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Série ESTATÍSTICAS ENERGÉTICAS

NOTA TÉCNICA DEA 17/11

Boletim de conjuntura

energética

2º trimestre 2011

Rio de Janeiro

Dezembro de 2011

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GOVERNO FEDERAL

Ministério de Minas e Energia

Ministro Edison Lobão

Secretário Executivo Marcio Zimmerman

Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético Altino Ventura Filho

Série ESTATÍSTICAS ENERGÉTICAS

NOTA TÉCNICA DEA 17/11

Boletim de conjuntura energética

2º trimestre 2011

Empresa pública, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, instituída nos termos da Lei n° 10.847, de 15 de março de 2004, a EPE tem por finalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas renováveis e eficiência energética, dentre outras.

Presidente Mauricio Tiomno Tolmasquim

Diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais Amilcar Guerreiro

Diretor de Estudos de Energia Elétrica José Carlos de Miranda Farias

Diretor de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Elson Ronaldo Nunes

Diretor de Gestão Corporativa Ibanês César Cássel

Coordenação Geral Mauricio Tiomno Tolmasquim

Amilcar Guerreiro

Coordenação Executiva Ricardo Gorini de Oliveira

Coordenação Técnica Carla da C. Lopes Achão

Jeferson Borghetti Soares (Revisão)

Equipe Técnica Gustavo Naciff de Andrade

Inah Rosa Borges de Holanda Isabela de Almeida Oliveira

Márcia Andreassy

URL: http://www.epe.gov.br Sede SAN – Quadra 1 – Bloco B – Sala 100-A 70041-903 - Brasília – DF Escritório Central Av. Rio Branco, n.º 01 – 11º Andar 20090-003 - Rio de Janeiro – RJ

Rio de Janeiro Dezembro de 2011

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NOTA TÉCNICA DEA 17/11 - Boletim de Conjuntura Energética (2º trimestre 2011) i

Ministério de Minas e Energia

APRESENTAÇÃO

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é empresa pública instituída nos termos da Lei nº

10.847, de 15 de março de 2004, e do Decreto nº 5.184, de 16 de agosto de 2004, vinculada

ao Ministério de Minas e Energia (MME), tem por finalidade prestar serviços na área de

estudos e pesquisas destinados a subsidiar o planejamento do setor energético, tais como

energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticas

renováveis e eficiência energética, dentre outras.

O presente texto insere-se na série “Estudos de Energia”, que compila notas técnicas produzidas pela Diretoria de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE, contemplando a análise de diversos temas ligados ao mercado de energia, com foco nas

análises de demanda, recursos energéticos, economia da energia, evolução tecnológica e outros temas.

Esta nota tem como objetivo apresentar estatísticas consolidadas e análises do

comportamento de todo o mercado de energia no país (com exceção da lenha e do carvão mineral) ao longo dos trimestres, visando subsidiar os estudos de planejamento de médio e longo prazos, como o Plano Decenal de Expansão de Energia e o Plano Nacional de Energia,

respectivamente.

Para tanto, parte-se das principais estatísticas econômicas e dos indicadores relacionados ao mercado de energéticos no país no trimestre em questão, para estabelecer a análise de sua

dinâmica e sua interação com a economia, com base nos principais movimentos identificados.

Esta edição do Boletim de Conjuntura Energética contempla informações relativas ao segundo trimestre de 2011, mais especificamente, aos dados disponibilizados pelas fontes até a data

de elaboração deste documento, que se deu ao longo do mês de outubro de 2011, após processo de coleta, processamento e consolidação das informações.

Por fim, vale registrar que a partir desta edição, a EPE, com o intuito de atualizar o público

interessado no acompanhamento da evolução do consumo nacional de energia elétrica, passa a disponibilizar séries mensais por classe de consumo e Unidade da Federação, relativas ao ano em curso, até o trimestre de referência. Cumpre notar ainda que as séries históricas de

consumo nacional de eletricidade, bem como outras estatísticas relevantes relacionadas ao mercado de eletricidade no Brasil e no mundo, foram recentemente divulgadas pela EPE no Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2011, disponível para “download” no endereço

eletrônico <http://www.epe.gov.br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/Forms/Anurio.aspx>. Além disso, é possível consultá-las diretamente no Banco de Dados do SIMPLES, a partir do endereço <https://simples.epe.gov.br/analitico/>.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11 - Boletim de Conjuntura Energética (2º trimestre 2011) ii

Ministério de Minas e Energia

SUMÁRIO

RESUMO EXECUTIVO ____________________________________________________ 1

1 ENERGIA ELÉTRICA __________________________________________________ 7

1.1 CONSUMO 7

1.1.1 Consumo residencial 14

1.1.2 Consumo industrial 22

1.1.3 Consumo comercial 31

1.1.4 Outros consumos 37

1.2 GERAÇÃO 40

1.3 LEILÕES 43

1.4 NOVAS USINAS 44

1.5 INTERCÂMBIOS 45

1.6 TARIFAS 47

2 HIDROCARBONETOS E BIOCOMBUSTÍVEIS ________________________________ 50

2.1 HIDROCARBONETOS 54

2.1.1 Petróleo 54

2.1.2 Diesel 55

2.1.3 Querosene de Aviação (QAV) 56

2.1.4 Gasolina 57

2.1.5 Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) 57

2.1.6 Óleo combustível 58

2.2 BIOCOMBUSTÍVEIS 59

2.2.1 Biodiesel 59

2.2.2 Etanol 61

2.2.3 Bagaço de cana 63

3 GÁS NATURAL _____________________________________________________ 65

3.1 MERCADO DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS 66

3.1.1 Consumo Industrial 68

3.1.2 Geração de Energia Elétrica 70

3.1.3 Gás Natural Veicular (GNV) 71

3.1.4 Consumo Residencial 73

3.1.5 Consumo Comercial 73

3.1.6 Cogeração 74

4 REFERÊNCIAS UTILIZADAS ____________________________________________ 76

NOTA TÉCNICA DEA 17/11 - Boletim de Conjuntura Energética (2º trimestre 2011) iii

Ministério de Minas e Energia

5 ANEXO ___________________________________________________________ 78

SÉRIES MENSAIS DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NA REDE, POR CLASSE DE CONSUMO, SEGUNDO A UNIDADE DA FEDERAÇÃO (I E II TRIMESTRE DE 2011) 78

NOTA TÉCNICA DEA 17/11 - Boletim de Conjuntura Energética (2º trimestre 2011) iv

Ministério de Minas e Energia

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Brasil: variação do PIB (%), II trimestre 2

Tabela 2. Brasil: consumo total dos principais energéticos 3

Tabela 3. Brasil: oferta de gás natural ao mercado (106 m3/dia) 4

Tabela 4. Brasil: consumo de energia elétrica atendido através da rede (GWh) 7

Tabela 5. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo de eletricidade (%), II trimestre 2011 vs 2010 10

Tabela 6. Brasil: consumo cativo e livre de energia elétrica via rede 12

Tabela 7. Brasil: consumo total, por região e UF 13

Tabela 8. Brasil: consumo residencial de energia elétrica, por região e subsistema elétrico 14

Tabela 9. Taxa de desocupação (%) e rendimento médio real habitual (R$), II trimestre 17

Tabela 10. Classe residencial: número de unidades consumidoras (mil) e consumo médio por unidade consumidora (kWh/mês), por região e subsistema elétrico 19

Tabela 11. Consumo residencial de energia elétrica, por região e UF 20

Tabela 12. Classe residencial: unidades consumidoras (mil) e consumo médio (kWh/mês), por região e UF 21

Tabela 13. Consumo industrial de energia elétrica, por região e subsistema elétrico 22

Tabela 14. Consumo industrial de energia elétrica, por região e UF 30

Tabela 15. Consumo comercial de energia elétrica, por região e subsistema elétrico 31

Tabela 16. Brasil: variação do volume de vendas do comércio varejista (%) 33

Tabela 17. Consumo comercial de energia elétrica, por região e UF 36

Tabela 18. Outros consumos de energia elétrica, por segmento 37

Tabela 19. Outros consumos de energia elétrica, por região e subsistema elétrico 37

Tabela 20. Outros consumos de energia elétrica, por região e UF 39

Tabela 21. Brasil: geração de energia elétrica, II trimestre 40

Tabela 22. Brasil: usinas que iniciaram operação comercial, II trimestre 44

Tabela 23. Brasil: tarifas médias por classe de consumo (R$/MWh), II trimestre 48

Tabela 24. Brasil: tarifas médias por região geográfica (R$/MWh), II trimestre 48

Tabela 25. Brasil: reajustes tarifários, II trimestre 49

Tabela 26. IPCA desagregado: energéticos vs não energéticos (%) 51

Tabela 27. Exportação de combustíveis, II trimestre 52

Tabela 28. Importações de combustíveis, II trimestre 54

Tabela 29. Indicadores da cadeia do petróleo 55

Tabela 30. Indicadores da cadeia do óleo diesel 55

Tabela 31. Indicadores da cadeia de querosene de aviação 56

Tabela 32. Indicadores da cadeia da gasolina 57

Tabela 33. Indicadores da cadeia do GLP 58

Tabela 34. Indicadores da cadeia do óleo combustível 58

Tabela 35. Indicadores da cadeia do biodiesel 59

Tabela 36. Setor sucroalcooleiro: dados de produção consolidados 61

NOTA TÉCNICA DEA 17/11 - Boletim de Conjuntura Energética (2º trimestre 2011) v

Ministério de Minas e Energia

Tabela 37. Exportações de etanol 61

Tabela 38. Vendas de etanol 62

Tabela 39. Oferta de Bagaço de Cana 63

Tabela 40. Gás natural: balanço (milhões m3/dia) 65

Tabela 41. Gás natural: variação do consumo (%), II trimestre 67

Tabela 42. Gás natural: consumo para geração de energia elétrica (milhões m³/dia) 70

Tabela 43. Gás Natural Veicular: tarifa (R$/m3), II trimestre 72

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Brasil: evolução do consumo total de energia elétrica – II trimestre 2008 a 2011 8

Gráfico 2. Brasil: consumo total (GWh), 2008 a 2011 8

Gráfico 3. Brasil: contribuição por classe na composição do consumo final (GWh), II trimestre 2011 vs 2010 9

Gráfico 4. Brasil: contribuição por classe na composição do consumo final no acumulado de 12 meses (GWh) 9

Gráfico 5. Brasil: crescimento do consumo de energia elétrica na rede (%) 10

Gráfico 6. Brasil: taxas de crescimento do consumo de eletricidade (%), 2011 vs 2010 11

Gráfico 7. Brasil: consumo residencial (GWh), 2008 a 2011 14

Gráfico 8. Brasil: consumo residencial (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011 15

Gráfico 9. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo residencial de eletricidade (%), 2011 vs 2010 15

Gráfico 10. Capitais selecionadas: temperatura média (Grau Celsius) 16

Gráfico 11. Rendimento médio real habitualmente recebido (R$), total das áreas 18

Gráfico 12. Taxa de desocupação (%), total das áreas 18

Gráfico 13. Brasil: consumo industrial (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011 22

Gráfico 14. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo industrial (%), 2011 vs 2010 23

Gráfico 15. Brasil: consumo industrial (GWh), 2008 a 2011 23

Gráfico 16. Brasil: variação do PIB industrial (%) 24

Gráfico 17. Brasil: utilização média da capacidade instalada (%) 24

Gráfico 18. Brasil: produção física industrial (índice) 25

Gráfico 19. Variação da produção física por unidade da federação (%) 26

Gráfico 20. Variação do pessoal ocupado assalariado (%) 26

Gráfico 21. Variação da folha de pagamento real (%) 27

Gráfico 22. Sudeste: consumo de eletricidade e produção industrial (%), taxas acumuladas em 12 meses 28

Gráfico 23. Sul: consumo de eletricidade e produção industrial (%), taxas acumuladas em 12 meses29

Gráfico 24. Brasil: taxas de crescimento da produção física industrial e do consumo industrial de energia elétrica (%) 29

Gráfico 25. Brasil: consumo comercial (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011 32

NOTA TÉCNICA DEA 17/11 - Boletim de Conjuntura Energética (2º trimestre 2011) vi

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 26. Brasil: consumo comercial (GWh), 2008 a 2011 32

Gráfico 27. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo comercial (%), 2011 vs 2010 34

Gráfico 28. Brasil: outros consumos (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011 38

Gráfico 29. Brasil: outros consumos (GWh), 2008 a 2011 38

Gráfico 30. SIN: energia armazenada (em percentual do volume máximo) 41

Gráfico 31. SIN: Curva de Aversão ao Risco e Energia Armazenada (%) 42

Gráfico 32. SIN: Preço de Liquidação das Diferenças (R$/MWh) 43

Gráfico 33. SIN: intercâmbio de energia elétrica através do subsistema Sudeste/Centro-Oeste – Itaipu 50 Hz (MWmed) 45

Gráfico 34. SIN: intercâmbio líquido de energia elétrica através do subsistema Sul (MWmed) 46

Gráfico 35. Sistemas Isolados: intercâmbio de energia elétrica com a Venezuela (MWmed) 47

Gráfico 36. Brasil: evolução trimestral da tarifa média (R$/MWh) 47

Gráfico 37. Variação da produção física no refino de petróleo e álcool (%) 50

Gráfico 38. Variação das importações 2011/2010 (%), por setores 53

Gráfico 39. Preços do petróleo e índice CRB (variação %) 54

Gráfico 40. Preço médio do óleo diesel (R$/l), II trimestre 56

Gráfico 41. Preço médio de comercialização de biodiesel nos leilões da ANP (R$/m3) 59

Gráfico 42. Participação das matérias-primas na produção de biodiesel (%) 60

Gráfico 43. Cotação internacional de óleo de soja (US$/t métrica) 60

Gráfico 44. Vendas de etanol combustível (103 m3) 62

Gráfico 45. Preço do etanol (R$/l) 63

Gráfico 46. Bagaço de cana: oferta mensal (106 t) 64

Gráfico 47. Destinação do gás natural (%) 66

Gráfico 48. Indústria: variações no consumo de gás natural e na produção, II trimestre 2011 vs 201069

Gráfico 49. GNV: variações no preço e no consumo, II trimestre 72

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 1

Ministério de Minas e Energia

RESUMO EXECUTIVO No segundo trimestre de 2011 o comportamento da economia brasileira comprovou a trajetória de desaceleração dos níveis de atividade. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o PIB teve uma expansão de 3,1%, resultado inferior ao observado nesta

mesma base de comparação nos trimestres anteriores, quando as taxas foram de 9,2%, 6,7%, 5,0% e 4,2%, do segundo trimestre de 2010 ao primeiro trimestre de 2011. Embora o segundo trimestre de 2010 ainda tenha sido marcado por um forte aquecimento da atividade

econômica, o que manteve elevada a base de comparação, este resultado reforça os indícios de arrefecimento no desempenho do PIB1. Na série dessazonalizada, o PIB, cresceu 0,8% em relação ao trimestre imediatamente

anterior. A absorção doméstica2 seguiu se elevando a um ritmo relevante, contribuindo com 4,3 p.p. no crescimento, também perdendo um pouco de ritmo em relação ao primeiro trimestre, quando registrou contribuição de 5,2 p.p3.

Sob a ótica da demanda, houve crescimento de 5,5% do consumo das famílias explicado principalmente pelo comportamento da massa salarial real, que teve elevação de 6,5% no segundo trimestre de 2011 e pelo acréscimo, em termos nominais, do saldo de operações de

crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas de 18,6%4. A Formação Bruta de Capital Fixo com crescimento de 5,9%, embora revelando redução no ritmo frente ao valor observado no primeiro trimestre do ano (8,8%), manteve um bom

desempenho no período explicado pelo efeito positivo gerado pela expansão da importação de máquinas e equipamentos.

No setor externo, as importações cresceram acima das exportações resultado da valorização

cambial observada no período. A taxa de câmbio, que teve uma média de R$/US$ 1,79 no segundo trimestre de 2010, neste ano apresentou uma média de R$/US$ 1,60 no período.

Pelo lado da oferta, o setor de serviços foi o que apresentou a maior expansão em relação ao

mesmo trimestre de 2010, enquanto a agropecuária não apresentou variação, no qual, apesar de a agricultura ter contribuído de forma positiva, a pecuária e a silvicultura e exploração florestal apontaram para um fraco desempenho dessas atividades no trimestre4.

1 IPEA. Carta de Conjuntura – Out./2011

2 Consumo privado e público + investimento + importação.

3 e 4

IBGE. A Economia Brasileira no 2º Trimestre de 2011: Visão Geral

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 2

Ministério de Minas e Energia

Tabela 1. Brasil: variação do PIB (%), II trimestre

Setor de atividade Trimestre

imediatamente anterior

Mesmo trimestre do ano anterior

Acumulado nos últimos 4 trimestres*

Agropecuária -0,1 0,0 2,6

Indústria 0,2 1,7 4,4

Serviços 0,8 3,4 4,2

PIB a preços de mercado 0,8 3,1 4,7

Consumo das famílias 1,0 5,5 6,2

Consumo do Governo 1,2 2,5 2,4

Formação bruta de capital fixo 1,7 5,9 11,9

Exportação de bens e serviços 2,3 6,0 8,8

Importação de bens e serviços (-) 6,1 14,6 23,2 Nota: 12 meses findos em junho (variação acumulada em quatro trimestres) Fonte: IBGE. Elaboração: EPE.

O PIB industrial passou de uma expansão de 3,5% no primeiro trimestre, para apenas 1,7% no

segundo trimestre. Segundo as atividades desagregadas, a maior variação positiva no período foi verificada em produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, com um aumento de 3,4%, seguida pela indústria extrativa mineral, com 2,7%. Na construção

civil, o crescimento foi de 2,1%, alavancado pelo aumento da população ocupada no setor, com elevação de 2,2%, e pelo desempenho do crédito direcionado ao longo do período, com expansão nominal, de 25,3%5.

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria foi de 82,6% no segundo trimestre do ano, valor 0,4 p.p. inferior ao período em 2010, porém 1,2 p.p. superior ao primeiro trimestre do ano. O fraco desempenho da indústria, observado desde abril de 2010, decorre

da perda de competitividade, face à valorização do real e do alto custo de produção no País, combinados ao menor ritmo da economia brasileira decorrente das medidas macroeconômicas de contenção do consumo interno e da inflação6.

No fechamento do segundo trimestre de 2011, a produção industrial foi positiva 0,7% frente a igual período de 2010, mas recuou o mesmo percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal7. Considerando-se a série sem ajuste

sazonal, o índice geral de produção industrial apresentou retração de 2,2% no segundo trimestre frente ao trimestre imediatamente anterior, entre os setores aqueles que apresentaram os piores desempenhos estão o de veículos automotores e máquinas e

equipamentos, cujas variações foram de -7,7% e -5,1%, respectivamente.

Segundo os estados, as maiores perdas de dinamismo foram registradas em Santa Catarina, cuja evolução passou de 0,3% para -9,0%, no Ceará, de -10,4% para -16,6%, e no Paraná, de

4,6% para -1,1%. A queda expressiva no Ceará teve como principal contribuinte o setor de alimentos e bebidas, que variou -20,1%, pressionado em grande parte pela menor produção de castanha de caju beneficiada e torrada, afetada principalmente pelo período de entressafra6.

O estado que apresentou maior crescimento no período foi o Espírito Santo, onde a indústria

5 IBGE. A Economia Brasileira no 2º Trimestre de 2011: Visão Geral

6 Análise IEDI. Indústria: quadro mais desfavorável.

7 e 6 IBGE. Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, junho de 2011

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 3

Ministério de Minas e Energia

extrativa prestou a maior contribuição para o crescimento da média global, refletindo os avanços observados nos itens petróleo, minérios de ferro e gás natural.

A taxa de expansão do emprego na indústria foi de apenas 1,3%, seguindo a perda de

dinamismo da produção. No segundo trimestre, o saldo de empregos formais criados foi de 739,7 milhões, contra 816,1 milhões no mesmo período do ano anterior. Também na folha de pagamento foi verificada a trajetória declinante da indústria nacional, dado que com relação

ao trimestre imediatamente anterior a variação da folha foi de -1,5% e na comparação entre os segundos trimestres de 2011 e 2010, a taxa de crescimento reduziu-se de 6,7% para 4,4%.

Na análise da demanda de energia elétrica, verifica-se que o consumo nacional de

eletricidade atendido pela rede8 apresentou expansão de 2,6% no segundo trimestre de 2011, em relação ao mesmo período do ano anterior. Considerando o resultado de doze meses findos em junho de 2011, o acréscimo foi de 4,9%. De acordo com os segmentos, o consumo

comercial manteve patamar de crescimento elevado, 5,6%, enquanto os consumos residencial e industrial evoluíram às taxas de 2,8% e 2,0%, respectivamente. Já no acumulado de doze meses, a classe industrial detém a taxa mais alta, de 5,7%, seguida pela classe comercial,

com 5,1%.

No mercado de combustíveis, os destaques do segundo trimestre foram as grandes elevações do consumo de gasolina C e, consequentemente, do etanol anidro, em contrapartida à

redução do etanol hidratado, cujos preços ultrapassaram o percentual de competitividade frente à gasolina. O óleo combustível seguiu apresentando significativa retração nas vendas, enquanto a demanda de biodiesel no segundo trimestre de 2011 foi 5,0% superior ao período

em 2010, ao passo que a produção apresentou elevação de 9,2%. Nos volumes acumulados nos últimos doze meses verificaram-se variações mais acentuadas para o biodiesel, com a produção tendo se elevado em 20,0% e a demanda em 6,9% (Tabela 2).

Tabela 2. Brasil: consumo total dos principais energéticos

Unidade

II trimestre 2011 12 meses findos em junho

Quantidade ∆ %1 Quantidade ∆ %

Eletricidade GWh 106.121 2,6 422.734 4,9

Biocombustíveis

Etanol hidratado 103 m3 2.357,6 -39,3 13.650,0 -11,1

Etanol anidro 103 m3 2.176,1 32,2 8.020,9 21,6

Biodiesel 103 m3 639,4 5,0 2.257,4 6,9

Derivados de petróleo

Gasolina tipo C 103 m3 8.704,4 23,2 32.083,8 15,1

GLP 103 m3 3.247,0 2,5 12.733,6 3,1

Óleo diesel 103 m3 12.787,7 5,0 50.326,3 7,2

Óleo combustível 103 m3 902,5 -30,6 4.192,9 -18,5

Notas: 1 Variação sobre igual período do ano anterior 2) Gasolina tipo C: Combustível preparado e disponibilizado pelas Distribuidoras ao mercado. Constituída de gasolina A (produzida pelas refinarias e isenta de etanol) e etanol etílico anidro, nas proporções e especificações definidas pela legislação em vigor. Fontes: EPE, ANP. Elaboração EPE. 8 Exclui autoprodução in situ.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 4

Ministério de Minas e Energia

Sob o aspecto da oferta, a produção de petróleo atingiu 30,2 milhões de m3 no segundo trimestre de 2011, volume apenas 0,9% superior ao período em 2010, ao passo que as importações apresentaram elevação de 7,0% e as exportações decresceram 1,5%. Dentre os

derivados, segue em destaque a produção de querosene de aviação, com 17,5% de crescimento, totalizando 1,3 milhão de m3 no trimestre, bem como a redução na produção de óleo combustível, que encerrou o segundo trimestre de 2011 com volume de 3,2 milhão de

m3, 15,7% inferior ao verificado no período em 2010. Na gasolina A, houve expansão de 17,0% na produção e de 221,3% nas importações, embora em termos de volume estas últimas representem apenas 4,7% do total das vendas.

A produção nacional de gás natural apresentou aumento de 5,5% no segundo trimestre de 2011, frente ao período em 2010. O volume de gás reinjetado registrou redução de 3,0%, enquanto queima e perda, com o volume de 3,8 milhões de m3/dia no segundo trimestre de

2011, situou-se 43,2% menor que o registrado no ano anterior. Assim, com produção superior, aliada a menores queima e perda e reinjeção, a oferta de gás natural nacional foi 27,6% maior na comparação entre os segundos trimestres de 2010 e 2011, atendendo a 55,9% da demanda

do período (Tabela 3).

