boas prÁticas fitossanitÁrias do algodÃo · culturas de inverno na resteva do algodão (foto 8)....

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Rodovia MS 306 km 108 Cx. Postal 134 CEP 79560-000 Chapadão do Sul – MS Fone/Fax: (67) 3562-3498 / 3562-4563 www.ampasul.com.br 1 Informativo Nº 151 – Segunda Quinzena de Junho de 2017 BOAS PRÁTICAS FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO Núcleo 1 – Chapadão do Sul e Cassilândia Mais da metade das propriedades produtoras de algodão iniciaram os trabalhos de colheita, enfardamento e transporte do algodão safra. As prévias de produtividades até o momento são razoáveis, 285 arrobas por hectare, mas a expectativa da maioria das áreas é ficar próxima a 300 arrobas para o algodão safra (Foto 1). As características da pluma estão boas (Foto 2). O clima seco tem favorecido esta qualidade e a umidade no momento da colheita está sendo controlada de forma sistemática para não ocorrerem problemas no momento do beneficiamento. As equipes de campo das unidades produtoras acompanham de perto a evolução da colheita para ficar atentas às boas práticas de colheita. Com o final do ciclo da cultura, as áreas que houve baixa eficiência no controle do bicudo durante o ciclo apresentam uma população final da praga alta em alguns pontos dos talhões (Foto 3 e 4). A situação escapou do controle principalmente naquelas áreas próximas aos refúgios da praga e outras em que a pulverização aérea ou terrestre não conseguiu realizar uma boa aplicação do produto (às Foto 1. Algodão safra pronto para ser colhido. Foto 2. Plantas com bom aspecto nas plumas a serem colhidas no campo.

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Page 1: BOAS PRÁTICAS FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO · culturas de inverno na resteva do algodão (Foto 8). A média alcançada nestes dois municípios que finalizaram a colheita foi de 270

Rodovia MS 306 km 108 Cx. Postal 134 CEP 79560-000 Chapadão do Sul – MS

Fone/Fax: (67) 3562-3498 / 3562-4563 www.ampasul.com.br

1

Informativo Nº 151 – Segunda Quinzena de Junho de 2017

BOAS PRÁTICAS FITOSSANITÁRIAS DO ALGODÃO

Núcleo 1 – Chapadão do Sul e Cassilândia

Mais da metade das propriedades produtoras de algodão iniciaram os trabalhos de colheita,

enfardamento e transporte do algodão safra. As prévias de produtividades até o momento são

razoáveis, 285 arrobas por hectare, mas a expectativa da maioria das áreas é ficar próxima a 300

arrobas para o algodão safra (Foto 1).

As características da pluma estão boas (Foto 2). O clima seco tem favorecido esta qualidade

e a umidade no momento da colheita está sendo controlada de forma sistemática para não ocorrerem

problemas no momento do beneficiamento. As equipes de campo das

unidades produtoras acompanham de perto a evolução da colheita

para ficar atentas às boas práticas de colheita.

Com o final do ciclo da cultura, as áreas que houve baixa

eficiência no controle do bicudo durante o ciclo apresentam uma

população final da praga alta em alguns pontos dos talhões (Foto 3 e

4). A situação escapou do controle principalmente naquelas áreas

próximas aos refúgios da praga e outras em que a pulverização aérea

ou terrestre não conseguiu realizar uma boa aplicação do produto (às

Foto 1. Algodão safra pronto para ser colhido.

Foto 2. Plantas com bom aspecto nas

plumas a serem colhidas no campo.

