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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITRIO DE TANGAR DA SERRA DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA

MARCELO DA SILVA ROSA

BIOATIVADORES NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE CANA-DE-ACAR

Tangar da Serra MT 2009

MARCELO DA SILVA ROSA

BIOATIVADORES NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE CANA-DE-ACAR

Monografia apresentada como requisito obrigatrio para obteno do Ttulo de Engenheiro Agrnomo Universidade do Estado de Mato Grosso Campus

Universitrio de Tangar da Serra, Mato Grosso.

Orientador: Prof. Santos

Dr. Marcio Lustosa

Tangar da Serra MT 2009

Dados Internacionais de Catalogao na FonteR788b Rosa, Marcelo da Silva. Bioativadores no Desenvolvimento Inicial de cana-de-acar. Tangar da Serra - MT / Marcelo da Silva Rosa. 2009. 54 f. Orientador: Marcio Lustosa Santos. Universidade do Estado de Mato Grosso. Departamento de Agronomia, 2009. 1. Bioestimulantes. 2. F500. 3. Efeitos Fisiolgicos. I. Ttulo. CDU 631/635

Bibliotecria: Suzette Matos Blito CRB1/1945.

MARCELO DA SILVA ROSA

BIOATIVADORES NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE CANA-DE-ACAR

Esta monografia foi julgada e aprovada como requisito obrigatrio para obteno do Ttulo de Engenheiro Agrnomo, no curso de Agronomia da Universidade do Estado de Mato Grosso Campus

Universitrio de Tangar da Serra, Mato Grosso.

Tangar da Serra, MT. 26 de outubro de 2009

BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Prof. Dr. Mrcio Lustosa Santos Universidade do Estado de Mato Grosso (Orientador)

______________________________________ Prof. Dra. Rienni de Paula Queiroz Universidade do Estado de Mato Grosso

______________________________________ Eng. Agr. Marco Antnio Beletti Peres Barralcool Usina da Barra S/A

No basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornar assim uma mquina utilizvel, mas no uma especialidade. necessrio que adquira um sentimento. um senso prtico daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que belo, do que moralmente correto. Deve aprender a compreender as motivaes dos homens, suas quimeras e suas angstias para determinar com exatido seu lugar a seus prximos e comunidade. Albert Einstein

DEDICATRIA

Dedico este trabalho minha dignssima esposa Claudinia que de maneira muito especial, foi amiga e companheira, sendo meu porto-seguro nos momentos difceis, me inspirando e estimulando a cada novo dia. Aos meus pais, Ernani, Derotilde e Euripa, que me deram carinho, incentivo, confiana e compreenso em todos os momentos da minha vida. Aos meus irmos, Jean Carlos e Fernanda Cristina e aos meus amigos Ricardo, Clbio, Carlos e Gilberto, que acreditaram em mim e me socorreram em certos momentos. Aos meus tios Ernesto e Aldo, que deram apoio para a finalizao desse curso.

AGRADECIMENTOS

minha famlia pelo apoio incondicional no decorrer da faculdade, em especial minha esposa Claudinia Finger e ao meu pai Ernani Campos, pela ajuda na execuo e desenvolvimento desse trabalho. Aos amigos Sidiney Torres Gomes, Ricardo Mota e Claudinei Finger pela ajuda nas longas e exaustivas avaliaes a campo. Ao meu orientador Professor Doutor Mrcio Lustosa dos Santos, pela oportunidade de realizar este trabalho, bem como pela grande amizade e pelos conselhos sempre motivadores. Ao Pesquisador da APTA Agncia Paulista de Tecnologia Paulista Psdoutor Marcelo de Almeida Silva e ao pesquisado da EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Ps-doutor Newton Alex Mayer, pelas contribuies cientficas. Ao Dr. Ulrich Kpke, professor da Universidade de Bonn (Alemanha) e ao M.Sc. Valdevan Rosendo dos Santos, professor da Universidade Federal de Alagoas, pelo retorno imediato aos meus emails e envio de materiais. Ao pesquisador e professor Doutor Sizuo Matsuoka, pelo enviou do seu material didtico e ao professor e pesquisador Ps-doutor Daniel Furtado Ferreira pela ajuda com o Sisvar. Aos Engenheiros Agrnomos Marco Antnio Beletti Peres e Jose Carlos Ferreira Oliveira dos Santos, que desde o incio me incentivaram e auxiliaram para que esse trabalho pudesse ser desenvolvido. Aos Engenheiros Agrnomos Zilber Amorim Martins e Jos Carlos Silva Perez, pela amizade e pela conduo conjunta dos trabalhos de campo.

Barralcool Usina da Barra S.A. e seus colaboradores, que proporcionaram a mim a oportunidade de estar implantando meu projeto nessa empresa to conceituada no setor sucroalcooleiro. A Professora Mestre Maria Elosa Mignoni, minha chefa, pela compreenso durante a conduo deste trabalho. A todos os colegas, professores e funcionrios da UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso, pelo saudvel relacionamento profissional e pessoal. A todas as pessoas que de forma direta e indireta, contriburam para a realizao deste trabalho. Agradeo a Deus pela minha existncia e por ter colocado essas pessoas em minha vida, e peo que ilumine todos aqueles que me apoiaram.

BIOATIVADORES NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE CANA-DE-ACAR

RESUMO

Na agricultura os fungicidas sempre tiveram como foco restrito, o controle de doenas fngicas, essa perspectiva mudou com o lanamento do grupo das strobilurins, isso devido aos efeitos fisiolgicos positivos promovidos pelos fungicidas desse grupo, outros produtos a base de bioestimulante tm promovido efeitos semelhantes. O objetivo deste experimento foi analisar o uso das molculas pyraclostrobin (250 g L-1) e epoxyconazole (50 g L-1) + pyraclostrobin (133 g L-1) e do fertilizante foliar Nitrofoska Top como bioativadores no crescimento vegetativo inicial da cultura de cana-de-acar. O trabalho foi desenvolvido na Barralcool Usina da Barra S/A (Barra do Bugres, Mato Grosso, 150421 de latitude sul, a 571052 de longitude oeste), em delineamento experimental de blocos casualizados, sendo os tratamentos representados pelas molculas pyraclostrobin, epoxyconazole + pyraclostrobin e Nitrofoska Top, em trs doses diferentes recomendadas pelo fabricante na ordem de 100%, 150% e 200% p.c. ha-1 mais a testemunha (sem aplicao), totalizando dez tratamentos e quatro repeties. Os tratamentos PY100, PY150, NT10, PY200 e EP200 proporcionaram a planta uma altura maior. Todos os bioativadores proporcionaram cultura uma resposta significativa retomada do perfilhamento aps as primeiras chuvas ocorridas no incio da segunda fase de perfilhamento, com destaque para NT100 e PY200 que promoveram um maior nmero de perfilhos na primeira fase. O uso de Nitrofoska Top em altas doses provocou reduo no perfilhamento. Os tratamentos PY200, EP200 e NT200 proporcionaram na fase inicial da planta um maior acmulo de massa seca. Os tratamentos NT150, PY200, EP200 e NT200 apresentaram elevadas Taxa de Crescimento, ocasionando um maior acmulo de massa seca por metro quadrado. O uso de bioativadores proporcionou algum benefcio cultura pelos seus efeitos fisiolgicos, como plantas mais alta, com mais massa e com grande nmero de perfilhos na fase de desenvolvimento inicial da cana-de-acar e favoreceu a planta em condies de estresse hdrico.

