boletim «esmoriz (barrinha) em foco» - 31ª edição

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1 Edição: Associação Ambiental e de Lazer de Esmoriz Novembro de 2012 http://www.aalesmoriz.blogspot.com http://issuu.com/pedrodredd/docs/aale31 e-mail: [email protected] BARRINHA EM 1941 É evidente que a lagoa comum a Esmoriz e Paramos caminha, a passos largos, para o aniquilamento e que lá para os princípios do século dela não restará mais que um charco de água pouco profundo, com uma vegetação marcadamente palustre, muitos mosquitos e poucas enguia, só flutuável de tempos a tempos, permanentemente ligada ao mar por um fio de água consideravelmente mais curto, mais estreito e menos profundo que o actual Regueirão, excelente para as crianças nele molhar os pés mas pouco adequado para aí se poder tomar banho. Este será o futuro da Barrinha. Para os muito idosos de então, que ainda se recordem de terem visto barcos à vela a navegarem em frente à estação de Esmoriz e nadadores, às centenas, a tomarem banho no braço da lagoa paralelo ao mar, a Barrinha será um Paraíso perdido. Para os jovens do próximo século, quando lhes disserem que nos anos 30 costumava amarar na lagoa, de tempos a tempos, um hidroavião, é provável que julguem tratar-se duma fantasia e não acreditem em semelhante coisa. Para esses a Barrinha será apenas um mito. (Continua na pág. 4) 31 GESTÃO PARA VENCEDORES... Agente GESTWIN: HOT CHIP Av. da Praia, 1760 / 3885-406 Esmoriz www.hotchip.com.pt - [email protected] Visite a Barrinha de Esmoriz e a Lagoa de Paramos grafirefl[email protected] ESMORIZ (BARRINHA) EM FOCO

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Boletim informativo mensal da Associação Ambiental e de Lazer de Esmoriz.

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Page 1: Boletim «ESMORIZ (BARRINHA) EM FOCO» - 31ª Edição

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Edição: Associação Ambiental e de Lazer de EsmorizNovembro de 2012

http://www.aalesmoriz.blogspot.comhttp://issuu.com/pedrodredd/docs/aale31

e-mail: [email protected]

BARRINHA EM 1941

É evidente que a lagoa comum a Esmoriz e Paramos caminha, a passos largos, para o aniquilamento e que lá para os princípios do século dela não restará mais que um charco de água pouco profundo, com uma vegetação marcadamente palustre, muitos mosquitos e poucas enguia, só flutuável de tempos a tempos, permanentemente ligada ao mar por um fio de água consideravelmente mais curto, mais estreito e menos profundo que o actual Regueirão, excelente para as crianças nele molhar os pés mas pouco adequado para aí se poder tomar banho. Este será o futuro da Barrinha.

Para os muito idosos de então, que ainda se recordem de terem visto barcos à vela a navegarem em frente à estação de Esmoriz e nadadores, às centenas, a tomarem banho no braço da lagoa paralelo ao mar, a Barrinha será um Paraíso perdido. Para os jovens do próximo século, quando lhes disserem que nos anos 30 costumava amarar na lagoa, de tempos a tempos, um hidroavião, é provável que julguem tratar-se duma fantasia e não acreditem em semelhante coisa. Para esses a Barrinha será apenas um mito.

(Continua na pág. 4)

31

GESTÃO PARA VENCEDORES...Agente GESTWIN: HOT CHIP

Av. da Praia, 1760 / 3885-406 Esmoriz www.hotchip.com.pt - [email protected]

Visite a Barrinha de Esmoriz e a

Lagoa de Paramos

[email protected]

ESMORIZ (BARRINHA) EM FOCO

Page 2: Boletim «ESMORIZ (BARRINHA) EM FOCO» - 31ª Edição

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Barrinha perdida

Perdida a sonharEm mil fantasias

Sonhando acordadaVai passando os dias.

Vai passando os dias Perdida a sonhar

Vendo com saudadesO tempo a passar.

O tempo a passarA vida a correrE ela ansiosa

Porque quer viver.

Porque quer viver Em felicidade

O sonho de agoraNuma eternidade.

Numa eternidade Vai passando os dias

Perdida a sonharEm mil fantasias

(Francisco Pinho)

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Page 3: Boletim «ESMORIZ (BARRINHA) EM FOCO» - 31ª Edição

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POEMAS SOBRE A «NOSSA» BARRINHA DE ESMORIZ

OLHANDO A BARRINHA

Venham amores novosQue os velhos já esqueceram

Foram papéis que voaramFolhas de papel que arderam

Disse adeus à minha terraMas esquecê-la não consigo

Só não perdi o coraçãoPorque ainda o tenho comigo

Ao ver-te mais uma vezEu não sei o que senti

Tal impressão me causasteNessa noite não dormi.

