. Por tudo isto, pode-mos dizer que o Instituto continua vivo, ao serviço dos portugueses e de Portugal.

P. Zé do Muro

BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 10 . Junho 2007 Página 4

SORTEIO

A Direcção da Associação continua a sortear entre os asso-ciados, um almoço ou jantar para duas pessoas que será ofe-recido pelo Restaurante CARREIRA DE TIRO, situado em Sandim - Sobreposta. O feliz contemplado foi, desta vez, o associado n.º 178 – ABÍLIO FERNANDO MACEDO ALVES que deverá con-tactar a Direcção da Associação para proceder ao levanta-mento da credencial que lhe confere direito ao almoço ou jantar para duas pessoas. Parabéns e bom apetite.

MEMÓRIAS… O Presidente da Associação, Prof. Fernando Mendes, solicitou-me, em tempos, que colaborasse nos trabalhos de pesquisa sobre tradições populares que a Dra Isabel Pires estava a desenvolver na nossa colectividade. Foi com muito gosto que acompanhei alguns trabalhos desta senhora que, desde logo, demonstrou um enorme empenho em conhecer o povo, as suas raízes históricas, as suas tradições e crenças, os seus trabalhos, rezas, cantares e lendas. Todas as recolhas efectuadas estão devidamente registadas e a Associação irá continuar as pesquisas e um dia serão – assim o esperamos – publicadas para memória comunitária. Entretanto, estou impaciente para relatar aqui duas coisas. A primeira respei-ta à ocupação das gentes da nossa aldeia até aos anos 60 do sécu-lo passado. A segunda respeita à Capela de S. Tomé da Lageosa. Ora vejamos: O trabalho das gentes Geralmente, aqui se nascia e aqui se morria. Ao contrário de hoje, não havia autocarros diariamente a transportar adultos e jovens para trabalhar ou estudar na cidade. A vida de todos e cada um repartia-se por três ou quatro actividades: 1. A agricultura. Uma agricultura de mera sobrevivência em que todo o trabalho era executado com a força dos animais e das mãos dos homens e mulheres. Cultivava-se o milho, o centeio, o feijão, a batata e algum linho. Nas bermas dos campos erguiam-se as árvores para a vinha de enforcado. 2. Os serradores. Estes saíam, muitas vezes, à segunda-feira para os montes onde havia madeira para serrar e regressavam ao Sábado à noite. 3. As tecedeiras. Teciam o algodão em casa. Quando acaba-vam, levavam o pano às fábricas do Vale do Ave e traziam nova teia. Caminhadas, a pé, com a teia à cabeça, de dezenas de quiló-metros. 4. Os moleiros. Os moinhos rodavam dia e noite para moer o milho ou o centeio. Todo o transporte era feito por burros, cal-correando caminhos impossíveis. As tabernas eram o ponto de encontro para as trocas do cereal pela farinha. Havia, ainda, na aldeia, alguns artesãos para trabalhos mais espe-cializados: cesteiros, carpinteiros, pedreiros, sapateiros, taman-queiros, alfaiates e costureiras. Revisitando S. Tomé Sugeri à Dra Isabel Pires uma visita à capela de S. Tomé. Não foi por acaso. Na verdade este será o monumento mais antigo da nossa freguesia e, pessoalmente, sinto-me muito ligado a este espaço. As suas ruínas tornaram-se-me familiares desde o tempo de criança quando por ali passava inúmeras vezes levando as vacas para o campo. Acresce ainda que o altar desta ermida este-ve durante muitos anos guardado no varandão da casa onde nasci – a Casa do Monte. Pedi que nos acompanhassem nesta visita algumas pessoas mais velhas. Compareceram os senhores Domingos Ribeiro da Silva e José Almeida Marques. Qualquer deles, pela idade que contam, são muito conhecedores da terra. No interior da capela revimos o magnífico arco, as pedras guar-dadas na sacristia e a pedra do primitivo altar pagão. E agora, algumas informações em forma de pergunta:

