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Entrevista PEQUENOS E GRANDES NEGÓCIOS INVESTEM NAS SUAS LOJAS VIRTUAIS & 146 Junho Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS E-COMMERCE RENATO DORNELES, CODIRETOR DO FILME CENTRAL, ALERTA SOBRE A AUTOGESTÃO DAS FACÇÕES DENTRO DA PRISÃO DEZ PASSOS Ações para desenvolver talentos na sua empresa DOSSIÊ A história das bolsas e como elas se tornaram um acessório indispensável EQUIPES Como cultivar um ambiente de trabalho livre de grosserias

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Entrevista

pequenos e grandes negócios investem nas suas lojas virtuais

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Junh

oRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

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renato dorneles, codiretor do filme Central, alerta sobre a aUtoGestÃo das facÇÕes dentro da PrisÃo

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acessório indispensável

EquipES como cultivar um ambiente de trabalho livre

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Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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luiz carlos bohn

Brasil passado a limpo

AS novAS inFoRMAçõeS da grave crise política brasileira apontam a necessidade de um processo de limpeza da política do país. Ninguém, nem mesmo o presidente Michel Temer, está acima da lei. Por isso, defendemos uma apuração extensa e integral das acusações contra os políticos brasileiros. Precisamos de transparência, honestidade e ética na política.

No entanto, é importante que esse processo não paralise o país, nem desacelere as re-formas Trabalhista e da Previdência. Como disse o filósofo grego Teofrasto: o tempo é gasto a um preço altíssimo. Por isso, segui-mos trabalhando pela aprovação das refor-mas, para dar continuidade à recuperação da economia e para garantir a sustentabili-dade financeira do país a longo prazo.

Em maio, fomos a Brasília para nos posicionarmos favoravelmente à reforma trabalhista, com uma importante ressalva: a manutenção do imposto sindical. Ela se fará ainda mais necessária, uma vez que as

próprias alterações na legislação preveem maior força aos acordos coletivos.

A Fecomércio-RS também apoia a reforma da Previdência em tramitação no Congres-so Nacional, sendo favorável à extinção de aposentadorias precoces. De acordo com estimativa do IBGE, em 2030, no Brasil, o percentual de idosos superará o de crianças e jovens. Se não alterarmos a legislação, o percentual de pessoas em idade ativa será insuficiente para financiar a parcela depen-dente do sistema previdenciário brasileiro. Em ofício enviado aos deputados federais da bancada gaúcha e ao deputado Arthur Maia (PPS/BA), relator da proposta, ressaltamos a necessidade de que essas alterações sejam feitas gradualmente e sem as exceções con-templadas durante o trâmite da proposta.

A atenção ao que ocorre no cenário econômi-co e a necessidade de se adaptar ou mesmo se reinventar são o dia a dia de todos os empre-sários. Na reportagem especial desta edição, saiba como pequenas e grandes empresas lidam com o e-commerce, que não pode mais ser considerado tendência: é realidade.

especial / e-commerce

revista bens & serviços / 146 / junho 2017

sum

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e-commerce não é

tendência: é aposta no

presente, com visão

de futuro. saiba como

pequenas e grandes

empresas estão investindo

para conquistar e fidelizar

consumidores pela presença

no universo online

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gestãoequipes

saiba o que deve ser pensado ao

decidir entre ser investidor ou

sócio de um negócio e quais são

os papéis de cada função

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christine porath, professora da

georgetown university, aponta

caminhos contra grosserias

no ambiente de trabalho

lojas de informática vivem da

tecnologia e precisam manter sua

equipe atualizada em relação às

tendências mundiais do setor

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani, ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner

(licenciado), diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva,

ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson

lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair

umberto mussoi, élvio renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack (licenciada), Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes

lopes, Gilberto aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio

Harb Gobbo, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares reinaldo (licenciado), marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi,

régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, Juliana borba e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

rePortagem: Cláudia boff, diego Castro e laura Schenkel

colaboração: dora ramos, Edgar vasques, Frederico behrends, laís albuquerque, marcelo Portugal, nathália Cardoso e nathália lemes

edição de arte: Silvio ribeiro

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/triloks

tiragem: 21,1 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

seção página

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Sobre / diálogo

Palavra do Presidente

Notícias & Negócios

Equipes

10 Passos / desenvolvendo talentos

Opinião

Entrevista

Sindicato

Gestão

Especial / E-commerce

Saiba Mais

Sesc

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Dossiê / bolsas

Visão Econômica

Pelo Mundo

Nicho / lojas de informática

Negócios

Monitor de Juros

Dicas do Mês

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Diálogo

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com o diálogo, a humanidade tem a

possibilidade de se tornar mais igualitária.

a ação de falar, mas também ouvir e

compreender o que o outro quer dizer, tem a

capacidade de promover a união e a empatia

entre as pessoas. além disso, a diversidade

de pontos de vista é uma grande fonte de

inspiração para a inovação

Saber dialogar é mais do que saber falar. Dialogar pressupõe ouvir e analisar, antes de responder.“

EugEnio Mussak Professor e escritor brasileiro ”“Estamos convencidos de que o diálogo transparente, maduro e responsável poderá resultar em avanços nas relações de consumo e contribuir para a prevenção e diminuição de conflitos. Mas o

diálogo maduro não é para todos, ele acon-tece com aqueles que estão preparados. Aqueles que conseguem compreender o verdadeiro alcance do que significa res-peitar o consumidor, aqueles que encon-tram nos problemas uma oportunidade para buscar soluções e dialogar com seus próprios consumidores. O diálogo mais im-portante é o que está além da publicidade, é o que constrói confiança e identidade.”

Juliana PErEira da silva, no prefácio

do livro A Era do Diálogo, de Roberto Meier e

Jacques Meier

“As pessoas dificilmente se engajam em

algo que não conhecem. Por isso, o diálogo

tem sido cada vez mais importante para as

organizações. Mas não se engane: comuni-

cação é uma coisa e diálogo é outra.

O caminho do diálogo passa pela comunicação, como

uma primeira etapa, em que os indivíduos se conhecem,

convivem, começam a estabelecer confiança para, num

segundo momento, alcançar um estágio mais profundo

de interação. Criar espaços de diálogo tem a ver com di-

minuir as distâncias, sejam elas institucionais, atitudinais

ou espaciais. O essencial é a proximidade emocional, o

que está ao alcance de qualquer líder que queira genui-

namente se aproximar do seu time.”

vivianE Mansi, professora da Pós-Graduação da Cásper Líbero e

executiva de Comunicação

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ServiçoS em queda no primeiro trimeStre de 2017

O volume de serviços pres-tados no Brasil e no Rio Grande do Sul teve queda no primeiro trimestre de 2017, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo IBGE. De acordo com o levantamento, em relação ao trimestre anterior, o índice

diminuiu 2,3% em âmbito nacional e teve baixa de 4% no Rio Grande do Sul. A queda é ainda mais acentuada se comparada com o mesmo período em 2016 – decréscimo de 4,6% no Brasil e recuo de 6,4% em âmbito estadual. No Rio Grande do Sul, quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram retração, com as maiores quedas nas categorias Serviços profissionais, administrativos e complementares (-20,2%) e Serviços presta-dos às famílias (-13,3%). A única alta figura em Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,2%).

FecOmérciO-rS leva prOpOSta de altera-

çõeS nO SimpleS naciOnal a deputadOS

Em 11 de maio, o vice-presidente da Fecomér-

cio-RS e coordenador do Conselho de Assuntos

Tributários da casa, Diogo Chamun, apresentou

aos deputados federais Otávio Leite, Laércio Oli-

veira e Jorginho Melo a proposta de aperfeiço-

amento do Simples Nacional. A reunião aconte-

ceu na Federação Nacional das Empresas de

Serviços Contábeis (Fenacon) e defendeu os

interesses das Assessorias Tributária e Econômi-

ca da entidade, objetivando a adequação da

legislação à realidade dos contribuintes.

O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos

Bohn, defende que as mudanças também

incluam adequação do Regime do Simples à

Sistemática da Substituição Tributária e o fim do

Regime Misto de pagamento do ICMS.

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eSpaço Sindical

parceria em caxiaS dO Sul Para prover mais

benefícios aos seus empresários associados,

incluindo convênios e demais soluções, o

Sindilojas Caxias do Sul e a Associação dos

Comerciantes de Materiais para Construção

de Caxias do Sul e Região Nordeste do RS

(Acomac Caxias) firmaram uma parceria. Entre

as vantagens estão descontos em cartões e

atendimento de urgências.

SindilOjaS Santa rOSa OFerece FOrmaçãO

A fim de capacitar os empresários locais, o

Sindilojas Santa Rosa criou a Escola do Varejo.

Em sua primeira edição, com início em julho,

a formação terá 81 horas-aula e tratará de

questões como planejamento estratégico.

deStaqueS SãO recOnhecidOS pelO SindilO-

jaS vale dO taquari O Atitudes Vencedoras,

projeto realizado pelo Sindilojas Vale do Taquari

que reconhece boas ações e profissionais do

comércio regional, já está com 85% da coleta

de dados feita. A iniciativa premiará pessoas e

empresas destaques em ramos como atendi-

mento e inovação.

prOjetO para cOmérciO eletrônicO nO

nOrOeSte Foi apresentado, em Augusto Pesta-

na, o projeto Comércio Facilitado, promovido

pelo Sindilojas Noroeste. O evento expôs o pro-

jeto de comércio eletrônico implementado em

2016, reforçando os interesses das empresas.

vereadOreS diScutem temáticaS impOrtan-

teS cOm SindilOjaS paSSO FundO O Sindilojas

Passo Fundo recebeu em maio os vereadores

Pedro Daneli, Márcio Patussi e Luiz Miguel Schei-

se para uma iniciativa de debates com a Câ-

mara Vereadores. Entre os assuntos discutidos

estavam o comércio ilegal e feiras itinerantes.

mOdiFicaçõeS em circular que pauta a prevençãO à lavagem

de dinheirO Com o objetivo de coibir práticas fraudulentas pela Pre-

venção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo (PLD/FT),

está em formulação uma revisão da circular nº 3.461, com mudanças

na abordagem baseada em risco, mecanismo que aumenta a auto-

nomia das instituições financeiras. A circular se concentra na imple-

mentação de políticas, procedimentos e controles internos de acordo

com o porte e o volume de operações da empresa. Além disso, ela

também prevê como tratar e acompanhar clientes. As principais mo-

dificações são referentes ao esclarecimento de dispositivos que geram

confusão para os órgãos fiscalizados e fiscalizadores.

Governo e conGreSSo fecham acordo Sobre novo refiS governo e parlamentares chegaram a um consenso sobre o Pro-grama de Regularização Tributária (PRT), conhecido como Refis. Pelo acordo, a parcela mais beneficiada serão as empresas que têm débitos inscritos de até R$ 15 milhões. Para essas, será possível usar créditos tributários para quitar a dívida e ainda ter redução de mul-tas, juros e encargos. O saldo remanescente poderá ser parcelado em 150 vezes ou conforme o faturamento, desde que o prazo de quitação não passe de 180 meses. Ao parcelar a dívida remanes-cente, o devedor terá de quitar um valor à vista ainda em 2017. Os termos estarão em uma Medida Provisória que vai substituir a MP 766, em torno da qual não houve acordo, que perderá a vali-dade em 1º de junho. D

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braSileiroS maiS otimiStaS com a queda da inflaçãoOs consumidores esperam inflação de 7,1% em 12 meses a partir de maio, de acordo com o Indicador de Expec-tativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Var-gas (FGV). É a sua menor marca desde agosto de 2013. Em comparação com o mesmo período de 2016, o índice teve queda de 3,2%. Em maio, 50,9% dos entrevistados estimaram a previsão de inflação inferior a 6%. A expectativa de inflação recuou em todas as faixas de renda, exceto para as famílias com ganho mensal entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil, cuja previsão ficou relativamente estável em relação ao mês anterior.

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trêS perGuntaS

Bruno José Ely é mestre em

administração pela Pontifícia

Universidade Católica do Rio

Grande do Sul e doutor em

comunicação. Atuou como

professor na Escola de Negó-

cios da Pucrs de 2008 a 2017.

qual é a impOrtância da

reSpOnSabilidade SOcial para aS empreSaS?

Conforme cresceu o papel econômico das empre-

sas pelo globo, elas também se tornaram as maiores

entidades do mundo em termos econômicos. Esta

importância também chegou às pequenas empre-

sas, pela sua atuação econômica em nível local. Por

esta razão, as empresas devem assumir um papel

mais amplo na sociedade que não vise somente ao

lucro e à riqueza. Além disso, atos de responsabilida-

de social podem fortalecer a marca da empresa,

proporcionando um crescimento sustentável.

cOmO a reSpOnSabilidade SOcial aFeta a repu-

taçãO daS empreSaS? Em geral, para funcionários

e clientes, políticas que construam relações de

confiança por meio da comunicação e das infor-

mações claras são de extrema importância.

A adoção de política de relacionamento transpa-

rente e honesta, a consistência na forma de agir/

cumprir o que se propõe a fazer e a seriedade da

condução e no gerenciamento dos negócios fazem

com que a empresa cresça e estimule o combate a

práticas não legitimadas pela sociedade.

a reSpOnSabilidade SOcial pOde ajudar nOS

lucrOS da empreSa? Esta conduta pode ser vista

como uma estratégia a mais para manter ou aumen-

tar sua rentabilidade. Contudo, não se trata de um

modismo ou prática de marketing, mas sim de uma

conscientização importante que deve estar vinculada

à administração estratégica e fazer parte dos objeti-

vos corporativos como um tema permanente.

notícias negócios&Ar

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reforma tributária em foco no leGiSlativoo sistema tributário brasileiro foi debatido pelo deputado federal Luiz Carlos Jorge Hauly, no Fecomércio-RS Deba-te, realizado no Salão Nobre do Hotel Plaza São Rafael, em 12 de maio. O parlamentar apresentou propostas de mu-danças na legislação, como a extinção de nove impostos. Além disso, Hauly fez um apanhado sobre o sistema de impostos brasileiro ao longo da sua história, apontando como diversas alterações foram mais onerosas ao contri-buinte. De acordo com o deputado, a burocracia no Brasil custa cerca de R$ 1,5 trilhão em impostos contenciosos ju-diciais e administrativos na esfera do Conselho Adminis-trativo de Recursos Fiscais (Carf) e de seus congêneres es-taduais e municipais. Outros R$ 500 bilhões são gastos em matérias tributárias em análise pelo STF. Além disso, há R$ 1,6 trilhão em dívidas ativas da União e R$ 1,4 trilhão pro-veniente de estados e municípios. As propostas de Hauly incluem a progressividade no Imposto de Renda e criação de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que concentrará ICMS, IPI, PIS, Cofins e ISS, tributos regulados por lei fede-ral e arrecadados pelo Estado e pelo governo federal.

dia doS namoradoS terá preSenteS de última horade acordo com pesquisa da Fe-comércio-RS, o aquecimento de vendas do Dia dos Namorados só deve chegar poucos dias an-tes da data. Dos entrevistados no levantamento, 88% revela-ram que pretendem fazer com-pras uma semana antes da data. O maior volume de compras deve ser realizado no comércio do centro das cidades (54,5%), seguido por shoppings (27%) e por lojas de bairro (3,6%). O gasto médio por pessoa ficará em R$ 162,83 e os tipos de presente mais frequentes serão ves-tuário (42,3%), perfumes e cosméticos (18,7%), calçados (9,1%) e flores (8,3%).