Palavras-chaves: Bioativadores, F500, efeitos fisiolgicos, Saccharum officinarum.

BIOACTIVITY INITIAL DEVELOPMENT OF SUGAR CANE

ABSTRACT

Fungicides in agriculture has always been their narrow focus, the control of fungal diseases, this perspective has changed with the release of the group of strobilurins, that due to the positive physiological effects caused by the fungicides of this group. Other products based on plant growth have promoted similar effects. The purpose of this study was to analyze the use of molecules pyraclostrobin (250 g L-1) and epoxyconazole (50 g L-1) + pyraclostrobin (133 g L-1) and foliar fertilizer Nitrofoska Top bio-activators as the initial vegetative growth culture of sugar cane. The study was conducted at Barralcool Usina da Barra S/A (Barra do Bugres, Mato Grosso, 150421 S, 571052 W) in a randomized block, design with the treatments represented by molecules pyraclostrobin, epoxyconazole + pyraclostrobin and foliar fertilizer Nitrofoska Top, in three different doses recommended by the manufacturer in the order of 100%, 150% and 200% pc ha-1 over the control (without application), a total of ten treatments and four replications. Treatments PY100, PY150, NT100, PY200 and EP200 provided the plant a greater height. All bioactivators culture provided a significant response to the resumption of tillering after the first rains occurred early in the second stage of tillering, especially NT100 and PY200 that promoted a greater number of tillers in the first round. The use of Nitrofoska Top in high doses caused a reduction in tillering. Treatments PY200, EP200 and NT200 provided in the initial phase of the plant a greater accumulation of dry matter. Treatments NT150, PY200, EP200 and NT200 showed high growth rate, causing a greater accumulation of dry mass per square meter. The use of bio-activators provided some benefit to the culture by their physiological effects, like higher plants, with more mass and a large number of tillers during the early development of cane sugar and favored the plant under water stress. Keywords: bioactivity, F500, physiological effects, Saccharum officinarum.

NDICE

1. INTRODUO ...................................................................................................... 11 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 2.1. Objetivo Geral ................................................................................................. 13 2.2. Objetivos Especficos...................................................................................... 13 3. REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................................. 14 3.1. A cana-de-acar no Brasil............................................................................. 14 3.2. Origem e descrio botnica da cana-de-acar ........................................... 15 3.3. O crescimento e desenvolvimento da cana-de-acar ................................... 16 3.3.1. Brotao da gemas .................................................................................. 18 3.3.2. Perfilhamento ........................................................................................... 18 3.3.3. Sistema Radicular .................................................................................... 19 3.4. O uso de bioativadores na agricultura ............................................................ 20 3.4.1. O grupo das estrobilurinas ....................................................................... 21 3.4.2. cido hmico - organomineral .................................................................. 23 4. MATERIAL E MTODOS ...................................................................................... 24 4.1. rea de Estudo ............................................................................................... 24 4.2. Delineamento Experimental ............................................................................ 25 4.3. Conduo do Experimento ............................................................................. 26 4.4. Avaliaes ...................................................................................................... 27 4.4.1. Altura ........................................................................................................ 27 4.4.2. Nmeros de perfilhos ............................................................................... 27 4.4.3. Massa Seca Inicial ................................................................................... 27 4.4.4. Taxa de crescimento da cultura e taxa de crescimento relativo ............... 28

4.5. Anlise Estatstica .......................................................................................... 29 5. RESULTADOS E DISCUSSO............................................................................. 30 5.1. Altura da planta ............................................................................................... 30 5.2. Nmeros de perfilhos ...................................................................................... 32 5.3. Massa Seca Inicial .......................................................................................... 36 5.4. Taxa de Crescimento da Cultura e Taxa de Crescimento Relativo ................ 39 6. CONCLUSO........................................................................................................ 45 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 46 APNDICE 1 CROQUI DA REA EXPERIMENTAL ............................................. 51 APNDICE 2 IMAGENS DO EXPERIMENTO ....................................................... 52

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1. INTRODUO

Em 1925 o jornal The New York Times publicou uma notcia onde Henry Ford pressagiava que o lcool seria o combustvel do futuro. Aps dcadas, o Brasil iniciaria uma verdadeira revoluo no setor de combustveis, ao mesmo tempo o acar brasileiro se colocava em posio de destaque no disputado mercado internacional, ocupando o lugar de maior produtor de acar mundial (SOUZA, 2005). A cana-de-acar (Saccharum officinarum L.) possui grande importncia econmica nos cinco continentes do mundo, principalmente na Amrica Latina (XAVIER, 2006). No Brasil, desde o perodo colonial, a cana-de-acar tem um grande destaque na agricultura. Aps vrias oscilaes o setor canavieiro adquiriu estabilidade com a crise mundial do petrleo, onde em 1975 criou-se o Prolcool Programa Nacional do lcool, a partir da recebeu grandes investimentos e movimentou grandes divisas. As exportaes de acar e lcool este ano j somam mais de US$ 7,45 bilhes (SECEX, 2009). Segundo a Conab (2009) o Brasil o maior produtor de cana-de-acar do mundo, com cerca de 7,74 milhes de hectares plantados, sendo que o Mato Grosso participa com 223 mil hectares. Devido alta nos preos dos fertilizantes, alavancado pela crise mundial e grande procura por estes insumos, surge a necessidade de buscar novas alternativas para reduzir o uso e ainda maximizar a sua eficincia. Levando em conta a fisiologia da planta, intensificou-se estudos sobre os efeitos de substncias orgnicas modificadoras do desenvolvimento vegetal, capazes de aumentar significativamente a produtividade vegetal.

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Na agricultura os fungicidas sempre tiverem como foco restrito, o controle de doenas fngicas, essa perspectiva mudou com o lanamento e a evoluo do grupo das strobilurins. Isto se deve graas ao fisiolgica positiva promovida por fungicidas deste grupo, tais como a inibio da respirao mitocondrial e a ao sobre enzimas sintetizadores de hormnios e redutoras de nitrato. A molcula pyraclostrobin merece grande destaque neste grupo, pois apresenta resultados mais proeminentes. Outra substncia de grande importncia so os cidos hmicos, essa importncia creditada pela melhoria das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do solo. Estudos comprovam que a aplicao de bioativadores melhora o desempenho agrcola e o desenvolvimento da planta, mesmo em condies de estresse ambiental (CATO, 2006; GROSSMANN e RETZLAFF, 1997; KEHLE et al., 2003).

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Analisar o uso das molculas Pyraclostrobin (250 g L-1) e Epoxyconazole (50 g L-1) + Pyraclostrobin (133 g L-1) e do fertilizante foliar Nitrofoska Top como bioativadores no crescimento vegetativo inicial da cultura de cana-de-acar.

2.2. Objetivos Especficos

Avaliar o desenvolvimento dos perfilhos da cana-de-acar em funo dostratamentos;

Analisar o desenvolvimento da massa seca area da cultura; Identificar a taxa de crescimento da cultura submetida aos tratamentos.