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Rodovia MS 306 km 108 Cx. Postal 134 CEP 79560-000 Chapadão do Sul – MS

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vezes por descuido), são estas: margens de cerca e postes, bordaduras próximas às vias de trânsito,

principalmente rodovia e ferrovia, área próximas a plantações de eucalipto, onde o avião geralmente

aplica mais alto ou fecha antes a pulverização, sem fazer os arremates finais. Sendo assim, é de suma

importância que as equipes de campo fiquem atentas para que nestas áreas seja feito algum controle

adicional (catação de botão e estruturas atacadas caídas, pulverização costal (atomizador) se

necessário, uso de tecnologias atrai-e-mata, super armadilhamento com feromônio também pode ser

uma opção de retirada de adultos do ambiente, e ficar atento a saída da praga para os refúgios, assim

então controlar as mesmas no momento após a roçada.

Pulgões não controlados adequadamente provocaram o aparecimento de melado e fumagina

na pluma de algumas cultivares de ciclo mais tardio, que rebrotaram no ponteiro; inclusive, houve

deposição de substância açucarada na pluma dos capulhos do terço inferior já abertos. O ideal é

prevenir este problema que afeta a qualidade da fibra, com a realização do controle da praga, para

evitar problemas na comercialização.

Em Chapadão do Sul, o campo

demonstrativo de cultivares da AMPASUL

está localizado na fazenda Indaiá, neste

núcleo o campo foi semeado na

modalidade safra (Foto 5). Sua semeadura

foi realizada em dezoito de dezembro e

está com aproximadamente 190 DAE (dias

após emergência). No campo são

comparadas dez cultivares com diferentes

tecnologias, onde produtores, técnicos,

Foto 3 e 4. Larva e pupa de bicudo encontrado em áreas próximas a ferrovia e divisa com eucalipto.

Foto 5. Campo Demonstrativo de Cultivares Safra.

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gerentes, agrônomos e pessoas ligadas ao setor puderam acompanhar o desenvolvimento e

características de cada cultivar ao longo do ciclo.

Nesta semana foi realizada a aplicação de desfolhante e maturador para acelerar o processo

de abertura das maçãs, estima-se que a colheita do campo seja realizada na segunda quinzena de julho.

Ao longo do ciclo da cultura foram necessárias dezessete aplicações para o controle do bicudo; em

relação ao complexo de lagartas, nas cultivares que não expressam tecnologia Bt foram necessárias

dezoito aplicações para o controle de lepidópteros, já nas cultivares que apresentam tecnologias

Bollgard II e TwinLink não foi necessário realizar intervenções química, já nas cultivares Bollgard I

e WideStrike foram necessárias quatro aplicações. Em relação ao complexo de doenças, foram

realizadas seis aplicações específicas para o controle de Ramulária.

Núcleo 2 – Costa Rica e Alcinópolis

Segue o processo de colheita do algodão safra no município de Costa Rica (no Informativo

anterior tinha sido anunciado o início da colheita regional). Entretanto, até o momento apenas

quarenta por cento dos cotonicultores iniciaram tal operação (Foto 6). A colheita segue em ritmo

lento, sendo que algumas propriedades estão realizando os ajustes finais nos maquinários para darem

início a colheita. Até o momento foi colhido doze por cento da área semeada com algodão safra e a

produção média está torno de 340 arrobas de algodão em caroço por hectare.

Neste Núcleo, em cinquenta e

cinco por cento da área de algodão safra

foram realizadas aplicações com

desfolhantes e/ou maturadores. Vale

lembrar que o uso de inseticidas no

momento da desfolha é fundamental para

a diminuição da população de bicudo de

final de safra.

Os algodoais semeados na modalidade de segunda safra estão na fase final de seu ciclo,

iniciando o processo de abertura de maçãs.

No município de Alcinópolis está localizado o campo demonstrativo de cultivares de segunda

safra da AMPASUL (Foto 7). A semeadura do campo demonstrativo de segunda safra foi realizada

em dezoito de janeiro e está com aproximadamente 170 DAE (dias após emergência). No campo são

comparadas dez cultivares com diferentes tecnologias, onde produtores, técnicos, gerentes,

Foto 6. Início colheita algodão safra no município de Costa Rica.

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agrônomos e pessoas ligadas ao setor também puderam acompanhar o desenvolvimento e

características de cada cultivar ao longo do ciclo.