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FOFura incluSiva

Ressaltando a importância da inclusão e do combate ao preconceito, pela pri-meira vez na história a Johnson’s Baby, referência em itens de higiene para bebês e crianças no mundo inteiro, tem uma criança com deficiência como protagonista de uma peça publicitária. O pequeno Lucca, menino de um ano que tem Síndrome de Down, é o rostinho que estampou a campanha de Dia das Mães da marca em 2017. Ao trabalhar o slogan Para nós e todas as mães, todo bebê é um bebê Johnson’s, a marca reforçou a luta por uma visão mais igualitária da sociedade a todas as crianças. Até 31 de maio, o vídeo no YouTube teve 13 milhões de visualizações e mais de 6 milhões na página do Facebook da Johnson’s.

Branding

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girO pelO riO grande

debate reFOrmaS em 2017

Começou, em abril, o Giro

pelo Rio Grande, uma iniciativa

da Fecomércio-RS de visitar

os empresários de todo o

Estado para debater questões

pertinentes para o setor. Tendo

em vista os desdobramentos

de 2017, a temática este

ano é Brasil em Reforma,

e conta com especialistas

para destrinchar as questões

relativas às reformas trabalhista

e previdenciária. Para debater

a parte de impostos, o

convidado é o advogado

tributário Rafael Borin, enquanto

as relações laborais estão

relegadas ao advogado

trabalhista Flávio Obino Filho e

a questão da aposentadoria

tem o economista Marcelo

Portugal, todos mediados pelo

economista Lucas Schifino.

Três Passos e Camaquã já

receberam o giro neste ano.

Em junho, Taquara receberá os

especialistas no dia 27. Em 15

de agosto, Alegrete hospedará

o evento, seguido por Lajeado,

em 5 de setembro.

creSce volume aplicado em previdência privadaSegundo apontamentos da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fena-previ), houve um crescimento de investimento nos volumes de dinheiro aplicados nos fundos de previdência complementar. O aumento é explicado pelas discussões acerca da Reforma da Previdência, que levaram investidores a apostar ainda mais na opção

privada. Apenas no primeiro trimestre, foram cap-tados cerca de R$ 12,6 bilhões, o que contabiliza um acréscimo de 55% em relação ao primeiro trimestre de 2016. Contudo, a iminência da nova legislação não incentivou uma corrida para a entrada de novos par-ticipantes – foram apenas 558 mil novos clientes no período contra 1,2 milhão em 2015.

KpmG realiza mapeamento de tendênciaS de infraeStrutura buscando previsões sobre o futuro da economia mundial, o relatório Tendências Emer-gentes na Infraestrutura – 2017, elaborado pela KPMG, destaca dez tendências globais que influenciarão o futuro da infraestrutura global. Entre esses fatores estão as incertezas política e econômica, governos populistas em ascensão e mudanças nos modelos de in-vestimento. De acordo com o documento, entender o comportamento do consumidor será a chave para o planejamento e a gestão de infraestrutura. Além disso, os investido-res começarão a importar-se com os impactos sociais e ambientais, e não apenas com os retornos financeiros. Confira abaixo algumas tendências compiladas pela KPMG:

Convergência entre energia, transporte e tecnologia

Tecnologia terá maior produtividade mas aumentará a obsolescência

Linhas de aprimoramento de crédito podem voltar às origens

Continuação da globalização da infraestrutura

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equipes

ser o emprego de seus sonhos, na Flórida, Estados Unidos. Porém, dois anos depois, ela e vá-rios colegas que entraram na empresa ao mesmo tempo ha-viam saído do emprego. O grupo foi vítima de uma cultura de trabalho repleta de bullying, grosserias e mau comportamento disseminada por todos os níveis hierárquicos e institucionali-zada por uma chefia ditatorial. “Lá, observei ou sofri proble-mas como menosprezo, depreciações, insultos, grosserias, não dar o crédito ou não dar reconhecimento a alguém”, conta.

A experiência a fez enveredar a sua carreira para o estu-do da incivilidade no local de trabalho, os seus custos e as suas soluções. Dentre as suas descobertas, a professora asso-ciada de Administração da Georgetown University verificou que 12% dos entrevistados que sofreram com esse problema deixaram seus empregos, seguidamente sem informar os mo-tivos. O dado chama a atenção, sobretudo porque a rotativi-

Aos 22 Anos, Christine PorAth Começou A trAbAlhAr no que elA imAginAvA

m um local de trabalho onde

a falta de civilidade reina, a

performance, a criatividade

e a disposição de colaborar

diminuem. a moral, o

engajamento e a satisfação dos

colaboradores também caem.

como favorecer, então, uma

atmosfera livre de grosserias?

e

Ambiente livre de grosseriAs

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dade tem um custo altíssimo. “Enquanto 66% afirmaram não trabalhar com o mesmo afinco após sofrer com a falta de ci-vilidade, descobrimos que mesmo que as pessoas queiram ter uma boa performance, não o conseguem porque as grosserias roubam o foco e a performance cognitiva”, afirma.

Em 20 anos de pesquisas com milhares de empregados nos Estados Unidos, Christine Porath descobriu que 98% têm sido vítimas de comportamentos pouco civilizados e 99% testemunharam grosserias. Outro dado que chama a atenção é que em 2011, 50% dos entrevistados afirmaram que eram maltratados uma vez por semana, ao passo que essa taxa era de 25% em 1998. “Os custos causados por maus comportamentos, tanto humanos quanto financeiros, são muito maiores do que se pensa. A incivilidade diminui mo-tivação, performance e criatividade. O tema também estão ligadas a um estresse maior e gastos com saúde mais eleva-dos”, pontua a pesquisadora.

Entre os efeitos negativos da grosseria, ela lembra que os consumidores punem severamente as organizações por epi-sódios assim, mesmo que eles não as testemunhem. “Além disso, essas ocorrências prejudicam o pensamento e impe-dem as pessoas de verem coisas que estão à sua frente. Aque-les que convivem com as indelicadezas são mais suscetíveis a terem pensamentos disfuncionais ou agressivos, mesmo que eles não tenham consciência desta conexão”, relata.

A professora aponta alguns caminhos para combater as grosserias, tanto no âmbito organizacional quanto no pessoal. “As empresas podem recrutar e selecionar focados neste as-pecto. Os líderes precisam dar o exemplo criando expecta-tivas e sendo modelos de comportamento”, comenta. Outro conselho de Christine é que esse valor não seja uma impo-sição: “Engaje funcionários em uma conversação contínua, definindo o que significa civilidade. Você vai ganhar mais suporte envolvendo-os no processo”.

Tampouco é suficiente estabelecer regras. É preciso trei-nar os empregados a entender e respeitá-las. Em uma pes-quisa conduzida por Christine, quando questionados por que foram grosseiros, mais de 25% dos entrevistados culparam a sua empresa por não ter fornecido a eles as habilidades bási-cas de que eles precisavam, como a escuta e o feedback.

A pesquisadora também aconselha as empresas a inclu-írem civilidade, habilidades interpessoais ou inteligência emocional nas avaliações das performances, dar feedback

aos empregados e, se eles precisam melhorar, treiná-los. “Você precisa manter os seus empregados conscientes de suas responsabilidades. Você não pode tolerar descortesias. Caso contrário, as pessoas vão desdenhar do seu comprome-timento em criar uma cultura de civilidade”, avalia.

De acordo com Christine, é preciso ter atenção ao proble-ma, pois mais do que 54% de seus entrevistados afirmaram não relatar episódios de grosserias por medo ou por descren-ça de que a empresa tomaria alguma atitude quanto a isso.

Individualmente, a professora encoraja as pessoas a dei-xarem de remoer incidentes. “Quando sua atenção muda para vias mais positivas, várias medidas podem ajudar a focar no crescimento cognitivo. Comece identificando áreas de desen-volvimento e tente encontrar nelas oportunidades de apren-dizagem.” Esses esforços de desenvolvimento não precisam estar atrelados ao trabalho. Desenvolver uma nova habilidade, um hobby ou praticar um esporte pode ter um efeito similar, pois quando se está em ascensão, seja profissional ou pessoal, é mais difícil se deixar influenciar pelas descortesias.

É um problema contagioso e pensar nele como um vírus é bem adequado: “Minha pesquisa sugere que muitos dos fatores que ajudam a evitar doenças, como boa alimentação, sono reparador e controle do estresse, ajudam também a afastar os efeitos nocivos da falta de civilidade”.

medidAs individuAis

A falta de sono aumenta a susceptibilidade à distração e

mina o autocontrole. ela torna a pessoa menos confiante,

mais hostil, mais agressiva e mais ameaçada, mesmo por

estímulos fracos.

exercícios físicos melhoram a capacidade cognitiva e o hu-

mor, amenizando preocupações e fortalecendo a resiliência

mudar a mente para processar as informações de

forma mais devagar e ponderada e responder com

mais precaução também facilitam o equilíbrio em um

ambiente difícil.

há também uma correlação da resiliência às grosserias

com a prosperidade fora do trabalho. em um estudo com

pessoas que vivenciaram maus comportamentos, quem

prosperou em atividades extras relatou ter saúde 80%

melhor e prosperidade no trabalho 89% maior.

Fonte: Christine Porath, professora associada de Administração da georgetown university

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10 p

ass

os Desenvolvendo talentosDesenvolvendo talentos

A mAior riquezA é humAnA

N ão é mais segredo para ninguém que o capital humano de uma empresa

é uma das suas maiores riquezas. de acordo com a teoria do rh

estratégico, é utilizando-se a gestão de pessoas que os negócios do

século 21 devem crescer e expandir. por esta visão, os talentos devem,

mais do que ocupar postos de trabalho, se apresentar também como a

força motriz da empresa, que a fortalece e a impulsiona a ser cada vez

melhor. mas como desenvolver essas pessoas para atingirem as suas

potencialidades máximas, fomentando assim o sucesso da empresa?

O grande pOrquê

Buscando razões para desenvolver talentos?

De acordo com Renata Lemos, consultora

em RH, o maior patrimônio de uma empresa,

atualmente, são as pessoas que nela

trabalham. Ela revela que, portanto, em

um mercado competitivo como o atual,

não é mais suficiente ter o melhor produto,

serviço, tecnologia. O grande diferencial

são as pessoas. Por isso, desenvolver os

talentos dos colaboradores pode contribuir

significativamente para bons resultados.

admissãO é adequaçãO

A admissão, um processo tradicionalmente rele-

gado ao RH, é o primeiro momento de contato

com um talento para a empresa. “Podemos

definir talento como sendo a inclinação natural

de uma pessoa a realizar determinada ativida-

de com maestria”, conta Renata. Para estimular

essa pessoa, é de extrema importância em um

primeiro momento conhecer a empresa, sua

cultura, seu perfil, a fim de que, em uma seleção,

a pessoa responsável possa aliar os talentos às

características da atividade da empresa. “Às ve-

zes um profissional pode ter muitos talentos para

determinada função ou organização, mas não

encaixa no perfil das atividades da empresa que

está fazendo a seleção”, completa.

01 02

Desenvolvendo talentos

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Desenvolvendo talentos

a impOrtância da individualidade

Nem sempre desenvolver talentos é tarefa fácil. De

acordo com a consultora de RH, o principal desafio

de desenvolver talentos é ter também a percepção

de que todos os profissionais com quem o gestor

trabalha têm necessidades e perfis diferentes. “Acre-

dito que este seja um grande obstáculo para o

desenvolvimento humano e profissional. Precisamos

ser capazes de entender essa diversidade e saber

lidar com ela com foco no objetivo da organiza-

ção”, revela. Portanto, nem sempre soluções que

funcionam com um funcionário irão dar certo com

a equipe inteira, assim como um projeto que não

saiu bem com alguém pode dar certo nas mãos

de outra pessoa.

características universais

Outra grande questão é ter em mente que

nem sempre os talentos que você procura

corresponderão às grandes expectativas de

mercado. Contudo, algumas habilidades

são referência em todas as áreas e devem

ser esperadas de qualquer colaborador.

Entre elas, estão resiliência, capacidade de

análise e entendimento, atitude proativa

e criatividade, segundo Renata. Estas

características devem reger o comportamento

e atitude de todos que trabalham nas

organizações do mercado moderno, incerto e

acelerado em que vivemos hoje.

pOstura da empresa

Ultrapassando as barreiras do setor de Recursos

Humanos, a empresa deve ter por inteiro um

plano de ação e uma postura para desenvolver

o seu capital humano. Uma boa opção é uma

análise de perfil de cada colaborador voltada

à estratégia do negócio, de maneira que,

conforme a empresa dá subsídios para ele

crescer, o negócio também seja impulsionado

pelo seu bom desempenho pessoal. Outra

ideia interessante é pautar habilidades técnicas

que sejam de conhecimento de toda a

organização. Assim, quando surgir um problema

daquela natureza, os próprios colegas ou gestor

sabem a quem recorrer para resolvê-lo.

rH na base

Não há gestão de pessoas sem um

departamento de RH coeso e assertivo. “Todo

profissional pode e precisa ser desenvolvido.

Temos competências e habilidades intrínsecas

que às vezes não percebemos e não sabemos

simplesmente porque não somos estimulados

a usá-las”, conta Renata. É papel desta área

conhecer os seus colaboradores, investir em

treinamentos comportamentais e também em

autoconhecimento. Um dos comportamentos

nocivos que impedem o desenvolvimento de

talentos é desconhecer que um colaborador

necessita de ‘cultivo’. É então que assume o

RH, com a sua percepção de oportunidades e

melhoria da equipe.

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Desenvolvendo talentos10 passos

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dO macrO para O micrO

A gestão de pessoas é uma prioridade e já

está na mentalidade das grandes empresas

modernas e com visão de futuro. Contudo,

ainda é necessário plantar a semente

da importância do capital humano nas

pequenas e médias empresas, trazendo a

conscientização de que as pessoas são um

ativo importante que contribui e mantém

vivas as organizações. Mudar a cultura

de que pessoas são custos nas pequenas

organizações pode ser um primeiro passo para

transformar essa realidade.

estudar, estudar e estudar

Um profissional se torna capacitado ao passar

por processos de formação e treinamento.

