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Biblioteca do IFGW organiza 1º Open Access Talk em comemoração à Semana Internacional de Acesso Aberto 2019 Na tarde de dezesseis de outubro de 2019, aconteceu o 1º Open Access Talk organizado pela Biblioteca Prof. Marcello Damy do Instuto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. O evento, realizado no Auditório do IFGW, teve o objevo de propor reflexão sobre o acesso aberto das publicações cienficas e seus benecios para pesquisador, universidade e sociedade, além de comemorar a Semana Internacional de Acesso Aberto. Nesse primeiro encontro, a palestrante convidada foi Germana Barata, pesquisadora e professora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Núcleo de Desenvolvimento da Criavidade (Nudecri), ambos da Unicamp, que desenvolveu o tema Acesso Aberto para quem?. Vivemos um momento em que é importante tentar o diálogo com quem pensa diferente, afirmou a pesquisadora. Germana comentou sobre os marcos de acesso aberto, tais como o repositório de preprints arXiv (1991) e a biblioteca digital de acesso aberto SciELO (Scienfic Electronic Library Online, 1997), sendo esta segunda uma iniciava brasileira. Isso é movo de orgulho para o país. Ficamos olhando o que os outros (países) fazem, mas os outros estão olhando o que a gente faz, afirmou. No entanto, segundo a pesquisadora, há um oligopólio no mercado editorial cienfico mundial em que apenas cinco editoras comerciais, cujo acesso às revistas é sobretudo restrito, concentram cerca de 50% das revistas do Web of Science, um dos indexadores internacionais de maior presgio mundial. Sobre as recentes polícas de acesso aberto no Brasil, Germana destacou algumas iniciavas, como os repositórios instucionais das universidades públicas paulistas (2013, Cruesp, hp://cruesp.aguia.usp.br/) e a políca para acesso aberto às publicações resultantes de auxílios e bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2019, Fapesp, Portaria CTA nº 01/2019). Apesar dessas iniciavas, ela observou que ainda há grande parte da produção cienfica com acesso restrito, mas estamos num momento de transição, de mudança de cultura em relação ao acesso aberto. A pesquisadora afirma que é necessário haver pressão por parte dos pesquisadores nesse sendo. Germana afirma que as redes sociais acadêmicas como o ResearchGate (Alemanha) e a Academia.edu (Estados Unidos), e a divulgação cienfica são formas de ampliar o acesso à produção cienfica. Segundo ela, as revistas cienficas brasileiras estão indo para as redes sociais para terem mais visibilidade e acesso a um argo e o comportamento de comparlhamento e engajamento público acabam gerando métricas de impacto social ao conhecimento cienfico, as chamadas métricas alternavas. Ampliar a disseminação de argos em acesso aberto significa ter mais informação e maior transparência ao processo de produção de conhecimento, defende a pesquisadora. As vantagens de se publicar com acesso aberto apresentadas pela pesquisadora são: Mais igualdade de acesso à informação cienfica; Maior visibilidade aos trabalhos; Transparência de dados e processos; Potencial diminuição de plágio; Mais chance de citação e colaboração; Direitos autorais para autor e instuição. À esquerda, a diretora da Biblioteca do IFGW, Sandra Cartaxo, realiza a abertura do evento. Germana Barata durante sua palestra no auditório do IFGW.

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Page 1: Biblioteca do IFGW organiza 1º Open Access Talk em ... · métricas de impacto social ao conhecimento científico, as chamadas métricas alternativas. Ampliar a disseminação de

Biblioteca do IFGW organiza 1º Open Access Talk em comemoração à Semana Internacional de Acesso Aberto 2019

Na tarde de dezesseis de outubro de 2019, aconteceu o 1º Open Access Talk organizado pela Biblioteca Prof. Marcello Damy do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. O evento, realizado no Auditório do IFGW, teve o objetivo de propor reflexão sobre o acesso aberto das publicações científicas e seus benefícios para pesquisador, universidade e sociedade, além de comemorar a Semana Internacional de Acesso Aberto.

Nesse primeiro encontro, a palestrante convidada foi Germana Barata, pesquisadora e professora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri), ambos da Unicamp, que desenvolveu o tema Acesso Aberto para quem?. “Vivemos um momento em que é importante tentar o diálogo com quem pensa diferente”, afirmou a pesquisadora.

Germana comentou sobre os marcos de acesso aberto, tais como o repositório de preprints arXiv (1991) e a biblioteca digital de acesso aberto SciELO (Scientific Electronic Library Online, 1997), sendo esta segunda uma iniciativa brasileira. “Isso é motivo de orgulho para o país. Ficamos olhando o que os outros (países) fazem, mas os outros estão olhando o que a gente faz”, afirmou. No entanto, segundo a pesquisadora, há um oligopólio no mercado editorial científico mundial em que apenas cinco editoras comerciais, cujo acesso às revistas é sobretudo restrito, concentram cerca de 50% das revistas do Web of Science, um dos indexadores internacionais de maior prestígio mundial.

Sobre as recentes políticas de acesso

aberto no Brasil, Germana destacou algumas iniciativas, como os repositórios institucionais das universidades públicas paulistas (2013, Cruesp, http://cruesp.aguia.usp.br/) e a política para acesso aberto às

publicações resultantes de auxílios e bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2019, Fapesp, Portaria CTA nº 01/2019). Apesar dessas iniciativas, ela observou que ainda há grande parte da produção científica com acesso restrito, mas estamos num momento de transição, de mudança de cultura em relação ao acesso aberto. A pesquisadora afirma que é necessário haver pressão por parte dos pesquisadores nesse sentido.

Germana afirma que as redes sociais acadêmicas como o ResearchGate (Alemanha) e a Academia.edu (Estados Unidos), e a divulgação científica são formas de ampliar o acesso à produção científica. Segundo ela, as revistas científicas brasileiras estão indo para as redes sociais para terem mais

visibilidade e acesso a um artigo e o comportamento de compartilhamento e engajamento público acabam gerando métricas de impacto social ao conhecimento científico, as chamadas métricas alternativas. Ampliar a disseminação de artigos em acesso aberto significa ter mais informação e maior transparência ao processo de produção de conhecimento, defende a pesquisadora.

As vantagens de se publicar com acesso aberto apresentadas pela pesquisadora são: Mais igualdade de acesso à informação científica; Maior visibilidade aos trabalhos; Transparência de dados e processos; Potencial diminuição de plágio; Mais chance de citação e colaboração; Direitos autorais para autor e instituição.

À esquerda, a

diretora da

Biblioteca do

IFGW, Sandra

Cartaxo, realiza a

abertura do

evento.

Germana Barata durante sua palestra no auditório do IFGW.