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Entrevista QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DE UM EMPREENDEDOR NATO & 149 Setembro Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS NEGÓCIOS DEZ PASSOS Como fazer e aproveitar uma pesquisa de clima EQUIPES Refeições em grupo podem trazer benefícios às organizações CONSUMO Empresas voltam a sua atenção às pessoas com deficiência FUNDADORA DA PASÁRGADA, FABÍOLA PECCE FALA SOBRE QUEM PAGA OS CUSTOS DA POLUIÇÃO

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Entrevista

quais são as características de um empreendedor nato

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Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

BENS SERVIÇOSNEg

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dEz paSSoS Como fazer e aproveitar uma pesquisa

de clima

EquipES Refeições em grupo podem trazer

benefícios às organizações

coNSumo Empresas voltam a sua atenção às pessoas

com deficiência

FundadoRa da PasáRgada, Fabíola PECCE Fala sobRE quEm Paga os Custos da Poluição

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Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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luiz carlos bohn

Desafios Do empresariaDo

SeteMbRo Se inicia com comemoração. Um mês após celebrarmos nosso 72º aniversário, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac receberá, além das 31 premiações no Prêmio Qualidade RS 2017, um novo reconhecimento: o prêmio de Comitê Destaque 2016. Nossa entidade coordena o Comitê Setorial Comércio e Serviços do PGQP, responsável por reunir mais de 3 mil empresas do setor terciário no Rio Grande do Sul.

Este será o oitavo ano em que o Comitê Comércio e Serviços da Fecomércio-RS receberá a distinção. O reconhecimento leva em conta critérios como posicionamento no Guia de Avaliação da Maturidade dos Comitês (Gama), número de adesões, organizações premiadas, participantes do Sistema de Avaliação e Sistema de Contribuições. Receberemos o troféu durante a cerimônia de entrega do Prêmio Qualidade RS, em 5 de setembro.

Outra notícia positiva é que o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec) seguiu em trajetória de recuperação

após um período de deterioração no primeiro semestre em função dos reflexos da turbulência política. Em agosto, o indicador registrou uma elevação de 9% sobre o mesmo período do ano passado, atingindo 98 pontos, conforme a nossa pesquisa. A alta apurada, no entanto, não foi suficiente para que o índice saísse do patamar de pessimismo, permanecendo abaixo dos 100 pontos. Atribuímos a recuperação à melhora nas expectativas quanto ao futuro. Para seguir nesse caminho e permitir o desenvolvimento de um cenário favorável à retomada do crescimento, aguardamos a aprovação das reformas econômicas.

O contexto econômico nacional é um enorme desafio ao empresariado, mas está longe de ser o único. É preciso muita vontade, persistência e flexibilidade para sobreviver nesta maré vermelha. Reunindo essas e outras características, quem tem espírito empreendedor sobressai. A reportagem especial mostra quem é o empreendedor nato, destacando exemplos de diferentes setores.

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especial / negócios

revista bens & serviços / 149 / setembro 2017

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quem é o empreendedor

nato? Conheça as

CaraCterístiCas que se

enquadram nesse perfil e

exemplos de empresários

que sempre tiveram em seu

horizonte o objetivo de

abrir um negóCio próprio

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marketing

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entrevistaequipes

fundadora da pasárgada, fabíola

peCCe fala sobre iniCiativas de lixo

zero e indiCa uma experiênCia para

mensurar a geração de resíduos

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pesquisa demonstra que

Colaboradores que fazem

as suas refeições juntos têm

ganhos em Cooperação

empresas apostam no

relançamento de produtos de

déCadas passadas, de olho na

memória afetiva dos Clientes

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council®), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani, ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner

(licenciado), diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva,

ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson

lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair

umberto mussoi, élvio renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack (licenciada), Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes

lopes, Gilberto aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio

Harb Gobbo, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares reinaldo (licenciado), marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi,

régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, Juliana borba e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

edição de aPoio: marianna Senderowicz e renata Giacobone

rePortagem: Cláudia boff, diego Castro e laura Schenkel

colaboração: Edgar vasques, Flávio obino Filho, Jacson Simon, laís albuquerque, nathália Cardoso, nathália lemes e rafael Pandolfo

edição de arte: Silvio ribeiro

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/Highwaystarz-Photography

tiragem: 20,9 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

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Sobre / atitude

Palavra do Presidente

Notícias & Negócios

Equipes

10 Passos / Pesquisa de clima

Opinião

Entrevista

Sindicato

Marketing

Especial / negócios

Saiba Mais

Sesc

Consumo

Senac

Dossiê / Sofás

Visão Trabalhista

Pelo Mundo

Nicho / Churrascarias

Visão Tributária

Monitor de Juros

Dicas do Mês

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Atitude

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Para conquistar o sucesso,

o emPreendedor Precisa assumir

um PaPel transformador na

inovação nos negócios. Para

realizar essa mudança, a atitude é

fundamental Para trilhar

os caminhos, a fim de criar

novos cenários

A tua atitude determina a tua altitude.“ Stephen Covey Escritor americano ”“Para iniciar essa visão estra-tégica é essencial pensar, como diria Paulo Freire, que ‘um ponto de vista é a vista a partir de um ponto’. E o mais importante que aprendi ao longo da minha car-reira: eu preciso da sua diferença

e você precisa da minha. Só conseguimos avançar e construir processos, projetos, empresas da melhor forma quando soma-mos as nossas diferenças, conhecimentos e aprendizados, rumo a um objetivo, a um futuro e a uma visão em comum. Por fim, atuar com empatia, generosidade, abertura para o novo e poder gerar conexões e cons-truir pontes entre os mais diferentes indi-víduos e organizações são características essenciais para todos os líderes inclusivos.”

Mario Sergio Cortella, no livro Viver em paz para morrer em paz

“Faço parte de uma geração que cres-

ceu ouvindo uma propaganda na TV que

dizia: “Tome uma atitude, beba isso!”. Já

se vai muito tempo, mas é preciso conti-

nuar dizendo: tome uma atitude! ‘Alguém

precisa fazer algo’ é uma das frases

mais faladas em todos os tempos. Em vez de focar no

problema, que tal começar a gastar energia com a so-

lução? Quando se deparar com uma adversidade, não

fale isso, mas pergunte a si mesmo: ‘O que eu posso

fazer para resolvê-la?’ ou ‘Quais alternativas eu tenho?’,

‘Quem pode me ajudar?’, ‘Quais benefícios virão com a

solução?’. Assim, além de encontrar uma solução, você

pode ter desenvolvido a ideia de um novo negócio!

Tome sempre uma atitude!”

eMerSon WeSlei DiaS, coach, consultor de Carreira e autor do livro O inédito viável

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SiStema Fecomércio-rS em

evidência com Premiação do

PgqP O Prêmio Qualidade RS

2017, do Programa Gaúcho da

Qualidade e Produtividade (PGQP),

foi revelado em 9 de agosto, e um

dos destaques da premiação foi

o Sistema Fecomércio-RS/Sesc-RS/

Senac-RS, que levou 31 troféus nas

categorias Diamante, Ouro, Prata

e Bronze (foram, ao todo, 5 troféus

na categoria ouro, 21 na prata e

4 no bronze). Um dos certames

mais importantes ficou a cargo do

Senac-RS, com o troféu Diamante,

uma vez que a instituição

conquistou o Prêmio Nacional da

Qualidade no ano passado.

Cartilha infantil Contra a pirataria é lançadaSob a bandeira de combate à pirataria e à informalidade, a Fecomércio-RS lançou em agosto a cartilha Comércio informal: que bicho é esse?, voltada a crianças em idade escolar de todo o Estado. A publicação foi desenvol-vida em parceria com o Procon-RS e tem como personagem principal o Proconito, que cumpre o papel de explicar tanto o que é a pirataria quanto os malefícios que ela traz para a sociedade. De acordo com o pre-sidente da federação, Luiz Carlos Bohn, a publicação foi desenvolvida

para essa faixa etária porque as crianças são, atualmente, gran-des responsáveis por levar a in-formação para dentro das resi-dências gaúchas, disseminando o conhecimento. O mercado de artigos para crianças represen-ta 40% da comercialização no Brasil, e a informalidade nesse campo pode atingir desde games até brinquedos e roupas.

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espaço sindiCal

SeScon-rS é homenageado PeloS SeuS

30 anoS Em 18 de agosto, o presidente do

Sescon-RS, Diogo Chamun, juntamente a

uma comitiva de empresários contábeis, foi

recebido no Galpão Crioulo do Palácio

Piratini para um almoço comemorativo aos

30 anos do Sindicato. O encontro teve a

presença do governador do Estado,

José Ivo Sartori, e do prefeito de Porto Alegre,

Nelson Marchezan Jr.

Secovi centro gaúcho oFerece

FormaçõeS O Secovi Centro Gaúcho

irá realizar, durante setembro, outubro e

novembro, diversas capacitações para o

setor imobiliário. As qualificações incluem

temáticas como fotografia digital para

corretores, redes sociais aplicadas ao

mercado imobiliário e interação com

smartphone e aplicativos.

cartão do aSSociado é novidade Em

comemoração aos seus 68 anos, o Sindilojas

Novo Hamburgo lançou em julho o Cartão

do Associado, que oferece descontos em

diversos estabelecimentos cadastrados da

região. Todas as empresas associadas

ao Sindilojas têm direito ao cartão, gratuito

para os sócios.

conStruindo ideiaS do SindilojaS

hortênSiaS é SuceSSo de Público

No início de agosto, a sala Araucária,

do ExpoGramado, recebeu mais de

300 participantes para a 3ª edição do

Construindo Ideias, evento do Sindilojas

Hortênsias. O encontro teve como ministrante

o treinador e escritor Jader Amaral.

StF SuSPende dívida do rio grande do Sul Representando um

grande avanço para o Estado, o Supremo Tribunal Federal aceitou

o pedido do governo gaúcho para suspender o pagamento das

parcelas mensais da dívida com a União. O ministro Marco Aurélio

Mello, que concedeu a liminar, também proibiu a aplicação de

qualquer sanção ao Estado, incluindo ações como bloqueio

de contas, retenção de verbas ou inscrição em cadastros de

inadimplentes. Esta concessão significa o adiantamento de um

dos principais termos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF),

regulamentado no Palácio do Planalto, que prevê carência de três

anos no pagamento da dívida com a União.

Caderneta de poupança tem melhor rendimento em 11 anosquem gosta de guardar dinheiro está colhendo bons frutos. De acordo com a análise financeira Economatica, no primeiro semestre de 2017, a caderneta de poupança teve ganho real de 2,79% – sem descontar a in-flação, o rendimento nominal ficou em 7,85% –, o melhor desempenho desde 2006, quando registrou 3,04%. Ao ser comparada com outros ti-pos de investimento, a poupança fica atrás do Índice Bovespa, que tem as principais ações da bolsa de valores brasileira e teve rendimento de 7,91% descontada a inflação. No acumulado dos 12 meses, o melhor desempenho também é do Ibovespa, com 11,99%.

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free-shops naCionais em Cidades gêmeas da fronteiraa partir de 2018, brasileiros a caminho de Uruguai, Argentina e Para-guai poderão comprar em free-shops nacionais, que ainda não existem. A mudança vale para as cidades gêmeas de fronteira, com integração urbana com países vizinhos. Os turistas poderão gastar até US$ 300 nas lojas do lado brasileiro e até US$ 150 nas lojas estrangeiras. A prin-cipal motivação na alteração da lei é a geração de emprego e renda.

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três perguntas

Pós-graduado em marketing,

Rafael Barin é administrador

de empresas e gerente

comercial da Zenvia

para pequenos e médios

negócios. A empresa é

especializada em interação

por dispositivos móveis.

quaiS aS vantagenS da comunicação via SmS?

O SMS é um canal de comunicação universal, pois

100% dos aparelhos celulares podem recebê-lo

– só é preciso sinal telefônico para obter o tor-

pedo. Além disso, é possível enviar mensagens

personalizadas. Isto gera uma comunicação mais

assertiva e direta com o cliente, aumentando o

engajamento. O contato via SMS é rápido, simples

e direto, com um custo bem mais baixo que a

maioria das mídias e com um alcance muito gran-

de, atingindo qualquer pessoa que esteja com o

aparelho em funcionamento.

o que aS menSagenS Podem conter?

Basicamente, as mensagens podem ser de cunho

promocional ou informativo. Por um lado, o SMS

pode ser mais voltado para ações de marketing, e

por outro, também pode levar comunicados como

agendamentos, informes bancários e avisos de

utilidade pública. É preciso ter cuidado somente

com o respeito ao cliente, tendo acordado com ele

a permissão para enviar SMS.

quaiS aS melhoreS açõeS que oS varejiStaS

Podem Promover atravéS do SmS? O varejo é

um excelente mercado para explorar esse recurso.

Ações promocionais, com avisos de liquidação e

códigos de desconto, são muito eficientes para este

setor. Outras opções são os avisos sobre a chegada

de novos produtos, o que ajuda a movimentar as lojas

e os sites. O varejo também pode realizar pesquisas e

entender a satisfação dos clientes com as compras,

ouvir feedback e promover ações de melhoria.

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salário mínimo brasileiro deve fiCar em r$ 969Seguindo o anúncio de novas metas fiscais para as finanças brasileiras em 2018, a equipe econômica do Ministério do Planejamento anunciou a previsão de R$ 969 para o salário mínimo do próximo ano. O valor é R$ 10 menor do que a previsão anterior, e a redução se deve ao ajuste da inflação esperada, que diminuiu de 4,5% para 4,2%. O cálculo do salá-rio mínimo é uma resultante a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior e com o PIB de dois anos atrás. Contudo, a quantia ainda é uma estimativa, uma vez que o valor real só será divulgado em janeiro, com o resultado efetivo da inflação de 2017.

projeção de defiCit nas Contas federais aumentaFoi anunciado, em 15 de agosto, pelo governo, que o rom-bo nas contas federais em 2017 deve ser ampliado e que a recuperação só deve chegar em 2021, e não 2020, como era o previsto. Com a revisão das metas fiscais, o deficit deve ficar em R$ 159 bilhões neste ano e no próximo, cujas pers-pectivas iniciais de rombo eram R$ 139 bi e R$ 129 bi, res-pectivamente. Já para 2019, a previsão de saldo negativo ficava em R$ 65 bi, e agora é de R$ 139 bilhões. Já para 2020, a expectativa do governo era de superavit de R$ 10 bilhões, mas os novos levantamentos apontam para deficit de R$ 65 bilhões. As mudanças nos horizontes econômicos são relati-vas à frustração de receitas, principalmente devido à queda da inflação, o que interfere na arrecadação tributária.

