algodão social 2015

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Mato Grosso Produzindo algodão com Responsabilidade Social 2015 10 anos

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Mato Grosso Produzindo algodão com Responsabilidade Social

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Diretoria Biênio 2015-2016

Conselho de AdministraçãoGustavo Viganó Piccoli • Presidente

Nélson José Vígolo • Vice-presidente

Paulo Sérgio Aguiar • 1º Secretário

Sérgio Introvini • 2º Secretário

Alexandre De Marco • 1º Tesoureiro

Celso Griesang • 2º Tesoureiro

Presidentes de Núcleos RegionaisAlexandre Schenkel • Centro

Romeu Froelich • Centro Leste

Orcival Guimarães • Centro Norte e Norte

Valdir Jacobowski • Médio Norte

Guilherme Scheffer • Noroeste

Rafael Bortoli • Sul

Conselho FiscalErnesto Martelli • Titular

Arilton Riedi • Titular

Clóvis Cortezia • Titular

Alessandro Polato • Suplente

João André Guerreiro • Suplente

Cleto Webler • Suplente

Conselho ConsultivoJoão Luiz Ribas PessaSérgio De MarcoGilson PinessoCarlos Ernesto AugustinMilton Garbugio

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Diretoria Biênio 2015-2016

Conselho de AdministraçãoGustavo Viganó Piccoli • Presidente

Nélson José Vígolo • Vice-presidente

Paulo Sérgio Aguiar • 1º Secretário

Sérgio Introvini • 2º Secretário

Alexandre De Marco • 1º Tesoureiro

Celso Griesang • 2º Tesoureiro

Conselho FiscalErnesto Martelli • Titular

Arilton Riedi • Titular

Clóvis Cortezia • Titular

Alessandro Polato • Suplente

João André Guerreiro • Suplente

Cleto Webler • Suplente

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Uma história de sucesso

Chegamos a mais uma edição de “Algodão Social”, uma publicação que nasceu em 2013 com o objetivo de dar mais visibilidade aos projetos

agraciados com o prêmio “Semeando o Bem”.

Em pouco mais de 20 anos, os cotonicultores de Mato Grosso escre-veram uma história de sucesso que elevou o estado à condição de maior produtor de algodão do país e, ao mesmo tempo, vem servindo de referên-cia em termos de responsabilidade social e produção sustentável. Grande parte desse êxito se deve ao espírito empreendedor dos agricultores que se uniram em 1997 para fundar a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão – Ampa e, alguns anos depois, o Instituto Algodão Social – IAS (em 2005) e o Instituto Mato-grossense do Algodão – IMAmt (em 2007).

Se o foco principal do IMAmt é a pesquisa, o desenvolvimento de no-vas tecnologias e a qualificação de mão de obra, o do IAS foi inicialmente orientar os produtores quanto ao cumprimento das leis trabalhistas e de segurança do trabalho em suas fazendas. O IAS não só cumpriu esse papel com louvor como criou um selo – Algodão Socialmente Correto – que inspirou outros programas de certificação, como o Algodão Brasileiro Responsável, da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

O caráter inovador do IAS levou à criação de um programa que esti-mulasse iniciativas do bem e destacasse propostas que pudessem servir de exemplo para outros produtores, mostrando que é possível ir além do que determinam as leis. O programa Semeando o Bem nasceu em 2011 e, no ano seguinte, foram anunciados os vencedores da primeira edição do prêmio Semeando o Bem, cujos projetos foram relatados na publicação Algodão Social 2013.

Palavra do Presidente

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A segunda edição do Semeando o Bem, realizada em no-vembro de 2014, inovou com a distribuição do troféu Se-meadores do Bem – Honra ao Mérito, entregue a produto-res e colaboradores envolvidos em projetos inovadores e também a pessoas beneficiadas por eles. O prêmio também ganhou novas categorias.

Em 2015, o IAS completa 10 anos e aproveitamos esta pu-blicação para relembrar a história do instituto e homenagear pessoas que fizeram parte dela. Contamos as histórias dos ven-cedores do prêmio Semeando o Bem e trazemos uma entrevista com o maestro Leandro Carvalho, secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso e um dos agraciados com o troféu Semeadores do Bem.

Diz o ditado que “quem semeia vento colhe tempestade” e quem semeia o bem, colhe o quê? Acreditamos que o bem só pode gerar o bem e que essas iniciativas de nossos associados contribuem para o futuro da coto-nicultura mato-grossense, o desenvolvimento de Mato Grosso e o bem--estar de quem vive e trabalha aqui. Por isso, convidamos todos à leitura de Algodão Social 2015 e desejamos vida longa ao IAS.

Gustavo Viganó Piccoli Presidente da Ampa, do IAS

e do IMAmt (2015-2016)

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Palavra do Presidente 8

Linha do tempo 14

Depoimentos 20

História do IAS 32

Ampa | Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão 38

IMAmt | Instituto Mato-Grossense do Algodão 40

Comdeagro | Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio 42

Programa Fazenda Saudável 44

Sustentabilidade 48

PROGRAMA SEMEANDO O BEM

Histórias e ideias inspiradoras 55

Noite de premiação 56

Projetos premiados e pessoas homenageadas 60

Outros homenageados – Honra ao Mérito 103

Projetos finalistas 109

Toque de Mestre 118

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1997 2005 2006

Fundação da AmpaA Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) nasceu em 16 de setembro de 1997, como resultado da união de produtores que se lançavam ao desafio de produzir algodão em Mato Grosso numa escala empresarial. Seu primeiro presidente foi Blairo Maggi, que transmitiu o cargo para Adilton Sachetti.

Fundação do IASO Instituto Algodão Social (IAS) foi criado graças à visão proativa de dois empreendedores rurais de Mato Grosso, Gilson Pinesso e José Pupin, que vislumbraram a importância de o setor algodoeiro adotar os princípios da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável. A proposta de criação foi aprovada em assembleia geral da Ampa, realizada em 6 de setembro de 2005, sob a presidência de João Luiz Ribas Pessa.

Emissão do Selo de Conformidade Social IASO primeiro selo de Conformidade Social foi criado pelo IAS e contou com o apoio e parceria da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), e com os serviços da consultoria da empresa Vetor C, contratada com suporte financeiro da empresa FMC.

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Oficinas de Orientação e Divulgação do Trabalho Decente nos Núcleos RegionaisApós o lançamento mundial do programa de valorização do trabalho – denominado Trabalho Decente – pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), foram realizadas oficinas de orientação nos Núcleos Regionais, em parceria com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE-MT). A SRTE-MT e o Ministério Público do Trabalho da 23ª Região são parceiros das iniciativas do IAS desde 2005.

2007 2008 2009 >>

Fundação do IMAmtO Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) foi criado pelos associados da Ampa para atender às demandas técnicas e científicas da cotonicultura estadual e para fazer a capacitação da mão de obra envolvida. Considerado o braço tecnológico da Ampa, realiza pesquisa, desenvolvimento e difusão de novas tecnologias para os agricultores.

Circuito de cursos simplificados de Orientação Trabalhista e de Segurança do TrabalhoDevido à necessidade de uma orientação mais objetiva e prática aos produtores e seus colaboradores nas áreas de RH e Segurança do Trabalho, foi elaborado um Manual Prático de RH e de Segurança do Trabalho e, a partir de 2008, foi instituída a realização de uma rodada anual de cursos simplificados nos Núcleos Regionais de produção algodoeira.

Fundação da ComdeagroA Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio (Comdeagro) foi criada em novembro de 2009 por associados da Ampa para colocar as tecnologias desenvolvidas pelo IMAmt e por seus parceiros à disposição dos agricultores com mais agilidade e menor custo, entre outras finalidades.

Emissão do Selo Algodão Socialmente CorretoEste segundo selo surgiu de uma parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que se interessou pelo programa pioneiro de certificação institucional do IAS. O processo de certificação, denominado Algodão Socialmente Correto, passou a ter visibilidade e credibilidade nacional e internacional, despertando o interesse de compradores brasileiros e estrangeiros. A

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Introdução do sistema BCI nas fazendas de Mato GrossoA Ampa adere ao sistema BCI (Better Cotton Initiative) e o IAS fica responsável por implementá-lo nas fazendas que aderissem voluntariamente ao programa internacional. Na safra 2010/11, como programa piloto, quatro fazendas receberam a licença de comercialização BCI.

Lançamento do Programa Semeando o BemO IAS lança o Programa Semeando o Bem com o objetivo de incentivar os associados da Ampa a elevarem o nível de comprometimento com as ações sociais e ambientais, premiando os melhores projetos em suas diversas categorias com o troféu Semeando o Bem.

Lançamento do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) em Mato GrossoO programa ABR é a unificação dos protocolos de certificação da pluma do IAS e do Psoal (programa adotado em outros estados). O novo programa foi lançado em Mato Grosso por ocasião dos 15 anos da Ampa.

Prêmio Semeando o BemAnúncio das 17 fazendas que tiveram iniciativas premiadas na primeira edição do Semeando o Bem e dos 10 grupos empresariais destacados por seu Desempenho Social e Ambiental. A premiação faz parte das comemorações do 15º aniversário da Ampa.

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2013 2014 2015

10º Aniversário do IASO lançamento da revista “Algodão Social 2015” marca o 10º aniversário do Instituto, resgatando sua história vitoriosa, trazendo depoimentos de pessoas ligadas à sua trajetória e os projetos vencedores da segunda edição do prêmio Semeando o Bem.

Lançamento do programa Fazenda SaudávelIdealizado pelos ex-presidentes Milton Garbugio (IAS) e Carlos Ernesto Augustin (Ampa), o programa utiliza um micro-ônibus especialmente equipado e enfermeiros para realizar exames nos colaboradores das fazendas produtoras de algodão (e em seus familiares) e levar ações de orientação em saúde às propriedades dos associados da Ampa.

Segunda edição do prêmio Semeando o Bem Anúncio dos vencedores (fazendas e grupos empresariais) da segunda edição do Prêmio Semeando o Bem e dos homenageados com o troféu Semeadores do Bem – Honra ao Mérito. A cerimônia de premiação ocorreu em Cuiabá, no salão de eventos do Hotel Business Prime, em jantar realizado no dia 14 de novembro.

Implantação do programa ABR e do sistema BCI após o benchmarkingA safra 2013/2014 foi a primeira do benchmarking entre o programa ABR e o sistema BCI. As fazendas que aderem ao programa ABR podem optar por obter a licença de comercialização BCI. Na primeira safra desse novo modelo de certificação, em Mato Grosso, 189 fazendas receberam a certificação ABR e, desse total, 151 conseguiram o licenciamento BCI.

Inauguração da nova sede da Ampa, do IAS, IMAmt e da ComdeagroSituado no Centro Político Administrativo, em Cuiabá, o Edifício Cloves Vettorato foi construído em parceria pela Ampa e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). A inauguração da sede própria da Ampa, do IAS, IMAmt e da Comdeagro aconteceu em 22 de agosto de 2014.

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“É inegável o pioneirismo da Ampa na área da sustentabilidade econômica, social e ambiental da atividade algodoeira. Sua ação foi precursora ao lançar, em setembro de 2005, o Instituto Algodão So-cial, uma iniciativa que viria a mudar não só modos de produção, mas, sobretudo, conceitos e atitudes. Sob a orientação do IAS, pro-dutores aderiram ao processo de certificação realizado em parceria com a ABNT para obter, em seus fardos, o selo ‘Algodão Socialmente Correto’. O sucesso desta certificação criada pelo IAS foi a fonte inspiradora e a referência técnica para que a Abrapa lançasse o pro-grama Algodão Brasileiro Responsável (ABR), em 2012. E, portanto, foi natural a evolução para um acordo com o BCI – Better Cotton Initiative. Nesse breve resumo, fica registrada a importância da atua-ção dinâmica da Ampa junto aos seus associados e junto à Abrapa”.

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João Carlos Jacobsen RodriguesPresidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa

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Haroldo CunhaPresidente do Instituto Brasileiro do Algodão – IBA

“Mato Grosso é o maior produtor de algodão no Brasil. Uma carac-terística marcante do produtor mato-grossense sempre foi o pionei-rismo e a inovação. O IAS é o retrato fiel desta característica. A sua criação, em 2005, trouxe avanços significativos para a produção de algodão no estado e, posteriormente, para o resto do país. Promoveu mudanças significativas nas relações de trabalho nas propriedades mato-grossenses, inaugurando uma era em que a produção agrícola passa a ser vista como uma atividade moderna, empreendedora, que produz com respeito ao meio ambiente e preserva as relações de traba-lho, promovendo, valorizando e qualificando a sua força de trabalho.

O programa do IAS serviu de modelo para a criação do PSOAL, da Abrapa, lançado em 2009, seguindo protocolo semelhante. Na mesma época começava a implantação do Better Cotton Initiative no Brasil. Hoje, os protocolos destes programas (IAS e PSOAL) foram alinhados, dando origem ao ABR – Algodão Brasileiro Responsável.

Para nós, que vivemos diariamente os desafios da cotonicultura, é inspirador presenciar a busca contínua pelo aperfeiçoamento e a inovação que o IAS traz em sua identidade. Como exemplo, cito a cons-tituição de outros programas de grande destaque em Mato Grosso, como Fazenda Saudável e Semeando o Bem, que evidenciam a constante busca de aprimoramento e atendimento às expectativas dos produtores, alinha-das com a evolução do setor produtivo brasileiro.

São 10 anos de muito trabalho, dedicação, profissionalismo e sucesso compartilhado por todos nós que fazemos parte do grande setor cotoni-cultor brasileiro. É uma grande satisfação ter o IAS como entidade repre-sentativa do algodão brasileiro, cuidando de aspectos essenciais para o de-senvolvimento sustentável da produção de algodão, proporcionando maior competitividade do setor. Desejo sucesso, prosperidade e um grande futuro para esse Instituto, que não é somente de Mato Groso mas de todo o país.”

Depoimentos

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“A ABNT foi apresentada ao programa Algodão Socialmente Cor-reto, elaborado pelo IAS, braço social da Ampa, em 2007. Desde o primeiro contato, pelo seu vigor e pioneirismo, reunindo mais de 170 fazendas produtoras, o programa provocou total admiração à ABNT.

Durante os últimos oito anos, a dedicação e o entusiasmo daqueles que conduzem esta atividade, a qual reúne o conceito de sustenta-bilidade, abordando aspectos econômicos, sociais e ambientais, não esmoreceram, mantendo acesa a chama da responsabilidade empre-sarial voltada para os conceitos estabelecidos no programa.

A ABNT sente-se honrada com a parceria na condução do processo de certificação, tendo convicção de que esta atividade contribui para o desenvolvimento tecnológico brasileiro. O programa IAS represen-ta não só um marco na avaliação de critérios técnicos, mas também significa total respeito ao indivíduo e à sociedade, mostrando que é possível manter condições de trabalho e conservar o nosso meio ambiente em prol do desenvolvimento sustentável.”A

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Antonio Carlos Barros de OliveiraDiretor adjunto de Certificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT

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“A comemoração dos 10 anos do IAS é um marco para a cotoni-cultura brasileira e a indústria têxtil e de confecção. A ABIT, que participou do processo de criação da entidade, sente-se gratificada pelos avanços verificados nessa década de atividades, um período curto proporcionalmente aos excepcionais resultados obtidos.

Da desconfiança quanto à utilização inadequada de mão de obra, o algodão brasileiro avançou ao seu reconhecimento mundial como matéria-prima que atende amplamente ao conceito mais contem-porâneo de sustentabilidade. Ou seja, é socialmente justo, política e ambientalmente correto e economicamente viável. Foi um caminho percorrido com êxito por toda a cadeia produtiva, transformando o que seria um potencial problema numa solução benéfica para todos. Exemplos relevantes desse processo são as fazendas e grupos laurea-dos na segunda edição do Prêmio Semeando o Bem.

Em outra iniciativa, que contou com nossa sugestão, o IAS de-senvolveu um selo para atender às crescentes exigências do mercado comprador europeu quanto à compliance. Tornou-se indispensável um atestado de que a matéria-prima para confecções tivesse boa origem social, ou seja, que não fosse resultante, dentre outros fatores, do trabalho infantil ou escravo. Desenvolveu-se a partir daí o programa Algodão Socialmente Correto, cuja evolução resultou, em 2012, no programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), hoje coordenado nacionalmente pela Abrapa.

Mato Grosso foi pioneiro nessas iniciativas, que se constituíram pau-latinamente em marca registrada da cotonicultura brasileira e uma refe-rência para o mundo. Além da qualidade, temos transparência e ética na produção!”