Neste campo, em relação ao bicudo

do algodoeiro já foram realizados onze

tratamentos para seu controle; em relação ao

complexo de lagartas, nas cultivares que não

expressam tecnologia Bt foram necessárias

dez aplicações para o controle de

lepidópteros, já nas cultivares que

apresentam tecnologias Bollgard II e

TwinLink não foi necessário realizar

intervenções química. Em relação ao

complexo de doenças, foram realizadas cinco aplicações específicas para o controle de Ramulária.

Núcleo 3 – Centro (São Gabriel do Oeste).

Não ocorreu a semeadura de algodão nesta região para a safra 2016/17.

Núcleo 4 – Sul (Sidrolândia, Aral Moreira e Campo Grande).

Em Aral Moreira e Sidrolândia

está finalizada a colheita e também a

destruição dos restos culturais, em

obediência a Boa Prática Agrícola e às

normas legais, através da roçagem das

plantas, nestas áreas já foram semeadas

culturas de inverno na resteva do algodão

(Foto 8).

A média alcançada nestes dois

municípios que finalizaram a colheita foi de 270 arrobas por hectare.

Colheita e Transporte

Durante o processo de colheita, devemos realizar algumas ações para otimizar o operacional,

como: regulagem adequada das máquinas para evitar perdas acentuadas ou superior a três por cento;

Foto 7. Campo demonstrativo de cultivares de segunda safra.

Foto 8. Aveia semeada na resteva do algodão com bom controle das

plantas de algodão tiguera e rebrotas.

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monitorar a umidade da pluma, pois se colhida com umidade superior a 8% podem ocorrer danos na

qualidade da mesma; e, realizar uma colheita rápida e bem-feita preservando as qualidades intrínsecas

da pluma. Durante e após a colheita, o transporte do algodão em caroço do campo para a usina de

beneficiamento deve ser realizado com cuidado, quando deve-se realizar o enlonamento correto dos

rolinhos e fardões evitando a contaminação do mesmo por poeira e o derramamento do algodão em

caroço nas estradas e rodovias (Foto 9 e 10).

Manejo de Solo

Nesse momento a AMPASUL já contabiliza 1673 hectare de área analisada e processadas

entre 7 propriedades no estado, as informações são interpretadas através de software específicos para

esse trabalho, que geram mapas em camadas (Foto 11) onde se pode localizar com maior facilidade

as áreas compactadas, mostrando as

zonas específicas com maior resistência

no solo, esse tipo de informação ajuda o

produtor na tomada de decisão com

maior precisão, pois a partir da grade

amostral pode se obter vários outros

tipos de informação de um local

específico dentro de um talhão, além da

compactação. Nesse momento estamos

trabalhando somente com informações

de resistência do solo, mas com outras ferramentas também podemos fazer análises químicas, físicas,

de matéria orgânica, nematoide, NDVI, entre outras, podendo então sobrepor todas essas informações

coletadas no mapa de produtividade, sendo a maneira correta para identificação de problemas

diferentes que limitam o potencial produtivo.

Foto 11. Mapa em formato Kmz, facilita a visualização dos mapas na

propriedade.

Foto 9 e 10. Imagens ilustrativas de como deve ser realizado o transporte do algodão em caroço.

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As análises de compactação feitas pelo

aparelho Penetrolog, captura dados de

resistência, cm a cm, e fornece informação

segura em uma profundidade de 400 mm como

podemos ver na foto 12. Essa informação é

cruzada com os pontos georreferenciados e são

transformados através de cálculos

matemáticos, gerando mapas de zonas de

compactação em 8 camadas de até 50 mm,

facilitando a leitura da análise, como podemos

ver foto 13.

As propriedades que ainda não foram

atendidas podem solicitar uma visita direto ao

monitor de campo da associação ou na própria AMPASUL, algumas fazendas já foram mapeadas e

estão aguardando a capacidade de campo ideal e a liberação

dessas áreas que no momento se encontravam com milho ou

algodão.