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3. REVISO BIBLIOGRFICA

3.1. A cana-de-acar no Brasil

No Brasil o cultivo de cana-de-acar comeou aps a expedio de Martin Afonso de Souza, que em 1532 criou o engenho So Jorge dos Erasmos com plantio na Serra do Mar, na Capitania de So Vicente. Porm o setor se desenvolveu melhor na Capitania de Pernambuco, devido ao solo mais propcio, onde fundou-se o primeiro centro aucareiro do Brasil, que no final do sculo XIV j contava com mais de 66 engenhos (SIAMIG, 2008). Dessa forma o Brasil passou a ser uma potncia no setor canavieiro, tornando-se o maior produtor mundial de acar, chegando a ter mais de 500 grandes engenhos instalados na colnia portuguesa no sculo XVIII, sendo que 246 localizados na Capitania de Pernambuco (ANTONIL, 1982). No entanto, o setor canavieiro no pas s adquiriu estabilidade aps a crise do petrleo mundial, com a produo de lcool combustvel, que em 1975 criou o Programa Nacional do lcool (Prolcool), recebendo um grande investimento pelo Banco Mundial. Hoje o setor continua em ascenso, devido grande preocupao com o meio ambiente e o aquecimento global (BIODIESELBR, 2008). Atualmente, o Brasil o maior produtor de cana-de-acar, com uma rea estimada de 7,07 milhes de hectares e produo de 629,1 milhes de toneladas, com produtividade mdia de 81,3 t ha-1 (CONAB, 2009). Apesar de a produtividade mdia brasileira ter aumentado mais de 80% nesses ltimos 30 anos, percebe-se que esta marca esta longe da mdia produtiva do maior produtor nacional, o estado de So Paulo, que nesta safra (2008/2009)

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obteve uma produtividade mdia de 86,9 t ha-1 (CONAB, 2009). Isso se deve pela expanso do plantio de cana, que devido alta demanda criada pelas usinas sucroalcooleiras, grande parte da expanso da cultura ocorreu em solos normalmente arenosos, ocupados anteriormente por pastagens ou vegetaes de cerrados, solos estes, biologicamente fracos, que exigem um manejo intenso, principalmente de adubao qumica e matria orgnica (ORLANDO FILHO et al., 1994). No Mato Grosso a cana-de-acar vem adquirindo cada vez mais importncia econmica, hoje conta com 11 indstrias sucroalcooleiras que garantem mais de 17 mil empregos na indstria e na atividade canavieira no perodo de colheita (UDOP, 2009). O Mato Grosso ocupa a 8 posio no ranking nacional em rea plantada com 223,2 mil hectares, produo de 15,56 milhes de toneladas e produtividade mdia de 69,7 t ha-1 (CONAB, 2009). Segundo Korndrfer (1994), o potencial da cana-de-acar como matriaprima do setor sucroalcooleiro definido pela interao de diversos fatores, tais como os instrsecos cultura, clima da regio e manejo de adubao.

3.2. Origem e descrio botnica da cana-de-acar

Segundo Doorembos e Kassam (1979), citado por Marchiori (2004) e Souza (2005), foi em Nova Guin que o homem teve o primeiro contato com a cultura da cana-de-acar (Saccharum officinarum L.). Chegando ao Brasil atravs de Martim Afonso de Souza em 1532 (SIAMIG, 2008)

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A cana-de-acar uma monocotilednea semi-perene de grande porte, pertencente famlia Poaceae e gnero Saccharum, prpria de clima tropical e subtropical (MATSUOKA, 1996). Forma rizomas e touceiras, produz colmos grossos, suculentos e ricos em acares (sacarose) divididos em ns e entrens. Suas folhas so alternas e longas, apresentando o limbo com nervuras medianas, fortes e largas, com a base auriculada, possui ainda bainha formando um tubo que envolve o colmo. A inflorescncia da cana-de-acar do tipo pancula terminal muito ramificada com flores hermafroditas e seu fruto uma cariopse oblonga e pontiaguda (CENTEC, 2004).

3.3. O crescimento e desenvolvimento da cana-de-acar

A cana-de-acar uma planta C4 com alta capacidade fotossinttica, desta forma seu crescimento e desenvolvimento intensificado em regies com climas mais quentes, com faixa ideal de temperatura entre 28 a 32C (MATSUOKA, 1996). Segundo Sinclair et al. (2004), o crescimento e desenvolvimento da cultura est relacionado com a incidncia de temperatura em cada estgio fenolgico da planta, sendo que os limites mnimos de temperatura variam de acordo com a cultivar. Segundo Rodrigues (1995) a cana-de-acar uma planta considerada altamente eficiente na converso de energia radiante em energia qumica, entretanto, esta alta atividade fotossinttica, no se correlaciona diretamente com a elevada produtividade de biomassa. Essa produo de fitomassa influenciada pelo ndice de rea Foliar (IAF), na qual as caractersticas dos cultivares influenciam a

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eficincia fotossinttica da cana, alm das variaes climticas que prevalecem durante o desenvolvimento da cultura. Ainda Rodrigues (1995) afirma que a fotossntese correlacionada negativamente com a largura das folhas e positivamente com a sua espessura da mesma. No crescimento e desenvolvimento vegetativo a cultura de cana-de-acar apresenta trs fases, e podem ser classificadas conforme Machado et al. (1982) e Sinclair et al. (2004), onde relataram trs fases para o acmulo da fitomassa area da cana-de-acar, sendo I - Fase de crescimento lento, entre o plantio e 100 dias aps (maro-julho); II - Fase de crescimento rpido, entre 100 e 250 dias aps o plantio (DAP), correspondendo a 75% do mximo acumulado (julho-dezembro); III 250 DAP (dezembro), sendo o crescimento novamente lento, estabilizando-se ao redor dos 300 DAP (fevereiro). J Gava et al. (2001) encontrou outros valores em cana-soca, onde verificou-se que a primeira fase de desenvolvimento foi de 0 a 60 dias aps o corte (DAC), e o crescimento nesta poca foi lento, e a planta acumulou cerca de 6% da matria seca total contida na parte area. A segunda fase de desenvolvimento ocorreu no perodo de 60 a 210 DAC, quando a parte area da planta apresentou elevada taxa de crescimento, e acumulou, neste intervalo, 81% da matria seca. A terceira fase, caracterizada como fase de maturao, ocorreu de 210 a 299 DAC, quando o acmulo de matria seca foi, em mdia, de 13%.

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3.3.1. Brotao da gemas

A brotao das gemas da cana-de-acar, condicionada a vrios fatores intrnsecos (endgenos) e de outros externos (exgenos). Os fatores endgenos so aqueles relacionados botnica da prpria planta, como variedade, idade das gemas e do colmo, reserva nutricional e hormnios, ao passo que os exgenos so aqueles condicionados pelo ambiente, tais como temperatura, umidade, aerao, doenas, pragas e plantas infestantes (MATSUOKA, 1996).