1. Sabia que, além do sarcófa-go que está à vista, há ainda outro sob o alpendre da cape-la? 2. Sabia que toda a arboriza-ção existente à volta da capela foi plantada pelo Senhor Domingos Ribeiro da Silva? 3. Sabia que há, por ali, diver-sas bases de cruz e que há o tanque e a terra das cruzes que, supostamente, poderia ser o calvário? 4. Sabia que, talvez há uns duzentos anos, se realizava a Via-Sacra nas imediações da capela de S. Tomé? 5. Sabia que havia uns moi-

nhos sobre os quais recaía um foro (imposto) obrigando o respectivo moleiro a pagar o sermão da Via-Sacra? Tudo isto nos contaram os mais velhos. De facto, ouvir os mais velhos é como ler um livro. Todos os velhos são verda-deiros sábios. E como a sociedade moderna os trata tão mal, por vezes! A Dra Isabel deixou o trabalho começado e a Associação, estou certo, irá desenvolvê-lo e levá-lo até ao fim. Porque o presente assenta no passado e, por isso, sem respeito pelo passado não haverá futuro. A propósito: Por que se esqueceu a AGERE de levar o saneamento e a água potável até à Capela. Ali se realizam imensas festas populares ao longo do ano e por ali passa mui-ta gente em visita à capela. Acreditamos que este esqueci-mento vai ser reparado rapidamente.

Alberto Gomes da Silva

Página 5 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 10 . Junho 2007

Uma Freguesia

Duas Comunidades

Diz o povo que quem corre por gosto não se cansa! Recentemente, estive 3 dias na Cidade da Guarda, onde decorria um con-gresso das Associações Regionais da Segurança Social de Trás dos Mon-tes e da Beira Alta. Neste congresso estavam diversas pessoas que traba-lham na área da saúde, nomeadamente assistentes sociais, médicos, enfer-meiros e auxiliares da saúde. A empresa que dirijo esteve, como outras, a expor produtos que comercializa. Durante esta exposição duas senhoras aproximam-se e aproveitei para apresentar alguns produtos. No decorrer desta conversa perguntei qual o distrito de origem para poder aconselhar uma loja onde elas pudessem encontrar esses produtos. Uma das senhoras responde-me que é do Sabu-gal e que trabalha num Lar na Lageosa de Raia. Foi como um raio de luz e de imediato pergunto onde fica essa Lageosa que eu desconhecia. A senhora em questão responde-me que a Lageosa de Raia se situa junto a Vila do Bispo e das ruínas de Sabugal Velho. Disse-lhe que em todas as minhas andanças pelo país nunca tinha ouvido ou visto referências a essa Lageosa e que apenas conhecia duas Lageosas: a Lageosa do Mondego e a minha Lageosa. Curioso, que logo ali formamos o clube das 3 Lageosas, a outra senhora é da Lageosa do Mondego. Confirmei-lhe que eu também era de uma Lageosa. A Lageosa de Braga, mas que agora estava integrada na fregue-sia de Sobreposta. Logo que tive oportunidade, no final desse mesmo dia, fui ao encontro da Lageosa de Raia já que a do Mondego me era familiar há mais de 40 anos e sempre que por lá passava, a caminho de Fornos de Algodres, sentia uma enorme satisfação! Percorri cerca de 250 km para conhecer a 3ª Lageosa. Ali chegado, e não dispondo de muito tempo, dei uma volta na freguesia e deparei com uma freguesia grande, com casas juntas, voltadas a poente porque lá também predominam os ventos de nascente. Tem também um pequeno curso de água e uma ponte que liga a freguesia. Aliás, uma estrutura parecida com a da minha muito querida Lageosa! Tive ainda tempo para conversar com um senhor de 78 anos, um emigran-te que regressara à sua casa de origem, que me disse que esta freguesia se chama Lageosa porque o seu solo é todo assente sobre lages. Tal e qual a minha Lageosa que também é assente sobre lages e do que eu conheço a Lageosa do Mondego tem a mesma característica. De regresso interrogo-me, mas que povo é este, terão os seus habitantes algo em comum, terão tido a mesma origem, ou será apenas o facto de trabalhar sobre terreno difícil e ventos agrestes que motivou a sua fibra, apego à terra e vontade de vencer? Será por estarem juntas a castros como a Citânia de Briteiros e Sabugal Velho onde se perpetuaram misturas de raças que outrora participaram nas pelejas e conquista de praças castrejas? Oxalá alguém me possa um dia responder a estas dúvidas! Quanto a mim, naquele momento, senti um tremendo nó na garganta ao informar que a minha Lageosa corre o risco de se extinguir por completo, tal é a falta de respeito por uma comunidade que um dia foi anexada, com ou sem vontade, a uma outra freguesia. Neste processo, o seu nome passou para segundo plano assim como uma comunidade laboriosa, empreende-dora, com imensa capacidade de iniciativa, sentido de unidade e que sem-pre respeitou as suas tradições culturais não obstante a passagem dos sécu-los. Uma freguesia, duas comunidades distintas, mas que se respeitem mutua-mente! É tempo de banir um certo complexo de se tocar no assunto para não ferir susceptibilidades ou provocar problemas entre elas. Dir-me-ão alguns que já não se justifica, porque através dos casamentos se provocou a integra-ção plena entre estas duas comunidades.Não concordo com esta visão. Desde o século XIX que inúmeros casamentos conheci - como por exem-plo o do meu Bisavó paterno, Manuel Antunes, que era oriundo de Sobre-posta e que casou para Lageosa ou de duas das suas filhas que