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ajudando quem PreciSa e cheio de eStilo

Conhecido como uma estação mais estilosa, com a composição de casacos, botas, cachecóis e chapéus, o inverno é um queridinho para quem gosta de moda. Contudo, esse período pode causar muitas dificuldades para quem não tem como se proteger do frio. A fim de conscientizar as pessoas sobre a im-portância de doar roupas para quem precisa, a lavanderia online Lavemcasa lançou a sua primeira campanha do agasalho por meio de um editorial de moda. Para ajudar, a empresa busca os itens na casa das pessoas, lava e passa as peças, e, só então, encaminha a quem precisa.

Branding

geração de emPregoS em alta no interior

As alterações no mercado de trabalho abriram novas tendên-

cias em termos de emprego no Brasil. Segundo o Cadastro

Geral de Empregados e Desempregados (Caged), incluindo

admissões e demissões, cidades no interior criaram mais de 180

mil vagas com carteira de trabalho, o que diminuiu o saldo ne-

gativo das 154 mil postos perdidos nas regiões metropolitanas.

A expansão é atribuída ao bom desempenho da agropecuá-

ria – a indústria criou 56 mil vagas no interior –, mas os índices

também foram bons para os serviços, com criação de 62 mil

empregos fora de regiões metropolitanas.

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menor ipCa desde 1999de acordo com o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 2,71% no acumulado dos 12 meses e, pela primei-ra vez em 10 anos, ficou abaixo do piso da meta do governo federal, que é de 3%. O menor índice registrado foi em janeiro de 1999, quando obteve 1,65%. Além disso, em junho, o país teve a pri-meira deflação em 11 anos, registrando 0,23%, e, em julho, o indicador teve alta de 0,24%, puxado principalmente pelos combustíveis e pela ener-gia elétrica, que subiram recentemente.

potenCial turístiCo do país é ressaltado entre brasileirosnão é segredo para ninguém o potencial turístico do Brasil. Contu-do, algumas regiões têm maior percepção desse poder do que outras, conforme aponta pesquisa do Ministério do Turismo. O Nordeste é o campeão de valorização da sua atividade turística, com 44,2% de avaliação do potencial como alto ou muito alto, seguido pelo Su-deste, com 42,3%. Em seguida está o Sul, com 32,6, e Centro-Oeste e Norte, com o índice em 32,2%. O estudo também constatou que 80% dos brasileiros acreditam no potencial turístico do país, mas 59,8% também creem que ele é pouco aproveitado. Em um cenário geral, o Nordeste desponta como a região que melhor aproveita seus recur-sos turísticos, segundo 39,6% dos entrevistados, seguido de Norte e Centro-Oeste (32,7%), Sudeste (32,3%) e Sul (20,1%).

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equipes

a confiança e a cooperação das equipes no ambiente corporativo é um esforço contínuo das empresas. Uma pesquisa desenvolvida pela Cornell University, em Nova York, nos Estados Unidos, sugere que é possível melhorar esses aspectos investindo em uma atividade muitas vezes subestimada pelos gestores: a hora das refeições.

O estudo foi conduzido pelo professor doutor Kevin Kniffin, especialista em dinâmicas de cooperação e compe-titividade em grupos no ambiente corporativo. Filho de um bombeiro, o cientista decidiu pesquisar os profissionais da área, reconhecidos em seu país por sua comensalidade, isto é, a tradição de compartilhar as refeições no local de traba-lho. Ao todo, foram avaliados os hábitos de planejamento,

Encontrar métodos EficiEntEs para dEsEnvolvEr E rEforçar

studo aponta a relação

entre o desempenho das

equipes e a dinâmica da

alimentação no ambiente

corporativo, reforçando

a necessidade de valorizar

a hora das refeições

ETá na mesa, pessoal

©istock.com/monkey Business images

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preparo e consumo de alimentos em mais de 50 unidades do Corpo de Bombeiros. Na prática, a maioria oferecia so-mente a estrutura, ficando a cargo das próprias equipes as tarefas de organizar o cardápio, comprar os insumos, cozinhar e manter a higiene das instalações.

Para a análise qualitativa, foram entrevistados 395 in-tegrantes de 13 endereços, que responderam a perguntas sobre a frequência das refeições coletivas e a percepção de sua importância, bem como a prática de comportamentos cooperativos e a satisfação geral com o trabalho. Os bom-beiros relataram que comer em conjunto é fundamental para manter as equipes operando de forma efetiva. Além de fazer o grupo parecer uma verdadeira família, permite ter foco comum mesmo quando não há trabalho externo.

O resultado também apontou uma correlação positiva entre as equipes com melhor desempenho e o hábito de comer em grupo, e pesquisas subsequentes corroboraram essa percepção. “Comportamentos que podem parecer supérfluos ou onerosos para observadores externos, em última análise, carregam importância significativa para a performance organizacional”, conclui o professor. Outro ponto importante levantado é que não basta apenas ofere-cer uma cafeteria ou um refeitório se o ambiente não esti-mular que os trabalhadores se reúnam na hora do almoço.

convergência e interação

A pesquisa confirma o que muitas empresas já percebem no dia a dia. A gerente de RH e Comunicação Institucional Corporativa da Randon, Fernanda Godolfim, reconhece os benefícios de disponibilizar restaurantes modernos e es-truturados. “Ao mesmo tempo que aproveitam a pausa do trabalho para receber uma alimentação saudável e segu-ra, os funcionários podem conhecer melhor os colegas de sua área e também de outros negócios do grupo”, avalia Fernanda. Ao todo, são oferecidas cerca de 6,5 mil refei-ções diárias nos endereços de Interlagos e Forqueta, em Caxias do Sul. O benefício estende-se também a terceiros e às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social atendidas pelo Programa Florescer, criado por Raul Anselmo Randon, fundador da empresa.

Segundo a gestora, os dois pontos foram montados de modo a se tornarem locais agradáveis de convergência,

de interação e de descontração entre os funcionários du-rante almoço ou jantar. “As mesas foram projetadas para o compartilhamento. Bem distribuídas no amplo espaço oferecido, permitem um convívio alegre, descontraído e salutar, gerando maior sociabilidade entre diferentes hie-rarquias. O principal objetivo com este espaço coletivo é proporcionar satisfação, bem-estar e harmonia, fatores que acabam sendo levados para os respectivos ambientes de trabalho“, afirma.

O estudo da Cornell também sugere alternativas para as companhias que não possuem estrutura para montar um refeitório ou oferecer refeições subsidiadas a seus colaboradores. Os líderes podem organizar encomendas conjuntas de comida na hora do almoço, por exemplo, ou mesmo agilizar a ida de grupos aos restaurantes próxi-mos, reservando locais com antecedência. Outra proposta é agregar o planejamento e preparo de lanches coletivos às atividades de desenvolvimento de equipes.

Por fim, Kniffin ressalta que é necessário o monito-ramento da dinâmica da hora das refeições, para evitar o surgimento de “panelinhas” ou o isolamento de alguns indivíduos. Se esses fatores forem levados em conside-ração, investir no aprimoramento da experiência de alimentação coletiva será rapidamente convertido em resultados positivos na confiança e cooperação dos fun-cionários. Bom apetite!

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Raul Randon comemorou seu aniversário com

funcionários no refeitório da empresa

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os Pesquisa de climaPesquisa de clima

Funcionários Felizes, empresas

saudáveis

O motor de um negócio são as pessoas. se os colaboradores estão

motivados, a produção aumenta e os resultados melhoram. por isso é tão

importante estar sempre atento a como está o ambiente de trabalho, e as

pesquisas de clima são a melhor maneira para realizar essa medição

01

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MecanisMo de percepção

As pesquisas de clima organizacional são importantes ferramentas de gestão. O diretor de

Negócios Ivan Jacomassi Junior, da Perfix Consultoria Organizacional, explica que, com elas,

as companhias podem medir quão favorável está a percepção de seus colaboradores em

relação ao ambiente de trabalho. Essa atividade promove ainda a aproximação dos funcionários

com a empresa. À medida que o trabalhador se sente ouvido, sua satisfação aumenta e,

consequentemente, o negócio produz mais e melhor.

dados coMo estratégia

Esse tipo de levantamento também é considerado uma ferramenta estratégica para a institui-

ção. Por meio dele, é possível saber como os colaboradores se sentem e o que pensam quanto

à organização. Mesmo que o gestor esteja sempre alerta, alguns detalhes são observados de

forma mais eficaz por quem lida diariamente com a demanda. Por isso é tão interessante ouvir a

voz dos trabalhadores. Com essas respostas, as lideranças terão dados para aumentar a produ-

tividade, aprimorar a liderança e as práticas de gestão, melhorar a comunicação e simplificar

processos, por exemplo.

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Pesquisa de clima

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Pesquisa de clima

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ofereça o anoniMato

Se o funcionário se sentir seguro ao responder à pesquisa, o resultado será muito melhor.

“Os dados precisam ser obtidos por processos isentos e idôneos, em que o sigilo dos

respondentes seja garantido como forma de obter respostas verdadeiras e autênticas”,

orienta Jacomassi Junior. Os participantes não podem se sentir constrangidos ou ter receio de

que suas opiniões irão gerar problemas internos.

tecnologia a seu favor

Para Jacomassi Junior, o ideal é que a aplicação do levantamento ocorra sempre por meios

digitais. Além de oferecer maior privacidade e sensação de sigilo, essa opção demonstra mais

profissionalismo por parte da empresa. Outro fator importante é que o uso das tecnologias dá

celeridade ao tratamento dos dados obtidos e reduz a possibilidade de erros de digitação.

estiMule a participação

Se a organização nunca realizou esse tipo de pesquisa, é comum que os colaboradores não

compreendam rapidamente a importância da participação. Por isso, além de divulgar, o consultor

explica que é fundamental realizar uma campanha de sensibilização. “Estimule o funcionário a

contribuir com seu ponto de vista, mostrando que a opinião dele será usada para trazer melhorias”,

aponta. Cartazes, fôlderes e e-mails podem ser uma boa tática de divulgação.

teMas podeM variar

Na pesquisa de clima, podem ser avaliados diversos componentes, como a estrutura física,

os processos de trabalho, a comunicação organizacional, a forma de liderança, a política

de remuneração e benefícios, a abordagem de conflitos, a imagem e a credibilidade da

organização e a identificação, entre outros. Fica a critério de cada empresa avaliar e selecionar

os itens que são mais necessários investigar.

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Pesquisa de clima10 passos

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resultados exigeM atenção

É importante lembrar que a pesquisa de clima pode não ser 100% correta sobre os fatores

questionados. Esse tipo de questionário oferece à empresa apenas a percepção dos

colaboradores em relação a esses componentes. Por isso, depois de coletados, os dados

precisam ser analisados cautelosamente, a fim de separar o que condiz com a realidade do

negócio e o que pode ser apenas uma impressão individual do funcionário.

partindo para a prática

Quando a organização cria ações efetivas para enfrentar os problemas detectados por meio do

processo de pesquisa de clima, a tendência é só melhorar. “De forma geral, se observam melhorias

nas dimensões do clima avaliadas, como estilo de liderança, comunicação institucional, gestão de

conflitos entre as áreas e processos de trabalho em geral”, exemplifica Jacomassi Junior.

ponha as cartas na Mesa

Para garantir uma adesão adequada e uma forte contribuição do quadro de colaboradores, as

organizações precisam divulgar as informações de sua pesquisa, assim como as medidas que

serão tomadas a partir dos resultados. Se a empresa mostrar que pretende enfrentar os pontos

negativos, no objetivo de melhorar o cenário encontrado, os funcionários perceberão que é válido

opinar, o que levará a uma maior participação nas pesquisas seguintes.

estatística coMo aliada

Com os dados em mãos, é o momento de compreendê-los. O diretor instrui que o parâmetro deve

ser o grau de satisfação atribuído aos fatores investigados. “Faça um processo estatístico quanto

a consistência e fatoração, entre outros, garantindo que as análises sejam confiáveis e que o

aprimoramento do instrumento utilizado seja constante”, orienta. Não se esqueça de manter uma

periodicidade fixa para o levantamento. Não há como precisar um tempo ideal, mas Jacomassi

Junior sugere realizar a cada dois anos: “O intervalo entre as pesquisas deve ser longo o suficiente

para que as ações implementadas possam surtir efeito”.

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A Economic community of West African States (Ecowas), comunidade econômica da África Ocidental, é formada por 15 países, que atualmente estão em plena ascensão. Embora seja, hoje, uma realidade distante da brasileira e, sobretudo, da sul-americana, a promoção de medidas que viabilizem o intercâmbio de negócios entre o Brasil e essa região é possível, desde que nos façamos realmente presentes junto aos membros que compõem o bloco africano.

Entre 6 de março e 15 de abril deste ano, a Câmara de Comércio, Desenvolvimento e Integração Brasil-Ecowas (CCBE), representada por seu presidente, Osvaldo Di Iorio, visitou três países da comunidade: Costa do Marfim, Guiné-Bissau e Gana. O líder foi recebido por ministros de Estado de diversas áreas, e, em Guiné-Bissau, reuniu-se com o presidente da República, José Mário Vaz.

Durante a viagem, a Câmara apresentou projetos de cunho eminentemente social, como os que propõem a construção de

casas com tijolos feitos de lixo reciclado e o fornecimento de alimentos desidratados para inclusão em cardápios escolares. As nações que fazem parte dessa região africa-na são carentes de uma gama de produtos e serviços, que precisam ser importados.

Importante destacar que uma necessidade latente em quase toda a África é a agricultura. A CCBE participou de vários projetos de fomento a esse setor da economia, além de gerir operações de exportação de máquinas agrícolas para Gana e Guiné-Bissau.