3.3.2. Perfilhamento

Segundo Matsuoka (1996), o perfilhamento corresponde ao processo de emisso de colmos por uma mesma planta, denominados perfilhos. Segundo Machado et al. (1982) na fase inicial da cultura ocorre um intenso perfilhamento, que reduzindo lentamente a medida que se aproxima da poca de colheita. A densidade varia de acordo com as fases de crescimento e a intensidade luminosa, sendo que, com taxas luminosas mais altas, o perfilhamento tende a aumentar (BEZUIDENHOUT et al., 2003). Com a alta luminosidade o fluxo de auxina diminui e observa-se ento decrscimo no grau de inibio das gemas laterais (proporcionado pela auxina), o que resulta na maior formao de perfilhos (CASAGRANDE, 1991 apud BUSO, 2006; VIANA, 2007). O rpido crescimento inicial, responsvel pelo fechamento do dossel, uma importante caracterstica da planta, sendo que, o ideal que a cultura tenha o

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crescimento acelerado dos colmos com baixo nmero de perfilhos por rea. Desta forma a competio intraespecfica seria menor, promovendo assim um aumento da massa seca dos perfilhos (TERAUCHI E MATSUOKA, 2000; TERAUCHI et al., 1999). A capacidade de perfilhamento e a sobrevivncia dos perfilhos so aspectos importantes, pois so caractersticas que apresentam grande correlao com a produtividade agrcola (JAMES, 1971; BUSO, 2006; LEITE, 2007; VIANA, 2007). Cada perfilho apresenta em sua estrutura um sistema radicular prprio, de forma que, enquanto houver o perfilhamento da cultura, ocorre aumento no volume de razes, tendendo a se estabilizar, havendo posteriormente apenas a renovao das razes velhas que vo morrendo (MARCHIORI, 2004).

3.3.3. Sistema Radicular

Pouca importncia tm-se dado ao sistema radicular das plantas em estudo e pesquisas de fisiologia vegetal, isso pelo fato das razes ficarem ocultas no solo, e esse tipo de pesquisa ser um pouco trabalhoso, alm do que, geralmente a parte econmica das culturas se encontrarem na poro area das plantas. Segundo Matsuoka (1996), esse fato uma negligncia por parte dos pesquisadores, pois grande parte dos carboidratos sintetizados pela planta utilizado para a formao do sistema radicular, devido a constante renovao, gastando boa parte das energias utilizadas na formao da biomassa area.

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Azevedo (2008) cita que a distribuio das razes da cana-de-acar similar a de outras gramneas tropicais, com declnio exponencial de biomassa de razes conforme a profundidade. Para a cana-de-acar so descritos trs tipos de razes: 1 razes superficiais, situadas nos primeiros centmetros do solo (0 50 cm), responsveis pela maior absoro de gua e nutrientes; 2 razes de fixao, possui absoro limitada; e 3 razes em cordes, podem absorver gua em grandes profundidades, penetrando no solo at 6 m (CASAGRANDE E VASCONCELOS, 2008).

3.4. O uso de bioativadores na agricultura

Com a modernizao da agricultura, vrios avanos nas tcnicas de cultivo tm sido obtidos, visando atenuar os fatores limitantes da produo tais como o clima, temperatura, pragas entre outras. A fisiologia vegetal um dos ramos da cincia agronmica que tem desenvolvido grandes avanos nos ltimos anos, atravs do surgimento de modernas tcnicas como a cultura de tecidos, manipulao gentica e biotecnologia. Dentre essas, o uso de bioativadores visando o aumento do potencial produtivo das plantas, esta se tornou uma prtica crescente na agricultura moderna e largamente difundida nos pases desenvolvidos (SERCILOTO, 2002). Bioativadores so substncias orgnicas complexas modificadoras do desenvolvimento vegetal, capazes de atuar na transcrio da planta e expresso gnica na sntese de hormnios vegetais endgenos, levando aumentos

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significantes na produtividade (CASTRO et al. 2007; SERCILOTO, 2002; ROSSETO, 2008). Os bioestimulantes, por sua vez, so descritos por Russo e Berlyn (1990) como produtos no nutricionais, que podem reduzir o uso de fertilizantes e aumentar a produo e a resistncia aos estresses causados por temperatura e dficit hdrico. J Castro (2006) cita que bioestimulantes so misturas de biorreguladores ou mistura entre um ou mais biorreguladores com outros compostos de natureza qumica diferente como: aminocidos, vitaminas, sais minerais, entre outros. Os componentes principais de bioestimulantes comercialmente disponveis podem incluir materiais hmicos (cidos hmicos e cidos flvicos), hormnios de crescimento de plantas, vitaminas e vrios outros elementos (TANAKA et al., 2003), podem conter tambm outras substncias orgnicas provenientes de extrato de algas, como o caso do Nitrofoska Top.

3.4.1. O grupo das estrobilurinas

At recentemente, os fungicidas tinham como foco o controle de fitopatgenos, visando reduo no inculo. Essa perspectiva mudou com o lanamento e a evoluo do grupo das strobilurins, ocorrendo em funo da ao fisiolgica positiva promovida por fungicidas deste grupo. A molcula que vem recebendo grande ateno a pyraclostrobin, onde vrios efeitos fisiolgicos tm sido atribudos ao uso desta molcula, tais como, melhoria de fatores estressando

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no campo, influncia na regulao hormonal e assimilao de carbono e nitrognio pela planta (VENANCIO et al. 2003). Alm da eficincia no combate a doenas, a pyraclostrobin, proporciona grandes efeitos fisiolgicos benficos nas plantas e conseqentemente aumento da produtividade, sendo constatado em mdia um aumento de 15%. Este efeito fisiolgico traduzido em aumento da fotossntese lquida e da atividade da enzima nitrato-redutase, combinado com a reduo da produo de etileno. Desta forma as plantas acumulam mais energia para a respirao, aliado ao aumento na produo de protenas e reduo da queda antecipada das folhas. (REVISTA RURAL, 2006). Os primeiros efeitos fisiolgicos atribudos as strobilurins foram inicialmente descritos por Grossmann e Retzlaff (1997), onde estudando os efeitos da aplicao de kresoxim-methyl em plantas de trigo, observou a reduo da atividade da enzima ACC-sintase, esta enzima responsvel pela biossntese do hormnio etileno que inibe a expanso celular, outros efeitos observado foram o aumento na produtividade, no acmulo de fitomassa e reduo da senescncia. Venncio et al. (2003) afirmam que a molcula pyraclostrobin atua na inibio da respirao mitocondrial, bloqueando os eltrons no Complexo III (BC1) presente em todas as clulas eucariotas. Devido planta absorver certa quantidade desse fungicida, inevitvel uma inibio parcial da respirao mitocondrial em vegetais (KEHLE et al., 2003). Experimentos revelam que plantas de trigo tratados com fungicidas a base de pyraclostrobin obtiveram aumentos significativos em seu desenvolvimento areo, chegando a 20% de incremento em sua fitomassa (KEHLE et al., 2003).

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3.4.2. cido hmico - organomineral

cidos hmicos so materiais constituintes da matria orgnica de solos e sedimentos, responsveis pela melhoria das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas, especialmente na rizosfera (ROSSETO, 2008). O cido hmico tem suas propriedades estimulantes creditadas a forte atrao pela maioria dos ctios metlicos contidos em solues, pois so polmeros naturais, ricos em grupos funcionais de cargas negativas como carboxilas, OH fenlico e/ou enlico e OH alcolico, onde so stios de absoro desses metais (MORTVEDT et al., 1972 apud GULLO, 2007). Gullo (2007), em experimentos envolvendo o uso de cido hmico na cultura de cana-de-acar, obteve um incremento de 12,5 % na produtividade de colmos industrializveis. Cato (2006) verificou incremento de 14,1% e 45% na altura e perfilhos, respectivamente, em plantas de trigo quando aplicou um bioestimulante a base de citocinina (90 mg L-1), auxina (50 mg L-1) e giberelina (50 mg L-1) via tratamento de semente no intervalo de dose de 3,5 a 5,0 mL kg-1 de semente. Belanon (2007) em estudo com produtos promotores de enraizamento na cultura do trigo verificou um aumento de 16,98% no nmero mdio de gros por espiga em plantas tratadas com Nitrofoska Top em associao com o inseticida Imidacloprid.