Depoimentos

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Fernando Valente Pimentel Diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – ABIT

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“É com grande orgulho e honra que parabenizo os 10 anos de ex-traordinária atuação exemplar do Instituto Social do Algodão e da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão por serem cor-responsáveis pelo desenvolvimento sustentável da agricultura nacio-nal e, principalmente, por conscientizarem os cotonicultores sobre a relevância e os caminhos para se adotarem práticas do desenvolvi-mento de agricultura ainda mais responsável na gestão das fazendas. A FMC tem paixão pela agricultura, é pioneira em tecnologias para essa cultura e realiza debates produtivos sobre os desafios do setor. Dessa forma, nos sentimos privilegiados de contribuir e participar do embrião desta história da evolução e compartilhar muitos passos deste avanço que todos devemos exaltar. Aproveito para reforçar nosso compromisso de continuarmos essa parceria de sucesso em prol de um setor mais produtivo e, principalmente, para mostrar ao mundo a força da nossa fibra e o êxito dos nossos cotonicultores.”

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Antonio ZemPresidente da FMC Corporation América Latina

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“Em 2008, quando assumi a Superintendência Regional do Traba-lho e Emprego de Mato Grosso, havia um distanciamento entre os cotonicultores e as ações da SRTE-MT e uma certa animosidade, que é natural nas relações entre produtores e o órgão fiscalizador. Abri-mos um canal de diálogo com os associados da Ampa e, aos poucos, eles conseguiram sistematizar um modelo instituído pelo IAS em parceria com a SRTE-MT e avançaram nas questões organizacionais, quebrando padrões culturais que dificultavam as mudanças nas con-dições de trabalho. Essas boas práticas adotadas pelos produtores de algodão no dia a dia de fazendas e algodoeiras vêm evoluindo com o tempo e precisam agora ser disseminadas para outros setores pro-dutivos para que alcancemos a melhoria da qualidade do trabalho e no trabalho em Mato Grosso.”

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Valdiney Antônio de ArrudaSecretário de Estado de Trabalho e Assistência Social de Mato Grosso

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“O Instituto Algodão Social com o seu selo Algodão Socialmente Correto e, alguns anos depois, a Abrapa com o programa Algodão Brasileiro Responsável, vêm liderando os cotonicultores na produção de algodão com responsabilidade social, uma prática que conquis-tou o reconhecimento de grupos econômicos e da Better Cotton Iniatiative (BCI)”, afirma o neozelandês Christopher Barry Ward, que chegou ao Brasil em 1977, foi um dos fundadores da Ampa e da Fundação MT, e participou ativamente do esforço dos agricultores de Mato Grosso na busca de uma cultura para fazer rotação com a soja. Botânico com pós-graduação em Administração Rural, Ward fala com orgulho dos embates dos quais participou ao longo do pro-cesso de consolidação da cotonicultura mato-grossense e do papel do IAS, entidade que presidiu por dois anos.

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Christopher Barry WardConsultor em Agronegócio

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“A criação do IAS é uma das realizações das quais a classe produ-tora de algodão pode se orgulhar. Isso se dá não só pela abrangência e eficiência do trabalho realizado pelo instituto na orientação dos produtores e seus colaboradores no que diz respeito ao atendimento às leis trabalhistas e de segurança do trabalho, mas principalmente por seu caráter inovador. Interagindo com o Ministério do Trabalho e Emprego (poder público), os produtores, prestadores de serviço e os próprios colaboradores, o IAS tem como resultado o reconheci-mento de organismos nacionais e internacionais como um modelo de entidade social.

Fica aqui, portanto, o registro de quanto a nossa classe pode rea-lizar quando encara um problema e o transforma em oportunidade de evolução. Sem dúvida alguma, devemos a Gilson Pinesso e a José Pupin o fato de terem abraçado a causa e moldado o IAS, juntamente com a diretoria da Ampa. A se destacar, ainda, a brilhante escolha de Félix Balaniuc, que, junto com sua equipe, tem nos orgulhado com seu trabalho desde a criação do IAS. Parabéns!”

João Luiz Ribas PessaRepresentante do Brasil no Conselho Consultivo Internacional do Algodão (ICAC)

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Instituto Algodão Social10 anos fomentando a sustentabilidade no agronegócio

O conceito de desenvolvimento sustentável, que demarca uma nova era e um novo ambiente na produção de riquezas, surgiu em 1987,

como conclusão do relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento criada pela Assembleia das Nações Unidas.

A partir de então, para assegurar o crescimento sustentável, os proces-sos produtivos, em especial do agronegócio, para atender aos novos parâ-metros econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável, deverão ser geridos de tal forma que possam “satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfaze-rem as suas próprias necessidades, significando possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”.

Produzir de forma sustentável passou a ser o grande desafio do agro-negócio no século XXI.

A marca registrada dos produtores de algodão de Mato Grosso sempre foi seu espírito indomável e sua capacidade de responder prontamente aos desafios.

Nesse cenário, em menos de duas décadas, o grande desafio enfrentado pelos produtores rurais foi o de transformar o modelo milenar de gestão imediatista, herdada das gerações que os antecederam, em uma gestão sus-tentável capaz de manter a produção através do tempo e preservar os re-cursos naturais para atender às necessidades das atuais e futuras gerações.

Em 2005, os empreendedores rurais do setor algodoeiro de Mato Grosso se uniram em torno de um projeto socioambiental pioneiro e inovador idealizado pelos produtores Gilson Pinesso e José Pupin e, em Assembleia Extraordinária da Ampa, realizada em 6 de setembro de 2005, aprovaram a criação do IAS e de seus estatutos com a finalidade de fomentar a sus-tentabilidade no agronegócio desenvolvido por seus associados.

Esse momento histórico contou também com a importante colabora-ção do ilustre jurista Aldo Lopes, a quem se devem também os fundamen-tos jurídicos da ideia e o nome Instituto Algodão Social.

Foram parceiros nas primeiras reuniões que antecederam a criação do IAS e também se fizeram presentes em cada etapa da consolidação deste projeto representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público Federal do Trabalho, Organização Internacional do

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Trabalho (OIT) e do Instituto Ethos de Responsabilidade Social. A este último coube a orientação específica sobre os parâmetros do desenvol-vimento sustentável que deveriam ser adotados.

Um projeto inovador e que envolva diretamente todos os setores da gestão de um empreendimento rural somente alcança êxito se for aceito e apoiado pelos seus potenciais beneficiários.

É inegável que o IAS só tem motivos para comemorar e celebrar seus primeiros dez anos porque obteve o irrestrito apoio e envolvimento de todos os associados à Ampa.

O IAS, conforme proposta registrada na ata de criação, foi criado “para sensibilizar e conscientizar o produtor rural do setor algodoeiro a desen-volver os princípios da responsabilidade empresarial social, congregando a classe em torno de objetivos comuns como a regularização das relações do trabalho, a gestão ambiental e a busca da certificação de seus produ-tos para a correta adequação às novas exigências do comércio interno e internacional” e esse objetivos foram cumpridos através da implantação de quatro programas.

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O programa de Orientação Socioambiental foi criado em 2005 e foi desenvolvido mediante a realização de um diagnóstico inicial de conformi-dade trabalhista e de segurança do trabalho em 370 fazendas. Essas visitas dos técnicos, considerando-se a entrada de novas fazendas no setor, são permanentes, sendo que cada fazenda visitada recebe um plano de correção para facilitar a adequação das eventuais não conformidades encontradas. A orientação também é prestada através da realização anual de cursos prá-ticos em todos os núcleos algodoeiros e da elaboração de um Manual de Orientação Trabalhista e de Segurança do Trabalho encaminhado a cada fazenda e grupo associado à Ampa.

Em 2006, por sugestão da Abit e para atender exigências de compra-dores de produtos têxteis confeccio-nadas em Santa Catarina e exporta-dos para a Europa, foi criado um pro-grama de certificação da produção do algodão de Mato Grosso denominado Selo de Conformidade Social. Os far-dos de algodão eram identificados e comercializados com a sigla Algodão Socialmente Correto, nome sugerido pelo produtor Gilson Pinesso.

O selo tem como finalidade ates-tar o compromisso do produtor com a sustentabilidade, criar um diferen-cial ao produto, agregar valor mesmo que indireto e, em razão da gestão sustentável, assegurar a longevidade do negócio.

Em 2007, o programa foi apresentado na sede da Abit em São Paulo e, estando presentes conselheiros da ABNT, estes se interessaram pela iniciativa pioneira do IAS. Em outubro do mesmo ano, na presidência do produtor José Pupin, foi assinado o primeiro contrato de parceria do IAS com a ABNT, a qual é renovada anualmente, a cada safra.

Fundada em 1940, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas é Foro Nacional de Normalização reconhecido pela sociedade brasileira e pelo governo federal e, desde 1950, atua também na avaliação de confor-midade de programas de certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental.

Em 2012, a Abrapa, sob a presidência do produtor Sérgio De Marco, criou, com base no programa pioneiro Algodão Socialmente Correto, a certificação única do algodão no Brasil, agora sob a sigla Algodão Brasi-leiro Responsável (ABR).

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Ainda em 2012, foi celebrado sob a tutela da Abrapa um benchmarking compatibilizando os critérios e procedimentos em relação ao programa internacional BCI – Better Cotton Initiative e, a partir da safra 2013/14, o produtor que aderir e atender aos percentuais de conformidade exigi-dos pelo regulamento receberá simultaneamente a certificação ABR e a licença de comercialização BCI.

Para ser reconhecido como empresário com responsabilidade social, não basta ser apenas um bom cumpridor da legislação trabalhista, saúde e segurança do trabalho e ambiental, mas é necessário que demonstre tam-bém à sociedade o seu compromisso com a efetiva prática de boas ações agrícolas de conservação do solo e do meio ambiente em suas fazendas.

Com esse objetivo, em 2011, o IAS organizou e regulamentou o pro-grama Semeando o Bem para incentivar, destacar e premiar as boas ações executadas nas fazendas dos associados à Ampa.

A primeira edição da premiação aconteceu em setembro de 2012, por ocasião da festa de comemoração dos 15 anos da Ampa e a segunda em novembro de 2014. A pesquisa efetuada pelos técnicos do IAS constatou a existência de centenas de ações sociais e ambientais que já eram execu-tadas de forma perene nas fazendas.

Em 2013, na presidência do produtor Milton Garbugio, o IAS criou o programa Fazenda Saudável, o qual tem como finalidade proporcionar aos produtores e colaboradores e familiares que residam na fazenda a oportunidade de se submeterem a exames preventivos de saúde realizados por enfermeiros, que aferem os índices de pressão arterial, glicemia, co-lesterol, triglicerídeos e o índice de massa corporal (IMC) do interessado. Desde sua criação, foram atendidas mais de 9.200 pessoas em 117 fazendas associadas à Ampa.

A alegria pela comemoração dos 10 anos do IAS deve ser compartilhada com todos os produtores de algodão de Mato Grosso, cujo engajamento com a ideia original garantiu o seu sucesso.

Temos certeza que os desafios dos anos futuros, como já foram os do passado, serão enfrentados e superados pela competência, determinação e pela vontade indomável dos empreendedores rurais de Mato Grosso, experts em superar obstáculos.

Com a certeza de que a celebração da primeira década de existência do IAS representa tão somente os primeiros passos de uma longa jornada na construção da boa imagem e da origem sustentável do algodão, agradece-mos a Deus, a nossa diretoria Ampa/IAS/IMAmt, a nossos funcionários e a todas as pessoas e entidades que apoiaram o IAS, os quais contribuíram para que o Instituto se consolidasse como ferramenta importante para que o empreendedor rural de Mato Grosso superasse o desafio da susten-tabilidade, produzindo fibras e alimentos para o mundo com respeito à dignidade humana e ao meio ambiente.

Félix Balaniuc Diretor Executivo IAS

História do IAS

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Ampa | Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão

Unidos para crescer

A Ampa foi fundada em 16 de setembro de 1997 por iniciativa de um gru-po de agricultores que, nos primeiros anos da década de 90, começou o

cultivo do algodoeiro em Mato Grosso num modelo empresarial. Em 2015, a entidade completa 18 anos, sempre fiel à missão de aglutinar os produto-res de algodão em prol do fortalecimento da cotonicultura no estado, hoje responsável por aproximadamente 60% da produção brasileira de pluma.

O pioneirismo está no DNA da entidade que ajudou a fundar, em 1999, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), contribuin-do assim para a organização dos produtores de algodão em todo País. Os associados da Ampa iniciaram o trabalho de valorização da pluma mato-grossense buscando apresentar seu produto às principais indústrias têxteis brasileiras e, no momento em que a produção ficou grande demais para se limitar ao mercado doméstico, buscaram adequar a classificação do algodão nacional aos padrões internacionais, num trabalho em conjunto com a Abrapa. Em 2001, a Ampa iniciou um programa de marketing que promoveu a pluma de Mato Grosso em aproximadamente 30 países.

Diante da necessidade de se adaptarem às exigências das leis trabalhistas e de segurança do trabalho, os cotonicultores mato-grossenses fundaram o Instituto Algodão Social (IAS) em 2005. Dois anos depois, a crescente pressão de pragas e doenças, entre outros desafios do campo, levou os associados da Ampa a criarem o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), que se dedica ao desenvolvimento de novas tecnologias e à qua-lificação de mão de obra. Foi preciso então criar uma forma de colocar essas tecnologias à disposição dos agricultores de forma ágil e com menor custo e assim nasceu, em 2009, a Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio (Comdeagro).

O papel da Ampa tem sido exercido na esfera política, visando obter junto ao governo políticas e mecanismos que assegurem ao agricultor a sustentabilidade de sua produção, como a política de garantia de preços mínimos e a realização do Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor).

A atuação da entidade também foi determinante no contencioso do algodão, iniciado em 2002, quando o Brasil solicitou na Organização Mun-dial do Comércio (OMC) consultas com os EUA sobre subsídios dados aos produtores, usuários e exportadores de algodão americano.

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A Ampa atua ainda – em conjunto com outras entidades do setor – na busca de soluções para outros entraves enfrentados por seus associados, como as questões de infraestrutura logística.

Foram muitas realizações em 18 anos e temos certeza de que a Ampa chega à maioridade em condições de encarar novos desafios, visando sem-pre assegurar o futuro do sistema produtivo adotado em Mato Grosso, que tem na cotonicultura um de seus pilares mais sólidos.

Aproveitamos a ocasião para parabenizar o IAS pelo seu 10º aniversário e o trabalho realizado em prol da melhoria da segurança do trabalho nas unidades produtoras de algodão e da qualidade de vida dos colaboradores e de suas famílias.

Décio Tocantins Diretor Executivo da Ampa

Foram muitas realizações em 18 anos e temos certeza de que a Ampa chega à maioridade em condições de encarar novos desafios, visando sempre assegurar o futuro do sistema produtivo adotado em Mato Grosso, que tem na cotonicultura um de seus pilares mais sólidos.

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Novas tecnologias e capacitação profissional

Atender às demandas técnicas e científicas da cotonicultura de Mato Grosso, assim como fazer a capacitação dos agentes envolvidos – es-

ses são os principais objetivos do IMAmt, instituto criado em 2007 pelos associados da Ampa. Considerado o braço tecnológico da Ampa, o IMAmt realiza pesquisas para desenvolvimento e difusão de novas tecnologias aos produtores e parte desses trabalhos é desenvolvida em parceria com outras instituições nacionais e internacionais.

O foco principal é o programa de Melhoramento Genético do Algodão, cujo objetivo é desenvolver variedades produtivas, com bom rendimento e qualidade de fibra, que sejam resistentes e/ou tolerantes às principais doenças e aos nematoides que atacam o algodoeiro. Para dar suporte ao programa de Melhoramento Genético e proporcionar mais agilidade e confiabilidade em relação aos resultados das pesquisas, foi instalado o Laboratório de Biologia Molecular, no Campo Experimental do IMAmt, em Primavera do Leste (a 210 km de Cuiabá). O Instituto conta ainda com os seguintes departamentos: Fitopatologia, Entomologia, Proteção de Plantas e Plantas Daninhas, Sementes e Sistemas de Produção.

Este último é responsável por desenvolver o pacote tecnológico, ou seja, as informações necessárias para o máximo desempenho de todas as variedades em pré-lançamento, além de apresentar novas e variadas cultu-ras, que garantam a sustentabilidade do processo agroprodutivo, mediante a diversificação dos atuais sistemas de produção. Com o objetivo de de-senvolver diferentes estratégias passíveis de serem utilizadas no manejo integrado de pragas (MIP) para o cultivo do algodão e demais culturas que compõem o sistema produtivo, o IMAmt conta com uma equipe de pes-quisadores que trabalha em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília.

Outro campo de atuação do IMAmt é a qualificação profissional de produtores e suas equipes técnicas. Esse trabalho é feito por meio de cursos e treinamentos que procuram responder às novas demandas em termos de capacitação de mão de obra e, para atender melhor a essa finalida-de, o IMAmt está construindo cinco Centros de Treinamento e Difusão Tecnológica em Campo Verde, Rondonópolis, Campo Novo do Parecis, Sorriso e Sapezal.

IMAmt | Instituto Mato-Grossense do Algodão

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Ciente do grande desafio enfrentado pela cotonicultura mato-grossen-se no sentido da melhoria contínua da qualidade da pluma mato-grossen-se, o IMAmt desenvolve o Programa de Qualidade da Fibra do Algodão.