O cumprimento de missão é nosso maior motivo de orgulho, e muito nos incentiva a aprovação do trabalho da Câmara pelos países componentes da Ecowas. O reconhecimento da instituição pelos governos da África Ocidental como órgão oficial de negócios entre o Brasil e as nações da região nos confere a máxima credibilidade e possibilita a abertura de oportunidades de negócios para nossos associados, em um ambiente de confiança, respeito e parceria.

Jacson simonVice-presidente da câmara de comércio, Desenvolvimento & integração Brasil-Ecowas

INTERCÂMBIO BRASIL/áfRICA

OCIdENTAL

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Fabíola Pecce

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EtErna curiosa

“Lixo só é Lixo se estiver no Lugar errado. se estiver no

Lugar certo, passa a ser insumo.” como essa frase, de

José Lutzenberger, mudou a sua vida? Completamente. Me formei em Comércio Exterior e trabalhei na área por 15 anos. Em um momento, tive certeza de que não queria mais contribuir para aquele mercado e gostaria de traba-lhar com sustentabilidade. Fiz uma pós em Gestão Ambien-tal na Fundação Getulio Vargas. Quando estava concluin-do o curso, pensava que eu não entendia muito de temas ligados à sustentabilidade. Minha atuação tinha sido em logística, no transporte internacional, trabalhando com carga fracionada, ou seja, com contêineres que carregam cargas pequenas. Quando escutei a frase do Lutzenberger, pensei: tudo o que tenho na minha mão é logística. Vou me especializar em colocar o lixo no lugar certo. Assim, come-cei a estudar Logística Reversa antes de termos a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A Logística Reversa é um dos

principais instrumentos dessa política, e as pessoas ainda não sabem como ela funciona. Tentando colocar o resíduo no lugar certo conheci a metodologia Lixo Zero.

o que é a metodoLogia Lixo zero? É um processo de melhoria contínua. O indicador de sucesso é quanto de lixo, em percentual, alguém desvia de aterro ou incinera-ção. Quando se desvia 90% do que é gerado, consideramos que a pessoa, empresa ou entidade é Lixo Zero. Ao colocar todo o seu resíduo em alguma cadeia produtiva, você di-minui a extração de recursos naturais, não deixa um pas-sivo na natureza e gera empregos, fazendo todo um giro na sociedade. E há objetos que não foram projetados para isso. Por exemplo, como separar todos os materiais de um computador para reciclagem? Comecei a me especializar em ecodesign, disciplina que leciono hoje. O design é um eixo estratégico da Pasárgada. Não adianta buscar solução

undadora da Pasárgada oficina de sustentabilidade, fabíola Pecce é

graduada em comércio exterior, com esPecializações em E-businEss e

gestão ambiental. virou uma catalisadora da economia circular aPós

aPrender que resíduo no lugar certo Passa a ser insumo, minimizando a

extração de recursos. Hoje é Professora de EcodEsign e auxilia Projetos

que buscam gerar um imPacto ambiental Positivo. na entrevista a seguir,

ela fala sobre como Podemos mensurar os resíduos que geramos e quem

arca com os custos da não regulamentação da logística reversa

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Por Laura schenkel

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entrevista

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após gerar um problema. Vou gerar um grande volume para alguém dizer depois: tem que equacionar isso? Não. No redesign das fraldas de bebês, por exemplo, existem vários métodos que são complementares, como fraldas compostáveis ou com refil. Conheço inúmeras mães que não usam nenhuma fralda descartável em seus filhos, mas conheço muitas que só redu-zem esse consumo. E isso já ajuda, pois cada fralda tem um impacto de 300 anos.

a meta do Lixo zero é factíveL? Muito. Inclusive, os maiores territórios Lixo Zero do mundo estão em Florianópolis. Um deles é um grupo de supermercados que obtém uma grande receita com a gestão de seus resíduos. Outro são mais de 100 condomínios que fazem a gestão para Lixo Zero, com uma empresa coletora de resíduos que recebe tudo triado. Temos exemplos da Itália, que decidiu aplicar métodos Lixo Zero nas comunas, cidades com menos de 5 mil habitantes. Nelas, cerca de 50% do lixo gerado é orgânico, similar ao Brasil. En-sinaram compostagem nas escolas, nos grandes geradores e começaram a fazer coletas em bombonas. Quando passaram a encaminhar o resíduo orgânico, o lixo ficou muito limpo. De-pois, essas cidades decidiram fazer coleta seletiva ao modelo Lixo Zero. Na segunda-feira, se coleta só vidro, na terça-feira, apenas metal, e assim por diante. Assim, se otimizou o pro-cesso de reciclagem e as cidades passaram de 10% a 15% de reciclagem do resíduo gerado para 70% a 80%.

quais as consequências disso? Isso gera muita inovação. Com base no Lixo Zero, algumas pessoas decidiram estu-dar só o que temos de rejeito no mundo. Quais são os ob-

jetos que precisam ser redesenhados para uma sociedade lixo zero. O People Design Lab recebe todo tipo de resíduo que não tem reciclagem ao redor do mundo e trabalha na transformação desses produtos. Por esse grupo, são com-partilhadas soluções como o HD líquido, com uma capaci-dade de memória 50 vezes maior do que qualquer HD que conhecemos hoje. Pelo ponto de vista da sustentabilidade, é muito interessante. O futuro aponta para as biomatérias. O cabelo, por exemplo, é uma proteína que não se dissolve e entope bueiros e ralos. Descobriram que é ótimo para fa-zer filtro de óleo. Estamos começando a entender as funções que podem ter a teia de aranha. A fabricante Asus estuda o uso do fio da seda como condutor elétrico. Ainda engatinha-mos em relação a esses materiais biológicos, que existem em abundância e não sabemos explorar.

como a pasárgada atua? A Pasárgada é uma empresa que tem por objetivo fortalecer a economia circular. Temos três eixos de atuação. O principal é o ambiental: encontramos um local proponente e fazemos atividades para o público em geral, mediante inscrições, e educações ambientais in company, que vão desde palestra na Cipa até programas institucionalizados de transformação contínua. Fora isso, temos um programa de intervenção em boas práticas. São atividades públicas em que somos convidados por tercei-ros, geralmente gratuitas ao usuário, com um patrocina-dor que a fomenta. O terceiro eixo são as consultorias. Acreditamos que toda consultoria já está obsoleta ao ser

Fabíola Pecce

“A fabricante Asus estuda o uso do fio da seda como

condutor elétrico. Estamos engatinhando em relação a

esses materiais biológicos, que existem em abundância e não

sabemos explorar.”

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concluída, pois quando terminamos de dar opinião sobre um tema é necessário olhar para outro. Preferimos educar do que prestar esse serviço, mas ele costuma ser um pro-cesso paralelo que auxilia a aprendizagem. Não chegamos a uma empresa com uma resposta pronta. Ajudamos a in-vestigar. Quando empoderamos os participantes de ofici-nas a encontrarem soluções, os ajudamos a entender que é necessário um exercício contínuo.

quem arca com os custos de a Logística reversa não

ter sido reguLamentada ainda? Em minhas palestras, faço uma pergunta: quanto custa a poluição? Custa o preço para eu despoluir. Faço um orçamento para despoluir o Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, pego esse valor e divido entre to-dos que moram ao redor do arroio ou da cidade. Aí vemos o que ela vai custar. Esse é o custo direto da despoluição do Dilúvio. O que passou dele vai para a Lagoa dos Patos e, depois, ao mar. Se uma ave que não tem contato com seres humanos e morre com o estômago cheio de plástico que veio da cidade, esse é um custo ambiental que não sabemos a dimensão. Tem um lado direto e outro indireto. Na saúde e na qualidade de vida, todos pagamos. No bolso, talvez a conta seja do governo, da prefeitura, da empresa que levou uma multa ambiental. No fundo, quem paga essa conta so-mos todos nós.

quais são experiências interessantes para perceber a

geração de Lixo e diminuí-La? A mais impactante das ex-periências é tentar guardar os resíduos por 30 dias. O lixo é como uma torneira: quando está pingando, não damos im-portância. Quando colocamos um balde embaixo, percebe-mos quanta água vaza. De forma similar, se alguém acumula o que gera por 30 dias, vai começar a ter ciência disso. Na metodologia Lixo Zero, aconselhamos que a pessoa vire a li-xeira que ela mais usa quando estiver bem cheia e olhe o que está lá, para ver o que mais gerou. Na primeira vez que fiz isso, tinha muitas garrafas de água. Fui pesquisar e descobri que o filtro de barro é uma excelente opção. Adquiri um e há cinco anos não compro mais água.

as empresas têm adotado uma atitude sustentáveL que

vai aLém do discurso? Algumas. Quem adota só o discurso é desmascarado muito rapidamente. O poder da comuni-

“Em minhas palestras, faço uma pergunta: quanto custa

a poluição? Custa o preço para eu despoluir.”

cação está descentralizado com o Facebook, por onde os shoppers põem a boca no trombone. Hoje, temos um públi-co consumidor chamado de aspiracional. É aquele que sabe a marca, se o produto é testado em animais, se tem glúten ou é transgênico, que vai atrás e, se descobre algo errado, publica, compartilha, faz um documentário e ajuda as pes-soas a refletirem. Eu não seria nada sem ter assistido a do-cumentários como Lowsumerism, Cowspiracy e uma série de outros que me ajudaram a tangibilizar números dos quais não tenho noção. Há também as benefit companies, que, no lugar de estar tentando diminuir o seu impacto ambiental, buscam gerar um impacto positivo. São os negócios que estão fazendo bem e querem fazer ainda melhor, com di-versos exemplos na moda e na gastronomia.

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sindicato

Em prol da qualificação do

comérciocujo desempenho influencia direta-

mente o resultado do país, sendo fundamental também para a expansão das atividades empresariais. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de 2003 a 2016, a representatividade do setor terciário passou de 65,8% para 73,3% do valor adicionado ao Produto Interno Bruto (PIB), sendo que o comércio contribuiu significativa-mente – elevando-se de 9,5% para 12,8%. No Estado, uma das entidades que lutam pelos interesses da categoria é o Sindi-lojas Passo Fundo, que oferece diversos produtos e serviços para a qualificação de comerciantes e comerciários.

A origem do então Sincomércio da cidade remonta ao ano de 1948, quando um grupo de varejistas da época passou a se reunir a fim de reivindicar mudanças na legislação, redução de tributos e outros assuntos de interesse. “Eles buscavam melhorar tudo aquilo que os incomodava, tendo a união do empresariado como objetivo”, resgata a atual presidente do Sindilojas Passo Fundo, Sueli Morandini Marini. A segunda

gestão da dirigente, iniciada em 2014, estende-se até 2018.

Em 69 anos de atuação da entidade, segundo ela, foram muitas conquis-tas na região, como a possibilidade de abrir o comércio em horário livre aos finais de semana e feriados, obedecen-do à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e à convenção coletiva. “São 44 horas semanais, de segunda a sábado, cumprindo a escala e pagamento de horas-extras aos domingos e feriados”.

Uma das marcas da entidade é a realização do Café com contadores. A

varejo é um dos principais segmentos da economia,

SindilojaS PaSSo Fundo

conta com diverSoS

ProdutoS e ServiçoS Para

caPacitar oS varejiStaS

e colaboradoreS do

municíPio e doS arredoreS

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Modeladas para o sucesso ocorreu no Clube

Comercial de Passo Fundo, em 30 de maio

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iniciativa é promovida em parceria com o Sindicato dos Técnicos em Contabilidade e Contadores de Passo Fun-do e ocorre trimestralmente, geralmente no auditório do Sindilojas do município. “Um momento de bate-papo, com palestrantes convidados e entidades parceiras para levar informações pertinentes e elucidativas em apoio aos empresários do comércio varejista”, descreve. Entre os temas, estão assuntos frequentemente das áreas tribu-tária e trabalhista, como as recentes reformas, o eSocial e o Imposto de Renda.

Em 26 de maio, a diretoria realizou uma noite só para mulheres empreendedoras, que foi aberta a todos os setores, com 250 presentes no Clube Comercial. “A figura feminina empreendedora inclui quem cuida do seu lar, assim como aquelas que figuram em altos cargos”, ressalta. Semestral-mente, a entidade também promove o Jantar de negócios, com palestrante de cunho motivacional. Além disso, está previsto para 29 de outubro o Jantar do empresário, que ho-menageará todas as empresas associadas que completaram ou farão entre 10 e 60 anos de fundação em 2017.

AtuAção descentrAlizAdA

Atualmente, o Sindicato possui seis colaboradores e 600 associados, com atuação em Passo Fundo e cidades de extensão de base (Arvorezinha, Camargo, Casca, Coxilha, Ernestina, Itapulca, Marau, Mato Castelhano, Montauri, Nicolau Vergueiro, Nova Alvorada, Pontão, São Domingos do Sul, Santo Antônio da Palma, Serafina Corrêa, Sertão, União da Serra, Vanine e Vila Marina).

Entre os serviços oferecidos, estão assessoria jurídica e atendimentos na área de Medicina do Trabalho, com con-sultas e exames de saúde ocupacional disponibilizados por meio de uma equipe que atende na sede do Sindilojas Passo Fundo. Desde o ano passado, a entidade ainda conta com o projeto de qualificação Gostar do que se faz é felicidade, em parceria com o Senac. “Um dos grandes gargalos do co-mércio local é o atendimento. São encontros de três horas, feitos antes da abertura das lojas, para trabalhar eficiência e dinamismo na mudança de comportamento, que vai des-de como você recebe e conhece os produtos até a forma de tratar as pessoas”, descreve a dirigente. Já são mais de 200 pessoas capacitadas, em três turmas.

Outra ação periódica são os encontros com empresários. A programação aborda assuntos de interesse do setor. Em 22 de agosto, o tema foi Reforma Trabalhista, que teve como pa-lestrante o advogado José Mello de Freitas, assessor jurídico do Sindicato. Representantes da entidade também marcaram presença no lançamento da cartilha infantil Comércio informal – que bicho é esse?, apresentada pela Fecomércio-RS em 10 de agosto, em Porto Alegre.

Para descentralizar as atividades, foi promovido o Sindilojas vai até você, em 29 de agosto, no Restaurante Temperoni. O en-contro teve a palestra Confiança do consumidor e mercado, com o doutor em Administração Kenny Basso, em parceria com a Faculdade Imed. O mesmo evento é realizado nas cidades de extensão de base, com a participação do Sesc e do Senac. A entidade também conta com a revista trimestral Sindilojas Notícias, levando informações e novidades sobre o setor.