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4. MATERIAL E MTODOS

4.1. rea de Estudo

O experimento foi conduzido no perodo de janeiro a setembro de 2009, na Barralcool Usina da Barra S/A, localizada na Rodovia MT 246, Km 3,5, Distrito Industrial, Barra do Bugres (MT), 150421 de latitude sul, a 571052 de longitude oeste e a 229 m de altitude. Com clima tropical quente e sub-mido com precipitao mdia anual em torno de 1.800 mm (BARRA DO BUGRES, 2009), onde a Figura 1 apresenta as precipitaes e temperaturas ocorridas no perodo conduo do experimento.

Figura 1 Precipitao e temperaturas ocorridas durante a conduo do experimento, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009. Fonte: Estao metereolgica Barralcool Usina da Barra S/A.

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O solo classificado, de acordo com Embrapa (2006), como Neossolo Quartzarnico Distrfico. A Tabela 1 apresenta a anlise qumica do solo da rea experimental.

Tabela 1 Resultado da anlise qumica do solo na rea do experimento na profundidade de 0 a 20 cm, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.Profundidade ----- cm ----0 20 4,1 pH (CaCl2) MO g dm-3

P(Mellich) mg dm 2,4-3

K

Ca

Mg

H+Al-3

SB

T

V % 36,2

------------------------- mmolc dm ------------------------0,5 4,0 8,0 22 12,5 34,5

1,14

4.2. Delineamento Experimental

O experimento foi conduzido em blocos casualizados, sendo os tratamentos representados pelas molculas pyraclostrobin (250 g L-1), epoxyconazole (50 g L-1) + pyraclostrobin (133 g L-1) e Nitrofoska Top (Zn 3%; P 17% + Auxina, Citocinina, Aminocidos), em trs doses diferentes recomendadas pelo fabricante na ordem de 100%, 150% e 200% p.c. ha-1 mais a testemunha (sem aplicao). Os tratamentos foram dispostos em parcelas contendo cinco linhas de plantio de 12,0 m, espaadas 1,5 m (rea total por parcela 90 m). Em cada tratamento foram eliminadas as linhas externas e 1 m em cada extremidade, utilizando uma rea til de 45 m por parcela, conforme croqui (Apndice 1). O experimento foi constitudo por 10 tratamentos em 4 repeties, totalizando 40 parcelas. Os tratamentos foram configurados e distribudos da seguinte forma:

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T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 -

Testemunha (TE) Pyraclostrobin 0,6 l p.c. ha-1 (PY100) Epoxyconazole + pyraclostrobin 0,75 l p.c. ha-1 (EP100) Nitrofoska Top 2,0 l ha-1 (NT100) Pyraclostrobin 0,9 l p.c. ha-1 (PY150) Epoxyconazole + pyraclostrobin 1,125 l p.c. ha-1 (EP150) Nitrofoska Top 3,0 l ha-1 (NT150) Pyraclostrobin 1,2 l p.c. ha-1 (PY200) Epoxyconazole + pyraclostrobin 1,5 l p.c. ha-1 (EP200)

T10 - Nitrofoska Top 4,0 l ha-1 (NT200)

4.3. Conduo do Experimento

A rea do experimento foi preparada convencionalmente, com gradagem e calagem aplicada a lano em rea total 60 dias antes do plantio. Para o plantio realizado na data de 25/04/2009, fez-se o uso do sulcador-adubador duplo Civemasa DFL 2L, onde sulcou na profundidade de 30 cm e distribuiu 600 kg ha-1 de fertilizante na formulao 05-30-15 e 20 ton ha-1 de torta de filtro em associao com cinza de caldeira. Os toletes para plantio foram obtidos a partir de cana-planta e tratados com a aplicao de 250 g p.c. ha-1 de fipronil no momento do fechamento e compactao do sulco. A pulverizao dos bioativadores foi realizada no sulco de plantio, antes da cobertura com o uso de um pulverizador costal.

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4.4. Avaliaes

4.4.1. Altura

A altura da planta foi obtida atravs da medio da superfcie do solo at a folha +1 (terceira folha a partir da primeira folha cartucho) com o auxlio de uma fita mtrica. As avaliaes ocorreram aos 42, 63, 84, 105 e 126 dias aps o plantio (DAP), segundo a metodologia de Buso (2006) e Oliveira et al. (2008).

4.4.2. Nmeros de perfilhos

Para a avaliao de perfilhamento da cana-de-acar, foram contados em 10 metros lineares da rea til de cada parcela os perfilhos existentes, sendo considerados o perfilho vivo que apresentava apartir de duas folhas totalmente desenvolvidas. As avaliaes ocorreram aos 21, 42, 63, 84, 105 e 126 dias aps o plantio (DAP) (BUSO, 2006; OLIVEIRA et al., 2008).

4.4.3. Massa Seca Inicial

Com a finalidade de se avaliar a eficincia de cada produto utilizado como bioestimulante no start da cultura, foram realizadas quatro anlises, sendo aos 28, 56, 84 e 112 DAP, onde coletou-se 1 metro de sulco de plantio de cada parcela da parte area da planta (colmos + folhas totais), em seguida foram acondicionadas em

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sacos de papel, secas em estufas 65C at atingirem massa constante, pesadas em balanas de preciso e aferidas a massa seca. Os dados foram extrapolados para toneladas de massa seca por hectare (GAVA et al., 2001).

4.4.4. Taxa de crescimento da cultura e taxa de crescimento relativo

A taxa de crescimento da cultura (TCC) em g dia-1 foi representada pela variao da massa seca acumulada pela planta, ao longo de um intervalo de tempo (REIS E MULLER, 1979; BENINCASA, 1988 apud CARDOSO et al, 2006 e OLIVEIRA, 2004): (MS2 MS1) TCC (t2 t1) Onde: MS1 Massa seca MS2 Massa seca obtida na poca de amostragem seguinte (t2 t1) t = tempo em dias ; 1 e 2 = duas amostragens sucessivas

A taxa de crescimento relativo (TCR) representada pelo incremento na massa seca, por unidade de massa inicial em um espao de tempo, expressa em g g-1 dia-1 (REIS E MULLER, 1979; BENINCASA, 1988 apud CARDOSO et al., 2006 e OLIVEIRA, 2004): (LnMS2 LnMS1) TCR (t2 t1) Onde: Ln - logaritmo neperiano.

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4.5. Anlise Estatstica

Os dados foram submetidos ao teste F ao nvel de 1 e 5% de probabilidade e suas mdias submetidas a regresso polinomial e ao teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. Para a manipulao dos dados utilizou-se o programa computacional Sisvar 5.1 (FERREIRA, 2007).

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5. RESULTADOS E DISCUSSO

5.1. Altura da planta

Na Tabela 2, esto contidos os valores de Pr>Fc, Coeficiente de Variao e suas mdias referentes a varivel altura mdia de plantas (cm), avaliadas aos 42, 63, 84, 105 e 126 DAP. Aos 42 e 84 DAP, os tratamentos no apresentaram diferena estatstica entre si. Porm aos 63 DAP, todos os tratamentos obtiveram as mdias superiores testemunha (TE).