Além disso, criou um projeto inovador, o Japuíra, que já capacitou mais de 3 mil pessoas, oferecendo em parceria com prefeituras e entida-des beneficentes um curso de costura profissional que abre novas possi-bilidades de trabalho. Com o Japuíra, os associados da Ampa estendem os benefícios da cotonicultura a parcelas da população de municípios que não estão diretamente ligados à atividade algodoeira, contribuindo assim para o desenvolvimento de Mato Grosso e a melhoria de vida da população como um todo.

Alvaro Salles Diretor Executivo do IMAmt

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Outro campo de atuação do IMAmt é a qualificação profissional de produtores e suas equipes técnicas. Para melhor atender a essa finalidade, o IMAmt está construindo cinco Centros de Treinamento e Difusão Tecnológica em Campo Verde, Rondonópolis, Campo Novo do Parecis, Sorriso e Sapezal.

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Uma cooperativa a serviço dos agricultores

Uma das finalidades da Comdeagro – criada em novembro de 2009 por associados da Ampa – é colocar as tecnologias desenvolvidas pelo

IMAmt e por seus parceiros à disposição dos agricultores com mais agili-dade e menor custo.

A cooperativa cuida da produção, processamento, importação, exporta-ção e comercialização de sementes e mudas. A venda em comum da produ-ção do agronegócio dos seus associados nos mercados nacional e interna-cional, e a preparação de novas áreas para o desenvolvimento e ampliação das atividades de seus associados são outras atribuições da Comdeagro.

Em 2013, a Comdeagro inaugurou a unidade de deslintamento e uma estrutura para armazenamento de sementes comercializadas pelo IMAmt e de máquinas agrícolas – e outros equipamentos importados da China – numa área própria, de 22,6 hectares, em Primavera do Leste. Com ações como essa, a cooperativa vem procurando contribuir para garantir a via-bilidade econômica do agronegócio em Mato Grosso.

Milton Garbugio Presidente da Comdeagro

Comdeagro | Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio

A Comdeagro inaugurou a unidade

de deslintamento e uma estrutura para

armazenamento de sementes

comercializadas pelo IMAmt e de máquinas

agrícolas – e outros equipamentos importados da China – numa

área própria, em Primavera do Leste.

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Prevenir é o melhor remédio

Sempre se diz que prevenir é o melhor remédio, mas fazer exames preven-tivos é mais difícil para quem trabalha em fazenda, longe de postos de

saúde e consultórios médicos. O programa Fazenda Saudável foi idealizado com base nessa realidade e no compromisso dos associados da Ampa com o bem-estar de seus colaboradores.

Seu público-alvo é formado ainda por familiares dos colaboradores que moram nas fazendas e pelos próprios produtores rurais.

Todos os exames disponíveis – aferição de pressão arterial, glicemia, colesterol, Índice de massa corporal (IMC) e triglicerídeos – são realizados por um profissional da saúde no interior de um micro-ônibus especialmen-te equipado para atender o programa. Dois profissionais (os enfermeiros Débora Nascimento e Pedro Alvim) se revezam na função e trabalham sob a supervisão da médica Vanilza Moussalem.

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“O Fazenda Saudável é um programa inovador e com potencial imen-so. A ideia inicial é dar a nossos colaboradores e seus familiares a opor-tunidade de checar a saúde por meio de exames básicos para a prevenção de doenças graves como o diabetes, e também levar orientação sobre a prevenção de enfermidades do coração e outros problemas decorrentes do sobrepeso”, diz Gustavo Piccoli, presidente da Ampa e do IAS. Ele acrescenta que o trabalho dos enfermeiros é apenas de prevenção e, de-pendendo dos resultados dos exames, as pessoas atendidas são orientadas a procurar um médico.

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O programa foi proposto em 2012 pelos produtores Milton Garbugio e Carlos Ernesto Augustin, que, na época, presidiam o IAS e a Ampa, respec-tivamente. Ele faz parte do programa Semeando o Bem, que inclui outras ações visando melhorar a qualidade de vida nas fazendas dos associados da Ampa, e foi colocado em prática com recursos iniciais do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).

Desde o seu lançamento no segundo semestre de 2013, o programa Fazenda Saudável já visitou 117 fazendas e atendeu aproximadamen-te 9.200 pessoas no micro-ônibus especialmente equipado para percor-rer as unidades produtoras de algodão de todos os núcleos regionais de Mato Grosso.

Além de realizar os testes nas fazendas dos associados da Ampa, a equipe do programa tem dado palestras sobre temas como proteção respiratória (voltado para quem trabalha no descaroçamento de algodão), câncer de pele, DSTs/Aids, diabetes e hipertensão arterial durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (Sipatr) de diversas unidades

produtoras de algodão.O diretor executivo do IAS, Félix

Balaniuc, e o coordenador do Fazen-da Saudável, Marco Antônio G. dos Santos, acreditam que à medida que o programa vai amadurecendo e se estru-turando melhor será possível ter um panorama sobre como está a saúde dos colaboradores das fazendas produtoras de algodão. A partir desse diagnóstico, poderão ser definidas campanhas de saúde de modo a assegurar o bem-es-tar dos trabalhadores no campo.

Programa Fazenda Saudável

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Algodão brasileiro no rumo certo da certificação socioambiental

ABR – O programa Algodão Brasileiro Responsável é uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e de suas estaduais para unificar o protocolo de certificação de sustentabilidade na produção da fibra no Brasil. Ele é uma síntese do programa pioneiro desenvolvido pelo IAS em Mato Grosso e do Programa Socioambiental da Produção de Algodão – Psoal (adotado em outros estados), englobando ações nos pilares ambiental, social e econômico.

Adotado a partir da safra 2012/13, o ABR se propõe a:

• Promover o emprego progressivo das boas práticas sociais, ambien-tais e agroeconômicas, a fim de construir uma boa imagem para o algodão brasileiro e conquistar espaço no crescente mercado do algodão responsável;

• Melhorar continuamente a gestão sustentável das fazendas pro-dutoras à medida que elevar o nível de conformidade com as boas práticas;

• Disseminar entre os associados os pilares da sustentabilidade, co-locando o setor alinhado com as questões que orientam governos, entidades e toda a sociedade.

BCI – O sistema Better Cotton Initiative (Iniciativa por um Algodão Melhor) foi desenvolvido por um grupo de grandes empresas interna-cionais, associações de produtores e organizações da sociedade civil em 2005. Ele propõe a produção de um algodão global “melhor para quem produz, para o meio ambiente em que é cultivado e para o futuro do setor”. A Abrapa tornou-se implementadora do sistema BCI no Brasil em 2010 e, a partir da safra 2010/11, o IAS ficou responsável por introdução em Mato Grosso, atraindo cada vez mais produtores interessados em obter a licença de comercialização BCI.

Sustentabilidade

Auditor da ABNT (o primeiro à dir.) vistoria instalações de fazenda produtora de

algodão em Tangará da Serra, com apoio técnico do IAS

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Alguns dos objetivos do sistema BCI são:

• Reduzir o impacto ambiental da produção de algodão;• Demonstrar os benefícios inerentes à produção de Better Cotton,

especialmente a lucratividade para os agricultores;• Promover relações justas de trabalho para comunidades agrícolas e

trabalhadores de culturas de algodão;• Facilitar a troca de conhecimento global em produções algodoei-

ras mais sustentáveis;• Aumentar a rastreabilidade ao longo da cadeia de fornecimento

de algodão.

Em 2013, o sistema BCI foi compatibilizado com o pro-grama ABR devido à similaridade dos critérios de ambos. A safra 2013/14 foi a primeira do benchmarking entre os dois e, nos seis estados participantes, 255 fazendas obtiveram a certificação ABR – desse total, 209 conseguiram a licença BCI. Somente em Mato Grosso, foram certificadas 189 uni-dades produtivas no programa ABR e 151 delas aderiram ao licenciamento BCI. A adesão a esses programas é voluntária e representa um avanço na consolidação da cotonicultura em Mato Grosso e nos demais estados produtores de algodão do Brasil, assegurando a posição do País entre os cinco maiores players do mercado mundial de pluma.

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Sustentabilidade

ABNT – Fundada em 1950, a Associação Brasileira de Normas Técnicas é parceira do IAS desde a criação do selo Algodão Socialmente Correto em 2007, e essa parceria se manteve após a introdução do programa ABR. Entidade pri-vada e sem fins lucrativos, a ABNT é referência nacional em matéria de certificação e membro-fundador da International Organization for Standardization (Organização Internacio-nal de Normalização – ISO), entre outras entidades. Desde 1950, a ABNT atua também na avaliação da conformidade e dispõe de programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental. A certificação ABNT tem sido um forte instrumento para elevação dos padrões setoriais de concorrência, assegurando vantagens competitivas para os produtos e servi-ços que ostentam sua marca.

Auditor da ABNT entrevista um colaborador da fazenda Querência, do Grupo Bom Jesus, em Tangará da Serra

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Programa Semeando o Bem

Para ser reconhecido como empresário com responsabilidade social, não basta ser apenas um bom cumpridor das leis, é

preciso também mostrar à sociedade que está comprometido com boas práticas agrícolas e iniciativas visando à saúde e ao bem-estar de colaboradores das fazendas produtoras de algo-dão, seus familiares e as comunidades do entorno.

E foi justamente para incentivar os associados da Ampa a ele-varem o nível de comprometimento com as ações sociais e am-bientais, e destacar as melhores iniciativas, que o IAS criou o programa Semeando o Bem em 2011.

A cada dois anos, uma Comissão Julgadora independente avalia e premia os melhores projetos apresentados pelas fazendas dos associados da Ampa em diversas categorias.

Em setembro de 2012, foram anunciados os vencedores da pri-meira edição do prêmio Semeando o Bem. Em novembro de 2014, foram conhecidos os premiados da segunda edição.

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Histórias e ideias inspiradoras

“Vocês não têm ideia do que a Orquestra Sinfônica Jovem de Nova Mu-tum representa para os jovens da região! Esse projeto é uma conquista

da sociedade e iniciativas como essa podem servir de exemplo para todo o Brasil. Todos estão de parabéns”, afirmou o maestro Leandro Carvalho, dirigindo-se ao público reunido na noite de 14 de novembro de 2014, após ter recebido o troféu Semeadores do Bem – Honra ao Mérito.

Nessa data, em solenidade realizada em Cuiabá, foram anunciados os ga-nhadores do troféu Semeando o Bem – prêmio criado pelo Instituto Algodão Social (IAS) para destacar as iniciativas do bem desenvolvidas por fazendas e grupos empresariais associados à Ampa (Associação Mato-grossense dos Produ-tores de Algodão).

Em sua segunda edição, o Semeando o Bem inovou com a distribuição do tro-féu Semeadores do Bem – Honra ao Mérito, que distingue pessoas envolvidas dire-tamente com a realização de projetos inscritos (vencedores ou não) e também dá visibilidade àquelas beneficiadas por eles. Outra novidade foi a criação das categorias Cultura e Ações Diferencia-das, que se somaram às demais: Educação, Esporte e Lazer, Educação e Segurança Alimentar, Filantropia, Meio Ambiente e Saúde.

Em 2014, foram 69 projetos inscritos e avaliados pela Comissão Jul-gadora. A noite da solenidade de premiação foi breve para que todos os agraciados com o prêmio e o troféu pudessem revelar a história por trás de cada iniciativa do bem, os sonhos e parcerias que movem aqueles que se dispuseram a promover o bem-estar nas unidades produtoras de algodão e, muitas vezes, estenderam esses benefícios às comunidades do entorno.

A publicação Algodão Social 2015 tem por finalidade contar um pouco mais sobre as fazendas, grupos empresariais e pessoas envolvidas na se-gunda edição do prêmio Semeando o Bem. Vamos conhecer suas histórias e as ideias que inspiraram cada iniciativa do bem e podem inspirar outros produtores.

O maestro Leandro Carvalho fala em nome dos homenageados do Prêmio Semeando o Bem, sob os olhares de Milton Garbugio, Gustavo Piccoli e Félix Balaniuc

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Destaques da solenidade de premiação realizada em 14 de novembro de 2014

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Noite de premiação

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Fazenda Encantado I a VIGrupo Webler

Vencedora nas categorias Esporte e Lazer, Filantropia e Saúde, com os Pro-

jetos “Karatê de Sapezal em busca de conquistas e vitórias”, “Cultivando a

Esperança (Lar Portal do Futuro)” e “Cultivando a Esperança (Equoterapia)”.

Em um mundo cada vez mais individualista, ainda bem que há pes-soas e empresas empenhadas em promover o bem-estar e levar esperan-ça a quem precisa. A fazenda Encantado I a VI, do Grupo Webler, é um exemplo dessa postura e propõe um processo contínuo de melhoria de sua relação com os colaboradores, parceiros e a comunidade de Sapezal (no Noroeste mato-grossense). O presidente Cleto Webler (filho de Iná-cio José Webler, fundador do Grupo) acredita que os trabalhadores se sentem sensibilizados por estarem inseridos nas ações promovidas pela empresa. “Buscamos incentivar o auxílio a quem precisa. Observamos que todo colaborador que doa um pouco de si tem reflexos positivos em seu trabalho”, argumenta Webler.

O professor Valdenir Pinheiro Silva e seus alunos se orgulham

do projeto “Karatê de Sapezal em busca de conquistas e vitórias”

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Projetos premiados e pessoas homenageadas

O projeto “Cultivando a Esperança – Equoterapia”, executado em parceria com a Apae, através da Escola Especial Sonho Meu, de Sapezal, leva esperança a alunos especiais

O projeto Cultivando a Esperança – Equotera-pia, um dos premiados com o Semeando o Bem, por exemplo, é executado em parceria com a Asso-ciação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), através da Escola Especial Sonho Meu, de Sape-zal. O projeto começou em 2003 e proporciona a 22 alunos especiais, com idade de 1 a 20 anos, um tratamento terapêutico que utiliza o cava-lo dentro de uma abordagem interdisciplinar. A atividade proporciona melhorias significativas nos aspectos físico, psicológico, emocional, cog-nitivo e biopsicossocial, entre outros, obtendo resultados benéficos também no convívio social. A fazenda Encantado disponibiliza o instrutor, o espaço e dois cavalos, e as aulas são realizadas duas vezes por semana.

A jovem Mariana Cesco Fernandes de Car-valho, vítima precoce de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), é uma das beneficiadas pelo projeto. Por ter perdido os movimentos dos braços e das pernas, Mariana viu na equoterapia um cami-nho para voltar a se locomover sozinha. Ao final de apenas cinco sessões, ela já conseguia ficar em pé e se movimentar. Para Cleto Webler, casos como o de Mariana reforçam a importância da iniciativa. “Poder colaborar para melhorar a qualidade de vida de outras pessoas é recompensador e nos enche de orgulho”, diz.

\ LUIZ CARLOS GONÇALVES DE MORAES

“Amo animais e sei respeitá-los. Gosto de fazer a diferença na

vida das pessoas”.

O colaborador do Grupo Webler Luiz Carlos de Moraes, 41 anos,

natural de Guaraniaçu (PR), tem como qualidades a paciência e a sensi-

bilidade para lidar com cavalos. Ele conduz os animais, acompanhando as aulas de equoterapia

junto à equipe da Apae. Para aprofundar seus conhecimentos, Luiz Carlos fez um curso em

Brasília (DF), custeado pelo Grupo Webler, onde teve a oportunidade de aprender sobre os

benefícios da equitação e da equoterapia. Para o instrutor Luiz Carlos, receber o troféu Se-

meadores do Bem é motivo de grande orgulho e ele espera ser exemplo para novas gerações.

Outro trabalho social desenvolvido pela fazenda Encantado desde 2013 é o Projeto Karatê de Sapezal em busca de conquistas e vitórias, que o Gru-po Webler desenvolve em parceria com a Associação Sapezal de Karatê (fundada em 1995). O projeto promove a inclusão social de crianças e

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adolescentes e contribui para o resgate da autoestima e cidadania através do esporte, reforçando o vínculo entre a escola e a família. Hoje, o projeto atende 140 alunos, mas tem expectativa de ampliar esse número até o final do ano. Vários alunos treinados venceram competições nacionais e internacionais e o melhor exemplo vem do professor Valdenir Pinheiro Silva, faixa preta 4º Dan, tetracampeão brasileiro pela CBKI e campeão sul-americano. Para ele, é um orgulho li-derar os jovens que têm como diferencial não só se tornarem campeões e sim melhores cidadãos.

O Grupo Webler nasceu graças ao espírito em-preendedor de Inácio José e Marilena Webler (já fa-lecida). Natural de Cerro Largo (RS), seu Inácio traba-lhou com os pais na agricultura desde pequeno e veio para Mato Grosso em 1981, instalando-se em Sapezal (no Noroeste mato-grossense), onde adquiriu a fazen-da Encantado. Hoje, o município tem a maior área de produção de algodão de Mato Grosso e o Grupo

Webler, que se dedica também ao cultivo de soja, milho e arroz e à pe-cuária, é um dos mais bem-sucedidos empreendimentos do agronegócio mato-grossense.