Mesmo com uma matriz diversificada, Sueli considera que Passo Fundo vem sofrendo com as adversidades do país. “Muitas empresas do comércio, de março para cá, fecharam suas portas. O consumidor está inseguro com os problemas econômicos e políticos. Além disso, o atraso de salários do setor público se reflete no segmento”, avalia. Ela acredita que os comerciantes precisam ter mais foco em resultado. “Crises sempre existiram e essa não será a última. É preci-so que estejamos preparados e unidos para combater o que vem pela frente. Nossa missão como sindicato é fazer com que os varejistas se desenvolvam, defendendo a sociedade como um todo.”

Posse da atual diretoria do sindicato foi

realizada no DL Evento Passo

Fundo em 2014

daltro matos/divulgação sindilojas passo Fundo

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marketing

impacto no presente. O relançamento de produtos icônicos, de olho na memória afetiva daqueles que um dia foram crianças e hoje são pais, tios ou padrinhos, é uma es-tratégia de vendas cujos resultados têm sido animadores. Essa conexão emocional focada no imaginário, em momentos marcantes da vida, une adultos e crianças no consumo, crian-do e recriando significados para experiências agradáveis.

Os exemplos disso proliferam. O Boticário recolocou no mercado perfumes como Crazy Feelings, Innamorata e Insensatez, sucessos nas décadas de 1980 e 1990. A Grende-ne apostou na volta do chinelo Rider, cujo slogan era “Dê férias para seus pés”. A Tec Toy relançou recentemente o PenseBem, de 1988, brinquedo com desafios de perguntas e respostas. A Nestlé reativou o chocolate Surpresa, a Gra-diente fabricou uma versão high-tech do gravador Meu Pri-

Muitas Marcas têM olhado para o seu passado a fiM de causar

emória afetiva é gatilho

para empresas relançarem

produtos icônicos do

passado, unindo adultos e

crianças no consumo

M

Conexões emoCionais

©istock.com/shapecharge

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meiro Gradiente e a Estrela comemora seus 80 anos com uma dúzia de retornos clássicos.

De acordo com o vice-presidente de Planejamento e Ope-rações da Dex Group, Pedro Rezende, o movimento das em-presas nos últimos anos tem sua raiz no marketing geracio-nal, tendo em vista que muitos profissionais da área já são pais e tios. Só deve surfar na onda saudosista, contudo, quem realmente lançou, no passado, um produto de sucesso. “Mar-cas são como bancos de significados, e os investimentos são as interações com elas que ficam na memória dos usuários. Nesses casos, a renovação de base de consumo, em geral, não ocorre pela criança no PDV, mas por influência direta do pai ou da mãe, lembrando a melhor época de sua vida”, explica.

A principal dica é analisar cuidadosamente as relações que um determinado produto teve em seu melhor momento de mercado e os fatores que o preservam na ativa ou vivo na memória, administrando as duas facetas. “A volta de per-fumes e brinquedos baseia-se na sensação de conforto e in-timidade previamente construída com o consumidor, num verdadeiro atalho emocional”, relata Rezende. Também se pode aliar o velho com o novo, como na série Stranger Things, lançada em 2016, mas cuja história se desenrola em meados dos anos 80. “Quem vivenciou a década reconhece as músicas, as imagens e os costumes, estabelecendo uma ligação afetiva imediata”, diz.

O executivo considera que a referência à infância é mais comum, pois nessa época a capacidade de absorção de in-formações é maior. É quando a pessoa aprende os valores de certo e errado, passa por experiências que moldam seu caráter e estabelece as primeiras relações de amizade. Ou-tros momentos, todavia, também podem ser aproveitados por sua relevância. “Ainda não vi marca de preservativo atuar nessa linha, mas elas estão presentes em ritos de pas-sagem, assim como o primeiro sutiã, aquela campanha que ninguém esquece”, afirma.

Aniversário à modA AntigA

A tradicional fábrica brasileira de brinquedos Estrela co-memora seus 80 anos com o relançamento de 12 produtos considerados clássicos, como o Jogo da Vida, o carrinho Pé na Tábua, o Ferrorama, as bonecas Tippy, Gui-Gui e Morangui-nho e o boneco Falcon. Segundo o diretor de marketing Aires

Fernandes, a empresa recebe cerca de 1,8 mil pedidos por ano de retorno de produtos ao mercado. “Selecionamos aqueles com maior potencial. Claro que nosso objetivo final é atingir as crianças, mas nessa estratégia usamos pais, avós, tios e pa-drinhos como embaixadores, porque esses itens foram seus companheiros na melhor fase de suas vidas, que normalmen-te é a infância”, conta.

A repercussão da Coleção 80 Anos está sendo extraordi-nária, gerando muitas respostas nas redes sociais. Além dis-so, as encomendas do varejo estão acima do projetado pela fábrica, que espera crescer até 15% em 2017 (70% das vendas ocorrem entre o Dia da Criança e o Natal). Dois itens, em es-pecial, têm sido carros-chefe na atração de compradores por memória afetiva: o boneco Falcon, primeiro produto do gê-nero criado para meninos no Brasil (com músculos, barba e cicatriz), e a coleção Moranguinho, com cheirinho de frutas e apresentação exatamente igual à original. Não é a primeira vez que a fábrica faz essa aposta: há cinco anos, o relança-mento do jogo eletrônico Genius vendeu três vezes mais do que o projetado e, desde então, não saiu mais de linha.

“O brinquedo é um espelho do que a sociedade vivencia em termos de cultura, moda, usos e costumes”, pontua. Por isso, alguns desses jogos antigos e clássicos têm recebido atu-alizações importantes, uma vez que tablets e smartphones são acessórios quase indispensáveis, dado o seu uso contínuo. “As crianças de hoje são muito mais exigentes do ponto de vista de informação”, observa Fernandes. O Banco Imobiliário tra-balha com máquina de cartões para transações financeiras, e o jogo Detetive ganhou um aplicativo. O jogador move as pe-ças no tabuleiro e recebe “ligações” com dicas sobre o crime a ser desvendado.

divulgação/estrela

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uais são as características de quem sempre teve

a determinação de criar um negócio próprio?

conheça a trajetória e o pensamento de

empresários que se encaixam nesse perfilqO contrário tampouco é verdadeiro:

nem todos os donos de negócios têm essa característica. En-tretanto, quando isso acontece, pode ser determinante para o sucesso de uma companhia.

Muitas vezes, esse atributo pode explicar como al-guém que começa de maneira bem simples e até sem uma formação própria para a atividade pode ter tanto êxito enquanto outros empresários experientes não conse-guem resultados similares.

Um empreendedor nato é alguém que tem um determina-do conjunto de características que o leva, quase que instinti-vamente, a montar um negócio. “Ouve-se com frequência re-latos de que são pessoas que se sentem diferentes da maioria das outras com as quais convivem, ainda na juventude, e nor-malmente cultivam uma visão singular frente aos problemas. Quase sempre pensam fora do lugar comum”, afirma Fabiana Mendes, sócia-diretora da consultoria GS&Friedman.

Professor da Business School São Paulo, Fabio Tescari aponta dois conhecidos exemplos que se encaixam nesse

Nem todos os iNdivíduos com espírito empreeNdedor são empresários.

neg

óci

os

empreendedor nato

texto Laura schenkel

imagem de abertura ©istock.com/Highwaystarz-photography

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negócios

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perfil: Carlos Wizard Martins e o comunicador e apresen-tador Silvio Santos. “A trajetória de Martins é de perder o fôlego. Ele é ex-proprietário da rede de escolas de idiomas Wizard, marca que, inclusive, foi incorporada ao nome do empresário”, comenta. Hoje Martins comanda a Sfor-za, que congrega uma lucrativa combinação de negócios: a rede de produtos naturais Mundo Verde; uma franquia de escolas de futebol em parceria com o jogador Ronaldo “Fenômeno” (a Ronaldo Academy); a BR Sports, que co-mercializa as marcas esportivas Topper e Rainha; a rede de fast food Taco Bell; a Hub Prepaid, startup que emite e gera cartões pré-pagos; e duas iniciativas na área de admi-nistração imobiliária e de galpões logísticos. Além disso, em maio deste ano, Martins voltou ao seu ramo original ao adquirir uma participação de 35% na rede de escolas de idiomas WiseUp.

Carlos Wizard desenvolveu um aprendizado sobre como atuar com franquias, expandiu sua empresa original até vendê-la por uma cifra bilionária. Logo depois, interrompeu

seu ano sabático para voltar a empreender. “O número de lojas da Mundo Verde quase dobrou, as escolas de futebol chegaram à China e as marcas esportivas tiveram um olhar mais direcionado do que quando representavam cerca de 10% do negócio da Alpargatas. Sua história mostra a inquie-tude de seu olhar para os negócios”, pontua Tescari.

Já Silvio Santos, também citado pelo docente, iniciou sua vida profissional como vendedor ambulante de capas para título de eleitor, aproveitando uma oportunidade de merca-do que vinha da redemocratização do Brasil após a ditadura Vargas. Hoje, controla um grupo de empresas que inclui o SBT; a Liderança Capitalização, cujo principal produto é a Tele Sena; e a Jequiti Cosméticos. “Ele buscou construir seus negócios voltado a um público específico, oferecendo uma amplitude de opções e capitalizando-os por meio da inte-gração da comunicação entre eles”, observa o professor da Business School São Paulo.

A sócia da GS&Friedman acrescenta outros nomes a esse rol: Steve Jobs, Bill Gates e Warren Buffet, internacional-

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mente, e Abilio Diniz, Alexandre Costa e Jorge Paulo Le-mann no cenário nacional. “São inúmeras as histórias de sucesso e fracasso que conhecemos de cada um. Sobretudo, são empreendedores conhecidos e reconhecidos por levar adiante seus sonhos, metas e planos, mudando a sua rea-lidade e a de todos ao redor. São pessoas inspiradoras que alcançaram o topo, mas, mais do que analisar o seu lega-do financeiro, o sucesso ou o poder que construíram, são exemplos práticos da conduta obstinada que fez com que a visão sobre suas corporações reinventasse seus mercados e até mesmo o mundo onde vivemos”, justifica Fabiana.

aptidão para fazer acontecer

De acordo com Tescari, é possível identificar histórias de executivos que construíram sua trajetória com atitu-des em prol dos negócios. “O espírito empreendedor se revela por meio de três sinais. O primeiro é a vontade e a habilidade para criar algo que contribua para a melhoria

das condições de outrem. Ou seja, não basta ter um olhar diferente sobre a realidade ou buscar soluções de mudan-ça. É necessário também ter a habilidade para fazer a so-lução acontecer”. A segunda característica apontada pelo professor é a capacidade de encontrar novas aplicações para algo existente. Ter uma visão própria sobre uma re-alidade comum pode gerar negócios e benefícios, sem que seja necessário criar algo novo. Neste aspecto, busca-se mais a eficiência, investindo na ampliação da utilidade de produtos e serviços. “Essa particularidade tem estreita relação com a terceira, a vontade para melhorar a efici-ência, que deriva de uma inquietude própria do empre-endedor, sempre atento a novas formas de aprimorar o coletivo”, descreve.

o lado da inovação

Paulo Volkmann sempre quis ter um negócio próprio e trabalhar com algo inovador, ligado a alguma oportunidade de mercado. “Montei uma empresa para trabalhar com a re-presentação de produtos de lavagem para carro, na qual eu comprava e revendia. Depois, surgiu a chance de trabalhar em uma propriedade da minha família. Quis desenvolver uma produção de gado orgânico, de maneira inovadora, com manejo rotativo dos animais.” Ele atuava nessa área quando veio a ideia de um novo empreendimento. Há dez anos, um radiologista voltou dos Estados Unidos com a sugestão de tra-balhar a telerradiologia no Brasil. À época, a internet tinha capacidade muito restrita no país. “As imagens de radiologia eram pesadas e não trafegavam. Meu ex-sócio, programador, desenvolveu a primeira versão do software que compactava as imagens e as transmitia entre um hospital e outro. Ela come-çou a ser usada no Hospital Mãe de Deus e em alguns pontos de telerradiologia. Foi se espalhando, e a empresa, crescendo. Eu entrei com o conhecimento em Administração”, conta o empreendedor, hoje sócio majoritário da Optix, especializada em software para radiologia. A companhia conta hoje com oito pessoas e cresceu 35% em 2017.

Quem tem o espírito impregnado de empreendedo-rismo também passa por inúmeros desafios. Identificar oportunidades de negócios, acreditar nelas e buscar in-cansavelmente os recursos necessários para transformá-las em realidade são características marcantes de um em-

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Elas nunca se satisfazem com as batalhas vencidas e as

conquistas realizadas. Seus principais questionamentos são:

‘O que vem agora?’, ‘Qual é o próximo passo?’.”

fabiana Mendes

sócia-diretora da Gs&Friedman

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negócios

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preendedor nato. “Outros traços são: possuir excelente habilidade de comunicação, orientar-se por metas, buscar constantemente resultados, ser perseverante e, indiscu-tivelmente, determinado”, complementa a sócia-diretora da GS&Friedman.

Todos esses atributos podem ser vistos na trajetória de Ignês Brochetto, que deu origem e o nome à Confeita-ria Dona Inês, em Porto Alegre. O negócio surgiu de um sonho e da necessidade de complementação de renda. “Nossa mãe veio de Caxias do Sul, com meu pai e minha irmã mais velha. Trabalhou limpando pátios até conse-guir emprego em uma metalúrgica. Começou a fazer co-cadas em um fogareiro e as vendia para os funcionários da empresa. Da vontade de nos propiciar festas de ani-versário, produziu doces e salgados que caíram no gosto das pessoas e, aos poucos, formou uma clientela”, explica Mara Rita dos Santos, uma das três filhas do casal. Por 19 anos, Ignês trabalhava na metalúrgica durante o dia e, à noite, preparava os quitutes para venda. Pediu demissão e passou a se dedicar exclusivamente ao preparo de doces e salgados até a sua morte, aos 78 anos. “Muito antes de ter uma empresa, a mãe já tinha características empreen-dedoras, acreditando nos seus sonhos, não esmorecendo frente a dificuldades e, sobretudo, sempre encontrando

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Um empreendedor não desiste frente à primeira

dificuldade. Sua disposição em buscar soluções é significativa,

e tem como fortes aliadas a agilidade e a flexibilidade. ”

fabio tescari

professor da Business school são paulo

uma forma de resolver os problemas sem desistir da con-feitaria”, recorda Mara.