Tabela 2 Mdia da altura das plantas (cm) em razo da aplicao dos tratamentos, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009TRATAMENTO TE PY100 EP100 NT100 PY150 EP150 NT150 PY200 EP200 NT200 CV (%) Pr>Fc POCA DE AVALIAES 42 DAP 10,3 12,0 11,0 12,1 11,5 11,8 10,9 12,5 10,9 11,6 11,2 0,4020ns

63 DAP 21,7 b 25,1 a 25,8 a 26,4 a 27,3 a 26,3 a 26,6 a 27,2 a 27,1 a 27,9 a 8,03 0,0180*

84 DAP 38,3 41,5 41,3 43,6 44,0 44,2 43,2 36,6 46,1 43,7 16,75 0,7320ns

105 DAP 54,2 b 57,6 a 55,3 b 55,6 b 58,8 a 56,2 b 59,8 a 59,3 a 61,8 a 59,3 a 4,21 0,0030**

126 DAP 63,3 b 78,7 a 75,0 a 70,5 b 74,8 a 64,5 b 79,0 a 80,9 a 83,3 a 83,9 a 6,73 0,0001**

Letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. *Significativo ao nvel de 5% pelo teste F; **Significativo ao nvel de 1% pelo teste Fns

No significativo pelo Teste F.

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Aos 105 DAP, os tratamentos PY100, PY150, NT150, PY200, EP200 e NT200 obtiveram comportamento superior aos tratamentos TE, EP100 e NT100, demonstrando uma maior altura para o tratamento EP200 (61,8 cm). Na ltima avaliao (126 DAP) os tratamentos PY100, EP100, PY150, NT150, PY200, EP200 e NT200 apresentaram-se superiores a testemunha e estatisticamente iguais entre si. Estes tratamentos obtiveram um incremento de altura com intervalo entre 18,5 e 32,5%. Esse incremento na altura (32,5%) proporcionado pelo bioestimulante Nitrofoska Top pode ser causado pela auxina e citocinina presentes no produto, que juntas contribui para a expanso celular e alongamento da planta. Resultados semelhantes foram obtidos por Cato (2006) em trabalhos desenvolvidos para avaliar a ao de bioestimulante a base de citocinina (90 mg L-1), auxina (50 mg L-1) e giberelina (50 mg L-1) via tratamento de semente no intervalo de dose de 3,5 a 5,0 mL kg-1 de semente na cultura do trigo, onde observou um incremento de altura na ordem de 14,1%, quando comparado a testemunha. Os tratamentos a base de molculas do grupo das strobilurins tambm proporcionaram um grande incremento na altura da planta, chegando a 31,6%, esse efeito pode ser atribudo as alteraes fisiolgica promovida pela pyraclostrobin. Grossmann e Retzlaff (1997) constataram em plantas de trigo a reduo da atividade da enzima 1-aminociclopropano-1-carboxlico-sintase (ACC-sintase),

responsvel pela biossntese do etileno, reduzindo assim os nveis do hormnio na planta. Segundo Burg (1973) o etileno inibe a expanso celular na planta. Kehle et al. (2003) confirmam essa interferncia da pyraclostrobin nas atividades da enzima (ACC-sintase) e afirma que essa interferncia proporciona a planta certa tolerncia em condies de estresse hdrico. Isso pode explicar o

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comportamento dos tratamentos a base de pyraclostrobin nas avaliaes onde havia dficit hdrico e o incremento na altura da planta aos 105 e 126 DAP, onde neste intervalo houve a ocorrncia de precipitaes.A B C

D

E

F

G

H

I

Figura 2 Mdias da Altura das plantas (cm) em razo da aplicao dos tratamentos, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.

5.2. Nmeros de perfilhos

A Tabela 3, apresenta as mdias do Nmero de Perfilhos em um metro linear, seu Coeficiente de Variao (CV) e os valores de Pr>Fc, avaliados aos 21, 42, 63, 84, 105 e 126 DAP.

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Na varivel nmero de perfilhos, em quase todas as avaliaes o tratamento TE se manteve com suas mdias inferiores aos demais (Tabela 3). Deste modo, nota-se que tanto os tratamentos a base de fungicidas (PY e EP) quanto a base de fertilizante foliar (NT) possui grande influncia no aumento e/ou estabilidade do perfilhamento da cana-de-acar. Aos 105 DAP os tratamentos apresentaram uma reduo no perfilhamento da cultura devido baixa precipitao ocorrida no perodo de plantio e na poca de avaliao. Porm o perfilhamento no tratamento TE (sem aplicao de produtos) foi mais influenciado pelo estresse hdrico, onde nas avaliaes subseqentes, apesar das chuvas ocorridas nas ltimas avaliaes (Figura 1), apresentou uma curva decrescente no perfilhamento a partir dos 84 DAP (Figura 3). Os tratamentos a base de bioativadores demonstraram resposta rpida ao ndice pluviomtrico ocorrido entre os 105 e 126 DAP, retomando ento seu perfilhamento. O tratamento NT100 apresentou o maior nmero de perfilhos aos 126 DAP, seguido dos tratamentos EP150, NT150, PY200, EP200 e NT200, que se mantiveram estatisticamente indiferentes.

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Tabela 3 Valores mdios do Nmero de Perfilhos em um metro linear em razo da aplicao dos tratamentos, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.TRATAMENTO TE PY100 EP100 NT100 PY150 EP150 NT150 PY200 EP200 NT200 21 DAP 2,0 c 2,2 b 2,2 b 2,4 b 2,8 a 2,4 b 2,6 a 2,7 a 2,3 b 2,3 b 42 DAP 7,9 e 8,2 d 8,1 d 8,4 c 9,2 a 8,2 d 8,2 d 8,6 b 7,4 g 7,6 f POCA DE AVALIAES 63 DAP 84 DAP 105 DAP 13,2 c 18,0 b 16,1 c 14,8 b 19,3 a 17,5 b 15,3 b 19,7 a 17,4 b 16,4 a 19,7 a 18,2 a 15,7 b 19,1 a 17,0 b 15,9 b 18,6 b 17,5 b 15,8 b 18,7 b 17,4 b 16,8 a 19,8 a 18,3 a 16,6 a 18,2 b 17,3 b 15,2 b 18,9 b 18,4 a 126 DAP 15,0 d 17,0 c 17,5 c 20,8 a 17,0 c 18,1 b 19,3 b 19,4 b 18,6 b 18,5 b

CV (%) 4,92 1,36 4,92 3,6 3,61 5,04 Pr>Fc 0,0001** 0,0001** 0,0001** 0,0050** 0,0010** 0,0001** Letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. *Significativo ao nvel de 5% pelo teste F; **Significativo ao nvel de 1% pelo teste Fns

No significativo pelo Teste F.

importante ressaltar que a fase inicial de perfilhamento da cultura se completa aos 90 DAP (ALMEIDA et al., 2003), sendo ento naturalmente estabilizada nas avaliaes 84 e 126 DAP, onde juntamente com a alta temperatura e baixa pluviosidade pode explicar a reduo do perfilhamento nessas avaliaes. A retomada do perfilhamento pelos tratamentos aos 126 DAP (com exceo do TE) se explica pelos efeitos fisiolgicos proporcionados pelos componentes de cada tratamento. O tratamento NT100 apresentou o maior perfilhamento aos 126 DAP, cerca de 38,6% superior a testemunha, provalvemente pela auxina e citocinina presentes no fertilizante foliar estimularem a expanso celular, bem como o nitrognio e fsforo presentes no tratamento (MALAVOLTA et al., 1964), porm esse nmero reduziu quando aumentado a dose deste fertilizante. Esses dados corroboram com Cato (2006), onde o autor estudando o uso de bioestimulantes na cultura do trigo