Tabela 3. Brasil: oferta de gás natural ao mercado (106 m3/dia)

Origem II trimestre 2011 12 meses findos em junho

Volume ∆ % Volume ∆ %

Nacional 33,6 27,6 31,5 31,3 Importado 26,5 -6,2 33,9 39,2 Total 60,1 10,1 65,4 35,3

Nota: Variação sobre igual período do ano anterior. Fontes: ANP e Boletim do Gás Natural (MME). Elaboração EPE.

O volume de gás natural comercializado pelas distribuidoras no segundo trimestre foi 4,9%

superior ao volume verificado no mesmo período de 2010. O segmento industrial foi o principal responsável pelo incremento nas vendas, dado que apresentou variação de 14,0% entre os períodos, alçando o consumo industrial a 29,48 milhões m3/dia.

Também foram destaques em expansão no período os segmentos residencial, comercial e outros, com volume conjunto de 2,49 milhões m3/dia, 10,5% acima do volume do período no ano de 2010, juntamente com o segmento de cogeração, cuja expansão de 7,3% elevou o

consumo para 3,04 milhões m3/dia.

Por outro lado, o segmento de geração elétrica a partir do gás natural somente não apresentou redução no consumo na região Norte, tendo sido significativamente reduzido em

todas as demais. O volume de 6,65 milhões m3/dia apresentou-se 21,0% inferior ao utilizado no mesmo período de 2010.

A tendência de queda nas vendas de gás natural veicular permaneceu presente no segundo

trimestre, porém menos acentuadamente e mesmo revertendo em algumas regiões, como no Sul, onde o crescimento foi de 5,1% em relação ao consumo no segundo trimestre de 2010, e no Centro-Oeste, cuja expansão foi de 7,1%. O montante absorvido no segmento veicular no

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 5

Ministério de Minas e Energia

primeiro trimestre de 2011 foi de 5,39 milhões m3/dia, 1,2% inferior ao volume do mesmo período no ano anterior.

Dentre as regiões do país, foram destaques em expansão do mercado do gás natural no

segundo trimestre de 2011 a região Norte, onde o uso para geração de energia elétrica impulsionou fortemente o consumo, e a região Sul, cujas vendas 12,9% acima do nível obtido no período em 2010 foram alavancadas principalmente pelos segmentos industrial, residencial

e comercial. Na maior região consumidora, a região Sudeste com 67,3% do total, o fraco incremento no consumo de 1,7%, foi majoritariamente consequência da redução no uso do gás natural para geração de eletricidade.

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1 ENERGIA ELÉTRICA

1.1 Consumo

O consumo nacional de energia elétrica atendido através da rede9 expandiu 2,6% no segundo trimestre de 2011, em relação ao mesmo período do ano anterior. Considerando-se o resultado de doze meses findos em junho de 2011, o acréscimo foi de 4,9% (Tabela 4).

Os resultados do segundo trimestre demonstraram que o consumo comercial manteve patamar de crescimento elevado, 5,6%, enquanto o consumo residencial e o consumo industrial evoluíram a taxas de 2,8% e 2,0%, respectivamente. Já no acumulado de doze meses, a classe

industrial ainda detém a taxa mais alta, 5,7%, seguida pela classe comercial, 5,1%.

A estrutura do mercado, seja no dado trimestral ou no acumulado, mostra uma participação em torno dos 43% do consumo industrial e de 26% do consumo residencial. Em termos

regionais, o Sudeste concentrou 54% de toda a energia distribuída no país.

Tabela 4. Brasil: consumo de energia elétrica atendido através da rede (GWh)

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Consumo total - Regiões Geográficas

Norte 6.523 6.784 4,0 6,3 6,4 25.254 26.838 6,3 6,3 6,3

Nordeste 17.748 17.648 -0,6 17,2 16,6 68.988 71.115 3,1 17,1 16,8

Sudeste 55.273 56.812 2,8 53,5 53,5 215.038 226.854 5,5 53,4 53,7

Sul 17.281 17.848 3,3 16,7 16,8 68.094 70.842 4,0 16,9 16,8

Centro-Oeste 6.579 7.028 6,8 6,4 6,6 25.690 27.085 5,4 6,4 6,4

Consumo total - Subsistemas Elétricos

S Isolados 1.702 1.727 1,5 1,6 1,6 7.387 6.948 -5,9 1,8 1,6

Norte 7.053 7.419 5,2 6,8 7,0 27.555 29.141 5,8 6,8 6,9

Nordeste 14.895 14.631 -1,8 14,4 13,8 57.735 59.264 2,6 14,3 14,0

Sudeste/CO 62.474 64.496 3,2 60,4 60,8 242.294 256.539 5,9 60,1 60,7

Sul 17.281 17.848 3,3 16,7 16,8 68.094 70.842 4,0 16,9 16,8

Consumo por classe

Residencial 26.535 27.275 2,8 25,7 25,7 104.798 109.408 4,4 26,0 25,9

Industrial 45.126 46.019 2,0 43,6 43,4 172.489 182.250 5,7 42,8 43,1

Comercial 17.088 18.045 5,6 16,5 17,0 67.767 71.190 5,1 16,8 16,8

Outros 14.656 14.781 0,9 14,2 13,9 58.010 59.886 3,2 14,4 14,2

Total 103.404 106.121 2,6 100,0 100,0 403.064 422.734 4,9 100,0 100,0

Fonte: EPE

A dinâmica de crescimento do mercado total no segundo trimestre desde o ano de 2008 é

apresentada no Gráfico 1 e no Gráfico 2 é ilustrada a sua evolução mensal. 9 Exclui autoprodução in situ

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Ministério de Minas e Energia

Gráfico 1. Brasil: evolução do consumo total de energia elétrica – II trimestre 2008 a 2011

Fonte: EPE

Gráfico 2. Brasil: consumo total (GWh), 2008 a 2011

Fonte: EPE

O Gráfico 3 apresenta a contribuição de cada classe para a composição do consumo total no

segundo trimestre de 2011, mostrando o incremento a partir de 2010. Para o consumo total, o acréscimo absoluto foi de 2.717 GWh, praticamente o consumo total de energia elétrica em Pernambuco no segundo trimestre. A maior contribuição veio da classe comercial (958 GWh),

seguida da industrial, cujo acréscimo absoluto foi de 894 GWh. Já no acumulado de doze meses, foi incorporado ao mercado um montante de 19.670 GWh no período de um ano, pouco mais do consumo de Santa Catarina (Gráfico 4). Os consumidores industriais

contribuíram com 9.761 GWh, ou seja, 50% do total agregado.

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Ministério de Minas e Energia

Gráfico 3. Brasil: contribuição por classe na composição do consumo final (GWh), II trimestre 2011 vs 2010

Fonte: EPE

Gráfico 4. Brasil: contribuição por classe na composição do consumo final no acumulado de 12 meses (GWh)

Fonte: EPE

O Gráfico 5 apresenta a evolução das taxas de crescimento acumuladas em doze meses do consumo de energia elétrica dos três principais segmentos do mercado desde julho de 2009.

Observa-se a manutenção em patamar elevado da expansão do consumo das classes

residencial e comercial, apenas com leve declínio. Já a dinâmica do consumo industrial sugere acomodação e desaceleração no ritmo de crescimento após a forte trajetória de recuperação pós-crise iniciada em finais de 2009.

103.404

740 894 958 125

106.121

II T ri 2010 Re side ncial Indu strial Comercial Outro s II Tr i 2011

GWh

403.064

4.6109.761 3.423 1.876

422.734

12 meses 2010

Residencial Industrial Comercial Outros 12 meses 2011

GWh

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Gráfico 5. Brasil: crescimento do consumo de energia elétrica na rede (%)

Fonte: EPE

Os dados regionais revelaram que o maior crescimento para o consumo total no segundo trimestre foi registrado pela região Centro-Oeste, 6,8%, para o quê contribuíram as fortes expansões de 13,8% do consumo industrial e de 9,8% do consumo comercial. Em seguida, a

região Norte com aumento de 4,0%, teve contribuição determinante do consumo industrial que, representando 52% do consumo regional, expandiu 7,4%.

No Sudeste, o incremento de 2,8% do consumo total foi puxado pelo segmento comercial, que

se elevou em 5,5%, ao passo que o consumo industrial, que responde por 45% do consumo total na região, expandiu apenas 1,5%. No Nordeste, o consumo total no segundo trimestre foi 0,6% inferior ao do mesmo período de 2010, consequência do desempenho de -2,8% da classe

industrial, devendo-se notar, em adição, que o consumo da classe residencial e da classe comercial variaram apenas levemente, 1,4% e 2,1% respectivamente.

No Sul, a exemplo do Sudeste, a classe comercial liderou a expansão do mercado, com a taxa

de 7,8%, significativamente acima dos aumentos dos demais segmentos do mercado que não ultrapassaram os 3,2% observados no consumo industrial. Essas informações constam da Tabela 5.

Tabela 5. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo de eletricidade (%), II trimestre 2011 vs 2010

Região Residencial Industrial Comercial Outros Total

Norte 1,0 7,4 3,8 -3,2 4,0

Nordeste 1,4 -2,8 2,1 -0,6 -0,6

Sudeste 3,5 1,5 5,5 2,3 2,8

Sul 2,3 3,2 7,8 0,1 3,3

Centro-Oeste 3,7 13,8 9,8 0,9 6,8

Brasil 2,8 2,0 5,6 0,9 2,6

Fonte: EPE

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

jul

ago

set

out

nov

dez

jan

fev

mar abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

jan

fev

mar abr

mai

jun

2009 2010 2011

RESIDENCIAL

INDUSTRIAL

COMERCIAL

Jun/2011

RES = 4,4% IND = 5,7% COM = 5,1%

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Ministério de Minas e Energia

5,5

0,1

6,1

4,0

5,24,6

4,0

-0,6

2,83,3

6,8

2,6

Norte Nordeste Sudeste Sul C Oeste Brasil

Por regiãoI trimestre

II trimestre

5,3

4,4

5,9

2,4

4,6

2,8

2,0

5,6

0,9

2,6

Residencial Industrial Comercial Outros Total

Por classeI trimestre

II trimestre

Os resultados do segundo trimestre significaram uma queda na taxa de crescimento quando analisados frente aos do primeiro trimestre do ano. Somente o consumo comercial manteve expansão praticamente estável, passando de uma taxa de 5,9% no primeiro trimestre para

5,6% no segundo.

A redução das taxas foi expressiva no consumo residencial e no consumo industrial (Gráfico 6), sendo, no primeiro caso, reflexo em grande parte das condições climáticas, e no segundo,

de desaceleração no ritmo de crescimento da atividade industrial. Regionalmente, à exceção do Centro-Oeste, também houve queda de crescimento na passagem do primeiro para o segundo trimestre, com destaque para o Sudeste, onde as taxas foram de 6,1% e de 2,8%, em

consequência da queda no industrial, de 6,7% para 1,5%.

Gráfico 6. Brasil: taxas de crescimento do consumo de eletricidade (%), 2011 vs 2010

Fonte: EPE

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Na Tabela 6 apresenta-se o mercado por segmento de consumidores, cativo e não cativo, ou

livre. Observa-se que a expansão do consumo de 2,6% no segundo trimestre foi puxada pelo segmento livre que evoluiu no período 7,0%, representando 26,5% do total. O mesmo ocorre quando a análise se dá em relação ao acumulado de doze meses, onde a parcela livre

apresentou incremento de 12,9% contra aumento de 2,3% do segmento cativo.

Tabela 6. Brasil: consumo cativo e livre de energia elétrica via rede

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Norte 6.523 6.784 4,0 100,0 100,0 25.254 26.838 6,3 100,0 100,0

Cativo 4.539 4.564 0,6 69,6 67,3 17.414 18.372 5,5 69,0 68,5

Não cativo 1.984 2.220 11,9 30,4 32,7 7.840 8.466 8,0 31,0 31,5

Nordeste 17.748 17.648 -0,6 100,0 100,0 68.988 71.115 3,1 100,0 100,0

Cativo 14.706 14.489 -1,5 82,9 82,1 57.572 58.618 1,8 83,5 82,4

Não cativo 3.042 3.159 3,8 17,1 17,9 11.416 12.497 9,5 16,5 17,6

Sudeste 55.273 56.812 2,8 100,0 100,0 215.038 226.854 5,5 100,0 100,0

Cativo 37.094 37.853 2,0 67,1 66,6 148.210 151.622 2,3 68,9 66,8

Não cativo 18.179 18.959 4,3 32,9 33,4 66.828 75.232 12,6 31,1 33,2

Sul 17.281 17.848 3,3 100,0 100,0 68.094 70.842 4,0 100,0 100,0

Cativo 14.872 15.016 1,0 86,1 84,1 59.216 60.016 1,4 87,0 84,7

Não cativo 2.409 2.832 17,5 13,9 15,9 8.878 10.826 21,9 13,0 15,3

Centro-Oeste 6.579 7.028 6,8 100,0 100,0 25.690 27.085 5,4 100,0 100,0

Cativo 5.951 6.120 2,8 90,4 87,1 23.162 24.082 4,0 90,2 88,9

Não cativo 629 908 44,5 9,6 12,9 2.528 3.004 18,8 9,8 11,1

Brasil 103.404 106.121 2,6 100,0 100,0 403.064 422.734 4,9 100,0 100,0

Cativo 77.162 78.043 1,1 74,6 73,5 305.575 312.709 2,3 75,8 74,0

Não cativo 26.242 28.078 7,0 25,4 26,5 97.490 110.025 12,9 24,2 26,0

Fonte: EPE

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A Tabela 7 apresenta o consumo total por região e unidade da federação.

Tabela 7. Brasil: consumo total, por região e UF

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Brasil 103.404 106.121 2,6 100,0 100,0 403.064 422.734 4,9 100,0 100,0

Norte 6.523 6.784 4,0 6,3 6,4 25.254 26.838 6,3 6,3 6,3

RO 543 569 4,9 8,3 8,4 2.052 2.261 10,2 8,1 8,4

AC 169 178 5,4 2,6 2,6 658 712 8,3 2,6 2,7

AM 1.202 1.217 1,2 18,4 17,9 4.654 4.889 5,0 18,4 18,2

RR 136 141 3,2 2,1 2,1 521 558 7,2 2,1 2,1

PA 3.918 4.108 4,9 60,1 60,5 15.283 16.164 5,8 60,5 60,2

AP 192 197 2,7 2,9 2,9 751 801 6,7 3,0 3,0

TO 363 374 3,1 5,6 5,5 1.336 1.452 8,7 5,3 5,4

Nordeste 17.748 17.648 -0,6 17,2 16,6 68.988 71.115 3,1 17,1 16,8

MA 2.850 3.014 5,7 16,1 17,1 11.242 11.838 5,3 16,3 16,6

PI 541 543 0,5 3,0 3,1 2.081 2.247 8,0 3,0 3,2

CE 2.189 2.150 -1,8 12,3 12,2 8.468 8.855 4,6 12,3 12,5

RN 1.139 1.107 -2,8 6,4 6,3 4.374 4.524 3,4 6,3 6,4

PB 1.048 1.047 -0,1 5,9 5,9 3.966 4.206 6,0 5,7 5,9

PE 2.728 2.786 2,1 15,4 15,8 10.648 11.122 4,5 15,4 15,6

AL 1.042 914 -12,3 5,9 5,2 3.935 3.763 -4,4 5,7 5,3

SE 812 855 5,4 4,6 4,8 3.177 3.378 6,3 4,6 4,7

BA 5.398 5.233 -3,1 30,4 29,7 21.097 21.182 0,4 30,6 29,8

Sudeste 55.273 56.812 2,8 53,5 53,5 215.038 226.854 5,5 53,4 53,7

MG 12.779 13.338 4,4 23,1 23,5 48.716 52.713 8,2 22,7 23,2

ES 2.324 2.413 3,8 4,2 4,2 9.079 9.611 5,9 4,2 4,2

RJ 8.783 8.867 1,0 15,9 15,6 34.892 36.355 4,2 16,2 16,0

SP 31.386 32.194 2,6 56,8 56,7 122.351 128.176 4,8 56,9 56,5

Sul 17.281 17.848 3,3 16,7 16,8 68.094 70.842 4,0 16,9 16,8

PR 6.296 6.671 6,0 36,4 37,4 24.796 25.957 4,7 36,4 36,6

SC 4.600 4.646 1,0 26,6 26,0 17.930 18.518 3,3 26,3 26,1

RS 6.384 6.531 2,3 36,9 36,6 25.368 26.367 3,9 37,3 37,2

C-Oeste 6.579 7.028 6,8 6,4 6,6 25.690 27.085 5,4 6,4 6,4

MS 992 1.056 6,5 15,1 15,0 3.877 4.143 6,8 15,1 15,3

MT 1.445 1.529 5,8 22,0 21,7 5.684 5.901 3,8 22,1 21,8

GO 2.749 2.963 7,8 41,8 42,2 10.673 11.290 5,8 41,5 41,7

DF 1.394 1.480 6,2 21,2 21,1 5.456 5.752 5,4 21,2 21,2

Nota: participação das UFs nas respectivas regiões; participação das regiões no Brasil

Fonte: EPE

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1.1.1 Consumo residencial

O consumo residencial nacional de energia elétrica acumulou no segundo trimestre de 2011 o montante de 27.275 GWh, com expansão de 2,8% ante o mesmo período de 2010. No acumulado de doze meses, o acréscimo foi de 4,4%. Nesta comparação, todas as regiões

apontaram aumento, sendo que no Sudeste e no Sul o crescimento ficou abaixo dos 4%, enquanto nas demais regiões se situou na casa dos 6%.

Os resultados regionais e por subsistema elétrico do consumo residencial constam da Tabela 8

e a sua evolução mensal desde 2008 é ilustrada no Gráfico 7.

Tabela 8. Brasil: consumo residencial de energia elétrica, por região e subsistema elétrico

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Regiões Geográficas

Norte 1.464 1.478 1,0 5,5 5,4 5.628 5.993 6,5 5,4 5,5

Nordeste 4.878 4.947 1,4 18,4 18,1 18.452 19.636 6,4 17,6 17,9

Sudeste 13.987 14.472 3,5 52,7 53,1 55.939 58.053 3,8 53,4 53,1

Sul 4.181 4.278 2,3 15,8 15,7 16.886 17.357 2,8 16,1 15,9

C Oeste 2.026 2.100 3,7 7,6 7,7 7.893 8.368 6,0 7,5 7,6

Subsistemas Elétricos

S Isolados 551 558 1,3 2,1 2,0 2.471 2.304 -6,8 2,4 2,1

Norte 1.152 1.169 1,4 4,3 4,3 4.377 4.646 6,1 4,2 4,2

Nordeste 4.403 4.449 1,1 16,6 16,3 16.631 17.676 6,3 15,9 16,2

Sudeste/CO 16.249 16.821 3,5 61,2 61,7 64.432 67.425 4,6 61,5 61,6

Sul 4.181 4.278 2,3 15,8 15,7 16.886 17.357 2,8 16,1 15,9

Total 26.535 27.275 2,8 100,0 100,0 104.798 109.408 4,4 100,0 100,0

Fonte: EPE

Gráfico 7. Brasil: consumo residencial (GWh), 2008 a 2011

Fonte: EPE

7.000

8.000

9.000

10.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010 2011

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Ministério de Minas e Energia

A taxa de 2,8% verificada para o Brasil no segundo trimestre significou uma queda no patamar de crescimento quando analisada em relação ao resultado do primeiro trimestre, quando se situou em 5,3%. Também se tratou do crescimento mais baixo para o segundo trimestre desde

2008 (Gráfico 8).

Gráfico 8. Brasil: consumo residencial (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011

23,3

24,6

26,5

27,3

3,95,4

8,0

2,8

-5,0

-3,0

-1,0

1,0

3,0

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

2008 2009 2010 2011

TWh

Crescimento %

Fonte: EPE

A análise trimestral mostra que a redução no patamar de crescimento ocorreu em todas as

regiões, com maior intensidade no Norte, no Nordeste e no Sudeste.

Gráfico 9. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo residencial de eletricidade (%), 2011 vs 2010

4,1

5,9 6,1

3,0

4,3

5,3

1,01,4

3,5

2,3

3,7

2,8

Norte Nordeste Sudeste Sul C Oeste Brasil

I trimestre

II trimestre

Fonte: EPE

A análise comparativa do comportamento do consumo residencial em 2010 e em 2011 deve levar em conta as diferentes condições de clima, especialmente no Norte e no Nordeste. As

altas temperaturas ocorridas no início de 2010 nas duas regiões, acima da média histórica,

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 16

Ministério de Minas e Energia

24,0

26,0

28,0

30,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Belém

2010 2011

24,0

26,0

28,0

30,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

São Luis

2010 2011

22,0

24,0

26,0

28,0

30,0

32,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fortaleza

2010 2011

20,0

22,0

24,0

26,0

28,0

30,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Salvador

2010 2011

20,0

22,0

24,0

26,0

28,0

30,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Recife

2010 2011

22,0

24,0

26,0

28,0

30,0

32,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

João Pessoa

2010 2011

elevaram significativamente o consumo naquele período, resultando numa base de comparação superior. Com efeito, as taxas acumuladas no segundo trimestre na comparação 2010 contra 2009 foram de 18,9% no Norte e de 16,6% no Nordeste. Além disso, em 2011,

houve um prolongamento do período chuvoso no Norte e uma antecipação para abril no Nordeste, resultando em temperaturas médias mais baixas.

Assim é que estados como o Pará, no Norte, e Ceará, Pernambuco e Bahia, no Nordeste,

registraram em alguns meses do segundo trimestre variação negativa na comparação 2011 com 2010. No acumulado do trimestre, a taxa foi de -1,3% no Pará, de -1,8% no Ceará, e de apenas 0,6% e 1,5% respectivamente em Pernambuco e na Bahia (Gráfico 10).

Gráfico 10. Capitais selecionadas: temperatura média (Grau Celsius)

Fonte: INMET

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 17

Ministério de Minas e Energia

Na região Sudeste, o crescimento do consumo residencial no segundo trimestre de 2011 foi de 3,5% contra 6,1% no primeiro. Essa redução no ritmo de expansão foi decorrente principalmente do resultado verificado no estado de São Paulo, que concentra em torno de

60% do consumo residencial da região e cuja variação foi de 3,1% contra 6,8% do primeiro para o segundo trimestre, tendo sido mais significativamente impactado pelo resultado do mês de abril, quando o consumo aumentou apenas 0,8% no estado em função do ajuste no

calendário de faturamento, resultando em menor número de dias faturados.

No Sul, o aumento regional de 2,3% no trimestre foi possível graças ao bom resultado verificado no Paraná, haja vista a estabilidade do segmento em Santa Catarina e no Rio

Grande do Sul, que registraram taxas de -0,2% e 0,1%, na ordem. Nesse caso, houve significativa influência da reclassificação do consumo das áreas comuns dos condomínios residenciais para a classe comercial, em atendimento à Resolução da ANEEL nº 414/2010.

O crescimento de 3,7% verificado no segundo trimestre na região Centro-Oeste foi puxado pelo Mato Grosso do Sul que, no período, ampliou o consumo em 6,7%. Por outro lado, no Mato Grosso, o acréscimo foi de 2,4%, refletindo em grande parte as temperaturas mais

baixas registradas em maio e em junho.

Os principais indicadores econômicos que atuam no sentido de estimular o consumo de eletricidade nas residências seguem presentes em 2011, com o mercado de trabalho ainda

aquecido, resultando em aumento do emprego e da renda.

Pelos dados do IBGE, considerando o valor médio no segundo trimestre de 2010 e de 2011, houve redução da taxa de desocupação em todas as áreas investigadas, fechando em redução

de 1,0 p.p. para o total das áreas. Da mesma forma, o rendimento médio real da população ocupada aumentou em todas as áreas, destacando-se os resultados do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte.