Quando formalizou o negócio, em 1972, Ignês contava também com a mão de obra das filhas. Preocupada com qualidade e inovação, buscou aprimoramento, conquis-tou certificações de qualidade, dedicando-se a formar uma equipe capacitada e técnica, além de propiciar ali-mentos saudáveis aos seus clientes, mantendo-se fiel às suas receitas tradicionais. Ganhou vários prêmios, entre eles o Sebrae Mulher de Negócios, etapas estadual e re-gional. “A mãe sempre gostou de assumir riscos e era a mais arrojada de nós. Quando ficamos em dúvida quanto à abertura de nossa primeira loja, ela nos reuniu e disse: ‘Abram logo que vocês estão perdendo tempo’. Enfren-tou as maiores adversidades sempre pensando em novos projetos, com a certeza e a tranquilidade de que iríamos vencer”, lembra Mara. A empresa conta hoje com 51 cola-boradores distribuídos em quatro lojas: a matriz, o clube da quiche, próximo ao Tribunal de Justiça da capital, e duas cantinas em colégios La Salle de Canoas.

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Persistência e resiliência são sempre observadas nas pessoas empreendedoras. “Elas nunca se satisfazem com as batalhas vencidas e as conquistas realizadas. Seus prin-cipais questionamentos são: ‘O que vem agora?’, ‘Qual é o próximo passo?’. Isso ocorre especialmente no Brasil, um ambiente de grandes adversidades e incertezas”, afirma a sócia-diretora da GS&Friedman.

iMportância das experiências

Administradora de empresas com mestrado na mesma área, pedagoga e doutoranda em Ciências da Educação, Naira Maria Libermann ressalta que existem pessoas que possuem espírito empreendedor independentemente da sua área ou da sua formação. “Nascemos concebidos pela natureza, mas nossas vidas mudam-nos inteiramente. De-senvolver competências empreendedoras está associado à educação e às experiências que vivenciamos ao longo da vida. Isso ocorre à medida que realizamos projetos que nos colocam em situações diferentes que nos possibilitam

trabalhar com o risco e com pessoas que pensem diferen-te de nós para contribuir com novas ideias”, ressalta a coordenadora do Idear – Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da Pucrs.

Professora da Escola de Negócios da mesma institui-ção, Naira lembra que o empresário tem que estar atento a três dimensões: a estratégica, a técnica e a comporta-mental. “Muitas pessoas se dedicam à formação técnica, mas não desenvolvem habilidades de articulação, nego-ciação, empatia e de relações humanas, ou seja, compor-tamentais. Esses mesmos profissionais também não de-senvolvem sua capacidade de olhar sistemicamente, isto é, de observar a floresta e não apenas a árvore, sem pro-jetar o futuro”, frisa.

Volkmann considera que os momentos mais determi-nantes de sua carreira foram um estágio e a entrada na atual companhia. “Quando estudante, trabalhei em uma empresa que fazia a mistura de cor de tinta, tive um che-fe fantástico que me ensinou muito sobre liderança. Ele nunca brigava com os funcionários nem xingava ninguém e todo mundo estava muito disposto a segui-lo. Foi um momento significativo de grande aprendizado”, recorda. “Na Optix, consegui desenvolver e aplicar meu conheci-mento administrativo e em um mês consegui dobrar o fa-turamento da empresa”, aponta. Em seis anos, passou de sócio minoritário a majoritário.

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Muitas pessoas se dedicam à formação técnica, mas não desenvolvem habilidades de

articulação, negociação, empatia e de relações humanas, ou seja,

comportamentais. ”“

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coordenadora do idear –

Laboratório interdisciplinar de

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em seis anos, Paulo Volkmann passou de

sócio minoritário a majoritário da optix

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negócios

aprendizado e apriMoraMento

Em seu dia a dia, Volkmann utiliza e desenvolve diver-sos conhecimentos que estudou. “Negociar é a parte que mais gosto no meu cotidiano, conversar com um cliente que pensa em abandonar a empresa ou fechar uma ven-da. Gosto de ler sobre técnicas de negociação e linguagem corporal”, afirma o administrador, que fez pós-graduação em Gestão Empresarial após entrar na Optix. “Minha vida é motivada por estímulos e contratempos. Gosto de resol-ver problemas. Quando as pessoas estão falando de difi-culdades, já penso em umas três saídas para a situação. O que me faz acordar e sair da cama são os desafios. Risco e inovação são duas palavras que têm que estar sempre na cabeça do empreendedor.”

Tescari, professor da Business School São Paulo, rei-tera que se arriscar está intimamente ligado a montar um negócio, mudar, questionar. “Um empreendedor não desiste frente à primeira dificuldade. Sua disposição em buscar soluções é significativa, e tem como fortes aliadas a agilidade e a flexibilidade. Ao reexaminar seu projeto, ele não tem bloqueios para alterar algo que lhe pareça levar a uma condição mais favorável, testando novos pro-cessos que possam atender melhor às suas necessidades ou às dos clientes”, assegura. O dinamismo da busca pela superação de obstáculos, sejam financeiros, comerciais ou operacionais, contribui para aumentar a resiliência do empreendimento.

Empresário da construção, um dos setores mais afeta-dos pela crise, Gustavo Emer é engenheiro civil. “Ao lon-go da graduação, percebi a necessidade de uma boa gestão e a carência do curso de engenharia nesses temas.” Pela

vontade de empreender e fazê-lo com mais conhecimen-to, estudou também Administração. “Sempre adorei ver as coisas feitas, resolvidas, e era muito inquieto. Os cursos de Engenharia Civil e Administração me proporcionaram as bases para iniciar a Valpi Incorporação. Começou como uma consultoria, construímos casas e prédios. Seguimos em atividade, com menor escala, mas sempre entregando produtos de qualidade e buscando a satisfação dos clien-tes”, conta Emer, sócio da construtora, que se concentra em obras na zona sul de Porto Alegre e recebeu em 2010 o prêmio Empresa Revelação do Ano do Sinduscon-RS. “Empreender no Brasil é muito difícil, exige muita garra e dedicação. Quem não tem espírito para tanto não consegue manter empresa por mais de cinco anos por aqui”, opina.

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engenheiro civil e administrador, gustavo emer

é sócio da Valpi incorporações

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Ensino supEriorSegundo o Censo da Educação Superior

2016, o total de alunos na rede particular

de ensino superior no Brasil baixou para

6,05 milhões – 16,5 mil a menos que em

2015. Foi a primeira vez em 11 anos que

o setor sofreu queda tão significante. Entre

as razões estão a crise econômica e a

redução de contratos do Fies.

poLÍTiCASegundo cálculos da organização não

governamental Contas Abertas,

o legislativo brasileiro custa r$ 1,16 milhão por hora ao longo

dos 365 dias do ano. No valor estão

inclusos fins de semana, folgas e

recessos parlamentares.

CoMÉrCio

A balança comercial brasileira fechou

o mês de julho com o melhor resultado

para o período desde 1989. O superavit

foi de us$ 6,2 bilhões, puxado por

uma alta nas exportações. O acumulado

entre janeiro e julho de 2017 também foi

o maior em 28 anos, chegando a

US$ 42,5 bilhões.

EDuCAÇÃoEm um ano, houve queda de apenas

4,96% nos registros de violência

escolar no RS. Em 2016, o governo

estadual distribuiu nas escolas cartilhas

para prevenção. Os principais registros

de incidentes são indisciplina em sala,

agressão verbal e física aos servidores e

roubos e furtos ao redor dos colégios.

VArEJoO 2º trimestre de 2017 obteve o resultado

mais consistente para o varejo desde

2014. Conforme dados do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), as

vendas subiram 2,5%, se comparadas

ao mesmo período do ano passado.

Foram três meses seguidos de alta, com

queda dos juros e inflação baixa, o que

impulsionou as vendas de bens duráveis.

TEnDÊnCiAs / o futuro do trabalho Tanto as transformações na cultura quanto os avanços na tecnologia estão impactando os espaços de trabalho. Para compreender esse fenômeno, a ADP, especializada em soluções de gestão do capital humano, organizou a pesquisa Future of Work, que sinalizou quais as mudanças e as tendências dos próximos anos. Foram mais de 2 mil trabalhadores entrevistados de 13 países, incluindo o Brasil. Confira algumas das perspectivas apontadas:

Liberdade: Pelo menos 77% dos brasileiros almejam trabalhar quando,

onde e como quiserem. Com a possibilidade de utilizar dispositivos móveis,

as corporações estão oferecendo cada vez mais essa opção.

Conhecimento: Os colaboradores querem acesso às pessoas,

ferramentas e informações necessárias e tempo para adquirir mais

habilidades. No Brasil, 75% dos entrevistados veem na tecnologia um

instrumento de novos conhecimentos.

significado: As pessoas procuram trabalhar em empresas com metas

alinhadas às aspirações pessoais. Ter significado no seu ofício foi apontado

por 69% como uma das necessidades mais importantes.

TurisMo / em busca do descansouma pesquisa elaborada pela consultoria GFK mostra que quando o assunto é férias, o objetivo das pessoas é relaxar. Em âmbito mundial, 59% escolhe-riam um lugar para ficar tranquilos nos dias de folga. Apenas 35% optariam por roteiros agitados e com possibilidade de realizar diversas atividades. O levantamento apontou ainda que famílias com adolescentes são as que preferem férias mais movimentadas, se comparadas com as que possuem crianças com menos de 6 anos. Quando examinados por faixa etária, os jo-vens são os que mais escolhem um recesso agitado (43%). Quem geralmente procura por um período de tranquilidade são pessoas na fase dos 40 anos (64%). Entre as nacionalidades, o Brasil é o país onde a busca por sossego é maior, alcançando 71%. Já a Itália é a nação que mais opta por férias movi-mentadas, com 45% dos entrevistados.

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EMprEGo / JoVEns sÃo prEJuDiCADos nA CrisE

A ocupação da faixa etária dos 15 aos 29 anos na

região metropolitana de Porto Alegre caiu 9,9% em

comparação ao ano passado. Os dados foram

apurados pela Fundação de Economia e Estatística

(FEE) e outras entidades, e divulgados no informe

especial sobre inserção no mercado de trabalho

da população jovem. De 484 mil gaúchos dessa

faixa etária empregados em 2015, hoje são 436

mil. O número é reflexo da situação adversa que

o setor de serviços vem passando, no qual 51,5%

desse público atuam. A taxa de desemprego entre

a juventude disparou 26,6% entre 2015 e 2016, tota-

lizando 106 mil desempregados. As mulheres foram

as mais atingidas, com baixa nas vagas de 50,2%

em 2015 para 44,6% em 2016. No mesmo período,

o desemprego entre os homens foi de 59,1% para

54,4%. Por outro lado, eles tiveram um decréscimo

de 8,3% no rendimento médio, contra 1,1% de

baixa no salário das trabalhadoras.

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o levantamento Climate Change and Sustainability Servi-ces, elaborado pela multinacional Ernst & Young (EY), solicitou a opinião de mais de 320 investidores institu-cionais globais sobre os dados ambientais das empresas. Ao que tudo indica, eles estão dando mais relevância para as informações sobre os impactos na natureza. O estudo apontou que, para 68% dos entrevistados, o de-sempenho não financeiro das organizações tem um pa-pel fundamental na escolha de onde investir. O número representou um aumento de 10% em relação à pesqui-sa realizada em 2015. Além disso, 82% concordam que os riscos ambientais, sociais e de governança foram ignorados por muito tempo pelo mundo dos negócios. Quando não há uma ligação entre a política de susten-tabilidade e as estratégias da organização, 59% dos pes-quisados revelaram que repensariam o investimento. A maioria dos participantes (81%) afirmou ainda que as corporações não revelam corretamente quais são os ris-cos que os relatórios de sustentabilidade podem trazer para as companhias.

EMprEEnDEDorisMo / são Paulo: uma cidade Para a mulher emPreendedorasão Paulo é a 42ª melhor cidade do mundo para uma mulher atuar como empreendedora. Este é o resultado do estudo 2017 Women Entrepeneur Cities Index (WE Cities), elaborado pela Dell. A lista elenca os 50 municípios que mais promovem ações de empreendedorismo feminino de alto potencial. Além da ca-pital paulista, a América do Sul contou ainda com Lima, no Peru, como representante, no 46º lugar. Segundo o WE Cities, São Paulo está no topo em relação à frequência de eventos para mulheres empreendedoras. Elas também têm como be-nefício o amplo acesso à internet e o fato de que a metrópole é um centro tecnológico no Brasil. Em contrapartida, o local precisa avançar em questões como custos, acesso e políticas. As cidades foram classificadas de acordo com cinco importantes características: capital, tecnologia, talento, cultura e mercados. Os municípios com os melhores índices foram Nova Iorque (EUA), Baía de São Fran-cisco (EUA), Londres (Inglaterra), Boston (EUA) e Estocolmo (Suécia).

inVEsTiMEnTo / mais atenÇão aos dados ambientais

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da 12ª edição dos Jogos

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AComércio e Serviços, é voltada a clientes

que atuam no comércio de bens, serviços e turismo. Os traba-lhadores de hospitais privados, clínicas, laboratórios e serviços de saúde também se encaixam nessa categoria, podendo se be-neficiar com diversas atividades promovidas pela instituição.

Cerca de 70 mil trabalhadores da área da saúde são asso-ciados. “Por estar na nossa essência a promoção do bem-estar desses trabalhadores, desde a criação do Sesc, em 1946, os mes-mos são beneficiados com uma série de ações de lazer, cultura, educação, saúde, esporte e turismo”, ressalta Marcelo Afonso, gerente de Esporte e Lazer do Sesc-RS.

