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. Biologia, danos e controle de cupins em eucalipto Carlos F. Wilcken FCA/UNESP - Botucatu unesp

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    Biologia, danos e controle

    de cupins em eucalipto

    Carlos F. Wilcken

    FCA/UNESP - Botucatu

    unesp

  • 1. Introdução

    Os cupins são considerados pragas em plantações florestais em toda a região tropical, sendo um fator limitante para o estabelecimento das florestas (BERTI FILHO, 1993). O problema com cupins florestais é antigo no país, principalmente em plantios de eucalipto, com o primeiro relatos datando de 1908 (FONSECA, 1952).

    O aumento no número de ocorrências de danos e trabalhos de controle de cupins em florestas deve-se a:

    - expansão das áreas plantadas;

    - proibição ou restrição do uso de inseticidas clorados nos países tropicais.

  • 2. Espécies de cupins-praga em florestas

    • Cupins das mudas

    Cornitermes (C. cumulans e C. bequaerti)

    Cupins de montículo: atacam mudas de eucalipto

    - Destroem o sistema radicular das plantas com idades entre 1 a 6 meses

    Syntermes ( S. molestus e S. insidians)

    - Atacam plantas com idade entre 1 a 10 meses em áreas de cerrado.

    - Alimentam-se das raízes e casca das mudas

    - Controle difícil

  • Cornitermes

    bequaerti

    Syntermes molestus: soldado e

    operária

  • Cornitermes cumulans: ninfa,

    operária e soldado Neocapritermes sp. soldado

    e operária

  • 4. Tipos de ninho

    Ninho de Syntermes Ninho de C. bequaerti

  • 5. Danos causados por cupins

    Os cupins-praga dos plantações florestais podem ser separados em 2 grupos:

    1) Cupins das mudas (cupins das raízes): atacam mudas recém-plantadas até 1 ano de idade.

    2) Cupins do cerne: atacam árvores formadas ( a partir de 4 anos de idade), destruindo o interior das árvores.

    3) Cupins da casca: atacam árvores formadas ( a partir de 2 anos de idade).

  • •Dano nas raízes Danos no colo causado por

    causado por Cornitermes spp. Syntermes spp.

  • Ataque de cupins em reboleira

  • Ataque de cupins em mudas: murchamento e secamento

  • Prejuízos causados pelos cupins-praga

    As perdas são expressivas.

    Estimando-se produtividade (IMA) de 40 m3/ha/ano para floresta clonal de eucalipto para um ciclo de 6 anos 240 m3/ha e

    supondo dano médio de 20 % de mortalidade por cupins, teriamos o seguinte:

    - Perda de 48 m3/ha ou 267 árvores/ha (em um stand de 1333 mudas/ha ou espaçamento 3 x 2,5 m).

    - O prejuízo pode chegar a R$ 1.920,00/ha, na idade de corte

    (1 m3 = R$ 40,00).

  • Dano por tombamento tardio causado por cupins

  • Quantificação dos danos de C.

    cumulans

    Teste em semi-campo

    Ninhos coletados no campo e acondicionados em vasos com solo

    Mudas plantas em vasos de PVC

    Ninhos conectados nos vasos c/ mudas

    Avaliações aos 15, 30, 60 e 90 dias

  • Colônia C. cumulans

    15 dias

    30 dias

    60 dias 90 dias

  • Detalhe do ataque de C. cumulans em mudas de eucalipto

  • Fig. 5 - Matéria seca (MS) das raízes de mudas do clone E. grandis

    x E. urophylla (VR 3748) com e sem ataque de C. cumulans aos 15,

    30, 60 e 90 dias após o transplantio. Botucatu, SP, 2004. (Leitão-Lima, 2005)

    Matéria seca de raiz de mudas de eucalipto

    10,72 10,72

    19,95

    8,1111,1

    19,98

    44,24 a

    36,46 b

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    15 di

    as

    30 di

    as

    60 di

    as

    90 di

    as

    Pe

    so

    (g

    )

    Sem ataque

    Com ataque

  • Fig. 6 - Matéria seca (MS) da parte aérea de mudas do clone E. grandis

    x E. urophylla (VR 3748) com e sem ataque de C. cumulans aos 15, 30,

    60 e 90 dias após o transplantio. Botucatu, SP, 2004. (Leitão-Lima, 2005)

    Matéria seca da parte aérea de mudas de

    eucalipto

    2,614,72

    14,45

    3,395,6

    13,48

    38,74 a

    30,94 b

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    15 di

    as

    30 di

    as

    60 di

    as

    90 di

    as

    Pe

    so

    (g

    )

    Sem ataque

    Com ataque

  • Fig. 8 – Altura média de mudas do clone E. grandis x E. urophylla

    (VR 3748) com e sem ataque de C. cumulans 90 dias após o

    transplantio. Botucatu, SP, 2004. (Leitão-Lima, 2005)

    Altura de mudas de eucalipto

    55,72 a51,58 b

    0

    25

    50

    75

    1

    Alt

    ura

    (c

    m)

    Sem ataque

    Com ataque

  • Controle de cupins-pragas em áreas florestais

    Controle químico

    A principal estratégia de controle: barreira química em torno das mudas.