Estas qualificações podem ser dadas por

consultores ou especialistas in company – já

pensou em um módulo de curso de inglês

instrumental para a sua equipe? – ou pelo

investimento em determinados colaboradores

que se tornam cada vez mais valiosos para

a empresa. O reconhecimento pelo estudo

levanta a moral de equipes e tem um grande

impacto no desenvolvimento de talentos.

decOraçãO funciOnal

O ambiente de trabalho também é muito

importante. Prover condições físicas para um

bom trabalho é essencial para colher bons

frutos. Salas limpas e organizadas, cadeiras

confortáveis, computadores ao nível dos olhos,

e um espaço para tirar pequenos intervalos

são algumas opções de incentivos à sua

equipe. Também vale a adaptação caso o

departamento necessite de um ambiente

mais sério, com mais funcionalidade, ou

se o espaço tem um perfil de criatividade,

apostando no lúdico e no jogo de cores para

aumentar o interesse dos funcionários.

respeitO às diferenças

Além de descobri-los e desenvolvê-los, a

retenção de talentos também é uma parte

crucial da gestão de pessoas nas empresas.

“Todos nós, como pessoas e profissionais, temos

algumas necessidades básicas, como sermos

reconhecidos, nos sentirmos pertencentes e

termos um propósito”, conta Renata. Quando a

empresa permite e incentiva essas necessidades

individuais, os colaboradores se sentem mais

engajados e comprometidos. A consultora

em RH aponta que reconhecer e respeitar as

distinções e até mesmo peculiaridades da sua

equipe é uma forma inteligente de reter os

talentos em uma organização.

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opi

niã

o

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Formar uma equipe competente é fundamental para que qualquer negócio alcance sucesso. Recrutar e dispensar fun-cionários é uma tarefa séria e, para isso, é importante fazer uma análise cuidadosa das competências de cada um deles. Mas e quando esse processo envolve a contrata-ção de parentes?

A prática é comum e mais complexa do que parece, e algumas instituições – espe-cialmente as de grande porte – chegam a vedar a admissão de familiares. A medida não é reflexo da incapacidade dos pa-rentes de desempenhar as funções a eles atribuídas, mas se dá pela possibilidade de conflitos no trabalho. Afinal, trazer de-sentendimentos pessoais para o ambiente corporativo é um problema corriqueiro e pode tornar desgastante o convívio entre os membros da equipe e da família.

Além disso, descuidos envolvendo a contratação de profissionais próximos podem comprometer o orçamento da empresa. Na definição do salário e benefícios a serem pagos ao familiar,

o gestor deve considerar a situação do caixa e a remuneração do piso salarial da categoria em que o colaborador irá atuar, a fim de que não haja injustiças.

No processo de contratação, é imprescindível avaliar as competências técnicas do profissional. Admitir alguém para “fazer favor” é um risco, pois um funcionário desqualificado pode afetar a qualidade dos serviços prestados pela empresa. Ainda que seja recrutado para exercer uma atividade relativamente simples e que não exija conhecimentos tão específicos, é importante organizar um treinamento e estipular regras bem claras sobre horários e obrigações.

Ter um bom time à frente de seu negócio é o sonho de qualquer empreendedor. Acertar nas escolhas nem sempre é fácil, mas com alguns cuidados você chega lá. Contar com um profissional cujas virtudes e competências você já conhece bem é bacana, mas lembre-se: sua prioridade deve estar relacionada ao zelo pela qualidade de sua equipe.

Dora ramosDiretora da Fharos Contabilidade & Gestão empresarial

As empresAs e A ContrAtAção de

fAmiliAres mila

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ros

entrevista

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Renato Dorneles

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A GUERRA QUE SAIU DO PRESÍDIO

Você lançou o liVro Falange gaúcha, em 2008, sobre

o presídio central e o crime organizado. o que mudou

desde então neste cenário? No livro, em termos de cri-me organizado, retrato de 1987 a 2005. Eram três facções criminosas, e não havia jeito de elas entrarem em acordo dentro do Central. Havia muitas mortes violentas lá dentro, umas 30 por ano, parecia uma guerra, e um quadro de muita disputa interna. A partir de 2006, começou um equilíbrio de forças dentro das penitenciárias. As facções (as antigas e as novas) chegaram a um acordo a ponto de praticamente ces-sarem as mortes violentas no presídio. Elas se organizaram e acordaram não se matar mais lá dentro, mas do portão para fora ficaram liberadas as mortes, inclusive no regime

semiaberto. Em consequência, e também pela ampliação da guerra do tráfico, se multiplicaram as mortes do lado de fora do presídio. A guerra saiu dos presídios e ganhou as ruas. Essa é a principal mudança. O acordo, que incluiu as autoridades, aumentou o poder das facções dentro das pri-sões. Elas passaram a controlar ainda mais as suas galerias, com poder maior sobre os presos que lá estão.

quais foram os principais desafios da produção do

documentário central? O principal para mim e para a Tatiana Sager, diretora do filme, foi conseguir convencer o Judiciário, depois, a direção do presídio e, por fim – e o maior desafio de todos –, os líderes de facções a permitirem que câmeras entrassem nas galerias, que os próprios pre-sos fizessem filmagens lá dentro. Ninguém entra lá, nem a

REPÓRTER ESPECIAL DO JORNAL DIÁRIO GAÚCHO RENATO DORNELES FAZ O QUE

MAIS GOSTA: PESQUISAR E ESCREVER SOBRE PRISÕES, FACÇÕES CRIMINOSAS E

A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA E DAS PERIFERIAS. EM 2008, LANÇOU O LIVRO

FALANGE GAÚCHA, SOBRE O PRESÍDIO CENTRAL DE PORTO ALEGRE. AGORA, ASSINA

A CODIREÇÃO, AO LADO DE TATIANA SAGER, DO DOCUMENTÁRIO CENTRAL, O

FILME, QUE MOSTRA A AUTOGESTÃO DAS FACÇÕES DENTRO DA PRISÃO E AS SUAS

CONSEQUÊNCIAS. NA ENTREVISTA, O JORNALISTA EXPLICA COMO A DIMINUIÇÃO DAS

MORTES LÁ DENTRO ESTÁ LIGADA À MULTIPLICAÇÃO DAS MORTES FORA DAS GRADES

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Por laura schenkel

entrevista

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guarda. Só com as câmeras com os apenados seríamos capa-zes de mostrar o que acontece lá dentro.

como funciona a Vida dentro do presídio e como é a re-

lação das facções com os detentos? A relação das facções com os detentos comuns que estão em suas galerias é de do-minação total. São todos submissos, por questões de seguran-ça própria e de seus familiares. Não há outro jeito. Há muitas denúncias de que as facções fazem extorsões de presos e fa-miliares. É uma relação perversa, que visa exclusivamente ao lucro. Elas amenizam o problema, prometem o bem-estar em um lugar muito difícil. Garantem um mínimo de condições, até suprindo o preso daquilo que o Estado não dá, mas depois co-bram com demandas a familiares ou aos próprios presos. Se ele não pagou durante a prisão, a facção vai querer que ele preste serviço do lado de fora.

de todos os detentos do presídio central, à época em

que Vocês graVaram, haVia apenas três com curso supe-

rior. e em termos de percentuais, o percentual de negros

presos é muito maior do que o percentual de negros na

população gaúcha. o que isso demonstra? Proporcional-mente, há menos pessoas com curso superior no país como um todo. Mas o fato de ter apenas três mostra como a lei aca-ba sendo diferente na sociedade, uma vez que prende muito mais pessoas com menor grau de escolaridade. Normalmente quem tem curso superior tem condições de pagar por uma defesa melhor e se utilizar de uma gama de recursos de que

a legislação dispõe. Pode ficar em galeria separada até que transite em julgado a sua sentença, enquanto quem não tem graduação muitas vezes nem condenado está e já se encontra nas galerias. Em relação ao negro, isso mostra uma tendência nacional, de um estereótipo maior, o tipo preferencial para ser preso neste país, que é o negro, pobre, jovem. Esse é o tipo preferencial que a polícia prende. No Rio Grande do Sul, temos uns 34% de negros hoje no presídio central, enquanto a população negra não chega a 18%.

temos presídios superlotados e a projeção é de que o

número de condenados siga aumentando. qual é a so-

lução possíVel para este problema? Temos que discutir ur-gentemente a política de encarceramento. No Brasil, o encar-ceramento passou a ser prioridade, enquanto em vários outros países é o último recurso a ser utilizado. A lei das drogas de 2006 (11.343/06) aumentou o rigor da pena para os presos por tráfico de drogas. Eles passaram a ficar mais tempo dentro do presídio, aumentando ainda mais a população carcerária. Uma discussão sobre política de drogas se faz mais do que neces-sária. A curto prazo, é preciso ampliar o número de vagas no sistema, pois a defasagem está muito grande. Teríamos que soltar um terço da população carcerária para operar na capaci-dade aqui no Estado. A longo prazo, e o que devemos começar já para começar a colher frutos daqui a 30 anos, é um trabalho forte na educação, nas necessidades das periferias, fazer um trabalho forte com a juventude, para gradativamente reduzir o cometimento de crimes e a necessidade de encarceramento.

há algum exemplo em relação à política de encarcera-

mento e na preVenção da reincidência da criminalidade? É difícil comparar o Brasil com países europeus, pois tem a

Renato Dorneles

“Temos que discutir urgentemente a política de

encarceramento. No Brasil, o encarceramento passou a ser

prioridade, enquanto em vários outros países é o último recurso

a ser utilizado.”

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influência da distribuição de renda. A realidade prisional na América Latina é muito parecida. Destaco um trabalho reali-zado na República Dominicana, em que conseguiram reduzir o nível de reincidência para abaixo dos 10% – enquanto no Brasil essa taxa é superior a 70%. Fizeram acordos com presos demonstrando a necessidade de o detento progredir. Nos pre-sídios onde adotaram essa política, se o preso não tem Ensino Fundamental, ele tem que estar estudando o Ensino Funda-mental para receber visita íntima, ou aprendendo uma função. Isso teve muitos efeitos positivos.

na época em que cristine fonseca fagundes foi morta

enquanto esperaVa o filho sair de escola em porto ale-

gre, caso de grande repercussão na imprensa, o senhor

escreVeu sobre como as mortes na periferia não reper-

cutem na sociedade. quais são as consequências disso? As consequências são graves para a sociedade como um todo. Primeiro, pelo descaso que a “sociedade do asfalto”, como os próprios moradores das periferias falam, tem para com as pessoas da periferia provoca ação e reação. Ela faz com que as pessoas da periferia se sintam de um modo geral segregadas, discriminadas, e isso também provoca uma rejeição, em parte delas, em relação ao restante da sociedade. A sociedade se di-vide, um lado culpa o outro pelos problemas da criminalidade. Esse descaso aumenta a ruptura entre ambos. Também faz com que alguns jovens da periferia se sintam rejeitados. Como todo e qualquer jovem, ele busca uma visibilidade – é uma minoria, claro, não vamos estigmatizar –, mas há jovens que não veem perspectivas dentro de uma sociedade que os discrimina, sem

“Tem uma frase que li, da qual desconheço a autoria,

mas sempre compartilho: ‘Em local onde não há atividade cultural, a violência acaba

virando espetáculo’.”

perspectivas de futuro, que acabam muitas vezes seduzidos pelo traficante que domina a sua região, que dá uma aparência de vida boa. Isso ajuda a aumentar a cooptação de jovens pelo tráfico de drogas. O jovem que é invisível perante a sociedade se sente visível quando está armado. Assim, a indiferença mui-tas vezes acaba se refletindo contra a própria sociedade.

Você também é um entusiasta do carnaVal de porto ale-

gre. como Você Vê o cenário do carnaVal e dos blocos

de rua na cidade? O Carnaval sofre as mesmas consequências que a cultura popular e tudo que vem da periferia sofrem. É a mesma discriminação. Há 13 anos, o Carnaval de escola de samba de Porto Alegre foi colocado em uma espécie de gueto, no extremo norte da cidade, e mesmo assim, continuaram as reclamações contra ele, como a de que a prefeitura dava mui-to dinheiro para a sua realização. Este ano, a prefeitura não deu dinheiro e mesmo assim muitos queriam que não saísse o Carnaval. De modo geral, tudo que é popular e que vem da periferia incomoda parte da sociedade, uma parte que tem voz muito ativa. Novamente, entramos na ação e reação. Cada vez menos opções de cultura e arte e de diversão tem o jovem da periferia. Tem uma frase que li, da qual desconheço a autoria, mas sempre compartilho: “Em local onde não há atividade cul-tural, a violência acaba virando espetáculo”. Cada vez que um bloco é proibido de sair pois os vizinhos não gostam, cada vez que uma escola de samba é proibida de ensaiar, mesmo dentro dos horários permitidos, cada vez que um campo de futebol é fechado, mais pano para manga para a violência está se dando, pois se está privando o jovem da periferia de ter atividades sa-dias e de acordo com a sua realidade cultural.

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sindicato

O negóciO que vive dO lutO

completou 34 anos no dia 26 de maio. A entidade, com sede em Porto Alegre, representa mais de 400 funerárias no Estado e conta com 12 delegacias regionais. Sua trajetória, iniciada em 1983, é marcada pela defesa dos interesses da categoria, com foco em qualidade, melhoria de imagem, capacitação e inovação, sendo decisiva para a evolução do setor.

Filiado desde 2007 à Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS (Fecomércio-RS), o Sesf-RS teve sete presidentes ao longo de sua história e atualmente é comandado por Carlos Alberto Graff, com mandato até 2018. Formado em sua maioria por empresas familiares, suas filiadas atuam por concessão das prefeituras e sofrem regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária pelo trabalho de preparação de corpos, bem como do Inmetro, em relação aos veículos fúnebres.

O SESF-RS mantém Parceria Público-Privada (PPP) com o governo do Estado e a Prefeitura de Porto Alegre. “As parcerias que temos trazem benefícios à população e

geram economia para os cofres públicos”, afirma Graff. “Elas podem ser consideradas públi-co-privadas porque as obriga-ções que cabem ao Sesf-RS são cumpridas pelas funerárias as-sociadas”, explica. Desde 2000, o sindicato é mantenedor da Cen-tral de Atendimento Funerário de Porto Alegre (CAF), que opera 24h por dia, com a função de libe-rar corpos para sepultamento ou traslado. A CAF também faz o se-pultamento gratuito de carentes, desde que as famílias obedeçam a critérios preestabelecidos.

O SindicatO dOS EStabElEcimEntOS FunEráriOS dO riO GrandE dO Sul (SESF-rS)

indicato das Funerárias

oFerece capacitação e

inovação ao setor, e ainda

presta serviços gratuitos

por convênios com o

poder público

SReunião semanais definem

pautas da entidade

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Além disso, o Sesf-RS mantém há 17 anos convênio com o governo do Estado que estabelece a prestação do servi-ço gratuito de remoção e traslado de corpos aos postos do Departamento Médico Legal (DML) nos casos de morte vio-lenta, em que há necessidade de necropsia. O termo, embo-ra represente economia para os cofres do governo gaúcho, que, assim, não precisa utilizar sua infraestrutura, vem causando preocupações para as empresas. “O Instituto Ge-ral de Perícias trabalha com somente 37% do efetivo, e os postos do DML estão em situação complicada. A funerária cumpre seu papel, remove e traslada o corpo, mas falta quem o receba e, às vezes, a funerária precisa percorrer até 400 quilomêtros para chegar a outro posto”, diz.