Os serviços podem ser utilizados pelo público em geral, sendo que a categoria Comércio e Serviços conta com di-versos benefícios. “Os trabalhadores da Saúde, assim como todos que se enquadram na categoria, têm descontos e con-dições de pagamento facilitadas para utilizar as nossas aca-demias, restaurantes, hotéis, escolas de Educação Infantil, consultórios odontológicos e teatro, além dos projetos es-portivos e culturais, pacotes turísticos, seminários de edu-cação, entre outros”, acrescenta o gerente.

A cAtegoriA comerciário do SeSc-rS, AgorA denominAdA

Benefícios a quem atua na saúde

claiton dornelles/divulgação Sesc

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2ª Mostra sesc de cineMa estão abertas, até

1º de outubro, as inscrições para a 2ª edição

do mostra Sesc de cinema. o projeto tem como

finalidade contribuir para a difusão da produção

cinematográfica brasileira. As inscrições para a

etapa estadual são feitas pelo site www.sesc.com.

br/mostradecinema, onde está disponível também

o edital. Podem participar produções audiovisuais

de longa-metragem e/ou curta-metragem. na

fase estadual, entre março e junho de 2018, serão

exibidas as obras inscritas por pessoa física residente

ou jurídica sediada no respectivo estado de

inscrição. Prevista para o segundo semestre do ano

que vem, a mostra nacional, etapa seguinte, exibirá

até duas obras de longa-metragem e quatro obras

de curta-metragem de cada região do país.

novo site no ar o Sesc-rS lançou, recentemente,

seu novo site, mais moderno, interativo e fácil de

navegar. o portal foi redesenhado de acordo com

a marca da instituição, refletindo transformação,

leveza, dinamismo e abrangência. A organização e

o novo layout foram os conceitos que nortearam o

trabalho desenvolvido pela ondaweb. Ao acessar a

plataforma, o leitor tem mais facilidade de buscar o

que procura. Praticidade, clareza e informação foram

os elementos básicos para a composição do site.

confira em www.sesc-rs.com.br.

agenda de eventos

9 a 22/setHamlet – Processo de revelação

turnê do espetáculo do coletivo irmãos guimarães (df), pelo circuito nacional sesc Palco Giratório. Confira a agenda completa pelo link www.sesc-rs.com.br/artesesc

10 e 24/setcircuito sesc de corridas

etapas do circuito em Pelotas (10/09) e torres (24/09). inscrições pelo site www.sesc-rs.com.br/circuitodecorridas

Quem atua na área também pode participar dos Jogos da Saúde e do concurso Rainha da Saúde 2017, que che-gam neste ano à 12ª edição. O Sistema Fecomércio-RS/Sesc e a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (Feho-sul) promovem as atividades com o objetivo de integrar os servidores do segmento que atuam no Rio Grande do Sul. “Em 2004, procuramos a presidência da Fecomércio-RS, que detinha invejável expertise na organização dos Jogos Comerciários, por meio do Sesc-RS, propondo a re-alização de um evento específico para o setor de Saúde. Desenhamos em conjunto a efetivação simultânea de am-bas as promoções, que constituem a oportunidade de uma aproximação sadia para os colaboradores de hospitais, clínicas e laboratórios de todo o Estado”, recorda Cláudio Allgayer, presidente da Fehosul. No ano passado, o even-to reuniu mais de 500 participantes.

As inscrições estão abertas até 28 de setembro. Neste ano, os Jogos da Saúde serão disputados nas modalidades Futsal (masculino e feminino), Futebol 7 (masculino), Volei-bol (feminino) e Vôlei de Duplas (masculino, feminino e mis-to). “Há equipes que marcam presença anualmente, como a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o Hospital Er-nesto Dornelles e o Hospital Moinhos de Vento, localizados na capital gaúcha, além da Irmandade Santa Casa de Carida-de, de São Gabriel, e da Konzen & Cia Serviços de Saúde, de São Jerônimo”, cita Allgayer.

Já o Concurso Rainha da Saúde irá eleger rainha, duas princesas, miss simpatia e melhor torcida, e as candida-tas deverão participar de todas as etapas da programação. O prêmio será uma joia e hospedagem no Hotel Sesc Torres.

como ParticiPar

12º edição dos Jogos da saúde e concurso rainha da saúde 2017Quando: 7 e 8 de outubroonde: Sesc campestre (Av. Protásio Alves, 6.220), em Porto Alegre.inscrições: podem ser feitas pelo site www.sesc-rs.com.br/rainhaejogosdasaude. A ficha deve ser entregue até 28 de setembro, junto com documentos comprobatórios, no Sesc centro (Av. Alberto Bins, 665/5º andar)

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consumo

possam consumir com autonomia. O varejo, apesar dos esforços em oferecer acessibilidade, apre-senta poucas iniciativas de atendimento de qualidade para portadores de cegueira, surdez ou outras limitações físicas. Nas confecções, as modelagens obedecem a padrões que não con-templam necessidades especiais. Os produtos não têm versão em braile e os atendentes não conhecem a linguagem de sinais. A carência de opções limita a autonomia de um público que ocupa cada vez mais o mercado de trabalho e, portanto, tem dinheiro para gastar.

Conforme Andrea Koppe, presidente da Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu), ONG que já promoveu a empregabilidade de mais de 13 mil PcD em Curitiba e arredo-

AindA restAm muitos obstáculos pArA que As pessoAs com deficiênciA

omércio ainda não dá a

devida atenção ao potencial

consumidor das pessoas

com deficiência, mas

entre elas cresce o poder

aquisitivo pelo ingresso no

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Em busca da visibilidadE

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res, as dificuldades encontradas são reflexo da visão assisten-cialista que ainda vigora entre as empresas. “No inconsciente coletivo, as pessoas com deficiência precisam de auxílio, não têm independência econômica ou capacidade de realizar com-pras sozinhas. Há sempre alguém da família auxiliando, então as lojas não dão a elas a importância devida”, explica.

A Lei de Inclusão (13.146/15) não se desdobrou no con-sumo. “O comércio ainda precisa se ver como responsável por ajudar a mudar essa situação. Quando não há nada, o que fica é um descaso, o desinteresse, como se a questão não tivesse importância”, avalia. Segundo dados do IBGE (Censo 2010), o Brasil possui 46 milhões de habitantes com alguma deficiência intelectual, motora, visual ou auditiva, o equiva-lente a 24% da população. Já existe aplicativo de interpreta-ção de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) gratuito, mas poucos lojistas sabem disso. “É bom lembrar que aumentou o número de pessoas com deficiência no mercado de traba-lho, isto é, temos um grupo consumidor em potencial, que ganha seu próprio dinheiro”, diz.

Há boas iniciativas, mas em pequena escala. Uma marca de cosméticos lançou rótulos em braile. Extratos bancários nesse formato também surgiram. Concessionárias capacitam aten-dentes para ajudar clientes com mobilidade reduzida a com-prar veículos isentos de impostos. Uma fabricante de eletrodo-mésticos planeja lançar audiomanuais de seus aparelhos. “Por que as confecções não têm catálogo de moda inclusiva, com costureiras qualificadas para os ajustes especiais? Essas inicia-tivas fazem a diferença. Não resolvem tudo, mas mostram que sua empresa e as marcas com as quais trabalha se preocupam com as pessoas com deficiência”, conta.

Moda InclusIva

No interior de São Paulo, a fisioterapeuta Dariene Rodri-gues lançou, em 2013, a loja Lado B Moda Inclusiva, depois de perceber que pacientes com lesão medular ou vítima de aci-dente vascular-cerebral tinham dificuldades de encontrar ves-tuário de fácil uso e faziam adaptações caseiras, principalmen-te nas calças. O jeans era praticamente abolido. Com a ajuda de amigos e de uma modelista, ela desenvolveu um design de calças com aberturas frontal e lateral por velcros que lhe valeu até mesmo a vitória em um concurso da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo.

Atuando exclusivamente para o e-commerce, ela oferece um produto único e já conta com clientes em todo o país. A linha de roupas inclui também bermudas, camisetas e, em breve, camisas, calças sociais e jaquetas. “Vamos ver até que ponto os demais produtos são viáveis. A calça já comprova-mos que deu certo, é uma peça ‘curinga’ no guarda-roupa de qualquer pessoa, e o jeans veste muito bem. Recebemos muitos pedidos”, relata. Em um mercado tão customizado, o atendimento é único. A marca ensina cada cliente ou o fa-miliar cuidador a tirar as medidas do corpo no momento de finalizar os pedidos.

Um dos atributos com os quais a empresária teve de se pre-ocupar bastante foi o preço, pois grande parte dos deficientes provém de classes menos abastadas e muitos vivem da aposen-tadoria, tendo de utilizá-la ainda para a compra de remédios. Nesse sentido, a busca de parcerias foi fundamental a fim de obter tecidos com valor mais barato. Evidentemente, o preço final ainda não compete com um corte tradicional, principal-mente porque os modelos da Lado B utilizam duas ou três ve-zes mais jeans e são finalizados em maior tempo. “Tudo o que eu podia eliminar de custo até o momento foi feito. A calça é acessível, pela qualidade que tem”, garante Dariene.

O retorno é o que mais motiva a dona do negócio. “Os clien-tes ficam ansiosos pela chegada do produto, recebo mensagens quando são entregues. Vários consumidores nunca tinham usado jeans. Não vendemos apenas uma calça, mas qualidade de vida, conforto e independência. Quem não conseguia ir ao banheiro sem acompanhante pode dispensá-lo”, conclui.

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Confecção paulista produz roupas com

design exclusivo para deficientes

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são os representantes do Senac-RS na maior competição de educação profissional do mundo. Há dois anos, eles mantêm uma rotina de oito horas diárias de treinamento e já se destacam nas etapas classificatórias e em eventos preparatórios. Rumo à WorldSkills Competition 2017, que acontece de 14 a 19 de outubro em Abu Dhabi, os alunos mostram habilidade e excelência nas áreas de conhe-cimento que defendem nas ocupações Cabeleireiro, Cuidados de Saúde e Apoio Social e Cozinha, respectivamente.

Gérson, de 19 anos, é formado pela Faculdade Senac Por-to Alegre. Ele aprendeu a cozinhar aos 12 anos e acabou se apaixonando pela atividade. “Adorava a alquimia que se passava na frente do fogão. Eu observava o cozimento dos alimentos e temperos, queria entender formatos, texturas e cheiros que me encantavam”, recorda. Após a escola, come-çou o curso de Cozinheiro do Senac, surgindo a oportunida-de de participar de competições. Logo o jovem se classificou nas etapas escolares, na regional e tornou-se campeão da

Os alunOs Vitória Menezes, Julia GOulart ribeirO e GérsOn nunes

Gaúchos rumo aos emirados árabes

Três alunos do senac-rs

venceram Todas as eTapas

classificaTórias e esTão na

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para a Worldskills

compeTiTion 2017, que

ocorrerá em abu dhabi,

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bem colocados

em competições

internacionais

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CRuz AltA GANhA NoVA uNidAde do SeNAC Com 471

m² e capacidade para atender mais de 300 alunos por

dia, a nova unidade do senac em Cruz alta (r. João

Manoel, 441) possui quatro salas multiúso, laboratórios

de informática e de cabeleireiro e biblioteca, além de

ambientes administrativos. a inauguração aconteceu

em 8 de agosto. informações sobre cursos e atividades

pelo telefone (55) 3326-3379 ou pelo site www.senacrs.

com.br/cruzalta.

foRMAtuRA do JoVeM ApReNdiz NA CApitAl em 12

de agosto, ocorreu a formatura do Programa Jovem

aprendiz do senac-rs no barrashoppingsul, em Porto

alegre. Cerca de mil alunos do senac Comunidade,

Comunidade zona norte, Canoas, sáude e Viamão

receberam seus certificados dos cursos de Aprendiza-

gem em Serviços Administrativos, Serviços de Vendas

e Serviços de Supermercado. Desde 2009, mais de

12 mil jovens se formaram em escolas do estado por

meio do Programa senac de Gratuidade (PsG).

aGenda de eventos

nacional, com muito treino: “Foi a maior experiência pro-fissional que tive na vida, não só as competições, mas todo o processo. Evoluí e continuo me aprimorando todos os dias, em termos técnicos e emocionais”, explica.

Estudante do Curso Técnico em Enfermagem do Senac Saúde, Julia gosta da área pela abrangência do setor, o que justifica sua escolha: “Ajudar o próximo é a melhor maneira de viver”. Aos 21 anos, a competidora considera um privilé-gio representar o Senac e o Brasil, tornando-se um diferen-cial para o seu futuro no mercado de trabalho. “Minha ex-pectativa com a competição é adquirir mais conhecimento para oferecer o melhor atendimento”, afirma.

Já Vitória, de 20 anos, é formada desde 2014 no curso de Cabeleireiro do Senac Centro Histórico. Ela mantém o estudo e segue conquistando boas colocações em compe-tições locais, regionais, estaduais e nacionais. Para ela, ser cabeleireira é uma arte capaz de desenvolver a autocon-fiança das pessoas. “Sinto-me satisfeita e feliz quando con-sigo ser a pessoa que faz esta transformação acontecer”, ressalta. A qualificação lhe abriu portas, o que fez com que seu sonho se tornasse realidade: “Somente posso viver tudo o que estou passando porque escolhi o Senac como a minha escola”.

Bons resultados

Entre 23 e 27 de agosto, eles se somaram aos outros dois representantes do Senac na WordSkills Abu Dabi – Nicole Fernanda de Souza (SC), na ocupação Florista, e Matheus Lobato (MA), em Serviços de Restaurante, em um simula-do oficial, que ocorreu na Faculdade Senac Porto Alegre. Durante cinco dias, os jovens tiveram tempo estipulado para realizar as provas, sendo os resultados acompanha-dos por um grupo de examinadores externos, docentes do Senac de outros estados. Antes disso, os estudantes do Rio Grande do Sul foram convidados para participar das eta-pas nacionais da WordSkills na Rússia, Austrália e Taipei China, tendo destaque nas três competições. “Eles já são vencedores, porque estar entre os três melhores do Bra-sil é um grande resultado. Estamos felizes por mais uma vez termos representantes daqui na maior competição de educação profissional do mundo”, avalia o diretor regio-nal do Senac-RS, José Paulo da Rosa.

