boas prÁticas fitossanitÁrias do algodÃo · fim desta semana todos os cotonicultores da região...
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INFORMATIVO Nº 154 AGOSTO/2017
BOAS PRÁTICAS
FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO
www.ampasul.com.br
Ampasul realiza
levantamento prévio dos dados
de manejo do algodão da safra
2016/2017 e registra queda no número
de aplicações para o controle do
bicudo.
Informativo Nº 154 Agosto de 2017
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Chapadão do Sul
Em Chapadão do Sul, o processo da colheita do algodão
está na fase final. A área semeada com algodão safra no
município foi de 5758 hectares e em 98% desta área já
foi realizada a colheita, essa modalidade representa
71% da área semeada com algodão no município; a
produtividade média está estimada em
aproximadamente 300@ de algodão em caroço por
hectare. Já o algodão de segunda safra, que representa
29% da área semeada (2273 hectares) com algodão no
município tem 80% da sua área colhida
aproximadamente e a produtividade média está em
torno de 220@ de algodão em caroço por hectare.
De acordo com os dados coletado da Estação
Meteorológica da AMPASUL, entre os dias 15 e 20 de
agosto houve um acúmulo de precipitação
pluviométrica superior a 30 milímetros, essas
precipitações vieram acompanhadas de uma frente fria
que interferiram negativamente na evolução da colheita
do algodão no Núcleo, visto que no mesmo período na
safra passada o processo de colheita do algodão no
município já havia sido finalizado.
Por outro ângulo, estas precipitações contribuíram para
a rebrota da soqueira, propiciando melhor ambiente
para a destruição química dos restos culturais. Neste
Núcleo a maioria dos cotonicultores já fazem o
processo de destruição química da soqueira do algodão,
em alguns casos particulares a destruição da soqueira é
realizada de forma mecânica (Foto 1 e 2).
Vale lembrar que o Vazio Sanitário oficial se inicia no
dia 15 se setembro e termina no dia 30 de novembro
para esta Região.
Nesta safra, o ciclo médio do algodão safra foi de
aproximadamente 189 DAE (dias após emergência) até
o momento da desfolha. Durante o ciclo da cultura, a
principal praga a ser combatida foi o bicudo do
algodoeiro, o número de pulverizações com defensivos
Fotos 1 e 2. Resteva de algodão destruída por processo mecânico e
rebrota do algodão safra, respectivamente.
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agrícolas para o controle desta praga teve uma
redução de 15% se comparada com a safra passada,
nesta safra foram necessárias 12 intervenções
químicas para o controle do bicudo do algodoeiro, já
na safra anterior foi necessário realizar 14 aplicações
específicas para o controle da praga. Outra praga que
demandou alto índice de pulverizações para o seu
controle foi o pulgão, sendo necessário em média 7
aplicações; para o controle de ácaros e mosca branca
foram necessárias realizar cinco pulverizações e para
o controle de percevejo foram necessárias três
aplicações específicas.
Em relação ao complexo de lagartas, nas cultivares
convencionais e/ou que não expressam a tecnologia
Bt, foi necessário realizar 15 pulverizações específicas
para o controle de lagartas; nas cultivares que
apresentam as tecnologias Cry1Ab + Cry1F
(WideStrike) e Cry1Ac (Bollgard I), foi necessário em
média 6 intervenções químicas para o controle de
lepidópteros, nas cultivares que expressam as
tecnologias Cry1Ac + Cry2Ab (Bollgard II) e Cry1Ab
+ Cry2Ae (TwinLink), não foi necessário realizar a
intervenção química para o controle destas pragas.
No que diz respeito ao complexo de doenças, a
mancha de Ramulária é a principal doença do
algodoeiro e consequentemente demanda o maior
número de pulverização para o seu controle, no
município foi necessário realizar em média 7
pulverizações específicas para o seu controle; em
média os produtores realizaram o primeiro tratamento
com fungicidas na cultura em torno dos 40 DAE (dias
após a emergência).
Em relação ao manejo de plantas daninhas, na região é
comum utilização de herbicidas pré-emergentes nas
lavouras de algodão; durante a condução da lavoura o
número médio de pulverizações para controle de
plantas daninhas nos algodoeiros resistentes ao
glufosinato de amônio, glifosato e convencional, ou
seja, sem resistência a herbicidas ficou em média 3
pulverizações ao logo do ciclo da cultura.