Em média, são 3 mil atendimentos por ano. A reivindi-cação por melhor infraestrutura de apoio estadual foi leva-da diretamente à diretoria do IGP, em reunião ocorrida em 4 de maio na Secretaria de Segurança Pública. Na ocasião, os representantes do IGP afirmaram que a solução para os problemas não é imediata devido à crise financeira do Es-tado, mas a contratação de novos servidores deverá ame-nizar as dificuldades. Há concurso aberto e a previsão é de que os aprovados comecem a trabalhar em abril de 2018.

O convênio não obriga a família beneficiada com a re-moção e o traslado a contratar os serviços da funerária que realizou o trabalho. “Evidentemente, o termo con-trato facilita o fechamento do contrato para os serviços fúnebres. Por isso, há um rodízio de empresas responsá-veis pela remoção em cada região do Estado, num sistema

operante 24 horas por dia e sete dias por semana”, esclare-ce Graff. A cada ano, o Sesf-RS promove um recadastramen-to das associadas interessadas em participar da parceria público-privada.

ServiçoS de excelência

Para garantir a excelência nos serviços, o sindicato ofere-ce cursos de capacitação do agente funerário ao diretor das empresas. Neste ano, o sindicato promoveu quatro edições dos cursos de Cerimonial de Luto e Marketing e Comunica-ção, nas delegacias regionais da entidade. A adesão é gratuita às sócias e a procura é alta. Há curso de tanatopraxia (técnica de conservação de cadáveres), mas essa capacitação exige pa-gamento. O esforço na área resultou em uma melhora na ima-gem pública do setor, segundo Graff. O foco atual no atendi-mento de qualidade e não na guerra de preços recuperou o dano de má-práticas do passado.

Há espaço para inovação no segmento, com feiras exposi-tivas e forte participação da indústria. No interior, há funerá-rias com capelas velatórias excelentes, por exemplo. Outras novidades envolvem as homenagens aos falecidos, com vio-linistas e chuvas de pétalas. A venda de planos de assistência familiar antecipada (pagamento parcelado em vida por veló-rio e enterro ou cremação) também ganha força.

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Capacitação: turma do curso de

Cerimonial de Luto, em Porto Alegre

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gestão

ou não parte de um negócio, é pre-ciso definir os papéis de cada gestor, deixando claros os ob-jetivos e a disponibilidade de atuação. Especialistas indicam que é preciso estar atento às diferenças entre ser sócio ou investidor, incluindo questões como perfil, organização e aporte financeiro, entre outros.

Quem pretende ingressar em uma empresa ou abrir algo próprio, segundo a técnica da Gerência de Inovação, Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae-RS Patrícia Bossle, deve identi-ficar uma oportunidade real. “Na maioria das vezes, será uma necessidade de pessoas, empresas ou governos não atendida. Busque negócios que irão mudar a forma como as coisas são feitas”, sugere a profissional. Tanto na posição de sócio como na de investidor, deve-se estar preparado para injetar dinhei-ro, porém os objetivos são diferentes. “O sócio também pode entrar com a força de trabalho como contrapartida do recurso,

Tomar a decisão de empreender não é fácil. anTes de opTar por fazer

brir uma empresa ou ingressar

em um negócio já existente

requer análise prévia para

saber qual a melhor forma

de agregar. tanto sócios

como investidores almejam o

sucesso da empreitada, além

do retorno do dinheiro a

curto ou longo prazos

a

AlternAtivAs pArA crescer

©istock.com/saklakova

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já o investidor procura injetar capital em empresas de alto po-tencial de retorno, entre 2 e 5 anos”, descreve Patrícia. Mesmo não participando diretamente das decisões do dia a dia, inves-tidores costumam agregar valor. “Eles trazem a sua experiên-cia, conhecimentos e rede de relacionamento, mesmo tendo uma participação minoritária no negócio.”

O sócio, no entanto, busca um risco mais baixo, normal-mente investindo em um modelo tradicional de negócio e que traga retorno em longo prazo. “Ele possui um percentual mais representativo na empresa e na maioria das situações tem bas-tante envolvimento na gestão”, completa a técnica. Quanto ao perfil, ela esclarece que não há um estereótipo específico para ser sócio ou investidor. “A decisão de se tornar ou não membro de uma sociedade passa pela relação que a pessoa pretende ter com o negócio e os objetivos que ela deseja alcançar.”

Ambos devem ter algo para oferecer em contrapartida à sua participação no empreendimento, seja como vantagem competitiva, força de trabalho, atuação na gestão ou aporte de capital. “Deve-se ter afinidade com o negócio e é sempre importante avaliar o alinhamento das expectativas tanto do sócio e do investidor, quanto do empreendedor já existente. A entrada de uma outra pessoa requer compartilhamento de in-formações para a tomada de decisões, que deixam de ser mais exclusivas do empresário”, alerta a consultora.

Vantagens e riscos

Um dos principais benefícios da sociedade é a maior capacidade de investimento, dando maiores chances de crescimento à empresa. Além disso, as decisões podem ser compartilhadas e discutidas, tornando os riscos de erros de análise menores. “Ter alguém para dividir as tarefas sem expectativas de ganhos imediatos, poder discutir e avaliar situações e ideias sob mais de um ponto de vista, assim como compartilhar decisões, também são vantagens”, argumenta Patrícia. Como desvantagens, ela cita a demora nas decisões com o sócio, a possibilidade de desavenças, a alta de liberda-de e a divisão de lucros.

Já um investidor também pode auxiliar na gestão e aber-tura da rede de relacionamentos. Ele pode dar orientações, inclusive em questões financeiras. “Em muitos casos, é consi-derada desvantagem a necessidade de se reportar periodica-mente ao sócio e informar o andamento dos negócios. Outro

ponto se refere aos planos de saída da empresa, com a venda da participação do investidor para um terceiro ou para quem abriu o negócio.” Em ambos, há riscos de mercado e da perda do valor investido em virtude do insucesso do negócio.

A formação de redes de investimentos, como a organiza-ção sem fins lucrativos (ONG) Anjos do Brasil, tem auxiliado no fomento de empreendedores. “Contamos com 320 membros, que avaliam mais de 1.300 projetos por ano. Além do capital, ajudamos com nossa experiência profissional e de mercado e networking”, explica o fundador da ONG, Cassio Spina. A inicia-tiva, em atuação desde 2011 em diversas partes do país, tem gerado bons resultados. “É um modelo que agrega muito valor, pois os principais motivos de fracasso das empresas são basica-mente a falta de recursos, conhecimento e planejamento.” Na internet, são disponibilizadas ainda plataformas de financia-mento coletivo, que simplificam a captação de recursos com a arrecadação de fundos de apoiadores. “No Brasil o modelo já é uma realidade, inclusive para a abertura de uma nova empresa (equity crowdfunding), onde os investidores adquirem ações da empresa ou títulos conversíveis em ações, visando ao retorno financeiro”, explica Patrícia.

pArA se desenvolver mAisConfira algumas dicas de gestão para sócios e in-

vestidores alcançarem sucesso em suas posições:

Busque parcerias – acordos de comodato e permuta

podem diminuir a necessidade de desembolsar recursos.

compartilhar espaços com outras pessoas e empresas é

outra opção de economia

Trabalhe os prazos – Busque estratégias que compatibilizem

os prazos de pagamento de recebimento na sua empresa

Erre rápido e barato – ao longo do processo de validação

do negócio, compartilhe os seus produtos e serviços para

clientes e parceiros testarem para você

Acione o seu networking – Utilize a sua rede de contatos

para divulgar os produtos e serviços que você está colocan-

do no mercado

Reinvista os resultados – Use os primeiros resultados finan-

ceiros para potencializar o crescimento do negócio

Conheça o mercado – Veja quem são seus concorrentes e

acompanhe de perto o andamento do empreendimento

especial

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e-commerce se consolidou como peça-chave da

transformação do varejo global. no brasil, existe uma grande

janela de oportunidades a ser explorada. saiba como pequenas

e grandes empresas atuam em relação às lojas virtuaisOno número de pessoas que resolveram

vender produtos ou serviços pela internet. De acordo com a 3ª Pesquisa Nacional do Varejo Online, elaborada pelo Sebrae em parceria com o E-commerce Brasil, do total de e-commerce no país, 58% começaram suas atividades na rede entre 2013 e 2016.

Segundo o levantamento, 53% das empresas que ven-dem online não possuem uma loja física, uma em cada quatro empresas possui apenas um funcionário e 40%, entre dois e quatro funcionários. Os principais produtos vendidos estão relacionados a moda, casa e decoração, in-formática e beleza. A maioria das empresas que está no e-commerce atua no comércio (73%), seguida pelas empresas de serviços (18%) e indústria (8%). Segundo a Ebit, consul-

NOs últimOs quatrO aNOs hOuve um aumeNtO cONsiderável

e-co

mm

erce

Lojas virtuais, ganhos reais

texto laura schenkel

imagem de abertura ©istock.com/triloks

e-c0mmerce

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toria de varejo eletrônico, as vendas por meio da internet devem crescer 12% em 2017, atingindo um faturamento de R$ 49,7 bilhões.

A receita do comércio eletrônico no Dia das Mães, cele-brado em 14 de maio, foi de R$ 1,9 bilhão. A marca represen-tou um crescimento nominal de 16% ante o mesmo período do ano passado, quando foi registrado R$ 1,62 bilhão. A pre-visão superou as expectativas da própria Ebit, que previa alta de 7% para a data. O tíquete médio também registrou elevação de 3,7%, de R$ 402 para R$ 417, enquanto o número de pedidos subiu 12%, de 4,036 milhões para 4,520 milhões.

Enquanto muitos encaram a entrada nas vendas vir-tuais como uma tendência, Augusto Rocha, Sales Partner da Pmweb, ressalta que é uma opção entre o presente e o

futuro. “Tu podes abrir mão do e-commerce e perder um pe-daço do presente, mas com certeza fazer isso é abrir mão de boa parte do futuro”, ressalta. Estudos elaborados por Scott Galloway, professor da New York University, apon-tam um ponto de transformação do varejo: quando a parti-cipação online atinge 20% do mercado de um setor, há uma inversão entre os líderes do segmento, e o líder anterior ou quebra ou sofre uma redução drástica. Isso aconteceu nos Estados Unidos com as livrarias, os eletrônicos, os brin-quedos, o segmento de artigos esportivos e, mais recente-mente, atingiu as grandes lojas de moda.

A ameaça é para todos. “Não existe um setor blindado em que isso não vai acontecer. Não existe segmento que esteja fora da digitalização. Assim como aconteceu com os

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taxistas, vai acontecer a todos. A pergunta que tem que ser feita é se o empreendedor quer fazer parte dessa nova etapa ou se quer explorar ao máximo o que está disponível hoje, sabendo que depois ficará fora do mercado”, reitera o responsável pelas vendas da Pmweb.

Em 2014, em busca de uma solução frente à perda de clientes das lojas físicas para concorrentes do e-commerce, empresários entraram em contato com a Fecomércio-RS, que, por sua vez, procurou um parceiro com know-how no tema. A empresa escolhida, Traycommerce, elaborou uma plataforma acessível, de fácil administração e de baixo custo. Lançada em 2015, ela foi adotada por micro e pequenos em-presários, conta Neusa Machado, gerente de relações comer-ciais da Federação: “A ferramenta é voltada principalmente ao pequeno empreendedor, que não tem como chamar um fornecedor de tecnologia e desenvolver a sua própria loja virtual. Com a plataforma e-Fecomércio, qualquer um pode adquirir um plano, montar a loja e sair vendendo”.

De acordo com a gerente administrativa, as empresas precisam adotar a estratégia de multicanais, o chamado omnichannel. “Mesmo tendo a loja virtual, podes deixar para o teu cliente a opção do que ele prefere, comprar pela loja virtual e receber na loja física ou ir à estrutura física co-nhecer os produtos que conheceu no virtual, por exemplo”, aponta. “Apostar no e-commerce é focar no perfil de cada cliente, deixando ele comprar de acordo com a preferência

dele, ampliando o leque de opções. E isso aumenta as ven-das, pois o cliente simpatiza, e cria uma fidelidade.”

Da estrutura física para a virtual

Fundada em 1976, a pet shop Zimmer, localizada no cen-tro de Porto Alegre, resolveu adotar a ferramenta para lançar uma loja virtual. “Hoje em dia é obrigatório ter venda onli-ne. Gostei da plataforma porque ela é prática e posso entrar nela a qualquer momento. Criar um e-commerce leva bastan-te tempo, não pela plataforma em si, mas pela estratégia do negócio”, ressalta Gyulianna Zimmer, sócia-proprietária do estabelecimento, que conta atualmente com 24 funcionários.

Há seis meses, a empreendedora tem trabalhado em pa-ralelo às atividades cotidianas para alimentar a estrutura virtual. “Tenho que ter em mente que é uma loja dentro da loja. Preciso analisar e verificar o que é viável vender.” Para preparar o caminho para essa nova etapa da Zimmer, Gyu-lianna reservou espaço para o estoque, separou produtos das vendas físicas e das vendas online, treinou os funcioná-rios para separar isso, cuidou do controle de estoque, nego-ciou com os fornecedores e planejou a parte logística, além de contratar um fotógrafo.

A empreendedora é formada em design, mas nunca havia trabalhado com criação de site. “A plataforma oferece mo-delos prontos. Pesquisei sites e fiz tudo sozinha. Creio que

E-commErcE no BrasiL

Faturamento (em r$)

2016 44,4 bilhões

2017* 49,7 bilhões

Crescimento em relação ao ano anterior

2016 11%

2017* 12%

Pedidos online em lojas virtuais

2016 179 milhões

2017* 200 milhões

*Previsão para o ano de 2017

Fonte: associação Brasileira de comércio eletrônico (abccom) e ebit

Fundada em 1976, a Zimmer, localizada no

centro de Porto alegre, adotou a plataforma

e-Fecomércio para ter uma loja virtual

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qualquer um com domínio básico de informática é capaz de fazer”, assegura. Por enquanto, com o site ainda em constru-ção, a nova plataforma tem ajudado a chamar clientes ao am-biente físico. Ainda neste ano, ela pretende incluir nas ofer-tas online os produtos mais vendidos de todos os segmentos atendidos pela Zimmer – roedores, peixes, aves, gatos, ca-chorros, exóticos. “Queremos crescer, implementar cada vez mais produtos, vender para o Brasil todo, e se possível, mais adiante, para outros países”, projeta a empresária.

aposta no online

Com uma trajetória distinta da Zimmer, e bem mais recen-te, a Air Co. lançou a sua primeira linha de produtos, em 2013, e tem a sua loja permanente no ambiente virtual. Adiene Fer-nandes, farmacêutica industrial com pós-graduação em per-fumaria, encontrou no e-commerce uma maneira de conseguir divulgar a marca e entrar em contato com mais pessoas. “É uma forma de atingir clientes de qualquer parte do país, o que a venda física ainda não permitiria”, argumenta.