\ CAMILA COSTA WEBLER

“Gostaria que toda criança tivesse uma casa com muito amor e carinho. Sempre tenho a

sensação de que posso fazer mais”.

Camila Costa Webler é casada com Carlos Webler, um dos filhos de Inácio José Webler,

e recebeu o troféu Semeadores do Bem por sua dedicação como tesoureira ao projeto Cul-

tivando a Esperança – Lar Portal do Futuro. O Grupo Webler assiste o Lar Portal do Futuro

desde 2010, com ajuda financeira, doação de alimentos e fraldas. A instituição foi criada

em 2004 graças à união de antigos moradores de Sapezal, que, dois anos depois, conse-

guiram abrir as portas do Lar Portal do Futuro para abrigar crianças com idade de zero a 12

anos. O trabalho hoje é realizado em parceria com a Prefeitura de Sapezal, com suporte da

comunidade local e sempre assistido pelo Ministério Público. Camila

considera gratificante a experiência de trabalhar no projeto pela opor-

tunidade de fazer a diferença na vida de crianças que são destituídas

da família devido a algum tipo de violência ou que estejam sujeitas

a alguma situação de risco.

Através da prática do caratê, o Grupo Webler promove a inclusão social de crianças e adolescentes

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\ ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DO GRUPO WEBLER – AGRUWE

A Associação dos Funcionários do Grupo Webler (Agruwe) tam-

bém foi agraciada com o troféu Semeadores do Bem. Criada em 2006 e

constituída por diretores e colaboradores, sem distinção de categoria,

cargo e função, a entidade proporciona aos colaboradores do Grupo

convênio médico, apoio psicológico, capacitação profissional e orien-

tação nutricional nas três refeições servidas no refeitório da fazenda

Encantado I e VI. A Agruwe também se destaca por sua preocupação

com a saúde da mulher e do homem, concretizada por meio da promoção de palestras sobre

os temas câncer de mama e de próstata, no Outubro Rosa e Novembro Azul, respectivamente.

Os funcionários têm plano de saúde empresarial desde 2007, em que o colaborador paga

apenas 50% do valor conveniado. A Agruwe mantém um ônibus para

atender os colaboradores do escritório e da fazenda em horários

estabelecidos e em situações de lazer, como torneios de futebol,

confraternizações e atividades culturais. A associação tem como

foco a garantia de interação social entre os colaboradores.

A Agruwe se destaca por promover a interação social entre os colaboradores e por sua preocupação com a saúde dos trabalhadores

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O gibi Turma do Futurino usa a história em quadrinhos para tratar de questões ambientais de forma lúdica e divertida

O projeto Cinema na Fazenda nasceu com o objetivo de proporcionar entretenimento aos

colaboradores e incentivar práticas culturais

Fazenda Santo Antônio I e IIGrupo Bom Futuro

Vencedora nas categorias Cultura e Meio Ambiente com os projetos “Cinema

na Fazenda” e “Sementes do Futuro / Separô para Plantar e Turma do Futurino”.

Todas as fazendas do Grupo Bom Futuro adotam o projeto Separô, criado em 2010 com a proposta de sensibilizar os colaboradores e seus familiares sobre a importância da reutilização, redução e a reciclagem dos resíduos produzidos no campo. Através do Separô, foram padronizados os processos de gestão de resíduos em todas as propriedades do grupo: o lixo gerado é separado, sendo os recicláveis vendidos e os contaminados desti-nados a uma empresa ambientalmente qualificada para a sua destinação final. Os recursos da venda retornam à fazenda que coletou os resíduos e são transformados em benefícios socioambientais para os colaboradores e seus familiares, como academias ao ar livre e parques para as crianças. Em 2014, 1.035,6 toneladas de resíduos recicláveis foram coletadas em 28 fazendas do grupo.

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A professora Leusimar Souza de Paula percebe no dia a dia o engajamento de seus alunos com as questões ambientais.

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Além de plantar as mudas no projeto Separô para Plantar (Sementes do Futuro), as crianças ficam responsáveis por cuidar da “sua” árvore

Com o tempo, o projeto Separô deu frutos e, em 2012, foi criado o Separô para Plantar, hoje conhecido como Sementes do Futuro. A principal ação acontece no Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, quando os filhos dos colaboradores do Grupo Bom Futuro plantam mudas de árvores nas fazendas. Além de plan-tar as mudas e receber orientação sobre a importância de sua atitude, as crianças ganham a missão de cuidar das árvores e cada planta recebe uma plaquinha com o nome do menino ou menina responsável por acom-panhar o seu desenvolvimento.

Em 2013, surgiu o gibi Turma do Futurino, que tem uma nova edição a cada três meses e inova ao recorrer à estratégia da história em quadrinhos para tratar das questões ambientais de forma lúdica e di-vertida. A publicação fala sobre a importância de se preservar o meio ambiente com ações simples, como a coleta seletiva, tendo como principal personagem o Futurino. O gibi, que ainda traz desenhos para colorir e passatempos, é distribuído a crianças em fase de alfabetização (com idade de 5 a 8 anos), que são filhas de colaboradores das fazendas do grupo, chegando também às comunidades do entorno e stakeholders.

Essas iniciativas inovadoras garantiram à fazenda Santo Antônio I e II, situada em Campo Verde, o troféu Semeando o Bem na categoria Meio Ambiente. A professora Leusimar Souza de Paula, colaboradora da fazenda Santo Antônio I e II (mais conhecida como Filadélfia), é uma das maiores entusiastas dos projetos implantados e percebe no dia a dia o engajamento de seus alunos com as questões ambientais. Ela se surpreende com a evo-lução das crianças, que colocam em prática nas aulas de campo tudo que aprendem nos gibis da série Turma do Futurino. “Aprendo todos os dias com eles e ver o crescimento dessas crianças enquanto cidadãos conscien-tes não tem preço”, comenta Leusimar. 

A fazenda Santo Antônio I e II também foi premiada com o troféu Semeando o Bem na categoria Cultura, com o projeto Cinema na Fazenda, que nasceu em 2012 com o objetivo de proporcionar entretenimento aos colaboradores e principalmente incentivar práticas culturais. O espaço conta com 85 lugares, som ambiente, camarins e palco para apresentações artísticas. A realização do projeto contou com a parceria da empresa Pi-relli. Periodicamente, os trabalhadores da fazenda reúnem-se para assistir a apresentações teatrais realizadas por crianças e adolescentes, a shows musicais e sessões de cinema. Durante a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, eles se reuniam no espaço para assistir aos jogos.

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Fazenda Vale do Rio VerdeGrupo Bom Futuro

Vencedora na categoria Meio Ambiente com o projeto “Sementes do Futu-

ro / Separô para Plantar e Turma do Futurino”.

O projeto Sementes do Futuro/Separô para Plantar e Turma do Futurino garantiu o troféu Semeando o Bem na categoria Meio Ambiente a outra fazenda do Grupo Bom Futuro: a Vale do Rio Verde, situada em Tapurah.

A coordenadora de Gestão Ambiental do Grupo Bom Futuro, Elaine Lourenço, conta que periodicamente acontecem reuniões para avaliar o andamento do projeto, revendo e propondo novas ações. “Sempre estamos em busca de novas técnicas e metodologias de aperfeiçoamento. Procura-mos sensibilizar a todos os colaboradores e familiares sobre a importância dos projetos Separô e Sementes do Futuro em suas vidas”, diz Elaine. Ela se refere aos projetos envolvendo a separação e reciclagem dos resíduos sólidos produzidos nas fazendas do Grupo Bom Futuro, a utilização dos recursos arrecadados em benefícios socioambientais para os colaborado-res e seus familiares, o plantio de mudas de árvores e outras atividades de educação ambiental desenvolvidas com sucesso na Vale do Rio Verde e outras propriedades do grupo.

Desde cedo, os filhos dos colaboradores do Bom Futuro aprendem a importância das árvores para a preservação da vida

A separação correta dos resíduos produzidos no campo é a base do projeto Separô, adotado em todas as fazendas do Grupo Bom Futuro

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Plantar sementes de um bom futuro tem sido o compromisso do grupo liderado pelos produtores Eraí Maggi Scheffer, Elusmar Maggi Scheffer, Fernando Maggi Scheffer e José Maria Bortoli. Há mais de 30 anos, o Bom Futuro vem atuando no ramo do agronegócio e hoje tem na diversificação uma de suas principais características. A área de plantio do grupo na safra 2014/15 passa de 400 mil hectares de lavouras de algodão, soja, milho e feijão cultivados em primeira e segunda safra, e o rebanho é estimado em 120 mil cabeças de gado. O Bom Futuro mantém sua sede corporativa em Cuiabá, onde está sediado o Departamento de Gestão Ambiental e Qua-lidade, que desempenha papel fundamental em desenvolver e implantar programas e atividades estratégicas visando assegurar o desenvolvimento sustentável do grupo.

O projeto Sementes do Futuro/Separô para plantar é uma das ações de educação ambiental adotada com sucesso na fazenda Vale do Rio Verde

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Fazenda Mãe MargaridaVanguarda Agro S.A.

Vencedora na categoria Educação com o projeto “Vanguarda Ensina: Creche

para os Filhos dos Colaboradores” e finalista na categoria Saúde com o projeto

“Qualidade de Vida dos Colaboradores”.

A preocupação em melhorar a qualidade de vida dos colaboradores da fazenda Mãe Margarida, em Santa Rita do Trivelato – uma das unidades da Vanguarda Agro – originou o projeto Vanguarda Ensina: Creche para os Filhos dos Colaboradores. Implantado em abril de 2012, o projeto man-tém as colaboradoras perto de seus filhos e evita a ansiedade comum em muitas mães após o fim da licença-maternidade, gerando tranquilidade para toda a família. Segundo os responsáveis, os resultados dessa prática se refletem na redução da rotatividade das colaboradoras e no aumento da produtividade.

A fazenda Mãe Margarida fornece frutas e alimentos

para as refeições das crianças que

frequentam a creche

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A Mãe Margarida oferece a creche sem custo para os colaboradores e fornece frutas e alimentos para as refeições das crianças (café da manhã, almoço, lanche e jantar) por meio da cantina da fazenda. As mães se revezam no fornecimento de alimentos considerados supérfluos como iogurte e bolachas. A creche recebe brinquedos, DVDs infantis e desenhos para colorir da Vanguarda Agro. A estrutura da creche inclui banhei-ros adaptados para evitar acidentes e um parquinho na área externa.

A fazenda também foi finalista do prêmio Semean-do o Bem na categoria Saúde com projeto Qualidade de Vida dos Colaboradores, responsável pela criação de uma academia ao ar livre, visando proporcionar aos trabalhadores e seus familiares a oportu-nidade de melhorar o condicionamento físico e a saúde em geral.

A creche recebe brinquedos, DVDs infantis e desenhos para colorir da Vanguarda Agro

Os filhos dos colaboradores da fazenda Mãe Margarida se divertem no playground

Os brinquedos educativos ajudam no desenvolvimento das crianças que são estimuladas a brincar juntas

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Fazenda Ribeiro do CéuVanguarda Agro S.A.

Vencedora na categoria Saúde com o projeto “Saúde para Todos”.

A fazenda Ribeiro do Céu, situada em Nova Mutum, assegurou à Van-guarda Agro outro troféu Semeando o Bem, com o projeto Saúde para Todos, vencedor na categoria Saúde. Em prática desde 2013, o projeto garante os primeiros socorros aos colaboradores e familiares feridos ou que tenham adoecido repentinamente na fazenda.

Contar com uma ambulância (um veículo S10 com os equipamentos necessários aos primeiros socorros) e um profissional de saúde no am-biente de trabalho faz toda a diferença para os colaboradores da fazenda: a enfermeira tem condições de fazer os procedimentos de emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, visando manter seus sinais vitais e evitando o agravamento de seu estado até que ela seja encaminhada a uma unidade especializada e possa receber assistência de-finitiva. O projeto também evita o sofrimento de familiares e amigos que presenciam os casos de acidente ou doença.

O projeto Saúde para Todos conta com uma

enfermeira para atender os colaboradores da fazenda Jo

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A Vanguarda Agro é uma empresa produtora de commodities agrícolas, com foco na produção de algodão, soja e milho e valorização de terras. Possui 13 unidades de produção localizadas em três estados brasileiros (Mato Grosso, Bahia e Piauí), totalizando uma área sob gestão de aproxi-madamente 224,3 mil hectares. A empresa tem suas ações negociadas no Novo Mercado da BM&FBovespa, nível mais alto de Governança Corpo-rativa da Bolsa brasileira.

Um veículo S10 com os equipamentos necessários aos primeiros socorros está sempre de prontidão na fazenda para atender os colaboradores e seus familiares

Contar com uma ambulância e um profissional de saúde no ambiente de trabalho faz toda diferença para os colaboradores da fazenda Ribeiro do Céu, em Nova Mutum.

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Agropecuária NovocampoVencedora na categoria Educação e finalista na categoria Meio Ambiente

com os projetos “Inclusão Digital na Fazenda” e “Recuperação Voluntária de

APP”.

A Agropecuária Novocampo, em Campo Novo do Parecis, dos irmãos Rogério e Ricardo Arioli Silva, é exemplo de que uma empresa familiar, quando bem gerenciada, pode se tornar um negócio sólido e inovador no campo social e ambiental. Os Ariolis chegaram a Mato Grosso em 1987 para plantar soja e continuar a atividade iniciada pelo pai no Rio Grande do Sul. Em 1991, iniciaram o cultivo do algodoeiro, depois veio o milho, o girassol e o milho pipoca, e o confinamento de bovinos.

A dedicação e o empreendedorismo dos irmãos beneficiam também seus colaboradores e prova disso é o projeto de Inclusão digital na fazen-da, iniciado em agosto de 2013, com objetivo de levar conhecimento em informática a trabalhadores da Novocampo e de fazendas vizinhas. Com 33 alunos e dois módulos (básico e avançado), ambos com duração de 20 horas cada, o curso conta com aulas às sextas-feiras e aos sábados. A fazen-da banca a remuneração do professor, seu deslocamento e alimentação, e o material didático. Entre 2013 e 2014, 50 alunos concluíram o curso de

informática. Para 2015, a meta é superar os anos anteriores.

O investimento na inclusão digital dos colaboradores

faz a diferença na Agropecuária

Novocampo

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O produtor Rogério Arioli observa o avanço dos colaboradores, principalmente daqueles com menor nível de escolaridade, que conheceram o computador e suas ferramentas graças ao curso. Outro benefício alcançado é que muitos traba-lhadores passam a manter contato com as famí-lias que vivem em outras cidades por meio das redes sociais. “A relação de companheirismo na troca de experiências e a familiarização com as novas tecnologias do maquinário agrícola da fa-zenda são alguns benefícios notados depois que o curso foi implantado em 24 agosto de 2013”, conta.

A fazenda também é referência na área am-biental e foi finalista do prêmio Semeando o Bem com o projeto Recuperação Voluntária de Área de Preservação Permanente (APP), que promoveu o reflorestamento de seis hectares com 14 espécies nativas, inclusive árvores frutíferas. São 2,4 mil mudas, sendo 400 por hectare, obedecendo aos critérios de distância entre elas e ao processo de adubação, sob o acompanhamento de um engenheiro florestal. A ideia é estimular os produtores da região a criarem uma espécie de corrente do bem, a ser seguida por todos.

O projeto Inclusão digital na Fazenda leva conhecimentos em informática a trabalhadores da Agropecuária Novo Campo e de fazendas vizinhas

Preocupado com a recuperação de APPs, o produtor Rogério Arioli promove o reflorestamento em sua propriedade e é um exemplo a ser seguido

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Fazenda Girassol do PrataGirassol Agrícola

Vencedora na categoria Meio Ambiente com o projeto “Reflorestar”.

Trabalhar com crianças a conscientização da cidadania e a importân-cia da proteção e preservação do meio ambiente é o que propõe o projeto Reflorestar, desenvolvido pela fazenda Girassol do Prata, localizada no munícipio de Santo Antônio de Leverger (na divisa com Jaciara).

As crianças e seus pais – que são colaboradores da fazenda – são incenti-vados a participar da criação de um pomar coletivo. Cada árvore plantada leva o nome de uma criança e isso estimula o seu compromisso de cuidar e acompanhar o crescimento da planta. Doze crianças e adolescentes fa-zem parte do projeto e já plantaram 30 mudas de árvores frutíferas como limão, laranja, mexerica, manga, caju e jabuticaba, numa área de 350 me-tros quadrados.

“Entendendo que as crianças são nosso futuro e o meio ambiente é par-te principal, optamos em trabalhar com elas e suas famílias desenvolvendo assim ações que promovessem nelas um misto de satisfação e felicidade”, conta Eloá Duarte, do Recursos Humanos da Girassol Agrícola e uma das responsáveis pelo projeto Reflorestar. Segundo Eloá, a etapa Reflorestar foi um marco dentro da Girassol e as crianças foram mobilizadas para que

Os filhos dos colaboradores da fazenda Girassol do Prata são incentivados a participar da criação de um pomar coletivo

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entendessem a importância do meio ambiente na qualidade de vida. “Enfatizamos a ideia de que as árvores frutíferas ajudam a sustentar a vida na Terra, conservar o solo e a água, e ainda fornecem sombra e alimento”, explica.

O projeto foi criado em maio de 2014 e logo se notou uma mudança no comportamento das crianças e adolescente envolvidos, que adotaram novos hábitos quanto à utilização dos recursos naturais, contribuindo assim para um ambiente mais sustentável e agradável de se viver na Gi-rassol do Prata. Os participantes recebem uma cartilha de orientação sobre o plantio das mudas e da necessidade de rega e capina. O trabalho é feito em conjunto com um técnico que tem a responsabilidade de acompanhar a vegetação no entorno, o solo e a irri-gação das plantas.

Criada pelo produtor gaúcho Gilberto Goellner, que se estabeleceu em Mato Grosso, na região da Serra da Petrovina, em 1982, a Girassol Agrícola está no mercado há mais de 30 anos e se destaca por seus projetos na área ambiental. Consolidada hoje como uma das mais destacadas empresas do agronegócio brasileiro, a Girassol Agrícola conta com 750 colaboradores em três unidades de produção nos municípios de Pedra Preta, Santo An-tônio de Leverger e Torixoréu.

Os participantes do projeto Reflorestar são orientados sobre os cuidados necessários ao crescimento das mudas plantadas e à preservação do meio ambiente

Cada árvore plantada leva o nome de uma criança e isso estimula o seu compromisso de cuidar e acompanhar o crescimento da planta

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Fazenda Los AngelesGrupo Carlos Alberto Polato (GCAP)

Vencedora na categoria Educação e Segurança Alimentar com o projeto

“Horta Comunitária Promovendo Saúde”.

Até 2012, cada colaborador que morava na fazenda Los Angeles, situada em São Joaquim (no Centro Leste mato-grossense), mantinha uma horta no seu quintal visando o consumo de hortaliças frescas por sua família. Com o passar do tempo, entretanto, observaram que, se todos trabalhassem juntos para criar uma horta coletiva, mais pessoas seriam beneficiadas. Nasceu assim o projeto Horta Comunitária Promovendo Saúde, que deu à fazenda de propriedade da família Polato o troféu Semeando o bem na ca-tegoria Educação e Segurança Alimentar.

Além da certeza de contar com hortaliças e legumes de origem conhe-cida, de boa qualidade e livres de resíduos de agroquímicos, o projeto pro-porciona aos colaboradores da Los Angeles e suas famílias a possibilidade de um trabalho comunitário que promove a união das pessoas em busca de melhor qualidade de vida.

Os colaboradores da fazenda Los Angeles contam

com hortaliças e legumes de origem conhecida, de boa qualidade e livres de

resíduos de agroquímicos

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Francisco Ferreira de Carvalho, o Chicão, é o colaborador responsável pela manutenção e conservação da horta. A distribuição dos produtos é feita por demanda da cantina da fazenda que produz as refeições diárias e dos colaboradores que residem na Los Angeles com suas famílias. A elaboração dos pratos servidos no almoço e jantar é de responsabilidade da nutricionista Daniela Stahl, que organiza o cardápio balanceado. Na horta, são produzidos alface, rúcula, couve, salsinha, cebolinha, coentro, berinjela, abobrinha, jiló e quiabo. As sementes são doadas pela fazenda Los Angeles.

Em épocas de grande produção, hortaliças e legumes são doados para os colaboradores que trabalham no escritório da Los Angeles, em Primavera do Leste. “Várias vezes levei para casa alface, rúcula, couve, cebolinha e outras hortaliças fresquinhas. Sabemos o cuidado e a preocupação com a horta e quanto é importante esta iniciativa, que começou de forma simples e consegue alimentar mais de 100 pessoas por dia. Tudo graças ao trabalho coletivo”, testemunha a colaboradora Jeanice da Silva Granado Martins.

A fazenda também conta com um pomar, que produz manga, limão, goiaba, jaca, acerola, coco, mexerica e laranja, tornando a alimentação dos colaboradores ainda mais saudável. Durante a colheita não há controle de distribuição, apenas a velha prática de pegar a fruta do pé e consumir.

A fazenda Los Angeles foi comprada pelo produtor Sidnei Polato em 1986 e é hoje administrada por seus filhos Alessandro de Souza Polato e Sidnei Polato Filho. A propriedade produz algodão, soja, milho e feijão, e busca ser referência no agronegócio, trabalhando sempre pela melhoria contínua das condições de trabalho e do bem-estar de seus colaboradores.

Francisco Ferreira de Carvalho, o Chicão, é o colaborador responsável pela manutenção e conservação da horta

Em épocas de grande produção, hortaliças e legumes são doados para os colaboradores da fazenda Los Angeles que trabalham no escritório de Primavera do Leste.

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Fazenda MarabáGrupo JPupin

Vencedora na categoria Esporte e Lazer com o projeto “Plantando o Futuro

– Sementes do Bem”.

Desde 2011, o projeto Plantando o Futuro – Sementes do Bem vem fazendo a diferença na fazenda Marabá, em Campo Verde. A prática do jiu-jitsu – arte marcial japonesa em que o praticante utiliza golpes de alavancas, torções e pressões para dominar o oponente – é a mola-mestra de um trabalho de inclusão social e promoção da qualidade de vida, que tem o apoio do produtor José Pupin, presidente do Conselho Administrativo do Grupo JPupin.

O projeto conta com 38 alunos, que são filhos de colaboradores da fa-zenda Marabá. As aulas acontecem às terças e quintas-feiras, num espaço especialmente construído pelo Grupo JPupin e que integra o Instituto Antonio Pupin, cujo nome é uma homenagem ao patriarca da família.

O responsável pelo projeto é o colaborador da fazenda Marabá, Marcos Henrique Parenti Braz, faixa marrom em jiu-jitsu, com experiência de 14 anos na modalidade. O professor pratica artes marciais desde os nove anos e, quando chegou à fazenda, sentiu a necessidade de dividir seus conheci-mentos e continuar praticando o esporte.

O professor Marcos Henrique Parenti Braz, colaborador

da fazenda Marabá, e a turma premiada do jiu-jitsu

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No início, os alunos praticavam jiu-jitsu num espaço de 4x7 metros, coberto com lona de caminhão. “Hoje, podemos nos orgulhar do espaço que conseguimos e dispomos de um local adequado, de 12x18 metros, com tatame e ventiladores”, orgulha-se Braz. Os primeiros quimonos foram adquiridos por meio de rifas realizadas entre os colaboradores da fazenda e atualmente são doados pelos responsáveis pela Marabá.

O treinador explica que o esporte trouxe benefícios para os alunos em vários aspectos, mas dois chamam sua atenção: o bom desempenho na es-cola e o comportamento em casa. “É bom ouvir dos pais que seus filhos se tornaram pessoas melhores depois que passaram a participar do jiu-jitsu. A disciplina e o equilíbrio emocional são duas importantes características do esporte”, diz ele.

A prática do esporte traz benefícios para os alunos em vários aspectos, principalmente em relação ao desempenho de crianças e adolescentes na escola e ao seu comportamento em casa

\ MARCOS HENRIQUE PARENTI BRAZ

“Ser um homenageado com o troféu Semeadores do Bem e ver

nosso projeto premiado é a prova de que, quando temos vontade de

promover mudanças, junto com pessoas que pensam da mesma forma,

os sonhos se tornam realidade”.

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Fazenda MutumGrupo Mutum Agrícola Ltda

Vencedora na categoria Cultura com o projeto “Orquestra Sinfônica Jovem

de Nova Mutum (OSJNM)”.

A Orquestra Sinfônica de Nova Mutum (OSJNM) é mais uma prova de que um sonho pode se tornar realidade quando sonhado por várias pessoas. Essa história começa com o sonho de Hilda Strenger Ribeiro – mulher de José Aparecido Ribeiro, colonizador de Nova Mutum – de criar um projeto social e cultural no município.

Em 2003, esse projeto começou a se concretizar durante o encontro de dois amigos em São Paulo: o músico Leandro Carvalho e o empresário Frederico Ribeiro Kraukauer, neto de dona Hilda. Eles conversaram so-bre a possibilidade de montar um projeto de música orquestral em Mato Grosso, voltado para crianças e jovens, e iniciaram as articulações, com o apoio de Luiz Divino da Silva – gerente da fazenda Mutum e hoje pre-sidente da Orquestra –, da comunidade, de empresas e do poder público.

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Luiz Divino da Silva, presidente da OSJNM Hilda Strenger Ribeiro durante uma apresentação da orquestra

Frederico apresentou Nova Mutum (no Médio Norte mato-grossense) ao amigo Leandro, que sugeriu começar o projeto por Cuiabá, onde havia mais condições de trabalho, antes de avançar para o interior. Enquanto o maestro criava o projeto Ciranda (o atual Instituto Ciranda – Música e Cidadania) na capital e fundava a Orquestra do Estado de Mato Grosso, Frederico conseguiu junto à Associação dos Empresários da Amazônia, da qual era membro, a doação de 40 instrumentos musicais para o pro-jeto a ser implantado em Nova Mutum. Criada na década de 70 por José Aparecido Ribeiro e outros empresários, a entidade estava encerrando suas atividades e decidiu destinar seu patrimônio a causas que dessem continuidade a seus propósitos.

Assim nasceu, em 2009, a Orquestra Sinfônica Jovem de Nova Mutum, que hoje atende mais de 300 crianças e jovens com idade entre seis e 18 anos. A OSJNM oferece gratuitamente o ensino dos diversos instrumentos de orquestra sinfônica, de viola caipira e flauta doce, e prática de coral. O aprendizado dos jovens músicos pode ser conferido em concertos e apresentações da orquestra titular, composta por 40 alunos, e de grupos menores como o quinteto sinfônico e o naipe de percussão, para o orgulho da comunidade da região.

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A OSJNM oferece gratuitamente o ensino dos diversos instrumentos de orquestra sinfônica, de viola caipira e flauta doce, e prática de coral.

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A OSJNM tem como mantenedora a Associação Cultural e Social de Nova Mutum, entidade não governamental, sem fins lucrativos e de utili-dade pública municipal, fundada em maio de 2009. É gerida por uma dire-toria composta por 21 pessoas da comunidade, eleita bienalmente. Conta com uma pequena equipe de funcionários de diversas áreas, entre eles o maestro Edmar Nascimento, que acompanha os alunos diariamente; cinco professores do Instituto Ciranda – Música e Cidadania de Cuiabá, que é parceiro educacional da Orquestra (um deles é Murilo Alves, presidente do Instituto e coordenador pedagógico da OSJNM); e nove monitores, que são alunos que se tornaram músicos na própria orquestra e hoje re-cebem para ministrar aulas.

\ LEANDRO CARVALHO

“Uma pessoa é o resultado das oportunidades que teve e das

escolhas que fez”.

Na opinião do maestro Leandro Carvalho a OSJNM nasceu em um

terreno cuidadosamente adubado por anos, esperando pelo momento

exato de vir a público, e esta é uma das razões do sucesso da iniciativa. Depois de vencidos

os desafios iniciais e de a orquestra ter conquistado a população de Nova Mutum, é hora de

olhar para o futuro e pensar na ampliação e sustentabilidade da escola de música que serve

como base para a OSJNM. Para o maestro, ser homenageado com o troféu Semeadores do

Bem é de extrema importância, pois significa o reconhecimento dos melhores projetos e

também um estímulo às melhores práticas. (confira a entrevista de Leandro Carvalho na página 118)

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A OSJNM conta com uma pequena equipe

de funcionários, entre eles o maestro

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\ FREDERICO RIBEIRO KRAUKAUER

“Seja persistente quando se tem um sonho, não desista no pri-

meiro obstáculo!”.

Para Frederico Ribeiro Kraukauer, a OSJNM é mais do que a re-

alização de um sonho. “Acredito que fazer a diferença é conseguir

vencer os desafios e concretizar nossos sonhos”, afirma. Ele conta que, quando assumiu o

compromisso de montar um projeto de música em Nova Mutum, a parceria com o maestro

Leandro Carvalho fez toda a diferença, pois juntos souberam transformar os obstáculos em

novos caminhos a serem trilhados.

Frederico vive em São Paulo, tem dois filhos e, desde jovem, acompanhou o avô José Apa-

recido em seus negócios e empreendimentos. É formado em Administração e pós-graduado

em negócios imobiliários, tendo assumido aos 19 anos a direção dos negócios da família, entre

eles, o Grupo Mutum Agrícola Ltda. Herdou do avô o espírito desbravador e empreendedor,

tornando o Grupo Mutum exemplo de inovação em gestão imobiliária e no agronegócio, com

vários projetos piloto sendo implantados na fazenda Mutum, além de ter contribuído para o

desenvolvimento de Nova Mutum com a atração de várias empresas de grande porte para o

município. O empresário acompanha de perto o sucesso e o desenvolvimento da orquestra,

dividindo seu tempo entre os negócios em São Paulo e Nova Mutum.

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A OSJNM atende mais de 300 crianças e jovens com idade entre 6 e 18 anos

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Fazenda ParanáVencedora na categoria Filantropia com o projeto “Também somos

APAExonados”.

Para Maria Valtraut Ristau Garbugio, ajudar o próximo é “um ato divi-no, capaz de sanar os males da vida”. Ela acredita que por menor que seja esse ato acaba se tornando de extrema grandeza para quem recebe. Com esse pensamento, em 2012, ela aceitou o desafio de presidir a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Campo Verde.

Um ano antes a entidade enfrentava problemas financeiros, sofria uma intervenção judicial e tinha caído em descrédito diante da sociedade. “Foi uma decisão muito difícil, mas tive a ajuda de uma pessoa muito impor-tante em minha vida: meu marido, Pedro Garbugio, que sempre me apoiou em minhas decisões”, diz Maria Garbugio, lembrando o produtor falecido em outubro de 2014.

Dessa forma, a fazenda Paraná tornou-se uma importante parceira no projeto que tem como slogan “Somos APAExonados”. Com a ajuda da equipe de voluntários e colaboradores, dona Maria conseguiu em pouco tempo transformar a entidade, que voltou a ter credibilidade junto à comu-

O projeto Pintando o Sete utiliza a realização de trabalhos manuais

com fins educacionais para estimular a autoestima dos alunos

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nidade de Campo Verde. De imediato, a Prefeitura local doou um terreno de 16 mil m2 e, graças à volta das doações da comunidade, foi iniciada a obra da nova escola, que conta com 760 m2, salas de aula, refeitório, salas para fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e de estimulação.

Hoje a entidade atende 90 alunos das zonas urbana e rural, que parti-cipam de atividades extraclasse, além de assistirem às aulas normais. Um exemplo é o projeto Pintando o Sete, que utiliza a realização de trabalhos manuais com fins educacionais para estimular a autoestima dos alunos. A horta sustentável é outra forma de incentivar os alunos na produção de alimentos orgânicos. Tem ainda a brinquedoteca, que dispõe de uma sala adaptada em que se trabalha o desenvolvimento físico, psiconeuromotor e cognitivo dos alunos através de brincadeiras.

A fazenda Paraná foi fundada pelo agricultor Pedro Garbugio, que veio para Mato Grosso em 1980. Com o tempo, a sede da propriedade foi se estruturando e seu Pedro doou uma área para a construção da es-cola municipal – batizada de José Garbugio, em homenagem a seu pai –, um posto de saúde e uma igreja. Pedro Garbugio é parte da história de Campo Verde, pois esteve envolvido no processo de emancipação do município em 1988. Nascidos em Marialva (PR), o produtor e dona Maria criaram seus filhos com o resultado do trabalho na lavoura e sempre se dedicaram a proporcionar bem-estar a seus colaboradores e à comuni-dade campo-verdense.

\ MARIA VALTRAUT RISTAU GARBUGIO

“Eu me realizo todos os dias.

O meu trabalho é 100% voluntário

e faço de coração. Ver hoje o que

construímos e o sorriso dos alunos

em suas conquistas e avanços moto-

res é uma satisfação que me enche

de alegria e realização. Nem mesmo

os desafios comuns do dia a dia me

fazem desistir”, afirma dona Maria,

agraciada com o troféu Semeadores

do Bem.

A Apae de Campo Verde atende 90 alunos das zonas urbana e rural

A fazenda Paraná é parceira no projeto que tem como slogan “Somos APAExonados”

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Fazenda Santa Maria da AmazôniaGrupo DGF Agro

Vencedora na categoria Meio Ambiente com o projeto “Educação Ambien-

tal Sorriso Vivo”.

“Mais do que só cuidar da natureza, é preciso ter sabedoria para utilizá--la. Afinal, ela nos proporciona também o alimento”, diz o agropecuarista Darcy Getúlio Ferrarin, fundador da fazenda Santa Maria da Amazônia, em Sorriso, e um dos criadores do Clube Amigos da Terra – CAT Sorriso. Ferrarin vem se destacando por seu trabalho em defesa do meio ambiente e da importância de sua preservação, apontando caminhos para a produção de alimentos de forma consciente e moderna, de olho no desenvolvimento tecnológico e nas demandas do mercado.

Em dezembro de 2005, Ferrarin implantou na fazenda Santa Maria da Amazônia uma vitrine tecnológica de reposição florestal com o objetivo de incentivar outros produtores a recuperarem suas Áreas de Preserva-ção Permanente (APPs) degradadas. De cunho educacional, o espaço é voltado para professores, pesquisadores, alunos e comunidade em geral, visando à conscientização sobre a importância da preservação dos recur-sos naturais. Em nove anos de projeto, foram recebidos mais de 10 mil alunos e professores da rede escolar de Sorriso e região, que conheceram os métodos utilizados na produção de alimentos de forma sustentável e

Darcy Getúlio Ferrarin e seu filho Junior, que segue os passos do pai Atividades do projeto de Educação Ambiental Sorriso Vivo

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realizaram aulas de campo sobre os cuidados necessários à proteção do solo, da água, flora e fauna.

A Santa Maria da Amazônia teve outros projetos inscritos no prê-mio Semeando o Bem, todos relacionados às missões do CAT. Uma delas é promover entre seus associados a troca de experiências sobre o sistema de plantio direto na palha e outras técnicas que visam à conservação do solo e da biodiversidade. O CAT Sorriso – uma ONG sem fins lucrativos, criada em 2002 por Ferrarin e outros produtores rurais e profissionais do agronegócio da região – surgiu com a missão de incentivar as boas práticas agrícolas no campo, para produzir com eficiência e alcançar altos níveis de qualidade e produtividade sem comprometer as gerações futuras, com respeito à legislação ambiental e à biodiversidade da região.

O produtor presidiu a entidade por dois mandatos, ocupou os cargos de diretor financeiro e administrativo, e é seu atual diretor de marketing. “Com entusiasmo e garra, procuro despertar na família e comunidade o comprometimento com o desenvolvimento sustentável aliado à inclusão social, envolvendo várias entidades e empresas públicas e privadas enquan-to parceiras do CAT e do meio ambiente”, afirma.

Natural de Constantina (RS), Ferrarin deixou em 1998 o ramo de reven-da de defensivos e máquinas agrícolas e comprou a fazenda Santa Maria da Amazônia, onde também nasceu o Grupo DGF Agro. Desde então tem procurado se consolidar no trabalho de forma sustentável através de alta tecnologia, qualificação profissional e a diversificação de produtos na di-minuição dos riscos e maximização da produção. O produtor tem três filhos e um deles, Darcy Ferrarin Junior, que está hoje à frente do CAT Sorriso, demonstra o mesmo comprometimento do pai com o desenvolvimento econômico, social e ambiental, sempre fiel à missão da entidade: “Gerar riquezas, preservando a vida”.

Mais de 10 mil alunos e professores da rede escolar de Sorriso e região foram beneficiados em nove anos de projeto

A proposta desse trabalho de educação ambiental é gerar crianças mais conscientes

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Fazenda Santa TerezinhaGrupo Bom Jesus

Vencedora na categoria Meio Ambiente com o projeto “Nosso Compromisso

com o Meio Ambiente”.

Respeitar, conscientizar, separar e reciclar são atitudes essenciais à utilização sustentável dos recursos naturais e, sem elas, o equilíbrio entre o homem e os elementos fundamentais da Terra pode deixar de existir. Partindo desse pressuposto, a fazenda Santa Terezinha, unida-de do Grupo Bom Jesus situada em Santa Rita do Trivelato (no Médio Norte mato-grossense), desenvolveu o projeto Nosso Compromisso com o Meio Ambiente.

Graças a ele, cerca de 750 quilos de lixo produzido na fazenda são re-ciclados mensalmente e os recursos obtidos com a venda desses materiais são investidos na aquisição de benfeitorias para uso comum dos colabo-radores, tais como campo de futebol e área para a prática de exercícios físicos. A coleta seletiva minimiza os impactos ambientais gerados pelas atividades realizadas na Bom Jesus. As lixeiras estão fixadas em pontos estratégicos para facilitar a separação dos materiais e o projeto dispõe de um barracão com prensa para os materiais recicláveis. Os resíduos não recicláveis e os contaminantes são acondicionados, separados por baias e recebem destinação correta.

A correta separação do lixo produzido na fazenda e a prensagem dos materiais recicláveis garantem o sucesso do projeto

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Os colaboradores são conscientizados por meio de palestras sobre seu papel no processo de coleta seletiva e a importância de separar o lixo produzido – seja no trabalho, em casa, no ambiente escolar ou nos locais de lazer – e de fazer a reciclagem. A iniciativa estimula os co-laboradores a terem consciência de que, devido à grande quantidade de lixo produzida, reciclar se torna uma atitude cada vez mais importante para a manutenção da saúde das pessoas e da so-brevivência do Planeta.

A fazenda Santa Terezinha é um dos empre-endimentos do Grupo Bom Jesus, fundado por Luiz Vígolo, terceiro filho de 18 irmãos. Seu contato com a agricultura começou na propriedade que recebeu de presente do pai, em Medianeira (PR), no início da década de 60. Em 1976, Vígolo migrou para Mato Grosso e, dois anos depois, iniciou o plantio de soja em Pedra Preta. Em 1987, fundou a Bom Jesus Sementes com os filhos Nelson José e Geraldo Vígolo, e, hoje, o grupo cultiva uma das maiores áreas de produção de algodão do estado, além de ser referência em outros segmentos do agronegócio.

Os recursos obtidos com a venda do lixo reciclável proporcionam qualidade de vida aos colaboradores

A pista de caminhada foi construída graças ao projeto Nosso Compromisso com o Meio Ambiente

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Fazenda São JerônimoSementes São Jerônimo

Vencedora na categoria Educação com o projeto “Qualidade de vida e se-

gurança para os funcionários, Educação, Qualificação e Capacitação”.

Finalista nas categorias Saúde, Meio Ambiente, Esporte e Lazer, Filantropia

e Ações Diferenciadas.

O produtor Rudolf Thomas Maria Aernoudts acredita que o proces-so de reestruturação produtiva pelo qual tem passado a economia exige do mercado constante adaptação e aprimoramento. Para ele, a crescente competitividade e a busca por melhores níveis de produtividade reque-rem investimentos cada vez mais elevados em qualificação profissional. Por isso, Rudolf investe na valorização dos colaboradores da fazenda São Jerônimo, em Alto Garças, e de outras unidades de sua empresa (Semen-tes São Jerônimo), e esse comprometimento lhe garantiu uma posição de destaque na segunda edição do prêmio Semeando o Bem.

Diogo Frick Bueno Strey, colaborador

da fazenda São Jerônimo, sua

mulher Sheila Mayar Musskopf e o filho

Pedro Musskopf Strey são beneficiados

com um dos projetos finalistas do Prêmio

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Para promover a capacitação dos trabalhado-res em todos os setores, o produtor promove par-cerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MT) e o Sindicato Rural de Alto Garças, oferecendo cursos nas áreas agrícolas.

O incentivo e apoio aos colaboradores que estão cursando o ensino superior é outro diferen-cial da empresa. Além de ampliar seus horizontes, a medida faz com que eles trabalhem com mais satisfação e produzam com mais qualidade. Seis funcionários já concluíram ou estão estudando em faculdades da região, de forma presencial, ou por meio da modalidade de Ensino a Distância (EaD), graças à ajuda de custo oferecida pela São Jerônimo.

É o caso de Marcos Wegueneimak Souza da Silva, que está há três anos na fazenda na função de técnico de seguran-ça de trabalho e cursa Administração na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) por meio do EaD. Segundo ele, a oportunidade de fazer um curso superior é um grande diferencial, pois não teria condições de bancar uma mensalidade. “Sou grato pelo incentivo e pela oportunidade. A minha dedicação aos estudos já reflete no meu desempenho na fazen-da”, comemora.

\ RUDOLF THOMAS MARIA AERNOUDTS

Nascido em Aarnburg, na Holanda, em 1958, Rudolf Thomas Maria

Aernoudts é filho de Prudent Joseph Marie Aernoudts e Maria Alphon-

sa Van Der Heyden Aernoudts, que migraram para o Brasil em 1970,

instalando-se com seus filhos no município gaúcho de Panambi. Lá, o

jovem Rudolf iniciou seus estudos e fez o curso de técnico em agricultura. Seu pai adquiriu a

fazenda São Jerônimo em Alto Garças, na região Sul de Mato Grosso, e, em seguida, comprou

outras áreas na região.

Em 1982, Rudolf foi pioneiro no plantio de soja e, posteriormente, na produção de se-

mentes, introduzindo novas técnicas de cultivo e de administração, e contribuindo para a

difusão dos trabalhos informatizados no município. Em 1985, ele se casou com Salete, com

quem tem duas filhas, Manuella, que exerce a função de assessora jurídica na Sementes

São Jerônimo, e Daniela, que trabalha como administradora. A família Aernoudts comprou

outras fazendas e expandiu seus negócios para outros municípios mato-grossenses, como

Gaúcha do Norte, e, embora focada no cultivo de grãos para a produção de sementes, tam-

bém diversificou sua produção, investindo na cotonicultura, mas Rudolf nunca deixou de se

preocupar com o crescimento e a qualidade de vida de seus colaboradores, atuando sempre

como um semeador do bem.

O técnico de segurança do trabalho Marcos Wegueneimak Souza da Silva cursa Administração na modalidade de Ensino a Distância

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Fazenda TropicalGrupo Sementes Tropical

Vencedora na categoria Esporte e Lazer com o projeto “Esporte e Lazer no

Campo”

Bastou um campo de futebol para mudar toda rotina de uma fazen-da que tem como diferencial associar esporte, lazer, qualidade de vida e a importância de se preservar o meio ambiente. Há 30 anos, a fazenda Tropical, do Grupo Sementes Tropical, localizada no município de Pedra Preta, colocou em prática o projeto Esporte e Lazer no Campo, que promo-ve interações entre os colaboradores por meio de atividades recreativas e competitivas. A ação faz parte de um programa de qualidade de vida, que proporciona lazer e condicionamento físico com a realização de ativida-des físicas diárias.

O campo de futebol foi construído em 1987, na área de lazer da fazenda Tropical, e, desde então, o espaço vem se renovando. No entorno do campo já foram construídos um campo de vôlei de areia, estrutura de ginástica, churrasqueira, quiosques com som e TV, e parquinho para as crianças. As atividades recreativas acontecem todos os dias, depois do expediente, e são realizados torneios de futebol e de vôlei de areia, corridas, prática de ginástica e confraternizações.

As atividades recreativas acontecem todos os dias, depois do expediente,

e torneios de vôlei de areia mobilizam os trabalhadores

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O campo de futebol mudou a rotina dos colaboradores da fazenda Tropical

O grande diferencial é que todas as benfeitorias foram possíveis graças a recursos da coleta seletiva do lixo produzido na fazenda. Com a implantação da coleta seletiva, os colaboradores e suas famílias pas-saram a dar mais importância à preservação do meio ambiente, ajudando na separação e recolhimento dos resíduos descartados, que passaram a ter uma desti-nação correta.

O diretor de produção João Paulo Ribeiro, que há 22 anos trabalha na Sementes Tropical, afirma que as atividades recreativas ampliam os contatos sociais, ensinam normas de conduta e estimulam o trabalho coletivo. “O lazer é algo que está presente na vida das pessoas, mas nem todos sabem a importância dessa atividade. Um bate-bola já alivia toda a tensão de um dia estressante de trabalho”, diz.

Fundada em 1985, a Sementes Tropical é uma empresa familiar pionei-ra na produção de milho, soja, algodão e sementes na região da Serra da Petrovina, no Sul de Mato Grosso. A empresa também atua no ramo da pecuária e na produção de milheto, feijão e eucalipto. A fazenda Tropical é uma das unidades do Grupo, que mantém ainda as fazendas Arizona, Antares e Ponte de Pedra, e a Agropecuária A.G.

O grande diferencial é que todas as benfeitorias foram possíveis graças a recursos da coleta seletiva do lixo produzido na fazenda

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ItaquerêVencedor na categoria Alimentação e Segurança Alimentar com o projeto

“Vale Alimentação Cartão Magnético Sodexo”.

Muitas empresas têm procurado investir na valorização dos seus co-laboradores, visando o aumento da produtividade – item fundamental para que elas se destaquem no mercado e assegurem sua sustentabilidade. Pensando nisso, desde novembro de 2012, o Grupo Itaquerê vem usando como estratégia o projeto Vale alimentação cartão magnético Sodexo, que premia a assiduidade de seus colaboradores.

A colaboradora Juliana Flores Campos, encarregada de recrutamento do Grupo, diz que a implantação da iniciativa é importante, pois envolve as pessoas que passam a ter uma visão de comprometimento. O benefício do vale alimentação é oferecido a todos os colaboradores, mas eles só se-rão beneficiados se se mantiverem fiéis a dois importantes critérios: não extrapolar duas horas extras diárias durante o mês trabalhado e evitar o absenteísmo (faltas e atrasos). “O colaborador tem controle do benefício e cabe a cada um cumprir as determinações previstas no contrato de pres-tação de serviço que dá o direito integral a ajuda de custo”, explica Juliana.

Colaboradores do Grupo Itaquerê exibem o vale-

alimentação, um benefício que visa estimular o

aumento de produtividade

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Na opinião do colaborador Thyago Rodrigo Pelanda, que trabalha no grupo Itaquerê há mais de um ano, o vale alimentação faz muita diferença em seu orçamento mensal. Ele destaca que o benefício é aceito em supermercados, farmácias e até em lojas de eletrodomésticos, e, por ser cumulativo, é possível economizar no seu consumo para comprar um eletrodoméstico desejado, por exemplo.

O Grupo Itaquerê nasceu no município de Novo São Joaquim (no Centro Leste mato-grossense), em 1983, por iniciativa do paranaense De-sidério Martin Brunetta. A empresa é hoje administrada por seus filhos Eloi, Hélio, Eloir, Eurico e Édio. Ao longo dos anos, o Grupo ampliou suas atividades e criou empresas como a Argesil, para atender às necessidades do grupo de armazenagem de grãos e prestação de serviços; e a Itaquerê Agro Industrial, cuja atividade principal é o beneficiamento de algodão. Em 1994, iniciou também a atividade em empresas de geração de energia elétrica, atualmente composta por quatro hidrelétricas. Em 1999, o Gru-po Itaquerê inaugurou a Usina de Deslintamento de Sementes Itaquerê (Udesil), que tem por objetivo produzir sementes de algodão.

A diversidade é uma característica do Grupo. A empresa se destaca ainda por seu envolvimento com iniciativas que promovem o bem-estar de seus colaboradores, como a Escola Municipal Brunetta, instalada na fazenda Itaquerê, em Novo São Joaquim. A história do Grupo é feita de luta, trabalho sério e o firme propósito de realizar seus ideais.

Isabela Brunetta recebeu o troféu de Milton Garbugio, em nome do Grupo Itaquerê

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Produzir S.A. Vencedor na categoria Educação com o projeto “Universidade Corporativa”.

A educação sempre foi uma das preocupações da Produzir, que nasceu como uma empresa familiar – fundada pelos irmãos Pinesso, de origem paranaense – e hoje conta com unidades de produção (agricultura e pecu-ária) em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (onde mantém seu escritório central). O Grupo cultiva algodão, soja, milho e sorgo, faz cria e possui duas granjas de suínos (nos dois estados), e atua como revendedor de má-quinas e implementos agrícolas em cinco municípios mato-grossenses.

Com tantos colaboradores (cerca de mil empregados diretos), na cidade e no campo, surgiu uma demanda do pessoal que trabalha nas fazendas e gostaria de ter acesso à educação, de modo a aprimorar seus conhecimentos. Foi assim que surgiu o projeto Universidade Corpora-tiva, recorda Ademir Carlos Pinesso, gerente administrativo da Produ-zir Agropecuária, que representou o Grupo na noite de premiação do Semeando o Bem.

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Colaboradores da fazenda Floresta, uma das unidades

da Produzir em Mato Grosso,

beneficiados com o projeto Universidade

Corporativa

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“Buscamos uma forma de atender às necessidades de nossos colabora-dores e, graças a pesquisas realizadas, encontramos o Portal da Educação, uma empresa que oferece cursos online em diversas áreas”, conta Ademir. O Grupo firmou então uma parceria com o Portal de Educação dando origem ao projeto Universidade Corporativa: <www.portaleducacao/ucv/produzirsa>.

Segundo Carolina Pereira de Souza, coordenado-ra de Desenvolvimento Organizacional da Produzir, todos os custos são bancados pela empresa e os alu-nos têm à sua disposição cursos gratuitos nas áreas de Administração Estratégica, Auditorias, Coaching, Contratos, Competências, Contabilidade, Economia, Gestão Orçamentária e Gestão de Pessoas. O conteú-do é dado de forma não presencial e assim também são feitas as avaliações. Ao final, os alunos recebem um certificado em nome da Universidade Corporativa, com a chancela do Portal Educação. O feedback dos co-laboradores beneficiados pelo projeto tem sido o me-lhor possível, de acordo com Carolina, confirmando o sucesso de mais um projeto da Produzir, empresa que tem como norte a produção de fibras e alimentos com responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. C

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Colaboradores da Produzir S.A. exibem certificados conquistados por meio da Universidade Corporativa

Ademir Carlos Pinesso, gerente administrativo da Produzir Agropecuária, representou o Grupo na premiação do Semeando o Bem

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Grupo SchefferVencedor na categoria Ações Diferenciadas com o projeto “Meninas do Balé”.

Não é de hoje que o projeto Meninas do Balé é a menina dos olhos do Grupo Scheffer. Engajado na realização de um trabalho social junto à população da região de Sapezal (no Noroeste mato-grossense), onde está instalado, o Grupo criou o projeto em 2008, com o objetivo de oferecer aulas de balé clássico para garotas entre 5 e 15 anos, que fossem carentes e estivessem matriculadas em escolas da rede pública.

O processo de seleção é feito em parceria com unidades da Rede Mu-nicipal de Ensino, obedecendo ao perfil socioeconômico e ao compro-metimento da jovem. Participam atualmente do projeto 30 meninas que também recebem acompanhamento nutricional e uniformes. As aulas são ministradas duas vezes por semana e anualmente é realizado o Festival do Balé, que conta com a participação dos pais e colaboradores.

O resultado da prática do balé é a harmonia

entre professoras e alunas, que é percebida

pelo público durante as apresentações

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O Grupo Scheffer planta algodão, soja e milho, e cria gado nos mu-nicípios mato-grossenses de Sapezal, Campos de Júlio e União do Sul. Os investimentos em capital humano e em áreas-chave da empresa são fundamentais e constantes para o crescimento do Grupo, que, consciente de sua importância na produção de alimentos com segurança, qualidade e tecnologia, preocupa-se também com a formação humana e o desen-volvimento social, investindo em vários projetos que envolvem crianças e adolescentes de Sapezal, no Noroeste mato-grossense.  A principal re-ferência do Grupo Scheffer é Elizeu Zulmar Maggi Scheffer, natural de Torres (RS), que veio para Mato Grosso nos anos 1980 (inicialmente para Rondonópolis, no Sul do estado), e se instalou definitivamente em Sapezal, onde o Grupo foi criado e mantém sua sede.

Na expressão das alunas do projeto Meninas do Balé, a satisfação de fazer parte de uma proposta vitoriosa

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“O olhar de cada menina me enche

de orgulho em fazer parte deste projeto”

Gislayne Rafaela Scheffer

\ GISLAYNE RAFAELA SCHEFFER

Todas as pessoas do Grupo Scheffer agraciadas com o troféu Se-

meadores do Bem estão diretamente envolvidas com o projeto Me-

ninas do Balé. A primeira delas é Gislayne Rafaela Scheffer, diretora

administrativa do Grupo e filha de Elizeu Zulmar Maggi Scheffer, que

há sete anos idealizou o projeto, inspirada em sua própria experiência de vida. Gislayne co-

meçou a fazer balé quando era menina, mas teve que abandonar as aulas devido a problemas

financeiros enfrentados por sua família na época. Segundo ela, a crise financeira fez com que

se tornasse uma pessoa melhor e a pensar mais no próximo. Por anos, Gislayne alimentou o

sonho de proporcionar aulas de balé a outras meninas que sonhassem fazer balé, mas que

não tivessem condições financeiras para isso.

“Dou valor a minha família e sem ela nada seria. Aprendi com meu pai que devemos

aceitar as pessoas como elas são. Ser uma homenageada no prêmio Semeando o Bem é

constatar que um sonho pode se tornar realidade”, diz Gislayne.O Grupo Scheffer criou o projeto

em 2008, com o objetivo de oferecer aulas de balé clássico para garotas entre 5 e 15 anos matriculadas em escolas da rede pública de Sapezal

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“Foco, determinação e postura fazem toda a diferença na vida das meninas”

Raíssa de Avila Del Barco Aguiar

“A cada visita que realizamos, quando voltamos percebemos uma evolução no modo de vida dessas famílias, graças ao balé”Maria Lucir Destefani

“Ver os olhos brilhantes dessas meninas é mais que recompensador. Me faz sentir realizada”Jaqueline Luckmann

\ MARIA LUCIR DESTEFANI

A colaboradora Maria Lucir Destefani tem a responsabilidade

de selecionar as meninas que se encaixam no perfil para participar

do projeto. Ela já perdeu as contas de quantas vezes se emocionou

com os relatos de alunas e, principalmente, de mães que encontraram

um norte depois que suas filhas vieram participar do Meninas do Balé. Homenageada com

o troféu Semeadores do Bem, Lucir – em parceria com a assistente social do Grupo Scheffer

Cleonice Lucena – acompanha o desenvolvimento na escola das meninas participantes do

projeto, assim como o envolvimento de seus pais com a vida escolar. “Ao final de cada ano, os

três pais mais participativos, cujas filhas mais se destacaram na escola, recebem um prêmio”,

conta Lucir. No encerramento de 2014, os pais premiados receberam um vale-supermercado

no valor de R$ 360,00 mensais, válido por um ano. Todas as meninas do balé receberam

material escolar, mochilas e um presente.

\ JAQUELINE LUCKMANN

A colaboradora Jaqueline Luckmann, que também visita as famí-

lias e faz a seleção das meninas, conta que fica impressionada de ver a

evolução de comportamento das famílias que têm filhas no projeto e

acredita que o balé é a oportunidade que essas pessoas têm de buscar

qualidade de vida. O fato de ser homenageada no prêmio Semeando o Bem, na sua opinião,

ajuda a fortalecer cada vez mais o projeto Meninas do Balé.

\ RAÍSSA DE AVILA DEL BARCO AGUIAR

A jovem Raíssa de Avila Del Barco Aguiar, de 21 anos, dá aulas

no projeto Meninas do Balé desde maio de 2014. Natural de Campo

Novo do Parecis, no Noroeste mato-grossense, Raíssa considera uma

honra fazer parte do projeto. Ela se emociona sempre que vê a evolu-

ção das alunas e acredita que o balé proporciona às meninas a oportunidade de ter uma vida

melhor. “Sei que muitas sonham seguir outros caminhos e profissões, e o balé faz que esses

sonhos se tornem realidade”, diz Raíssa, que está cursando Agronomia. Ela recebeu o troféu

Semeadores do Bem como um reconhecimento de que seu trabalho, feito com muito amor,

tem sensibilizado outras pessoas.

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Outros homenageados – Honra ao Mérito

Janete HartHomenageada por sua contribuição ao projeto “Plano de Benefícios Assis-

tenciais – Unimed”, da fazenda São José (categoria Saúde)

Janete Hart tem o privilégio de fazer o que mais gosta: lidar com pes-soas. Responsável pelo Departamento de Recursos Humanos da fazen-da São José, em Poxoréu (no Centro Leste mato-grossense), é ela quem planeja e gerencia o processo de gestão dos colaboradores contratados pela propriedade do produtor Otávio Palmeira dos Santos. Janete procu-ra conhecer as necessidades e expectativas das pessoas em relação a seu crescimento e desenvolvimento profissional.

A homenageada com o troféu Semeadores do Bem está à frente do pro-jeto Plano de Benefícios Assistenciais – Unimed, que, desde março de 2013, disponibiliza plano de saúde para todos os colaboradores fixos da São José. Caso o trabalhador faça sua adesão, a fazenda custeia 30% do valor do plano e, se optar por incluir dependentes, o valor relativo a cada um será descontado em folha de pagamento.

Janete Hart diz que o plano garante aos colabora-dores um atendimento de maior qualidade na hora em que mais precisam, sem a necessidade de esperar meses por uma consulta ou para realizar um exame. “Hoje, infelizmente, o Sistema Único de Saúde deixa muito a desejar. Não podemos ficar reféns em caso de necessidade de um atendimento médico, seja ele emergencial ou não. Foi pensando nisso que apresen-tei a proposta à diretoria da fazenda, que a acatou prontamente”, argumenta Janete Hart.

Segundo a colaboradora, oferecer assistência ex-clusiva a seus colaboradores em qualquer momento que precise de auxílio médico é parte do compromisso da fazenda São José com a qualidade de vida dos tra-balhadores e seus dependentes.

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Lenir Terezinha Brisot BotanHomenageada por sua participação no projeto “Sorrindo para a vida”, da

fazenda Nossa Senhora Aparecida (categoria Filantropia)

A situação de Francisca Tiburcio da Silva, viúva e mãe de quatro filhos, sendo três especiais e ainda menores, tocou o coração de Lenir Terezinha Brisot Botan. Dona Nega, como é conhecida na região de Campo Verde, não mede esforços para ajudar o próximo e, quando soube das dificuldades enfrentadas por Francisca e seus filhos, que viviam de doações da igreja e de algumas pessoas, logo se sensibilizou e promoveu uma mudança radical na vida da família.

Lenir Terezinha Brisot Botan é casada com Onofre Pedro Botan e o casal é dono da fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Campo Verde, onde cultiva algodão, soja e milho. Desde 2012, a fazenda vem dando assistên-cia à dona Francisca e seus filhos. No início, a ajuda era dada por meio da doação de alimentos, com a preocupação de fornecer uma alimentação adequada para crianças especiais, medicamentos e itens de vestuário.

Quando dona Nega visitou a casa para ver como estava a família de dona Francisca, percebeu que o imóvel precisava ser adaptado para aten-

der às necessidades das crianças que não se locomo-vem sozinhas. A fazenda Nossa Senhora Aparecida promoveu então uma reforma completa na casa, que ganhou sofá, móveis e aparelhos domésticos para a co-zinha, camas e colchões adequados, já que as crianças passam a maior parte do tempo deitadas. Em seguida, foram compradas as cadeiras de roda confeccionadas sob medida para facilitar a locomoção.

Para dona Nega, ajudar a família de Francisca é uma forma de se realizar como pessoa, mãe e mulher. “Enquanto eu tiver vida e saúde, continuarei ajudan-do esta família que tanto precisa”, diz dona Nega, que pretende deixar essa missão para seus filhos e netos. O comprometimento da dona da fazenda Nossa Se-nhora Aparecida em ajudar uma família em situação desfavorável resultou no projeto Sorrindo para a vida e deu à dona Nega o troféu Semeador do Bem.

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Luanna Thalita SilvaAgraciada com o troféu Semeadores do Bem por causa do projeto “Jovem

Desportista”, da Polato Sementes (categoria Esporte e Lazer)

“Persistir, acreditar e vencer” são os lemas da jovem Luanna Thalita Silva, 18 anos, atleta patrocinada pelo projeto Jovem Desportista, da Polato Sementes, com endereço no município de Rondonópolis. Luanna conta com ajuda de custo para participar de competições estaduais e nacionais de jiu-jitsu, graças ao empenho de sua mãe Valteides Maria Silva, colabo-radora da Polato Sementes e grande incentivadora da filha.

Muito determinada, Luanna treina na Associação de Moradores do bairro Jardim Europa desde 2012, com o professor Robson Antônio Ro-drigues Vieira, e hoje se destaca nas competições estaduais e nacionais. Em 2014, participou da 4º etapa do Campeonato Estadual, do Campeo-nato Brasileiro, realizado em São Paulo, quando foi campeã, e garantiu a medalha de bronze no Campeonato Mundial.

O sonho de Luanna é ser uma atleta do UFC (Ultimate Fighting Cham-pionship) e ela treina cinco horas por dia, para chegar ao nível da lutadora norte-americana Ronda Jean Rousey, seu grande ídolo.

“Sou sua fã e quero seguir os seus passos. Meu de-safio são as Olimpíadas de 2016, mas sei que a equi-pe brasileira está quase formada. Mas que venham as outras competições e desafios. Além da minha deter-minação de ser uma campeã, quero dar orgulho para minha mãe e seus colegas de trabalho, por acreditarem em mim. Não vou decepcioná-los”, garante Luanna, que recebeu o troféu Semeadores do Bem por seu com-prometimento com o projeto Jovem Desportista e o caminho que escolheu trilhar.

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Paulo AndreisAgraciado com o troféu Semeadores do Bem graças a vários projetos de-

senvolvidos pelo Grupo Andreis nas fazendas Serrana e Lagoinha, finalistas

do Prêmio Semeando o Bem nas categorias Saúde, Filantropia, Educação e

Meio Ambiente.

“Acredito que prêmios como esses são essenciais, pois reconhecem e in-centivam os esforços das empresas que investem em ações socioambientais, causando transformações na agricultura de Mato Grosso, ao priorizarem a qualificação profissional e a qualidade de vida dos trabalhadores” – Pau-

lo Andreis, produtor e empresário em Campo Verde.O catarinense Paulo Andreis vem se destacando

entre os produtores de sua região por várias iniciativas visando valorizar os colaboradores das fazendas Ser-rana e Lagoinha (em Jaciara e Campo Verde, respecti-vamente), e estimulá-los a adotarem uma postura de ajuda ao próximo e de cuidados com o meio ambiente.

Essas iniciativas podem ser conferidas em vários projetos finalistas da segunda edição do Prêmio Se-meando o Bem, entre eles o Qualificar, que desde 2013 destina aos colaboradores ajuda de custo no valor de 50% da mensalidade em cursos superiores, de pós-gra-duação, técnicos e de educação profissional.

A colaboradora Ana Lúcia Nogueira da Silva, ge-rente de logística, começou no Grupo Andreis como promotora de vendas. Fez cursos de atendimento ao cliente e liderança, todos através do Projeto Quali-ficar. Já o curso de MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas recebeu ajuda de custo de 100%. “É maravilhoso trabalhar em uma empresa que valoriza e reconhece seus profissionais”, diz Ana Lú-

cia. Atualmente, nove colaboradores fazem parte do projeto e três já estão formados.

O Grupo também desenvolve os projetos Mão amiga e Parceiros da Reci-clagem, entre outros, com destaque para a iniciativa Caneca Consciente, que estimula o uso continuo de canecas reduzindo o uso de copos descartáveis.

As empresas do Grupo Andreis, que empregam diretamente cerca de 170 pessoas, priorizam a utilização de mão de obra da região de Campo Verde, tanto nos segmentos de combustíveis e transportes quanto no se-tor agrícola.

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Gustavo Viganó PiccoliTroféu Semeadores do Bem

Atual presidente da Ampa, do IAS e do IMAmt (biênio 2015-16), o produtor Gustavo Viganó Piccoli presidiu o Instituto Algodão Social no biênio 2013-14 e demonstrou grande sensibilidade para as causas sociais e ambientais. Natural de Anchieta (SC), Picco-li veio para Mato Grosso em 1979, estabelecendo-se em Sorriso, onde foi um dos pioneiros no plantio de algodão na região. Como reconhecimento ao apoio dado ao trabalho realizado pelo IAS, visando promo-ver a responsabilidade social dos cotonicultores ma-to-grossenses, Piccoli foi homenageado com o troféu Semeadores do Bem.

Milton GarbugioTroféu Semeadores do Bem

Paranaense de Marialva, o agricultor Milton Gar-bugio mudou-se para Mato Grosso em 1983, em bus-ca de melhores oportunidades de crescimento. Ele se instalou em Campo Verde, onde mantém até hoje lavouras de algodão, soja e milho. Atual vice-presi-dente da Abrapa e presidente da Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio (Comdeagro), Milton Garbugio presidiu a Ampa no biênio 2013-14 e foi presidente do IAS no período de 2009 a 2012. Foi um dos idealizadores dos programas Semeando o Bem e Fazenda Saudável, demonstrando sempre a preocu-pação em contribuir para aprimorar o trabalho do Instituto Algodão Social.

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Projetos finalistas

Fazenda Águas da Rondinha

Finalista na categoria Cultura com o projeto “Escola de Música Sinfônica

dos Anjos”

O filósofo grego Platão (427 a.C.) já afirmava que “a música é o remédio da alma”, exaltando o seu poder de transformação do homem e da socie-dade. Esse é o princípio do projeto Escola de Música Sinfônica dos Anjos, finalista do Prêmio Semeando o Bem. Proprietários da fazenda Águas de Rondinha, em Sorriso, os irmãos Ascoli contribuíram para a construção da Associação dos Amigos da Criança e Adolescente de Sorriso, uma en-tidade filantrópica sem fins lucrativos, criada em 2003.