casaram para Sobreposta e mais tarde uma sua neta, também, casou para Sobreposta - e nada se modificou! Ainda hoje, as gentes destas terras, dizem vamos a Lageosa ou o inverso, vamos a Sobreposta. Ainda hoje, os jovens na escola fazem jogos entre si formando a equipa de Lageosa e a equipa de Sobreposta. Ainda hoje, o arco das festas é feito ora por Sobre-posta ora por Lageosa. Ainda hoje, os mordomos da cruz na Páscoa, são um de Sobreposta e outro de Lageosa. A composição da junta de freguesia era composta por elementos das comunida-des, apenas aqui e nas últimas eleições autárquicas, parece ter havido tábua rasa. Há cerca de meio ano, dei-me conta da existência de uma placa que teria causado um enorme mal-estar a elementos como ao Sr. Venceslau Raimundo da Silva ou ao seu filho Sr. José da Silva Gil, ou como ao Sr. Domingos Antunes Ribeiro ou ao seu filho Manuel Antunes Ribeiro, ou como a muitos outros dos nossos conterrâneos que não tolerariam tal afronta. Pessoalmente senti que o sangue dos meus antepassados reclamava e me pediam para denunciar tal situação. De facto colocarem uma placa em Portuguediz a anunciar Braga e Sobreposta e esquecerem-se da comunidade de Lageosa não me parece que faça algum sentido! Ainda mais, que quem entra na freguesia por Pedralva ou por Espinho não encontra qualquer placa. Sobreposta é a pedra do penedo da pena, não alguém que está acima das terras suas vizinhas, como parece alguém ter confundi-do. Que me perdoem os que comigo não concordam, mas como alguém que viveu na Lageosa de outrora não poderia deixar de transmitir a essência da minha Lageosa e não aceitar que deixem que ela perca a sua essência.

José de Almeida Ribeiro

FESTAS DA PARÓQUIA

O Verão é, por tradição, a época das festas um pouco por todo o Minho ou mesmo por todo o país. As festas nas nossas fregue-sias têm, na maior parte dos casos, um significado religio-so e são prioritariamente momentos para publicamente se adorar e louvar a Deus e honrar os Santos. São, tam-bém, momentos de encontro e franco convívio entre os habi-tantes de uma determinada terra ou região e os forasteiros que aí se deslocam para parti-ciparem nessas festas. Que as festas que se aproxi-mam sejam momentos de encontro, alegria e confrater-nização, particularmente para os nossos emigrantes que

nesta época habitualmente nos visitam. Em Sobreposta vão realizar-se as seguintes festividades: • Em 7 e 8 de Julho realizar-se-ão as festividades em honra

de S.Tomé de Lageosa. • Em 29 de Julho terá lugar a Festa do Senhor • Em 19 de Agosto teremos a Festa de Nossa Senhora de

Guadalupe e do Bom Jesus dos Milagres. Aos responsáveis pela sua concretização desejamos as maiores felicidades e que todos as possam viver com alegria.

BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 10 . Junho 2007 Página 6

NOVOS SÓCIOS 199 – António Marques Antunes - - Sobreposta 200 – Marco Paulo Macedo Teixeira - Sobreposta

CENTRO CÍVICO PARA SOBREPOSTA, ALGO EM QUE URGE PENSAR

É hoje vulgar encontrarmos nas nossas freguesias, colectividades dos mais diversificados âmbitos sociais e objectivos: culturais, desportivos, recreativos, religiosos, ambientais, políticos e outros. Todas procuram desenvolver trabalhos que, por um lado, respondam à vontade dos seus associados e de alguma forma para eles gratificantes e por outro que respondam a diferentes necessidades das populações em que tais insti-tuições se integram. Porém, nem sempre essas colectividades dispõem dos meios que lhes facilitem desenvolver suas actividades, nomeadamente espaços pró-prios, funcionais e dignos. Tenho encontrado em variadíssimas localidades por onde tenho passa-do ao serviço de uma instituição a que pertenço há algumas dezenas de anos, estruturas físicas que acolhem diferentes instituições e serviços e lhes proporcionam boas condições de trabalho, normalmente designa-das “Centro Cívico” ou “Centro Cultural”, sendo pouco importante para o efeito a designação atribuída. Em Sobreposta há hoje algumas instituições, e outras poderão surgir, que vão contribuindo segundo as suas possibilidades e objectivos, para o desenvolvimento da nossa freguesia em diferentes vertentes. Natural-mente necessitam de espaço próprio onde seus associados se possam encontrar, conviver, reunir, trabalhar, arquivar documentos ou guardar equipamentos e até apresentar espectáculos musicais, teatrais, cinema-tográficos, realizar festivais, organizar colóquios ou conferências aber-tas à população sobre assuntos de relevante interesse. Naturalmente que todas as instituições sonharão com sede própria, ampla, com salas para as diferentes actividades, com Bar para convívio ou sala de espectáculos da sua responsabilidade. Parece-me que tal não será possível a curto prazo, tendo em conta os elevados custos econó-micos resultantes não só da sua construção mas também com a conser-vação. Por outro lado, a complicada situação económica do país, mes-mo melhorando, dificilmente encontrará meios financeiros para satisfa-zer todas as vontades e desejos dos cidadãos. Apesar destas dificuldades, julgo que será possível conciliar os proble-mas existentes e os anseios dos cidadãos através de uma solução mais fácil e economicamente menos onerosa. Porque não pensar para a nos-sa terra, num edifício com espaço reservado a cada instituição, que será a sua sede, e outros espaços comuns a utilizar pelas diferentes institui-ções segundo suas necessidades? Nesses espaços comuns poderíamos encontrar um bar, uma biblioteca, uma mediateca, um auditório, espaço para reuniões alargadas e outros que as circunstâncias aconselhassem. Se assim fosse a nossa Associação, os Escuteiros, o Grupo de Jovens, o Futebol Clube de Sobreposta, o Coral, “Os Amigos de Sobreposta”, o Clube de Caçadores, a Junta de Freguesia ou outras instituições (eventualmente existentes, mas de que não me lembro e por isso peço desculpa, ou que se venham a criar), poderiam usufruir de espaço digno e ajustado às suas necessidades e os seus associados de um local de encontro e convívio, facilitador de um bom relacionamento entre todos. Dir-me-ão que se trata de obra de elevados custos e que os euros são escassos. Responderei que, por agora, só é necessário pensar e isso não custa dinheiro. Depois, “o caminho faz-se caminhando” e inicia-se com o primeiro passo.