Costa Rica e Alcinópolis
No município de Costa Rica, a colheita do algodão
safra está na fase final, com pouco mais de 95% da
área colhida, a localidade está prestes a encerrar a
colheita do algodão safra (foto 3). Estima-se que até o
fim desta semana todos os cotonicultores da região
encerrem a atividade de colheita do algodão nesta mo-
Gráfico 1. Representação para Chapadão do Sul.
20
1412
5,57 5,63,67
0
5
10
15
20
25
2014/15 2015/16 2016/17
PULVERIZAÇÃO X BAS
Nº DE APLICAÇÕES BAS
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dalidade, restando apenas o algodão de segunda safra
e/ou safrinha, que iniciou na terceira semana de agosto
e até o momento está com pouco mais de 30% da área
colhida. Por sua vez, o município de Alcinópolis
encerrou a colheita do algodão safra, porém segue a
colheita do algodão de segunda safra. No núcleo a
produtividade média do algodão safra está em torno de
330@ de algodão em caroço por hectare, já a produção
do algodão de segunda safra está próxima de 250@.
Conforme observado nos dados da estação
meteorológica situada na região de Baús em Costa
Rica, no dia 20 de agosto houve um acúmulo
precipitado superior a 46 milímetros, ocasionando
prejuízos na aparência visual da pluma, deixando-as
com um aspecto escorrido (Foto 4).
Nesta safra, o ciclo médio do algodão safra foi de
aproximadamente 190 DAE (dias após emergência) até
o momento da desfolha. Durante o ciclo da cultura, a
principal praga a ser combatida foi o bicudo do
algodoeiro, o número de pulverizações com defensivos
agrícolas para o controle desta praga teve uma redução
de 21% se comparada com a safra passada, nesta safra
foram necessárias 11 intervenções químicas, já na safra
anterior foram necessárias 14 aplicações. Outra praga
que demandou alto índice de pulverizações para o seu
controle foi o pulgão, que teve em média 6 aplicações;
para o controle de ácaros foram necessários 5
pulverizações e mosca branca foi necessário realizar 6
pulverizações; para o controle de percevejo foram
necessárias três aplicações especificas.
Em relação ao complexo de lagartas nas cultivares
convencionais e/ou que não expressam a tecnologia Bt,
foram realizadas em média 14 pulverizações, nas
cultivares que apresentam as tecnologias Cry1Ab +
Cry1F (WideStrike) e Cry1Ac (Bollgard I), foi neces-
Foto 3. Área de algodão safra no município de Costa Rica em ponto
de colheita.
Foto 4. Pluma com aspecto
escorrido após
precipitações.
Gráfico 2. Representação para Costa Rica.
18
14
11
14,86
4,12
0,72
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
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PULVERIZAÇÃO X BAS
Nº APLICAÇÕES BAS
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sário em média 7 intervenções químicas para o
controle de lepidópteros e nas cultivares que expressam
as tecnologias Cry1Ac + Cry2Ab (Bollgard II) e
Cry1Ab + Cry2Ae (TwinLink), teve em média uma
intervenção química lembrando que nessas tecnologias
deve-se monitorar a evolução da lagarta para ver se a
tecnologia vai ser suficiente para realizar o controle
dessas pragas, entretanto alguns cotonicultores
realizaram o controle dessas lagartas ainda neonatas.
A mancha de Ramulária também é a principal doença
nessa região e como em Chapadão do Sul utilizou-se 7
aplicações específicas para seu controle em média. Os
produtores realizaram o primeiro tratamento com
fungicidas na cultura em torno dos 35 DAE (dias após
a emergência). Já para o manejo de plantas daninhas
foram feitas 3 aplicações nos algodoeiros resistentes ao
glufosinato de amônio, glifosato e convencional, ou
seja, sem resistência a herbicidas e também é utilizado
o pré emergente, além de alguns casos ser necessário a
capina no algodão convencional.