A Perfumeria surgiu da ideia de criar uma marca de per-fumaria com um conceito diferente. Atualmente, o princi-pal canal de vendas é o site. Os produtos também podem ser comprados em alguns eventos de que a marca participa. “Fico satisfeita em ver que a marca atinge pessoas de todo o país, e isso só é possível por conta desse canal de vendas na

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A maneira como as pessoas interagem com a internet vai se transformando ao

longo do tempo. Hoje, passamos dois terços da

navegação na internet em um celular, o que era bem

diferente há três anos.”

augusto rocha

Sales partner da Pmweb

internet. Por se tratar de perfume de ambiente, tentamos colocar todas as informações possíveis para que a pessoa se sinta segura para efetuar a compra”, observa Adiene.

A empreendedora tem um cuidado especial em relação à loja virtual, incluindo dimensões e fotos dos produtos. “Também temos cuidado de manter o comprador informa-do quanto ao recebimento do pedido, envio e andamento da encomenda”, acrescenta.

Adotar uma plataforma pronta, de baixo custo, vai ao encontro das recomendações de Augusto Rocha, da Pmweb. O profissional aconselha que o empreendedor não invis-ta em ativos que não irão perdurar. “Quando tu entras no e-commerce, tu podes gastar muito dinheiro em uma platafor-ma e depois de algum período serás obrigado a atualizá-la. É como uma decoração de loja: de tempos em tempos, temos que renovar”, explica. Isso ocorre, em parte, pela necessida-

especial

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de de atualização tecnológica: “A maneira como as pessoas interagem com a internet vai se transformando ao longo do tempo. Hoje, passamos dois terços da navegação na internet em um celular, o que era bem diferente há três anos”.

A navegação por celular é um exemplo de como as em-presas têm de atualizar as suas lojas virtuais. “Uma vez que o mercado exige um constante investimento em tecnologia, se tu optares por fazer um investimento inicial muito gran-de, vais acabar imobilizando um dinheiro sobre o qual tu não vais ter retorno”, aponta Rocha.

reinvenção constante

A Via Varejo, dona das bandeiras Casas Bahia, Ponto Frio e Extra, navega nessa mesma direção. “O e-commerce, por ser extremamente dinâmico, exige que as empresas do setor se reinventem diariamente para atrair e fidelizar os clientes, que buscam se comunicar com as companhias a qualquer hora e em qualquer lugar”, afirma o diretor de E-commerce da empresa, Flávio Dias.

Por isso, no ambiente digital, as três marcas se relacio-nam com os consumidores por meio das redes sociais, de e-mail marketing, comunicação de ofertas e campanhas nos próprios sites e pelos seus aplicativos, além de investimento em mídias pagas como Google e Buscapé. Para atrair a aten-ção dos fãs no Facebook para a Black Friday, as Casas Bahia lançaram o chatbot. O mecanismo permitiu que o Baianinho,

brand persona da empresa, enviasse automaticamente ofer-tas em primeira mão para os clientes ao ser chamado pelo Messenger da rede social. De 22 a 27 de novembro de 2016, foram mais de 50 mil usuários impactados e quase 2 milhões de mensagens trocadas com o personagem, sendo 900 mil na véspera do evento.

“Realizamos também mudanças na home page para mo-bile das Casas Bahia, do Pontofrio e Extra com a proposta de garantir uma experiência de navegação mais agradável e dinâmica para os clientes. Com a reformulação, o índice de cliques diários da página principal da Casas Bahia aumen-tou aproximadamente 60% do começo de janeiro deste ano até o fim do mês, o que se refletiu na maior interatividade do público com a página”, conta Dias. Entre as modificações para o novo formato estão a criação de um carrossel para os banners principais, inserção de botões temáticos por catego-ria de produtos, setores mais destacados por departamento, introdução de espaços para hotsites de promoções e quebra da uniformidade com mudança nas cores dos templates e di-ferenciação nos tamanhos dos banners, agora dimensiona-dos por critério de importância do anúncio.

atenção aos anúncios

Um erro comum ao entrar nas vendas online, segundo Augusto Rocha, é utilizar todo o recurso disponível para mí-dia e comprar anúncios no Google e similares sem ter estru-

o principal canal de vendas da

Perfumeria é a loja virtual

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e-mails automáticos para pedidos não pagos: em caso

de pagamentos pendentes, é disparado um e-mail para

que o cliente acesse o pedido e realize o pagamento,

aumentando as chances de recuperar a venda.

gestão de carrinhos abandonados: pela função carrinho

abandonado, o gestor pode visualizar todos os processos

de compra iniciados e não finalizados na loja virtual,

verificando se o cliente fez o cadastro e se calculou o frete

ao abandonar o carrinho.

Loja 100% personalizável: o empreendedor pode criar

uma loja virtual exatamente como imagina, usando

ferramentas que facilitam a alteração de layout, imagens,

botões e outros elementos visuais.

integração com marketplaces: de forma automática e

gratuita, a loja pode ser integrada a grandes portais como

Walmart, mercado livre e extra, aumentando o potencial

de divulgação e venda de seu produto.

Frete fácil: o e-consumidor pode consultar, de maneira

simples e rápida, o valor do frete de uma compra, basta

inserir o ceP da entrega.

busca no google: desenvolvido com práticas de search

engine Optimization (seO), o site tem ferramentas que

facilitam a busca por sua loja no Google.

Suporte online: uma equipe presta apoio para a criação

e operação da loja.

confira outros recursos no site http://e-fecomercio.com.br/

recursos da pLataforma e-fecomércio

tura que possa comportar esse retorno. “Se tu não tiveres uma boa capacidade de conversão no teu site, que é o cálcu-lo de quantidade de pessoas que entram na tua página versus a quantidade de pessoas que fazem uma compra, seja por dificuldades de tecnologia seja pela indisponibilidade de um produto, tu estarás gastando dinheiro para levar a pessoa para o teu site sem que ela faça uma compra”, explica.

Rocha ressalta ainda a importância de conseguir cadas-trar os clientes quando ingressam no site, para poder chamá-los de volta em outro momento. A necessidade de fideliza-ção e um bom atendimento pós-venda estão entre as áreas de atenção que a Via Varejo dá às vendas virtuais. “Zelamos por algumas premissas para fidelizar os clientes; entre elas, viabilizar o maior número de ofertas e ter os melhores preços e campanhas promocionais do mercado, sermos inovadores em serviços ao consumidor, oferecer as melhores condições e meios de pagamento, disponibilizar múltiplos canais de atendimento, ter o melhor prazo de entrega do e-commerce e sermos reconhecidos pela excelência no pós-venda”, afirma o diretor de E-commerce da empresa, Flávio Dias.

A loja online e o televendas do Pontofrio foram criados em agosto de 2008 e o e-commerce da Casas Bahia, em fe-vereiro de 2009. As lojas virtuais da Casas Bahia e do Pon-tofrio adotaram em janeiro de 2015 o modelo de marketpla-ce, que permite a lojistas terceiros venderem produtos em grandes redes de varejo. Atualmente, Casas Bahia, Ponto Frio e Extra, três bandeiras da Via Varejo, contam, juntas, com mais de 4 mil parceiros cadastrados e mais de 2 mi-lhões de ofertas. Sobre a relação das lojas físicas com as virtuais, a empresa entende que os dois canais se comple-tam, tanto que o consumidor eventualmente pesquisa no online e acaba comprando na loja e vice-versa. “Incenti-vamos a conversa entre os dois canais, por meio do Retira Fácil, modalidade que permite a compra online e a retirada do produto em qualquer loja física da rede”, conta Dias.

não Deixe para Depois

Para quem ainda não ingressou no e-commerce, aqui vai uma observação de Augusto Rocha, Sales partner da Pmweb. “Entre os erros mais comuns, o primeiro é demorar a en-trar. Quanto mais tarde tu entras, maior é o investimento que tu tens que fazer. Quanto mais rápido tu entrares no

e-commerce, mais rápido tu vais errar, aprender e corrigir a rota”, salienta o sócio da agência.

Outra falha que as pessoas cometem é gastar dinheiro nas coisas erradas, como fazer um investimento gigantesco em tecnologias que não vão gerar resultados ou não aproveitar a base de dados nem a estrutura de loja física. “Uma loja de moda em uma cidade no interior tem a vantagem física de es-tar lá. Eu posso simplesmente entregar um produto ou ofere-cer ao consumidor comprar online e retirar na loja. O digital é uma das ferramentas dentro da estratégia de omnichannel, em que o cliente vai navegar por ali, vai olhar o Instagram, entra em contato por ali, mas vai ao ponto de venda e fecha a compra lá. O digital faz parte dessa jornada e a gente deve oferecê-lo também”, reitera Rocha.

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maismais & menos

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liderança / executivos brasileiros apoiam cotas para mulheres

Uma pesquisa sobre em-poderamento feminino no mercado de trabalho, orga-nizada pela People Oriented, mostrou que 66% dos exe-cutivos brasileiros apoiam as cotas corporativas para mulheres em posições de liderança. O levantamento foi feito a partir do relato de

159 pessoas com cargos diversos em companhias de diferentes portes do país. A People Oriented apurou ainda que 58,8% das multinacionais elabo-ram iniciativas voltadas às mulheres. Entretanto, quanto menor o porte da empresa, parece que menos se investe em políticas de igualdade: entre as grandes, 46,7% promovem alguma ação, e entre as pequenas e médias companhias apenas 32,6% realizam políticas de empoderamento femini-no. A grande exceção são as microempresas, pois em 38,9% foi registrada iniciativa desse tipo. As principais ações são a remuneração por cargo sem distinção de gênero, o auxílio-creche e a licença-maternidade estendida, seguidas do equilíbrio obrigatório na quantidade de homens e mulheres em processos seletivos.

VinicUltUraO Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) divulgou

que o desempenho total na venda de vinhos

brasileiros recuou 20,3% no primeiro

trimestre deste ano, em comparação com

2016. Houve retração em todos os produtos

vinícolas no período: 30,5% no vinho fino,

21,1% nos espumantes, 22,1% no vinho de

mesa e 15,3% nos sucos de uva.

comércioSegundo o Instituto Brasileiro de Opinião

e Estatística (Ibope), o fluxo nos shoppings obteve sua maior alta em 2 anos. Em abril, a

circulação nos centros de compras cresceu

3,4%. O número sinaliza ainda que o Dia

das Mães foi favorável para os lojistas.

transgeniaO cultivo de transgênicos aumentou 3%

em 2016 no mundo. Os dados são do

Serviço Internacional para a Aquisição de

Aplicações Agrobiotecnológicas (Isaaa), da

Monsanto. O país com maior área plantada

de transgênicos é os EUA, com 72,9 milhões

de hectares. Logo após vem o Brasil

(49,1), Argentina (23,8), Canadá (11,6) e

Índia (10,8). Juntos, esses países representam

91% da superfície total de cultivo.

transaçõesO mobile banking é o meio mais usado

no Brasil para transações bancárias em

2016. Os dados foram apurados pela

Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

A pesquisa aponta que as operações feitas

através de celulares ou tablets, incluindo

transferências, pagamentos e consultas de

saldo, cresceram 96% na comparação

com 2015 e já representam 34% de todas

as transações feitas no país.

marcasNo Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade

Industrial (INPI) tem o prazo médio de 11

anos para avaliar uma patente. Um reflexo

disso é que o país fechou 2016 com mais

de 244 mil patentes e 422 mil marcas

esperando para serem registradas. A nossa

nação está na 30ª posição no ranking mundial do setor.

intralogística / tendências para o anoao investir na intralogísitica, as empresas otimizam o fluxo de materiais dentro de galpões, armazéns e centros de distribuição. Ter essa área em bom funcionamento pode auxiliar na rapidez de uma entrega, o que dá um diferencial para o seu negócio. O diretor da Inventi, Leonardo Araki, destaca três tendências da área para este ano:

centros de distribuição menores – A demanda por menor tempo de

entrega, redução de custos no transporte e fracionamento maior de

pedidos criou a necessidade por centros de distribuição menores e mais

bem espalhados ao redor do país, favorecendo o e-commerce.

crise trouxe revisão – Modernizar e revitalizar os espaços traz agilidade e

redução de custos para o negócio. Segundo o especialista, muitas empresas

aproveitaram a diminuição do consumo no atual cenário econômico para

otimizar processos logísticos internos sem interromper as operações.

tecnologia a seu favor – Para facilitar o desempenho dos funcionários, usar

a tecnologia é uma boa saída. Araki conta que interfaces visuais garantem

mais precisão e menos esforço do que caneta e papel, por exemplo.

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sUstentabilidade /

discUrso ‘Verde’ não atrai inVestimentos

O estudo Sustainability indexes: why join in?, organizado

pelos pesquisadores Renato Orsato, Alexandre Garcia,

Wesley Mendes da Silva, Roberta Simonetti e Mario Mon-

zoni, aponta que não há evidências de que o Índice

de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa

esteja agindo como um requisito para conquistar bene-

fícios financeiros. Possuir o selo é como uma espécie de

atestado de que determinado negócio é sustentável.

Pela lógica, estar nesse grupo deveria atrair investidores e

facilitar a obtenção de crédito para as empresas, o que

não vem ocorrendo. O interesse em garantir o ISE vem

caindo com o passar do tempo. Em 2011, 48 empresas

se inscreveram, e em 2016, esse número caiu para 39.