Manuel Mendes

Notícias da Junta de Freguesia Piscina: Em virtude do alargamento da linha de água do ribeiro no terreno da piscina e seguintes até à estrada nacional, toda a envolvência deste espaço de lazer foi renovado e remodelado. A piscina será aberta a partir de 25/06/2007 e os preços de utili-zação são os mesmos do ano anterior. Como é habitual, os estu-dantes até aos 14 anos não pagam entrada de segunda a sexta, da parte da manhã. Água e Saneamento: As obras de instalação da rede de água e saneamento estão concluídas em cerca de 80% (Ano 7 do 3º Milénio da Era Cristã – que fique registado para a História!). Muito importante: apelamos a que todos, tão cedo quanto possí-vel, façam um esforço para requisitar a ligação à rede de sanea-mento pública. A pureza das águas subterrâneas e a saúde públi-ca ficam a ganhar. Requeixo e Vinha: Na Avenida de Requeixo e na Rua da Vinha (Lageosa) procedeu-se ao arranjo e alargamento das condutas das águas pluviais. Bacelar: Brevemente começarão as obras de alargamento e arranjo do caminho de Bacelar, desde a Estrada Nacional até ao Souto Vitoreira: As obras do caminho de Vitoreira estão em curso e em bom ritmo. A Junta pensa ter terminadas estas obras em Agosto ou Setembro próximo. Pedrogos: Terminou a pavimentação de parte do caminho de Pedrogos. Curso de Música: Cerca de 20 pessoas, de diferentes idades, frequentam com êxito e entusiasmo, na Sede da Junta de Fre-guesia, um curso de música. De acordo com o interesse de cada um, aí se aprende a tocar viola, cavaquinho e concertina. Curso de Educação e Formação de Adultos: Foi completado o primeiro curso que concede a qualificação escolar equivalente aos 5º e 6º anos de escolaridade. Estes cursos estão abertos a pessoas de Pedralva, Sobreposta e Espinho. Estão já abertas inscrições para os que desejem fazer o 9º ano de escolaridade. As inscrições devem fazer-se na Escola EB 2/3 de Gualtar.

CÂMARA REUNIU COM JUNTAS

DE FREGUESIA Em 4 de Abril último, realizou-se uma reunião em que partici-param o senhor Presidente da Câmara, acompanhado pelas senhoras vereadoras “das Freguesias” e da “Educação, Desporto e Lazer” com os senhores presidentes das Juntas das Freguesias de Sobreposta, Espinho e Pedralva. Um dos assuntos mais abordado foi a necessidade da ligação das residências à rede de saneamento básico, informando de que a “Agere, EM”, concede “condições especiais” aos agregados familiares economicamente mais debilitados. Embora a ligação seja obrigatória, será também um importante contributo que os cidadãos darão para a melhoria do ambiente. Nesta reunião falou-se, ainda, da reorganização do parque esco-lar. O Presidente da Junta da freguesia de Sobreposta levantou outras questões como a construção de um novo campo de jogos, pavimentação de alguns caminhos, a execução de passeios na Avenida do Requeixo, a execução da segunda e terceira fases do caminho de Espinheiro e do desvio das águas que afectam a piscina de Sobreposta.

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NA NOITE DE S. JOÃO CUMPRIU-SE A TRADIÇÃO

(Continuação da página 8) Vivia-se, então, nos finais dos anos 60 do século anterior. Em Lageo-sa quase não havia jovens já que uns se encontravam na guerra do então ultramar português e muitos outros haviam emigrado na procu-ra de uma vida melhor. Dois “espigadotes” adolescentes que ainda por cá viviam, pelo silên-cio da noite e a coberto de espesso nevoeiro tão habitual na noite de S. João, percorreram as casas de raparigas solteiras retirando-lhes seus lindos vasos e com eles enfeitaram o fontenário do lugar. Ainda não satisfeitos, para ali desviaram diferentes utensílios agrícolas pró-prios da época. Quando já tudo parecia concluído, resolveram ir às cortes de um bom e bem disposto lavrador e de lá retiraram uma bonita junta de vacas que conduziram para o local das atrancadas, mimoseando-as com um valente molho de erva ainda fresca. Manhã bem cedo, dirigia-se o dono dos animais e alegre camponês para a missa matinal quando foi surpreendido por aquele quadro onde suas vacas desempenhavam papel de relevo. Não se contendo e com sorriso nos lábios, exclamou: - Os rapazes fizeram-na bem feita. As minhas vacas foram bem trata-das e estão“fartas”. Já não preciso de gastar da minha erva. Ainda bem! E soltou forte gargalhada, perdoando aos atrevidotes adolescentes.