Tabela 9. Taxa de desocupação (%) e rendimento médio real habitual (R$), II trimestre

Área Taxa de desocupação Rendimento médio real habitual

2010 2011 Diferença (p.p.)

2010 2011 ∆ %

Recife 9,1 6,8 -2,3 1.047 1.078 3,0 Salvador 11,7 10,3 -1,4 1.253 1.287 2,7 B Horizonte 5,6 4,9 -0,7 1.402 1.509 7,6 Rio de Janeiro 6,0 5,2 -0,8 1.565 1.664 6,3 São Paulo 7,6 6,8 -0,8 1.664 1.680 1,0 Porto Alegre 5,0 4,8 -0,2 1.514 1.541 1,8 Total das áreas 7,3 6,3 -1,0 1.524 1.574 3,3

Nota: consulta em setembro/2011

Fonte: IBGE

O Gráfico 11 seguinte compara o rendimento médio real da população ocupada em 2010 e 2011, e no Gráfico 12 é mostrada a taxa de desocupação.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 18

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 11. Rendimento médio real habitualmente recebido (R$), total das áreas

1.440

1.460

1.480

1.500

1.520

1.540

1.560

1.580

1.600

1.620

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2010 2011

Nota: consulta em setembro/2011

Fonte: IBGE. Elaboração: EPE

Gráfico 12. Taxa de desocupação (%), total das áreas

7,27,4

7,67,3

7,5

7 6,96,7

6,2 6,1

5,7

5,3

6,1

6,4 6,5 6,4 6,46,2

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2010 2011

Fonte: IBGE. Elaboração: EPE

O acompanhamento do emprego formal realizado através do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho revelou que em 2010 houve a geração de 2.555 mil postos de trabalho. No período de janeiro a junho de 2011, foram criados mais

1.414 mil, com aumento da ordem de 4% sobre o mesmo período de 2010.

Quanto ao crédito, segundo o Banco Central do Brasil, as operações do sistema financeiro mantêm-se em expansão contínua e em patamar elevado. Após crescimentos anuais de 19,4%

e de 17,3% em 2009 e em 2010, respectivamente, o crédito destinado a pessoas físicas somou R$ 3.488,8 bilhões no período janeiro a junho de 2011, montante 18,2% superior ao do mesmo período de 2010. Outra informação importante diz respeito ao crédito para habitação, que

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 19

Ministério de Minas e Energia

totalizou no período em análise R$ 924,3 bilhões, 50,2% a mais que no primeiro semestre de 2010, o que significa consumo adicional a partir das novas residências.

A base de consumidores residenciais de energia elétrica apresentou acréscimo de 2.050 mil

ligações no período de doze meses findos em junho de 2011, com média de 170,8 mil ligações por mês. As regiões Norte e Nordeste seguiram apresentando incremento superior à média nacional, com taxa de 6,2% e 190 mil ligações no Norte, e no Nordeste o maior número em

termos absolutos com 720 mil ligações, equivalentes a acréscimo de 4,9%.

Considerando o segundo trimestre, o consumo médio em nível nacional registrou o valor de 154,5 kWh/mês em 2011, valor 0,8% inferior ao observado no mesmo período de 2010, tendo

somente a região Sudeste apresentado leve incremento de 0,8%.

A Tabela 10 apresenta a evolução do número de unidades consumidoras residenciais e do consumo médio por região e por subsistema elétrico.

Tabela 10. Classe residencial: número de unidades consumidoras (mil) e consumo médio por unidade consumidora (kWh/mês), por região e subsistema elétrico

Unidades consumidoras - Junho Consumo médio

Nº (mil unidades) Acréscimo II trimestre 12 meses

2010 2011 % absoluto 2010 2011 ∆% 2010 2011 ∆%

Regiões Geográficas

Norte 3.072 3.262 6,2 190 159,5 151,9 -4,7 152,7 153,1 0,3

Nordeste 14.840 15.560 4,9 720 110,0 106,4 -3,3 103,6 105,2 1,5

Sudeste 26.903 27.621 2,7 718 173,6 175,0 0,8 173,3 175,1 1,1

Sul 8.051 8.296 3,0 244 173,3 171,8 -0,9 174,8 174,4 -0,2

Centro-Oeste 4.068 4.245 4,3 177 166,5 165,6 -0,6 161,7 164,3 1,6

Subsistemas Elétricos

S Isolados 1.007 1.053 4,6 46 182,3 176,9 -3,0 204,4 182,2 -10,9

Norte 3.199 3.435 7,4 235 120,7 114,2 -5,4 114,0 112,7 -1,1

Nordeste 13.297 13.901 4,5 604 110,8 107,0 -3,4 104,2 106,0 1,7

Sudeste/CO 31.379 32.299 2,9 920 172,9 174,0 0,6 171,1 174,0 1,7

Sul 8.051 8.296 3,0 244 173,3 171,8 -0,9 174,8 174,4 -0,2

Brasil 56.934 58.984 3,6 2.050 155,8 154,5 -0,8 153,4 154,6 0,8

Nota: consumo médio residencial no trimestre calculado a partir da média dos valores mensais no período

Fonte: EPE

A Tabela 11 a seguir apresenta as informações relativas ao consumo residencial por unidade da federação e totais regionais. Já a Tabela 12 registra, para os mesmos agregados e estados, os dados referentes às unidades consumidoras residenciais e ao consumo residencial médio

mensal.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 20

Ministério de Minas e Energia

Tabela 11. Consumo residencial de energia elétrica, por região e UF

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Brasil 26.535 27.275 2,8 100,0 100,0 104.798 109.408 4,4 100,0 100,0

Norte 1.464 1.478 1,0 5,5 5,4 5.628 5.993 6,5 5,4 5,5

RO 194 206 6,4 13,3 14,0 734 825 12,4 13,0 13,8

AC 76 77 2,0 5,2 5,2 292 318 8,9 5,2 5,3

AM 318 318 -0,1 21,7 21,5 1.275 1.328 4,2 22,7 22,2

RR 65 70 6,9 4,5 4,7 250 275 10,1 4,4 4,6

PA 582 574 -1,3 39,8 38,9 2.221 2.315 4,2 39,5 38,6

AP 95 99 3,7 6,5 6,7 371 408 9,8 6,6 6,8

TO 133 134 0,4 9,1 9,1 486 525 8,0 8,6 8,8

Nordeste 4.878 4.947 1,4 18,4 18,1 18.452 19.636 6,4 17,6 17,9

MA 475 497 4,8 9,7 10,1 1.818 1.957 7,7 9,9 10,0

PI 240 241 0,3 4,9 4,9 908 999 10,1 4,9 5,1

CE 745 732 -1,8 15,3 14,8 2.808 2.946 4,9 15,2 15,0

RN 381 379 -0,4 7,8 7,7 1.416 1.487 5,0 7,7 7,6

PB 323 341 5,6 6,6 6,9 1.186 1.306 10,1 6,4 6,6

PE 969 975 0,6 19,9 19,7 3.708 3.846 3,7 20,1 19,6

AL 241 249 3,1 4,9 5,0 894 962 7,6 4,8 4,9

SE 207 217 4,9 4,2 4,4 773 837 8,3 4,2 4,3

BA 1.297 1.316 1,5 26,6 26,6 4.941 5.297 7,2 26,8 27,0

Sudeste 13.987 14.472 3,5 52,7 53,1 55.939 58.053 3,8 53,4 53,1

MG 2.144 2.226 3,8 15,3 15,4 8.496 8.920 5,0 15,2 15,4

ES 479 486 1,6 3,4 3,4 1.902 1.943 2,2 3,4 3,3

RJ 2.874 3.003 4,5 20,6 20,8 11.918 12.138 1,8 21,3 20,9

SP 8.489 8.757 3,1 60,7 60,5 33.623 35.052 4,2 60,1 60,4

Sul 4.181 4.278 2,3 15,8 15,7 16.886 17.357 2,8 16,1 15,9

PR 1.489 1.588 6,6 35,6 37,1 5.919 6.171 4,3 35,1 35,6

SC 1.064 1.061 -0,2 25,4 24,8 4.316 4.383 1,6 25,6 25,3

RS 1.628 1.629 0,1 38,9 38,1 6.650 6.803 2,3 39,4 39,2

C-Oeste 2.026 2.100 3,7 7,6 7,7 7.893 8.368 6,0 7,5 7,6

MS 297 316 6,7 14,6 15,1 1.198 1.274 6,3 15,2 15,2

MT 414 424 2,4 20,5 20,2 1.643 1.711 4,1 20,8 20,4

GO 833 865 3,8 41,1 41,2 3.130 3.400 8,6 39,7 40,6

DF 481 494 2,7 23,8 23,5 1.921 1.983 3,2 24,3 23,7

Nota: participação das UFs nas respectivas regiões; participação das regiões no Brasil

Fonte: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 21

Ministério de Minas e Energia

Tabela 12. Classe residencial: unidades consumidoras (mil) e consumo médio (kWh/mês), por região e UF

Unidades consumidoras - Junho Consumo residencial médio - kWh/mês

Nº (mil unidades) ∆%

II trimestre 12 meses

2010 2011 2010 2011 ∆% 2010 2011 ∆%

Brasil 56.934 58.984 3,6 155,8 154,5 -0,8 153,4 154,6 0,8

Norte 3.072 3.262 6,2 159,5 151,9 -4,7 152,7 153,1 0,3

RO 337 355 5,3 192,4 194,6 1,1 181,5 193,7 6,8

AC 152 162 6,8 166,6 159,4 -4,3 160,3 163,5 2,0

AM 590 619 5,0 179,6 171,9 -4,3 180,2 178,7 -0,8

RR 90 94 5,0 242,6 248,0 2,2 231,9 243,1 4,8

PA 1.432 1.536 7,3 136,4 125,6 -7,9 129,2 125,6 -2,8

AP 137 143 3,8 232,3 231,8 -0,2 225,2 238,1 5,7

TO 335 353 5,5 133,5 127,1 -4,8 121,0 123,8 2,4

Nordeste 14.840 15.560 4,9 110,0 106,4 -3,3 103,6 105,2 1,5

MA 1.542 1.658 7,5 103,1 100,4 -2,6 98,3 98,4 0,1

PI 804 857 6,5 100,0 94,1 -5,9 94,1 97,2 3,3

CE 2.291 2.386 4,1 109,0 102,5 -5,9 102,1 102,9 0,8

RN 928 984 6,0 137,1 128,8 -6,0 127,1 125,9 -1,0

PB 1.039 1.082 4,2 104,0 105,5 1,4 95,2 100,5 5,6

PE 2.622 2.714 3,5 123,5 120,1 -2,8 117,9 118,1 0,2

AL 786 826 5,0 102,8 100,8 -2,0 94,7 97,0 2,4

SE 614 642 4,4 112,8 113,0 0,2 104,8 108,7 3,7

BA 4.213 4.411 4,7 103,1 99,8 -3,2 97,7 100,1 2,4

Sudeste 26.903 27.621 2,7 173,6 175,0 0,8 173,3 175,1 1,1

MG 6.074 6.231 2,6 118,0 119,4 1,2 116,6 119,3 2,4

ES 998 1.042 4,4 159,8 155,9 -2,4 158,8 155,3 -2,2

RJ 5.889 5.962 1,2 162,8 168,2 3,3 168,7 169,7 0,6

SP 13.942 14.386 3,2 203,4 203,2 -0,1 201,0 203,0 1,0

Sul 8.051 8.296 3,0 173,3 171,8 -0,9 174,8 174,4 -0,2

PR 2.989 3.108 4,0 166,2 170,1 2,3 165,0 165,5 0,3

SC 1.828 1.873 2,5 194,4 188,3 -3,2 196,8 195,0 -0,9

RS 3.235 3.315 2,5 168,0 164,1 -2,3 171,3 171,0 -0,2

Centro-Oeste 4.068 4.245 4,3 166,5 165,6 -0,6 161,7 164,3 1,6

MS 682 708 3,9 145,6 149,7 2,8 146,5 150,0 2,4

MT 775 815 5,2 178,5 174,7 -2,2 176,7 174,9 -1,0

GO 1.881 1.970 4,8 148,3 146,8 -1,0 138,7 143,8 3,7

DF 731 752 2,8 220,1 220,0 -0,1 219,0 219,9 0,4

Fonte: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 22

Ministério de Minas e Energia

1.1.2 Consumo industrial

O consumo industrial totalizou 46.019 GWh no segundo trimestre de 2011, variando 2,0% em relação ao mesmo período de 2010. No acumulado de doze meses, o segmento apresenta aumento de 5,7%, a mais alta taxa entre as principais classes.

O Gráfico 13 apresenta o consumo industrial nacional verificado no segundo trimestre de cada ano desde 2008, com indicação das taxas de crescimento, enquanto na Tabela 13 constam os resultados regionais e por subsistema elétrico.

Gráfico 13. Brasil: consumo industrial (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011 44,1

39,4

45,1

46,0

1,0

-10,7

14,6

2,0

-50,0

-40,0

-30,0

-20,0

-10,0

0,0

10,0

20,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2008 2009 2010 2011

TWh

Crescimento %

Fonte: EPE

Tabela 13. Consumo industrial de energia elétrica, por região e subsistema elétrico

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Regiões Geográficas

Norte 3.295 3.537 7,4 7,3 7,7 12.803 13.769 7,5 7,4 7,6

Nordeste 7.388 7.182 -2,8 16,4 15,6 28.909 28.949 0,1 16,8 15,9

Sudeste 25.278 25.666 1,5 56,0 55,8 95.584 102.457 7,2 55,4 56,2

Sul 7.524 7.768 3,2 16,7 16,9 28.608 30.184 5,5 16,6 16,6

C Oeste 1.641 1.867 13,8 3,6 4,1 6.584 6.891 4,7 3,8 3,8

Subsistemas Elétricos

S Isolados 446 464 4,0 1,0 1,0 1.822 1.828 0,3 1,1 1,0

Norte 4.681 5.023 7,3 10,4 10,9 18.450 19.568 6,1 10,7 10,7

Nordeste 5.456 5.130 -6,0 12,1 11,1 21.203 20.919 -1,3 12,3 11,5

Sudeste/CO 27.019 27.634 2,3 59,9 60,0 102.407 109.751 7,2 59,4 60,2

Sul 7.524 7.768 3,2 16,7 16,9 28.608 30.184 5,5 16,6 16,6

Total 45.126 46.019 2,0 100,0 100,0 172.489 182.250 5,7 100,0 100,0

Fonte: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 23

Ministério de Minas e Energia

Importante registrar que o desempenho do setor industrial no segundo trimestre foi bem inferior ao do primeiro, assinalando taxas respectivas de 2,0% e 4,4% (Gráfico 14). Esse comportamento foi comum ao Norte, Sudeste e Sul. No Nordeste, houve melhora de

desempenho, porém a região permaneceu com variação negativa. A exceção ficou por conta da região Centro-Oeste, que teve praticamente duplicada a taxa de crescimento na passagem do primeiro trimestre para o segundo. O Gráfico 15 ilustra a evolução mensal do consumo

industrial nacional desde 2008.

Gráfico 14. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo industrial (%), 2011 vs 2010

8,3

-6,0

6,75,2

7,6

4,4

7,4

-2,8

1,53,2

13,8

2,0

Norte Nordeste Sudeste Sul C Oeste Brasil

I trimestre

II trimestre

Fonte: EPE

Gráfico 15. Brasil: consumo industrial (GWh), 2008 a 2011

11.000

13.000

15.000

17.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010 2011

Fonte: EPE

O PIB industrial, principal variável econômica para a avaliação do comportamento do consumo

de energia elétrica, apresentou expansão de 1,7% no segundo trimestre de 2011 em relação ao mesmo período de 2010, com desaceleração do crescimento em todas as atividades, sendo a maior expansão no período observada na atividade de produção e distribuição de

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 24

Ministério de Minas e Energia

eletricidade, gás água, esgoto e limpeza urbana, com um aumento de 3,4%, seguida pela indústria extrativa mineral, com 2,7%.

A construção civil teve expansão de 2,1% no trimestre, influenciada pelo aumento da

população ocupada no setor, que cresceu 2,2% em relação a igual trimestre de 2010, e pelo desempenho do crédito direcionado ao longo do período, dado que as operações de crédito do sistema financeiro com recursos direcionados tiveram expansão, em termos nominais, de

25,3%10. Gráfico 16. Brasil: variação do PIB industrial (%)

1,7

4,4

2,7

9,3

1,2

3,32,1

5,7

3,4

5,3

Taxa trimestral (contra mesmo trimestre do ano anterior)

Taxa acumulada nos últimos quatro trimestres

Indústria geralExtrativa mineralTransformaçãoConstrução civilProd. e distrib.de eletricidade, gás e água

Fonte: IBGE. Elaboração: EPE

Em termos de utilização da capacidade, a indústria de transformação operou na média com 82,6% da capacidade instalada, valor 0,4 p.p. inferior ao observado no mesmo trimestre do ano anterior. Através do Gráfico 17, pode-se observar que após dois trimestres seguidos de

queda, houve uma ligeira recuperação com acréscimo de 1,2 p.p. no nível de utilização da capacidade instalada do segundo trimestre de 2011.

Gráfico 17. Brasil: utilização média da capacidade instalada (%)

83,0 83,4 82,981,4

82,6

87,590,1

85,5

76,6

87,6

II tri 10 III tri 10 IV tri 10 I tri 11 II tri 11

Ind. Transformação Coque, refino comb. nuclear, álcool

Nota: dados sazonalisados Fonte: CNI, 2011. Elaboração: EPE

10

IBGE. A Economia Brasileira no 2º Trimestre de 2011: Visão Geral

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 25

Ministério de Minas e Energia

Uma análise da produção física dos principais setores industriais corrobora a trajetória declinante do ritmo do nível de atividade, conforme pode ser observado no Gráfico 18. De acordo com o IEDI, o fraco desempenho da indústria, que já pode ser observado desde abril

do ano passado, se deve à forte perda de sua competitividade – consequência do real valorizado e do alto custo de se produzir no País – e também, nos últimos meses, ao menor ritmo da economia brasileira imposto pelas medidas governamentais que visam a conter o

consumo interno e, consequentemente, a inflação11.

De acordo com o IBGE12, no fechamento do segundo trimestre de 2011 na série com ajuste sazonal, o setor industrial ficou positivo em 0,7% frente a igual período de 2010, mas recuou

outros 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Considerando-se a série sem ajuste sazonal, o índice geral de produção industrial apresentou retração de 2,2% no segundo trimestre frente ao trimestre imediatamente anterior. Entre os

setores, aqueles que apresentaram os piores desempenhos estão o de veículos automotores, com -7,7%, e máquinas e equipamentos, com -5,1%.

Gráfico 18. Brasil: produção física industrial (índice)

60

80

100

120

140

160

180

III 08 IV 08 I 09 II 09 III 09 IV 09 I 10 II 10 III 10 IV 10 I 11 II 11

Borracha e plástico Minerais não metálicosMetalurgia básica Máquinas e equipamentosVeículos automotores

Nota: Base - igual mês do ano anterior = 100 Fonte: IBGE. Elaboração: EPE.

A análise da produção física em termos regionais, também demonstra redução no ritmo de

expansão da indústria em relação ao mesmo período do ano anterior. O índice de base fixa mensal sem ajuste sazonal do IBGE mostra que as maiores perdas de dinamismo foram registradas em Santa Catarina, de 0,3% para -9,0%, Ceará, de -10,4% para -16,6%, e Paraná,

de 4,6% para -1,1%. O pior resultado ficou por conta do Ceará, com contribuição negativa do setor de alimentos e bebidas (-20,1%), pressionado em grande parte pela menor produção de castanha de caju beneficiada e torrada, afetados principalmente pelo período de

entressafra13. O estado que apresentou maior crescimento no período foi o Espírito Santo, onde foi destaque a indústria extrativa, refletindo os avanços observados nos itens petróleo, minérios de ferro e gás natural.

11

Análise IEDI. Indústria: quadro mais desfavorável. 12

IBGE. Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, junho de 2011 13

Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física Regional. Abril, Maio, Junho / 2011.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 26

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 19. Variação da produção física por unidade da federação (%)

16,912,8

8,87,2

5,12,4

1,61,00,60,6

-0,8-1,2

-7,9-12,1

-15,00 -10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00

ESPEGOPAAMSP

BrasilRJMGBAPRRSSCCE

Nota: Variação da produção física industrial do II trimestre de 2011 em relação ao mesmo período de 2010. Índice de base fixa mensal com ajuste sazonal (Base: média de 2002 = 100) Fonte: IBGE. Elaboração: EPE

O saldo de empregos formais criados na indústria no segundo trimestre deste ano foi de 121,7 milhões, resultado abaixo do verificado no mesmo período do ano anterior quando foram criados 194,5 milhões de empregos.

A taxa de expansão de 1,3% do emprego no setor industrial comprova o baixo desempenho da indústria no período (Gráfico 20). De acordo com o IEDI, o que explica esse comportamento do pessoal ocupado na indústria é a desaceleração da produção industrial, resultado da perda

de competitividade do bem produzido domesticamente em relação ao produzido no estrangeiro e da própria diminuição do ritmo da economia brasileira14.

Gráfico 20. Variação do pessoal ocupado assalariado (%)

1,3

3,13,7

5,1

1,2

3,1

0,3

-3,2Taxa trimestral (contra mesmo trimestre do ano anterior)

Taxa acumulada nos últimos quatro trimestres

Indústria geral

Indústria extrativa

Indústria de transformação

Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool

Fonte: IBGE. Elaboração: EPE

14

Análise IEDI. Emprego Industrial – Sinais mais que negativos. 11 de agosto de 2011.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 27

Ministério de Minas e Energia

O valor da folha de pagamento, apresentado no Gráfico 21, também reforça a trajetória declinante da indústria nacional. Na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano a variação da folha de pagamento da indústria nacional foi de -1,5%. Na comparação entre os

segundos trimestres de 2010 e 2011, a taxa de crescimento passou de 6,7% para 4,4%.

Gráfico 21. Variação da folha de pagamento real (%)

4,4

7,26,0

14,1

4,3

6,85,7

8,4

Taxa trimestral (contra mesmo trimestre do ano anterior)

Taxa acumulada nos últimos quatro trimestres

Indústria geral

Indústria extrativa

Indústria de transformação

Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool

Fonte: IBGE. Elaboração: EPE

Segundo as regiões do país, o consumo industrial de eletricidade no Sudeste registrou acréscimo de apenas 1,5% no segundo trimestre, após haver registrado expansão de 6,7% no período imediatamente anterior. O consumo nessa região foi de 25.666 GWh, representando

56% do total da classe no país.

O baixo resultado no trimestre deveu-se, basicamente ao resultado de -5,5% no Rio de Janeiro, onde foram registradas taxas negativas a partir de maio, muito em decorrência da

elevada base de comparação em 2010, quando houve consumo adicional na rede decorrente das paradas na geração própria para realização de manutenção de máquinas na indústria siderúrgica. Porém, é importante considerar a desaceleração no ritmo de crescimento do

consumo nos demais estados do Sudeste, como São Paulo, que havia crescido 5,6% no primeiro trimestre e que registrou aumento de apenas 1,0% no segundo, assim como Minas Gerais, que reduziu o incremento de 6,7% para 3,8% nos mesmos períodos. O Espírito Santo, embora

também reduzindo o patamar de crescimento, manteve taxa elevada no segundo trimestre, 7,3%, recebendo forte influência do ramo metalúrgico que expandiu 18,8%.