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observou um incremento no nmero de perfilhos na ordem de 47,7%, porm foi reduzido com o aumento da concentrao do produto. O tratamento PY200 favoreceu o perfilhamento da cultura em quase todas as avaliaes, esse favorecimento pode ser explicado pela ao da molcula na enzima ACC-sintase e na sntese de etileno, segundo Kehle et al. (2003) em condies de estresse essa ao favorece a planta minimizando as perdas energticas em situaes adversas. Outro efeito fisiolgico da pyraclostrobin que favorece a planta em condies de estresse hdrico citado por Grossmann et al. (1999), segundo os autores a molcula aumenta os nveis endgenos do cido abscsico (ABA). O ABA em alta concentraes causa a absciso e a senescncia foliar, porm sua atividade mais marcante esta relacionado a abertura estomtica, especialmente quando a planta esta sob condies de estresse ambiental, melhorando a utilizao da gua e a adaptao em condies de baixas temperaturas (TAIZ E ZEIGER, 2004). Ainda Kehle et al. (2003), consideram tambm como alvo relevante da molcula a enzima NADH-nitrato redutase que catalisa a assimilao do nitrato promovendo assim uma maior absoro de nitrognio, favorecendo ento o perfilhamento da planta. Kaiser (1999) considera a reduo do nitrato limitante

para a assimilao do nitrognio, e esta atividade enzimtica essencial para uma rpida adaptao s condies de estresse. Kehle et al. (2003) constataram que plantas de trigo tratadas com pyraclostrobin apresentaram uma alta atividade enzimtica, o que pode contribuir para tolerncia ao estresse ambiental.

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A

B

C

D

E

F

G

H

I

Figura 3 Mdias do Nmero de Perfilhos em razo da aplicao dos tratamentos, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.

5.3. Massa Seca Inicial

Na Tabela 4, esto expostas as mdias, coeficiente de variao e Pr>Fc referente a massa seca inicial da cultura submetida aos diferentes tratamentos. Aos 28 e 56 DAP o tratamento EP200 apresentou a maior mdia referente a massa seca inicial, onde na segunda avaliao sua massa atingiu 2,5 vezes a mdia da testemunha (TE). Aos 84 DAP o tratamento EP200 continuou entre as maiores mdias, porm no diferiu dos tratamentos NT150, PY200 e NT200.

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Aos 112 DAP os tratamentos PY200, PY150, EP200 e NT200 obtiveram as maiores mdias e no diferiram entre si. importante observar que a testemunha alcanou mdia levemente superior aos os tratamentos PY100 e NT100 (Figura 4.A e 4.C), no diferindo estatisticamente, o que provavelmente deve ter ocorrido pelo baixo nmero de perfilhos constatados no tratamento TE, isso reduz a competio intra-especfica e aumenta a fitomassa da planta, haja visto tambm, que o tratamento NT100 na ltima avaliao obteve o maior perfilhamento, o que pode ter contribudo para seu baixo acmulo de massa seca inicial (Tabela 3). Tabela 4 Valores mdios de Massa Seca Inicial em razo da aplicao dos tratamentos (t ha-1), Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.TRATAMENTO TE PY100 EP100 NT100 PY150 EP150 NT150 PY200 EP200 NT200 CV (%) Pr>Fc 28 DAP 0,032 c 0,049 0,031 0,024 0,039 0,047 0,032 0,05 0,064 0,036 15,74 0,0001** b c c c b c b a c POCA DE AVALIAES 56 DAP 84 DAP 112 DAP 0,423 f 2,939 b 4,986 c 0,691 0,678 0,594 0,754 0,819 0,686 0,874 1,059 0,87 5,93 0,0001** d d e c b d b a b 3,086 3,267 2,628 3,273 3,573 3,859 4,568 5,018 4,27 15,4 0,0001** b b b b b a a a a 4,867 5,748 4,64 6,378 5,643 5,573 7,048 6,319 6,325 9,72 0,0001** c b c a b b a a a MDIA 2,095 c 2,173 2,431 1,971 2,611 2,520 2,538 3,135 3,115 2,875 15.65 0,0001** c b c b b b a a a

Letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. *Significativo ao nvel de 5% pelo teste F; **Significativo ao nvel de 1% pelo teste Fns

No significativo pelo Teste F.

O baixo nmero de perfilhos por rea reduz a competio intra-especfica e promove assim um aumento da massa seca dos perfilhos (TERAUCHI e

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MATSUOKA, 2000; TERAUCHI et al., 1999). Ramesh e Mahadevaswany (2000), ao estudar o efeito da seca nas diferentes fases do ciclo da cana-de-acar, constataram que os cultivares que perfilham menos, alm de apresentarem menores porcentagens de mortalidade de perfilhos, apresentou perfilhos com maior altura e maior massa seca.

A

B

C

D

E

F

G

H

I

Figura 4 Massa Seca Inicial (ton ha-1) da cultura de cana-de-acar a aplicao dos tratamentos, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.

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Incrementos de massa seca inicial no intervalo de 16 a 49,6% foram observados nos tratamentos a base de pyraclostrobin. Resultados semelhantes foram observados por Cato (2006) quando avaliou o efeito do uso de bioestimulantes na cultura do sorgo, aonde o incremento da massa seca da parte area da cultura chegou 51,8% quando aplicado as maiores concentraes do produto. Kehle et al. (2003) observaram aumento de 20% na biomassa em plantas de trigo tratadas com pyraclostrobin, aps duas semanas da aplicao. Kehle et al. (2003) ainda notaram um aumento significativo na assimilao de nitrato em plantas tratadas com o fungicida quando comparadas com a testemunha, porm a relao C/N da planta no foi alterado, o que indica que esta absoro adicional e a assimilao do nitrato foi usado para favorecer o crescimento da cultura.

5.4. Taxa de Crescimento da Cultura e Taxa de Crescimento Relativo

A Tabela 5 apresenta os valores de Pr>Fc, coeficiente de variao e mdias da taxa de crescimento da cultura (TCC) avaliados aos 28, 56, 84 e 112 DAP em funo da aplicao dos tratamentos. O tratamento EP200 diferiu dos demais com a maior mdia de TCC aos 28 e 56 DAP, demonstrando desta forma um maior crescimento perante aos demais tratamentos neste perodo. Ainda o tratamento EP200 apresentou a maior mdia aos 84 DAP, porm no diferiu dos tratamentos NT150, PY200 e NT200.

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Na ltima avaliao realizada aos 112 DAP nenhum tratamento diferiu entre si, sendo que o tratamento EP200 apresentou a menor mdia, demonstrando um menor crescimento neste perodo.

Tabela 5 Valores mdios para Taxa de Crescimento da Cultura em razo da aplicao dos tratamentos (g dia-1), Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.TRATAMENTO TE PY100 EP100 NT100 PY150 EP150 NT150 PY200 EP200 NT200 CV (%) Pr>Fc POCA DE AVALIAES 28 DAP 0,173 c 0,263 b 0,165 c 0,125 c 0,208 c 0,253 b 0,173 c 0,265 b 0,345 a 0,193 c 15,99 0,0001** 56 DAP 2,090 e 3,438 c 3,468 c 3,053 d 3,833 c 4,138 b 3,505 c 4,418 b 5,330 a 4,468 b 6,33 0,0001** 84 DAP 13,483 b 12,833 b 13,868 b 10,895 b 13,493 b 14,753 b 17,000 a 19,783 a 21,213 a 18,215 a 19,22 0,0010** 112 DAP 10,965 9,543 13,290 10,780 16,638 11,090 9,185 13,288 6,970 11,010 31,98 0,0590ns

Letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. *Significativo ao nvel de 5% pelo teste F; **Significativo ao nvel de 1% pelo teste Fns

No significativo pelo Teste F.