Alguns especialistas afirmam que a queda é associada

ao desgaste do índice. Por outro lado, caberia um pouco

de culpa para a instabilidade econômica, que inibe o in-

vestimento das empresas em novas medidas sustentáveis.

inteligência artificial / tecnologia aliada do consumidorsegundo dados da Tata Consultancy Services, 30% das empresas apostam que até 2020 a Inteli-gência Artificial (IA) impactará mais nos setores de vendas, marketing e atendimento ao cliente. Além de automatizar processos, auxiliar na pro-dução e nas necessidades estratégicas do negócio, a IA também permite aprimorar a experiência do cliente com o Machine Learning. Esse método de análise de dados automatiza o desenvolvimento de modelos analíticos. O Google já oferece servi-ços utilizando esse método, ofertando produtos conforme as preferências dos consumidores. A plataforma mostra ofertas durante a navegação do internauta e analisa sentimentos por meio de monitoramento de feeds dos sites, revisão de pro-dutos, conversas e interações em geral.

díVidas / população de baixa renda se compromete mais com produtos financeirossegundo uma pesquisa da Serasa Experian, pelo menos 27% da população de baixa renda (com ga-nhos de até R$ 2 mil mensais) comprometem mais da metade de sua renda com produtos financeiros. Os serviços mais utilizados são cartão de crédito, empréstimo consignado, empréstimo pessoal, fi-nanciamento de automóvel, financiamento imo-biliário, cheque especial e consórcio. A pesquisa leva em consideração os dados de cerca de 5 mi-lhões de consumidores que aderiram ao cadastro positivo. O produto mais usado pelos brasileiros de baixa renda é o cartão de crédito, com 40%. O levantamento apurou ainda que de forma geral, 82% dos CPFs possuíram pelo menos um cartão de crédito nos últimos 12 meses. Além disso, 60,4% de quem possui ou possuiu o cartão atrasou o pagamento pelo menos uma vez durante o ano. Somente 21,7% estão com todos os últimos 12 pagamentos em dia. A Serasa apontou ainda que a maioria dos brasileiros com crédito negativado é de baixa renda, chegando a 69%. O principal débito é com o banco/cartão de crédito (39%), seguido por financeiras e leasing (13%), empresas de serviços (12%), varejo (9%), água, energia e gás (9%) e outros (18%).

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rojetos do sesc-rs

envolvem um conjunto

de ações, muitas delas

gratuitas, em prol da

promoção de uma

vida mais saudável para

os gaúchos

Pa sua criação. Por isso, várias ati-

vidades de cunho preventivo e curativo são desenvolvi-das pela instituição. As Unidades Sesc de Saúde Preven-tiva (USSP) e as OdontoSesc estão percorrendo diversas cidades do Estado a pleno vapor, realizando exames de diagnóstico e tratamentos para prevenir doenças e resta-belecer o bem-estar das pessoas.

O Sesc-RS dispõe de duas USSP e cinco unidades Odon-toSesc. As primeiras percorrem o Estado com o objetivo de reduzir o tempo de diagnóstico de doenças como câncer de mama, colo do útero, doenças crônicas não transmissí-veis, hipertensão arterial e doenças da visão, aumentando assim as possibilidades de cura. Uma delas delas já esteve em Tramandaí e Torres, chegou a Palmeira das Missões em 31 de maio e vai a Nonoai, Gramado e Nova Araçá ain-da este ano. A outra está em Porto Alegre até dezembro. A OdontoSesc, por sua vez, conta com cinco unidades,

estruturadas com quatro con-sultórios odontológicos, central de esterilização e sala de Raio-X. O projeto faz parte de um plano nacional, que oferece atendimen-tos odontológicos completos, combatendo e prevenindo as do-enças da boca, em uma promoção integral da saúde, contribuindo para a qualidade de vida.

De acordo com a gerente de Saúde do Sesc-RS, Mari Estela Kenner, as unidades móveis são certificadas pela ISO 9001:2008, obedecendo a uma série de cri-térios de biossegurança. “São verdadeiras clínicas móveis”, diz. As demandas por atendi-

A sAúde é umA dAs PrioridAdes do sesc-rs desde

saúde sobre rodas no rio grande do sul

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Dia Do Desafio o dia do desafio mudou a rotina de

muita gente, no dia 31 de maio, em 493 municípios

gaúchos participantes do evento. Promovido pelo

sistema Fecomércio-rs/sesc em parceria com as

prefeituras, o evento tem como objetivo incentivar a

prática de atividades físicas. Na data, os participan-

tes interromperam suas atividades rotineiras e pratica-

ram, por ao menos 15 minutos consecutivos, algum

tipo de exercício físico. mais informações podem ser

obtidas em www.sesc-rs.com.br/diadodesafio.

arte Da Palavra o Arte da Palavra – rede sesc de

Leituras, projeto voltado para ações formativas e de

fruição literária, tem o propósito de incentivar a leitura

e a produção literária, e ocorre em 13 estados brasi-

leiros. o projeto é composto por três tipos de circuitos:

Autores (voltado para a valorização e divulgação de

autores nas comunidades literárias), oralidade (volta-

do para contadores de histórias, saraus e apresenta-

ções que mesclam poesia com outras manifestações

artísticas) e criação Literária (oficinas de diferentes

temáticas, que objetiva exercitar a prática da escrita

literária e criar leitores). No rs, a circulação será de

junho a setembro, com os escritores Alfredo Garcia,

Bráulio Tavares, José inácio melo, Leonardo Villa Forte,

marcos Peres, Paulino Júnior, rafael coutinho, renan

inquérito e sidney rocha.

agenda de eventos

25/jun e 20/agoCircuito sesc/Caixa de Corridas

as próximas etapas do Circuito sesc/Caixa de Corridas serão nos dias 25 de junho, em são leopoldo, e 20 de agosto, em santana do livramento.

8 e 9/julfinal estadual do Circuito sesc de Câmbio 2017

entre abril e junho, 15 municípios gaúchos recebem fases locais do Circuito sesc de Câmbio. a competição promove o esporte na terceira idade. A final estadual será nos dias 8 e 9 de julho, em santa Cruz do sul.

mento vêm dos municípios, por meio de suas prefeituras e secretarias de Saúde. O poder público dá a estrutura de manutenção do serviço, como energia elétrica, água e tratamento de resíduos, e consegue, em contrapartida, reduzir carências em gargalos como a média complexi-dade. “É nossa função atender os comerciários, por isso escolhemos roteiros que envolvem grandes centros urba-nos”, explica Mari Estela.

Em 2017, a previsão é de que as USSP realizem 5 mil mamografias e exames oftalmológicos, bem como 1,9 mil ultrassonografias, passaportes para a saúde e exames ci-topatológicos. As unidades OdontoSesc devem atender um total de 6 mil pessoas, com 50 mil consultas e 120 mil procedimentos. Elas estão prestando serviços na Rede Zaffari Bourbon, em Porto Alegre, em São Sebastião do Caí, Iraí e Ijuí. No final de junho, duas delas serão desloca-das para São Leopoldo e Erval Seco. A quinta “clínica am-bulante” deverá realizar até dezembro 9,4 mil consultas odontológicas gratuitas no bairro Restinga, em Porto Ale-gre, em uma parceria com a prefeitura. O secretário mu-nicipal de Saúde de Porto Alegre, Erno Harzheim, esteve presente no lançamento do projeto e elogiou o trabalho do Sesc-RS, como um exemplo a ser seguido: “Temos uma população com grande carência de ações de saúde, alguns indicadores nos deixam muito tristes. Vocês têm núme-ros completamente surpreendentes de atendimento, tan-to em volume como em qualidade”.

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ferramenta

no modo de produzir ou fazer algo, seja em micro, pequenas, médias ou grandes empresas. O objetivo é testar pontos fortes e fracos de uma ideia ou projeto, interagindo diretamente com o cliente para verificar se as funcionalidades estão sendo atendidas. A técnica segue a máxima da tentativa e erro, assumindo riscos e aprendendo com as falhas que porventura aparece-rem no caminho.

Recentemente, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul chamou o professor norte-americano Mat-thew Wettergreen para ministrar uma oficina sobre o tema na inauguração de seu novo espaço de empreendedorismo, inovação e criatividade, o Idear. Na oportunidade, ele uti-lizou materiais como palitos de picolé, massa de modelar,

A prototipAgem é A versão iniciAl do que poderá vir A ser umA inovAção

prototipagem tem sido uma

ferramenta muito utilizada

por startups e outras

empresas para criar objetos

e produtos ou testar novos

projetos e serviços

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A menor formA de testAr umA ideiA

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canudos ou utensílios de cozinha, de plástico ou de escritó-rio, para resolver problemas, no que ele mesmo chamou de prototipagem de baixa fidelidade.

Redução de custo e tempo

A ferramenta traz como vantagens a redução de cus-to e de tempo no desenvolvimento de projetos, sendo um instrumento de comunicação eficaz entre o desenvolvedor e os usuários finais. No Laboratório de Inovação Translab, em Porto Alegre, alguns empreendedores já trabalham com prototipagem. Aron Krause, do Estúdio Nômade, afirma que a própria empresa começou em virtude de um processo des-sa natureza e não parou mais de utilizá-lo. “Prototipagem significa aprender na prática realizando pequenas experi-ências com coisas novas”, diz. Se quando começou, há dez anos, ele promovia eventos festivos para trabalhar a pla-taforma de relacionamento de uma marca e de suas novas coleções, hoje seu foco está em inovação para o negócio e novos modelos para as organizações.

“Sempre levamos muito a sério a capacidade de inven-tividade, e nos cobramos muito por isso”, conta. O objetivo é sempre oferecer algo novo para as empresas. Na visão de Krause, o melhor do processo é a possibilidade de regular a proporção da mudança ou da transformação pretendida em relação ao que o negócio é. A prototipagem se insere em pequenos contextos, mas o varejo não a encampou de forma mais ampla. “O varejista tem uma preocupação de curtíssi-mo prazo, e esse é o principal inimigo da ferramenta”, diz. Uma das barreiras naturais é a indecisão e a insegurança a respeito das possibilidades de mudança.

mesmo benefício na menoR foRma

A Descola é uma escola de inovação sediada em São Pau-lo, que produz cursos rápidos e inspiradores (por vídeos on-line) sobre temas que vão da Internet das Coisas à Realidade Virtual, do ao Design Thinking. Lá, a prototipa-gem é uma prática desde o começo das atividades. “Nossa primeira versão foi montada em encontros presenciais, por-que exigiam menos tempo e dinheiro. A partir daí fizemos uma plataforma digital, e era uma página com um player de vídeo com um curso gratuito que gravamos. Funcionou,

teve mais de mil acessos, e percebemos a demanda”, explica o sócio-cofundador André Tanesi.

Outro experimento que deu certo foi a venda de mate-riais complementares ao conteúdo trabalhado nos cursos. “Um aluno havia gostado tanto que imprimiu conteúdos adicionais ao do vídeo. Perguntamos: será que é um negócio isso? Antes de mandarmos imprimir várias unidades, ava-liamos o interesse dos demais e a viabilidade por cliques em um botão em nossa página”, conta. Daí surgiram os e-books com os assuntos trabalhados e ferramentas para o aprendiz ir além. “O protótipo serve muito para se testarem coisas rá-pidas antes de perder verba. Se ninguém clicasse no botão, nem desenvolveríamos”, relata.

Hoje, a Descola conta com mais de 20 mil alunos de 18 a 70 anos espalhados pelo Brasil e disponibiliza 30 cursos sobre criatividade, negócios e tecnologia. Até mesmo a sua jornada de aprendizagem é prototipada. As novas aborda-gens são testadas juntamente com os professores. “É um processo superimportante, e pode ser aplicado a todos os negócios, mesmo nas grandes empresas, ainda mais num momento de recessão. A questão é pensar na maneira de entregar o mesmo benefício ou valor na menor forma pos-sível”, observa Tanesi. Ele lembra, contudo, que não se pode confundir isso com fazer mal feito. O nome da empresa é sempre algo a ser zelado.

Descola: plataforma de cursos de

inovação incentiva experimentos

de prototipagem de projetos

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os alunos, duas unidades do Senac-RS inauguraram novas sedes nos últimos dois meses. Primeiro, o Senac São Borja ganhou casa nova, em 24 de abril. Em 2 de maio, foi a vez do Senac Farroupilha estrear seu novo espaço. As solenidades de abertura contaram com a presença de autoridades estaduais e regionais, representantes do Siste-ma Fecomércio-RS, imprensa e convidados.

O prédio de dois andares do Senac São Borja tem 19 salas: dois laboratórios de informática, um de beleza, duas salas de idiomas e quatorze salas multiúso, além de áreas de convi-vência interna e externa, biblioteca e dependências adminis-trativas. “A nova estrutura tem uma capacidade quatro vezes maior do que a anterior e vai nos proporcionar ofertar mais capacitações na área de Beleza, bem como expandir os cursos de idiomas. No novo endereço, estamos ainda mais próximos da comunidade e dos empresários, buscando sempre parcerias na cidade de São Borja e demais municípios da nossa área de atuação”, explica Gidião Monteiro, diretor do Senac São Borja. Com a mudança, a unidade também intensifica a oferta de cur-sos técnicos presenciais e EAD.

Sempre atentoS àS neceSSidadeS do mercado e na buSca de atender melhor

ExpansõEs dE olho no mErcado

nidades do senac-Rs em

FaRRoupilha e em são BoRja

mudam de endeReço,

ganhando mais espaço e

aumentando a oFeRta de

cuRsos, de acoRdo com a

demanda de cada Região

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Senac FarroupilhaSenac São Borja

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PreParação na rúSSia Para a WorldSkillS o co-

zinheiro Gérson nunes, que venceu as competições

Senac de educação profissional 2016 – ocupação

cozinha – e se prepara para WorldSkills 2017, em

abu dhabi, viajou para a rússia. entre 15 a 19 de

maio, ele participou da seletiva nacional da World-

Skills rússia, conquistando a melhor nota entre os

participantes da sua categoria. o objetivo foi se pre-

parar, vivenciando uma competição internacional,

para a seletiva mundial dos emirados Árabes, que

ocorre em outubro.

homenagem Por deSemPenho

em 28 de abril, o Senac-rS foi

homenageado pelo departa-

mento nacional com uma placa

comemorativa, pelo desempenho

dos alunos Vitória menezes, Gérson

nunes e Júlia ribeiro nas com-

petições Senac de educação profissional 2016. eles

foram classificados em primeiro lugar nas ocupações

cabeleireiro, cozinha e cuidados de Saúde e apoio

Social, respectivamente. a solenidade aconteceu no

rio de Janeiro e, na ocasião, estiveram presentes o

presidente da Fecomércio-rS, luiz carlos bohn, e o

diretor regional do Senac-rS, José paulo da rosa.

agEnda dE EvEntos

Outra novidade é a oferta do curso Técnico em Enferma-gem a partir de agosto deste ano. “Com a nova sede, foi possí-vel ampliar a nossa área de atuação e oferecer mais uma opção de qualificação técnica para a comunidade. Já estamos com as incrições abertas para o curso técnico em Enfermagem. Serão duas turmas, nos turnos da tarde e da noite, com previsão de início das aulas em agosto”, ressalta Monteiro.

Em Farroupilha, a mudança de sede também foi acom-panhada de um aumento do espaço disponível. “Tínhamos aproximadamente 400m², e agora saltamos para 1.191,13m². Ampliamos a área da Beleza, da Gestão e a administrativa, e proporcionamos acessibilidade e um espaço de convivência que antes não tínhamos”, avalia Evandra Scottá, diretora do Senac Farroupilha. Com a nova sede, um prédio de dois anda-res, a unidade ganhou um laboratório específico para os cursos de Moda. “A novidade atende a uma das vocações econômicas do município, que também é forte na nossa área de abrangên-cia, como em Bom Princípio e Feliz”, acrescenta.