A trajetória configurada para o desempenho do consumo industrial no Sudeste nos últimos

meses está associada ao movimento da produção física. Os dados do IBGE para a produção regional mostraram evolução a taxas decrescentes em todos os estados do Sudeste.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 28

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 22. Sudeste: consumo de eletricidade e produção industrial (%), taxas acumuladas em 12 meses

13,412,4

11,310,0

8,77,2

jan fev mar abr mai jun

Sudeste (consumo) MG (produção)

ES (produção) RJ (produção)

SP (produção)

Fonte: EPE e IBGE. Elaboração: EPE

No Nordeste, o consumo industrial decresceu 2,8% no trimestre na comparação com 2010, reduzindo a profundidade da queda quando analisado em relação ao primeiro trimestre,

quando a taxa foi de -6,0%. Nessa região, o segundo trimestre foi marcado por paradas técnicas não programadas em indústrias do ramo químico, decretação de férias coletivas no setor têxtil para ajuste de estoque, além do encerramento da atividade da Novelis (alumínio)

na Bahia. Esses acontecimentos proporcionaram queda no consumo em Alagoas (-28,3%), Paraíba (-6,3%) e Bahia (-8,3%).

O Centro-Oeste, por sua vez, registrou o elevado crescimento de 13,8% no segundo trimestre,

alçando para 4,7% o acumulado de doze meses. As variações foram positivas em todos os estados da região, porém o maior impacto positivo veio de Goiás, que responde por aproximadamente 50% do setor industrial regional e que no trimestre apontou acréscimo da

ordem de 20%, cuja principal contribuição decorreu da instalação de uma mineradora no estado.

A região Norte apontou a segunda maior expansão do consumo industrial, com a taxa de 7,4%

no segundo trimestre. O Pará, que concentra em torno de 82% do consumo industrial na região, é o maior responsável por tal resultado já que alcançou incremento de 7,9%, com a entrada de nova planta de níquel no Pará.

No Sul, o consumo industrial acumulou acréscimo de 3,2% no segundo trimestre, com expansão em todos os estados. O Rio Grande do Sul apontou o maior crescimento na região, 4,7%. Também na região Sul tanto o consumo industrial como a produção física no Sul vêm

apresentando taxas declinantes de crescimento acumuladas em doze meses.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 29

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 23. Sul: consumo de eletricidade e produção industrial (%), taxas acumuladas em 12 meses

9,18,4 7,9 7,2

6,1 5,5

jan fev mar abr mai jun

Sul (consumo) PR SC RS

Fonte: EPE e IBGE. Elaboração: EPE

Assim, a desaceleração no crescimento do consumo de energia elétrica no país é decorrência, basicamente, da expansão em ritmo mais moderado da atividade industrial. O Gráfico 24

compara a evolução das taxas de crescimento acumuladas em doze meses do consumo industrial nacional e da produção física. Apresenta, também, as taxas mensais do consumo.

Gráfico 24. Brasil: taxas de crescimento da produção física industrial e do consumo industrial de energia elétrica (%)

7,9 7,5 7,4 5,2 4,1 5,2 6,9 4,4 2,8 2,4 3,1 2,4

5,96,8

7,58,0 8,3 8,1 7,9

7,46,8

6,25,6

4,9

8,3

9,8

11,311,8 11,8

10,59,4

8,7

6,9

5,4 4,53,7

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

2010 2011

Consumo (mensal)Consumo (12 meses)Produção física (12 meses)

Fonte: EPE e IBGE. Elaboração: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 30

Ministério de Minas e Energia

A evolução do consumo industrial por unidade da federação pode ser verificada na Tabela 14.

Tabela 14. Consumo industrial de energia elétrica, por região e UF

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Brasil 45.126 46.019 2,0 100,0 100,0 172.489 182.250 5,7 100,0 100,0

Norte 3.295 3.537 7,4 7,3 7,7 12.803 13.769 7,5 7,4 7,6

RO 101 101 0,6 3,1 2,9 365 409 12,0 2,8 3,0

AC 9 10 6,0 0,3 0,3 35 38 7,5 0,3 0,3

AM 417 437 4,8 12,6 12,3 1.583 1.710 8,0 12,4 12,4

RR 5 4 -12,3 0,1 0,1 17 16 -3,5 0,1 0,1

PA 2.703 2.917 7,9 82,0 82,4 10.588 11.341 7,1 82,7 82,4

AP 8 8 0,9 0,2 0,2 34 35 3,0 0,3 0,3

TO 52 61 16,8 1,6 1,7 182 221 21,3 1,4 1,6

Nordeste 7.388 7.182 -2,8 16,4 15,6 28.909 28.949 0,1 16,8 15,9

MA 1.932 2.052 6,2 26,2 28,6 7.706 8.030 4,2 26,7 27,7

PI 60 57 -6,2 0,8 0,8 245 244 -0,1 0,8 0,8

CE 554 564 1,9 7,5 7,9 2.178 2.256 3,6 7,5 7,8

RN 314 308 -2,0 4,3 4,3 1.215 1.262 3,9 4,2 4,4

PB 348 326 -6,3 4,7 4,5 1.332 1.359 2,1 4,6 4,7

PE 703 736 4,7 9,5 10,2 2.771 2.945 6,3 9,6 10,2

AL 508 364 -28,3 6,9 5,1 1.871 1.588 -15,2 6,5 5,5

SE 356 378 6,4 4,8 5,3 1.413 1.499 6,1 4,9 5,2

BA 2.614 2.397 -8,3 35,4 33,4 10.179 9.765 -4,1 35,2 33,7

Sudeste 25.278 25.666 1,5 56,0 55,8 95.584 102.457 7,2 55,4 56,2

MG 7.871 8.170 3,8 31,1 31,8 29.343 32.311 10,1 30,7 31,5

ES 1.164 1.248 7,3 4,6 4,9 4.408 4.902 11,2 4,6 4,8

RJ 2.344 2.215 -5,5 9,3 8,6 8.695 9.617 10,6 9,1 9,4

SP 13.899 14.032 1,0 55,0 54,7 53.139 55.626 4,7 55,6 54,3

Sul 7.524 7.768 3,2 16,7 16,9 28.608 30.184 5,5 16,6 16,6

PR 2.685 2.788 3,8 35,7 35,9 10.440 10.839 3,8 36,5 35,9

SC 2.238 2.256 0,8 29,7 29,0 8.397 8.882 5,8 29,4 29,4

RS 2.601 2.723 4,7 34,6 35,1 9.771 10.463 7,1 34,2 34,7

C-Oeste 1.641 1.867 13,8 3,6 4,1 6.584 6.891 4,7 3,8 3,8

MS 257 269 4,5 15,7 14,4 956 1.027 7,4 14,5 14,9

MT 423 460 8,9 25,8 24,7 1.651 1.695 2,7 25,1 24,6

GO 804 968 20,4 49,0 51,9 3.356 3.520 4,9 51,0 51,1

DF 157 170 8,2 9,6 9,1 621 648 4,4 9,4 9,4

Nota: participação das UFs nas respectivas regiões; participação das regiões no Brasil.

Fonte: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 31

Ministério de Minas e Energia

1.1.3 Consumo comercial

O consumo comercial de energia elétrica no Brasil vem mantendo expansão vigorosa nos últimos anos, com taxas entre 5% e 6% desde o ano de 2007. No segundo trimestre de 2011, esse consumo somou 18.045 GWh, montante 5,6% superior ao registrado no mesmo período de

2010. A região Centro-Oeste apontou o maior crescimento, com 9,8%, sendo seguida pelo Sul, com 7,8%.

No acumulado de doze meses, o crescimento em nível nacional foi de 5,1%. Nessa base de

comparação, a região Centro-Oeste, com 6,6%, permanece com a maior expansão, seguida pelo Norte, com 6,3%. Esses resultados são apresentados na Tabela 15.

Tabela 15. Consumo comercial de energia elétrica, por região e subsistema elétrico

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Regiões Geográficas

Norte 866 899 3,8 5,1 5,0 3.347 3.559 6,3 4,9 5,0

Nordeste 2.575 2.629 2,1 15,1 14,6 9.977 10.479 5,0 14,7 14,7

Sudeste 9.418 9.932 5,5 55,1 55,0 37.613 39.306 4,5 55,5 55,2

Sul 2.870 3.095 7,8 16,8 17,2 11.478 12.144 5,8 16,9 17,1

C Oeste 1.358 1.491 9,8 7,9 8,3 5.352 5.702 6,6 7,9 8,0

Subsistemas Elétricos

S Isolados 335 344 2,5 2,0 1,9 1.481 1.377 -7,0 2,2 1,9

Norte 593 619 4,5 3,5 3,4 2.290 2.436 6,4 3,4 3,4

Nordeste 2.373 2.414 1,7 13,9 13,4 9.198 9.635 4,8 13,6 13,5

Sudeste/CO 10.916 11.573 6,0 63,9 64,1 43.320 45.598 5,3 63,9 64,1

Sul 2.870 3.095 7,8 16,8 17,2 11.478 12.144 5,8 16,9 17,1

Total 17.088 18.045 5,6 100,0 100,0 67.767 71.190 5,1 100,0 100,0

Fonte: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 32

Ministério de Minas e Energia

O Gráfico 25 apresenta os valores realizados do consumo comercial no segundo trimestre

desde 2008 e o Gráfico 26 ilustra a evolução mensal a partir daquele ano.

Gráfico 25. Brasil: consumo comercial (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011

15,1

16,0

17,1

18,0

2,65,5

7,0 5,6

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

2008 2009 2010 2011

TWh

Crescimento %

Fonte: EPE

Gráfico 26. Brasil: consumo comercial (GWh), 2008 a 2011

4.000

5.000

6.000

7.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010 2011

Fonte: EPE

O crescimento do consumo de energia elétrica no setor de comércio e serviços vem ocorrendo de modo disseminado por todo o país. O aumento do emprego e da renda e a oferta de crédito têm estimulado as atividades do setor, mantendo-as aquecidas e em expansão, o que

se reflete no consumo de eletricidade.

O acompanhamento do IBGE mostrou que o volume de vendas do comércio varejista, em nível nacional, expandiu 7,8% no segundo trimestre de 2011, revelando aceleração no ritmo de

crescimento já que no primeiro trimestre o aumento havia sido de 6,8%. As informações do

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 33

Ministério de Minas e Energia

instituto mostram, ainda, que todos os segmentos investigados e todas as unidades da federação apresentaram crescimento no primeiro semestre do ano (Tabela 16).

Tabela 16. Brasil: variação do volume de vendas do comércio varejista (%)

Mensal Acumulado

Abr Mai Jun Jan. a Jun.

12 meses

Comércio varejista - Brasil 10,2 6,3 7,1 7,3 8,9

Resultados por grupo de atividade

Combustível e lubrificantes 1,5 -2,2 1,3 2,9 5,2

Hiper, supermercados, prod. alimentícios, bebidas, fumo 10,6 1,9 2,7 3,9 5,8

Tecidos, vestuário e calçados 1,5 5,6 11,3 7,7 9,5

Móveis e eletrodomésticos 19,3 20,4 16,4 17,8 17,1

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria

10,5 12,0 12,8 10,6 11,1

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

-0,8 23,2 34,7 14,7 18,8

Livros, jornais, revistas e papelaria 5,8 8,3 9,0 8,6 12,1

Outros artigos de uso pessoal e doméstico 12,1 3,3 3,2 6,5 9,2

Resultados por unidade da federação Rondônia 11,6 8,3 10,2 12,0 19,6 Acre 13,2 19,0 5,4 13,3 17,1 Amazonas 6,9 6,8 6,0 7,1 8,8 Roraima 8,2 6,7 2,0 11,5 17,6 Pará 12,8 3,2 10,7 8,4 9,7 Amapá -0,9 -8,5 4,6 -0,2 3,9 Tocantins 28,6 26,0 25,5 30,0 48,1 Maranhão 17,9 10,0 4,1 11,6 15,6 Piauí 10,6 6,1 9,6 5,8 3,8 Ceará 8,4 6,8 9,9 9,7 11,5 Rio Grande do Norte 10,3 6,0 8,3 7,7 8,4 Paraíba 25,5 10,6 14,2 18,0 20,2 Pernambuco 13,0 6,0 9,8 7,6 9,6 Alagoas 1,1 3,1 9,2 4,6 7,6 Sergipe 6,0 1,6 1,7 2,0 6,8 Bahia 12,1 7,6 10,6 8,6 8,9 Minas Gerais 14,3 9,7 8,2 11,4 11,5 Espírito Santo 13,1 7,0 7,7 7,8 8,0 Rio de Janeiro 14,1 9,4 6,2 8,9 9,9 São Paulo 8,3 5,4 6,4 6,2 7,9 Paraná 9,2 4,7 7,1 5,1 6,4 Santa Catarina 7,6 2,8 5,5 4,8 6,0 Rio Grande do Sul 10,5 5,4 8,4 7,3 9,6 Mato Grosso do Sul 3,5 9,4 2,5 5,0 8,4 Mato Grosso 7,1 1,2 3,1 4,5 10,4 Goiás 9,4 6,1 8,2 8,8 10,4 Distrito Federal 8,9 3,6 3,9 5,2 6,7 Nota: variação em relação ao mesmo período do ano anterior Fonte: IBGE

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De acordo com o Banco Central, após incrementos de 11,5% em 2009 e de 22,1% em 2010, as operações de crédito direcionadas ao setor de comércio somaram R$ 1.078,5 bilhões de janeiro a junho de 2011, volume 26,6% acima do mesmo período de 2010.

Quanto ao emprego formal, dos 1.415 mil postos de trabalho criados no primeiro semestre de 2011, 685 mil foram absorvidos pelo setor de comércio e serviços, ou 48% do total, o que é evidência de que o setor permanece aquecido e em franca expansão.

Dados do Ministério do Turismo revelam que o turismo no Brasil manteve-se dinâmico nesse ano de 2011. Os desembarques domésticos somaram 37,7 milhões no primeiro semestre de 2011, representando um aumento de 20,0% em relação ao mesmo período de 2010. Os

desembarques internacionais também aumentaram com taxa de dois dígitos, 18,8%.

O consumo comercial de eletricidade em nível nacional manteve o mesmo patamar de crescimento na passagem do primeiro para o segundo trimestre, 5,9% e 5,6%

respectivamente, observando-se no Sul e no Centro-Oeste aceleração no ritmo de crescimento.

Gráfico 27. Brasil e regiões: taxas de crescimento do consumo comercial (%), 2011 vs 2010

4,5 4,6

6,45,8 6,1 5,9

3,8

2,1

5,5

7,8

9,8

5,6

Norte Nordeste Sudeste Sul C Oeste Brasil

I trimestre

II trimestre

Fonte: IBGE

No Nordeste observou-se acentuada queda no nível de crescimento, 4,6% para 2,1%, comportamento comum na maioria dos estados. As chuvas intensas na região, além de

causarem a queda da temperatura, provocaram sérios transtornos à população e ao comércio local. Em maio, diversos estados registraram variação negativa na comparação com 2010, entre eles Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco, levando ao resultado regional

de -0,1% no mês. O Ceará e o Rio Grande do Norte apresentaram taxas negativas no trimestre, -2,5% e -1,4%, respectivamente (Tabela 17).

O Centro-Oeste se destacou com aumento de 9,8% no segundo trimestre. O crescimento foi

generalizado na região, mas destacam-se Distrito Federal e Goiás com taxas respectivas de 11,0% e 9,4% no segundo trimestre e de 8,2% e 5,3% no acumulado de doze meses. O forte aumento do consumo de eletricidade no setor de comércio e de serviços em Goiás está

atrelado ao incremento da atividade econômica no estado, evidenciado pela abertura de

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 35

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“shoppings centers” e de hipermercados, além de ampliação do comércio de rua. De acordo com o CAGED do Ministério do Trabalho, Goiás foi o estado que mais gerou empregos da região Centro-Oeste, não só no setor de comércio e serviços, 27,4 mil vagas em num total de

63,7 mil, mas também no geral, 76 mil vagas num total de 159 mil. Da mesma forma, no Distrito Federal o incremento do consumo está também associado à instalação de unidades de grandes redes atacadistas e à inauguração de “shoppings centers” e hipermercados.

O Sul apresentou acréscimo acumulado de 7,8% no segundo trimestre, que foi puxado pelos resultados de maio, com 11,6%, e junho, com 9,3%. No Paraná, a taxa de 11,4% do trimestre esteve sob a influência do resultado de 18,5%apresentado em maio, quando ajuste no

calendário de contabilização do consumo gerou um maior número de dias de faturamento. Já em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os acréscimos verificados no segundo trimestre, além de terem sido consequência da atividade econômica, refletem também o atendimento à

Resolução nº 414/2010 da ANEEL que determinou a reclassificação para a classe comercial de condomínios residenciais.

No Norte, Amazonas e Pará que participaram com 65% no total do segmento na região,

apresentaram em conjunto crescimento de 2,9% no segundo trimestre e de 4,7% no acumulado de doze meses. Após a melhora das condições climáticas, o consumo no Pará, que no primeiro trimestre decresceu 0,2% ante 2010, apontou incremento de 3,6% no segundo.

Rondônia aparece com as taxas mais elevadas na região Norte no trimestre e no acumulado de doze meses, 7,4% e 10,8% respectivamente, consequência, em grande parte, dos efeitos multiplicadores sobre o setor de comércio e serviços da implantação das obras das usinas

hidrelétricas no rio Madeira. De janeiro a junho de 2011, foram criados 10,3 mil postos de trabalho em Rondônia, dos quais 4,9 mil no setor de comércio e de serviços.

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A evolução do consumo comercial por unidade da federação pode ser verificada na Tabela 17.

Tabela 17. Consumo comercial de energia elétrica, por região e UF

II trimestre 12 meses findos em junho GWh

∆% Estrutura (%) GWh

∆% Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Brasil 17.088 18.045 5,6 100,0 100,0 67.767 71.190 5,1 100,0 100,0

Norte 866 899 3,8 5,1 5,0 3.347 3.559 6,3 4,9 5,0

RO 119 128 7,4 13,8 14,3 453 501 10,8 13,5 14,1

AC 35 36 2,7 4,1 4,0 138 147 6,5 4,1 4,1

AM 236 240 1,9 27,2 26,7 915 962 5,1 27,3 27,0

RR 29 31 5,5 3,4 3,4 111 123 10,8 3,3 3,4

PA 327 339 3,6 37,8 37,7 1.283 1.339 4,4 38,3 37,6

AP 44 46 5,7 5,1 5,2 171 185 8,3 5,1 5,2

TO 75 78 3,3 8,7 8,6 277 302 9,1 8,3 8,5

Nordeste 2.575 2.629 2,1 15,1 14,6 9.977 10.479 5,0 14,7 14,7

MA 200 213 6,3 7,8 8,1 773 838 8,4 7,7 8,0

PI 113 118 5,1 4,4 4,5 425 468 10,1 4,3 4,5

CE 425 414 -2,5 16,5 15,8 1.618 1.675 3,5 16,2 16,0

RN 218 215 -1,4 8,5 8,2 832 858 3,1 8,3 8,2

PB 165 170 3,3 6,4 6,5 618 668 8,0 6,2 6,4

PE 511 528 3,3 19,9 20,1 2.003 2.101 4,9 20,1 20,1

AL 140 144 2,3 5,4 5,5 515 556 7,9 5,2 5,3

SE 113 118 4,0 4,4 4,5 444 465 4,9 4,4 4,4

BA 690 709 2,8 26,8 27,0 2.747 2.849 3,7 27,5 27,2

Sudeste 9.418 9.932 5,5 55,1 55,0 37.613 39.306 4,5 55,5 55,2

MG 1.309 1.432 9,4 13,9 14,4 5.194 5.510 6,1 13,8 14,0

ES 355 359 1,0 3,8 3,6 1.405 1.431 1,8 3,7 3,6

RJ 2.100 2.180 3,8 22,3 22,0 8.559 8.768 2,4 22,8 22,3

SP 5.654 5.961 5,4 60,0 60,0 22.455 23.597 5,1 59,7 60,0

Sul 2.870 3.095 7,8 16,8 17,2 11.478 12.144 5,8 16,9 17,1

PR 1.106 1.231 11,4 38,5 39,8 4.426 4.771 7,8 38,6 39,3

SC 716 759 6,0 24,9 24,5 2.830 2.958 4,5 24,7 24,4

RS 1.049 1.105 5,4 36,5 35,7 4.223 4.416 4,6 36,8 36,4

C-Oeste 1.358 1.491 9,8 7,9 8,3 5.352 5.702 6,6 7,9 8,0

MS 198 220 11,3 14,6 14,8 785 851 8,4 14,7 14,9

MT 287 309 7,8 21,1 20,7 1.119 1.175 5,0 20,9 20,6

GO 461 504 9,4 33,9 33,8 1.841 1.938 5,3 34,4 34,0

DF 413 458 11,0 30,4 30,7 1.607 1.738 8,2 30,0 30,5

Nota: participação das UFs nas respectivas regiões; participação das regiões no Brasil. Fonte: EPE

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1.1.4 Outros consumos

O conjunto das demais classes de consumo – rural, poder público, iluminação pública, serviço público e próprio – apresentou aumento de 0,9% no segundo trimestre de 2011 e de 3,2% no acumulado de dozes meses. A Tabela 18 e a Tabela 19 a seguir apresentam respectivamente,

os resultados por segmento que compõe o agregado outros consumos e os valores totais em cada região e subsistema elétrico.

Tabela 18. Outros consumos de energia elétrica, por segmento

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Regiões Geográficas

Rural 4.376 4.317 -1,4 29,9 29,2 17.820 18.456 3,6 30,7 30,8

P. público 3.278 3.356 2,4 22,4 22,7 12.643 13.016 3,0 21,8 21,7

I. pública 3.014 3.091 2,6 20,6 20,9 11.917 12.234 2,7 20,5 20,4

S público 3.372 3.417 1,4 23,0 23,1 13.177 13.772 4,5 22,7 23,0

Próprio 616 600 -2,6 4,2 4,1 2.453 2.408 -1,8 4,2 4,0

Total 14.656 14.781 0,9 100,0 100,0 58.010 59.886 3,2 100,0 100,0

Fonte: EPE

Tabela 19. Outros consumos de energia elétrica, por região e subsistema elétrico

II trimestre 12 meses findos em junho

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2010 2011 2010 2011 2010 2011 2010 2011

Regiões Geográficas

Norte 899 870 -3,2 6,1 5,9 3.476 3.517 1,2 6,0 5,9

Nordeste 2.907 2.891 -0,6 19,8 19,6 11.650 12.051 3,4 20,1 20,1

Sudeste 6.589 6.743 2,3 45,0 45,6 25.901 27.038 4,4 44,6 45,1

Sul 2.706 2.707 0,1 18,5 18,3 11.122 11.156 0,3 19,2 18,6

C Oeste 1.555 1.570 0,9 10,6 10,6 5.861 6.125 4,5 10,1 10,2

Subsistemas Elétricos

S Isolados 369 361 -2,1 2,5 2,4 1.613 1.439 -10,8 2,8 2,4

Norte 627 608 -3,1 4,3 4,1 2.438 2.492 2,2 4,2 4,2

Nordeste 2.663 2.638 -1,0 18,2 17,8 10.702 11.034 3,1 18,4 18,4

Sudeste/CO 8.291 8.467 2,1 56,6 57,3 32.136 33.764 5,1 55,4 56,4

Sul 2.706 2.707 0,1 18,5 18,3 11.122 11.156 0,3 19,2 18,6

Total 14.656 14.781 0,9 100,0 100,0 58.010 59.886 3,2 100,0 100,0

Fonte: EPE

O consumo rural representa cerca de 30% do total do segmento. O nível do consumo de eletricidade da classe é em grande parte determinado pela intensidade e frequência na

utilização de sistemas de irrigação que, por sua vez, são atreladas às condições de clima. Por este motivo, a sua evolução é bastante irregular, aumentando nos períodos secos e reduzindo

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 38

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nos períodos chuvosos. No segundo trimestre, o consumo rural apresentou queda de 1,4%, determinada pela redução de 4,1%no Nordeste e de 3,9%no Sul, exatamente pela alta incidência de chuvas.

O setor público apresentou participação no mesmo patamar para as três categorias de consumo, por volta de 20%. No acumulado do segundo trimestre de 2011, iluminação pública e poder público apresentaram praticamente o mesmo crescimento, 2,6% e 2,4%

respectivamente, enquanto serviço público expandiu o consumo em 1,4%.