15 e 16/SetAlunos participam de desafio

estudantes dos cursos de Design Gráfico e o técni-co em Informática e convidados serão desafiados no 1º Madrugadão High Tech, em 15 e 16 de setem-bro, no senac santa cruz do sul (r. venâncio aires, 300), das 23h às 6h. saiba mais em www.senacrs.com.br/santacruz ou pelo telefone (51) 3711-6460.

26 e 27/SetWorkshops na Semana da Beleza

em 26 e 27 de setembro, o senac centro histórico, na capital (r. Pinto bandeira, 292), realiza a sema-na da beleza. os workshops são gratuitos e trazem novidades e técnicas do setor, das 10h às 17h. ins-crições em www.senacrs.com.br/centrohistorico.

Marcos Gruhn/Divulgação senac

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dossiê Sofás

resente em espaços para

acomodar, garantir

o descanso ou simplesmente

reunir pessoas, o sofá

ganhou diversos modelos

e transformou-se em um

grande anfitrião

Pdepois de um longo dia. Quantas vezes você não

pensou: “Eu só quero me jogar no sofá”? O item geral-mente é o escolhido para proporcionar descanso ao corpo. Seja no lar, em locais de lazer ou no ambiente profissional, há sempre um móvel deste tipo para aco-modar, reunir ou simplesmente fazer parte do dia a dia das pessoas de diferentes classes e culturas Brasil afora. Suas formas de uso são diversas, assim como formatos, materiais e modelos. A produção e as opções disponíveis no mercado vem crescendo mundialmente (confira alguns tipos no quadro na página ao lado).

Seja na convivência entre amigos, em casal e família, ou mesmo para desfrutar de momentos sozinho e com os ani-mais de estimação, a existência do sofá mexe com os senti-

ELES SÃO REFÚGIO QUANDO SE CHEGA EM CASA

iStock.com/Geber86

Conforto e sofistiCação

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dos, devido a experiências, situações de relaxamento e refle-xão, tomadas de decisão e até de confidências. Na hora de des-frutar desses momentos ou mesmo de escolher o modelo ideal, é preciso estar atento à ergonomia das peças. Testar o estofado ao vivo, segundo a Associação Brasileira de Ergonomia, ajuda na verificação do bem-estar postural. Segundo especialistas, ao sentar no sofá deve-se caber sem sobras no assento e ter as costas totalmente apoiadas no encosto. O estofado não deve ser tão profundo a ponto de deixar os pés suspensos ou estreito que faça o usuário escorregar. Para ser anatomicamente agra-dável, o correto é ele estar entre o macio e o firme.

primórdios DO produto

A sua história começa na Antiguidade, quando os nobres do Oriente, entre eles os governantes árabes, costumavam usá-los em seus palácios como um trono. Uma de suas primeiras denominações foi suffah, que correspondia a um longo banco reclinável, mais tarde conhecido como móvel estofado.

Na sociedade romana, modelos primitivos eram coloca-dos em áreas de comer. Um deles, conhecido como triclinum, era composto por três sofás, colocados ao redor de uma mesa baixa, possibilitando que os homens descansassem, enquanto completavam a sua refeição com conforto. Já as mulheres só podiam sentar em cadeiras convencionais, quando não eram obrigadas a permanecer em pé. Normalmente, a elite masculi-na aproveitava o mobiliário para tirar uma soneca após o almo-ço, hábito até hoje preservado por algumas culturas, que apro-veitam a sensação de sonolência pós-refeições para a sesta.

Os primeiros sofás possuíam estrutura simples, geralmente montados sobre um quadro de madeira e estofados em couro. Foi em meados do século XVI, no período da Renascença na França, que o móvel passou a ter assento estofado em tecido e apoio para as costas e braços, conquistando as classes mais altas. Considerado elitista, o item era usado nos salões da corte e nas salas de visita.

Segundo Joan DeJean, professora da Universidade da Pensilvânia e autora de The Age of Comfort: When Paris Disco-vered Casual (A Era do Conforto: quando Paris descobriu a descon-tração, em tradução livre), desenhos de 1680 e 1690 mostram algo que evoluiu junto com o novo mobiliário, uma espécie de “atitude de sofá”. As senhoras retratadas dobram os bra-ços sobre as costas, esticam as pernas, colocam os pés na

peça, com poses pouco convencionais para nobres da época. As imagens parecem sugerir que os sofás poderiam tornar as pessoas mais livres e relaxadas.

O móvel provocou ainda reações extremas. Algumas pes-soas se afeiçoaram tanto ao produto que tinham um exem-plar em cada peça da casa, muitas vezes vários em uma mesma sala. Quando alemães visitaram um tribunal francês, chegaram a reclamar que “não parecia mais um tribunal”, porque havia pessoas “esticadas em sofás”. Com ironia, o es-critor e colecionador inglês Horace Walpole disse que sentar de forma relaxada em um desses itens era um pecado mortal – em resposta a seus compatriotas, que acreditavam que ocu-par um assento excessivamente luxuoso seria algo perigoso.

Diferentes moDelos e roupagens

Os sofás podem ser em módulos, reclináveis, de canto ou em L, com compartimentos extras e muito mais. Confira os principais tipos:

Canapé – o modelo francês foi criado no século XVIII, durante

o reinado de Luis XVI. O produto é feito de madeira trabalhada,

possui encosto, braços e assento estofado, além de espaço

para três pessoas.

Futon – sua origem é japonesa, composto por um colchão

recheado de algodão ou lã, sob uma estrutura de madeira.

Este tipo de móvel pode também ser articulado para virar

uma cama.

Chaise-longue – chamado também de espreguiçadeira,

acomoda um único usuário com bastante conforto. Conta

com um braço mais elevado e inclinado para apoiar a

cabeça, permitindo que as pernas fiquem estendidas, como

recostar em uma cama.

Récamier – possui encosto em ambas as extremidades, com

a cabeceira mais alta e suavemente curvada em um dos

lados. Também denominado fainting couch, era posicionado

próximo às escadas para socorrer mulheres que tinham

dificuldades para respirar dentro do espartilho.

Love seat ou namoradeira – sofá compacto, disponibiliza

assento para duas pessoas. É usado geralmente no canto para

compor um ambiente com poltronas e modelos maiores.

Sofá-cama – une duas funções em uma só peça,

popularizando-se nos tempos modernos quando as moradias

se tornaram menores.

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dossiê Sofás

CURIOSIDADES

MaiOr exeMplar DO MunDOA empresa de móveis Russa Mnogo

Mebeli comemorou seu quinto

aniversário, em 2014, construindo

um sofá de 1.006 metros para 2,5

mil pessoas. O feito entrou para o

Guinness Book como o maior utensílio

do gênero do mundo.

relíquia Da série FrienDsO famoso sofá laranja da série

Friends, que fazia parte dos

encontros no café Central Perk, foi

arrematado em um leilão no Paley

Centre Media de Beverly Hills,

realizado em 2011, ultrapassando

a marca de US$ 4 mil.

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Por volta de 1800, fabricantes de móveis como Thomas Chippendale começaram a circular com livros exibindo e gra-vando os desenhos da época. Com projetos elegantes e funcio-nais, o britânico preferia assentos suficientemente baixos para ocasionalmente serem usados como cama. Gradualmente, os sofás deixaram de ser algo que apenas a realeza e os muito ri-cos podiam pagar e se tornaram uma necessidade doméstica comum. Foi somente com a industrialização, iniciada no século XVIII, que a produção do móvel se intensificou, tornando-se um artigo presente nas casas das famílias de classes média e baixa. A popularização da televisão, a partir da década de 1970, também fez com que muitos brasileiros investissem em mode-los mais modernos.

Com o passar dos anos, o item ganhou tecnologia, novos materiais, cores e design diferenciados, tornando-se mais er-gonômico. Entre as novidades, estavam o uso de molas no as-sento, almofadas feitas de fibra siliconada, a inclusão de en-costos reclináveis e chaise retrátil. As constantes melhorias na fabricação de tecidos e no curtimento de couro, assim como no aprimoramento da espuma, contribuíram para a evolução

O Divã e a psicanáliseComuns em órgãos governamentais,

antessalas e cafés do século VXIII,

um divã bege chegou à casa de

Sigmund Freud, em Viena, presentea-

do pela paciente Madame Benvenisti

por volta de 1890, e logo se tornou

símbolo da Psicanálise.

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do produto. Grandes designers, como o arquiteto suíço Le Cor-busier e o norte-americano Charles Eames, revolucionaram com modelos extraordinariamente bonitos e funcionais.

No mercado do design de luxo, alguns estofados podem che-gar a valer um carro popular zero, dependendo do valor agre-gado à peça. Entre as tendências, está o uso de tecidos mais encorpados, com maior gramatura, e a preocupação com a sustentabilidade envolvida no produto. No Brasil, o padrão de consumo do produto se difere por região. No Sul, segundo fa-bricantes, a preferência é por revestimentos de cores escuras e móveis mais robustos, com encosto alto. Também é grande a procura por modelos retráteis. Entre os fatores que ligam a localização geográfica ao estilo do produto está o clima. Em lo-cais mais frios, fabricantes citam que há mais procura por teci-dos mais marcantes, como o couro e o veludo.

Conforme a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliá-rio (Abimóvel), há 22,5 mil empresas no ramo no país, sendo 77, 2% nas regiões Sul e Sudeste. Já a produção de peças estofadas no RS, segundo a Associação das Indústrias de Móveis do Esta-do do RS (Movergs), ultrapassa anualmente 50 mil unidades.

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No dia 11 de Novembro encerra-se o período de vacância da Lei nº 13.467/17, e o novo marco legal das relações trabalhistas e sindicais estará vigente. Os empresários do comércio de bens e de serviços têm se pergun-tado que procedimentos poderão adotar nesse cenário de maior flexibilidade e que se possam traduzir em ganhos de produtividade e em-pregabilidade. São cerca de 360 dispositivos alterados, suprimidos ou acrescidos na legis-lação trabalhista. Uma verdadeira revolução. Sugerimos que em um primeiro momento as atenções sejam divididas em três frentes.

A primeira delas é em relação ao modelo horário e diário de contratação. O regime de banco de horas poderá ser contratado por períodos de até seis meses diretamente entre empregado e empregador, salvo restrição em convenção coletiva de trabalho. De outra parte, a contratação de trabalhadores em horário intermitente permitirá que deter-minados empregados executem suas tarefas em horas, dias e períodos específicos sem continuidade do trabalho. Ao final de cada período, receberá o salário e outras parce-las como férias e 13º proporcionalmente ao período trabalhado. A contratação é feita, mas o trabalho depende de convocação do empregador e aceitação pelo empregado. As duas ferramentas permitem uma racionali-zação de horas de trabalho, o que reverterá em maior produtividade e novos contratados, com ganhos para o empreendedor.

A nova normatização do trabalho terceirizado também sugere uma revisão nos contratos de prestação de serviços para verificar se os contratados possuem capacidade econômica compatível com a sua execução e, ao mes-mo tempo, permite a celebração de novas parcerias com transferência a terceiros de quaisquer atividades da empresa, inclusive a sua atividade principal. Contudo, é preciso todo o cuidado com a observância da regra que estabelece que o empregado que for de-mitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços, ou como titular ou sócio da mesma (os aposentados são exceção), pelo prazo de 18 meses.

Finalmente, a rotina burocrática e sem ne-nhuma eficácia jurídica de homologação das rescisões contratuais em sindicatos deixa de ser obrigatória. Novidades nesta área da contratação também são a regra de eleição da arbitragem como forma de solução dos conflitos trabalhistas para empregados de maior salário (aproximadamente R$ 11 mil), a quitação anual entre as partes por acordo com assistência do sindicato, a possibili-dade de rescisão do contrato por acordo e com diminuição da indenização e o ajuste extrajudicial de quitação do contrato de trabalho com previsão de homologação por via específica na Justiça do Trabalho. Esses são alguns pontos que merecem destaque e aplicação imediata.

Flávio obino Filhoadvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-rS

O que muda em 11 de nOvembrO?

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ao consumo da carne. Apesar da ascensão da fast food e das novas tendências de ali-mentação mais saudável, o cliente das churrascarias ainda valoriza fortemente a variedade oferecida nesses restaurantes e a comodidade gerada pelo sistema de es-peto corrido. Em um momento de baixa no consumo fora do lar, em decorrência das dificuldades econômicas, tais estabelecimentos adaptam cardápios tradicionais para contemplar novos gostos e manter o caixa em dia. Vistos pelos gaúchos como excelentes escolhas para momentos de relaxamento e confraternização com grupos de fami-

O hábitO alimentar da regiãO Sul dO braSil é hiStOricamente atreladO

ímbolo da cultura gaúcha,

as churrascarias continuam

sendo pontos de encontro

e confraternização, mas

modernizam cardápio para

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Tradição modernizada

©iStock.com/Paulo Vilela

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liares e amigos, esses locais representam também a cultu-ra do campo e a vivência da tradição.

A Churrascaria Betemps, em Bagé, começou como um bar que vendia pastéis e refrigerantes aos soldados do quartel próximo. O trabalho com carnes começou timida-mente, depois da primeira mudança de endereço, para se consolidar na fundação da casa atual em 20 de janeiro de 1979, na rua Santa Tecla. O estabelecimento trabalha com dois salões independentes. O principal é a área destinada aos serviços de restaurante e churrascaria, com buffet de saladas e sobremesas caseiras. O salão de eventos é um lugar específico projetado para formaturas, casamentos e aniversários, sem interferência no serviço normal.

Hoje, o espaço conhecido em toda a cidade só fecha no Natal e no primeiro dia de cada ano. Mesmo recebendo ex-celentes avaliações dos consumidores, o freio no consumo afetou a frequência no setor de alimentação fora do lar. “Com certeza sofremos com a crise econômica que estamos vivendo, mas estamos buscando formas de oferecer preços que se adaptem a um bolso menos cheio, sem perder a qua-lidade dos nossos serviços”, relata o proprietário, Sérgio Be-temps. Um dos fortes ativos do local é a carteira de clientes assíduos, conquistada ao longo das décadas de trabalho.