A estrutura é composta por nove salas: dois laboratórios de beleza, um laboratório de moda, um laboratório de infor-mática, três salas de idiomas, duas salas multiúso, biblioteca, espaços de convivência interno e externo e dependências ad-ministrativas. Com a nova sede, a capacidade de atendimento é 470 alunos por dia, com qualificações nas áreas de Beleza, Comércio, Comunicação, Gestão e Idiomas.

21/junentendendo o Sistema S

o senac são luiz gonzaga oferece o Café Empre-sarial Entendendo o Sistema S. gratuito e voltado a empresários da cidade, o evento será realizado às 7h na r. 13 de maio, 1.297, centro. telefone para contato: (55) 3352-7398.

23/junnoite do Pijama

alunos dos cursos kids e teens do senac alegrete podem participar da Slumber Party – Noite do Pijama, com atividades e brincadeiras em inglês. será às 21h na rua general vitorino, 399, centro. mais informações pelo telefone (55) 3422-1069.

saiba mais

Senac Farroupilha

além de Farroupilha, realiza cursos e atendimentos

para os municípios de alto Feliz, bom princípio, Feliz, São

Vendelino e Vale real.

endereço: rua da república, 617, centro

Fone: (54) 3268-3500

Site: www.senacrs.com.br/farroupilha

Senac São Borja

a escola realiza cursos em mais cinco municípios. São

eles: Garruchos, itacurubi, itaqui, maçambará e unistalda.

endereço: rua General canabarro, 310, centro

Fone: (55) 3431-6775

Site: http://www.senacrs.com.br/saoborja

divulgação

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dossiê Bolsas

riadas a partir da

necessidade de homens e

mulheres, as bolsas são

consideradas essenciais

para uso diário, mostrar

estilo ou ditar a moda.

consumo do produto

segue em crescimento em

todo o mundo

Cmesmo para fazer estilo, a bolsa é um acessório

que está presente no dia a dia das pessoas, fabricado mundial-mente por diferentes marcas – integrando, inclusive, coleções de grandes grifes. O item movimenta o comércio, faturando anualmente milhões de reais, com destaque para a produção no BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Conforme a consultoria inglesa Technavio, esse grupo de países lidera o crescimento do mercado global de produtos femininos de luxo no gênero, cujas vendas ultrapassam 11 milhões de unidades por ano.

Feitas de couro, tecido, plástico e tantos outros materiais, as bolsas podem ter alças curtas ou a tiracolo, serem pequenas, médias ou grandes para se adequarem a diversas situações. Nas festas, costumam ser mais enfeitadas, com brilho, pedrarias ou bordados, e alguns modelos se assemelham a carteiras. Inde-pendentemente de tipo ou estilo, elas estão presentes no ima-ginário das mulheres, que muitas vezes investem em modelos

Seja para levar pertenCeS e objetoS, Compor uma roupa ou

©iStock.com/Guru Xoox

AlmA femininA

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diferenciados, de marcas famosas, como Dior, Chanel, Victor Hugo e Louis Vuitton, entre outras.

Não se sabe ao certo a origem do utensílio, mas a necessi-dade de carregar pertences é tão antiga quanto a própria ci-vilização humana. Há relatos de que as primeiras bolsas sur-giram nos grupos pré-históricos. Eles costumavam armazenar suprimentos em pequenos receptáculos, e por serem nômades, migravam de acordo com a necessidade de buscar alimentos. Na época, o objeto foi desenvolvido com sobras de peles de ani-mais, que também eram usadas para o revestimento do corpo.

Alguns registros históricos indicam a existência de dese-nhos nas pirâmides do Egito com pessoas carregando pequenos sacos presos à cintura, amarrados com cordões. Já no século 5, o utensílio servia para carregar alimentos, levado amarrado a um galho ou bastão. Ao longo da Idade Média, as bolsas faziam distinção de gênero, diferenciando-se no tamanho, sendo que as masculinas eram bem maiores que as femininas. Sua fabri-cação era artesanal, com o uso de couro, peles e tecidos orna-dos. Havia também as pochetes, geralmente pequenas e chatas, e os sacos levados pendurados até os joelhos.

A prática de oferecer esmolas, porém, deu origem a um modelo suspenso na cintura por cinturões ou cordões, co-nhecida como almoniere. Muitos utilizavam-no para carre-gar moedas, remédios, leques, tabaco, escovas de cabelo, relí-quias, livros de oração e pedras preciosas, entre outros. Além disso, na Antiguidade tinha-se a crença de que as bolsas de mulheres guardavam segredos. Algumas tribos africanas, por exemplo, acreditavam que a bolsa era fruto das feiticeiras, contendo poderes sobrenaturais. Os homens acreditavam que elas permitiam que suas donas entrassem em contato com as forças superiores, por isso muitos temiam abri-las.

Desenvolvimento do produto

Durante muito tempo, as bolsas ficaram atadas à cintu-ra de homens e mulheres e levaram o nome de bolsos. Eles eram confeccionados em couro e muitas vezes eram deixa-dos em testamento para parentes e amigos. Logo, buscou-se outras soluções para resolver o problema estético de mulhe-res que acabaram com protuberâncias e saliências na região do quadril, desfigurando a silhueta feminina.

Com o passar do tempo, descobriram-se novas técnicas para se criarem e produzirem bolsas. Nos séculos 16 e 17, a

demanda pelo produto cresceu, a partir do desenvolvimento da moda. Foram costurados então bolsos tanto em vestimentas como em acessórios do gênero. Em meados de 1700, surgia a bolsa carteira, que atendia à necessidade de homens e mulhe-res carregarem seus documentos.

Por volta de 1880, as pequenas e delicadas bolsas Chatelai-nes, que eram penduras por correntes na cintura, deram uma maior mobilidade para as mulheres da época. O modelo fez tan-to sucesso que integrou o guarda-roupa da princesa Alexandra, filha do rei da Dinamarca e uma das líderes de opinião da moda no período. As correntes produziam barulho e chamavam a atenção, tornando-se um item de ostentação e independência.

Já no início do século 19, novos modelos acompanharam a evolução da indumentária, de acordo com padrões, estilos e a classe social do seu principal público: as mulheres. As bolsas da época eram usadas para transportar objetos, como lenços de mão, leques, cartas e cartões de visita. Batizadas de ridicules (ridículas), o termo francês passou a ser conhe-cido como retícule a partir de 1912, sendo produzidas com a mesma cor e tecidos do vestido usado por suas donas, con-tendo alças com cordões ou correntes, além de adornadas com fios de seda, rendas, cetim, couro, ráfia, madrepérolas e bordados variados. Elas tornaram-se essenciais no traje fe-minino durante o primeiro império francês, no período ne-oclássico (entre 1804 até 1914). Acredita-se, inclusive, que uma bolsa desse modelo tenha sido utilizada para levar pan-fletos com mensagens sobre a emancipação dos negros. O item teria sido vendido para arrecadar fundos para a Socie-dade de Senhoras Protetora dos Negros, fundada em 1725. Muitas bolsas, no entanto, eram feitas em casa por jovens que tinham habilidades manuais.

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CurIoSIDaDeS

MoDelo De princesaa primeira-dama francesa bernadette

Chirac deu de presente para a

princesa Diana um modelo lançado

pela maison de Christian Dior, na

década de 1990. Depois que lady

Di foi vista com sua nova bolsa, em

janeiro do ano seguinte, o acessório

chegou às lojas batizado de lady Dior.

Bruxaria MoDernaa bolsa de contas de Hermione

Granger, presente no último livro da

saga Harry potter, é um dos destaques

do filme Relíquias da Morte. além de

ser usado para colocar um feitiço na

bruxinha, o acessório é fundamental à

sobrevivência dela e pode ser visto nos

estúdios da Warner bros (eua).

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Mercado de bolsas

Com o advento do mundo fashion, as bolsas se tornaram uma peça indispensável, surgindo novos e diferentes modelos a cada estação, além de ocasiões especiais. A partir do século 20, as mulheres passaram a ter uma participação mais ativa na vida diária das famílias, o que impulsionou a produção de bol-sas de couro, usadas para compras e viagem. Para uso diário, eram comuns modelos minúsculos em forma de rede para se-rem levados nas mãos ou presos como um cinto. Durante a Pri-meira Guerra Mundial (1914-1918), as bolsas eram brilhosas, servindo para guardar maquiagens e balas de menta. Na déca-da de 1930, passaram-se a usar materiais mais baratos, como o plástico. Aos poucos, os modelos começaram a ficar um pouco maiores e diversificados, ganhando compartimentos.

Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as bolsas de couro se tornaram raras e mais desejadas, confeccionadas com zíper, fechos de metal e até madeira. Em 1955, estilistas como Louis Vuitton e Chanel criaram bolsas elegantes com alça

criações inusitaDaspeças inusitadas, como a de uma bolsa

inspirada no navio francês SS normandie,

produzida pela estilista elsa Schiaparelli,

podem ser conferidas no tassen museum

(foto), de amsterdã. o item foi distribuído

a todos os passageiros da primeira classe

na viagem inaugural do cruzeiro da Fran-

ça até os estados unidos, em 1935.

reprodução/Dior

a tiracolo. A bolsa Jackie O., da Gucci, um ícone entre os mode-los de luxo, foi lançada em meados 1965 – também conhecida como Bouvier, nome de solteira da ex-primeira-dama dos Esta-dos Unidos. De lá para cá, muitas marcas ditaram moda, fazen-do com que o produto se tornasse símbolo de status.

Apesar das adversidades do mercado, o produto não pare-ce ter sofrido substancialmente com a crise. A consultoria in-glesa Technavio acredita que o Brasil, em conjunto com seus parceiros do BRIC, atingirá até 2019 a venda de 16 milhões de unidade por ano – em 2010, o número comercializado pelo grupo não chegava à metade disso. Os bons resultados são confirmados também pela Associação Brasileira das Indús-trias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (Abiacav), indicando crescimento de 5% para cerca de 10 a 15% no total da receita das marcas do gênero em 2016. O mercado de couro brasileiro emprega aproximadamente 500 mil pessoas e mo-vimenta cerca de US$ 20 bilhões. As regiões Sul e Sudeste do país são as principais produtoras, concentrando 82% da pro-dução de bolsas de couro, carteiras, malas e acessórios.

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Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-RS

EfEitos Econômicos da crisE Política

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eventual queda do presidente Temer, a equipe econômica do Ministério da Fazenda e do Banco Central continuará pilotando a economia do país no curto prazo. Mas isso só vale para o curto prazo. No médio e no longo prazos precisamos continuar a fazer as reformas legislativas, trabalhista, previdenciária e tributária, que permitam estabilizar as contas públicas e elevar a produtividade da economia de forma a produzir um ciclo de crescimento sustentado. Mas sem comando e coordenação política essa agenda legislativa de modernização do país não progride.

A despeito das críticas que possam ser fei-tas ao Ministério Público e à imprensa, pela forma como se comportaram com relação aos vazamentos e às notícias “imprecisas” quanto à gravação, o fato em si é grave e comprometedor para Temer. A classe política e o Judiciário têm de garantir o funcionamento do país e a continuidade das reformas com ou sem a permanência do presidente. Um país com mais de 14 milhões de desempregados não pode ficar ao sabor da crise política. Precisamos que a classe política e o Judiciário achem uma solução expedita para a crise política, pois o que está em jogo é o futuro do nosso país.

Com A dElAção “SupERpREmiAdA” dos irmãos Batista e demais executivos do grupo JBS, o país se viu mergulhado em uma nova crise política. Há o temor de que o presiden-te Temer perca completamente as condições de governabilidade do país e o Brasil volte a ser uma nau sem rumo, tal como ocor-reu durante o início do segundo mandato da presidente Dilma. Corremos o risco de ter cinco presidentes em três anos: Dilma, Temer, Rodrigo Maia (por 30 dias), um presidente eleito pelo Congresso para um mandato-tampão, e, por fim, um presidente eleito diretamente em 2018. Ganharemos da Argentina, que teve “só” 4 presidentes entre dezembro de 2001 e maio de 2003. Quem vai investir em um momento desses? O que esperar do ânimo dos consumidores para saírem às compras? Se os investimen-tos entrarem em compasso de espera e os consumidores se retraírem, a recuperação econômica ficará ainda mais lenta.

No curto prazo, contudo, os efeitos da crise têm sido limitados. O dólar subiu, mas não explosivamente, e a Bolsa caiu de forma relativamente contida. Essa resposta moderada do mercado financeiro à crise política pode ser explicada pela hipótese de que, mesmo com uma

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ho Lojas de informática

As lojas de in-formática são frentes do varejo que vivem da tecnologia e precisam manter sua equipe atualizada em relação às tendências do setor no mundo. Dividindo-se em assistên-cia técnica e comércio de produtos (em geral), elas sen-tem os efeitos da concorrência online de grandes redes, apostando no atendimento de qualidade e no boca a boca para conquistarem a clientela.

Em Uruguaiana, a Total Tech atua desde 2010 oferecen-do suporte para clientes domésticos e empresas e também toda sorte de produtos de informática. O sócio-proprietário

Hardwares, softwares, acessórios, sistemas, games e novidades a todo momento.

s lojas de informática atuam

em duas frentes, vendas e

suporte, para satisfazer seus

consumidores, sejam eles

empresas ou pessoas físicas

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O varejO da tecnOlOgia

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Samer Nasser Rahman apostou em diferenciais como hones-tidade no serviço (trocar somente as peças exigidas em um conserto, explicar detalhadamente os reparos e não empur-rar vendas desnecessárias), variedade de produtos e agilida-de no trabalho.

A loja cresceu com a propaganda boca a boca e atenção especial aos gamers. “Investi em produtos de uma mar-ca que é considerada a melhor do mundo na área, e são poucos no Brasil que a vendem”, conta. Há pelo menos quatro anos, o negócio ganha prêmios por ser referência em tecnologia na Fronteira Oeste, com três funcionários e ponto no centro da cidade. O faturamento divide-se em 70% proveniente do comércio feito no empreendimento e 30% dos serviços de manutenção.

“O estabelecimento sempre está na correria, mas isso não quer dizer que estamos indo bem”, diz Rahman. A carga tributária elevada, o dólar em alta e a concorrência de redes de grande porte e lojas online tornam o negócio mais difícil para o pequeno, que enfrenta dificuldades de concorrer em preço na região. As vendas caíram também em virtude da instabilidade econômica do país. Assim, a Total Tech aposta na excelência do atendimento para sobressair. “Nosso diferencial é o atendimento, o tempo dedicado a explicar tudo. Tenho vários clientes que com-pram dos grandes, mas depois me pedem para ensinar-lhes a configurar ou instalar programas”, revela.

Outro atributo valorizado na parte de atendimento é a agilidade, a entrega do serviço o mais rápido possível. Manter-se antenado é mais uma exigência, embora seja impossível conhe-cer tudo em uma área com mu-danças tão profundas e cons-tantes. “Um celular não é mais só um telefone, é um compu-tador de mão que pode efetuar ligações, tudo avança em velo-

cidade astronômica”, constata. “Precisamos conhecer os produtos para que os clientes não adquiram algo de que não precisem realmente.”