Descentralização Musical É uma das actividades em que a Câmara Municipal, em conjunto com as Juntas de Freguesia, tem vindo a apostar. A descentralização musi-cal pretende levar a arte dos sons junto de públicos menos favorecidos nos aspectos culturais, como são as populações das aldeias. Assim, tem vindo a acontecer com alguma frequência a actuação de grupos musicais no salão paroquial de Sobreposta. Na sequência do protocolo celebrado entre as duas entidades, decorreu no dia 7 de Abril um espectáculo musical que contou com o grupo “Origem”, de S. Mamede D´Este. Pena é que por falta de informação, falta de vontade ou outras razões pessoais, o salão paroquial registe um diminuto número de espectado-res. Variar a oferta cultural seria uma boa aposta. Talvez teatro, dança ou outro tipo de evento fizesse com que o público aderisse em maior número. Fica a sugestão.

5clobikedesobreposta

A bicicleta dos 5, participou no dia 10 de Junho, numa concentra-ção de bicicletas em S. Cláudio de Barco. Com uma prova de resistên-cia entre a referida freguesia e Sra. de Porto d´Ave, os cinco de Sobre-posta arrecadaram

o primeiro lugar. Há muito que era conhecido o engenho e arte das gentes desta terra, mais uma vez demonstrado neste magnifico prémio. Mais informações em 5clobikedesobreposta. Blogspot.com

Programa radiofónico

“A Nossa Terra” A empresa Direnor, em conjunto com a Rádio Antena Minho (106.00 FM), levam a efeito todos os domingos, das 11 às 13 horas, o programa “ A Nossa Terra”. No passado dia 13 de Maio a Associação de que se falou nesse programa foi a Associação Social e Cultural de Sobreposta. Durante uma hora foi feito o retrato da Associação: fundação, breve história, actividades e projectos futuros. Foram momentos em que se deu a conhecer o que se faz na associação, com inter-venções do secretário, tesoureira. Esteve também presente o Presidente da Junta da freguesia que falou sobre Sobreposta. A nossa freguesia foi amplamente divul-gada e todos os que ouviram o programa na região do Alto-Minho ficaram a conhecer uma freguesia que, embora perto da capital de distrito, por vezes parece que fica muito longe. As nossas desculpas a todos os que não souberam desta activida-de, uma vez que a direcção não teve tempo de a divulgar junto da comunidade. Aproveitamos a oportunidade para agradecer às empresas PREDIPOSTA (construção civil) e FERNANDO DA SILVA RODRIGUES (mobiliário e carpintaria).

Actualização das moradas A Junta de Freguesia alerta a população, para a necessidade de manter actualizada a respectiva morada perante todas as entidades, designada-mente, bancos, segurança social, finanças. E.D.P., telefone…, tendo em conta a nova toponímia da freguesia. No endereço postal deve constar: NOME RUA – (com respectivo número da porta) CÓDIGO POSTAL – 4715 – (mais três dígitos correspondentes à rua) SOBREPOSTA BRAGA A Direcção da Associação aproveita também a oportunidade para lançar o mesmo desafio a todos os sócios. Actualizar a morada na Associação é necessário, especialmente aos que vivem fora de Sobreposta. Na distribuição do último boletim foram devolvidas cinco cartas de sócios residentes no estrangeiro. Sr. Associado, aproveite a estadia em Sobreposta nas férias de Verão e actualize a sua morada na Associação. Os correios não entregam correspondência que não tenha a morada completa e correcta. Obrigado.