Segundo Terauchi et al. (1999) e Terauchi e Matsuoka (2000), o rpido crescimento inicial, responsvel por um fechamento do dossel, uma caracterstica importante para o cultivo da cana-de-acar.

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Figura 5 Taxa de Crescimento da Cultura (g dia-1) de cana-de-acar em funo da aplicao dos tratamentos, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.

Estudando cultivares de cana-de-acar Ramesh (2000) encontrou trs fases diferentes de TCC (g dia-1), sendo que a primeira identificada como a fase de formao, com um TCC de 17,82 g dia-1, na segunda fase (intenso crescimento), TCC de 26,62 g dia-1 e na ltima fase (maturao) a TCC obtida foi de 16,29 g dia-1. Conforme a Tabela 5, valores semelhantes ao encontrado por Ramesh (2000) na fase de formao da cultura, foram evidenciados no experimento aos 84 DAP, coincidindo com a primeira fase de acmulo da biomassa area da cana-deacar. Esse rpido crescimento inicial permite que a cultura atinja um bom estande, possibilitando um rpido fechamento de entrelinha com controle mais efetivo das

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plantas invasoras, alm de cobertura mais homognea do solo, levando a um eficiente aproveitamento da energia luminosa pela planta (SILVA et al., 2007). A Tabela 6 apresenta os valores de Pr>Fc, coeficiente de variao e mdias da taxa de crescimento relativo (TCR) da cana-de-acar, avaliada aos 28, 56, 84 e 112 DAP em funo da aplicao dos tratamentos. Radford (1967) afirma que a Taxa de Crescimento Relativo (TCR) o ndice fisiolgico mais apropriado para comparar efeitos de diferentes manejos

agronmicos em uma cultura, por ser relativo e no depender de pressuposies matemticas. A TCR a medida da rapidez com que uma planta cresce quando comparada com o seu tamanho em um determinado tempo (BENINCASA, 1988 apud DANTAS et al., 2009).

Tabela 6 Taxa de Crescimento Relativo em razo da aplicao dos tratamentos (g g-1 dia-1), Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.TRATAMENTO TE PY100 EP100 NT100 PY150 EP150 NT150 PY200 EP200 NT200 CV (%) Pr>Fc POCA DE AVALIAES 28 DAP 0,0552 c 0,0710 b 0,0538 c 0,0438 d 0,0622 c 0,0696 b 0,0557 c 0,0716 b 0,0807 a 0,0602 c 10,46 0,0001** 56 DAP 0,0929 b 0,0947 b 0,1112 a 0,1163 a 0,1066 a 0,1022 b 0,1098 a 0,1025 b 0,1003 b 0,1137 a 6,96 0,0010** 84 DAP 0,0693 a 0,0531 b 0,0559 b 0,0531 b 0,0508 b 0,0521 b 0,0615 a 0,0590 b 0,0552 b 0,0568 b 11,04 0,0110* 112 DAP 0,0188 0,0167 0,0202 0,0205 0,0255 0,0168 0,0132 0,0154 0,0082 0,0140 38,2 0,0610ns

Letras diferentes na coluna diferem estatisticamente pelo Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. *Significativo ao nvel de 5% pelo teste F; **Significativo ao nvel de 1% pelo teste Fns

No significativo pelo Teste F.

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Os valores apresentados na Tabela 6 indicam que somente o tratamento EP200 obteve resultados significativos aos 28 DAP, representando um rpido incremento em sua massa seca neste perodo inicial. Aos 56 DAP os tratamentos EP100, NT100, PY150, NT150 e NT200 demonstraram mdias estatisticamente iguais entre si e superiores aos demais, indicando que a cultura obteve um crescimento mais acelerado em sua fase inicial com a aplicao de tais tratamentos. Desses somente o tratamento NT150 apresentou valores superiores aos 84 DAP, no diferindo da testemunha. A TCR reduziu-se aos 112 DAP, tornando-se semelhantes em todos os tratamentos, nesse perodo a cultura apresentou o menor TCR.

Figura 6 Taxa de Crescimento Relativo (g g-1 dia-1) da cultura de cana-de-acar em funo da aplicao dos tratamentos, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2009.

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Comportamento semelhante foi observado por Oliveira (2004) e por Gava et al. (2001), tais autores relataram que a TCR mximo da cultura ocorre durante o perodo inicial de crescimento, seguido de um decrscimo gradual at as fases subseqentes. Ainda Gava et al. (2001) explicam que este comportamento est relacionado com o aumento da competio intraespecfica, correlacionados com os fatores ambientais responsveis pela velocidade de crescimento vegetal, tais como a temperatura, a luz, a gua e os nutrientes. Neste trabalho alm dos fatores ambientais os efeitos fisiolgicos dos princpios ativos presentes nos tratamentos influenciaram nos resultados,

promovendo valores maiores do que os encontrados por Oliveira (2004), onde observou a maior TCR no perodo inicial com mdias na ordem de 0,092 g g-1 dia-1, ao passo que o presente trabalho obteve mdias superiores no intervalo de 0,1022 a 0,1163 g g-1 dia-1. O valor obtido pelo autor se assemelha ao alcanado pela testemunha (TE), 0,0929 g g-1 dia-1.

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6. CONCLUSO

De acordo com as condies que foram realizadas este experimento campo e com base nos resultados obtidos, conclui-se que: Os tratamentos PY100, PY150, NT10, PY200 e EP200 proporcionaram a planta uma altura superior aos demais tratamentos; Todos os bioativadores proporcionaram cultura uma resposta significativa retomada do perfilhamento aps as primeiras chuvas ocorridas no incio da segunda fase de perfilhamento, com destaque para NT100 e PY200 que promoveram um maior nmero de perfilhos na primeira fase; O uso de Nitrofoska Top em altas doses provocou reduo no perfilhamento na cultura da cana-de-acar; Os tratamentos PY200, EP200 e NT200 proporcionaram na fase inicial da planta um maior acmulo de massa seca; Os tratamentos NT150, PY200, EP200 e NT200 apresentaram elevadas taxa de crescimento, ocasionando um maior acmulo de massa seca por metro quadrado; O uso de bioativadores proporcionou algum benefcio cultura pelos seus efeitos fisiolgicos, como plantas mais alta, com mais massa e com grande nmero de perfilhos na fase de desenvolvimento inicial da cana-de-acar e favoreceu a planta em condies de estresse hdrico.

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APNDICE 1 CROQUI DA REA EXPERIMENTAL

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APNDICE 2 IMAGENS DO EXPERIMENTO

Distribuio de mudas

Sulcador-adubador

Sulcador-adubador

Sulcador-adubador

Aplicao de bioativadores

Aplicao de bioativadores

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rea do experimento

rea do experimento

rea do experimento 42 DAP

rea do experimento 56 DAP

rea do experimento 105 DAP

rea do experimento 126 DAP