O Gráfico 28 ilustra os resultados consolidados em cada segundo trimestre de 2008 a 2011 e o Gráfico 29 a evolução mensal do segmento desde 2008.

Gráfico 28. Brasil: outros consumos (TWh) e crescimento (%), II trimestre 2008 a 2011

13,5

13,8

14,7

14,8

1,0 2,36,4

0,9

-30,0

-25,0

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

2008 2009 2010 2011

TWh

Crescimento %

Fonte: EPE

Gráfico 29. Brasil: outros consumos (GWh), 2008 a 2011

4.000

4.400

4.800

5.200

5.600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010 2011

Fonte: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 39

Ministério de Minas e Energia

A Tabela 20 reúne os dados dos outros consumos por região e unidade da federação.

Tabela 20. Outros consumos de energia elétrica, por região e UF

II trimestre Acumulado do ano

GWh ∆%

Estrutura (%) GWh ∆%

Estrutura (%)

2009 2010 2009 2010 2009 2010 2009 2010

Brasil 14.656 14.781 0,9 100,0 100,0 58.010 59.886 3,2 100,0 100,0

Norte 899 870 -3,2 6,1 5,9 3.476 3.517 1,2 6,0 5,9

RO 129 134 3,8 14,3 15,4 500 526 5,1 14,4 15,0

AC 49 55 12,4 5,5 6,3 193 210 8,9 5,5 6,0

AM 232 222 -4,0 25,8 25,6 881 889 0,9 25,4 25,3

RR 37 36 -3,1 4,1 4,2 143 144 0,8 4,1 4,1

PA 305 278 -9,0 34,0 31,9 1.192 1.169 -1,9 34,3 33,3

AP 44 43 -2,2 4,9 5,0 175 174 -0,8 5,0 4,9

TO 102 102 -0,5 11,4 11,7 391 405 3,5 11,3 11,5

Nordeste 2.907 2.891 -0,6 19,8 19,6 11.650 12.051 3,4 20,1 20,1

MA 243 252 3,6 8,4 8,7 944 1.012 7,2 8,1 8,4

PI 128 128 -0,1 4,4 4,4 503 535 6,5 4,3 4,4

CE 465 440 -5,6 16,0 15,2 1.863 1.978 6,1 16,0 16,4

RN 226 205 -9,5 7,8 7,1 911 917 0,7 7,8 7,6

PB 213 210 -1,4 7,3 7,2 830 873 5,2 7,1 7,2

PE 545 547 0,5 18,7 18,9 2.166 2.231 3,0 18,6 18,5

AL 153 157 2,7 5,3 5,4 655 658 0,5 5,6 5,5

SE 136 142 4,6 4,7 4,9 548 577 5,4 4,7 4,8

BA 798 811 1,6 27,5 28,0 3.230 3.270 1,2 27,7 27,1

Sudeste 6.589 6.743 2,3 45,0 45,6 25.901 27.038 4,4 44,6 45,1

MG 1.455 1.511 3,9 22,1 22,4 5.683 5.971 5,1 21,9 22,1

ES 327 320 -2,1 5,0 4,7 1.364 1.335 -2,1 5,3 4,9

RJ 1.464 1.469 0,3 22,2 21,8 5.720 5.831 1,9 22,1 21,6

SP 3.344 3.444 3,0 50,7 51,1 13.134 13.901 5,8 50,7 51,4

Sul 2.706 2.707 0,1 18,5 18,3 11.122 11.156 0,3 19,2 18,6

PR 1.017 1.064 4,7 37,6 39,3 4.011 4.176 4,1 36,1 37,4

SC 582 569 -2,2 21,5 21,0 2.387 2.294 -3,9 21,5 20,6

RS 1.106 1.073 -3,0 40,9 39,6 4.724 4.686 -0,8 42,5 42,0

C Oeste 1.555 1.570 0,9 10,6 10,6 5.861 6.125 4,5 10,1 10,2

MS 240 251 4,6 15,4 16,0 938 991 5,7 16,0 16,2

MT 321 335 4,2 20,7 21,3 1.270 1.320 3,9 21,7 21,6

GO 651 626 -3,8 41,9 39,9 2.346 2.431 3,6 40,0 39,7

DF 343 358 4,4 22,0 22,8 1.307 1.382 5,8 22,3 22,6

Nota: participação das UFs nas respectivas regiões; participação das regiões no Brasil

Fonte: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 40

Ministério de Minas e Energia

1.2 Geração

O montante de energia gerado pelo sistema elétrico nacional no segundo trimestre de 2011 foi de 122.734 GWh, resultado 3,8% acima do total de período em 2010. No Sistema

Interligado Nacional (SIN), o crescimento verificado foi de 3,9%, enquanto nos Sistemas Isolados o acréscimo de 1,0% foi resultando do maior despacho da hidrelétrica Balbina.

A geração hidráulica apresentou elevação de 5,1% em relação ao segundo trimestre de 2010,

sendo que no SIN esta modalidade de geração representou 89,6% da geração total no trimestre, enquanto que nos Sistemas Isolados o aumento da geração hidráulica foi de 55,0%, tendo respondido por 21,3% da energia gerada.

A geração termonuclear apresentou variação de 0,5%, ao passo que a geração eólica, que já havia apresentado decréscimo no primeiro trimestre, repetiu o movimento no segundo trimestre de 2011, apresentando redução de 23,4% em relação ao período em 2010.

Verificou-se a reversão da sequência de aumentos no despacho das usinas termelétricas, cuja geração foi reduzida em 8,8% na análise comparativa entre os segundos trimestres de 2010 e 2011, tendo variado -9,2% no SIN e -7,7% nos Sistemas Isolados. Essa reversão se deveu ao

restabelecimento dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, as quais puderam ser despachadas em patamares superiores de carga, aliviando, com isso, o despacho térmico.

Na Tabela 21 estão discriminados os montantes de geração por fonte e sistema e suas

participações nos segundos trimestres de 2010 e 2011, bem como as variações observadas entre os períodos.

Tabela 21. Brasil: geração de energia elétrica, II trimestre

Fontes 2010 2011

∆ % GWh % GWh %

Hidráulica 105.277 89,0 110.597 90,1 5,1 SIN 104.901 88,7 110.015 89,6 4,9 Sistemas Isolados 376 0,3 582 0,5 55,0

Térmica 8.845 7,5 8.066 6,6 -8,8 SIN 6.513 5,5 5.913 4,8 -9,2 Sistemas Isolados 2.332 2,0 2.153 1,8 -7,7

Nuclear (SIN) 3.830 3,2 3.849 3,1 0,5 Eólica (SIN) 290 0,2 222 0,2 -23,4

Total 118.242 100,0 122.734 100,0 3,8

SIN 115.534 97,7 119.998 97,8 3,9 Sistemas Isolados 2.707 2,3 2.736 2,2 1,0

Fonte: ONS (SIN) e Eletrobras (Sistemas Isolados); Elaboração: EPE

Os níveis dos reservatórios estiveram em condições mais favoráveis do que nos mesmos meses de 2010, com exceção da Região Sul, onde condições pluviais desfavoráveis determinaram o decréscimo relativo da energia armazenada, especialmente no mês de março, quando o

volume acumulado correspondia a 67,8% da capacidade total. A energia armazenada, representada pelo percentual utilizado dos reservatórios do país nos meses do segundo trimestre é apresentada no Gráfico 30.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 41

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 30. SIN: energia armazenada (em percentual do volume máximo)

82,178,9

73,3

88,0 87,9 85,3

Abril Maio Junho

Sudeste/Centro-Oeste

2010 2011

89,495,3

90,289,0

72,667,8

Abril Maio Junho

Sul

2010 2011

99,3 99,3

91,0

98,9 99,892,6

Abril Maio Junho

Norte

2010 2011

77,1 73,4 70,0

89,6 90,085,5

Abril Maio Junho

Nordeste

2010 2011

Fonte: ONS; Elaboração: EPE.

A Curva Bianual de Segurança ou Curva de Aversão ao Risco (CAR), calculada pelo ONS, representa a evolução dos requisitos mínimos de armazenamento de energia de um

subsistema, necessários ao atendimento pleno da carga. Tais requisitos mínimos levam em consideração algumas hipóteses pré-definidas de afluências, intercâmbios inter-regionais e de carga, e de geração térmica, visando garantir níveis mínimos de operação ao longo do

período. Assim, para assegurar o atendimento do mercado e a capacidade de recuperação dos reservatórios, os níveis de armazenamento do reservatório de uma determinada região devem ser mantidos sempre acima da Curva de Aversão ao Risco.

O Gráfico 31 sobrepõe a CAR ao nível de energia armazenada, ilustrando os movimentos observados no segundo trimestre de 2011, quando melhores afluências proporcionaram recuperação nos níveis dos reservatórios, fazendo com que a CAR se situasse em níveis

bastante confortáveis para o sistema.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 42

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 31. SIN: Curva de Aversão ao Risco e Energia Armazenada (%)

0102030405060708090

100

abr-10

mai-10

jun-10

jul-10

ago-10

set-10

out-10

nov-10

dez-10

jan-11

fev-11

mar-11

abr-11

mai-11

jun-11

Sudeste/Centro-Oeste

EA CAR

0

20

40

60

80

100

120

abr-10

mai-10

jun-10

jul-10

ago-10

set-10

out-10

nov-10

dez-10

jan-11

fev-11

mar-11

abr-11

mai-11

jun-11

Sul

EA CAR

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

abr-10

mai-10

jun-10

jul-10

ago-10

set-10

out-10

nov-10

dez-10

jan-11

fev-11

mar-11

abr-11

mai-11

jun-11

Nordeste

EA CAR

Nota: Valores da CAR de 2010 - Biênio 2010/2011; valores de 2011 – Biênio 2011/2012

Fonte: ONS; Elaboração: EPE

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), utilizado para a atribuição do valor da energia comercializada no Mercado de Curto Prazo, é obtido a partir dos modelos matemáticos

NEWAVE15 e DECOMP16, de cujos cálculos é extraída a solução ótima entre o benefício presente do uso da água e o benefício futuro de seu armazenamento, medido em termos da economia esperada dos combustíveis das usinas termelétricas. Com base nas condições

hidrológicas, na demanda de energia, nos preços de combustível, no custo estimado para um possível não atendimento à carga do sistema elétrico, na entrada de novos projetos e na disponibilidade de equipamentos de geração e transmissão, o modelo de precificação obtém a

geração ótima para o período em estudo, definindo a geração hidráulica e a geração térmica para cada submercado. O preço é apurado com base em informações previstas, anteriores à operação real do sistema, considerando-se os valores de disponibilidades declaradas de

geração e o consumo de cada submercado. Como resultado desse processo, são obtidos os Custos Marginais de Operação (CMO) para o período estudado, para cada patamar de carga e para cada submercado, a partir dos quais o PLD é estabelecido.

Determinado semanalmente para cada patamar de carga, o PLD é limitado por preços máximo e mínimo. O preço limite maior é definido como sendo o menor valor entre o preço estrutural da termelétrica mais cara no Programa Mensal de Operação (PMO) de janeiro do ano corrente

e o preço limite do ano anterior corrigido pelo IGP-DI acumulado entre novembro de um ano e novembro do ano consecutivo. O menor valor do PLD permitido pela ANEEL é atualizado pelo custo variável da usina de Itaipu Binacional na primeira semana operativa do mês de janeiro,

corrigido pela média geométrica da taxa de câmbio do dólar americano do ano anterior.

15 Modelo matemático de otimização para o planejamento de Médio Prazo (até cinco anos), com discretização mensal e representação a

sistemas equivalentes, considerando um único reservatório. Seu objetivo é determinar a estratégia de geração hidráulica e térmica em cada

mês dentro do período de estudo, que minimiza o valor esperado do custo de operação para todo o período de planejamento. Um dos

principais resultados deste modelo são as funções de custo futuro, que traduzem para os modelos de outras etapas (de mais Curto Prazo) o

impacto da utilização da água armazenada nos reservatórios.

16 Modelo de otimização processado semanalmente e para o horizonte de Curto Prazo (até 12 meses), representando o primeiro mês em base

semanal e considerando as vazões previstas, a aleatoriedade das vazões do restante do período através de uma árvore de possibilidades

(cenários de vazões) e o parque gerador individualizado (usinas hidráulicas e térmicas por submercado). Seu objetivo é determinar o despacho

de geração das usinas hidráulicas e térmicas que minimiza o valor esperado do custo de operação no primeiro estágio (primeira semana).

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 43

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A Resolução Homologatória nº 1.099, de 14 de dezembro de 2010 da ANEEL, estabeleceu para o ano de 2011 em R$ 12,08/MWh o limite mínimo do PLD e em R$ 689,18/MWh o limite máximo. No Gráfico 32 são apresentados os preços para todos os submercados, no período de

abril a junho dos anos de 2010 e 2011.

Gráfico 32. SIN: Preço de Liquidação das Diferenças (R$/MWh)

21,5

32,3

67,7

12,217,4

31,8

Abril Maio Junho

Sudeste/Centro-Oeste

2010 2011

21,530,1

67,7

12,217,4

31,8

Abril Maio Junho

Sul

2010 2011

24,6 34,0

69,4

12,2 17,231,8

Abril Maio Junho

Nordeste

2010 2011

21,532,4

97,6

12,2 17,231,8

Abril Maio Junho

Norte

2010 2011

Fonte: CCEE; Elaboração: EPE.

1.3 Leilões

Não houve leilão de energia elétrica no segundo trimestre de 2011.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 44

Ministério de Minas e Energia

1.4 Novas Usinas

Foram adicionados 508,8 MW de capacidade ao sistema no segundo trimestre de 2011. O maior acréscimo de geração no país foi em usinas hidrelétricas, com 185,9 MW de potência, dos quais 135,9 MW foram resultantes da unidade geradora número um da UHE Estreito, no

Tocantins.

Tabela 22. Brasil: usinas que iniciaram operação comercial, II trimestre

Período Tipo Nome (Unidade Geradora) UF UG Potência (MW)

Abril

PCH (PIE) Nova Aurora GO UG2 10,5 PCH (PIE) Várzea Alegre MG - 7,5 PCH (PIE) Ângelo Cassol MG - 3,6 UHE (PIE) Estreito TO UG1 135,9 UTE (PIE) Lwarcel SP - 16,3 UTE (PIE) Boa Vista GO - 40,0 PCH

21,6

UHE

135,9 Térmicas

56,3

TOTAL 213,8

Maio

PCH (PIE) Marco Baldo RS - 8,0 UHE (PIE) Rondon II RO UG2 24,5 EOL (PROINFA) Cidreira 1 RS - 70,0 EOL

70,0

PCH

8,0 UHE

24,5

TOTAL 102,5

Junho

PCH (PIE) Passo Ferraz SC - 4,0 PCH (PIE) Novo Horizonte PR - 23,0 PCH (PROINFA) Sapezal MT - 16,0 PCH (PROINFA) Cidezal MT - 17,0 UHE (PIE) São José RS UG2 25,5 UTE (PIE) Eldorado MS - 24,0 UTE (PIE) Santa Teresa PE - 10,0 UTE (PIE) Santa Luzia I MS - 30,0 EOL (PROINFA) Cerro Chato III RS - 10,0 EOL (PROINFA) Santo Antônio SC - 3,0 EOL (PROINFA) Rio do Ouro SC - 30,0 EOL

43,0

PCH

60,0 UHE

25,5

Térmicas

64,0 TOTAL 192,5

II trimestre

EOL

113,0 PCH

89,6

UHE

185,9 Térmicas

120,3

TOTAL 508,8

PROINFA 146,0

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 45

Ministério de Minas e Energia

Fonte: ANEEL; Elaboração: EPE

1.5 Intercâmbios

Itaipu

A energia gerada pela parte paraguaia de Itaipu, em 50 Hz, e enviada ao Brasil através do

subsistema Sudeste/Centro-Oeste foi 7,8% inferior no segundo trimestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior, tendo sofrido redução significativa especialmente no mês de abril, quando se apresentou 17,5% inferior ao mesmo mês no ano de 2010 (Gráfico 33).

Os montantes anuais de energia e potência adquiridos pelas concessionárias brasileiras de energia elétrica são estabelecidos descontando a demanda paraguaia, conforme pactuado no tratado de constituição da usina de Itaipu assinado há 32 anos entre Brasil e Paraguai. Assim,

sempre que o montante contratado por aquele país for diferente do previsto, as variações de energia serão incorporadas aos volumes destinados ao mercado brasileiro.

Gráfico 33. SIN: intercâmbio de energia elétrica através do subsistema Sudeste/Centro-Oeste – Itaipu 50 Hz (MWmed)

4.873

5.024 4.946 4.948

4.021

5.024

4.641 4.562

Abril Maio Junho II Trimestre

2010 2011

Fonte: ONS, 2011; elaboração: EPE

Internacional Sul

Estão autorizadas a importar e exportar para a Argentina até 2.100 MW de potência e respectiva energia elétrica associada, no ano de 2011, as empresas Companhia de Interconexão Energética - CIEN e CGTF - Central Geradora Termelétrica Fortaleza S.A. A

primeira encontra-se localizada em Garruchos, no estado do Rio Grande do Sul, e teve sua autorização concedida na portaria MME nº 178, de 25/03/2011, a segunda, situada no município de Caucaia, no Ceará, foi autorizada através da portaria MME nº 307 de

12/05/2011, publicada em 13/05/2011. No segundo trimestre de 2011 houve exportação de 1.004 MWmed de origem térmica através de Garabi 2, intercâmbio esse classificado como excepcional.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 46

Ministério de Minas e Energia

A Portaria MME nº 2, de 12/01/2011, publicada no DOU de 14/01/2011, autoriza a Tradener Ltda, a exportar até 72 MW de potência, e respectiva energia elétrica associada, para a República Oriental do Uruguai, através da estação conversora de frequência de Rivera, no

Uruguai, e do sistema de transmissão que a interliga à Subestação de Livramento, localizada no Rio Grande do Sul. A autorização tem vigência para o ano de 2011 e atenderá às modalidades e condições estabelecidas nas regras e procedimentos de comercialização e no

Memorando de Entendimentos entre o Ministério de Minas e Energia e o Ministério de Indústria, Energia e Mineração da República Oriental do Uruguai. A Resolução Autorizativa ANEEL nº 2.280, de 23 de fevereiro de 2010, autoriza a Centrais Elétricas Brasileiras S/A – a

importar e exportar energia elétrica, mediante intercâmbio elétrico entre Brasil e Uruguai. Essa autorização vigorará pelo prazo de trinta anos. No segundo trimestre de 2011 houve exportação excepcional de 127 MWmed de energia de origem térmica e 4 MWmed de origem

hidráulica através de Rivera.

Na exportação de energia elétrica caracterizada como excepcional, os montantes exportados devem ser integralmente devolvidos ao Brasil, exceto para a parcela produzida a partir de

fontes térmicas não necessárias ao atendimento do SIN e/ou de origem hidráulica no caso de existência de vertimento turbinável, quando o país importador, Argentina ou Uruguai, deverá ressarcir o sistema brasileiro pelo custo da geração térmica para esta finalidade e pelo PLD no

caso de exportação por fontes hidráulicas quando de vertimentos turbináveis. As perdas no sistema brasileiro são integralmente alocadas para o país importador.

O intercâmbio de energia elétrica através do Subsistema Sul é mostrado no Gráfico 34.

Gráfico 34. SIN: intercâmbio líquido de energia elétrica através do subsistema Sul (MWmed)

15,8 13,4

270,2

99,825,8

223,1

886,6

378,5

Abril Maio Junho II Trimestre

2010 2011

Fonte: ONS; Elaboração: EPE

Sistemas Isolados

No segundo trimestre de 2011 a elevação da importação de energia elétrica da Venezuela através da linha Guri-Boa Vista para suprimento do estado de Roraima foi 187,0% superior à carga requerida no mesmo período em 2010, sendo que nos meses de maio e junho o

montante foi mais de quatro vezes superior, conforme se visualiza no Gráfico 35 a seguir.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 47

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 35. Sistemas Isolados: intercâmbio de energia elétrica com a Venezuela (MWmed)

43,7

17,0 17,6

26,1

81,4

72,1 71,375,0

Abril Maio Junho II Trimestre

2010 2011

Fonte: SISCEN – Banco de dados da ELETRONORTE; elaboração: EPE

1.6 Tarifas

As tarifas de energia elétrica aumentaram 4,8% em média no segundo trimestre de 2011, contra o mesmo período do ano anterior, alçando a tarifa média a R$ 277,90/MWh. A análise histórica aponta crescimento superior ao observado nos últimos quatro trimestres.

Gráfico 36. Brasil: evolução trimestral da tarifa média (R$/MWh)

Fonte: SAD/ANEEL; Elaboração: EPE

Apesar da elevação no crescimento percentual do valor das tarifas, é possível observar que se

deu em nível inferior a inflação medida pelos principais índices de preço de doze meses findos em junho do corrente ano, quando o IPCA fechou em 6,7% e o IGP-M em 8,6%.

Assim como verificado no trimestre anterior, a maior elevação percentual no período ocorreu

na classe rural, que cresceu 7%. Dentre as três classes mais representativas no consumo, verifica-se que a tarifa industrial foi a que sofreu maior alta, com 5,1%, seguida pela residencial, com reajuste de 4,4% e a classe comercial, com 3,6%.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 48

Ministério de Minas e Energia

As tarifas médias praticadas no Brasil no primeiro trimestre dos anos de 2010 e 2011 estão expostas na Tabela 23, desagregadas por classe de consumo, e na Tabela 24, desagregadas por região geográfica.

Tabela 23. Brasil: tarifas médias por classe de consumo (R$/MWh), II trimestre

Classe de consumo 2010 2011 ∆ %

Residencial 297,49 310,65 4,4 Industrial 234,16 246,19 5,1 Comercial 285,63 295,98 3,6 Rural 194,93 214,71 10,1 Poder Público 309,71 319,92 3,3 Iluminação Pública 164,87 173,05 5,0 Serviço Público 205,46 213,38 3,9 Consumo Próprio 299,18 308,53 3,1

Total Brasil 265,09 277,86 4,8

Nota: valores consultados no dia 14/09/2011

Fonte: ANEEL; Elaboração: EPE

Tabela 24. Brasil: tarifas médias por região geográfica (R$/MWh), II trimestre

Região 2010 2011 ∆ %

Centro Oeste 255,53 274,77 7,5 Nordeste 264,79 272,65 3,0 Norte 275,72 289,78 5,1 Sudeste 275,87 281,85 2,2 Sul 241,65 265,46 9,9

Brasil 265,09 277,86 4,8

Nota: valores consultados no dia 14/09/2011

Fonte: ANEEL; Elaboração: EPE

Na análise regional, nas regiões Sul e Centro Oeste foram verificados os maiores reajustes

percentuais. A região Sul já vinha apresentando no trimestre anterior este nível de aumentos e os reajustes tarifários da AES Sul e da RGE, com efeito médio percebido pelo consumidor de 7,56% e 6,74%, respectivamente, sinalizam a manutenção da tendência. Já o reajuste da

COPEL, apresentou menor variação, trazendo efeito médio de 2,99% aos consumidores do estado do Paraná.

Na região Centro Oeste, o efeito médio percebido pelo consumidor foi de magnitude

significativa nos reajustes tarifários da Enersul, em 17,49% e Cemat, de 12.89%.

Destacam-se na região Sudeste, no segundo semestre, os reajustes da CEMIG e CPFL – Paulista com efeitos médios de aproximadamente 7%. Estes valores estão acima da variação da tarifa

média da região nos últimos doze meses, que foi de 2,2%.

Na região Nordeste, os reajustes tiveram valores semelhantes para os casos da COELBA, com 9,92%, Cosern, com 9,86%, Energisa Sergipe, com 11,42%, e CELPE, com 8,27%. Merece

destaque ainda o fato de que a Coelce, que sofreria revisão tarifária em abril, teve suas

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 49

Ministério de Minas e Energia

tarifas congeladas até que se defina a metodologia do terceiro ciclo, não havendo, assim, impacto para os consumidores cearenses.