Sidrolândia, Aral Moreira e Campo Grande
Aral Moreira e Sidrolândia são os primeiros
municípios do Estado que irão semear o algodão safra
2017/18, em Aral Moreira o término do vazio sanitário
é dia 30 de agosto, já em Sidrolândia o vazio sanitário
encerra dia 15 de outubro. Pensando em monitorar a
população de bicudo no pré-safra, ambos os
municípios já instalaram as armadilhas de feromônio
para a captura de bicudo (foto 5). O armadilhamento
pré-safra deve ser realizado e monitorado durante as
nove semanas que antecedem a semeadura do algodão
safra, pois é através da leitura das armadilhas que é
gerado o BAS (bicudos/armadilha/semana), que irá
indicar qual o manejo a ser adotado durante o ciclo da
cultura para combater o bicudo.
Cursos e treinamento
Entre o período de Janeiro a Agosto deste ano a
Ampasul desenvolveu alguns cursos e treinamentos
visando a capacitação de sua equipe técnica e das
equipes técnicas da fazendas, dentre eles podemos
destacar o curso de técnico executor em aviação
agrícola que foi realizado em parceria com o CBB-
Centro Brasileiro de Bioaeronáutica e foi
supervisionado pelo MAPA- Ministério da
AgriculturaPecuária e Abastecimento, no qual foram
treinados 24 alunos; também foram realizados dois
cursos da NR-31.8 nas Fazendas São Paulo e Catléia,
em parceria com o Projeto Sustentabilidade e foram
treinadas 37 pessoas. Além desses treinamentos foram
realizados eventos como os Circuitos Tecnológicos do
Algodão com os temas Doenças e Nematóides, Pragas
Foto 5. Armadilha de
feromônio para captura de
bicudo.
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e Qualidade Total de Aplicação com 179 participantes;
e também foi realizada a Visita Técnica aos Campos
de Cultivares localizados na Fazenda Indaiá e Garrote
com a participação de 85 pessoas.
A equipe técnica da AMPASUL também participou de
diversos eventos tendo por objetivo ampliar o
conhecimento sobre novas cultivares, manejo adotado
em outras regiões e trocas de experiências sendo
destacado a participação no Tecnoagro, no Top Farms,
em dias de campo em parceria com outras empresas e
também a participação em treinamentos internos da
associação.
Manejo de solos
Há muitos benefícios no plantio de coberturas
outonais para melhoria do perfil do solo (foto 6),
usada de maneira correta pode minimizar perdas de
produtividades nas culturas principais de grãos e
pluma, causadas por doenças de solo, nematóides,
compactação, entre outros, a AMPASUL está
realizando um trabalho sobre as espécies de plantas de
cobertura cultivadas na entre safra para melhoria da
qualidade do solo, já que o percentual de plantio de
algodão safra viabiliza essa prática. É claro que há
vários fatores que impedem que isso aconteça de
forma ampla como a questão econômica, a dificuldade
de visualizar os benefícios a curto prazo e a falta de
parecer técnico que indique qual a melhor cultura a
ser instalada no talhão pesquisado. Algumas culturas
de inverno não têm alto valor agregado mas sabemos
que elas também trabalham como condicionador para
o solo, em nossa região há preferência para as culturas
de milho e sorgo que trazem maior rentabilidade, por
outro lado ajudam a aumentar o número de
nematóides, deixando que a rotação de cultura se
limite entre soja, milho e algodão na maioria dos
casos.
O levantamento técnico realizado pela AMPASUL nas
propriedades verificou que 11,9% da área analisada do
estado não utilizou rotação de cultura sendo algodão
sobre algodão, as coberturas de inverno e pré-plantio
foram de milheto com nabo 4,63%, consórcio milho
com brachiaria 4,63%, nabo 1,67% (foto 7), brachiaria
0,33%, aveia 0,28%, crotalária 0,89%, milheto
67,84% (pré-plantio), plantio direto de algodão nas
resteva de soja e milho ficou em 18,78%, e no sistema
plantio convencional algodão sobre algodão 0,95%.
Resultados foram obtido na pesquisa feita nos 96% da
área plantada no estado na safra 2016/2017.
Foto 6. Cobertura outonal.
Foto 7. Cobertura de nabo
Redação e ElaboraçãoEng.° Agr. ° Robson Santos
Tec. Agrícola Marcelo CairesAssist. Projetos Andressa Marks
Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca.