bloqueio de ramo e e hemibloqueios
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Bloqueio de ramo E e hemibloqueios
Henrique Yuji Watanabe e Marcos Vinicius
Acadêmicos de medicina do 6º da ESCS
HBDF- Cardiologia
Bloqueio de Ramo E
O ramo esquerdo é irrigado tanto pela DA quanto pela CD – BRE = doença extensa.
DAC, isquemia, HAS e miocardiopatia dilatada 2-4% dos IAM
Bloqueio de Ramo ECaracterísticas do bloqueio de ramo E
QRS alargado com duração ≥ 0,12s
VE torna-se ainda mais dominante, pode haver desvio do eixo para a esquerda
Ondas R espessadas ou entalhadas nas derivações esquerdas (V5, V6, D1 e aVL)- Sinal da Torre ou do “Congresso”
Morfologia em V1 do tipo QS ou rS (ondas r pequenas ou ausentes, seguidas de S profundas)
Ondas monofásicas (R ou QS) na maioria das derivações, porque os vetores principais do septo, parede livre e das porções basais do VE possuem mesmo sentido
Ondas T negativas nas derivações esquerdas, em sentido oposto ao QRS
SVE- ondas S maiores que 25mm em V2 e maior que 30mm em V3
Deflexão intrinsecóide prolongada (tempo de ativação ventricular) em V5 e V6 (> 0,05s)
Bloqueio de Ramo Esquerdo
TAV
• Aumento discreto na duração do complexo QRS à custa de maior tempo de aparecimento do ápice do R nas derivações que observam o VE (>0,05s)
Hemibloqueios
Anatomia
BRD BRE BDAS
BRD+BDAS
BRD +BRE
BDPI
Causas de BDAS
• DAC• Cardiomiopatia e doença muscular cardíaca
específica• Chagas (manifestação inicial da miocardiopatia)• Miocardite• Indivíduos idosos (achado normal em
aproximadamente 1% das pessoas >40 anos)
Bloqueio divisional ântero-superior (BDAS)
• Desvio do eixo para E (além de -30°, preferencialmente: -60° a -90°)
• D2, D3 e aVF- ondas negativas com morfologia rS
• Frequentemente- S (V5-V6)• QRS de duração normal• qR em DI
- QRS normal- Ondas rS em DII, DIII e
AVF- qR em DI
Bloqueio divisional póstero-inferior
• Só pode ser feito após descartar DPOC e hipertrofia de ventrículo D
• Desvio do eixo QRS p/ D, além de 90° (+120º a +180º)
• QRS normal• Pequena onda q em DII e DIII• Pequena onda r (<4mm) em DI e aVL; onda S
em DI
Bloqueios bifasciculares
• Dx quando se consegue evidenciar no ECG distúrbios de condição em 2 divisões do feixe de HIS
• BRD + BDAS- há BRS com desvio de QRS p/ E, além de -30º no plano frontal
• BRD + BDPI- BRD com desvio p/ D, além de +90º no plano frontal
V1 com morfologia de BRD
- Desvio do eixo p/ E (-75)
- D2, D3 e aVF- ondas negativas com morfologia rS
- qR em DI
DX final: BRD + BDAS
- BRD + BDPI
- BRD- Desvio do eixo p/ D
Caso clínico
• Quadro Clínico• Homem de 50 anos com episódios
recorrentes de síncope.
Interpretação
• Ritmo sinusal;• FC - 68 bpm;• QTc- 400ms;• PR -0,36 ms - BAV 1°
• Distúrbios De Condução Do Ramo Direito– QRS > 120 msOndas S empastadas em D1 , aVL , V5 e V6Ondas qR em aVR
com R empastadaR monofásico em V1 com R’ espessado .T assimétrica em oposição ao retardo final de QRS
• Bloqueio divisional ântero-superior esquerdo (BDAS):– SÂQRS além de - 30°- rS em D2 , D3 e aVF com S3 > S2qRs com "s" mínima em
D1
Diagnóstico e CD
• Dx: Bloqueio trifascicular + Síncope
• O paciente apresenta episódios sincopais com ECG apresentando bloqueio trifascicular (BRD + BDAS + BAV 1°). No registro pelo holter foi verificada a presença de BAVT intermitente com sintomas.
• CD: Indicado colocação de marcapasso definitivo.
Indicação de Marcapasso
• Indicação em bloqueios fasciculares de acordo com a Diretriz Brasileira de Bradiaaritmias:
• Classe I:• Bloqueio de ramo alternante, de causa não reversível, com síncopes ou pré-síncopes
recorrentes.• Classe II:• Intervalo H-V igual ou superior a 70 ms ou bloqueio intra ou infra-hisiano,
comprovado por estudo eletrofisiológico intracardíaco, em pacientes com síncopes ou pré-síncopes recorrentes.
• Bloqueio bi ou trifascicular com episódios sincopais recorrentes, nos quais não se consegue comprovar a existência de BAVT paroxístico e não é possível identificar outras causas que justifiquem os sintomas.
• Bloqueio de ramo alternante assintomático.• Classe III:• Bloqueios uni ou bifasciculares, assintomáticos, de qualquer etiologia
Referências
1. Friedmann, Antonio Américo; ECG: eletrocardiologia básica; São Paulo, Sanvier, 2000.
2. Guyton A.C.; Tratado de Fisiologia médica 10ª Ed.; Rio de Janeiro- RJ, Guanabara Koogan, 2002.
3. Khan, M.G. Rapid ECG interpretation, 3rd ed. Philadelphia: W.B. Saunders Co., 2003.
4. Thaler M.S.; ECG essencial: eletrocardiograma na prática diária 5ª Ed.; Porto Alegre- RS, Artmed, 2007.