Ao longo do segundo trimestre de 2011 foram realizados os reajustes tarifários anuais de 26

distribuidoras e os efeitos médios de tais reajustes, por subgrupo tarifário, ocorridos estão listados na Tabela 25.

Tabela 25. Brasil: reajustes tarifários, II trimestre

UF Distribuidora Data Efeito (%)

BT A4 A3a A3 A2 A1 Médio AT Total

MT CEMAT 08/abril 13,16 12,16 11,83 12,53 16,85 12,22 12,89

MG CEMIG-D 08/abril 6,61 8,86 10,23 8,98 10,95 13,90 9,02 7,24

SP CPFL-Paulista 08/abril 6,95 7,79 7,08 2,91 6,81 7,72 7,23

MS ENERSUL 08/abril 18,57 15,27 14,59 9,74 11,30 14,82 17,49

RS AES-SUL 19/abril 6,36 8,34 9,36 7,35 13,80 8,82 7,56

RS Nova Palma 19/abril 6,01 8,63 6,47

BA COELBA 22/abril 9,79 10,01 10,63 10,20 10,03 11,70 10,16 9,92

CE COELCE 22/abril

RN COSERN 22/abril 9,70 10,18 10,80 10,27 9,86

SE ESE 22/abril 10,83 12,05 14,20 12,39 11,42

PE CELPE 29/abril 8,04 8,57 9,06 9,64 8,68 8,27

SP CAIUÁ-D 10/maio 5,63 5,84 0,73 -0,42 5,74 5,67

SP CNEE 10/maio 5,21 6,47 4,54 0,2 1,47 6,05 5,47

SP EDEVP 10/maio 11,02 13,17 13,37 6,42 12,72 11,5

SP EEB 10/maio 5,70 5,17 4,23 3,55 5,12 5,48

MG EMG 18/junho 3,38 2,08 1,54 0,49 2,02 3,07

RJ ENF 18/junho 12,89 14,33 14,86 14,4 13,21

RS RGE 19/junho 6,39 7,27 6,38 6,13 6,80 7,19 6,74

PR COCEL 24/junho 2,78 1,89 1,70 1,89 2,34

PR COPEL-DIS 24/junho 3,16 3,09 2,39 1,08 0,82 1,92 2,77 2,99

MG DMEPC 28/junho

PR CFLO 29/junho 3,18 2,21 2,25 2,22 2,80

RS DEMEI 29/junho 6,15 5,71 5,71 6,12

RS ELETROCAR 29/junho 4,99 3,52 4,6

RS HIDROPAN 29/junho 7,63 7,68 7,65

RS MUX-Energia 29/junho 6,46 6,04 6,26

Notas: (1) BT – baixa tensão; AT – alta tensão; A1 – 230 kV ou mais; A2 – 88 a 138 kV; A3 – 69 kV; A3a – 30 a 44 kV; A4 – 2,3 a 25 kV. (2) Os resultados associados aos efeitos percentuais médios, considerando todos os subgrupos tarifários, contemplam valores referentes às componentes financeiras e econômicas da tarifa do consumidor.

Fonte: Notas técnicas 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 33 SRE-ANEEL. Elaboração: EPE.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 50

Ministério de Minas e Energia

2 HIDROCARBONETOS E BIOCOMBUSTÍVEIS

Os níveis de produção do setor de refino refletiram a estagnação da indústria (Gráfico 37). O resultado da produção física do refino foi uma combinação do ligeiro aumento observado no refino de petróleo e grande redução no refino de álcool. No caso do petróleo, o resultado

positivo ocorreu em virtude dos maiores volumes produzidos nos campos de Cachalote/Baleia Franca, Jubarte, Peroá, Piloto de Lula, Uruguá/Tambaú, Mexilhão e o Teste de Longa Duração (TLD) de Lula Nordeste17.

Gráfico 37. Variação da produção física no refino de petróleo e álcool (%)

-0,2

1,12,7 2,5

-22,3

-11,4

Variação trimestral (contra mesmo trimestre do ano anterior)

Taxa acumulada nos últimos quatro trimestres

Refino de petróleo e álcool

Refino de petróleo

Álcool

Fonte: IBGE. Elaboração: EPE.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo apresentou redução na taxa de crescimento no segundo trimestre de 2011, tendo passado de 2,4% no primeiro trimestre para 1,4%. A inflação

acumulada em quatro meses, contudo, permanece bastante elevada, encerrando o mês de junho em 6,7%, acima, portanto, do teto da meta de inflação18.

Os energéticos voltaram a apresentar contribuição mais acentuada do que o grupo não

energético, 1,9% contra 1,4%, apesar do recuo de 10,1% observado nos preços do álcool. Essa folga nos preços no biocombustível, no entanto, reflete o período de safra cheia.

17

Petrobras. Resultado do primeiro semestre de 2011 18

A meta de inflação do governo é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 51

Ministério de Minas e Energia

Tabela 26. IPCA desagregado: energéticos vs não energéticos (%)

IPCA 2010 2011

12 meses* III Trim. IV Trim. I Trim. II Trim.

IPCA não-energéticos 0,46 2,27 2,45 1,36 6,69

IPCA energéticos 0,89 1,82 2,31 1,73 6,91

Energia elétrica residencial 1,22 0,63 0,05 2,28 4,23

Combustíveis (domésticos) 0,03 0,52 0,98 0,65 2,20

Carvão Vegetal 0,64 -0,42 1,09 -1,70 -0,42

Gás de botijão 0,00 0,58 0,44 0,56 1,59

Gás encanado 0,39 -0,37 7,49 1,67 9,30

Combustíveis (veículos) 0,90 3,03 4,27 1,65 10,17

Gasolina 0,48 2,20 3,12 2,94 9,01

Álcool 6,61 14,69 17,90 -10,13 29,56

Óleo diesel 0,07 -0,09 1,74 -0,11 1,61

Gás veicular 0,07 -1,48 -1,08 3,81 1,24

IPCA Total 0,50 2,23 2,44 1,40 6,71

Nota: * 12 meses findos em junho, peso médio do segundo trimestre de 2011. Fonte: IBGE. Elaboração: EPE.

A balança comercial brasileira fechou o primeiro trimestre com um saldo de US$ 9,8 bilhões, resultado 40,1% maior que o verificado no mesmo período do ano passado, em virtude do

aumento de 34,3% das exportações, que fecharam o trimestre no valor de US$ 67,1 bilhões, enquanto as importações cresceram 33,3%.

De acordo com a Funcex, as exportações brasileiras apresentaram variação positiva em todas

as classes de produto. No período houve acréscimo de 43,7% dos produtos básicos, 30,4% de semimanufaturados e 23,1% de manufaturados.

Com relação às exportações de combustíveis, houve acréscimo de 45,6% em relação ao ano

anterior. No contexto da escassez de oferta de etanol, as vendas de gasolina aumentaram no período, o que, dada a capacidade do parque de refino nacional, traduziu-se em aumento das importações de petróleo, com consequente redução das exportações, tanto de gasolina

quanto de álcool (Tabela 27).

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 52

Ministério de Minas e Energia

Tabela 27. Exportação de combustíveis, II trimestre

Produtos II trimestre 2011

Variação no Trimestre (%) 2011/ 2010

Valor (US$ FOB bilhões)

Preços (US$/t)

∆ Valor (%)

∆ Preços (%)

Petróleo e Derivados 8,7 744,7 49,8 45,6

Gasolina 0,0 1.186,0 -53,1 51,6

Óleos e combustíveis para consumo de bordo 1,4 848,2 65,3 50,8

Óleos e combustíveis 1,1 690,4 68,7 45,4

Óleos lubrificantes 0,0 2.384,7 -12,5 36,9

Óleos brutos de petróleo 6,0 733,1 42,7 45,1

Demais derivados de petróleo 0,1 702,7 408,2 17,2

Álcool Etílico 0,2 905,8 -13,7 29,1

Fonte: MDIC, 2011. Elaboração: EPE

As importações brasileiras seguem em trajetória crescente, estimuladas especialmente pelo câmbio valorizado. No segundo trimestre de 2011 verificou-se um acréscimo de 33,3% nas

importações em comparação com o mesmo período de 2010, da mesma forma que em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando a elevação verificada foi de 19,1%.

Analisando-se as importações conforme as categorias de uso, verifica-se que todos os setores

apresentaram crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para bens de consumo duráveis, que mais que duplicaram o valor importado no período (Gráfico 38).

Segundo o IBGE, o maior crescimento das importações teve grande influência da valorização cambial do período. Entre os produtos que compõem a pauta de importações brasileira, aqueles que tiveram maior variação positiva foram máquinas e equipamentos, indústria

automotiva, minerais não metálicos, produtos químicos e têxteis e vestuário.

Com relação à indústria automotiva, uma analise do IEDI para os seis primeiros meses de 2011 revela que o importado absorveu nada menos do que 68% do crescimento do mercado

brasileiro, cabendo os restantes 32% ao veículo nacional19.

19

Análise IEDI – Indústria: A presença dos importados no setor automotivo brasileiro

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 53

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 38. Variação das importações 2011/2010 (%), por setores

77,9

8,8

114,1

25,7

45,7

Ben

s d

e

cap

ita

l

Ben

s

Inte

rmed

.

Du

ráve

is

o d

urá

veis

Com

bust

ívei

s

Taxa trimestral (contra mesmo trimestre do ano anterior)

62,5

13,3

93,9

27,834,4

Ben

s d

e ca

pit

al

Ben

sIn

term

ed.

Du

ráve

is

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urá

veis

Com

bu

stív

eis

Taxa acumulada dos últimos 4 trimestres

Fonte: MDIC, 2011. Elaboração: EPE. Variação anual com base no acumulado de 12 meses em junho de 2011.

Com relação às importações do setor de combustíveis, observa-se pela Tabela 28 que houve crescimento em todos os itens. De acordo com relatório da Petrobrás20, houve aumento das importações de derivados, principalmente diesel e gasolina, para atender crescimento na

demanda do mercado doméstico. No caso do óleo diesel, a maior importação no período foi decorrente da maior atividade econômica, enquanto para a gasolina o aumento ocorreu em função da maior competitividade em relação ao etanol.

20

Petrobrás. Resultado do primeiro semestre de 2011.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 54

Ministério de Minas e Energia

Tabela 28. Importações de combustíveis, II trimestre

Produtos

II trimestre

2011

(US$ bilhões FOB) ∆ 2011/2010*

(%)

Combustíveis e lubrificantes, minerais e produtos conexos 11,35 45,80

Hulha, coque e briquetes 1,42 41,00

Petróleo, derivados e produtos conexos 8,85 48,67

Gás natural e manufaturado 1,05 27,34

Nota: * II trimestre 2011 / II trimestre 2010. Fonte: MDIC, 2011. Elaboração: EPE.

O preço do petróleo no mercado internacional permaneceu alto no segundo trimestre, com

valores acima de US$100/barril, ainda refletindo a instabilidade política no Oriente Médio e no Norte da África. Na margem, porém, já é possível observar variações negativas nos preços na passagem de abril para maio, -7,9% no Brent e -6,7% no WTI, e de maio para junho, -4,6%

no Brent e -1,1% no WTI. No Gráfico 39 é apresentada a variação no preço do petróleo em relação ao trimestre anterior.

Gráfico 39. Preços do petróleo e índice CRB (variação %)

-1,1 -2,2

11,99,9

9,3

3,0

-2,2

12,6

21,4

11,8

-3,0

4,6

13,3 12,7

0,5

II Tri 10 III Tri 10 IV Tri 10 I Tri 11 II Tri 11

WTI

Brent

CRB

Nota: Variação % em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Fonte: Tendências Consultoria e Energy Information Administration.

Elaboração: EPE.

2.1 Hidrocarbonetos

2.1.1 Petróleo

No segundo trimestre de 2011 foram verificadas fracas alterações na produção e exportação de petróleo, bem como na carga em refinarias, ao contrário das importações, que

apresentaram elevação significativa nesse período. Na análise comparativa dos doze meses findos em junho dos anos de 2010 e 2011, os movimentos relevantes foram a expansão da

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 55

Ministério de Minas e Energia

produção e a redução nas importações. As quantidades e respectivas variações se encontram relacionados na Tabela 29.

Tabela 29. Indicadores da cadeia do petróleo

Carga em refinarias (103 m3)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Produção 29.919,7 30.188,2 0,9 116.535,8 120.544,7 3,4

Importação 5.307,1 5.676,8 7,0 21.599,2 19.951,1 -7,6

Exportação 9.342,2 9.200,8 -1,5 35.163,6 35.336,5 0,5

Carga em refinarias 25.575,3 26.224,3 2,5 104.215,2 107.206,7 2,9

Fonte: ANP; Elaboração: EPE

2.1.2 Diesel

No mercado do óleo diesel ocorreram significativas oscilações no segundo trimestre de 2011,

com a produção e as vendas apresentando incrementos da ordem de 6,0% e 5,0%, respectivamente, enquanto que importações e exportações sofreram reduções de 10,2% e 30,7%, na ordem. Os preços médios ao consumidor apresentaram alta de 1,3%, ao passo que

no produtor e no distribuidor, a elevação verificada foi de 0,6%, com isso, a margem de revenda alcançou nível 5,8% superior. No acumulado de doze meses findos em junho, as principais variações foram observadas em importações, cuja elevação foi de 42,0%, e

exportações, com redução de 43,6%, além das vendas, que apresentaram incremento de 7,2%. Na Tabela 30 são apresentados os indicadores relativos ao óleo diesel para os segundos trimestres de 2010 e 2011, bem como o acumulado de doze meses.

Tabela 30. Indicadores da cadeia do óleo diesel

Óleo diesel

(103 m3)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Produção 10.163,7 10.769,3 6,0 42.204,3 42.810,4 1,4

Importação 2.468,8 2.216,9 -10,2 6.141,0 8.720,9 42,0

Exportação 240,4 166,6 -30,7 1.120,9 632,7 -43,6

Vendas 12.182,5 12.787,7 5,0 46.949,5 50.326,3 7,2

Preços Médios - R$/litro

Produtor 1,3521 1,3607 0,6 1,3485 1,3564 0,6

Distribuidor 1,7443 1,7557 0,6 1,7429 1,7472 0,2

Consumidor 1,9857 2,0110 1,3 1,9858 1,9936 0,4

Margem Média de Revenda 0,2417 0,2557 5,8 0,2430 0,2468 1,5

Fonte: ANP; Elaboração: EPE

No Gráfico 40 é apresentada a evolução mensal dos preços do óleo diesel no segundo trimestre de 2011 em relação ao mesmo período de 2010, tanto na distribuidora quanto para

o consumidor final, ilustrando a tendência de alta.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 56

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 40. Preço médio do óleo diesel (R$/l), II trimestre

Abr Maio Jun Abr Maio Jun

2010 2011

Preço ao Consumidor Preço na Distribuidora

Fonte: ANP; Elaboração: EPE

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) apura o tráfego de veículos pesados nas rodovias de seus associados. Ainda que parcial, esta estatística representa um

indicador da atividade de transporte de cargas por modal rodoviário. Conforme os dados divulgados pela ABCR, o tráfego no segundo trimestre de 2011 superou em 5,1% o do mesmo período de 2010.

2.1.3 Querosene de Aviação (QAV)

A produção nacional de querosene de aviação seguiu em expansão no segundo trimestre de 2011, com crescimento de 17,5% em relação ao segundo trimestre de 2010. Verificou-se também acréscimo nas vendas, 11,4%, nas importações, 8,0%, e nos preços médios no

produtor, 29,3%, ao passo que as exportações sofreram redução de 83,6% no período. Os montantes anualizados ao final de junho apresentaram incrementos significativos em todos os indicadores, quando comparados ao período imediatamente anterior, à exceção das

exportações, que apresentaram modesto acréscimo de 2,8% (Tabela 31).

Tabela 31. Indicadores da cadeia de querosene de aviação

Querosene de aviação (10³ m³)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Produção 1.110 1.305 17,5 4.380 5.135 17,2

Importação 499 539 8,0 1.648 1.924 16,7

Exportação 6,7 1,1 -83,6 25,2 25,9 2,8

Vendas 1.485 1.653 11,4 5.815 6.602 13,5

Preço médio no produtor (R$/l) 1,180 1,525 29,3 1,094 1,287 17,7

Fonte: ANP; Elaboração: EPE

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a atividade relacionada ao transporte aéreo de passageiros no Brasil, representado pelo indicador “passageiro x

quilômetro”, apresentou crescimento de 26,5% no segundo trimestre de 2011, ante o mesmo

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 57

Ministério de Minas e Energia

período de 2010, enquanto o transporte internacional de passageiros realizado por empresas brasileiras cresceu 20,7% no mesmo período.

2.1.4 Gasolina

No segundo trimestre de 2011 foram verificadas elevadas expansões na demanda, produção e

importação de gasolina, tendo esta última registrado expansão de 221,3%, face ao incremento de 23,2% na demanda e de 17,0% na produção. O preço médio final ao consumidor situou-se 10,5% acima dos níveis observados no período em 2010. Os montantes acumulados no período

de doze meses apresentaram oscilações menores, porém também significativas, com aumento de 12,9% na produção de gasolina A, 15,1% nas vendas de gasolina C e 4,1% nos preços finais ao consumidor.

A evolução dos indicadores relativos à gasolina para os segundos trimestres de 2010 e 2011 e para os doze meses findos em junho desses anos é apresentada na Tabela 32.

Tabela 32. Indicadores da cadeia da gasolina

Gasolina (10³ m³)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆% 2010 2011 ∆ %

Produção de Gasolina A 5.092,5 5.958,1 17,0 20.353,5 22.979,1 12,9

Demanda de Gasolina C 7.068,0 8.704,4 23,2 27.870,9 32.083,8 15,1

Importação de Gasolina A 128,6 413,2 221,3 505,111 413,232 -18,2

Exportação de Gasolina A 83,6 22,3 -73,3 1.636,0 833,6 -49,0

Exportações Líquidas de Gasolina A -45,0 -390,9 768,8 1.130,9 420,4 -62,8

Preços Médios - R$/litro

Gasolina A no Produtor (1) 1,5200 1,5460 1,7 1,5300 1,5460 1,0

Gasolina C no Distribuidor 2,1700 2,4390 12,4 2,1881 2,2843 4,4

Gasolina C no Revendedor 2,5483 2,8170 10,5 2,5370 2,6420 4,1

Gasolina C - Margem Média de Revenda (2) 0,3783 0,3773 -0,3 0,3488 0,3575 2,5

Nota: (1) Não inclui ICMS. Inclui CIDE, PIS/PASEP e COFINS, quando aplicável; (2) Margem média bruta de revenda. Fonte: ANP; Elaboração: EPE.

2.1.5 Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

A produção nacional de GLP apresentou crescimento de 4,4% no trimestre, enquanto a demanda interna cresceu 2,5% no mesmo período, ao passo que as importações elevaram-se 8,3%, e em 19,2% no acumulado de doze meses. Os preços do GLP no produtor e para o

consumidor permaneceram estáveis no segundo trimestre de 2011 em relação ao período no ano anterior, enquanto a margem média de revenda teve acréscimo de 1,4%. Na Tabela 33 estão apresentados os principais indicadores relativos ao GLP, com base no segundo trimestre

e nos doze meses findos em junho, para os anos de 2010 e 2011.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 58

Ministério de Minas e Energia

Tabela 33. Indicadores da cadeia do GLP

GLP (10³ m³)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆% 2010 2011 ∆%

Produção 1.931,3 2.016,1 4,4 7.732,1 7.777,3 0,6

Demanda 3.166,6 3.247,0 2,5 12.345,1 12.733,6 3,1

Importação 796,0 862,4 8,3 2.857,5 3.407,5 19,2

Exportação 0,3 5,4 1.482,8 20,4 13,3 -34,7

Preços Médios - R$/kg

P-13 no Produtor (1) 1,0390 1,0400 0,1 1,0393 1,0398 0,05

Outros no Produtor (1) 1,5068 1,5077 0,1 1,4629 1,5079 3,1

Total no Produtor (1) 1,1634 1,1667 0,3 1,1501 1,1673 1,5

Distribuição [R$/botijão de 13 kg] 28,59 28,52 -0,3 28,42 28,42 0,0

Revenda [botijão de 13 kg] 38,53 38,59 0,2 38,01 38,39 1,0

Margem Média de Revenda (2) [botijão de 13 kg] 9,93 10,07 1,4 9,59 9,96 3,9

Nota: (1) Não inclui ICMS. Inclui PIS/PASEP e COFINS, quando aplicável; (2) Margem média bruta de revenda Fonte: ANP; Elaboração EPE.

2.1.6 Óleo combustível

A demanda interna de óleo combustível apresentou retração de 30,6%, acompanhada pela produção que recuou 15,7% em relação ao segundo trimestre de 2010. Por outro lado, as

exportações elevaram-se em 23,9%. Na comparação dos volumes acumulados em doze meses, destacam-se as importações, as quais embora em pequeno volume frente à produção interna elevaram-se 704,0%.

Os preços seguiram apresentando expressivos percentuais de elevação em ambas as bases de comparação e em todas as classes do produto. Os indicadores da cadeia do óleo combustível para o segundo trimestre de 2011 estão apresentados na Tabela 34.

Tabela 34. Indicadores da cadeia do óleo combustível

Óleo combustível(1)

(10³ m³)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆% 2010 2011 ∆%

Produção 3.737,3 3.150,6 -15,7 14.381,4 13.230,0 -8,0

Demanda 1.301,3 902,5 -30,6 5.142,5 4.192,9 -18,5

Importação 0,0 103,8 - 30,4 244,4 704,0

Exportação 1.204,3 1.491,5 23,9 5.283,8 5.249,7 -0,6

Preços Médios no Produtor(2) - R$/kg

A1 0,9145 0,9652 5,5 0,8729 0,9718 11,3

A2 0,9280 0,9910 6,8 0,8747 0,9770 11,7

B1 0,9672 1,0368 7,2 0,9283 1,0031 8,1

Nota: (1)Não inclui consumo do transporte marítimo nacional; (2)Preços no Brasil; Não inclui ICMS. Inclui CIDE, PIS/PASEP e COFINS, quando aplicável.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 59

Ministério de Minas e Energia

2.2 Biocombustíveis

2.2.1 Biodiesel

A demanda de biodiesel corresponde ao volume necessário à adição ao óleo diesel, cujos percentuais são determinados através de portarias do Ministério de Minas e Energia, sendo de

5,0% a parcela estabelecida desde janeiro de 2010. O volume de 639,4 mil m3 demandado no segundo trimestre de 2011 foi 5,0% superior ao período em 2010, ao passo que a produção apresentou elevação de 9,2%. Nos volumes acumulados nos últimos doze meses verificaram-se

variações mais acentuadas, com a produção tendo se elevado em 20,0% e a demanda em 6,9% (Tabela 35).

Tabela 35. Indicadores da cadeia do biodiesel

Biodiesel (103 m3)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Produção 592,6 647,1 9,2 2.087,4 2.505,1 20,0

Demanda 609,1 639,4 5,0 2.111,5 2.257,4 6,9 Fonte: ANP. Elaboração: EPE.

O 22º Leilão de Biodiesel, realizado nos dias 24, 25 e 26 de maio, contou com trinta e oito unidades classificadas, negociando R$ 1.545,3 bilhão e volume correspondente a 700 mil m3. A

região Centro-Oeste foi a principal compradora, tendo arrematado 39,2% do volume comercializado, seguida das regiões Sul, com 34,3%, Sudeste, com 17,6%, Nordeste, com 4,7% e Norte, com 4,2%. O preço médio ponderado foi de R$ 2.207,61/m3, com deságio médio de

5,0%, porém 7,9% acima do verificado no leilão anterior.

Gráfico 41. Preço médio de comercialização de biodiesel nos leilões da ANP (R$/m3)

1.86

0

1.8

64

1.7

47

1.8

62

1.8

67

1.86

3

2.6

91

2.6

65

2.6

05

2.6

10

2.3

88

2.1

55

2.3

09

2.2

66

2.32

7

2.2

36

2.1

06

1.7

43

2.29

7

2.0

46

2.2

08

2°-

30/m

ar.