RegRa de tRês

Gleimar Wojciekowski é proprietário da Gleimar Infor-mática, em Erechim. Formado na área, ele atua há 13 anos no mercado e há quatro mantém varejo aliado ao suporte técnico. A loja conta com dois funcionários. “Atendemos desde usuários domésticos de todas as idades até empresas de qualquer porte. Comercializamos toda sorte de produ-tos de informática, mas nosso forte é a venda de notebooks por preço competitivo, de 12 a 30 por mês”, diz.

A empresa cresceu 15% no último ano, o ritmo de tra-balho é considerado bom. “Temos muito know-how e isso se espalha de cliente a cliente. Temos também página nas redes sociais”, afirma. De acordo com Wojciekowski, a área de manutenção obedece a uma famosa regra de três: “Quem quer serviço rápido e barato não terá serviço bom, quem quer serviço bom e rápido, não vai pagar barato, e se quer trabalho bom e barato, não será rápido. Todos desejam tudo para ontem, pois o uso dos equipamentos é diário, mas não dá”, pondera.

Na loja de Gleimar, a venda de produtos representa 60% do ingresso de receitas. A crise parece não ter causa-do queda sensível na demanda, mas, às vezes, o varejis-

Em Uruguaiana, Total Tech

conquistou clientes pela

honestidade no atendimento

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ho Lojas de informática

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ta sofre para receber os pagamentos. O ponto, afastado do centro, não favorece e também não representa um grande obstáculo. “Minha van-tagem é que aqui na rua pode estacionar sem problemas, enquanto que no centro há estacio-namento rotativo pago”, reflete.

tímida Retomada

A Tech Informática, de Pelotas, percebe uma tímida retomada no crescimento em 2017, de-pois de um ano de estagnação (2015) e um ano de queda nas vendas (2016). As receitas indicam uma alta de 2%, descontada a inflação, mas a ins-tabilidade político-econômica do país impede o sócio-proprietário Luiz Antônio Pereira de man-ter o otimismo a curto prazo. Sua equipe de oito pessoas fornece assistência técnica e comercia-liza produtos, mas a primeira face está corres-pondendo a somente 25% do total das receitas.

Engenheiro, Pereira administra o estabele-cimento junto com o irmão gêmeo, Luiz Carlos.

A localização da loja, no bairro Três Vendas, mostrou-se um acerto. Apesar de estar a sete quilômetros do centro, é o ponto que mais cresce na cidade. Há pouco mais de um quilômetro surge um bairro planejado e 5 mil casas foram construídas nas adjacências. “Vai haver crescimento de mercado, até porque os avanços são constantes e o inte-resse geral por tecnologia, também“, garante.

O varejista mantém vendas presenciais e e-commerce, mesmo diante da concorrência forte. “Temos um site bem ranqueado e com bom mecanismo de busca, por isso conseguimos bons clientes na região Sul”, destaca. Outro diferencial da Tech é o pós-venda, com treinamentos fre-quentes na ferramenta. “A ordem de serviço é feita com todo o detalhamento e o cliente sai daqui com todo o ter-mo de garantia explicado. Perguntamos se o serviço foi bom e temos um índice de satisfação que chega a 99%”, conta. Além disso, a empresa mantém vários canais de diálogo abertos: Whatsapp, Facebook, home page e duas linhas telefônicas.

atendimento no local

O microempreendedor individual Tiago Kichalowsky fundou a Infobagé para oferecer manutenção, instalação e configuração de computadores, notebooks e redes na cidade de Bagé. A empresa foi aberta em 2012 e hoje conta com mais de 300 clientes (entre pessoas físicas e jurídicas), atu-

alizando sistemas operacionais, removendo vírus e dando supor-te remoto, entre outros serviços.

Para ele, desde o impeach-ment da presidente Dilma Rous-seff há piora no cenário profis-sional. “As pessoas seguraram os gastos e as importações perde-ram o incentivo, há impressoras cujo valor subiu 60%”, reclama. O atendimento licenciado por Mi-crosoft e Dell e realizado direto no local, com coleta e entrega, é o atrativo de seu negócio, que ainda busca maior desenvolvi-mento na área de vendas.

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Tech Informática, em Pelotas:

crescimento tímido em bairro promissor

depois de período recessivo

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pelo mundo

Cuidado Com os Comentários de notíCiasBuscando combater os ataques cibernéticos e as brigas entre lei-

tores, a NRK, emissora pública de TV e Rádio da Noruega, imple-mentou uma verificação para o leitor comprovar que leu a notícia

antes de publicar qualquer comentário. O método é formado por três perguntas de múltipla escolha pautando a própria notícia,

que comprovam que as pessoas fazendo os comentários têm uma base comum sobre os fatos discutidos. Com essa prática, a NRK

busca tanto manter a civilidade e a paz em suas seções de comen-tários abertos como se assegura da qualidade do seu trabalho,

mantendo a população norue-guesa atualizada e com informa-

ções de qualidade. Outro ponto positivo é a segurança de que a

discussão permaneça com o foco na matéria lida, sem desvios ou

puxando outros fatores indepen-dentes à informação.

novo personagem de sesame street tem papel

de ConsCientização Pela primeira vez, o Sesame Street (conhecido como Vila

Sésamo no Brasil) apresentou uma muppet com autismo no

seu elenco, a fim de ressaltar a importância da conscientização sobre essa questão à população.

Julia tem 4 anos e é parte da nova iniciativa do Sesame

Workshop, uma organização educacional sem fins lucrativos

regida pelo Sesame Street, chamada Sesame Street and

autism: see amazing in all children (em tradução livre, Vila Sésamo

e Autismo: veja o fantástico em todas as crianças). A

marionete faz parte de um grande apanhado de materiais

divulgados pela campanha, que visam ao auxílio de crianças autistas e suas famílias, além

de aumentar a conscientização sobre a condição. O episódio de

apresentação da personagem foi ao ar em meados de abril

e é chamado de Meet Julia (Conheça Julia), no qual ela

é apresentada como uma antiga amiga de Elmo, um dos

personagens centrais do programa.

paris Combate pragas de jardim Com joaninhas Tendo em vista a necessidade de atenção à sustentabilidade e respeito ao ambiente, a Câmara de Paris irá distribuir 40 mil larvas de joaninhas aos moradores da cidade para diminuir e/ou eliminar o uso de pesticidas nos jardins. A iniciativa é parte do Plano de Biodiversidade para Paris, que já prevê a abolição do uso de pesticidas nos parques e jardins públicos há anos e agora fomenta a prática entre os próprios parisienses. A distribuição dos insetos se dará durante os meses de maio e junho, primavera na Europa e época propícia para o crescimento dos bichinhos. Serão oferecidas formações aos

parisienses, a fim de explicar como colocar as larvas nas folhas onde há pulgões, as verdadeiras pragas dos jardins locais. Além disso, as joaninhas são uma prévia para a adoção da lei Labbé, que prevê, a partir de 1º de janeiro de 2019, a proibição do uso de pesticidas em jardins particulares.

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Divulgação/Sesame Street

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A pArtir de 2010, quAndo foram rei-niciadas as negociações entre o Mercosul e a União Europeia sobre acordos de livre comércio, foram discutidas e aprovadas as diversas “cestas” de redução de tarifas de importação, denominadas desgravações tarifárias, para os produtos manufaturados. Elas se classificam como imediata, 4 anos, 8 anos, 10 anos, 12 anos e 15 anos.

Estão em negociação 87% dos quase 10 mil itens que integram o acordo, ficando estabe-lecido que 10% são considerados “sensíveis” e estarão fora dele. Também estão em fase de negociação as normativas, ou seja, as regras a serem obedecidas independentemente das tarifas de importação/exportação como regras de origem, investimentos, compras governamentais, serviços, defesa comercial, barreiras não tarifárias e solução de contro-vérsias. Em produtos agrícolas e de pecuária, as negociações se referem às cotas que serão importadas/exportadas.

Em 2016 houve a troca de listas entre os participantes da negociação, em que ficaram indicados quais produtos estão classificados nas diversas etapas da desgravação. Ficou evidenciado que, em commodities, o Mercosul tem grandes expectativas em ampliar suas exportações para a União Europeia, enquanto os europeus dão ênfase a seus manufaturados.

Frederico BehrendsConsultor e membro do Comex/Fecomércio-rS

O ACORDO MERCOSUL/UNIÃO EUROPEIA E AS

NOSSAS EMPRESAS

Os recentes acontecimentos políticos como o Brexit e a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imprimiram mais urgência para a conclusão dessa negociação. As eleições do mês passado na França confirmaram o apoio ao acordo, e as próximas eleições na Alemanha ainda são uma incógnita.

O quadro atual das negociações tem a planilha de desgravações praticamente definida. As normativas estão em intensas discussões, quase mensais e bastante avançadas. A nossa preocupação é quanto à percepção e ao reconhecimento que nossas empresas de produtos manufaturados e de serviços têm desse acordo. Percebe-se um desconhecimento e também uma forte descrença de que ele possa ser concluído.

Aparentemente, os prazos de desgravação de 12 a 15 anos para os manufaturados nos quais o Mercosul classificou a maior parte parecem estar muito distantes. Pelo lado europeu, já muito familiarizado com acordos com Coreia do Sul, Canadá e Colômbia, ainda não vivenciou um acordo com uma área territorial do tamanho do Mercosul. Temos urgência e obrigação em esclarecer e orientar nossas empresas quanto aos riscos e às oportunidades desse megacordo.

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monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal divulga as taxas de juros de seis modalidades de crédito à pessoa jurídica,

coletadas pelo Banco Central junto às maiores instituições financeiras do Brasil. As taxas correspondem a

médias ponderadas pelos volumes de concessões na primeira semana do mês e incluem encargos fiscais e

operacionais incidentes sobre as mesmas.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

desConto de Cheques

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Cheque espeCial Conta Garantida

Conta Garantida

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)abr

1,38

2,05

2,66

2,28

2,58

2,78

3,29

Citibank

Banco do Brasil

Banco Safra

Santander

Itaú

Bradesco

Banrisul

Caixa

MaI

1,52

1,73

1,91

2,03

2,18

2,60

2,64

3,13

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)abr

1,36

1,80

3,24

2,83

3,40

Banco Safra

Itaú

Bradesco

Banco do Brasil

Santander

MaI

1,51

1,63

2,93

2,94

3,30

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)abr

2,03

2,52

2,81

3,10

3,16

3,34

3,41

Banco Safra

Banrisul

Santander

Bradesco

Itaú

Caixa

Banco do Brasil

MaI

2,15

2,49

2,76

2,82

3,07

3,30

3,60

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)abr

1,46

1,34

1,99

2,19

2,27

2,17

2,52

Banco do Brasil

Banco Safra

Itaú

Bradesco

Santander

Caixa

Banrisul

MaI

1,35

1,78

1,88

2,20

2,21

2,28

2,38

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)abr

9,44

9,41

13,24

13,65

13,68

13,66

14,11

Banrisul

Banco Safra

Itaú

Banco do Brasil

Caixa

Santander

Bradesco

MaI

9,43

10,71

13,15

13,61

13,70

13,88

13,95

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)abr

3,12

3,05

3,28

3,71

4,66

5,62

11,07

Banrisul

Banco do Brasil

Santander

Itaú

Bradesco

Citibank

Banco Safra

MaI

3,04

3,06

3,39

3,66

4,58

5,95

8,32

É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

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DICAS DO MÊS

O futurO dO empreendedOrismO

nO Brasil Em Jovens Empreendedores, 23 novos

empresários de sucesso contam suas histórias, influenciando quem deseja

abrir um negócio e incentivando as pes-soas que já empreendem. A publicação

mostra que o Brasil está repleto de gente jovem visionária, que vem construindo empresas que dão certo e formando a

nova dinâmica do mercado. Lançada pela Editora Leader, a obra é coordenada pela conselheira de administração em empre-

sas familiares, Geovana Donella, e pela CEO da Editora Leader, Andréia Roma. Os empreendedores escolhidos trazem em seus textos lições sobre inovação, em-

preendedorismo, coragem, desafio, entre outros. O livro conta com os depoimen-tos de: Felipe Almeida, Rafael Cosentino, Ricardo Politi, Armindo Freitas Mota Jr, Edu Lyra, Erika Pessoa, Fábio Guarnieri,

Gustavo Caetano, Gustavo Cassiolato, Henrique Barros & Pedro Henrique

Simões, Ivan Bermudes, João Cristofolini, Juliana Cantanhêde, Juliana D’Agostini, Marcelo Bernardes, Marcelo Miranda,

Mariana Serra, Nicolas Romano, Rodrigo Barros, Tania Gomes, Tatyane Luncah e

Tiago Galvani.

livrO

Ficha técnicaTíTulo: Jovens Empreendedores: líderes do Brasil que dá certo

AuTores: Geovana Donella e Andréia Roma

ediTorA: Leader

Ano: 2016

tudO pelO pOder Na série House Of Cards, o protagonista Frank Underwood é um político que lidera a bancada majoritária da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. A história começa quando, após descobrir que não ganhará o cargo que lhe foi prometido pelo recém-eleito presidente, ele não aceita a derrota e usa tudo o que sabe sobre os basti-dores da política para se vingar. Ao longo das cinco temporadas da série, Underwood faz o que for preciso, custe o que custar, para alcançar seus objetivos dentro do mundo da política. Ao mesmo tempo em que House of Cards fornece alguns preceitos sobre negociação, faz o telespectador refle-tir sobre a ética nas relações e na busca incessante pelo poder. A atração está disponível para ser assistida no serviço de streaming Netflix, pois é

uma produção original da companhia.

sÉrie

Ficha técnicaTíTulo: House Of Cards

Gênero: Drama político

direção: Beau Willimon

durAção: 55 minutos/episódio

Reprodução

Site

uma pOusada para Os peludOs O aplicativo DogHe-

ro promete ser a solução para quem vai viajar e não tem com

quem deixar o seu cachorro. O app conecta os donos dos cachorros a quem tem disponibi-lidade em hospedar os peludos. Lançada em 2014, a DogHero

está em 350 cidades do Brasil. Os donos dos pets podem buscar tanto pelo app – disponível para os sistemas Android e iOS –

quanto pelo site da empresa. Basta informar seu endereço e as datas em que precisará do serviço. A DogHero então mostra os

hospedeiros mais próximos, além de disponibilizar informa-ções de preço e avaliações do local. Em média, a diária é de R$

50, podendo variar de cuidador para cuidador. Os interessados em hospedar os peludos criam um perfil na DogHero, infor-

mam o preço, se possuem animais em casa e qual o espaço disponível. Antes de iniciar o serviço, a equipe da DogHero faz

uma entrevista com os possíveis cuidadores. Atualmente, a empresa conta com 4 mil cuidadores ativos.

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