Falta de civismo Já neste boletim noticiámos várias vezes as obras e conclusão da nova rotunda das Placas. Quando foi pensada e construída, certamente que se teve em conta a segurança de pessoas e bens que ela proporcionaria. Verifica-se, porém, que alguns inconscientes vindos de Braga a grande velocidade em direcção a Pedralva, não contornam a rotunda quer seja noite ou dia. Veículos pesados ou ligeiros de alguns “condutores iluminados e apelidados peritos do volan-te”, PROFISSIONAIS, colocam a segurança de todos em ris-co. A infracção desses “verdadeiros artistas” deve ser penalizada. Se a rotunda está mal construída, há locais próprios para se reclamar e lutar para que seja melhorada mas a ninguém dá o direito de transgredir o Código da Estrada, pondo em causa a segurança de todos. Nem a aparente falta de espaço, já ampla-mente noticiada na imprensa regional é motivo para tamanhas barbaridades ao volante. Haja respeito.

BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 10 . Junho 2007 Página 8

NA NOITE DE S.JOÃO CUMPRIU-SE A TRADIÇÃO

Não sei se alguém terá conhecimento sobre as origens e o significado das “atrancadas” na noite de S. João. O que é certo é que ela se mantém ano após ano, com os jovens mais destemidos a colocarem em cruzamentos estratégi-cos da freguesia, vasos de flores, cancelos e utensílios agrícolas que por pirraça conseguem retirar das proprieda-des alheias, “atrancando” a passagem aos transeuntes. Este ano a tradição manteve-se. Tudo isto não passa de uma forma de se mostrar a compreensão e amizade exis-tente entre os membros de uma comunidade. Importante é que tudo se faça com respeito pela tradição, pelas pessoas e seus bens. A propósito: (Continua na página 7)

Grupo de Jovens de Sobreposta

O grupo de Jovens formou-se há sensivelmente 3 anos, por iniciativa do pároco da freguesia. Desde então, reunimo-nos todas as sextas-feiras, onde debatemos temas, planeamos actividades e fortalecemos os nossos laços de amizade. Ás segundas-feiras, reservamos uma hora no pavilhão gimnodesportivo da freguesia, no qual jogamos futebol, fazendo manter a boa forma e a ele-gância de todos os elementos! Entre peddypapers, acampamentos, percursos de bicicleta e caminhadas, que contribuíram para a união do grupo, foram também programadas e r e a l i z a d a s a c t i v i d a d e s d i r i g i d a s à c o m u n i d a d e . Com o intuito de dinamizar a freguesia, comemoramos os dias da Mãe e do Pai, como forma de enaltecer o valor dos mesmos. Para além destas, organizamos torneios de futsal e uma festa de Carnaval, com a colabora-ção da junta de freguesia, cujas verbas angariadas reverteram a favor das obras da igreja (exceptuando as do primeiro torneio). Pretendemos continuar, no futuro, com este ritmo, contando com a ajuda de novos elementos portadores de ideias inovadoras, pois assim Sobrepos-ta evoluirá e dinamizar-se-á.

O Grupo de Jovens

FESTA DA CATEQUESE Em 24 de Junho, no Salão Paroquial, realizou-se uma bonita festa levada a efeito pelas crianças da catequese e catequistas que ao longo de cerca de duas horas puderam

mostrar suas aptidões para o teatro, para a dança e para a música. A plateia estava repleta de uma assistência inte-ressada e entusiasmada não só com os números apresenta-dos mas também com a habilidade daquela gente de pal-mo e meio. Parabéns a todos quantos trabalharam para que esta festa se concretizasse.

PÁSCOA Como é de tradição, mais uma vez se realizou a Visita Pascal na nossa freguesia, revestida, como sempre, de muita dignidade. Duas cruzes percorreram as ruas de Lageosa e Sobreposta, visitando todos os habitantes da freguesia e levando a mensagem de Cristo ressus-citado a todos os lares. Parabéns aos mordomos e aos restantes elementos do “compasso”.

O Grupo de Jovens no dia da peregrinação ao Sameiro (3 de Junho 2007)