O buffet que acompanha as carnes traz opções de quei-jos, sushis e temakis, incorporando sabores à refeição tradicional do Pampa. A Betemps realiza promoções em datas especiais (com sorteio de rodí-zios), como o Dia dos Pais e o Dia dos Namorados, conta com Espaço Kids, lareira para os dias frios e variada car-ta de vinhos, estimulando um clima de aconchego. Os serviços são divulgados nos jornais e nas redes sociais. “Nosso consumidor exige muita atenção na hora de ser servido e aprecia a varie-dade de nossas carnes”, explica.

Estilo uruguaio

Em Santa Maria, a Santa Brasa Car-nes Grelhadas (fundada em 2007) tra-balha no sistema à la carte, unindo o assado no estilo uruguaio à cozinha

contemporânea. Vindo de uma família de comerciantes, o sócio-proprietário Pedro Vaz abriu o negócio para ad-quirir independência financeira. “Estudei inúmeros for-matos até me decidir. Este, na época, era um diferencial na cidade”, observa.

No último cardápio, atualizado em junho, algumas inovações foram acrescentadas para surpreender os fre-quentadores, como o entrecot ao molho de pimenta na parrilla, acompanhado de mil-folhas de mandioca, ou a releitura do galeto da Quarta Colônia (primeiro centro de imigração italiana fora da Serra, nos arredores de São João do Polêsine). Com 14 pessoas na equipe e 80 luga-res (sem contar área de espera e balcão), o restaurante já enfrentou a queda no faturamento proporcional, mas nos últimos meses vê sua receita crescer. Nem todos os concorrentes sobreviveram à recessão.

A empresa dá treinamentos contínuos para a equipe sobre atendimento de qualidade, pois esse é considerado um dos maiores desafios. “O cliente pode ter vindo dez vezes, mas se na visita anterior cometemos algum deslize, ele sai com a sensação de que o serviço piorou”, salienta. Além disso, a Santa Brasa mantém contrato com agência de publicidade local para a manutenção de suas redes so-

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Assado uruguaio com toques da cozinha

contemporânea são destaque na Santa Brasa

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ciais, respondendo a comentários e críticas e di-vulgando a casa. “Desde o início decidimos que esse não era nosso foco e deveria estar a cargo de pessoal especializado”, diz Vaz.

tributos atrapalham

A principal dificuldade do negócio, como tantos no varejo, é a elevada carga de tributos incidentes. “É muito caro manter uma churrascaria aberta, e se precisamos fazer uma reforma ou comprar maqui-nário novo os juros cobrados são absurdos”, protes-ta o empresário da Santa Brasa. Ele também se quei-xa dos entraves da legislação trabalhista brasileira, mas tem esperança de que a situação melhore com a vigência da Reforma, recentemente aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente.

O espaço abre de segunda a sábado, das 19h à meia-noite. Uma parceria comercial com frigo-rífico da cidade garante o padrão das carnes há dez anos. O sistema de trabalho por pedidos evi-ta muitas sobras. “Ao longo de dez anos, aprendi o valor de uma contabilidade eficiente, atenta

ao controle de custos. Desenvolvemos um bom time ad-ministrativo-financeiro e nossas compras são ajustadas conforme entradas e saídas”, assegura.

DécaDas DE história

Com mais de 40 anos de portas abertas, a Churrascaria Planalto, em Passo Fundo, é uma empresa familiar adminis-trada por Carla Spalding, filha do fundador. Lá, o sistema é de espeto corrido e o cardápio é focado em carnes assadas, sem aberturas para massas e sushis. Isso não quer dizer, contudo, que não haja espaço para inovação. O ambiente serve tainha (peixe da região) no espeto ou no bambu, e combina um variado menu de saladas com o espeto corrido, valorizando as tendências de saudabilidade exigidas pelo

consumidor. “Oferecemos, por exemplo, um purê de pitaya, com propriedades digestivas”, afirma.

A empresa, com 16 colaboradores, funciona das 10h às 15h de segunda a domingo, e de terça a sexta oferece jantar das 18h30 às 23h. São 160 lugares. “A instabilidade econô-mica dos últimos dois anos resultou numa queda de 20% no movimento da casa, mas a viabilidade financeira se manteve por conta do ingresso de novos clientes, do fechamento de restaurantes congêneres e de readequações no sistema de gestão, como o trabalho sem estoque”, informa Carla. A realização de eventos nas dependências da Planalto tam-bém ajudou no faturamento.

“Nosso visitante é bastante exigente e muito bem infor-mado, por isso o atendimento é sempre uma prioridade, as-sim como a qualidade das carnes”, diz a empresária. O tíque-te médio é de R$ 120. Mirando no futuro, a churrascaria está em reformas, num projeto que deve durar ainda dois anos. O objetivo é repaginar o estabelecimento, com ampliação do Espaço Kids e criação de área definida para quem leva a re-feição a domicílio, entre outras modernizações. É um inves-timento com recursos próprios.

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Em Passo Fundo, a Churrascaria

Planalto investe em reformas

com recursos próprios

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pelo mundo

GooGle de olho no amanhã da

informática O futuro da computação

está chegando através dos computadores

quânticos – e o Google está fazendo o possível

para ficar à frente. A empresa está atualmente em fase de testes com um processador de 20 qubits – o chip quântico mais poderoso

inventado até então – e já estuda uma versão de 49 qubits. Essa tecnologia se prova mais poderosa que os bits clássicos por

mesclar 0 e 1 ao mesmo tempo, transformando a informática e solucionando problemas que estão além da capacidade das

máquinas atuais. Estes projetos fazem parte do objetivo de “supremacia quântica” da companhia, cuja premissa é construir

um sistema de 49 qubits com uma fidelidade 2 qubits de pelo menos 99,7%. Até então, o último desafio semelhante a esse foi

um computador de 9 qubits, revelado em 2015 pelo Google.

Picolé sólido até o final Você já imaginou

um picolé que não derrete? É essa a premissa de uma

sorveteria no Japão, ao vender as delícias geladas

produzidas pelo Biotherapy Development Research

Center. A proposta é que os picolés se mantenham

inteiros, até mesmo se expostos a um secador de cabelo – o segredo está em

um polifenol líquido extraído de morangos. O material

dificulta a separação entre a água e o óleo, deixando,

assim, o sorvete no formato original por mais tempo e bloqueando o seu

derretimento. A descoberta foi acidental:

os pesquisadores do Biotherapy Center estavam sem uso para morangos de Miyagi, após um terremoto

que devastou a região. Então, o chefe confeiteiro

da empresa percebeu que o polifenol da fruta

solidificava diversos outros elementos, e a ideia para o picolé veio

naturalmente.

havaí institui lei Para multar Pedestres ao celular Tendo em vista a responsabilidade dos pedestres no bom andamento do trânsito, a câmara municipal de Honolulu, capital do Havaí, nos Estados Unidos, aprovou um projeto que institui multa de US$ 15 a US$ 99 para

quem utilizar o celular enquanto atravessa a rua. A inspiração da lei surgiu do vereador Brandon Elefante com grupos de jovens estudantes, que se distraíam nas ruas ao checar mensagens nos celulares em vez de

prestar atenção no tráfego.

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Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-RS

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O aumentO DO PIS/COFInS sobre os com-bustíveis é flagrantemente inconstitucional. Não apenas por subverter a legalidade como por não respeitar o prazo mínimo de 90 dias para sua implementação, conforme exigido pela Constituição Federal. A majoração des-sas exações afetou os custos dos transpor-tes e, consequentemente, de toda a cadeia econômica. Sendo imediatamente repas-sado a milhões de brasileiros, o aumento também retirou das famílias recursos que poderiam ser destinados ao consumo de bens e de serviços.

Diversas liminares foram concedidas por juízes afastando o aumento desses tributos. Todas foram posteriormente cassadas, sob o argumento do impacto financeiro que causariam aos cofres fazendários.

Não conheço tributo que tenha sido criado ou majorado sem uma triste novela financeira por trás. É uma praxe desvendada e coibida desde 1215, quando foi imposta, pela Magna Carta, a primeira limitação ao poder de tributar exercido, de maneira exacerbada, pelo rei João Sem-Terra, na Inglaterra. Mas no Brasil parece que a

novela dos hipotéticos e danosos reflexos financeiros ainda cola.

E o governo agradece. Recentemente, restabeleceu o adicional de Cofins-importação (1%) que havia sido extinto. Novamente fez tábula rasa da anterioridade nonagesimal e atribuiu eficácia imediata à nova medida arrecadatória. O jogo proposto pelo Executivo está bem compreendido pelos contribuintes, qual seja: inconstitucionais ou não, o que importa é que os tributos serão arrecadados no corrente ano, mesmo que sejam eventualmente devolvidos pelos próximos governos, após anos de debates judiciais.

Há tempos não se via um pacote de medidas tão despreocupado com o respeito às regras constitucionais que condicionam a válida majoração de tributos. É o momento de o Poder Judiciário fazer cumprir essas regras que protegem o contribuinte brasileiro justamente contra investidas dessa natureza. O administrador público nunca será responsável enquanto puder emitir um cheque em branco contra a Constituição.

Desgoverno tributário

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monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal divulga as taxas de juros de seis modalidades de crédito à pessoa jurídica,

coletadas pelo Banco Central junto às maiores instituições financeiras do Brasil. As taxas correspondem a

médias ponderadas pelos volumes de concessões na primeira semana do mês e incluem encargos fiscais e

operacionais incidentes sobre elas.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

desConto de Cheques

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Cheque espeCial

Conta Garantida

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)Jul

1,14

1,66

1,71

2,00

2,44

2,54

2,75

3,29

Citibank

Banco do Brasil

Banco Safra

Itaú

Bradesco

Santander

Banrisul

Caixa

ago

0,98

1,72

1,89

1,98

2,37

2,68

2,72

3,24

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)Jul

1,42

1,50

2,84

2,90

3,24

Banco Safra

Itaú

Bradesco

Banco do Brasil

Santander

ago

1,33

1,42

2,29

2,83

3,10

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)Jul

2,19

2,42

2,86

2,81

3,06

3,34

3,76

Banco Safra

Banrisul

Santander

Bradesco

Itaú

Caixa

Banco do Brasil

ago

2,26

2,40

2,73

2,78

2,98

3,28

3,75

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)Jul

1,44

1,31

2,04

2,02

2,11

2,06

2,42

Banco Safra

Banco do Brasil

Santander

Itaú

Bradesco

Caixa

Banrisul

ago

1,47

1,48

1,84

1,91

1,98

2,08

2,43

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)Jul

9,41

9,08

13,35

13,72

13,56

13,68

13,74

Banrisul

Banco Safra

Bradesco

Itaú

Banco do Brasil

Santander

Caixa

ago

9,58

10,04

13,36

13,38

13,51

13,68

13,75

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)Jul

2,68

2,55

3,00

3,72

4,48

8,43

Santander

Banrisul

Banco do Brasil

Itaú

Bradesco

Banco Safra

ago

2,62

2,64

2,90

3,71

4,42

9,37

É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

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Sete

mbr

o 20

17

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DICAS DO MÊS

Lições sobre negociaçãoA comédia dramática O homem ao lado

começa quando o vendedor Víctor decide instalar uma janela em sua nova

casa com a vista voltada para a resi-dência do designer Leonardo, que fica indignado e não aceita a obra. A nar-

rativa se constrói a partir das emprei-tadas de cada vizinho para convencer o outro. O choque de diferenças entre

os dois promete risadas e também reflexões sobre as realidades sociais.

O enredo da película argentina vai mais longe, pois apresenta boas lições sobre negociação. Leonardo não aceita a abertura na parede e insiste para que Víctor desista da ideia, alegando que a obra se trata de uma invasão de priva-cidade. Por outro lado, o novo vizinho tenta persuadir Leonardo a aceitar a mudança, visto que ele necessita da

janela para ter mais iluminação em sua casa. Diante desse impasse, Víctor faz uso de diversas táticas – algumas éti-

cas, outras nem tanto – para persuadir o designer. Por meio de uma situação

comum, o filme retrata brilhantemen-te um conflito com falhas de comuni-cação, além de exemplificar como as

pessoas negociam para conquistarem o que desejam.

fiLm

e

Ficha técnicaTíTulo: O homem ao lado

Gênero: comédia dramática

Direção: Gastón Duprat e Mariano Cohn

Duração: 100 minutos

entendendo o capitaLismo A mais recente obra da série de livros 50 Ideias analisa minuciosamente o sistema capitalista. Lançada

em 2017, a publicação 50 ideias de capitalismo que você precisa conhecer foi escrita pelo inglês Jonathan Portes, professor

e pesquisador de economia da Kings College, de Londres. Além de explicar sobre o sistema, o

autor se propõe a analisar suas contradições e discorrer sobre como o capitalismo evoluiu ao longo dos séculos. A obra apresenta e discute temas relacionados, como capital, proprieda-

de, livre mercado, trabalho e mais-valia, entre outros, e também elucida algumas ideologias

como o socialismo, o liberalismo e o keyne-sianismo. São 50 conceitos que, reunidos,

salientam os pontos fortes e fracos, mostram o passado e conjecturam como será o futuro

do capitalismo, por fim elucidando de ma-neira geral como esse sistema afeta a nossa

vida em sociedade.

Livro

Rep

rod

uçã

o

Div

ulg

ão

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itora

Pla

neta

SITE

Um estímULo para as soLUções Mesmo que os negócios estejam indo de vento em popa, todas as empresas

possuem dificuldades que não podem ser negligenciadas. Mas diante de tantas tarefas diárias, é difícil para o empre-sário encontrar tempo para analisar cautelosamente quais

os problemas mais emergentes e listar tudo o que precisa mudar. Pensando nisso, a Endeavor e o Sebrae se uniram

para lançar o Quiz Check-up. Totalmente gratuito, o serviço online oferece um diagnóstico individual preciso sobre o

empreendimento. Para participar, basta preencher o perfil da empresa e apontar as dificuldades que mais impactam as

operações. A partir desses dados, o quiz realiza um cruza-mento de informações e seleciona sugestões para

enfrentar os desafios e melhorar cada área

estratégica. A platafor-ma está disponível em

checkup.endeavor.org.br.

Ficha técnicaTíTulo: 50 ideias de capitalismo que você precisa conhecer

eDiTora: Planeta

auTor: Jonathan Portes

ano: 2017

Rep

rod

uçã

o

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