A Escola de Música Sinfônica dos Anjos funciona na entidade e conta com ajuda da comunidade através de doações. Criada em 2006, a Escola atende cerca de 110 alunos – crianças e adolescentes em situação de risco, que ganham oportunidades de convivência social e comunitária visando à sua formação como cidadãos conscientes e responsáveis. Através da arte, o projeto resgata a dignidade e a autoestima dos alunos, oferecendo-lhes a possibilidade de usufruir de todos os benefícios que a música proporciona, o que inclui uma futura carreira profissional.

A Escola Música Sinfônica dos Anjos funciona na Associação dos Amigos da Criança e do Adolescente de Sorriso

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Fazenda Boa Esperança Agropecuária

Finalista na categoria Saúde com o projeto “Saúde para todos”

Ciente de que a saúde deve estar em primeiro lugar, os responsáveis pela fazenda Boa Esperança Agropecuária, situada em Lucas do Rio Ver-de, implantaram uma unidade de saúde para atender exclusivamente os colaboradores, em março de 2014. O projeto Saúde para todos tem por objetivo buscar soluções para prevenir o índice de doenças ocupacionais e medidas que ajudem a minimizar os acidentes de trabalho na fazenda.

O foco da unidade é a saúde preventiva e a segurança no trabalho. São realizadas campanhas de vacinação contra o vírus H1N1, com vacinas adquiridas com recursos próprios, campanhas de prevenção de DST/Aids, Dengue Zero e Semana Interna de Prevenção de Acidente no Trabalho Rural (SIPATR) anualmente na sede da Boa Esperança. O tema é levado tão a sério que foram contratados um técnico de enfermagem e um de segurança do trabalho para atenderem exclusivamente as demandas sur-gidas na unidade de saúde.

O projeto Saúde para Todos tem por objetivo buscar soluções para prevenir o índice de doenças ocupacionais e propor medidas que ajudem a minimizar os acidentes de trabalho na fazenda Boa Esperança

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Fazenda Lagoa EncantadaSinAgro Fazendas

Finalista nas categorias Meio Ambiente e Educação e Segurança Alimentar

com os projetos “Vida SinAgro” e “Verde Vida”.

Os projetos Vida SinAgro e Verde Vida, finalistas do prêmio Semeando o Bem, têm como cenário a Semana Socioambiental que, desde 2008, promo-ve várias ações com o objetivo de mostrar aos colaboradores da fazenda Lagoa Encantada e à comunidade da região de Primavera do Leste, que é possível construir um futuro com sustentabilidade. O sucesso da Semana Socioambiental rendeu ao Grupo SinAgro, em 2012, o prêmio Andef, da Associação Nacional de Defesa Vegetal, na categoria Responsabilidade ambiental.

O Grupo SinAgro foi criado em fevereiro de 2001 e atua em diversos ramos do agronegócio, junto com a SinAgro Fazendas, uma extensão do grupo que busca ampliar os negócios e diversificar o core business na área de plantio. As fazendas estão localizadas em Primavera do Leste com ex-pansão da área de plantio para o município de São Félix do Araguaia. Em 2013 e 2014, o Grupo SinAgro foi incluído entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil pelas revistas Você S/A e Exame.

A Semana Socioambiental promove várias ações com o objetivo de mostrar aos colaboradores da fazenda Lagoa Encantada que é possível construir um futuro com sustentabilidade

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Fazenda PlanorteGrupo SLC

Finalista na categoria Ações Diferenciadas com o projeto

“Alimento Solidário”.

Localizada em Sapezal (no Noroeste mato-grossense), a fazenda Pla-norte, do Grupo SLC, investe em recursos humanos e incentiva seus co-laboradores a se dedicarem ao trabalho voluntário. O projeto Alimento

Solidário, finalista do Prêmio Semeando o Bem na categoria Ações Diferenciadas, é fruto dessa preocupação. O trabalho é realizado por meio do Grupo de Ação Socioambiental (GAS) que, desde 2003, faz a entrega de ces-tas básicas a comunidades carentes de Sape-zal, em parceria com a Pastoral da Criança da Igreja Católica.

A estratégia é aproveitar a Semana Inter-na de Prevenção de Acidentes Rural (SIPA-TR) para promover a arrecadação de alimen-tos, roupas, calçados e cobertores. No encer-ramento, é realizada a contagem dos itens arrecadados e a equipe que conseguir a maior quantidade de itens é premiada. A entrega das cestas fica sob a responsabilidade do GAS,

que, junto com a Pastoral, que tem o controle das famílias, leva também uma palavra amiga de conforto e alegria.

O Grupo SLC foi fundado em 1945, na cidade de Horizontina, no Rio Grande do Sul, por três famílias de imigrantes alemães. Fundada em 1977 pelo Grupo SLC, a SLC Agrícola é uma empresa produtora de commodities agrícolas, focada na produção de algodão, soja e milho. Foi a primeira empresa do setor a ter ações negociadas em Bolsa de Valores no mundo, tornando-se uma referência no seu segmento. São 16 unidades de produ-ção estrategicamente localizadas em seis estados brasileiros. O modelo de negócios adotado é baseado em um sistema de produção moderno, com alta escala, padronização das unidades de produção, tecnologia de ponta, controle rigoroso dos custos e responsabilidade socioambiental.

A entrega de cestas básicas a comunidades

carentes de Sapezal é feita por meio

do Grupo de Ação Socioambiental (GAS),

em parceria com a Pastoral da Criança

da Igreja Católica

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Fazenda Paiaguás I e IIGrupo SLC

Finalista nas categorias Educação e Ações Diferenciadas e com

os projetos “SLC transportando o Futuro” e “Qualidade de Vida”

Preocupada com os colaboradores que estudam no período noturno, a gerência da fazenda Paiaguás I e II, localizada no município de Diaman-tino (no Médio Norte), implantou o projeto SLC Transportando o Futuro. Os colaboradores contam com veículos para o transporte até a unidade de ensino, em Tangará da Serra (a cerca de 90 quilômetros da sede da fa-zenda), de segunda a sexta-feira. A fazenda disponibiliza um ônibus para estudantes do ensino fundamental e médio e uma van para os universi-tários. Ao todo são 70 pessoas beneficiadas pela iniciativa. O projeto foi implantado em março de 2011.

A fazenda Paiaguás conta com a Certificação SGI (Sistema de Gestão Integrada), que tem como principal benefício a garantia de uma conduta proativa dos seus colaboradores em relação aos procedimentos de segu-rança, meio ambiente e responsabilidade social adotados em cada uma das operações da fazenda. As ações relacionadas ao SGI englobam toda a infraestrutura da fazenda, da área administrativa à operacional. O SGI é composto pelas normas ISO 14001 – Gestão Ambiental, OHSAS 18001 – Gestão da Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional e NBR 16001 – Responsabilidade Social. Na prática, o processo de certificação garante harmonia no ambiente de trabalho, onde saúde, segurança, responsabi-lidade social e meio ambiente caminham juntos de forma equilibrada.

Os colaboradores que estudam no período noturno contam com veículos para o transporte até a unidade de ensino. Além disso, a fazenda estimula conduta proativa dos trabalhadores em relação aos procedimentos de segurança

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Fazenda LucianaFinalista na categoria Esporte e Lazer com o projeto “Fazendo Alegria”.

A maioria das pessoas investe boa parte de seu tempo e energia no tra-balho, mas é preciso mais. Por isso, entretenimento após o expediente e as atividades de lazer nunca estiveram tão em alta como agora. A fazenda Luciana, de propriedade de João Trojan, sabe a importância do lazer para o bem-estar de seus colaboradores e, por isso, criou o projeto Fazendo Ale-gria, finalista do Prêmio Semeando o Bem. Desde 2012, o campo de futebol construído na Luciana tornou-se o ponto de encontro dos trabalhadores, após o expediente, às terças e quintas-feiras. A iniciativa tem dado tão certo que já existe a proposta de realização de torneios com a participação de colaboradores das fazendas vizinhas.

Gaúcho de Uruguaiana, o produtor João Trojan começou a se dedicar à agricultura em seu estado natal. Em Mato Grosso, ele se estabeleceu no município de Primavera do Leste, e hoje, junto com os filhos Rodrigo e Egídio, produz soja, algodão e milho na fazenda Luciana, e ainda se dedica à pecuária, fazendo a Integração Lavoura-Pecuária, além de adotar outras práticas conservacionistas, como o plantio direto.

O campo de futebol da fazenda Luciana tornou-se palco de atividades

esportivas e recreativas para colaboradores e seus familiares

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Participe do prêmio Semeando o Bem 2016

O prêmio “Semeando o Bem” está se consolidando como um canal de divulgação de ações culturais, sociais e ambientais

realizadas pelos produtores de algodão de Mato Grosso. De-pois de ler sobre as iniciativas premiadas na segunda edição do Semeando o Bem, é hora de se preparar para a terceira edição do prêmio.

Baseados na crença de que as iniciativas do bem fazem a dife-rença e são boas sementes que se multiplicarão no campo, o presidente Gustavo Piccoli e a equipe do IAS convidam os as-sociados da Ampa a participarem da próxima edição do prêmio.

O regulamento estará disponível no site do Instituto Algodão Social (www.algodaosocial.com.br) no início de 2016 e serão mantidas as mesmas categorias: Saúde, Educação, Meio Ambien-te, Esporte e Lazer, Cultura, Filantropia, Educação e Segurança Alimentar, e Ações Diferenciadas.

Converse com sua equipe sobre a importância de ações, proje-tos, programas ou outras atividades de natureza socioambien-tal e cultural que estejam sendo realizadas em suas fazendas e estejam contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar dos colaboradores das unidades produtoras de algo-dão, seus familiares e das comunidades do entorno. Incentive os responsáveis por essas iniciativas a inscreverem seu projeto no prêmio Semeando o Bem 2016.

A gente se reencontra aqui em 2017.

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Semeadores do bem

Fundador da Orquestra do Estado de Mato Grosso, seu atual diretor ar-tístico e regente principal, Leandro Carvalho é considerado um dos mais

proeminentes maestros brasileiros da nova geração. Em 2015, sua agenda ficou ainda mais lotada com o convite do governador Pedro Taques para co-mandar a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso.

Com vasta experiência em gerar novos projetos culturais, como o Ins-tituto Ciranda – Música e Cidadania (hoje sob a presidência do maestro Murilo Alves), Leandro também contribui para a criação da Orquestra Sinfônica Jovem de Nova Mutum, um dos projetos agraciados com o prê-mio Semeando o Bem na categoria Cultura.

“Vocês não têm ideia do que a Orquestra Sinfônica Jovem de Nova Mutum representa para os jovens da região. Esse projeto é uma conquista da sociedade, e iniciativas como essa podem servir de exemplo para todo o Brasil”, afirmou o maestro na solenidade de premiação, realizada em Cuiabá em 14 de novembro de 2014. Apesar de ser um músico reconhecido no Brasil e no exterior, ele ficou muito emocionado com a homenagem e nesta entrevista ele explica por quê.

O que representou essa homenagem para o senhor?

L. C. – O que me encanta é que esse prêmio tenha partido do IAS, que reúne empresários ligados à produção de algodão que estão preocupa-dos com o desenvolvimento social do país. É claro que é uma alegria ser reconhecido por um trabalho feito há muitos anos. Quando a gente faz esse tipo de coisa não faz esperando algo em troca, faz porque acredita, porque quer contribuir. Fico feliz por receber essa homenagem muitos anos depois, envaidecido no bom sentido, porém o que me entusiasmou no prêmio foi quem estava reconhecendo o meu trabalho e também todo o processo por trás dessa iniciativa, que inclui a seleção dos projetos, a pesquisa, a visita, a análise feita com cuidado e idoneidade, a escolha dos que mais se destacaram. Isso representa uma mudança de comportamento, de visão de mundo, de atitude dos empresários do agronegócio. Isso que é incrível. Estamos falando de gente que produz, desenvolve tecnologia de ponta, que faz de Mato Grosso o maior produtor de algodão do País, tem uma importância extraordinária na economia do País, gera empregos e renda, contribui para o desenvolvimento, mas também está preocupada com o desenvolvimento social e humano de nosso estado e de nosso país, e tem uma postura de acordo com essa preocupação. O Semeando o Bem não só premia as iniciativas mas estimula que outros empresários, outros produtores façam o mesmo. Ele estimula a qualificação dos projetos, já que

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Toque de Mestre

existe uma boa competitividade. É uma iniciativa que tem várias frentes positivas e isso é um fator de muita alegria para mim.

O que significa ser um semeador do bem?

L. C. – É fazer o bem sem esperar nada em troca. Você faz porque acredita e não porque vai ganhar alguma coisa com aquilo. Você faz tudo que está a seu alcance para promover o bem e tem consciência de sua importância como um agente transformador da sociedade. O empresário de destaque é uma liderança na sua região e tem um papel de formação de opinião, como líder. A Ampa reúne lideranças de produtores importantes e quando esses produtores assumem o papel de agentes transformadores da reali-dade social, ganham essa estatura de formadores de opinião e usam esse poder para o bem, acho que a sociedade como um todo ganha. A criação do IAS, a premiação, tudo isso dá outra dimensão para a própria Ampa e os produtores.

O que um semeador do bem pode fazer em prol da cultura de Mato Grosso?

L. C. – Eles podem reconhecer a cultura como algo fundamental na exis-tência do ser humano. Num estado em formação como Mato Grosso, é extremamente importante que a gente fomente, valorize, apoie ações na área cultural, que sejam sérias, idôneas, e tenham um significado para a sociedade. É através desse fomento, através da preservação de nossa memó-ria e de nosso patrimônio material e imaterial, que vamos construir nossa identidade, que é uma identidade ainda em formação. Muitos produtores vieram de outras partes do País, trazendo outras culturas que se encontram em Mato Grosso e aqui encontram um outro perfil. É desse encontro que a gente está gestando uma nova identidade. Quando o empresário apoia ou faz o bem através da cultura, ele está garantindo a construção e a manutenção de sua própria identidade e da identidade de seus filhos e seus netos. É isso que vai fazer que ele se torne singular, especial. Quando ele sair daqui, que for para outro estado ou outro país, vão lhe perguntar: — De onde você vem?— Venho de Mato Grosso.— E como é Mato Grosso, o que tem Mato Grosso?Ele vai falar da alma de Mato Grosso, das características culturais do estado que fazem dele um indivíduo especial, singular. Ele precisa ter orgulho de sua cultura, de seu estado de origem. Esse orgulho virá da valorização da sua cultura, não só das artes mas da cultura de uma forma mais abrangente, que inclui muitos outros aspectos de nossa vida. Isso que precisa ficar claro: cultura não é despesa, cultura é investimento.

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Algodão Social 2015 é uma publicação do Instituto Algodão Social – IAS, publicada com recursos do

Expediente

OrganizaçãoFélix Balaniuc • Diretor Executivo do IAS

Edição e redação de textos Martha Baptista • Jornalista responsável – DRT-RJ 26707/80

ReportagemMaricelle Lima Vieira • DRT 1489/MT

Colaboração Equipe IASMarco Antonio G. dos Santos • Coordenador Operacional Marcello Fregnani • Coordenador Financeiro Marcelma Cecília Maciel da Silva • Supervisora Ambiental Antonio Carlos Guimarães Filho • Técnico de Segurança do Trabalho

José Hortêncio Ribeiro • Técnico de Segurança do Trabalho

Marcos Valério Martinelli • Técnico de Segurança do Trabalho

Ataíde Dias de Moura Filho • Analista de RH

Débora de Medeiros Bagli • Enfermeira

Pedro Alvin • Enfermeiro

José Hélio da Silveira • Motorista

Camila Guimarães de Carvalho • Auxiliar Financeiro

Nádia Villela de Carvalho • Secretária

FotosSílvio Vince Esgalha (capa e fotos internas)

Felipe Barros (quarta capa e fotos internas)

Chico Ferreira / F5 (fotos de projetos premiados e da solenidade de premiação do Semeando o Bem)

Jorge Suzuki Junior (fotos de projetos premiados)

Érico Souza Brandão (fotos de projetos premiados)

Márcio Trevisan (págs. 25, 41, 42)

Arthur Passos (pág. 9)

Protásio de Morais (pág. 119)

Arquivos:

IAS, Ampa, Abit, ABNT, Abrapa, IMAmt

Produção editorial

Maria Teresa Carrión Carracedo • Editora

Helton Bastos • Projeto gráfico

Marinaldo Custódio • Revisão

Maike Vanni • Diagramação

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IAS – Instituto Algodão SocialRua Engº Edgard Prado Arze, 1777, Quadra 03, Setor A – Edifício Cloves VettoratoCentro Político AdministrativoCep 78049-015 – Cuiabá-MT – BrasilFone: +55 65 3322 0001 | [email protected]

10 anos

Algodão Social 2015 foi publicado com recursos do9 772446 800001

ISSN 2446-800202