3°-1

2/jul.

4°-1

2/jul.

5°-1

4/fev.

6°-

14/no

v.

7°-

14/no

v.

8°-

10/a

br.

9°-

11/a

br.

10°-

14/a

go.

11°-

15/a

go.

12°

-24/no

v.

13°

-27/fe

v.

14°

-29/m

aio

15°-

27/a

go.

16°

-17/no

v.

17°

-02/m

ar.

18°

-31/m

aio

19º -0

2/set.

20º -1

9/nov

.

21º -

16/fe

v.

22º -

24/m

aio

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Leilão / Data

R$/

Fonte: ANP. Elaboração: EPE

A soja permanece como a principal matéria-prima empregada na produção de biodiesel no Brasil, sua participação em junho de 2011 foi de 83,3%, seguida da gordura bovina, que respondeu por 12,3% da produção nesse mês (Gráfico 42).

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 60

Ministério de Minas e Energia

Gráfico 42. Participação das matérias-primas na produção de biodiesel (%)

83,3%

12,3%

2,2%

0,9%

1,3%

Óleo de Soja Gordura Bovina Óleo de AlgodãoOutros Materiais Graxos Outros Óleos

Fonte: ANP. Elaboração: EPE

Os preços do óleo de soja no mercado internacional reduziram-se levemente entre os meses

de abril a junho de 2011. Entretanto, como mostra o Gráfico 43 seguinte, o preço médio nos meses do segundo trimestre situou-se 50,1% acima do nível verificado nesse período em 2010.

Gráfico 43. Cotação internacional de óleo de soja (US$/t métrica)

868 833 821

1.279 1.256 1.250

Abr Maio Jun

2010 2011

Fonte: IMF. Elaboração: EPE

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2.2.2 Etanol

A colheita da safra 2011/2012, iniciada no mês de março, teve continuidade no segundo trimestre de 2011 e seus primeiros resultados mostraram-se significativamente inferiores aos

observados na safra anterior. Entidades representantes do setor sucroalcooleiro imputam a redução da produtividade agrícola às condições severas do clima, como as geadas, juntamente com o florescimento da cana-de-açúcar, além de condições adversas na colheita

devido ao maior volume de chuvas nas regiões Sul e Sudeste.

A redução na produção da cana-de-açúcar em 22,0% determinou o expressivo decréscimo nos volumes de seus produtos derivados, à exceção do etanol anidro, utilizado em adição à

gasolina C, cuja produção apresentou acréscimo de 5,6%. A produção de açúcar apresentou redução de 21,8% e do etanol hidratado de 36,2%. A Tabela 36 a seguir, traz relacionados os montantes e as variações entre os segundos trimestres dos anos de 2010 e 2011, assim como

os valores totalizados em doze meses finalizados em junho. Verifica-se que as variações nos montantes anualizados são inferiores às trimestrais, em decorrência das boas condições das safras anteriores.

Tabela 36. Setor sucroalcooleiro: dados de produção consolidados

Produto II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Cana de açúcar (103 t) 217.137 169.304 -22,0 645.130 573.191 -11,2

Açúcar (103 t) 11.601 9.071 -21,8

35.868 35.897 0,1

Etanol Total (103 m3) 9.164 6.802 -25,8

26.911 25.568 -5,0

Etanol hidratado (103 m3) 6.869 4.379 -36,2

19.149 17.910 -6,5

Etanol anidro (103 m3) 2.295 2.423 5,6 7.762 7.658 -1,3

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Elaboração: EPE

A despeito da forte expansão dos preços do etanol no mercado externo, as exportações reduziram-se significativamente em 34,7% na comparação trimestral e em 29,1% no período

de doze meses, findos em junho (Tabela 37). Face à queda da produção nacional de etanol e para fazer frente à demanda, foi necessária a importação de maior volume do produto no segundo trimestre de 2011, totalizando 411,6 milhões de litros, contra apenas 18,0 milhões

de litros no mesmo período do ano anterior.

Tabela 37. Exportações de etanol

Exportações II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Volume (milhões litros) 344,9 225,1 -34,7 2.552,8 1.810,0 -29,1

Valor (US$ FOB/mil litros) 530,5 701,8 32,3 447,9 563,1 25,7

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Elaboração EPE, considerando a densidade de 0,79 kg/l para o álcool etílico, ou etanol.

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De forma similar à produção, os indicadores de vendas de etanol hidratado apresentaram significativa variação entre os trimestres, -39,3%, e de -11,1% nos períodos anualizados. Essa redução se deveu à elevação dos preços do combustível ao consumidor final, os quais

ultrapassaram a faixa de 70% de paridade com o preço da gasolina, abaixo da qual a relação custo versus desempenho do combustível favorece o etanol. Assim, com o consumidor optando pelo abastecimento do veículo “flex” com gasolina, as vendas do seu aditivo, o

etanol anidro, elevaram-se em 32,2%. A Tabela 38 apresenta os dados de vendas de etanol nos períodos analisados, enquanto o Gráfico 44 ilustra a variação ocorrida.

Tabela 38. Vendas de etanol

Vendas (103 m3)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Etanol Total 5.532,73 4.533,73 -18,1 21.942,49 21.670,93 -1,2

Etanol hidratado 3.886,35 2.357,63 -39,3 15.347,84 13.649,98 -11,1

Etanol anidro 1.646,37 2.176,10 32,2 6.594,7 8.020,9 21,6

Fonte: ANP. Elaboração EPE

Gráfico 44. Vendas de etanol combustível (103 m3)

Fonte: ANP; Elaboração: EPE

Os preços médios do etanol hidratado para o consumidor no segundo trimestre de 2011 situaram-se 31,6% superiores ao período em 2010, e 40,7% mais caros para o distribuidor.

Porém, após atingirem o pico no mês de abril os preços repetiram a tendência de reversão observada nos mesmos meses do ano anterior, fechando o trimestre em queda de 17,4% para o consumidor e de 18,5% para o distribuidor.

Por sua vez, o etanol anidro apresentou valorização extrema no segundo trimestre de 2011, na média 92,4% acima dos valores verificados no segundo trimestre de 2010, e no mesmo nível do produto hidratado no mês de abril, quando se situou 159,4% acima dos preços praticados

nesse mês no ano anterior. O Gráfico 45 ilustra os movimentos dos preços do etanol entre os meses de abril a junho dos dois últimos anos.

1.646

2.176

3.886

2.358

2010 2011

II Trimestre

Anidro

Hidratado

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Gráfico 45. Preço do etanol (R$/l)

0,9

03

0,8

41

0,8

30

1,6

84

1,6

41

1,5

37

1,3

41

1,2

94

1,2

03

2,3

42

1,4

15

1,1

97

2,3

45

2,1

17

1,9

37

1,9

95

1,7

79

1,6

26

abr maio jun abr maio jun abr maio jun

Consumidor Distribuidor

Anidro Hidratado

2010

2011

Nota: Preços do anidro sem impostos. Fontes: ANP (hidratado) e CEPEA (anidro); Elaboração: EPE.

2.2.3 Bagaço de cana

Como consequência direta da redução da produção de cana-de-açúcar, o bagaço resultante no segundo trimestre de 2011 foi 22,0% inferior ao obtido em igual período de 2010. Também nos

montantes acumulados verificou-se decréscimo, como relacionado na Tabela 39 a seguir.

Tabela 39. Oferta de Bagaço de Cana

Produção (103 t)

II Trimestre 12 meses findos em junho

2010 2011 ∆ % 2010 2011 ∆ %

Bagaço de cana 59.713 46.559 -22,0 176.627 158.298 -10,4

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Elaboração EPE.

A partir dos leilões de energia de reserva iniciados no ano de 2008, parte do bagaço disponível passou a ser destinado à geração de eletricidade para o sistema elétrico

interligado. Atualmente estão registradas na ANEEL 338 usinas gerando eletricidade a partir do bagaço, totalizando 7.800 MW de potência instalada, em torno de 7,0% da capacidade instalada dos empreendimentos de geração em operação no país.

O Gráfico 46 a seguir ilustra as variações na produção de bagaço, conforme se verifica o ciclo da colheita das safras de cana-de-açúcar, as quais são iniciadas no mês de março. Assim, os meses do segundo trimestre são de retomada da produção.

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Gráfico 46. Bagaço de cana: oferta mensal (106 t)

0

5

10

15

20

25

30

Fonte: MAPA. Elaboração: EPE

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3 GÁS NATURAL

O balanço do gás natural conforme sua origem e destinação no segundo trimestre dos anos de 2010 e 2011 e nos períodos de doze meses findos em junho de cada ano é apresentado na Tabela 40 a seguir.

Tabela 40. Gás natural: balanço (milhões m3/dia)

Origem / Destinação II Trimestre 12 meses findos em

junho

2010 2011 ∆% 2010 2011 ∆%

Produção Nacional 62,1 65,5 5,5 59,9 64,7 8,0 Reinjeção 12,5 12,1 -3,0 12,2 11,8 -3,9 Queima e perda 6,7 3,8 -43,2 8,2 5,3 -35,6 Consumo nas unidades de E&P 10,2 10,2 0,2 9,3 9,9 5,9 Consumo em transporte e armazenamento/ajustes 2,9 2,3 -20,3 2,8 2,7 -2,0 Absorção em UPGNs (GLP, C5+) 3,6 3,6 -1,0 3,4 3,6 4,6

Oferta de gás nacional ao mercado 26,3 33,6 27,6 24,0 31,5 31,3

Oferta de gás importado 28,3 26,5 -6,2 24,3 33,9 39,2

Oferta Total ao Mercado 54,6 60,1 10,1 48,4 65,4 35,3

Industrial (1) 34,3 40,3 17,5 32,7 38,2 17,0 Automotivo 5,4 5,4 -0,7 5,6 5,4 -3,9 Residencial 0,8 0,9 10,8 0,8 0,8 9,9 Comercial 0,6 0,7 5,8 0,6 0,7 7,0 Geração de Energia Elétrica (1) 9,9 8,9 -10,2 5,2 16,4 213,6 Cogeração 2,8 3,0 7,4 2,8 3,1 10,1 Outros 0,7 0,9 35,0 0,7 0,8 16,9

Nota: (1) inclui consumo direto do produtor Fonte: Boletim do Gás Natural (MME); Elaboração: EPE.

A produção nacional de gás natural seguiu em elevação na comparação entre os segundos trimestres de 2010 e 2011, com aumento de 5,5%. No mês de junho foram produzidos 67,3

milhões de m3/dia, o segundo maior volume mensal já produzido no país, somente 2,8% inferior ao volume atingido no mês de dezembro de 2010, quando atingiu 69,2 milhões de m3/dia. Na análise do período de doze meses findos em junho verificou-se expansão de 8,0%.

O volume de gás reinjetado apresentou queda de 3,0% no segundo trimestre, comparativamente ao mesmo período de 2010. Em queima e perda, o volume médio de 3,8 milhões de m3/dia registrado no segundo trimestre de 2011 situa-se 43,2% menor que os

volumes registrados em igual período de 2010, quando a média era de 6,7 milhões de m3/dia. No acumulado em doze meses, o volume de 5,3 milhões de m3/dia teve redução de 35,6%, em relação aos doze meses anteriores. Por sua vez, o consumo nas unidades de E&P permaneceu

estável na comparação entre os trimestres e elevou-se 5,9% na comparação entre os períodos anualizados.

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Dessa forma, o crescimento da produção no país conjugado aos decréscimos de queima e perda e reinjeção, elevou a oferta de gás natural nacional em 27,6% maior no período abril a junho de 2011 em relação ao período em 2010 e em 31,3% no período de doze meses

encerrado em junho de 2011 em relação ao período precedente.

A redução do despacho térmico para geração de eletricidade no segundo trimestre de 2011 determinou a ampliação da participação relativa do segmento industrial no consumo geral de

gás natural. Porém, quando são comparados os períodos de doze meses findos em junho, constata-se que a geração elétrica salta de uma participação de 11% ao final de junho de 2010, para 25% ao final de junho de 2011, determinando, assim, a retração na participação

dos demais segmentos (Gráfico 47).

Gráfico 47. Destinação do gás natural (%)

63% 67% 68%58%

10%9% 12%

8%

18% 15% 11%25%

9% 9% 10% 8%

2010 2011 2010 2011

II trimestre 12 meses findos em Junho

Industrial Automotivo Geração de Energia Elétrica Outros Fonte: Boletim do Gás Natural (MME); Elaboração: EPE

3.1 Mercado de distribuição de gás

O volume de gás natural comercializado pelas distribuidoras no Brasil atingiu o nível médio de 47,05 milhões m3/dia no segundo trimestre de 2011, volume 4,9% superior ao verificado no mesmo período em 2010. A expansão teve como principal determinante o incremento no

segmento industrial, dado que o volume de 29,48 milhões m3/dia foi 14,0% maior que o montante consumido nesse segmento no mesmo período do ano anterior.

O segmento de geração elétrica foi o segundo maior consumidor de gás natural também no

segundo trimestre de 2011. Entretanto, o volume de 6,65 milhões m3/dia apresentou-se 21,0% inferior ao utilizado no mesmo período de 2010. Houve redução da geração térmica a gás natural em todas as regiões do país, à exceção da região Norte, na qual o estado do Amazonas

respondeu integralmente pela impressionante variação apresentada na Tabela 41 a seguir. Esse estado, com consumo de 1,63 milhões m3/dia, respondeu por 99,7% do consumo na região e 24,5% do total nacional do segmento de geração elétrica. Por sua vez, a região

Sudeste teve a participação significativamente reduzida, passando a 46,1% nesse trimestre,

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 67

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contra 76,8% no período anterior. Da mesma forma, na região Nordeste ocorreu redução no consumo, -23,2%, tendo essa região representado 29,3% do total do segmento.

Movimento contrário apresentou o segmento de cogeração, cuja expansão de 7,3% no

consumo resultou em um volume total de 3,04 milhões m3/dia nos meses de abril a junho deste ano, determinando a permanência da modalidade na quarta posição de consumo geral.

No mercado do gás natural veicular verificou-se a continuidade na tendência de queda

iniciada nos meses finais de 2008, porém menos acentuadamente e mesmo com reversão em algumas regiões, como no Sul, onde o crescimento foi de 5,1% em relação ao consumo no segundo trimestre de 2010, bem como no Centro-Oeste, cuja expansão foi de 7,1%. O

montante absorvido no segmento veicular no primeiro trimestre de 2011 foi de 5,39 milhões m3/dia, apenas 1,2% inferior ao volume do mesmo período no ano anterior.

Os segmentos residencial, comercial e outros, que inclui o insumo para matéria-prima,

apresentaram significativa expansão comparativamente entre os segundos trimestres de 2011 e 2010. O montante de 2,49 milhões m3/dia desses segmentos foi 10,5% superior ao volume do período no ano de 2010.

Dentre as regiões do país, excetuando-se a região Norte onde o uso para geração de energia elétrica impulsionou fortemente a expansão do mercado do gás, foi da região Sul o melhor desempenho no segundo trimestre de 2011, com vendas 12,9% acima do nível obtido no

período em 2010. Na maior região consumidora, a região Sudeste com 67,3% do total, o fraco incremento no consumo em 1,7% resultou, principalmente, da redução no uso do gás natural para geração de eletricidade.

Ao final de junho de 2011 o mercado do gás natural no país contava com 20.035,9 km de redes de distribuição e 1.960.149 clientes. Em relação ao mesmo mês de 2010, o número de clientes aumentou 8,9% e a rede apresentou expansão de 7,3%.

Tabela 41. Gás natural: variação do consumo (%), II trimestre

Segmento Região

Industrial Automotivo Residencial Comercial

Geração de

energia elétrica

Cogeração Outros Total

Norte - 26,7 - - - - - 65.260,9 Nordeste 3,1 -4,9 24,0 0,9 -23,2 10,0 16,7 -3,5 Sudeste 16,1 -1,4 9,6 5,2 -47,4 4,8 160,3 1,7 Sul 14,9 5,1 26,7 19,7 - 5,7 27,5 12,9 C Oeste -10,8 7,2 13,2 -8,5 -96,3 -8,5 -87,3 -44,4

Total 14,0 -1,2 10,0 5,8 -21,0 7,3 14,9 4,9 Notas: 1) Variação contra mesmo trimestre do ano anterior. 2) A partir do mês de abril, o GNC passou a ser incluído no respectivo segmento de consumo. Fonte: ABEGAS; Elaboração: EPE

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3.1.1 Consumo Industrial

O volume absorvido pelo segmento no segundo trimestre de 2011, incluindo o consumo do produtor, foi de 40,26 milhões m3/dia, com incremento de 17,5% sobre o período em 2010.

Essa expansão alçou a participação do consumo industrial para 67,0% do consumo total, 4,0% superior à participação detida no segundo trimestre de 2010.

As distribuidoras estaduais forneceram ao segmento industrial 29,48 milhões m3/dia de gás

natural no período em análise, os quais foram destinados a 2.699 clientes, quantidade 3,9% superior ao número de consumidores registrados no mês junho de 2010.

Na região Sudeste foi absorvido 75,3% do total do gás natural destinado ao segmento

industrial no segundo trimestre de 2011. A expansão de 16,1%na região elevou para 22,19 milhões m3/dia a demanda do segmento no período. Os estados de Minas Gerais e Espírito Santo foram os principais responsáveis pelo excelente desempenho da região, 77,0% do

montante adicional consumido se deu nesses estados, que registraram expansões da ordem de 74,2% e 72,3% e cujos volumes atingiram 2,81 milhões m3/dia e 2,80 milhões m3/dia, respectivamente. Também no Rio de Janeiro a expansão foi significativa, da ordem de 10,4%,

resultando em volume de 3,94 milhões m3/dia. Por sua vez, o principal consumidor da região, o estado de São Paulo, atingiu o volume de 12,63 milhões m3/dia, com modesta elevação de 2,7%.

A região Nordeste ocupou a segunda colocação no “ranking” do segmento industrial, tendo sido responsável por 12,8% do volume de gás natural consumido entre os meses de abril a junho deste ano. Nessa região, o volume adicional absorvido foi de 113,11 mil m3/dia,

alçando o montante a 3,76 milhões m3/dia. Os estados do Nordeste apresentaram oscilações diversas, com retração de 16,8% e 5,5% no consumo dos estados de Alagoas e Paraíba, pela ordem, e expansão nos demais. A maior alta foi verificada no estado do Ceará, 39,4% e

volume adicional de 71,38 mil m3/dia, o que representou 63,1% do acréscimo verificado na região no período. Bons resultados também foram obtidos pelos estados do Rio Grande do Norte, cujo aumento de 19,4% implicou em volume adicional de 38,21 mil m3/dia, Sergipe,

com alta de 9,5% e adição de 13,69 mil m3/dia, e Pernambuco, que apresentou elevação de 5,3% e de 39,95 mil m3/dia. No estado da Bahia foi consumido o montante de 1,78 milhões m3/dia nesse segmento, resultante de elevação de 1,4% no período em questão

comparativamente ao ano anterior.

Na região Sul, o incremento de 14,9% verificado no segundo trimestre de 2011, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, elevou o total do segmento para 3,38

milhões m3/dia, tendo o estado do Rio Grande do Sul como principal responsável. Esse estado agregou 380,56 mil m3/dia ao consumo industrial nesse período, volume que representou uma elevação de 37,9% sobre igual período em 2010. Por sua vez, o maior consumidor de gás

natural na região, o estado de Santa Catarina, obteve expansão de 4,3% e de 59,81 mil m3/dia, com o volume total atingindo 1,47 milhões m3/dia nesse período. A menor participação no segmento industrial na região é detida pelo estado do Paraná, cujo volume de

524,35 mil m3/dia representou 15,5% do total comercializado entre os meses de abril a junho deste ano na região e foi 0,3% inferior ao montante desses meses em 2010.

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A região Centro-Oeste contribuiu com 0,5% do total de gás natural comercializado ao segmento industrial no segundo trimestre de 2011, totalizando 157,22 mil m3/dia, volume 10,8% abaixo do atingindo no período em 2010, e praticamente restrito ao estado de Mato

Grosso do Sul.

O Gráfico 48 apresenta as variações do consumo industrial de gás e da produção industrial.

Gráfico 48. Indústria: variações no consumo de gás natural e na produção, II trimestre 2011 vs 2010

Brasil

Ceará

Pernambuco

Bahia

Minas Gerais

Espirito Santo

Rio de JaneiroSão Paulo

Paraná

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

-20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

∆ P

rod

uçã

o In

du

stri

al

∆ Consumo de Gás Natural na Indústria

II Trimestre 2011 x 2010

Fonte: IBGE (PIM-PF) e ABEGAS (Consumo de gás); Elaboração: EPE.

No segundo trimestre de 2011, o consumo de gás natural na indústria apresentou forte expansão no país21, encontrando maior impulso nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Mesmo com a retração da produção industrial em

alguns estados, situação de Ceará, Pernambuco, Santa Catarina e Bahia, houve elevação no consumo de gás natural, fato que evidencia a competitividade do gás frente aos energéticos concorrentes nesse período.

21

A região Norte não apresentou consumo de gás natural no segmento até o período em análise.

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3.1.2 Geração de Energia Elétrica

No segundo trimestre de 2011 foram utilizados 6,65 milhões m3/dia de gás natural para

geração de energia elétrica. Esse volume representou uma redução de 21,0% em relação ao mesmo período em 2010 e decorreu da menor necessidade de geração termelétrica, dada a recuperação dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a característica de

complementaridade das geradoras termelétricas no Brasil.

A Tabela 42 apresenta os montantes de cada região, suas respectivas participações no volume total consumido no segmento, juntamente com a variação observada entre os segundos

trimestres de 2010 e 2011.

Tabela 42. Gás natural: consumo para geração de energia elétrica (milhões m³/dia)

Região II Trim. 2011 II Trim. 2010 Variação

Volume Participação (%) Volume Participação (%) II Trim. 2011 x 2010

Norte 1,6 24,5 - - -

Nordeste 1,9 29,3 2,5 30,1 -23,2

Sudeste 3,1 46,1 5,8 69,1 -47,4

Sul 0,0 0,1 - - -

C Oeste 0,0 0,0 0,1 0,1 -96,3

Total 6,6 100,0 8,4 100,0 -21,0

Fonte: ABEGAS; Elaboração: EPE

A maior redução em volume de gás natural utilizado na geração de eletricidade se deu na região Sudeste, onde deixaram de ser consumidos 2,76 milhões m3/dia, correspondentes a uma queda de 47,4% sobre o volume empregado no segundo trimestre de 2010. Nessa região,

a potência instalada a partir do gás natural no segundo trimestre de 2011 atingia 5.891 MW e apenas o estado do Espírito Santo não contava com unidades de geração térmica dessa fonte. A participação da região no consumo do segmento teve redução de 23,0% entre os períodos

analisados.

Na região Nordeste, cuja geração termelétrica a gás natural está concentrada nos estados de Pernambuco e Ceará, verificou-se redução de 587,39 mil m3/dia no consumo do segmento,

implicando em queda de 23,2% na comparação entre os segundos trimestres de 2010 e 2011. Essa região foi a segunda maior consumidora do produto com o fim de geração elétrica, participando com 29,3% do total e totalizando 1,95 milhões m3/dia no segundo trimestre de

2011.

Inaugurada nos meses finais de 2010 e restrita ao estado do Amazonas, a geração termelétrica a partir do gás natural na região Norte respondeu por 24,5% do total do segmento no país no

segundo trimestre de 2011, quando foram consumidos 1,63 milhões m3/dia com essa finalidade.

Na região Centro-Oeste não houve geração termelétrica a partir do gás natural no segundo

trimestre de 2011, enquanto que na região Sul o consumo foi mínimo, 5,71 mil m3/dia no período, totalmente absorvidos no estado do Paraná.