    Tratamento de covas:

    Vantagem: melhor proteção às mudas.

    Desvantagem: custos maiores (mão-de-obra).

    Tratamento do substrato (em viveiros - India e África):

    Vantagem: Custo de aplicação reduzido.

    Desvantagem: Período residual de controle reduzido

    Imersão de mudas: em solução inseticida:

    Vantagens: Custo reduzido, menores quantidades de inseticidas aplicados no solo e alto rendimento no tratamernto

    Desvantagem: Menor área protegida

  • PRODUTOS REGISTRADOS

    Imersão de mudas

    • Fipronil (Fenil-pirazol) 0,50% p.c.

    • Imidacloprida (Cloronicotinil) 0,50 a 0,75% p.c

    •Thiamethoxam (Neonicotinóide) 0,3 % p.c..

  • SISTEMAS DE TRATAMENTO DE MUDAS

    VIVEIRO

    Sistema Circuito Fechado: as mudas encaixotadas são

    tratadas em tanques fixos e o resíduo retorna ao tanque

    Sistema Tratamento Volante: tanque móvel percorre

    trajeto na expedição das mudas

    CAMPO

    Sistema de Tanque: tratamento no campo e resíduo é

    descartado nas covas

  • Experimento de controle

    utilizando imersão de

    mudas

    “Pente” utilizado no tratamento por imersão para fixação das mudas

    CAMPO

  • Sistema de tratamento de mudas com cupinicidas - tanque

  • Sistema de tratamento de mudas com cupinicidas no viveiro

    da Arcelor-Mittal – Sist. Circuito Fechado - Imersão

    VIVEIRO

  • Sistema de tratamento de mudas com cupinicidas no

    viveiro da Veracel – Sistema Tratamento Volante

  • Tratamento curativo de mudas no campo – “Drench” ou “esguicho”

    Tratamento curativo - campo

  • Experimentos com Actara e Durivo

  • Mortalidade de mudas (%) nos tratamentos inseticidas em diferentes formas de aplicação aos 39 e 83 dias após a aplicação.Água Clara, MS. 2010.

    00

    02 02

    09

    02

    08

    02

    04

    01 02

    08

    20

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    39 DAP 83 DAP

    % d

    e p

    lanta

    s m

    ort

    as

    Dias após o plantio

    Actara - 300 g/100 L de água (imersão) Evidence 700 WG - 500 g/100 L de água (imersão)

    Tuit - 500 g/100 L de água (imersão) A15452B - 500 mL/100 L de água (imersão)

    A15452B - 500 mL/ha (drench da cova) Testemunha

  • 100

    93

    72

    58

    72

    63

    72 78

    83 88

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    39 DAP 83 DAP

    Efici

    ênci

    a (

    %)

    Dias após o plantio

    Actara - 300 g/100 L de água (imersão)

    Evidence 700 WG - 500 g/100 L de água (imersão)

    Tuit - 500 g/100 L de água (imersão)

    A15452B - 500 mL/100 L de água (imersão)

    A15452B - 500 mL/100 L de água (drench da cova)

    Eficiência média dos tratamentos inseticidas aplicados em diferentes dosagens e formas de aplicação aos 39 e 83 dias após a aplicação.Água Clara, MS. 2010.

  • Altura média de plantas de eucalipto dos tratamentos inseticidas em diferentes formas de aplicação. João Pinheiro, MG. 2010.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    prévia 40 DAA 77 DAA 124 DAA 152 DAA

    Actara - 300 g/100 L (imersão)

    Evidence 700 WG - 500 g/100 L(imersão)

    Tuit - 500 g/100 L (imersão)

    Durivo - 500 mL/100 L (imersão)

    Durivo - 500 mL/ha (drench dacova)

    Testemunha

  • Considerações finais

    Os cupins podem forragear raízes de plantas vivas e vermiculita.

    Mais estudos para se comprovar os danos no crescimento inicial de mudas de eucalipto

    Morte de mudas x redução de crescimento

    O controle deve considerar a manutenção do

    desenvolvimento das mudas