Gosto de ti meu amorAcredita que é verdade

Nunca eu pensei na vidaGanhar-te tanta amizade.

Francisco Pinho

Longe da Barrinha

O dia está chuvosoE com muito nevoeiroÉ um dia invernosoSem sinais de soalheiro.

Não é uma profeciaÉ o ciclo naturalAproxima-se o diaDa chegada do Natal.

Os homens cá na TerraNão aprendem a liçãoPreferem fazer guerraA auxiliar o irmão.

A Palavra do SenhorRei de todos os confinsBaixe em nós o AmorNas asas de serafins.

Vila Seca (Armamar), 25-11-2012

José Amaral

Page 4: Boletim «ESMORIZ (BARRINHA) EM FOCO» - 31ª Edição

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BARRINHA EM 1941 (continuação texto pág. 1)

A nossa lagoa, uma vez morta, é pouco crível - dentro da organização administrativa existente (1) – que volte algum dia a ser ressuscitada; no entanto, como se trata duma possibilidade, embora de concretização muito problemática, aqui deixamos umas notas e alguns esquemas (2) a isso respeitantes. Não se trata apenas duma questão de engenharia, envolve problemas de outra ordem administrativa e teríamos que começar pela criação do concelho da Barrinha, isto é, pela criação duma administração única que abrangesse Paramos, Esmoriz e eventualmente Cortegaça, deixando às respectivas juntas de freguesia o cuidado de tratarem dos seus cemitérios e de outras missões de âmbito puramente paroquial que as respectivas populações entendessem dever confiar--lhes. Um corpo de cantoneiros, convenientemente apetrechado, capaz de colaborar eficazmente na reparação ou substituição dos largos suprimidos, e de outras realizações de utilidade pública seria muito para desejar.

Uma coisa que talvez se pudesse levar a efeito, e que muito iria possibilitar a futura reconstituição da Barrinha, seria a construção duma estrada marginal da lagoa, a nível não inferior ao da ponte sobre o rio, a qual poria em comunicação as estradas de acesso às praias de Esmoriz e Paramos, com possibilidades de ser prolongada até à estrada do mar de Cortegaça, onde iria desembocar uns cinquenta a cem metros a nascente do rio de Maceda (vala da Florestal) facilitando assim a intercomunicação destas três freguesias e o acesso à estação de Esmoriz, qual todas são subsidiárias no que diz respeito ao transporte de mercadorias pelo caminho de ferro.

Regra geral, as sedes dos concelhos não gostam que as freguesias se lhes equiparem e muito menos que as ultrapassem sob qualquer aspecto que seja, sobretudo se se trata de povoações afastadas, com poucos interesses comuns e consequentemente com tendências separatistas.

Caso a Barrinha venha um dia a ser reconstituída, um dos problemas que mais importa resolver é o da auto-expulsão dos detritos que os ribeiros que nela desaguam para lá transportam.

Desta foram será possível reduzir para cerca de 40% a quantidade de areia, barro e outras substâncias que os rios aí costumam depositar. A Barrinha antes de ter entrado na agonia, isto é, quando a sua foz ainda se fechava por si própria, sem necessidade de qualquer intervenção humana, e os escoamentos da lagoa eram feitos a um nível mais elevado, dando origem a descargas muito mais violentas e de grande poder escavador, por si própria regulava a posição do braço da mesma paralelo ao mar, no que era auxiliada pelo vento, que deslocava as areias, evitando assim que fosse absorvida pelas águas do oceano.

Em 1941, ao nível do rebordo superior do que resta da antiga ponte da Barrinha, a lagoa ocupava uma superfície de 75 hectares.

Ao nível a que os lavradores a costumavam escoar, na época em que se cultiva o milho, o que requeria grande número de braços e por vezes alguns dias de trabalho, a água subia cerca de seis palmos, a passar, acima do rebordo superior do que resta da antiga ponte, e ao nível de um metro e trinta e cinco centímetros acima da referida marca, ocupava uma área de 170 hectares, contendo então cerca de 2 200 000 milhões de metros cúbi-cos de água.

Fora da época em que se cultiva o milho, quando os lavradores entediam que o trabalho de abrir as areias para o mar não era coisa que os compensasse do esforço que iriam dispender, a Barrinha só era escoada quando as águas ameaçavam atingir a casa do Tinoco, situada um pouco a norte da estrada do mar, sendo de crer que nessa altura o volume das águas contidas na lagoa ultrapassasse os 3 000 000 de metros cúbicos.

Claro está que para reconstituir a Barrinha por forma a ser pelo menos aquilo que era em 1941, muitos terrenos teriam que ser alteados ou protegidos por largos, valas ou estradas, por forma a não poderem ser inundados, o que seria fácil de se conseguir visto que haveria que retirar muita areia do antigo leito da lagoa.

José Sá Ferreira