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3.1.3 Gás Natural Veicular (GNV)

O gás natural veicular seguiu a tendência de queda iniciada nos meses finais de 2008, porém menos acentuadamente e mesmo revertendo em algumas regiões, como no Sul e no Centro-Oeste. O montante absorvido no segmento veicular no segundo trimestre de 2011 foi de 5,39

milhões m3/dia, apenas 1,2% inferior ao volume do mesmo período no ano anterior.

Na principal região consumidora, a região Sudeste onde foram comercializados 3,68 milhões m3/dia, a redução no volume de 50,67 mil m3/dia ocorrida no segundo trimestre de equivale a

1,4% comparativamente ao período em 2010. Porém, a queda não ocorreu em todos os estados da região, como no Rio de Janeiro, onde se verificou expansão de 34,03 mil m3/dia e consequente elevação de 1,3%, assim como Espírito Santo, onde a pequena expansão em

volume, de 6,07 mil m3/dia, implicou em expansão de 6,2% entre os períodos em análise. Por sua vez, o estado de São Paulo teve o montante de GNV no segundo trimestre de 2011 reduzido em 78,09 mil m3/dia, equivalente a uma parcela 8,0% inferior ao período em 2010.

Em Minas Gerais foi verificada a maior redução proporcional, com o consumo do segmento tendo se situado 10,2% menor em comparação ao segundo trimestre de 2010. Nesse estado a redução no volume foi de 12,61 mil m3/dia.

Na região Nordeste, apenas os estados do Maranhão e do Piauí não dispõem de fornecimento de GNV. Os demais estados totalizaram 967,35 mil m3/dia de gás natural comercializados no segmento veicular entre os meses de abril a junho de 2011. Esse volume, porém, foi 4,9%

menor que o atingindo no mesmo período em 2010, com queda no consumo em todos os estados. Na Bahia, maior estado consumidor da região, o volume absorvido entre os meses de abril a junho de 2011 atingiu 191,20 mil m3/dia, sendo 1,8% inferior ao consumo do período

em 2010. Porém, a maior redução em volume foi observada no estado do Rio Grande do Norte, 14,67 mil m3/dia entre os períodos em análise, correspondentes a queda de 8,4% e reduzindo o montante a 159,20 mil m3/dia. Em termos percentuais, destaca-se a variação

ocorrida no estado de Sergipe, -11,9%, determinando queda de 11,70 mil m3/dia no volume comercializado em relação ao período em 2010 e fazendo com que o estado passasse a ocupar a última posição no segmento na região, com 86,36 mil m3/dia. Em Pernambuco, a demanda

sofreu queda de 5,3%, retraindo-se a 170,34 mil m3/dia, ao passo que no Ceará foram consumidos 170,01 mil m3/dia, com redução de 4,3%, em Alagoas foram demandados 97,85 mil m3/dia, com queda de 1,4%, e na Paraíba, o volume de 92,39 mil m3/dia foi 4,7% inferior

ao fornecido no segundo trimestre de 2010.

Na região Sul do país foram fornecidos 685,76 mil m3/dia ao segmento de gás natural veicular no segundo trimestre de 2011, volume 5,1% maior que o atingido em igual período de 2010. A

maior expansão se deu no estado do Paraná, cujos 13,43 mil m3/dia adicionais importaram em acréscimo de 16,2% no período, alçando o montante consumido nesse estado a 96,35 mil m3/dia no segundo trimestre de 2011. Por sua vez, em Santa Catarina, o maior consumidor da

região, um volume adicional similar ao verificado no estado do Paraná, agregou 3,8% no montante, que atingiu 366,54 mil m3/dia. Finalmente, no estado do Rio Grande do Sul foram consumidos 222,87 mil m3/dia, com acréscimo de 2,9% comparativamente entre os períodos.

O pequeno volume em relação ao total do país comercializado nas regiões Norte e Centro-Oeste no segundo trimestre de 2011, respectivamente 3,2 mil m3/dia e 44,4 mil m3/dia, foi significativamente superior ao fornecido em igual período do ano anterior, pela ordem 26,7%

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 72

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e 7,2%. Na região Norte, o estado do Amazonas respondeu pela totalidade do consumo, ao passo que na região Centro-Oeste o gás natural veicular é comercializado em todos os estados. Nessa região, fortes incrementos percentuais foram verificados nos estados de Goiás,

17,0%, e Mato Grosso, 14,6%, entretanto, a maior elevação no consumo entre os segundos trimestres de 2010 e 2011 ocorreu no Distrito Federal, com acréscimo de 2,81 mil m3/dia, equivalentes a 27,9%. Por outro lado, no principal consumidor da região, o estado do Mato

Grosso do Sul, o consumo sofreu decréscimo de 4,2%, determinando o volume de 22,91 mil m3/dia fornecidos no segundo trimestre de 2011.

Na Tabela 43 estão listadas as tarifas do GNV por região, enquanto o Gráfico 49 mostra a

relação entre a variação do consumo de GNV e a variação nos preços.

Tabela 43. Gás Natural Veicular: tarifa (R$/m3), II trimestre

Região 2010 2011 ∆%

C Oeste 1,77 1,75 -1,07 Nordeste 1,78 1,79 0,47 Norte 1,64 1,65 0,88 Sudeste 1,57 1,56 -0,49 Sul 1,70 1,74 2,21

Brasil 1,60 1,62 1,02

Nota: Preço ao consumidor. Fonte: ANP. Elaboração: EPE

Gráfico 49. GNV: variações no preço e no consumo, II trimestre

NorteNordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Brasil

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

-10,0 -5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

∆ P

reço

s d

o G

NV

∆ Consumo de GNV

II Trimestre2011 x 2010

Fonte: ANP e ABEGAS. Elaboração: EPE

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 73

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3.1.4 Consumo Residencial

O mercado residencial do gás natural apresentou expansão de 10,0% no segundo trimestre de 2011 em relação ao período em 2010. O volume adicional comercializado foi de 84,03 mil

m3/dia, elevando o total do segmento para 924,15 mil m3/dia, correspondentes a 2,0% do total do gás natural comercializado pelas distribuidoras no período.

A região Sudeste foi absorvido 93,6% do volume adicional agregado ao segmento residencial,

ou 78,67 mil m3/dia. A expansão de 9,6%verificada nessa região elevou o volume para 897,27 mil m3/dia, o que equivaleu a 97,1% do mercado residencial total no país no segundo trimestre de 2011. Dentre os estados da região, a maior parcela incremental foi obtida em

São Paulo, onde a demanda apresentou elevação de 14,7%, alçando o total do estado para 547,74 mil m3/dia. De forma semelhante, o estado do Espírito Santo apresentou significativa elevação, 15,3%, entretanto, o estado foi o menor consumidor proporcional da região, com

5,34 mil m3/dia no período. Por sua vez, o estado do Rio de Janeiro teve o consumo do segmento residencial elevado em 2,3% na comparação entre os segundos trimestres de 2010 e 2011, totalizando 344,19 mil m3/dia.

A região Sul apresentou a maior expansão percentual no segmento residencial, de 26,7%, o que alçou a região à segunda posição no consumo do segmento, com volume de 13,36 mil m3/dia. O estado do Paraná respondeu por 79,3% do mercado da região e apresentou

incremento de 2,06 mil m3/dia no segundo trimestre de 2011, que foram equivalentes a 24,1% sobre o volume comercializado nesse segmento em igual período do ano anterior e corresponderam a 73,1% do acréscimo de volume ocorrido na região entre os meses de abril a

junho de 2011. No Rio Grande do Sul, o montante consumido no período foi de 1,74 mil m3/dia, com elevação de 56,2% sobre 2010, ao passo que em Santa Catarina o aumento de 14,6% observado, resultou no volume de 1,02 mil m3/dia.

Na região Nordeste a demanda do segmento residencial se encontra em franca expansão, com elevação verificada de 24,0% no segundo trimestre de 2011 contra igual período de 2010. O volume total comercializado atingiu 12,63 mil m3/dia, dos quais 45,0% se deram no estado de

Alagoas, onde a expansão foi de 14,5%. Segundo maior consumidor da região, o estado da Bahia apresentou aumento de 33,1%, totalizando 2,17 mil m3/dia. Na sequência, Sergipe com 2,11 mil m3/dia, apresentou elevação de 18,2%. Com menores volumes proporcionais

comercializados, os estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte responderam por 21,0% do total da região, tendo também registrado fortes elevações percentuais no consumo do segmento, pela ordem 67,8%, 19,7%, 131,5% e 138,3%.

A região Centro-Oeste registrou uma demanda de 0,89 mil m3/dia, limitada ao estado do Mato Grosso do Sul e superior em 13,2% a verificada no segundo trimestre de 2010.

O segmento residencial contava com 1.931.515 unidades consumidoras no mês de junho de

2011, 9,0% acima da quantidade registrada no mês em 2010.

3.1.5 Consumo Comercial

O segmento comercial do gás natural registrou elevação de 5,8% em relação ao segundo trimestre de 2010, encerrando o período em 2011 com 669,62 mil m3/dia.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 74

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O consumo na região Sudeste, onde foram absorvidos 84,6% do total comercializado no segmento, teve uma expansão de 5,2%, acrescendo 28,05 mil m3/dia ao volume total demandado no período. No estado de São Paulo, onde foram consumidos 313,58 mil m3/dia,

equivalentes a 55,3% do total da região, a elevação foi de 7,0%, correspondentes a 72,7% do incremento ocorrido. O segundo maior consumidor da região, o estado do Rio de Janeiro com 13,3% do total, apresentou pequena elevação de 1,7%, ao passo que em Minas Gerais onde

foram consumidos 24,79 mil m3/dia, ou 11,6% do montante, foi registrada acentuada elevação de 15,1%. Por último, no estado do Espírito Santo o aumento foi de 15,0%, tendo totalizado 5,29 mil m3/dia.

As regiões Sul e Nordeste dividem a segunda posição no consumo total do segmento comercial, com aproximadamente 50 mil m3/dia cada, porém enquanto na primeira foi registrada forte elevação de 19,7% na demanda no segundo trimestre de 2011 em relação a

2010, na região Nordeste o acréscimo foi de apenas 0,9%.

Dentre os estados da região Sul, o maior consumo do segmento foi verificado no Rio Grande do Sul, onde o volume de 22,53 mil m3/dia no período foi 23,6% superior ao ano anterior. Em

Santa Catarina, a elevação de 19,4% obtida resultou no total de 14,90 mil m3/dia, ao passo que no estado do Paraná, o incremento de 13,9% elevou o montante para 12,76 mil m3/dia.

Na região Nordeste ocorreu retração no consumo nos estados da Bahia, -6,3%, e de

Pernambuco, -13,3%, respectivamente o primeiro e segundo maiores consumidores da região. A Bahia deteve parcela correspondente a 55,2% do total comercializado no segmento entre os meses de abril a junho de 2011, totalizando 27,57 mil m3/dia, enquanto Pernambuco encerrou

o período com 6,84 mil m3/dia, ou 13,7% do total. Nos demais estados, cujo volume conjunto foi de 15,53 mil m3/dia, a expansão foi vigorosa, atingindo 91,8% no Rio Grande do Norte, 52,2% na Paraíba, 31,7% no Ceará, 13,4% em Sergipe e 11,8% em Alagoas, este último o

terceiro em volume na região, com total de 6,62 mil m3/dia no período.

Na região Centro-Oeste, onde o estado do Mato Grosso do Sul respondeu integralmente pela demanda do segmento, foi verificado decréscimo de 8,5% comparativamente ao segundo

trimestre de 2010. A redução de 0,26 mil m3/dia retraiu o volume total para 2,79 mil m3/dia no segundo trimestre de 2011.

O número de clientes no segmento comercial foi 4,8% maior em junho de 2011, em relação ao

mês em 2010, totalizando 24.117 unidades.

3.1.6 Cogeração

No segmento de cogeração foram absorvidos 3,04 milhões m3/dia de gás natural no segundo trimestre de 2011, correspondentes a 6,5% do volume total comercializado no país e 7,3%

acima do total do período em 2010.

A região Nordeste representou 46,1% do consumo ocorrido entre os meses de abril a junho deste ano, com volume de 1,40 milhões m3/dia e 10,0% superior em relação aos mesmos

meses de 2010. No estado da Bahia, o volume total de 1,34 milhões m3/dia do período, ou 95,6% do total da região, foi 12,0% maior em mesma base de comparação. Dentre os demais estados, apenas Pernambuco apresentou elevação no consumo, 22,1%, atingindo 26,53 mil

m3/dia.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 75

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Na região Sudeste, responsável por 36,7% do volume total no período, ou 1,12 milhões m3/dia, houve expansão de 4,8%, como resultado do incremento de 7,9% ocorrido no estado de São Paulo, equivalentes a 66,93 mil m3/dia. Esse estado é o principal consumidor da região com

81,4% do total. No Rio de Janeiro, onde o volume total atingiu 166,76 mil m3/dia, verificou-se redução de 10,4%, ao passo que no Espírito Santo a elevação de 8,1% alçou o montante para 40,65 mil m3/dia. Em Minas Gerais não houve registro de consumo no segmento nesse período.

O consumo de 519,63 mil m3/dia do segmento de cogeração na região Sul do país foi compartilhado entre os estados do Rio Grande do Sul e Paraná na proporção de 52,3% e 47,7%, respectivamente. Entre os segundos trimestres de 2010 e 2011 houve acréscimo de 5,7% no

volume total, sendo que no Rio Grande do Sul o incremento de 7,3% elevou o volume para 271,57 mil m3/dia, enquanto que no Paraná o montante de 248,06 mil m3/dia foi 4,0% superior.

Também no segmento de cogeração foi verificada redução de 8,5% no consumo da região Centro-Oeste entre os trimestres em foco, estando similarmente restrita a demanda ao estado do Mato Grosso do Sul, em volume igual a 4,35 mil m3/dia.

De acordo com a ABEGAS, no mês de junho de 2011 estavam registrados 52 clientes no segmento de cogeração no país, quantidade 10,6% maior que a registrada no mesmo mês de 2010.

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 76

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4 REFERÊNCIAS UTILIZADAS

ABCR [Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias]. <http://www.abcr.org.br>

ABEGAS [Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado]. <http://www.abegas.org.br>

ANAC [Agência Nacional de Aviação Civil]. <http://www.anac.gov.br>

ANEEL [Agência Nacional de Energia Elétrica]. <http://www.aneel.gov.br>

ANFAVEA [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores].

<http://www.anfavea.com.br>

ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis]. <http://www.anp.gov.br>

CCEE [Câmara de Comercialização de Energia Elétrica]. <http://www.ccee.org.br>

CEPEA [Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada]. <http://www.cepea.esalq.usp.br>

CNI [Confederação Nacional da Indústria]. <http://www.cni.org.br>

CONAB [Companhia Nacional de Abastecimento]. <http://www.conab.gov.br>

COPAM/EPE [Comissão Permanente de Análise e Acompanhamento do Mercado de Energia

Elétrica/Empresa de Pesquisa Energética].

CRB [Commodity Research Bureau]. <http://www.crbtrader.com>

EIA [Energy Information Administration]. <http://www.eia.doe.gov>

ELETROBRAS [Centrais Elétricas Brasileiras S.A.]. <http://www.eletrobras.com>

ELETRONORTE [Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.]. <http://www.eln.gov.br>

FGV [Fundação Getúlio Vargas]. <http://www.fgv.br>

GasNet. <http://www.gasnet.com.br>

IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]. <http://www.ibge.gov.br>

IBRAM [Instituto Brasileiro de Mineração]. <http://www.ibram.org.br>

IMF [International Monetary Fund]. <http://www.imf.org>

IPEA [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada]. <http://www.ipea.gov.br>

MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior].

<http://www.desenvolvimento.gov.br>

MME [Ministério de Minas e Energia]. <http://www.mme.gov.br>

ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico]. <http://www.ons.org.br>

OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo]. <http://www.opec.org>

PETROBRAS [Petróleo Brasileiro S.A.]. <http://www.petrobras.com.br>

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 77

Ministério de Minas e Energia

PLATTS. <http://www.platts.com>

UNICA [União da Indústria de Cana-de-Açúcar] <http://www.unica.com.br>

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 78

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5 ANEXO

Séries mensais de consumo de energia elétrica na rede, por classe de consumo, segundo a Unidade da Federação (I e II trimestre de 2011)

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 79

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CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (GWh) – TOTAL GERAL

REGIÃO UF

2011

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Brasil 35.644 35.206 36.087 35.816 35.343 34.962

Norte 2.208 2.056 2.229 2.212 2.254 2.318

RO 189 179 175 188 185 196

AC 61 60 55 58 59 61

AM 389 378 394 395 400 422

RR 51 43 48 49 47 45

PA 1.335 1.225 1.379 1.340 1.371 1.397

AP 66 66 62 63 66 68

TO 117 107 115 120 126 128

Nordeste 5.982 5.494 5.995 5.957 5.888 5.803

MA 992 898 968 983 1.017 1.013

PI 192 176 173 179 177 187

CE 744 698 707 711 711 728

RN 372 374 382 378 362 368

PB 350 337 349 356 354 336

PE 951 886 978 968 919 899

AL 326 266 313 358 268 288

SE 295 264 300 293 291 271

BA 1.759 1.595 1.825 1.732 1.788 1.713

Sudeste 19.182 19.155 19.315 19.291 18.846 18.675

MG 4.426 4.305 4.338 4.449 4.398 4.491

ES 837 835 861 821 806 786

RJ 3.366 3.311 3.258 3.101 3.029 2.737

SP 10.553 10.704 10.859 10.921 10.612 10.660

Sul 6.103 6.320 6.259 6.008 5.983 5.857

PR 2.140 2.236 2.213 2.212 2.284 2.175

SC 1.555 1.649 1.654 1.573 1.535 1.538

RS 2.408 2.436 2.392 2.223 2.164 2.144

Centro Oeste 2.168 2.181 2.289 2.347 2.372 2.309

MS 353 352 363 372 356 328

MT 444 447 522 510 516 502

GO 885 905 936 965 992 1.007

DF 486 477 469 500 508 472

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 80

Ministério de Minas e Energia

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (GWh) – RESIDENCIAL

REGIÃO UF

2011

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Brasil 9.833 9.420 9.501 9.238 9.150 8.888

Norte 496 452 478 472 486 521

RO 69 66 63 67 68 72

AC 28 27 24 25 26 26

AM 108 99 108 100 104 114

RR 26 21 23 25 23 22

PA 188 168 186 180 187 207

AP 34 34 32 32 33 35

TO 43 37 42 42 46 46

Nordeste 1.752 1.595 1.706 1.679 1.660 1.608

MA 164 153 150 163 165 170

PI 88 78 79 80 79 81

CE 267 234 238 242 246 244

RN 128 125 131 129 126 124

PB 117 107 108 116 115 110

PE 349 319 347 344 325 306

AL 89 81 90 89 76 83

SE 76 70 78 78 74 65

BA 474 429 484 438 454 425

Sudeste 5.256 5.085 5.129 4.937 4.857 4.678

MG 811 727 790 759 748 719

ES 181 187 184 174 160 152

RJ 1.219 1.220 1.166 1.081 1.040 882

SP 3.045 2.951 2.989 2.922 2.909 2.925

Sul 1.603 1.599 1.491 1.433 1.434 1.411

PR 536 535 506 515 561 512

SC 426 429 396 371 339 352

RS 641 634 589 547 535 548

Centro Oeste 726 689 697 716 714 670

MS 114 112 116 112 110 95

MT 140 132 143 144 145 136

GO 301 286 277 292 285 288

DF 172 158 161 168 174 152

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 81

Ministério de Minas e Energia

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (GWh) – INDUSTRIAL

REGIÃO UF

2011

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Brasil 14.471 14.493 15.182 15.345 15.273 15.402

Norte 1.144 1.072 1.198 1.170 1.190 1.177

RO 34 32 35 34 32 35

AC 3 3 3 3 3 3

AM 134 142 140 144 146 146

RR 1 1 1 1 1 1

PA 951 875 999 965 983 968

AP 3 3 3 3 3 3

TO 17 16 18 20 21 20

Nordeste 2.300 2.103 2.426 2.408 2.400 2.373

MA 680 608 674 669 700 682

PI 20 20 17 18 18 21

CE 168 184 192 185 186 193

RN 93 107 106 104 100 104

PB 101 105 115 110 113 103

PE 239 230 255 247 243 245

AL 120 72 119 153 98 112

SE 125 107 127 125 130 124

BA 754 670 820 797 812 788

Sudeste 8.238 8.296 8.345 8.607 8.433 8.626

MG 2.666 2.632 2.571 2.716 2.669 2.785

ES 414 396 426 415 426 407

RJ 833 757 750 733 757 725

SP 4.325 4.511 4.599 4.743 4.581 4.709

Sul 2.264 2.469 2.600 2.556 2.614 2.598

PR 840 897 911 918 938 933

SC 647 725 777 742 760 754

RS 777 847 912 896 916 911

Centro Oeste 526 553 613 603 636 628

MS 81 82 87 93 88 88

MT 125 130 159 148 158 154

GO 268 291 314 311 330 327

DF 53 51 53 52 60 58

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 82

Ministério de Minas e Energia

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (GWh) – COMERCIAL

REGIÃO UF

2011

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Brasil 6.255 6.333 6.373 6.301 6.013 5.732

Norte 287 270 281 287 294 317

RO 42 40 39 42 41 44

AC 13 12 11 12 12 12

AM 77 74 76 78 78 84

RR 11 9 10 11 10 10

PA 105 97 106 105 111 123

AP 15 15 14 14 16 16

TO 24 22 24 25 26 27

Nordeste 900 863 913 906 871 852

MA 69 63 67 71 69 73

PI 40 37 37 40 38 41

CE 142 135 135 139 134 142

RN 72 72 75 74 70 71

PB 58 56 56 58 57 55

PE 173 170 194 186 175 167

AL 50 50 48 52 46 46

SE 41 39 42 41 40 36

BA 255 242 261 245 242 222

Sudeste 3.483 3.569 3.547 3.506 3.311 3.114

MG 506 474 493 500 479 453

ES 128 135 131 128 117 113

RJ 807 827 813 776 739 666

SP 2.042 2.133 2.110 2.101 1.977 1.883

Sul 1.111 1.149 1.130 1.079 1.038 978

PR 409 433 427 423 423 384

SC 275 290 281 266 249 244

RS 427 427 422 390 365 350

Centro Oeste 472 482 500 523 498 469

MS 74 75 77 81 74 65

MT 88 93 111 108 102 99

GO 160 165 167 175 167 162

DF 150 150 145 160 155 143

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 83

Ministério de Minas e Energia

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (GWh) – OUTROS

REGIÃO UF

2011

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Brasil 5.085 4.959 5.032 4.933 4.908 4.940

Norte 281 262 272 283 285 302

RO 44 41 39 44 44 45

AC 18 17 17 18 18 20

AM 70 62 71 73 72 78

RR 12 11 13 12 13 12

PA 90 85 88 90 90 98

AP 14 14 13 14 15 14

TO 32 31 32 32 34 36

Nordeste 1.030 932 950 964 958 969

MA 79 74 77 81 83 88

PI 44 41 40 42 42 44

CE 167 146 143 145 145 149

RN 79 70 71 70 66 69

PB 74 69 69 71 70 68

PE 190 167 182 191 175 181

AL 68 63 55 62 47 47

SE 53 49 52 49 47 45

BA 275 253 260 252 281 278

Sudeste 2.206 2.206 2.294 2.242 2.244 2.257

MG 444 472 484 473 503 535

ES 113 117 120 103 103 114

RJ 507 507 529 511 493 464

SP 1.142 1.109 1.160 1.154 1.146 1.143

Sul 1.125 1.103 1.037 940 897 870

PR 356 370 368 355 363 347

SC 208 205 199 195 187 187

RS 562 528 470 390 347 336

Centro Oeste 443 456 480 504 524 542

MS 84 83 83 87 85 79

MT 91 93 109 110 110 114

GO 157 163 178 187 209 230

DF 111 117 110 120 119 119

NOTA TÉCNICA DEA 17/11- Boletim de Conjuntura Energética – (2º trimestre de 2011) 84

Ministério de Minas e Energia