Esse trabalho e contínuo e os meios de reversão de

compactação são de alto custo ou limitados, assim também

como os parâmetros de resistência amplamente discutido na

comunidade agronômica para cada região, cultura ou textura de

solo, no entanto essa ferramenta deve ser utilizada pois o

modelo de agricultura que se empregou nos últimos anos

principalmente o plantio direto tente a deixar o solo um pouco

mais compactado, causas do constante trânsito de máquinas

pesadas nas lavouras.

Visita Técnica aos Campos Demonstrativos

Na quarta-feira, 28 de junho, a AMPASUL realizou, com parceiros, Visita Técnica em seus

campos demonstrativos no Município de Chapadão do Sul e de Costa Rica (foto 14).

AMPASUL mantêm anualmente campos demonstrativos com materiais de algodão em

lançamento no mercado, cultivados em duas etapas distintas, primeira safra e segunda safra.

Foto 12. Informação do Penetrolog de ponto especifico.

Foto 13. Mapa de compactação interpolado.

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Conforme relatado anteriormente, neste ano agrícola, o campo demonstrativo da primeira safra foi

instalado na Fazenda Indaiá, de Otávio Ciro Boff e Darci Augustinho Boff, no Pouso Frio, em

Chapadão do Sul e da segunda safra na Fazenda Garrote, dos irmãos Bürgel, no Baús, Município de

Costa Rica.

O diretor executivo da AMPASUL, Adão

Hoffmann participou da Visita Técnica e

agradeceu os parceiros que contribuíram para a

implantação dos campos demonstrativos, entre

eles, as fazendas e as empresas produtoras de

sementes; Bayer, J&H e TMG. Elas enviaram

seus representantes técnicos de vendas e gerentes

de desenvolvimento de produtos, que

acompanharam a implantação dos estandes e

palestraram para os produtores, consultores, gerentes de fazendas e universitários que participaram

da Visita Técnica.

Durante as apresentações ocorreram debates, trocas de informações e de experiências,

contribuindo com importante conteúdo técnico aos participantes.

São materiais com várias tecnologias que contribuem para o aumento da produtividade,

qualidade do fio e a diminuição do custo, quando implantadas na época correta, com o uso das demais

técnicas recomendadas pelas empresas produtoras, para cada um deles.

Foram demonstrados no evento novos materiais de algodão que vem de encontro com as

necessidades dos cotonicultores da região, que expressaram os seus potenciais produtivos, mesmo

com as dificuldades na condução dos campos demonstrativos, que a complexidade natural da cultura

impõe.

Na abertura dos trabalhos os técnicos do Projeto de Sustentabilidade da AMPASUL falaram

a respeito dos trabalhos realizados e que nessa safra 74% da área plantada no MS foi certificada pelo

programa “Algodão Brasileiro Responsável” (ABR).

O diretor Adão Hoffmann falou da importância dos cuidados que se deve ter neste momento

da colheita, para que os produtores observem os cuidados necessários que a operação requer para se

evitar a perda, que promove a disseminação de pragas e doenças, com destaque para o bicudo. Esta

Foto 14. Visita aos campos demonstrativos.

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praga está sob controle, graças às iniciativas da AMPASUL e a adesão dos produtores nas medidas

técnicas adotadas.

Durante o evento foram distribuídos folhetos das campanhas; “Plano de ação para transporte

de algodão” e “Procedimentos para uma colheita com qualidade e segurança”, desenvolvidos pela

AMPASUL e apoio do IBA, Instituto Brasileiro do Algodão. “Neste ano agrícola observa-se uma

diminuição drástica na infestação do bicudo que está controlado e com expressiva diminuição do

número de aplicações, uma conquista que devemos preservar mantendo a vigilância e as medidas

recomendadas”, destacou Adão Hoffmann.

- Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca -

Redação e Elaboração: Danilo S. Moraes, Robson Santos, Marcelo Caires e Andressa Marks